ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VIII - Nº 42 - Abril/Maio-2014 Distribuição gratuita
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Revista do Produtor Rural do Paranรก
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Manchete
Sanidade animal: a hora é agora!
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Curiosidade
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Fazendas antigas
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Uma abóbora de 55 quilos
Capão Redondo: tradição e modernidade
Novas fronteiras
Fazenda Estrela Dourada: integração lavoura-pecuária no MS
Bataticultura
Uma vitrine de pesquisa sobre a cultura da batata
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Especial Dia de Campo de Verão Cooperativa Agrária
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Ovinocultura
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Plantio Direto = conservação de solo e água
Como aumentar (e melhorar) a produção na ovinocultura de corte?
Energia elétrica À luz de velas
Caixa de Entrada
“Gostaria de cumprimentar minha prima Gilda Campelo e o redator/fotógrafo Manoel Godoy pela interessante reportagem sobre “Fazendas Históricas” (Edição nº 41). Muito interessante o conteúdo do texto que retrata bem a vida e as dificuldades de antigamente. Como historiadora que sou e apreciadora da Revista do Produtor Rural, considero que este tema, que será abordado provavelmente em diversas edições, com diferentes fazendas e com variados proprietários, trará um público maior, que certamente, valorizará mais ainda, o trabalho eclético que o Sindicato Rural vem fazendo para aproximar a classe”. Cleuza Botelho “Diva Luciana, parabéns pelo prêmio recebido. Não é por acaso, é pelo excelente trabalho realizado junto a Revista Produtor Rural. Sucesso!!!” Josias Schulze “Luciana, parabéns pelo reconhecimento (Prêmio Divas 2014). Este foi merecido pela dedicação e profissionalismo”. Grosse
ISSN 1984-0004 DIRETORIA:
• Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho • 1º Vice presidente: Josef Pfann Filho • 2º Vice presidente: Anton Gora • 1º Secretário: Gibran Thives Araújo • 2º Secretário: Luiz Carlos Colferai • 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima • 2º Tesoureiro: Jairo Luiz Ramos Neto • Delegado Representante: Anton Gora
“Luciana, parabenizo pelo prêmio Divas e reitero que este prêmio é um pequeno reconhecimento do grande trabalho que você vem fazendo na administração do Sindicato”. Nilceia Veigantes
Conselho Fiscal:
“Parabéns pela premiação, você merece muito esse prêmio, na verdade se for falar sobre tua competência você já não estaria mais nesta cidade, por isso melhor deixar quieto porque nós precisamos de você” Cícero Lacerda e Família
Nota da Redação: Agradeço imensamente o carinho de todos. Um grande abraço, Luciana
“Assumi há poucos dias o controle dos periódicos na biblioteca desta Unidade de pesquisa e estou tentando preencher as lacunas dos fascículos que faltam nas nossas coleções; desta forma, gostaria de saber da possibilidade de receber os fascículos atrasados (edições 33 e 37) da Revista do Produtor Rural do Paraná. Eli de Lourdes Vasconcelos - Bibliotecária Embrapa Agropecuária Oeste
- Dourados/MS
Nota da Redação: Informamos que encaminhamos os exemplares solicitados e que é um orgulho, para nós, a revista fazer parte do acervo da Embrapa. Estamos a disposição dessa renomada empresa.
“A pedido do Superintendente da APCBRH Dr. Altair Valloto, gostaríamos se possível do arquivo digital em pdf da matéria publicada na página 40 e 41 com o título “Doenças que afetam a produção” para ser divulgado em nosso site (www.apcbrh.com.br) e no nosso próximo informativo. Citaremos fonte e dados da edição da Revista na publicação”. Viviane Aline Marques - APCBRH Nota da Redação: Agradecemos o interesse e informamos que o material foi encaminhado. Estamos sempre a disposição dessa APCBRH.
- Titulares: Ernesto Stock - Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes - Lincoln Campello Suplentes: - Roberto Hyczy Ribeiro - Alceu Sebastião Pires de Araújo - Cícero Passos de Lacerda
Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora-Chefe: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333) Redação: Luciana de Queiroga Bren Manoel Godoy Colaboração: Geyssica Reis Fotos: Assessoria de Comunicação SRG Geyssica Reis Luciana de Queiroga Bren Manoel Godoy Projeto Gráfico e Diagramação: Roberto Niczay Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares
ERRATA
Na edição nº 40 (Dez/Jan), grafamos errado o nome do presidente do Sicredi Guarapuava, Adilson Primo Fiorentin. Pedimos desculpas pelo erro.
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
Editorial
Nos bastidores: conquistas para o setor Nesta edição, a manchete trata de um assunto importante, relacionado à sanidade agropecuária. Uma conquista do Conselho de Sanidade Agropecuária de Guarapuava (CSA), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Sindicato Rural de Guarapuava e outras entidades que, com o apoio dos nossos deputados estaduais, resultou na assinatura, pelo Governo do Estado, de uma portaria que prevê a indenização para proprietários rurais que tiverem bovinos sacrificados por causa da tuberculose. A campanha de vacinação de bezerras contra brucelose e a necessidade de se realizar exames em todo o rebanho bovino também fazem parte das ações que visam a sanidade animal plena. Também trazemos informações sobre outra conquista do Sistema CNA, que se refere à rejeição da emenda que queria tributar a comercialização de soja. Entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Sindicato Rural de Guarapuava se mobilizaram enviando ofícios aos deputados federais do Paraná solicitando a revogação do artigo 110, do projeto de Lei de Conversão, que onerava em 9,25% a exportação de grãos in natura, prejudicando a competitividade da soja brasileira no mercado internacional. Outra conquista foi que a Justiça manteve o uso do herbicida 2,4D e de outros agroquímicos na produção agrícola. O contrário traria danos irreparáveis ao setor. Citamos também, nessa edição, a última Assembleia Geral Ordinária do Sindicato Rural, em março, onde apresentamos aos associados tudo o que fizemos na entidade em 2013. Mostramos que as ações do sindicato vão muito além da capacitação, com cursos, palestras e seminários. Atualmente, por exemplo, estamos nos dedicando à negociação salarial junto ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Também tivemos reuniões sobre MST, índios e quilombolas, buscando apoiar produtores rurais da região. Nem sempre essas ações aparecem na mídia, mas é um importante trabalho da sua entidade de classe. Um trabalho de bastidores, que fazemos diariamente, pelos nossos associados. Estamos no Sindicato Rural - diretoria e colaboradores - a disposição de todos. Participem mais! Façam-nos uma visita - sócios e não sócios!
Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
A todos, uma ótima leitura! Revista do Produtor Rural do Paraná
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Foto destaque Foto: Manoel Godoy
da edição
Propriedade: Fazenda Capão Redondo
Município: Candói-PR Proprietários: Cleuza Werneck de Junqueira Botelho e Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho
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Artigo
Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná
Porque vale a pena...
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odo os anos, nessa época, quando chega a hora de pagar a Contribuição Sindical Rural, vem a pergunta: para que pagar? Vale a pena? Nesse artigo, quero tecer alguns comentários sobre a validade do Sistema Sindical Rural e demonstrar que as contribuições são extremamente necessárias para a continuidade da nossa atividade agropecuária. O setor está, sem dúvida, vivendo uma fase ótima. As produtividades são boas, com algumas exceções, os preços são bons para quase todos os produtos. Não teríamos do que reclamar. Mas como chegamos a esse patamar? Qual foi (e está sendo) a contribuição das entidades para chegarmos a esse estágio? Outra pergunta: essa situação vai ser definitiva? Nem sempre foi assim. Quem não se lembra quando as nossas produtividades de soja giravam em torno de 2000 kg/ ha e milho, em torno de 7000 kg/ha? E o preço da soja estava em torno de U$ 8,00 por saca, a nossa rentabilidade era baixa, tão baixa que tivemos que sair às ruas para protestar, fechamos estradas, convocamos demonstrações e o endividamento da agropecuária foi inevitável. Foi através da organização dos produtores em torno do seu Sistema Sindical, e com pressão através da união, que foi possível reverter essa situação. Precisamos lembrar que todas as decisões tomadas no governo são políticas e política só funciona com pressão. E quem faz essa pressão é o sistema sindical através dos seus associados. Quem não se lembra do confisco sobre a soja, feita pelo então Ministro Delfim. Foi uma decisão política, assim como a sua reversão. Se nós hoje temos boas produtividades, isso se deu em função de uma decisão política tomada lá atrás, quando o Ministro da Agricultura, então Alison Paullinele decidiu criar a Embrapa, investindo na capacitação tecnológica dos seus pesquisadores, que com isso geraram tecnologias que alavancaram as produtividades, nos possibilitando hoje boas produtividades. Produtividade é apenas um componente da rentabilidade. Para que ela seja boa, precisamos também vender bem e ter condições de escoar a nossa produção. Hoje temos boas produtividades, conseqüência de uma decisão política lá atrás, temos bons preços, conseqüência de uma conjuntura internacional. Mas temos custos exorbitantes fora da porteira. Custo de transporte, impostos, legislação trabalhista, legislação ambiental, entre outros custos, que chamamos de custo Brasil. Custos hoje suportáveis, em função do mercado internacional. Mas o que vai acontecer quando esse mercado não for mais favorável e tivermos que competir com países produtores, que têm custos mais baixos?
Se quisermos manter a nossa rentabilidade, mesmo com um mercado internacional desfavorável, temos que pressionar politicamente, através do Sistema Sindical, a adequação das políticas agrícolas. Vou citar alguns exemplos de como a nossa ausência da política pode nos prejudicar. Vejam os projetos que tramitam no Congresso: Hoje existem 1879 proposições no Congresso que, de alguma forma, afetam a agropecuária, destes 904 em tramitação. Desse total, 319 projetos tem um alto impacto sobre a nossa atividade, 283 médio impacto e 302 baixo impacto. Dos pareceres temos 353 convergentes, 372 divergentes e 179 com ressalvas; 212 projetos são de relações de trabalho, 154 de meio ambiente, 134 questões indígenas, fundiárias e quilombolas, 30 infra-estruturar, 38 de agroenergia e 43 sobre tributação. O que será que vai acontecer se não nos fizermos presentes nos debates em relação aos temas? Se não pressionarmos os nossos deputados e senadores? Além de pressionar, precisamos também fornecer informações técnicas aos parlamentares para que possam defender as nossas necessidades. A nível estadual, temos a nossa Federação da Agricultura (FAEP), que tem feito um trabalho extraordinário na organização dos produtores, levantando os problemas através das comissões técnicas, fazendo estudos para subsidiar políticos, e tem alcançado resultados também extraordinários, os quais seria impossível citar todos. A nível de Sindicato Rural temos feito cursos em parceria com o Senar - no ano passado mais de 300 - quase que um por dia, para repassar informações aos produtores e seus funcionários. Temos essa REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, que por si só já justifica toda a contribuição, porque ela é dos associados do Sindicato Rural e ainda projeta nossa atividade para o Brasil e para a sociedade urbana. Apoiamos e realizamos eventos técnicos, realizamos campanhas culturais e sociais. Prestamos serviços em diversas áreas. Enfim, no sindicato está parte dessa contribuição sindical que pagamos todos os anos. Portanto, o produtor pode e deve usufruir da entidade. Vamos repensar, queridos colegas, a nossa posição em relação a essas contribuições, analisar o custo-benefício, e o que seria da classe sem o Sistema Sindical Rural. O Sistema Sindical tem atuado na produção, na comercialização e nas questões políticas. Sem essa atuação, a atividade seria inviável. Pagamos impostos sem reclamar - taxas, contribuições onde não se vê nenhum retorno ou um retorno muito baixo. Então vamos contribuir e também participar do Sistema (CNA, FAEP e Sindicato Rural). É para nós, produtores, e para o futuro dos nossos filhos.
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Projeto Identidade Sindical 2014 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:
Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços
BetoAgro AGRONEGÓCIOS
10% nas prestações de serviços
30% em cursos oferecidos pelo escritório
10% em todos os serviços prestados
5% sobre valor final da negociação
10% a partir da segunda mensalidade, mais 10% de desconto de pontualidade
15% em acessórios e serviços
5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos
3% no final da negociação
10% camping, pesca, piscina e carabinas de pressão
10% sobre o preço total de habilitação - categorias A e B
3% de desconto adicional para compra à vista
Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais
10% em todos os serviços prestados
15% no valor do curso
Tecnologia, Saúde e Outros 15% na realização de exames radiográficos
5% em serviços ou equipamentos
Descontos em exames
Benefícios para associados
10% nas consultas de fisioterapia; 5% nos pacotes e palmilhas Benefícios para associados
Insumos agrícolas Newdeal Agroscience 3% na linha de produtos Forquímica
Desconto de 3% na Linha de Produtos New Deal
3% em toda linha de insumos agrícolas
* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.
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3% sobre o preço de lista no ato da compra. Descontos não cumulativos
Máquinas e Implementos Agrícolas
Produtos Veterinários/Agroveterinárias 3% à vista ou cartão de débito e 2% a prazo ou cartão de crédito; exceto vacina aftosa e produtos de promoção
5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais
3% a vista na compra de suplementos para equinos.
Bonificações em produtos
5% nas compras realizadas na loja
3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores, renovador de pastagens e grade de dentes espalhador de palha
5% à vista, exceto para produtos promocionais
candói Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
Serviços 3% nos produtos da loja, em produtos de veterinária e pet-shop
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% sobre valor final da negociação
Saúde
6% em Materiais de construção, movéis e casa pronta
5% toda linha de medicamentos
cantagalo Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
Materiais, Assessorias e Serviços
5% sobre valor final da negociação
Saúde
15% a vista 5% parcelado
20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente
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Fotos: Manoel Godoy
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Sanidade animal: a hora é agora! Nas últimas semanas, um dos principais assuntos da pecuária do Paraná é a sanidade animal. Com reuniões iniciadas em março, a Adapar, em conjunto com o Conseleite e Sindileite-PR, vem divulgando, aos produtores e à indústria, recentes portarias sobre a qualidade do leite, iniciativas como a campanha de vacinação de bezerras contra brucelose e a necessidade de se realizar exames em todo o rebanho bovino. Para autoridades, lideranças rurais e produtores, agora é a hora de intensificar as ações para que o Estado possa atingir a sanidade animal plena.
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omeçou dia 13 de março, em Guarapuava, uma série de reuniões regionais da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) com o objetivo de mobilizar o setor da pecuária do Estado para intensificar a luta pela erradicação da brucelose e da tuberculose bovina nos rebanhos paranaenses. Na iniciativa, realizada em conjunto com o Conseleite e o Sindileite-PR, as três organizações apresentam portarias da Adapar sobre sanidade animal, esclarecem dúvidas do setor e convocam toda a cadeia produtiva da pecuária a participar das campanhas para acabar com aquelas duas doenças. As enfermidades são consideradas uma questão grave por serem zoonoses, transmissíveis ao ser humano – se ocorrem, trazem o perigo de contaminação para produtores e profissionais que lidam com o gado; obrigam o sacrifício de animais, o que em alguns casos pode até inviabilizar a propriedade; comprometem a qualidade dos produtos; e restringem mercado. À reunião que aconteceu no anfiteatro do sindicato, compareceram, entre os cerca de 200 participantes, autoridades da área da
A veterinária Patrícia Tavares Nogueira, de volta aos exames de tuberculose, em abril
agricultura, lideranças e produtores rurais, veterinários, integrantes de conselhos municipais de sanidade animal, além de membros e dirigentes de cooperativas ligadas à produção de carne e leite. A programação foi dividida em duas partes: na primeira, a coordenadora do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose da Adapar, Mariza Koloda, apresentou um resumo das portarias da agência sobre qualidade em produtos de origem animal. Na segunda, teve lugar um debate entre os participantes e os organizadores do evento. A troca de ideias foi mediada pelo presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, ao lado de membros e técnicos da agência; pelo presidente do Conseleite e do Fundepec (Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná), Ronei Volpi; pelo presidente do Sindileite, Wilson Thiessen; e teve a presença de integrantes da Seab, do Ministério da Agricultura no Paraná e do presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. No debate, o foco girou em torno do detalhamento das leis sobre sanidade animal e do esclarecimento de dúvidas apresentadas pelos participantes. No final do encontro, numa entrevista para a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, o presidente da Adapar considerou que a reunião superou as expectativas: “O pessoal mostrou muito conhecimento de causa. As portarias já são conhecidas, tinha poucas dúvidas, mas muito empenho por parte das lideranças”. Kroetz afirmou que o produtor está atento e que “quer também se ver livre de brucelose e de tuberculose”. Ele valorizou ainda a presença de outras instituições que demonstraram interesse no encontro: “Tivemos aqui coordenadores das vigilâncias sanitárias, da Secretaria da Saúde, do Ministério da Agricultura, dos sindicatos, do Sistema Faep, do Senar, do Sindileite, das indústrias, de cooperativas, veterinários autônomos e oficiais. É ampla a preocupação que tem o Estado de ficar livre (das duas doenças)”. O presidente da Adapar acrescentou que “as metas (de vacinação contra brucelose) são ambiciosas, mas não são impossíveis de serem cumpridas”. E completou, mencionando um ponto levantado no debate, que existe estrutura suficiente para a ação:
O que não pode é deixar tudo para a última hora. A questão é a seguinte: agora é o momento de fazer” Inácio Afonso Kroetz, Adapar
Mariza Koloda, coordenadora do Programa Estadual de Erradicação de Brucelose e Tuberculose
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Fotos: Manoel Godoy
Primeira de várias reuniões da Adapar, com Conseleite e Sindileite, ocorreu no Sindicato Rural de Guarapuava
O encontro foi uma tomada de posição em relação a um problema muito antigo” Ronei Volpi, Conseleite 12
“Temos 730 veterinários, credenciados para fazer os exames, e mais de 2.400 vacinadores, credenciados para aplicar a vacina da brucelose”. Ainda conforme explicou, mesmo em campanhas obrigatórias, o custo da vacinação (no caso da brucelose, em novilhas de três a oito meses), assim como o dos exames (em animais com mais de 24 meses), fica por conta do produtor, já que “é um investimento que ele faz na sua produção”. Ele alertou que os pecuaristas precisam aderir agora à campanha, que tem seu término previsto para 30 de maio, simultaneamente à primeira etapa da vacinação contra febre aftosa: “O que não pode é deixar tudo para a última hora. A questão é a seguinte: agora é o momento de fazer”. Para isso, segundo recomendou, os produtores rurais devem se planejar, com o veterinário que dá assistência à propriedade. Kroetz informou também que a vacina pode ser encontrada em lojas de produtos veterinários. No caso de insumos para o teste de tuberculose, ele lembrou que os veterinários credenciados podem obtê-los sempre junto a uma das 135 unidades locais da Adapar no Paraná.
