Jornal de Negócios - #320

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Com 1,49m de altura, a empreendedora Josi Zurdo criou marca para pessoas de baixa estatura e com nanismo

IDEIAS SOB MEDIDA Dificuldades pessoais inspiram negócios voltados para nichos específicos do mercado, como minorias e pessoas com restrições alimentares Pág. 8 Empreenda Rápido amplia acesso a crédito com planejamento Pág. 4

Home office aquece mercado de reformas e decoração Pág. 6

12 dicas para aumentar o faturamento no Natal Pág. 10


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Por você, nós fomos além TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor

Ao longo deste ano atípico e desafiador, a resiliência, que o dicionário descreve como ‘capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças’, foi a força que movimentou empresários e colaboradores do sistema Sebrae. De março até agora percorri cerca de 60 mil km pelo Estado de São Paulo (algo como três viagens a Tóquio, no Japão) e conheci centenas de histórias, como a da Fabiana Garbellotto, da Garbel, em Fartura, que logo no início da pandemia assumiu a empresa de material de construção civil da família e decidiu procurar o Sebrae-SP para encontrar, em tempo recorde, as soluções que garantiriam aprimorar questões de gestão financeira, recursos humanos e marketing. Ela queria manter a saúde da empresa e garantir que seus 40 funcionários também continuassem na ativa. O resultado foi tão significativo que hoje ela resume assim o trabalho realizado pela rede de consultores especialmente formada para apoiá-la: “Adoro nosso trabalho juntos, não quero parar. Vou continuar me consultando com o Sebrae-SP”. Mantendo o compromisso de orientar os pequenos negócios paulistas, indo além da sobrevivên-

cia, tornando-os empreendimentos competitivos, o Sebrae-SP também se reinventou, realizando de forma rápida, objetiva e eficaz cerca de 2,2 milhões de atendimentos (maioria online) com as melhores respostas para as dúvidas e necessidades de 1,2 milhão de Microempreendedores Individuais, micro e pequenas empresas, do comércio, da indústria, de serviços e do agronegócio. Também fizemos uma ação junto a instituições públicas, privadas e governos para garantir que o crédito chegasse até eles. De março a outubro, cerca de 14 mil MEIs e micro e pequenas empresas tiveram financiamentos liberados via programas Juro Zero, Empreenda Rápido, Retomada e Fampe, no montante de mais de R$ 645 milhões. Tenho absoluta convicção de que a atuação do Sebrae-SP neste momento decisivo teve impacto importante na retomada do otimismo dos empresários – 40% acreditam que haverá melhoras no desempenho de suas empresas e da economia nos próximos seis meses. E também na desaceleração da diminuição de receita dos pequenos negócios, que chegaram a perder quase 44% de seu faturamento em abril, na comparação com abril de 2019. Pelas nossas projeções, devem encer-

rar 2020 com recuo entre 14,5% e 15% da receita sobre 2019. Ainda no vermelho, mas com certeza em um tom mais brando quando comparado ao início da pandemia. Esse é verdadeiro espírito do reshape, uma nova forma de encontrar resposta para vencer os obstáculos. Neste ano complexo, em que desafios intrincados insistiam em nos levar para uma equação impossível, os resultados acima (e muitos outros) foram viabilizados pela atuação integrada, conectada, acelerada e inovadora. Assim, conseguimos fazer a diferença e reforçar o significado de empreender. O ano de 2021 continuará sendo desafiador e também repleto de oportunidades. E o Sebrae-SP permanecerá atuando de maneira vibrante, porque onde houver pessoas chegando até nós com o sonho de começar a empreender ou a melhorar sua performance, como a Fabiana, estaremos lá, construindo juntos soluções incríveis. Natal e Ano Novo se aproximam, renovando em nós a fé e esperança no melhor, no recomeço. Que tenhamos forças, coragem e resiliência para transformar os melhores votos em excepcionais conquistas.

Destaques Empresas do Simples podem parcelar dívidas em várias vezes As empresas do Simples Nacional podem parcelar novamente seus débitos tributários, . De acordo com a Receita, a Instrução Normativa nº 1.981 excluiu o limite de um pedido de parcelamento por ano. Assim, o contribuinte pode reparcelar sua dívida quantas vezes quiser. A possibilidade tem como objetivo estimular a regularização tributária dos contribuintes e evitar ações de cobrança da Receita Federal que poderiam ocasionar a exclusão do Simples Nacional. A condição para o reparcelamento é o pagamento da primeira parcela de acordo com os seguintes porcentuais:

10% do total dos débitos consolidados; ou 20% do total dos débitos consolidados, caso haja débito com histórico de reparcelamento anterior. O pedido de reparcelamento deverá ser feito exclusivamente por meio do site da Receita (www.gov.br/receita‑ federal), no Portal e-CAC ou Portal do Simples Nacional. Para outras informações sobre o reparcelamento, acesse o Manual de Parcelamento do Simples Nacional, disponível no Portal do Simples Nacional (http://www8.receita.fazenda.gov.br/ SimplesNacional).


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Entrevista do mês

Diversidade e oportunidades Maite Schneider fala sobre a TransEmpregos busca incluir o público trans no mercado de trabalho Divulgação

Patricia Gonzales

A

TransEmpregos é um banco de currículos e vagas com o objetivo de incluir pessoas trans no mercado de trabalho formal. Desde sua criação, em 2013, muita coisa mudou. Novas frentes foram criadas e, de acordo com Maite Schneider, uma das idealizadoras do projeto, as pessoas vêm desenvolvendo mais empatia e compreensão sobre as questões de diversidade. Para o futuro, seu objetivo é expandir sua atuação, mas nunca esquecendo a meta: fazer com que seja natural a inclusão desse público no mercado de trabalho a ponto de a TransEmpregos não ser mais necessária. Como atua a TransEmpregos? A TransEmpregos começou em 2013 com o intuito de garantir emprego e dignidade para cidadãos e cidadãs excluídos do processo de seleção das empresas por terem uma identidade ou orientação diferente da maioria dos outros. Inicialmente, a TransEmpregos tinha como trabalho juntar currículos de pessoas trans do Brasil inteiro e apresentá-los nas empresas para contratações. Com o tempo, fomos percebendo que essa ação não era suficiente, pois as empresas não possuíam um ambiente acolhedor e que entendesse e respeitasse a diversidade que almejava incorporar no seu dia a dia.

