JORNAL DE NEGÓCIOS - #322

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facebook.com/sebraesp    youtube.com/sebraesaopaulo    twitter.com/sebraesp     instagram.com/sebraesp | Versão impressa ­‑ 241.559 exemplares # 322 | Fevereiro de 2021 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 |

Leticia Canesin, da Malulê Calçados, de Sertãozinho: lives impulsionaram faturamento

OPORTUNIDADES AO VIVO As lives se tornaram uma opção de entretenimento durante a pandemia, mas elas também podem ser um canal de vendas eficiente Pág. 8 Setor audiovisual busca saídas para sobreviver Pág. 4

Como fazer seu negócio ser digital na prática Pág. 6

Transforme o WhatsApp em um aliado nas vendas Pág. 10


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Vender, lucrar e continuar em movimento TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor

Diante da pandemia da Covid-19, aprendemos a conviver com uma série de novas certezas e reinventar processos, produtos e a maneira de gerir o negócio. Uma delas é que o mundo está ainda mais digital e assim vai continuar. Estudos de diversas partes do mundo apontam que 60% das relações comerciais serão totalmente digitais, via aplicativos, redes sociais, WhatsApp; e os 40% restantes serão híbridos, começando a compra no digital e finalizando no presencial ou vice-versa. Você está pronto para atuar dessa forma? Esta edição do Jornal de Negócios está recheada de dicas e histórias inspiradoras. E aqui deixo mais uma, da Art Esfiha, restaurante libanês localizado na capital paulista, das irmãs Márcia, Maria Ângela e Rosa, que começaram vendendo esfihas de carne e quibes sob encomenda e agora têm este lugar aconchegante no bairro do Paraíso, que funcionava de maneira bem tradicional. No começo da pandemia, em março, fui almoçar lá e aproveitei para saber como estavam os negócios. Como a maioria dos restaurantes, salão bem vazio e as irmãs e sócias pensando em fechar o estabelecimento. Depois de uma conversa, fizemos o diagnóstico e apresentamos um roteiro, que envolvia ações de curtíssimo prazo, como renegociação de contratos, ajuste de custos e entrada no mundo das vendas online e do delivery – elas utilizavam as redes mais como vitrine e não como ferramenta digital de negócios. Após quase 90 dias, voltei lá e a história era outra. Perguntei de novo como estavam as coisas e elas, sorrindo, respondem: “Seguimos as dicas e estamos trabalhando muito, atendendo pedido via WhatsApp e com delivery até de domingo”. Essa é uma visão de futuro muito interessante, extraindo o que há de melhor nas experiências vividas, aproveitando o presente para tirar do caminho o que nos impede de ganhar velocidade e musculatura, aprendendo a cada dia, integrando esforços, ampliando redes, com visão e ação focadas no que virá.

O processo de imunização contra Covid-19 deve seguir ao longo do ano. Até lá, continuaremos com obstáculos a vencer, mas agora já mais preparados para superá-los.

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E como é hora de reajustar planejamento, segue o check-list que fizemos com as irmãs da Art Esfiha. Tenho certeza de que será muito útil.

Certifique-se que a saúde financeira da sua empresa está em ordem. Proteja seu caixa, ajustando custos fixos e variáveis. No início da pandemia, os MEIs tinham oito dias, em média, de caixa para pagar seus compromissos financeiros; as pequenas tinham 12 dias. Menos de 20% tinham reserva em caixa para atravessar o pior período da crise. Por isso, renegocie os compromissos vigentes e futuros com fornecedores, parceiros e prestadores de serviços diretos; redimensione, se necessário, o número de colaboradores; racionalize o estoque (pode ser hora de uma boa promoção). Crédito orientado: existem diversas linhas de financiamento acessíveis. Mas, cuidado: só contrate crédito após fazer a lição de casa e analisar os custos da empresa. Inicie ou reforce sua presença online: invista em marketing e mídia digitais, com perfil nas redes sociais e em marketplaces. O Sebrae-SP concentra na plataforma compredopequeno. sebraesp.com.br diferentes iniciativas de diversos parceiros. Todas as iniciativas listadas na plataforma são checadas previamente pelo Sebrae-SP e identificadas com o selo “Sebrae Compre do Pequeno” em seus canais. Se não for para comercializar, marque presença nas redes, dê dicas, relacione-se com seu público e conheça suas dores e desejos (quem sabe surge daí um produto ou serviço inovador). Garanta as medidas de segurança de seus colaboradores e de seus produtos/serviços e comunique claramente aos seus clientes. Atue em cooperação, expanda sua rede. A pandemia mostrou que a solidariedade ganhou força e espaço nesse novo normal. Reserve um tempo para aprimorar seus conhecimentos em gestão e no aperfeiçoamento de suas técnicas. É isso que vai levar a encontrar soluções inovadoras e tornar seu empreendimento cada vez mais competitivo.

É o momento de manter a sinergia. No Sebrae-SP vamos continuar acelerando para garantir aos quase cinco milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs), micro e pequenas empresas o acesso a soluções e ferramentas que ajudem nessa jornada. Porque acreditamos que é dessa forma que vamos acelerar não só o processo de retomada, mas o de sustentabilidade do setor produtivo e da economia nacional. Ótimos negócios!


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Entrevista do mês

Passos na direção certa

Bárbara Mattivy fala sobre a criação e a expansão de sua marca de calçados veganos, a Insecta Shoes Divulgação

Roberto Capisano Filho

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Insecta Shoes nasceu em 2014, no Rio Grande do Sul, com uma proposta muito bem definida: ser ambientalmente responsável. Os sapatos da marca são veganos e ecológicos. Todos os modelos são feitos com a reutilização de roupas vintage, garimpadas em diferentes locais ou com tecido ecológico feito com garrafas pet recicladas. O solado é de borracha reaproveitada e os demais materiais usados vêm de excedentes da indústria. Outra característica é que os calçados são todos unissex. Durante a pandemia, a produção foi diversificada, passando a incluir novidades como pantufas – adequadas para serem usadas em casa – e a linha de tênis, um dos itens mais pedidos pelos consumidores da marca. A Insecta não tem fábrica própria. A equipe é formada por 16 funcionários e, de forma terceirizada, produz cerca de 2 mil pares por mês. Além das duas lojas em São Paulo, a Insecta também está em Brumadinho e Goiânia. No ano passado, cruzou a fronteira e começou a vender seus produtos – por intermédio de lojistas parceiros – na Alemanha, França, Espanha, Israel, Estados Unidos e Canadá. Em 2019, a Insecta registrou faturamento de R$ 3,8 milhões. A sócia-proprietária Bárbara Mattivy contou para o Jornal de Negócios um pouco mais sobre a marca. O que motivou a criação de uma marca vegana? A marca surgiu de forma bem espontânea. Na época eu tinha um brechó, e minha cofundadora tinha uma marca de calçados que usava o excedente de tecido da indústria calçadista. As duas já tinham a preocupação com o pós-consumo, e de uma parceria onde transformamos as roupas de brechó em sapatos, nasceu a Insecta. Com aqueles produtos em mãos, fez muito sentido que criássemos uma nova marca 100% vegana, mais inovadora e ecológica. Sustentabili-

