Jorna de Negócios - #321

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facebook.com/sebraesp    youtube.com/sebraesaopaulo    twitter.com/sebraesp     instagram.com/sebraesp | Versão impressa ­‑ 241.561 exemplares # 321 | Janeiro de 2021 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 |

Thiago Leonardo de Almeida, da Mr BBQ House: “Com o Pix, o dinheiro aparece na minha conta na hora”

O NOVO MUNDO DO PIX

Meio de pagamento permite a transferência de dinheiro de forma imediata, facilitando a organização do caixa e o atendimento ao consumidor Pág. 8 Erick Jacquin: um francês na cozinha verde-amarela Pág. 3

Empresas se adaptam e dão a volta por cima na pandemia Pág. 4

Mercado internacional é opção para pequenos negócios Pág. 6


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Vender, vender, vender TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor

A resiliência pessoal e profissional foi um dos principais aprendizados que trouxemos para 2021. Nossa capacidade de levantar e nos adaptarmos às mudanças foi o que nos impulsionou até aqui. Neste ano não será diferente em termos de desafios. Agora é hora de buscar alternativas inovadoras para que o novo ano seja realmente próspero e o otimismo detectado em pesquisas se torne realidade. Temos que continuar em movimento, a despeito dos obstáculos, reforçar as alianças e deixar o campo preparado para vender, vender, vender. Esse é o mantra que deve guiar os empreendimentos no processo de retomada, porque sem vendas não há lucro e sem lucro é praticamente impossível gerar negócios competitivos que permaneçam em atividade. E empreendimento competitivo é aquele que busca sempre a inovação – de produtos, processos e de mercado, que trabalha conectado com

desejos e necessidades do consumidor, com as oportunidades de mercado, com a rede de fornecedores. E que não deixa escapar a chance de capacitar-se, atualizar-se, agregar valor, criar relevância para ter garantia de futuro. Nesta edição do Jornal de Negócios você vai conhecer algumas histórias inspiradoras neste sentido. Está comprovado: empresários que se destacam no mercado e criam raízes na prosperidade são aqueles que que planejam, agem, monitoram, repensam, inovam. Em suma, são os que fizeram o reshape. O Sebrae em São Paulo continuará apoiando os empreendedores a atravessar este período, trabalhando pela melhoria da gestão dos pequenos negócios e do ambiente para quem quer continuar na ativa e gerar empregos. Quero destacar nosso compromisso de continuar apoiando a produção de tecnologias e o acesso à inovação, pois acredi-

tamos que esta é a chave para transformar dificuldades em oportunidades. Aprovamos recentemente novos investimentos a serem aplicados em projeto relevante neste sentido. Em total parceria com iniciativa privada e entidades que constituem o ambiente de inovação paulista - parques tecnológicos, institutos de pesquisas, Fapesp, Sistema S (Senai, Senac, Senar), Embrapa, universidades, startups - vamos impulsionar o processo de capitalização do conhecimento gerando soluções com alto potencial de conquista do mercado mundial. Sem dúvida, será mais um ano movido por intensos desafios que, superados, vão permitir que o Brasil vença os obstáculos, acelere o processo de retomada do crescimento e garanta a verdadeira sustentabilidade do processo de desenvolvimento. Próspero 2021 para todos; continuem contando com o Sebrae-SP para fazer acontecer.

Destaques Sebrae-SP lança projeto para promover inclusão produtiva Promover a inclusão produtiva no Estado. Com esse objetivo, o Sebrae-SP colocou em prática um projeto-piloto para fortalecer as organizações comunitárias e estimular a criação de uma rede de colaboração em quatro macrorregiões de São Paulo. Bauru, Vale do Ribeira, Alta Paulista e Pontal do Paranapanema são os primeiros locais a receber o Projeto de Fortalecimento de Organizações Comunitárias, realizado em parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS). A ideia do projeto é fortalecer as organizações e conscientizar as pessoas em situação de vulnerabilidade das possibilidades do empreendedorismo. Entre os participantes da ação estão organizações de catadores de reciclagem, artesãos, egressos do sis-

tema prisional, imigrantes, indígenas, pequenos agricultores e adultos com baixa escolaridade. De acordo com o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit, as organizações comunitárias representam um grande apoio para as pessoas em situação de vulnerabilidade e um parceiro estratégico na promoção da inclusão produtiva e da cultura empreendedora. “O empreendedorismo pode transformar não só a vida de um indivíduo, como uma comunidade, um bairro, um município, um país. Ou seja, o empreendedorismo pode representar a tábua de salvação para essa parcela da população que se encontra em situação de vulnerabilidade social”, destaca Poit. “A pandemia agravou a desigualdade no país e a inclusão produtiva

será uma agenda prioritária no próximo ano. Esta experiência-piloto já tem gerado grandes aprendizados e acreditamos que o modelo fortalecerá diretamente inúmeras organizações e tem o potencial de ganhar uma grande escala”, comenta Paula Jancso Fabiani, diretora-presidente do IDIS. O projeto foi dividido em cinco fases: planejamento, visita a campo, construção do plano de ação durante

workshops com as associações, estruturação do plano com detalhes da execução e implementação do plano de ação. Na segunda fase, o IDIS conheceu as organizações sociais para verificar desafios locais e reais. O mapeamento serviu de insumo para a construção do plano de ação, que será organizado durante os workshops com a participação das organizações convidadas.


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Entrevista do mês

Tempero francês na TV

Sucesso na cozinha e na tela, o chef Erick Jacquin fala sobre o momento do setor de alimentação

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le não é de economizar nas críticas e o público já se acostumou com o estilo do chef Erick Jacquin avaliar pratos e restaurantes na TV. Jurado do consagrado MasterChef Brasil e apresentador do reality show Pesadelo na Cozinha, o francês naturalizado brasileiro comanda ainda um terceiro programa na Band, o Minha Receita, sobre pratos típicos da culinária nacional. Aos 55 anos, casado e pai de três filhos, Jacquin desembarcou aqui em 1995. Veio pensando em ficar apenas três ou quatro anos, ganhar dinheiro e voltar para a França. Agora diz que não vai mais embora. Nesses 25 anos, acumulou uma experiência considerável em terras verde-amarelas. No currículo, coleciona vários títulos de chef do ano e a nomeação Maître Cuisinier de France, a mais alta honraria da gastronomia francesa. Esteve à frente de várias casas como o Le Coq Hardy, Café Antique e La Brasserie. No final de 2019, abriu o Président e um ano depois inaugurou o bistrô francês Ça-Va. Na conversa com o Jornal de Negócios, ele fala sobre o mercado de alimentação fora do lar, impacto do MasterChef no dia a dia das pessoas e empreendedorismo. Quais diferenças o senhor vê no mercado de alimentação fora do lar entre a época que chegou ao Brasil e hoje? O mercado no Brasil melhorou bastante. Hoje é um mercado muito mais profissional, que tem muito mais variedades, os produtos são tratados de uma forma diferente; a evolução foi muito grande. Na verdade, o produto sempre existiu, mas não podemos esquecer que o Brasil é um país gigante, e a logística e como os produtos são tratados melhoraram muito. Hoje já temos mais opções de produtos orgânicos, um movimento maior do pequeno produtor, tem tudo para cozinhar muito bem. Lógico que as produções são diferentes na Europa porque é outro país, outra cultura, outro clima, é tropical. Tudo isso

Divulgação

Erick Jacquin: “Precisa ter maturidade para abrir um restaurante”

influencia. Mas tem muito produto maravilhoso aqui e que lá não tem. O senhor acredita que o programa MasterChef teve impacto em quem queria seguir carreira nessa área? Com certeza. MasterChef Brasil foi o primeiro programa verdadeiramente culinário na televisão, com competição. Deixou muita gente com vontade de entrar na carreira e seguir o caminho para ser cozinheiro. O programa mudou muito a forma como as famílias se alimentam. Na rua, nós, do programa, somos muito abordados por isso. Já ouvi muitas vezes que “graças a vocês meu pai cozinhou em casa pela primeira vez” ou “cozinhamos em casa e hoje comemos coisas diferentes”. Como empreendedor, o que o senhor fez lá atrás que não repetiria hoje? Eu não me arrependo de nada.

