Revista Digital Found / 2014

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Desvendando a arte de ler

Leandro Belucci opina a relação entre tecnologia e literatura.

Leandro Belucci, professor de literatura da instituição de ensino SEB COC, formado em letras na UFSCAR, aceitou a entrevista a respeito da influência da linguagem no mundo atual e da importância da literatura na sociedade moderna, num contexto em que cada vez mais surgem diversas formas de comunicação.

Alunas SEB COC – No Brasil, a taxa de leitores, em quatro anos, caiu em 9,1%. Qual é o motivo, no seu ponto de vista, do desinteresse de grande parte dos brasileiros pela leitura? Leandro Belucci – Na realidade, acredito que esse desinteresse seja de nível mundial, por conta das novas tecnologias, novas mídias, internet e redes sociais. Com isso, a leitura do livro físico despencou realmente. Um dos motivos dessa taxa ter caído tem o fato de hoje o livro ter como concorrente programas televisivos e redes sociais, que se tornam muito mais interessantes para o jovem do que ler. Alunas SEB COC – Na sua opinião, a Feira Nacional do Livro é um incentivo para a leitura? Leandro B. – Com certeza. Toda vitrine que pode ser feita pra literatura, para os livros, não só pra qualquer arte, é um grande incentivador. Propaganda, por exemplo, funciona com essa repetição massiva das coisas. Se houver uma repetição de feiras, o público aumenta, pois o acesso ao livro fica mais fácil. Alunas SEB COC – Como educador, quais os meios mais eficazes de promover o gosto por ler? Leandro B. - Incentivando e motivando. Principalmente na escola, o professor passa a ser um grande incentivador e motivador. O papel do

educador é mostrar aquilo que por ventura o jovem não conheça. Em sala de aula, quando conto a história de um livro mostro a importância daquela obra e tenho certeza que muitos se motivam a lerem a mesma. Alunas SEB COC – É importante os pais despertarem o interesse nos filhos, logo na alfabetização, pelos livros? Leandro B. - Creio na educação pelo exemplo. Aquela história do “faço o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, não vale. A partir do momento que em casa os pais tem o hábito da leitura; leem revistas, jornais, livros; os filhos, desde as primeiras idades, vendo os pais fazerem isso, vão querer segui-los. Dou-me como exemplo. Meu pai é um grande leitor, tínhamos até biblioteca em casa. Cresci vendo-o ler, o que me incentivou a hoje virar um professor de literatura e trabalhar com isso. Portanto o exemplo dos pais é um incentivador pros filhos lerem.


Alunas SEB COC – “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever — inclusive a própria história.”- Bill Gates. A tecnologia influencia de que maneira o desenvolvimento da leitura? Leandro B. - Não tem como pensarmos no mundo contemporâneo sem nos lembrarmos da tecnologia. A internet, as redes sociais, assim como tudo, tem seus prós e contras. Ela pode ser usada, sim, a favor da educação e da leitura, desde que aproveitada corretamente. Há a possibilidade de usar o tablet, o Kindle (leitor de livro virtual), para ler livros. Ela substitui o papel. Agora, por outro lado, muitas vezes a tecnologia emburrece seus usuários, já que dispõe tudo muito fácil, ao alcance de um clique. Isso faz com que as pessoas fiquem preguiçosas para pesquisar e aprofundar a respeito de algum assunto. Muitas vezes, no livro, essa acomodação não existe, pois o leitor terá de aprofundar, tendo a necessidade de um dicionário a mão para buscar determinadas palavras. Na tecnologia está tudo muito fácil. Alunas SEB COC – O ato de ler possui benefícios no lado psicológico e social? Leandro B. - Com certeza. Para ser uma grande pessoa tem que ser um grande leitor. O bom leitor, consegue ter uma visão ampla, macro, da vida e da própria sociedade. Ao ler, você consegue recursos, ferramentas, para lidar com diversas situações que a vida cotidiana pede. Alunas SEB COC – Qual a importância histórica na literatura? Leandro B. - A literatura por ser uma forma de arte, tem uma forte importância histórica. A arte é a expressão de sentimentos do homem em relação ao mundo que ele vive. As escolas literárias, a história da literatura, existe por conta do homem mudar a forma dele enxergar o ambiente vivido. E conforme, altera-se o

mundo, modifica a forma do ser humano interpretá-lo, consequentemente transformando a maneira dele expressar seus sentimentos, transpassando isso à literatura. Alunas SEB COC – Na Grécia antiga a linguagem era empregada, entre outras funções, para explicar fenômenos naturais, surgindo, assim, os mitos. Na atualidade qual seu significado? Leandro B. - A linguagem significa expressão. Através da linguagem, portanto, há a comunicação. Em relação à questão tecnológica, estamos em um mundo que cada vez mais as pessoas se fecham no seu ambiente virtual, e conversam via internet, no qual o domínio da linguagem é cada vez mais importante para haver essa socialização. Não só com o outro, mas com o espaço em que ele vive. Alunas SEB COC – Qual a relevância da arte no contexto atual? Leandro B. - Arte é sempre importante em qualquer momento. Seja ela qual for, literatura, teatro, música, dança, cinema. Ela tem a função de abrir os olhos do seu leitor, do espectador. E através disso nós nos transportamos para mundos que até então não existiam, promovendo uma liberdade criativa, abrindo sua mente para imaginar coisas que até então você não conseguia pensar sem a influencia artística. Alunas SEB COC – Os livros refletem a realidade ou a realidade reflete os livros? Leandro B. - Os dois. Os livros refletem uma realidade, porque, afinal, a literatura é expressão. Se pegarmos autores do modernismo brasileiro, como Graciliano Ramos em Vidas Secas, por exemplo, temse refletido no livro uma realidade do sertão nordestino brasileiro no inicio do século XX, de seca e miséria. Por outro lado, essa realidade também pode ser engendrada, ser originada, pelos livros. Como também ocorre de um determinado autor passar por uma experiencia e levá-la para sua narração.


