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UMA

REVISTA

DA

SECO

EDIÇÃO

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2017

AS RODAS MAIS TENAZES DO PLANETA

PODEMOS CONFIAR EM CARROS AUTÔNOMOS? TRÊS TENDÊNCIAS EM USINAGEM

Os carros autônomos são uma importante tendência na indústria automotiva. Mas será que já ousamos soltar o volante e ficar jogando jogos?


Índice EDGE

EDIÇÃO

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2017

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NOVIDADES E TENDÊNCIAS

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CONHECIMENTO – TENDÊNCIAS GLOBAIS REALIDADES DIGITAIS Lars Bergström, CEO da Seco, sente-se inspirado e não desanima pelo fato de que a tecnologia digital modifica a prática industrial estabelecida.

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CASO: AUSTRÁLIA TENAZ O SUFICIENTE? A Seco ajuda a ComSteel a manter os vagões em movimento em um dos lugares mais inóspitos na Terra.

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TECNOLOGIA DE PONTA P&R COM PATRICK DE VOS Especialista em usinagem da Seco responde a perguntas técnicas enviadas pelos leitores.

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PERSPECTIVA: VEÍCULOS AUTÔNOMOS A VERDADE

MATÉRIA DA CAPA

Fazemos um esforço para entender e nos atualizar em relação ao desenvolvimento dos carros autônomos.

18 POSSIBILIDADES VÔO SUSTENTÁVEL Recordes estraçalhados e energia verde promovida; foram necessários apenas dois homens com uma enorme visão.

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A EDGE E VOCÊ QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL “Eu amo pesquisa, aprendizado e ciência, mas o que eu realmente gosto é de ver tudo isso sendo aplicado em um resultado tangível real.”

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CASO: RÚSSIA UM CORTE ACIMA Uma colaboração com a Seco na Egoryevsky Mechanical Plant ajuda a facilitar o processo e atender à demanda mais alta pelos cortadores de autopropulsão da empresa.

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A EDGE DO MUNDO FRIDA HANSDOTTER Quando todos os seus amigos estavam em baladas, ela estava escalando montanhas; Frida Hansdotter explica como a alegria do esqui a levou ao sucesso no campeonato.

32 EDGEDUCAÇÃO O TORNO TORNA-SE ATÔMICO A Seco é a primeira do mundo a medir como o material é afetado durante o corte.

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Pesquisa conjunta para o futuro “A fabricação passa por uma evolução que está gerando uma revolução nos negócios”,

diz o Professor Sam Turner da Universidade de Sheffield, Inglaterra, em um artigo em destaque nesta edição; na Seco, nós concordamos e é por isso que nossa empresa coopera há muitos anos com diferentes universidades e academias em projetos de pesquisa. Para nós, é importante nos mantermos à frente das mais recentes pesquisas sobre materiais e métodos que influenciam a nossa empresa e a indústria de fabricação como um todo, bem como incorporar continuamente as novas descobertas às nossas pesquisas e desenvolvimentos. A Universidade de Sheffield é um exemplo; e outro é o empolgante e revolucionário projeto que estamos fazendo com a Universidade de Linköping, Suécia e o centro de pesquisas DESY em Hamburgo, Alemanha, sobre o qual você pode ler mais nas páginas 32 a 35. Como de costume, a Edge também contém uma combinação de artigos abrangendo novos produtos, empresas, tendências e pessoas de todo o mundo. Aproveite! HANS HELLGREN

VICE-PRESIDENTE, VENDAS E MARKETING EDGE@SECOTOOLS.COM EDGE é uma revista para clientes da Seco Tools publicada em 25 idiomas em todo o mundo. Seco Tools AB Departamento de marketing, 737 82 Fagersta, Suécia. Telefone +46 223-400 00 Fax +46 223-718 60 Internet www.secotools.com Editor Hans Hellgren E-mail hans.hellgren@secotools.com Editor executivo Jennifer Gauffin E-mail jennifer.gauffin@secotools.com Produção editorial e layout Appelberg Publishing Group Gerente de projeto Per-Ola Knutas Editor Antony Riley Diretores de arte Cecilia Farkas, Johan Nohr Impressão Elanders Imagem da capa Samir Soudah EDGE (1. 2017)

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NOVIDADES E TENDÊNCIAS

NOVIDADES DO NOSSO ESPECIALISTA EM FERRAMENTAS

GARY MEYERS

é originalmente de Detroit, Michigan, mas foi realocado para Fagersta, Suécia. Trabalhando no setor desde a década de 1990, Gary é agora o gerente global de produtos de Fresamento de Faceamento e trabalha na Seco há cinco anos.

RESUMO Cargo: gerente de produtos de fresamento de faceamento Graduação: qualificado em ferramenta e criação de matriz. Estudou Administração, CAD CAM e teoria da usinagem na universidade. Carreira: de usinador na Marinha dos EUA a designer e gerente de ferramentas e matrizes, Gary entrou na Seco como gerente de produto para Fresamento Indexável e para ferramentas Jabro/Niagara antes de ser realocado para Fagersta como gerente de produto global para Fresamento de Faceamento.

UNIDADES DE MANDRILAMENTO EPB 890 Independentemente da posição da unidade de mandrilamento, a leitura do ajuste do diâmetro é facilitada pelo novo controlador de Display Digital Universal De Controle (DDUC) da Seco. O DDUC substitui as escalas vernier analógicas por uma tela de display grande e as preferências do operador podem ser adaptadas usando uma variedade de ajustes. O DDUC pode mostrar os valores de diâmetro e de raio e, exclusivamente, pode trabalhar no modo relativo (ajuste de diâmetro) ou absoluto (diâmetro real usinado com a unidade de mandrilamento). O sistema também apresenta um inovador sistema de autobalanceamento dinâmico, bem como um líquido de refrigeração de duplo fluxo.

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FOTO: GETTY IMAGES

Nova SEDE em Xangai A Seco abriu nova sede em Xangai, China. As novas instalações oferecem uma oportunidade para mantar o foco em criar relações com os clientes na região, bem como desenvolver soluções de usinagem excelentes e produtivas. A Seco China foi estabelecida como uma pequena subsidiária em 1994 e se tornou o terceiro maior mercado da empresa globalmente. As novas instalações em Xangai foram inauguradas por Bo Udsen, diretor executivo da China, e Lars Bergström, presidente. Vários clientes, distribuidores, parceiros e autoridades do governo também participaram.

1932 O ano ao qual remontam as origens da Seco Tools. Foi nesse ano que a fabricante de aço sueca começou a produzir ferramentas de trabalho em metal sob a marca Seco (“Eu corto”, em latim).

FUTURÓLOGO NORTE-AMERICANO JEREMY RIFKIN, SOBRE COMO A IMPRESSÃO 3D SINALIZA O INÍCIO DE UMA NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:

“ Uma nova revolução na fabricação digital abre a possibilidade para a ocorrência da produção de bens duráveis. Na nova era, todo mundo pode potencialmente ser o seu próprio fabricante […]. O processo é chamado de impressão 3D.”


“ FOTO: GETTY IMAGES

O principal é garantir que cada peça esteja correta; é aceitável dedicar um tempo adicional a isso, desde que você tenha a certeza de que o resultado será bom." Patrick de Vos, gerente de Educação Corporativa Técnica da Seco, revela as tendências da usinagem no artigo do perfil no edgeupdate.com. Vá para bit.ly/devosedge

FRESAMENTO DE FACEAMENTO R220.88 A Seco expandiu sua gama de fresas de fresamento de faceamento para incluir um sistema de fresa com ângulo de quase 90° para o fresamento de faceamento. O novo sistema de Fresamento de Faceamento R220.88 foi projetado com foco no desempenho e na economia. Esse sistema de Fresamento de Faceamento apresenta pastilhas prensadas diretas e um novo material resistente à corrosão no corpo da fresa que contribui para a alta qualidade da fresa e tem um impacto ambiental positivo, eliminando a necessidade do revestimento de níquel. O sistema foi desenvolvido para as exigentes aplicações de fresamento de faceamento em lotes e a produção em massa, em que o custo por aresta, a produtividade e a confiabilidade no processo de usinagem são essenciais.