Mas pode ser que eu escolheria ir dormir mais cedo. Hoje reabri um restaurante, minha vida é diferente, eu tenho mais idade. Antes eu confiava muito nas pessoas. Mas eu não me arrependo de nada porque eu fiz as escolhas. Se eu errei é a minha culpa. E eu descobri que o mais importante é ter as pessoas certas do seu lado e ter um bom administrador. Qual o conselho para alguém que é um ótimo cozinheiro e está pensando em abrir um restaurante? Não basta ser um excelente cozinheiro para abrir o seu próprio restaurante. Precisa ter maturidade, estar pronto e ter uma boa experiência. E ter pé no chão, não pensar muito grande. Restaurante é uma fábrica de problemas, então precisa ter muita atenção, cada detalhe é muito importante. Com as questões de distan-

ciamento social, qual o cenário possível para os restaurantes em 2021? É uma tristeza total. Porque a gente precisa aprender a viver com a Covid. Não acabou a pandemia e não vai acabar agora. Vai demorar mais do que a gente imagina. Precisa se proteger muito, ter atenção. Infelizmente é muito difícil passar isso aos jovens, a “geração Covid”, que a gente vai chamar assim muito em breve, tenho certeza. Eu penso muito em como os jovens vão ser formados porque uma relação na frente do professor é muito importante. Uma tela nunca vai substituir um professor, um ser humano. Acho que as escolas deviam se preocupar com isso, elas se conformaram muito rápido com a situação. Esse modelo não é muito bom, não. Agora, vai depender de nós, de nos cuidarmos porque fechar tudo pode trazer a miséria, muita gente desempregada, pode ser uma catástrofe total.


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Bons resultados,

Desafios impostos pela Covid-19 serviram como impulso

Joyce Oliveira aproveitou a academia fechada para estudar gestão

Gisele Tamamar

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urante os quatro meses que a Joy Training ficou fechada na pandemia, Joyce Cristina de Oliveira aproveitou para se aprofundar nas questões administrativas e financeiras da academia. “Depois que reabri, fiz coisas que em três anos de existência do negócio não tinha feito. A academia era mal administrada. Eu tive uma mudança pessoal e minha consciência mudou”, relata a empreendedora, que prevê um 2021 de crescimento no faturamento. Joyce faz parte de um grupo de empreendedores que consideram que os desafios enfrentados na pandemia da Covid-19 trouxeram mudanças valiosas para o negócio.

Essa foi a percepção de 26% dos participantes da 8ª pesquisa do Sebrae sobre o impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios. Outros 13% se disseram animados com as novas oportunidades e 18% acreditam que o pior já passou. No entanto, 43% apontaram ainda muitas dificuldades para manter a empresa. O consultor do Sebrae-SP Felipe Chiconato destaca que em 2020 o comportamento de consumo das pessoas mudou, assim como as prioridades. “Para que 2021 seja bem melhor precisamos aprender com 2020. A capacidade de adaptação e de reinvenção das empresas para mim é o grande aprendizado.

O empreendedor é responsável pelo resultado que deseja para sua empresa”, reforça. Joyce conta que a academia, localizada no Grajaú em São Paulo, nunca foi “mal das pernas”, mas era mal administrada. “Comecei a trabalhar com pró-labore, reduzi meus custos e a academia respirou. Os alunos me ajudaram muito no período em que fiquei fechada e aproveitei para pintar o box e investir em mais equipamentos”, afirma. A empreendedora, que conseguiu ainda renegociar o aluguel, se esforça para ampliar a participação de alunos recorrentes e planeja para 2021 entender melhor a taxa de desistência da academia.

RECOMEÇO O empresário Fabio Feitoza viu o faturamento da fábrica de velas cair a zero com a pandemia, justamente no período que fez um alto investimento em matéria-prima de olho em datas tradicionais. “Tudo fechou, igrejas, buffets; nem velório podia fazer. Não tinha para quem vender velas”, lembra. Sem dinheiro em caixa para fazer o acerto com os funcionários, vendeu um carro e decidiu repensar o negócio. Em conversas com amigos, Feitoza chegou à solução de diversificar os produtos vendidos. Com cerca de 200 paróquias da cidade de São Paulo no portfólio de clien-


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mesmo na pandemia

para empreendedores mudarem seus negócios para melhor

tes, a saída foi ofertar não só velas, mas outros itens utilizados nas celebrações católicas, como hóstias e alfaias litúrgicas. O próximo passo foi buscar fornecedores e aprovar a entrada de mais dois sócios, o casal Martânia e Douglas Rosa, para ajudar com aporte financeiro. “Saímos de uma fábrica de velas para uma solução de produtos para paróquias. E também vendemos para o público final”, conta Feitoza, que também tem a esposa Ana Paula Inacio da Silva na sociedade. Agora, com a Hominis Deus, Feitoza dobrou o faturamento mensal em comparação ao mesmo período de 2019 e ajustou a preci-

ficação dos produtos para melhorar a lucratividade com a ajuda do Sebrae-SP. “Fomos do zero para o céu. Antes eu tinha que oferecer a vela para as paróquias. Agora somos requisitados”, afirma. Para 2021, a expectativa é dobrar o faturamento da Hominis Deus, investir na produção de conteúdo e kits de produtos temáticos. “Eu sempre fui cheio de ideias, mas não conseguia colocar em prática. Com a entrada dos sócios e mais dinheiro, os planos são grandes”, destaca Feitoza. Ter um delivery estruturado contribuiu para os números positivos da Broo’s Cookies, empresa criada em 2015 pela economista Bruna Rabelo. O negócio começou com a venda dos doces para amigos e pequenos cafés e a primeira loja foi inaugurada em 2017, na Vila Madalena, na capital paulista. A loja de fábrica no Campo Belo abriu as portas dois anos depois. E no fim de 2020, mesmo com todo o cenário desafiador, Bruna decidiu investir em mais uma loja, no Tatuapé. “A decisão foi baseada no nosso plano de expansão, que foi adiantado, frente ao aumento do consumo dos nossos produtos e fidelização dos clientes”, conta. A marca tem um público cativo que, mesmo com um frete mais caro, solicita a entrega para outras regiões onde não há loja da Broo’s Cookies. “Com um caixa estruturado e dinheiro para investir, frente aos meses de grande crescimento na pandemia, decidi não esperar e já inaugurar a loja do Tatuapé”, diz Bruna, que planeja novos investimentos na zona norte e Grande ABC. Para 2021, a expectativa é de crescimento. “O ano de 2020 nos mostrou uma mudança do perfil do consumo, e em 2021, apesar de incerto frente às questões da pandemia, acreditamos na manutenção do consumo via delivery, com crescimento do setor de alimentação”, afirma Bruna.

