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Rodrigo Tavano, dono do Hotel Pousada Vivendas do Sol e Mar, em Caraguatatuba: planejamento pronto para o aumento de público a partir de setembro
RETOMADA À VISTA
Um dos setores que mais sofreram com a pandemia, o turismo já começa a perceber uma recuperação dos negócios neste semestre e se prepara para o reaquecimento do mercado
Pág. 8 Gestão garante bons resultados no campo Pág. 4
Influenciadores também podem ajudar os pequenos Pág. 6
Dicas para ter um marketing digital eficiente Pág. 10
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Entrevista do mês
Campo fértil para inovar
Inovação em jogo
Eduardo Tega, cofundador da Sportheca, explica as novidades dos negócios no futebol
TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor
Frente à crise gerada pela pandemia de Covid-19, os resultados do agronegócio comprovaram que a atividade agropecuária é pilar fundamental da atividade econômica, dando sustentabilidade que garante o abastecimento interno, manutenção de empregos e renda e divisas na exportação. De acordo com governo federal, a safra 2021/2022 deve chegar a 300 milhões de toneladas, mais um recorde. Tais resultados competitivos somente são possíveis pela adoção de processos inovadores de produção e gestão, além da força, persistência e resiliência dos produtores, que, a despeito de políticas públicas pouco compatíveis com a realidade, seguem sua vocação e continuam na atividade. Nosso desafio é incluir nesse círculo virtuoso da produção os pequenos produtores rurais que ainda não têm acesso total às tecnologias
Divulgação
Roberto Capisano Filho
que podem ampliar produtividade, rentabilidade e competitividade. Só para dar uma ideia, um aspecto considerado comum nos centros urbanos, como a conectividade, ainda é empecilho para adoção de novas técnicas. Segundo o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atualmente apenas 23% da área rural está conectada. Ao dobrar essa taxa, será possível aumentar em 50% o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do País. Imaginem o que produtores como nossa cliente Cristina, da Fazenda da Barra, em Ribeirão Preto, seriam capazes. Há quatro anos, com apoio do Sebrae-SP e do Senar-SP, ela e o marido implementaram o cultivo orgânico – já com certificação emitida pelo Mapa – e hoje vendem para restaurantes, mercados e consumidores finais da região, além de fornecer merenda escolar das redes públicas de ensi-
no de Ribeirão Preto e Sertãozinho. Ela conta que no períododa pandemia viu crescer o número de clientes e a receita porque estava bem preparada com as orientações, capacitações e assessoria dos especialistas de ambas entidades. Nesta edição do Jornal de Negócios você vai conhecer histórias como essa, de inclusão produtiva e integração de vários elos da cadeia produtiva, bem como o que Sebrae-SP oferece para que pequenos produtores rurais paulistas, que constituem 87% do total de empreendedores rurais, possam inovar dentro e fora da porteira. A democratização da conectividade, o acesso às tecnologias e ao conhecimento certamente abrirão um mundo de oportunidades que vão garantir que a vocação de produzir alimentos seja cada vez mais sustentável. Boa leitura!
Destaques Sebrae-SP lança programa Consórcio Empreendedor Para dar escala regional às políticas públicas de desenvolvimento do empreendedorismo, por meio da integração de municípios, o Sebrae-SP lançou o programa Consórcio Empreendedor. A iniciativa contempla uma série de produtos e serviços para ajudar na constituição e fortalecimento de consórcios públicos intermunicipais, aperfeiçoar políticas públicas de empreendedorismo e estimular a cooperação em regiões com potencial para políticas consorciadas. “O propósito deste trabalho é a união de prefeituras na atividade consorciada pelo crescimento econômico. Se temos grupos de prefeituras que atuam em conjunto,
damos escala às políticas públicas e, mais do que isso, aos resultados. Vamos trabalhar para fortalecer as lideranças e estimular a cooperação em regiões”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit. O programa vai contar com uma equipe de consultores para trabalhar ao lado de prefeitos e prefeitas para ajudar no planejamento e acompanhamento de ações para desburocratização do ambiente de negócios, inovação da agenda pública e empresarial, contribuir para o acesso dos pequenos ao mercado de compras governamentais e ampliar a atenção às pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“O perfil sócio demográfico do Estado nos permite compreender que a atividade consorciada não é mais uma tendência, mas sim uma obrigação por fazer. A nova lei de licitações e os programas governamentais já sinalizam que os municípios pequenos estejam adaptados
ao instrumento jurídico de consórcios multifinalitários”, afirma Beatriz Gusmão, gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae-SP. Mais informações em consorcioempreendedor.sebraesp.com.br.
de uma forma diferente. As gerações mais novas buscam por conteúdos mais curtos e por demanda, highlights das jogadas principais, maior engajamento e mais emoção com o jogo. A sua atenção está sempre dividida com a segunda tela e a atenção desse fã passou a ser uma moeda valiosa na era digital, transformando a maneira como as pessoas consomem não só o futebol, mas o esporte em geral.
D
izer que o futebol é uma paixão nacional e que não se limita às quatro linhas são alguns clichês mais do que desgastados. Em 2021, o momento pede modernização e novidades. É isso que a Sportheca se propõe a fazer. Nascida em 2020, a empresa se apresenta como um centro focado em fomentar a produção de inovação e tecnologia no esporte. Segundo Eduardo Tega, cofundador da Sportheca, o futebol cada vez mais vai além do esporte e se confunde com entretenimento – especialmente em um cenário de pandemia e estádios vazios. Na entrevista a seguir, Tega, que tem master em governança no esporte pela UEFA (União das Federações Europeias de Futebol) e foi CEO da Universidade do Futebol, fala sobre os rumos do futebol como negócio. Como é o modelo de negócio da Sportheca? A gente sempre gosta de deixar claro que não somos uma aceleradora nem uma incubadora de startups. A Sportheca é o que chamamos de Startup Studio voltada para o esporte e o entretenimento. Nós trabalhamos com empreendedores e investidores do mundo todo para construirmos empresas valiosas, capazes de resolverem dores reais da indústria do esporte e de entretenimento global, e que possam ter rápida adoção por parte dos consumidores ou entidades desse segmento. A Sportheca é uma fábrica de tecnologia para auxiliar clubes, federações, ligas, empresas, investidores e, principalmente, startups na transformação que tanto sonhamos no esporte. Para isso, temos duas frentes: Startup Studio, uma estrutura composta por equipe de tecnologia e um time de especialistas que ajudam empreendedores a desenvolver negócios baseados em tecnologia e inovação com potencial para se tornarem startups de sucesso. A outra frente é o nosso Campus de Inovação, localizado na capital paulista, um espaço que abriga o Startup Studio e que
Eduardo Tega, da Sportheca: clube de futebol também é empresa de entretenimento
É uma tendência a gestão do futebol ser cada vez mais voltada para o entretenimento?
Qual o trabalho da Sportheca com clubes e federações? Nós desenvolvemos um produto chamado SuperApp que está hoje no Brasil e no exterior. É uma plataforma de engajamento e monetização do fã com o conceito de superaplicativo, no qual o torcedor pode consumir e interagir 100% com seu clube ou liga preferida, gerando big data e potencializando a geração de novas receitas para a entidade. O foco tem que ser levar os fãs e seguidores para plataformas próprias do clube, onde há controle sobre os dados e possibilidade de conhecer a fundo o perfil e o comportamento do consumidor.
estádios por várias razões. Alguns clubes já perceberam que são empresas de entretenimento que também fazem gols. Mas poucos conseguem atuar e gerar receita em escala por meio do digital. O futebol no Brasil e na América Latina, no geral, dá muita relevância às experiências físicas, principalmente ao “match day”. O jogo seguido de vitória talvez seja o conteúdo mais premium que o clube tenha a oferecer ao seu torcedor e é a forma mais fácil de entendermos como funciona a relação de valor entre o fã e o clube. Mas, para os clubes em estágio mais avançado de digitalização, o dia do jogo é só a cereja do bolo, a interação e o engajamento dos seus fãs acontecem antes, durante e depois da bola rolando.