O Espetáculo Da Circulação

Desde 2010, acontece anualmente o maior sarau interdisciplinar mundial, que é um evento cultural realizado pelo Sistema de Ensino Brasileiro de Ribeirão Preto. Em sua quarta edição, esse espetáculo reúne mais de 150 alunos e todos demostrando ao público seus incríveis talentos, podendo ser desde canto, dança e atuação até mesmo colaborando na organização do evento. Dirigido pelas sempre surpreendentes professoras Leninha e Cíntia e com a ajuda nota 10 dos educadores Fernanda, Guilherme, Pierro, Karla, Killer e a organizadora dos eventos na Unidade Ribeirânia Professora Carol. Não nos esquecendo do apoio incondicional do Diretor Rodrigo Morais. O Sarau 2014 com o título "Vida Nos Trilhos” trouxe um contexto bastante versátil, exibindo de maneira interessante a viagem pela circulação humana. Foi a forma de abranger aspectos da biologia como a Imitose e os Néfrons, agregando ao assunto temas literários, como a obra “Lisbela e o Prisioneiro”, deixando nas “entre linhas” do texto teatral fatos do cotidiano humano, cuja produção conseguiu atingir todos os públicos, contando com conteúdos infantis através da Palavra Cantada, incluindo os mais experientes. Outrossim, esse show é também filantrópico, uma vez que a entrada é a doação alimentos ou material de higiene, a fim de que essa arrecadação seja revertida para entidades carentes. Quem esteve presente ao evento pode conferir de perto nossos estudantes no palco exibindo seus preciosos talentos.


“Sempre ao seu lado”

“Sempre ao seu lado” é um filme americano cujo gênero é um drama que tem direção de Lasse Halestrom, estreou em dezembro de 2009, tendo como elenco Joan Allen, Richard Gere, Sarah Roemer, Jason Alexander. A produção de de Richard Gere, Bill Johson e Vick Wong. A obra se adapta em uma história verídica, quando um filhote de cachorro da raça Akita, é encontrado perdido em uma estação de trem por Parker Wilson (interpretado por Richard Gere) professor de uma universidade, Parker tenta encontrar seu verdadeiro dono, mas sem sucesso ele acaba se apegando a Hatch. O cachorro acompanhava seu dono até a estação de trem, e no final do dia o buscava após um longo dia de trabalho diariamente. A obra relata o valor de uma verdadeira amizade entre um homem e um animal,que mesmo com a distância entre o cão e o dono,o cão sempre está a espera dele. Os autores que interpretam essa linda amizade estão de parabéns, principalmente o cachorro que transmite ao espectador toda a emoção,vivendo como um personagem. É maravilhoso e bem recomendável.


A renovação de um clássico

O diretor australiano Baz Luhrmaan nos surpreende com a quinta versão de um clássico de Scott Fitzgerald lançado em 1925, aproximando-nos do “O Grande Gatsby” com magnitude. A ousadia do exagero dos filmes de Luhrmaan continua sendo sua principal característica, como antes era exibido em seus títulos, por exemplo, em “Moulin Rouge- Amor em Vermelho”. O lançamento da obra cinematográfica em 3D ocorreu em junho de 2013 no Brasil, com o orçamento de cento e cinco milhões de dólares. O elenco grandioso é composto, entre outros atores, por Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, impressionando os espectadores com suas atuações.“O grande Gatsby” se passa na década de vinte, época em que o jazz estava em seu auge, a moralidade era menos controlada e as bebidas alcóolicas alastravam-se pela cidade de Nova Iorque, apesar do rigor da lei seca. A história se inicia quando o escritor amador Nick Carraway, no ano de 1922 deixa o meio-oeste dos Estados Unidos em direção a Nova Iorque. Lá, passa a viver ao lado da casa de um

misterioso milionário conhecido como Jay Gatsby. Nesse local, Nick reencontra sua prima Daisy e seu marido, Tom Buchanan. Dentro do ambiente da alta sociedade, ele é atraído para um mundo diferente do qual estava acostumado, com ilusões amorosas e traições envolventes a um romance repreendido. A trilha sonora envolve cantores como Lana del Rey e Beyoncé. Isso torna-se um dos efeitos interessantes durante as ações inusitadas do filme. Apesar de se passar na explosão do jazz, a composição das músicas envolve artista atuais, numa mistura excêntrica do envolvimento da atualidade com a antiguidade, levando uma proximidade dos telespectadores com a história. O recurso do figurino e dos penteados foi usado a seu favor. Uma das características dessa década envolvia o corte Channel, bem aparente nas atrizes dos papeis de Daisy e Jordan Baker. As festas exuberantes encantam aos olhos daqueles que assistem levando-nos ao ambiente insano daquelas noites. Elas também são capazes de demonstrar o gasto supérfluo da época, em contrapartida ao sentimento de Gatsby, qual a vontade incluía apenas na atração de sua amada. Tais eventos levam-nos a uma perspectiva de ao mesmo tempo idolatrarmos e condenarmos aquele tipo de vida. A esperança é um fator presente principalmente no personagem de Gatsby, meio a uma sociedade de aparências. A luz verde referente em vários momentos da trama demonstra o sentimento de esperança do protagonista, buscando sempre alcançar seu objetivo. Todavia, o inicio do filme deixa a desejar. As ações são muito vagarosas, o que pode ocasionar, num espectador desatento, a perda dos detalhes importantes inclusos na narrativa. Como consequência, os fatos finais acontecem rapidamente, deixando uma sensação de desordem, transpassando os sentimentos dos personagens para o movimento exacerbado das cenas. Conclui-se, por fim, que o filme é completamente capaz de transmitir o vazio da sociedade estadunidense da época antes da crise, juntamente com a energia festiva e os mistérios envolventes.