PERFIL Ao analisar as características dos empreendedores que conseguiram se superar na pandemia, como Joyce, Feitoza e Bruna, o consultor do Sebrae-SP destaca cinco particularidades. A primeira é a ação. Os empreendedores que tiveram os melhores resultado colocaram novas ideias em prática. A segunda característica foi correr riscos calculados. Todos fizeram uma projeção de qual seria o cenário com mudança e sem mudança, para poder assim calcular o tamanho do risco que estavam enfrentando. A inovação foi outro ponto em comum. Eles saíram da zona de

conforto e pensaram em maneiras de entregar a proposta ao cliente. O planejamento também foi fundamental. Todos pararam para avaliar o cenário atual, levantaram os pontos fortes e fracos, olharam para dentro e fora do negócio, buscaram e estruturaram os caminhos. A quinta característica foi o trabalho em rede. A busca de parcerias, contatos e o compartilhamento de experiências foi intenso entre quem conseguiu se superar. “Eu chamo a atenção para a ação. O empreendedor precisa assumir o papel de protagonista e buscar soluções para alcançar os resultados esperados”, ressalta Chiconato.

NO QUE PRESTAR ATENÇÃO NA HORA DE PLANEJAR 2021? • O que é seu negócio? (lembrando que isso não é seu produto ou serviço, mas sim o que de fato entrega como solução) • Como está o comportamento de consumo do seu cliente? • As necessidades dos seus clientes mudaram? • Qual o seu objetivo para 2021? Aonde deseja chegar? • O que você precisa fazer para chegar lá? • Fazer uma boa matriz SWOT ou FOFA (levantamento das forças e fraquezas, oportunidades e ameaças). * Como estará seu financeiro? Boa parte dos créditos tomados em 2020 começam a ser pagos em 2021.

Fonte: Felipe Chiconato, consultor do Sebrae-SP


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De olho no mercado

Câmbio atual favorece as exportações, mas o principal benefício Patricia Gonzalez

As cocadas da Yumm Brazil, da empresária Vanessa Abreu, já têm destino certo: Portugal, Itália e, logo mais, Estados Unidos

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ólar alto – como está atualmente – é ótimo para as empresas que vendem para o exterior: o produto nacional fica com preço atrativo lá fora e atrai mais compradores. Contudo, as vantagens de exportar vão além de aproveitar o câmbio favorável. Cruzar as fronteiras significa diversificar mercado e, principalmente, dar um salto de competitividade ao negócio. “Toda empresa deveria pensar em exportar.” Assim a consultora do Sebrae-SP Angelica Posadas começa a explicar para o dono de um pequeno negócio os aspectos positivos da exportação. Para exportar, a empresa tem de se preparar para atender aos padrões internacionais. Isso a torna mais competitiva, com reflexos também no mercado interno e no posicionamento da marca, melhorando a imagem do negócio frente a clientes, fornecedores e bancos. “A empresa que entra em uma trilha exportadora, automaticamente ganha competitividade por ter de adequar seu produto às demandas externas como embalagem e certificações, por exemplo”, diz Angelica. A consultora reforça que a motivação para internacionalizar o empreendimento não deve estar limitada à cotação favorável do dólar. Segundo ela, o comércio exterior deve ser encarado como se fosse a abertura de uma nova empresa com planejamento e estrutura próprios, independentemente do câmbio. Vanessa Abreu é uma das que começaram a vender para o exterior em plena pandemia. Ela é dona da Yumm Brazil, empresa produtora de cocadas que iniciou o processo de exportação em março de 2020, bem no início da pandemia no País. A empreendedora já atuava no mercado nacional desde 2015, mas com um posicionamento bem diferente do que tem hoje. Antes, sua empresa se chamava Panelinha de Coco e era focada no


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internacional

para a empresa que vende para outros países é o ganho de competitividade grande varejo. A ideia de exportar veio após um conhecido de Portugal experimentar o seu produto e querer levá-lo a seu país. “Entrei em contato com o Sebrae-SP para saber por onde começar. Participei de alguns programas e fiz contatos com pessoas da Itália, Estados Unidos e Portugal”, relembra. A partir daí, Vanessa conta que em seis meses sua trajetória rumo ao comércio internacional deslanchou. Com a pandemia, a aproximação e os contatos com o mercado ocorreram no ambiente digital. “Eu não teria condições de viajar para prospectar clientes. Com as rodadas de negócio virtuais do Sebrae-SP, os clientes vieram até mim. Eu estava começando e ainda não tinha um conceito pronto. Então apostei no potencial do meu produto.” As rodadas de negócio do Sebrae-SP ocorrem periodicamente e colocam em contato empresas de uma mesma cadeia produtiva a fim de facilitar os negócios entre elas. Após esse primeiro passo, Vanessa trabalhou duro para construir o posicionamento direcionado ao mercado internacional. A equipe participava de cinco a sete consultorias por dia e em outubro já havia enviado as primeiras amostras da cocada para distribuidores da Europa. Porém, se por um lado a Covid-19 intensificou as negociações a distância, por outro, causou dificuldades. “Por causa da pandemia também tivemos muitos atrasos na alfândega. Conseguir algumas matérias-primas, como o papelão para as embalagens, está mais difícil também. Para a caixa, a gráfica tem demorado cerca de 45 dias úteis para entregar. Antes levava de 10 a 15 dias.” Contudo, Vanessa comemora os resultados. Os primeiros carregamentos de seu produto para Portugal e Itália saem no início deste ano. A empresa já tem conversas para mandar as cocadas para os Estados Unidos, mas sem perder de vista os clientes conquistados no mercado nacional. “Exportar abre muitas

portas. O Brasil é um país continental, temos muito público e um mercado consumidor muito grande aqui. Nossa meta é manter pelo menos 20% a 30% do faturamento só em exportação e também olhar para o mercado nacional.” Atualmente a Yumm Brazil produz cerca de uma tonelada de cocada por mês. Mas para Vanessa, o volume ainda está baixo e ela pretende aumentar. “A capacidade da nossa fábrica é produzir dez toneladas por mês. Vamos avançar mais. O Brasil não está levando para fora produto de valor agregado. Ele está acostumado a vender commodities. Vendemos o conceito Brasil com qualidade.”

