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Ana Erbolato, da Camp Flores, usa recursos de chat para ganhar tempo no atendimento
ATALHOS DA TECNOLOGIA
Respostas automáticas sob medida, chatbots mais humanizados e inteligência artificial auxiliam pequenos negócios a faturar mais e abrem novas oportunidades Pág. 8
MEI: como se preparar para mudar de categoria Pág. 4
Formalização cresce em SP durante a pandemia Pág. 6
Produtor de alho negro leva inovação a negócio familiar Pág. 16
2 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Empreendedorismo paulista é nota 10! TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor
Recentemente, o Sebrae divulgou resultados do Índice Sebrae de Desenvolvimento Local (Isdel 2.0), que faz uma análise abrangente dos fatores que determinam o desenvolvimento econômico de todos municípios brasileiros. Entre os 20 municípios mais bem posicionados no ranking, dez estão no Estado de São Paulo: São Paulo (1º lugar), São Caetano do Sul (3º), Barueri (4º), Campinas (5º), Ribeirão Preto (7º), São Bernardo do Campo (8º), Jundiaí (13º), Sorocaba (17º), Guarulhos (18º) e Valinhos (19º). O ranking desta edição decorre da soma de 39 indicadores divididos em cinco dimensões: capital empreendedor, tecido empresarial, governança para o desenvolvimento, organização produtiva e inserção competitiva. Cada dimensão engloba questões como qualidade dos empreendimentos, atuação em rede, governança, educação empreendedora, ambiente empreendedor favorável à atuação empresarial, gestão fiscal, planejamento, inovação, saneamento, turismo e economia criativa. Tal resultado, obtido ao longo de 2021, período em que ainda enfrentávamos os efeitos adversos da pandemia da Covid-19, confirma nossa crença
de que a reconstrução do crescimento econômico passa pelo fortalecimento dos pequenos negócios e a consolidação da cultura do empreendedorismo e da inovação como vetores de desenvolvimento. Afinal, são os negócios cada vez mais dinâmicos, transformados, e competitivos que geram emprego, renda, dinamizando o círculo virtuoso das economias local e regional. Nós, do Sebrae-SP, estamos muito orgulhosos de sermos parte desse movimento vibrante e propulsor que coloca o empreendedorismo no centro do processo de desenvolvimento dos territórios. Desde o ano passado, a atuação da entidade está focada no eixo de ‘transformação das localidades’, agindo diretamente em cinco pilares: inclusão produtiva, transformação digital, expansão física, inovação e educação empreendedora. Com a atuação integrada de uma rede pró-empreendedorismo, formada por entidades públicas e privadas e um corpo de colaboradores e fornecedores conectados ao nosso propósito, realizamos milhões de atendimentos que têm resultado em manutenção ou aumento de faturamento dos pequenos negócios, incorporação de práticas inovadoras e redução de custos.
Estamos colocando à disposição ferramentas para que a transformação digital dos pequenos negócios seja cada vez mais célere. Afinal, essa não é mais uma tendência, é uma realidade que veio para ficar. Vai ter melhores resultados quem estiver mais bem preparado para atuar no cenário virtual Outro destaque que certamente ajudou as cidades paulistas a brilhar no ranking foi a implantação de 50 projetos de desenvolvimento local (PDLs). Expandimos a oferta de consultoria em inovação, por meio do programa Brasil Mais – Agentes Locais de Inovação (ALI) para empreendimentos da indústria, do comércio, de serviços e do agronegócio, criamos área de internacionalização das pequenas empresas, a fim de garantir acesso a novos mercados ao redor do mundo. Essas e outras ações também tiveram alto impacto no aumento e manutenção do faturamento e na manutenção e/ou criação de novas vagas de trabalho. Continuando nesse caminho, certamente 2022 vai trazer também resultados positivos para empresas, empreendedores, municípios, marcando um ano em que desafios, oportunidades e empreendedorismo transformador foram, mais uma vez, o caminho da reconstrução.
Destaques Sebrae-SP e Maturi lançam programa para startups criadas por pessoas 50+
O
s empreendedores e empreendedoras com mais de 50 anos são o público-alvo do programa lançado pelo Sebrae-SP e a Maturi, o Silver Startup Lab. A ação vai apoiar o desenvolvimento e crescimento de startups em diversos estágios por meio da conexão com mentores. Serão selecionadas 30 startups e as inscrições podem ser feitas até o dia 30 de junho de forma gratuita no link https:// maturi.in/silver_startup_lab. Podem participar do programa empreendedores do Estado de São Paulo que já têm um negócio, um projeto ou ideia para começar
uma startup e buscam apoio de especialistas em diversas áreas para validar, testar, melhorar e crescer. “Cerca de um quarto da população brasileira tem mais de 50 anos. Daqui a 20 anos, mais de 40% da população terá mais de 50 anos. É um mercado enorme para ser atendido e nada melhor do que pessoas com mais de 50 anos para atender esse público de que elas fazem parte. E o Sebrae com a Maturi dará todo o apoio para o desenvolvimento dos negócios promovendo mentorias e conexões”, destaca Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
“Começamos como uma plataforma de vagas para pessoas com mais de 50 anos, mas desde o começo falamos sobre empreendedorismo para o nosso público. E ninguém melhor do que o Sebrae para unir forças e lançar um programa para impactar cada vez mais pessoas”, ressalta Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, plataforma que reúne oportunidades de trabalho, desenvolvimento pessoal, capacitação profissional, empreendedorismo e networking. O Silver Startup Lab terá duração de seis meses e começa com um diagnóstico, já que o negócio pode
estar na fase de ideação até em busca de investimento para escalonar, por exemplo. Os participantes terão mentorias com experts do mercado; acompanhamento das necessidades e próximos desafios; participação em eventos, como a feira de startups CASE e a Maturi Fest, maior festival de trabalho e empreendedorismo 50+ da América Latina; e conexão com outros programas e eventos do Sebrae for Startups, posicionamento do Sebrae-SP dedicado ao ecossistema de inovação paulista. O encerramento será realizado em dezembro com um DemoDay, para apresentação dos negócios para uma banca de avaliação.
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Entrevista do mês
Turismo reaquecido
Aldo Leone Filho, CEO da Agaxtur, acredita que, finalmente, o setor superou o baque da pandemia
U
m dos segmentos econômicos mais prejudicados pela pandemia de Covid-19, o turismo dá sinais de recuperação. Segundo os dados mais recentes do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o faturamento do setor foi de R$ 15,4 bilhões em março no País, o que representa aumento de 43,5% na comparação com o mesmo mês de 2021. O resultado veio com o crescimento nas receitas de empresas dos ramos de transporte aéreo, restaurantes, hotéis, rodoviário coletivo de passageiros, locação de automóveis e serviços de bufê. Vacinação, demanda reprimida e redução das restrições são alguns dos fatores que ajudaram nessa maior movimentação. A operadora de viagens Agaxtur mostra otimismo com a retomada, tanto que prevê chegar até 2023 com 200 lojas franqueadas na sua rede e acabou de lançar opções de pacotes e retomou voos charters para Bariloche, na Argentina, um dos destinos preferidos dos brasileiros. Aldo Leone Filho, CEO da Agaxtur, conversou com o Jornal de Negócios sobre o atual momento do turismo. Formado em administração de empresas pela USP, com MBA em Salzburg, na Áustria, ele comanda a empresa há mais de 20 anos, dando sequência ao trabalho do pai, Aldo Leone, que fundou a Agaxtur em 1953. Na visão do executivo, o turismo retorna da pandemia revigorado. A pandemia realmente já acabou para o setor de turismo? Hoje, temos a convicção de que a pandemia Covid-19 deixou de afetar o turismo. Foram dois anos de muita incerteza e sofrimento, mas que serviram para refletir, rever e aprender. O fato é que a pandemia ensinou muito à humanidade, em todos os setores e atividades. E o turismo volta revigorado, conforme demonstra o atual aquecimento da demanda.