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Para o presidente do Conseleite, que recordou que “o programa de controle e erradicação de brucelose e tuberculose já está implantado no Estado há mais de 10 anos”, o encontro foi uma tomada de posição em relação a um problema muito antigo. “Agora, resolveu o Estado, em conjunto com as entidades representativas da indústria e dos produtores, fazer um trabalho então de recuperação disso”, declarou. Ronei Volpi avaliou que é preciso sanidade animal para ter sucesso na produção de leiteira. “(No Paraná) Estamos chegando a quatro bilhões de litros de leite por ano. Precisamos acessar mercados exigentes em termos de sanidade e qualidade”, destacou, enfatizando que “independente das dificuldades de cumprimento (das metas da campanha de vacinação contra brucelose) pelos produtores, temos de fazer o maior esforço para atender a este chamamento do Estado”. Conforme defendeu, a brucelose precisa ser erradicada, a exemplo do que já ocorre em Santa Catarina. A tuberculose, definiu, é também preocupante, por ser, assim como a brucelose, um problema econômico e de saúde pública. “Na propriedade
em que tem (as doenças), às vezes (a incidência) chega a 70%, 80% ou até 100% do rebanho. Principalmente em pequenas propriedades. Então, quando tem o problema, ele é grave, tanto para os animais quanto para os produtores, para seus trabalhadores e para os consumidores”. Volpi declarou que, no combate às duas doenças, “cabe ao Estado a normatização, a fiscalização e a orientação técnica para que os produtores cumpram esse papel de protagonistas
na saúde animal”, considerando que “quem realmente pratica a sanidade é o produtor, com orientação do Estado, com seus órgãos especializados, como é a Adapar”. Referindo-se à tuberculose, para a qual não existe vacina para a prevenção, o presidente do Conseleite elogiou a decisão do governo de instituir uma indenização para o produtor que tiver seu plantel atingido, ponto que até a aprovação da medida vinha sendo reivindicado pelos pecuaristas. “Essa
Adapar
Portarias fixam critérios para indústria receber leite in natura Veterinários e fiscais do escritório da Adapar em Guarapuava lembram aos criadores de gado do município e da região que a campanha de vacinação contra brucelose, especialmente para bovinos de leite, já está acontecendo e encerrará sua primeira etapa deste ano no próximo dia 30 de maio (a segunda, acontecerá durante o mês de novembro). Sobre este tema e sobre as portarias da agência para a qualidade do leite, lançadas ano passado, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com uma das veterinárias da Adapar, Ana Paula Kurschaidt.
RPR – Houve modificação nas legislações. Quais são as principais e o que elas significam para produtor rural? ANA PAULA – Na verdade, o Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose já existe há algum tempo. No final de outubro (de 2013), foram feitas portarias para estipular prazos para que o programa realmente deslanche. A portaria 342 trata da obrigatoriedade do produtor, que entrega leite nos estabelecimentos, de realizar os exames de brucelose e de tuberculose em todo o rebanho leiteiro, vacinar as novilhas em idade de três a oito meses e de entregar estes exames e os atestados de vacina ao laticínio onde ele entrega o leite. Em contrapartida, existe a portaria 343, que trata da responsabilidade que a indústria que recebe este leite tem de receber estes exames e os atestados, cadastrar estes produtores e repassar para a Adapar todos os produtores com os exames e vacinas e os prazos. É interessante que o produtor já faça este procedimento antes do período previsto e que não deixe para depois uma obrigação que ele vai ter de cumprir. Porque o produtor que não fizer este procedimento não poderá entregar o leite para o laticínio. O laticínio, por sua vez, não poderá receber o leite deste produtor. Então, é um prejuízo que pode perfeitamente ser evitado, com uma programação prévia do produtor, procurando o veterinário da sua preferência, habilitado a realizar exames, cadastrado a realizar a vacina de brucelose.
RPR – Você poderia detalhar a campanha de vacinação contra a brucelose? Por exemplo: até dia 30 de maio, ele deve vacinar os animais, ou ele pode ter vacinado antes de maio e comprovar a vacinação durante este período? ANA PAULA – Estas campanhas de vacinação já existem há dois anos. Porém, agora, está normatizado, por uma portaria, que nos meses de maio e de novembro o produtor aproveita a campanha de vacinação de aftosa e leva até a unidade (da Adapar) o atestado da vacinação das novilhas realizada naquele período de dezembro a maio – nas campanhas de maio. E leva, em novembro, o atestado da vacina das novilhas feita de junho a novembro. (Ele) Leva o atestado se já houve vacinação naquele período. Se o produtor, na campanha de maio, tem novilhas de três a oito meses, que é a faixa vacinável, ele já providencia o veterinário, faz a vacinação naquele período e já leva (à unidade) junto com a comprovação de vacina da febre aftosa. Se o produtor não estiver em dia com a vacina, não vai poder fazer movimentações do rebanho. A vacinação de brucelose está vinculada à permissão que ele tem para retirar a Guia de Trânsito.
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a luta pela sanidade animal, está o subsídio de parte dos custos das vacinas para os criadores de rebanhos de pequeno porte. Enquanto isso, no campo, se a vacinação contra a brucelose não é novidade, o procedimento, com as campanhas da Adapar, ganhou prazo definido. Produtores de leite mais uma vez aderiram à iniciativa, buscando imunizar bezerras de três a oito meses até o dia 30 de maio, além de submeter os animais com mais de 24 meses a exames de brucelose e tuberculose. Mas nem tudo pode ser feito com a rapidez desejada. A veterinária autônoma Patrícia Tavares Nogueira, um dos profissionais credenciados a realizar vacinação e exames de brucelose e tuberculose em bovinos, disse que foi necessário esperar pela chegada de insumo (antígeno) para exames de tuberculose. “Agora, veio. Então, esse prazo que eles colocaram, para 30 de maio, vai ficar já apertado. Nesse tempo, a gente foi fazendo a vacina das bezerras”, completou. No início de abril, como no dia 8, na Fazenda Águas Belas (distrito de Entre Rios), ela já procedia exames de brucelose e também de tuberculose em 33 cabeças de gado do rebanho leiteiro da propriedade. Dono da fazenda, o produtor Mário Losso Kluber, perguntado sobre o prazo de vacinação contra brucelose, se mostrou tranquilo em cumprir a meta: “Não vejo muito problema. Toda propriedade tem o seu protocolo de vacinação. (Para) Quem tem estação de monta definida é mais fácil. Porque você
Fotos: Manoel Godoy
Secretário de Agricultura de Guarapuava, Itacir Vezzaro: subsídio à vacinação para pequenos produtores
foi uma grande conquista que conseguimos junto ao secretário Norberto Ortigara, da Agricultura. Era o grande gargalo que tínhamos. O produtor, às vezes, tinha todo o seu rebanho contaminado, (o plantel) tinha de ser eliminado, e esse produtor estava praticamente falido”, relatou. De acordo com ele, agora, o pecuarista tem pelo menos condições para recomeçar seu negócio. Também presente ao encontro, o secretário municipal de Agricultura de Guarapuava, Itacir Vezzaro, disse em entrevista que a reunião significou a consolidação de vários outros encontros promovidos pelos Conselhos de Sanidade Animal no município: “Avalio como positivo, porque entendo que alcançamos o objetivo que o produtor precisa, que é essa questão da indenização do animais”. Ele ressaltou que, por outro lado, a partir de agora, cabe aos criadores de gado proceder à vacinação contra a brucelose e aos exames de brucelose e de tuberculose. Vezzaro apontou que, em Guarapuava, a Secretaria Municipal da Agricultura tem um projeto para o segmento agropecuário, que abrange a imunização dos rebanhos. “Temos profissionais contratados para isso, contratamos uma empresa para fazer o exame dos animais e temos um programa de inseminação artificial, que vem ajudar o agricultor a não fazer a cobertura das vacas com o touro, ajudando no controle das doenças”, informou. Vezzaro acrescentou ainda que, no município, entre as ações da secretaria para apoiar
Se tem um Estado que pode erradicar isso é o Paraná” O produtor de leite Mário Losso Kluber: Exames no gado de leite.
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Mário Losso Kluber
Leite, do campo à indústria: portarias da Adapar disciplinam produção para promover sanidade animal em todos os elos da cadeia produtiva
tem animais nascendo no mesmo período. Complica um pouco para a pessoa que não tem. Porque tem nascimento o ano inteiro”, ressaltou, apontando que naqueles casos o técnico precisa voltar à fazenda várias vezes ao ano para vacinas e exames. “Fica mais oneroso. Só que isso é uma questão particular do proprietário”, comentou. Kluber relatou que não teve nenhuma dificuldade em encontrar vacinas contra brucelose. A seu ver, os rebanhos, no Estado, têm condições de se tornar totalmente livres de doenças: “No Paraná, hoje, desde o pequeno (criador de gado), tem acesso a informação, internet, televisão, o sistema de rádio divulga, os técnicos estão fazendo um trabalho muito bom.
Exame de brucelose
Então, acho que não vai ter problema nenhum. Se tem um Estado que pode erradicar isso é o Paraná”. Todo esse cuidado com a sanidade do gado se tornou ainda mais importante, por ser obrigatório para a comercialização do leite. De acordo com as recentes portarias da Adapar, também as empresas do setor têm de se adaptar a uma nova realidade, a partir de final de maio: só poder receber produto in natura de fazendas que comprovem vacinação e exames do plantel leiteiro; e, além disso, passar a cadastrar e informar à Adapar quais produtores estão em dia com a sanidade animal. Em Guarapuava, diante desse cenário,
Amostras de sangue de bovinos, para exames de brucelose: corrida contra o tempo
Exame de tuberculose
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Fotos: Manoel Godoy
(Da esq. p/ dir.: Volpi (Conseleite); Botelho (Sindicato Rural); Thiessen (Sindileite-PR); e Bastos (Coamig)
a Coamig se mobilizou. Com cerca de 800 produtores de leite, recebendo produto de 17 municípios, a cooperativa realizou, com técnicos da Adapar, reuniões para seus cooperados, em várias localidades rurais, para apresentar, debater e tirar dúvidas sobre as portarias. Ao comentar o novo quadro que elas determinam, o presidente da cooperativa, Edson Bastos, afirmou considerar boas as iniciativas pela sanidade animal. Ele opiMe parece que o nou, entretanto, que não prazo é muito curto caberia às empresas do setor cadastrar produtopara cumprir as res de leite: “Me parece determinações” que a portaria exagerou em transferir para as Edson Bastos, presidente indústrias de laticínio, da cooperativa Coamig particulares ou cooperativas, a responsabilidade de fazer o cadastro e fazer o controle dos exames de brucelose e tuberculose e das vacinações, passando para a Adapar a matéria pronta. Relatórios, controle dos rebanhos, etc. Na minha visão, é uma atribuição do Estado”. O tempo para adequar 100% do rebanho às novas normas tam16
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bém é, a seu ver, escasso: “Me parece que o prazo é muito curto para cumprir as determinações – 31 de maio –, considerando 118 mil produtores de leite no Estado, que é o número que a comissão de leite da Faep nos passou”. Exemplificando com a situação em Guarapuava, Bastos argumentou que, só na Coamig, metade dos cooperados são produtores de pequeno porte, que se vêem diante de dificuldades com algumas estradas rurais e com a falta de instalações para conter os animais (quadro comum em muitas das pequenas propriedades) – fatores que tornam lento o ritmo de vacinação e exames. “Nós alertamos, na reunião de Guarapuava, para essa questão. Estamos todos trabalhando, fazendo reuniões junto com os produtores, convidando os técnicos da Adapar para se manifestar a respeito, trazendo a palavra oficial, no sentido de contribuir, fazer a nossa parte. Mas temos quase a certeza de que no prazo limitado pela portaria da Adapar nós não vamos concluir o trabalho. Talvez alguns produtores não consigam entregar o seu produto a partir de 31 de maio”, comentou o presidente da Coamig.
Veterinário defende antecipar faixa etária da vacinação
Que esses órgãos oficiais não sejam meros fiscalizadores, mas que atuem, juntamente com o produtor, na questão do controle das doenças”
O veterinário e criador de gado leiteiro da raça jersey, Jairo Luiz Ramos Neto, de Guarapuava, defende que a faixa etária para a vacinação contra brucelose em bovinos seja antecipada (atualmente, no Paraná, a idade situa-se entre três e oito meses). Jairo, que participou de uma reunião de cooperados da Coamig, dia 3 de abril, sobre sanidade animal, no Sindicato Rural de Guarapuava, explicou sua opinião em entrevista: “Essa determinação já existe há cerca de 40 anos. Nesse ínterim, houve uma evolução considerável, do ponto de vista genético, nutricional”. Segundo relatou, com o limite de idade de oito meses se pretenderia aplicar a vacina antes que o gado manifestasse sintomas fisiológicos de cio. “Na realidade, hoje, alguns animais, especialmente das raças jersey e holandesa, quando são bem criados, apresentam estes sintomas de atividade reprodutiva antes dos oito meses. Então, o ideal seria que se antecipasse essa vacinação”, justificou. Ele sugere faixas etárias como de dois a seis meses ou, no máximo, até sete meses: “Na prática, a gente recomenda que os animais que sejam bem conduzidos do ponto de vista nutricional, que recebem uma suplementação alimentar, sejam vacinados antes dos oito meses”. Referindo-se à atual mobilização de autoridades e pecuaristas em torno da campanha de vacinação contra brucelose, o produtor de leite classificou como “extremamente válida” toda a iniciativa com este objetivo, mas argumentou que a seu ver o Paraná está atrasado neste ponto: “A verdade é essa. Nós deveríamos estar numa condição sanitária similar ao nosso vizinho Estado de Santa Catarina, onde a brucelose já foi erradicada, onde a aftosa já foi erradicada, onde o comércio exterior, com produtos de origem animal, já vem se consolidando há muito mais tempo”. Jairo disse ainda que o setor precisa do apoio das autoridades: “Que esses órgãos oficiais não sejam meros fiscalizadores, mas que atuem, juntamente com o produtor, na questão do controle das doenças”.
Jairo Luiz Ramos Neto, veterinário e produtor de leite
Tuberculose: indenização para quem cumpre a sanidade animal Caso tenha animais atingidos por tuberculose, doença para a qual não existe vacina, o produtor tem o direito de requerer uma indenização. Os trâmites para esta compensação devem ser realizados junto à Seab (Secretaria de Estado da Agricultura). A Adapar, que fiscaliza a sanidade animal, lembra, no entanto, que para ter direito a receber esta compensação, é preciso comprovar, por meio de documentos, que a propriedade estava em dia com todas as exigências da sanidade animal. O objetivo desta exigência, de acordo com a agência, é beneficiar os criadores de gado que seguem as normas sanitárias.