Que tipos de serviços a TransEmpregos oferece? Entre os serviços, estão a divulgação de vagas e oportunidades para pessoas trans, humanização de espaços e áreas para empresas de todos os tamanhos, palestras de conscientização para empresas e consultoria para cultura, missão, visão e valores mais inclusivos. Tem havido mais empatia com as pessoas trans? Com certeza, nem se compara. Hoje é muito diferente de quando começamos. A primeira empresa que empregou aqui pela TransEmpregos foi um motel. Hoje grandes empresas vêm atrás da gente. Converso

Maite Schneider, idealizadora da TransEmpregos: ideia é ter mais inclusão para agência não ser necessária

com seis a dez empresas por dia. Passamos da empresa de número 500 a 600 em dois meses. Como uma empresa anuncia vagas na TransEmpregos? O primeiro passo é entrar no site transempregos.org. É importante ler a cartilha “Agora Vai” no site e conferir se a empresa está adaptada a questões como nome social do trabalhador ou se o uso do banheiro não vai ser um problema. Quando a empresa está pronta nós podemos divulgar a vaga. Depois que começamos a divulgar, elas já se tornam empresas parceiras. Após essas empresas divulgarem vagas e fazerem contratações, elas se tornam empresas transfriendly, pois são as que realmente estão abertas a talentos e têm filtros de seleção e recrutamento, em ambientes com segurança psicológica que respeitam a diversidade. A TransEmpregos realizou com o Sebrae-SP uma turma

Como você vê o mercado para pessoas trans nos próximos anos? A TransEmpregos completou sete anos em novembro e tínhamos o sonho de acabar com ela com 15 anos. Espero que consigamos isso e que as empresas tenham entendido que competência não tem a ver com identidade, orientação sexual, credo, raça, de onde a pessoa veio etc. Ao mesmo tempo, as especificidades de cada pessoa ajudam muito para melhores soft skills como resiliência, inteligência emocional e como gerir crises. Elas não podem ser fatores de segregação e exclusão. Qual a perspectiva que você tem para a atuação do TransEmpregos? O que desejo é fazer mais pontes, que as empresas nos conheçam e que possam ampliar esses filtros. Também estamos iniciando um projeto para fazer um aplicativo da TransEmpregos. Buscamos parcerias com empresas como Google para capacitação em soft skills, em habilidades digitais. Já temos quase duas só com pessoas trans. O em- mil pessoas fazendo essa capacitapreendedorismo é um cami- ção. Também temos o objetivo de nho buscado por esse público? transformar a TransEmpregos em O empreendedorismo sempre foi algo mundial – a Transjobs. Temos um caminho. A TransEmpregos é muitos planos de crescimento, mas a voltada para o universo corporativo, ideia é sempre crescer para acabar. para fazer pontes com pessoas que Qual mensagem você gostaquerem trabalhar no universo corporia de deixar para os empreenrativo. Criamos um braço dentro da dedores? TransEmpregos porque há muita Quem empreende precisa entengente que não tem perfil ou não quer der que a diversidade é a maior igualtrabalhar no ambiente corporativo. dade que a gente possui. Quanto Por isso, criamos o Empodera Trans mais diverso for o seu produto, mais (empoderatrans.com.br), que é a diversificada forem as suas fontes primeira rede de empreendedorismo de criação, você terá um melhor de pessoas trans do Brasil. Estamos produto ou uma marca muito mais com 122 empreendedoras trans potente. Ao mesmo tempo, quando para fortalecer sua rede de valores e você entende o seu público-alvo de aumentar a cadeia de stakeholders. A maneira mais inclusiva, você entende parceria com o Sebrae para fortale- que pode ampliar os seus produtos, cer esse trabalho foi incrível. É uma ampliar os seus serviços para que ele instituição que tem projetos incrí- seja cada vez mais potente. Pessoas veis e sempre muito sérios. Quando que entendem isso e põem em prática me procuraram eu não pensei duas são pessoas que ganham inovação, vezes. Foi um sucesso de público e criatividade e que entendem que não há limite para o crescimento. quero uma segunda turma.


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Empurrão para

Por meio do programa Empreenda Rápido, cerca de 3 mil pequenos negócios construir algo com planejamento e foco nos resultados”, completa.

Marlete Alves, dona do GG Cabeleireiros: crédito para reformar o salão e retomar atendimento

Rogério Lagos

Q

uando a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil, em março, a cabeleireira Marlete Alves se viu obrigada a fechar as portas do seu salão, GG Cabeleireiros, por alguns meses até que a cidade de São Paulo permitisse a reabertura gradual. Também na Capital, a chef de cozinha Ariana Lenti trabalhava com eventos, mas precisou reinventar sua empresa, a Dasturca, e passou a preparar marmitas. Já Nanci Muniz viu os hóspedes da sua Pousada do Pescador, em Juquiá, no Vale do Ribeira, sumirem em meio às medidas sanitárias. Em comum, as três empresárias sentiram no bolso a queda de faturamento gerada pela crise, mas encontraram no crédito orientado para micro e pequenas empresas o incentivo necessário para, com capacitação e foco nas soluções, dar a volta por cima para seguirem

DE CARA NOVA

competitivas neste novo mercado pós-pandemia. Pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas revelou que, em setembro, houve uma melhora no acesso ao crédito por parte dos pequenos negócios. De acordo com o levantamento, entre as micro e pequenas empresas que buscaram empréstimos, 31% tiveram o pedido aprovado pelas instituições financeiras. Esse é o melhor resultado para a série iniciada em março e está nove pontos percentuais acima do indicador obtido na pesquisa feita em agosto. O crédito para esses pequenos negócios é resultado do programa Empreenda Rápido, uma parceria entre o Sebrae-SP e o governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Criado com a proposta de ajudar empreendedores que precisam melhora a produtividade de suas empresas, especialmente durante a pandemia

do coronavírus, o Empreenda Rápido oferece diversos serviços digitais, reunindo capacitação em gestão e acesso à crédito orientado. Somente entre os meses de julho e outubro de 2020, o programa já liberou aproximadamente R$ 50 milhões em crédito para cerca de três mil pequenos negócios no Estado, com taxas que variam de zero a 0,35% ao mês. Para o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit, o principal desafio dos empreendedores hoje é fazer com que a sua empresa seja competitiva no atual cenário. “É nesse momento em que o empreendedor precisa de apoio que o Empreenda Rápido chega para ajudar por meio de capacitações e acesso facilitado e mais barato ao crédito”, destaca. “No entanto, mais do que acesso ao dinheiro, estamos oferecendo conhecimento e educação financeira para que o crédito não se perca em meio às contas do dia a dia, e sim que seja capaz de

Desde 2001 à frente do GG Cabeleireiros, Marlete Alves aproveitou o Empreenda Rápido para se capacitar em gestão e conseguir o crédito necessário para as reformas previstas no salão, preparando-se para a retorno das atividades. Com R$ 20,7 mil, a empreendedora comprou computador e celular para fazer atendimento aos clientes, trouxe cadeiras novas, instalou ar-condicionado, renovou a pintura das paredes e reformou o banheiro, além de adquirir insumos básicos, como luvas, esmaltes, tinturas e secadores novos. “A crise prejudicou demais o nosso faturamento, mas o crédito nos ajudou muito, ainda mais com a taxa de juros baixa. Eu estava desesperada, pois empréstimo em banco normal é muito alto e não valia a pena. Com esse programa eu consegui”, diz. Na Pousada do Pescador, em Juquiá, a história seguiu roteiro parecido. Nanci Muniz iniciou seu negócio há dois anos “com a cara e a coragem”, nas palavras dela. Sem dinheiro em caixa, a pousada precisava de muitas reformas, mas a pandemia piorou ainda mais a situação financeira. Dentro do Empreenda Rápido, porém, o curso de gestão a auxiliou no dia a dia do negócio, ao mesmo tempo em que os R$ 15,5 mil obtidos de crédito foram suficientes para a reforma necessária e a retomada no faturamento. “Hoje a pousada está linda e o número de clientes dobrou. Consegui o crédito uma semana após o curso, no começo de setembro, e em cerca de 40 dias nós conseguimos concluir a reforma pagando tudo à vista e com ótimos descontos”, conta. Na cozinha da Dasturca, da chef Ariana Lenti, o caminho foi o da reinvenção. A empreendedora se viu obrigada a pensar em uma alternativa em vista da queda significativa do setor de eventos. No entanto, com o baixo faturamento, como seria possível ter recursos para testar novos produtos em sua remodelagem do