Iniciativa de higiene na Índia Alinhada às missões da empresa em Responsabilidade Social Corporativa (CSR), a Seco Tools Índia iniciou atividades na região Koregaon Bhima, periferia de Pune, no oeste da Índia. Junto com uma ONG parceira, a equipe de CSR da Seco Índia envolveu mais de 2.000 alunos de três escolas para ensinar sobre saneamento e higiene. A campanha “Koregaon Bhima Limpa” também incluiu a reforma de banheiros públicos, além da instalação de recipientes de lixo nas três escolas.

Iniciativas verdes

GAMA STEADYLINE®

FOTO: GETTY IMAGES

Painéis solares no telhado e carregamento para veículos elétricos – a Unidade de Produção da Seco em Bourges, França, implantou iniciativas alinhadas ao objetivo da empresa de reduzir seu impacto ambiental. “A Unidade de Produção em Bourges começou sua jornada em direção à Indústria 4.0 com a ideia de uma 'fábrica verde'”, afirma Matthieu Dassonville, gerente da Unidade de Produção. A unidade de produção comprou recentemente um carro totalmente elétrico usado para as atividades

de manutenção no local. Ao mesmo tempo, três compartimentos de carregamento foram instalados para os funcionários que quisessem carregar seus carros elétricos gratuitamente. Outras estações serão implementadas à medida que mais funcionários optarem por carros elétricos. Além disso, um painel solar de 700 m2 foi instalado sobre o telhado da fábrica. O painel oferece cerca de 100 MWh por ano, o equivalente ao consumo de energia de sete casas.

A Seco está ampliando sua gama das inovadoras barras de torneamento Steadyline e cabeças GL, adicionando novos produtos que incluem barras de torneamento de 60 mm e 80 mm de diâmetro, suportes de roscamento com conexões GL50 da máquina e “ferramentas Jetstream” para torneamento e suportes de roscamento. Para torneamento, roscamento e mandrilamento internos, os suportes com o amortecimento Steadyline podem ser utilizados para várias operações intercambiando as ferramentas com as conexões GL da máquina. Essa conexão GL oferece um excelente posicionamento e repetibilidade da aresta de corte e, ao mesmo tempo, permite uma rápida troca da cabeça.

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CONHECIMENTO TENDÊNCIAS GLOBAIS

A BATALHA PELO TALENTO – UMA TENDÊNCIA GLOBAL

Destino digital A nuvem, big data, a globalização, a Internet das coisas e uma batalha contínua pelo talento estão contribuindo para as mudanças em ritmo alucinante na fabricação. Lars Bergström, CEO da Seco, está inspirando-se em empresas digitais bem-sucedidas para manter-se atualizado com esse desenvolvimento acelerado. Texto: Per-ola Knutas Ilustração de Emma Hanquist

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S REGRAS DO NEGÓCIO Mudaram para sempre. Se existe algo que as novas empresas como Uber, Netflix e Google nos ensinaram é que os modelos de negócios seguros, tradicionais e convencionais são vulneráveis a serem totalmente revertidos por inovações transformadoras. Porém, qual é o impacto dessas novas práticas de negócios na metalurgia e indústrias de usinagem, e para a Seco, uma empresa clássica de engenharia com uma história que se estende por mais de 85 anos? É enorme, de acordo com Lars Bergström, CEO da Seco, que recentemente levou a equipe da gerência da empresa para uma viagem até o Vale do Silício. Os membros da equipe passaram sete dias visitando tudo, desde pequenas empresas iniciantes até protótipos de oficinas e empresas de enorme porte e bem estabelecidas, como Flextronics, Cap Gemini e GE Digital. “As pessoas falam há anos sobre a globalização e o que isso significará para a indústria", diz Bergström. “Mas agora, um desenvolvimento digital acelerado realmen

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te está ocorrendo – em todas as indústrias. A infraestrutura já existe, com banda larga rápida e barata conectando a maior parte do mundo. Isso ficou extremamente claro durante a nossa visita ao Vale do Silício.” Bergström continua: “O que me impressionou mais que qualquer outra coisa foi a velocidade e o sentido das invenções, do desenvolvimento e da produção em tempo real. A necessidade de agilidade e mudanças dentro da indústria nunca foi tão clara para mim. Nós já falamos sobre coisas que ocorrem ao longo de anos nos projetos de desenvolvimento: mas agora estamos falando de meses.” Outra tendência importante que afeta o setor da fabricação é a Internet das coisas – a interconexão de máquinas e processos em uma rede mundial – e isso já começou a mudar as condições de operação do setor da fabricação. Isso é algo com o qual Bergström frequentemente se depara ao reunir-se com os clientes. “O que está acontecendo é que tudo está se tornando conectado e enormes

A necessidade de agilidade e mudanças dentro da indústria nunca foi tão clara para mim. Lars Bergström CEO, Seco Tools


quantidades de dados podem ser transferidas em um piscar de olhos”, diz Bergström. “Isso significa que é possível compartilhar ideias e soluções por todo o mundo e que, para um fabricante de componentes na República Checa ou na China, estar conectado ao ecossistema global digital é um fator crítico para o sucesso.” Outra forte tendência, de acordo com Bergström, é que o valor relativo dos produtos está decaindo. Rapidamente, eles estão se tornando mercadorias que qualquer um pode copiar. "Por outro lado, o conhecimento e os serviços estão aumentando em importância." Isso é algo que a Seco já começou a aceitar. Conforme os clientes continuam a lutar por mais eficiência, resultando em uma restritividade de recursos humanos, a consultoria e os serviços qualificados do fornecedor de ferramentas se tornam mais necessários. “Conforme a velocidade do desenvolvimento aumenta, nossos clientes necessitam de mais consultoria, pois eles têm menos tempo para trabalhar na otimização”, afirma

Bergström. “Hoje, um engenheiro industrial talvez tenha 30.000 diferentes ferramentas de trabalho com milhares de combinações diferentes relacionadas. É completamente impraticável; então, somos frequentemente chamados como especialistas e prestadores de serviços de consultoria para melhorar os processos dos nossos clientes.” É por isso que a Seco está reforçando sua presença mundial. A empresa abriu recentemente novos centros técnicos e escritórios em Xangai, na China e Pune, na Índia. “Também continuamos a desenvolver nossa ferramenta de suporte digital baseada na Web, o MyPages. Ela permite que as pessoas resolvam pessoalmente os problemas que não são excessivamente complicados e obtenham consultoria qualificada com a função Suggest”, diz Bergström. “Estamos enfrentando o novo mundo com empenho, expandindo e investindo para conectar a nossa competência em todo o mundo a uma forte presença local, o que nos permite estar mais perto de nossos clientes.”

TRÊS TENDÊNCIAS NO SETOR DA FABRICAÇÃO A BATALHA PELO TALENTO

Empresas de todo o planeta lutam para encontrar funcionários inteligentes no ritmo exigido. Isso significa que o setor deve se concentrar em criar locais de trabalho atraentes.

DIGITALIZAÇÃO

As tendências em big data permitem que enormes quantidades de dados sejam enviadas por todo o mundo em um segundo, possibilitando o desenvolvimento virtual colaborativo de produtos entre diferentes países e, em seguida, sua movimentação com a ajuda de ferramentas de trabalho digitais. A importância da localização física de certos tipos de fabricação pode, portanto, ser reduzida.

AUMENTO NA VELOCIDADE

A globalização está aumentando a concorrência e criando demandas ainda mais altas de mudança, eficiência e produtividade em todos os setores da indústria.

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CASO COMSTEEL, AUSTRÁLIA

As condições climáticas extremas na remota região de Pilbara, na Austrália Ocidental, realmente testam ao máximo os equipamentos de mineração, incluindo os trens que transportam o minério de ferro.

