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REV I

AL UR

A DO PRODUTOR R ST

ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano XI - Nº 65 - Fevereiro - Março / 2018 Distribuição gratuita

PARANÁ

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Na foto, a associada Adriana do Rocio Passos de Lacerda Martins


Í N D I C E

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MANCHETE

EM 2017, MAIS ATIVIDADES EM PROL DO PRODUTOR RURAL

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Curso

Novos “Gerentes de Pasto”

16

Floricultura

32

Reunião

39

Curso básico e avançado sobre o cultivo de orquídeas

Funrural, Salário Educação e Royalties da Monsanto

Integração Lavoura-PecuáriaFloresta

Federação da Agricultura

Produtores rurais da Eslováquia visitam Guarapuava e região

20

42

Visita técnica internacional Holandeses conhecem agricultura na região

24 60

64

Sustentabilidade Fazenda Rio do Pedro: a sustentável leveza de ser

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Assembleia elege nova diretoria e apresenta balanço da gestão 2015/17 da FAEP

Dia de Campo de Verão da Agrária Difusão de tecnologia e informação sobre as culturas de verão

Madeira Conselho Temático da Madeira chega a terceira edição

Rally Diversão, informação e conscientização


EXPEDIENTE DIRETORIA:

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Anton Gora

Gibran Thives Araújo

Cícero Passos de Lacerda

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Presidente

1º Vice Presidente

2º Vice Presidente

1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

CONSELHO FISCAL: TITULARES:

Lincoln Campello

SUPLENTES:

Luiz Carlos Colferai

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

Alexandre Seitz

Anton Gottfried Egles

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

NOSSA CAPA REDAÇÃO/FOTOGRAFIA:

Luciana de Queiroga Bren Diretora de Redação e Editora-Chefe Reg. Prof. 4333

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Carlos Souza

Jornalista

Jornalista

Estagiário

PRÉ-DISTRIBUIÇÃO:

EXTENSÃO DE BASE CANDÓI Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR

DISTRIBUIÇÃO: Guarapuava, Candói e Cantagalo: Mundial Exprex

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Mynd's Design Editorial

TIRAGEM: 2.500 exemplares

André Zentner

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EXTENSÃO DE BASE CANTAGALO Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR

IMPRESSÃO: Midiograf - Gráfica e Editora

Distrito de Entre Rios:

4

ENDEREÇO: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


EDITORIAL UNIÃO, FORÇA E FÉ

N

RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

esta edição, destacamos na manchete as principais ações realizadas pelo Sindicato Rural de Guarapuava e Sistema FAEP em 2017. Com esse resumo, queremos chamar a atenção do produtor rural sobre a importância do papel da entidade de representar a classe produtora rural na esfera municipal, estadual e federal, defendendo seus direitos e promovendo ações de interesse do associado. Aproveitamos para convidar todos os sócios para a nossa Assembleia Geral Ordinária, que será no dia 27 de março, lembrando a importância da participação, para que possamos continuar nossa caminhada cada vez mais fortes e atuantes. Trazemos muitas matérias interessantes, como a reportagem sobre a propriedade da nossa região que ganhou o título de fazenda mais sustentável do Brasil, um exemplo a ser seguido. A cobertura jornalística do Dia de Campo de Verão da Agrária e Rally de Uso e Conservação do Solo e da Água mais uma vez ocupam páginas da revista, divulgando novas tecnologias e práticas importantes para o produtor rural. Funrural, Salário Educação e Royalties da Monsanto também foram temas debatidos em reunião no Sindicato Rural, com matéria nesta edição, assim como os desdobramentos do Código Florestal Brasileiro. No primeiro bimestre, também recebemos visitas de grupos de produtores rurais da Eslováquia e da Holanda, com trocas de experiências e conhecimentos, divulgando a agropecuária da nossa região. Completam a edição, matérias técnicas publicadas em parceria com empresas do setor agropecuário. A todos, uma ótima leitura, reforçando o que é importante neste momento: união, força e fé!


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5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames mÊdicos e 10% em exames de diagnóstico laboratorial (Torreforte Clin)

10% Ă vista ou parcelamento em 10 vezes s/ juros nos cartĂľes

5% em todos os serviços prestados

CANDĂ“I

3% em produtos veterinĂĄrios, ferramentas agrĂ­colas e lubrificantes

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20% de desconto

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Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

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10% no valor da mensalidade

5% nas prestaçþes de serviços

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ANTON GORA Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-sul do Paraná

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

C

om a reforma trabalhista, terminou a contribuição sindical obrigatória, contribuição essa criada no Governo Militar e que tinha como objetivo organizar empregados e patrões em classes e que essa classe, através dos seus sindicatos, pudesse defender os seus interesses e chegar a um acordo comum através da negociação. O Governo Militar estava preparando o país para uma democracia e dentro dessa democracia a negociação entre classes seria fundamental. Esqueceu, porém, o governo militar de aprimorar a justiça. Justiça essa que em caso de conflitos pudesse ser o mediador. Penso, inclusive, que esse foi o único erro dos militares, não modernizar a justiça, pois não existe uma democracia sem uma justiça ágil. Sentimos isso no nosso dia a dia atualmente. Hoje, vivemos uma ditadura imposta por uma classe política que estabeleceu o seu fim em si mesmo. Mas esse é outro assunto. Como o sindicalismo foi imposto, teve as suas consequências negativas, pois tudo o que é imposto não funciona a contento. Criaram-se sindicatos de fachada, diretores de sindicatos começaram a fazer mau uso dos recursos, pensando em benefícios próprios, desvirtuando a função e finalidade do sindicato. Penso até que entre poucos sindicatos que cumpriram o seu papel está o Sistema Sindical Rural, com a sua federação e confederação. Alcançamos conquistas importantes, que garantiram a nossa sobrevivência e crescimento. Quem não se lembra do endividamento agrícola, preços da soja, política agrícola como um todo, Código Florestal? Se não fosse o Sistema Sindical, o Código Florestal teria levado de nós muito mais do que reserva florestal obrigatória, a preservação permanente, teríamos as nossas propriedades dilapidadas. Na Reforma Agrária, muitos produtores perderam suas propriedades. Se não fosse o Sistema Sindical, a Reforma Agrária seria muito mais radical e muitos de nós hoje seriam também Sem Terras. Todos nós sabemos da dificuldade de termos acesso a novos defensivos, sempre estamos atrasados em relação a

outros países, em termos de registro de novos produtos e com isso perdemos competitividade. Sem Sistema Sindical seriamos massacrados. Nem falamos ainda na questão indígena, nas ONGs que denigrem a imagem do homem do campo junto à sociedade e até perante o mundo. Quem nos defenderia na questão das barreiras comercias? Quem daria subsídios aos deputados e senadores da bancada ruralista, para que esses defendam nossos interesses? Na edição passada, citei o número de projetos - favoráveis e desfavoráveis - tramitando no congresso. Sem Sistema Sindical não existiríamos mais hoje. Todo mundo sabe que é o agronegócio que sustenta esse país e mesmo assim, somos vistos como inimigos. Mas a realidade mudou, a contribuição obrigatória não existe mais e se quisermos ser representados temos que achar novas formas de recursos. Os Estados Unidos acharam o seu caminho através da venda de serviços, principalmente de seguros. Na Europa, os sindicatos e ou associações sobrevivem principalmente da contribuição voluntária dos seus produtores e através de contribuições do governo para as associações. Os políticos europeus sabem da importância da agricultura, já passaram fome, e lá, a opinião pública urbana apoia sem restrições os seus produtores agrícolas. Na Europa, o cidadão urbano faz questão que o governo apoie o produtor rural e sabe que isso é feito através dos seus impostos. E nós vamos achar o nosso caminho? Vamos ter consciência suficiente de que precisamos de uma organização que nos defenda politicamente, que defenda os nossos interesses em todos os lugares e ocasiões? Vamos ter consciência de que desunidos somos presas fáceis, ainda mais em um país como o Brasil? Não temos muito tempo para nos reorganizar! Podemos fazer desse momento de dificuldade, uma grande oportunidade. Para isso, precisamos esquecer os nossos egos, a nossa individualidade que é característica. Precisamos nos unir em um objetivo comum. Dele vai depender a nossa sobrevivência ou a sobrevivência da maioria dos produtores.

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SINDICATO RURAL

ANUIDADE 2018 VENCE DIA 26 DE MARÇO Boletos começam a ser distribuídos no início de março

O

s associados do Sindicato Rural de Guarapuava já receberam o boleto da anuidade sindical 2018. O valor é de R$ 300,00 e pode ser pago em qualquer agência bancária, casas lotéricas ou ainda por meio de transferência eletrônica para conta do

Banco do Brasil (BB nº 001 Ag. 0299-2 c/c 80111-9) ou Sicredi (Sicredi nº 748 Ag. 703 c/c 2133-4) até a data de vencimento. Após a data de vencimento (26 de março), o valor sobe para R$ 400,00 e o pagamento só pode ser feito no Sicredi ou no Sindicato Rural. É possível também quitar a anui-

dade na própria entidade. Caso queira receber o boleto por e-mail, favor solicitar através do financeiro@srgpuava.com.br Confira as ações do Sindicato e a importância da representatividade política da classe na manchete desta edição (p. 50).

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE REAJUSTE DA ANUIDADE O Sistema Sindical Rural (o qual pertence o Sindicato Rural de Guarapuava) é o sistema que defende, trabalha e fala em seu nome e de todos os produtores rurais do Brasil. O setor produtivo do país, em que pese ser o maior responsável pelo saldo positivo da Balança Comercial, reiteradamente vem sofrendo ações que visam diminuir o percentual de área passível de produção; aumentar impostos; criar taxas; regulação de atividades; etc. Basicamente todas estas questões são tratadas no meio político, cujos interesses da classe dos produtores rurais deve ser defendido por representantes políticos comprometidos com esta classe. Diante disso, os Sindicatos Rurais necessitam estar fortalecidos, justamente para que possam eleger representantes que defendam o agronegócio, bem como cobrar a ação e postura firme destes representantes nesta defesa. Os casos mais recentes conhecidos pela maioria dos produtores se referem a cobrança do funrural e entrada em vigência do novo Código Florestal, que, sem a atuação direta dos sindicatos rurais patronais junto a classe política, já teriam trazido consequências mais onerosas aos produtores rurais. O principal objetivo do sindical rural é a defesa dos direitos de seus associados,

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reivindicações e interesses, independentemente do tamanho da propriedade e do ramo de atividade de cada um, seja lavoura ou pecuária, extrativismo vegetal, pesca ou exploração florestal. Para o desenvolvimento e crescimento do Sindicato Rural, há a necessidade de custeio das atividades, sendo a mensalidade/anuidade fundamental para possibilitar esta representatividade. O Sindicato Rural de Guarapuava notoriamente é reconhecido como um dos mais atuantes, e, também, um dos que mais oferece serviços para seus associados, além da congregação e fortalecimento da classe produtora. Suas extensões de base também revelam o comprometimento e sensibilidade para atendimento de um número maior de produtores rurais. Assim, fez-se necessário um reajuste no valor da anuidade da entidade justamente para que possamos manter o que já vimos fazendo, além de possibilitar um planejamento para novas ações que façam o Sindicato Rural de Guarapuava representar um número maior de produtores da Região. O Sindicato Rural de Guarapuava conta com o apoio de todos os sócios no pagamento do boleto de anuidade e coloca-se a disposição para maiores esclarecimentos.


SOJA

MANEJO DE MOFO BRANCO NA CULTURA DA SOJA

A

soja, indubitavelmente, representa grande importância social e econômica em nível mundial e no Brasil, onde é uma das principais culturas plantadas na safra verão, com 33,08 milhões de hectares na safra 15/16 (CONAB, junho 2016). O potencial de rendimento da soja pode ser afetado por diversos fatores, entre os quais se destacam os danos e as perdas causadas pelas doenças, importantes limitadores da produção. O Mofo Branco, doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, apresenta alto potencial de prejuízo à cultura da soja, podendo ocasionar perdas em produtividade na ordem de 30%, chegando até 100% quando medidas de manejo não são tomadas. Esta doença é hospedeira em mais de 400 espécies de plantas registradas, entre as quais estão a cultura do feijão, algodão, tomate industrial, girassol, batata, crotalaria, entre outras espécies de hortaliças, com exceção das gramíneas. O fato de o Mofo Branco ter muitos hospedeiros, restringe as opções e possibilidades para rotação de culturas nas áreas com histórico da doença. O Mofo Branco manifesta-se com maior severidade em áreas acima de 600 metros de altitude, sob condições de alta umidade e temperaturas variando entre 10°C e 21°C. Desta forma, a doença encontra ambientes favoráveis em quase todos os estados do Sul e do Centro-Oeste do Brasil (CAMPOS, 2010). O fungo é capaz de infectar qualquer parte da planta, porém, a fase mais vulnerável na cultura da soja compreende os estádios da floração plena (R2), porque a flor serve como fonte primária de energia e alimento para fungo, estendendo-se ao início da formação das vagens (R3/R4).

contêm substâncias de reserva que permitem ao fungo sobreviver por muito tempo, até que as condições ambientais sejam favoráveis à sua germinação.

Foto 1: Escleródios, estruturas de resistência do fungo

Os escleródios exercem papel importante no ciclo de vida do S. sclerotiorum. O seu ciclo inicia quando os escleródios germinam produzindo micélios (germinação miceliogênica). Os micélios penetram diretamente nos tecidos da base da planta ou formam os apotécios (germinação carpogênica) (foto 2), estas estruturas, por sua vez, germinam na superfície do solo e são parecidas com pequenos cogumelos que liberam ascósporos, infectando, especialmente, as flores (LEITE, 2005). Cada apotécio pode liberar milhões de ascósporos que serão disseminados principalmente pelo vento no dossel da planta, iniciando o processo de infecção primária pelas pétalas das flores, invadindo os tecidos sadios, como as vagens (foto 3), caules, hastes e folhas, formando uma eflorescência branca – que lembra o algodão – que são os micélios do fungo (foto 4). O emaranhado de micélios transforma-se em uma massa negra e rígida formando os

CICLO DA DOENÇA O fungo S. sclerotiorum, na ausência de plantas hospedeiras, consegue sobreviver no solo através de estruturas denominadas escleródios (foto 1) por um período de 5 até 10 anos. Os escleródios são de coloração escura, formados pelo próprio micélio do fungo. Estas estruturas

escleródios. Os escleródios que podem estar tanto na superfície, como no interior da haste e vagens infectadas (foto 5 e 6), que ao cair no solo tornam-se fonte de inóculo para culturas hospedeiras subsequentes, iniciando o processo infeccioso da doença (foto 7).

Foto 2: Apotécios - Estruturas que liberam os ascósporos do fungo

Foto 3: Micélios do fungo atacando vagens de soja

Foto 4: Micélios do fungo atacando vagens e hastes das plantas

COMO DIAGNOSTICAR A DOENÇA? Os primeiros sintomas da doença são lesões encharcadas que evoluem para coloração castanho-clara. Em seguida, desenvolvem uma abundante formação de micélios brancos e densos que se espalham em folhas ou qualquer outro tecido da parte aérea que, normalmente, tenham tido contato com as fontes primárias de infecção: as flores. Em poucos dias os micélios se transformam em escleródios, estruturas de resistência, de coloração escura; o seu tamanho pode variar de alguns milímetros ou alguns centímetros (Manual de Fitopatologia, 1997). REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Foto 5: Escleródios formados pelo emaranhado de micélios nas hastes das plantas

Foto 6: Escleródios formados pelo emaranhado de micélios no interior das vagens das plantas

Foto 7: Estrutura de resisistência do fungo (escleródios) no solo, iniciando o ciclo da doença

PRÁTICAS DE MANEJO O manejo do Mofo Branco deve ser realizado através da adoção de várias medidas de controle que visam a redução da taxa de progresso do inóculo (escleródios no solo), reduzindo os riscos de uma epidemia e, mantendo assim, um nível abaixo do dano econômico (Görgen, et al., 2011), (EMBRAPA, 2009). Como parte do manejo integrado da doença, podemos destacar várias medidas de controle: 1 - A aquisição e utilização de sementes certificadas e de boa qualidade, provenientes de empresas confiáveis, garantem a ausência de estrutura do fungo. 2 - Tratamento de Sementes com fun-

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gicida impede a ausência de propágulos viáveis da doença na superfície das sementes, e quando este é sistêmico, protege a plântula nos seus estádios iniciais. O produto registrado para o tratamento de sementes no controle do Mofo Branco na cultura da soja é o Tiofanato Metílico 350 g/l + Fluazinam 52,5 g/l. 3 - Cobertura uniforme do solo com palhada. A palhada consiste em uma barreira física proveniente, principalmente, de gramíneas como brachiarias e cereais de inverno, impedindo a luz direta sobre os apotécios, dificultando a sua formação e liberação dos esporos do fungo no ar. Esta prática pode inibir a formação de apotécios no solo em até 90%. 4 - Rotação e/ou sucessão de culturas não hospedeiras do Mofo Branco, utilizando principalmente gramíneas; 5 - Escolha de cultivares com arquitetura de plantas mais eretas que permitam maior aeração entre as plantas; 6 - Espaçamento entre linhas, em áreas com histórico da doença. É sempre aconselhável utilizar espaçamentos que permitam maior aeração e boa penetração de raios Ultra Violeta no solo, uma vez que este fungo é bastante sensível. 7 - Revolvimento do solo. A prática de revolvimento do solo leva os escleródios, estrutura de resistência, para camadas mais profundas. Procurar implantar o sistema de plantio direto na palha. 8 - Controle de plantas daninhas. Um bom controle de plantas daninhas é importante para a redução da doença, através da eliminação de plantas hospedeiras do patógeno presente na área, utilizando herbicidas pré-emergentes. 9 - Limpeza de implementos e colhedeiras. Sempre que possível, é aconselhável realizar a limpeza de todos os equipamentos utilizados nas operações em áreas com histórico de Mofo Branco, evitando a disseminação para outras áreas ou talhões não infestados. 10 - Controle Biológico. Existem vários microorganismos parasitas de escleródios, como Rhizopus spp., Aspergillus spp., Penicillium spp. e formas saprófitas de Fusarium. Trabalhos de pesquisa tem mostrado a eficiência do uso de Trichoderma spp. no controle biológico de Mofo Branco. O Trichoderma apresenta algumas limitações às altas temperaturas, raios ultra-violetas e baixa umidade relativa. Em decorrência destas limitações, cuidados devem ser tomados ao aplicar o produto na área. Sempre que possível, fazer as aplicações no final do

dia ou à noite, com o solo úmido ou então, irrigar a área quando tiver sistema de irrigação, assegurando a sobrevivência e a distribuição do fungo, aumentando a sua eficiência. 11 - Controle Genético. Ainda não há, no mercado, materiais resistentes ao Mofo Branco, porém, existem materiais com características de plantas (plantas eretas, precoces e tolerantes ao acamamento) que ajudam a reduzir a incidência da doença. 12 - Controle Químico. A sua eficiência vai depender, sobretudo, da época, qualidade da aplicação e o modo de aplicação, de forma que o produto possa atingir as partes inferiores das plantas e a superfície do solo. A primeira pulverização deverá ser feita nas primeiras aberturas das flores, (estádio R1 da cultura da soja) e a segunda aplicação no intervalo de 12 a 15 dias. São poucos os fungicidas registrados para o controle de Mofo Branco na soja: Fluazinam 500 g/l, Procimidona 500 g/kg, Carbendazin 500 g/l, Tiofanato Metílico 350 g/l + Fluazinam 52,5 g/l. (Oliveira, et al., 2011) Para o eficiente controle do mofo branco na cultura da soja, o produtor tem que lançar mão das várias práticas que compõem o manejo integrado da doença que, quando combinadas, ajudam a reduzir a pressão do inóculo na área de maneira sustentável e racional, permitindo o aumento da produtividade e viabilizando a atividade agrícola em áreas com histórico da doença.

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, H.D.; SILVA, L.H.C.P.; MEYER, M.C.; SILVA, J.R.C.; NUNES JUNIOR, J. Mofo branco na cultura da soja e os desafios da pesquisa no Brasil. Tropical PlantPathology, v.35, p. C-CI, 2010. Suplemento. CONAB, Acomp. safra bras. grãos, v. 9 Safra 2015/16 Nono levantamento, Brasília, p. 1-174, junho 2016. ISSN 2318-6852 EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de soja (Londrina, PR). Ensaios cooperativos de controle químico de mofo branco na cultura da soja: safras 2009 a 2012. Londrina: EMBRAPA/CNPSo, 2014. 1-100 p. (EMBRAPA - Soja Documentos, 345). LEITE, R.M.V.B. DE C. Ocorrência de doenças causadas por Sclerotiniasclerotiorum em girassol e soja.Embrapa Comunicado técnico 76, marco, 2005. Londrina, PR. GÖRGEN, Claudia Adriana. Manejo do mofo branco da soja com palhada de Brachiariaruziziensis e Trichodermaharzianum‘1306’[manuscrito] / Claudia Adriana Görgen. - 2009. Iv, 72 f. : il., figs, tabs. OLIVEIRA, M.V.; Santos, F. M.; Bisinoto, F. F.;Hamawaki, O. T.; Eficiência de fungicidas no controle da incidência e severidade do mofo branco (Sclerotiniasclerotiorum) na cultura da soja. Enciclopedia Biosfera, Centro Cientifico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 7. KIMATI, H.; Amaorim, L.; Bergamin Filho, A.; Camargo, L.E.A.; Resende, J.A.M. (Ed.) Manual de Fitopatologia: Doenças de Plantas Cultivadas, 3 ed. São Paulo Agrômica Ceres, 1997. V2 Cap 61 P. 653.


es r o i a m s a sta para

s e d a d i v i t u d o pr qui

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Elevado potencial produtivo Ciclo precoce com estabilidade produtiva Tolerante ao acamamento Baixo fator de reprodução para M. incognita e M. javanica

96Y90 www.pioneersementes.com.br Sempre siga as regulamentações de importação e exportação, práticas de manejo e as instruções do rótulo de pesticidas. Variedades que são tolerantes ao glifosato (incluindo os designados pelas letras "R" e "Y" no número de produto) contêm genes que conferem tolerância a herbicidas a base de glifosato. Herbicidas a base de glifosato controlam culturas que não são tolerantes ao glifosato. ®, TM são marcas registradas da DuPont, Dow AgroSciences, Pioneer e companhias afiliadas ou de seus respectivos titulares. © 2018 PHII

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FRUTICULTURA Com 8h de carga horária, atividade se encerrou com visita técnica a uma produção de uva em Guarapuava

que existem critérios técnicos a serem observados tanto no cultivo orgânico quanto no convencional. As podas, exemplificou, têm grande importância: “Na uva, os participantes do curso puderam observar em sala de aula – foi passado um vídeo – que tem que podar todo ano”. Do contrário, alertou, os ramos que deveriam dar frutos se transformam no que chamou de lenha – “A gente não quer lenha, quer os frutos”.

CURSO ABORDOU CULTIVO DE UVAS

P

rodutores rurais e outros interessados participaram, no dia 8 de fevereiro, no Sindicato Rural de Guarapuava, de um curso do SENAR-PR que abordou o cultivo de uvas. Com total de 8 horas, a atividade abrangeu, das 8h às 16h, uma parte teórica, na sala de cursos do sindicato, e depois uma visita técnica a uma produção de uvas em uma propriedade rural em Guarapuava. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL acompanhou também este curso. Em entrevista, o instrutor Sérgio Krepki, de Irati (PR), destacou que o primeiro passo é o conhecimento: “Sem informação, o risco é grande de não dar certo. Às vezes, nem era bem aquilo que a pessoa queria. Um curso possibilita tudo isso: a pessoa vai

visualizar a atividade e tomar consciência dos desafios que terá pela frente”. Para quem cogita produzir uva especificamente na região de Guarapuava, marcada por altitudes acima de 1100 metros e temperaturas abaixo de zero em todos os invernos, Krepki ressaltou o que disse ter sido uma das principais dúvidas dos alunos: os danos causados por geada. “Tem que estudar, já com os técnicos locais, qual a variedade que melhor se adaptaria, que tivesse de certa forma resistência”, comentou, apontando que em Irati as condições são diferentes devido a um clima mais quente. Outro tópico relevante, enumerou, é a vontade. Em sua opinião, isto significa considerar que a produção comercial de uva, como toda fruta, requer que o agricultor leve em conta realidades específicas: da necessidade de ofertar um produto bonito à de realizar uma boa comercialização: “A fruta, você compra com os olhos”, explicou, acrescentando

Durante o dia: aula teórica, com enfoque histórico e técnico

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Krepki (SENAR-PR): destacando a importância do conhecimento

Quem aproveitou a oportunidade de conhecer sobre a uva foi Zélia de Fátima Pereira Seguro, que com seu marido adquiriu há cerca de um ano uma chácara no Vale do Jordão, para onde se mudaram. Conforme afirmou, ela tentou implantar a cultura no local, mas a produtividade foi pouca, o que a levou a se interessar pelo curso. “Vim para aprender e aplicar na nossa terra”. Em seu caso, recordou, a atividade tem raízes na família – mas a necessidade de conhecimento permanece: “Sempre gostei. Meu avô cultivava uva, mas a gente nunca aprendeu a cuidar. Então, quando surgiu este curso, pensei: vou fazer para me aperfeiçoar e ter uma produção maior, para casa”.