Do outro lado do Mundo.

Tóquio, 1 de junho de 2014 Querida mamãe, Estava assistindo a um programa de televisão famoso em Tóquio, e nele estava mostrando cultura brasileira, e comecei a lembra de você mãe, no Brasil e de como estou com saudades da minha família. A cultura japonesa e muito diferente da nossa, aqui eles comem peixe cru e arroz enrolado em alga marinha, enquanto no Brasil comem carne bovina com farofa. No Brasil tem o samba, no Japão tem os "Cosplays" que são pessoas de todas as idades se vestindo e imitando personagens de quadrinhos e desenhos animados chamados de "Animes" e "Mangas". Quando vamos cumprimentar alguém no Brasil damos beijo no rosto ou um abraço, já no Japão só falamos "oi", sem nenhum cumprimento físico Sabe nos brasileiros achamos a cultura japonesa estanha, e os japoneses acham a nossa cultura estranha, eu acho as duas diferentes uma da outra, mas elas têm uma coisa em comum: as duas foram criadas por seres humanos que pretendiam transformar cada lugar em um lugar único, já penso se todo lugar que visitássemos fossem iguais, ia ser muito chato!! Mesmo sendo diferente do Brasil eu estou gostando muito, e já que você não está aqui comigo para conhecer resolvi mostrar um pouco para você através desta carta. Mãe, estou com muita saudade de você e de todos, amo muito vocês e não vejo a hora de ver minha linda família de novo, mil beijos!!! Letícia Benette P. S: Nos vemos daqui 7 meses!


Tempo.

Agora não mais! Agora não mais presente entre pacientes. Agora não mais vida de horários, presente em riscos... Monótona! Agora já sem casos. Agora? Apenas vivendo. A cada ano que passa o tempo diminui para todos, 24 horas nunca pareciam tão pouco como nos dias atrais. Aprendi que valorizar o tempo que temos é sim uma boa forma de recomeçar. Não ouço mais o som do despertar, não marco mais horas no relógio e essas são algumas das mudanças após 20 anos. Antes mesmo desses 20 anos passageiros, diante da maior escolha de minha vida, não refleti sobre as consequências. Parecia que o mais difícil eu já havia conseguido. Queria também o legado daqueles que salvam vidas azaradas e que, como brinde, recebiam: a falta de ócio, as festas, os companheiros leais, a paixão, a formação de família, os filhos... Não digo sobre meu arrependimento, pois é inexistente. A sandice cotidiana dos piores casos do país era, de alguma forma, um consolo para meu corpo e psicológico. O meu recomeço surgiu do meu término daquele que estava sempre comigo. As tardes ensolaradas, as manhãs chuvosas, as conversas insaciáveis e a vontade de voltar no tempo e cuidar de meu pai que, assim como aquele homem, estava entre vida ou morte. O senil paciente me ensinou os cronômetros do tempo. E através de suas citações de Heráclito, como “Tudo flui... Nenhum homem pode banharse no mesmo rio por duas vezes, porque nem o homem, nem a água do rio serão os mesmos” e sua última palavra no leito de morte, “Viva!”, foi o que me fez repensar. Papeis pro alto, horários desmarcados, roupas coloridas, chinelo, mochila, telefones no aquário. Comigo, apenas os cartões de credito com dinheiros acumulados e uma câmera para que eu visse por outros olhos o nosso mundo. Não me importo se ficar pobre, daqui nada se leva. “Havia um homem tão rico que só tinha dinheiro”. E não há nada que compre experiências e tempo perdido. Sigo em frente. Tudo cinza, saberia eu dizer que dia é hoje? Tudo igual, mas algo me acontecera...Vejo a minha primeira rota e me deparo com meu coração falando mais alto, ele não falava, mas gritava suava como nunca... Afinal o que