Como a tecnologia pode aproximar o clube do seu público? Bilhões de pessoas assistem futebol. Uma mínima parte vai aos
O modo de se consumir futebol mudou? Completamente! O que já sabemos é que o fã mais jovem consome futebol
conecta a indústria com as startups do esporte – também chamadas de sportstechs – e investidores.
O futebol precisa virar entretenimento, falar com as diferentes tribos, que estão em diferentes canais, em diferentes contextos e formatos. A pandemia de Covid-19 acelerou o processo de digitalização dos clubes, emplacando novos hábitos e comportamentos no consumidor brasileiro, que passou a realizar atividades online que antes não eram tão comuns. Com o distanciamento dos torcedores de seus estádios, clubes e entidades esportivas em todo mundo se viram obrigados a criar experiências e conexão com os fãs de forma digital, sem ter o “match day” como ator principal. Os torcedores atualmente podem ser vistos mais como clientes do que como fãs de seus times? Partindo de uma visão mais contemporânea, o clube de futebol é também considerado uma empresa de entretenimento e que disputa a atenção com outras plataformas e entretenimento. Netflix, Fortnite, Globo Play, Amazon Prime, Disney Plus, todas elas buscam a mesma coisa: a atenção do consumidor. O tempo de tela é um indicador muito relevante, e quanto mais tempo o torcedor gasta na plataforma de um clube, mais ele está monetizando de alguma forma aquela relação.
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No campo, gestão contra custos altos
Produtores rurais precisam de planejamento para garantir sustentabilidade
A produtora Tereza Camilo de Lima e a mãe, Gertrudes: rebanho equilibrado e contas em ordem
Gisele Tamamar
O
s custos da produtora Tereza Camilo de Lima, dona de uma propriedade em Sabino, interior de São Paulo, sofreram um grande impacto durante a pandemia de Covid-19: o óleo diesel dobrou de preço, adubos e sal mineral ficaram mais caros e insumos, como milho e soja, chegaram a faltar. E o preço do leite não acompanhou essas altas. Apesar de todos esses obstáculos, ter conhecimento dos números envolvendo a produção ajudaram Tereza a conseguir conduzir o negócio de forma saudável.
Manter todos os controles de gestão da empresa rural, como faz Tereza, é uma exceção na realidade da maioria dos produtores, de acordo com o consultor do Sebrae-SP Marcelo Rondon Bezerra, mas é primordial para garantir a sustentabilidade econômica do negócio. O consultor ressalta que, ano após ano, o custo de produção está cada vez maior e dependente de variáveis externas, o que impacta diretamente no lucro dos agricultores – situação que exige uma profissionalização do produtor rural.
Em plena pandemia, a queda no faturamento do agronegócio chegou a 50% em comparação ao período pré-pandemia, segundo pesquisa do Sebrae. “Em geral, o pequeno produtor está engatinhando quando o assunto é profissionalização da gestão da propriedade rural, principalmente com os preços que os insumos estão hoje”, diz Bezerra. O consultor destaca que o planejamento é a base para tudo. “A pergunta que eu mais escuto é: o que dá dinheiro? E eu sempre volto ao começo do planejamento e questiono:
para quem você vai vender?”, destaca. Como exemplo, ele relata o caso de agricultores que focavam na venda para merenda escolar e enfrentaram dificuldades no começo da pandemia, quando as prefeituras paralisaram as compras. Uma saída encontrada foi investir no delivery direto para o consumidor final. O consultor conta que teve casos de agricultores que chegaram a registrar aumento de faturamento de R$ 1,5 mil para R$ 6 mil por mês porque aumentaram o número de itens para venda.
econômica em tempos de crise e variação de preços
“O agricultor que é pequeno pode ter uma diversificação de produtos. É uma questão de planejamento”, afirma. A lista de recomendações para melhorar a gestão no campo passa ainda pela preocupação com as previsões climáticas, prestar atenção nas altas e baixas dos produtos agrícolas, escolha das variedades corretas, realização de análise do solo e da água, além de fazer o diagnóstico da propriedade, incluindo o cálculo dos custos de produção e fazer um plano de ação. Bezerra destaca que fazer o diagnóstico da propriedade é extremamente importante para conseguir chegar até o cliente. O próprio produtor precisa fazer um autodiagnóstico sobre o que ele está disposto a fazer na propriedade. “Você está disposto a tirar leite todo dia? Se não estiver, tem que buscar outro produto. Você terá mão de obra? Qual a capacidade de investimento?”, questiona. Um ponto de atenção citado pelo consultor é a definição de uma meta. “Temos produtores que ficam frustrados ano após ano porque nunca chegam a vender o quanto queriam, mas eles nunca falaram quanto queriam. Sempre quero vender mais, mas esqueço de comemorar. Isso é importante em todo andamento do planejamento”, reforça Bezerra. No caso da análise do solo, o consultor conta que muitos produtores usam muito adubo, mas não corrigem a acidez do solo. Se o pH do solo estiver baixo, a planta não vai absorver os adubos adicionados e não vai produzir em todo seu potencial.
EM ORDEM
Quando o tema é bovinocultura de leite, o consultor pontua que é difícil saber como estará o preço do leite nos meses seguintes. Por isso, na hora de fazer a gestão da composição do rebanho, é muito importante que o produtor controle a porcentagem de vacas em lactação estável
durante todo o ano. “Dessa maneira, independentemente do momento que o preço subir, ele terá uma ótima quantidade de leite para entregar”, alerta Bezerra. A produtora Tereza, de Sabino, conta com a ajuda da mãe, Gertrudes Giaretta Camillo, de 92 anos, para manter a propriedade em ordem. O trabalho com bovinocultura vem de família. “Manter um rebanho equilibrado com 65% das vacas e 35% de animais de reposição composto por novilhas e bezerras faz com que eu tenha uma renda extra, além da produção de leite”, conta Tereza, que vende todo o leite produzido para o laticínio. No período à frente da propriedade, Tereza já participou de uma série de cursos e aprendeu a planejar o rebanho e o manuseio de novilhas e bezerras. “Aprendi a ter uma nova visão sobre o trabalho no campo”, diz.
APRENDIZADO
A produtora Patricia Antônio, do Sítio Salomão, de Paulistânia, compreendeu a importância do planejamento quando começou a trabalhar com a venda de hortifruti e registrou prejuízo financeiro e desperdício. Ela chegou a enfrentar falta de produtos ou até a situação contrária: plantava de forma exagerada, não dava conta de vender e ficava com os itens estragados. “Percebemos que era preciso planejar”, destaca. A organização da produção envolve o quanto de produto ela vai precisar e para quem ela vai vender para saber quanto precisará plantar, incluindo a margem de perda. Outro ponto importante citado pela produtora é o clima. “O tempo de produção da alface varia dependendo da estação do ano. É preciso levar tudo isso em consideração, além da quantidade de cada item e o tempo de colheita”, explica. A saída de produtos de acordo com a estação também faz parte da organização. No verão, as verduras são mais vendidas para saladas.