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Milho
Adubação de cobertura em milho Guilherme Buck
Introdução Basicamente, a adubação de cobertura para a cultura do milho se resume a dois nutrientes: nitrogênio e potássio. De acordo com os critérios de essencialidade dos nutrientes para as plantas, seria incoerente apontarmos um ou outro como mais importante. No entanto, sabemos que nem sempre a adubação potássica no momento da cobertura é contemplada, principalmente em se tratando de segunda safra. No cultivo de verão, é mais comum o uso do potássio na complementação das adubações de cobertura. As funções de ambos estão ligadas ao desenvolvimento e regulação da planta. O nitrogênio é um dos principais elementos responsáveis pela formação de novos tecidos vegetais, oriundos da divisão celular, além de ser precursor de amido e proteína. O potássio é o principal elemento responsável pelo controle de abertura e fechamento dos estômatos das plantas, garantindo o fluxo de entrada e saída de CO2 e O2 e, consequentemente, as trocas de calor da planta com o meio externo pelo controle da evapotranspiração. O potássio ainda possui uma forte relação com a resistência física e a defesa natural da planta, ligadas ao tombamento e doenças fúngicas, respectivamente. Certamente, solos equilibrados e adubação potássica adequada contribuem significativamente para a redução de problemas de colmo. É compreensível o impacto que o custo dos fertilizantes tem na cultura do milho, chegando, em algumas situações, a superar a ordem dos 40% do custo de produção. O que não é compreensível é o não uso desses insumos ou, ainda pior, o uso inadequado. Para que se tenha uma noção do quanto, como, onde e quando aplicar esses nutrientes em cobertura, algumas dicas serão abordadas neste encarte técnico.
Quanto Segundo Coelho e França (1995), para se obter uma produtividade de 150 sc.ha-1, são necessários aproximada-
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mente 190 kg.ha-1 de N e 145 kg.ha-1 de K2O. Obviamente, esses valores servem como referência e não significam uma regra absoluta. Quanto às doses de nitrogênio, para muitos, na prática, existe uma relação de 1,0 kg de N para cada saco de milho produzido ou esperado. Tal relação não é de todo válida. No entanto, é preciso entendê-la, levando em conta que a regra depende de muitos fatores biológicos e, por esse motivo, pode haver muitas variações. Segue Figura 1 abaixo: FIGURA 1 Balanço de nitrogênio com base na extração do nutriente pela cultura do milho. NECESSIDADE DE NITROGÊNIO PARA A CULTURA DO MILHO Produção: 150 sc.ha-1
190 kg
FORNECIMENTO DE NITROGÊNIO PELO SOLO Nitrogênio da matéria orgânica do solo (2% M.O.)
50 kg
Resíduo da cultura anterior (soja)
38 kg
Total
88 kg NECESSIDADE DE NITROGÊNIO NA ADUBAÇÃO
N = (190 - 88) ÷ 0,7
146 kg
FONTE: Cargill Crop Nutrition
Dessa forma, com base no valor de 190 kg.ha-1 de N para a produção de 150 sc.ha-1 de milho, como indicado na Figura 1, deve-se levar em conta o valor de N que será fornecido pelo solo a partir de sua matéria orgânica (M.O.). Em média, a decomposição da M.O. do solo libera 25 kg para cada 1%, totalizando 50 kg. Somados aos resíduos da cultura anterior (soja), equivalentes a 38 kg de N em média, tem-se o valor estimado de 88 kg.ha-1 de N, como reserva ou oriundo do sistema. Assim, como descrito na Figura 1, utilizando-se a fórmula da adubação pelo processo de extração de nutrientes, pela qual a adubação necessária é o resultado do que a planta necessita menos o que o solo fornece corrigido ou multiplicado pelo fator de aproveitamento do fertilizante (f) – neste caso, os nitrogenados com percentual de rendimento de 70% –, tem-se: adubação = (planta – solo) x f. Obtém-se, portanto, o valor de 146 kg, significando que, para uma produção estimada de 150 sc.ha-1
de milho, serão necessários 146 kg.ha-1 de N. No entanto, como resultado da divisão entre a produtividade de grãos e o fornecimento de N, tem-se o valor aproximado de 1,0, que seria então 1,0 kg de N para cada saco de milho produzido. Ou seja, a dose de nitrogênio utilizada para a cultura do milho é proporcionalmente calculada em função da produtividade que se estima obter, levando-se em conta o nível de investimento, condições climáticas, altitude, época de semeadura, entre outros fatores.
Como Tanto o nitrogênio quanto o potássio, quando utilizados em excesso, tornam-se prejudiciais às plantas. Por serem sais, podem provocar grave efeito de salinidade, que prejudicaria todo o sistema radicular, podendo chegar ao ponto de reduzir o estande final de plantas. Desta forma, é recomendado que as aplicações desses nutrientes junto à linha de semeadura não excedam 40 kg.ha-1 de nitrogênio e 50 kg.ha-1 de potássio. É possível, quando necessário, realizar a complementação na oportunidade da adubação de cobertura. Quanto ao potássio, se o solo apresentar suficiência do elemento a tal ponto que possa suprir o montante requisitado para a produção esperada, é possível não haver necessidade de aplicação em cobertura, principalmente na condição de segunda safra, em que a produtividade é inferior à da safra de verão. A taxa de extração do solo também será menor. No entanto, é fundamental que se faça uma boa e precisa leitura das análises de solo antes de se planejar o cultivo e que a aplicação seja efetuada corretamente. Normalmente, como fonte de potássio, tanto na semeadura quanto na cobertura, o que mais se utiliza é o cloreto de potássio (KCl). Como dito anteriormente, até 50 kg.ha-1 podem ser aplicados no sulco de semeadura e, para doses acima desse valor, é recomendada a aplicação a lanço. No caso de adubação de cobertura para a cultura do milho, o KCI pode ser aplicado isoladamente ou em associação com alguma
fonte de fertilizante nitrogenado sem complicações. As complicações se restringem apenas ao manejo das adubações nitrogenadas, no qual os desafios são maiores. Em casos extremos, é possível perder a efetividade do fertilizante nitrogenado em até 80%, caso a estratégia adotada não seja a mais adequada em relação às condições climáticas, aliada à opção da fonte do fertilizante escolhido. Comumente, a fonte nitrogenada mais utilizada é a ureia [CO(NH2)2], pelo fato de ser a fonte de maior concentração de N (45%), tornando-se mais “econômica”. No entanto, as plantas absorvem o nitrogênio na forma de amônio (NH4 +) e/ou nitratos (NO3-) e, por isso, da forma em que a ureia se encontra até a forma que as plantas absorvem o nutriente, é necessário que ela passe pelas etapas conhecidas como amonificação, que é a transformação em NH4+, e nitrificação, chegando a NO3-. No momento em que a ureia entra em contato com a umidade do meio, antevendo a etapa da amonificação, ocorre a dissociação do CO(NH2)2 para formar o NH4+. Se a ureia não estiver enterrada ou então não encontrar um ambiente adequado que lhe permita descer no perfil do solo, o nitrogênio irá perder-se na atmosfera na forma de NH2, que é extremamente volátil. A esse fenômeno dá-se o nome de volatilização. A justificativa da maior parte dos produtores rurais para utilizarem a fonte nitrogenada mais econômica é a de que irão aplicar quando as condições climáticas forem as mais adequadas, tentando evitar as perdas. Em pequenas propriedades, por exemplo, nos estados de SP, SC, PR e RS, a justificativa tem procedência, pois existe maior número de implementos por unidade de área para que se realize tal aplicação com maior agilidade. Em grandes propriedades em MT, GO e
BA, nem sempre o clima é favorável e o dimensionamento de máquinas e implementos não atende às necessidades da área. Existem várias divergências no que diz respeito à condição ideal para que a ureia aplicada a lanço desça no perfil do solo e seja realmente efetiva, conforme se vê nos dados da Tabela 1. Outras fontes de nitrogênio, tais como sulfato de amônio (NH4SO2) e nitrato de amônio (NH4NO3), não sofrem o processo de volatilização no contato com a umidade do ambiente.
Onde Nos cultivos de milho, quando havia predomínio de espaçamentos de 90 cm entre linhas, era necessário depositar o adubo da cobertura o mais próximo possível das plantas. Atualmente, o predomínio de espaçamentos reduzidos permite que as adubações de cobertura possam ser feitas a lanço entre uma linha e outra. Caso seja feita adubação de cobertura incorporada, o que é menos provável,
TABELA 1 Levantamento bibliográfico sobre a influência da chuva na incorporação da ureia aplicada a lanço e as respectivas conclusões dos autores. 10 mm
Insuficiente para redução efetiva
Hayson et al., 1990
> 16 mm
Necessário para redução
Freney et al., 1991
23 mm
Aparentemente não suficiente
Calcino & Burgess, 1995
28 mm
Pouca redução em milho em plantio direto
Lara Cabezas et al., 1997
38 mm
Ainda houve perda significativa de N
Oliveira et al., 1997
100 mm
Ainda houve perdas de N
Prammanee et al., 1989
No entanto, a concentração de nitrogênio nessas fontes é inferior à presente na ureia, aumentando o custo. O sulfato de amônio e o nitrato de amônio possuem 22% e 32% de N, respectivamente. Em geral, a resistência dos produtores rurais em utilizar outras formas de fertilizantes nitrogenados que não a ureia restringe-se basicamente ao custo. Tendo em vista outras formas de reduzir as perdas de N pela volatilização, encontram-se no mercado algumas fontes de ureia “revestidas”. Tais revestimentos são uma forma de proteger o grânulo do fertilizante contra a diluição instantânea em más condições climáticas. O grânulo perdura por algumas horas ou mesmo dias, até a melhora das condições climáticas, para que a ureia possa percolar e sofrer reações ao longo do perfil do solo e não na superfície onde foi aplicada.
mesmo em espaçamento reduzido, recomenda-se que o implemento seja levado o mais próximo possível da linha de cultivo, sem danificar as plantas.
Quando As adubações de cobertura podem ser feitas em uma ou duas aplicações. Dividir as doses de fertilizantes em diferentes épocas (o que, do ponto de vista fisiológico, seria o mais adequado), desde que a entrada da última aplicação não exceda a sexta folha. Ou seja, devem-se realizar as adubações de cobertura, seja de nitrogênio ou de potássio, entre os estádios fenológicos V3 e V6. Diante do tema discutido, restam algumas perguntas: será que não poderíamos estar produzindo mais? Principalmente, poderíamos explorar melhor os materiais mais exigentes?
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Empresas
Lavoura Guarapuava: conquistando confiança com base na experiência
quase 20 anos no setor, tempo em que vem somando, aos conhecimentos técnicos, a vivência do dia a dia do produtor rural. Razão pela qual receber os clientes e amigos se torna uma satisfação ainda maior. “A parte física da empresa já está concluída. E agora, estamos disponíveis para atender os clientes. A ideia, segundo explicou, foi buscar espaço para maior conforto e comodidade dos clientes. “Queremos criar um ambiente de negó-
Bastos Filho: Lavoura Guarapuava já é uma realidade
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legria de atender, com profissionalismo e de forma personalizada, clientes que buscam, em grandes ou pequenas propriedades rurais, uma produção de alto nível. Este trabalho já é uma realidade na Lavoura Guarapuava, uma empresa que abriu suas portas recentemente, com o objetivo de ser um parceiro de confiança para quem compra insumos, necessita de assistência técnica e comercializa grãos. Para alcançar estes objetivos, a direção reuniu um time de profissionais capacitados e experientes. E os primeiros frutos já começam a ser colhidos. A Lavoura Guarapuava vem rapidamente se tornando uma referência em seu segmento. Diretor e gerente, o agrônomo Cândido Bastos Filho comentou com satisfação os primeiros passos dessa iniciativa própria, em parceria com a Lavoura S.A., uma conhecida empresa do setor agrícola, com sede em Pato Branco. Para ele, o empreendimento é a concretização de um sonho e a continuação de uma trajetória de
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A nossa expectativa em relação a empresa está ligada ao alto potencial agrícola da região de Guarapuava. A Lavoura tem know-how e anos de trabalho no ramo agrícola, por isso acreditamos no crescimento e ampliação da própria Lavoura na região central do estado. A Lavoura hoje já atua no sudoeste do Paraná, nos Campos Gerais e também nos portos. Agora, na forma de venda de insumos, queremos também atuar na região central e Guarapuava é o município destaque desta região. Mas queremos, claro, avançar nos municípios próximos. A gente está confiando muito no Cândido quanto a sua expertise em relação ao mercado da região central do estado. Como ele é uma pessoa muito findada em Guarapuava e que conhece muito os agricultores da região, isso veio a firmar nossa parceria e sociedade”.
Alex Novello Diretor Comercial Lavoura S/A
cios, em que o produtor venha fazer bons negócios, conversar com a gente, trocar informações técnicas. Essa troca de informações é muito válida para o negócio, junto com nossos parceiros e fornecedores, que nos apoiam, que também trazem inovação para os produtores”, observou. Outro ponto que mereceu atenção para a escolha do local da empresa foi a adequação para carga e descarga de produtos. “Aqui, vamos ter um bom espaço para estoque de fertilizantes, sementes e defensivos, para atender o produtor realmente no momento em que ele precisar”, contou, destacando que os carregamentos podem ser feitos ali mesmo, já que o pátio, ao lado do estacionamento, permite a movimentação de veículos de carga. Nesta estrutura, pessoas são fundamentais. “Formatamos a equipe e também já definimos nossos parceiros comerciais”, disse Bastos Filho. “Dentro de nossa filosofia de trabalho, prezamos pela parte técnica, por trazer bons produtos para o agronegócio de Guarapuava. Junto
com nossos parceiros, com nossa força de vendas, tenho certeza de que vamos trazer boas opções, bons negócios para os agricultores, para os agropecuaristas, desde o pequeno, o médio e o grande”, completou. De acordo com o empresário, a Lavoura Guarapuava já tem realizado negócios com a venda de insumos, em especial fertilizantes. “O pessoal já está se preparando com as compras de verão, as culturas de inverno, trigo, pastagens também”, detalhou, dirigindo-se aos clientes. “Agradecemos os que já estão nos prestigiando. É muito orgulho para nós”, declarou, avaliando que o movimento vem correspondendo às expectativas. “Estamos muito contentes com a aceitação no mercado”, comemorou. E sublinhou que o fato “demonstra a confiança que os produtores têm na nossa empresa”. Bastos Filho destacou que além dos insumos para o cultivo de grãos, como milho, soja, feijão e cereais de inverno, a empresa trabalha também com produtos para batata e HF.
Estamos muito contentes com a aceitação no mercado”
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Sistema Sindical Rural em Ação
Câmara rejeita mudança em tributação da soja
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Câmara dos Deputados concluiu no dia 02 de abril, a votação da Medida Provisória 627, que traz uma série de mudanças tributárias para multinacionais brasileiras no exterior, e rejeitou uma emenda ao texto que poderia resultar na tributação da soja in natura. Agora, a MP será encaminhada ao Senado. Caso não seja alterada pelos senadores, seguirá para sanção da presidente Dilma Rousseff. A MP tem de ser votada por ambas as Casas do Congresso até 21 de abril, ou perderá a validade. De autoria do líder do PMDB, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o texto principal previa a isenção de PIS/PASEP e Confins apenas sobre a receita decorrente da comercialização de soja destinada à industrialização de produtos como farinha de soja, óleo de soja, margarina, alimentos para cães e gatos e biodiesel, entre outros. A soja in natura, segundo integrantes da Frente Parlamentar da Agricultura, ficaria sujeita a uma taxação de 9,25 por cento. Com a retirada desse dispositivo do texto final da medida provisória, não há mudanças e o setor fica sujeito à tributação já regulamentada pela legislação atual.
“O que era genérico ficaria restrito. O texto até foi feito na intenção de consertar, mas em vez de corrigir a distorção, passaria a taxar outros setores da cadeia”, explicou o líder do PSD na Câmara, Moreira Mendes (RO), que já presidiu a frente parlamentar. Durante a análise de emendas à MP na quarta-feira, dia 03, deputados aprovaram ainda um destaque que reabre o chamado Refis da Crise para dívidas vencidas até 30 de junho de 2013. No dia 01 de abril, deputados já haviam aprovado o texto-base com alterações na tributação de multinacionais brasileiras com controladas ou coligadas no exterior. O texto aprovado pelos deputados estabelece o prazo de oito anos para as empresas recolherem os tributos que incidirão sobre o lucro no exterior. A primeira parcela deve corresponder a 12,5 por cento do lucro apurado e não distribuído. O restante será diluído ao longo dos oito anos. As empresas que optarem pelo novo regime já deverão aplicá-lo no balanço do primeiro trimestre. As novas regras na tributação de controladas e coligadas foram propostas na intenção de resolver impasse judicial de mais de uma década.
Entidades do setor manifestaram-se contra a lei Entidades do setor, entre elas, o Sindicato Rural de Guarapuava, manifestaram-se contra a lei, enviando ofícios a todos os deputados federais do Paraná solicitando a revogação do artigo 110, do projeto de Lei de Conversão, que onerava a exportação de grãos in natura em 9,25%, prejudicando a competitividade da soja brasileira no mercado internacional. “Assim como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná - FAEP se manifestou, demonstramos a nossa insatisfação com o projeto e o resultado foi positivo. Queremos agradecer a todos os deputados que rejeitaram a emenda”, diz o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho.