Bárbara Mattivy, da Insecta Shoes: marca tem a preocupação com o pós-consumo

escolhas, seja por meio da redução do lixo, do veganismo ou às vezes até mesmo reduzindo o consumo de carne e derivados. A pandemia teve muito impacto nos negócios da Insecta? Sim. Acho que são muito poucos os negócios que não foram impactos, não é? Até hoje existe falta de matéria-prima disponível, e isso atrasa nossa produção, por exemplo. Tivemos de fechar duas lojas físicas na época de quarentena, isso impactou o faturamento. Nosso time migrou todo para o trabalho remoto. Positivamente, conseguimos agir rápido e lançamos produtos para as pessoas ficarem em casa de Insecta (chinelos e pantufas). Recebemos muito apoio da nossa comunidade e, como já tínhamos o canal digital fortalecido, conseguimos crescer por meio dele. Sou muito grata pela confiança que todos depositaram na gente nesse momento.

dade é um tema superabrangente e veganismo faz parte também dele. Além da matéria-prima, obviamente, qual a grande diferença de empreender com produtos veganos? O material realmente é onde está o maior impacto, mas tem também o processo produtivo na fábrica, que deve levar em conta uma produção 100% vegana, e todo o restante da rede produtiva e de distribuição. A grande diferença é que você está considerando o bem-estar dos animais em todos os pontos de contato da empresa, desde a concepção do produto até a comunicação. Como é o processo para obtenção da matéria-prima? Para a linha vintage, que são os sapatos feitos com roupas de

brechó, garimpamos as peças uma a uma, visitando brechós e fazendo essa curadoria. Para as outras linhas, usamos tecidos lineares ecológicos e reciclados e estampamos com as ideias do nosso time criativo. Além disso, para o restante do material (solado, cadarço, palmilha etc.) tentamos garantir que o máximo dos componentes seja de origem reciclada e tudo, sempre, livre de crueldade, é claro. Qual o perfil do consumidor da Insecta? É uma maioria de pessoas ecologicamente conscientes? São jovens adultos urbanos que têm algum tipo de consciência ambiental, sim. Levam uma vida mais consciente e estão buscando sempre aprimorar suas

Como foi a internacionalização da marca? Recebemos um convite do consulado canadense para levarmos a empresa para lá, e começamos tudo de forma bem enxuta, como fizemos no Brasil, focando primeiramente nas vendas online e com a menor operação possível, até que o mercado se mostrasse promissor e nossa ideia fosse validada. Em abril de 2021, completaremos dois anos de operação internacional, temos crescido bastante, mas ainda tem muito trabalho para fazermos nessa frente. Quais os próximos passos da empresa? Para 2021, queremos crescer no digital, testar novos produtos e evoluir o cálculo de impacto da empresa como um todo. Em três anos, queremos inaugurar a fundação Insecta, que receberá parte do resultado da empresa para se dedicar a uma causa de impacto socioambiental.


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Luz, câmera e...

Sem festas e eventos, empresas do mercado audiovisual buscaram

Anderson Cunha, da Insert Filmes: lives e campanhas eleitorais para superar a queda na receita

Kaio Augusto

E

ntre as muitas coisas que a pandemia afetou profundamente, estão os eventos sociais e festas familiares, que tiveram de encontrar novas formas para acontecer. Com os salões de portas fechadas, o que entrou em cena foram os diversos aplicativos de chamada virtual. Quem também viu seu espaço minado por essa nova realidade de distanciamento social foram os negócios do mercado audiovisual. Muitas dessas empresas tinham o foco em criar lembranças

com fotos ou vídeos desses momentos especiais. Porém, com o início da quarentena, logo vieram os cancelamentos de serviços marcados e o sentimento de incerteza para os rumos desse setor. Quem logo percebeu que o momento teria um impacto sem precedentes para os seus negócios foi Anderson Silva da Cunha, sócio-diretor da Insert Filmes, empresa especializada na cobertura em vídeo de eventos sociais e profissionais. Logo em março de 2020, quando foram realizados os primeiros

decretos de fechamento do comércio, a empresa perdeu os primeiros trabalhos. “Se eu bem me lembro, a ordem de fechamento aconteceu em um sábado, e logo o evento de um cliente que estava marcado no domingo foi cancelado. Era um ótimo contrato, mas isso não nos abalou porque tínhamos a esperança de que em três meses tudo estaria normalizado novamente”, relata ele. A Insert Filmes, com oito anos de mercado, sempre conseguiu fechar as contas, diz Anderson, mas estava longe do que ele e

o sócio, seu irmão Carlos da Cunha Júnior, esperavam dos resultados. Foi em 2017 que a empresa passou pelos primeiros sinais de uma melhora nos negócios, atingindo o melhor momento em 2019. No começo de 2020, as coisas estavam caminhando muito bem. “Todo início de ano é mais parado, pois os clientes acabaram de gastar mais com contas anuais, como IPVA, IPTU e escola dos filhos. Porém, em 2020, nós nem tínhamos conseguido tirar o mês de férias como costumávamos fazer. Nós não


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novos negócios

novas formas de continuar de portas abertas durante a pandemia Arquivo pessoal

paramos um minuto, até vir a pandemia”, relembra. Para fugir dos momentos mais complicados, a transformação foi essencial para muitos setores do mercado e essa exigência também pairou sobre o setor audiovisual. Para o consultor do Sebrae-SP César Ossamu Filho, a dificuldade da mudança foi causada pela maneira costumeira de como os negócios eram feitos nessa área. “As empresas do setor audiovisual muitas vezes esperam que os clientes demandem as produções com bases em neces-

sidades. Só que esses negócios possuem todos os recursos, como câmeras, iluminação, profissionais prontos para desenvolver roteiros, que poderiam vender para esses consumidores as possibilidades desses trabalhos”, explica. Ossamu destaca que a digitalização forçada que muitos empreendedores precisaram passar é um dos campos abertos de oportunidades para quem desenvolve projetos em áudio ou vídeo. “Existem eventos que deixaram de existir presencialmente, mas migraram para o digital. Para isso, são necessárias algumas estruturas que as agências desse setor podem fornecer, como desenvolver projetos completos ou a expertise no uso de equipamentos de vídeo e iluminação”, explica. A insegurança fez com que Anderson e Carlos pensassem em deixar essa área para embarcar em uma empreitada no ramo alimentício, mas a paixão pelo audiovisual os fez lembrar que em épocas passadas também tiveram de encontrar novos produtos que poderiam ser oferecidos para os clientes. “Em 2016, quando os tempos financeiros também estavam mais complicados, nós sobrevivemos produzindo vídeos de pets. Em 2020, nossa sacada foi aproveitar o aumento no número de lives, por isso passamos a realizar essas produções para os clientes.” Além disso, Anderson também conta que o ano de eleições municipais teve papel importante para recuperar o ritmo dos negócios. “A política ajudou muito a produtora. Como os candidatos não podiam fazer divulgação com aglomerações, eles precisaram muito de vídeos para divulgar as campanhas. Isso foi tão benéfico para a Insert Filmes que eu tive de contratar um profissional para me auxiliar e meu irmão contratou mais quatro editores de vídeo. Nós saímos de um ponto em que pensávamos em encerrar as atividades para uma realidade em que pudemos expandir a nossa equipe”, conta Anderson, que já está com contratos fechados para 2021.