RECEITA DE FAMÍLIA A Farofa Santa Rita, empresa que a empreendedora Renata Sabbatini comanda com o marido, comemora cinco anos neste mês de janeiro. O produto é uma receita da sua bisavó que ela sempre apreciava nos churrascos e encontros da família. Renata cresceu ouvindo que deveriam colocar a farofa para vender e, ao optar por empreen-

der, não teve dúvida ao escolher o produto. As vendas da farofa foram tão boas que, há cerca de um ano, Renata começou a pensar em exportação. A partir de então, teve início um processo para melhorar a estrutura da empresa. Com isso, os resultados também apareceram no mercado nacional. “Conseguimos chegar aos melhores supermercados do Brasil. Colocamos a farofa em uma lata bem bonita e, para a nossa surpresa, descobrimos que o produto não precisa levar nenhum conservante para vender, o que facilita muito os trâmites de exportação também. Além disso, também não leva glúten. Então surfamos a onda do produto sem glúten e sem conservantes”, comemora. Há cerca de quatro meses, Renata fez a primeira venda para um distribuidor nos Estados Unidos. Em setembro a empresa foi procurada por outro distribuidor, que entrega em Portugal e na Holanda. E em novembro, foi a vez da Farofa Santa Rita chegar a Dubai. “Foi uma venda tímida porque farofa não faz parte da cultura deles, mas estamos

começando a ter esse movimento. Porém, para vender nesses países tenho de, por exemplo, entender sobre rotulagem, que varia conforme o local. Não posso mandar fazer embalagem em grande quantidade, pois atendo sob demanda e preciso colocar etiquetas em cada uma”, explica. De olho em atender ao mercado interno e externo, a Farofa Santa Rita recentemente transferiu sua fábrica para o interior de São Paulo. A ideia é dobrar a capacidade e ofertar novos produtos, sempre mirando o conceito da comida orgânica, relacionando com a farofa e com a imagem de um produto bem brasileiro. “Recebemos consultoria do Sebrae-SP por cerca de seis meses para fazer todas essas mudanças”, relembra. Vanessa e Renata engrossam o grupo de empreendedores que começaram a exportar recentemente. De acordo com levantamento feito pelo Comércio Brasil Sebrae-SP, mais de 450 empresas demonstraram interesse sobre o processo de internacionalização desde o início do ano até novembro.

VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA EXPORTAR? Para a empresa entrar no mercado internacional, ela precisa primeiro avaliar como está a gestão de seu negócio. É fundamental que, no âmbito nacional, ela tenha uma gestão enxuta e conheça seu ponto de equilíbrio, custos, lucro e que esteja ciente de que precisará investir para adequar seu produto. É preciso ter em mente também que o retorno não é imediato. Após a empresa analisar a parte interna e se certificar de que está tudo em ordem, o próximo passo é a capacitação para exportação. Nesse momento o empreendedor entenderá como funciona o mercado internacional, qual mix de produtos da empresa é o mais competitivo e qual o mercado mais adequado. Uma vez identificados esses pontos, é hora de adaptar o produto ao mercado-alvo. Só assim a empresa estará pronta para a prospecção de potenciais clientes, por meio de rodadas e missões internacionais e participação em feiras no exterior.

Outros pontos que fazem parte da preparação para vender para outros países são: legislação, documentação necessária, tributação, logística e como será feito o pagamento. Para saber mais sobre como entrar no mercado exterior, basta acessar o site do Programa de Internacionalização Sebrae Trade: https://bit.ly/sebraetradesp. Informações pelo telefone 0800 570 0800.


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PIX: AGILIDADE PARA

Com dinheiro transferido na hora, novo meio de pagamento ajuda

Gabriel Jareta

“P

osso fazer um Pix?” Desde meados de novembro, essa é uma pergunta que aos poucos está passando a fazer parte do cotidiano dos pequenos negócios no País. Com esse novo sistema de pagamento digital, o dinheiro passa da conta do comprador para o vendedor quase que instantaneamente, 24 horas por dia, sete dias por semana – em princípio, sem custo algum. De acordo com o Banco Central, responsável por criar o sistema, a chegada do Pix vai proporcionar inclusão financeira e, ainda, estimular a viabilidade de pequenos negócios.

No caso do empreendedor Thiago Leonardo de Almeida, dono da Mr BBQ House, uma boutique de carnes em Santo André, o primeiro impacto do uso do Pix foi facilitar o atendimento aos clientes. “Antes eu só podia oferecer pagamento no crédito ou transferência para quem não usa cartão. Agora, se o cliente me liga para fazer uma entrega às 16h de um sábado, eu ofereço o pagamento pelo Pix e fico mais tranquilo, o dinheiro aparece na minha conta na hora”, diz. Na prática, o Pix é uma transferência de valores, e pode substituir o pagamento em dinheiro, o pagamento no débito, um DOC

ou TED e o pagamento via boleto. O usuário cria uma chave junto à instituição financeira de preferência, utilizando seu CPF ou CNPJ, seu número de telefone ou mesmo um código aleatório, e pode receber o pagamento informando essa chave para o cliente. É possível ter mais de uma chave em instituições diferentes, e elas podem ser atreladas a uma conta física ou jurídica. Na hora de pagar o produto ou o serviço, os pagamentos também podem ser feitos via QRCode, que podem ser estáticos (em que você precisa informar o valor da venda) ou dinâmicos (gerado a cada venda).

No caso do QR Code estático, ele pode ser impresso e ficar “adesivado” na frente do caixa, por exemplo. Só mesmo compras a crédito e parceladas ainda não são possíveis – o que não significa que não serão no futuro. Afinal, a estrutura do Pix, com menos intermediários entre comprador e vendedor, deve permitir uma série de novas soluções que nem mesmo o Banco Central é capaz de prever. Por enquanto, Almeida diz que em sua casa de carnes ainda são poucos os clientes utilizando esse meio de pagamento, mas, até o momento, ele tem funcionado bem e

Thiago Leonardo de Almeida (camiseta preta) e o irmão e sócio, Bruno Leonardo de Almeida, da Mr BBQ House: uso do Pix facilita o atendimento aos clientes


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PEQUENOS NEGÓCIOS

empreendedores a organizar o caixa e amplia atendimento a clientes

ajudado a oferecer mais uma opção para o consumidor. “Se é muito trabalhoso comprar com você, a pessoa acaba desanimando. Com o Pix eu tenho menos incerteza no que posso oferecer. Minha única dúvida é se o sistema vai ser ágil em um horário de pico”, questiona. De fato, a agilidade e a segurança são questões levantadas pelos empreendedores e consumidores. “Pelo menos no início, o Pix não apresentou instabilidade e foi um sucesso em termos operacionais”, diz o consultor do Sebrae-SP Inge Ommundsen Neto. Segundo ele, as questões de segurança são as mesmas de qualquer operação digital, embora com o Pix as chances de erro sejam até menores. “Só é preciso prestar atenção se você está enviando para a chave certa, pode acontecer de alguém substituir o QRCode e você mandar o dinheiro para outra pessoa”, alerta. Para Ommundsen, o maior atrativo do Pix para os empreendedores é financeiro. A transferência instantânea não tem custos (pelo menos por enquanto), o que gera uma economia nas taxas das maquininhas de cartão e nos custos de TED e DOC. Quando – e se – as instituições financeiras passarem a cobrar uma taxa pelo uso do Pix em transações para contas jurídicas, a promessa é de que o custo vai ser baixo. Mesmo assim, o consultor aponta que as vantagens operacionais podem ser ainda maiores para quem souber fazer um bom uso do sistema. “Para o comércio eletrônico que oferece o pagamento em boleto com desconto, o Pix é muito mais interessante. É comum emitir o boleto, separar o produto do estoque para esperar a confirmação e depois a compra não é concluída. O Pix é instantâneo, você não tem esse problema”, diz.