Divulgação
Para Aldo Leone Filho, da Agaxtur, a pandemia uniu o setor de turismo
Que mudanças desse período vieram para ficar? O grande legado desse período foi uma união, nunca vista antes, do setor de turismo como um todo. Isso envolveu companhias aéreas, hotelaria, operadoras de turismo e, em especial, redimensionou a importância dos agentes de viagens. É ele, o agente de viagens, que conecta o passageiro aos serviços. E, na pandemia, foi o mais acionado para resolver problemas. Hoje, o consumidor reconhece o agente de viagens como um elo importante da cadeia turística.
mia, mas, hoje, viajar pelo Brasil começa a ficar caro. O chamado custo Brasil leva o viajante a repensar e a refazer contas.
Com o real desvalorizado, como está a procura por viagens internacionais? O turismo interno tem se beneficiado? A procura pelo turismo internacional está crescendo dia a dia. A movimentação do turismo doméstico aumentou no período da pande-
Existe alguma tendência despontando no setor? Notamos a tendência de viagens em família, de pequenos grupos de amigos, que desejam viajar juntos. Também constatamos que as viagens de negócios tendem a ocorrer junto com viagens familia-
Como a inovação e a transformação digital podem ajudar o mercado de turismo? A inovação e a transformação são muito importantes. E nada mais é do que um rearranjo articulado do jeito de se produzir turismo. A Agaxtur é um exemplo disso. Aproveitamos o período da pandemia para renovar sistemas e processos e hoje a empresa está bem mais ágil do que antes.
res. É o fortalecimento do chamado bleisure, que concilia negócios com o lazer da família. Cabe destacar a volta da procura por cruzeiros marítimos. Viajar de navio, além da excelente relação custo-benefício, tem um índice elevado de segurança, em todos os sentidos. E o all inclusive é um atrativo à parte. A Agaxtur é pioneira na oferta de serviços desse modal e hoje oferece vários formatos e roteiros, para diferentes destinos e perfis de viajantes. Exemplo de novidades em cruzeiros marítimos está no lançamento, no final de 2022, do navio MSC World Europa. Este é o mais inovador dos navios de cruzeiros da frota da companhia e o primeiro movido a gás natural liquefeito (GNL) – um dos combustíveis marítimos mais limpos do mundo. Tem 22 decks, 47 metros de largura e 2.626 camarotes, numa área superior a 40 mil m².
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O desafio da
Empreendedores contam como realizaram a passagem de Microempreendedor
Luciana Oliveira, da Nova Alimentação Saudável: faturamento maior levou a mudanças na gestão
O
Patricia Gonzalez
Um dos principais desafios do empreendedor é saber a hora de crescer – e a transição de Microempreendedor Individual (MEI) para microempresa (ME) é um desses grandes momentos de dúvida. Quando um MEI alcança o limite de faturamento para a categoria (hoje em R$ 81 mil anuais), muitos empreendedores se deparam com a necessidade de fazer essa mudança, que tem impacto direto na gestão do negócio. Para o consultor de negócios do Sebrae-SP Emerson Neves, o empreendedor precisa avaliar alguns pontos relevantes para verificar qual o momento da sua migração
para microempresa. Além do limite de faturamento, é importante lembrar que o MEI não pode participar de outra empresa (seja como titular, sócio ou administrador) e também só pode possuir um único estabelecimento (isto é, não ter filial). “Esses são alguns critérios estabelecidos pela Lei Complementar 128/2008 para ser MEI. Sabendo os critérios estabelecidos, o empresário deverá fazer o desenquadramento do MEI para ME quando deixar de atender a qualquer um dos quesitos. Nesse caso, deverá comunicar obrigatoriamente à Receita Federal até o último dia útil do mês seguinte à ocorrência da mudança. Se não o fizer, o órgão poderá tomar essa
atitude e mudar a categoria do MEI para microempresa sem comunicar e aplicar juros e multas”, explica. A empreendedora Luciana Oliveira percebeu que precisava fazer a mudança para ME no ano passado. Ela é dona da empresa Nova Alimentação Saudável, que produz marmitas congeladas em Mogi das Cruzes. Começou de maneira experimental em 2015 e viu a sua demanda crescer exponencialmente também devido às necessidades e novos comportamentos gerados pela pandemia. “Até 2011, eu não sabia nem fritar ovo. Comecei a fazer o jantar e aos poucos fui mudando os meus hábitos. Em 2015, eu comecei a histó-
ria com as marmitas, mas ainda não eram congeladas. Fazia o jantar para levar o almoço do dia seguinte. Minha prima é técnica em nutrição e começou a ajudar com os cardápios na época”, relembra. Luciana conta que no início seu negócio era uma opção para ter renda extra, e a ideia de encarar como uma empresa formalizada veio apenas em maio de 2020. Já em setembro do mesmo ano, ela já precisou investir em um espaço maior para montar uma cozinha profissional. “Em maio de 2020, eu já fazia cerca de 600 marmitas por mês. Consegui capital realizando cursos com o Sebrae, que possibilitaram o acesso a crédito orientado.
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hora de crescer
Individual (MEI) para microempresa e o que aprenderam no processo Mas, em setembro, vi que o novo espaço já estava pequeno para a quantidade de pedidos e percebi que precisava fazer mudanças maiores”, conta. A ida para um espaço ainda maior aconteceu em maio de 2021. O reenquadramento para ME aconteceu naquele mesmo período. Todas as transformações trouxeram muita alegria para a empreendedora, mas, ao mesmo, também significaram uma responsabilidade maior. “Nosso faturamento já tinha ultrapassado o limite, eu não conseguia mais contratar funcionários e precisava muito de gente para trabalhar. Mesmo com todos os cursos que havia feito com o Sebrae, confesso que passei pelo medo paralisante. O medo fez com
!