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a retomada

paulistas acessaram R$ 50 milhões em crédito entre os meses de julho e outubro negócio? No início, passou a preparar cardápios especiais para almoços de domingo, mas com a reabertura gradual dos restaurantes, o movimento caiu novamente e precisou repensar mais uma vez, chegando ao cardápio de comida congelada. “Os R$ 15 mil que conseguimos de crédito estão nos ajudando com o fluxo de caixa necessário para esse novo cardápio de marmitas especiais que estamos trabalhando. Hoje já temos uma boa demanda mesmo sem divulgação, pois as pessoas conhecem a qualidade dos produtos e indicam para os amigos”, explica Sanjai Cardoso, marido de Ariana e responsável pela parte financeira do negócio, que concedia esta entrevista enquanto a chef seguia com a produção, mesmo que, vez ou outra, voltasse sua atenção para os “ingredientes” desta reportagem. “Somos muito agradecidos por essa possibilidade de recurso. Empréstimo a juro zero é coisa de mãe. O Sebrae foi uma mãe para nós”, completa Ariana.

EMPREENDA RÁPIDO O programa Empreenda Rápido conta com seis pilares: orientações para formalização; capacitação em gestão; qualificação técnica – cursos do Centro Paula Souza; ferramentas para melhorar a competitividade; acesso a mercado; e acesso a crédito com as menores taxas do mercado.

Para quem está na informalidade, ou buscando uma oportunidade para montar o seu próprio negócio, é possível realizar cursos técnicos, oficinas de finanças e vendas que irão ajudar na estruturação da empresa. O empreendedor também terá acesso a informações importantes sobre como se formalizar de forma rápida, centralizada e sem burocracia, assim como acesso a linhas de crédito feitas sob medida para iniciar suas atividades empresariais.

O Microempreendedor Individual (MEI) que procura melhorar a performance do seu negócio pode escolher entre as três trilhas que o Empreenda Rápido oferece. Cada uma foi criada especialmente para um momento específico do seu negócio. Já as demais micro e pequenas empresas também podem participar do programa com acesso às capacitações modulares direcionadas aos desafios do seu negócio, instruções sobre renegociações de dívidas, regularização, licenças, além de condições especiais de acesso ao crédito e financiamentos feitos sob medida para cada necessidade. Para outras informações sobre o Empreenda Rápido, basta acessar o site www.empreendarapido.sp.gov.br ou ligar para o Sebrae-SP pelo telefone 0800 570 0800.


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Trabalho em casa

Setor de construção cresce com a necessidade de Samira Salatino e o marido Luciano Jesus Pereira, donos de uma empresa de placas para parede: faturamento cresceu 150%

Marcos Leodovico*

U

m dos resultados mais imediatos da pandemia de Covid-19 no País foi o aumento da quantidade de pessoas trabalhando em home office. Mesmo as empresas mais tradicionais viram a necessidade, pelo menos por um período, de manter seus funcionários trabalhando de casa. Com isso, aqueles pequenos negócios que atuam com reformas e materiais de construção e decoração sentiram um “efeito colateral” bem-vindo com o crescimento da procura por pessoas querendo adaptar os espaços de casa a essa nova necessidade. De acordo com a pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19, da Fundação Instituto de Administração (FIA), o trabalho em casa foi adotado por 46% das empresas durante a pandemia no Brasil. Para

que a sala, um quarto de hóspedes ou uma área sem uso fossem transformados em algo próximo a um escritório, foi necessário investir em móveis novos, pequenas obras e até mesmo um “fundo” mais decorado para as reuniões por videoconferência. Tudo isso para tornar o espaço mais confortável, agradável e próprio para trabalhar. O consultor do Sebrae-SP Éder Max observa que o mercado de pequenas reformas costuma ficar mais aquecido nos meses de janeiro e fevereiro, quando as famílias estão de férias. Em 2020, no entanto, um levantamento do Ibre/FGV e da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), mostra que 42% dos comerciantes consultados registraram crescimento nas vendas entre maio e julho.

“O mercado vinha de altos e baixos, mas, quando chegou a pandemia, os empreendedores do setor se assustaram. Praticamente todo mundo teve o mesmo pensamento, de que haveria estagnação, o que não aconteceu. Passando mais tempo em casa, as pessoas começaram a perceber detalhes que antes não observavam por causa da rotina e isso motivou reformarem o espaço onde vivem. Eu mesmo fui um desses”, conta Max, que adaptou todo seu escritório para continuar atendendo os clientes a partir de sua casa.

NOVAS DEMANDAS Assim como inúmeros empresários, Samira Salatino tomou um susto quando teve de suspender o trabalho presencial em virtude da Covid-19. Há três anos no mercado

de casa e construção, a empresa de Samira e do marido, Luciano Jesus Pereira, é especializada em placas para parede em 3D. Em um cenário de incertezas, a empresária acabou cortando sua linha de produção e teve de continuar seu trabalho remotamente. “Quando a pandemia chegou, tivemos que mandar todos os nossos funcionários da linha de produção embora. O único que restou foi o meu marido para embalar e enviar as placas”, conta Samira. Quinze dias depois de dispensar todos os seus funcionários e passar a trabalhar remotamente, ela começou a perceber um crescimento grande nas vendas via web. Veio outro susto, e Samira correu para contratar pessoas para sua linha de produção. “Não esperávamos essa demanda de vendas em plena pandemia”, afirma.


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impulsiona reformas

adaptar o espaço residencial para home office durante a pandemia A empresária também lembra que seu e-commerce não seguia padrões de venda pela internet e que os processos eram totalmente desorganizados. “Atuávamos no mercado digital, mas não tínhamos uma organização correta de processos internos da empresa. Nesse período, estruturamos todo nosso marketplace, ajustamos os processos internos, criamos um novo site e colocamos um padrão especifico para esse tipo de atendimento”, explica. Com o crescimento de 150% no faturamento nos últimos meses, Samira ressalta o impacto que teve ao ajustar a parte operacional do seu negócio – em boa parte com o auxílio do Sebrae-SP, de quem ela é cliente desde que era Microempreendedor Individual (MEI). “Estruturar todo nosso e-commerce e os processos internos foi fundamental para esse crescimento em um período tão conturbado”, diz Samira. Isso incluiu, claro, providenciar um espaço adequado para também trabalhar de casa.