ATENÇÃO ÀS CONTAS Além de todas as transformações digitais, a pandemia foi o momento que as empresas começaram a analisar e refazer os planejamentos financeiros. Voltar as atenções para esse ponto foi o que ajudou Denise Guerra Bastos, sócia-proprietária da Biografia FotoStudio, a manter as atividades nesse período. A principal atividade da empresa eram as fotografias familiares, realizadas em estúdio próprio, bem como algumas produções gráficas. “Nós estávamos seguindo um ritmo bem legal, pois temos contratos com muitas famílias, mas, a partir do momento que nós tivemos de fechar, nosso faturamento praticamente zerou.” Denise conta que eles não demoraram muito para agir após as primeiras recomendações de distanciamento social serem definidas em março do ano passado. “Logo no início, nós sentamos e pensamos vários cenários de quanto tempo ficaríamos fechados. Colocamos nessa balança que a retomada seria lenta, muito

pelo receio das pessoas”, relembra. Ela contou com a ajuda de um consultor financeiro para auxiliar a analisar o fluxo de caixa e conseguir definir se seria necessário tomar a difícil decisão de encerrar os negócios. “Se a empresa continuasse operando como antes e esperando a reabertura, eu poderia acabar sacrificando os negócios. Nós precisamos fazer um plano de redução da equipe, utilizando todas as medidas trabalhistas que foram disponibilizadas na época, para poder seguir as projeções de custos e continuar funcionando”. Esse planejamento fez com que a Biografia FotoStudio não só se mantivesse aberta, como também realizassem uma mudança no espaço físico. “Esse período nos permitiu ir para uma nova loja, algo que nós queríamos muito. A pandemia fez com que o mercado imobiliário também nos auxiliasse e atualmente temos uma loja tanto com uma localização melhor, como com um custo mais baixo. O que nos ajudou foi a agilidade que tivemos em organizar nossas finanças”, conta.

IDEIAS PARA INOVAR O consultor César Ossamu Filho selecionou algumas sugestões para que as empresas do setor audiovisual possam pensar em novos negócios Pesquise áreas que precisam de divulgação Alguns segmentos de mercado podem ter dificuldades para anunciar seus produtos e serviços e alcançar novos clientes. As empresas de audiovisual podem pesquisar quais dessas áreas estão mais aquecidas e fechar parcerias para produzir os materiais de divulgação, tornando-se referência no setor. Aproveite as oportunidades digitais A transformação digital que muitos empreendedores precisaram passar para trabalhar durante a pandemia também trouxe novos formatos que as empresas do audiovisual podem aproveitar. Exemplo disso foi o aumento na popularidade das lives e na demanda por conteúdos educativos em vídeo.

Encontre oportunidades escaláveis O mercado audiovisual costuma trabalhar com a demandas de clientes. Porém, empresas desse setor podem pensar em modelos disponíveis na internet para comercializar suas produções. Os bancos de imagem, que vendem fotos e vídeos para o mercado publicitário e cinematográfico, são um exemplo de plataforma que compra esses conteúdos para expandir o catálogo. Venda a expertise Algumas empresas podem não ter o capital necessário para investir em produtos audiovisuais profissionais, cabendo a elas mesmas essa produção. Os empreendedores podem, então, vender consultorias de como melhorar as fotos e vídeos para divulgação em redes sociais ou para outras formas propaganda.


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Transformar

Muito mais do que criar perfis nas redes sociais, transformação Rogério Lagos

A

s restrições do dia a dia e o distanciamento social impostos pela pandemia do novo coronavírus vêm desafiando os empreendedores há quase um ano. Se antes da Covid-19 boa parte do atendimento era exclusivamente presencial, hoje são necessárias alternativas para seguir faturando. E muitas dessas soluções passam pela transformação digital dos negócios, que foi acelerada nesse período. Mas, afinal, o que é a transformação digital? A consultora de marketing do Sebrae-SP Ariadne Mecate explica que se trata do processo de usar a tecnologia para resolver um problema e trazer melhores resultados para a empresa, seja ela de qualquer porte ou segmento. No entanto, ela ressalva que não basta apenas decidir usar uma tecnologia, mas sim incorporar essa mudança na cultura e comportamento do empreendimento. “Os empreendedores precisam querer que a transformação aconteça, que essa melhoria avance. Para isso, precisam levar essa importância de usar a tecnologia e suas vantagens para o negócio e fazer com que se torne uma prática diária para os colaboradores.” A especialista explica ainda que não basta criar perfis nas redes sociais, pois a transformação digital vai muito além de novos canais. “A empresa pode querer otimizar seus processos, aumentar os canais de vendas, melhorar a experiência do cliente ou a produtividade e eficiência dos negócios. É necessário entender quais são os objetivos, definir a estratégia e, aí sim, decidir a ferramenta mais adequada. Quando todos entendem a importância desses pontos, trabalham isso na cultura da empresa e os clientes percebem o valor em tudo o que está sendo feito. É aí que a transformação digital acontece.” Pesquisa realizada pelo Sebrae e Banco Mundial com 1.677 donos de micro e pequenas empresas mostra que o impulsionamento da digitalização causado pela pande-

Giulianna Ferrero conseguiu migrar o atendimento presencial da sua clínica de fisioterapia para o online

mia facilitou processos e operações. Das empresas consultadas, 22% passaram a usar plataformas digitais, enquanto 60% que já faziam uso intensificaram suas ações. O uso principal se deu nas áreas de marketing (70% das empresas da amostra) e vendas (56%). As entregas de produtos e serviços foram digitalizadas em 32% das empresas; 29% digitalizaram partes da gestão do negócio; e 25% digitalizaram formas de pagamento. Houve também o uso digital para outras funções de gestão: 12% digitalizaram o gerenciamento de fornecedores e 10% digitalizaram o planejamento da produção. Quanto ao faturamento, entre as empresas

que iniciaram o uso com a pandemia, as plataformas digitais respondem por 22% do faturamento. Entre as empresas que já faziam uso antes e intensificaram durante a pandemia, essa modalidade responde por 34% do faturamento em média.

DNA Pensando justamente nos objetivos e estratégias do negócio, a Balance Fisioterapia já nasceu com o DNA digital em agosto de 2017, em Moema, na Zona Sul de São Paulo. Mesmo realizando atendimentos 100% presenciais, a empreendedora Giulianna Ferrero conta que sempre

estudou muito sobre marketing digital e via nos conceitos a solução para a conquista de novos clientes. A princípio, produzia conteúdo para seus perfis no Facebook e Instagram, além de anúncios direcionados via Google Ads. Deu tão certo que o aumento de clientes atrelado à limitação física do espaço fez com que abrisse uma filial na Vila Clementino, também na Zona Sul da capital paulista, trazendo novidades como com aulas de pilates. Tudo ia bem, até que a pandemia chegou. Apesar do sucesso na busca por clientes online, o atendimento totalmente presencial foi o maior desafio. “Colocamos muito as mãos


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para resistir

digital exige objetivos, estratégias e escolhas por ferramentas corretas

nos pacientes durante os exercícios. Não sabíamos por quanto tempo ficaríamos fechadas e isso nos causava muita aflição, até porque nossos pacientes neurológicos não podiam ficar parados por muito tempo. Foi aí que utilizamos o digital para seguir como nosso negócio, propondo atendimento 100% online.” Giulianna explica que expôs a realidade aos pacientes e sugeriu as aulas online, a princípio, como teste. A maioria topou e, juntos, venceram as limitações da distância para seguirem evoluindo nos tratamentos. “Teve paciente que até preferiu o online, já que assumiu

que nos usava como ‘muletas’ para não realizar um exercício corretamente. Mas estando em casa, sozinho, precisava se empenhar mais”, relembra. A empreendedora também deixou a timidez de lado e passou a produzir conteúdo em vídeo para outros perfis de redes sociais. Criou uma conta no Tik Tok, perfis no LinkedIn e Pinterest, canal no YouTube, enriqueceu o conteúdo do site e aprimorou o atendimento humanizado pelo WhatsApp. “Gostamos muito das ideias do mundo digital. Passamos a fazer lives teóricas e de exercícios e a aceitação do nosso conteúdo foi muito positiva.” A empresa atuou de forma 100% online durante os meses de março a maio de 2020, passando depois para um modelo híbrido. Como resultado, tiveram no último mês de outubro o maior faturamento da história da empresa, além de igualarem os números de novembro e dezembro com os de 2019, antes da crise. “Hoje deixamos de ser uma empresa de São Paulo para atender a todo o Brasil de forma online. A transformação digital permitiu nos conectarmos com mais pessoas, extrapolar fronteiras e nos mantermos vivos e fortes durante a pandemia”, comemora a empreendedora, que, em 2021, ainda pretende aprimorar o atendimento online com inteligência artificial no suporte aos exercícios a distância.