que a gente não olhasse que poderia crescer num espaço relativamente curto de tempo. Ficamos só sete meses no primeiro espaço e uma nova mudança trouxe novos gastos e uma nova obra em outro lugar”, diz. Para realizar a migração, Luciana contou com a ajuda do Sebrae-SP e também contratou um contador para acompanhar de perto as questões financeiras. “A migração foi muito tranquila. Estávamos com a documentação do MEI toda em ordem e usamos o mesmo CNPJ. Para nós, a parte mais desafiadora foi a financeira. Ter todos os controles e processos ajustados foi o mais desafiador. Eu entendo que a parte dos impostos não impactou o meu negócio, pois se você vender mais
ATENTOS À MUDANÇA
O consultor de negócios do Sebrae-SP Emerson Neves recomenda que ter planejamento é essencial para minimizar os riscos e saber qual é a hora de fazer a migração para ME. Para isso, é importante conhecer os critérios estabelecidos pela Lei Complementar 128/2008 para ser Microempreendedor Individual (MEI). Caso o MEI tenha uma receita bruta anual superior a R$ 81 mil e até R$ 97,2 mil, terá excedido o limite de receita bruta anual em até 20% do permitido à categoria. Nesse caso, o desenquadramento do MEI no Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais do Tributos do Simples Nacional (Simei) ocorrerá a partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao excesso. Se o MEI tiver uma receita bruta anual superior a R$ 97,2 mil, terá excedido o limite de 20% permitido à categoria. Assim, o desenquadramento do Simei ocorrerá retroativamente a partir de janeiro do próprio ano em que ocorreu o excesso com multas e juros. “Por essa razão, vale a pena pegar a calculadora e se antecipar para saber se a empresa vai ultrapassar o limite legal. Considere o faturamento bruto (sem despesas inclusas) e atente-se ao teto proporcional ao tempo de atividades. Se você superou os R$ 81 mil anuais para MEI, ou o tempo proporcional de R$ 6.750 por mês, é preciso pagar os devidos impostos e mudar de categoria”, pondera.
você vai pagar mais. Então precisei olhar meus custos, não há como crescer sem isso”, afirma.
PENSAR GRANDE
A empreendedora Gabriela Montanhal, dona da Montanhal Estética, começou a fazer seus atendimentos informalmente em 2015. Três anos depois, formalizou-se como MEI e saiu do pequeno cômodo que em sua casa para um espaço na avenida principal de seu bairro, o parque Santa Madalena, Zona Leste de São Paulo. Em fevereiro deste ano, acabou realizando a migração para ME. Para ajudar no processo, Gabriela também contratou um contador para acompanhar todas as etapas.
“Eu segurei até o último segundo porque tinha medo. Muitas pessoas falam das coisas ruins e você fica um pouco frustrada. Mas agora eu me sinto com mais poder nas mãos. Posso tocar meu negócio com mais liberdade. Se você vê que realmente está crescendo, é preciso coragem, tem que ir para cima e agarrar as oportunidades”, diz. Com a mudança, Gabriela agora pode contratar mais funcionários no modelo CLT e desenvolver parcerias para aumentar o número de clientes fixas. “Fazer a migração é parte do negócio, você precisa pensar grande, pensar no impossível e fazer acontecer. Tem que focar na solução e não no problema em si”, aponta.
Como solicitar o desenquadramento No caso do desenquadramento por faturamento, o MEI deverá solicitar, obrigatoriamente, seu desenquadramento no Portal do Simples Nacional. O procedimento é o mesmo para o desenquadramento voluntário. O MEI deverá, antes de efetuar a solicitação de desenquadramento, gerar um código de acesso, conforme instruções disponíveis no Portal do Simples Nacional (www8.receita. fazenda.gov.br/SimplesNacional/). É possível acessá-lo também por meio de um certificado digital. Após efetuar o login, o contribuinte deverá selecionar o motivo e a data em que ocorreu o fato motivador do desenquadramento. No caso do desenquadramento automático, não é necessário fazer nada. Basta confirmar acessando o serviço consulta de optantes disponível no Portal do Simples Nacional.
Desenquadramento não solicitado Caso seja feito um desenquadramento que não tenha sido solicitado, mesmo exercendo atividades e com faturamento que permitam manter a condição de MEI, o empreendedor deverá procurar um posto de atendimento da Receita Federal do Brasil em seu município ou região e verificar o motivo.
Desenquadramento e Simples Nacional O desenquadramento do MEI não significa, necessariamente, exclusão do Simples Nacional. A partir da data de início dos efeitos da mudança, a empresa passará a recolher os tributos devidos pela regra geral do Simples Nacional, como Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, exceto se envolver-se em alguma das situações previstas para exclusão do Simples Nacional. Para recolher os tributos pela regra do Simples Nacional, o contribuinte deverá utilizar o aplicativo PGDAS para cálculo do valor devido e geração da guia de recolhimento (DAS).
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Pandemia impulsiona
Com desemprego elevado, o Estado de São Paulo passou de 2,5 milhões
Eliane Nascimento, da Lih Bakery, começou com bolos para amigos e hoje fornece doces para festas grandes e casamentos
A
Rogério Lagos
ntes da pandemia, Eliane Nascimento trabalhava com importação de peças automotivas. A crise chegou, o dólar subiu bastante e o negócio deixou de ser viável. Sem fonte de renda, apostou no hobby de fazer bolos e doces para criar a Lih Bakery, em Santana, zona norte de São Paulo. O negócio começou informal na metade de 2020, mas ganhou corpo no fim daquele ano com a formalização dela como Microempreendedora Individual (MEI). De acordo com dados do Sebrae-SP, a partir do Portal do Empreen-
dedor do governo federal, Eliane é uma entre os mais de 1,2 milhão de MEIs formalizados do início da pandemia até a primeira quinzena de maio de 2022. O segmento de fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar, categoria da Lih Bakery, foi um dos que mais se destacaram com 54,4 mil novos registros no período. Promoção de vendas (70,7 mil), comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (69,3 mil), preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo (66,4 mil), cabeleireiros, manicures
e pedicures (60,1 mil) e transporte rodoviário de carga (55,5 mil) foram outros segmentos que se sobressaíram. Ao todo, o Estado de São Paulo passou de 2,5 milhões para 3,8 milhões de MEIs ativos nos últimos 29 meses – um crescimento de 50%. (veja no gráfico o crescimento por região do Estado) Para o consultor de negócios do Sebrae-SP especialista em MEI Reginaldo Aparecido, o crescimento de formalizações no período da pandemia está associado ao cenário econômico que trouxe vários impactos para os negócios. “O elevado número de desemprega-
dos fez crescer o empreendedorismo por necessidade e o MEI foi a solução pela facilidade na abertura, baixo custo, possibilidade de emissão de nota fiscal, oportunidade de acesso a crédito com taxas reduzidas, além das oportunidades promovidas pelo comércio eletrônico”, explica. Nesse cenário crítico, mesmo quem empreende por necessidade precisa estar de olho nas oportunidades. Eliane conta que, de início, fazia bolos para vender apenas para conhecidos. No entanto, com o crescimento das indicações e o fechamento dos buffets na pandemia, notou que poderia preparar
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formalização de MEIs
em 2020 para 3,8 milhões de microempreendedores individuais este ano kits festivos para comemorações pequenas em casa. “Comecei a adaptar festas de porte médio para pequenas e passei a entregar comodidade para as pessoas que queriam comemorar e não sabiam como. Bolo festivo, doces, salgados e refrigerantes compunham os kits personalizados, muitas vezes temáticos de acordo com a história que os clientes me contavam”, comenta. A estratégia deu certo. A Lih Bakery registra crescimento de faturamento todos os meses desde a sua criação. Atualmente, a empresa atende muitos clientes corporativos e passou a ampliar o leque de produtos. “Já fiz vários cursos diferentes para conseguir atender a essas demandas, como de sobremesas, por exemplo. Passamos a oferecer esses doces para casamentos, festas corporativas, de 15 anos, até mesmo bolos maiores, de andar. Muito em breve, a Lih Bakery deverá crescer e até se tornar uma ME, pois estamos analisando espaços para instalarmos um ateliê e termos também produtos para pronta-entrega, é um pedido dos clientes que está crescendo”, comemora Eliane. O consultor Reginaldo Aparecido explica que a sustentabilidade e o crescimento das empresas estão associados à gestão, aspecto que exige atenção dos empreendedores. “O MEI costuma ter dificuldades para separar o dinheiro pessoal do empresarial, definir pró-labore, além de encontrar obstáculos para a criação de uma rotina financeira que exigirá o registro das entradas e saídas, fazer projeção de caixa futuro e definir os principais gastos que irão compor a formação de preço”. Na Lih Bakery, Eliane já fez cursos de finanças no Sebrae-SP para vencer esses desafios, além de consultorias de marketing e vendas. “O Sebrae-SP sempre me ajuda muito. Aprendi a segmentar anúncios no Facebook, por exemplo, que está me rendendo mais clientes em potencial, principalmente do meu bairro; capacitar-se é fundamental para crescer”, afirma.