seria isso? Vejo em seguida o que prendia meus olhos: um homem. Diria que essa sensação nunca havia provada, meu coração havia despertado como se começasse a viver naquele instante – e que instantes! Sentei e comecei a pensar. Pessoas de vários tipos juntas, cores, raças, cada uma levava sua história no olhar, e qual seria a minha? Talvez trabalho, cansaço e um pouco de olheira, nada anormal para uma vida não vivida. Começava perceber a vida nos sorrisos simples, olhares brilhantes e conversas das mais diversas... E o homem? Estava ali também. Seria amor? Não. Paixão? Acho que não também... Seria sentimentos presos se despertando, parei e observei a família a frente. O mais importante era o jeito em que se tratavam, era amor, era família, era algo nunca experimentado. Onde encontraria um amor verdadeiro? (Aceito sugestões) Onde encontraria uma família repleta de atenção? E os sorrisos... Poderia eu sorrir? Sim. Descubro isso quando em minha frente senta a figura mais simpática já vista, chamava – se Paulo. Me contava com detalhes sua existência e nela consegui abrir a porta do meu ser, que já estava enferrujada... Dentes brancos. Dentes? Sim, e no fundo uma gargalhada contida que aos poucos se tornou suava e sincera... Tudo despertado e faltava só descer, mas descer assim, sem uma bagagem? Não em pouco tempo descobrir a rir, cá entre nós, eu não sabia mais rir, e me descubro ali. Sentimentos. Tudo pronto para a descida. Só não me esqueço que uma hora e meia tinha valido mais a pena que 20 anos... Apenas porque nos momentos mais simples vi que ser eu é o que importa, sem profissão, sem destino, apenas seguindo meu coração. Percebo que deveria ter feito isso a muito tempo, tempo? Começarei agora. Trem parou. Me despedi. Desci. E a cada nova bilheteria de trem, de ônibus, a cada carona é sempre um possível embarque. Não me vejo mais parada, vou deixando a vida me levar não desejo mais vê – lá, só passar pela abertura da minha janela. E há quem ache que o tempo pode esperar.


O Individualismo vence a ideologia coletiva na sociedade moderna. Filósofos contemporâneos como Bauman e Lipovetsky, atestam que a cultura cotidiana da mídia, do consumo e da publicidade é amplamente dominada pelo bem estar individual. Analisando o comportamento da sociedade, em geral, os filósofos defendem a ideia de que o individualismo está ligado a valorização do bem material. Acarreta a ambição, a ganância, sendo assim, a pessoas fica mais focada em seus objetivos e se torna insensível às questões alheias. O individualismo é muitas vezes confundido com o egoísmo e com a individualidade. O primeiro abrange atitudes independentes, é indiferente à reciprocidade de ajuda e normalmente interpretado como um termo pejorativo; já o segundo, tem como foco tirar vantagens das situações para benefício próprio, outrossim depende do auxilio dos outros, mas não o retribui; o terceiro é importante na tomada de grandes decisões, pois pode gerar um benefício pessoal, uma vez que não há influência de terceiros. A ambição, a responsabilidade, a independência e o foco no trabalho também podem ser ampliados quando há a existência do mesmo. O malefício começa quando a ambição se torna extrema, transformando-se em ganância, priorizando a máxima de sempre levar vantagem, cuida somente do que diz respeito a seus interesses e quer vencer a qualquer custo. O trabalho coletivo tem sido muito valorizado na sociedade contemporânea. Tornando-se base para atingir um objetivo maior, como no futebol por exemplo.

Por meio da globalização, o capitalismo influencia a sociedade a se tornar o que ela é hoje: O ter em detrimento do ser. Isso explica inclusive o fenômeno das “relações descartáveis”. O sociólogo Zygmunt Bauman fala sobre essas relações, que ele define como “amor líquido”: “Amor líquido é um amor “até segundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação. O amor com um espectro de eliminação imediata e, assim, também de ansiedade permanente, pairando acima dele. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade — mas isso nunca pode ser feito, como seus praticantes mais cedo ou mais tarde acabam percebendo. É bom lembrar que o amor não é um “objeto encontrado”, mas um produto de um longo e muitas vezes difícil esforço e de boa vontade”. Ou seja, na atualidade esse individualismo se manifesta até em relações amorosas, Bauman refere-se de forma mais detalhada a isso em sua série de livros: Amor líquido, Medo líquido, Modernidade líquida, Tempos líquidos e Vida líquida. A metáfora da liquidez consiste em comparar as relações humanas com


um líquido, que remete à noção de fluidez, matéria que prontamente se amolda à forma do recipiente que o contém e que escorre com facilidade, sendo difícil retê-lo. Referindo-se ao capitalismo novamente, Lipovetisky relaciona o individualismo aos meios de comunicação existentes. “Nos anos 20, a publicidade empenhou-se na destruição dos costumes locais e dos comportamentos tradicionais, inculcando normas modernas de consumo, propagando as ideias de conforto, de juventude e de novidade. Desde os anos 50, vê-se, sem trégua, na publicidade uma máquina de uniformização capaz de produzir uma "felicidade conformista", materialista e mercantil. O mesmo vale para os jornais, rádio, cinema e televisão, que adquiriram um imenso poder de uniformização dos gostos e das atitudes. A capacidade midiática de criar, em grande escala, fenômenos comportamentais e de emoções similares expressa-se em best-sellers, em hits, na idolatria de stars, na adesão às modas, no sucesso do mês, etc. Mesmo os gestos mais cotidianos tendem a homogeneizar-se.” Na sociedade atual, é valorizada somente a felicidade individual através do consumismo. Mas nem sempre o individualismo esteve diretamente ligado ao capitalismo. Na mitologia grega, por exemplo, o princípio do individualismo já era presente, vê-se pelo mito de Narciso:

Mito de Narciso: Narciso, ao nascer, foi consultado pelo oráculo, o qual disse que ele teria uma vida longa se jamais visse seu rosto. Ele era adorado pelas ninfas devido sua beleza, porém as desprezava. Eco foi rejeitada e a deusa da vingança resolveu o castigar, dando-lhe a oportunidade de ver seu reflexo. Narciso, em uma floresta, encontrou um lago. Ao se aproximar viu-se e ficou apaixonado, condenado a um amor impossível. Tentando ir em busca de sua imagem, debruça, cai e se afoga. Após sua morte, nasce uma flor no mesmo lugar, que leva seu nome. O princípio da história é mostrar que, ao desprezar as ninfas, ele não demonstra a capacidade de amar alguém além de si mesmo, retratando a forma extrema do individualismo e tendo como consequência sua morte.