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MAIS TENAZ que a maioria

Em vez de ficar parada no tempo devido à sua história de quase 100 anos, a fabricante australiana de rodeiros Comsteel aproveita-se disso. A combinação entre sua herança e a tecnologia moderna permite que a empresa crie produtos líderes mundiais. TEXTO: DANIEL DASEY FOTO: JOSUÉ DASEY E GETTY IMAGES

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CASO COMSTEEL, AUSTRÁLIA

Kevin Roberts, superintendente de operações, diz que os clientes de mineração dependem das rodas da Comsteel para manter a produtividade das operações. Existe uma enorme ênfase na qualidade, dureza, tenacidade e segurança das rodas.

Os 240 vagões de mineração na remota região de Pilbara, na Austrália Ocidental, puxam regularmente cargas de minério de ferro pesando mais de 33.000 toneladas.

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enhum local do planeta tem uma frota de vagões mais tenaz que a região de Pilbara, na Austrália Ocidental. Os trens de mineração nessa remota parte do mundo puxam regularmente cargas de minério de ferro pesando mais de 33.000 toneladas; cada eixo é obrigado a suportar cargas de 45 toneladas. As temperaturas podem se aproximar dos 50 graus Celsius e a cidade grande mais próxima fica a mais de 1.500 km de distância. O trabalho de produzir rodeiros tenazes o suficiente para lidar com condições de tão alta demanda combina bem com a Comsteel, uma fabricante localizada no outro lado do continente em Waratah, no subúrbio da cidade de Newcastle, Nova Gales do Sul. Com raízes que remontam há quase 100 anos, a Comsteel confia nas tradições fortes e na tecnologia de ponta para produzir rodeiros com padrões líderes mundiais em tenacidade e durabilidade. Kevin Roberts, superintendente de operações de Produtos Ferroviários na fábrica da Comsteel, diz que os enormes clientes de mineração dependem das rodas da Comsteel para manter a produtividade das operações e


“ Os fabricantes de vagões sabem que o nosso produto funciona bem para aplicações de alto nível com altas cargas no eixo e sabem que não podem colocar qualquer roda nesse ambiente.” KEVIN ROBERTS, SUPERINTENDENTE DE OPERAÇÕES DE PRODUTOS FERROVIÁRIOS NA FÁBRICA DA COMSTEEL

que existe uma enorme ênfase na qualidade, dureza, tenacidade e segurança das rodas. “Os trens usados em Pilbara são tão grandes que, se ocorrer um incidente, haverá grandes danos e perdas de produção”, diz ele. “Nossos clientes usam nossas rodas porque eles sabem que não terão esse tipo de problema.” FUNDADA EM 1918 com o nome The Commonwealth Steel Company, hoje a Comsteel faz parte da Moly-Cop, uma empresa global de produtos de aço. Além dos mais de 150 tipos diferentes de rodas, a Comsteel fabrica eixos ferroviários e conjuntos de rodeiros, bem como o meio de retificação usado pelo setor de mineração para triturar o minério. Andrew Hemsworth, gerente de desenvolvimento de negócios da Comsteel, explica que, embora as rodas usadas no transporte de frete constituam o maior volume de vendas da empresa, a Comsteel também fornece

Comsteel EMPRESA: parte da Moly-Cop Group global. LOCALIZAÇÃO: Waratah, Nova Gales do Sul, Austrália cerca de 150 km a norte de Sidney. OPERAÇÃO: 24x7. PRODUTOS: meios de retificação e rodeiros, conjuntos de rodas e eixos para frete, vagões de passageiros e locomotivas. CAPACIDADE DE FABRICAÇÃO DE RODAS: 80.000 unidades por ano. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS: produção de aço no local. MERCADOS ATUAIS: Austrália, Nova Zelândia, China, África do Sul e Estados Unidos.

rodas para todas as autoridades ferroviárias australianas, para usar em locomotivas e trens de passageiros. NESSE MEIO TEMPO, OS mercados de exportação

da empresa incluem a África do Sul, a Nova Zelândia, os Estados Unidos e, surpreendentemente, a China. “Nós fornecemos rodas para vagões que são construídos na China e depois enviados para a Austrália”, diz ele. “Os fabricantes de vagões sabem que o nosso produto funciona bem para aplicações de alto nível com altas cargas no eixo e sabem que não podem colocar qualquer roda nesse ambiente.” O maior argumento de venda das rodas da Comsteel é a sua alta dureza e tenacidade. Hemsworth explica que as rodas de frete de transporte pesado da empresa são feitas de microligas de aço produzidas usando um forno a arco elétrico. EDGE (1. 2017)

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CASO COMSTEEL, AUSTRÁLIA

Harold Phipps da Seco (centro) diz que ele e seus colegas estão frequentemente disponíveis para oferecer consultoria em ferramentas e ajudar com os protótipos das máquinas.

Os lingotes de microligas de aço são serrados em barras redondas e achatadas antes de serem forjados e laminados. Em seguida, eles recebem tratamento térmico, são testados e usinados antes de serem submetidos a ensaio não destrutivo, visual e dimensional. As rodas da Comsteel foram certificadas pela Association of American Railways, os padrões de EN da Europa e o padrão de gerenciamento de qualidade internacional ISO 9001. Kevin Roberts diz que os procedimentos rigorosos, os sistemas de qualidade e o respeito pela experiência dos funcionários são fundamentais para o sucesso da empresa. Também são vitais a cultura de aprimoramento contínuo e a adoção de novas tecnologias, o que garante um produto de qualidade que atende às necessidades do cliente. ROBERTS DIZ QUE TRABALHAR com fornecedores de alta qualidade também é crucial. A Comsteel estreitou a sua cooperação com a Seco nos últimos anos e agora a Seco é o fornecedor de Nível 1 de ferramentas para a empresa. “As ferramentas da Seco funcionam muito bem em nossas rodas”, diz ele. “O desempenho da pastilha de metal duro que usamos é muito alto e lidera o caminho na usinagem

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das nossas rodas de microliga de alto grau de dureza.” As pastilhas da Seco são usadas para usinar a malha da roda e os perfis extremamente duros da roda. Roberts diz que, depois de testar dezenas de pastilhas ao longo de vários anos, ele ainda não encontrou uma pastilha que tenha um desempenho melhor nas rodas de microliga que o produto da Seco. “A ferramenta é um consumível de custo alto e o desempenho do produto Seco funciona muito bem para manter nossos custos baixos”, diz ele. Outro benefício adicional é o atendimento da Seco. À medida que a Comsteel desenvolve continuamente a força dos seus produtos de aço e roda, a Seco está disponível para oferecer consultoria em ferramentas e ajudar com os protótipos das máquinas. Harold Phipps, Gerente de Negócios Regionais da Seco Austrália, afirma que ele e seus colegas buscam estar sempre disponíveis quando a Comsteel precisa deles e já trabalharam muitas horas nos fins de semana para resolver os problemas. “Ajudamos a diminuir os custos da Comsteel com as ferramentas e melhoramos o resultado financeiro deles”, diz ele. “É uma verdadeira parceria, com benefícios para a Comsteel e a Seco.”

Rodas de microliga da Comsteel A Comsteel desenvolveu o seu material de microliga em meados dos anos 1980, aproveitando anos de experiência e herança na fabricação de aço especializado. A adição dos elementos de microliga melhora as propriedades da roda, aumentando a dureza do material da roda sem aumentar o nível de carbono, que comprometeria a suscetibilidade térmica. Além de fornecer maior resistência ao desgaste graças à dureza elevada, os materiais da roda de microliga da Comsteel oferecem tenacidade elevada a fraturas e resistência à fadiga de contato na rolagem, graças às melhorias no limite de resistência à tração e no rendimento.

Produtos Seco fornecidos para a Comsteel Classes de torneamento Duratomic™ Classes de torneamento Triple-Zero™ Pastilhas de cerâmica Seco-Max™ Machos Threadmaster™ Ferramentas Seco-Capto™


TECNOLOGIA DE PONTA P&R

PATRICK DE VOS, GERENTE DE EDUCAÇÃO TÉCNICA CORPORATIVA DO GRUPO SECO TOOLS, RESPONDE ÀS SUAS PERGUNTAS SOBRE USINAGEM.