NASCIMENTO DIGITAL Criada pela necessidade de renda e atrelada à vontade de ter o próprio negócio, a Kyro’s Burger nasceu no auge da pandemia, em março de 2020, pelas mãos do casal Wilson e Bruna Freitas. Ele, professor desempregado após um acidente de trânsito que exigiu um tempo de recuperação; ela, pedagoga, estagiária de órgão público. Ambos enxergaram a oportunidade da realização de um sonho utilizando o digital como o principal meio de divulgação da hamburgueria instalada na cozinha da residência, no modelo dark

kitchen (modelo de restaurante que apenas oferece comida para viagem), na Cohab II, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. De olho no objetivo da empresa e no público-alvo – jovens de 16 a 35 anos –, passaram a estudar os conceitos de marketing digital, finanças e técnicas de gestão com o Sebrae-SP. Hoje contam com site próprio, perfis no Facebook, Instagram, Google Meu Negócio e trabalham bastante nas redes sociais com influenciadores da comunidade e depoimentos de clientes. “Aprendemos sobre a importância de boas fotos, informações do cardápio, horário de funcionamento bem claro, conteúdos nos stories e destaques do Instagram, além do valor das experiências dos clientes que marcam a Kyro’s. O feedback do cliente conosco é o verdadeiro marketing da nossa empresa”, comenta Wilson. E o crescimento se deu muito rápido. Com um tíquete médio de R$ 70, cresceram cerca de 15% a 20% mensalmente desde a inauguração. Todos os pedidos são feitos pelo WhatsApp. “O coração da nossa empresa hoje são as tecnologias. Se elas não existissem, a empresa não existiria”, comenta Bruna. O negócio está dando tão certo que o casal já pensa em abrir um novo negócio com foco na culinária mexicana utilizando as ferramentas digitais. “Gosto de trabalhar com alimentos e estudo bastante sobre culinária. Me sinto um curioso da comida rápida e quero aplicar algo no bairro que seja diferente do que já existe”, revela Wilson. Outra empresa que deu seus primeiros passos na crise foi a WH.igienização, em maio de 2020. Criada pelo também casal Wellington e Heloísa Costa, a empresa, com sede na Vila Andrade, Zona Sul de São Paulo, viu na pandemia a oportunidade para oferecer higienização na casa das pessoas. Apesar de não conhecerem esse tipo de serviço antes, estudaram o mercado, ferramentas e técnicas necessárias, se aperfeiçoaram

em gestão, conheceram estratégias de marketing digital com o Sebrae-SP e seguem crescendo em média 40% no faturamento mês a mês, tanto por meio de indicação de clientes, quanto pelos resultados das ferramentas digitais. “Usávamos as redes sociais antes apenas de forma pessoal. Não sabíamos nada sobre palavras-chave, horário correto para divulgação e até mesmo o que era relevante publicar. Agora produzimos conteúdo relevantes nos perfis no Facebook e Instagram e operamos o WhatsApp Business no atendimento aos nossos clientes, além do Google Meu Negócio”, comenta Wellington. “Hoje o mundo é digital e as ferramentas se tornaram fundamentais. Conseguimos atingir um público que só com o boca a boca, indicações e panfletos não seria possível”, conclui Heloísa. Para a consultora Ariadne Mecate, a transformação digital é um caminho sem volta porque é sempre contínua. “À medida que os empreendedores melhoram e atualizam algo, os clientes gostam e pedem mais. Com isso os resultados vão aparecendo, os empresários se animam e vão fazendo a transformação digital constantemente, já que a empresa é um organismo vivo e se atualiza conforme o mercado”, finaliza.

SAIBA MAIS O Sebrae-SP preparou um e-book com orientações para você fazer a transformação digital na sua empresa. Acesse o material no QRCode abaixo.


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LIVES: ALIADAS

Transmissão ao vivo nas redes sociais ganha força como canal de Gisele Tamamar

Transmissões online de shows, entrevistas, debates e eventos. O ano de 2020 ficou marcado pela quantidade de lives estimuladas pelo distanciamento social decorrente da pandemia de Covid-19. E uma prática que já era comum em outros países, como a China, começou a se popularizar por aqui também: a live de vendas. Com o crescimento das transações online e das transmissões pela internet, as empresas uniram os dois modelos para buscar uma aproximação com o consumidor e não deixar o faturamento cair. Leticia Canesin, da Malulê Calçados: mais do que vender, lives são oportunidade para gerar relacionamento

O consultor do Sebrae-SP Edgard Neto destaca que a live de vendas já é uma realidade do varejo mundial e deve ser ainda mais explorada e fortalecida no processo de vendas de qualquer tipo de negócio do varejo. Basicamente, o modelo de vendas é simples: fazer uma transmissão ao vivo nas redes sociais, com destaque para o Instagram, para mostrar produtos e coleções, anunciar ofertas e fechar vendas em tempo real. Essa tendência segue o número cada vez maior de empresas que passaram a vender pela internet em 2020. De acordo com a pesquisa do Sebrae sobre o impacto

da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios, a proporção de empresas que comercializam produtos e serviços online subiu de 54% para 70% entre junho e novembro. O Instagram aparece como a segunda plataforma mais usada, com 54%, atrás apenas do WhatsApp, com 84%. O Facebook é usado por 51% dos empresários. A empresária Leticia Verri Canesin aderiu ao modelo das lives em julho para fazer a tradicional liquidação da sua loja, Malulê Calçados, de Sertãozinho. “Tivemos quase 4 mil visualizações e um grande volume de vendas. Fazía-

mos live todas as quartas-feiras e, em todas, obtivemos como resultado aproximação: de nossas clientes e, claro, vendas”, relata. Desde então, a Malulê não parou mais e planeja seguir com as transmissões para apresentação de produtos e coleções. “Muita gente se acostumou com o formato e por que não aproveitar para ser mais um canal de contato com nossas clientes? Se não gera venda, gera relacionamento. Tudo é válido”, destaca Leticia. A Malulê existe desde 1983, quando a mãe de Leticia, Mercedes, deixou a carreira de professora


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NAS VENDAS

comercialização durante a pandemia e deve se expandir em 2021 de biologia para fixar residência em Sertãozinho e criar os filhos. Com a loja fechada no início da pandemia, as vendas pelo WhatsApp cresceram e motivaram o investimento do site. Uma vez que todos os produtos foram cadastrados na página, o atendimento online ficou mais fácil, porque a equipe não precisava mais tirar fotos de tudo, toda hora. Bastava fazer um filtro no site e enviar ao cliente. Atualmente, as vendas pelas redes sociais são responsáveis por 80% do faturamento da Malulê. “A ideia das lives surgiu da necessidade de se aproximar do cliente, uma vez que a loja estava fechada, e não víamos nossas clientes. E também precisávamos de alguma forma vender mesmo fechados”, conta a empreendedora. Antes de começar a transmissão, a empresa segue um planejamento: separação dos produtos, definição de preços, verificação do estoque, definição de canais de comunicação, formas de pagamento aceitas e seleção de brindes para sorteio como forma de prender a atenção na live. “Também determinamos um roteiro para que seja uma live divertida, pois as pessoas precisam, acima de tudo, de entretenimento”, afirma Leticia.