Com informações de Reuters – 03/04/2014
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Maquinário agrícola
Nova linha de tratores surpreende pela tecnologia REDE DE LOJAS TRATORCASE - CADA VEZ MAIS PERTO DE VOCÊ! Fotos: Tratorcase
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ançada recentemente, a nova linha de tratores Puma está surpreendendo os produtores rurais pela sua alta tecnologia. E, mesmo sem ir até a loja, você pode conferir de perto essa novidade. A fábrica Case IH acaba de lançar um site especial, pelo qual é possível fazer um tour 360º pelas novas máquinas. O endereço do site é www.queromeupuma.com.br. A ferramenta mostra as várias tecnologias dos tratores e conta um pouco sobre como cada uma delas funciona. A linha conta com tratores de 144, 157, 167 e 182 cavalos de potência. A mais alta tecnologia está presente nos modelos, que são equipados com motores Case IH com máxima eficiência de combustível, disponíveis na versão eletrônica com transmissão semi -powershift 18x6, ou na mecânica sincronizada 15x12. Também possuem sistema automático e eletrônico de aumento de potência (Power Boost) para operações de alta exigência, como terrenos íngremes. O motor eletrônico conta com o Common Rail, tecnologia de injeção que fornece alta pressão constante, independentemente da rotação do motor, para garantir redução de ruído, melhoria na potência e no consumo de combustível. A tecnologia APM busca a melhor marcha para a rotação escolhida, fator que também é importante na redução do consumo. Os tratores da linha Puma, além de inovadores, também são confortáveis. A cabine Surveyor é ampla, com visibilidade superior, baixo ruído e assento para o instrutor. Os comandos são ergonômicos e de fácil operação, oferecendo alto rendimento. Apesar da notável tecnologia envolvida e da grande capacidade dos tratores, a manutenção diária é rápida e fácil por meio da abertura total do capô. Todos os mecanismos tornam as atividades menos trabalhosas e mais eficientes.
Guarapuava - PR
Ponta Grossa - PR
Ivaiporã - PR
Arapoti - PR
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Confira
Para conhecer de perto as funcionalidades dos novos modelos de tratores Puma, visite uma das lojas da Tratorcase em Arapoti, Guarapuava, Ivaiporã, Lapa, Mauá da Serra e Ponta Grossa ou acesse www.tratorcase.com.br
Curiosidade
Uma abóbora de
55 quilos
Altair Chiorato, chefe da Emater em Guarapuava
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Fotos: Manoel Godoy
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bóbora para quem gosta de abóbora: em medidas aproximadas, 55 quilos e 1,10 metro de comprimento. Esse fato pouco comum aconteceu na propriedade de Ildo Rosa dos Reis, agricultor da localidade de Pinhal Fino, no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava. E isso porque, conforme comentou com modéstia, resolveu plantar só para conhecer a cultura. “Essa abóbora foi crescendo, fui cuidando todo dia e acabei me assustando com o tamanho. É bonita mesmo”, afirmou. Ildo contou que em toda sua vida nunca havia visto nada igual. Mesmo outras abóboras, do tipo moranga, que cresceram simultaneamente, surpreenderam, já que, segundo calcula, “tem umas 30, de 70 centímetros, num pé só”. Exemplificando esse desempenho das sementes plantadas de forma tão despretensiosa, o agricultor apresentou uma irmã da grande campeã, de tamanho menor, mas nem por isso menos imponente: uma moranga de 11 quilos e 140 gramas, a maior entre seus pares na lavoura dele. Ouvido pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, para detalhar características técnicas da abóbora, o responsável pelo escritório da Emater em Guarapuava, Altair Chiorato, se mostrou surpreso ao saber da envergadura daquela que Ildo Rosa dos Reis cultivou sem qualquer assistência técnica. “Isso, pode-se dizer até que é um caso anormal. Normalmente, num plantio comercial de abóbora, elas têm em média de 10 a 11 quilos, o que daria em torno de 18 a 20 toneladas por hectare”, comentou. Chiorato explicou que, hoje em dia, se trabalha com sementes híbridas, que resultam em abóboras de menor porte, por uma exigência de mercado – o que significa que a abóbora gigante tem cerca de quatro vezes o peso de uma normal. Sobre as condições da região para o plantio daquela cultura, o responsável local da Emater contou que, em Guarapuava, a abóbora é uma cultura de verão. A semeadura, segundo ele, deve ser feita no final de outubro. Dependo do tipo, o ciclo pode variar de 90 a 150 dias. Ele aconselha que os produtores se informem sobre o ciclo do material específico que estiverem utilizando, evitando que a maturação das plantas coincida com a época das geadas. Chiorato acrescentou que, na região, existem agricultores que plantam a abóbora no verão, fazem a colheita no outono, e, durante o inverno, aproveitam o produto tanto para o consumo humano quanto para a alimentação de suínos e de gado de leite. Já no mercado local, de acordo com ele, a cultura tem preços variando entre R$ 0,80 a R$ 1,00 (posição do dia 15 de abril). “Se fizermos uma conta, ‘grosso modo’, 20 toneladas seriam R$ 20 mil. O custo de produção, acredito que não deva passar de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Então, dá um bom retorno econômico”. Para 2015, Ildo Rosa dos Reis tem uma certeza: já decidiu que vai repetir a opção, que já garantiu seu lugar entre as atividades principais da propriedade, como o feijão, mandioca, milho e soja.
O produtor Ildo Rosa dos Reis: abóboras de peso
Em 2012, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ registrou outro caso de abóbora gigante, na chácara de Bruno Limberger, na região de Guabiroba, em Guarapuava/PR.
Tecnologia
Agricultura de Precisão voltada para produção de grãos
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Agricultura de Precisão é mais uma ferramenta que está nas mãos de produtores e técnicos, a fim de melhorar os rendimentos na produção agrícola. A tecnologia, que se encontra em constante evolução, vem incorporando e ajustando novas técnicas para o manejo das grandes culturas. Constitui uma ferramenta de grande potencialidade, que proporcionará ao agricultor o mapeamento do solo, da aplicação de insumos e das atividades de colheita, considerando a área de modo diferenciado, a fim de racionalizar o uso de insumos e o consumo de energia. O objetivo da Agricultura de Precisão consiste em localizar e manusear pequenas áreas, dentro do campo de produção, visando ajustar as quantidades por excesso ou falta de corretivos/nutrientes, a fim de aumentar a produtividade e reduzir custos de produção. A aplicação dos insumos baseia-se em mapas elaborados e armazenados por meios eletrônicos, que contêm informações sobre as propriedades dos campos de produção. A quantidade de insumo a ser aplicada é definida em termos de volume do produto a ser aplicado por unidade de área ou de peso do produto a ser aplicado por unidade de área. Os mapas de produtividade da cultura podem ser utilizados como ponto de partida, a fim de avaliar as causas da variabilidade de produtividade, bem como verificar as causas passíveis de modificação e as respostas econômicas e de impacto ambiental que o sistema de manejo em locais específicos pode trazer. A variabilidade do solo, dentro de um campo de produção, é a causa de muitas outras fontes de variabilidade, além de influenciar, diretamente, diversos parâmetros, como a disponibilidade de nutrientes, o suprimento de água e as condições relacionadas ao crescimento das raízes das plantas. A textura do solo, por exemplo, está relacionada à sua capacidade de retenção de água. A Agrícola Colferai Ltda, matriz em Candói-PR, conta com uma ferramenta muito importante para seus clientes, que é considerada os pilares da AP, onde dispõe de um quadriciclo com um saci acoplado para coleta de solo, mapeando a área e formando grids 0,5; 1,0; 2,0 ha. Os resultados laboratoriais são lançados em um software que elabora as taxas de necessidade de corretivos, os quais devem ser aplicados em taxas variáveis para se ter uma uniformidade na fertilidade do campo de produção. Agricultura de precisão é uma ótima ferramenta para antecipar e planejar de forma racional a aplicação de fertilizantes em um campo de produção. Também se pode monitorar a evolução destes nutrientes na área, bem como efetuar aplicações à taxa variável, visando à melhoria nas condições de fertilidade do solo, diminuindo custos de produção e aumentando o potencial produtivo das culturas.
SILAGEM (0-20) - 2010 MILHO: Análise de solo CALCÁRIO CALCÍTICO
20 HECTARES - 2011 FEIJÃO 2011: Análise de solo CALCÁRIO CALCÍTICO
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Capão Redondo:
Tradição e modernidade
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Fotos: Manoel Godoy
Fazendas antigas
a segunda matéria da série Fazendas Históricas, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ enfoca aquela que foi uma das primeiras propriedades rurais do centro-sul do Estado: a Fazenda Capão Redondo, surgida no início do século XIX, nos chamados Campos de Guarapuava, num lugar que hoje pertence ao município de Candói. Seu passado foi marcado por trabalho, sofisticação e fogo. Um incêndio que destruiria sua sede histórica. Ainda assim, os descendentes e atuais donos fazem questão de preservar a memória da fazenda, em fotos e em alguns poucos objetos que restaram daquela época. Mas é o que se salvou das chamas que mais desperta a atenção: luzes acesas na calma do anoitecer, a antiga casa dos funcionários (foto) parece uma visão real do Capão Redondo de outrora, quando o tempo seguia no ritmo das “tropas” de gado que rumavam para Sorocaba (SP). Devagar, devagar... Quando avós e pais tinham tempo para contar às gerações mais novas, em causos, diários e cartas, aventuras e destinos de gerações passadas.
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ob a simplicidade do nome “Capão Redondo”, desenvolveu-se uma fazenda cuja história, de 189 anos, foi caracterizada não só pelo trabalho no campo, mas também pelo gosto em preservar um estilo de vida elegante e a memória das trajetórias pessoais de vários dos membros da família dos proprietários. Embora da sede histórica só reste parte de um muro, ainda hoje mantido como relíquia, permanece a determinação de valorizar esse passado hoje distante. Em vários pequenos detalhes, porém, é que se deixa entrever a lembrança forte do antigo casarão e daqueles que nele viveram: em um quadro sobre a lareira, ou em antigas fotos na entrada da sala, mostrando, em casais, os antepassados da família. Daqueles tempos, restou a casa dos empregados, atrás da atual sede. É de lá, de suas portas estreitas, que retornam as cenas contadas por gerações anteriores e lembradas pelos proprietários, Cleuza Werneck de Junqueira Botelho, e seu esposo, Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho. Cenas que inevitavelmente se ligam a outras cenas, no século XIX. “D. Pedro queria que se colonizasse esta parte do Paraná”, contou Cleuza, rememorando o tempo em que o governo disponibilizava terras na forma de sesmarias. De acordo com ela, os primeiros donos foram Manoel Mendes de Araújo e sua esposa “Donanna” (Anna Joaquina dos Santos), vindos de Palmeira, onde venderam a propriedade que tinham, para ocupar, no centro-sul do Paraná, 10 léguas de sesmarias de terra. “Foi em 1825. Isso está registrado em cartório, 1º Ofício, em São Paulo”, completou. Depois de uma viagem em carroças, trazendo seus pertences e empregados, pararam para se alimentar (charque, trazido na bagagem) e pernoitar num capão, na área da fazenda. Ao amanhecer, viram que a mata tinha um formato redondo, o que deu origem ao nome “Capão Redondo”. Dos dois filhos do casal, um morreu. “Restou uma filha, Maria do Belém, que se casou com um Virmond”, acrescentou a proprietária, referindo-se a Frederico Guilherme Virmond Júnior. Na fazenda se preserva até hoje, emolduradas em quadros, também no hall de entrada, matérias de jornal que David Carneiro, conhecido estudioso da história paranaense, escreveu sobre a trajetória dos Virmonds no contexto do povoamento dos Campos de Guarapuava. Em artigo intitulado “Os três Virmonds do Paraná”, Carneiro informa que Frederico Guilherme Virmond, o primeiro, viera da Prússia (um dos estados do antigo Império Alemão e que existiu entre os séculos XVII e XIX). Nascido em Colônia, em 8 de setembro de 1791, ele teria se mudado para o Brasil em 1818. Depois de algum tempo no Rio de Janeiro, seguiu para o Rio Grande do Sul, onde sabia da existência de colonização alemã. No caminho, ao passar pela Lapa, ele, que era botânico, médico e engenheiro, gostou tanto do local e do clima que resolveu fixar residência com a família. Ensinava desenho, pintura, música e línguas, construiu obras que ainda existem e com generosidade atendia aos necessitados. Seu filho, Frederico Guilherme Virmond Júnior, nascido em 1829, no Rio, estudaria Farmácia na Côrte e, em 1851, viria para terras paranaenses, onde se casaria com a filha de Donanna, Maria do Belém – união da qual nasceram cinco filhos. E, conforme detalhou Cleuza, Virmond Júnior edificaria, em data estimada por ela entre 1850 e 1860, a casa da fazenda Capão Redondo – Era uma cópia do solar que os Virmonds possuíram na Quinta da
Com toda a área que tinham, ainda era necessário fazer queijo e manteiga para vender”
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Fotos: Manoel Godoy
Foto: Arquivo pessoal
Foto do antigo solar, do início do século XX
-pintadas com tinta inflamável, vigas de imbuia, janelões de madeira facilitaram a propagação do fogo. Foi literalmente transformada em cinzas não só a moradia, com tudo do mais alto requinte que nela havia, mas toda a produção escrita da família (memórias, histórias e cartas), perdendo-se impressões que agora seriam consideradas como registros históricos, por refletirem detalhes do cotidiano da época, na região, do século XIX ao início do século XX. Entre as preciosidades desaparecidas, a dona da fazenda destaca uma: o aparelho de porcelana francesa, Sèvres, que teria sido usado para servir café a D. Pedro, na Lapa. Outra peça relevante, entretanto, se salvou do incêndio: o piano que Frederico Virmond Júnior havia importado e que veio de Antonina até o Capão Redondo em lombo de mula. Mais tarde, foi doado pelo neto do capitão Virmond (Frederico Virmond de Lacerda Werneck, avô da proprietária) para uma noiva. O presente terminaria fazendo parte do acervo do Museu David Carneiro, em Curitiba. Por estes e outros objetos – completou Cleuza – o historiador, que chegara a visitar o Capão Redondo antes de 1938, considerava a antiga sede como um museu. Restaram duas fotos. Uma, parcialmente deteriorada. Ambas, contudo, encontram-se à vista de quem circula pela sala de estar da sede “nova”. A família passaria a habitar a construção que se havia conseguido salvar do fogo, a casa dos empregados”. Um espaço de formato retangular, abrigo também do poço da fazenda, que ainda hoje existe. Janelas de onde se podia ver uma (dolorida) lembrança viva do passado: o pedaço de muro do antigo solar – pedras irregulares, sobrepostas, encaixadas uma a uma, unidas por suas arestas afiadas, entremeadas por uma vegetação pequenina e tímida, unidas, como num grito silencioso, num idioma duro e cinzento, contando da fragilidade de tudo... Erguer uma nova sede também exigiria trabalho:
Fotos: Manoel Godoy
Cleuza e o marido, Rodolpho: até hoje, preservando memórias escritas da família
Boa Vista, bairro onde morava também o Imperador. Mas de Frederico Guilherme Virmond Júnior, como de seu pai, permaneceria uma imagem de refinamento: “Ele importava muitas peças da Europa”, relembrou a proprietária da fazenda. Uma das filhas do casal Frederico e Maria do Belém, Eponina, casou-se com Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, neto do Barão de Paty do Alferes, de Vassouras, no Rio de Janeiro. O genro de Frederico era juiz de direito e havia sido locado em Guarapuava, onde vivenciaria o clima da Revolução Federalista (o levante, entre 1893 e 1895, começou no Rio Grande do Sul, quando os chamados maragatos, buscando maior autonomia para o Estado, confrontaram-se com correntes que defendiam o sistema político vigente e com o próprio governo de então, em conflitos que se estenderam até Santa Catarina e Paraná). Segundo Cleuza, Werneck Botelho, seu bisavô, que era líder dos maragatos na região, fugiu, por discordar da violência dos embates, e acabou assassinado pelos antigos companheiros, em 1894. O único filho do casal Werneck e Eponina, Frederico Virmond de Lacerda Werneck, casou-se com a prima, a filha de Aníbal Virmond, Annita Virmond Werneck, num matrimônio que traria quatro filhos: Francisco Peixoto de Lacerda Werneck (conhecido pelo apelido de “François”), Eunice Werneck Gondim e Edinée Werneck e Alaor (FALECIDO aos 12 anos). François desposou a mineira Jandyra – pais da proprietária do Capão Redondo. A vida no casarão prosseguiria. Até que o fio de uma época fosse rompido pelo fogo. “Não conheci (a sede antiga), porque o incêndio foi em 1938 e nasci no ano seguinte”, comentou Cleuza, rememorando: “Meu pai mandou pintar a casa para apresentá-la à minha mãe”. Um vespeiro chamaria a atenção do pintor. A ideia foi usar uma tocha embebida em querosene para espantar os insetos. Paredes recém
Nova sede da Capão Redondo data de 1955
Salas da fazenda guardam em pequenos detalhes lembranças de um passado de 189 anos
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Fotos: Manoel Godoy
Medalha comemorativa do centenário de morte de Frederico Guilherme Virmond I
Balança, do antigo solar
Caçamba utilizada na fazenda Capão Redondo no fim do século XIX; pertenceu à Eponina Virmond Werneck Na entrada da sala, fotos dos antepassados
“Guarda-casacas”, de 1914
...Assim, o Capão Redondo começou.