NA IDADE MÉDIA No entanto, esse conceito só ganhou notoriedade na Idade Media por meio da interferência da igreja que impunha regras e leis, obrigando a busca pela salvação através da religião, de forma individual. Essa busca, entretanto, não era pelos ideais dos fieis, e sim para satisfazer o clero.

IDADE MODERNA Na Idade Moderna, esse conceito continua existindo. Com a transição do feudalismo para o capitalismo, a


ambição, o individualismo e a competitividade se tornaram ainda mais aparentes. Neste período o antropocentrismo ganha força, acarretando na corrente filosófica-literária, renascimento. Sendo criado o sistema capitalista, nasce a classe burguesa. A qual se apoia em seus interesses individuais para iniciar revoluções como a primeira Francesa por exemplo, em 1789. Os interesses individualistas são tão claros que logo depois que conseguem o apoio do povo, governam sozinhos. Conclui-se assim que, os ideais iluministas não eram a única iniciativa para a revolução.

MUNDO CONTEMPORÂNEO Voltando ao mundo contemporâneo, a presença do individualismo é bem aparente, principalmente entre os jovens, que numa tentativa de se sentirem mais maduros, acabam levando em consideração o seu interesse e esquecem a necessidade dos outros. Eles se imaginam independentes, não apenas da família, mas também da sociedade em geral. O principal meio que contribui para essa ação dos jovens hoje, é a tecnologia. Esta foi criada com o objetivo de aproximação, mas em excesso ela pode afastar. Os jovens acostumaram-se a comunicar virtualmente, deixando assim, o contato físico como segunda opção, focando-se no mundo virtual e esquecendo-se do real.

Dificilmente alguém nunca presenciou cena como esta. Onde adolescentes estão em grupo e não aproveitam a presença dos amigos, retratando o individualismo causado pela tecnologia. Em qualquer restaurante ou shopping é possível notar quantas pessoas estão conectadas o tempo todo aos seus telefones, desprezando totalmente a companhia dos outros, que quando se encontram praticamente sozinhos também recorrem aos aparelhos tecnológicos Além da tecnologia, outras mídias e meios de comunicação também apresentam aspectos individualistas, como por exemplo a música e a literatura.

“Porque nós somos aqueles que querem jogar, sempre queremos ir, mas você nunca quer ficar. Nós somos aqueles que querem escolher, sempre queremos jogar, mas você nunca quer perder.” System Of A Down – Aerials “Todos os dias e todas as noites, eu vou fazer do meu jeito. Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem, pois estou fazendo do meu jeito.” Miley Cyrus – Do My Thang Nos trechos acima, podemos perceber a individualidade do ser. No primeiro, através da oposição em relação aos outros indivíduos, e no segundo trecho através da autonomia exacerbada, uma vez que nem a preocupação do próximo é necessária. É de praxe que individualistas se embasem em algo mais concreto como livros de autoajuda que, embora mostrem uma alternativa para alcançar bons resultados na vida, tendem a desmembrar o convívio em


grupo e construir uma sociedade cada vez mais independente, voltada aos seus interesses próprios. Um filósofo proveniente de conhecimento nesse aspecto é Francisco Rüdinger, que em sua obra “Literatura de autoajuda e Individualismo”, concretiza o relato a cima com a expressão: “a procura por salvação dentro de um coletivo cedeu lugar à procura solitária pela satisfação do interesse próprio” (Rüdinger, 1995, p.238). Os livros remetem uma interpretação diferente em cada indivíduo, e assim, eles decidem a utilização, ou não, desse conhecimento adquirido. Algumas obras de autoajuda são: “O Sucesso não Ocorre por Acaso”, de Lair Ribeiro e também “O Poder do Agora” de Eckhart Tolle.

Outro exemplo desse fenômeno na contemporaneidade são os empresários, que incluídos num sistema capitalista, são coagidos a pensar e agir de forma individualista.

NAS OBRAS CINEMATOGRÁFICAS O cinema não podia poupar o individualismo ao filmar “O lobo de Wall Street”, onde Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), se encontra sem emprego e entra para o sujo mercado de Wall Street, onde ele vende papéis de baixo valor, que não estão na bolsa de valores. Depois acaba criando sua própria empresa, um paraíso, onde todos que entram enriquecem. O princípio do individualismo é constante, pois Belfort e seus funcionários vivem uma vida de prazeres enquanto enganam e quebram boa parte de Nova York, retratando os lobos de Wall Street da realidade.

Conclui-se, que o individualismo sempre existiu, porém cresce casa vez mais. Está presente em todas as faixas etárias e grupos sociais. Deixando a sociedade atual marcada por uma característica que pode se tornar permanente.


Sociedade espelhada

No mundo contemporâneo, percebemos a sociedade em que vivemos totalmente voltada aos valores da aparência, da estética e ao status social. Esse comportamento parte não somente dos adolescentes, mas também do universo infantil, pois até mesmo os baixinhos cultuam esse pensamento em que o exterior é o que realmente conta – o visto no espelho. É comum na sociedade pessoas que valorizam “looks” inspirados em celebridades popularmente conhecidas, que perpassam por jogadores de futebol, atores globais ou músicos, buscando um lugar de destaque nos grupos na qual pertencem. Outros preferem classificar centros de beleza e academias como o universo perfeito no processo de adquirir a forma perfeita que a sociedade implanta como ideal ou padrão de beleza. Podemos, ainda, encontrar muitos se utilizando de vestimentas com as mesmas características de marcas iguais, como meio de atrair para si olhares de admiração e respeito de outros colegas. Talvez seja a maneira encontrada por essas pessoas de se sentirem aceitos e pertencentes ao grupo. O que propomos é tão somente uma reflexão: que prioridade queremos para nossa juventude e nossa vida?