Prazo da declaração anual
Termina em 30 de junho o prazo para o MEI fazer a sua declaração anual de faturamento, a DASN-SIMEI. Nesta declaração, o MEI vai informar o valor do faturamento bruto obtido no ano-calendário anterior e se tem ou não empregado, também no ano anterior. “A declaração anual é uma das atividades obrigatórias para o MEI, como o pagamento da contribuição mensal e o relatório de receita bruta. Órgãos licenciadores como prefeituras e vigilância sanitária costumam solicitar o comprovante da entrega da declaração anual na ocasião da renovação de licenças e alvarás. A declaração serve, ainda, como
comprovante de renda e poderá ser exigida na obtenção de crédito e outras ações como parcelamento de débitos”, explica o consultor de negócios do Sebrae-SP, Reginaldo Aparecido. O Sebrae-SP possui um e-book com o passo a passo para o MEI fazer a declaração anual. Acesse o link pelo QR Code abaixo e faça o download gratuito do material.
AUMENTO NO NÚMERO DE MEIs NO ESTADO DE SÃO PAULO
OSASCO
58,6%
157.049 para 249.096 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
ESTADO DE SÃO PAULO
61%
50%
98.589 para 58.721
2.540.259 para 3.811.126
Cidade/Região Araçatuba Araraquara Barretos Bauru Botucatu Campinas Franca Grande ABC Guaratinguetá Guarulhos Marília Ourinhos Piracicaba Presidente Prudente Ribeirão Preto São João da Boa Vista São José do Rio Preto São Carlos São Paulo Sorocaba Sudoeste Paulista Vale do Ribeira Votuporanga
Aumento 40.278 para 56.500 31.600 para 47.101 21.350 para 30.833 67.536 para 96.132 25.089 para 35.931 160.371 para 243.166 35.974 para 52.035 138.996 para 218.126 38.419 para 55.850 102.641 para 157.195 44.564 para 63.171 22.735 para 30.675 77.673 para 116.117 43.919 para 62.238 82.952 para 121.430 39.973 para 57.605 67.540 para 98.083 56.071 para 81.171 754.236 para 1.112.293 117.831 para 178.954 17.680 para 24.427 15.331 para 21.557 24.791 para 34.629
Porcentagem 40,2% 49% 44,4% 42,3% 43,2% 51,6% 44,6% 56,9% 45,3% 53,1% 41,7% 34,9% 49,4% 41,7% 46,3% 44,1% 45,2% 44,7% 47,4% 51,87% 38,1% 40,6% 39,6%
ALTO TIETÊ
BAIXADA SANTISTA
59,4%
72.822 para 116.126
59%
102.917 para 163.720 JUNDIAÍ
57,6%
81.332 para 128.244
Dados do Sebrae-SP a partir do Portal do Empreendedor, do Governo Federal. Período de janeiro de 2020 a 21 de maio de 2022 nas regiões de cobertura dos escritórios regionais do Sebrae-SP.
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BATE-PAPO
Uso de chatbots ‘humanizados’ e ferramentas de inteligência artificial auxiliam empresas
A
Gabriel Jareta
transformação digital tornou-se uma palavra-chave das pequenas empresas nos últimos anos, principalmente a partir do distanciamento social provocado pela pandemia de Covid-19. Trabalhar a distância, fazer as mais variadas compras pelo celular e divulgar seus produtos e serviços nas redes sociais: tudo isso foi acelerado pela pandemia. Outro item que entrou nessa conta foi o uso de chatbots, ferramentas utilizadas para atendimento ao cliente de maneira rápida, automatizada e inteligente – embora isso nem sempre seja verdade na prática. Em muitas
empresas que estão colocando essa tecnologia em ação, um robô mal calibrado pode ser frustrante para os clientes e se traduzir em perda de faturamento. “A grande maioria dos empreendedores usa a resposta automática do WhatsApp, que dá respostas básicas, mostra o horário de atendimento, informações úteis. Isso mantém sua empresa aberta mesmo quando você está dormindo”, aponta a consultora do Sebrae-SP Taís Camargo. O problema, diz ela, é adequar essa e outras ferramentas de atendimento automático ao comportamento do consumidor. “O brasileiro gosta de conversar. Já vi casos em que
a pessoa ficou com raiva porque o robô não deu ‘bom dia’”, afirma. Algumas empresas já conseguem fazer com que esse robô seja mais humanizado, capaz de direcionar efetivamente para alternativas e respostas que vão atender o cliente. A consultora Taís lembra que há também uma questão geracional envolvida. Para os mais velhos, que estão acostumados a conversar com um atendente humano, o robô pode ser um problema. “Já a geração mais nova, se puder resolver tudo pelo chat vai ficar feliz, porque odeia ter que conversar com alguém se pode resolver tudo por um botão”, diz. De todo
modo, o ideal é que a empresa avise que o atendimento está sendo feito de maneira automatizada e apontar para um link ou telefone para quem preferir outro tipo de contato. Para Eric Vieira, head de e-commerce do Grupo FCamara, é importante que a empresa que vai instalar um chatbot conheça bem o seu público-alvo, tenha uma linguagem clara e compatível ao target, ou seja, ao seu objetivo. Ele ressalta que nem toda interação pode ser humanizada e que, por isso, é preciso que a empresa mapeie quais processos podem ou não serem automatizados. “A premissa inicial é ter um bom conhecimento
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INTELIGENTE
do atendimento à venda, e oferecem um mercado amplo para empreendedores
A empreendedora Ana Erbolato, da Camp Flores: respostas aos clientes 24 horas por dia
do seu público, ter os processos bem definidos e transcrever esses processos para dentro do sistema do chatbot”, diz. E, como essa interação entre máquina e humano geralmente envolve algum tipo de “inteligência artificial”, é desejável que o robô “aprenda” com o volume de interações. “Outro ponto importante é optar por uma ferramenta de chatbot adequada, que evolua ao longo do tempo conforme for atendendo os clientes e aprendendo com eles, assim, diminuindo cada vez mais a necessidade de atendimento manual. Também é importante realizar a integração do chatbot
com seu CRM para que ele possa ser alimentado com dados atuais, aprender e evoluir cada vez mais”, ressalta Vieira.