Qual é a vantagem do Seco Jetstream?

RESPOSTA: O processo de usinagem

PERGUNTE AO PATRICK

Tem alguma dúvida? Envie suas dúvidas ao endereço de e-mail abaixo: patrick.de.vos@secotools.com

gera muito calor na zona de corte. Isso resulta na vida da ferramenta limitada e em altas temperaturas prejudiciais na peça, que dificultam o cumprimento das demandas de qualidade na superfície usinada. Os sistemas de refrigeração são usados para remover o calor da zona de corte. As pressões e temperaturas na zona de corte tornam fisicamente impossível levar o fluído de corte até a fonte de calor, onde ele funcionaria de maneira mais eficaz. É por isso que a maioria das técnicas de refrigeração funciona de maneira indireta: elas refrigeram o cavaco e, assim, o cabeçote é indiretamente evacuado. Isso funciona bem quando o material da peça tem alta condutividade térmica, mas em outros casos (ligas de titânio e superligas) não funciona. O Seco Jetstream é baseado no acúmulo de pressão cinemática (e não na pressão estática, como os sistemas tradicionais). Isso cria uma pressão alta o suficiente para entrar na zona de corte. Quando o fluxo de refrigeração é direcionado precisamente para a zona de corte, a eficiência é ainda maior. 

O que é "fresamento em altas taxas de avanço" e quais são os benefícios?

RESPOSTA: A seleção correta das

condições de corte; as profundidades do corte, o avanço e a velocidade do corte são importantes para o desempenho da fresa. As três condições de corte combinadas produzem a chamada Taxa de Remoção de Metal (MRR ~ profundidades de corte x avanço x velocidade de corte). O MRR é uma métrica do ritmo de produção, da economia e da confiabilidade do processo. O aumento das condições de corte gera maior produtividade. No entanto, há consequências relacionadas à ordem em que as condições de corte são maximizadas. Quando é feita uma seleção para concentrar-se primeiramente na alta taxa de avanço, falamos sobre usinagem em alta taxa de avanço ou, mais especificamente, fresamento em altas taxas de avanço no caso de uma operação de fresamento. Uma operação realizada com altas taxas de avanço combinadas com profundidades de corte moderadas consome menos energia. A usinagem em altas taxas de avanço é um passo na direção da usinagem com economia de energia ou "verde", sem perder a produtividade. 

Como funciona o Seco Suggest?

RESPOSTA: Hoje, a Seco ofere-

ce mais de 30.000 produtos diferentes. Com eles, é possível construir 600.000 diferentes ferramentas de corte. Durante o processo de seleção da ferramenta, cada uma delas deve ser avaliada para encontrar a ferramenta mais adequada para uma determinada aplicação. O Seco Suggest é uma ferramenta de seleção computadorizada. Você insere a descrição da aplicação, na forma de uma característica da peça para a qual a ferramenta de corte e as condições de corte devem ser selecionadas. No banco de dados que oferece suporte ao Suggest, as possibilidades e a capacidade de aplicação de cada ferramenta de corte são descritas na forma de tabelas de decisões. O Suggest usa regras de decisão para fazer uma triagem das tabelas de decisão e chegar a uma classificação das ferramentas, da mais apropriada para a não utilizável. Assim que as ferramentas são selecionadas, os modelos e a matemática de usinagem são usados para calcular a melhor combinação das condições de corte para a ferramenta selecionada. Esses modelos são descritos nos diferentes manuais de usinagem publicados pela Seco. O uso do Suggest dá aos clientes a possibilidade de encontrar a ferramenta e as condições de corte mais adequadas, de uma maneira bastante estruturada e agilizada. 

Não perca o artigo do perfil da Seco no edgeupdate.com,

com revelações de Patrick De Vos sobre tendências da usinagem. Vá para http://bit.ly/devosedge EDGE (1. 2017)

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PERSPECTIVA CARROS AUTÔNOMOS

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UM FUTURO

AUTÔNOMO POR DANIEL DASEY FOTOS DE SAMIR SOUDAH, VOLVO CARS, GOOGLE

Longe das cenas dos filmes de ficção científica, os primeiros veículos autônomos disponíveis no mercado provavelmente estarão nas nossas ruas dentro de 2 a 4 anos. Embora os primeiros modelos tenham limitações operacionais, pode não demorar muito até que nossos carros e caminhões não precisem mais do motorista.

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ANIEL J FAGNANT espera que seus três

filhos nunca precisem tirar carteira de motorista. Pesquisador da Universidade de Utah e especializado em veículos autônomos, Fagnant diz que o campo está avançando tão rapidamente que os carros capazes de lidar com todos os aspectos da direção serão uma realidade em menos de 15 anos. “Sam, o meu filho mais velho, tem 4 anos e o meu objetivo é que em 12 anos, quando ele tiver 16, ele não precisará tirar sua carteira”, diz Fagnant. Existem amplas evidências que sugerem que Fagnant verá os seus sonhos realizados. Empresas automotivas de todo o mundo estão fazendo testes de uma ampla gama de tecnologias autônomas para carros particulares, transporte público e veículos comerciais. Embora a empresa de tecnologia Google tenha assumido a liderança ao EDGE (1. 2017)

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PERSPECTIVA CARROS AUTÔNOMOS

Forças de direção A Volvo planeja lançar comercialmente o seu primeiro carro de passageiros “totalmente autônomo” em 2020. Trent Victor, líder técnico sênior de Evitação de Colisões da Volvo Cars, diz que os seguintes fatores estão motivando o desenvolvimento do veículo autônomo.  Potencial para mais segurança  Potencial para melhores resultados ambientais  Potencial para uma experiência melhor dos clientes.

começar os testes de carros autônomos há dos veículos autônomos será alto, com mais de 6 anos, desde então ela se uniu a tecnologia exigida para a autonomia a fabricantes de automóveis, incluindo adicionando dezenas de milhares de dólares Volvo Cars, General Motors, Daimler, ao custo do veículo. As pessoas terão mais tempo livre Ford, Jaguar, Audi, Tesla e BMW, todas “Atualmente, US$ 100.000 são adicionados enquanto estão paradas no trânsito, trabalhando para o lançamento comercial aos custos de tecnologia e com o lançamento para ir ou voltar do trabalho.” Trent Victor, líder técnico sênior de de alguma forma de carro autônomo. Na inicial, provavelmente isso chegará à ordem Evitação de Colisões, Volvo Cars área dos veículos comerciais, fabricantes de US$ 30.000 a US$ 50.000”, ele diz. No que incluem Daimler, Scania e Volvo entanto, assim que a fabricação em massa Trucks estão trabalhando em caminhões começar, o valor deverá cair novamente para autônomos. US$ 10.000 e, em longo prazo, para cerca de “Nos próximos 2 a 4 anos, veremos alguns US$ 3.000 em custos adicionais.” dos principais fabricantes de empresas de tecnologia lançando esse produto, que FAGNANT TAMBÉM ESPERA QUE a tecnologia avance rapidamente, além do escopo operacional provavelmente será chamado de veículo autônomo”, diz Fagnant. “O motorista limitado dos primeiros carros autônomos. “O uso começará em ambientes específicos, poderá verificar temporariamente enquanto o veículo dirige, por exemplo, em como estradas ou em baixa velocidade”, circunstâncias como estradas, e depois ele diz. “Mais tarde, essas restrições serão eliminadas e você poderá usá-lo em ambientes precisará retomar o controle. Nesse meio tempo, na Europa, a CityMobil2 busca mais diversificados. Para chegarmos ao ponto em que você pode entrar no veículo quando implementar a tecnologia em pequenos ônibus de passageiros percorrendo rotas quiser e dirigir para onde quiser, isso pode consistentes e predefinidas.” levar 15 a 20 anos e tudo depende do nosso otimismo ao ver as coisas.” Fagnant prevê que o custo inicial

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Em maio de 2014, o Google apresentou um novo protótipo de carro autônomo. O protótipo de dois lugares não tem volante, acelerador nem pedal de freio.