Frederico Virmond de Lacerda Werneck e Eunice Werneck Gondim; (sentada) Edinée Werneck; Annita Virmond Werneck e Francisco Peixoto de Lacerda Werneck (o “François”)
Sede primeira de uma grande família. Manoel, vinte anos, estas plagas desbravou, Com sua mulher Donanna e mais uma filha....
areia “importada” das margens do Rio Tibagi, imbuia dos matos e tijolos feitos ali mesmo, na olaria da fazenda. Concluído em 1955, o imóvel abriga os poucos objetos salvos da antiga sede: duas colheres de prata, retorcidas, um coador de chá, um almofariz (em que Frederico Guilherme Virmond Júnior, como farmacêutico, preparava medicamentos), uma balança e uma única xícara do aparelho Sévres – recordação reconstituída por uma tia de Cleuza, que colou os pedaços. Mas hoje, já com 59 anos, esta sede “nova”, especialmente em seu interior, se já não é mais um museu, sublinha uma atmosfera de conforto e apreço às origens. “Meu desejo é continuar trabalhando nas terras que nossos antepassados
Para a nova geração, estamos a desejar Que tenha amor como seus antecessores À terra que sempre esteve a sustentar Seja bem cuidada pelos seus sucessores. (Trechos da poesia “História para meus netos”, escrita por Cleuza Werneck de Junqueira Botelho)
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Fotos: Manoel Godoy
“Honrando a memória desses antepassados mortos, eles devem construir também, por seu esforço, vidas sublimes na moralidade e na sabedoria, que leguem por sua vez aos que de seu sangue participarem”. (David Carneiro, em seu livro “Biografia de Frederico Guilherme Virmond” [Separata do Boletim nº XXIX do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico Paranaense / Curitiba, 1976])
Parede que restou do solar histórico
nos legaram e que têm trazido sustento para todas essas sete gerações. Meus netos são a oitava”, afirmou Cleuza, mantendo a mesma determinação que há muitos anos vem marcando a propriedade. No campo, conforme detalhou, esses quase dois séculos de história significariam transformações: a primeira atividade foi a pecuária, já nos tempos de Donanna. Na segunda metade do século XIX, se criava muares. O gado era vendido na feira de Sorocaba (SP). Cleuza recorda que, nos tempos em que sua bisavó morava na fazenda, “com toda a área e o gado que tinha, ainda era necessário fazer queijo e manteiga para vender”. Trabalho sem fim. A partir da década de 1950, teve início uma expansão da agricultura, que até aquele momento se resumia ao milho e feijão, culturas de subsistência. Iniciou-se com o plantio de arroz e trigo; e, a partir dos anos 70, foi introduzida a lavoura de soja. “Com o trabalho de meu marido, Rodolpho Botelho, enfatizou-se a comercialização de bezerros, através das feiras estaduais, com exemplares da raça charolesa e seus cruzamentos”, relatou a proprietária da fazenda. Manteve-se a tradição da pecuária, mais tarde com a raça angus, e implantou-se a criação de ovinos, atualmente da raça texel. “Nos dias de hoje, nosso filho, Rodolpho Luiz, sétima geração, trabalha na integração entre agricultura, pecuária e floresta”, completou. Com apoio do marido, Cleuza busca preservar, entre as novas gerações, pelo menos a lembrança de toda esta história: “Eu luto para isso. E sempre que posso procuro reunir a família e mostrar a importância de continuar com esta tradição de amar esta terra, de seguir trabalhando neste chão e de agrade-
Cemitério de antepassados, como Frederico Guilherme Virmond Junior, um dos fundadores da maçonaria em Guarapuava; referência àquele fato, coluna “lascada” simboliza vida interrompida
Objetos que restaram do incêndio: um almofariz; colheres retorcidas, um coador de chá, uma xícara de Sèvres, escurecida e reconstituída
cer aos antepassados, o que eles nos legaram”. Hoje, talvez, o que defina o Capão Redondo seja uma mescla peculiar de modernidade e tradição. No campo, se vê, de um lado, nas proximidades da sede nova, a construção de silos; de outro, à distância, um cemitério cercado por um muro de pedras, com lápides dos primeiros moradores da propriedade. No local, uma escultura em mármore, no formato de coluna lascada em bizel (45 graus), possui um significado: “Frederico Guilherme Virmond Júnior foi um dos fundadores da Maçonaria em Guarapuava. A coluna é um símbolo da vida que foi interrompida”, explicou Cleuza. Dentro da casa, outras referências ao passado: na parede de uma das salas, encontra-se uma pequena medalha com a efígie de Frederico Guilherme Virmond (pai), mandada confeccionar para marcar, em 1976, o centenário de sua morte – ocasião que levou a um encontro, no Clube Curitibano, cerca de 500 descendentes (de acordo com a proprietária do Capão Redondo, o general Nicanor Virmond – Rio de Janeiro – publicou um livro com a árvore genealógica da família, que já contava com mais de 1.500 descendentes).
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Suinocultura
Análise conjuntural do mercado do suíno no Estado do Paraná Bruno José Cumin Ogibowski - Matheus Dias - Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br
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pós viver um cenário positivo em 2013 o bimestre compreendido entre os meses de fevereiro e março não foi dos melhores para a suinocultura paranaense. O preço do quilo vivo caiu de R$ 3,71 na primeira semana de fevereiro para R$ 2,99 na segunda semana de fevereiro, uma queda de 24,08% em pouco mais de um mês e voltou a recuperar um pouco no quarto final do período, fechando o mês de março cotado em R$ 3,40. O comportamento do preço do quilo da carcaça apresentou uma maior oscilação, iniciou cotado em R$ 5,79 na primeira de semana de fevereiro e apenas duas semanas depois chegou a ser cotado em R$ 5,28, queda de 9,68%. O restante do período oscilou entre altas e quedas no preço e fechou o mês de março em uma tendência de recuperação, cotado em R$ 5,48. Este desempenho se deve principalmente a redução das exportações brasileiras de carne suína no início do ano apresentando uma queda de 11,53% no volume total exportado nos 2 primeiros meses do ano de 2014 se comparados com o mesmo período do ano de 2013. Esta queda se deve principalmente ao fato da Ucrânia, um dos principais destinos da carne suína brasileira, reduziu em 89% o volume de importação. Episódio este que ocasionou um excesso de produtos no mercado interno pressionando os preços
para baixo em busca de um novo patamar de estabilidade. A notícia boa do período fica por conta da tentativa dos exportadores em uma possível abertura de novos mercados, principalmente países da África sendo o principal a reabertura do mercado na África do Sul. A tendência é que para o ano de 2014 com a abertura do mercado na Coreia do Sul e aumento na demanda no mercado Japonês e Chinês o volume no meio interno se mantenha em um patamar menor, valorizando o preço da carne suína no país. Para o comportamentos dos preços dos cortes de suíno no período conforme visto em gráficos do CIA/UFPR, a média mensal do mês de fevereiro nos mercados de Curitiba para pernil com pele R$ 11,22 já nos açougues da cidade o valor médio ficou em R$ 12,29 diferença de 9,53%. Para a cidade de Londrina, o mesmo corte na média do mês de fevereiro ficou em R$ 8,76, fechando o mês com diferença de 28,08% para os mercados de Curitiba e 40,29% para os açougues da capital. Para o mês de março o preço nos mercados da cidade de Londrina para o corte mais caro, o lombo sem osso fechou a média mensal cotado em R$ 16,19, aumento de 0,74% se comparado com média mensal do mês anterior. E comparando com as medias mensais dos açougues e mercados na capital Paranaense tem
Figura 3. Gráfico do comporto das médias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Mercados de Curitiba, para os meses de fevereiro e março de 2014. Fonte: CIA/UFPR
Figura 4. Gráfico do comporto das médias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Açougues de Curitiba, para os meses de fevereiro e março de 2014. Fonte: CIA/UFPR
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Figura 1. Gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma do suíno vivo no estado do Paraná, para os meses de fevereiro e março de 2014. Fonte: CIA/UFPR
Figura 2. Gráfico do comporto dos preços reais do quilograma da carcaça do suíno no estado do Paraná, para os meses de fevereiro e março de 2014. Fonte: CIA/UFPR
uma diferença de 6,74% sendo comercializado na média do mês por R$ 17,28 o quilograma, já para a comparação com os valores praticados pelo açougue em Curitiba a diferença é ainda maior, cotado por R$ 19,54 diferença de preço de 20,69%.
Figura 5. Gráfico do comporto das médias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Mercados de Londrina, para os meses de fevereiro e março de 2014. Fonte: CIA/UFPR
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Sindicato Rural de Pitanga
Sabores e cores
dos produtos do campo
Fotos: Manoel Godoy
No Produshow 2014, o Sindicato Rural de Pitanga convidou produtores e empresários a expor seus produtos no estande da entidade
Em vários momentos, público lotou o estande - à dir., Rosângela Cassemiro explica aos visitantes as características das orquídeas que produz
C Pierozan, com o Código Florestal distribuído no estande: “Este manual deveria chegar às mãos de todos os produtores”
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om a presença de agricultores e empresários, convidados a apresentar produtos que eles mesmos elaboram, o Sindicato Rural de Pitanga e o Senar-PR participaram da edição 2014 do Produshow, dias 13 e 14 de fevereiro, em Pitanga, transformando o estande das duas entidades numa pequena amostra da importância do empreendedorismo no campo. Os sabores de doces e embutidos e as cores das orquídeas expostas atraíram um público que em vários momentos lotou o local. Com experiência de vários anos como “doceira” e tendo participado em 2013 de um curso do Senar enfocando a preparação de doces, para ampliar conhecimentos, Luzia Adelina Zandonadi Santana, trouxe delícias preparadas com leite, goiabada e ameixa. “Comecei fazendo os docinhos de pedaço. Vinha para a cidade, com uma
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sacolinha, e vendia no comércio as bandejinhas. Depois, fui aperfeiçoando mais e fazendo os doces em pasta”, relembrou. Para ela, no evento, o interessante foi divulgar seus produtos, assim como tem feito na Feira do Produtor de Pitanga, que ocorre todas as quartas-feiras, no centro, nas proximidades da Prefeitura. Luzia disse que para algumas pessoas “é novidade” saber que o doce de leite é produção local e completou que elabora ainda outras opções, como doces de abóbora, banana, goiaba e morango – “Tudo produção nossa”, acrescentou, detalhando que até uma cozinha foi montada na fazenda especialmente para aquela finalidade. “Isso ajuda muito o meu orçamento. A gente, na pequena propriedade, não tem muita opção de renda”, comentou. Também da área rural de Pitanga, onde há 25 anos se dedica ao cultivo comercial de orquídeas, Rosângela Marques Cassemiro, apresentava sua produção. “Toda hora tem gente visitando (o estande). Quem não compra, admira. E para a gente, isso já vale a pena – é uma planta que chama a atenção, tem sempre alguém por aqui. Divulgamos o orquidário, as pessoas pedem cartão, telefone. É ótimo”. A produtora lembrou que a flor pode ser cultivada não apenas em algumas regiões, mas em todo o Brasil e que, em seu caso, escolheu variedades que se adaptam bem tanto ao frio quanto ao calor. “Só tenho a agradecer ao pessoal do Sindicato Rural e esperar que ano que vem me chamem de novo”, finalizou. Entre outras produtoras rurais, quem gostou das orquídeas foi Roseli dos Santos Borgio, do município vizinho de Novas Tebas, que comparece ao Produshow desde que o evento começou a ser realizado. Desta vez, ela se surpreendeu ao entrar no estande do sindicato e ver um show de cores. “Gosto muito. Fiquei feliz, porque nos outros anos nunca teve”, comentou, enquanto observava os diversos tipos da flor. Os admiradores da natureza em geral também encontraram um atrativo no estande: a distribuição gratuita de mudas de árvores, as-
Fotos: Manoel Godoy
Evento aborda todo ano diversas tecnologias, do maquinário a novas variedades de cereais sim como na edição passada do evento. Numa parceria com o sindicato, o IAP expôs e disponibilizou o material, que despertou a consciência ambiental de muita gente. Crianças, jovens e adultos olhavam as placas de identificação de cada espécie, perguntavam, tiravam dúvidas e deixavam o local carregando, nas mãos, as ainda pequenas e frágeis árvores; e, no rosto, o sorriso de quem sabe que vai dar sua contribuição para a natureza. Alegria também para Sérgio Stachio, do IAP, responsável pela produção de mudas. “Está saindo bastante. Ano passado, trouxemos 1.500 mudas. Este ano, 2.500. E vai faltar muda”, comemorou com bom humor. Aos associados e produtores rurais em geral, o Sindicato Rural de Pitanga, no Produshow 2014, concentrou seu foco na divulgação de informações sobre o novo Código Florestal, expondo e distribuindo publicação sobre o tema, editada pelo Sistema Faep. Durante visita ao estande,
Aparecido Grosse (Senar/regional de Guarapuava); Luiz Zampier, presidente do Sindicato Rural de Pitanga, e Antônio Adir de Lara, gerente da entidade
Clóvis Pierozan, que cultiva uma área na região, elogiou a iniciativa da divulgação do código: “Esse manual, seria bom que chegasse às mãos de todos os agricultores, para saberem dos direitos deles e dos deveres também”. O presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Zampier, destacou a presença dos agricultores no espaço da entidade: “Para nós, é uma satisfação receber os associados aqui, encontrar os amigos, de várias regiões”. Avaliando o evento, ele comentou que a cada ano cresce o número de expositores, com os participantes já tradicionais melhorando seus estandes e trazendo novidades. “A agricultura é o setor que mais avança em tecnologia. Essa tecnologia chega rápido e aquilo que foi apresentado em 2013, em 2014, é tudo diferente, as variedades de soja são outras, as plantas melhoram e as máquinas agrícolas têm de melhorar também. E temos certeza de que 2015 vai ser melhor ainda”.
Luíza: doces chamaram a atenção de quem visitou o estande
Roseli, de Nova Tebas: admirando as flores expostas no estande
Stacho, do IAP: mais mudas e maior demanda nesta edição do Produshow
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Fazenda Estrela Dourada:
integração lavoura-pecuária no MS
Foto: Arquivo pessoal
Novas fronteiras
No Centro-Oeste brasileiro, mãe e filhos colhem frutos da coragem de Josef Pfann, um dos pioneiros no MS.
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Foto: Manoel Godoy
O
ano era 1974. A cidade eleita: Dourados, no Mato Grosso do Sul. E lá se foi mais um corajoso, plantar bem longe de casa. Era época de facilidade de aquisição de terras naquele Estado, estímulos governamentais e preços acessíveis. Essa é a história de Josef Pfann e de seu pai Heinrich Pfann. História, no entanto, que iniciou bem antes, em 1951, quando a família de origem alemã, nascida na Iugoslávia, chegou ao Brasil vinda da Áustria, para tentar a sorte. Em 1961, adquiriram a Fazenda Estrela, em Guarapuava, a grande responsável pela geração de recursos para os investimentos do Grupo Estrela. Os filhos, noras e genro, juntamente com Annemarie, nora de Heinrich, que hoje tocam as propriedades, ainda eram pequenos, mas lembram bem da rotina do pai e do avô, que resolveram apostar naquele Estado, sofrendo com todas as dificuldades, como os demais pioneiros das “novas fronteiras agrícolas” daquela época. Eles tiveram que fazer a derrubada do cerrado com campo nativo, catação de raízes, transporte de calcário... tudo isso nas péssimas condições das estradas de chão e com comunicação via rádio. Foi assim que se iniciava a história da Fazenda Estrela Dourada.