SEMPRE ABERTA
No dia a dia da empreendedora Ana Erbolato, da Camp Flores, a implantação do sistema de respostas automáticas do WhatsApp Business se mostrou uma ferramenta eficiente para ganhar tempo. Na floricultura tradicional de Campinas, inaugurada na década de 1940, a regra atual é não deixar o cliente “no vácuo”. “Eu uso as respostas rápidas o tempo todo, já deixo no atalho de mensagens automáticas com as formas de pagamento, perguntando para quando é a entrega, informo da entrega realizada. Leva um segundo”, cita. O aplicativo também está programado para responder fora do horário de expediente. “Quando o cliente me aciona fora do horário ou quando não posso dar uma resposta no momento é o que eu mais uso. É como se a loja ficasse aberta o tempo todo, tem gente que lembra de mandar mensagem de madrugada”, diz. De acordo com Ana, o período inicial da pandemia, com as atividades presenciais restritas, a levou a estudar que ações poderiam ajudá-la naquele momento. Como o site da floricultura funciona como um “catálogo eletrônico”, ele já direciona o atendimento para o WhatsApp, hoje responsável por cerca de 30% do faturamento da loja. “O Whatsapp me dá um tíquete médio maior que a venda na loja. Geralmente a pessoa que nos busca por lá quer um buquê, um presente maior”, explica. Segundo a empreendedora, a resposta automática também pode ser alterada para transmitir informações importantes aos clientes em dias de muito movimento, por exemplo. “Nas datas de pico a gente usa bastante. Quando passa do limite de entregas do dia eu coloco na resposta rápida. Se a pessoa
quiser entrega já sabe que não vai conseguir, mas quem quer vir na loja continua a conversa”, diz Ana.
PORTARIA INTELIGENTE
O mercado de chatbots e de inteligência artificial não é só um auxiliar para as empresas, mas também é bastante atrativo para quem está pensando em empreender na área. O consumo global do setor de varejo por meio de chatbots deve movimentar US$ 142 bilhões em 2024, contra apenas US$ 2,8 bilhões em 2019, aponta a consultoria Insider Intelligence. Ainda segundo a companhia, em torno de 40% dos usuários de internet dizem preferir interagir com robôs a falar com atendentes remotos. E as soluções ainda estão em aberto e podem ser aplicadas aos mais diversos segmentos. A empresa Homebook, de Campinas, é uma das pioneiras em um sistema de inteligência artificial para ser usado em portarias de condomínios residenciais e comerciais. Chamada de “Hellô”, a robô atende o visitante na portaria, faz um cadastro com foto e entra em contato com quem vai receber a visita
por meio de um aplicativo no celular – estabelecendo até uma videochamada para confirmar a identidade do visitante. “Tudo funciona numa tela só. O visitante está dentro do condomínio em menos de dois minutos”, diz Alcino Vilela, um dos sócios da empresa e que se define como um “inventor”. Segundo ele, a portaria com o uso de robô surgiu na startup – fundada em 2019 e incubada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio do Sebrae-SP – como uma alternativa às portarias remotas, que, na prática, funcionam como um “call center”. Vilela também afirma que esse sistema reduz os custos mesmo para condomínios pequenos e traz mais segurança. “A crise da pandemia quebrou algumas barreiras em relação ao uso inteligente da tecnologia”, diz Vilela. A “Hellô” também oferece outras funcionalidades para o condomínio, como sensores para nível da caixa d’água e para a iluminação da quadra. O próximo passo, conta o empreendedor, é relacionar o uso da ferramenta a um sistema de cashback.
Na prática Para fazer um sistema de chatbot ou inteligência artificial funcionar bem na sua empresa, não é necessário investir muito dinheiro, diz a consultora do Sebrae-SP Taís Camargo. “Existem plataformas de todos os valores, do gratuito ao personalizado para sua empresa, mas para começar o ideal é testar com as respostas automáticas do WhatsApp Business e ver se elas estão convertendo para o site, se você está tendo retorno”, explica. Além disso, é preciso fazer uma análise inicial antes de colocar a ferramenta em ação. “Tem um trabalho inicial para fazer as mensagens e é preciso mapear quais as perguntas mais frequentes. Não pode ser empírico, dizer ‘eu acho que é isso’, mas sim fazer um mapeamento”, afirma Taís. E mesmo esse mapeamento precisa ser sempre atualizado, afinal as questões mudam, os clientes passam a ter outras necessidades. “As respostas devem ser rápidas e curtas, e se não for possível dar o encaminhamento, ter outro canal de atendimento e informar o tempo de resposta médio”, diz. “As soluções de tecnologia demoraram para pegar, alguns conceitos são difíceis, mas muitas funcionam muito bem e estão no nosso dia a dia sem a gente perceber”, conclui a consultora.
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Saiba motivar sua equipe Ter um time engajado com a empresa é fundamental para bons resultados
E
quipe que trabalha motivada rende mais e consegue melhores resultados. Porém, a gestão de pessoas é um dos grandes desafios do empreendedor. Tornar o ambiente de trabalho saudável, estimulante e produtivo requer dedicação e um conjunto de ações que estimulem a equipe a dar o seu melhor. A principal forma de incentivar um time é por meio da remuneração, mas nem sempre a questão se resume a dinheiro. É preciso saber qual é a percepção de valor da equipe e o que é importante para seus integrantes. Uma possibilidade é dar autonomia às pessoas; outra é fazê-las se sentirem parte da empresa e importantes dentro do negócio. Veja a seguir uma série de propostas para motivar o seu pessoal.
Compartilhe as metas e a missão da empresa É importante frisar pontos e relembrar das metas, valores e missão da empresa. Ter uma comunicação transparente é fundamental na hora de executar a gestão de pessoas. O seu time precisa saber os motivos pelos quais está trabalhando e antes de tudo, precisa se identificar com o que faz. Isso garante à gestão antecipar imprevistos e obstáculos, e também ajuda na hora de definir os objetivos e fazer ajustes internos.
Encoraje seu time
Reconhecimento
O encorajamento de colaboradores, seja de forma verbal, escrita ou virtual, é uma parte fundamental para obter resultados positivos. Cabe à gestão e supervisão executar essa função. Esta é uma estratégia assertiva para motivar sua equipe e mantê-la sempre instigada em produzir mais e melhor. Se precisar, crie encontros e atividades semanais mais descontraídos para deixar o time menos engessado e mais humano.
Elogios e palavras de empoderamento fazem parte da rotina de um líder de equipe, afinal, para ter um grupo saudável e que ajude a empresa a crescer é preciso estímulos positivos. Reconheça os feitos de seus funcionários, principalmente daqueles que batem a meta. Isso os estimula a trabalhar sempre motivados e contentes. Vale reforçar que a gestão deve compreender a importância do reconhecimento como diferencial competitivo. Elogie as conquistas em grupo, mas chame para corrigir falhas individualmente.
Crie um ambiente de trabalho agradável Ter um ambiente agradável para se trabalhar é fundamental. É importante disponibilizar uma estrutura adequada e confortável a todos os colaboradores.
Ouça sua equipe
Ofereça treinamentos
Estabelecer uma relação de comunicação de troca e ouvir cada um é extremamente importante. Deixe claro e dê liberdade para que os funcionários também coloquem seu ponto de vista sobre a empresa. Além de ser uma forma de valorização deles enquanto colaboradores, é um excelente exercício para que saibam se comunicar, expressar e até liderar um dia.
É importante capacitar a equipe. Isso beneficia o empreendimento com pessoas mais qualificadas e faz com que os colaboradores se sintam mais valorizados. Ofereça treinamentos esporádicos sobre a área de cada um, isso faz com que a rotatividade diminua e, consequentemente, melhorem as as expectativas deles enquanto colaboradores da empresa.