Como funciona

" Os carros autônomos começarão a ser usados em ambientes específicos, como estradas ou em baixa velocidade DANIEL J FAGNANT, PESQUISADOR, UNIVERSIDADE DE UTAH

O desenvolvimento dos caminhões autônomos não está muito atrás dos veículos de passageiros, pois recentemente a Daimler testou um pelotão de caminhões autônomos entre as cidades europeias de Stuttgart de Rotterdam. A VOLVO CARS É UMA das empresas que está à frente

na automação e tem plano de testar carros autônomos na Suécia, Reino Unido e China a partir de 2017. A empresa planeja lançar comercialmente o seu primeiro carro de passageiros “totalmente autônomo” em 2020. A Volvo Trucks, nesse meio tempo, está testando caminhões autônomos para uso em minas subterrâneas. Trent Victor, Líder Técnico Sênior de Prevenção de Colisões da Volvo Cars, afirma que o primeiro teste público importante da tecnologia autônoma ocorrerá na cidade sueca de Gotemburgo quando a Volvo Cars lançar 100 veículos SUV XC90 para motoristas de teste usando o anel viário da cidade. “O anel viário é uma rodovia com medianas e um limite de velocidade de 70 km/h”, diz Victor. “Estamos oferecendo às pessoas um produto que permitirá que elas tenham mais tempo livre enquanto estão paradas no trânsito, para ir ou voltar do trabalho.”

Embora o sistema ainda não permita que os motoristas deleguem o controle durante toda a jornada, a Volvo Cars o descreve como totalmente autônomo. “O que queremos dizer com totalmente autônomo é que, quando o sistema estiver em uso, faremos o trabalho de segurança e você poderá delegar para o veículo. A Volvo assume a responsabilidade pela direção.” Victor diz que a Volvo Cars enxerga uma ampla gama de benefícios sociais no lançamento dos veículos autônomos, incluindo o aumento da segurança. Cerca de 94% dos acidentes em veículos envolvem alguma forma de erro do motorista, algo que os sistemas automatizados eficientes terão o potencial de reduzir ou eliminar. Também haverá benefícios para o meio ambiente, graças ao fluxo melhor do trânsito, aos congestionamentos reduzidos e ao consumo de combustível reduzido. Embora o tempo lento de reação dos motoristas humanos tenda a criar e exacerbar os congestionamentos, os veículos autônomos serão menos propensos a isso. “Além disso, existe o benefício para o cliente de tornar a direção mais divertida e permitir que as pessoas relaxem e façam outras coisas enquanto estão dirigindo”, diz Victor.

Os veículos autônomos dependem de uma combinação de sensores, processadores de computador e atuadores para responder às mudanças no ambiente ao seu redor. Daniel J Fagnant, pesquisador de veículos autônomos, explica que os sensores variam de telêmetros a laser LIDAR até radares, sonares e câmeras de vídeo estéreo. “Os sensores levam a informação e a trazem de volta para os processadores centrais, que estão no comando de cada decisão”, diz ele. “Os processadores interpretam o que está sendo visto e tentam entender onde o veículo está dentro da pista e como chegar de A a B. Os processadores, em seguida, enviam uma série de sinais para os atuadores, que emitem comandos para o comando de direção, freio e aceleração.” MARCOS DOS VEÍCULOS AUTÔNOMOS 1968  Piloto automático eletrônico desenvolvido. 1978  Primeiro freio antibloqueio introduzido. 1995  Primeiro sistema de GPS para navegação do carro introduzido 2003  A Toyota apresenta o primeiro carro que estaciona sozinho. 2010  O Google lança seu projeto de carro autônomo Google X. 2015  A Daimler testa seu sistema de Piloto de Estrada para caminhões nas vias públicas. 2016  Uma série de empresas automotivas estão trabalhando em veículos autônomos para passageiros e aplicações comerciais. Em maio, a confiança no conceito sofreu um golpe quando um motorista da Tesla faleceu ao usar os recursos de segurança do piloto automático do carro. 2018  Os primeiros veículos autônomos estarão prontos para o lançamento comercial. Fonte: 2025ad.com EDGE (1. 2017)

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POSSIBILIDADES AVIÃO COM ENERGIA SOLAR

Um fenômeno

SOLAR

Muito mais que uma magnífica máquina voadora, o Solar Impulse 2 não é apenas um avião movido a energia solar, é um gigantesco influenciador de energia verde. POR ANTONY RILEY FOTO DA SOLAR IMPULSE

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PILOTAR UMA AERONAVE com uma envergadura de um Jumbo Jet Boeing 747, o peso de um carro e a potência de uma pequena motocicleta, na verdade, o maior avião já construído com o menor peso; os pilotos suíços André Borschberg e Bertrand Piccard sabiam que chamariam atenção. Eles esperavam quebrar alguns recordes e sabiam que não usariam qualquer combustível. Os autointitulados "embaixadores de um futuro verde" já haviam quebrado oito recordes mundiais com o seu protótipo; agora, depois de voarem 40.000 km dia e noite, eles fizeram a volta ao mundo sem combustível, contando apenas com a energia solar. Agora, não há dúvidas de que eles atingiram o seu objetivo de difundir a mensagem das tecnologias limpas.


CONSTRUINDO SEU PRÓPRIO AVIÃO? Na seção Possibilidades da EDGE, procuramos algumas das curiosidades mais interessantes do mundo e as ferramentas da Seco que poderiam ser implementadas para ajudar na sua construção.

Voo leve Os materiais compostos de fibra de carbono cumprem um papel importante para reduzir o peso do avião Solar Impulse. A Seco oferece uma ampla gama de produtos voltados para a indústria aeroespacial. Em 26 de julho de 2016, a aeronave Solar Impulse aterrissou em Abu Dhabi, completando o primeiro voo de volta ao mundo movido a energia solar.

Brocas Seco PCD Com 30 anos de experiência trabalhando em estreita colaboração com nossos clientes, a Seco oferece soluções altamente técnicas de furação PCD e fresamento PCD para usinagem de compostos. Além disso, a Seco oferece suporte técnico internacional e qualificado para maximizar sua produtividade e ajudar nas necessidades do seu projeto individual. Leia mais em secotools.com/aerospace


"Eu nunca fui o cara que desmontava motores de carros. Eu sou um engenheiro que gosta de aplicar a ciência para causar um impacto." SAM TURNER, PROFESSOR E DIRETOR DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SHEFFIELD

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A EDGE E VOCÊ

PROJETADO PARA FAZER A DIFERENÇA A manufatura passa por uma evolução que está gerando uma revolução nos negócios, diz Sam Turner, professor e diretor de tecnologia do Advanced Manufacturing Research Centre (AMRC) da Universidade de Sheffield. O centro está no cerne do desenvolvimento da pesquisa sobre usinagem e materiais avançados. Entrevista de Cari Simmons Foto de Tom Pilston

Sam Turner

Idade: 41. Cargo: Professor e CTO, AMRC, Sheffield Advanced Manufacturing Research Centre, Universidade de Sheffield. Localização: Sheffield, Inglaterra. Família: Esposa Grace, dois filhos de 9 e 6 anos. Graduação: Engenharia Mecânica na Universidade de Sheffield (1996), MSc em Gerenciamento de Tecnologia da Fabricação (2001), PhD em estratégias de usinagem de titânio (2009). Passatempos: Ler (especialmente sobre as teorias econômicas e o impacto mais amplo da engenharia), assistir e praticar esportes e passear no Peak District.