Zélia (vale do Jordão): buscando informação para mais produtividade


SOLO

PRIME UP – UMA FERRAMENTA NECESSÁRIA! ENGº AGRÔNOMO MSC. GUILHERME AUGUSTO MACIEIRA Prime Agro

C

om a finalização de um ciclo produtivo inicia-se o planejamento para o próximo cultivo, momento em que as tomadas de decisão têm relação direta com os resultados alcançados na safra anterior. Para que este planejamento seja o mais assertivo possível é importante que o produtor se abasteça com maior quantidade e qualidade de informações possíveis sobre sua área de cultivo. O solo, sendo o substrato que conduz a planta ao seu estado maior de produção, deve ter ressaltada sua grande importância sobre o complexo produtivo, refletindo diretamente sobre a rentabilidade agrícola. Desta forma, o bom planejamento deve começar pelo melhor entendimento do solo, avaliando-se principalmente seu equilíbrio para fornecer adequadamente os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento produtivo das plantas. Para conhecer bem o solo faz-se necessário uma boa análise, onde é possível avaliar características quantitativas e qualitativas do mesmo. Esta análise deve fornecer informações reais sobre a área, por isso deve-se atentar à qualidade do laboratório ao qual será submetida a amostra, pois toda a interpretação de resultados e recomendações serão baseados nos laudos gerados. Vale lembrar que a coleta deve obedecer ser criteriosa e representativa em relação à área que se quer analisar, atendendo a os todos os

pré-requisitos para a obtenção de uma boa amostra. Para auxiliar o produtor nesta tomada de decisão tão importante ao seu negócio, que é a fase de planejamento,a Prime Agro através de profissionais capacitados, disponibiliza um programa exclusivo capaz de identificar o melhor equilíbrio nutricional para a lavoura a ser implantada. Este programa com nome de PRIME UP inicia-se com uma coleta de solo bem realizada, em pontos bem definidos e com critérios decisivos para uma amostragem sem contaminações. Para o Prime Up são necessárias duas análises, uma que irá indicar os critérios quantitativos do solo, níveis de reserva nutricionais, equilíbrio das bases e necessidade de correção de pH, e outra análise, que permite a avaliar a porção da reserva de nutrientes que está realmente disponível às plantas. O dife-

rencial do programa, que o torna exclusivo no mercado, é a forma de interpretar os resultados obtidosde maneira moderna e atualizada. Além de um banco de dados próprios, entendendo melhor as necessidades nutricionais das principais culturas, atualizando todo trabalho de extração, exportação nutricional e retorno de nutrientes via palhada. Com todas estas informações, é possível gerar ao produtor uma interpretação coerente sobre o que se objetiva produzir e a capacidade do solo em fornecer os nutrientes essenciais ao bom desenvolvimento de cada cultura, para que a correção e fertilização do solo sejam realizadas de maneira mais assertiva e eficiente. Com o Prime Up o produtor inicia seu cultivo com mais segurança. Esse serviço, juntamente com vários outros oferecidos pela Prime Agro, podem ser encontrados na CB Agro, em Guarapuava – PR.

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PECUÁRIA

NOVOS “GERENTES DE PASTO”

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m método inovador para planejar e gerenciar a pastagem foi repassado a produtores rurais e técnicos no Sindicato Rural de Guarapuava, na segunda edição do curso Gerente de Pasto. O treinamento ocorreu nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro. “O método Gerente de Pasto vem propor uma solução para o manejo de pastagem. Há várias tecnologias de gestão para propriedades, mas nenhuma sanava o gerenciamento específico da pastagem”, explica o zootecnista Josmar Almeida Junior. O método consiste no treinamento de uma pessoa responsável por aplicar o método dentro da propriedade, que será denominado Gerente de Pasto, e também de um software de gestão onde serão trabalhadas as informações. São três etapas executadas neste método: planejamento forrageiro, manejo de pastagem e aplicação do método. “O planejamento forrageiro tem o objetivo de ter comida o ano inteiro, mesmo durante o inverno ou uma seca. O manejo de pastagem visa estabelecer qual é a melhor estrutura de pastagem,

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que irá permitir que a planta rebrote de uma forma mais rápida para colocar mais animais e também qual estrutura que o animal consegue ingerir mais, para ganhar mais peso. Por final, o método em si, que permite trabalhar a estrutura de pasto de forma global dentro da fazenda. Ele te dá informações, como por exemplo, quanto de gado eu posso colocar na área para exercer a lotação desejada em unidade animal por hectare?”, detalha o zootecnista Edmar Pauliqui Peluso. Junior complementa que o método não envolve somente o manejo de pastagem, mas todas as etapas que fazem parte do processo de produção. “Além de todas as áreas de pastagem da fazenda participarem do processo, inclusive as menos produtivas, também são incluídas outras etapas, como confinamento, silagem, suplementação. É um sistema global dentro da propriedade”. “Além da ferramenta permitir a distribuição do pastejo mês a mês nas áreas de pastagens da propriedade, o Gerente de Pasto possibilita o controle da suplementação animal (consumo por cabeça, por suplemento e consumo total do suplemento), controle da adubação e controle climático”, acrescenta o zootecnista Bruno Shigueo Iwamoto. O produtor rural Lincoln Campello, que possui propriedade em Candói, afirma que o método Gerente de Pasto é interessante e simples. “Ele é bem simplificado. Pode ser aplicado na propriedade sem nenhum in-

vestimento e proporcionar um lucro maior. Você aproveita o que já tem na propriedade. Os instrutores do curso conseguiram repassar as informações de uma forma clara e objetiva e isso facilita também na hora da gente utilizar o método na fazenda”. Ele conta que pretende pôr em prática imediatamente o método, já que é necessário apenas coletar alguns dados. O curso contou com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e Agro 10 Assessoria Agropecuária. Os interessados em aplicar o Gerente de Pasto dentro da propriedade podem procurar a equipe pelo telefone: (44) 3029-0005.


CONSULTORIA

AGRO10: ASSESSORIA AGROPECUÁRIA, PROJETOS E PESQUISA

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urge em Guarapuava uma nova empresa visando atender a demanda do campo: a Agro10. Fundada em outubro de 2017 pelo engenheiro agrônomo Leandro Bren, com ampla experiência na área de assistência técnica aos produtores rurais de Guarapuava e região, a Agro10 traz uma proposta diferenciada, buscando atender três nichos do meio rural: Assessoria Agropecuária, Projetos e Pesquisa. A empresa já atende produtores rurais em Guarapuava, Candói, Pinhão, Campina do Simão e Pitanga.

Leandro Bren, diretor da Agro10

PROJETOS

PESQUISA

O cliente da Agro10 tem ainda, a sua disposição, a área de projetos de financiamentos bancários (custeio, investimentos etc.) e legislação agropecuária, como conservação do solo e da água. “Temos uma equipe experiente para elaboração de projetos, levantamento de documentação, encaminhamento para o banco e acompanhamento de todo o processo até a liberação do crédito “, explica Bren.

A área de pesquisa da empresa ainda está em desenvolvimento. O objetivo da Agro10 é responder as perguntas dos produtores rurais da região com embasamento científico. “Serão pesquisas voltadas às necessidades locais do campo. Teremos uma unidade experimental para realização dos ensaios, que serão utilizados pelos agrônomos da Agro10, para o fornecimento de uma assistência mais assertiva no que se refere aos tratos culturais e ao manejo pecuário”, explica Bren.

ASSESSORIA AGROPECUÁRIA A assessoria agropecuária é o trabalho de planejamento, acompanhamento da lavoura (do plantio à colheita) e da pecuária (levantamento do fornecimento de matéria seca pelas pastagens e capacidade de suporte das mesmas, visando a alocação de um maior número de cabeças em uma área menor). A Agro10 oferece um sistema de assistência diferenciada aos produtores rurais, com visitas semanais. “A assistência é assertiva e personalizada”, ressalta Bren. Com um número de visitas maior e mais frequente, a empresa visa, por exemplo, ter um melhor acompanhamento de pragas e doenças que acometem as lavouras, já que a evolução das mesmas tem sido cada vez mais dinâmica.

Levantamento da quantidade de massa de pastagem

Soja

Soja raíz

GIROS TÉCNICOS Em janeiro, a empresa realizou dois eventos de difusão de tecnologia e troca de experiências entre seus clientes, em propriedades nos municípios de Guarapuava, Campina do Simão, Candói e Pinhão.

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FLORICULTURA

CURSO BÁSICO E AVANÇADO SOBRE O CULTIVO DE ORQUÍDEAS

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Orquídea é uma das plantas mais admiradas por aqueles que possuem gosto pelas flores. Suas formas e cores das mais variedades espécies fazem com que elas sejam diferentes de qualquer outra flor. Para aqueles que admiram a planta, o Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a produtora rural Evelyn Pfann, ofereceu no início de dezembro, dos dias 11 a 14, a 2ª edição do Curso de Orquídeas. Os treinamentos foram ministrados pelo especialista Sérgio Ostetto. Ao todo, foram oferecidas três turmas: duas de conhecimento básico no manejo das orquídeas e outra de conhecimento avançado. “Na turma de conhecimento avançado os participantes puderam tirar dúvidas sobre o cultivo, receberam um conteúdo mais avançado, por exemplo, como cultivar as orquídeas de maneira comercial ou para exposições, como escolher as plantas para comprar, como selecionar matrizes, entre outros”, detalha Ostetto. Já nas turmas de conhecimento básico, os participantes tiveram

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acesso a conteúdos primários sobre o cultivo de orquídeas. O instrutor especificou que estas turmas aprenderam desde o que é uma orquídea, como cultivá-las, como fazer a manutenção, como tratar das pragas e doenças, qual fertilizante utilizar, como fabricar os substratos, como plantar a orquídea, etc. A professora aposentada Maria Claudete Nunes de Rocco, cultiva as orquídeas há muito tempo e possui um pequeno orquidário em casa. “Todas as flores são lindas, mas a orquídea sempre me chamou muita atenção. É uma flor que exige mais cuidado e atenção, mas que retribui na beleza dela. Por isso gosto muito de cultivá-las”. Ela recebeu o convite de uma amiga para participar do curso na turma de conhecimento avançado. “O curso me surpreendeu. Foi muito mais do que eu esperava, aprendi muito mais do que só trabalhar com orquídeas. Aprendi coisas muito práticas pra lidar com as flores e o professor Sérgio, realmente, é uma autoridade no assunto. Fiquei muito feliz por participar”.

Turma conhecimento avançado

Turma conhecimento básico (noite)

Turma conhecimento básico (dia)


DOENÇAS DA SOJA

EM PERÍODO CRÍTICO DO CICLO DA CULTURA, GRUPO PITANGUEIRAS TRAZ PESQUISADOR DE RENOME NACIONAL AO PARANÁ Carlos Alberto Forcelini ministrou palestras e fez visitas técnicas na região de atuação da empresa ANELIZE SALVAGNI

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eafirmando o compromisso de fortalecer a cadeia produtiva do agronegócio, o Grupo Pitangueiras trouxe à sua região de atuação (em Guarapuava foi realizada no dia 24 de janeiro, em parceria com a Bayer, uma excelente oportunidade para técnicos e agricultores. A convite da empresa, o professor e pesquisador Carlos Alberto Forcelini ministrou palestras e realizou visitas técnicas em propriedades da região, em um momento crítico para garantir a boa produtividade da soja no Paraná. O objetivo de ações como essa é elevar cada vez mais o nível de conhecimento da agricultura da região, promovendo o aumento dos resultados. “Vender produtos para as lavouras é o business no Grupo Pitangueiras. Contudo, pensamos sempre na cadeia produtiva como um todo e, assim, nos preocupamos muito com a qualidade das lavouras que assistimos e nosso foco está na produti-

vidade e rentabilidade dos nossos clientes e parceiros”, explica o gerente de marketing do Grupo Pitangueiras, Marcelo Scutti. Investir em grandes nomes da pesquisa, como o professor Forcelini, é parte desta estratégia na busca para desenvolver o potencial máximo dos materiais utilizados. “Sempre temos conosco a presença de grandes nomes da pesquisa nacional de soja, milho e trigo para nos ajudar no trabalho de consultoria técnica, para que os produtores possam sempre tomar a melhor decisão, na melhor hora e com melhor resultado”, enfatiza Scutti. Além das palestras e visitas, que impactaram um grande número de pessoas, a palestra de Forcelini realizada em Ponta Grossa foi transmitida ao vivo na página do Facebook do Grupo Pitangueiras (visite: www.facebook.com/grupopitangueiras para assistir o vídeo na íntegra) e foi acompanhada por produtores de todo o Brasil.”-

Carlos Alberto Forcelini é professor titular da Universidade de Passo Fundo (RS)

Conseguimos impactar um grande número de agricultores. Nesses encontros, o professor deixou muito claro a importância de um bom manejo de doenças para que possamos aproveitar um ano bom de chuvas, para que isso seja revertido em produtividade”, apontou o gerente de marketing. ONDE ESTAMOS:

Sede: Curitiba Lojas: Guarapuava, Ponta Grossa, Arapoti, Palmeira, Ibaiti, Irati, Candói, Wenceslau Braz. Silos: Arapoti e Wenceslau Braz. Conecte-se conosco Facebook: www.fb.com/grupopitangueiras Instagram: @grupo_pitangueiras LinkedIn: Grupo Pitangueiras

ALERTA Forcelini enfatizou os riscos para lavouras muito desenvolvidas, que podem ocultar o problema da ferrugem durante o período vegetativo. Alertou que se o manejo de fungicidas não for perfeito, o agricultor pode enfrentar perdas na fase final da colheita, onde grande parte dos investimentos já estão no campo. O pesquisador apresentou uma série de resultados positivos relacionados ao portfólio Bayer em diversas situações.

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SOJA

SIMPÓSIO NACIONAL ACONTECE EM ABRIL, NA ESALQ/USP

C

om o objetivo de atualizar os produtores de soja em relação as novas tecnologias e informações disponíveis sobre a cultura, o Grupo de Experimentação e Pesquisa em Modelagem Agrícola (GEPEMA) e o Grupo de Pesquisa e Extensão em Meteorologia dos Cultivos Agrícolas (AGRIMET), do Departamento de Engenharia de Biossistemas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), promovem nos dias 4 e 5 de abril, o Simpósio Nacional da Soja: Conjuntura, inovações e perspectivas para o Brasil, na sede da instituição de ensino em Piracicaba (SP). Assuntos como gestão empresarial na cadeia da soja, produção e demanda de soja em 2017/18, desafios e inovações tecnológicas do mercado de sementes, manejo de alta produtividade da cultura, avanço tecnológico frente as adversidades climáticas na soja e agricultura de precisão serão debatidos durante as palestras. A programação será finalizada com um dia de campo na Fazenda Areão (Esalq). A programação completa e as inscrições podem ser acessadas pelo link: www.simposiosoja.com. Outras informações pelo telefone: (19) 3447-8519.

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PÓS-COLHEITA

GUARÁ CAMPO OFERECE SERVIÇO DIFERENCIADO NA ARMAZENAGEM DE GRÃOS

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esde 1991, atuando em diversos ramos do agronegócio, de Guarapuava e região, a Guará Campo é reconhecida pela qualidade na prestação de serviços e venda de produtos. A armazenagem de grãos é um dos serviços ofertados aos produtores rurais. Com o período de colheita de grãos de verão, tradicionalmente a soja e o milho na região, muitos produtores se preocupam com a armazenagem do seu produto e, por não possuírem espaço adequado ou suficiente para armazenagem, muitas vezes, fazem a venda imediata do grão por um preço insatisfatório. Nesta pós-colheita, o produtor rural pode contar com a Guará Campo. “Nós oferecemos um serviço de qualidade e confiança para o produtor entregar o seu produto. Contamos com uma estrutura para recepção simultânea para milho e soja, então, o produtor pode deixar qualquer um dos seus produtos armazenados pelo tempo que desejar. A capacidade da estrutura para armazenamento é de 18 mil toneladas para milho e para soja 40 mil toneladas”, detalha o gerente de armazenagem, Edson Omar Carollo. O diferencial da Guará Campo está na forma em que presta o serviço, oferecendo muito mais liberdade para o produtor rural. “O modelo de armazenamento diferencia-se da maioria das empresas que atuam nesta atividade, porque é o produto físico

que estará no armazém da Guará Campo, ele continua sendo do produtor. Por isso, o dono dos grãos pode vender quando bem entender, aguardando o momento que achar adequado para a comercialização. Podemos ajudá-lo, ou se ele tiver um corretor de sua confiança poderá utilizá-lo para informar os preços do mercado. Vai de

ele aceitar ou não, ou seja, funciona como um espaço locado, onde o produto fica disponível podendo ser retirado no momento que ele quiser”, explica Carollo. Para mais informações sobre a contratação deste serviço, basta comparecer à Guará Campo e conversar com a equipe de armazenagem.

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FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA

ASSEMBLEIA ELEGE NOVA DIRETORIA E APRESENTA BALANÇO DA GESTÃO 2015/17 DA FAEP O vice presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, participou da Assembleia representando a entidade. qualidade aos produtores rurais em temas fundamentais. Entre eles as questões ambientais, incluindo o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA), além de todo o trabalho em torno da questão da Escarpa Devoniana. Também foram enfatizados os programas relacionados à proteção do solo e da água, da modernização da pecuária, a perseguição por um controle sanitário ainda maior e o reconhecimento desse esforço por órgãos internacionais.

APRESENTAÇÃO DO SUPERINTENDENTE

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gide Meneguette foi eleito para mais um mandato (2018/20) à frente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Ao agradecer a confiança dos 112 votos recebidos na eleição realizada no dia 29 de janeiro, na sede da entidade em Curitiba, em nome da diretoria eleita, Meneguette prometeu manter o mesmo entusiasmo da primeira gestão. “Continuaremos trabalhando em prol do produtor rural. Os votos que recebemos representam a confiança depositada em nós e a união do sistema que sempre responde quando convocado. A credibilidade e força política que temos é resultado do trabalho desenvolvido em nossa base pelos líderes sindicais”. Em paralelo a eleição, presidentes e lideranças de sindicatos rurais de todo o Estado participaram da Assembleia Regimental, que serve, entre outros aspectos, para uma prestação de contas detalhada aos sindicatos filiados à federação. Os avanços e conquistas dos últimos três anos da diretoria da gestão 2015/17 estiveram em pauta. O presidente da FAEP enfatizou, na abertura da assembleia, o papel do produtor rural no momento mais delicado

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vivido pelo país na história com a crise econômica. Nesse contexto, não à toa, o Paraná, mesmo com apenas 2,3% de território em relação ao país, lidera e/ou participa significativamente de várias cadeias produtivas do agronegócio. “Se o produtor rural do Paraná tem a qualidades que eu alardeio e que a experiência demonstra, grande parte deles passou pelos cursos do SENAR-PR, mobilizados pelos sindicatos rurais. Mais de um milhão de trabalhadores e produtores rurais foram capacitados pelo SENAR-PR desde a sua criação, em 1993”, apontou. Entre os trabalhos de destaque nos últimos três anos o presidente da FAEP recordou das manifestações decisivas para que o agronegócio pudesse se manter firme rumo ao desenvolvimento. “Lembro das grandes mobilizações que fizemos, levando um exército de produtores para pressionar o Congresso Nacional, no ‘tratoraço’, a aprovar o novo Código Florestal, ou para votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff”, enfatizou. O presidente comentou que todo esse poder de mobilização também foi utilizado com força total para prestar serviços de

Durante a assembleia, o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, apresentou aos participantes o novo superintendente do SENAR-PR, Geraldo Melo Filho, que assumiu a posição no lugar de Humberto Mallucelli Neto, no início de janeiro. Melo fez uma breve apresentação do seu currículo e lembrou que apesar de uma trajetória profissional com diversas experiências na área de gestão, suas origens são de produtor rural na área de pecuária. “Antes de ser economista, sou fazendeiro”, lembrou. Melo contou aos participantes que seu objetivo é integrar as casas do Sistema FAEP/SENAR-PR e otimizar o papel da entidade. Entre os aspectos a serem exercitados em sua gestão ele enfatizou o fato de que vai cobrar comprometimento e foco na missão para se tornar referência dentro dos serviços prestados. Serviços estes que vão exigir uma sinergia ainda maior entre FAEP e sindicatos rurais, locais onde é possível saber com propriedade e profundidade as demandas do setor produtivo. “Nossa prioridade é entregar qualidade e resultado”, pontuou. Texto e foto: Assessoria de Comunicação FAEP


PNEUS, RODAS E ACESSÓRIOS

DACOREGIO AUTOMOTIVO, 25 ANOS E INÚMEROS MOTIVOS PARA AGRADECER... 23 de março de 1993 iniciava-se um sonho, de muito trabalho e dedicação a uma empresa abençoada que tornou-se referência nacional. Em 2018, a Dacoregio Automotivo completa 25 anos de história. Foram muitas conquistas e a certeza que somente o agradecimento não basta. Hoje contamos com mais de 1500 m², equipamentos de alta tecnologia, as marcas mais conceituadas de pneus e uma equipe especializada, sempre à disposição. A Dacoregio passou por várias etapas durante a sua trajetória. Uma história de luta, dignidade e confiança. Hoje o que move a empresa é a vontade de continuar com o atendimento de qualidade e transparência, expandir cada vez mais e obter reconhecimento em ser referência. A Dacoregio Automotivo tornou-se um centro automotivo completo e diferenciado. Atendendo as mais variadas demandas do mercado, a empresa oferece serviços de suspensão, freios, balanceamento e alinhamento, revisões, reparos elétricos, acessórios como alarmes, travas, câmeras e sensores de ré, som casual e competição, insulfilm, capotas marítimas, entre outros itens. Atendendo desde as linhas nacionais até os mais sofisticados veículos importados de performance e luxo. Nossos clientes e parceiros são testemunhas desta grande história de conquista, sempre reconhecida pela atenção voltada sempre a aperfeiçoar seus trabalhos. Completamos 25 anos no mercado, cientes de continuar o nosso objetivo de nos tornarmos uma empresa ainda mais diferenciada.

Buscando o aprimoramento profissional, ético e pessoal, de nossos colaboradores, que são mais do que colegas de trabalho, são uma família. Podemos afirmar que todos nossos clientes também fazem parte desta família: a família DACOREGIO AUTOMOTIVO, que completa 25 anos!!

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FITOPATOLOGIA

MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA EM UM CENÁRIO CRESCENTE DE RESISTÊNCIA AOS FUNGICIDAS CARLOS ALBERTO FORCELINI Eng.Agr, Ph.D. em Fitopatologia Universidade de Passo Fundo

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cultura da soja é afetada por diversas doenças foliares e radiculares. A mais importante no Brasil, dada a sua possibilidade de reduzir a produtividade em mais de 50%, é a ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsorapachyrhizi. Em cultivares suscetíveis, o seu controle depende fundamentalmente da aplicação de fungicidas, realizada entre três e quatro vezes por safra. Atualmente, Phakopsora acumula resistência parcial (ou redução na sensibilidade) aos principais fungicidas específicos (triazóis, estrobilurinas e carboxamidas) indicados para seu controle. A obtenção e aprovação de novos ingredientes ativos é processo caro e, principalmente, demorado, o que nos remete à utilização racional das ferramentas que dispomos hoje. Caso contrário, o controle da ferrugem e a sustentabilidade da soja estarão ameaçadas.

A resistência de Phakopsora aos fungicidas vem se agravando. Primeiramente foram afetados os triazóis (2008), depois as estrobilurinas (2014) e, recentemente, as carboxamidas (2016). À medida que isso acontece, cai o nível de controle e aumentam as perdas econômicas associadas à doença. O caso da ferrugem no Brasil, de resistência múltipla e tripla, é gravíssimo, dada à dimensão de cultivo da soja no Brasil, aproximadamente 33 milhões de hectares. Contudo, ele pode ficar pior, considerando que já há relatos de resistência a até seis grupos químicos de fungicidas em outros fungos. Na safra brasileira de soja 2016/17, a ocorrência da ferrugem asiática foi moderada, mesmo assim, falhas no seu controle foram observadas. Fica uma grande preocupação sobre seu manejo nesta safra e nas próximas que virão. Como enfrentar as epidemias da ferrugem, com fungicidas mais ou menos


e, nestas, apenas 1,5 vez por safra. Essa frequência é insuficiente para lidar com o problema da resistência e suas consequências negativas sobre o controle da ferrugem e a produtividade da soja. Ajustes no posicionamento das aplicações e dos fungicidas também são importantíssimos. Embora os sintomas

comprometidos pela resistência, sem novas ferramentas sendo disponibilizadas? Com certeza, a solução passa por uma maior integração das estratégias de controle disponíveis. Uma das principais ferramentas é a maior inclusão dos fungicidas multissítios nas aplicações. Embora o Brasil tenha uma média de 3,3 aplicações de fungicidas por safra, os multissítios são utilizados em menos de 50% das áreas,

da ferrugem sejam mais frequentes no enchimento de grãos, suas infecções podem se iniciar na fase vegetativa, paralelamente às manchas foliares, antracnose e oídio. Uma primeira aplicação antes do fechamento das entrelinhas, com fungicidas eficazes, resulta em diferenças de rendimento de 4 a 6 sc/ha. Atrasos nesta primeira aplicação podem resultar em diferenças de 0,5 a quase 1,0 sc/ha/dia (projeto De primeira sem dúvida, Bayer/UPF). Também é importante observar intervalos seguros para as próximas aplicações, até 15 dias, em cultivares suscetíveis, ou 20 naqueles com resistência à ferrugem (Inox). É fundamental considerar também a importância das outras estratégias de manejo, como a resistência genética, o vazio sanitário e a eliminação da soja guaxa/ tiguera na entressafra, assim como tecnologia de aplicação que realmente permita boa distribuição dos fungicidas. Cada safra tem suas particularidades e desafios. É prudente estar bem preparado.

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DIA DE CAMPO DE VERÃO AGRÁRIA

DIFUSÃO DE TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO SOBRE AS CULTURAS DE VERÃO

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vento que já faz parte do calendário técnico de Guarapuava e região, o Dia de Campo de Verão, realizado pela Cooperativa Agrária, foi realizado nos dias 28 de fevereiro e 1º de março, nos campos da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA). Durante os dois dias mais de 1.500 pessoas passaram pelo evento. Nos moldes tradicionais, a programação permite que os participantes durante os dois dias tenham uma gama diversificada de informações sobre as culturas de verão tradicionais na região, sendo soja, milho e feijão: palestras de convidados de renome nacional do agronegócio, divulgação das pesquisas da FAPA por meio das estações e ainda expositores que trazem ao público as

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mais recentes tecnologias. Este ano foram 32 estandes de diversas empresas. Na abertura do evento, o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara esteve presente. Durante seu pronunciamento, ele elogiou o dia de campo, dizendo que “velhas feiras tradicionais viraram muita festa. Mas, felizmente eventos técnicos existem em todo o Paraná. Criou-se consciência de que precisamos nos dedicar a ganhar conhecimento e é isso que se faz aqui”.

Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura


CONFIRA O RESUMO DA PROGRAMAÇÃO DOS DOIS DIAS DO DIA DE CAMPO DE VERÃO: CONSERVAÇÃO DE SOLOS Tiago Pelini, diretor de Pesquisa do IAPAR “O Paraná tem bastante diversidade em termos de solo, clima, chuvas, discutindo conservação de solos e a incidência de fenômenos de erosão, só faz sentido numa perspectiva local ou regional. Não há solução geral, precisam ser feitas ações em cada região, pontualmente. Nas décadas de 1970 e 1980 fomos pioneiros em discutir a erosão e conservação dos solos, os agricultores saíram na frente, percebendo que a erosão não era típica dos nossos solos, já que estamos em um clima tropical. Em seguida veio a pesquisa tentando responder as perguntas. E diversas mudanças foram acontecendo. Voltaram algumas coisas comprometedoras, como a volta do plantio pendente, a retirada dos terraços achando que o plantio direto e a cobertura eram suficientes para conservar, a sucessão de culturas e com isso voltou a erosão. Por isso, precisamos rediscutir e achar novas respostas para voltar a solucionar o problema que já estava no caminho da superação”.