MUITA PESQUISA A empresária Patricia Tittoto, da Loja Parrô, de Jaboticabal, é outra adepta do modelo e reforça a importância do planejamento para conseguir boas vendas. “A live nos ajudou a fazer essa ponte com o pessoal que estava em casa e fortaleceu a humanização da nossa marca. As vendas nas lives são ótimas, porém, é um trabalho árduo, dinâmico. É preciso se dedicar”, afirma. A loja de roupas e acessórios funciona desde 2008 e sempre teve uma forte presença digital, intensificada na pandemia. “Pesquiso muito vários perfis no Instagram, o que as lojas de outras cidades estão fazendo. O Instagram é uma ferra-

menta valiosa, feliz daquele que usa. E eu fuço demais, tenho capacidade ‘fuçativa’”, brinca Patricia, que tem o irmão Rodrigo como sócio. Nas primeiras lives, a empreendedora conta que a equipe foi “aprendendo fazendo”, sempre respeitando o cliente. Na parte de planejamento, cada pessoa da equipe tem uma função: imprimir os pedidos, deixar tudo arquivado, quem vai separar, quem enviar os produtos. “A internet oscila muito e sempre procuramos explicar para o cliente sobre os procedimentos, quem pediu primeiro”, pontua. Patricia também chama a atenção para a escolha da apresentadora da live. “Nossa live começa às 19h e segue até meia-noite. Não pode ser aquela coisa mecânica, precisa ser dinâmico. A internet tem de passar que nós somos reais”, destaca Patricia, que pretende seguir com o modelo em 2021, principalmente com as lives promocionais, que dão mais resultado. Mesmo com as experiências positivas das empreendedoras, o consultor Edgard Neto lembra que é preciso ter cautela e fazer um bom

QUATRO DÍGITOS EM QUATRO HORAS

AO VIVO

O faturamento mensal da empresária Fabi Guimarães com o seu negócio, o Clube Memê, era de R$ 4 mil com a venda de acessórios e roupas infantis no Instagram. Mas ela se surpreendeu ao vender R$ 7 mil durante uma live de vendas, realizada em agosto. A experiência de Fabi com a venda online foi compartilhada na palestra “Como faturar quatro dígitos em quatro horas” na Feira do Empreendedor, que teve a edição 2020 100% digital. A empreendedora contou que demorou mais de 40 dias para elaborar sua live diante da falta de informações sobre o tema. “Fazer stories e postar no feed não estava sendo suficiente e precisava inovar. Quando fiz a live e faturei mais de R$ 7 mil pensei: isso é uma nova era das vendas online, uma nova forma de vender”, contou a empreendedora, que vendeu todo o estoque e garantiu encomendas para mais 40 dias de trabalho. De acordo com Fabi, a live de vendas pode ser uma oportunidade para o empreendedor passar a ver o negócio com um outro olhar: descobrir, por exemplo, que talvez o produto que ele acreditava ser o carro-chefe não tem tanto potencial. Fabi destacou que a live desperta dois gatilhos mentais, de escassez e urgência, para incentivar a compra. “Nas redes sociais, precisamos humanizar, aparecer nos stories, mostrar os bastidores. E a live tem o poder de conexão. A live mudou a história do meu negócio”, afirmou.

planejamento antes de dar início a essa prática. Entre os pontos de atenção, ele destaca que a live deve ser desenvolvida como um canal efetivo de vendas, ter uma equipe direcionada, definição de produtos comercializados, como será feita a divulgação, preços, quem vai parti-

cipar da transmissão, quem vai anotar os pedidos e qual será o canal de envio, por exemplo. “A live é uma excelente estratégia de canal de vendas, que bem elaborada pode trazer muito resultado tanto para a venda online quanto para loja física”, afirma.

COMO PLANEJAR Definir quais produtos serão impulsionados. Pesquisar qual dia e horário podem ser melhores e com mais audiência. Deixar a live gravada em formato de IGTV no feed do Instagram e/ou no canal do Youtube do lojista. Usar influenciadores e clientes para divulgar a live para amigos e clientes potenciais. Fazer contagem regressiva e usar estratégias de teasers de campanhas (“Está chegando...” “Não compre agora...” etc). Começar a live da transmissão com 15 minutos de antecedência para garantir que tudo vai dar certo. Avisar os clientes ativos da loja física ou quem já compra online sobre os produtos “queridinhos” com os descontos mais interessantes. Definir quem faz o que na transmissão: quem filma, quem edita, quem mostra os produtos, quem anota os pedidos, como as vendas serão finalizadas, se os produtos terão foco em desconto, formas de pagamento.

Mostrar nos stories a preparação dos produtos, dando pequenos “spoilers” do que estará vindo por aí. Criar códigos fáceis para uso durante a live, exemplo: vestidos – V01, V02, V03... e o preço. Dizer que os preços são apenas para quem assistir a live e estarão disponíveis apenas por mais dois dias e/ou enquanto durar o estoque da peça. Preparar os pacotes para envio com alguma surpresa: um aroma diferente, um brinde, uma carta escrita à mão. Separar todos os produtos que podem ser vendidos juntos como um cross-selling, ou seja, tentar fazer a venda cruzada: uma calça com a blusa ou com algum acessório, por exemplo.

Fonte: Edgard Neto, consultor do Sebrae-SP


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Venda mais com o WhatsApp Ferramenta gratuita de mensagens possibilita a criação de perfis comerciais para MPEs

Rogério Lagos

M

eio de comunicação comum para troca de mensagens no dia a dia com a família, amigos e colegas de trabalho, o WhatsApp pode funcionar também como uma ferramenta essencial para o seu negócio, principalmente com o WhatsApp Bu-

siness, versão do aplicativo criada em 2018. A pesquisa “O impacto econômico do WhatsApp no Brasil” realizada pela Morning Consult, revela que 87% das micro e pequenas empresas acreditam que o aplicativo auxilia na comunicação com os clientes. Outras 75%, que utilizam a ferramenta, afirmam que ela via-

COMO FUNCIONA PERFIL COMERCIAL É possível criar um perfil com informações básicas de sua empresa, tais como horário de funcionamento, site, redes sociais, e-mail, descrição da empresa e seu endereço físico, até mesmo utilizando um link direto para um mapa.

FERRAMENTAS DE MENSAGEM O recurso possibilita a criação de mensagens instantâneas e permite salvá-las para usar posteriormente. Faça isso com as mais usadas, por exemplo. Se um cliente mandar um “boa tarde”, é possível deixar registrado um texto de boas-vindas com as informações básicas. Esse texto pode ser personalizado de acordo com seu negócio e enviado para todas as pessoas que entrarem em contato, para todos os novos contatos que ainda não estão na sua agenda, para apenas um grupo de pessoas da sua lista ou até mesmo para aquele cliente específico tornando a sua comunicação muito mais rápida e eficaz. O aplicativo também permite a criação de mensagens de ausência temporária e até respostas rápidas que vão agilizar o atendimento para as perguntas mais frequentes.

RÓTULOS Aqui é possível organizar os contatos ou bate-papos para que sejam facilmente encontrados. Os rótulos ajudam a organizar contatos ou conversas com etiquetas de identificação. Cada etiqueta terá uma cor diferente e pode ser personalizada de várias formas diferentes.