EU AMO PESQUISA, aprendizado e ciência, mas o que eu realmente gosto é de ver tudo isso sendo aplicado em um resultado tangível real. O AMRC se resume a isso. Estamos tentando mudar a mentalidade sobre a fabricação e mostrar as tecnologias da quarta revolução industrial. Nossa missão é ser o melhor do mundo e trabalhar com os melhores do mundo. Temos instalações de ponta com equipamentos para os setores automotivo, aeroespacial e outros setores industriais onde aplicamos habilidades e conhecimento em engenharia, ciência e pesquisa e desenvolvimento para prever o comportamento do processo e dos materiais. Nós ajudamos as empresas a transformar os processos de fabricação, desenvolver novas capacidades e reduzir custos. O AMRC trabalha de forma cooperativa em projetos com as empresas parceiras, incluindo a Seco Tools. Nós podemos oferecer habilidades adicionais, capacidades tecnológicas e capacidades para movimentar os setores de P&D em um ritmo mais rápido quando as empresas se envolvem conosco. Com a Seco, temos projetos relacionados a usinagem, fundição e fabricação de compostos. O nosso grupo de projetos está estudando novos conceitos de projeto voltado à fabricação, para tecnologias como a fabricação de aditivos. O AMRC também reúne as empresas para um impacto mais amplo; por isso estamos realmente no cerne de algo significativo, com uma amplitude de tecnologias que é muito empolgante. Não é apenas uma questão de pesquisa – fornecemos benefícios, economizamos dinheiro e criamos empregos. EDGE (1. 2017)

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CASO EGOREVSKY, RÚSSIA

MUDANDO COM O TEMPO Apesar da crise econômica da Rússia, uma fábrica agrícola na região de Moscou está aumentando sua produção com a ajuda da Seco Tools. POR SHURA COLLINSON FOTO DE ALEX BELENKY E MASKOT BILDBYRÅ AB/JOHNÉR

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CASO EGOREVSKY, RÚSSIA

O principal produto da Egoryevsky Mechanical Plant, um cortador de autopropulsão, é produzido nas instalações do início ao fim. Vladislav Nikitin, diretor da fábrica, diz que a perspectiva para a Egoryevsky Mechanical Plant é positiva. O atual impulso na indústria agrícola da Rússia aumentou a demanda por cortadores de autopropulsão da empresa.

A Produz cortadores de grama e peças de reposição O principal produto da Egoryevsky Mechanical Plant, o Meshchera E-403, é baseado nos antigos modelos da Fortschritt que eram amplamente utilizados na agricultura em toda a União Soviética. A fábrica também realiza trabalhos de reparos em cortadores e colheitadeiras e vende peças de reposição para as forrageiras fabricadas pela empresa alemã Forschritt e cortadores montados em trator da italiana Gribaldi & Salvia.

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EGORYEVSKY MECHANICAL PLANT, uma

fábrica privada localizada em uma cidade na região de Moscou pouco mais de 100 km da capital russa, não tem uma linha de montagem típica. A fábrica, cujo principal produto são os cortadores de autopropulsão, é incomum porque fabrica suas máquinas nas instalações do início ao fim. Os principais produtos da fábrica são o cortador Meshchera E-403 e acessórios para adaptar o equipamento de corte a várias culturas forrageiras, como milho e grama. “Eles são modificações do produto de base, dependendo das necessidades do cliente”, diz Vladislav Nikitin, diretor da fábrica. Os clientes em questão são geralmente empresas de culturas forrageiras em crescimento, incluindo criadores de cavalos, gado e ovelhas que administram suas próprias fábricas forrageiras no local.

Embora a economia da Rússia tenha ficado em recessão na maior parte dos últimos dois anos, a fábrica Egoryevsky, que emprega menos de 100 pessoas, está aumentando sua produção. “Nós sentimos algumas tendências; afinal, não existimos no vácuo”, diz Nikitin, mas no geral, a perspectiva é positiva: “Novos clientes estão nos procurando e estamos recebendo mais e mais pedidos”, diz ele. A fábrica trabalha no processamento de metais desde 1999 e começou a se concentrar nos cortadores de autopropulsão em 2012. Ela vende sua tecnologia através de uma cadeia de pontos de vendas operados sob a sua marca Maral-Invest nas regiões de Moscou, Tula, Krasnodar, Vologda e Leningrado da Rússia. Para facilitar o aumento da produção, a empresa está atualizando sua linha de produção e seu uso de ferramentas mais


“ Nossa equipe técnica consulta a Seco para assegurar uma utilização ideal.” VLADISLAV NIKITIN, DIRETOR DA EGORYEVSKY MECHANICAL PLANT

modernas, disse Nikitin. Cerca de 35 a 40% dessas ferramentas – principalmente os tornos – são feitas pela Seco Tools. Evgeny Sannikov, representante da Seco em Moscou, diz que seu escritório começou a trabalhar com a fábrica em meados de 2015, embora a fábrica já usasse as ferramentas da Seco antes disso. “Quando fomos visitar a fábrica, eles já estavam usando nossas ferramentas”, diz Sannikov, explicando que, na época, a fábrica comprava de intermediários on-line, o que muitas vezes significava longos atrasos na entrega.

“Fomos até eles e oferecemos as nossas condições fixas – prazos de entrega e preços estáveis – e melhoramos drasticamente os prazos de entrega", diz Sannikov. “A produção deles é bem organizada; por isso, eles achavam mais importante ter prazos de entrega confiáveis, para que pudessem planejar seu calendário de produção, que comprar por um desconto”, diz ele. Desde o início da relação comercial direta, a Egoryevsky Mechanical Plant também usa os serviços de consulta oferecidos pela Seco. “Naturalmente, nossa equipe técnica consulta a Seco para assegurar uma utilização EDGE (1. 2017)

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CASO EGOREVSKY, RÚSSIA

“ Prazos de entrega confiáveis significam que a empresa possa planejar seu calendário de produção.” EVGENY SANNIKOV, SECO TOOLS, RÚSSIA

ideal”, diz Nikitin. No início de 2016, a Seco convidou o responsável técnico da fábrica e sua equipe para o escritório da empresa em Moscou. “Fizemos uma apresentação a eles e respondemos às perguntas, e falamos em detalhes sobre alguns dos nossos produtos para que eles soubessem mais sobre as nossas ferramentas”, disse Sannikov. Nikitin diz que, agora que sua fábrica está em processo de compra de novas ferramentas da Seco, sua equipe provavelmente consultará a empresa novamente. Embora a economia russa durante anos tenha sido dominada por grandes empresas estatais, nos últimos anos o governo fez um esforço para apoiar o crescimento das pequenas e médias empresas. Além disso, o setor de agricultura doméstica foi beneficiado quando a Rússia proibiu a maioria das importações de alimentos de vários países ocidentais em 2014, em retaliação a sanções impostas a Moscou pelos governos estrangeiros devido à crise na Ucrânia. No início de 2015, o governo prometeu aumentar os subsídios agrícolas para mais de US$ 2,8 bilhões, e no mesmo ano a produção agrícola cresceu 3,5% – mais que qualquer outro setor. Nikitin diz que qualquer empresa tem desafios e a sua não é exceção – mas a fábrica parece ter conquistado um nicho no mercado de cortadores, agora que o setor agrícola da Rússia recebeu um forte impulso. Agora, a fábrica Egoryevsky busca consolidar a sua posição com um método universal e testado pelo tempo: a garantia de qualidade.

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Apesar de recessão econômica, o setor agrícola Rússia aumentou em cerca de 3,5%.

Ferramentas para torneamento e furação A Seco Tools fornece cerca de 35 a 40% das ferramentas para a Egoryevsky Mechanical Plant, incluindo as pastilhas de torneamento da classe Duratomic CVD e pastilhas para o sistema de torneamento de multidireções (MDT), bem como brocas da gama de brocas sólidas de metal duro Seco Feedmax Universal e a gama de brocas com ponta intercambiável Crownloc.


A planta está aumentando sua produção e empregados para cerca de 100 pessoas.

