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PÓS‑VENDA E FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

Prazer organizado Empresária do segmento erótico comemora os resultados positivos após auxílio do Sebrae-SP

Rogério Lagos

Quando ingressou no mercado de produtos eróticos e sensuais, Miriam Rossi era revendedora porta a porta. Comprava e vendia sem muito conhecimento de gestão, mas com a certeza de que faria daquele negócio seu objetivo de vida. Dez anos depois, a hoje empresária e sexóloga formada em 2019 é dona do e-commerce Sexy Home, onde acumula anos de aprendizado e um propósito claro: não quer apenas vender produtos, mas retirar o rótulo pejorativo do segmento e oferecer saúde sexual aos seus clientes.

“O projeto Sexy Home sempre existiu, mas a princípio eu não pensava em site. Queria representar a marca e seguir levando produtos à casa dos clientes. Mas analisando as mudanças de comportamento do consumidor, com as vendas online aumentando, por que não um site para facilitar?”, comenta Miriam, que buscou no Sebrae-SP auxílio tanto em gestão quanto no acesso a linhas de crédito para tirar a ideia do papel. “O Sebrae pegou na minha mão e me ajudou a conseguir uma linha de crédito a juro zero em 2018. Com os R$ 15 mil que consegui, comprei computador, impressora, escrivaninha, produtos para o estoque e, claro, o site como um todo”, explica. O e-commerce Sexy Home foi lançado oficialmente em fevereiro de 2019, mas ganhou nova roupagem em maio de 2020. A empresária fez diversos cursos com o Sebrae-SP, de finanças a marketing digital, que foram fundamentais para ajustar seu negócio e torná-lo

Miriam Rossi, da Sexy Home: “O Sebrae pegou na minha mão e me ajudou a conseguir crédito com juro zero”

mais rentável. “Eu tinha menos de mil visualizações por dia, mas hoje passam de 17 mil!”, comemora. O aumento de tráfego ao site teve reflexos no faturamento. No comparativo entre o primeiro semestre de 2019 com o mesmo período de 2020, por exemplo, cresceu 80% – inclusive durante a crise. “Mas não adianta fazer cursos e achar que as coisas vão fluir como mágica. É preciso fazer a lição de casa, se dedicar sempre 100% àquilo que se propõe”, destaca. Miriam é hoje uma das referências no segmento, inclusive em meio aos projetos estruturados do Sebrae- -SP. A instituição, por meio de seu escritório regional do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, já capacitou mais de 500 profissionais da área entre projetos presenciais antes da pandemia e oficinas virtuais. Miriam não só participou do primeiro projeto como incentiva outras pessoas a participar. Para a consultora de negócios do Sebrae- -SP Luana Polastri, muitas pessoas trabalham com o segmento sem fazer dele seu carro-chefe. “Poucos vivem de vender produtos eróticos e sensuais, tratando o serviço como um bico. Mas quando percebem o potencial do mercado querem viver disso. E é nesse momento que a capacitação se faz necessária, da mesma forma que a Miriam fez e hoje vem colhendo bons frutos.”

CONCENTRAÇÃO?

Desde meados de março, Miriam aproveitou o “confinamento” do combate ao coronavírus para um período de concentração e criou um novo produto para sua marca. “Tive ideia de criar uma caixa com diversos produtos, para homens e mulheres. A intenção é comercializá-la no formato de assinaturas”, explica. A Sexy Box, assim batizada, tem três categorias: basic, classic e premium. “É mais um item que crio com propósito na Sexy Home. Podemos usar esse período de distanciamento social para nos concentrarmos em nossos negócios”, incentiva Miriam. “Hoje existe assinatura de um monte de coisa, mas não existia nada erótico. O produto chega discretamente à casa dos clientes, com novidades e sem a necessidade de ir até uma loja”, destaca a consultora Luana.

Na visão da especialista, Miriam possui qualidades essenciais para o sucesso de qualquer empreendedor. “Ela é muito bem relacionada, dedicada, organizada, extremamente comprometida e ousada. Não quer só ganhar dinheiro, mas sim ajudar as pessoas a ter uma saúde sexual melhor. Para isso ela foi buscar tanto o conhecimento técnico como sexóloga, como o de gestão empresarial com o Sebrae-SP”, comenta.