No inverno, os legumes são mais usados para cozidos e sopas. “Todas essas questões precisam ser bem planejadas para eu não ter falta de produtos ou desperdício, que vai resultar em prejuízo”, diz a produtora. Como vantagens de um bom planejamento, Patricia cita um aumento da lucratividade e a possibilidade de atender mais clientes com produtos
bons e variados. “Não nos envolvemos com gastos desnecessários. É bem melhor planejar antes, temos menos preocupações, o trabalho fica equilibrado e conseguimos ver o espaço que temos para crescer, se podemos plantar outras variedades. Com as noções de planejamento, conseguimos nos organizar melhor para não ter perdas”, finaliza.
COMO MELHORAR A ADMINISTRAÇÃO
1
DEFINA QUEM SÃO SEUS CLIENTES – Tenha pelo menos três opções de compradores e pesquise qual qual produto precisam, qual qualidade desejam receber e com que frequência precisam dos produtos.
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FIQUE ATENTO AO CLIMA – Antes de iniciar a safra, pesquise sobre o El Niño e a La Niña. Nos últimos dois anos, esses fenômenos climáticos influenciaram diretamente a chuva em todo o Brasil.
3
PRESTE ATENÇÃO NAS ALTAS E BAIXAS – O aumento no preço da maioria dos produtos agrícolas está bem destacado nos últimos dois anos, mas nessa tendência de alta também há quedas consideráveis. Você precisa estar preparado para elas, tendo uma reserva monetária ou realizando uma gestão das vendas.
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ESCOLHA AS VARIEDADES CORRETAS – Antes do plantio, é importante a escolha da variedade certa do item, de modo que seu solo, sua adubação, seus tratos culturais, sua irrigação e ainda época do ano em que está plantando proporcionem a melhor produtividade.
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FAÇA A ANÁLISE DE SOLO – Com uma análise de solo, a recomendação da adubação será na dose certa que a planta precisa para ter uma produtividade que dê lucro.
6
FAÇA A ANÁLISE DA ÁGUA – Muitos defensivos exigem um pH de aplicação em 4,5, por exemplo. Se aplicado em água de pH 6, esse defensivo não fará nem metade do efeito esperado. Atente-se a isso e busque informação.
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CUIDE DA GESTÃO DA PROPRIEDADE – Faça o diagnóstico da propriedade, calcule o custo de produção e trace um plano de ação. Com as margens de ganho apertadas, é muito importante ter o controle financeiro da propriedade na palma da mão para tomar as melhores decisões na gestão.
Fonte: Marcelo Rondon Bezerra, consultor do Sebrae-SP
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Influenciadores dão impulso a pequenos Mesmo com poucos recursos para investir, empreendedores podem
Marcella Daud, da Detalhes de Classe: ações com influencers abriram novos mercados
Gisele Tamamar
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ogo no início da pandemia de Covid-19, a proprietária da loja Detalhes de Classe, Marcella Masi Daud, teve diversos pedidos cancelados pelos compradores. Com estoque cheio de produtos de mesa posta, principalmente caixas de acrílico para chás e especiarias, ela decidiu fazer uma ação com influenciadores digitais que ajudou não só a dar saída às peças como chamar a atenção de novos compradores no atacado. O resultado da divulgação foi a evolução de um perfil no Instagram apenas institucional, que fazia vendas pontuais, para o recebimento de cerca de 50 pedidos por mês somente por essa rede social.
O exemplo de Marcella ajuda a mostrar que os pequenos negócios também podem incluir os influenciadores nas ações de marketing, não importa se seu orçamento é muito limitado ou mesmo se você está em uma cidade pequena. Um estudo realizado pelo Instituto QualiBest, em parceria com a Spark, empresa de marketing de influência, mostra que 76% dos internautas brasileiros já consumiram produtos ou serviços após a indicação de influenciadores digitais. A consultora do Sebrae-SP Ariadne Mecate diz que o consumidor confia no influenciador por ele ser um gerador de conteúdo interessante e, por esse motivo, essa recomendação
gera mais impacto para o cliente. “Muitas empresas adotaram e passaram a incluir os influenciadores na hora das suas ações de marketing e as micro e pequenas empresas podem e devem utilizar essa estratégia”, destaca. Mas não vale sair mandando produtos e mensagens sem antes fazer uma pesquisa e planejamento. É preciso fazer um trabalho estratégico, alerta a consultora. Um ponto importante é conhecer bem o mercado e quem é o seu cliente, ou seja, buscar informações sobre quem ele segue nas redes sociais e separar os influenciadores de acordo com os segmentos e objetivos.
“Não veja apenas o número de seguidores. Número de seguidores é métrica de vaidade. É preciso ver realmente se o público dele é o público que compra seu produto ou serviço, se o influenciador conversa com essas pessoas e o quanto ele engaja o público”, afirma a consultora. O desafio das pequenas empresas é trabalhar com recursos limitados. Uma saída é buscar inf luenciadores menores e com audiência local relevante. Como eles têm uma base de seguidores menor, o cachê também será mais acessível. Uma opção ao pagamento é buscar trabalhar com permutas, oferecendo produtos e serviços para
recorrer a parceiros fortes em seus nichos nas redes sociais o influenciador experimentar e compartilhar com seu público. A consultora do Sebrae-SP conta que existem casos de empreendedores que fizeram contato com grandes influenciadores e conseguiram uma divulgação. “Principalmente nesse momento de pandemia, artistas e influenciadores se identificaram com a causa da pequena empresa e chegaram a divulgar produtos e serviços como forma de ajudá-los”, relata. Uma maneira de tentar acessar essas pessoas mais conhecidas é usar sua rede de contatos, sugere Ariadne. “Mas é preciso ser criativo. Não vale mandar o produto na forma convencional. Use algo para chamar a atenção, conte sua história e veja se o produto ou serviço tem identificação com o que o influenciador acredita e fala”, afirma. No caso da Marcella Daud, da Detalhes de Classe, o bom relacionamento que ela já tinha com algumas influenciadoras ajudou na hora das divulgações. “Já fiz algumas divulgações pagas, mas a maioria é permuta. Eu mando o produto e a pessoa divulga. No Instagram, as divulgações feitas com influenciadoras são as que mais dão resultados”, conta. A empreendedora escolhe os perfis que geram conteúdo relevante no segmento, que é o de “receber, reunir a família e amigos em torno da mesa”.
PARCERIAS
A Lyrios Alimentação Vegana é outra empresa de São Paulo que recorreu aos inf luenciadores para ganhar destaque com seu público. A proprietária Carina Lyrio começou a empresa em 2015, com a produção de hambúrguer vegano. No início, a venda era feita principalmente para amigos e para a lanchonete da empresa onde trabalhava. Foi só após o início da pandemia que a atividade virou o foco principal. Também contribuiu a gravidez de Carina, que a fez optar por deixar o emprego e passar a se dedicar mais ao negócio.
A primeira parceria paga foi feita com um perfil voltado ao público vegano e interessados no tema. “A parceria me proporcionou uma boa visibilidade aumentando o alcance da minha página do Instagram. No começo do ano passado, eu tinha 700 pessoas e agora temos mais de 2 mil. Minhas vendas aumentaram consideravelmente”, conta Carina, que depois também buscou parcerias com outros influenciadores. Segundo Carina, o resultado com as parcerias é imediato. “Além do aumento no número de seguidores e, com isso, o maior alcance, você também ganha credibilidade e vendas. O número de clientes interessados e vendas aumenta proporcionalmente”, relata. Como exemplo, ela cita que um perfil fez stories e post com os hambúrgueres da Lyrios durante à noite. Na madrugada, o perfil da empresa ganhou mais de 50 seguidores e três pessoas acordaram e se mostraram interessadas em comprar os produtos. Hoje, a empresa de alimentação vegana congelada trabalha com oito sabores de hambúrgueres, queijos e linguiças. "Eu pretendo sempre ter os influenciadores como parceiros, porque o resultado é muito interessante e passa credibilidade", destaca.