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EDGE NO MUNDO FRIDA HANSDOTTER

Em casa com a rainha do esqui Frida Hansdotter é a melhor esquiadora de slalom feminino do mundo e viaja e compete em todo o planeta. Ela diz que tem uma coisa em comum com a sua patrocinadora, a Seco: “Nós duas queremos ser as melhores do mundo no que fazemos.” POR KARIN STRAND FOTOS DE JONAS GAUFFIN

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ÓS NOS ENCONTRAMOS EM UM DIA QUENTE DE VERÃO no Fagersta

Homestead Museum na Suécia, bem longe das montanhas íngremes e pistas geladas. Frida Hansdotter está em um breve intervalo no esqui, por alguns meses. A última vez que ela esquiou foi em maio e em 1º de agosto será a vez a calçar as botas de esqui novamente. Durante 2016, Hansdotter ganhou a Copa Mundial de Slalom e agora tem o direito de se denominar a melhor esquiadora de slalom feminino do mundo; porém, aqui, de volta à sua casa, ela não age como uma rainha do esqui. “Há uma grande diferença entre o meu lar e o cenário do esqui”, diz ela com um sorriso. “Aqui, eu não sou 'Frida, a esquiadora', eu sou apenas Frida.” Analisando a temporada de 2015/2016, a competição em Jasna, Eslováquia, no início de março, é a primeira de que me lembro. Foi ali que ela garantiu a vitória na Copa Mundial de Slalom na penúltima competição da temporada. “Aquele dia em Jasna foi o meu melhor e o meu pior. Fiz uma competição ruim e terminei em décimo, mas garanti a vitória. Então, naturalmente, eu estava realmente relaxada ao competir em Saint Moritz, onde terminei em terceiro.”

RESUMO DE CARREIRA: 2001 Primeira competição na Federação Internacional de Esqui 2002 Primeira competição na Copa da Europa 2004 Primeira competição na Copa do Mundo 2007 Ouro no slalom dos títulos nacionais suecos – campeonato sueco 2013 Prata e bronze no Campeonato Mundial de Esqui, em equipe e slalom, respectivamente 2014 Primeira vitória na Copa do Mundo de Slalom 2014 Quinto lugar em slalom nas Olimpíadas 2015 Medalha de prata em slalom no Campeonato Mundial de Esqui 2016 Vence a Copa do Mundo de Slalom

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Hansdotter cresceu em Norberg, uma pequena cidade a cerca de 15 km da sede da Seco Tools em Fagersta. Ela esquiou por toda a sua vida – a primeira vez em um canguru para bebês nas costas do seu pai Hans e, em seguida, com suas próprias pernas na pista de esqui local em Klackberg. Até a adolescência, ela também fez esqui cross country e jogou futebol, mas depois optou pelo esqui alpino. “Éramos uma família esportiva", diz Hansdotter. "Quando meus amigos estavam se preparando para ir para a discoteca nas noites de sexta-feira, nós entrávamos no carro e íamos esquiar nas montanhas suecas. E achávamos muito divertido!” Várias vezes durante a conversa, Hansdotter enfatiza o quanto ela gosta de esquiar e a alegria que ela sente durante a competição, o treinamento ou até mesmo esquiando por lazer. “Foi o prazer que me trouxe até aqui. Quando eu estou em pé no gate de partida, sempre tenho um sorriso no rosto”, diz ela. “Na verdade, eu não fico nervosa; só vejo as oportunidades que o percurso oferece e tenho a sensação de que eu devo dar o meu melhor e ver aonde consigo chegar.” MAS TUDO É DIVERSÃO? Você não precisa também de uma atitude competitiva? “Sim, claro”, diz ela. "Eu tenho uma atitude realmente competitiva em tudo que faço, seja boliche, kubb [um jogo clássico sueco para piqueniques] ou dados.” Ela acrescenta que aprendeu gradualmente a se concentrar, o que a ajudou em sua incrível carreira. “Quando eu consigo combinar o foco com a harmonia e a técnica, tenho sucesso”, diz ela. “E eu realmente gosto de testar os meus limites.” Hansdotter viaja e compete durante cerca de 200 dias ao ano. Ela já visitou muitos países, mas nunca pensou em morar em qualquer outro lugar a não ser seu país natal, inicialmente em Norberg e depois em Fagersta, onde ela mora com o namorado. “Eu tenho uma existência segura aqui em casa, perto da família e dos amigos”, diz ela. “É um prazer estar aqui nos meus descansos no esqui, para minha cabeça e meu corpo. Mas, obviamente, eu também fico treinando e me recarregando para a próxima temporada.” Caso contrário, ela descansa em casa e sai com amigos e familiares. Quando pergunto onde ela colocou o seu troféu de globo de cristal, conquistado na Copa Mundial de

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Ataque total. Frida Hansdotter compete durante as Finais da Copa do Mundo FIS de Esqui Alpino em 19 de março de 2016 em St. Moritz, Suíça.

Três principais dicas de Frida Hansdotter para esquiadores alpinos Um

rabalhar para melhorar a T força em geral. Dois Fazer treinamento extra para as pernas. Se você não quer ir para a academia, faça step, lunges e agachamentos em casa. Três Investir em botas de excelente qualidade.

Slalom, ela revela que ainda não o tirou da embalagem. É um destino que esse troféu compartilha com outros prêmios de Hansdotter. “Porém, temos uma casa de hóspedes que eu estou pensando em decorar com um tema de esqui. Poderíamos montar um 'mostruário da Frida' especial lá dentro”, ela ri. DURANTE A TEMPORADA DE 2016/2017 Hansdotter será perseguida por outros concorrentes. “Ainda não estou consciente de que sou a melhor do mundo e que todo mundo quer me vencer”, diz ela. “É claro que eu quero manter o título. Mas também quero ocupar o meu primeiro lugar no pódio no slalom gigante, portanto estou ansiosa por uma boa competição nos Campeonatos Mundiais de Esqui em St. Moritz.” Hansdotter pretende continuar competindo até 2019. “Nesse ano, teremos a Copa do Mundo de Åre na Suécia e uma medalha nessa competição seria uma forma absolutamente fantástica de terminar. Depois disso, vamos ver. Eu não estou preocupada com o futuro.”

FOTO: ALEXIS BOICHARD/AGENCE ZOOM, GETTY IMAGES

EDGE NO MUNDO FRIDA HANSDOTTER


“ Foi o prazer que me trouxe até aqui. Quando eu estou em pé no gate de partida, sempre tenho um sorriso no rosto.”

CONEXÃO COM A SECO TOOLS: Frida Hansdotter é patrocinada pela Seco Nordic desde 2013. Em 2014, ela participou do estande da empresa na feira MAX em Estocolmo, a feira mais importante da Suécia para o setor de engenharia. “É uma sensação maravilhosa poder trabalhar com uma empresa local aqui em Fagersta”, diz ela. “Além disso, a Seco Tools e eu temos o mesmo objetivo – nós duas queremos ser as melhores do mundo no que fazemos.”

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EDGEDUCAÇÃO PESQUISA EM NÍVEL ATÔMICO

Fatos sobre o torno • Dimensões: B 400 x D 400 x A 830 mm • Peso: 300 kg • Velocidade: máximo de 800 RPM • Taxa de avanço: máximo de 0,25 mm/rot • Diâmetro torneável: máximo de 160 mm •E feito: O torno feito sob medida trabalha com o PETRA III (um acelerador de partículas gigantesco) para fornecer medições únicas em nível atômico

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UM TORNO como nenhum outro…

Um torno exclusivo e feito sob medida, o acelerador de partículas Petra III e a cooperação bem-sucedida com a Universidade de Linköping na Suécia: todos desempenharam um papel em tornar a Seco a primeira empresa no mundo a ser capaz de realizar estudos em nível atômico, em tempo real, de como o material é afetado durante o corte dos metais. Texto Anne Hammarskjöld Foto Jonas Gauffin Ilustração Josh McKible