A empresária agora se dedica às próximas etapas do e-commerce. Uma delas é alimentar o site com conteúdo de educação sexual. “Até o fim do ano vai ficar redondinho! Agradeço ao Sebrae por me deixar preparada para todos os próximos desafios”, finaliza Miriam.

CAPACITAÇÃO Para quem tem uma sex shop ou trabalha com produtos eróticos e sensuais e quer se capacitar em gestão empresarial, o Sebrae-SP tem projetos estruturados focados no segmento para ajudar. Para detalhes, ligue gratuitamente no 0800 570 0800.

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae‑SP Edição impressa

CONSELHO DELIBERATIVO

Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

DIRETORIA EXECUTIVA

Diretor‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos

JORNAL DE NEGÓCIOS

Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários: Anderson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens: gettyimages.com. Diagramação: Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177‑4784

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LIVROS

MINDSET – LIDERANÇA ESTRATÉGICA (Nave – Nauemblu Ciência&Arte)

No livro, a psicóloga e empresária Léia Wessling nos conduz pelas heroicas histórias do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda como metáfora para a vivência de líderes no meio empresarial. O objetivo é ajudar nas batalhas do mundo corporativo. Afinal, o que uma equipe de gestão precisa compartilhar para a formação do mindset da liderança estratégica? Leitura recomendada nesse contexto de crise, a obra é destinada a gerentes, líderes, executivos, empresários, investidores, empreendedores e gerentes de RH.

ADMINISTRANDO SISTEMAS, GERINDO PROCESSOS E ENGAJANDO PESSOAS (Chiado Books)

Uma gestão estratégica, que seja capaz de ver o todo, faz a diferença para o bom desempenho de um negócio. O autor Luiz Otávio Goi Jr. traz ferramentas e metodologias para desenvolvimento de uma gestão empresarial organizada. A proposta da obra é nortear diversos profissionais, sejam eles iniciantes na carreira, técnicos de sistemas ou gestores. Nesse livro estão compiladas vivências em sistemas de gestão com ferramentas que cabem em empresas de qualquer tamanho, segmento e perfil. A linguagem é simples e objetiva, visando focar em aplicações rápidas e práticas.

COMO O GOOGLE FUNCIONA (Intrínseca)

Em Como o Google funciona, Eric Schmidt e Jonathan Rosenberg reúnem as valiosas lições que fizeram da empresa uma gigante global conhecida pela missão de inovar incessantemente. Eles descrevem como o avanço da tecnologia transferiu o poder das corporações para os consumidores e reforçam que, para sobreviver, é essencial concentrar esforços na qualidade dos produtos e investir em uma nova categoria de profissionais: os criativos inteligentes, que unem conhecimento técnico, tino comercial e uma criatividade sem limites. Eric e Jonathan relatam casos curiosos e exemplos da história e do dia a dia do Google e abordam temas como estratégia, cultura corporativa, tomada de decisões, contratação de funcionários e capacidade de adaptação e inovação.

TEC &

NÚMERO DE EMPRESAS QUE VENDEM PELO FACEBOOK ATINGE 160 MILHÕES NO MUNDO

Com o isolamento social em todo o mundo devido à pandemia de coronavírus, as redes sociais se tornaram o grande canal de comunicação e também de vendas para as empresas. O Facebook, que é dono do WhatsApp e do Instagram, registrou crescimento de 20 milhões de empresas utilizando pelo menos um de seus aplicativos no mundo, passando de 140 milhões para 160 milhões, durante a pandemia. No Brasil, segundo o Sebrae, 29% dos pequenos empresários passaram a vender pelas redes sociais, sendo que 8% entraram em comunidades de interesses dos clientes para vender mais. Pesquisa do Facebook realizada pelo Ipsos mostra que, separadamente, WhatsApp (92%), Instagram (89%) e Facebook (86%) ocupam as primeiras posições em importância para os negócios atualmente.