Estimule a cooperação
Direcionamento e feedback
A empatia e cooperação são pontos que devem ser constantemente nutridos. É construir um senso coletivo e combater posturas individualistas e egoístas.
Um bom direcionamento acelera processos e reduz ruídos na comunicação durante os projetos. É responsabilidade do gestor auxiliar ao time na tarefa de enxergar as possíveis falhas e também os pontos de acerto.
MEI e o propósito Para o Microempreendedor Individual (MEI), a automotivação deve ser uma constante. Ele deve sempre se lembrar do propósito do seu negócio, do que o levou a empreender. É aí que ele encontra as razões para manter o entusiasmo para trabalhar e enfrentar os problemas.
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Divulgação
Qualificação sempre CAIO ITO Consultor do Sebrae-SP
Como investir em franquias? Investir em franquias é sempre visto como opção na hora de empreender. Mas você tem conhecimento sobre o modelo de negócio? Antes de se comprometer com esse tipo de empreendimento, informe-se. Comece pela legislação. Promulgada em 26 de dezembro de 2019, a Lei das Franquias (nº 13.966) determina os deveres e obrigações de todos os envolvidos em franchising, mais especificamente quem compra a unidade (franqueado) e quem cede os direitos de marca (franqueador). Pesquise as tendências e os principais segmentos de franquias. Verifique os portes, marcas, produtos, serviços, operação da marca, capilaridade, unidades, como funcionam, franquias que mais crescem, entre outros pontos. Selecione os segmentos, preferencialmente aqueles com que você tem o mínimo de afinidade (seja no âmbito profissional ou pessoal). Do contrário, é muito comum encontrar pessoas que se sentiram atraídas pela oferta da franqueadora – envolvendo emoção e impulso na escolha. Hoje há diversas opções no mercado que podem se encaixar perfeitamente no seu perfil.
Pesquise em detalhes as condições que a marca oferece: apresentação, site, materiais de divulgação sobre a franquia. Esse é o processo inicial para subsidiar a tomada de decisão. Verifique se encontrou as informações necessárias. Normalmente esse é o primeiro passo das pessoas que estão em busca de investir nesse modelo de negócio. Conheça uma operação da marca – como é o dia a dia. Identifique as oportunidades e ameaças do mercado em que pretende atuar. Coloque todas as informações em um plano de negócios e detalhe o planejamento financeiro para direcionar o seu investimento inicial, capital de giro, reserva para emergências, despesas pessoais dentro de três cenários de vendas: pessimista (se nada acontecer dentro das previsões), otimista (contando com todo esforço de marketing e vendas) e ideal (o que se espera realmente com a curva de vendas). Esses cuidados prévios são essenciais para fazer uma escolha mais assertiva e aumentar as chances de sucesso de quem pretende investir em uma franquia.
O número de Microempreendedores Individuais (MEIs) registrou um crescimento de 50% desde o início da pandemia até a metade do mês passado, indo de 2,5 milhões para 3,8 milhões no Estado de São Paulo (leia mais nesta edição). Boa parte dessas pessoas partiu para o negócio próprio por causa da crise econômica dos últimos anos, que manteve o desemprego em nível alto. É o chamado empreendedorismo por necessidade. Passada a fase crítica, apesar de muitos terem se lançado nessa jornada sem o devido preparo, essas pessoas têm de ter em mente que o passo seguinte é se capacitar para se manterem vivas e competitivas no mercado. Aquele negócio que começou meio que no improviso – porque havia urgência em gerar renda – precisa ser profissionalizado e aprimorado o máximo possível. Empreender, como tudo na vida, tem seus altos e baixos. Você pode fechar um mês com um ótimo faturamento; no outro nem tanto. É nessa hora que você tem de perseverar. É comum termos vontade de fazer algo e aparecer alguém para dizer que não vai dar certo. Mas a diferença entre a ideia de sucesso e aquela que não foi para frente é o quanto
acreditamos na nossa capacidade de realizar nosso sonho. Como ninguém sabe tudo ou tem todas as respostas, frequentemente, o empreendedor se sente sozinho. Mas não está. Ele pode contar com o Sebrae-SP para ajudá-lo a superar os obstáculos. No ano passado, realizamos 4,1 milhões de atendimentos; bem mais do que em 2020, quando foram 2,7 milhões, entre consultorias e cursos presenciais e a distância. Vimos e ajudamos empreendedores dos mais variados perfis, com diferentes necessidades e questões para serem resolvidas. A rotina do empreendedor é não ter rotina, porque ele tem de estar sempre atento ao que acontece à sua volta, aprimorando, atualizando e adaptando seu negócio. E ele pode ter certeza de que o Sebrae-SP vai estar ao lado dele para tornar esse trajeto mais tranquilo e próspero.
WILSON POIT, diretor‑superintendente do Sebrae‑SP
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
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Sem susto, com planejamento Colégio BAL, de São Paulo, conseguiu crescer na pandemia com preparo e ênfase na inovação
A
área de educação foi uma das que sofreram os impactos mais diretos da pandemia de Covid-19. Não só do ponto de vista pedagógico, com as crianças e adolescentes em aulas remotas e os professores diante de uma mudança tecnológica inédita, mas também do ponto de vista do negócio. Com menos renda dos pais, a inadimplência aumentou, e as escolas privadas viram inúmeras matrículas serem canceladas. Algumas, porém, foram na contramão dessa tendência e conseguiram até crescer durante a pandemia. Esse foi o caso do Colégio BAL, que conta com três unidades na zona norte de São Paulo, e que registrou crescimento no faturamento na ordem de 40% de 2020 para 2021 e de 30% de 2021 para o ano atual, de acordo com Evanir Lira, gestora do colégio. Os diferenciais, diz ela, foram o planejamento e o investimento em tecnologia que já vinha de anos anteriores. “A gente já utilizava lousas digitais e o Teams para lição de casa, por exemplo. Então precisamos de apenas uma semana de adaptação para definir nossa estratégia pedagógica”, conta. A escola também procurou logo no início da pandemia fazer lives com os pais e os professores da educação infantil e até mesmo do berçário procuraram manter contato direto com as crianças. “Nossa preocupação não era só financeira, mas também com o vínculo do aluno com os professores, com a continuidade da relação”, afirma Evanir. Isso incluía, também, manter o calendário de comemorações mesmo sem aulas presenciais –
Evanir Lira, gestora do Colégio BAL, e a mãe, Ana Ferreira: preocupação com o digital
para a Festa Junina, por exemplo, os pais receberam kits de comidas típicas e de decoração para montar o cenário em casa. O Colégio BAL hoje conta com 100 funcionários e 580 alunos do berçário até o ensino médio. Entre outros diferenciais, está a oferta de ensino bilíngue desde 2014 e uma forte preocupação em despertar a cultura empreendedora entre os alunos. O programa JEPP (Jovens Empreendedores Primeiros Passos) funciona desde 2011 e o ensino médio técnico tem ênfase em gestão e inovação. “Trabalhamos com o empreendedorismo há 11 anos. Muitos dos nossos alunos nem pensam em fazer uma faculdade, querem criar uma empresa”, diz Evanir. Apesar do foco em inovação hoje, o Colégio BAL começou como muitas empresas familiares: sem que os empreendedores estivessem preparados. A escola
foi adquirida em 2005, mas Evanir lembra que não tinha noção nem de empreendedorismo nem de educação na época. Foi um sonho da mãe, Ana Ferreira, ex-faxineira escolar, que utilizou o dinheiro de uma rescisão trabalhista para comprar a escola – na época apenas de educação infantil e com 40 alunos. A trajetória empreendedora de Evanir e da família exigiu muitas capacitações e a ideia de um aperfeiçoamento constante, sem sair do planejamento. A empreendedora ressalta que fez o curso Empretec em 2010 e muitas das ideias que colocou no papel naquela ocasião se tornaram realidade uma década depois.