PERSPECTIVAS POLÍTICAS E ECONÔMICAS PARA O PRODUTOR RURAL Miguel Daoud – Agro Advisor Daoud resumiu em sua palestra que o Brasil vive um momento difícil em sua totalidade, mas o agronegócio continua puxando a economia brasileira para frente. Segundo ele, são várias questões que o país enfrenta: Estado inchado, burocracia e ineficiência, problemas de infraestrutura, crise politica, crise econômica, sistema tributário injusto e previdência. E mesmo sendo a agropecuária a responsável por levantar os números econômicos no Brasil, ela sofre vários entraves, como questões ambientais, questões de trabalho escravo, demarcação de terras indígenas, custos de produção, fornecimento de energia, invasões de terras (MST), logística e armazenagem, Funrural e custos e tendências de preços. “Infelizmente a tendência de preços para a agropecuária é estável e custos em alta. Por isso, é importante que os produtores estejam cada vez mais unidos e organizados para sobreviverem”, afirmou.

CENÁRIO MACRO-ECONÔMICO E PERSPECTIVAS PARA 2018 José Mendonça de Barros – MB Associados “Independente do cenário político, que é uma incerteza, nós (o país) devemos crescer bem. Projetamos 3,5%, que é um crescimento muito robusto, puxado pelo consumo interno e por um aumento de investimentos. Do lado da produção, todos os segmentos passarão a crescer de novo. Especialmente a construção civil, que é o que mais sofreu neste período recente. O dólar, até bem próximo da eleição, provavelmente vai ficar nesta faixa em que está: R$ 3,20, R$ 3,25. Mais próximo da eleição, vai refletir a expectativa de quem será eleito”.

PERSPECTIVAS PARA O FEIJÃO 2018 Marcelo Eduardo Lüders – Instituto Brasileiro do Feijão (IBRAFE) “Como o mercado do Brasil é importador – além do preto e do carioca, importamos vermelho, rajado e o branco –, é interessante que o produtor tenha em mente esta possibilidade, que não feche as alternativas que existem de feijão. Qual feijão ele vai plantar? Ele pode decidir com base no mercado. Ele não vai deixar de plantar feijão dentro do seu planejamento, mas vai ter oportunidade de buscar um mercado melhor. Entendemos que a grande oportunidade para o mercado do feijão do Brasil é diversificar”.

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DIA DE CAMPO DE VERÃO AGRÁRIA

ESTAÇÕES FAPA Durante o evento ocorreram diversas apresentações simultâneas em seis estações da FAPA, que divulgaram as mais recentes pesquisas, desenvolvidas pela fundação, na área de culturas de verão. Confira:

ESTAÇÃO MANEJO E FISIOLOGIA DA CULTURA DO FEIJÃO

Eduardo Stefani Pagliosa e Noemir Antoniazzi Antoniazzi – “Cada vez mais, temos adequação de manejo e genética que sustentam e que têm uma melhor estabilidade dentro das anomalias climáticas. O que se espera é que o produtor olhe para a média dos anos e que inclua o feijão como uma cultura de rotação dentro do seu sistema produtivo. Sempre digo também: naquela área onde o trigo sai mais tardiamente, lá para dezembro, e a soja vai decair muito em produtividade, é para se entrar com feijão. Por que? É a melhor época, na nossa região, para plantar feijão: entre 10 e 25 de dezembro, temos um período ideal no qual a planta de feijão consegue expressar o seu máximo potencial produtivo”.

IMPACTO DAS DOENÇAS E PRAGAS NA PRODUTIVIDADE DA SOJA

Alfred Stoetzer e Heraldo Feksa Stoetzer – “Nossa ideia era realmente trazer este assunto em conjunto: manejo de pragas e doenças, porque de certa forma esses assuntos interagem. A gente sabe que o manejo é separado: inseticida para controle de pragas e fungicidas para o de doenças. Mas de uma forma geral, precisamos manejar a cultura. Nós focamos basicamente em manejo de lagartas, qual a influência da desfolha na produtividade, como conseguimos manejar esta desfolha, em diferentes cultivares. Temos cultivares com hábito de crescimento determinado ou indeterminado. Isso muda um pouco este perfil de controle”. Feksa – “Hoje, os produtos, de forma geral, não estão tendo toda aquela performance que precisariam ter, porque houve uma mudança na característica da ferrugem. Isso faz com que o produtor preste mais atenção e antecipe sua aplicação em algumas situações, que ele observe qual é a característica da soja: se é de hábito determinado, indeterminado, ou semi-determinado. Isso define as estratégias de manejo e faz com que o produtor coloque os produtos de forma adequada e mantenha o seu potencial produtivo”.

QUALIDADE DE APLICAÇÃO – ACERTE NO ALVO

Paulo José Alba (FAPA) e Leandro Rampim (Unicentro) “A gente buscou mostrar ao cooperado a importância de inspeções de pulverizadores, que pode levar numa melhoria de qualidade, no aspecto produtivo, e no retorno econômico. Em parceria com a Unicentro, buscamos juntar as informações de tecnologia de aplicação para ter uma maior assertividade nesse processo. A tecnologia de aplicação assertiva ajuda e muito a reduzir o impacto econômico do produtor”.

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ESTAÇÃO SOJA CONVENCIONAL – CULTIVARES, POTENCIAL DE RENDIMENTO E POSICIONAMENTO FITOTÉCNICO

Vitor Spader “Estou enfocando a soja convencional. O interesse do público é muito bom. Ontem e hoje, de manhã, tivemos um público bastante grande na estação. Embora a soja convencional não venha sendo plantada na região, há interesse por parte do produtor em uma nova opção de negócio”.

INOCULAÇÃO NA CULTURA DA SOJA

Sandra Mara Vieira Fontoura (FAPA) “Trouxe um tema que não é recente, mas eu acho importante. É um assunto que tem sido debatido nos últimos anos, existem ganhos de produtividade com a reinoculação e são esses números que trouxemos. Como uma média geral, nós temos conseguido ganhos de, ao redor de 3%, que se o produtor olha não é muito, mas hoje os ganhos no nível de produtividade que nós estamos não são muito grandes. Com o custo muito baixo, que é o inoculante, se traz um ganho significativo para o produtor”.

MANEJO DE MILHO PARA ALTA PRODUTIVIDADE – ÊNFASE EM ÉPOCA DE PLANTIO

Celso Wobeto (FAPA)

Palestra de José Mendonça de Barros – MB Associados

“Na estação milho, nós apresentamos três temas: época de plantio, onde fizemos uma análise conjunta mostrando qual a melhor época de plantio nos híbridos que estávamos mostrando. Separando em dois grupos: o primeiro, onde a melhor época é entre 28 e 30 de setembro; e o outro grupo, que a época não é tão importante, ou seja, plantando na primeira, segunda ou terceira época, eles tem o mesmo potencial produtivo. O segundo tema foi uma avaliação entre os locais da nossa rede interna de experimentação. Essa rede é composta por quatro locais em três épocas de plantio, perfazendo 12 ambientes todos os anos. Mostramos que, de uma forma geral, pegando um grupo de variáveis bem grandes não precisaríamos ter essa rede tão grande de ambientes. Mas quando a gente abre a análise para explorar só rendimento, só doenças e outras variáveis, a análise mostra que é importante mantermos essa rede experimental para termos um conjunto mais confiável de informações para o produtor. E o terceiro tema foi a análise de estabilidade dos híbridos. Ficou muito claro que existe diferença de estabilidade, que a gente chama de estabilidade fenotípica nesse grupo de 16 híbridos que avaliamos. Mas as diferenças não são muito grandes”.

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DIA DE CAMPO DE VERÃO AGRÁRIA

ESTANDE DO SINDICATO RURAL

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ais uma vez, o Sindicato Rural de Guarapuava e o Sistema FAEP/SENAR estiveram entre os apoiadores do Dia de Campo de Verão da Agrária. O sindicato divulgou seus serviços aos produtores rurais e o SENAR-PR apresentou seus cursos aos visitantes. O estande novamente se tornou um ponto de encontro de lideranças rurais, de agropecuaristas, parceiros comerciais, profissionais e estudantes de cursos ligados ao agronegócio. Um espaço de amizade e de troca de experiências.

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BIOTECNOLOGIA

O PAPEL DA TECNOLOGIA NA EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA POR EVERTON HIRAOKA E VINÍCIUS JACOPINI* Everton Y. Hiraoka é formado em Engenharia Agronômica pela ESALQ/ USP com mestrado em fitotecnia pela UEL e Líder de Desenvolvimento Tecnológico em Germoplasma Soja da Monsanto para a América do Sul. Vinícius S. Jacopini é formado em Engenharia Agronômica pela Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira (FAAHF) e Líder de Desenvolvimento de Sistemas em Soja da Monsanto para a América do Sul.

A

agricultura consagrou-se como uma das principais bases da economia de diversos países, especialmente no Brasil, que tem seu potencial reconhecido globalmente neste setor. Na safra 2016/17, por exemplo, fomos responsáveis por 32% da soja produzida no mundo, o que nos garantiu o segundo lugar na produção mundial, segundo a Embrapa Soja. Para alcançarmos resultados como estes, importantes avanços e melhorias marcaram a evolução da agricultura. Por exemplo, graças a programas de melhoramento genético, produtores de diferentes regiões têm acesso a sementes que se adaptam às particularidades de clima e solo. O uso de fertilizantes e corretivos na lavoura possibilitou a criação de um ambiente melhor para o desenvolvimento de diferentes culturas, enquanto defensivos agrícolas tratam as doenças das plantas e ainda mantêm insetos ou plantas daninhas em níveis abaixo do prejudicial. Já a mecanização de processos aumentou o rendimento operacional das áreas cultiva-

das e, por fim, houve um aperfeiçoamento de técnicas de cultivos e o início da profissionalização do sistema de produção adotado pelo agricultor. Outro fator que beneficiou todos os envolvidos no ciclo de produção ou consumo de alimentos foi o uso da biotecnologia. Neste contexto, a adoção de organismos geneticamente modificados, por meio da engenharia genética, permite auxiliar as plantas na capacidade de resistir ao ataque de pragas, por exemplo. Como resultado, foi possível chegar a um meio mais assertivo e racional de usar defensivos agrícolas nas plantações. Esta é uma prática ainda em ascensão e com grande potencial. De acordo com estimativas da consultoria Céleres, entre 2013 e 2023, o uso de biotecnologia no Brasil contribuirá para economizar 167 bilhões de litros de água (que deixarão de ser aplicadas nas lavouras), o suficiente para abastecer 3.8 milhões de pessoas. Neste mesmo período, 3.7 milhões de toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas por máquinas agrícolas. Tais fatores conREVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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tribuem diretamente para a preservação do meio ambiente e impactam positivamente a produtividade do agricultor. Em paralelo, à medida em que a população cresce, aumenta também o desafio de atender à sua demanda por alimentos. Isso não significa, porém, que novas áreas de cultivo surgirão no mundo para acompanhar esse movimento. Então é necessário aumentar a produtividade das lavouras sem necessariamente expandir o espaço para plantio. É por isso que o já antigo “relacionamento” entre tecnologia e agricultura tem ficado ainda mais forte nos últimos anos, e assim, teve início um novo movimento: “A Quarta Revolução no Campo”, que pode ser explicada como uma revolução da agricultura digital. Isso implica no uso de ferramentas de big data na agricultura para gerenciar melhor a propriedade, re-

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duzir os riscos da atividade, racionalizar o uso de recursos naturais e insumos e, consequentemente, aumentar a produtividade e renda do agricultor. A agricultura tradicional que temos hoje é baseada em um modelo não preditivo, ou seja, muitas decisões são tomadas em caráter corretivo, após a constatação de algum fator que não esteja contribuindo de forma positiva para a lavoura. Com o uso da agricultura digital, uma grande quantidade de dados e informações são processados, consolidados e analisados e, a partir deles, é possível gerar recomendações mais precisas ao agricultor, como por exemplo, a indicação da melhor época de plantio, a fertilização adequada, a performance de cada talhão, entre outras. Entretanto, para que as tecnologias na agricultura continuem gerando benefícios por tem-

po prolongado, é importante que os agricultores utilizem as ferramentas disponíveis com consciência. Por exemplo, ao adotar boas práticas de manejo (como refúgio estruturado), é possível preservar o valor de tecnologias BT para o manejo de algumas espécies de insetos. Pode até soar estranho falar em dados e números quando pensamos numa plantação de soja ou milho, mas precisamos entender que assim como em outros aspectos da vida cotidiana, a tecnologia estará sempre evoluindo e atuando a nosso favor. E não é diferente quando nos referimos à agricultura, pois além do aumento de produtividade, conseguiremos trazer mais praticidade para todos que fazem parte desse ciclo, e isso gera impactos, inclusive, para o consumidor final, pois incrementa a sustentabilidade na utilização de nossos recursos naturais.


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TOLERÂNCIA AO GLIFOSATO PROPORCIONADA PELA TECNOLOGIA ROUNDUP READY (RR)

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REUNIÃO

FUNRURAL, SALÁRIO EDUCAÇÃO E ROYALTIES DA MONSANTO

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Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a Aliança Legal dos Escritórios Decker Advogados Associados e Trajano Neto e Paciornik Advogados, realizou no dia 22 de fevereiro, uma reunião para debater importantes assuntos para os produtores rurais: Funrural, salário-educação e legitimidade da cobrança de royalties pela Companhia Monsanto sobre o produto Soja Intacta RR2 Pro. Na ocasião, os advogados Fábio Decker e Francisco Fernando Bittencourt de Camargo explanaram e tiraram dúvidas dos produtores rurais e profissionais de escritórios de contabilidade sobre os assuntos. pelo adquirente da produção, pois a resolução do senado exclui a responsabilidade de recolhimento por parte do adquirente”. A orientação para os produtores rurais é a seguinte, segundo, Camargo: “Se o produtor rural é conservador, apaFrancisco Fernando Fábio Decker, advogado rentemente, a melhor Bittencourt de Camargo, saída é optar pelo parceadvogado lamento, porque ele vai Em resumo, sobre o Funrural, Camar- ter alguns descontos, como 100% do valor go afirmou que “é muito difícil estabelecer dos juros e ele vai poder suspender a exiuma posição única porque cada contri- gibilidade desse crédito. Ele vai poder ficar buinte tem uma peculiaridade, alguns re- mais tranquilo de que não vai ser objeto colheram, alguns optaram por demanda de uma autuação ou de uma cobrança de judicial, outros fizeram depósito em juízo, valores retroativos, com multas e juros”. outros conseguiram liminar. Portanto, a Sobre o salário-educação, os profisdecisão de adesão ao Programa de Regu- sionais afirmaram aos produtores presenlarização Tributária Rural (PRR) é uma si- tes que há ilegitimidade na cobrança do tuação que deve ser vista caso a caso. No tributo pelo produtor rural pessoa física, entanto, o que podemos dizer é o seguin- sem CNPJ. “Essa é uma situação que já te: a orientação dada pelo STF, no sentido tem reconhecimento pelo STJ. Quem não de que o Funrural é devido pelo produtor tem CNPJ, ou seja, que paga seus salários rural pessoa física, a chance de ela ser mu- com base no CPF, não pode estar sujeito dada é muito pequena”. ao recolhimento do salário-educação”, O advogado complementou que “a complementou. única discussão que ainda está pendenJá sobre os royalties da Companhia te é com relação à responsabilidade do Monsanto sobre a Soja Intacta RR2 Pro, foi adquirente de retenção e recolhimento afirmado durante a reunião que este valor

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é questionável, já que o pedido de patente foi indeferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).“É possível que esta questão seja levada ao judiciário, até para que os contribuintes que depositaram em juízo possam discutir a legitimidade do pagamento desses valores de royalties”, finalizou o advogado.

AÇÕES COLETIVAS O Sindicato Rural de Guarapuava em parceria com a Aliança Legal dos Escritórios Decker Advogados Associados e Trajano Neto e Paciornik Advogados vai oferecer mais um serviço aos seus associados: a possibilidade de ações coletivas, onde as demandas são ajuizadas pelo Sindicato Rural, enquanto substituto processual dos associados. “Neste caso, quem aparece é o sindicato e numa eventual decisão favorável, beneficiaria todos os associados que poderiam aderir a essa demanda e usufruir dos resultados, sem maiores riscos” explica o advogado, Francisco Fernando Bittencourt de Camargo. Questões como o salário-educação e os royalties da Monsanto são exemplos de demandas que poderiam ser uma ação coletiva. Em breve, mais informações sobre esse novo serviço da entidade.


PROCESSO DE TRATAMENTO EM AUTOCLAVE ALTA TECNOLOGIA: PROCESSO DE VÁCUO-PRESSÃO EM AUTOCLAVE

As UPMs, Usinas de Preservação da madeira, como são chamadas, são fabricadas nos mais rigorosos padrões de segurança, que nos permitem produzir uma madeira de altíssima qualidade de forma segura ao meio ambiente.

Para garantir a qualidade do tratamento, periodicamente são enviadas ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas USP) amostras do produto final, onde são analisados os índices de retenção (concentração de CCA na madeira).

O tratamento da madeira é feito através do processo de vácuo-pressão em nossa unidade industrial "autoclave". O processo incorpora tecnologia desenvolvida nos campos da mecânica e da química. Somente através da autoclavagem é possível impregnar profundamente a madeira com produtos inseticidas e fungicidas de ação comprovada. O conservante utilizado é o CCA (solução de Cobre, Cromo e Arsênio) que penetra nas fibras da madeira revestindo-as com Cobre (ação fungicida), Cromo (ação fixadora) e Arsênio (ação inseticida), logo protegendo-a de fungos, insetos (cupins e brocas) e até mesmo de organismos marinhos. Nosso processo de tratamento atende as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e da AWPA (American Wood Preserves Association).

VEJA COMO FUNCIONA O PROCESSO:

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Foto: Divulgação Biotrigo

TRIGO

PRECOCIDADE NO INVERNO BENEFICIA AS CULTURAS DE VERÃO Cultivares de trigo precoces podem ampliar a rentabilidade da propriedade integrando sistemas que envolvem soja e milho.

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azer o trabalho em menor tempo sempre é o desejo de recomendantes e agricultores, independente da cultura implantada. As novas cultivares de trigo precoces e superprecoces serão em breve ferramentas para este público. TBIO Audaz e TBIO Sonic, por exemplo, entram como opção de terceira cultura no sistema que envolve soja e milho, no Norte e Oeste do Paraná, além de minimizar qualquer atraso na semeadura

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das culturas de verão. Já no estado de São Paulo, a opção é semear soja, feijão e trigo. Fernando Michel Wagner, gerente da Biotrigo Genética para os estados de PR, SP, Cerrado, Paraguai e Bolívia, cita que ao semear um trigo com essas características de ciclo, é possível antecipar a soja entre 10 e 18 dias dependendo da localidade, quando comparado a materiais de ciclo mais longo. “A inclusão do trigo se torna rentável em um período em que, atualmente,

muitos agricultores se arriscam com a semeadura tardia do milho de segunda safra ou mesmo apenas cultivam culturas de cobertura de solo, sem falar em áreas de pousio”, complementa Wagner. Os dois materiais são os primeiros filhos de TBIO Toruk, cultivar de trigo mais semeada no Brasil, com significativas melhorias na resistência a doenças sem perder o reconhecido potencial de produtividade, porém, em menor tempo dado os ciclos mais precoces. TBIO Sonic tem


Foto: Divulgação Biotrigo

como principais características a superprecocidade, alto vigor e produtividade, dado o alto peso de seus grãos e o nível de resistência às diversas doenças, como o complexo de manchas foliares, Bacteriose, Ferrugem da Folha, Vírus do Mosaico do trigo e Brusone. Nas regiões mais quentes, onde o trigo compete com outras culturas no inverno, a cultivar finaliza seu ciclo em um período de 15 a 18 dias antes que TBIO Toruk, sendo uma excelente ferramenta para o planejamento da semeadura da cultura posterior. Com porte baixo e excelente comportamento à germinação em pré-colheita e à desgrana natural, também se destaca pela reação ao acamamento e ao alumínio tóxico, tendo excelente desenvolvimento em todos os níveis de investimento. Já TBIO Audaz tem ciclo precoce, cerca de 10 dias a menos que TBIO Toruk. Apresenta um dos maiores avanços genéticos já alcançados pelo programa de melhoramento da Biotrigo, entregando alto nível de resistência às principais doenças do trigo, como o complexo

Cultivares de trigo precoces podem ampliar a rentabilidade da propriedade integrando sistemas que envolvem soja e milho.

de manchas foliares, Bacteriose, Ferrugem da Folha, Vírus do Mosaico do trigo, com grande destaque às doenças de espiga como Brusone e especialmente Giberela. “TBIO Audaz, apesar de precoce, conseguiu alcançar o teto produtivo que fez seu pai ser reconhecido

em todas as zonas tritícolas do Brasil. A cultivar representa um imenso ganho por trazer equilíbrio entre produtividade e qualidade industrial com uma condução a campo facilitada e extremamente responsiva a maiores investimentos”, explica Fernando.

LANÇAMENTO

MELHORADOR

MELHORADOR

SUPERPRECOCE

PRECOCE

A BIOTRIGO GENÉTICA, NÚMERO UM EM TRIGO NA AMÉRICA LATINA, APRESENTA O TBIO SONIC E TBIO AUDAZ, DUAS GRANDES NOVIDADES QUE FARÃO UMA REVOLUÇÃO NA TRITICULTURA BRASILEIRA.

OS MELHORES TRIGOS DO CONTINENTE TÊM A NOSSA GENÉTICA

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NUTRIÇÃO DE PLANTAS

TRATAMENTO DE SEMENTES PARA O MANEJO NUTRICIONAL E MELHORA DO DESEMPENHO DA CULTURA DE TRIGO MARCOS ALTOMANI Pesquisador Especialista Região Sul (Agrichem do Brasil S.A.)

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8 % Lignina

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tratamento de sementes (TS) é uma técnica eficiente para o fornecimento de diferentes insumos nas grandes culturas. Na cultura de trigo, o TS tem como objetivos principais a proteção, nutrição e melhora do desempenho das plantas. Como vantagens atribuídas ao TS, destaca-se a uniformidade de distribuição do produto na área, praticidade, baixo custo operacional e possibilidade de fornecimento desde a fase inicial de crescimento das plantas. Este texto aborda o uso do TS como ferramenta para a nutrição e melhora do desempenho da cultura de trigo, com foco em três nutrientes: cobre, zinco e molibdênio. COBRE: participa diretamente em reações que necessitam da transferência de elétrons (Cu2+↔ Cu+) e na constituição de mais de 100 proteínas nas plantas (Epstein & Bloom, 2004; Yruela, 2009). Possui papel importante na fotossíntese, respiração, metabolismo do carbono e nitrogênio e na proteção contra estresses oxidativos (Broadley, 2012). A maior parte do cobre nas plantas está associada à plastocianina (proteína responsável pela doação de elétrons no fotossistema I) e a superóxido dismutase (enzima com função antioxidante). Além disso, vale destacar a importante função deste elemento na biossíntese de lignina (Broadley et al., 2012), o que em muitos casos pode significar maior resistência das plantas a pragas e doenças. A Figura 1 apresenta o efeito direto do cobre na formação de lignina na parede celular de plantas de trigo.

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1

7,1 Concentração de cobre (mg kg-1)

Figura 1. Efeito do teor de cobre na porcentagem de lignina na parede celular de plantas de trigo (adaptado de Broadley et al., 2012).

Figura 2. Área de ensaio (lado a lado), comparando o tratamento de sementes com BoosterMo (200 ml.ha-1) e Broadacre CMZ (200 ml.ha-1) com o controle (sem tratamento), em Dois Vizinhos-PR.


ZINCO: diferentemente do cobre, o zinco não participa de reações de oxirredução, permanecendo como Zn2+. Contudo, possui grande importância por sua ação catalítica em diversas reações enzimáticas e como constituinte de mais de 80 proteínas (Epstein & Bloom, 2004). Na maioria dos casos, as ações do zinco no metabolismo das plantas estão vinculadas à sua ligação com enxofre (cisteínas) e nitrogênio. Um sintoma marcante e facilmente visível em plantas deficientes em Zn é uma menor elongação do colmo, o que é atribuído a um distúrbio no metabolismo de auxinas (ácido indolacético, IAA). Frequentemente, o teor de Zn nos grãos de trigo está abaixo do nível ideal, o que representa um grande problema para a alimentação humana atualmente. MOLIBDÊNIO: possui menos funções nas plantas se comparado aos dois elementos anteriores. Contudo, as principais estão diretamente relacio-

nadas ao metabolismo do nitrogênio, nutriente mais extraído pela cultura. O Mo participa tanto em processos de aquisição como de utilização do N pelas plantas. É constituinte da enzima nitrato redutase. A Agrichem oferece como principais soluções para o TS de trigo os produtos Broadacre CMZ, Maxi Zinc e BoosterMo. Estes produtos são ótimas alternativas para o fornecimento de cobre, zinco e/ou molibdênio para as plantas, proporcionando absorção satisfatória dos mesmos, sem prejudicar a germinação e o vigor das sementes. O BoosterMo, além de molibdênio, possui extrato da alga marinha Ecklonia maxima, o qual promove muitos processos fisiológicos positivos para o desenvolvimento das plantas, destacando-se efeito auxínico, que resulta em maior crescimento do sistema radicular. A utilização destes produtos em áreas comparativas de ensaios (lado a lado) em diferentes regiões do Para-

ná, nas últimas 4 safras, resultou em aumento médio de produtividade de 4,7% em relação ao controle (sem tratamento). A Figura 2 exibe uma das áreas destinadas para teste, onde foi possível observar um melhor aspecto visual da área com TS. REFERÊNCIAS BROADLEY, M; BROWN, P.; CAKMAK, I.; RENGEL, Z.; ZHAO, F.Function of nutrients: micronutrients. In: Maschner, P. (Ed.).Marschner´s mineral nutrition of higher plants. (3rded.). Londres: Elsevier. 2012, p.191-248. EPSTEIN, E.; BLOOM, A.J. Mineral nutrition of plants: principles and perspectives. (2nded.) Sunderland: Sinauer Associates, 2004. 400 p. YRUELA, I. Copper in plants: acquisition, transport and interactions. Functional Plant Biology, Clayton, v. 36, p. 409-430, 2009.