OPORTUNIDADES O empreendedor Ricardo Karam trabalha há cinco anos com móveis novos e seminovos para escritórios em um galpão em Guarulhos. Acompanhando o comportamento do mercado, ele viu uma oportunidade de aumentar o faturamento de olho nas necessidades de quem começou a fazer home office. Mesmo assim, ele lembra que nas primeiras semanas da pandemia seus negócios pararam, e a dúvida era sobre como manter as contas em dia. “Nas primeiras semanas, ficamos de portas fechadas. Passamos por um momento de crise por causa de tudo isso. No Brasil, as taxas e impostos elevados complicam muito a vida dos donos de micro e pequenas empresas, estamos sempre com o caixa muito apertado para trabalhar”, diz Karam. Com os conhecimentos adquiridos em cursos no Sebrae e a partir de sua formação em marketing digital, o empreendedor passou a

direcionar campanhas online para o público que estava em home office. A estratégia deu resultado e o seu negócio passou a ter mais procura: durante a pandemia, o faturamento aumentou 20%. “Antes, vendíamos apenas para escritórios e empresas. Com as pessoas passando mais tempo em casa e precisando de mais comodidade para trabalhar, foi apenas uma questão de tempo para que as vendas começassem a acontecer. Dessa forma, conseguimos nos realocar no mercado e não quebramos em meio a um momento tão conturbado”, afirma. A própria empresa de Karam teve de se adaptar para o meio digital – e o fato de seu consumidor final ter mudado de perfil também contribuiu para essa migração. Na opinião dele, o trabalho remoto está sendo uma ótima ferramenta para a empresa e para seus funcionários. “As empresas perceberam que poderiam reduzir os custos com os funcionários em casa e, em vez de cobrar pontualidade do horário, passaram a cobrar a produção. Ao mesmo tempo, o funcionário percebeu que é importante que ele esteja em seu local de trabalho duas ou três vezes na semana para aprender mais e construir uma rede de contatos”, ressalta.

FAÇA VOCÊ MESMO O consultor do Sebrae-SP Éder Max salienta que a pandemia acelerou a transformação digital dos pequenos negócios do setor de construção. “Tivemos muita procura de empreendedores que ainda não trabalhavam com o sistema de delivery e muito menos com o e-commerce. O problema é que muitos estavam acomodados, achando que apenas as redes sociais davam conta do recado. Hoje é fundamental levar seu negócio para o mercado digital. O que era visto como luxo se tornou uma questão de sobrevivência”, completa. Outro aspecto que ganhou força no período no mercado de construção foi o “faça você mesmo”, observa Max. “Muitas empresas começaram

a publicar vídeos mostrando o seu produto e instruindo como é feito todo o manuseio”, diz. Segundo ele, quanto mais objetivo e mais detalhado o vídeo, melhor. “Isso vai des-

tacar as características do produto e mais pessoas vão se interessar por ele. Esse é o tipo de solução que o mercado precisa trazer para o novo consumidor”, diz.

UM LUGAR ESPECIAL Adaptar-se ao home office vai além de aspectos ergonômicos ou de aproveitamento do espaço. A questão mental é outro ponto fundamental a ser considerado, de acordo com a arquiteta Priscilla Bencke, especialista em neurociência e ambientes de trabalho. “A neurociência aplicada em arquitetura vem justamente mostrar como os ambientes, fisicamente falando, impactam nas emoções e no comportamento das pessoas. O home office, de alguma forma, impacta no sistema fisiológico e nervoso”, explica. Durante a pandemia, diz a arquiteta, as pessoas começaram a perceber o local onde moram com mais afeto, obrigando-se a reformar o seu espaço. “Temos visto muitas reformas porque agora as pessoas estão mais conscientes. Muita gente frequentava suas casas depois de um dia puxado de trabalho e já saía logo pela manhã, então não passava muitas horas dentro dela. As pessoas estão redescobrindo suas casas”, afirma. A seguir, Priscilla Bencke destaca algumas orientações para adequar seu espaço de trabalho em casa: ESTRUTURE O ESPAÇO Monte um local de trabalho onde você não sinta desconforto físico ou psicológico. Use uma cadeira mais confortável e uma mesa de tamanho adequado para o seu material de trabalho. Para quem trabalha com notebook, é recomendado usar mouse, teclado e um suporte externo para evitar qualquer tipo de lesão na região do pescoço. ACÚSTICA E ILUMINAÇÃO Pense em um local de sua casa que seja tranquilo e bem iluminado para desenvolver as suas atividades. Esses são elementos que precisam ser levados em consideração quando se quer criar um ambiente saudável de trabalho em casa. ESTABELEÇA UMA ROTINA Assim como você tinha uma rotina para ir trabalhar, faça o mesmo em casa. Nada de ficar na cama, de pijama e com o computador em cima. Isso faz mal para o nosso cérebro. Faça tudo como se estivesse saindo para trabalhar. Mantenha os mesmos hábitos de refeição e intervalos. PERSONALIZE SEU AMBIENTE Estando em casa, você pode dar a cara que quiser ao seu ambiente de trabalho. Crie um espaço onde você se sinta à vontade, bem disposto e confortável para trabalhar. Deixe sua criatividade falar por você na hora da montagem do seu local. Afinal, é a sua casa.

*Estagiário sob supervisão dos editores


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UM NICHO PARA

O sucesso de uma pequena empresa pode estar no atendimento a demandas

Josi Zurdo, criadora da Cintura de Boneca: marca atende a demandas de pessoas de baixa estatura

Kaio Augusto

O

ferecer o produto certo para o cliente certo. Esse é o princípio da segmentação de mercado e o caminho para aumentar as chances de sucesso de um negócio. Quanto mais específico, melhor. Por isso, trabalhar com nicho, isto é, uma parcela particular do público, é uma boa opção para as micro e pequenas empresas. Foi isso que fez Josi Zurdo, criadora da marca de roupas Cintura de Boneca. Aos 33 anos e com 1,49 m de altura, ela sempre teve muita dificuldade na hora de comprar

roupas. Josi conta que mandar fazer a barra das calças, por exemplo, é algo que pessoas mais baixas sempre precisarão, porém, quando o assunto são peças de roupa mais específicas, ficava impossível gastar pouco. “Esse problema ficou muito comum na fase adulta. Eu trabalhei boa parte da vida com RH, então eu precisava de peças mais trabalhadas, como blazer. Essa já é uma peça mais cara, mas no meu caso, era preciso gastar o valor do blazer e o do ajuste para minhas medidas”, relembra. Após ser demitida da última empresa em que trabalhou, Josi se viu

diante da decisão de voltar ao mundo corporativo ou investir em um negócio próprio. Foi então que ela decidiu montar sua marca de moda petit, nicho de mercado voltado para mulheres com menos de 1,60m. Até mesmo o nome da marca surgiu dessa dificuldade na hora de comprar roupas. “As pessoas sempre se questionavam se eu realmente tinha problemas com isso, falavam que eu tinha a cintura de boneca, como um elogio, mas elas não conseguiam enxergar a minha dificuldade”, lembra. Depois de montar seu negócio, Josi passou a pensar quais seriam

os problemas que um antigo colega de trabalho deveria encontrar. “Em meu último emprego, eu trabalhei com Fernando Vigui, atual presidente da associação Nanismo Brasil. Quando eu comecei a marca, logo me lembrei dele, afinal se era difícil para mim, imagina como seria para as pessoas com nanismo”, conta. Em uma conversa com Fernando, ela ficou sabendo que as pessoas com nanismo possuem um biótipo ainda mais particular do que apenas a baixa estatura, o que atrapalha na hora de conseguir roupas. “Juntos, nós definimos alguns corpos diferentes e