Josef Pfann Filho, neto de Heinrich Pfann e filho de Josef Pfann
Máquinas agrícolas na época da abertura da propriedade
Fotos: Arquivo pessoal
Para começar, arroz. Soja somente no terceiro ano. A Embrapa recém iniciava as pesquisas. Portanto, nada ou quase nada de pesquisas, trabalhos, resultados, tecnologia, cultivares de soja adaptadas e herbicidas. Os equipamentos eram pequenos e faltava mão-de-obra. Somando-se a isso, um clima inóspito, com veranicos e, às vezes, excesso de chuva - o que ocorre até os dias atuais. Em 1979 deu-se início à integração lavoura -pecuária na propriedade, mas a agricultura cessou em 1983. A pecuária permaneceu até 2004, quando a família decidiu voltar a agricultura e passou então a reabrir as áreas, com a implantação de soja e milho safrinha. O pai Josef e o irmão mais novo Walter perderam a vida, em 1993, numa dessas idas e vindas entre Estados, em um trágico acidente de avião. A família não desanimou. Todo o sacrifício dos pioneiros não poderia ter sido em vão. A soja trouxe grandes benefícios para a pecuária. As terras foram fertilizadas de maneira adequada com a agricultura, porque, até então, a pecuária não remunerava o suficiente. De lá para cá, a propriedade prosperou. Hoje, a família arrenda áreas vizinhas e de terceiros, embora a seca ainda limite a produção. Os 720 quilômetros (distância entre Guarapuava-PR e a propriedade) são percorridos mensalmente, ou de acordo com a necessidade. O médico veterinário Erich é o responsável pela propriedade e os funcionários daqui auxiliam os trabalhos também lá. Existe ainda um intercâmbio de máquinas, que reduz custos operacionais e armazenagem própria. “Esse intercâmbio dá bem certo, devido às épocas de plantio distintas entres as regiões. O transporte dá trabalho, mas vale a pena”, conta Pfann Filho. Há quatro anos, o trigo começou a fazer parte das culturas cultivadas na propriedade e o resultado tem sido bastante interessante. “Estou achando melhor do que o milho. É uma oportunidade que está se abrindo”, afirma o produtor. Todo o trabalho é feito com base na integração lavoura-pecuária (gado cruza Charolês com Zebu, Canchim e Angus). “Após a colheita da soja, plantamos capim - braquiária ou tanzânia, onde é feito o pastoreio no inverno, liberando as áreas fixas de pecuária para descanso, para soltar o gado no verão. Na maioria das áreas é feita a rotação de culturas - boi, pasto..., ou seja, usamos os bois como rotação de cultura”, explica. A propriedade tem água encanada em todos os piquetes, talhões com, em média, 60 a 80 hectares. Cada talhão tem praça de um hectare, com sombra, cocho de sal e bebedouro. Os machos são terminados em Guarapuava. A safrinha, segundo ele, é a sucessão agrícola, que não “resulta em diminuição de pragas”. As produtividades estão diretamente relacionadas ao clima. Segundo o produtor, em áreas bem corri-
gidas, é possível obter de 45 a 70 sacas de soja/ ha. No entanto, em áreas de abertura de primeiro ano, onde nunca se fez nada, como as áreas de arrendamento, a média é de 25 sacas de soja/ha. “Vale destacar que a abertura é muito cara”. Em outras áreas onde já havia alguma correção de solo é possível 40 sacas no primeiro ano, desde que o clima seja favorável. “Já obtivemos de 75 a 80 sacas de soja/ha em anos melhores”, observa. Para a cultura de milho safrinha, o produtor vem colhendo de 60 a 110 sacas, dependendo da condição climática. “Lá tem geada também, o que compromete trigo e safrinha”. Os preços de venda são menores, haja visto que os produtos sempre são cotados no destino e é preciso levar em conta frete mais impostos e o custo de produção, de 15 a 20% maior, comparado com Guarapuava por conta daqueles fatores mais combustível e infraestrutura. A propriedade da família progrediu muito quando a família voltou a investir em agricultura. “Mas houve injeção de recursos daqui para lá. Colocamos MS como prioridade para investir em estrutura e hoje está bem legal. Mas isso demorou 10 anos”, revela.
Novas fronteiras são oportunidades, mas é preciso ter cautela na hora de fazer investimentos”
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Foto: Arquivo Pessoal
Quanto ao valor das terras, o produtor calcula que, atualmente, gira em torno de R$ 15 mil a 70 mil o alqueire (dependendo se está aberta, degradada e da localização). O arrendamento vai de 7 a 15 sacas de soja por hectare. “Tão caro como aqui, porém com margem de lucro pior. É claro que existem arrendamentos mais baixos, em áreas degradadas. Esse valor é progressivo”, explica.
Dourados x Guarapuava Dourados tem 207 mil habitantes e linha aérea. A Fazenda Estrela Dourada fica a 60 quilômetros da cidade. Os problemas hoje são bem menores do que na década de 70, porém os produtores ainda sofrem com falta de infraestrutura e armazenamento. “O asfalto chega até perto da fazenda, mas é de baixíssima qualidade e a queda de energia elétrica é frequente. Soma-se a isso uma concorrência ‘desleal’, com a canade-açúcar, principalmente quando o assunto é arrendamento”, conta Pfann Filho. Pontos positivos são as presenças de cooperativas paranaenses, cerealistas, fábricas de adubo, revendas fortes - “maiores do que as daqui”. O comércio é bastante dinâmico, com grande desenvolvimento. Existem outras vantagens no MS, como a rede hospitalar e médica, topografia plana, maior oferta de arrendamento, melhor desempenho na utilização e operação de máquinas - consegue-se colher até às 22 horas com as máquinas. Além disso, ferrovia desativada encontra-se em processo de reativação.
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As desvantagens, segundo o produtor, são o clima (inverno seco, com pouca chuva, temperaturas altas, verão quente - até 37 graus), terreno muito arenoso e terras com pouca matéria orgânica. “A relação limiar entre lucro e prejuízo é muito estreita”, avalia Pfann Filho. No entanto, ainda existem muitas áreas degradadas que podem ser arrendadas - “uma grande oportunidade, porque não precisa despender grandes recursos”. Para o produtor, ainda existem oportunidades, principalmente Bahia e Maranhão. “Mas pequenos proprietários rurais daqui que querem investir lá correm risco grande de perder tudo. O ideal é continuar com a pecuária e, aos poucos, abrir para agricultura. Além disso, se não tiver armazenamento, está enroscado. Não vai conseguir tirar a produção porque normalmente chove, as estradas são de terra e a agricultura acontece nas partes altas. A estrada está no vale - não existe asfalto que leve aos platôs, principalmente no Maranhão e Piauí. Novas fronteiras são oportunidades, mas é preciso ter cautela na hora de fazer investimentos. Tem que ter sorte também. Às vezes, o produtor é iluminado e dá certo”, brinca. A escolha da região e observação da infraestrutura existente (máquinas, oficinas etc.) são fatores importantes. “O Centro-Oeste vai ser trabalhado com grãos e pecuária de melhor qualidade. Isso é certo”. A atividade dos Pfann está concentrada no Paraná. Portanto, não pensam em mudar para MS. “Nós tivemos sorte de encontrar pessoas competentes, mas se não existir mão-de-obra capacitada, é muito complicado. Se a família for grande e puder mudar, é meio caminho andado”. Segundo Pfann Filho, a grande limitação de Dourados é a chuva - distribuição de água. “Mas temos regiões com clima instável no Paraná, tanto como lá. É que Guarapuava é um local ímpar. Se pudesse comprar tudo em Guarapuava, só ficaria aqui”.
De produtor para produtor: Que mensagem você deixa para quem pretende investir longe de casa? “Bastante planejamento e cautela nos investimentos. Vai duas, três vezes lá, converse com todos os vizinhos, tire as conclusões, visite a prefeitura, verifique condição climática, tipo de solo, infraestrutra (estradas, escola, energia elétrica) e tenha um bom recurso financeiro - porque, com certeza, vai gastar mais do que imagina. Não quero dizer que não deve ir, mas com planejamento. Compre área de pecuária, vai cuidando das vaquinhas e abrindo áreas, com calma. O Sul de Tocantins talvez seja a melhor opção, ou alguns lugares de Goiás e Mato Grosso”.
Segurança, conforto e durabilidade
Fotos: Manoel Godoy
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ês de abril é um mês especial para a Dacoregio Automotivo. A empresa completa 21 anos de idade. Com fôlego jovem, a Dacoregio aposta em inovações e tecnologia de ponta. Especializada em pneus de caminhonetes e alta performance, além de uma vasta gama de produtos e serviços, o foco da empresa está baseado em 3 pilares: segurança/conforto/durabilidade. Com o ramo Automotivo sempre a todo o vapor, carros que mais parecem máquinas eletrônicas, motores cada vez mais potentes e condições de estrada cada vez melhores, o mundo automotivo vive uma grande reviravolta. Não muito longe, talvez há 20 anos, carro, para muitos, era considerado supérfluo. Hoje, se pensamos em ficar apenas um dia sem carro, isso nos causa um transtorno enorme. Acompanhando esse crescimento, veio a conscientização do condutor, que antes não colocava na balança que segurança, conforto e durabilidade devem estar sempre na ponta do lápis. Como sempre comentamos em nossa empresa, a “peça” mais importante de um carro são as vidas que ele transporta e isso deve ser levado em consideração antes de confiar um lugar para mexer em seu carro”, destaca Thiago Lima, gerente da Dacoregio Automotivo. A empresa conta com um estoque de distribuidora, na linha de pneus de caminhonete e alta performance, variedade de medidas e modelos não faltam. São quase dois mil pneus em estoque, sendo eles para asfalto, asfalto/terra, terra, competição e customização. A loja também conta com amplo estoque de acessórios e rodas esportivas. São mais de 100 jogos em estoque, do aro 13 ao 32, em diversos tipos de pintura. A Dacoregio também realiza serviço de suspensão, freios, personalização, envelopamento, cristalização de pára-brisa, higienização de ar condicionado, troca de óleo e revisões periódicas. Modernas instalações, com 1200m de construção, e ferramentas de última geração, como alinhamento via Bluetooth, e balanceamento computadorizado, a empresa é modelo no Sul do Brasil.
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Cooperativa de crédito
Sicredi Terceiro Planalto PR encerra seu processo assemblear 2014 com excelente participação dos associados
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Foram apresentados ainda, os investimentos da Cooperativa em programas sociais, treinamento de colaboradores, viagens técnicas, entre outros. Para o presidente, as assembleias evidenciam os diferenciais do Sicredi como uma instituição financeira cooperativa e reforçam que os associados são os protagonistas da gestão e do fortalecimento do empreendimento. “O voto de todos tem o mesmo valor. Cada ano aumenta a participação dos nossos associados, o que demonstra a preocupação de cada um com a sua cooperativa”, complementa Adilson. Em 2013, a cooperativa se destacou nos ativos que superou os 33,41% em relação a 2012; patrimônio líquido 37,92% e o número de associados também cresceu 13,66% em relação ao ano de 2012, um incremento líquido de 1,4 mil novos associados. No dia 18 de março encerrou-se o processo assemblear 2014, com a Assembleia Geral Ordinária, que contou com a presença dos coordenaFotos: Sicredi
Cooperativa Sicredi Terceiro Planalto PR prestou contas do exercício 2013, no mês de fevereiro, através das assembleias de núcleo realizada nos oito municípios onde tem unidades de atendimento e da assembleia geral ordinária, realizada no dia 18 de março, em Guarapuava, somente com coordenadores de núcleo da cooperativa. Ao todo 1.052 associados participaram deste importante momento. Isto representa 8,9% do quadro social da cooperativa, índice que vem crescendo a cada ano. Nos encontros, o presidente Adilson Primo Fiorentin apresentou os resultados de 2013, balanço, demonstrativo de sobras, parecer do Conselho Fiscal, parecer da auditoria interna CNAC (Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa). Foi aprovado pelos sócios que R$ 1,6 milhões de sobras serão distribuídos na conta capital dos associados da cooperativa, conforme movimentação de cada um no ano de 2013.
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Santa Maria do Oeste
Manoel Ribas
Palmital
Guarapuava
Pinhão
AGO - Coordenadores votando
Turvo
Candói
Pitanga
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dores de núcleo das 10 unidades de atendimento da cooperativa, que através do voto confirmaram as decisões tomadas pelos associados nas assembleias de núcleos. O presidente Adilson Primo Fiorentin conduziu o evento apresentando os assuntos do edital, quais foram aprovados por unanimidade pelos presentes. A mesa diretiva foi composta pelo presidente da Sicredi Terceiro Planalto Sr.Adilson Primo Fiorentin, vice-presidente Sr. Conrado Ernesto Rickli, pelos demais membros do conselho de administração Srs. Adauto Brandelero, Alberto Fuchs Neto, Amirio Back e Olacir Borgert, o coordenador do conselho fiscal Sr. Fabio Peterlini, presidente da Sicredi Centro Sul PR/SC, Sr. Santo Cappellari e Diretor executivo da Superintendência Terra dos Pinheirais Sr. Valmir Dzivielevski. Também estavam presentes no evento todos os gerentes das unidades de atendimento da cooperativa. Durante a AGO, um presidente AD HOC deve ser eleito para conduzir a aprovação das ações prestadas pela conselho de administração. Este ano, o indicado foi o associado da unidade de atendimento Portal do Lago de Guarapuava, Sau-
lo Alves Nizer, qual se mostrou satisfeito com o desempenho da cooperativa e do Sicredi em si. “É um momento importante para a Sicredi Terceiro Planalto e todos os associados deveriam participar para conhecer melhor sua cooperativa, aliás todos somos donos”, frisou. Este ano todos os associados que participaram das assembleias de núcleo e os coordenadores que participaram da AGO receberam um exemplar do relatório anual 2013, uma edição especial em comemoração aos 30 anos da Sicredi Terceiro Planalto PR, que apresenta várias conquistas de 2013 e as diversas ações realizadas nos municípios da área de responsabilidade da cooperativa.
AGO - Mesa
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Análise conjuntural
Mercado do boi gordo no estado do Paraná Greici Joana Parisoto - Pedro Henrique Busto Silva - Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br
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edução na oferta de gado, estiagem nas Regiões Sul e Sudeste (entre dezembro e fevereiro) e o aumento das exportações, somados ao avanço no consumo interno, levaram os valores a um recorde na última semana mesmo em plena safra. O indicador de preços da arroba do boi gordo, LAPBOV/UFPR, registrou alta de 7,47%, comparando os preços entre o primeiro dia de fevereiro e o último dia de março. A diferença entre a maior e a menor cotação atingida foi de R$ R$ 113,21 e R$123,49, nos dias 05/02 e 25/03, respectivamente, apresentando uma alta de 9,08%. O preço da arroba da vaca gorda, assim como o do boi, registrou alta de 7,00% para o período, comparando os preços entre o primeiro e o último dia do mesmo. A diferença entre a maior e a menor cotação atingida foi de R$ R$ 102,98 e R$111,08, nos dias 04/02 e 27/03, respectivamente, apresentando uma alta de 9,08%. A média cotada para o período ficou em R$ 118,00 para o boi e R$ 107,64 para a vaca, apresentando uma alta de 12,48% e 12,04% para o boi e a vaca, respectivamente, quando comparadas com o mesmo período de 2013. (Tendo como base março de 2014, valores atualizados considerando o IGP-M do período de março de 2013 à março de 2014). As exportações de carne bovina somaram 140,5 mil toneladas em fevereiro passado, um crescimento de 45,2% quando comparado a fevereiro de 2013, conforme dados da Associação Brasileira da Indús-
Gráfico 1. Comportamento do preço da arroba do boi gordo e da vaca gorda no período de fevereiro a março de 2014 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR
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tria Produtora e Exportadora de Carne (Abiec). A receita com os embarques cresceu 40,3%, ultrapassando a marca de US$ 613,4 milhões. O número segue tendência antecipada pela indústria de carne bovina que prevê recordes de embarques e receita em 2014 com a forte demanda externa pela carne bovina brasileira, mais competitiva ante seus concorrentes. De acordo com a Abiec, Hong Kong foi o principal mercado para a carne brasileira no mês de fevereiro com a importação de US$ 128 milhões (31,7 mil toneladas). A Rússia importou 25,1 mil toneladas de carne bovina do Brasil (US$ 96,1 milhões). A Venezuela ficou em terceiro, com a importação de 15,3 mil toneladas de carne bovina ou US$ 80,863 milhões. As exportações de carne bovina in natura atingiram 86,6 mil toneladas em março, alta de 1,52% sobre o mesmo mês de 2013, quando foram embarcadas 85,3 mil toneladas. A receita foi de US$ 384,1 milhões, recuo de 2,4% ante os US$ 393,7 milhões em março do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). As exportações de março tiveram volume 23,8% inferior na comparação com fevereiro, quando foram embarcadas 113,7 mil toneladas. A receita foi 23,5% menor que os US$ 501,9 milhões obtidos no mês anterior. O preço da tonelada aumentou 0,6% em março comparado a fevereiro deste ano e recuou 3,9% na comparação com março de 2013. No acumulado do primeiro trimestre, as exportações alcançaram 305,4 mil toneladas, alta de 21,8% sobre as 250,6 mil toneladas negociadas em 2013. Em receita, as vendas do produto in natura somaram R$ 1,344 bilhão comparado a US$ 1,153 bilhão no mesmo período do ano passado, alta de 16,5%. O indicador de preços LAPBOV/UFPR da arroba do novilho precoce apresentou no período uma valorização de 7,01%, em relação ao primeiro dia de fevereiro e o último dia de março. A média ficou em R$ 120,88, um aumento de 9,33% em relação à média do mesmo período de 2013. A arroba da novilha precoce acompanhou a valorização do novilho precoce, fechando o período com alta de 7,49% em relação ao primeiro dia de fevereiro e o
último dia de março. A média ficou em R$ 115,85,valor 10,36% mais alto que a média do mesmo período do ano passado. (Tendo como base março de 2014, valores atualizados considerando o IGP-M do período de março de 2013 à março de 2014).
Gráfico 2. Comportamento do preço da arroba do novilho precoce e da novilha precoce no período de fevereiro a março de 2014 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR O indicador de preços do bezerro LAPBOV/ UFPR fechou o período entre fevereiro e março com média de R$ 897,29, alta de 9,50% em relação à média do mesmo período de 2013. O preço iniciou o período com o menor valor, R$ 832,49, subindo na primeira semana e caindo nas duas seguintes, voltando a subir na segunda semana de março, chegando ao valor máximo do período de R$ 1.007,69, registrando queda nas semanas seguintes, fechando o mês de março com o valor cotado a R$ 848,50.