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LEGISLAÇÃO

PGFN REGULAMENTA A INDICAÇÃO DE BENS IMÓVEIS PARA QUITAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS INSCRITOS EM DÍVIDA ATIVA

FRANCISCO FERNANDO BITTENCOURT DE CAMARGO Aliança Legal dos escritórios Decker Advogados Associados e Trajano Neto e Paciornik Advogados

M

enos conhecida que o pagamento e a compensação, a figura da dação em pagamento é também um forma de extinção dos débitos de natureza tributária, conforme prevê o artigo 156, inciso XI, do Código Tributário Nacional - CTN. A dação em pagamento diz respeito à possibilidade de o contribuinte quitar total ou parcialmente seus débitos tributários mediante a entrega de um ou mais bens imóveis de sua propriedade para o ente federativo tributante. O fato é que, em que pese a dação em pagamento esteja prevista no CTN desde o ano de 2001, essa forma de extinção dos débitos tributários ficou durante vários anos sem surtir efeitos práticos, uma vez que dependia da elaboração de lei específica no âmbito de cada esfera de governo. A Lei Ordinária nº 13.259/2016 tratou do assunto na esfera federal e, atendendo ao disposto no CTN,finalmente estabeleceu a possibilidade de dação em pagamento de bens imóveis para quitação de débitos de tributos federais inscritos em dívida ativa, ajuizados ou não. Já o procedimento relativo à dação em pagamento foi recentemente regulamentado pela Portaria PGFN nº 32/2018, editada há poucos dias. Segundo esse ato infralegal, a dação em pagamento depende da iniciativa do contribuinte, o qual, se tiver interesse, deverá formular requerimento administrativo próprio na PGFN, acostando a documentação pertinente.

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Os bens ofertados devem ser de propriedade do devedor e estar livres e desembaraçados de quaisquer ônus. Destaque-se que o pedido deve conter a avaliação prévia dos bens ofertados. No caso de bem imóvel urbano, referida avaliação ficará a cargo de instituição financeira oficial. Já na hipótese de bem imóvel rural é o Incra quem deverá proceder a avaliação. Os custos da avaliação devem ser arcados integralmente pelo contribuinte ofertante dos bens. Além disso, o requerimento administrativo deve ser instruído com prévia manifestação de interesse de algum órgão ou entidade pública federal no(s) bem(ns) ofertado(s). Isso quer dizer, em outras palavras, que o pedido do contribuinte deverá ser acompanhado de documento nesse sentido, assinado pelo dirigente máximo de órgão público integrante da Administração Federal direta, de quaisquer dos poderes da União. E para viabilizar essa situação, a PGFN disponibilizará em seu endereço eletrônico na Internet uma área para registro da intenção da oferta de bens imóveis em dação em pagamento pelos contribuintes, área esta que ficará disponível para consulta e análise pelos órgãos federais possivelmente interessados. Seja como for, a aceitação do(s) bem(ns) ficará sempre a critério da União, que, nesse caso, age discricionariamente. Entretanto, é de se ressaltar que o simples interesse prévio da esfera de governo, ainda que manifestado por autoridade,

como indicado no parágrafo anterior, não é suficiente para deferimento do pedido de dação em pagamento. É que durante o procedimento administrativo faz-se necessária a intimação da Secretaria do Patrimônio da União para que ela se pronuncie acerca da possibilidade ou não de incorporação do bem imóvel ao patrimônio público, cabendo a decisão final (que também é discricionária) à Coordenação-Geral de Estratégias de Recuperação de Crédito da PGFN. Como regra, acrescente-se que a dação em pagamento deve abranger a totalidade do débito tributário que se pretende liquidar. No entanto, caso o valor do bem ofertado seja inferior ao total do débito, é possível realizar a complementação em dinheiro da diferença entre os valores da dívida e o valor do bem ofertado. E na hipótese de o bem ofertado ser avaliado em montante superior à dívida que se deseja extinguir, o imóvel somente será aceito pela União caso o contribuinte ofertante renuncie a qualquer ressarcimento da diferença de valores, tudo por intermédio de escritura pública. A propósito de remate, é oportuno lembrar que no caso de o débito tributário que se pretenda extinguir estar sendo discutido em processo judicial, a dação em pagamento somente produzirá efeitos após a desistência da demanda pelo contribuinte, com a renúncia do direito sobre o qual se funda a respectiva ação e sem prejuízo do pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.


INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA- FLORESTA

PRODUTORES RURAIS DA ESLOVÁQUIA VISITAM GUARAPUAVA E REGIÃO

G

uarapuava e região estiveram no roteiro de produtores rurais da Eslováquia. A visita no município aconteceu no dia 24 de janeiro. Pela manhã, os 18 produtores, a maioria de grãos e leite, visitou a Cooperativa Agrária, no distrito de Entre Rios. Já no período da tarde, os eslovacos foram até a Fazenda Capão Redondo (Candói), propriedade de Rodolpho Botelho, onde observaram e discutiram assuntos como pastagem, armazenagem de grãos, preços e o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, já que a propriedade é referência neste sistema de produção.

Botelho recepcionou os visitantes dando um panorama rápido do agronegócio brasileiro, do Paraná e da região. Em seguida, apresentou alguns dados de produção da propriedade, relatando que as atividades produtivas se dividem em grãos e pecuária de corte, com foco na produção de carne nobre de qualidade. A maioria dos visitantes pertencia a cidades próximas à capital do país, Bratislava. Alexander Pastorey, um dos turistas, relatou que mora na região sudoeste da Eslováquia, próxima ao Rio Danúbio. Lá ele produz leite, milho, trigo, cevada, girassol, soja e canola, em uma área de 10.700 hecta-

res. Pastorey, em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, contou que foi a primeira vez que visitou o Brasil, assim como seus colegas. Para ele, o que mais chamou atenção foi a quantidade de chuva no Brasil, que é muita. O produtor conta que a média de chuva em seu país é de 600 mm por ano, ou seja, muito pouco. Pastorey ainda comentou que não conhecia o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. “É realmente algo novo. Temos a produção de carne ou de leite em estábulo (confinamento). Não temos este tipo de produção, com o gado livre”.

Feliz Natal! Boas safras! Feliz 2018!

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Seu colega, Roman Kostka, também produtor rural na mesma região, complementou que a produção de gado em pastagem acontece mais ao norte da Eslováquia. “É mais alto (altitude) e tem um clima diferente do que próximo do Rio Danúbio. No norte da Eslováquia, tem montanhas. Talvez parecido com esta região. Mas bem mais alto. Não tem possibilidade de se produzir milho, trigo ou outra coisa. Então só tem pasto. Eles (os bovinocultores) têm que usar este tipo de produção”. Kostka faz parte de uma empresa que reúne 10 fazendas totalizando uma área de 65 mil hectares, onde todos também são produtores de grãos.

ROTEIRO O grupo de produtores rurais eslovacos começou o roteiro no Brasil visitando o Rio de Janeiro, depois Curitiba, Porto de Paranaguá, Castro, Carambeí, Irati, Guarapuava, Campo Mourão e Foz do Iguaçu.

RJ

PR

RIO DE JANEIRO

CAMPO MOURÃO

CASTRO CARAMBEÍ FOZ DO IGUAÇU

Os produtores rurais eslovacos, Alexander Pastorey e Roman Kostka

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Na produção de leite, Pastorey detalha que seu rebanho é de 700 vacas leiteiras. “A média de produção diária é

GUARAPUAVA IRATI

CURITIBA

PARANAGUÁ

de 25 quilos ou litros por animal”. Lá eles possuem as raças leiteiras são Holstein preto, cruzado com raças eslovacas.


IMPLEMENTO AGRÍCOLA

ROLOS DESTORROADORES HIDRÁULICOS:

EFICIÊNCIA, AGILIDADE E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE COM MAIOR GERMINAÇÃO UNIFORME DA SEMENTE

O

rolo destorroador promove germinação uniforme das plantas, melhorando o contato solo/sementes, eliminando as falhas e os torrões deixados pelas plantadeiras, facilitando o trabalho da plataforma na colheita e conservando a umidade do solo, derruba o resto de cultura: soqueiras de milho e coberturas e proporciona um melhor estabelecimento de stand. As peças são produzidas em ferro fundido nodular em tamanho maior, contendo comando de acionamento hidráulico nos pneus, no fechamento/abertura das seções e articulação que acompanham o terreno. A medida para ser transportado é 2,65 m, não precisa desmontar/ montar para o transporte. Módulo de Transporte

MODELOS HIDRÁULICOS: • RH 3800

Cobre área de 3,80m – 3 seções

• RH 4600

Cobre área de 4,60m – 3 seções

• RH 7700

Cobre área de 7,70m – 5 seções

• RH 9200

Cobre área de 9,20m – 5 seções

• RH 10500

Cobre área de 10,50m – 7 seções

• RH 11000

Cobre área de 11m – 5 seções

• RH 14000

Cobre área de 14m – 9 seções

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VISITA TÉCNICA INTERNACIONAL

HOLANDESES CONHECEM AGRICULTURA NA REGIÃO

Entre outros locais, visitantes conheceram propriedade rural em Candói

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E

les produzem leite, flores, frutas e hortaliças numa realidade bem diferente da brasileira. A começar pelo cenário natural de seu país, marcado por planícies e muitas áreas com altitude zero ou até abaixo do nível do mar. No entanto, para estes produtores, visitar outros lugares, com outras condições e alternativas de produção, como o Brasil, é uma atitude importante para ampliar conhecimentos e avaliar seus próprios sistemas produtivos. Vindos em um grupo, em sua maior parte da Holanda, mas também de países como Bélgica e Canadá, eles estiveram no Paraná, no início deste ano, para um giro de visitas técnicas em propriedades voltadas a grãos e

bovinocultura, de corte e de leite. Com um roteiro que incluiu Guarapuava, Candói e Castro, entre outros locais, a atividade foi realizada pela CAEP Brasil (São Paulo-SP), empresa com foco em viagens técnicas no setor da agropecuária. Durante a manhã do dia 6 de fevereiro, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, os visitantes conheceram a Agrária, fundada em 1951 por imigrantes vindos também da Europa, os suábios do Danúbio. A cooperativa produz e industrializa culturas de verão, como soja e milho, além de cereais de inverno, como trigo e cevada cervejeira. Já na parte da tarde, numa etapa organizada em conjunto com o Sindicato Rural de Guarapuava, o grupo seguiu para o vizi-


nho município de Candói, para conhecer, na Fazenda Capão Redondo, a modalidade de produção conhecida como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Pertencente à família do presidente da entidade sindical, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, a fazenda é uma das várias da região que adotou a ILPF. Após recepção com almoço, Botelho, ao lado de seu pai, Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho, e da esposa, Adriana, conduziu o grupo para um giro pela fazenda. A visitação incluiu a área de bovinocultura (voltada à produção de carne, com a raça angus a pasto), onde estão também situados eucaliptos; o setor de armazenagem (silos e secadores); o escritório, onde o presidente do sindicato e agrônomos explicaram as tecnologias de agricultura de precisão atualmente utilizadas; e um galpão de maquinário agrícola. Troca de experiências de mão dupla: o anfitrião detalhou a produção. Os holandeses tiraram dúvidas e comentaram sobre os sistemas produtivos em sua terra natal. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL esteve presente a esta etapa da viagem e conversou naquele momento com participantes. “Este grupo de holandeses, que a CAEP está trazendo, tem o objetivo de conhecer a agricultura brasileira de uma maneira bastante global: as culturas que plantamos aqui na região Sul, as formas como são conduzidas, as produtividades, as instalações nas fazendas e o que há de mais moderno utilizado hoje na agricultura brasileira. Além, claro, de conhecer os desafios que o produtor rural brasileiro encontra atualmente”, disse em entrevista Cláudio Resta, da CAEP Brasil.

Cláudio Resta (CAEP)

O produtor rural Laus Stiekema, da região das pradarias, no Canadá, era um dos mais interessados nos detalhes técnicos. “Acho que todo mundo no grupo quer ver como as coisas são feitas no Brasil. Não é

ILPF: troca de ideias sobre pastagens e custos de insumos

só viagem de férias. É intercâmbio de informações, em ambas as direções, como habitualmente. Estamos tentando aprender uns com os outros”, declarou. Sobre o que havia visto até então, ele destacou as possibilidades locais: “O Brasil tem um grande potencial. É um país enorme, com muito espaço livre, muitas árvores. Mas existem alguns desafios. O transporte é um deles”. Porém, acrescentou, na comparação entre as realidades brasileira e canadense, o produtor vê algumas questões semelhantes. “Somos um país grande como o Brasil. Então temos o mesmo problema com transporte. É um pouco melhor do que no Brasil, porque temos transporte por trem até a costa, mas é um desafio também”, comparou. Produtor de batata, sementes

Laus Stiekema (Canadá)

de canola e de alfafa, beterraba (para açúcar), trigo e milho, ele observou que por outro lado seu país enfrenta no campo uma condição determinada pelo clima, com apenas uma temporada anual de safras REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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“O Brasil tem um grande potencial. É um país enorme, com muito espaço livre, muitas árvores. Mas existem alguns desafios. O transporte é um deles.” Laus Stiekema

agrícolas: “Nós só temos uma estação, então só podemos produzir uma vez por ano”. Água, no entanto, segundo relatou, não é problema: “Temos um bom sistema que traz água até a nossa área”, afirmou, assinalando que utiliza irrigação com água de derretimento de gelo e de lagos. Após a visita, o presidente do Sindicato Rural fez um balanço do encontro. “Acho que este grupo de holandeses que veio nos visitar é eclético no seu trabalho, porque tinha agricultores, produtores de leite, pessoal que trabalha com flores, hortifruti, mas ao mesmo tempo muito técnico”, disse Botelho. “Houve perguntas muito interessantes, principalmente na comparação entre sistemas produtivos de regiões temperadas e o nosso sistema, de regiões tropicais, que têm

Maquinário: sempre um ponto de interesse

Grupo visitou também secagem e armazenagem

Botelho (Pres. do Sindicato Rural de Guarapuava)

diferenças muito marcantes”, sublinhou. A realidade brasileira, a seu ver, é para muitos uma descoberta: “O que chama a atenção é a própria surpresa dos agricultores europeus em relação ao sistema produtivo e à agricultura no Brasil. Acho que eles chegam com uma perspectiva, de agricultura de subsistência, de baixa tecnologia, e acabam encontrando também agricultura de alto nível, sistemas produtivos diferenciados dos deles, mas com capacitação, com treinamento, com tecnologia interessante”.

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O encontro e a troca de idéias entre pessoas de situações tão diversas, complementou o presidente do Sindicato Rural, é a seu ver o mais importante nas visitas técnicas de caráter nacional ou internacional: “Esta troca de informação entre visitantes e visitados

sempre é positiva no sentido de visões diferentes. Nem tudo pode ser adaptado, para uma ou para outra realidade, mas acho que abre a mente. Conhecimento nunca é demais. Estas visitas, acho que sempre trazem benefícios para todos”, concluiu.


COMEMORAÇÃO

TRATORSOLO: 20 ANOS DE CRESCIMENTO E EVOLUÇÃO

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Tratorsolo, concessionária Stara com sede em Guarapuava, festejou, nos dias 21 e 22 de fevereiro, seu aniversário de 20 anos de fundação. Em duas décadas, a empresa se tornou uma rede, com lojas em vários municípios, e agora se prepara para prosseguir se expandindo em outras regiões do Paraná. Uma programação especial para os clientes marcou este clima de festa e diante de colaboradores e clientes, o Diretor Comercial da Stara, Márcio Fulber, e o representante de vendas da empresa, Márcio Jung, homenagearam o proprietário da Tratorsolo, Ataíde Lycenko, com uma placa comemorativa. Em seguida, houve palestra do professor Telmo Amado (UFSM-RS) enfocando a Agricultura de Precisão no âmbito do Projeto Aquarius. Jantar preparado por produtores rurais de Entre Rios e amigos encerrou as atividades da noite.

peças multimarca. No final de 2008, fomos procurados pela Stara para uma parceria. Eles queriam exclusividade. Começamos os trabalhos em janeiro de 2009. Então, a parceria com a Stara, também neste ano, está fazendo 10 anos”. Com isso, a empresa começou a ganhar mais espaço no setor, o que levou a abrir lojas em Irati, Prudentópolis, Pitanga e Ivaiporã. “Agora, no ano de 2018, estamos trabalhando uma nova região. Num futuro próximo, abriremos em São Mateus do Sul”, antecipou. Lycenko observou que esta expansão só foi possível graças a sua equipe. Hoje, o trabalho apresenta entre seus pontos altos a tecnologia do maquinário comercializado e a importância dada ao pós-venda. Outro destaque, prosseguiu, é o centro de tecnologia existente dentro da empresa para assistência técnica de equipamentos eletrônicos, em especial os de Agricultura de Precisão. O setor visa contribuir para uma resposta rápida. O proprietário da Tratorsolo também fez questão de ressaltar sua gratidão aos produtores rurais.

Márcio Fulber, Diretor Comercial da Stara; Ataíde Lycenko, proprietário da Tratorsolo e Márcio Jung, Representante de Vendas da Stara.

O professor Telmo Amado enalteceu o crescimento da Tratorsolo: “Hoje, a gente tem que ter um suporte muito mais próximo do produtor, porque estas máquinas são muito sofisticadas. E a Tratorsolo é uma empresa que está preparada para dar todo este suporte”.

Professor Telmo Amado (UFSM)

Ataíde Lycenko, lembrou a trajetória da empresa. Em sua avaliação, a competência dos profissionais contratados ao longo do tempo e a qualidade dos equipamentos da Stara são o segredo do sucesso: “A Tratorsolo iniciou suas atividades em fevereiro de 1998, como uma loja de

Centro de Tecnologia: assistência técnica para dispositivos de AP

Confraternização reunindo clientes e colaboradores

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ACONTECEU

CURSO ABORDA PREPARO DE DOCES DE PADARIA

EMPREENDEDOR NA CAMPO REAL

O Sindicato Rural de Guarapuava sediou, dias 24 e 25 de janeiro, curso sobre doces de padaria, que destacou, entre outros pontos, o preparo de tortas. Organizada pela COAMO, a atividade reuniu cooperadas e também produtoras rurais associadas e parceiras do Sindicato Rural. Juntando as técnicas do curso com sua simpatia e descontração, as participantes aprenderam a dar um toque ainda mais especial ao sabor de receitas que são sucesso garantido no café da manhã ou da tarde.

A mobilizadora dos cursos do Senar, a colaboradora do Sindicato Rural, Mery Ribas e o instrutor do Senar, Josias Schulze estiveram presentes no dia 7 de fevereiro, na Faculdade Campo Real, durante a aula inaugural do curso de Medicina Veterinária. O objetivo foi divulgar o papel e serviços do Sindicato Rural e reforçar a parceria entre a instituição de ensino e a entidade, por

meio dos cursos do Senar, com foco na divulgação do Programa Empreendedor Rural, onde os acadêmicos terão a oportunidade de participar da turma deste ano do programa.

PREFEITO CESAR FILHO ENTREGA MÁQUINAS PARA MANUTENÇÃO DE ESTRADAS RURAIS O prefeito Cesar Silvestri Filho entregou duas motoniveladoras e dois rolos compressores à Secretaria de Obras. As máquinas serão utilizadas na conservação e manutenção das estradas rurais de Guarapuava. “É uma aquisição importante para o município, pois ampliamos a frota para garantir a qualidade das estradas do interior para o transporte escolar, o escoamento dos produtos da agricultura familiar, dos grãos e da madeira, como também para melhorarmos o dia a dia de quem mora no campo”, enfatizou o prefeito, agradecendo o apoio da deputada estadual Cristina Silvestri na aquisição das máquinas. Cada motoniveladora custou R$ 538 mil e os dois rolos compressores somaram R$ 478 mil. Segundo o secretário de Obras,

João Edson de Lima, outros equipamentos serão entregues em breve. “Já temos licitadas uma escavadeira hidráulica, no valor de R$ 370 mil, e duas retroescavadeiras, cada uma de R$ 189 mil. O município está investindo na manutenção das estradas rurais e esses novos equipamentos contribuem com um trabalho mais efetivo”, afirmou o secretário. A entrega das máquinas aconteceu na Praça Cleve, na tarde do dia 06 de fevereiro, com a participação do vice-prefeito e secretário de Agricultura e Turismo, Itacir Vezzaro; secretários municipais, vereado-

res Samuca, Vardinho, Marcelinho e Pedro Moraes, representando o Legislativo; assessora parlamentar Viviane Ribas, representando a deputada Cristina Silvestri; e representantes de entidades.

Texto e fotos: Assessoria de Imprensa Prefeitura Municipal de Guarapuava

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COOPERATIVA AGRÍCOLA

COAMO TEM RECEITA GLOBAL DE R$ 11,07 BI E DISTRIBUI R$ 318 MI EM SOBRAS AOS SEUS MAIS DE 28 MIL ASSOCIADOS

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Coamo Agroindustrial Cooperativa – maior cooperativa agrícola do Brasil,- realizou no dia 16 de fevereiro, em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), a 48ª Assembleia Geral Ordinária (AGO), com participação de centenas de associados de todas as regiões atendidas pela cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Na AGO foi apresentado e aprovado o balanço do Exercício 2017 que registrou receita global de R$ 11,07 bilhões e também a distribuição das sobras aos associados no montante de R$ 318 milhões a partir de 19 de fevereiro, de acordo com a movimentação de cada um no exercício de 2017 na cooperativa. Participaram

também o presidente do Sistema Ocepar José Roberto Ricken e o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo na Câmara Federal, Osmar Serraglio, além de representantes de diversas instituições financeiras e parceiros da cooperativa. A receita global da Coamo de 2017 sofreu uma redução de 3,32% em relação ao ano anterior. O presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassin explica que o estoque de passagem dos produtos agrícolas tem aumentado significativamente nos últimos anos - em 2017 foi de 43,66 milhões de sacas. “Se estes volumes fossem comercializados no ano, ao preço médio de venda, importaria em R$ 2,24 bilhões. Os bens de fornecimento que foram contratados

em 2017 e não retirados importaram em R$ 805,98 milhões. Considerando a somatória dos valores dos estoques de passagem de produtos agrícolas, ao preço médio de venda e dos valores dos bens de fornecimento contratados e não retirados, elevaria as receitas globais do ano para R$ 14,12 bilhões, o que proporcionaria um crescimento de 23,3% em relação ao ano anterior.” De acordo com Gallassini, os preços dos produtos agrícolas sofreram menos variações ao longo de 2017, decorrentes dos estoques confortáveis após grandes safras ao redor do mundo. “A cotação do dólar também não sofreu variações expressivas, ficaram em média 9% inferior a 2016. O ritmo de comercialização foi REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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lento, dada a retração dos produtores quando os preços recuaram para níveis mais baixos.” Gallassini informa que essa postura do cooperado causou grande pressão sobre a logística, ocasionou falta de espaço para armazenar a safra, mas um impacto positivo na recuperação dos preços. “A soja que chegou a R$ 55,00 durante a colheita foi a R$ 65,00 na entressafra e o milho que ficou em R$ 16,00 durante a colheita, foi para R$ 23,00. Ficaram distantes dos níveis praticados em 2016, porém acima do valor obtido no período da colheita. O trigo também recuou na colheita para R$ 32,00 recuperando-se gradualmente para R$ 35,00 após constatadas as quebras de produtividade, caminhando para níveis mais próximos da paridade de importação.”

RECEBIMENTO

A Coamo recebeu em 2017 um total de 7,66 milhões de toneladas de produtos, na maior safra já recebida pela Coamo, representando 3,2% da produção brasileira de grãos. “Para o recebimento desta produção contamos com uma capacidade estática de armazenagem de 5,42 milhões de toneladas a granel e 983,26 mil toneladas de ensacados, tota-

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lizando 6,40 milhões, representando um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior.”

INDUSTRIALIZAÇÃO

Durante o ano de 2017 foram industrializados um total de 1,34 milhão de toneladas de soja; 202,87 mil toneladas de trigo; 3,37 mil toneladas de café beneficiado e 6,09 mil toneladas de algodão em pluma. O Parque Industrial é composto por indústrias para o processamento de soja, refinadora de óleo vegetal, fábrica de margarina e gordura vegetal hidrogenada, torrefadora e moagem de café, fiação de algodão e moinho de trigo.

EXPORTAÇÕES

A Coamo exportou 3,84 milhões de toneladas de produtos com um faturamento de US$ 1,29 bilhão e continua entre as maiores empresas exportadoras brasileiras. Além destes volumes, foram comercializadas 796,69 mil toneladas de produtos destinados à exportação, no montante de US$ 272,64 milhões.

FATOS

Como principais fatos relevantes neste ano, o presidente destaca a entrada em

funcionamento de dois novos entrepostos no Mato Grosso do Sul - Itaporã e Sidrolândia- e do Posto de Recebimento de Produtos Agrícolas no Distrito de Ivailândia, município de Engenheiro Beltrão (PR), além do início efetivo das obras das indústrias de processamento de soja e refinaria de óleo de soja em Dourados (MS).

IMPOSTOS E TAXAS

No ano passado, a Coamo gerou e recolheu o montante de R$ 463,63 milhões em impostos, taxas e contribuições sociais, valor este superior em 8,1% em relação ao ano anterior.

PARTICIPAÇÃO

Gallassini destaca que o 2017 foi marcante para a Coamo. “Destacamos a reestruturação organizacional, o recorde de recebimento da produção dos associados e a construção de novas Unidades e escritórios administrativos, o que contribuiu para o nosso sucesso neste ano. Os bons resultados alcançados devemos à confiança e apoio do nosso quadro social nas suas operações com a cooperativa e ao trabalho dedicado de nossos funcionários”, comemora o presidente da Coamo.