CATÁLOGO DE PRODUTOS Essa é uma funcionalidade que permite ao empreendedor criar listas de produtos/serviços, colocando imagens, títulos, descrições, códigos e até link para pagamento.

ESTATÍSTICAS Não adianta nada disparar mensagens sem mensurar os resultados. Esse recurso oferece as estatísticas de mensagens enviadas, entregues, lidas e até recebidas, permitindo um maior controle sobre a efetividade das ações.

biliza vendas em outras cidades, Estados e países. O levantamento mostrou ainda que 81% concluem que sua utilização contribui para o crescimento da empresa e 61% dos pequenos negócios que participaram da pesquisa afirmaram ter contratado mais colaboradores após o uso do WhatsApp Business.

Esteticamente, o WhatsApp Business é muito similar ao WhatsApp tradicional, o que proporciona uma maior comodidade e navegação, já que seu uso se torna intuitivo. Entretanto, ele possui funcionalidades diferentes que facilitam a vida do empresário. Confira algumas delas:

B O A S P R ÁT I C A S SEJA COMUNICATIVO Responder rapidamente às dúvidas dos seus clientes é importante. A ferramenta oferece um selo pela agilidade que aparece em destaque na página da empresa. Sabemos que a correria do dia a dia pode não permitir respostas instantâneas, mas responder o mais rápido possível pode gerar uma conexão mais fluída com os clientes.

MONITORE TENDÊNCIAS Notou que há várias pessoas fazendo as mesmas perguntas, como qual é o seu horário de expediente ou sua política de devolução? Sempre que perceber uma tendência nas perguntas, será interessante pensar em criar repostas salvas com a ferramenta de mensagens instantâneas. Elas podem ajudar a minimizar o grande volume de mensagens com perguntas semelhantes.

DEFINA EXPECTATIVAS Algumas pessoas podem enviar mensagens esperando receber respostas a perguntas que não são possíveis de responder por mensagens. Em casos assim, a mensagem de saudação é uma alternativa. Uma padaria, por exemplo, pode incluir na saudação a informação de que os pedidos de bolos personalizados são recebidos por telefone em vez de online. Isso ajuda a definir as expectativas antes de seus clientes enviarem a primeira mensagem, poupando o tempo de todos os envolvidos.

SAIBA COMO RESPONDER A PERGUNTAS DELICADAS Quando as perguntas são simples, como o horário de funcionamento, é sempre melhor responder publicamente para que todos recebam a informação. Contudo, quando o assunto envolve questões delicadas, como cobranças e reclamações, por exemplo, o ideal é usar as respostas privadas.

ESCREVA COMO SE FALA Deixe as formalidades de lado, mas também tome cuidado para não parecer indelicado. O melhor tom das mensagens é aquele amigável e respeitador, como se o atendimento estivesse sendo presencial ou por telefone. No WhatsApp Business, a linguagem pode ser mais simples e próxima. Vale usar emojis e figurinhas, até mesmo criando as próprias do estabelecimento. Seja criativo!


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Filme de ação

SERGIO CAPOZZIELLI Analista do Sebrae-SP

Ferramentas online de gestão? Um dos maiores desafios dos empreendedores, especialmente em tempos de crise, é a gestão do seu negócio. Por isso, encontrar ferramentas gra-

tuitas ou de baixo custo para auxiliá-los nessa tarefa é fundamental. Aqui estão dez opções para ajudar nessa questão.

1. Sebrae Canvas: é uma ferramenta online gratuita que ajuda a tornar o projeto mais visual. Usa uma estrutura composta por nove blocos para preencher com os pontos fundamentais que compõem o seu negócio. 2. Miro: é uma plataforma online que possibilita a construção colaborativa de mapas mentais, frameworks, mapa da jornada do cliente, fluxogramas, mapa da empatia, e muito mais. 3. Google Forms: recurso que permite criar questionários personalizados para enviar para seus clientes e prospects sem pagar nada. A ferramenta é perfeita para quem quer ter feedbacks sobre o seu negócio, validar hipóteses ou lançar novos produtos ou serviços no mercado. 4. Trello: auxilia a fazer o gerenciamento de projetos de forma muito versátil. Baseado em um sistema de “cards” e “boards”, a ferramenta permite que você organize suas tarefas adicionando prazos e checklists. 5. Mural.co: ferramenta que possibilita reunir e classificar ideias de uma equipe em um grande quadro em tempo real. Possui diversos recursos visuais, como post-its, ícones, formas e conectores. 6. Workana: plataforma digital que conecta clientes a freelancers do mundo inteiro. Escolha quem vai executar seu serviço baseado na avaliação dos outros usuários e deposite o valor em garantia. O profissional só recebe depois que você aprova a entrega. 7. Adobe Spark: permite criar diversos tipos de designs, logotipos, cartões, convites e até vídeos curtos, com qualidade profissional. 8. Keywordtool.io: mostra as diferentes palavras-chave, produtos e hashtags que estão sendo pesquisadas nos principais motores de busca, como Google, Youtube, Instagram e Twitter. 9. Mailchimp: uma das melhores ferramentas para envio de e-mail marketing do mundo. Com ele, qualquer pessoa com conhecimento básico de internet pode fazer até 12 mil disparos de forma gratuita. 10. Loom: permite grava o que aparece na tela diretamente pelo navegador, bem como a sua narração e imagem da webcam. Ao final, você ainda pode baixar e compartilhar o vídeo gravado. O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

Se empreender fosse um filme, provavelmente estaria na categoria ação. São tantos desafios, altos e baixos, surpresas, principalmente nos últimos tempos. Porém, comandar um negócio não pode ser um turbilhão de emoções permanente. É preciso haver alguma estabilidade, afinal, estamos falando de uma atividade econômica movida basicamente pela racionalidade. Por isso, quero reforçar a importância do planejamento, um dos fundamentos do bom empreendedorismo. A pandemia causou rupturas grandes. Muitas empresas tiveram de se reinventar, alterando drasticamente suas atuações. No entanto, passado o impacto inicial, quando tudo teve de ser revisto às pressas, o momento é de pensar nos próximos passos. Por isso, é hora de planejar para correr o mínimo possível de riscos ou, como orientamos no Sebrae-SP, correr apenas riscos calculados, mesmo que ainda estejamos vivendo um cenário de muitas incertezas. O planejamento funciona como uma bússola para o negócio. Envolve pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças, finanças, movimento dos concorrentes e a previsão de eventuais cenários – tenha como objetivo o melhor, mas prepare-se para o pior.

É necessário observar um detalhe: se antes da crise, planejava-se para um ano, seis meses, agora esses prazos devem ser reduzidos, seja para dois meses ou mês a mês. O importante é manter a empresa saudável, segura para dar cada passo e capaz de oferecer soluções e uma boa experiência de compra para o cliente. Com base no planejamento, você pode ajustar os gastos, inclusive se resguardar para ter como cobrir empréstimos, fornecedores e outras obrigações. Perder o controle das contas é fatal para uma empresa. A conjuntura mudou e quem não se adequar vai ficar para trás. Comparando com cinema outra vez, já que 2020 foi um verdadeiro filme de terror, conte com o Sebrae-SP para escrever o melhor roteiro para seu negócio e poder chegar ao fim deste ano com a alegria de quem acabou de assistir a uma boa comédia.

