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ATENÇÃO ESPECIAL PARA AS FORMAS DE PAGAMENTO

EMPREENDEDOR DE SI MESMO

Com a pandemia, advogados, dentistas e outros profissionais liberais precisam investir na gestão e acelerar mudanças

A advogada Karen Pastorello Krähenbühl: perfil empreendedor ajudou a se antecipar à pandemia

e marketing aos profissionais do direito. Para Bertolini, advogados e demais profissionais liberais devem estar atentos a um tripé: o comportamento empreendedor; as habilidades de gestão; e a transformação digital. “É o momento de acelerar o entendimento de que você, enquanto profissional liberal, tem um negócio e precisa puxar as rédeas para você. Para isso, é preciso aprender com quem entende e ter um planejamento estratégico, sem cair nos modismos”, diz Bertolini.

Para a advogada Karen, a educação empreendedora a ajudou a ter olhos para enxergar dificuldades e gerir crises – um desafio para profissionais que não são formados para isso na faculdade. “Esse é um grande desafio, já que eu nunca havia me imaginado como empreendedora. Algumas coisas são intuitivas, mas eu acredito em dados e fatos. A gestão da advocacia precisa ser profissionalizada, e para isso não tem outro jeito que não seja estudar”, afirma. Mesmo assim, algumas questões ainda precisam ser enfrentadas, como o marketing, por exemplo. “Acredito que ainda não chegou a hora de atacar de frente o marketing digital, não é nosso perfil. O marketing na advocacia precisa ser cuidadoso, ainda precisamos entender isso melhor”, ressalta a advogada.

FUTURO A DISTÂNCIA

Os cursos na área de empreendedorismo também foram responsáveis por tirar do sufoco a dentista Sumaya Actis. Além da pandemia de Covid-19, que afastou os pacientes e derrubou o faturamento, ela teve de encarar a reta final da mudança para um novo consultório, no bairro do Brooklin, em São Paulo. Formada desde 2001, Sumaya conta que nunca levou muito jeito para ser empresária – a maior parte da carreira foi na clínica do pai, que está já há algum tempo afastado por questões de saúde.

“O que me salvou foram os cursos que fiz, especialmente o Empretec e o Empreenda, afinal eu tive mesmo que assumir o negócio e começar uma nova clínica”, conta a dentista. “No meio dessa loucura, se eu não tivesse o conhecimento de como funciona a empresa, não sei como seria. Nós temos que nos ver como uma empresa, e isso é algo que não se aprende na faculdade de odontologia”, ressalta.

O distanciamento social também mostrou a Sumaya que existem mais possibilidades do que atender os pacientes no consultório. É o caso do telemonitoramento, permitido pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), e que se adequa bem à especialidade de Sumaya, a ortodontia. “Para o futuro, vi que é possível ter essa presença virtual e que isso dá certo”, diz. Também durante a pandemia, o Conselho Federal de Medicina (CFM) também regulamentou o teleatendimento, o que deve trazer mudanças para os profissionais de saúde.

Para o consultor do Sebrae-SP César Ossamu, que já atendeu a diversas turmas de dentistas em projetos direcionados para esse público, todo esse cenário mostra a importância da presença digital. “É impossível conceber a ideia de um profissional que hoje não tenha suas informações na internet, incluindo endereço, horários, especialidades, entre outras informações essenciais”, diz, lembrando que o marketing de profissionais liberais precisa respeitar os códigos de ética das profissões (Leia mais abaixo).

De fato, o marketing continua sendo uma dificuldade para Sumaya. “Nunca gostei muito de exposição e acho que meu estilo é um pouco diferente do tradicional”, diz. Mesmo assim, a ideia de estar à frente das decisões do negócio lhe dá a liberdade para arriscar e para colocar as ideias dela em prática. “Com o tempo, descobri um lado empreendedor. Mesmo que no futuro contrate alguém para administrar a clínica, entender como funciona vai me fazer delegar melhor”, afirma.

ATENÇÃO AOS LIMITES

Toda a comunicação e o marketing dos profissionais liberais da área da saúde são regidos pelos códigos de ética dos respectivos conselhos – no caso dos advogados, isso fica a cargo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Diferentemente de uma empresa que oferece outros serviços ou de um comércio, não é permitido divulgar preços, ofertas, mensagens sensacionalistas ou, no caso dos profissionais de saúde, informações sobre procedimentos não comprovados cientificamente, entre diversas outras limitações.

“Os profissionais têm sido bastante estimulados a buscar a comunicação, mas eles precisam tomar cuidado. Você pode falar sobre prevenção, dar dicas de saúde ou mostrar que já está preparado para receber pacientes com todos os cuidados necessários, por exemplo”, diz o consultor do Sebrae-SP César Ossamu. A atenção precisa ser redobrada no caso de terceirização das redes sociais. “Se não for o próprio profissional que gere o conteúdo, pelo menos deve supervisar e validar antes de ir ao ar. Mesmo que terceirize, a responsabilidade é só dele”, ressalta.

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