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MANCHETE

EM 2017, MAIS ATIVIDADES EM PROL DO PRODUTOR RURAL

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m Guarapuava, em 2017, o Sindicato Rural mais uma vez se destacou por realizar, apoiar ou sediar algumas das principais iniciativas do segmento agropecuário promovidas na região. O ano trouxe ainda um momento especial para a entidade sindical: a comemoração de seus 50 anos (o sindicato surgiu em 18 de outubro de 1967). Mais do que uma data a festejar, o presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, em entrevista, analisou o período: “Este foi mais um ano de bastante trabalho e principalmente de bastante formação disponibilizada ao produtor rural. Foram muitas atividades: cursos, simpósios, congressos, que o sindicato promoveu ou dos quais

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participou”, recordou. Ao lado dos eventos, quase todos técnicos, o presidente do sindicato ressaltou que outro canal para a difusão do conhecimento foi novamente a já tradicional sinergia entre a entidade e o SENAR-PR: “Esta parceria é de fundamental importância e do interesse do produtor, porque é uma maneira de capacitar mais o homem do campo, os seus colaboradores. É uma parceria que já acontece há vários anos e cada vez tem levado mais informação e capacitação para o interior”. O objetivo de todas estas iniciativas, explicou, é sensibilizar para o novo: “É justamente para isso, para despertar o interesse por novas práticas, novas tecnologias, novos sistemas produtivos, pensando em,

além de produtividade, o homem do campo ter rentabilidade, melhorar sua gestão”. Botelho acrescentou que, a seu ver, também a representatividade é um papel importante do sindicato e das entidades do setor rural em geral: “O que temos que ter em mente é que cada classe só é respeitada quando tem representatividade. Estamos passando, nestes últimos anos, por alguns períodos de turbulência, quer seja econômica ou política. Neste ano, de 2018, temos grandes desafios. Vamos ter uma eleição, temos a discussão da própria questão do Funrural, a Reforma Trabalhista”. Confira a seguir um resumo das atividades do Sindicato Rural de Guarapuava em 2017.


2017 – SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA (Principais atividades que a entidade realizou, apoiou e/ou sediou) Caravana de produtores ao Show Rural Coopavel 2017 – Cascavel (PR)

Apoio e participação no Dia de Campo da Coamig

Participação em reunião do SENAR-PR sobre novas diretrizes para cursos da entidade

Palestra do vice-presidente Anton Gora para calouros de Agronomia da Faculdade Campo Real

Apoio e participação no 2ª Rally de Uso e Conservação de Solo da Cooperativa Agrária

Apoio e participação no Dia de Campo de Verão da Cooperativa Agrária

Apoio à 6ª Expocrioulo de Verão, no Parque Lacerda Werneck, em Guarapuava

Apoio e participação no 1º Real Campo, promovido pela Faculdade Campo Real

Lançamento da iniciativa Plantão Forrageiro, com orientação de professores da UNICENTRO para associados e produtores em geral

Assembléia Geral Ordinária

Visita de estudantes de Veterinária, da Alemanha, à propriedade leiteira do vice-presidente Anton Gora

Reuniões da comissão técnica de bovinocultura de leite

Reuniões de Diretoria

Participação do presidente, Rodolpho Botelho, no Dia de Campo do Plano Pecuária Moderna em Santo Antônio da Platina (PR)

Dia de Campo do Plano Pecuária Moderna sobre forrageiras, em Guarapuava

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Workshops sobre cortes de carne e churrasco em parceria com o Clube da Carne, de Curitiba

Reunião da Comissão Técnica da Erva-Mate sobre certificação, no sindicato

Prosseguimento e finalização do Curso Inspetor de Campo em Manejo Integrado de Pragas (MIP), iniciado com o SENAR-PR em 2016

Apoio à Feira de Bezerros de Candói (PR)

Palestra Manejo Nutricional para Bovinos de Leite, em conjunto com a DSM Tortuga

Apoio à 43ª Feira de Bezerros de Guarapuava, no Parque Lacerda Werneck

Campanha Sócio Participativo, durante o ano, com brindes para sócios que mais participam dos eventos da entidade

Reunião do Projeto Campo Futuro sobre custos da bovinocultura de corte – iniciativa da CNA, FAEP e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da ESALQ (SP)

Curso Herdeiros do Campo, em parceria com o SENAR-PR

Caravana de produtores ao Congresso de Erva-Mate em Bituruna (PR)

Apoio ao Arraiá do Hospital São Vicente de Paulo, de Guarapuava

Visita da equipe da Revista do Produtor Rural à gráfica Midiograf, em Londrina (PR), onde a publicação é impressa

Reunião do Plano Pecuária Moderna com pecuaristas, na sede do Sindicato Rural

Dia de Campo Produção Integrada, do Plano Pecuária Moderna – Em parceria com diversas empresas e instituições

Apoio ao curso de culinária Chef Kids, na Faculdade Guairacá

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Apoio à Corrida da Vida

Dia do Agricultor Realizado na sede e nas extensões de base de Candói e Cantagalo Guarapuava

Palestra Perspectivas para o Agronegócio, com Miguel Daoud – integrando comemoração dos 50 anos do Sindicato Rural

Apoio e participação na 42ª Expogua

Reunião do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul sobre Funrural

Reunião de apresentação de resultados do Curso Inspetor de Campo em Manejo Integrado de Pragas, em conjunto com o SENAR-PR

Candói

Cantagalo

Caravana de produtores de Candói e Cantagalo à 42ª Expogua

Reunião com entidade Gerar sobre Aprendiz Legal no campo

Sindicato Rural sediou curso Gerente de Pasto

Entrega de encomendas de mudas de noz pecã – Parceria entre Sindicato Rural de Guarapuava e Viveiros Pitol, de Anta Gorda (RS)

Participação de produtores na caravana da Cooperativa Agrária ao Agroleite 2017 em Castro (PR)

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Palestra do presidente, Rodolpho Botelho, no 1º Congresso Brasileiro de Sistemas Integrados de Produção, em Cascavel (PR)

Evento Caminhos da Soja, da Aprosoja

Realização do 2º Simpósio Regional da Bovinocultura de Leite, com diversos apoios

Café da Manhã do Dia do Veterinário, com Núcleo Centro-Oeste da SPMV

Apoio à 5ª Tropeada Tiro Longo – Grupo Tropeiros dos Campos de Guarapuava

Reunião sobre o Valor da Terra Nua

Evento do Dia das Crianças na Escola Municipal Rural Lídia Curi, em parceria com Justiça do Trabalho e Ministério Público do Trabalho

Reunião com SENAR-PR e Secretaria Municipal de Agricultura de Guarapuava para debater cursos para a área rural

Palestra do presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Botelho, na abertura do evento Tour DSM de Confinamento, em Campo Mourão

Atendimento aos produtores

Café da Manhã do Dia do Agrônomo, com Aeagro

Apoio e participação no WinterShow 2017, da Cooperativa Agrária

Apoio à caravana do SENAR-PR, de alunos e professores da região para o encerramento do Agrinho, em Curitiba

Entrega de encomendas de alevinos – Parceria entre Sindicato Rural de Guarapuava e Piscicultura Progresso, de Francisco Beltrão (PR)

Apoio à 3ª edição revista e atualizada de livro de Nivaldo Krüger sobre a história de Guarapuava

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Participação do presidente do sindicato, Rodolpho Botelho, no 3º Dia de Campo de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária da UFPR, na Fazenda Experimental Canguiri

Apoio à caravana de participantes do Empreendedor Rural, da região, ao Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais, promovido pelo SENAR-PR e SEBRAE-PR

Realização, com o Sindusmadeira, do 3º Conselho Temático da Madeira, com o tema Inovação e Tecnologia Florestal: do Produtor Rural à Indústria

Apoio ao 10º Festival Gastronômico Cordeiro Guarapuava, da Cooperaliança

Jantar de comemoração dos 50 anos do Sindicato Rural de Guarapuava

Apoio a palestra sobre depressão e suicídio, promovida pela Maçonaria de Guarapuava

Participação de diretores ou membros de comissões do sindicato em reuniões de comissões técnicas da FAEP em Curitiba

Mobilização para cursos do SENAR-PR em Guarapuava, Candói e Cantagalo

Curso Empreendedor Rural, em conjunto com o SENAR-PR

Participação de diretores do sindicato no 7º Simpósio Leite Integral, em Curitiba

Reunião da Comissão Técnica de Ovinocultura sobre nutrição

Sindicato sediou lançamento regional do programa estadual ProSolo, do Governo do Estado do Paraná

Reunião da Comissão de Erva-Mate sobre poda de ervais

Apoio à 3ª Corrida e Caminhada Divas do Asfalto de Combate ao Câncer de Mama (Outubro Rosa)

Apoio à palestra “E agora, não sei o que fazer”, com o doutor em Ciência da Educação, Rossandro Klinjey

Anualmente, o Sindicato Rural realiza também: Convenção Coletiva, folhas de pagamento para produtores rurais, CCIR e ITR, entre outros serviços REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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FAEP: INICIATIVAS REAFIRMAM PRIORIDADE AO PRODUTOR RURAL

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m janeiro deste ano, em uma edição especial de seu Boletim Informativo, o Sistema FAEP apresentou suas principais iniciativas entre 2015 e 2017 – período da mais recente gestão do presidente Ágide Meneguette (Assembleia Regimental, com sua reeleição, teve lugar dia 29 de janeiro, na sede FAEP, em Curitiba). A seguir, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL publica um resumo daquele relatório. As diversas ações ocorreram em aspectos importantes para a agropecuária: o Sistema FAEP capacitou produtores e colaboradores de propriedades, somou forças na construção do Plano Pecuária Moderna (parceria entre governo do Estado e diversas instituições para o fortalecimento da bovinocultura de corte no Paraná), apresentou reivindicações, como a do adiamento do prazo final do CAR, participou de debates sobre temas como o Funrural, entre outros.

MANIFESTAÇÃO Participação em manifestação pedindo o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, em 2016 – FAEP levou 1,5 milhão de produtores e lideranças a Brasília.

GENEBRA O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, liderou a delegação brasileira de entidades patronais na 106ª Assembleia Geral da Conferência Internacional do Trabalho (CIT) e discursou durante o evento, que aconteceu em Genebra, na Suíça, de 5 a 16 de junho de 2017.

TERCEIRIZAÇÃO A FAEP saiu em defesa da Lei da Terceirização por entender o benefício que ela traz para a vida do produtor rural e para a economia do país.

cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A entidade entregou um documento com propostas indispensáveis para as políticas públicas para dez áreas temáticas do agronegócio. Outro ponto de destaque nesse aspecto foi quando a Federação atuou com diversas entidades, no Ministério da Agricultura, com o Plano Agro + para seguir com a missão de impulsionar o agronegócio brasileiro.

PROSOLO Em 2017, o Sistema FAEP/SENAR-PR participou de uma série de reuniões pelo Estado para divulgação do Prosolo. Os eventos reuniram mais de 3 mil pessoas em sete cidades. Ainda, o SENAR-PR capacitou centenas de técnicos em diversas regiões do Estado.

MAPA A FAEP acompanhou e cobrou ações estratégicas do Ministério da Agri-

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Pecuária Moderna: dias de campo para difundir tecnologia em várias regiões do PR

FEBRE AFTOSA

FUNRURAL O Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) causou polêmica, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2017, de considerar constitucional a cobrança da contribuição dos empregadores rurais para o fundo. O recolhimento da quantia estava suspenso desde 2011 por uma decisão da Justiça Federal. A FAEP participou de forma incisiva das discussões, inclusive da audiência pública conjunta das comissões de Agricultura da Câmara dos Deputados e do Senado, em maio do mesmo ano, em Brasília. Na ocasião, produtores defenderam a revisão da decisão do STF.

renda dos pecuaristas do Estado pela agregação de valor e profissionalização da atividade. Para tanto, têm sido realizados eventos técnicos em todo estado, promovendo a transferência de tecnologias e acesso à informação.

Ainda na pecuária, a FAEP também tem defendido, nos últimos anos, a antecipação do fim da obrigatoriedade da vacinação contra febre aftosa. Em 2017, o assunto voltou com força com o manifesto “Por um Paraná Livre de Febre Aftosa sem Vacinação”. Apoio ao programa Pro Solo: um dos lançamentos regionais ocorreu em Guarapuava

PECUÁRIA MODERNA O Programa foi criado em 2015, em parceria com diversas instituições relevantes à cadeia da carne bovina, além de agentes financeiros e instituições de ensino e pesquisa. O objetivo é transformar a produção bovina paranaense em 10 anos, aumentando a

FAEP também tem defendido antecipação do fim da obrigatoriedade da vacinação contra febre aftosa


MEIO AMBIENTE Junto com o SENAR-PR, a Federação participou de um esforço coletivo de mobilização dos produtores rurais para a realização do CAR, com esclarecimentos sobre as consequências do não cumprimento da legislação. Novamente em 2017, a FAEP solicitou mais uma prorrogação do prazo para preenchimento do CAR e adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). O prazo foi adiado para 31 de maio de 2018.

DECRETO ESTADUAL DO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL A FAEP participou ativamente da construção do Decreto Estadual n° 2.711/15, que implantou o PRA, regulamentando a Lei Estadual nº 18.295/14.

PRORROGAÇÃO DE DÍVIDAS DE PECUARISTAS A pedido da FAEP, o Banco do Brasil prorrogou, por um ano, operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho de 2017.

FERRUGEM ASIÁTICA A FAEP solicitou ao Mapa que coordenasse um processo de medidas, entre elas, o vazio sanitário. A FAEP também promoveu seis seminários no Paraná, com instituições parceiras, sobre a eficiência de fungicidas para controle do causador da ferrugem asiática. Também divulgou amplamente a importância da Portaria nº 193/15, que colocou fim ao plantio da soja safrinha (2ª safra), entre os meses de janeiro e fevereiro.

ISENÇÃO DO USO DA ÁGUA Em 2016, a Alep aprovou a Lei nº 18.878, que isenta os produtores rurais das taxas de controle, acompanhamento e fiscalização do uso de recursos hídricos e minerais. Para conseguir a sensibilização dos parlamentares, a FAEP participou junto com a Ocepar de várias reuniões e audiências públicas demonstrando o prejuízo que a cobrança de fiscalização pelo uso da água traria para a produção agropecuária.

TRIGO Diante de sua importância, a FAEP anualmente atua fortemente para que sejam implantadas novas propostas de políticas agrícolas para apoio ao setor tritícola. O trabalho é conduzido de perto pela Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas.

FAEP defendeu o fim da safrinha de soja no PR, para combater a ferrugem

ANEL DE INTEGRAÇÃO A FAEP contratou consultoria, ouviu especialistas e conversou com representantes das concessionárias buscando uma solução viável para a situação. Foram esses fatores que embasaram a defesa da repactuação dos contratos de concessão do Anel de Integração, visando o início imediato de obras nas principais rodovias do Paraná e a redução do valor pago de pedágio. Técnicos e consultores da FAEP participaram de eventos debatendo os benefícios da repactuação. Como resposta, foi criado pelo Ministério do Transporte um grupo de trabalho para estudar o assunto.

ROTULAGEM DE FRUTAS E HORTALIÇAS

Trigo: constante diálogo para políticas que fortaleçam a cultura

– O Sistema FAEP /SENAR-PR promoveu, com vários parceiros, mais de 50 oficinas para orientar técnicos, produtores, atacadistas e varejistas sobre a Resolução nº 748/14 da Secretaria de Estado da Saúde. No total, os eventos reuniram mais de 4,5 mil pessoas.

PLANTE SEU FUTURO A FAEP participa da campanha Plante Seu Futuro desde seu lançamento pelo Governo do Paraná, em 2013. A Federação divulga projetos e eventos. Também participa ativamente de capacitações e do grupo gestor da iniciativa. São três grupos temáticos trabalhados: Gestão de Solos e Água; Controle de Formigas Cortadeiras e Manejo Integrado nas Culturas, que trabalha em conjunto com as práticas de Manejo Integrado de Doenças (MID), Manejo Integrado de Pragas (MIP), Manejo Integrado de Tecnologias de Aplicação (MITA); e Controle de Perdas em Colheita (CPC).

SENAR-PR Em 2017 foram realizados 5.243 cursos de Formação Profissional Rural (FPR) para 102.371 participantes, totalizando 162.050 horas de aula, o que mostra a crescente busca do trabalhador rural pela profissionalização, sendo o SENAR-PR uma referência na procura por capacitações. Os cursos Aplicação de Agrotóxico e Segurança no Trabalho continuam os mais procurados. Outro destaque do ano foi a elevada carga horária investida em capacitação de jovens e em programas de gestão. Estes cursos têm, em média, 160

SENAR-PR: em 2017, em todo o Paraná, foram mais de 5 mil cursos

horas, enquanto o Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) conta com, em média, 133 horas. No total, o JAA mobilizou 249 turmas com 4.819 participantes, totalizando 31.126 horas. Os cursos de Promoção Social, Conservas de Frutas e Hortaliças têm o maior número de eventos: 243 capacitações com 3.065 participantes. Inclusão Digital tem tido grande investimento na carga horária que aumentou em 20,6%, o que totalizou para 8.184 horas. Foram 2.251 participantes em 2017. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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NOTAS

EMPREENDEDOR RURAL INICIA EM MARÇO O Programa Empreendedor Rural (PER), oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), inicia nova turma no dia 22 de março, no Sindicato Rural de Guarapuava. O PER aborda e trabalha a gestão da propriedade rural e o empreendedorismo das pessoas do meio rural. Estimula o debate e a formação de lideranças. Ensina a calcular custos do processo produtivo e a elaborar projetos para que os produtores rurais passem a administrar suas propriedades com eficiência, como se fossem verdadeiras empresas. Desenvolvido em 136 horas, mesclando conteúdos técnicos de gestão e elaboração de projetos com conteúdos importantes de desenvolvimento humano, sucessão familiar, aspectos jurídicos relacionados à propriedade, entre outros. Inscrições e outras informações pelo telefone (42) 36231115. Os cursos do Senar são gratuitos, direcionados a produtores, trabalhadores rurais e familiares.

AEAGRO PREMIA MELHORES TCC’S 2017 DO CURSO DE AGRONOMIA DA UNICENTRO

A Associação dos Engenheiros Agrônomos (Aeagro) promoveu no dia 3 de fevereiro, no campus Cedeteg, mais uma edição da premiação dos melhores Trabalhos de Conclusão de Curso de Engenharia Agronômica da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Esse foi o 10º ano da realização da premiação. Já foram analisados, em média, 400 trabalhos ao longo dos dez anos. O projeto recebeu o Prêmio de Inovação e Boas Práticas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR). Na ocasião, também foram apresentados os Trabalhos Científicos realizados por acadêmicos do curso de agronomia da Unicentro e da Faculdade Campo Real, patrocinados pela “Bolsa AEAGRO de Iniciação Científica”.

Confira os vencedores da premiação:

Reunião de sensibilização realizada no dia 1º de março

AGRINHO 2018 Os materiais que serão trabalhados nas escolas que aderiram ao Programa Agrinho 2018 estarão sendo entregues às instituições no mês de março. O Agrinho é um programa de responsabilidade social promovido pelo Senar, com recursos do produtor rural juntamente com parceiros. O Programa Agrinho leva às escolas do estado do Paraná, uma proposta pedagógica baseada em visão complexa, na inter e transdisciplinaridade e na pedagogia da pesquisa. O objetivo é levar informações sobre saúde e segurança pessoal e ambiental, principalmente às crianças do meio rural. Os trabalhos elaborados durante o ano com o material do programa poderão participar do Concurso Agrinho, nas categorias: Rede Pública – Redação (ensino fundamental – 2º ao 5º ano); Desenho (educação especial e 1º ano); Núcleo Regional de Educação; Experiência Pedagógica; Município Agrinho; e Escola Agrinho. Já na Rede Particular as categorias são: Redação (2º ao 9º ano); Desenho (educação especial e 1º ano); Experiência Pedagógica; e Escola Agrinho. O tema para todos os trabalhos é: “As coisas que ligam o campo e a cidade e nosso papel para melhorar o mundo”.

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Luana Karolline Ribeiro

Efeito de baixas temperaturas sobre as fases de desenvolvimento de duas espécies de trichogramma

Manfred Jurgovski

Acompanhamento das atividades do extencionista em propriedades produtoras de leite

Isabella Pfann Denardi

Análises de qualidade de sementes de soja e milho em laboratório

Jéssica Vanessa Wosniak Corrêa

Acompanhamento técnico da cultura do morangueiro (Fragaria X Ananassa Duch) na região de Guarapuava

Christian Lopes

Diagnóstico da fertilidade do solo de quatro propriedades agrícolas na região centro- sul do Paraná

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA O Presidente do SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo estatuto e pela legislação sindical vigente, convoca os associados quites com os pagamentos e em condições de votar, para a ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA a ser realizada no dia 27 de março de 2018, na sede social sito à Rua Afonso Botelho, 58- Trianon, nesta cidade, em primeira convocação às 8h, e em segunda convocação às 8h30, com a presença mínima estabelecida pelo artigo 19 do Estatuto Social do Sindicato, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: - Leitura e Aprovação da Ata da Assembléia anterior. - Aprovação das contas da Gestão Financeira de 2017. - Aprovação da Proposta Orçamentária para 2018. - Assuntos Gerais. Guarapuava, 27 de fevereiro de 2018.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Presidente


PISCICULTURA

PRÓXIMAS ENTREGAS DE ALEVINOS ACONTECEM EM MARÇO E ABRIL

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período de inverno se aproxima na região de Guarapuava. Com isso, produtores de peixes se preocupam com a mortalidade dos animais, já que a região, tradicionalmente, possui temperaturas baixas durante esta estação. No entanto, o proprietário da Piscicultura Progresso, Erivelto Leonardo, explica que o frio não é motivo para mortalidade dos alevinos durante o inverno. Por isso, as encomendas podem ser feitas normalmente. “Mesmo próximo ao inverno ainda é possível soltar alevinos, pois os mesmos estão com tamanhos maiores e vão continuar a crescer até as primeiras geadas, ganhando assim um bom tamanho e peso”, destaca Leonardo. Mas ele orienta que durante a estação alguns cuidados devem ser tomados. “Assim que gear, o ideal é que se pare de tratar os peixes. A alimentação deve ser retomada apenas quando esquentar, isso nos meses de agosto e setembro. Por isso é importante manter a água adubada para que o peixe continue a se alimentar apenas com os nutrientes”, orienta. As próximas entregas de alevinos no Sindicato Rural de Guarapuava acontecem nos dias 16 de março e 20 de abril. São mais de 20 espécies comercializadas pela piscicultura, entre elas, tilápia, carpa capim, carpa húngara, piauçú, tambacu, lambari, pacu, dourado, jundiá, matrinxá, catfish e bagre africano. Os preços variam de acordo com a espécie, que são vendidas por milheiros, disponíveis nos tamanho de alevino 2 (5 a 7 com) e alevinos juvenis (10 a 15 cm). Espécies e valores sob consulta, no Sindicato Rural, em Guarapuava ou extensões de base nos municípios de Candói e Cantagalo. Deverá ser pago 50% do valor da encomenda, no momento do pedido. Outras informações, pelo telefone (42) 3623-1115.

ÚLTIMAS ENTREGAS CONTABILIZARAM MAIS DE 75 MIL ALEVINOS As últimas entregas das encomendas aconteceram no dia 15 de dezembro de 2017 e no dia 8 de fevereiro. Confira algumas fotos:

Carlos A. Carvalho

Toshiya Meguro

Odair Marques

Hemerson Klüber

Luiz Henrique e Luiz T. Vieira

Walter Stotezer Jr.

Arno Vier

Leonel Macedo Ribas

Ercilia Matilde, Domingos C. dos Santos e Amélia Metinoski

Jonas Kulka e Yohan Ramos

Sigrid Wölfl Essert

Alexandre da Silva

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MADEIRA

CONSELHO TEMÁTICO DA MADEIRA CHEGA A TERCEIRA EDIÇÃO pantes e destacou a importância da união das entidades representativas em prol dos produtores rurais e do setor florestal. O presidente do Sindusmadeira, Willian João de Paula, também destacou esta união, que segundo ele, vem dando bons frutos. “É um orgulho estarmos já na terceira edição deste evento, graças a essa parceria entre o Sindusmadeira e o Sindicato Rural. Com o Conselho Temático da Madeira buscamos levar aos produtores rurais e de reflorestamento conhecimento para que possamos conduzir melhor o setor florestal da região e encaminhar melhor este mercado”.

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o dia 12 de dezembro de 2017 foi realizado o 3º Conselho Temático da Madeira com o tema: Inovação e Tecnologia Florestal: Do Produtor Rural à Indústria, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. Organizado pelo Sindusmadeira e Sindicato Rural, o evento fechou a programação técnica do ano de 2017 das entidades, reunindo mais de 60 pessoas. O presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz W. Botelho, acolheu os partici-

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Rodolpho L. Werneck Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Willian João de Paula, presidente do Sindusmadeira destacou a importância da união das entidades representativas em prol da silvicultura da região


INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA FLORESTAL (ILPF) VANDERLEY PORFÍRIO DA SILVA pesquisador da Embrapa Florestas Os benefícios da ILPF decorrem de uma ordem natural. Hoje, nós temos que produzir mais em uma mesma área de terra. Não temos mais espaço para aumentar a área de produção. O tema que chama mais atenção na integração é a árvore. Até pouco tempo, falávamos que tinha que tirar a árvore para colocar a lavoura e o pasto, mas hoje colocamos a árvore no meio da pastagem. O que o produtor precisa ficar atento é que é possível fazer isso, mas ele precisa procurar a assessoria técnica adequada. Ela funciona, mas o produtor precisa compreender e aprender sobre todas as atividades envolvidas no sistema, a silvicultura, a lavoura e a pecuária. Se houver condução errada no manejo da ILPF, o produtor não conseguirá adquirir os benefícios do sistema”.

NOTA FISCAL ELETRÔNICA DO PRODUTOR RURAL: O QUE MUDA PARA 2018? JOÃO FRANCISCO DE ASSIS Chefe da Divisão Nota do Produtor Rural de Guarapuava-PR A Nota Fiscal Eletrônica para o Produtor Rural vai eliminar o problema de perda de nota física. Quando não podemos comprovar a nota no relatório feito pelo nosso departamento e enviado à Receita Federal, perdemos dinheiro que retornaria para o município. Agora com a nota eletrônica ela estará disponível no sistema a qualquer hora. Além disso, haverá benefícios para o produtor rural, que não precisará mais ir até a Prefeitura Municipal prestar contas desta nota. Haverá menos erros na escrituração. A emissão das notas também poderá ser feita em qualquer lugar, por meio do sistema. A emissão da NFP-e deverá ser feita pela Internet, no portal Receita/ PR. O acesso é bem simples e no próprio site tem um vídeo explicando o passo a passo do cadastramento. É importante não deixar este cadastramento para última hora”.