GANHO DE TEMPO Bruno Maurencio, dono de uma confeitaria em Araçatuba, passou

a utilizar o Pix logo na época do lançamento. A primeira transação partiu do pedido de um fornecedor. “Em segundos o dinheiro já estava na conta dele, foi mais simples do que eu imaginava”, afirma. Para o empreendedor, o Pix tem se mostrado uma ferramenta para ganhar tempo. Como na maior parte do expediente ele trabalha sozinho na sua empresa, a Caramello Dourado, numa rotina de fazer doces, atender clientes e cuidar do marketing digital, o pagamento instantâneo ajuda a cortar caminhos. “Eu evito perder tempo com informações desnecessárias para o pagamento. Prefiro aproveitar os momentos com os clientes para conversar sobre os produtos, sobre os gostos deles”, diz. O Pix também acaba sendo uma solução mais prática para organizar as contas. Se um cliente paga via boleto, por exemplo, o empreendedor precisa esperar até dois dias úteis para ver o dinheiro na conta, anotar na planilha e descontar o custo de emissão. “O Pix é muito rápido e eu não tenho risco de fazer confusão para fechar o caixa”, diz Maurencio. O sistema também é bastante indicado para quem, como ele, não tem loja física e só vende pela internet. “Muitos clientes também compram para dar de presente, então é mais uma praticidade para eles”, ressalta. Na opinião de Ommundsen, do Sebrae, o uso do Pix é uma tendência crescente no mercado e as empresas devem se estruturar não só para oferecer essa possibilidade de pagamento, mas também para atrelá-la aos seus sistemas de gestão e de ponto de venda. Além disso, é hora de ficar atento às fintechs e às cooperativas de crédito, e o que elas podem oferecer de vantagem aos donos de pequenos negócios. “Vale procurar as instituições financeiras fora do tradicional, ver o que elas trazem de benefício. O importante é que os empresários estejam de mente aberta”, conclui.

COMEÇANDO A USAR

Afinal, o que é Pix? O Pix nada mais é que um sistema de pagamento digital criado pelo Banco Central. A novidade é que o dinheiro é movimentado na hora e o sistema está disponível 24 horas, sete dias por semana. Pode substituir o DOC, o TED, o pagamento em boleto ou o pagamento no débito.

Onde eu posso fazer o Pix? Quem pode usar o Pix? Quanto custa para usar o Pix? As transações realizadas por pessoas físicas não têm custo. Já para pessoas jurídicas, pode haver uma cobrança estabelecida por sua instituição financeira. Por enquanto, porém, a grande maioria das instituições não está cobrando nada.

Qualquer pessoa física ou pessoa jurídica que tenha uma conta. Basta cadastrar uma “chave” na sua instituição financeira de preferência: essa chave pode ser seu CPF ou CNPJ, seu telefone celular, seu e-mail ou um número gerado aleatoriamente pelo sistema.

Em qualquer instituição financeira autorizada pelo Banco Central, como bancos, fintechs ou cooperativas de crédito. Logo no início das operações, em novembro, foram autorizadas 735 instituições, mas o número deve continuar a crescer.

O Pix é seguro? A segurança do Pix é como a de qualquer meio de pagamento digital, com criptografia e dados protegidos pelo sigilo bancário. No entanto, o usuário precisa ficar atento a golpes e a erros, já que não é possível “desfazer” uma operação e um eventual reembolso dependeria de análise da instituição financeira.

Fontes: Banco Central e consultor do Sebrae-SP Inge Ommundsen Neto.


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Como fazer sua empresa aparecer na internet O

SEO é uma sigla para o termo em inglês Search Engine Optimization, ou otimização dos motores de busca. Isso se refere

CONHEÇA BEM A PERSONA A persona representa o perfil do cliente ideal para seu negócio. Ao contrário do público-alvo, em que é analisado um grupo de pessoas que são mais propícias a fazer negócio com sua marca, a persona possui características próprias como nome, idade, hobbies, entre outras informações. O primeiro passo para melhorar o SEO é conhecer muito bem quem é esse consumidor. Para isso, depois de definir a persona, busque por grupos em redes sociais que pessoas com esse perfil estarão presentes. Assim, você poderá descobrir o que estão buscando na internet e quais são os outros interesses desses usuários.

a um conjunto de técnicas para fazer com que sites sejam encontrados mais facilmente pelos algoritmos de buscadores como o Google. Confira

AJUSTE AS PALAVRAS-CHAVE As palavras-chave são os termos digitados nos buscadores para conseguir encontrar o que se está buscando. Por isso, é essencial encontrar quais farão as pessoas chegarem até o site de sua empresa. Comece pelas básicas, por exemplo, se sua loja virtual vende bolsas, logo todos os modelos de produtos que você oferece devem estar listados entre as palavras-chave. Além disso, encontre também termos que sejam mais específicos, como ‘bolsas para usar na praia’. Para descobrir o que os usuários buscam na internet é possível usar sites como o Google Trends e Also Asked.

algumas dicas do consultor Luiz Felipe Navarro, do Sebrae em Araraquara, de como melhorar o SEO do site de sua empresa.

CRIE CONTEÚDOS As pessoas não estão na internet apenas para comprar, mas também para poderem se informar ou se divertir. Para conseguir atingir sua persona em diversos momentos da rotina dela, construa conteúdos que possam impactá-la. Dessa forma, quando pensar em um produto, ela lembrará do que leu em seu site e deve buscá-lo na hora de fechar negócio. Aproveitando o exemplo da dica anterior, crie uma área no site onde a pessoa pode encontrar listas de bolsas que estarão na moda em determinada estação do ano ou que combinem com certas peças de roupa. Não se esqueça de aproveitar também para inserir no conteúdo as palavras-chave para que sejam melhores ranqueados, ficando nas primeiras páginas das pesquisas.

CONHEÇA OS BACKLINKS Ao desenvolver os conteúdos, coloque também os chamados ‘backlinks’, que são links em termos específicos que levam para outros textos, sites e até mesmo para páginas de produtos no seu e-commerce. A ideia é aumentar o conhecimento do usuário sobre um determinado assunto e também mantê-lo por mais tempo acessando as informações do seu site. Os backlinks, porém, estão entre os pontos que mais exigem atenção na hora de construir o SEO de uma página online. Isso porque os motores de busca levam em conta se o site está com links quebrados, aqueles que levam para páginas que não existem mais. Por isso, considere um período de tempo para sempre acessar todos os backlinks e se certificar que estão funcionando corretamente.

AS IMAGENS TAMBÉM IMPORTAM Para construir um bom SEO para o site de sua empresa não são apenas as palavras-chave que precisam de cuidado, mas também as imagens. Além de escolher boas fotos para produtos e para ilustrar os conteúdos, é importante renomear as fotos com uma breve descrição do que estão ilustrando. Dessa forma, é possível conseguir alguns acessos ao seu site pelas fotos que os usuários encontram no Google Imagens. Atualmente, até mesmo algumas ofertas de produtos já são mostradas nessa parte do buscador mais usado no mundo.