A consultora do Sebrae-SP Ariadne Mecate lembra que os empreendedores não precisam se limitar apenas aos influenciadores digitais, mas também considerar os influenciadores locais. “Busque se aproximar dessas pessoas, pode ser uma professora, um representante da associação de moradores, pessoas que, se o bairro souber que é seu cliente, que ele
gosta do seu produto, vai gerar interesse de outras pessoas”, orienta. Ariadne também lembra que as pessoas confiam mais em depoimentos e indicações. “É o que o influenciador faz. Por isso, peça para seus clientes avaliarem sua empresa, as compras, postar nas redes sociais. Isso atesta seu produto ou serviço e traz oportunidades de negócios para a empresa”, diz.
DICAS PARA UMA DIVULGAÇÃO EFICIENTE - Não veja apenas o número de seguidores. Avalie o público e como ele interage com essas pessoas.
- Peça o “media kit” com a apresentação do influenciador e avalie com quem ele conversa, alcance das postagens, quais divulgações ele oferece.
- Pesquise qual a frequência que ele publica as postagens, se ele responde aos seguidores. Não adianta fazer uma parceria com um influenciador que não interage com seu público. Se ele não conversa com os seguidores, terá mais dificuldade para a venda.
- Defina muito bem o produto ou serviço que será divulgado, qual sua margem e sua capacidade de atendimento para não gerar frustrações e falta de estoque.
- Faça um acordo sobre a parceria. Formalize os pontos acordados, quais produtos serão enviados e contrapartidas e deixe tudo isso bem claro em um contrato para evitar problemas futuros.
- Pense em formas de incentivar e valorizar os seguidores que chegarão pelo influenciador. Um gatilho de compra pode ser um desconto especial ou um brinde para incentivar a ação.
- Monitore os resultados e avalie. Uma ação pode não ter dado certo, mas é preciso entender o que aconteceu e tirar lições para as próximas.
- Experimente e teste divulgações. Assim você vai encontrar o que vai trazer resultados para sua empresa.
- Organize o atendimento da empresa. Defina como será a pré-venda, como o atendimento será feito, quem vai responder às mensagens e como será feito o pós-venda.
Fonte: Ariadne Mecate, consultora do Sebrae-SP
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TURISMO ENSAIA SUA RETOMADA
Com o avanço da vacinação no País, empreendedores do setor estão se
planejando para o retorno das viagens – agora mais curtas e ao ar livre de setembro), para aí sim os negócios conseguirem atingir a recuperação total. “Eu acredito que essa recuperação vá ocorrer no fim de 2022 para 2023. Aí sim, conseguiremos mitigar as perdas, voltar a uma ocupação normal e conseguir quitar as dívidas, empréstimos etc”, explica.
NOVO MODELO
Rodrigo Tavano, dono do Hotel Pousada Vivendas do Sol e Mar, em Caraguatatuba: expectativas em alta para Natal e réveillon
Patricia Gonzalez
O
turismo foi um dos setores da economia brasileira que mais sofreram impacto em seu faturamento durante a pandemia de Covid-19, com uma queda de 68% em relação ao período anterior à crise, de acordo com a 11ª pesquisa do Sebrae sobre os impactos do coronavírus nos pequenos negócios, realizada em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o avanço da vacinação no País, empreendedores do setor começam a ver uma luz no fim do túnel e já esperam que a hora da retomada definitiva esteja próxima. Por isso, muitos já estão se programando para a chegada desse momento e planejam colocar mudanças em prática já no início deste segundo semestre.
De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae especificamente sobre o turismo, os clientes pós-pandemia terão uma preferência por atividades ao ar livre e também por viagens de carro, além de valorizarem mais a higiene e as viagens em pequenos grupos (também chamado de turismo de isolamento). Entre os entrevistados, 70% afirmam que desejam celebrar a retomada com uma viagem especial, enquanto 50% também já declaram a vontade de viajar com mais frequência. “Em princípio, há a preferência por destinos mais próximos, cujo deslocamento seja possível de carro, pois ainda há receio em relação a transporte coletivo. A tendência por turismo regional estará fortalecida, com orçamentos mais adequados ao momento e menor
duração de viagem”, analisa a consultora do Sebrae-SP Michele Divino. No caso do empreendedor Rodrigo Tavano, dono do Hotel Pousada Vivendas do Sol e Mar, em Caraguatatuba, o planejamento já está montado. Depois de passar 97 dias com as portas fechadas em 2020, além de movimento abaixo da média em muitos dias de funcionamento, ele acredita que, a partir de setembro, o movimento será mais intenso. “Defini meu planejamento estratégico pensando de setembro a fevereiro. Isso passa por ações de marketing e contratação de mão de obra. Considero dois cenários: um mais conservador e outro mais arrojado. Prefiro pecar pelo excesso e jamais deixarei de receber um cliente por falta de camareira, por exemplo”, afirma.
Além de realizar muitas promoções e ofertas atrativas pelas redes sociais, Tavano também já começou a venda de pacotes para o Natal e réveillon. Para ter sucesso nas reservas, ele tem apostado em boas condições de parcelamento e atenção para a formação do preço de venda. “Sei que a oferta será grande também, apesar de acreditar na alta procura. Não adianta querer tirar o ‘atraso’ e tentar compensar os prejuízos de uma só vez”, observa. Para organizar as suas ações, o empreendedor enxerga esse período de transição até a “normalidade” tão esperada por todos em três fases: reabertura (fase vivenciada quando puderam abrir as portas), retomada (com o aumento de movimento, que ele acredita que vá ocorrer a partir
O empreendedor André Jordão, da agência Giordano Travel, também está otimista para a retomada do turismo a partir do segundo semestre. E, para aproveitar as oportunidades, ele tem apostado em uma nova forma de viajar, seguindo as tendências e preferências de seus clientes. Recentemente, lançou um modelo de viagem em sua agência chamado Connection Club, com a ideia de fazer um atendimento personalizado para pequenos grupos e atender aos desejos e preferências dos participantes. “Percebemos que, com a pandemia, as amizades e a forma de se comunicar passaram por modificações. Então nos juntamos com uma profissional da área de turismo e uma professora de espanhol e montamos esse novo produto para propiciar uma nova experiência”, explica. A ideia é aproveitar o conceito do turismo de isolamento para montar pequenos grupos que têm a oportunidade de se conhecer e interagir por alguns meses antes da viagem. “Nosso programa começa com um grupo de, no máximo, 20 pessoas. Elas passam por 16 semanas de oficinas culturais e têm a oportunidade de pesquisar e conhecer mais sobre a cultura do país de destino, de forma diferente e descontraída. As pessoas passam a interagir, se conhecer melhor e também podem escolher quais os lugares que mais combinam com o grupo para colocar no roteiro, o que torna a experiência ainda mais personalizada”, explica. O primeiro grupo já iniciou o conjunto de oficinas e tem viagem para a Turquia marcada para outubro deste ano. Como o seu público abrange principalmente pessoas a partir dos 45 anos, ele acredita que todos já estarão totalmente vacinados até a data
da viagem. “Uma das primeiras descobertas do grupo é que o espanhol é a segunda língua mais falada na Turquia. Muita gente não sabe disso e por isso temos a professora. O grupo já está se falando e já tem gente combinando de dividir quarto na viagem, fazendo amizades. Eles vão conhecendo a rotina dos outros e se sentindo mais próximos”, diz. Jordão está otimista com a experiência e planeja realizar turmas do Connection Club pelo menos uma vez ao ano, de acordo com a demanda. “Os clientes participam de aulas e oficinas semanais com 1h30 de duração. Eles poderão fazer os passeios que escolherem, cada um no seu ritmo, sem correria. Queremos incentivar as conexões e que a pessoa se sinta segura em viajar com os outros”, afirma. A segunda turma, que deverá ocorrer em 2022, está em fase de ajustes para ser divulgada.