WILSON POIT, diretor­‑superintendente do Sebrae­‑SP

Acompanhe o Sebrae­‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi­‑lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br


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Crochê com propósito

Marília Teles trocou a carreira na engenharia pelo artesanato com planejamento do modelo de negócios Marcos Leodovico*

A

engenheira mecânica Marília Teles trabalhava na fabricante de aviões Embraer até 2017, quando saiu da empresa e decidiu não mais atuar na área. Moradora de São José Campos, ela resolveu se ocupar com artesanato e a atividade escolhida foi o crochê. Em 2019, começou a ter aumento nas encomendas de suas peças e o que era hobby virou uma possibilidade de fonte de renda. Porém, Marília ainda não via seu afazer como um negócio. Ela conta que tudo aconteceu muito rápido e em junho daquele ano começou a produzir amigurumi, como são chamados em japonês os bonecos de crochê. Dois meses depois de começar a produção de bonecos, ela participou do evento “Criativ@s em Pauta”, iniciativa do Sebrae em parceira com o Centro Cultural de São José dos Campos para ajudar pessoas que viviam do artesanato. “Comecei a acompanhar as palestras do curso, fui me encontrando e entendendo o que estava acontecendo. As pessoas estavam falando coisas diferentes da indústria, falavam em ter propósito, uma coisa que eu sentia falta na minha antiga profissão”, afirma Marília. A analista de negócios e especialista na área de economia criativa do Sebrae-SP Jenifer Botossi conheceu Marília quando o projeto come çou e relembra como foi o processo para transformar os bonecos de Marília em uma empresa. “Quando a conheci, ela ainda não tinha o artesanato como negócio. Ela ainda não estava tão focada no

Marília Teles: mudança de postura transformou hobby em negócio

amigurumi; com o tempo fomos adaptando isso para se tornar um modelo de negócio”, conta Jenifer. A analista do Sebrae-SP também conta que, durante esse período, Marília foi aplicando o que ouvia nas consultorias e nas palestras que frequentava. “Foi muito bacana que ao longo do Empreenda Rápido – programa do Sebrae-SP de qualificação do empreendedor – e participando do projeto de artesanato, ela construiu o modelo de negócio. A postura dela mudou muito durante esse período. Ela começou a enxergar a atividade como negócio”, explica Jenifer. O comportamento da artesã foi fundamental. “Ela tinha muito receio de as pessoas não aceitarem

ou julgarem o que fazia, mas ela passou a entender que aquilo poderia ser uma fonte de renda e deixar de ser apenas um hobby, o que vem acontecendo”, diz a analista. “Eu já sabia a técnica para produzir os bonecos, mas ao longo do curso aprendi muitas coisas com outros artesãos. Foi assim que acabei conhecendo a Jenifer. Digo que ela é minha fada madrinha, porque me ajudou bastante a transformar a minha arte em negócio”, diz Marília. Com o negócio bem encaminhado e estruturado, Marília explica que, para ela, o artesanato assumiu um propósito maior: impactar a vida de outras pessoas por meio do ensinamento. “Hoje tenho duas funcioná-

rias e meu desejo é que elas aprendam a técnica para trabalhar por conta própria e viver com independência. Acredito que assim elas vão poder ter a sua renda, igual a mim. Escolhi capacitá-las para não seguir o padrão que sempre conheci dentro do mercado de trabalho.” Com seu negócio progredindo, a empreendedora está convicta de que o artesanato e o empreendedorismo podem ser transformadores. “Tive coragem de romper um ciclo em que vivi por muito tempo. Se eu conseguir ensinar crochê para dez pessoas, e essas dez pessoas ensinarem mais dez, podemos mudar o mundo por meio do ensinamento e aprendizado”, acredita. *Estagiário sob supervisão dos editores

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae­‑SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos­‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor­‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos

gettyimages.com. Diagramação: Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae­‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177­‑4784

JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Kaio Augusto, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários: Anderson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens:

SEBRAE­‑SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo­‑SP. CEP: 01504­‑ 001 PARA ANUNCIAR (11) 3177­‑4784

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TEC &

LIVROS EMPREENDEDORISMO – PLANO DE NEGÓCIO EM 40 LIÇÕES (Editora Saraiva) A obra apresenta os principais componentes de um plano de negócio, com orientações específicas, objetivas e práticas para quem está em um empreendimento nascente. Divididos em 40 capítulos, o conteúdo aborda desde a decisão de iniciar um novo negócio e a identificação de oportunidades de alto potencial de crescimento até a avaliação da necessidade de buscar investidores, passando pelo estudo de viabilidade mercadológica, operacional e financeira do negócio. Traz ainda temas atuais que auxiliarão no desenvolvimento de novos empreendimentos, entre eles, Effectuation, Design Thinking, Lean Startup, Business Model Canvas e Bootstrapping, que é a criação de uma empresa utilizando apenas recursos próprios. DE VOLTA ÀS CONEXÕES HUMANAS (Editora Alfacon) A tecnologia criou a ilusão de que os trabalhadores de hoje estão altamente conectados, mas, na realidade, a conexão eletrônica pode fazer com que os funcionários se sintam isolados. O livro explica como os trabalhadores de hoje podem impedir que a tecnologia neutralize os relacionamentos necessários para ter sucesso dentro e fora do local de trabalho. Também mostra como lidar com situações críticas de trabalho que não podem ser tratadas por mensagens, incluindo gerenciamento de diversidade, resolução de conflitos e equilíbrio das necessidades da organização e de seus funcionários. A partir da leitura da obra, os líderes podem promover conexões que motivam as equipes que exercem suas atividades remotamente e também no local de trabalho. EMPREENDEDORISMO DISCIPLINADO: 24 ETAPAS PARA UMA STARTUP BEM-SUCEDIDA (Editora Alta Books) Muitos ainda acreditam que o empreendedorismo não pode ser ensinado e que as pessoas que se tornam bem-sucedidas nasceram com algo a mais. Mas os maiores empreendedores — Richard Branson, Steve Jobs, Bill Gates etc — na verdade tinham apenas um ponto em comum: criaram ótimos produtos. “Empreendedorismo disciplinado” oferece uma abordagem passo a passo para criar produtos inovadores e bem-sucedidos. Independentemente de o seu negócio se concentrar em desenvolver um produto físico, serviço ou disponibilizar informações, o livro divide os processos necessários em 24 etapas que qualquer pessoa dedicada pode aprender. Isso pode levar ao sucesso — ou levá-lo a fracassar mais rapidamente, caso a falha seja inevitável, e direcioná-lo a uma ideia melhor.

PESQUISA MOSTRA O PERFIL DOS INVESTIDORES DE STARTUPS BRASILEIROS Mapeamento da Comunidade Anjos & VCs da Jupter aponta que 88,3% dos investidores estão ativos e prontos para alocar capital em novas startups. Cerca de 70% estão investindo, 28,9% estão em processo de estruturação de novos fundos e 13,3% estão em busca de novos investimentos, contra 16,4% que estão desinvestindo e 1,6% inativos para novos investimentos. No total, 37 novos fundos estão sendo estruturados atualmente no País. A maior parte dos investidores brasileiros (39,8%) está voltada para aportes iniciais, de capital semente, que ajudam a empresa a validar o produto no mercado. “Hoje temos mais de oito mil pessoas investindo, mas proporcionalmente ao tamanho do nosso PIB e da nossa população, os investidores ainda são raros no Brasil”, diz Bruno Dequech Ceschin, líder da pesquisa e cofundador da Jupter.