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O SEU NEGÓCIO

de públicos específicos, como pessoas com nanismo ou alérgicos que trabalhar com necessidades específicas pode ser um caminho mais interessante para tornar a empresa competitiva. Com a vantagem de que, muitos casos, o desejo de direcionar a atuação a uma fatia muita específica do mercado surge a partir de experiências pessoais, como ocorreu com Josi. “Acontece aquela dificuldade pessoal de encontrar no mercado algum produto ou serviço que o empreendedor precisava, então a oportunidade nesses casos fica muito clara”, diz Esmeralda. A consultora ressalta que atingir um grande público é o desejo de muitos empresários, mas nem sempre é a melhor opção. “É muito preocupante quando alguém aparece querendo investir naquilo que todos estão investindo, sempre seguindo o pensamento ‘se outros estão faturando, eu também vou’. Ao trilhar esse caminho, por muitas vezes, a empresa dele será apenas mais uma a estar nesse mercado”, explica.

COM EMPATIA

eu produzi com base nessas medidas. Foi daí que nasceu a Via Voice, minha recém-lançada marca de roupas focada nesse público.” Segundo Josi, o plano para o futuro é acompanhar a opinião dos clientes para poder seguir lançando novas coleções, sem esquecer do apoio da associação. “Eu tenho recebido muitos pedidos de mãe de crianças com nanismo para que a gente produza uma linha infantil. Graças ao apoio dessa comunidade, nós conseguimos criar o que criamos”, diz. A consultora do Sebrae-SP Esmeralda Queiroz da Cruz afirma

Quem também olhou para as dificuldades de um público específico foi Helen Hansen, ao perceber os cuidados que sua atual sócia, Socorro Targino, tinha com a alimentação da filha durante os eventos escolares. “Nós temos filhos da mesma idade e que estudam na mesma classe. Quando tinha confraternizações no colégio, eu percebia que ela levava um lanche separado para a filha. Foi então que eu decidi tentar entender o motivo”, lembra Helen. E o motivo de tanta atenção aos alimentos e rótulos era que a filha de Socorro é alérgica a proteína do leite e de ovos. A mãe conta que encontrar alimentos que não possuíssem esse tipo de ingrediente era muito difícil. “Por não ser fácil conseguir comprar esses produtos no mercado, eu comecei a adaptar os pratos de acordo com o paladar da minha filha. Depois que a Helen experimentou algumas receitas foi que decidi-

mos investir nesse mercado”, diz. Juntas, Helen e Socorro abriram a 100Traços, uma marca de alimentos que não contém nenhum tipo de traço de ovos ou leite na composição. O primeiro passo para Helen foi entender mais sobre as alergias alimentares, afinal seu filho não sofria com isso. Para Socorro, o problema não está apenas na dificuldade de comprar os produtos. “A mãe de alérgico sofre muito com

a falta de informações corretas”, desabafa. Atualmente, com uma carteira de clientes já estabelecida, as sócias da 100Traços contam que são sempre elogiadas pelo trabalho. “Esses feedbacks positivos são nossas recompensas não remuneradas, as mães nos contam que nunca tinham conseguido oferecer essa experiência de produto saboroso e totalmente seguro para os filhos”, comemora Helen.

COMO A consultora do Sebrae-SP Esmeralda selecionou algumas dicas ENCONTRAR Queiroz para os empreendedores conseguiSEU ESPAÇO rem identificar nichos de mercado. Pense em uma dificuldade pessoal ou de sua comunidade Partir de uma experiência pessoal ajuda a condução do negócio ser mais prazeroso. Caso não encontre nenhuma dificuldade específica ou consiga encontrar algo em sua comunidade, então o ideal é buscar um mercado com o qual tenha afinidade. Não adianta empreender com algo que você não gosta. Pesquise quais são as reclamações dos clientes Ao observar o que o público de grandes empresas reclama sobre determinado produto ou serviço, fica mais fácil encontrar problemas recorrentes que podem ser solucionados pelo seu negócio. Em alguns casos, as empresas maiores não conseguem “abraçar” esses clientes, ficando a cargo do pequeno negócio encontrar uma maneira de atender a esse nicho. Converse com o público-alvo Se você não sofre com a dificuldade que o seu negócio busca sanar, então é importante conversar com os clientes que demandam por esse determinado produto ou serviço. Faça testes com o que será comercializado, entre em comunidades online que reúnem esse público e faça pesquisas de opinião. Ao colocar essas pessoas como parte do desenvolvimento do seu negócio, elas acabam por se tornar as maiores divulgadoras da sua empresa. Conheça as associações que podem estar ligadas a esse público Não são apenas as comunidades online que podem ser consultadas, dependendo do público-alvo que seu negócio busca atingir podem existir associações já formadas. Essas instituições costumam ter dados consolidados sobre o mercado que ajudarão na hora de desenvolver uma nova empresa ou marca.

Lembre-se: você não precisa revolucionar sempre Atender aos clientes de um nicho não precisa ser sempre com uma ideia disruptiva. Utilizando o exemplo da Cintura de Boneca, citada na reportagem, as peças de roupa para pessoas com nanismo não precisaram ser inventadas, foi necessário apenas alguém pesquisar as medidas e fazê-las.


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Como vender bem no Natal Ainda dá tempo para o varejo se preparar para atrair o consumidor em busca de presentes

O

Natal é a data mais importante para o comércio. Mas em 2020, ano de pandemia, será diferente? O risco do contágio pelo coronavírus alterou o padrão e o comportamento dos clientes, abrindo um espaço ainda maior para as vendas online, multiplicando as opções de

escolhas e facilitando comparações. Como fazer para sua empresa ser escolhida pelo consumidor? Mesmo faltando poucos dias para o Natal, há uma série de práticas que podem ser adotadas para impulsionar as vendas. Veja a seguir as recomendações da consultora do Sebrae-SP Taís Camargo.

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DEFINA SEU PÚBLICO-ALVO Saber para quem você vai vender contribui para a escolha dos produtos, organização da loja e divulgação direcionada.

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PREPARE A EQUIPE Considere a necessidade de atenção de seus clientes e os canais de atendimento. Preparar a equipe não significa só ter mais gente, mas ter pessoas preparadas para que o cliente tenha uma ótima experiência de compra.

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CUIDADOS COM PRODUTOS E CLIENTES Diga ao seu consumidor quais os cuidados de higiene e prevenção você está tomando no ponto físico (limpeza, averiguação da temperatura de funcionários e clientes, higienização das peças e dos provadores, utilização de máscaras, álcool em gel etc).