MARCA FORTE
A participação em um grupo de empreendedores da área de educação reunidos pelo Sebrae-SP também teve uma contribui-
ção decisiva para os resultados do Colégio BAL. “Muito do sucesso da Evanir durante a pandemia se deve ao trabalho que ela começou fazendo lá atrás, no grupo de escolas. A gente falava muito sobre educação online e ela se preparou antes. Detectou que era algo que estava no radar”, aponta a consultora do Sebrae-SP Caroline Minucci. Na opinião da consultora, o Colégio BAL tem hoje os desafios da gestão familiar e também de fortalecimento de marca. “Esse trabalho é de longo prazo, é água mole em pedra dura, demora para ter efeitos”, aponta. Por isso, ela lembra que o empresário precisa sair um pouco do operacional e pensar de maneira estratégica a respeito de sua marca. “Como todos foram para o online, todo mundo passou a oferecer mais ou menos a mesma coisa. As escolas precisam entender quais os seus diferenciais e saber comunicar isso de forma palpável para o mercado”, afirma Caroline. Para Evanir, o momento atual de crescimento é comemorado, mas mesmo isso traz novos desafios. “Com o crescimento, minha maior preocupação é com a perda da qualidade. Percebi que os professores estão precisando de mais motivação”, diz. Para isso, ela pensa em mais atividades de integração e também preparação para temas cada vez mais presentes na escola, como inclusão e os efeitos da tecnologia no comportamento dos alunos. “Sou uma gestora muito curiosa. Não tenho formação em pedagogia, mas converso de igual para igual, aprendi muito na prática”, diz.
EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae‑SP Edição impressa
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos
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CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.
JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiária:
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LIVROS DE VOLTA ÀS CONEXÕES HUMANAS (Editora AlfaCon) O modelo remoto de trabalho já era adotado por grande parte das empresas antes mesmo da pandemia de Covid-19 e, com ela, a migração para o online só se intensificou. O home office facilitou a rotina de muitas pessoas, uma vez que não era necessário pensar em deslocamento e era possível cumprir com as demandas no conforto do lar. No entanto, as conexões humanas e a convivência foram, pouco a pouco, se perdendo em meio a esse modelo. O livro de Dan Schawbel procura desvendar como é possível aproveitar os benefícios das ferramentas digitais no contexto do trabalho sem que ninguém se torne uma máquina, uma vez que, quando utilizadas de maneira correta, podem ajudar na construção de ambientes mais humanos e produtivos. ARQUITETO EMPREENDEDOR: O ÚNICO LIVRO PARA PROFISSIONAIS CONSTRUÍREM NEGÓCIOS INOVADORES E LUCRATIVOS (Gente Autoridade) No setor de arquitetura e decoração, a história costuma se repetir: após os anos de faculdade e estágios, o profissional entra no mercado de trabalho com muita disposição, abrindo o próprio escritório. No início, tudo vai bem: clientes, projetos e criatividade não faltam. Então, meses depois, o movimento cai, a conta não fecha e, por fim, as despesas pessoais começam a se misturar com as do escritório. O que era um sonho vira uma bola de neve, e o profissional agora está trabalhando de segunda a segunda, sem ver retorno financeiro para o seu esforço. Em Arquiteto empreendedor, Fábio Ordones, Lucas Almeida, Pedro Greghi, Thiago Sodré e Vitor Martinelli, profissionais do setor, compartilham as suas estratégias e experiências na área, para que o leitor dê o passo fundamental para o sucesso: se reconhecer como empresa. 2030: COMO AS MAIORES TENDÊNCIAS DE HOJE VÃO COLIDIR COM O FUTURO DE TODAS AS COISAS E REMODELÁ-LAS (Alta Cult) Era uma vez um mundo em que havia mais trabalhadores do que aposentados e as pessoas desejavam ter suas próprias casas e carros. As empresas não precisavam enxergar além da Europa e dos Estados Unidos para terem sucesso. Crescemos pensando que as regras permaneceriam as mesmas quando conseguíssemos nosso primeiro emprego, criássemos uma família, víssemos nossos filhos saírem de casa e nos aposentássemos. Esse mundo – e essas regras – não existem mais. Todas essas tendências, atualmente em curso, convergirão no ano de 2030 e mudarão tudo o que você sabe sobre cultura, economia e o mundo. Segundo Mauro F. Guillén, a única maneira de entender verdadeiramente as transformações é pensar lateralmente. Ou seja, usar a “visão periférica” ou abordar os problemas de forma criativa, de pontos de vista não ortodoxos.
TEC & AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO É PIOR ENTRE OS MAIS JOVENS
O estudo Panorama da Experiência do Colaborador 2021, elaborado pela startup Pin People, plataforma de gestão de experiência do colaborador, mostra como as diferentes gerações percebem o ambiente de trabalho. A geração com mais idade, os baby boomers, apresentou a experiência mais positiva, com +70,6 no Employee Net Promoter Score (eNPS), indicador que mede a probabilidade de a pessoa recomendar a empresa como boa para trabalhar. A pior avaliação foi registrada na geração Y, com eNPS de +57,5, seguida pela geração Z (+61,4) e a X (+64,9). As notas mais altas para clima do ambiente de trabalho partiram dos baby boomers, com 97,7% de respostas favoráveis. As gerações X, Y e Z apresentaram 85,5%, 76,1% e 88,0% de favorabilidade, respectivamente, reforçando a tendência observada nos resultados de eNPS. Foram ouvidos mais de 195 mil colaboradores das gerações Y (56%), Z (22%), X (19%) e baby boomers (1,4%).
FRANQUIAS CRESCEM 8,8% NO PRIMEIRO TRIMESTRE, APONTA ABF
O faturamento das redes de franquia cresceu 8,8% no primeiro trimestre de 2022, comparado com o mesmo trimestre do ano passado. O número foi divulgado pela ABF - Associação Brasileira de Franchising na Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor de franquias. O setor continua em ritmo de recuperação, mas cauteloso em relação aos desafios de um ambiente macroeconômico com inflação e juros em alta. No acumulado dos últimos 12 meses o crescimento foi ainda maior: 13,9%, com o faturamento superando R$ 188,5 bilhões, mesmo nível do período pré-pandemia. Este é quarto semestre consecutivo de alta no setor, e o maior desempenho é resultado do retorno das atividades presenciais. Todos os segmentos do setor cresceram, com destaque para: Hotelaria e Turismo; Entretenimento e Lazer; Moda; Saúde, Beleza e Bem-Estar; Casa e Construção – os dois primeiros demonstraram forte recuperação com a reabertura do comércio. O modelo de franquia virtual foi outro que se destacou na pesquisa, com números promissores.
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IDEIAS
PERGUNTE A QUEM ENTENDE Qual a importância da comunicação interna?