Gráfico 3. Comportamento do preço do bezerro no período de dezembro de 2013 a janeiro de 2014 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR
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Divas2014
Foto: Manoel Godoy
Jornalista do Sindicato Rural foi uma das mulheres homenageadas
Foto: Manoel Godoy
Divas de 2014
(acima) Luciana com diretores e associados do Sindicato Rural; (abaixo) com seus pais e marido
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Destaque na categoria comunicação.
m mais uma edição do Prêmio Divas, atribuído a mulheres que se destacam em vários setores, o Conselho da Mulher Executiva (CEME) da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG) e o jornal Diário de Guarapuava realizaram, dia 8 de março, entre várias homenagens, uma que ressaltou a presença feminina frente à assessoria de comunicação do Sindicato Rural de Guarapuava: ao lado de outras homenageadas, recebeu também o troféu, na categoria comunicação, a editorachefe da Revista do Produtor Rural do Paraná, Luciana de Queiroga Bren. A distinção foi concedida pela atuação da jornalista que, com o apoio da direção do sindicato, idealizou e deu início à publicação. Ao longo de seus quase sete anos de existência, além de ser um veículo de informação para os associados ao sindicato, a revista se tornou um dos principais meios de comunicação focados em agropecuária no Paraná, despertando o interesse de produtores e de profissionais ligados ao meio rural em várias regiões do Estado e do País. Nascida em Belo Horizonte, graduada em comunicação social, com pós em estratégias de comunicação, Luciana, que atuou também na imprensa, iniciou no Sindicato Rural de Guarapuava em 2007, como assessora de comunicação, criando o projeto da revista. Meses depois, se tornaria gerente da entidade, acumulando cargos. “É um sonho que pude colocar em prática”, declarou ao Caderno Divas, do Diário de Guarapuava (8 de março), lembrando que a revista contribui para destacar a agropecuária local em nível nacional. Receber o troféu, segundo definiu a jornalista, foi especialmente importante por se tratar de uma iniciativa que inclui o trabalho de mulheres de diversas áreas. “Isso mostra que a sociedade reconhece o que estamos fazendo”, completou a editora-chefe da revista, que compareceu ao evento Divas 2014 com familiares e amigos. Estiveram também presentes à cerimônia diretores do Sindicato Rural, como o presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e o vice presidente, Anton Gora, e funcionários da entidade.
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Fotos: Geyssica Reis
Novidade
Os clientes agora podem contar com um amplo estacionamento
Agrícola AGP:
novo espaço e maior comodidade para seus clientes
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Amauri Granemann de Paula: Proprietário
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Agrícola AGP tem novo endereço. A sede da empresa mudou para a Avenida Manoel Ribas, 4228, bairro Conradinho. Segundo o proprietário, Amauri Granemann de Paula, a mudança foi realizada para melhorar ainda mais o atendimento ao cliente. “Ampliamos o nosso espaço, para poder armazenar uma maior quantidade de produtos e assim ter uma linha maior a pronta-entrega”, explica. Com estacionamento e espaço interno mais amplo, Granemann afirma que a intenção é oferecer maior comodidade aos clientes. “Queremos que aqui se torne um lugar onde os clientes ve-
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nham, sentem conosco, tomem um chimarrão ou um café, enfim, sintam-se a vontade”. A AGP neste ano também ampliou o portfólio de produtos. Um dos exemplos é o óxido de cálcio que não era vendido pela empresa. “A AGP sempre trabalhou com empresas reconhecidas e aprovadas no mercado. Buscamos trazer produtos inovadores e confiáveis para os nossos clientes. Se não tiver qualidade, a AGP não revende. Isso é requisito básico”, afirma o proprietário. Em 2014, a empresa também aumentou o número de funcionários a campo, para melhor atender os produtores rurais.
A AGP fui fundada em 2010 e sempre revendeu fertilizantes, tendo um leque de opções, desde produtos de base até produtos para irrigação e foliares. Granemann diz que além de se preocupar com a qualidade física e química, a empresa se preocupa também com todo o operacional, entendendo, por exemplo, que a entrega dos produtos até o produtor é importante e merece atenção. “A nossa missão é trazer aos produtores produtos de qualidade e inovação. No ramo da agricultura, atualmente, existem muitas opções de produtos, mas nem todos são confiáveis. Na AGP, quando um cliente entra na empresa para adquirir um produto, queremos que ele tenha, acima de tudo, confiança. Nosso objetivo é o cliente 100% satisfeito”, ressalta Granemann.
Fotos: Geyssica Reis
Missão da empresa “Ampliamos o nosso espaço, para poder armazenar uma maior quantidade de produtos e assim ter uma linha maior a pronta-entrega”, explica Granemann.
A aconchegante recepção foi pensada para que os clientes se sintam a vontade
(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR
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Bataticultura
Uma vitrine da pesquisa sobre a cultura da batata
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da pesquisa é analisar se é possível ter maior eficiência na adubação, “pensando principalmente nos macronutrientes, nitrogênio, fósforo e potássio”. Kawakami explicou que a atual produtividade, que varia entre 35 a 50 toneladas por hectare, já é considerada elevada. O trabalho, por isso, não visa exatamente elevar aqueles patamares, mas encontrar caminhos para se utilizar a adubação de forma mais racional. “De repente, a gente conseguiria produzir quantidades semelhantes com um gasto – em termos de quantidade de adubo – um pouco menor”, completou, observando que, na comparação com culturas como milho e soja, “a quantidade principalmente de fósforo e potássio, que colocamos (na lavoura de batata), é muito maior”. Esta resposta, prosseguiu, representaria economia para o produtor, já que ao lado da semente, a adubação é um dos maiores custos do hectare de batata. Um dos organizadores do dia de campo, o professor Sidnei Osmar Jadowski (Agronomia/ Unicentro), explicou que a proposta do evento, desde seu início, é aproximar pesquisa, produtores e empresas de tecnologia da bataticultura (dos setores de fertilizantes, defensivos, produtos
Fotos: Manoel Godoy
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ituados entre os principais produtores de batata no Brasil, Guarapuava e municípios próximos vêm pensando esta cultura cada vez mais dentro de uma perspectiva técnica e profissional. Ao longo do tempo, altos e baixos no clima e na produção determinaram o início da pesquisa pela Unicentro, em seu campus no Cedeteg. Um panorama dos avanços e desafios até o momento foram apresentados, em 20 de fevereiro, no 6º Dia de Campo da Batata reuniu centenas de pessoas, entre produtores e estudantes. Diversas empresas também mostraram suas novidades. Responsável por apresentar um tema que é a base do cultivo, a adubação, o professor Jackson Kawakami (Agronomia/Unicentro) conversou com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ. Conforme avaliou, os bataticultores locais já têm um bom nível em relação àquele item e ao manejo fitotécnico em geral. “Apesar de tudo isso, no quesito da adubação, creio que ainda existe muito manejo a ser implementado”, comentou. Rememorando que os primeiros experimentos com adubação em batata, no Cedeteg, começaram entre 2005 e 2006, ele assinalou que o foco
Fotos: Manoel Godoy
Os avanços e desafios da bataticultura e as tecnologias de empresas para este setor estiveram em foco no 6º Dia de Campo da Batata.
organominerais e de aplicação foliar). Exemplo, segundo contou, é a pesquisa sobre utilização da água na lavoura, com o objetivo de revelar como as plantas reagem a diferentes quantidades daquele recurso natural – conhecimento que serviria para orientar uma irrigação mais eficiente. Iniciado em novembro passado, no Cedeteg, o trabalho consiste em uma lavoura experimental, com uma cobertura móvel. Em caso de chuva, a estrutura, que se desloca sobre trilhos, cobre a área de cultivo. “O produtor irriga a batata, mas não tem ainda muito claro qual seria o intervalo melhor entre uma irrigação e outra e quanto de água aplicar”, sublinhou o professor. “Tivemos a possibilidade de avaliar aqui duas cultivares: a ágata, de mesa, e a atlantic, de indústria. Os ciclos das cultivares, logicamente, a gente já sabe que não são iguais, e as respostas à falta de água, ao estresse, ou a uma seca no ciclo, são diferentes”, completou. A meta agora é determinar, a partir de um período em que se perdesse de 10 a 30 litros de água por metro quadrado, qual seria o momento para uma nova aplicação de água. “O produtor irriga um pouco a olho ainda, e isso tem gasto de energia, de água, de equipamento, pessoal, e de certa forma acho que esse tipo de resultado pode melhorar toda esta dinâmica na lavoura”, destacou (em outro local, próximo,
Sidnei Jadowski: apresentando as várias linhas de pesquisa desenvolvidas no Cedeteg
outra pesquisa em irrigação é realizada com um pivô central – estrutura que gira em torno de um eixo e aplica água na lavoura). A proteção à sanidade da semente também está no foco da pesquisa. Jadowski observou que em alguns casos, quando é pequena a oferta de sementes, o produtor utiliza as de tamanho grande cortadas em duas metades – prática usada nos Estados Unidos. Porém, este material dividido, uma vez no solo, acaba sendo atacado por fungos. A pesquisa local já indicou uma resposta: “Essa avaliação mostrou alguns resultados importantes. Em primeiro lugar, inviabilizou o corte da batata, mas demonstrou que se nós utilizarmos alguns produtos como calcário e cal virgem para proteger a batata que não é cortada, ela se desenvolve com muita sanidade”. Entre as demais linhas de trabalho na pesquisa da batata, de acordo com o professor, estão o uso de produtos alternativos (não defensivos) para combate a pragas: “O silício é um fertilizante. Estamos testando algumas formas de aplicação foliar que traga resistência da planta ao ataque de insetos, como a vaquinha e a mosca-branca”, exemplificou. Já na parceria com empresas, o objetivo é determinar o melhor posicionamento dos produtos no ciclo da cultura. “Mas de forma que se possa utilizar a quantidade mais reduzida possível de agrotóxicos”, salientou Jadowski. Presente ao evento, o bataticultor René Bandeira, disse ver uma necessidade muito grande dos produtores entrarem em contato com a pesquisa desenvolvida pela universidade. Em sua opinião, é preciso desenvolver mais todas as etapas da produção, da adubação ao uso de biotecnologia, e defendeu que para isso todos os setores ligados à bataticultura trabalhem em conjunto. Valdir Reccanello, da empresa Zeagro, um dos apoiadores do evento, avaliou que ano a ano o dia de campo vem crescendo em número de participantes, trazendo respostas para a produção. “O produtor vem aqui e busca informações, tanto das parcelas que nós temos, quanto dos trabalhos que são feitos, assim como nas palestras das empresas que participam disponibilizando novas tecnologias”, afirmou.
René Bandeira: importância da união de todos os setores ligados à batata
Jackson Kawakami: foco no uso racional da adubação
Valdir Reccanello: valorizando a difusão da informaçãio técnica, da pesquisa e das empresas
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CNA
Contribuição Sindical 2014 Foto: FAEP
já se encontra disponível para emissão
Klaus Kuhnen, assessor jurídico da FAEP
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Sindicato Rural de Guarapuava informa que já se encontra disponível a emissão da Contribuição Sindical Rural 2014. O vencimento é até o dia 22 de maio e o boleto pode ser retirado pelo site do Canal do Produtor. Para a impressão, o produtor precisa do CPF ou CNPJ e o Número de Imóvel Rural da Receita Federal (NIRF). Caso haja alguma dúvida para a emissão, o produtor pode ir até o Sindicato Rural para orientações ou solicitar ajuda pelo e-mail: financeiro@srgpuava.com.br ou pelo telefone: 3623-1115, falar com Arnaldo.
O que é a Contribuição Sindical? Todos aqueles que participam de uma determinada categoria econômica, profissional ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da categoria ou profissão deve pagar a Contribuição Sindical. O Sistema que defende, trabalha e fala em nome dos produtores rurais do Brasil é Sistema Sindical Rural. Independente do tamanho da propriedade e do ramo da atividade, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que é representada por 27 federações estaduais, trabalha inspirada em cinco princípios básicos: solidariedade social; livre iniciativa; direito de propriedade; economia de mercado e interesses do país. A importância do pagamento da Contribuição Sindical se dá principalmente porque esta é a única fonte de receita do sistema sindical, como explica o assessor
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jurídico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Klauss Dias Kuhnen. “Na Faep, por exemplo, todas as ações realizadas para o Código Florestal, as próprias idas dos produtores até Brasília, as negociações junto aos parlamentares, foram com recursos da Contribuição Sindical”. Além disso, Kuhnen explica que renda da Contribuição Sindical dos produtores rurais é dividida entre a CNA, a Faep e os sindicatos rurais. Sendo assim, todos os sindicatos também prestam seus serviços com esta contribuição. “Serviços de folhas de pagamentos, registros de empregados, orientações em relação à convenção de negociação coletiva, orientações em relação a contratos e todos os outros serviços que os sindicatos prestam não deixam em dúvida a importância que esta renda possui”, ressalta o assessor jurídico. O cálculo da contribuição sindical, que é cobrado por intermédio da CNA, é efetuado com base nas informações prestadas pelo proprietário rural ao Cadastro Fiscal de Imóveis Rurais (Cafir), administrado pela Receita Federal. O valor tem distinções entre pessoas físicas e jurídicas. Para as pessoas físicas, a contribuição é baseada no Valor da Terra Nua (VTN) da propriedade, constante no cadastro da Secretaria da Receita Federal, utilizado para lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Para as pessoas jurídicas, a Contribuição é calculada com base na Parcela do Capital Social (PCS), atribuída ao imóvel.
Evite juros A advogada Andreia Mariotti Nunes explica que quando o profissional não paga a Contribuição Sindical até a data de vencimento, pode ser retirada a segunda via pelo site do Canal do Produtor, mas no dia seguinte ao atraso, começa-se a cobrança com juros. “Se até o exercício posterior, a dívida não for quitada, essa cobrança pode vir a ser cobrada judicialmente, com o pagamento de juros, correção monetária e, com isso, acarretará custos com advogados. O produtor também fica impedido de ter acesso a financiamentos e fica ilegível a cargos sindicais”, ressalta Andreia.
Equipamento
Máquinas de limpeza de cereais N
o mercado agrícola existe uma preocupação muito grande em desenvolver máquinas com maior qualidade e velocidade por conta do período de colheita. Na linha de limpeza não é diferente. Antigamente, na busca por melhores tecnologias neste mercado, o caminho era a importação. Mas, com o desenvolvimento do mercado interno, as empresas começaram a se especializar e produzir maiores e melhores equipamentos, apresentando novidades em termo de capacidade e tecnologia em curto prazo. Foi durante este momento que a Kepler Weber Ind. S.A., empresa referência na fabricação de equipamentos de armazenagem, limpeza e movimentação de granéis, desenvolveu e lançou uma nova linha de máquinas de limpeza, que possuem capacidade de limpeza de 240 T/h. Estas máquinas trazem como vantagem menor potência elétrica e menor espaço em área construída, por tonelada processada, o que reduz o investimento inicial. Sua robustez, por sua vez, traz vantagens quanto à redução de necessidades de intervenção de manutenção e novamente financeiras por não parada de máquina. E preocupada com a saúde do operador e do pessoal envolvido no processo de beneficiamento, esta máquina é provida de passarelas de acesso, proteções, sensores de segurança e baixo nível de ruído na operação. Elas são produzidas de forma modular, permitindo a utilização completa ou em módulos. Veja ao lado os três módulos que compõem a máquina:
Engº. Marcio Geraldo Schäfer Paraná Silos Representações Ltda. marciogeraldo@ymail.com
PENEIRA ROTATIVA: Provida de um cilindro de tela giratório. Este é o primeiro estágio da máquina na função de pré-limpeza, responsável pela retirada de impurezas grossas provenientes do campo e da vagem verde na soja. Este módulo pode ser suprimido em casos de uso da máquina em pós-limpeza, aumentando sua versatilidade e a racionalidade de uso. Veja figura:
CÂMARA DE ASPIRAÇÃO: Neste estágio, separam-se as impurezas finas e o pó. Esta limpeza de alta eficiência é realizada por fluxo de ar forçado em três camadas por meio de uma lâmina de grãos. O ar utilizado na limpeza é re-circulado na câmara e emite apenas 30% de seu volume de ar para os filtros de mangas. O ajuste de velocidade e de força do ar é efetuado com variador de frequência no quadro que acompanha a máquina.
CAIXA DE PENEIRAS: Este módulo composto por uma caixa totalmente metálica suspensa por quatro cabos de aço que, através de um excêntrico, produz um movimento circular oscilatório. Promove a limpeza por meio de peneiras montadas em quatro estágios de peneiramento. Com área de 43,2 m2. Contém quatro níveis de classificação: - Impurezas grossas e médias. - Grãos quebrados. - Terra e areia. - Grãos limpos.