SOLUÇÃO DIGITAL AJUDA A REDUZIR CUSTOS DE SERVIÇOS FINANCEIROS

Para ajudar os donos de pequenos negócios com dificuldades para escolher a melhor opção de serviço financeiro para a sua micro ou pequena empresa, o Sebrae criou o EmConta, solução digital de acesso gratuito que facilita a busca e contratação de produtos e serviços financeiros ofertados por instituições do mercado brasileiro presentes na plataforma. O EmConta permite que o empreendedor conheça e compare os serviços oferecidos para ter uma conta corrente de pessoa jurídica em bancos digitais e tradicionais, e uso de diferentes máquinas de cartão. O cliente do EmConta também oferece simulações de serviços contábeis de empresas digitais que realizam todo o atendimento de forma remota. Para acessar: https://emconta.sebrae.com.br/.

IDEIAS

MAIORIA DAS EMPRESAS QUE MAIS CRESCEM VENDE PELO INSTAGRAM

Levantamento realizado pelo Berkeley Institute mostra que 61% das pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil vendem produtos e serviços pelo Instagram. A pesquisa foi feita com base no estudo da Deloitte com 100 pequenas e médias empresas com crescimento mais acelerado no País. Apesar do porcentual considerável, 35% das companhias consultadas nem têm contas na rede social. Além disso, 61% dos posts das pequenas e médias empresas analisadas no Instagram são exclusivamente compostos por imagens isoladas. Somente 20% das publicações desses negócios com crescimento acelerado usam gravações.

Happy Um dos caminhos para alguém empreender com sucesso é conhecer a necessidade do cliente e conseguir atendê-la. Para alcançar esse objetivo é necessário proporcionar a felicidade do consumidor. Mas qual é o sentido da felicidade? É esta pergunta que o documentário “Happy” se propõe a responder. Com achados da ciência e filmado em diversas partes do mundo, traz uma abordagem sobre o que, de fato, torna as pessoas felizes. Para quem empreende, é uma excelente oportunidade para conhecer melhor a mente de quem consome. Disponível na Netflix.

MENOS TINTA

Conheça a história da empresa de Marcelo Falcão, que atua no ramo de recarga de cartuchos de impressora.

Veja em:

PERGUNTE A QUEM ENTENDE

A realidade virtual pode ser aproveitada por uma micro ou pequena empresa?

Rogério Moraes, CEO da Kemp

Divulgação

A realidade virtual hoje é uma tecnologia acessível a todos, desde pequenas empresas até usuários finais. Isso porque existem muitas ferramentas e muitos softwares que podem ser acessados pelo celular. Também existem óculos de todos os preços. O Google, por exemplo, lançou um modelo de papelão que custa entre R$ 3 e R$ 5. Além disso, existem inúmeros softwares gratuitos de realidade virtual e, nos próprios sites das plataformas desses softwares, há vídeos explicativos e manuais que ajudam a entender a tecnologia e suas aplicações. Então, até mesmo a pequena empresa, utilizando esses canais, consegue criar um ambiente e criar uma realidade virtual. Para cada empresa, a realidade virtual pode ser aprovei tada de forma diferente. Depende do segmento. Hoje você consegue decorar ambientes, fazer projetos nesse segmento e visualizá-los no celular. Digamos que seja um escritório muito pequeno e a empresa quer fazer um teste e colocar duas ou três mesas a mais. Usando softwares gratuitos, é possível montar um layout para se ter uma ideia de como ficaria o resultado final com essa nova configuração de móveis. Outro exemplo: se você tem uma imobiliária pequena, consegue fazer um ambiente imersivo com uma câmera 360 graus. Você vai no imóvel, tira fotos e monta a imagem do lugar com a realidade virtual. Assim, pode fazer com que o cliente veja aquilo no celular dele, sem precisar estar no local fisicamente. Com essas ferramentas, você consegue fazer várias outras coisas, como games e brincadeiras interativas, nos quais a pessoa mergulha virtualmente no ambiente. Da mesma forma, é possível realizar cursos e treinamen tos em ambientes criados com a realidade virtual.

Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.