SEGUROS FLORESTAIS LILIAN WASCHBURGER CADORE Sócia-proprietária da Evidência Corretora de Seguros Este é o intuito do seguro: que você não tenha a perda do investimento como um todo. Não do lucro, mas do investimento que você fez (na floresta). Hoje, temos um leque muito grande de seguradoras que garantem desde a estufa até o momento da colheita. O que as pessoas fazem? Muitas vezes, fazem o seguro da floresta quando ela tem oito ou 10 anos. Mas se você já fizer o seu seguro no começo desta floresta, o seu custo do seguro também vai ficar menor. É bem importante o cliente saber disso”.

GORGULHO DO PINUS EDSON TADEU IEDE Pesquisador da Embrapa Florestas O gorgulho é muito mais um indicador de qualidade de plantio florestal que propriamente uma praga. Ele vai atacar plantas que tiveram problemas, desde a parte de preparo de solo, o uso de ferramentas inadequadas para solos compactados ou muito argilosos, com afloreamento de rochas, hidromórficos, e também o uso de mudas passadas. Para fazer uma boa plantação, é necessário, no caso florestal, de um engenheiro agrônomo ou florestal, que realmente conheça a área e possa dar uma boa indicação técnica para a realização dos plantios”.

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200 ANOS

CELEBRAÇÃO DOS IDEAIS E DA PERENIDADE DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO

Manfred Dasenbrock, presidente da SicrediPar, da Central Sicredi PR/SP/RJ e conselheiro do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito POR MANFRED ALFONSO DASENBROCK*

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á algumas datas que merecem de nós uma comemoração, pela relevância histórica, seus significados e legados. Também colocamos nessa lista algumas personalidades que devem ser celebradas pelo papel transformador que tiveram. Em 2018, com o 200º aniversário de Friedrich Wilhelm Raiffeisen, temos a oportunidade de lembrar do seu papel fundamental para o cooperativismo de crédito, engajar ainda

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mais pessoas na causa cooperativista e fomentar uma reflexão sobre nosso futuro. Raiffeisen nasceu em Hamm, na Alemanha, em 1818, onde presenciou e se sensibilizou com as necessidades das comunidades agrícolas. Destacou-se pela capacidade de mobilizar as pessoas para mudar a realidade vivida com iniciativas colaborativas. É conhecido como o criador do modelo utilizado para constituir a maioria das cooperativas de crédito

no mundo, incluindo o Sicredi, e pela sua contribuição ao desenvolvimento do segmento. Em 1864, Raiffeisen fundou a Associação de Caixa de Crédito Rural de Heddesdorf. A partir dessa iniciativa e de outras tantas, nasceu esse movimento que se expandiu pela Alemanha, por outros países e ganhou amplitude mundial tendo em vista a sua causa. No Brasil, o responsável por trazer o modelo Raiffeisen foi o padre suíço


Theodor Amstad. Em 1902, em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, junto a um grupo de produtores rurais, Amstad fundou a primeira cooperativa de crédito do Brasil e da América Latina, em atividade até hoje. Esta inciativa pioneira, como atesta seu nome atual – Cooperativa Sicredi Pioneira RS –, junto com outras oito cooperativas de crédito sobreviveram às medidas oficiais promulgadas na década de 60 por meio do incansável trabalho de sonhadores determinados como Mário Kruel Guimarães, e ajudaram na retomada do cooperativismo de crédito no Brasil, disseminando a ideia de união das cooperativas de crédito, fortalecendo ainda mais a causa. Os nossos ideais ficaram ainda mais consolidados e tornaram mais fortes os conceitos que nos inspiram até hoje. Celebrar estes 200 anos é importante para não nos distanciarmos do ideal do pioneiro e dos ideais que moveram muitas pessoas, em várias regiões do país a se unir e criar as cooperativas de crédito. Cabe a nós, seguidores, não nos

distanciarmos dos ideais desse grupo de fundadores. A cooperativa de crédito tem um componente extraordinário que é cooperação. Dentro desse aspecto, também vemos desenvolver questões ligadas à solidariedade e à cidadania. Com esse espírito, se consegue promover ações colaborativas e inúmeras outras na sociedade. Daí a relevância, principalmente, do investimento em capacitação, em formação de líderes, de pessoas com espírito mais agregador, ético e que zele, acima de tudo, pela transparência e gestão democrática do nosso movimento. O Sicredi, instituição financeira cooperativa, com mais de 3,7 milhões de associados, aposta constantemente no potencial de crescimento do cooperativismo de crédito no Brasil, investindo na ampliação da presença nacional. Com a filiação da quinta central, a Norte Nordeste, a abertura de uma agência no Acre e a filiação de uma cooperativa de crédito de Minas Gerais, a instituição atingirá 22 estados. Com isso, o Sicredi

consolida sua presença nacional, com atuação regional. Por meio de um relacionamento próximo com seus associados e proporcionando soluções financeiras responsáveis, as cooperativas de crédito realizam um importante papel na sociedade ao agregar renda e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos associados e das comunidades onde estão inseridas. Junte-se, você também, ao cooperativismo de crédito para crescermos juntos por meio de uma economia moderna, compartilhada e por um mundo melhor para todos. Juntos, multiplicamos e fortalecemos os valores que foram inspirados há 200 anos por Friedrich Wilhelm Raiffeisen.

*Manfred Dasenbrock é presidente da SicrediPar, da Central Sicredi PR/SP/RJ e conselheiro do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu)

REVISTADO DOPRODUTOR PRODUTORRURAL RURAL DO PARANÁ PARANÁ REVISTA

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SUSTENTABILIDADE

FAZENDA RIO DO PEDRO: A SUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER Propriedade rural em Santa Maria do Oeste (PR) ganha prêmio de sustentabilidade da Globo Rural

À frente da gestão de pessoas da fazenda, Tábata Stock considera o prêmio como mérito de toda a equipe

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uem disse que o trabalho no campo, tanto de produtores quanto de seus colaboradores, tem que acarretar, necessariamente, um pesado estresse? Quem disse que no setor agropecuário nem sequer há tempo para o empregador olhar para sua equipe com o olhar da valorização? Estes e muitos outros questionamentos, sobre velhas formas de pensar a rotina de uma fazenda, estão na base da gestão de pessoas de uma propriedade em Santa Maria do Oeste, na região central do Paraná, que recebeu uma importante premiação. A Fazenda Rio do Pedro, da família Stock, obteve, em 5 de dezembro do ano passado, o 1º lugar na quarta edição do concurso

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nacional Fazenda Sustentável, promovido pela Revista Globo Rural. A competição recebeu 47 inscritos, de todo o Brasil, dos quais foram selecionados 13 finalistas e, na sequência, os vencedores, com 1º, 2º e 3º colocados. De acordo com a publicação, o principal critério foi o uso múltiplo da terra, a partir das boas práticas agropecuárias e da eficiência no uso dos recursos, numa metodologia desenvolvida em parceria com o banco holandês Rabobank e a Fundação Espaço Eco. Vista de perto, a propriedade revela que esta atenção especial aos colaboradores se tornou uma cultura interna, partindo do conceito de que, afinal, são eles

que estão por trás das máquinas e dos números. E o mais incomum: o avanço representado por uma linha de recursos humanos mais atual veio da determinação de uma jovem, que há menos de cinco anos passou a trabalhar no local. Detalhista, ela sabe ser também descontraída. Sorridente, se mostra ao mesmo tempo bem objetiva em suas palavras. Filha do proprietário Ernesto Stock, pedagoga que se define com orgulho como uma mulher forte, do campo, Tábata terminou a faculdade e se lançou ao desafio de implantar nas fazendas de sua família tendências ainda relativamente novas em propriedades rurais, mas já consagradas em empresas e indústrias. Para isso, incentivou a equipe a


implantar conceitos e ações que também recursos humanos. Uma contribuíram para a premiação no concur- das bases deste bem-esso. Porém, para ela, o maior prêmio é criar tar, apontou, é colocar a uma atmosfera de trabalho que elimine o casa em ordem: reorgaestresse desnecessário causado por de- nização, dentro dos pasorganização; mostrar que com a racio- drões dos 5S, de todas nalização de tarefas, o reconhecimento as instalações ligadas à profissional das pessoas e a consequente produção, como oficiconfiança entre empregadores e empre- nas, barracões de magados, o ambiente e a rotina conduzem a quinário, depósitos de uma sustentável leveza de ser. material e até armários Para conhecer de perto esta experi- de peças, de EPIs ou de Tábata: sustentabilidade inclui pessoas ência, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL equipamentos e peças. foi, no dia 7 de fevereiro, à Fazenda Rio Tudo com um lay-out mais fácil de visua- Quando considerou que o padrão estava do Pedro. Ao receber nossa reportagem lizar, com etiquetas ou placas de identifi- implantado, apontou, a propriedade se na propriedade, Tábata explicou que ela cação. Antes, destacou, a desorganização submeteu à avaliação de uma empresa, e seu pai haviam decidido partir para causava estresse porque ferramentas, que aprovou e concedeu a certificação. Tábata acrescentou que a fazenda um trabalho voltado à sustentabilidade como pás, chegavam a ser perdidas no e certificações. Mas meio de centenas adotou ainda uma rotina para maquinário ser sustentável, esde outros itens, ou e operadores: “Cada máquina tem o seu pecificou, significa em algum lugar funcionário. Ele é responsável pelo cuiatuar sobre um tri“Nós, como cooperados, improvável da pro- dado com ela. As cabines são diretamenpé: economia, meio atrasando te vistoriadas por mim – têm de estar em recebemos todo o apoio priedade, ambiente e pessoas. trabalhos e sendo perfeito estado”. Se a poeira é inevitável, e as auditorias de uma “A parte econômica necessário comprá- removê-la ao final do dia, com um pano, assessora, direto da é a nossa produção, -las de novo. Agora, passou a fazer parte do trabalho. A formaa qualidade do prooficinas que de tão ção ou capacitação profissional também cooperativa.” duto. Aí, entra todo organizadas nem mereceu uma atenção sistemática: “Cada Tábata Stock parecem estar em um tem seu treinamento e os treinameno respaldo que temos da Cooperativa utilização chamam a tos têm data de vencimento”, após concluAgrária, as semenatenção. Mas ela ad- ídos, cada um passa de novo por cursos. Entretanto, ela pondera que estabeletes, as visitas do agrônomo, uma coleção mite que a ideia percorreu um longo cade fatores que fazem com que a gente te- minho: era preciso conhecer os critérios, cer um ambiente de bem-estar vai muito nha uma excelente produção”, assinalou. adotá-los e ganhar o apoio da equipe. “O mais além, sendo necessária a valorização Este setor, especificou, permanece com primeiro ano foi de muita mudança, mui- dos colaboradores por meio de prograseu pai Ernesto e profissionais da área. to difícil. No segundo ano, começamos a mas e treinamentos. Uma destas ações, A parte ambiental, acrescentou, não tem evoluir. No terceiro, conseguimos nivelar. como demonstrou no dia de sua entrevissegredo – o produtor tem que cumprir Este agora é o quarto ano”, disse. Como ta, é o quadro “Como me sinto hoje”, em todas as determinações da legislação. “A nenhuma grande mudança se faz sozinho, uma das oficinas: nele, todo dia, o colaparte social é a mais pedagógica de todo o reconheceu, a fazenda teve na Agrária um borador coloca ao lado de seu nome uma sistema. É focada mais no bem-estar pes- parceiro importante para conhecer a me- cara que representa seu estado de espírito soal dos colaboradores, em proporcionar todologia dos 5S: “Nós, como cooperados, – um jeito simples e descontraído de conatividades seguras e confortáveis”, res- recebemos todo o apoio e as auditorias tribuir para uma convivência harmônica saltou. Missão que assumiu, à frente dos de uma assessora, direto da cooperativa”. entre os colegas, já que cada um da equi-

COMO PARTICIPAR DO CONCURSO Conforme divulga a revista Globo Rural em seu site, o concurso Fazenda Sustentável é aberto a todas as propriedades rurais que estejam em conformidade com as legislações ambiental e trabalhista. A inscrição é feita no site Globo Rural, no link Fazenda Sustentável. A participação tem quatro etapas: inscrição, classificação, visitas técnicas e comissão julgadora. As fazendas campeãs são divulgadas na edição de dezembro da revista Globo Rural (Fonte destas informações: site da revista Globo Rural).

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ORGANIZAÇÃO Junto com a organização trazida pelos 5S, família Stock acredita que uma fazenda organizada, em seus espaços e rotinas, também significa maior qualidade de vida no trabalho. Mais leveza, menos estresse.

Armário de EPIs

Lavagem de EPIs em local específico

Oficina: identificação visual

Depósito de óleos com sinalização, piso e pintura adequados

pe compreenderá como o outro se sente naquele momento. Outra iniciativa é o programa Funcionário do Mês, num formato que leva os próprios colaboradores a reconhecer os méritos uns dos outros: “No final de todo mês, fazemos uma votação. Os próprios funcionários votam, se baseando em critérios como capricho, atenção, desenvolvimento, relação social, de cada um de seus colegas. Quem somar mais pontuação ganha. Eles recebem uma lembrancinha surpresa no final de cada mês”. O Canto do Conhecimento é mais um destaque, com o objetivo de incentivar o crescimento cultural. A propriedade tem à disposição da equipe livros sobre diversos assuntos, desde os mais simples até os mais complexos. “Toda vez que eles lêem, preenchem um relatório. Quem tem mais relatórios ganha e tem dois dias de folga”, explicou Tábata. Já os colaboradores com mais tempo de serviço são reconhecidos com o Funcionário de Elite. O programa define alguns períodos e suas premiações: seis anos (prata) dão bonificação; 10 anos (ouro), um passeio em um local de interesse turístico; e 20 anos (diamante), viagem e bonificação. Refletindo sua inclinação por lidar com pessoas e ensinar, a responsável pela gestão de pessoas se diz hoje orgulhosa de sua equipe: “Porque eles assimilaram os conceitos que tentei passar”.

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Em vez de ferro-velho, depósito de ferros

onde estão as coisas, se torna bem mais fácil para todo mundo”. Outro colaborador, Sedinei Moreira, há sete meses na equipe, iniciou o novo trabalho se mudando com a esposa para morar na propriedade e assumindo tarefas como operador de máquina, soldador e um dos responsáveis pela oficina. “É bom, não é? Trabalhar com tudo organizado. Na verdade, pensei que era de uma forma e me deparei com outra. Quando a gente chega aqui, está tudo limpo, organizado. Você vai procurar uma chave e sabe onde ela está. Não tem perda de tempo. Estamos nos adaptando cada vez mais, temos que ir melhorando”, opinou.

No campo: soja (75 sacas/ha) e milho (206 sacas/ha) na última temporada, mais 575 ha de preservação

TUDO NO SEU DEVIDO LUGAR Um colaborador mais antigo e outro, mais recente, contaram também de sua vivência na propriedade. Pedreiro, trabalhando há cerca de quatro anos e meio nas fazendas da família Stock, João Rosival Alves Cabral contou que viveu a transição da antiga para a nova fase: “Com certeza, fiz parte desta mudança. Quando começaram todos os programas, o dos 5S, comecei junto. No começo foi difícil, como todas as coisas. Mas depois que a gente começou a conversar, a ter reunião, fomos pegando o jeito da coisa e graças a Deus estamos bem organizados”. Ele também reconhece que é mais tranquilo trabalhar num ambiente organizado: “Você sabe

João: parte de uma recente história de mudanças

Sedinei: na organização, economia de tempo

INTEGRAÇÃO LAVOURAPECUÁRIAFLORESTA Às ações no âmbito dos colaboradores se somam números que se destacam também na área econômica e ambiental. Num sistema adotado em várias propriedades da região, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, a fazenda Rio do Pedro busca maior aproveitamento econômico da terra: na agricultura, lavouras de verão e inverno; na pecuária, bovinocultura com a raça Angus; no plantio comercial de árvores, a opção por pinus. A natureza também vem recebendo importância ao longo dos anos: dos 1,4 mil hectares da propriedade, a área de preservação chega a 575 hectares. Conscientes de que uma empresa rural, como outras, também pode e deve se aperfeiçoar cada vez mais, Tábata e seu pai Ernesto já encontram, no entanto, nos avanços dos últimos anos, e no incentivo representado agora pelo prêmio, a base para uma certeza: um sistema produtivo eficiente pode valorizar pessoas e meio ambiente.


TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

TA35 – QUALIDADE INQUIMA PARA MELHORES RESULTADOS

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Inquima é uma empresa que busca sempre o caminho da inovação, e que, acima de tudo, pensa no produtor em primeiro lugar, acreditando que cada detalhe faz a diferença para tornar seu processo de produção mais dinâmico e eficaz, com menos desperdícios, garantindo a melhor safra, e consequentemente uma maior lucratividade. A empresa tem o compromisso de oferecer ao produtor um acompanhamento técnico próximo e completo, de alto nível, em todas as etapas do processo de aplicação a campo, desde a germinação até a colheita. Por meio do aperfeiçoamento constante de seus produtos, a Inquima garante o desenvolvimento de suas áreas de tecnologia de aplicação, além de incorporar também a área de nutrição vegetal. Assim, ela agrega todas as suas potencialidades

para oferecer ao produtor um portfolio completo, com uma grande e variada linha de produtos: agora são mais de 30 produtos com a qualidade e garantia características da marca. O TA35 nasceu nesta família há muitos anos. Experimentos de campo demonstram o ótimo desempenho do adjuvante sintético associado aos Fungicidas, tanto para o controle de doenças, como para o controle de pragas e de plantas invasoras. Desenvolvido com propriedades especiais, que reduzem a tensão das gotas pulverizadas, o TA35 possibilita uma melhor e mais uniforme adesão nas folhas, aumentando o rendimento e a efetividade dos produtos químicos, além de possuir característica antievaporante, o que faz aumentar a quantidade de gotas por centímetro quadrado. Trata-se do produto perfeito para situações de pressão ou de condições am-

bientais desfavoráveis. Em condições de alta umidade relativa, seja pela presença de orvalho ou pelo excesso de chuvas, o TA35 apresenta um ótimo desempenho e pode ser aplicado sem problemas, o que garante a eficácia e residual do defensivo. E ainda, é importante ressaltar a versatilidade do TA35, uma vez que possui notável compatibilidade com todos os ativos em uso pelo mercado. Ele pode ser usado em substituição aos óleos, quando necessário, em vários tipos de tratos culturais, além de contribuir para a redução e até a eliminação de fitotoxidades causadas por algumas moléculas químicas. A diminuição ou a eliminação da injúria é de relevância para culturas mais sensíveis, como a batata, o alho, a cebola, o feijão, o arroz, o trigo e a cevada, entre outras. TA35. Uma inovação com a qualidade Inquima que vai trazer melhores resultados e mais lucratividade para sua lavoura.

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SOLO E ÁGUA

Rally promove, pelo terceiro ano, conscientização em relação à conservação do solo e da água

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onservação da Água e do Solo voltou a ser assunto de destaque no Paraná há alguns anos. Isto porque os processos erosivos no estado começaram a reaparecer em várias regiões, por diversos fatores, entre eles a descontinuidade de cuidados com o solo e a água e ações da natureza, como a ocorrência do fenômeno El Niño, em 2016, que ocasionou fortes e frequentes chuvas na região sul do Brasil. Com isso, o Governo do Estado, a Federação da Agricultura do Estado do

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Paraná (Faep), entidades representativas do setor, cooperativas e empresas têm promovido diversas ações de conscientização para que os produtores voltem a se atentar para questões da conservação do solo e da água. Na região de Guarapuava, isto não é diferente. Pelo terceiro ano consecutivo a Cooperativa Agrária realiza o Rally de Conservação de Uso de Solo e da Água. Entre diversos apoiadores, está o Sindicato Rural de Guarapuava, que também se preocupa com o tema.

Tornando-se tradição na região, o rally une diversão e informação. Neste ano, os participantes, 130 pessoas, distribuídas em 40 carros, percorreram 150 km, por rotas no interior do município de Guarapuava, sendo 80% estradas de chão. A largada aconteceu na sede da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) e a chegada no Parque Recreativo Jordãozinho, em Entre Rios. A prova exigia atenção, pois se tratava de um rally de regularidade e não de velocidade. Neste tipo de competição, a


equipe, formada por piloto, navegador, mais dois acompanhantes, deve seguir o trajeto determinado pela organização mantendo médias horárias e velocidade pré-estabelecidas. As médias variam no decorrer da prova e são compatíveis com o terreno onde a prova se desenvolve. A cada descumprimento das instruções, o participante perde pontos. Além disso, existiam estações (pontos de parada) ao longo do percurso, onde os produtores deveriam fazer atividades relacionadas ao tema do rally. Cada uma também contava ponto para a equipe. O coordenador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), Marcio Mourão, explica que o rally vem cumprindo seu objetivo. “A FAPA é uma fundação de pesquisa e uma das missões é transmitir as melhores práticas em termos de manejo e conservação de solo. O rally é um meio bem interessante, pois os produtores têm a oportunidade de correr um trajeto e observar as melhores práticas em relação ao tema. Estas estradas que eles percorreram já fazem parte do dia a dia do produtor, mas muitas vezes eles não se atentam em observar as questões de solo e da água. Ele pode, por exemplo, observar no caminho uma boa prática e aplicar isso em sua propriedade. Acreditamos que o rally é um bom modelo de conscientização por meio de uma atividade lúdica. Queremos continuar com essa atividade por outros anos”.

PRODUTORES APROVAM AÇÃO

Estamos muito evoluídos. Vimos o plantio direto em muitas áreas. A Agrária mostrou um experimento de 40 anos de plantio direto. Acho que isso é um destaque, porque mostra a importância de Guarapuava na difusão do plantio direto, uma das formas mais importantes de conservação do solo e da água”. E quem disse que são só homens que gostam de emoção e aventura? Martina Rovani, cooperada da Agrária, resolveu, nesta edição, acompanhar o marido na prova. “Como foi minha primeira vez e não tenho muito conhecimento de rally, resolvi ir de carona, mas quem sabe da próxima

vez terei uma função”, disse ela, afirmando que participar do rally exige muita concentração. Ela considera que este deve ser um dos segredos para ir bem na competição. Ela comentou que a parte técnica da prova faz com que a brincadeira se torne séria e ao final do dia se leva muito conhecimento para casa e, principalmente, para a propriedade. “Foi uma atividade de aventura e aprendizado. Tivemos a oportunidade de ver formas de conservar o solo e a água e dar oportunidade aos nossos filhos de dar continuidade ao nosso trabalho. Achei muito interessante essa mistura de emoções”. Márcio Mourão, coordenador da FAPA

Cândido Bastos, participante

O casal de participantes Fabiano e Martina Rovani

Entre os participantes, estavam aqueles que já haviam participado da competição e aqueles que estavam em um rally pela primeira vez. Entre eles, Cândido Bastos, que se diz satisfeito em participar da prova. “Achei bem bacana participar do rally. Foi a primeira vez que participei. Achei muito válido, principalmente pela parte técnica”. Para ele, o tema é de grande relevância e deve ser sempre lembrado. Além disso, ele observa que o assunto foi abordado de uma forma interessante. “Um dos momentos, que acho que foi o ponto alto do rally, foi o plantio das árvores próximo ao rio, achei muito bacana (estação do Sindicato Rural de Guarapuava). Quero parabenizar a iniciativa da Cooperativa Agrária e de todos os apoiadores. Me chamou atenção durante o trajeto o nível de tecnologia da agricultura e região. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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SOLO E ÁGUA

VENCEDORES O resultado, das três melhores equipes do rally, ou seja, aquelas que perderam menos pontos, foi divulgado apenas uma hora depois do fim da competição. Em clima de animação e desconcentração, primeiramente foi mostrado um vídeo dos melhores momentos da competição. Em seguida, foram divulgados os nomes dos grandes vencedores. O primeiro lugar ficou com a equipe do carro 31, composta pelos participantes: Arthur Gubert (piloto); Giuliano Borazo (navegador); Carlos Augusto Araújo e Valter Rodrigues. Já a segunda colocação foi para a equipe do carro 01, que tinham como participantes: Arnaldo Stock (piloto); Cristian Abt (navegador); Aniceto Bobato e Tiago Pellini. Quem ficou com a terceira colocação foi o carro 35, da equipe composta por Renê Bandeira (piloto) e Roberto Cunha (navegador). Arthur Gubert, piloto da equipe vencedora, afirmou ficar muito contente com o resultado. Não foi a primeira vez que ele participou do rallu. O produtor contou que acha que o segredo foi a descontração durante toda a prova, indo no caminho contrário de que todos acham que devem estar focados e preocupados durante todo o trajeto. “Ano passado nós nos preocupamos muito com o trajeto, em seguir a tabela, os tempos certos. E ficou uma prova pesada. Esse ano viemos para nos divertir, ficou mais leve e acabou dando certo”. Gubert ressalta que não foi só diversão, mas também muito conhecimento. “A gente pôde observar ao longo do trecho a prática da atividade rural na região e o que está sendo feito e não sendo feito a respeito da conservação do solo e da

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Equipe campeã

2o lugar

3o lugar

água. Tivemos palestras de soja, de milho, até de abelhas. É legal porque mostra a preocupação da Cooperativa Agrária, do Sindicato Rural e outras empresas em trazer ao produtor essas novas tecnologias,

novidades em relação a conservação do solo. E a forma como é feita essas conscientização é muito bacana. Porque participamos entre familiares, amigos, nos divertimos e nos integramos”.


ESTAÇÕES DO rticipantes Ao longo do percurso, os pa Em 15 as. rad pa de tiveram 8 pontos ssar uma pa eria dev a minutos, cada um ção em relamensagem de conscientiza da água. e o sol do ção à conservação

ESTAÇÃO ADAMA A importância do uso correto e conservação dos recursos naturais no agronegócio e sociedade.

ESTAÇÃO SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA Os participantes fizeram o plantio de mudas de árvores nativas em uma Área de Preservação Permanente (APP) e receberam informações sobre o assunto

ESTAÇÕES FAPA 1: Benefícios do plantio direto para conservação do solo e da água. Apresentou o ensaio mais antigo de manejo de solo no Brasil, enfatizando a importância do plantio direto no aumento de produtividade, que na média das culturas soja, milho, cevada, trigo e aveia é de 23%.