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FIDELIZAÇÃO E INDICAÇÃO A experiência de compra está em alta. Quem é bem atendido, é ouvido e recebe atenção de maneira rápida, volta e indica. Prepare sua equipe para atender no ponto físico, mas não esqueça dos canais de comunicação que você criou durante a pandemia. Mensagens pelo celular e pelas redes sociais precisam ser respondidas de maneira rápida e com a mesma atenção do presencial.

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MIX DE PRODUTOS IDEAL Lembre-se de que os clientes já têm suas listas de preferências, mas se conseguem encontrar mais opções ficam sempre felizes. Estão em busca de oportunidades e de economizar tempo, então oferte os produtos que possam atender a lista deles.

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ORGANIZE SEU PONTO DE VENDA O Natal pede luzes, cores, alegria. Seus produtos podem chamar a atenção e trazer as pessoas para dentro de sua loja, presencialmente ou online. Pense que a criatividade faz toda a diferença, pois o tema é o mesmo para todas as lojas.

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DELIVERY As entregas vão continuar sendo tendência. Funciona para produtos já comprados, mas também pode ser utilizada com as famosas “malinhas” para que os clientes possam escolher as mercadorias.

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NÃO DEIXE SEUS CANAIS DE VENDA ONLINE ABANDONADOS Mesmo com o aumento do atendimento presencial, não esqueça que o consumidor que você ganhou durante a pandemia ainda está no ambiente online e precisa ser atendido.

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AÇÕES PROMOCIONAIS Pense no que você pode fazer para aproveitar o fluxo e as oportunidades que o Natal traz. Mostre que o consumidor pode, além de comprar presentes para os outros, se presentear.

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DIVULGAÇÃO Essa é chave para o sucesso. Conte para seus clientes sobre novidades, ações promocionais, diferenciais (como prazo de troca estendido). Busque estar nos mesmos canais de comunicação dos seus clientes.

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VENDAS ONLINE COM A OPÇÃO DE PACOTE PARA PRESENTE Ofereça a opção de os produtos já virem embrulhados ou com as embalagens de presentes junto; faz toda a diferença (a dica de conteúdo para as redes socias é ensinar a fazer o pacote).

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BOXING DAY Esse termo da língua inglesa é muito utilizado em alguns países para denominar o dia 26/12, quando as lojas fazem uma ação promocional para liquidar os estoques de Natal. A principal ideia é fazer uma ação para reduzir o estoque para o início de 2021.


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Divulgação

Vamos discutir a relação? ANA CLAUDIA SILVA MARIANO Analista de Negócios do Sebrae

Para acertar na contratação Os processos para a contratação de funcionários necessitam de tempo e dinheiro para sua realização, além de treinamento até o recém-contratado amadurecer e adquirir independência. Mais do que um currículo brilhante, o grande desafio é encontrar profissionais com o perfil técnico e comportamental ideal para a organização. Como isso pode ser feito? É preciso fazer um levantamento das principais informações: 1) Qual o objetivo do cargo? 2) Qual a descrição do cargo? Tarefas e funções devem estar bem definidas. Vale um olhar para legislação para não ter acúmulo de funções e evitar passivos trabalhistas. 3) Quais são os requisitos básicos de competência técnica, habilidades e demais pré-requisitos que o cargo exige? 4) Qual orçamento a empresa possui? Qual impacto a contratação trará ao fluxo de caixa? Após esse desenho, é importante definir os canais para divulgação da vaga para atrair os candidatos, bem como as

etapas do processo seletivo: envio de currículo ou portfólio; avaliação técnica; prova; dinâmica de grupo; entrevista e definição dos critérios de avaliação em cada etapa. Isto ajuda a evitar julgamentos pessoais e torna o processo de escolha do candidato mais racional. Em um segundo momento, é importante ter um olhar interno para a instituição, afinal, um negócio é como um organismo vivo composto por pessoas que possuem valores, repertórios, histórias, pontos de vistas diferentes, e que conviverão afim de produzirem resultados, por isso precisam estar em sintonia. Com isso, a cultura empresarial aparece neste contexto como elemento-chave para boas contratações. A cultura empresarial é o conjunto de verdades, regras indiscutíveis e pressupostos básicos que atuam no ambiente empresarial e que são passadas adiante. É fundamental que os recrutadores, além do olhar técnico, olhem as competências intrapessoais e comportamentais na seleção. Assim, o processo traz melhores resultados e diminui a rotatividade.

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

O ano de 2020 não foi nada fácil. Nenhuma novidade em dizer isso. Porém, sou daqueles que acreditam que sempre podemos tirar algum aprendizado das crises. Ao longo deste ano, com a pandemia, a quarentena e o isolamento social, vimos que a relação entre empresas e clientes sofreu transformações e, nesse ponto, reside uma espécie de legado para os negócios. Com as restrições de locomoção e atividades, as empresas tiveram de encontrar alternativas. Delivery e e-commerce foram a saída para contornar as limitações operacionais. Mas a questão não se esgota aí. O consumidor, inseguro com os rumos da economia, tendo perdido ou temendo a perda do emprego, ficou muito mais criterioso e seletivo nos seus gastos. A consequência é que nunca foi tão importante se esmerar em conhecer o cliente, saber quais são seus desejos e necessidades para, com essas informações em mãos, cativá-lo. Esse aspecto me parece ser fundamental daqui para frente. O mercado não vai voltar a ser como era antes da Covid. Saber a fundo se relacionar com o consumidor é um caminho

sem volta. Empresas de visão imediatista, que enxergam o cliente como um mero cifrão, dão pouca atenção a ele, não oferecem uma boa experiência de compra e não pensam no pós-venda perderão competitividade. Estamos em dezembro, o Natal é a data mais forte para o varejo e, tradicionalmente, há um esforço extra do comércio para conquistar o consumidor. A ideia é que a dedicação das empresas no período não desapareça passadas as festas de fim de ano. É a oportunidade de ganhar público e se mostrar merecedor de continuar com ele. Estamos diante de uma nova realidade, novos comportamentos e mais exigências. Comandar um negócio é uma tarefa em permanente evolução. Vencido um desafio, aparece outro em seguida. Porém, reafirmo: o Sebrae-SP está de prontidão para ajudar os pequenos negócios em tudo o que for preciso, incluindo melhorar a relação entre empresas e clientes.