SPOTIFY E TIKTOK SÃO APOSTAS PARA NEGÓCIOS EM 2021 O Spotify e o TikTok devem ser os dois grandes novos canais de negócios no Brasil em 2021. É o que indica pesquisa feita pela startup de gestão de redes sociais mLabs junto a 2.392 profissionais que tomam decisões dentro de agências e pequenas empresas. Ambas as redes foram citadas por 28% dos entrevistados. Em seguida, vem o Telegram, com 22% das indicações. De acordo com a mLabs, a liderança do Spotify se deve à grande variedade de podcasts no País, que poderão ganhar força como canal de negócios. Quanto aos canais que devem receber mais atenção e esforço das agências e empresas, a pesquisa mostra que o Instagram (96%), o Whatsapp (88%) e o Facebook (83%) seguem na liderança, o que reforça a sua relevância para os empreendedores brasileiros.


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE Como fazer um texto atrativo para anunciar meus produtos e serviços nas redes sociais? Beatriz Destefani e Maria Carolina Rossi, jornalistas e sóciasproprietárias da Comunica PR, respondem

O início de ano sempre traz a oportunidade de tirar uma ideia de negócio do papel. Pensando nisso, o Sebrae mantém uma página com detalhes a respeito de mais de 350 ideias de negócios, com todas as informações necessárias para a empresa decolar. São ideias que passam por pet shop, frete e transporte de cargas, viveiro de mudas, loja de produtos naturais etc. Para cada uma delas, há uma série de tópicos com orientações básicas, exigências legais, estimativa de custo, pessoal necessário e tudo mais para que o projeto realmente tome corpo. Basta acessar em https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias.

AMOR E OUTRAS DROGAS Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um vendedor, demitido da loja de eletrodomésticos em que trabalhava, que se torna um dos maiores representantes comerciais da indústria farmacêutica. A trajetória profissional dele é permeada por questões éticas e morais, ao mesmo em que ele usa de um discurso focado para abrir novas possibilidades de negócio. Tudo isso em meio ao romance entre ele e Maggie Murdock (Anne Hathaway). Disponível no Prime Video.

ESTÉTICA E CONFIANÇA Natalia Martins tem como meta devolver a autoestima de suas clientes. Ela é a criadora da Natalia Beauty & Academy, com sede em São Paulo e outras 67 filiadas dentro e fora do Brasil.

Veja o vídeo em:

https://youtu.be/NNniUrsFCKE

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+350 IDEIAS PARA TIRAR DO PAPEL

Se você perde o foco fácil na hora de escrever ou não sabe como começar a colocar as palavras diante da página em branco, temos três dicas que podem facilitar o desenvolvimento do texto, seja ele um post no LinkedIn ou uma legenda no Instagram: 1) Comece procurando um dado ou pesquisa relevante. Uma boa técnica para embasar qualquer texto é procurar um dado que confirme o que você está dizendo. Por exemplo, se você é uma arquiteta e quer escrever sobre o crescimento das reformas em São Paulo, sobre como decorar apartamentos compactos ou até qual cor utilizar em cada ambiente, pode embasar essas informações com um dado de pesquisa de alguma instituição que comprove essa tendência. 2) Responda todas as perguntas no início do texto. O primeiro parágrafo é a chave para o desenvolvimento de todo texto, e nele devemos responder as seguintes perguntas: quem, como, onde, por que e o quê. Por exemplo: você quer escrever sobre uma nova lei que atinge seu setor de atuação, então deve deixar claro quem é o agente que determina essa lei, o modo em que ela é aplicada, em qual lugar age, o motivo da sua determinação e a ação que é determinada por ela. 3) Leia e ouça notícias. Pode parecer clichê, porque todo professor já disse isso, mas a leitura nos ajuda a desenvolver gramática e criatividade. Quando estamos antenados sobre os assuntos mais lidos, também podemos relacioná-los em temas para posts nas redes sociais. Lembre-se: datas comemorativas, pesquisas e assuntos que dominam a capa dos jornais estão entre os temas de maior engajamento Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e­‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.


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Experiência em ação

Aos 72 anos, Vera Caovilla empreende com foco no envelhecimento saudável Depoimento a Kaio Augusto

“M

inha jornada empreendedora começou quando meu pai passou a apresentar os primeiros sinais de Alzheimer. Naquela época eu já era formada e tinha feito o mestrado, ambos na área de administração hospitalar e serviços de saúde. O primeiro passo foi fundar, junto com a equipe médica que estava cuidando do meu pai, a Associação Brasileira de Alzheimer, conhecida como ABRAz. Foram 27 anos trabalhando com eles, o que me fez ter um contato muito grande com as mulheres que recebem a responsabilidade de cuidar desses pacientes. Algumas delas ainda tinham curso técnico ou ensino superior, mas outras precisavam assumir integralmente essa responsabilidade sem nenhum tipo de instrução ou preparo. Sozinhas, caía sobre elas a responsabilidade de tomar conta de uma casa, além de todos os cuidados do tratamento da pessoa com Alzheimer. Essa situação fica ainda mais complicada por não existirem tantos canais que ofereçam instrução para esse momento. Além disso, no futuro essas pessoas passam a ter problemas para voltarem ao mercado de trabalho. Foi pensando nisso que deixei a ABRAz e parti para um novo projeto. Assim nasceu a 50mais Ativo, onde atuamos com três grandes áreas. Uma é o trabalho com um público acima dos 50 anos, oferecendo possibilidades para desenvolver o envelhecimento de forma mais saudável e tranquila. Para isso, nós realizávamos encontros semanais em cinemas ou casas de chá para apreciar e conversar sobre o que aprendemos com esses momentos. Outra área são os cursos que oferecemos para cuidadores

e aulas de estimulação cognitiva para quem trabalha em setores do mercado que são difíceis de retornar. Por último, temos a área que chamamos de ‘Pausa no Cuidar’, que estimula esses cuidadores a conversaram sobre os sentimentos sem nenhum julgamento. A nossa empresa ainda é jovem, tem cerca de dois anos. Então, para aprender ainda mais sobre empreendedorismo, eu participei do projeto ‘Empreendendo após os 60’, realizado por uma parceria entre o Sebrae e o HCor. Foi uma ótima experiência, eu absorvi os conteúdos com tanta facilidade que nem parecia que estava estudando. Esse conhecimento ajudou a preparar melhor os rumos da 50mais Ativo durante a pandemia. Todos Vera Caovilla, da 50mais Ativo: envelhecer é entender novos limites

os nossos encontros eram presenciais e tivemos que transformar em reuniões online para continuar atendendo o nosso público. Esses esforços renderam para o programa ‘Pausa no Cuidar’ o Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade na categoria voltada para pessoas idosas. Foi um orgulho muito grande conquistar isso, porque mesmo trabalhando em casa, com todas as dificuldades impostas pela pandemia, tivemos esse reconhecimento. Essa conquista levantou o questionamento da minha sócia, Fabiana Satiro, que me perguntou se isso me faria sossegar. Só que chegar a esse ponto me fez ter vontade de levar o projeto para muitos outros lugares.

Para mim, o envelhecimento é sobre entendermos quais são nossos novos limites, afinal não tem como fugir disso: desde que nascemos estamos ficando mais velhos o tempo todo. Eu acho que minhas rugas e meus cabelos brancos são lindos, pois mostram tudo aquilo que eu já vivi. Ao olhar no espelho consigo reconhecer todas as coisas boas que passaram e quais foram os resultados positivos que tirei. Ao envelhecer, ainda temos sonhos que queremos buscar. Eu me sinto idosa, e não velha. Velho é aquele que fica ranzinza e não aceita nada de diferente, mas o idoso é aquele que ainda sente vontade de dançar junto com os mais jovens, mesmo que não seja com a mesma intensidade.”


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