Um futuro mais doce Lucas Onofre Gibertoni, da Aidu, conta como a empresa de alimentos se reorganizou na crise

Depoimento a Anderson Freitas* “A nossa empresa alimentícia, hoje chamada Aidu, foi criada em 1994 pelo meu pai, Renato Gibertoni Filho. Na época, ele viu uma grande oportunidade de abastecer o mercado vendendo creme chantilly. Eu entrei na fábrica ainda em 2002 a partir da necessidade de ser o sucessor dele. Embora ele nunca tivesse pensado sobre essa questão, um dos principais motivos foi ter começado a receber vários pedidos de desenvolvimento de produtos novos. Com isso, fiquei nessa parte e também no planejamento e controle de produção. Sou formado em gastronomia, já trabalhei em restaurante, fiz um curso de dois anos de química e fiz uma especialização de ciência da panificação.

Desde a fundação até hoje, nossa produção foi bem diversificada. Começamos só com o chantilly e chegamos a fazer cinco toneladas por dia, atendendo a restaurantes, motéis e hotéis, mas depois que os players grandes começaram a entrar nesse mercado fomos perdendo espaço e interesse em continuar. Abrimos então um ramo de terceirização, queríamos continuar com toda a lucratividade que tivemos com o chantilly. Passamos a terceirizar fazendo aromas para confeitaria e corantes diversos. Também começamos a fornecer um óleo desmoldante para algumas empresas de panificação – um óleo que é passado na forma de pães e bolos para desmoldar e evitar perdas. Em uma grande empresa que utilizava nosso óleo, a perda foi de 30% dos produtos para zero.

Há cinco anos, tivemos uma oportunidade de crescimento com aerossol alimentício. Até então, ninguém fazia isso na América Latina, então ‘apanhamos’ bastante. Tivemos de encontrar parceiros que

Lucas Onofre Gibertoni e o pai, Renato Gibertoni Filho, da Aidu: crescimento com aerossol alimentício

abraçassem a causa e começamos a fazer um volume pequeno, vendendo 50 caixas, o que dá de 500 a 600 latas. Na época, havíamos perdido um faturamento de 60% sem aviso prévio de uma empresa para quem fornecíamos. Precisamos fazer um empréstimo no banco para comprar as máquinas e acreditar no sonho de que daria certo – e graças a Deus deu bastante certo.

O começo da pandemia foi bem assustador, de um dia para o outro o fornecimento de terceirização foi para quase zero, já que a maioria das nossas vendas é para confeiteiros, padarias e a indústria de panificação em geral. Nas primeiras semanas, acabamos trabalhando durante três dias da semana, reduzindo as horas trabalhadas. Em março, ainda conseguimos fechar as contas no azul. Em abril, demos conta da folha de pagamento e também buscamos um empréstimo no banco para arcar com a matéria-prima do mês anterior.

Mas, mesmo com a pandemia, desde abril estamos tendo crescimento todo mês. Tivemos uma grande ajuda das redes sociais dos nossos parceiros com o aumento das vendas pela internet. Todo mundo estava online vendo influencers divulgando as marcas, isso deu um salto nas vendas. Muitas pessoas têm comprado coisas que fornecemos para se entreter em casa, como espuma de café, espuma de gengibre para drinques etc. Isso tem auxiliado bastante nosso crescimento.

Além disso, no retorno da produção, nossas empresas parceiras precisaram renovar os estoques de produtos. Tivemos de buscar no banco um empréstimo com juros menores para conseguirmos fazer novamente a fábrica girar. Não tenho do que reclamar, nossos clientes continuam a comprar e com bastante frequência. Mesmo com todos esses problemas, estamos todos bem e com crescimento nesses últimos meses.

O Sebrae-SP teve um papel gigantesco na nossa empresa; tivemos orientação para empréstimos e também várias dicas de marketing em relação a abrir uma loja virtual na internet para vender com a nossa marca própria. Aprendemos a dar mais valor para mostrar a cara da nossa empresa na internet.

Estamos pensando em mudar a fábrica de local e o Sebrae-SP está nos ajudando a planejar. Nosso espaço é limitado para estocar por muito tempo.

Com a nova fábrica, queremos voltar a oferecer vários outros produtos, como corantes, molhos, ketchups, maioneses e barbecue, com zero sódio e zero açúcar. São clientes antigos que estão querendo voltar a usar nossos serviços porque confiam na nossa qualidade. Acredito que em três anos estaremos no novo local.”

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