AR LIVRE
Os pequenos negócios que oferecem atividades ao ar livre também estão otimistas. Além de acreditarem na grande procura por essa alternativa, que envolve menos riscos de contaminação pelo coronavírus, eles apostam também no fortalecimento do turismo local, com viagens no estilo “bate e volta” que podem ser feitas de carro. Robson Roder é dono da Roder’s Turismo, na cidade de Pardinho, a cerca de 30 quilômetros de Botucatu. Nos últimos meses, o empreendedor precisou diversificar o negócio e passou também a produzir e vender produtos artesanais do seu sítio, como cachaça, rapadura, melado e açúcar de cana para fazer entregas na região, sempre contando com o apoio da família para tentar manter as contas em dia. Com o avanço da vacinação, ele aposta que sua demanda irá crescer. “Tem gente já ligando aqui e pedindo informações. As pessoas dizem que estão esperando a vacina para vir.”
Roder conseguiu investir também na construção de quatro chalés para receber hóspedes que desejarem passar mais tempo em sua propriedade. Apostando na retomada, ele está contratando e treinando pessoas da região para trabalhar em seu negócio. “O importante agora é se preparar, estruturar bem o ponto físico e partir para as mídias digitais. Também estou implantando um sistema de gestão de segurança para fazer uma avaliação geral do meu negócio, identificando oportunidades e ameaças. Estou contando que vamos voltar com tudo”, comemora. Outro empreendedor que também aguarda este momento é Diogo Lopes, dono do Parceiros do Turismo Receptivo, empresa de viagens e eventos localizada em Santos.
Com a pandemia, ele optou por trocar suas atividades da capital para o litoral e agora aposta no potencial da região para a retomada. “A hotelaria está percebendo a importância das oportunidades de lazer para que o cliente tenha uma experiência ampla. Eles voltam pela experiência que tiveram na cidade. E fazendo isso com uma empresa especializada, a satisfação é garantida”, diz. Lopes tem oferecido passeios de bicicleta pela orla e investido em passeios náuticos. Além disso, tem buscado fazer um trabalho mais exclusivo para grupos, com guias turísticos que levam os clientes para passeios com o seu próprio carro. “Aqui temos poucos profissionais assim. E Santos é uma das cidades mais buscadas para turismo hoje. Então, acredito que há muito potencial para ser explorado”, afirma.
TENDÊNCIAS De acordo com a consultora de negócios do Sebrae-SP Michele Divino, a procura por viagens começou a crescer à medida que as primeiras faixas de idade da população começaram a ser vacinadas no Brasil. Segundo ela, a tendência é que, com o avanço da imunização, os turistas se sintam mais seguros para os deslocamentos. “Os empresários devem estar atentos ao comportamento do consumidor, suas novas necessidade e seus temores. Se por um lado há um desejo enorme de viajar, do outro há questões de segurança, finanças e de tempo”, diz. Michele também reforça que a cultura de valorização dos contatos e de pequenos prazeres que contemplam questões socioambientais estarão em alta na retomada. Por isso, atividades outdoor, que proporcionem contato com a natureza, serão bastante atrativas.
A consultora recomenda que os empreendedores estejam atentos às seguintes questões: Protocolos sanitários – o Ministério do Turismo elaborou um protocolo com 12 tópicos para as atividades turísticas; é importante estar por dentro do que é recomendado.
Oferecer políticas de cancelamento/ devolução e flexibilidade de remarcações de datas.
Promover a adequação dos produtos e serviços para a nova demanda. Realizar a adequação dos processos de atendimento.
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Educar para o futuro
7 ações para o marketing digital O
marketing digital aos poucos começa a fazer parte do dia a dia dos pequenos negócios, mas para isso ser feito da maneira certa é preciso ter uma estratégia
traçada. Sem planejamento, é difícil definir quais decisões devem ser tomadas para a empresa se destacar no mercado – ou seja, não ser só mais uma no meio de muitas nas
redes sociais, mas sim ter uma presença relevante. Para auxiliar essa estratégia, a analista de negócios do Sebrae-SP Fabiana David, do ER Ribeirão Preto, selecionou sete dicas.
MARIANA GONÇALVES FERREIRA analista do Sebrae-SP
DEFINA SEU DIFERENCIAL
Em primeiro lugar, é preciso fazer uma relação dos diferenciais os diferenciais da sua empresa para, assim, entender quais são seus pontos de vantagem em comparação aos seus concorrentes. O conteúdo deve ter embasamento e ser factível, a fim de trazer um diferencial competitivo para a sua empresa. Defina o que você faz de melhor: seja produto, serviço ou atendimento, o seu público deve percebê-lo e valorizá-lo como uma vantagem de ser seu cliente.
DEFINA SEU PÚBLICO-ALVO
A definição do público-alvo tem que ser clara e refinada. Quanto mais assertivo, melhor a sua relação, comunicação e divulgação com o cliente. Para que isso seja feito, é necessário saber onde estão, como se comunicam, onde buscam informação e como praticam seus hábitos de consumo. Criar um relacionamento com seu consumidor é o ponto-chave para entender suas necessidades e desejos de consumo e, por fim, agregar à sua marca.
CRIE CONTEÚDOS RELEVANTES
Entregar um conteúdo que seja relevante para sua audiência fará com que entendam o que sua marca faz, além de criar maior identificação com suas publicações, resultando no aumento de venda e engajamento. Tal ação ajuda a transformar parte da sua audiência em cliente. No entanto, é preciso lembrar que cada publicação deve ter um objetivo específico, como conversão para venda, fidelização, interação com o cliente, entre outros. Para isso: - Não tenha um perfil vitrine. As postagens nas redes sociais não podem ser apenas sobre o produto que sua empresa vende, é necessário alternar com publicações de conteúdo para que sua audiência mantenha o interesse. - Divulgue o seu diferencial. É importante que o público entenda por meio das postagens quais benefícios ele terá ao comprar com você e não com o concorrente. - Construa autoridade. Divulgue conteúdos que mostrem que você entende do assunto tratado, como dicas a respeito do que você faz ou vende. Isso traz credibilidade para com o público.
TENHA UMA BOA COMUNICAÇÃO E SEJA AUTÊNTICO
Uma empresa com comunicação visual padrão não se destaca no mercado, por isso, apresente autenticidade. O seu público-alvo, ao se deparar com uma publicação inovadora, irá automaticamente identificar a qual empresa pertence, antes mesmo de verificar quem a postou. É preciso lembrar também que é necessário se conectar com a audiência, utilizando linguagens que seu público-alvo entenda. Ou seja, é preciso compreender o público para saber se comunicar com ele.