WILSON POIT, diretor­‑superintendente do Sebrae­‑SP

Acompanhe o Sebrae­‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi­‑lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br


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Na ponta dos dedos

Empresa de consultoria cresceu durante a pandemia com foco na presença digital Anderson Freitas*

U

ma questão constante desde o início da pandemia de Covid-19, em março, foi a da importância da transformação digital nas empresas. Quem conseguiu reforçar sua presença digital e soube agilizar seus processos com o uso da tecnologia teve menos prejuízos – em alguns casos, conseguiu até aumentar o faturamento. Esse foi o caso da MS Soluções Administrativas, uma consultoria empresarial localizada em Indaiatuba. “Eu gosto de dizer que começamos 2020 como uma empresa e hoje estamos totalmente renovados, totalmente diferentes do que a gente era lá no começo do ano”, diz Marta Souza, proprietária da empresa. No mercado desde 2018 e criada a partir da experiência de Marta no setor, a empresa tem como foco assessoria administrativa e financeira, e recentemente passou a oferecer também assessoria comercial. A carteira de clientes tem desde pequenos escritório e imobiliárias, até empresas do varejo, da área de educação e também profissionais liberais. A empresa já utilizava videoaulas para suas mentorias, mas a grande virada veio a partir dos desafios impostos pelo distanciamento social. “No início da pandemia, nós abrimos nossa agenda para mentorias gratuitas, principalmente dos pequenos negócios, que ficaram perdidos, sem saber o que fazer com o fechamento do comércio”, conta Marta. Além disso, a empresa transformou sua presença digital – muito graças à atuação do

Marta Souza, da MS Soluções Administrativas: ferramentas online agilizaram atendimento

Sebrae, por meio do programa ALI (Agentes Locais de Inovação). A participação no ALI começou em janeiro de 2020 e, mesmo durante um período tão atribulado, Marta conseguiu levar adiante a informatização de todos os serviços, lançou um e-book sobre estruturas organizacionais e agora estão com o segundo e-book no “forno”, que vai falar sobre administração e finanças. Outra mudança fundamental foi a presença da empresa nas redes sociais – especialmente no Instagram – e a utilização do WhatsApp Business para resolver uma série de questões que atrapalhavam o fluxo dos atendimentos. “Passamos a utili-

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae­‑SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos­‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

zar etiquetas, fracionando nossos contatos entre ‘prospects’, entre clientes já antigos, entre clientes dos nossos clientes, e conseguimos direcionar melhor nossa divulgação”, conta a empreendedora. A consultora do Sebrae-SP Taís Camargo, que acompanhou toda a transformação da empresa, conta que Marta teve o auxílio de pessoal de diferentes áreas, como marketing, planejamento e finanças. “Ela procurou o Sebrae como uma forma de aumentar sua competividade”, explica. “Hoje, com o uso do WhatsApp Business, por exemplo, ela consegue dar respostas rápidas e utilizar as mensagens automáticas, quando não

disponível para atender no momento. Ninguém fica sem resposta. Marta inclusive fechou um contrato por meio do aplicativo”, lembra. Para Marta, a transformação digital tornou a empresa mais forte e estruturada, possibilitando pensar em novos serviços e reinventar a sua atuação no mercado. No período da pandemia, ela também aumentou a carteira fixa de clientes e conquistou outros pontuais. Com isso, a inovação se multiplicou. “Tive vários clientes que durante a pandemia renovaram totalmente o seu negócio. O que a gente percebeu é que não podia ficar inerte”, conclui. *Estagiário sob supervisão dos editores

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor­‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos

gettyimages.com. Diagramação: Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae­‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177­‑4784

JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Kaio Augusto, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários: Anderson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens:

SEBRAE­‑SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo­‑SP. CEP: 01504­‑ 001 PARA ANUNCIAR (11) 3177­‑4784

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LIVROS A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL (Sextante) Para os professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne, o resultado de uma concorrência acirrada nada mais é que um oceano vermelho sangrento, repleto de rivais que lutam entre si por uma parcela de lucros cada vez menor. Com base em um estudo de 150 movimentos estratégicos (que abrangem mais de 100 anos e 30 setores), os autores afirmam que o êxito duradouro não decorre da disputa feroz entre concorrentes, mas da criação de “oceanos azuis” – novos e intocados espaços de mercado prontos para o crescimento. Eles apresentam ainda uma abordagem sistemática para tornar a concorrência irrelevante e descrevem os princípios e ferramentas que qualquer organização pode utilizar para criar e desbravar seus próprios oceanos azuis. O QUE IMPORTA É SEU RESULTADO (Gente Editora) Imagine que você teve um dia cheio, com reuniões, respondeu a e-mails e enfrentou uma boa dose de burocracia. É pouco provável que você tenha conseguido ser produtivo. Quando o status quo é o caos, gerar valor para o seu negócio é quase impossível. A manutenção de rotinas que já não têm sentido para a empresa, a falta de uma gestão básica bem-feita e uma equipe sem preparo são apenas alguns dos fatores que impactam negativamente a empresa. Reféns desse mal, muitos gestores sentem-se com a corda no pescoço, com lucros insuficientes. Contudo, há uma maneira de reverter essa situação e transformá-la em resultados poderosos. No livro, Lásaro do Carmo Jr. apresenta ao leitor diferentes estratégias para gerir uma empresa que cresce em meio às adversidades. O MITO DO EMPREENDEDOR (Fundamento) O livro traz métodos eficazes para que você se prepare melhor, mantenha uma atitude positiva e eleve sua produtividade. Uma fonte de conhecimentos indispensáveis para quem está disposto a encarar o desafio de criar o próprio negócio e transformar uma boa ideia em um empreendimento bem-sucedido. O autor Michael E. Gerber mostra como preparar seus funcionários para que eles sejam uma extensão sua; como dar ao negócio a “sua cara” sem precisar fazer tudo sozinho; indica formas de estruturar sua empresa para superar eventuais turbulências; aponta como aliar entusiasmo com inovação para crescer sempre e orienta a estabelecer o programa de desenvolvimento que melhor se encaixe em seu empreendimento, visando estabilidade e solidez.

TEC & RECURSO DO WHATSAPP BUSINESS FACILITA COMPRAS PELO APLICATIVO Está disponível no WhatsApp Business um botão em formato de loja, localizado na parte superior da tela de mensagens, que levará o consumidor direto para o catálogo da empresa. Com o recurso, os consumidores poderão interagir com as empresas na hora de comprar algum produto. Antes, os usuários precisavam clicar no perfil das empresas para confirmar se havia um catálogo disponível. Agora, com o botão de compras, o usuário sabe imediatamente se aquele negócio possui essa informação e pode checar os produtos disponíveis. Também é possível iniciar uma conversa sobre um item específico com apenas um toque.

YOUTUBE ALCANÇA 105 MILHÕES DE USUÁRIOS POR MÊS NO BRASIL Muito usado como vitrine para negócios, o YouTube anunciou que tem pelo menos 105 milhões de usuários ativos mensalmente no Brasil. O número inclui apenas usuários entre 18 e 65 anos – se consideradas crianças e adolescentes, a estatística pode ser ainda maior, mostrando o tamanho do poder da plataforma de vídeos do Google no País. O YouTube informou também que já existem mais de 1,8 mil canais no País com mais de 1 milhão de inscritos – a empresa não diz quais são as principais categorias, mas afirma que entretenimento e bem-estar estão entre os assuntos mais seguidos.


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE Como deixar meu e-commerce mais profissional?

STARTUPS BRASILEIRAS DEVEM TER SEU MELHOR ANO EM INVESTIMENTOS As startups brasileiras podem ter seu melhor ano na história. Levantamento da Distrito indicou que as empresas receberam cerca de US$ 2,49 bilhões em investimentos de janeiro a outubro. O valor representa um crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2019. Ao todo, 338 rodadas de investimento colocaram as startups brasileiras em condições de superar as marcas do ano anterior. Somente em outubro, os aportes somaram US$ 221 milhões, montante 258% maior do que o registrado no mesmo mês em 2019.