ATENÇÃO ÀS REGRAS Pode parecer uma dica um pouco mais técnica, mas é importante se atentar sempre às mudanças dos algoritmos de busca. Geralmente, essas atualizações trazem novos fatores que serão importantes para os sites ranquearem melhor. Por exemplo, a partir da mudança mais recente no algoritmo do Google, métricas como a demora no carregamento das páginas, a falta de compatibilidade com aplicativos móveis, falta de segurança e de atualizações constantes passaram a afetar negativamente como os sites são mostrados no buscador.


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Divulgação

Produzir para incluir ALEXANDRE XAVIER consultor jurídico do Sebrae

Normas jurídicas e MPEs Conhecer as normas jurídicas relativas à atividade empresarial é fundamental para qualquer empreendedor. Há uma série de pontos que merecem atenção para se trabalhar de forma regularizada e evitar problemas. A primeira obrigação legal ao empreender é a formalização da empresa. São vários os tipos empresariais e cada um com suas características, principalmente no tocante ao capital aplicado e responsabilidade do empreendedor, por exemplo: Empresário Individual, Eireli, Sociedade Simples, Sociedade Empresária Limitada, entre outros. Escolher a espécie empresarial mais adequada nem sempre é fácil. Outra questão é a trabalhista. Há na CLT tipos de contrato de trabalho adequados a diferentes necessidades empresariais, como contrato a tempo parcial, intermitente e por prazo determinado. O adequado planejamento reduz despesas e riscos de litígio na Justiça. O empreendedor precisa lembrar que a relação entre empresas e clientes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Algumas negociações B2B tam-

bém se configuram relações de consumo. Portanto, é desejável conhecer o CDC. Marcas, patentes e direito autoral são tópicos que implicam cuidado. Proteger suas marcas, imagem, produtos e serviços é de suma importância. Mas nem tudo é registrável. Quanto ao direito autoral, a lei discrimina aquilo que é passível de registro e o que não é. “Dados são o novo petróleo.” Provavelmente você já ouviu essa frase. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está em vigor com efeitos para todos. Como se adequar a ela? A Constituição diz que as empresas de pequeno porte devem ter tratamento diferenciado, mas não define o que exatamente. Para isso, existe o Estatuto da Micro e Pequena Empresa que institui o sistema de tributação simplificada Simples Nacional. Além disso, determina vantagens no que se refere a fiscalizações, licitações, obrigações trabalhistas, entre outros. A lista não acaba aqui e é natural o empreendedor ter dúvidas. Por isso, pode contar com a equipe do Sebrae-SP para prestar consultoria jurídica gratuita, presencial ou virtualmente.

Começo de ano, momento de expectativas, planos e a esperança de dias melhores com a vacina contra a Covid-19. Apesar de haver uma luz no fim do túnel, o caminho é longo até que tenhamos uma situação mais confortável em todos os sentidos. Entre os impactos econômicos da crise causada pela pandemia está o agravamento do desemprego. Para muitos com dificuldade de se recolocar no mercado profissional, o empreendedorismo surge como bote salva-vidas. Porta de entrada desse universo, a figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI) viu seu número aumentar sensivelmente em 2020: desde o início da pandemia, o país registrou cerca de um milhão de novos MEIs, chegando a mais de 11,2 milhões no total. São pessoas que resolveram aproveitar um talento ou a experiência em um determinado ramo para montar seu próprio negócio e voltar a ter renda. Isso reafirma o empreendedorismo como grande promotor da inclusão produtiva. Ao longo do ano passado o Sebrae-SP não poupou esforços para adequar sua atuação à realidade imposta pela pandemia e reforçar a ajuda aos donos de pequenas empresas. O primeiro passo foi estar mais conectado com o público. Entre nossas ações, desenvolvemos programas específicos para o enfrentamento da crise, disponibilizamos cursos gratuitos a distância, lançamos capacitação via WhatsApp, pas-

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

Acompanhe o Sebrae­‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo

samos a transmitir lives diárias sobre temas relacionados ao momento, realizamos a Feira do Empreendedor em formato digital, mantivemos nosso atendimento remoto e, quando houve condições, retornamos com o presencial. Além disso, colocamos à disposição linhas de crédito acessíveis e orientação para a tomada consciente de empréstimos. O empreendedorismo é uma força transformadora. Por meio do negócio próprio, por mais modesto que seja, pessoas em situação de vulnerabilidade têm a chance de virar o jogo e vislumbrar um futuro melhor. É a inclusão produtiva colocada em prática. Estudo feito nos Estados Unidos sob o comando do economista sênior do Instituto Goldwater, Stephen Slivinski, mostra que quanto maior a taxa de empreendedorismo, menor é a pobreza. O levantamento revelou que para cada ponto porcentual de aumento na taxa de empreendedorismo, há uma redução de 2% na de pobreza. Este ano, o Sebrae-SP vai continuar firme nesse propósito. A hora é de olhar para a solução, construir negócios fortes e produzir para incluir. Feliz 2021.

WILSON POIT, diretor­‑superintendente do Sebrae­‑SP

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi­‑lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br


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Para anunciar (11) 3177­‑4784 Comercial

o sebrae­‑sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilidade total por sua publicidade.

CONSULTORIA Consultoria em: ISO 9000, VDA, IATF, 14000, 45000, PBQPh, SASSMAQ, PPRA/PCMSO. www.sgqandrade.com.br. WhatsApp (11) 98265-8445.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Para tornar a comunicação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae­‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antecedência de 5 (cinco) dias úteis à data de realização do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pessoalmente nos Escritórios Regionais, pelo portal do Sebrae­‑SP ou pelo 0800 570 0800.

TUDO O QUE O EMPREENDEDOR PRECISA EM UM SÓ LUGAR www.empreendarapido.sp.gov.br


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Novo rumo na pandemia Com ajuda do Sebrae-SP, Nilva Magalhães reinventou seu comércio de roupas

Kaio Augusto

B

oa parte dos empreendedores começa na informalidade, quase como um teste antes de encarar o desafio de manter a empresa própria. Foi assim com Nilva Magalhães, dona e idealizadora da Nill Flowers Moda. Ela trabalhava como executiva de vendas com algumas marcas, mas após cinco anos nessa função, partiu para uma nova atividade que acenderia nela a faísca do empreendedorismo. “Comecei a trabalhar como sacoleira, levando peças para as clientes. Isso me fez ter o sonho de montar uma loja; comecei pelo Facebook e depois passei também para o Instagram”, relembra ela. Foram dois anos trabalhando apenas de forma digital pelas redes sociais, até que em 2018, Nilva montou na garagem da sua casa a primeira versão de sua loja física. Porém, ela percebeu que manter o negócio não seria uma tarefa fácil. “É muito difícil conseguir deslanchar. Por ser uma rua de bairro residencial, o movimento era pequeno. As clientes que eu já atendia pelo Instagram e pelo WhatsApp continuaram, mas era pouco. Confesso que em alguns momentos tive vontade de desistir”, afirma. Em 2020 ela estava decidida: se a empresa não evoluísse, seria o fim de sua jornada como empreendedora. O que a fez mudar de ideia foi um evento do Sebrae Aqui, realizado no Shopping Carapicuíba, ainda antes da pandemia. Após isso, Nilva começou a participar dos conteúdos, como lives e de um grupo de empresários com os quais