Divulgação
Saiba como cuidar da sua marca e impulsionar as vendas no meio online
Crise: quais as prioridades? HUMANIZAÇÃO
Humanizar a rede social não é deixar a página menos profissional. Essa humanização é necessária para que o público se sinta mais próximo da sua marca. Isso pode ser feito de diversas maneiras, como usar o humor em suas publicações, com algum ‘meme’ do momento ou assunto muito falado. No entanto, isso deve fazer sentido para sua empresa e ter conexão com o seu público. - Declare valores e crenças da sua empresa. Expor os valores, crenças e propósitos gera uma conexão com seu público-alvo.
- Conte suas inspirações e história da empresa. Compartilhar suas histórias e inspirações pode trazer um sentimento de proximidade com aqueles que os acompanham. Isso faz com que os clientes entendam sua trajetória. - Compartilhe bastidores. Ao mostrar os bastidores, as pessoas podem ver quem está por trás da marca e conhecê-la melhor, o que traz a humanização do negócio.
FREQUÊNCIA NAS POSTAGENS
As postagens precisam ser feitas todos os dias nas redes sociais de sua empresa, em forma de stories e publicações no feed. Quanto mais você criar, mais será visto pela sua audiência e, portanto, lembrado, além de entender quais tipos de postagens funcionam com seu público ou não. A dica é usar algum calendário de datas comemorativas para ajudar no planejamento.
REELS, STORIES E COLLABS
- Reels: chama atenção e é muito dinâmico pelo formato de vídeo, semelhante ao TikTok. Use áudios e pautas que estão em alta, por meio de pesquisas de outras contas no Instagram. Fale de um assunto que gere identificação com seu público-alvo e conte curiosidades sobre os temas em que sua conta se baseia. - Stories: é possível fazer postagem com fotos ou vídeos e usar ferramentas como músicas, hashtags, caixinhas de perguntas etc para complementar essa publicação e torná-la mais dinâmica. Tenha criatividade e crie uma narrativa. - Collabs: faça parcerias com perfis que tenham assuntos que complementam os produtos ou serviços da sua empresa. Perfis com públicos parecidos ou de interesses próximos aos seus irão ajudar no engajamento.
A crise econômica que estamos vivendo na pandemia evidenciou que algumas atividades são extremamente importantes na gestão do negócio e não podem ser negligenciadas. Vamos destacar cinco prioridades. A primeira é o cadastro de clientes. A empresa que possui o cadastro de clientes, com histórico de compras, valores e datas, tem um tesouro em mãos, pois é capaz de prospectar novas vendas. O segundo ponto é a presença digital. Ter uma página em redes sociais não é o bastante. Os empreendedores tiveram de aprender em pouco tempo como tirar fotos, postar, interagir com seguidores e transformar isso em vendas. Empreendedores que tinham cadastro de clientes conseguiram identificar seu público-alvo, suas similaridades e comportamentos recorrentes, realizar postagens e oferecer produtos/serviços direcionados às necessidades dessas pessoas. Capital de giro é o terceiro item. É o valor que a empresa tem para arcar com as despesas em determinado período. Com a queda nas vendas, muitos empreendedores se viram sem dinheiro. Daí a necessidade de ter um valor em caixa para “segurança”. Mas é comum ouvir que a
maioria opera no limite e mal sobra dinheiro para chamar de lucro, que dirá para capital de giro. Isso é real ou uma questão cultural, já que não temos o hábito de poupar? Avalie em qual posição sua empresa se encontra e tome providências para melhorar. O ponto seguinte é o relacionamento com bancos e fornecedores. Empreendedores se queixaram das dificuldades em negociar com eles, mas muitos nem conheciam seus gerentes, não pagavam em dia os fornecedores ou não tinham bom contato com eles. Relacionamentos baseados em um histórico de confiança facilitam nesse momento. Por fim, fazer parte de algo. O isolamento social e a interrupção das atividades deixaram muitos empreendedores perdidos. Mas isso era aliviado quando o empreendedor estava ligado à associação comercial do município, fazia parte do grupo de empresários do bairro ou participava dos grupos de projetos do Sebrae. Vimos então, empresários trocando ideias, estratégias e até clientes por meio de parcerias. É a força da coletividade. Repense seu modelo de negócio, sua atitude e prioridades. A pandemia vai passar, mas esteja atento para que sua empresa passe por ela também.
Estamos chegando a quase um ano e meio da pandemia de Covid-19 no Brasil, finalmente com esperança de dias melhores com o avanço da vacinação. Neste espaço, pude falar durante todo esse período sobre aquilo que poderia ser feito para minimizar o impacto na vida dos empreendedores e sobre como começar um negócio poderia ser uma saída para gerar emprego e renda – preferencialmente, de maneira digna e estável, aquilo que chamamos de “inclusão produtiva”. A essa altura, porém, já podemos perceber que algumas mudanças provocadas pela pandemia vieram para ficar. Uma delas é o fato de que o ponto de venda já não precisa mais se restringir a um local físico, mas sim que está espalhado por toda a internet e na tela do celular do consumidor. A outra grande mudança é que as regras que a gente conhecia sobre carreira e trabalho já não valem mais da mesma maneira. A pandemia mostrou que o home office é uma realidade bem-vinda tanto para empresas quanto para funcionários. A presença de pessoas nos escritórios não é mais garantia de produtividade – pelo contrário, muitos se sentiram muito mais motivados e à vontade para trabalhar em casa. E, em que pese as profundas diferenças sociais no Brasil, a educação a distância se mostrou
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
Acompanhe o Sebrae‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo
uma alternativa bastante interessante, em especial para cursos técnicos e de aperfeiçoamento profissional, o que abre uma grande “avenida” para a atuação do Sebrae. Mas a mudança que mais chama minha atenção no momento é perceber como o empreendedorismo passou a ser cada vez mais uma opção de carreira para os jovens. Não que isso não estivesse no radar das novas gerações, mas aquela ideia de colocar um diploma embaixo do braço e bater na porta de grandes empresas já não faz mais sentido como a primeira opção profissional no mundo de hoje. Aqui no Sebrae, investimos em educação empreendedora desde a educação básica até o ensino superior, com a Escola Superior de Empreendedorismo (ESE). Educar para o empreendedorismo, com foco no aprendizado constante, pode mudar vidas – eu mesmo sou um exemplo disso. Por isso, a cada dia, temos a certeza de que a educação empreendedora é nosso melhor investimento.
WILSON POIT, diretor‑superintendente do Sebrae‑SP
ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi‑lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br
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Para anunciar
sp-jn@sebraesp.com.br Comercial
Crescendo o recheio
o sebrae‑sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilidade total por sua publicidade.
Expansão da La Bella Torta vem com planejamento e consultoria de marca Para tornar a comunicação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antecedência de 5 (cinco) dias úteis à data de realização do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pessoalmente nos Escritórios Regionais, pelo portal do Sebrae‑SP ou pelo 0800 570 0800.
