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Laboratorio de Acceso Universal a la Energía, Estados Unidos – Espanha

11.14 Laboratório de Acesso Universal à Energia, Estados Unidos – Espanha

José Ignacio Pérez-Arriaga

MIT, IIT - Universidade Pontifícia Comillas, Waya Energy e Florence School of Regulation

Andrés González García

MIT, IIT - Universidade Pontifícia Comillas e Waya Energy

O

Laboratório de Acesso Universal à Energia (Universal Energy Access Laboratory energyaccess.mit.edu) está constituído pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e do Instituto de Pesquisa Tecnológica da Universidade Pontifícia Comillas de Madri (IIT-COMILLAS).

A elaboração de programas nacionais de eletrifi-

cação. Ainda que a maior parte da eletrificação que falta ser realizada nos países ibero-americanos vá acontecer em zonas relativamente isoladas, em geral a solução com o mínimo custo que abastecerá a demanda que será especificada vai ser uma combinação de conexões de novas extensões da rede principal, minirredes não conectadas a esta rede e sistemas fotovoltaicos isolados. Esse é por exemplo o caso nas populações sem acesso à eletricidade que habitam nas “zonas não interconectadas” da Colômbia, que no total ocupam aproximadamente a metade do território nacional e com condições geográficas muito diversas.

Portanto, o primeiro passo de um programa nacional de eletrificação deve ser um planejamento integrado que contemple simultaneamente todos os modos de eletrificação. Para isso podem ser utilizados dados georreferenciados das demandas a fornecer e das redes existentes, e os modelos de cálculo assistidos por computadores atualmente disponíveis, como já é o caso em alguns países ibero-americanos, com apoio do BID. Um planejamento tecno-econômico integral auxiliado por computador permite colocar o plano em dia com dados atualizados ou diferentes hipóteses com mínimo esforço e proporciona como subproduto a lista de materiais e equipamentos a serem utilizados e todos os custos, totais e desmembrados por categorias.

Para isso IIT- Comillas e o MIT desenvolveram conjuntamente o Modelo de Eletrificação de Referência (REM por suas siglas em inglês) para ajudar à tomada de decisões de planejamento da eletrificação por computador. REM calcula e desenha com detalhe, para cada um dos usuários da área de planejamento e de acordo com suas necessidades de energia e especifica qual é, do ponto de vista técnico-econômico, o melhor modo de eletrificação (o de menor custo) estabelecendo o custo eficiente de fornecimento para cada sistema individual: a) extensão da rede, b) mini e microredes ou c) sistemas isolados (em CA) ou kits solares (em CC).

anificación integrada del suministro con red y fuera de red

pa de Electrificación de Mínimo Coste con Extensión de Red, Mini-Redes y Sistemas Individuales. Papua Oeste - Indonesia

Red existente 33kVRed existente 33kV Extensión 33kVExtensión 33kV Extensión 400VExtensión 400V Transformador MT/BTTransformador MT/BT Mini-red 33kV Mini-red 33kV Mini-red 400V Mini-red 400V

10 km

Generación Mini-Red Generación Mini-Red Sistemas individualesSistemas individuales N

Essa figura mostra, para uma determinada zona, como os distintos usuários são conectados à rede (azul), formam microredes isoladas (verde), ou recebem um sistema individual ou solar kit (amarelo). REM pode ser desenvolvido, tantas vezes como for necessário, para diferentes cenários e fazer análises de sensibilidades para ajudar a compreender o impacto de diferentes decisões: a) níveis de demanda, b) qualidades de fornecimento, c) catálogo de rede e de geração, d) restrições regulatórias ou de política energética e) aspectos financeiros.

O próximo passo é a decisão, por parte do Governo e das Administrações Públicas correspondentes, da designação da responsabilidade de executar o plano, para determinadas entidades, e da especificação do modelo ou modelos de negócio a serem utilizados, com as regulamentações correspondentes. Ainda que todas as iniciativas de eletrificação sejam bem-vindas, um fornecimento elétrico universal nunca vai ser possível em zonas rurais com escassos recursos e de difícil acesso se for deixado para a iniciativa privada. Os doadores privados —ONGs ou fundações — carecem dos recursos necessários para acometer um plano nacional de eletrificação completo e as empresas nunca vão proporcionar um serviço elétrico com custos elevados para usuários que não podem pagar. Uma solução — talvez a única realmente efetiva para um plano nacional de eletrificação — é a designação de concessões para empresas que incluam a responsabilidade de proporcionar um serviço universal em um território definido, de acordo com um determinado plano de eletrificação, com objetivos de acesso mínimo, confiabilidade e qualidade de serviço, incluindo a manutenção dos equipamentos no caso dos sistemas isolados. A autoridade reguladora deve estabelecer a remuneração para as empresas de acordo com os critérios tradicionais de custo de serviço (incluindo um retorno adequado do capital investido), bem como tarifas reguladas acessíveis para os usuários. Como essas tarifas acessíveis vão estar normalmente abaixo da remuneração estabelecida, o regulador deve determinar a quantidade de subsídio a ser recebido pela empresa fornecedora. Dessa forma, é possível conseguir que todos os usuários tenham serviço elétrico com uma qualidade prefixada. Esse enfoque foi aplicado com sucesso em alguns países iberoamericanos e em outras partes do mundo. Recomendase, neste marco, aplicar a mesma tarifa para os usuários finais de minirredes e os conectados à rede principal, se o nível de confiabilidade for comparável, para evitar criar diferentes categorias de usuários, como é explicado mais adiante. Analogamente, todos os consumidores que recebem o fornecimento básico com sistemas isolados devem estar sujeitos à mesma tarifa, com independência do custo de proporcionar o serviço.

O terceiro e último passo no processo de eletrificação é o plano de negócio, isto é, determinar como vai ser financiado o plano tecno-econômico de eletrificação, exatamente como foi concebido.

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