Cultura ou barbaridade?

É consensual que as culturas espalhadas pelo mundo vão de um extremo ao outro, desde a homogeneidade mulçumana até os sortidos costumes brasileiros. A primeira, por exemplo, faz com que os mulçumanos sejam conservadores, convergentes e submissos a sua fé; já a segunda transforma os brasileiros fazendo com que sejam mais hospitaleiros, festivos e extremamente sensuais. É perceptível que, de fato, a cultura ocidental é mais civilizada e justa em relação à primitiva cultura praticada pelos mulçumanos, africanos ou indígena pois seus costumes infringem os direitos humanos. É difícil para a sociedade brasileira admitir que em pleno século XXI ainda exista, em território nacional a aterradora prática do infanticídio por parte dos indígenas. Infanticídio nada mais é que um assassinato de crianças recém nascidas; no caso dos nativos é o homicídio de crianças portadoras de deficiência física ou mental e gêmeos. Esse horrendo e desumano ato que, ignorantemente, acredita-se que essas inocentes crianças façam algum mal à tribo o que, de fato, é completamente ilógico. Como foi dito anteriormente os islâmicos são submissos a sua fé e a usam para justificar suas insanas ações. Uma destas seria sua ação penal contra mulheres, exemplificando o que foi dito, as mulheres que são violentadas sexualmente, mesmo não tendo culpa, são condenadas a punição severas e até mesmo a morte. Outrossim os costumes somalianos não são nada racionais, um país onde se predomina o machismo mulheres são forçadas a se submeter a um ato de castidade e ter como resultado sua genitália costurada. Durante essa pratica são usadas lâminas, cacos de vidro e facas não esterilizadas para cortar o clitóris e depois coser o órgão feminino. Essa prática é fielmente mostrada no filme ‘’A Flor do Deserto’’ onde conta a história real da modelo Waris Dirie, que sofreu mutilação genital aos seus 5 anos de vida; hoje a modelo é embaixadora da ONU onde ajuda a combater essa prática tão insensata. Costumes primitivos, irracionais, insanos ou até mesmo que fazem apologia a assassinato de crianças estão presentes em várias culturas espalhadas pelo mundo. A prática desses costumes não pode ser permitida pois pessoas sofrem, são mortas e são mutiladas injustamente e essa realidade deve sofrer uma intervenção. A Organização dos Direitos Humanos (ONU), que foi criada com intuito de estabelecer a paz pelo mundo, tem o compromisso de intervir, nas citadas culturas, mudando a filosofia rudimentar que os praticantes desses costumes insistem em realizar. Crianças não devem ser enterradas vivas, afinal, o 1º artigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem declara

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.”


‘’Esta copa deveria ter sido mais bem preparada’’

Gilson Bueno, professor do SEB COC, expõe sua opinião quanto ao evento futebolístico da FIFA World Cup 2014, que ocorrerá no Brasil. Ele é formado em economia na UNESP de Araraquara, Geografia na UNIARA de Araraquara e recebeu o diploma de TI pela UniSEB, atualmente trabalha como professor no Instituto SEB a 18 anos. Alunos SEB: A Copa trouxe melhorias na infraestrutura e economia Brasileira? Gilson Bueno: No começo o governo disse que os investimentos seriam privados, o que não ocorreu, apenas uma pequena parte publica, porém, isso não ocorreu, pois foi praticamente todo o publico que foi o primeiro ponto negativo, o segundo foi com a infraestrutura para a copa, fizeram promessas como o trem bala, melhoria nos aeroportos, rodovias, porém não conseguiram finalizar 20% das obras que prometeram; para o Brasil essa copa não beneficiou em infraestruturas. Alunos SEB: A Copa trará benefícios a longo prazo? Ou só no momento? Gil: Eu não vejo benefícios a longo prazo, porém haverá grande taxa de intercambio, com isso, os comércios, hotéis, restaurantes e afins irão lucrar, porém são apenas vantagens imediatas. A longo prazo não vejo vantagens, pois eles apenas mexeram no que o Brasil já possuía, que são os estádios. Alunos SEB: O grande investimento valeu, ou valerá a pena? Gil: Caso você pense do ponto de vista esportivo, valerá ter uma copa; porém em termos de investimentos eu acredito que não foi necessário. Alunos SEB: A presidenta Dilma Rousseff deveria ter recusado a copa como fez João Figueiredo? Gil: Eu discordo, pois eu creio que esta copa deveria ter sido mais bem preparada, pois poderíamos ganhar muito caso essa copa fosse bem encaminhada, porém houve falhas terríveis nessa programação / preparação no momento de conseguir investidores. Alunos SEB: O Brasil está realmente preparado para receber uma larga escala de turistas? E quando a copa terminar, como você acha que o Brasil será visto no estrangeiro? Gil: O Brasil já possui uma imagem consolidada nos outros países, não será a copa que fara os estrangeiros verem melhor ou pior o Brasil, entretanto não podemos ser tão alarmistas, o Brasil possui