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ER A CAPACIDADE de estudar as mudanças na zona de corte das pastilhas durante o corte dos metais era uma meta ilusória, tanto para a indústria quanto para a academia, há mais de uma década. Talvez o maior desafio fosse a construção de um torno adequado para o uso no acelerador de partículas Petra III, o dispositivo utilizado para o teste no centro de pesquisas DESY em Hamburgo, Alemanha. O torno exigido precisava ser pequeno e leve o suficiente para realizar as operações de torneamento normais no acelerador, além de ser suficientemente estável, rígido e resistente ao calor. Os raios-X de alta energia gerados no Petra III são mais finos que um fio de cabelo, mas emitem uma energia que afeta os objetos que eles penetram. Esses objetos devem permanecer estáveis, de modo que o feixe precisamente direcionado possa gerar leituras precisas. Apenas uma pessoa conseguiu construir uma máquina que atendesse às exigências necessárias para o uso nesse tipo de experimento: essa pessoa é Janne Eriksson, da Seco em Fagersta. Nascido na singela região de Dalarna,

Suécia, Eriksson tem uma sólida formação como técnico, além de um forte interesse geral em tecnologia – características excelentes para ser capaz de resolver um desafio de construção singular. Mas, apesar de Eriksson ser adequado para a tarefa, muitos outros haviam tentado fazer a mesma coisa e ele admite que ficou algumas noites sem dormir conforme o prazo do projeto se aproximava "à velocidade da luz". A ideia crucial para construir o quadro estrutural – o cerne do torno – veio de uma fonte aparentemente improvável. “Eu li sobre o assunto, pensei muito, li mais um pouco sobre construção sustentável e comecei a achar que estava empacado. Então, um dia, sentei-me na oficina e deixei meus pensamentos vagarem. Meu olhar foi até o hidrante e de repente eu percebi que ele estava apoiado em uma viga H que segurava todo o telhado. E nesse instante eu tive a ideia de como desenvolver a estrutura.” Eriksson teve sucesso em transformar a ideia em realidade trabalhando em estreita colaboração com seus colegas do centro técnico da Seco Tools em Fagersta. Uma vez EDGE (1. 2017)

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EDGEDUCAÇÃO PESQUISA EM NÍVEL ATÔMICO

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Como funciona 1. PETRA III é um acelerador de partículas de 2,3 km de extensão, que fornece raios-X de brilho excepcionalmente alto. A instalação oferece recursos experimentais ideais com 14 linhas de feixe e 30 estações de medição. 2. Durante o teste, o torno sob medida da Seco Tools foi colocado em uma das estações de medição, enquanto cerca de seis bilhões de volts geravam feixes de partículas de alta energia. Enquanto isso, a ferramenta de corte foi mantida completamente imóvel e firmemente presa na estrutura.

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3. O crescimento dos revestimentos e as mudanças dentro dos revestimentos durante o corte dos metais foram estudados em nível atômico.

O projeto abre um novo campo de pesquisa." Jens Birch, Professor de Física de Películas Finas na Universidade de Linköping, Suécia

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que os testes foram concluídos, novos desafios surgiram quando o torno foi instalado no local em uma das linhas do feixe do acelerador de partículas. Entre outras coisas, foram necessárias modificações para adaptar o torno a essa nova configuração. Nessa fase, Eriksson ainda estava preocupado com o projeto. Eriksson diz: “Eu pensei, 'Ok, a máquina está agora no acelerador e está girando um pedaço de 30 kg de metal e não tem absolutamente nenhuma

vibração. Mas por quanto tempo ela continuará funcionando tão bem? Alguns minutos?' Porém, todas as minhas reservas evaporaram rapidamente e agora ele trabalha por vários dias. Durante o ano passado, ficamos no Petra III para montar e desmontar o torno a cada teste. O torno funcionou muito bem todas as vezes.” O desenvolvimento do torno fez parte do Projeto X-Cut, um consórcio entre o instituto alemão de pesquisa HZG Gees-

thacht, a Seco Tools e a Universidade de Linköping. O gerente da Seco no esforço cooperativo é Mats Johansson Jõesaar, um especialista em P&D na divisão de Desenvolvimento de Materiais e Tecnologia da Seco. JOHANSSON JÕESAAR está orgulhoso e satisfeito – como pesquisador e como funcionário da Seco – do sucesso alcançado pelo torno exclusivo e pelas oportunidades de aumentar o conhecimento sobre como os materiais reagem


Quatro perguntas para Jens Birch Professor de Física de Películas Finas na Universidade de Linköping, Suécia

FOTO: PER GROTH

A Janne Eriksson e Mats Johansson Jõesaar da Seco − Uma inspiração incomum gerou um desenvolvimento brilhante.

“ A Seco é a primeira metalúrgica do mundo que está fazendo isso, e agora temos uma vantagem única.” MATS JOHANSSON JÕESAAR, ESPECIALISTA EM P&D, SECO TOOLS

durante o processo de corte. Embora já exista um certo conhecimento sobre o processo de corte, as novas oportunidades disponíveis para estudar os materiais em nível atômico serão de grande importância para o desenvolvimento de revestimentos e materiais. “Ao entender melhor como o material é afetado, adquirimos possibilidades totalmente novas de adaptar suas propriedades, como prolongar a vida da ferramenta e reduzir o desgaste

dos produtos”, diz Johansson Jõesaar. “Graças a esse aumento no conhecimento, a Seco será capaz de tornar os produtos mais eficientes com níveis mais altos de reprodutibilidade. Esse conhecimento em nível atômico sobre os materiais durante o corte dos metais está preparando o terreno para a próxima geração de materiais e produtos. A Seco é a primeira metalúrgica do mundo que está fazendo isso, e agora temos uma vantagem única.”

SECO TOOLS E A UNIVERSIDADE DE LINKÖPING trabalham juntas desde 2010. Os alunos do pós-doutorado trabalharam em tempo real com os estudos da tecnologia de raios-X em revestimentos da Seco. Por que a sua instituição trabalha em conjunto com a indústria? “Em resumo, estamos aperfeiçoando o processo dos materiais para entendê-los melhor. É importante que a nossa pesquisa seja próxima da realidade, e por isso é natural usar os problemas da indústria. Conforme produzimos as respostas necessárias, novos conhecimentos surgem, o que gera novas perguntas e novas ideias para novos materiais. É uma maneira muito divertida de trabalhar.” Quais desafios vocês enfrentam com a Seco Tools? “Trabalhamos juntos há muito tempo, entre outras coisas, em estudos em tempo real sobre os efeitos da pressão, temperatura e outras variáveis que afetam as características das camadas quando são usadas. Nós analisamos algumas camadas de cada vez para entender melhor as características de cada uma e interpretar os resultados. A intensidade dos raios-X do Petra III oferece oportunidades únicas nessa área, em termos do número de pontos de medição e quantidade de dados. Apenas 1 segundo no Petra III gera mais informações que vários dias de medições no nosso equipamento próprio de raios-X.” Como você descreveria o torno que a Seco desenvolveu? “É uma ferramenta de pesquisa única, com toda a precisão exigida para estudos avançados em tempo real.” Qual trabalho adicional você realizará com os resultados do Petra III? “Os resultados nos fornecerão novos conhecimentos sobre como as camadas são afetadas durante o uso. Isso significa que agora podemos avançar alguns passos, por exemplo, analisar como a peça, o cavaco e a pastilha são influenciados uns pelos outros em tempo real durante a rotação. Isso abre novas áreas de pesquisa que são emocionantes para nós.”

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UNINDO-SE AO SUCESSO das classes TP2501, TP1501 e TP0501 (as classes de pastilhas da tecnologia de revestimento Duratomic), a TP3501 fornece maior tenacidade, resistência ao calor e inércia química para a vida da ferramenta mais longa possível, além de oferecer a possibilidade de velocidades de corte ainda mais altas. A nova classe também possui detecção de arestas usadas, de modo que os operadores possam identificá-las a olho nu, com rapidez e precisão. A TP3501, TP2501, TP1501 e TP0501 representam a melhor seleção de

classes para torneamento de aço, independentemente de o resultado desejado ser a produtividade confiável, versátil, equilibrada ou de alta velocidade. A TP3501 é uma classe confiável, com comportamento altamente seguro na tenacidade da aresta, garantindo uma produtividade confiável e a produção segura de peças para as aplicações de torneamento de aço. Ela é classe preferida para operações exigentes que envolvem limitações de velocidade de alta demanda, requisitos de material da peça e condições de trabalho imprevisíveis.

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