PHIL KNIGHT: O HOMEM QUE CONDUZ O MUNDO O documentário conta a história de Phil Knight, fundador da Nike, e mostra o surgimento e a ascensão da marca esportiva que se tornou uma das mais fortes do planeta. A Nike foi a primeira empresa a patrocinar jogadores profissionais, criando uma forma diferente de dialogar com o público. O principal ícone do sucesso dessa estratégia é o jogador de basquete Michael Jordan. Os produtos associados a seu nome foram responsáveis por alavancar as vendas da marca em todo o planeta. Você vai poder se inspirar sobre como encontrar formas diferenciadas de posicionar o seu negócio ou sua marca em meio a tantas opções já existentes no mercado. Disponível na Prime Vídeo.

HORA DO CAFÉ

Veja o vídeo em:

Após viajar pelo exterior, Deiverson Migliatti voltou ao Brasil e criou a Sterna Café, em São Paulo.

Divulgação

Manoel Silveira. coordenador de marketing da Crehana, responde:

Para crescer no mundo do comércio eletrônico, é necessário um conjunto de soft e hard skills que ajudarão você a gerenciar com êxito seus negócios online. Pequenos negócios que já haviam surgido na era online, com vendas pelas redes sociais e aplicativos de mensagens, passaram a concorrer com grandes marcas que ainda não estavam tão focadas nesse ambiente. Então, como ganhar destaque diante de tanta oferta? Poder de adaptação é a habilidade mais importante para o sucesso no mundo digital. Se você acaba de transformar sua loja tradicional em uma loja online, entendeu perfeitamente que é importante se adaptar às mudanças. Mas fazer um site crescer vai além de vender produtos ou serviços. É necessário criar conteúdos atraentes e úteis para o seu público. Nesse sentido, o marketing de conteúdo, o SEO (Search Engine Optimization) e o SEM (Search Engine Marketing) são habilidades técnicas que você deverá adquirir. Aulas como fotografia para alimentos, por exemplo, poderão ensinar a tirar fotos muito mais atraentes dos pães, doces e bolos preparados em casa. E lembre-se que a divulgação também é uma etapa importante no mundo online. Busque aprender sobre o Google Ads e as técnicas de crescimento acelerado do Growth Hacking. Há cursos no mercado, por exemplo, que ensinam a produzir seus anúncios digitais e mensurar o resultado, focando no crescimento das vendas e do seu negócio. Invista também em gestão de projetos, para administrar pontos que influenciam diretamente no sucesso, como fornecedores, entregas, pagamentos etc. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e­‑mail

https://youtu.be/Q5AWJcaNNBQ

para imprensa@sebraesp.com.br.


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Inovação nos ares

Raquel Molina seguiu seu sonho, mudou de carreira e hoje empreende com sucesso no setor de drones Raquel Molina, da Futuriste, enxergou espaço para capacitação em drones

Depoimento a Marina Sayuri*

“A

ssim que me formei em tecnologia, fui trabalhar em um grande banco. Após um período de maternidade, divórcio e grandes mudanças na vida, resolvi que não tinha mais que esperar para realizar meus sonhos. Pedi para sair da empresa em que trabalhava e, com um sócio, criamos a Futuriste, uma empresa de tecnologia focada em drones. Nós começamos no mercado em 2014, quando muitas pessoas ainda não sabiam o que realmente era um drone. Foi naquela época que identificamos no Brasil um gap relacionado à capacitação para uso profissional desses equipamentos. Quando conheci meu sócio, que hoje é meu marido, acabei plantando a semente do empreendedorismo nele. Iniciamos um processo de brainstorming de ideias de tecnologia para transformar em negócio, quando, em 2013, vimos uma reportagem sobre drones e sobre como eles estavam revolucionando o

mercado fora do País. Após identificar essa oportunidade com grandes chances de crescimento, iniciamos as análises de mercado. Havia pouquíssimo material em português sobre o tema e começamos a disseminar as informações que aprendíamos. Tivemos o agravante de iniciar em uma área totalmente nova, sem dados de comportamento dos clientes, com equipamentos ainda em fase de amadurecimento. Partimos do princípio que, antes mesmo de comercializar os produtos e serviços, precisávamos fazer as pessoas entenderem a utilidade dos drones. Não havia nem regulamentação para uso de drones no Brasil. O interessante foi a mudança do que havíamos planejado no início da empresa e o que realmente aconteceu. No momento de validação das ideias, identificamos comportamentos do mercado que foram moldando o desenvolvimento da ideia, o que exigiu de nós resiliência e paciência para acompanhar as mudanças.

Começamos a estudar muito, compramos diversos equipamentos e identificamos uma necessidade: para se desenvolver, esse mercado precisava de capacitação de qualidade. Sempre tive uma carreira mais técnica e não me passava pela cabeça o tamanho da importância de conhecer assuntos de negócios, como gestão estratégica, análise de comportamento de clientes, conceitos de marketing, vendas, negociação e outros que hoje são úteis até na minha vida pessoal. Passamos a estudar muito e entender sobre planejamento de negócios, com o papel fundamental do Sebrae nesse processo. A empresa foi criada na base de tentativas e erros, muita persistência e garra. Nós já conhecíamos o Sebrae, que foi essencial principalmente nessa fase de modelagem do negócio. Muita coisa mudou quando, um pouco antes de lançar a Futuriste, tivemos a felicidade de apresentar um pitch no Startup World da Feira do Empreendedor do Sebrae em

2014. Naquele evento nós vencemos como a melhor ideia de negócios do tema apresentado. A partir daí, tivemos a possibilidade de passar por mentoria na Escola de Negócios do Sebrae e até hoje associamos isso ao sucesso da nossa empresa. Em 2016, participamos do reality show Shark Tank Brasil. No ano seguinte, fui a primeira mulher do Brasil na lista “Top 3 Profissionais no Setor de Drones” da DroneShow, e a Futuriste esteve no top 3 de outras categorias no mesmo evento. Já em 2018, fomos selecionados para o programa de aceleração “Itaú Mulher Empreendedora”. Neste ano, fui surpreendida com o prêmio Women to Watch Global Award pela maior instituição de reconhecimento de mulheres no setor de drones. Hoje, a Futuriste oferece diversos serviços relacionados à utilização de drones, como treinamento de pilotagem, especializações em inspeção de obras e de infraestrutura, pilotagem avançada para captação de imagens aéreas profissionais, mapeamento com drones, cursos de manutenção de drones e empreendedorismo no mercado de drones. Em todos os cursos, o aluno não precisa ter o equipamento, todo o material necessário para as aulas e para a pilotagem são fornecidos por nós. Até agora já treinamos mais de 3,5 mil pessoas. Temos uma relação de muita troca com o Sebrae. Estou sempre em contato com a equipe da Escola de Negócios e da ESE – Escola Superior de Empreendedorismo do Sebrae, onde sempre busco aprendizado. Em contrapartida, hoje colaboro com o Sebrae como mentora de diversas ações de empreendedorismo que eles executam. Gosto muito de dividir um pouco da minha experiência e muitas vezes até de aprender mentorando pessoas que estão dispostas a entrar nesse universo maravilhoso.” *Estagiária sob supervisão dos editores


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