uma infraestrutura que sempre recebeu uma grande quantidade de turistas e irá receber na copa, provavelmente terão problemas que não agradarão os turistas e o povo brasileiro. Alunos SEB: Como você acha que os nossos funcionários brasileiros, taxistas, recepcionistas de hotéis, tratarão os estrangeiros? Gil: Esta é uma falha, quando estudamos turismo no Brasil, sabemos que tem um problema, que é exatamente essa questão do trabalhador brasileiro com os estrangeiros, eles não dominam a língua do estrangeiro e quererem tomar vantagem de cobrar acima do preço tabelado, em minha opinião que é por esse motivo que um país grande e bonito como o Brasil não ter a quantidade de turistas que merece, devido ao despreparo, isso sempre aconteceu e também acontecera durante a copa, portanto ganharemos menos do que poderíamos ganhar. Alunos SEB: Como será a relação entre o governo e o povo brasileiro após o termino da copa? Gil: As manifestações irão acontecer, pois já foram combinadas, espero que não seja nada grave e que não cause conflito, pois a polícia já avisou que irá combater e os manifestantes sabem disso e mesmo assim irão manifestar, tomara que seja uma coisa pequena; agora, caso o Brasil for campeão da copa, creio eu que a Dilma Rousseff ira capitalizar este campeonato e vai inclusive melhorar sua situação nas pesquisas eleitorais, por outro lado, caso o Brasil perca a copa, o povo irá colocar a culpa na Dilma, não de uma forma formal, mas sim de uma forma intuitiva e ela cairá nas pesquisas e a mesma está ciente disto, por isso ela está dando apoio à copa.

Desvalorização do país Brasil

Vivemos em uma sociedade onde o sistema econômico vigente difere as pessoas pelo o que têm ou deixam de ter. Infelizmente, são liberados milhões de reais para a construção de um estádio de futebol, em contrapartida, não é disposto capital para vigorar uma campanha de vacina, por exemplo. Seja bem vindo, estamos no Brasil! Por onde passo vejo a diferença que confronta nos olhos de qualquer cidadão, cuja possui mínimo de noção de sobrevivência. Hospitais, escolas, ruas e pagamentos de impostos, atribuem a nós, brasileiros, o fardo de uma sociedade prejudica. Todavia, isto é o que nós, brasileiros, temos noção. Para o resto do mundo, somos o país do

futebol - até que concordo com isso -, do samba e da mulher fácil. Uma visão totalmente distorcida e incondizente com a realidade. Ser brasileiro, realmente é ser passista de escola de samba, jogador de futebol e ter mulher fácil a todo o momento? Não. Ser brasileiro é lidar todos os dias com descaso do governo, cobrança de altas taxas de impostos e mesmo assim, ainda, ter ânimo e sorriso no rosto para comemorar o gol que será feito pelo Neymar durante a copa. Concluo, então, que não somos apenas o país do futebol, do samba e das mulheres fácil, como somos também, o país da memoria fraca.


Racismo, até quando?

Ribeirão Preto, 09 de junho de 2014 Caros leitores, É com muita indignação que debatemos a prática do racismo com jogadores de futebol. Qualquer jogador que brilha no time ou até mesmo em uma partida, é rotulado de craque. Podemos afirmar, assim, que o preconceito racial nos campos contra craques vem aumentando de maneira horrorizante. Atualmente, não podemos deixar de enfatizar o quanto é praticado na Europa. O recente caso lamentável de Daniel Alves, alvo da atitude racista europeia, do qual foi lançada, por torcedores, uma banana no campo enquanto o jogador cobrava um escanteio e, sem hesitar-se, descascou a fruta e a comeu, tornou polêmica, expandindo-se pelas redes sociais onde internautas adquiriram à campanha com o uso da hashtag “somos todos macacos” - #somostodosmacacos- em fotos e publicações. Contamos com a colaboração de torcedores, atletas e leitores antirracistas em geral, por meio de campanha, para dar um basta neste crime hediondo, pois é inadmissível que, as autoridades dos países de atletas que são vítimas de tal preconceito não tomem medidas enérgicas. Prontamente, agradeço pelos possíveis apoios para que essa situação seja revertida. Devemos, pois, agir justamente. Equipe SEBesporte


Entretenimento para todos?!?

Ribeirão Preto, 05 de Junho de 2014.

Excelentíssima Darcy Vera, Cinema 15 reais, orquestra sinfônica no teatro Dom Pedro II 60 reais, aproveitar entretenimento de qualidade não tem preço... Como apreciadores de desenfadamento de qualidade temos o intuito de delatar para a senhora prefeita uma situação de privação cultural para com os cidadãos da nossa querida Ribeirão Preto. Como já não bastasse o contraste em áreas de serviços públicos e privados - educação e saúde - ainda enfrentamos uma divisão do entretenimento, que usa como critério de julgamento aspectos sociais e econômicos. O que procuramos esclarecer, V.Ex.a , é o apartheid social , uma linha divisória que se apresenta com varias facetas, entre elas, o entretenimento que tem reflexo na cultura de um povo , determinando , dessa forma, seu modo de vida , sua convivência familiar e seus hábitos sociais . O empecilho em questão é a privação cultural: pessoas menos abastadas não conseguem ter acesso a vários tipos de lazer, e com isso, a impossibilidade de escolha. Teoricamente nada impede esses grupos de frequentar os locais que desejam, mas como barricadas o preconceito surge e atrapalha a chegada desses soldados ao seu objetivo, que não é nada menos o divertimento que a elite busca em um fim de semana quente e entediante. Como poderia alguém com 724,00 reais mensais frequentar locais claramente elitizados? Resta, para essa população, limitadas alternativas de baixo custo, como “rolezinhos” em áreas públicas e privadas, onde corriqueiramente ocorre depredação de patrimônios e atitudes de vandalismo em geral, acarretando em problemas de âmbito publico. Não pensávamos que um dia as classes de menor renda e menor atenção para com seu bem estar se cansariam do fato de não possuírem lazer durante seu período ocioso e criariam um cenário caótico (caótico, muito mais por viver preso em um mundo limitado culturalmente do que por estar depredando propriedades públicas). Vendo esse cenário, prefeita, gostaríamos de pedir que resgate do poço esse povo com carestia de cultura e lazer. Solicitamos um estudo para atender a população de Ribeirão Preto, criando projetos que levam a cultura para os menos afortunados e com menor acesso a recreação de maior custo, como cinema e teatro. Sendo assim, desde já agradecemos pela atenção.