META ANUNCIA NOVA VERSÃO DO WHATSAPP PARA EMPRESAS
A Meta, empresa dona do Facebook, anunciou o WhatsApp Cloud API, serviço que vai beneficiar a comunicação entre empresas e clientes pelo WhatsApp. Segundo informou a Meta, o WhatsApp Cloud API funciona 100% online, sem que empresas tenham que instalar nada em seus computadores. O recurso permite que se faça hospedagem de dados na nuvem de graça, eliminando despesas com servidores para processamento e armazenamento de informações. Além disso, em vez de transferir manualmente dados do WhatsApp para seus sistemas internos, copiando e colando, é possível automatizar o cruzamento desses dados, acelerando o processo.
PODCAST
SACADAS DE EMPREENDEDOR
Comandado por Erico Rocha, o podcast Sacadas de Empreendedor ensina como crescer nas redes sociais, faturar melhor, lançar seu produto de maneira assertiva, além de compartilhar vivências de Rocha como empreendedor. Disponível em Apple Podcast e Spotify.
FILMES
DINASTIA
A série Dinastia acompanha a história de duas das familias mais ricas dos Estados Unidos, os Carringtons e os Colbys na sua competição por poder. A trama entra na caminhada de sucesso da herdeira longe da empresa e do seu pai. Com cinco temporadas, mostra os acertos e os erros de quem já nasceu no empreendedorismo, mas quer fazer sucesso com o próprio talento. Disponível na Netflix.
VÍDEO
Assista em:
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Você já fez a transformação digital da sua empresa para otimizar tarefas e melhorar o gerenciamento do tempo? Veja como fazer seu dia ter "26 horas".
https://youtu.be/5R1WROEjfOw
Marcelo Spatafora
Por Daniela Diniz, diretora de conteúdo e relações institucionais do Great Place to Work
A pandemia provocou uma nova ordem (ou desordem) no trabalho. De uma hora para outra, fomos desconectados do mundo físico e social, passando a conviver através de telas e encontramos novos desafios em nossa agenda. Um deles foi a comunicação interna. Na última pesquisa do Great Place to Work, que identificou as principais tendências de gestão de pessoas para 2022, a comunicação interna apareceu como segundo maior desafio das empresas em 2021 (49,2%), perdendo apenas para a adoção de novos modelos de trabalho (59%). Na pesquisa do ano anterior, a comunicação interna ficou em primeiro lugar, com 54% das respostas. Ela deve seguir no topo da lista nos próximos anos porque é a principal veia da organização. É por meio dela que os líderes transmitem a cultura, os valores, o propósito e as estratégias da empresa. Sem a adoção de canais e ferramentas adequados e de uma estratégia bem definida de comunicação, a empresa pode se transformar em uma Torre de Babel, onde ninguém se entende. Na pandemia, muitas empresas sentiram logo os efeitos do mundo remoto na sua comunicação. O primeiro deles foi a necessidade de passar, de forma constante e, de preferência, em tempo real, as diretrizes para o time. O segundo efeito foi a necessidade de adotar um canal oficial corporativo para as mensagens institucionais e orientar as lideranças a escolher formas e ferramentas para manter a comunicação ativa. Aconteceu muitas vezes de as pessoas serem forçadas a estar conectadas em todos os canais para responder as mesmas coisas. Um terceiro efeito foi o acúmulo de reuniões. Ouvi de executivos a frase: “tudo agora virou reunião”. A consequência foi dispersão e cansaço generalizado. Esses efeitos provocaram nas empresas a necessidade de ter uma estratégia de comunicação bem definida e organizar novos planos para garantir que todos estivessem na mesma página, evitar desperdício de tempo e transmitir sua cultura. Dois anos depois, aprendemos a nos comunicar de forma mais organizada. O desafio agora é a gestão dos times híbridos. A comunicação interna ganhou um lugar de respeito no palco corporativo. Afinal, nenhum negócio sobrevive numa Torre de Babel. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.
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Cultivo com valor
Fernando Kondo encontrou no alho negro uma forma de expandir a produção familiar
“M
Depoimento a Gisele Tamamar
eus pais, Sayoko e Shiro Kondo, vieram do Japão e se estabeleceram em Guatapará, no interior de São Paulo, em 1967. As primeiras plantações do sítio eram de abacaxi, mas foram destruídas por uma forte geada. Em busca de um produto mais resistente, eles encontraram o alho. Sempre procuramos agregar valor e começamos a investir no alho negro, alimento que passa por um processo de maturação e apresenta coloração preta e sabor adocicado e frutado. Fui eu quem criou a empresa Alho Negro do Sítio, onde vendemos não só o alho negro, mas sal grosso, azeite, geleias e molhos. Tudo feito com alho negro. Temos uma produção bem familiar e, no Estado de São Paulo, existem poucos produtores de alho. Metade do alho consumido no Brasil é importado e isso dificulta para nós, pequenos, competirmos com os grandes produtores. Começamos tentando agregar valor em 1990, com o alho moído, vendido no potinho, mas em pequenas quantidades. Produzir alho exige muitos insumos, muita matéria orgânica, ainda mais na região onde estamos localizados, que não é muito propícia. Em 2006, aconteceu o boom do alho negro no Japão, com destaque de seus benefícios para a saúde, e enxergamos uma oportunidade. Aqui no Brasil, o produto está relacionado à gastronomia e temos esse desafio de reforçar mais o lado farmacêutico do alho negro. Para chegar ao produto final, o alho passa por um processo de maturação, dentro uma câmara com temperatura e umidade controlada, passando da cor amarela para marrom, até ficar preto por conta da oxidação do zinco. Nesse processo, o ardido do alho sai de cena e o
sabor doce se sobressai. O processo todo dura duas semanas. Meu pai começou a produção em pequena escala, em panelas mesmo, e começou a distribuir para o pessoal da colônia japonesa no bairro da Liberdade, em São Paulo. Eu sou agrônomo e estava trabalhando na área de TI, gerenciando projetos, abrindo uma startup para montar um sistema agrícola. Em 2012, resolvi fazer um site para meu pai, um site sobre o alho negro, quando fomos procurados por uma grande rede de supermercados interessada no produto. Esse foi o grande empurrão para a empresa. Na pandemia, as feiras gastronômicas pararam. Nossos principais clientes, restaurantes, empórios, setor de eventos, tudo parou. Por outro lado, as vendas online cresceram muito e, hoje, um quarto das vendas são realizadas via marketplace, um quarto para empórios e metade para pizzarias, restaurantes, hamburguerias. Hoje, tenho o desafio de aumentar a produtividade no sítio. A matéria prima é o principal custo. Conseguimos implantar um sistema de energia solar que está nos deixando bastante otimistas. Quem tem sítio tem muita dificuldade com mão de obra, é muito difícil manter. Como sou filho de agricultor, sempre tive vontade de voltar para a roça, de querer empreender. E o alho negro foi uma oportunidade para concretizar tudo isso. Estamos fazendo estudos com o extrato do alho negro, investindo em barrinhas de proteína de alho negro e tentando abrir mais o leque para destacar os benefícios para o mercado farmacêutico. E, pelo lado gastronômico, vamos participar de eventos e feiras do food service para o mercado conhecer cada vez mais a Alho Negro do Sítio."
Fernando Kondo atuava na área de TI e enxergou oportunidade para empreender com a produção de alho da família