2: Métodos aplicados para conservação do solo. Apresentou uma área que está recebendo investimentos em conservação do solo, por meio da aplicação do método de terraços invertidos e da semeadura de cobertura outonal na época adequada.

ESTAÇÃO BASF Demonstrou ações da empresa na relação com seus clientes que promovem a sustentabilidade.

ESTAÇÃO AUGUSTIN ESTAÇÃO AGROCERES Estação da superprodutividade e debate da importância da rotação de culturas para “saúde” do solo.

Apresentação do Trator Dyna4 e a importância de utilizar o Escarificador Jumbo MaticBuster para conservação do solo e da água.

ESTAÇÃO BAYER Bee Care: Apresentou o programa que demonstra o compromisso Bayer para a saúde das abelhas e a integração entre agricultura e apicultura

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MEIO AMBIENTE

CAR: PRAZO DE INSCRIÇÃO SE ENCERRA EM 31 DE MAIO

Inscrição no CAR é feita pela internet, no site: www.car.gov.br

O

ano ainda está começando, mas é já possível prever pelo menos uma data especialmente importante para os proprietários rurais em geral: no próximo dia 31 de maio (uma quinta-feira) se encerra o novo prazo para inscrever imóveis rurais no CAR, o Cadastro Ambiental Rural, e para aderir ao Programa de Recuperação Ambiental (PRA). Estabelecido pelo governo federal, o cadastro é um registro público eletrônico, na forma de um site na internet, que pretende abranger todas as propriedades rurais do Brasil, das pequenas até as grandes áreas, independentemente da atividade econômica que nelas exista. A inscrição no CAR é obrigatória. Adiado já algumas vezes desde o lan-

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çamento do cadastro, o prazo final de inscrição teve sua mais recente prorrogação no final do ano passado – até então, se encerraria no dia 31 de dezembro de 2017. A Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) solicitou adiamento, ressaltando a necessidade de ampliar o prazo em função das dificuldades de acesso à plataforma do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar). Desde o início de novembro, segundo a entidade, a ferramenta apresentava problemas que impediam que produtores rurais realizassem a inscrição. Além disso, a FAEP ressaltou que milhares de produtores que realizaram o cadastro estão recebendo alertas de inconsistência nas suas declarações. Com o objetivo de contribuir para que

os dados sejam informados corretamente no CAR, o Sistema FAEP/SENAR-PR realizou, ao longo do ano passado, uma série e de treinamentos voltados para funcionários de sindicatos rurais e produtores de todas as regiões do Estado. Em outubro, a FAEP organizou videoconferências para tirar dúvidas e auxiliar na regularização do CAR e do PRA. A FAEP, além disso, está divulgando em seu site informações sobre o CAR (www.sistemafaep.org.br). Em Guarapuava e região, o Sindicato Rural lembra a seus associados e aos produtores rurais em geral que ainda não se inscreveram: a inscrição no CAR é obrigatória e, por esta razão, embora ainda restem alguns meses para o fim do prazo, o melhor é realizá-la o quanto antes.


FAEP ENTENDA O QUE SÃO OS ALERTAS E AS NOTIFICAÇÕES O QUE É UM ALERTA E UMA NOTIFICAÇÃO? ALERTA: é um aviso emitido automaticamente que detecta sobreposição do seu imóvel com os imóveis vizinhos. O alerta não gera multa ambiental e não tem prazo para atendimento dos documentos solicitados. É apenas um lembrete da necessidade de corrigir o CAR. NOTIFICAÇÃO: informa que foi realizada a análise pelo órgão ambiental de forma detalhada e foi detectada uma irregularidade ou uma divergência com relação à legislação vigente. Exemplo: a não inclusão de um rio. A notificação é enviada por meio físico e por meio da Central do Proprietário/Possuidor.

O QUE O PROPRIETÁRIO DEVE FAZER QUANDO RECEBE UM ALERTA OU UMA NOTIFICAÇÃO?

QUANTO ÀS SOBREPOSIÇÕES DE IMÓVEIS, EXISTE UM LIMITE DE TOLERÂNCIA?

O proprietário deve enviar os documentos solicitados via Central do Proprietário/Possuidor. Se você não possui os documentos solicitados, deve-se inserir justificativa no campo “justificativa de não envio do documento”.

Sim, existe um limite de tolerância de sobreposição de acordo com o tamanho da área. Para imóveis de até 4 módulos, a tolerância de sobreposição é de 10%. Para imóveis entre 4 e 15 módulos, a tolerância de sobreposição é de 5%. Para imóveis superiores a 15 módulos, a tolerância de sobreposição é de 3%. Esses limites de tolerância são o somatório de todas as inconsistências.

POR QUE OS ALERTAS SE REPETEM PARA O MESMO CAR? Repetem-se por ser uma análise de filtro automático. Para cada imóvel sobreposto é emitido um alerta. Enquanto o alerta não for respondido, ele será continuamente emitido.

O proprietário também deve verificar a necessidade de retificação do cadastro e escolher a opção “Retificar cadastro” ou “Enviar justificativa para não retificação”. Importante: no caso de notificação, você deve atender o prazo informado. O prazo para atender a notificação será contado a partir do registro de entrega por meio físico.

O QUE ACONTECE SE O PROPRIETÁRIO NÃO FIZER O CAR NO PRAZO E NÃO ADERIR AO PRA? • Perde os benefícios de áreas consolidadas. Esse benefício é a recomposição de áreas de preservação permanente com dimensões menores. • Estará impedido de requerer a autorização de Licenciamento Ambiental.

• Restrição de crédito nos bancos. • Ficará impedido de realizar alterações nos cartórios de registros de imóveis (exemplo: compra e venda, desmembramento, sucessão, mudança de titularidade).

COMO SABER SE O PROPRIETÁRIO ADERIU AO PRA? O proprietário deve acessar a Central do Proprietário/Possuidor e clicar em “Detalhes do Imóvel”. Em seguida, clicar em “informações”, onde aparecerá “sim” ou “não”, mostrando a escolha feita pelo proprietário. Proprietário de imóvel rural: lembre-se de acessar a Central do Proprietário/Possuidor regularmente para acompanhar seu CAR. A Central do Proprietário/Possuidor é o canal de comunicação entre os proprietários/possuidores e o órgão ambiental. De acordo com o site do CAR, com base nos dados do dia 30 de novembro de 2017, 382.308 propriedades estavam registradas no Paraná, num total de 15,3 milhões de hectares. Esse número de propriedades representa 74% das 514.632 propriedades rurais existentes no Estado. Se a fonte de informação considerada for o Instituto de Florestas do Paraná, 403.676 imóveis estão registrados, 78% do total estadual. (Com informações da FAEP) REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

MANUTENÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL Julgamento do Supremo Tribunal Federal, que considerou a maioria dos artigos da Lei 12.651/2012 constitucional, permite a agropecuária produzir com segurança jurídica. FAEP teve participação direta nesta conquista.

O

agronegócio nacional obteve uma importante conquista com benefícios para o presente e o futuro. No dia 28 de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a maioria dos 39 itens, inclusive os mais polêmicos, em relação ao novo Código Florestal (Lei 12.651/2012). A decisão, aguardada com expectativas por milhões de produtores rurais espalhados pelo país, permite que a produção no campo continue acontecendo com segu-

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rança jurídica. A FAEP acompanhou atentamente todo este processo. “O STF agiu certo ao considerar que o Código Florestal é constitucionalmente válido nos principais pontos que poderiam colocar milhares de propriedades rurais na ilegalidade. O Brasil saiu ganhando porque sua agropecuária continuará com segurança jurídica. O meio ambiente também, porque agora tem regras claras no seu Programa de Regularização Ambiental (PRA)”, destacou o presidente da FAEP, Ágide Meneguette.

DENTRE OS PRINCIPAIS PONTOS MANTIDOS ESTÃO: • Manutenção do marco temporal de 22 de julho de 2008, que considera as áreas consolidadas para efeito de recuperação ambiental; • Constitucionalidade do artigo 67, definindo que a Reserva Legal (RL) de propriedades menores que quatro módulos fiscais


é a vegetação nativa existente em 22 de julho de 2018, não sendo necessária a recomposição da RL nessas propriedades; • Mantém o Programa de Regularização Ambiental (PRA), e suspende a aplicação de multas cometidas antes de 22 de julho de 2008 relativas à supressão irregular de vegetação nativa em APP e RL, desde que o produtor faça a adesão ao PRA e cumpra os compromissos assumidos de recuperação; • Para áreas maiores que quatro módulos fiscais, permite a possibilidade de soma das áreas de preservação permanente no cálculo para compor os 20% de Reserva Legal. Ou seja, no geral, foram respeitados os acordos firmados a partir do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Uma das questões em julgamento era o marco temporal de 22 de julho de 2008, que considerava as áreas consolidadas para efeito de recuperação ambiental, e manteve a isenção de recuperação da reserva legal para propriedades até quatro módulos fiscais que causava grandes preocupações para as pequenas propriedades”, aponta Meneguette.

PARTICIPAÇÃO DA FAEP O julgamento conjunto da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 42 e as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4901, 4902, 4903 e 4937, que questionam os dispositivos do Código Florestal, teve participação direta da FAEP. “Desempenhamos nosso papel ao contribuir para esse importante debate, que poderia mudar a vida de milhares de produtores, levando a informação correta e organizada com subsídios que permitiram uma análise equilibrada de um tema tão delicado e relevante”, ressalta o presidente da FAEP. Desde o início do processo, em novembro de 2017, a Federação vinha acompanhando os desdobramentos. No primeiro dia de julgamento, em 8 de novembro, quando o ministro Luiz Fux, único a votar, considerou inconstitucional a maior parte dos artigos que estavam sendo questionados, a FAEP preparou memoriais sobre o tema. Na intenção de reverter o voto de Fux e mostrar aos outros 10 ministros a necessidade de manutenção do Código Florestal,

o documento da FAEP detalhava os avanços obtidos sob os aspectos econômico, social e ambiental para o país. Ainda, o memorial apontava que um eventual julgamento procedente “levaria a legislação questionada a uma condição de inaplicabilidade, uma vez que a norma reuniu etapas de um procedimento complexo de regularização ambiental, visando aumentar a cobertura vegetal de áreas desmatadas, principalmente em áreas de preservação permanente”. Especificamente sobre o primeiro voto, do Ministro Fux, que considerou inconstitucional os artigos, o memorial elaborado pela FAEP apontava: “importante esclarecer a constitucionalidade da data de 22 de julho de 2008. Com o devido respeito, diferentemente do alegado pelo Ministro Fux, há uma lógica normativa na adoção dessa data como marco temporal. É nesse dia que entrou em vigência o Decreto 6514/2008, que disciplinou de forma mais severa as condutas administrativas potencialmente lesivas ao meio ambiente. Portanto, a consciência ambiental a partir desse momento deve ser cobrada da mesma forma. Tanto que em outras manifestações no próprio voto, o próprio Ministro Fux reconhece a constitucionalidade em outros dispositivos”. Quando o julgamento foi retomado, nos dias 21 e 22 de fevereiro, os votos dos demais ministros acabaram empatando o julgamento -- algumas questões no todo e outras parcialmente -, restando ao ministro Celso de Mello o desempate.

Novamente, a FAEP produziu material e entregou ao magistrado, com o objetivo de subsidiá-lo na tomada da decisão. O trabalho teve resultado, e no dia 28 de fevereiro, o voto decidiu a favor dos produtores rurais.

LONGO PROCESSO, CONQUISTA MERECIDA O novo Código Florestal é uma conquista importante do agronegócio, também com participação direta da FAEP na construção da Lei. Para chegar até a aprovação final foram 13 anos de intensas discussões e debates. Embora não tenha agradado, na sua totalidade, ambientalistas e produtores rurais, a Lei é considerada equilibrada por ter como principal diferencial a possibilidade de poder ser cumprida, diferente da anterior, que deixava propriedades completamente inviáveis economicamente. O novo Código estabelece normas gerais sobre a proteção e exploração de florestas e parâmetros para a delimitação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL), além de criar dois mecanismos de regulamentação o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Programa de Regularização Ambiental (PRA). Por saber da importância do novo Código Florestal para que milhares de produtores paranaenses pudessem produzir dentro da legalidade, o Sistema FAEP/SENAR-PR,

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com instituições parceiras, organizou uma força-tarefa para a aprovação. Técnicos e especialistas se debruçaram sobre o antigo Código Florestal, de 1965, para estudar seus pontos e os impactos futuros para a produção agropecuária no Paraná. A antiga legislação era considerada inviável, além de deixar milhares de propriedades na ilegalidade. Muitos produtores, principalmente pequenos, teriam a necessidade de abrir mão de suas áreas produtivas, tornando-a inviável economicamente. Assim, especialistas foram a Brasília para participar das discussões no Congresso Nacional, mostrando a importância da agropecuária para a economia brasileira e o eventual problema social, caso a legislação não fosse debatida. Cada etapa da discussão teve a elaboração de cartilhas, materiais didáticos e informativos sobre o andamento do processo, além do acompanhamento pela FAEP. Consequentemente, os produtores rurais também eram constantemente informados.

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Além da participação do novo documento, a FAEP, junto com os produtores, foi para rua. Dirigentes e técnicos da entidade percorreram todas as regiões do Estado realizando palestras de esclarecimento. A entidade paranaense também levou milhares de produtores a Brasília, para uma manifestação em prol do novo Código Florestal.

PÓS-APROVAÇÃO O trabalho da FAEP não terminou após a aprovação do novo Código Florestal. Ao contrário, foi intensificado. Com as regras definidas, a entidade paranaense produziu informativos para atualizar os milhares de produtores do Estado. Ainda, técnicos da entidade realizam palestras em todas as regiões para capacitar técnicos, funcionários de sindicatos rurais e de prefeituras, instrutores, Emater, Fetaep, policiais ambientais, profissionais liberais, cartorários, bancos e órgãos ambientais para a inscrição do CAR. No total,

mais de 4 mil profissionais foram treinados. Na esfera estadual, a FAEP colaborou com o governo para o desenvolvimento de uma regulamentação local. Técnicos participaram da construção da Lei 18.295/2014, que instituiu o Código Florestal no Paraná, e do Decreto 2711/2015, que implantou o Programa de Regularização Ambiental (PRA) no Estado. O Decreto revisa os termos de compromissos assinados no antigo Sistema Estadual de Registro da Reserva Legal (Sisleg) e estabelece que todos os termos de compromissos devem ser revistos e adequados ao novo Código Florestal. “Tudo isso por entender que o novo Código Florestal é uma importante conquista para o setor, que apesar de continuar cercado por uma rigorosa legislação ambiental, tornou viável a produção agropecuária e a preservação ambiental” avaliou, na época, Meneguette. Texto: Assessoria de Comunicação FAEP


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Fotos: RRRufino

BIOTECNOLOGIA

Pesquisa no Laboratório de Biotecnologia da Embrapa Soja

EMBRAPA FORMALIZA ACORDO PARA AUMENTAR VARIABILIDADE GENÉTICA VIA EDIÇÃO DE GENOMAS Parceria entre a Embrapa e a Benson Hill Biosystems (BHB), empresa com sede na Carolina do Norte, Estados Unidos, pretende utilizar técnicas de vanguarda para acelerar o desenvolvimento de plantas e ampliar a variabilidade genética das culturas agrícolas.

O

foco principal do acordo de cooperação é o uso de uma nova versão da tecnologia Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPR), considerada a mais promissora para a edição de genomas, por sua eficiência, precisão, baixos custos e facilidade de utilização. A tecnologia da BHB recorre a enzimas chamadas Cms para cortar o DNA em pontos determinados, permitindo localizar e editar genes e fazer alterações desejadas.

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Desde 2016 a Embrapa vem negociando o uso de tecnologia proprietária da empresa norte-americana BHB chamadas de CRISPR 3.0 para os programas brasileiros de biotecnologia. A Benson Hill Biosystems é uma empresa de tecnologia agrícola dedicada a pesquisas sobre melhoramento genético de plantas, e a Embrapa é líder no desenvolvimento de pesquisas para agricultura tropical. A parceria pretende reunir as competências referentes à edição de

genoma no sistema CRISPR 3.0 e assim acelerar os resultados na geração de produtos que podem facilitar o trabalho no campo e melhorar a vida na cidade. Por meio desta parceria, a Embrapa terá acesso aos avanços da Benson Hill na tecnologia CRISPR 3.0 e poderá ampliar a capacidade técnica de suas equipes de Pesquisa & Desenvolvimento. O objetivo é testar a tecnologia e ampliar o portfolio de opções com a tecnologia CRISPR da Embrapa para edição de genomas.


“A edição do genoma é um avanço revolucionário para melhorar o processo tradicional de desenvolvimento de plantas, de forma mais ágil, e com maior precisão”, afirma o pesquisador Alexandre Nepomuceno, da Embrapa. “O portfólio da Benson Hill com a tecnologia CRISPR 3.0 amplia as possibilidades da Embrapa para editar o genoma de várias espécies de importância para a agricultura brasileira. Isto, aliado à expertise técnica das duas empresas, capacita o Brasil a avançar mais rapidamente no melhoramento genético de plantas, animais e microrganismos”, diz. Para Matthew Crisp, presidente e co-fundador da Benson Hill Biosystems, o Brasil representa 20% da diversidade natural do planeta. “A Embrapa desenvolveu o maior banco genético de sementes no Brasil e um dos maiores do mundo. Nossa equipe está ansiosa para se envolver com cientistas da Embrapa e alavancar e preservar a diversidade genética das plantas”. Segundo Celso Moretti, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa, a parceria com a Benson Hill permitirá somar conhecimentos e gerar resultados mais rapidamente nos programas de pesquisa em biotecnologia. “A parceria permitirá importante avanço na obtenção de espécies com características adaptadas às principais demandas do agro brasileiro tanto na adaptação às mudanças climáticas como na resistência a doenças e maior produção de energia pelo setor agropecuário”, salienta.

REVOLUÇÃO Os pesquisadores da Embrapa Alexandre Nepomuceno e Hugo Molinari afirmam haver uma nova revolução no desenvolvimento da variabilidade genética, representada por plantas que tiveram seu genoma editado por técnicas de engenharia genética de precisão como CRISPRs, Zinc-finger nucleases (ZFN) e Transcription Activator-like Effector Nucleases (TALENs), que já começaram a ser colocadas no mercado. “Híbridos de milho com composição modificada de amido, mais interessantes para a indústria, ou cogumelos e maçãs, cujos genomas foram editados para inativação de polifenol oxidases que causam o escurecimento do tecido vegetal, gerando produtos de maior vida de prateleira, são alguns exemplos”, escrevem os pesquisadores.

Detalhe de planta de soja no Laboratório de Biotecnologia da Embrapa Soja

No caso da tecnologia CRISPR, outra vantagem, além da precisão genética, é o fato de ela permitir reforçar ou inibir determinada característica de um organismo sem a necessidade de incluir genes de outras espécies. “Em decorrência de não carregarem transgenes em países importantes como EUA, Canadá, Argentina e Chile, esses produtos não são considerados Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Em janeiro de 2018, o Brasil também passou a ter legislação que regulamenta o uso de técnicas de edição de genomas, com a mesma linha adotada por EUA, Canadá, Argentina e Chile. Isso permitirá que empresas públicas e privadas nacionais possam voltar a participar do processo de desenvolvimento de variedades com alto valor tecnológico baseado em genômica de precisão”, afirmam Nepomuceno e Molinari.

A CRISPR NA EMBRAPA Na Embrapa, a tecnologia CRISPR tem sido indicada como uma das pesquisas estratégicas e como ferramenta de elevado potencial para o desenvolvimento de processos e produtos inovadores e agregação de valor à biodiversidade. Cura e prevenção de doenças em animais, ganhos de agilidade e precisão na engenharia genética da cana-de-açúcar são algumas perspectivas apontadas. Na Embrapa Soja, a CRISPR/Cas vem sendo estudada pela pesquisadora Liliane Henning para desativar genes com características indesejáveis e favorecer a melhoria das características associadas à qualidade de grãos e sementes de soja, alterar rotas metabólicas para reduzir a ação

dos fatores antinutricionais e aumentar os teores de ácidos oleicos. Alexandre Nepomuceno busca desativar genes envolvidos no metabolismo do Acido Abscisico, hormônio vegetal que interfere nos mecanismos de aumento de tolerância à seca.

SOBRE A EMBRAPA A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi fundada em 1973. A Embrapa é uma empresa de inovação tecnológica focada na geração de conhecimento e tecnologia para a agropecuária brasileira. Desde a sua fundação, e com parceiros do Sistema Nacional de Pesquisa Agrícola, a Embrapa assumiu o desafio de desenvolver um modelo genuinamente brasileiro de agricultura e pecuária tropical para superar as barreiras que limitam a produção de alimentos, fibras e combustíveis no país.

SOBRE A BENSON HILL BIOSYSTEMS A Benson Hill Biosystems alia computação em nuvem, análise de dados e biologia de plantas para gerar inovação na agricultura. Integra dados e análises de culturas com os conhecimentos biológicos e experiência dos seus próprios cientistas e os dos parceiros. Para saber mais sobre a empresa, acesse bensonhillbio.com

Texto: Assessoria de Imprensa Embrapa Soja/ Lebna Landgraf REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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COMEMORAÇÃO

SINDICATO RURAL DE LARANJEIRAS DO SUL COMPLETA 50 ANOS

O

Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul completou 50 anos no dia 15 de janeiro. Para comemorar a data, a entidade realizou um jantar comemorativo no dia 12 de janeiro, no Restaurante Capeletti. O evento contou com a presença de mais de 180 convidados, entre eles o diretor Financeiro da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), João Luiz Rodrigues Biscaia, o presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, Anton Gora, que também é vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, lideranças do agronegócio, autoridades e representantes do setor comercial e empresarial do município e região. Além do cerimonial que destacou as ações do Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul, os ex-presidentes da entidade receberam uma homenagem por fazerem parte da história de conquistas do sindicato em prol dos produtores rurais. “Laranjeiras do Sul tem 71 anos e o Sindicato Rural tem 50 anos. É muito legal porque a história do sindicato coincide com a história do município e região. Então, preparamos um jantar para comemorar essa data e tivemos o capricho de homenagear todos os ex-presidentes da entidade. Foi muito emocionante, porque a sociedade como um todo participou e reconheceu essa atitude. Resgatamos a importância da entidade”, contou o presidente do Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul, Miguel Luiz Severino Alves.

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SOBRE O SINDICATO RURAL DE LS O Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul auxilia produtores rurais de Laranjeiras do Sul e região com informações agrárias e tributárias, trabalhistas, previdenciárias, preenchimento do CCIR, emissão do ITR, registro de colaboradores rurais e emissão de folha de pagamento, declaração de exercício de atividade rural, assessoria jurídica e oferece ainda cursos e treinamentos para melhorar a produção agropecuária, renda e qualidade de vida da família rural, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).


MILHO

DE OLHO NAS DOENÇAS DE COLMO E GRÃOS DO MILHO

A

semente do hibrido de milho que chega até a lavoura contém todo o potencial produtivo que a planta é capaz de expressar. Mas desde a semeadura até a colheita, a planta enfrenta diversos desafios que podem reduzir sua produtividade e gerar danos de grande impacto econômico para o agricultor. Entre esses obstáculos estão as doenças de colmo e grãos do milho, que causam desde apodrecimento de espigas a quebra de colmos. Conhecer as características dessas doenças é fundamental para que as lavouras sejam prevenidas e manejadas de forma eficiente quando necessário.

COMO IDENTIFICAR Na agricultura brasileira, as principais doenças que atingem os grãos e o colmo das plantas de milho são a Fusarium verticillioides, Giberela (Giberella zeae) e Diplodia (Stenocarpella sp.), enquanto a Antracnose (Colletotrichum graminicola)atinge apenas o colmo. Saiba mais sobre cada uma delas.

Giberela O fungo da Giberela pode se desenvolver no colmo ou mesmo na espiga, gerando grãos ardidos. É uma doença disseminada quando as condições ambientais se tornam favoráveis, causando podridão de colmo com mais frequência em regiões do sul do Brasil. O colmo contaminado apresenta internamente o sintoma de corda de violão,com coloração rosa-avermelhado.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS

• Temperaturas amenas. • Seca antes da floração. • Umidade excessiva. • Períodos prolongados de dias nublados após florescimento. • Longos períodos de chuva em locais com temperaturas entre 20ºC a 30ºC.

Fusarium Normalmente causa danos em grãos isolados ou em um grupo de grãos. É muito raro casos onde ocorre na espiga toda. Conforme a doença evolui, os grãos infectados podem ficar recobertos por micélio, que forma uma massa avermelhada. Se a infecção ocorre através do pedúnculo da espiga, todos os grãos podem ser infectados. A alteração da coloração do colmo no primeiro e segundo entrenó acima do solo é um sintoma. Quando a pressão da doença é alta na lavoura, pode apresentar coloração salmão na casca, que causa podridão de colmo.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS

• Chuva e temperatura na faixa de 30oC. • Ocorre nas regiões de altitude abaixo de 600 metros ou regiões mais quentes e úmidas. • Espigas mal empalhadas ou ataque de lagartas favorecem a doença.

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Diplodia Essa doença é causada por um fungo necrotrófico que consegue sobreviver no solo. Seu contato com a planta acontece a partir do deposito dos esporos do fungo na bainha das espigas por meio da chuva, infectando os pedúnculos, o que causa podridão na espiga do milho. Os sintomas são grãos marrons e com baixo peso, além de crescimento micelial branco entre as fileiras de grãos. Essa doença também pode causar a podridão do colmo, que se desintegra, apresentando sintoma de corda de violão, com manchas escurecidas no primeiro e segundo entrenó acima do solo.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS

• Seca antes do florescimento e alta umidade na fase de enchimento de grãos até a colheita. • Temperaturas na faixa de 30oC. • Pode ocorrer em regiões de menor altitude e em áreas de safrinha. • As espigas são mais suscetíveis, cerca de, três semanas após a polinização.

Antracnose A doença pode infectar todas as partes da planta de milho, resultando diferentes sintomas nas folhas, no colmo, na espiga, nas raízes e no pendão. A coloração marrom-escura no tecido interno do colmo é uma característica da Antracnose, que faz com que o colmo se desintegre, levando a planta à morte prematura e ao acamamento.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS

• Longos períodos de altas temperaturas e umidade, principalmente na fase de plântula e após o florescimento.

ESTRATÉGIA DE MANEJO Histórico da área

O primeiro passo para reduzir os riscos de impacto econômico com doenças de colmo e grãos é buscar conhecer o histórico da região onde a lavoura está alocada. Isso permite que a cultura seja instalada por meio de um hibrido com maior tolerância genética às doenças comuns da região.