Humanos, ratos e psique.

No passado um rato causava a morte de milhares de pessoas, hoje nossas próprias cabeças corroem nossa existência. Os roedores da atualidade são o estresse, o sedentarismo, os vícios do cotidiano - alcoolismo e tabagismo- entre outros. Esse cenário desencadeia doenças originadas da nossa própria maneira de enxergar o mundo, sendo elas o infarto, o AVC (acidente vascular cerebral), o câncer e a obesidade. Nossas mentes são suicidas em potencial, visto que hoje o Brasil é o segundo país mais estressado (segundo a “Associação Internacional de Controle de Estresse em pesquisa realizada em 2005) devido, majoritariamente, à sobrecarregada jornada de trabalho do brasileiro. Na década de 30, segundo informações da secretaria de vigilância em saúde, 46% das mortes eram causadas por doenças infeciosas. Hoje, essas representam apenas 5% das mortes brasileiras. Atualmente, em contrapartida, 69% dos brasileiros sofrem desse mal do século: a extenuação psicológica . Chegamos, por conseguinte, a um ponto interessante, a aflição secular, tal título que já foi anteriormente conferido a doenças como a tuberculose, a peste negra (durante a idade média) e outras que devastaram a humanidade. Hoje, entretanto, é um título de posse da depressão e do estresse, doenças contemporâneas provenientes do capitalismo excessivo e má vivencia humana, que temos acompanhado desde o surgimento dos cubículos de trabalho diário. Cubículos esses que não matam diretamente, mas como posto antes fragiliza a saúde humana e abre portas para a vinda de enfermidades mais graves. A depressão é uma doença que devasta a vida social do portador e só foi reconhecida recentemente, afeta principalmente a população de baixa e média renda, um povo cuja ambição é um melhor futuro econômico para sua família e em busca dessa, sem perceber, se auto flagela resultando na desgraça do século. Sem contar o fato de que o responsável pelo tratamento desses doentes é o governo um governo com um sistema de saúde falho e decadente uma vez que, na maioria dos casos, essa população não tem condições de bancar o tratamento. Nos somos detentores de uma mente condicionada ao consumismo. Um fato completamente social, hoje esta totalmente relacionado a saúde. O homem esta se jogando em um abismo chamado psique. Tendo em mente a infelicidade do povo brasileiro resta-nos apenas propor uma solução aos governantes desse país, que precisam do apoio de sua população, a elucidação vem de uma combinação trivial: governo, saúde e sociedade. O papel do estado seria em direito da manutenção da saúde mental da sociedade, que por sua vez deve compreender a fragilidade de seu estado psíquico. E, por último, e mais importante a saúde para a manutenção do estado físico e mental deve servir como alicerce para os dois anteriores.


Sobre o voto facultativo de menores de idade

Considerando os dias atuais que me encontro no alto dos meus 16 anos, e o evento de ser indagado pelo meu professor de filosofia se iria votar esse ano, decidi refletir um pouco mais sobre a questão, fugindo de mim e pensando em todos os jovens na minha idade. Reflito sobre a capacitação do jovem hoje, já que me deparo quase sempre com seres alienados e sem condição alguma de decidir seu futuro por viverem em suas bolhas sociais protegidas por colégios, quebradas e clubes. Também vejo isso na população maior de idade, mas não me encontro na faixa destes para poder opinar, me limitando apenas aos da minha idade. Também posso citar a fácil influência dos pais e responsáveis na cabeça dos filhos. Além da grande mídia que carcareja bobagens sobre seus ouvidos descrentes e com pouca bagagem cultural e senso crítico. Todos os dias a grande maioria dos jovens se afoga na internet ou em outros meios de entretenimento tentando fugir o máximo possível da realidade que os cerca. Atolada em redes sociais que falam apenas sobre seus interesses e cultura pop que não cita a verdadeira realidade, é muito difícil extrair de um jovem o que ele realmente acredita na política. Muitos a relacionam com problemas difíceis onde não desejam ter o trabalho de pensar em novas soluções. A política é, de fato, tratada pelo jovem como um tema chato onde ele é forçado a ser introduzido quando tem 18 anos. Cabe aos encorajados de 16 tentarem fazer algo em vão, já que a abstinência dos outros jovens às vezes acaba atrapalhando o desejo de mudança dessa minoria. Por isso acho ineficaz o voto dos adolescentes de 16 e 17 anos, já que isso só seria justo se pudéssemos ter na educação básica aulas de engajamento político norteando a cabeça das crianças.



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