*Mariel Mathias
A SUA EMPRESA PODE FAZER PARTE DO TIME DE PARCEIROS DO SEBRAE-SP
TUDO O QUE O EMPREENDEDOR PRECISA EM UM SÓ LUGAR www.empreendarapido.sp.gov.br
La Bella Torta surgiu no final de 2018, quando os irmãos Arnaldo Thomaz Neto e Alexandre Thomaz buscavam diversificar a fonte de renda e, durante as pesquisas, criaram o costume de experimentar tortas de diversos lugares pela cidade de São Paulo. Eles perceberam uma oportunidade de negócio ao visitarem essas lojas e observarem que, geralmente, os clientes não ficavam satisfeitos com as tortas oferecidas. “Na maioria das vezes, víamos que as tortas tinham mais massa do que recheio ou, quando tinham recheio, eram secas demais. Resolvemos fazer uma vasta pesquisa e ficamos cinco meses refazendo receitas, enviando para amigos experimentarem até chegar à receita perfeita que temos hoje”, conta Arnaldo. Ainda hoje, diz o empreendedor e cozinheiro chefe cozinheiro chefe, Alexandre, não deixa de tentar aprimorar as tortas salgadas e doces. Segundo ele, o grande diferencial da La Bella Torta, e que chama atenção dos clientes, é a proporção de 15% de massa e 85% de recheio. Para que o negócio desse certo, porém, os irmãos procuraram o Sebrae para fazer consultorias de estratégias de negócio de modo a tornar a marca mais relevante e conhecida no mercado. O primeiro passo foi uma consultoria de imersão com ambos, que conseguiram superar os desafios do início da empresa, aprendendo novas técnicas e estratégias de gestão. A partir daí, surgiu a necessidade de criar uma identidade
visual para o meio digital, já que o foco das vendas seria via Instagram e WhatsApp. “Nós não somos do meio digital, então precisávamos de ajuda dos consultores do Sebrae para nos orientar da melhor forma” diz Arnaldo. Foi por meio das mídias sociais que eles começaram, então, a ter maior notoriedade. “No início das vendas, havia aquela indicação totalmente orgânica, no ‘boca a boca’, pois o produto realmente tem uma ótima qualidade e é diferente de outras lojas de tortas. Mas, quando eles entraram no meio digital, começaram a ganhar uma força muito maior, sempre muito dedicados, gerando ótimos resultados”, conta a consultora do Sebrae-SP Juliana Berbert. Os irmãos eram os únicos responsáveis por todas as áreas da La Bella Torta, então foi preciso resolver uma questão de logística logo no começo. “Como eles não tinham uma equipe, tiveram dificuldade com as entregas para conseguir atingir todas as áreas da cidade de São Paulo. Durante a consultoria, criamos uma grade de entregas, cada dia da semana em uma zona específica de São Paulo, assim foram ampliando o escopo de atuação”, diz Juliana. Com a chegada da pandemia, tiveram de aprender novas práticas nos meios digitais e manter a concentração nisso. “Era inovar ou morrer, então focamos muito em nossa comunicação nas redes sociais", diz Arnaldo. No entanto, o que os surpreendeu foi o crescimento do negócio na pandemia.
Arnaldo Thomaz Neto é dono da La Bella Torta com o irmão, Alexandre: longa pesquisa para encontrar receita ideal
Com a maior parte das pessoas passando mais tempo em casa, houve um aumento das vendas. “Você percebe que seu negócio está dando certo quando vê que existem clientes que estão comprando seu produto pela oitava vez”, diz Arnaldo. Hoje, a La Bella Torta está abrindo uma loja física no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. “As demandas aumentaram e a maioria dos nossos pedidos vinham dessa região. Notamos que precisávamos de uma estrutura maior. Com isso, podemos vender
tortas prontas e inteiras ou também por pedaço e congeladas para as pessoas poderem assar em casa”, diz Arnaldo. O plano dos irmãos é expandir sua loja para outros bairros de São Paulo, podendo atender a uma demanda ainda maior. “A ideia é fazer com que essa unidade do Tatuapé prospere. Assim, começaremos a expansão em outros bairros e, para um futuro próximo de quatro ou cinco anos, nós pensamos em abrir franquias da La Bella Torta”, diz Arnaldo. *Estagiária sob supervisão dos editores
EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae‑SP Edição impressa
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Marcos Leodovico e Mariel Mathias. Imagens: www.gettyimages.com. Diagramação: Bruna Silene dos Santos. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae‑SP e Fernando Munhoz. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177‑4784
CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.
JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários:
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O LÍDER INTELIGENTE – OS 7 SEGREDOS PARA LIDERAR COM EXCELÊNCIA E DEIXAR A SUA MARCA (Benvirá) O coach executivo John Mattone já trabalhou com algumas das mais brilhantes mentes do mundo dos negócios, como Steve Jobs, da Apple, e Roger Enrico, da Pepsi. No livro, ele revela sua abordagem para o desenvolvimento da verdadeira excelência na liderança: o foco dos líderes deve ser no chamado núcleo interno, ou seja, nossos valores e nosso caráter. As habilidades externas vêm como consequência disso. Essa combinação é a verdadeira chave do que forma um líder exemplar. O livro mostra, ao longo de sete princípios, como usar sua força interior para atingir seu pleno potencial como líder e impactar de forma positiva as pessoas ao seu redor. EMPRESAS FEITAS PARA VENCER. POR QUE ALGUMAS EMPRESAS ALCANÇAM A EXCELÊNCIA E OUTRAS NÃO. (Alta Books) A obra responde à seguinte pergunta: como empresas boas, medianas e até ruins podem atingir uma qualidade duradoura? O livro mostra como as grandes empresas triunfam no decorrer do tempo e como o desempenho sustentável em longo prazo pode ser inserido no DNA de uma organização desde sua concepção. Jim Collins apresenta exemplos que desafiam a lógica e transformam a mediocridade em uma superioridade duradoura – e também quais são as características universais que levam uma empresa a se tornar excelente e outras não. OS SEGREDOS DA BOA COMUNICAÇÃO NO MUNDO CORPORATIVO (Benvirá) O livro se propõe a resolver as questões mais relevantes da comunicação. Trata-se de uma espécie de curso para ajudar o leitor a desenvolver e a aprimorar suas apresentações em todas as circunstâncias, sejam elas presenciais ou online, que se tornaram extremamente necessárias a todos os profissionais. Seguindo os ensinamentos dos autores Reinaldo Polito e Rachel Polito, você descobrirá que determinadas características do orador geralmente são criticadas de maneira equivocada. Ficará surpreso ao saber que não precisará mudar o seu jeito de se expressar, desde que saiba usar as técnicas apropriadas de comunicação. Aprenderá a falar de improviso e a se valer de todas as técnicas de comunicação, seja nos ambientes mais informais, como nas conversas do dia a dia, seja diante de uma grande plateia, apresentando projetos ou proferindo palestras.
TEC & IDEIAS
PERGUNTE A QUEM ENTENDE Como uma empresa pode ser eficiente na comunicação com seus clientes? Por Vivian Rio Stella, doutora em linguística pela Unicamp e idealizadora da VRS Academy.
DIVERSIDADE GANHA IMPORTÂNCIA NOS NEGÓCIOS ENTRE EMPRESAS
CERCA DE 10 MILHÕES DE EMPREENDEDORES DEIXARAM O MERCADO EM 2020
O aumento de políticas de diversidade e inclusão vem transformando a realidade das empresas. O movimento ganhou amplitude nas grandes corporações e também passou a ser discutido nas pequenas empresas, como diferencial de mercado e responsabilidade social. Como resultado, a imagem das empresas também melhora para seus clientes, que podem ser outras empresas (B2B). De acordo com o relatório do LinkedIn “O Cenário de Vendas no Brasil”, edição 2021, 88% das companhias brasileiras preferem fazer negócios no momento da compra com empresas que tenham a diversidade como um pilar essencial. O levantamento também mostra que mais de 90% concordam que a probabilidade de compra aumenta quando o próprio time de vendas reflete a comunidade e a indústria de atuação. O questionário foi realizado remotamente com 400 compradores e 400 profissionais e gerentes de vendas.