os consultores mantêm contato. Ela também participou do programa Enfrentar Mulher, realizado pelo Escritório Regional de Osasco. O programa foi desenvolvido para que empreendedoras tivessem apoio em suas atividades durante a pandemia. “Foi quando começaram as transformações; a Nilva pensou melhor no negócio dela”, conta Eliane Cavalcante Silva, consultora que acompanhou a jornada. Ela conta que Nilva realizou um diagnóstico de sua empresa, o que a fez perceber que estava perdendo muitas oportunidades. Com foco e vontade de aprender, a empresária passou por todas as consultorias, o que lhe rendeu um convite para participar do Sebraetec. “Eu fui escolhida para montar o meu e-commerce, em pareceria com o Senai. Foi um grande sonho realizado, porque até então eu não tinha condições para fazer algo desse tipo. Colocamos o site no ar em 13 de novembro”, comemora. Assim foi formalizada a Nill Flowers Moda, marca de roupas para mulheres evangélicas. “O fato de o negócio ter foco nesse público foi muito importante, pois ajudou Nilva a perceber que esse era um nicho comercial. Até então, ela costurava e comprava peças apenas para a igreja que frequentava. Quando ela veio para o Sebrae e estudou como divulgar isso como diferencial para esse segmento na rede social, houve o grande salto para a marca”, explica a consultora do Sebrae. A proximidade com o grupo de mulheres da igreja

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae­‑SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos­‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

Nilva Magalhães, da Nill Flowers Moda: direcionamento fez toda a diferença

que frequenta fez com que esse se tornasse o foco da marca. “O Sebrae foi muito bom para mim na pandemia. Os cursos, palestras e lives fizeram com que eu me distraísse dos acontecimentos relacionados à pandemia. O conhecimento nunca é demais e quando nós não temos acesso a isso, o

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor­‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Kaio Augusto, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários: Anderson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens:

que nos resta é ficar com medo do que pode acontecer”, relatou a empreendedora. “Nós procuramos sempre ‘segurar a mão’ das pessoas que buscam o Sebrae nesse cenário atual; tentamos conversar e entender o que está acontecendo. A Nilva confiou na gente e conseguiu ficar bem centrada nas vendas”, conta Eliane.

gettyimages.com. Diagramação: Christine Engelberg, Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães, Thiago Alves Vieira. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae­‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177­‑4784 SEBRAE­‑SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo­‑SP. CEP: 01504­‑ 001 PARA ANUNCIAR (11) 3177­‑4784

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TEC &

LIVROS A REGRA É NÃO TER REGRAS (INTRÍNSECA) Nunca houve uma empresa como a Netflix. De um serviço de locação de DVDs por correio a uma superpotência de streaming, em 20 anos a companhia se tornou um dos principais nomes da indústria de entretenimento do mundo. Com mais de 180 milhões de assinantes em 190 países e uma receita anual de bilhões de dólares, a Netflix causou uma verdadeira revolução com sua filosofia corporativa nada convencional. Cofundador, presidente e CEO da empresa, Reed Hastings se une à especialista no mundo dos negócios Erin Meyer para falar pela primeira vez sobre a cultura que transformou a marca em um exemplo inigualável de criatividade e adaptação.

SÓ 5% DA INDÚSTRIA ESTÁ PREPARADA PARA APROVEITAR O AMBIENTE DIGITAL Só 5% da indústria está preparada para aproveitar ao máximo as oportunidades do ambiente digital, segundo pesquisa da PwC com 2.380 executivos, de 76 países. Intensivas em tecnologia, as transcenders, como vêm sendo chamadas

CRIE SEU MERCADO NO MUNDO DIGITAL (GENTE) Seja para interagir com pessoas ou adquirir produtos e serviços, a internet tomou conta da nossa vida. Estamos diante de uma oportunidade rara: um mercado com potencial para crescer 100% ou mais nos próximos anos. Portanto, se você é um empreendedor com um negócio físico ou alguém planejando o primeiro negócio, desenvolver uma estratégia online deve ser a sua prioridade agora! Para ajudá-lo a começar, Bruno de Oliveira, fundador do Ecommerce na Prática, se propõe a compartilhar neste livro o passo a passo para que a sua empreitada seja bem-sucedida.

FACEBOOK PARA NEGÓCIOS (DVS EDITORA) Depois de gerenciar mais de R$ 5 milhões em anúncios para os seus clientes e de ajudar milhares de alunos nos seus cursos, Luciano Larrossa decidiu reunir todo o seu conhecimento num livro completo e que vai ensinar tudo o que você precisa saber para ter sucesso no Facebook. Todos os dias, milhões de empresas geram vendas pelo Facebook e utilizam a maior rede social do mundo para encontrar novos clientes. Independentemente do seu conhecimento atual, o livro traz as informações necessárias para começar a vender por meio da sua fan page.

as empresas de ponta, são reconhecidas por exigirem que seus funcionários colaborem no trabalho de toda equipe e sejam capazes de exercer múltiplas funções. Como consequência, as transcenders têm margem de lucro ao menos 17% maior do que a das concorrentes.

CONSUMIDOR FICA MAIS SELETIVO DURANTE A PANDEMIA A pandemia de Covid-19 fez com que os consumidores brasileiros ficassem mais seletivos nas compras, e quase um terço se sente sobrecarregado financeiramente. Os dados são de estudo da consultoria KPMG. O levantamento, que trata sobre o perfil de consumo em vários países durante a pandemia, mostra que 48% dos brasileiros estão mais seletivos em todas as compras, e 20% interromperam qualquer compra que não seja essencial. Já 15% dos consumidores brasileiros disseram estar tão pressionados financeiramente que estão lutando para pagar ao menos as compras essenciais.


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE Lojas compactas estão se tornando uma tendência?

Segundo o Mapeamento 2020 da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), 73,8% das startups nunca receberam nenhum tipo de investimento. Entre as que conseguiram

(26,2%),

41,5%

receberam aportes de investidoranjo, 28,4%, seed e 21,6% de aceleradoras. A pesquisa foi realizada entre maio e setembro deste ano com 3 mil empreendedores do ecossistema nacional de startups e também teve como apoio os dados do Startupbase. Hoje, há mais de 13 mil startups no País.

TRABALHO INTERNO Indicado ao Oscar como melhor documentário, Trabalho Interno (Inside job) retrata os lados obscuros de Wall Street. O documentário revela verdades incômodas da pior crise já vista desde 1929. Baseado em uma extensa pesquisa e entrevistas com políticos, economistas e jornalistas, o filme revela as corrosivas relações de governantes, agentes reguladores e a Academia. Inside Job expõe também uma teia de mentiras e condutas criminosas que prejudicaram a vida de milhões de pessoas. Disponível em Prime Video, Google Play Filmes e YouTube.

NA TRILHA DA INOVAÇÃO Conheça a Inpartec, empresa especializada em plataformas de produtividade e parceira Gold da Microsoft com faturamento na casa dos R$20 milhões.