População recomendada

Seguir a recomendação de população e de época de plantio do hibrido selecionado é muito importante para assegurar que as plantas possam expressar melhor seu potencial produtivo e sua tolerância as doenças.

Adubação e fungicidas

A adubação é uma ferramenta que auxilia a planta na produção de reservas no colmo para momentos de estresse hídrico ou de contaminação com doenças. A aplicação de fungicidas age da mesma forma, prevenindo as plantas contra as doenças por meio da proteção da área foliar. Ambas as ações são preventivas e devem ser realizadas a partir de monitoramento e identificação da presença das doenças em níveis a baixo de dano econômico. O manejo tardio, em situações onde as doenças são identificadas em estágios avançados, pode ser ineficiente.

Esse conteúdo é um oferecimento da DEKALB, a marca dos agricultores que desafiam os limites da produtividade. Para mais informações, acesse: www.dekalb.com.br

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TRADICIONALISMO

Com laçadores de diversos lugares, Orelhanos celebraram sua história na emoção do Laço Comprido

ORELHANOS: 30 ANOS DE TRADIÇÃO CAMPEIRA

U

m momento que destacou mais uma vez o tradicionalismo em Guarapuava: realizado de 23 e 25 de fevereiro, na pista de laço do CTG Fogo de Chão, à margem da PR 170, o Encontro Cultural do Piquete Orelhanos de 2018, que nesta edição marcou os 30 anos do grupo, superou expectativas em termos de público e, principalmente, de emoção. O ponto alto ocorreu na tarde do terceiro dia da programação, durante uma pausa para homenagem aos fundadores do grupo. Diante de dezenas de laçadores de Guarapuava, do Paraná e de outros estados, alguns dos iniciadores do Orelhanos, ao lado de suas famílias, receberam das gerações mais novas seu reconhecimento. Os nomes daqueles que

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também escreveram a história do grupo, mas que já partiram, foram igualmente rememorados com reverência. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL esteve no rodeio e conversou com organizadores e participantes. Na comissão organizadora, o agrônomo Guilherme Borazo, das gerações mais novas, Guilherme e Diogo, dos Orelhanos recordou que o último grande encontro dos Orelhanos ocorreu há Então, optamos por fazer este evento, para 10 anos, quando festejaram duas décadas recepcionar os amigos, para comemorar de existência. Mas agora, destacou, a oca- esta data importante”. Comentando o nome sião de novo era especial: “O piquete co- do rodeio, Borazo ressaltou que a intenção memorou, em 2017, 30 anos de fundação. foi enaltecer a cultura do tradicionalismo e


os valores de apreço à família, de cordialidade nas relações sociais e de amor à natureza. “Estamos aqui para celebrar a amizade, aprender um pouco sobre a cultura de outras regiões, continuar esta tradição, que é extremamente guarapuavana, e passá-la para as gerações futuras”, resumiu. “Por sinal, vamos promover o Laço Família, em que todos os laçadores têm que ser parentes em primeiro grau. Acho que isso acaba promovendo a união das famílias”, antecipou no início da programação. Laços de amizade e de família deram o tom também fora da pista. O produtor rural e laçador Gastão Magalhães Maciel contou veio do município de Água Doce, em Santa Catarina, especialmente para o Encontro Cultural, a convite de Sérgio Teixeira, um dos membros do Orelhanos e amigo de longa data. “É uma amizade de muitos anos”, completou. Ele elogiou o evento: “Festa grande, parabéns para os organizadores”.

Gastão, de Água Boa, Santa Catarina

Outro participante, Edson José Marcondes, que veio de Cândido de Abreu com a família, contou que nasceu em Guarapuava, mas há 30 anos se mudou para o município da região central do Paraná, onde fundou o CTG Lenço Colorado. “Fomos convidados e viemos prestigiar nossos amigos”, relatou, apontando que compareceu para laçar com seus dois filhos: “Um é engenheiro, o outro, dentista. E já estão as netas começando agora”, completou.

Edson J. Marcondes e a esposa Maristela, de Cândido de Abreu

Público: várias gerações unidas pelo tradicionalismo

A tendência de mulheres praticarem o laço e competirem em provas, como vem ocorrendo em vários rodeios pelo Brasil, também se reafirmou neste encontro dos Orelhanos, nas categorias Prenda Adulta e Prenda Juvenil. Maria Carolina Oliveira Mendes, de 13 anos, do CTG Pala Gaudério, de Pinhão, veio com a família para participar na Prenda Juvenil. “Comecei na vaquinha parada. Agora, faz um ano que estou iniciando: sou aprendiz. Sempre gostei muito de laçar”, disse, ressaltando que assim também tem feito várias amizades. A inclinação por esta atividade, ela atribui à influência da história de seus pais e avós. A jovem conta que a segunda pista de laço do Paraná surgiu na propriedade de seu avô, a Fazenda Velha das Torres, em Reserva do Iguaçu. Ao lado de Maria, sua mãe, Delaine Ferreira de Oliveira Mendes, sublinhou com orgulho que a pista ainda existe. Delaine lembrou ainda que seu pai, João Neto, já se dedicava ao tradicionalismo: “Meu pai foi coordenador por

mais de 10 anos da região. Ele é falecido, mas deixou esta tradição. Aprendemos isso com ele”. Quem também ressaltou a ligação entre o tradicionalismo e o passado da região Sul foi outro laçador. Vindo de Boa Ventura de São Roque, onde é professor de história na rede pública, Ademir Antônio Franco mencionou que sempre teve gosto nesta cultura e agradeceu aos amigos guarapuavanos: “Vim participar com muita galhardia, com muito orgulho, dos 30 anos dos Orelhanos. Quero agradecer à família Teixeira, ao Diogo Caldas, que é o patrão atual desta entidade, que tem história, ao longo de três décadas, levando o tradicionalismo de Guarapuava, que é a cidade mais gaúcha do Estado do Paraná e talvez do Sul do Brasil”.

Ademir A. Franco, de Boa Ventura de São Roque

Maria Carolina e a mãe Delaine, de Pinhão

Em toda sua programação, o Encontro Cultural também premiou os melhores no laço, nas categorias Patrão, Capataz, Dupla, Veterano, Guri, Prenda Adulta, Prenda Juvenil e Piá.

Homenagem aos fundadores dos Orelhanos REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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REPRESENTATIVIDADE

AÇÕES COLETIVAS – LEGITIMIDADE E RELEVÂNCIA SOCIAL DOS SINDICATOS RURAIS LUIS EDUARDO PEREIRA SANCHES Advogado do escritório Trajano Neto e Paciornik em aliança com o escritório Decker e Advogados Associados

O

Sistema Sindical Rural Brasileiro possui importância fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País, uma vez que por meio dele os produtores rurais têm maior participação no arranjo político-governamental e, dessa maneira, podem garantir a defesa de seus direitos independentemente do tamanho de suas propriedades e da atividade rural específica por eles explorada. Valendo-se dessa eficaz estrutura, o sistema procura concretizar as principais reivindicações do setor, tais como a ampliação do crédito rural, o treinamento e capacitação em diversas áreas de conhecimento, o auxílio no controle de pragas e doenças, a ampliação do comércio exterior para produtos primários brasileiros, assim como discutir as ilegalidades e/ou equívocos que afetam o setor rural brasileiro. Neste particular, encontram-se em atual discussão os temas relacionados à exclusão do ICMS da base de cálculo do Funrural, o afastamento do percentual relativo à contribuição do salário educação e, por fim, a possível declaração de nulidade da patente Intacta concedida à Monsanto, via de consequência, o ressarcimento dos valores indevidamente recolhidos. Sobre os temas, destaca-se, inicialmente, que a inclusão do ICMS, no cômputo do Funrural, encontra-se em total ilegalidade, o que permitirá a restituição e/ou compensação dos valores de Funrural recolhidos a maior nos últimos 5 (cinco) anos, conforme precedentes jurisprudenciais do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. No que se discorre sobre a contribuição denominada “salário educação”, um cenário favorável também contempla os trabalhadores rurais. Isso porque a jurisprudência pátria têm reconhecido a ilegalidade da cobrança da contribuição “Salário

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Educação” de produtores rurais pessoa física, bem como o direito destes de ressarcimento dos valores pagos nos últimos cinco anos. No que pertine às sementes geneticamente modificadas, o setor tem-se movimentado para nulificar a patente concedida à Monsanto em relação à soja Intacta RR2 Pro, vez que não estariam reconhecidos os requisites técnicos de inovação, o que reverterá em ressarcimento aos Produtores, os valores recolhidos à título de royalties. Surge como preponderante, portanto, a atuação dos Sindicatos Rurais, que, pretendendo manejar ações coletivas, visarão preservar a tutela dos direitos coletivos em sentido estrito e de direitos individuais homogêneos, principalmente no que concerne aos temas acima elencados. Na pertinência temática, a legitimidade de sindicatos na propositura de ações coletivas ficou prevista no artigo 5º da Lei nº. 7.347/85 (Lei de Ação Civil Pública), ou então, aqueles constantes do rol do art. 82 do Código de Defesa do Consumidor. Portanto, os sindicatos ostentam inegável padrão de representatividade das respectivas categorias sociais. Além disso, a própria Constituição lhes conferiu a função de defesa dos interesses coletivos ou individuais da categoria (art. 8º, III). Resta evidente, por fim, que os Sindicatos Rurais pretendem, quando da busca por uma tutela judicial coletiva, mais do que preservar seus interesses, mas sim garantir uma medida de relevância social, uma vez que os respectivos recolhimentos, sejam à título de contribuições ditas ilegais, ou, pagamento de royalties equivocados, geram impacto no preço final do produto ao mercado e trazem prejuízo à toda cadeia produtora e consumidora. Por sua vez caberá ao produtor rural, visando preservar seus direitos individuais, buscar o Sindicato Rural e aderir aos seus propósitos.


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NCCCG

7ª EXPOCRIOULO: FORÇA E BELEZA DA RAÇA CRIOULA

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Expocrioulo de Verão 2018 representou mais do que um encontro dos criadores da raça crioula de Guarapuava e região. Ao lado da programação, dias 2 e 3 de março, no Parque Lacerda Werneck, esta sétima edição do evento teve, como ponto principal, homenagem ao criador guarapuavano e entusiasta do cavalo crioulo Cezar Krüger, falecido em 2017. Na comissão organizadora, João Carlos Pires, da diretoria do NCCCG, conversou com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL sobre o evento, destacando a qualidade dos animais, a participação de criadores locais e regionais e as lembranças do homenageado. O padrão dos animais, apontou, tem sido destaque: “O crioulo sempre tem um nível elevado. O Núcleo tem o prazer de sempre receber tanto os guarapuavanos como pessoas que vêm de outras cidades, trazendo novidades com referência ao cavalo”. Outro ponto importante, assinalou, uma análise dos cavalos dentro dos padrões da

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associação – o evento contou julgamento a cargo de Jorge Rosas Demiate Junior, tendo como inspetor técnico Rafael Fagundes Sant´anna (credenciado junto à ABCCC): “Nenhum evento que o Núcleo patrocina pode ser realizado sem que a autoridade máxima, no nosso caso a ABCCC, autorize. É ela que determina quem são as pessoas que vêm fazer esta avaliação”, comentou. E este padrão, ressaltou, se mostrava elevado no evento de Guarapuava: “São animais que, em qualquer exposição no Brasil, com certeza não vão ficar atrás dos demais”. Para Pires, outro aspecto relevante da Expocrioulo é ser um espaço para os criadores se encontrarem e trocarem idéias, o que contribui para que aprendam cada vez mais sobre a raça e para fazerem novos amigos. “Na conversa com os proprietários, com os cabanheiros, a gente sempre aprende alguma coisa. Além de tudo, a amizade”. Para ele, conforme enfatizou, ao lado do esforço dos criadores para obterem plantéis dentro dos padrões da ABCCC, este é um dos lados mais significativos da atividade:

João Carlos Pires, do NCCCG: recordando a trajetória de Cezar Krüger

“O cavalo é família. É um ponto de união entre o pai, a mãe, os irmãos. Ela (a família), através do cavalo, acaba se reunindo. Aqui mesmo você vai ver muitas pessoas que vêm trazer o filho, filha, neto, para ver o cavalo. Mas quem é que quer ver o cavalo? É só o neto, o filho? Não, o adulto também”. Para o ano, de acordo com Pires, também se já prevê outros eventos: “O Núcleo tem uma programação extensa. Para os dias 24 e 25 de março, serão realizadas provas e um curso de morfologia nas de-


EMOÇÃO: HOMENAGEM A CEZAR KRÜGER

pendências da propriedade de Gibran Araújo, no município de Candói. O Núcleo é um dos patrocinadores, um organizador”. Paleteadas e campereadas, completou, também farão parte da programação. Conforme explicou, podem se inscrever criadores de cavalo crioulo.

Em cada etapa, animais analisados nos critérios da ABCCC Abertura do evento: Heiko Egles (pres. NCCCG), ao lado das irmãs de Cezar Krüger, Sônia, Lenita e Beatriz

A

emoção deu o tom da homenagem do Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo de Guarapuava (NCCCG) a um de seus fundadores mais notáveis. Reunidos num jantar, diretores do Núcleo, da Sociedade Rural, criadores, participantes do evento, familiares, amigos e autoridades, como o prefeito Cezar Filho, relembraram o crioulista guarapuavano que, para muitos, foi um dos mais importantes conhecedores de raças eqüinas no Brasil. Membro da diretoria do Núcleo, João Carlos Pires apresentou a trajetória de Cezar Krüger, com depoimentos de amigos em vídeos gravados especialmente para a ocasião. Pires rememorou que Krüger mantinha contato com criadores do Brasil, Argentina, Uruguai e de Portugal. Acrescentou ainda que o homenageado esteve, em 1993, naquele país europeu para conhecer mais sobre cavalos. A homenagem enfocou também, entre vários outros pontos, que Krüger foi um dos entusiastas das Cavalhadas de Guarapuava. Em nome das várias gerações da família, presentes à ocasião, o pai de Cezar, o ex-prefeito Nivaldo Krüger, recebeu as homenagens ao filho. “Esta Heiko Egles (à dir.): homenagem foi uma noite de conforto, do NCCCG, recebida por Nivaldo de saudade, de cultura”, Krüger e a esposa Lenita afirmou. Ele enalteceu a importância dos amigos do NCCCG para ajudar os netos a prosseguir com a tradição: “O Felipe e o Vinícius têm a responsabilidade de dar seguimento. E este seguimento só será bem sucedido com esta Ao lado dos netos Vinícius e presença, com esta parti- Felipe (à dir.), Nivaldo Krüger cipação de todos aqueles recebe homenagem ao filho que foram amigos do Ce- Cezar, das mãos de Fábio Ramon (à esq.) zar”, completou.

Jovens do CTG Fogo de Chão: homenagem em forma de dança

Participantes do evento: aplausos

Na foto, o crioulista guarapuavano Cezar Krüger ao lado de um de seus filhos, Felipe, na propriedade da família, em Guarapuava. Referência em conhecimentos sobre a raça crioula e outras, Krüger foi um dos entrevistados da REVISTA DO PRODUTOR RURAL em reportagem sobre o Cavalo Guarapuavano. A matéria foi publicada na edição 57 (outubro/novembro de 2016).

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PROFISSIONAIS EM DESTAQUE

Álvaro Soares, Eduardo Rambo, Leonardo Pastoral, Marcelo Andrade e Luciano Nassu (Monsanto Bio AG)

Jéssica Furmann, Jeferson Rezende, Mauricio Genghini, Renato Figueiredo, Otto Rickli, Johan Mecher, Renan Opuchkevitch, Kathia Algaier (Agrária), André Boffo (Agrária), André de Almeida, Daiany Kenhar (Inquima)

Toni Schinemann, Vinicius Otto, Damião de Veras, Edson Pirazzo (Agroceres)

Joseanne Arana e Kiulza Ribeiro (Banco do Brasil)

Equipe Dow Du Pont

José de Matos, Renata Souza, Eder Silva, Sergio Rovedo, Cyrano Yazbek e Adilson Pagno (Du Pont Pioneer)

Estudantes do Colégio Agrícola

PROJETO IDENTIDADE SINDICAL Novos parceiros

SABOR DA CARNE: Fernando Beltrão

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ADS AMBIENTAL: Jocelio Martins Ryzy, Luiz Henrique da Silva Marconato e Ana Paula Costa


PRODUTORES EM DESTAQUE

Amaury Pissaia, Sueli Karling Spieler, Cândido Bastos (CB Agro), Rodolpho Botelho e Apº Ademir Grosse

Apº Ademir Grosse, David Cardin (Caixa), João Arthur Barbosa Lima e Anton Egles

Apº Ademir Grosse, André Zentner e Miguel Luiz Severino Alves

Lincoln Campello e Apº Ademir Grosse

Paulo Edgard

Evandro dos Santos

Rubens Felipe dos Santos e Pedro Moreira Jr.

Maria Milla, Rebeca Wilk, Anelise Buhali e Ilze Wilk

Hildegard Abt

Helmuth Seitz e Marcos Seitz

Karin Milla Detlinger, Manfred Majowski e Paloma Detlinger

Aramis Mendes Siqueira e William Rickli

Apº Ademir Grosse, Paulo Gabriel e Edson Borsato

NOVO SÓCIO

Valentina (1 ano) Filha de Patricia e Anderson Pilati

Rudy José Tozatti

Envie sua foto para o e-mail: comunicacao@srgpuava.com.br

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2018 MARÇO ADILSON KARAM JÚNIOR 28/03 ADOLF DUHATSCHEK 23/03 ADRIANA L. MARTINS 01/03 ALBERT KORPASCH 04/03 ALESSANDRO ILLICH 03/03 ALEX FRANZ OSTER 27/03 ANA HERTZ 21/03 ANTON KELLER I 25/03 ARISTEU VUICIK 30/03 ARMANDO V. DE ABREU 11/03 BRUNO REINHOFER 25/03 CARLOS EDUARDO RICKLI 03/03 CÉLIA REGINA C. SILVESTRI 16/03 CELSO MARCELO MACIEL 28/03 CLÁUDIO MARATH 15/03 CLÁUDIO VIRMOND KIRYLA 17/03 DANIELA B. P. LOSSO KLUBER 25/03 DARIO CALDAS SERPA 17/03 DARIO CEBULSKI 01/03 DAVID KLUBER 27/03 DIEGO LUIZ BEGNINI 24/03 DILCEIA M. A. ESPINOLA 01/03 DIOVANI SILVESTRIN 10/03 DIRCEU FABRÍCIO 19/03

EDEGAR LEH 02/03 ELOA BOCHNIA 20/03 EMIRIA NAKANO 11/03 ERIKA H. DUCH ILLICH 27/03 ERNEST MILLA 24/03 EUGENIA PACZKOWSKI 04/03 EVALD ZIMMERMANN 27/03 FÁBIO ROBERTO LUSTOSA 09/03 FABRÍCIO G. L. ARAÚJO 18/03 FRANCISCO A. M. LIMA 30/03 GABRIEL GERSTER 14/03 GERHARD JOSEF WILK 14/03 GILBERTO MAACK KUROWSKI 12/03 GIOVANE IVATIUK 21/03 GRAZIELA GERSTER 16/03 HELGA REINHOFER ILLICH 24/03 HERMANN JOSEF SCHERER 19/03 HERMINIO MINORU KANEKO 06/03 HILDEGARD ABT 22/03 HORST SCHWARZ 22/03 HUGO MARTINAZZO 05/03 INÊS MARIA CLETO PACHECO 10/03 JACIEL DO VALLE 31/03 JACKSON FASSBINDER 20/03

JANETE AP. HONORIO SPROTTE 01/03 JOANA LOPES DE ARAÚJO 03/03 JOÃO LUIZ SCHIMIM 15/03 JOÃO SEBASTIAO STORA 11/03 JOHANN GEIER 04/03 JORGE DOS SANTOS 05/03 JOSÉ ACYR DOS SANTOS 16/03 JOSÉ AMORITI T. RIBEIRO 19/03 JOSÉ EWALDO F. SCHIER 25/03 JOSÉ MASSAMITSU KOHATSU 05/03 JOSEF KARL 05/03 LAURY LUIZ KUNZ 23/03 LINCOLN CAMPELLO 24/03 LORIVAL HIRT 20/03 LUCIANE MACIEL ALMEIDA 23/03 LUCIANO KLOSTER SERPA 06/03 LUIZ CARLOS COLFERAI 30/03 LUIZ LECHACKOSKI 09/03 MAIL MARQUES DE AZEVEDO 17/03 MARCOS FCO. ARAÚJO MARTINS 05/03 MARCOS MARTIM A. THAMM 24/03 MARIA DE JESUS R. CORDEIRO 04/03 MATHIAS ZEHR 16/03 MILTON LUIZ DO PRADO 29/03

MOACIR ANTÔNIO NERVIS 09/03 MÔNICA CASAGRANDE 28/03 NATASCHA ABT 05/03 NEIRI LOPES DE ALMEIDA 20/03 NELSON MUGNOL 11/03 NELVIR DE JESUS GADENS 20/03 NEZIO TOLEDO 08/03 ODILON CASAGRANDE 28/03 PAULO CESAR GONÇAVES 04/03 PEDRO KONJUNSKI SOBRINHO 24/03 PELLISSON KAMINSKI 28/03 RAFAEL MARCONDES TROMBINI 26/03 RENATO A. TAQUES DE M. CRUZ 23/03 RODOLPHO TAVARES DE J. BOTELHO 13/03 ROMAN KELLER 12/03 SOLANGE RIBAS CLEVE 23/03 SUELI KARLING SPIELER 27/03 TEOFILO MARTIN 03/03 VALDOMIRO KAVA 03/03 VANDERLEI RAMIRES 23/03 VATERLO HAEFFMER 27/03 WENDELIN HERING 10/03 WIENFRIED MATTHIAS LEH 09/03 WILIAM RICKLI SIQUEIRA 19/03

FERNANDO RUIZ DIAS JÚNIOR FRANCISCO A. CALDAS SERPA GARCIA DE MATOS CARDOSO GUILHERME ILLICH GUNTER REICHARDT GUNTHER GUMPL HARALD KORPASCH HEINRICH SIEGMUD STADER HELMUT KELLER HELMUTH JOSE SEITZ HERBERT KELLER HERMANN KARLY HERMINE LEH HUBERTO JOSÉ LIMBERGER JAIRO LUIZ RAMOS NETO JOAIR MENDES PEREIRA JÚNIOR JOSÉ HENRIQUE C. LUSTOSA JOSÉ MARTYN JOSÉ PEREIRA JOSÉ SZEMANSKI FILHO

JOSEF PFANN FILHO JOSEF SIEGFRID WINKLER LEONIDAS F. CHAVES FILHO LILIAN MARIA B. DACOREGIO LUCIANA CAMPELLO DE SOUZA LUCIANA VARGAS LUIZ CARLOS SCHVARZ MANFRED STEFAN SPIELER MARCELO FERREIRA RANSOLIN MARIA DAS GRAÇAS M. TEIXEIRA MARIA GORETI ALMEIDA DA SILVA MARTIN HEISER MOACIR KENJI AOYAGUI MOREL LUSTOSA RIBAS NELSON BATISTA DE ALMEIDA ONAIR RODRIGUES DE BAIRROS PATRICIA O. MARIOTTI TEIXEIRA PAULO CESAR MUZZOLON PAULO HENRIQUE C. KLOPFLEISCH PETER SPIESS JÚNIOR

RAFAEL MAJOWSKI 07/04 RALF KARLY 23/04 RICARDO MARCONDES TEIXEIRA 05/04 RICARDO MARTINS KAMINSKI 13/04 ROBERTO CESAR M. DE ARAÚJO 08/04 ROBERTO KELLER 06/04 ROBERTO KORPASCH 06/04 ROBSON SCHNEIDER 12/04 RODRIGO CASTELINI 13/04 ROLAND JUNG 15/04 ROMANCITE JOSÉ SILVERIO 20/04 ROMEU FELCHAK 09/04 ROZENDO NEVES 12/04 SERLEI ANTONIO DENARDI 23/04 SIDNEI FERREIRA DA SILVA 11/04 STEFAN BUHALI 03/04 STEFAN GERSTER FILHO 23/04 VALDIR ANTONINHO DEZINGRINI 15/04 VERA TEREZINHA EIDAM 22/04 WILSON CARLOS HAAS 23/04 WOLFGANG MULLERLEILY 15/04

ABRIL ADALBERTO DE REZENDE ADELAIDE A. PENTEADO ZANONA ADELCIO GRANEMANN FRITZ ALAOR SEBASTIÃO TEIXEIRA ALBERTO TOKARSKI ALFREDO BERNARDINI AMARILIO A. DE OLIVEIRA KRÜGER ANA MARIA LOPES RIBEIRO ANTON ANNAS ANTON FASSBINDER JÚNIOR ARNALDO STOCK JÚNIOR CARLA RENATA ARAÚJO LUSTOSA CARLOS BODNAR CARLOS EDUARDO MARTINS RIBAS CARLOS EDUARDO RIBAS DE ABREU CELSO CARLOS CAROLLO SILVESTRI CIRO CEZAR MENDES ARAÚJO DALTON CESAR MARTINS QUEIROZ EDIO SANDER EDUARDO VOLLWEITER

09/04 05/04 14/04 03/04 13/04 03/04 10/04 06/04 15/04 18/04 03/04 05/04 18/04 07/04 21/04 06/04 11/04 20/04 18/04 04/04

18/04 05/04 22/04 13/04 24/04 08/04 16/04 18/04 16/04 16/04 10/04 22/04 04/04 28/04 30/04 03/04 21/04 23/04 30/04 18/04

03/04 01/04 21/04 02/04 10/04 06/04 05/04 20/04 12/04 11/04 22/04 09/04 28/04 18/04 09/04 14/04 06/04 08/04 23/04 14/04

CONFIRA A AGENDA DE EVENTOS AGROPECUÁRIOS: Assembleia Geral Ordinária

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6ª Ovinotec

MAR/ABR

Simpósio Nacional da Soja

27 de março

4 de abril

4 e 5 de abril

Sindicato Rural de Guarapuava (PR) (Direcionada a associados da entidade) Tel. : (42) 3623-1115

Sindicato Rural de Guarapuava (PR) (42) 3622-2443

Piracicaba (SP)

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2018

www.simposiosoja.com


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