Cerca de 10 milhões de empreendedores tiveram de encerrar seus negócios no Brasil no ano passado, impactados principalmente pela pandemia. As mulheres foram as mais afetadas pela crise: o número de empreendedoras já estabelecidas diminuiu 62% de 2019 para 2020; entre os homens a queda foi de 35%. Os números são da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, feita em diversos países e que contou com apoio do Sebrae e do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ). Segundo o levantamento, o número de empreendedores brasileiros caiu de 53,4 milhões, em 2019, para 43,9 milhões no ano passado.
FILMES
GIRLBOSS CONFIANÇA DO EMPREENDEDOR AUMENTA PELO TERCEIRO MÊS SEGUIDO A confiança dos empreendedores aumentou em junho pelo terceiro mês consecutivo, o que reforça a expectativa de recuperação do segmento para os próximos meses, de acordo com a Sondagem de Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) subiu 2,4 pontos, em junho, atingindo o patamar de 95,9 pontos, o maior nível desde novembro de 2020 (98 pontos). O crescimento da confiança dos empreendedores foi impactado tanto pela situação atual verificada em junho quanto pela expectativa para os três meses seguintes, incluindo a contratação de mão de obra. Com esse resultado, no último trimestre, a confiança dos empreendedores apresentou um incremento de 14,4 pontos.
A série americana é baseada no livro escrito pela própria “Girl Boss” Sophia Amoruso, um dos nomes mais respeitados do mundo da moda. A produção mostra como Sophia decidiu começar a vender roupas de brechó no eBay e oito anos depois criou uma marca multimilionária, a Nasty Gal. A trajetória de Sophia serve para o público ter um olhar sobre o empreendedorismo feminino. Disponível na Netflix.
VÍDEO
Assista em:
VOANDO NOS NEGÓCIOS Leandro de Souza saiu do subúrbio carioca, foi para os Estados Unidos e virou piloto de avião. Em 2009, de volta ao Brasil, montou a Espetto Carioca, um negócio de sucesso com 38 lojas.
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LIVROS
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O primeiro passo é a empresa ter clareza sobre quem é seu cliente: são consumidores do produto ou serviço? Ou são outras empresas? Para o público B2C, que é diretamente o consumidor, temos percebido que quanto mais a linguagem for aquela falada por ele, melhor. Se for um público mais jovem, significa usar palavras adequadas para a faixa etária, utilizar imagens, memes e gifs para compor sua mensagem. Seja para o Instagram, site ou aplicativo do negócio, esse é o melhor caminho para a experiência de comunicação. É essencial realizar uma análise da “persona”, para definir o tom de voz da sua empresa. Tudo isso precisa estar de acordo com os conteúdos que são transmitidos. Se são mais informativos e explicativos, como, por exemplo, uma clínica de estética que quer informar quais são os procedimentos que oferece e as diferenças entre um serviço e outro. A comunicação vai de acordo com o tipo de conteúdo, a linguagem que será utilizada e os tipos de canais que foram escolhidos para investir mais tempo para produzir os materiais. A dica mais importante é falar a linguagem do seu consumidor. Entender quem ele é, o que ele pensa, sente e o que gosta. Já para o B2B, quando o empreendedor fala com outras empresas, é primordial ter um portfólio claro de quais são os produtos e serviços. A cada reunião de apresentação, seja ela presencial ou online, tenha na ponta da língua o seu pitch para poder apresentar de forma direta e precisa. Um ponto importante em comunicações ao vivo, como em reuniões presenciais, por Zoom ou telefone, é, antes de o empreendedor começar a disparar todas as informações, perguntar mais: como a pessoa chegou até a sua empresa, qual o problema que ela quer resolver e onde lhe encontrou. Essas informações iniciais vão “quebrar o gelo” e o comunicador pode adotar as informações para a abordagem que será realizada. O empreendedor precisa tomar cuidado com a comunicação interna. Hoje em dia, é difícil separar a comunicação interna da comunicação externa. Há empresas que realizam um belo trabalho de marketing, mas internamente têm um grande problema em se comunicar com os funcionários. Então, é importante olhar para dentro e ver como tudo está sendo feito. Cuidar de dentro para depois cuidar de fora é, também, uma máxima essencial na comunicação para empreendedores. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.
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‘Matar barata dá dinheiro’ Rafael Lins estudou química para ajudar na empresa de dedetização do pai
*Depoimento a Marcos Leodovico
“A
história da Tserv começa em 1994 com meu pai, Célio Barbosa Lins. Certa vez, em uma conversa, falaram para ele que matar barata dava dinheiro. Foi a partir daí que ele teve a ideia de abrir uma empresa focada em dedetização em Poá, cidade que abriga a nossa sede e onde moramos por muito tempo. Entrei na empresa só em 2010, quando tinha 16 anos. Na época fui para ajudar na parte do atendimento, aprender um pouco mais sobre o negócio da minha família e ver se aquilo era o que eu queria. Eu me joguei tanto no negócio que, em 2011, decidi fazer um curso técnico para me tornar químico e poder manusear, cuidar e aplicar os produtos de dedetização da nossa empresa. O manuseio e o cuidado são extremamente perigosos e qualquer falha pode resultar em multa ou até fechamento da empresa. No mesmo ano, meu pai decidiu se mudar de Poá, pois considerava uma cidade muito fechada para o nosso tipo de serviço e necessitávamos estar próximos de outros clientes. Com o tempo, vimos que, se fosse para crescer, teríamos que dar o primeiro passo, então abrimos a segunda unidade em Mogi das Cruzes, município maior e próximo a Poá. Eu acabei indo para ajudar a trazer novos clientes. Nesse período, estávamos tentando fazer com que nosso serviço fosse reconhecido. Na época, as pessoas não tinham ideia de como funcionava uma dedetização empresarial ou residencial; na maioria das vezes os próprios moradores aplicavam os produtos em suas casas, o que não é recomendado. Quando nos mudamos para Mogi, contratamos pessoas e começamos
Rafael Lins, da Tserv: “Trate o cliente como você quer ser tratado”
a setorizar a nossa empresa. Porém, muitas delas não entendiam como a empresa funcionava e isso acabava resultando em problemas internos. Na busca por soluções, em 2015, meu pai conheceu o Sebrae-SP e o programa Brasil Mais, operado pelo Agente Local de Inovação (ALI). Um representante do Sebrae explicou como o projeto funcionava e quais benefícios traria para a Tserv. Meu pai percebeu que com o programa conseguiria melhorar alguns pontos no nosso trabalho, desde a comunicação com o cliente até a entrega do produto final. Decidimos implantar todo o conhecimento
adquirido no curso na nossa unidade de Poá e, assim, expandir para os nossos outros locais. Hoje, padronizamos os processos, melhoramos o conhecimento interno dos funcionários e o atendimento ao cliente. O projeto ALI agregou muitas benfeitorias ao negócio. Nossa empresa está há 26 anos no mercado, com as duas unidades próprias e cinco franquias, sendo quatro no Estado de São Paulo (Ituverava, Campinas, Guarulhos e Campos do Jordão) e uma na Bahia, em Lauro de Freitas. Com a pandemia, no início do ano passado, tivemos aumento
na procura dos nossos serviços, já que havia a recomendação para manter a casa limpa para conter o avanço da Covid-19. Somando as unidades de Poá e Mogi – que são as que eu cuido – temos cerca de 800 serviços mensais. São escolas, prefeituras e residências. A dica que eu deixo para quem quer começar é: acredite na sua ideia. Parece até clichê, mas é a verdade. É pensar diferente, é levar isso para sua realidade. Pense em tratar o cliente como você quer ser tratado quando comprar ou adquirir um serviço.” *Estagiário sob supervisão dos editores