Veja o vídeo em:

Divulgação

74% DAS STARTUPS NUNCA TIVERAM INVESTIMENTO

Por Lyana Bittencourt, diretora executiva do Grupo Bittencourt – consultoria especializada no desenvolvimento, gestão e expansão de redes de negócios e franquias

Já se foi a época em que ser grande era sinal de ser rentável e perene. Empresas inteligentes sabem que o acesso vale muito mais do que a posse. Grandes estruturas acabam sendo apenas custo quando a tecnologia permite acessar produtos, ganhar eficiência operacional e alcançar novos consumidores em mercados antes proibitivos, por não comportarem estruturas grandiosas. Nesse cenário, o desenvolvimento de lojas compactas, eficientes e rentáveis tem ganhado cada vez mais visibilidade. Esse conceito, que chamo de “Lean Concept”, está se tornando o queridinho de empresas que entenderam que a experiência do consumidor é mais determinante para a identificação com a marca do que o tamanho do empreendimento. Planejamento é fundamental. O conceito deve ser amparado em tecnologia para oferecer uma experiência fluída e sem atrito para o consumidor e com todos os canais de venda da marca integrados - o chamado omnichannel. Neste formato, em vez de ter uma área exclusiva reservada para estoque, os produtos – geralmente os best sellers –, ficam armazenados no próprio ambiente da loja, em prateleiras planejadas com armários, solução chamada de estoque rápido. Outro diferencial é o uso de tecnologias para relacionamento com o cliente, como o ponto de venda móvel no lugar do caixa físico. O consultor pode atender e fechar o pedido pelo celular e consultar estoques em tempo real usando um display interativo instalado nas lojas. O que também economiza “posições” na estrutura da loja. A pandemia acelerou o processo de ressignificação do papel das lojas físicas e é preciso estar atento. Muitas empresas acabam quebrando não por fazer algo errado, mas por fazerem sempre a mesma coisa sem se modernizar e entregar o que o consumidor precisa. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande

https://youtu.be/n4rw4CvRCAw

um e­‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.


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Uma marca de respeito

Insatisfeito com o mercado de streetwear, Lucas Fonseca decidiu criar a própria grife Marcos Leodovico*

“T

udo começou em 2014. Eu gostava muito da moda streetwear e comprava de uma marca que, por ser independente, era difícil de encontrar na região de Campinas. Comprava tanto dessa marca que ganhava cupons de desconto para as compras seguintes. Meus amigos começaram a me perguntar de onde eram essas roupas. Falei que era de uma marca de São Paulo e que eu poderia revender para eles se quisessem. Dito e feito. Comecei a comprar para revender e meu lucro eram os cupons de desconto que ganhava. Até que resolvi perguntar à empresa se eu poderia ser um revendedor autorizado. Disseram que se sem loja ou CNPJ não estaria autorizado a vender. Fiquei revoltado e fui pesquisar os custos para fazer camiseta; me impressionou o quanto era barato, baseado no preço final. Tive então a ideia de fazer cerca de 40 peças. Escolhi três imagens de ícones mundialmente conhecidos de que gostava e mandei produzir as camisetas. Quando ficaram prontas, tive a ideia – antes de começar a vendê-las – de usar as peças para chamar a atenção. Muitas pessoas me perguntavam se eu estava revendendo as roupas daquela marca. Com o peito cheio, disse: ‘Não, dessa vez essa é minha, eu mandei fazer’. Vendi as 40 peças em um mês, apenas de boca em boca. Vi, então, que precisava de um nome para minha marca. Pensei em algo que teria impacto e que poderia fazer sucesso. Gostava da palavra respeito, mas em português não combinava com o que eu queria. Decidi mudar para o inglês Respect. Fácil de falar e lembrar. Gostei tanto do nome e do logotipo que resolvi patentear.

Na época, de 2015 a 2016, eu fazia faculdade de logística e tinha um emprego em uma multinacional. Patentear custava R$ 2 mil; era uma aposta ousada e cara. Não tinha o dinheiro, pedi para minha mãe emprestado. Ela achou loucura pagar R$ 2 mil em algo que eu nem sabia se ia dar certo. Dividia meu tempo entre meu emprego fixo e a minha marca. Como tinha decidido apostar todas as minhas fichas no meu negócio, abri um pequeno e-commerce em casa. Comprei um computador e uma mesa. Tive a ajuda do Sebrae em Campinas para virar MEI e entender como eu poderia dar fluxo ao meu caixa. E assim comecei as vendas online. A partir daí, as lojas passaram a me procurar para fazer a revenda dos meus produtos, mas nunca fui muito a favor disso. Algumas lojas não me pagavam, o que me deixava muito preocupado. Minha preferência sempre foi por eu mesmo efetuar as vendas e conquistar os clientes. Com a minha marca ganhando reconhecimento no mercado digital, em 2017, o grupo Kanui/ Dafiti me convidou para integrar o marketplace deles com as minhas peças. Isso ajudou a dar valor à minha marca, e o melhor de tudo: a comissão por vendas era alta. Em 2018, me dei conta de que a marca ultrapassou meus limites e eu precisava sair do fundo da minha casa para abrir uma loja maior. Precisava de um espaço onde poderia expor minhas peças e receber pessoas. Fui para uma galeria em uma rua deserta – a ideia era apenas ter o espaço – e foi ali que o faturamento começou a aumentar. Não cheguei a ficar um ano nesse local. Acabei me empolgando e transferi a loja para uma avenida

Lucas Fonseca, da Respect, começou o negócio com 40 camisetas e hoje tem cinco lojas

movimentada. Pagava quatro vezes mais pelo aluguel do novo local, mas muitas pessoas passavam, olhavam e entravam. Deu para aproveitar o espaço de todas as formas, coloquei banners e outdoors do jeito que eu sempre quis. Assim nasceu a primeira loja de rua da Respect, em Campinas. Ali a clientela aumentou, eu estava ganhando reconhecimento na cidade, mas recebia questionamentos dos antigos clientes me perguntando por que me mudei para longe. Eles pediam para abrir uma loja no mesmo bairro da galeria. Isso começou a mexer comigo, pois foi por causa deles que a marca cresceu e naquele local tudo começou. Sentia a obrigação de um dia reabrir uma loja lá, só que na rua principal do bairro. Fui chamado de louco, pois tinha acabado de inaugurar a outra loja, mas era um presente que estava dando para quem sempre me apoiou. Então, em novembro de 2019, nascia a segunda unidade.

Com o segundo ponto aberto, comecei a pensar em como transformar minha marca em franquia ou rede, mas tinha medo em dar o primeiro passo. Um dia, uma cliente perguntou quanto eu cobraria para vender uma franquia para ela. Fiz os cálculos por cima e ela topou. Nascia a terceira loja. A primeira como franquia. Em 2020, a nossa marca chegou a cinco lojas, sendo três em Campinas, uma em Americana e uma em Maringá, no Paraná. Para 2021, estamos planejando a sexta loja, em Sumaré, região de Campinas. Além disso, estamos atendendo em todos os meios digitais. A dica que eu dou para quem tem o desejo de começar é: tenha foco naquilo que você quer. Depois que saí da empresa de logística em que trabalhava, as coisas começaram a dar certo. Não tenha pressa em ter sucesso, pois é consequência do trabalho.” *Estagiário sob supervisão dos editores


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