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Valor da Terra Nua
Definidos preços médios das terras agrícolas de Guarapuava O valor estabelecido vai reger negociações e informações para o ITR em 2014 que seja diferente. Na minha visão, o reajuste de 2013 para 2014 foi bastante, mas ainda assim, sei que é a realidade. Além disso, foi um consenso dentre todos que estavam participando da reunião”, comentou Gora. O chefe interino do Núcleo Regional da SEAB, Arthur Bittencourt Filho, destacou que esses são preços médios das terras agrícolas e que são compatíveis com a realidade atual do mercado. “Nós estamos estabelecendo o valor médio das terras de todo o município. Temos que levar em consideração que as terras valorizaram. E se observarmos os preços, vemos que o valor mais alto refere-se às terras mecanizáveis, que foram as que mais valorizaram”, disse. O levantamento será disponibilizado pela Faep no site www.sistemafaep.org.br.
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o dia 26 de março, o Sindicato Rural de Guarapuava e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), por meio do Departamento de Economia Rural (Deral) – Núcleo Guarapuava, promoveram reunião para determinação do Valor da Terra Nua (VTN) exercício 2014, na sede do Sindicato. Participaram da reunião representantes da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), Secretaria Municipal de Agricultura, Sindicato Rural, Emater, escritórios de contabilidade, imobiliárias, cooperativas e cartórios. Foram discutidos os valores das áreas mecanizadas, mecanizáveis, não mecanizáveis e inaproveitáveis, descontadas eventuais benfeitorias. Para definir os valores médios, os participantes da reunião consideraram o conceito das áreas, o parâmetro cobrado referente a sacas por alqueire em áreas mecanizadas, transações imobiliárias e a realidade da agricultura local. Os novos valores são R$ 30.000,00/ha para áreas mecanizadas; R$ 11.500,00/ha para áreas mecanizáveis; R$ 6.200,00/ha para áreas não mecanizáveis e R$ 3.900/ha para áreas inaproveitáveis. Segundo o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, os valores ficaram acima da sua expectativa. “Tudo bem que a soja teve uma valorização e as terras também, mas ao meu ver isso é passageiro. Ano que vem pode ser
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VTN e ITR O Valor da Terra Nua (VTN) é a base de cálculo do Imposto Territorial sobre a Propriedade Rural (ITR). Os preços servem como referência no município e não precisam ser utilizados como valor absoluto, tendo em vista que cada propriedade rural tem suas características próprias, quanto ao tamanho, localização, vias de acesso, topografia, hidrografia, tipo de solo, capacidade de uso etc. No entanto, os produtores rurais que declararem no ITR valores muito abaixo da tabela do VTN estarão sujeitos a fiscalização e terão que prestar esclarecimentos adicionais quanto à base de cálculo, formas de recolhimento, inconsistência de informações etc. O fisco está atuando cada vez mais nesse processo de fiscalização. Cabe ao contribuinte se preparar e atentar ao máximo para a correta gestão desse oneroso tributo.
Valor da Terra Nua - Guarapuava - 2014 R$ 30.000,00/ha
áreas mecanizadas
R$ 11.500,00/ha
áreas mecanizáveis
R$ 6.200,00/ha
áreas não mecanizáveis
R$ 3.900/ha
áreas inaproveitáveis
Revenda
Candói agora tem Agropantanal Referência em revenda agropecuária, a empresa do Grupo Pitangueiras abre nova filial para atender produtores daquela região Fotos: Geyssica Reis
U
ma nova filial da Agropantanal Produtos Agropecuários foi inaugurada no mês de março. A 7ª filial da rede que pertence ao Grupo Pitangueiras fica no município de Candói-PR. O Grupo Pitangueiras foi fundado em 1990, com a primeira loja em Ponta Grossa, no estado do Paraná. Desde então, a empresa vem auxiliando o produtor rural, com inovações em tecnologias e boas práticas agrícolas, tendo uma equipe altamente capacitada, com a missão de levar ao produtor assistência técnica de qualidade e soluções para sua atividade. O coordenador da Agropantanal em Candói, Felipe Solek Barreto Vaz destaca que a região tem grande potencial agrícola, por isso foi estabelecida a filial na cidade de Candói. “Os produtores daqui são importantes no cenário regional e vêm crescendo em suas atividades. Portanto, consideramos que seria interessante também trazer a eles inovações, oferecendo melhores condições de produção. Queremos ser parceiros dos produtores aqui da região”. Vaz afirma que a empresa se preocupa com o aumento da produção, mas visa a responsabilidade socioambiental. Sustentabilidade e rentabilidade sempre andam juntas nos serviços prestados pela Agropantanal. “Buscamos formar uma equipe capacitada e com excelência, principalmente na assistência técnica”, afirma. A Agropantanal tem parceria com grandes e conceituadas empresas do agronegócio brasileiro, como a Bayer Cropscience, Agrichem, Dekalb, Timac Agro, Nortox e Inquima.
A Agropantanal em Candói é a 7ª filial da rede do Grupo Pitangueiras.
Equipe Agropantanal Candói: Rodrigo Lara de Moura, Miriam Bianchessi e Felipe Solek B. Vaz.
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Fertilizantes
Agrichem: Tecnologia e inovação A
Agrichem do Brasil ao longo de seus 14 anos de trabalho, sempre pautou suas ações nas vendas de produtos de alta qualidade, integradas com o oferecimento de serviços no campo, o que a tornou empresa de ponta no setor de Fertilizantes Líquidos. É pioneira nas inovações para nutrição vegetal, englobando todas as principais culturas: soja, milho, trigo, algodão, café, hortaliças/flores e frutas, cana, eucalipto e mais recentemente começando trabalhos em pastagens. Para o futuro, a Agrichem possui dois grandes novos projetos: a Agrichem Tech – Centro Tecnológico de Novos Produtos e Técnicas, que será estruturada no Parque Tecnológico da Universidade Federal de Lavras (UFLA); e, ainda, em busca de novas tecnologias e entrando no mercado de Defesa Vegetal, estamos criando a ManeOgene Agrociências S.A., empresa do grupo que irá atuar com produtos biológicos, antecipando a tendência de uma agricultura sustentável e de menor impacto ambiental.
É com muita alegria e satisfação que em 2015 a Agrichem inaugura um novo site de fabricação de seus produtos. Em função do crescimento expressivo de venda nos últimos anos e também produtos inovadores que foram lançados no último período, a fábrica atual tornou-se insuficiente para o atendimento. O novo local, que já está sendo preparado, fica no município de Jardinópolis, cerca de 20 km de Ribeirão Preto. Estamos nos preparando para melhorar ainda mais o nível de serviço aos nossos clientes e com o investimento em duas fábricas simultâneas em operação, garantiremos suportar pelo menos o crescimento dos próximos 5 anos”.
Gilberto Pozzan
Diretor Industrial Agrichem
“Nós priorizamos prestar toda a assistência necessária aos produtores que visam um trabalho focado em nutrição de plantas. Prestamos serviço em coletas de análise de solo, coletas de folha e estamos abertos a prestar todo tipo de serviço que o agricultor busque, visando aumento de produtividade e trabalhando com nossos produtos nessa linha. Conforme o produto que estamos recomendando, trabalhamos no estádio adequado, para que se tenha o resultado esperado e também associando à cultura com a qual se está trabalhando. Seja milho, soja, feijão, batata, entre outras. A análise de solo é importante, tendo em vista o solo ser a fonte dos nutrientes que a planta vai estar absorvendo para que ela responda em produtividade. Trabalhamos com ferramenta PAMNUTRI, que é uma ferramenta muito importante para quem busca altas produtividades no contexto atual da agricultura”.
Gilmar C.Bosso
Diretor Presidente Agrichem
Orlei Bufoliski (Representante Técnico Comercial Agrichem autorizado
Bruno Rodrigues de Oliveira (Assistente técnico de produtos da Agrichem) - Guarapuava
Clientes aprovam produtos Agrichem Harry Mayer
Alan Fernando de Sales
(Produtor rural) – Guarapuava
(Produtor rural) – Santa Maria do Oeste
“Uso os produtos da Agrichem há quatro anos. Comecei fazendo os primeiros testes na fazenda, em diversas culturas. Devido aos resultados satisfatórios, hoje uso em área total, principalmente no HF (tomate, batata e cebola). Recentemente, fiz uns testes nas culturas de inverno (trigo e cevada) e os resultados têm superado minhas expectativas”.
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Revista do Produtor Rural do Paraná
“Utilizo os produtos da Agrichem há três anos. Tenho dado continuidade porque tem dado resultados. Bons resultados. É uma parceria que deu certo. Onde você só utiliza o necessário. Não aquela velha ‘receita de bolo’. O atendimento é bom, a assistência é muito boa. Utilizo enraizadores da Agrichem e a parte de micronutrientes. A linha completa”.
Cícero Passos de Lacerda
Márcio Duch
(Produtor rural) – Candói
(Produtor rural / Grupo Duch) – Guarapuava (PR) e Chapadão do Sul (MS)
“Há um ano, contratei um agrônomo. Começamos a fazer análise de solo. Outra questão que ele me passou é que o adubo foliar é como o químico. Tenho de comprar de acordo com a quantidade de pontos que ele tem de nutrientes. Divido o preço do produto pela quantidade que ele tem e vejo que a Agrichem, na qualidade, tem este melhor custo-benefício. No milho (2013/14), mesmo com a seca, a produção ficou maior do que a do ano passado, 5%. A soja (2013/14) teve 28 dias sem chuva. Mesmo assim, estamos colhendo a mesma coisa que colhemos na média do ano passado”.
Eduardo Estoquinque Galeski (Agrônomo) – Guarapuava “Faz dois anos já que a gente vem utilizando os produtos da Agrichem. Trabalhamos só com a cultura da batata. O que a gente busca na bataticultura é uma planta sadia. Planta sadia é sinônimo de produtividade. Então, os produtos da Agrichem, com os quais a gente vem trabalhando, tem proporcionado vários aspectos positivos. Na bataticultura, a gente pretende continuar usando, fazendo testes. Estamos avaliando bastante coisa, mas sempre com resultado positivo”.
Cristhian Ribas Sekula Eng. Agrônomo (Grupo MLCV) Guarapuava “Utilizamos os produtos da Agrichem tanto no inverno quanto no verão. Todos os anos a gente vem utilizando os produtos e estamos satisfeitos com eles. Utilizamos o Nitamin, tanto na cultura do milho quanto na cultura do trigo. Temos um bom aparato, com o serviço pós-venda da Agrichem, que vem com as análises foliares. São feitas recomendações específicas, dentro das necessidades que a cultura está apresentando. Então, entramos junto com a Agrichem com uma suplementação de nutrientes na hora exata”.
“Desde que a Agrichem chegou aqui na nossa região, já havíamos iniciado os testes com os produtos. Há uns seis, sete anos que temos utilizado esses produtos. Estamos satisfeitos. O Booster é para tratamento de sementes. Usamos em área total, em soja, milho e trigo. O Nitamin, estamos usando muito bem no trigo e o Reforce a gente utiliza na soja, como auxílio no tratamento do mofo branco. Temos propriedades em Chapadão do Sul (MS). Lá, em área total, a gente também utiliza o Booster para o tratamento de sementes de soja, milho e milho safrinha”.
André Spyra (Agrônomo e produtor rural) – Guarapuava “Uso há 12 anos, na nossa propriedade, e recomendo também. Vejo um ótimo resultado. Não só os produtos, mas como toda a assistência, a tecnologia envolvida. Temos respaldo do pessoal técnico da Agrichem, que vem evoluindo, crescendo e sempre buscando novas tecnologias. Temos ótimos resultados em soja, milho, feijão e batata, com a linha inteira. São vários produtos da Agrichem, direcionados para tais culturas, que vem aumentando nossas produções”.
Rodrigo A. Queiroz (Produtor rural) – Guarapuava “Uso e recomendo produtos Agrichem, por se tratar de uma empresa idônea, que analisa cada caso a ser tratado, seja na análise de solo, folha e diagnose a campo de possíveis deficiências e/ou toxicidade nutricional”.
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Foto: Manoel Godoy
Especial - Dia de Campo de Verão Cooperativa Agrária
Plantio direto = conservação de solo e água Neste ano, o evento se destacou não apenas pela tecnologia de híbridos e cultivares apresentados pelas empresas e pelas palestras sobre mercado de soja e milho. Em palestra de especialista convidado e dos pesquisadores da FAPA, a Agrária, que sempre preconizou uma agricultura sustentável, enfatizou a necessidade de se pensar o plantio direto de forma mais ampla.
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“E
ste ano, o evento foi muito além do que a gente esperava”, afirmou o diretor presidente da Agrária, Jorge Karl sobre o Dia de Campo Verão 2014, da cooperativa, resumindo com satisfação a presença do público. Ao todo, nos dias 26 e 27 de fevereiro, mais de duas mil pessoas visitaram os estandes e assistiram a palestras nos campos da Fundação de Pesquisas Agropecuárias da Cooperativa Agrária (Fapa). O tema do evento foi “Plantio Direto, conservação de água e de solo”. Tema que Karl afirma ser a pauta do dia a dia da agricultura. Os assuntos das palestras giraram em torno das novas tecnologias do campo e as culturas de soja, milho e feijão, atraindo cooperados, produtores rurais, profissionais e estudantes da área. Assuntos pertinentes para a agricultura e principalmente para a região.
Fotos: Manoel Godoy
Palestras de convidados lotaram a tenda principal do dia de campo de verão
Jorge Karl, presidente da Cooperativa Agrária
André Sptizner, gerente agrícola da Agrária
Em dois dias, evento recebeu a visita de mais de duas mil pessoas
Um dos membros da comissão organizadora do dia de campo, o coordenador da Assistência Técnica da Agrária, agrônomo Leandro Bren, também avaliou o evento de forma positiva. “Além da grande participação do público, nos sentimos realizados, pois conseguimos passar com qualidade todas as informações que desejávamos, para que produtores, profissionais e estudantes possam levar para seu dia a dia”. O clima, úmido em alguns momentos, não chegou a ser considerado um problema. “Além de estarmos com uma estrutura boa para recebermos a todos, a chuva talvez ajudou para que os produtores rurais viessem até o evento, por não
Evento novamente se consolidou como encontro de difusão de tecnologias para milho, soja e feijão - FAPA apresentou diversos temas, da mecanização ao combate de pragas
poderem realizar suas atividades no campo. Com certeza, não foi um tempo perdido”, ressaltou o gerente agrícola André Spitzner. O produtor rural associado ao Sindicato Rural de Guarapuava, Sérgio N. Suzuky, apreciou o dia de campo e disse que é uma oportunidade do produtor se atualizar sobre temas importantes. “Eu percebi que as palestras tratam de assuntos que já existem há um bom tempo, mas que nós, da área, precisamos sempre nos atualizar. Um exemplo foi a palestra sobre erva daninha”, destacou, se referindo ao tópico abordado pelo pesquisador Vitor Spader, da Fapa.
Leandro Bren, coord. da Assistência Técnica da Agrária
O produtor Sérgio Suzuky
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Especial - Dia de Campo de Verão Cooperativa Agrária
afetar a qualidade e produtividade do milho” (Celso Wobeto); “Manejo sustentável de plantas daninhas resistentes” (Vitor Spader); “Manejo sustentável de doenças em soja” (Heraldo Rosa Feksa); “Manejo integrado de lagartas na cultura da soja” (Alfred Stoetzer); “Manejo de cultivares de feijão preto e carioca” (Noemir Antoniazzi) e “Estudos sobre compactação de solos em plantio direto” (Étore Francisco Reynaldo).
Vitor Spader - Manejo sustentável de plantas daninhas resistentes
Heraldo Feksa - Manejo sustentável de doenças em soja
Alfred Stoetzer - Manejo integrado de lagartas na cultura da soja
Noemir Antoniazi - Manejo de cultivares de feijão preto e carioca
Sandra Mara (FAPA) e Cimélio Bayer (UFRGS) - Manejo integrado de lagartas na cultura da soja
Celso Wobeto - Como a umidade de colheita pode afetar a qualidade e produtividade do milho
Fotos: Manoel Godoy
Ao todo, foram quatro palestras principais, nos dois dias: “Avanços e desafios do Plantio Direto”, “Mercado de Soja e Milho”, “Expedição Safra 2013/2014” e “Cooperação”. A programação ainda contou com sete palestras simultâneas, apresentadas por pesquisadores da Fapa nos dois dias: “Plantio direto: efeito no rendimento de culturas e na qualidade do solo” (Sandra Mara Vieira Fontoura); “Como a umidade de colheita pode
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Palestras: várias perspectivas de tecnologia e mercado Complemento às tecnologias vistas nos estandes de empresas, os dados apresentados por especialistas convidados ao Dia de Campo de Verão 2014, da Agrária, apresentaram ao público um leque de perspectivas de mercado. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com os convidados a proferir palestras no evento. As entrevistas foram realizadas entre os dias 26 e 27 de fevereiro. Vale lembrar que no caso das análises de mercado, elas refletem as estimativas daquele momento.
Avanços e desafios do plantio direto Doutor José Eloir Denardin Pesquisador da Embrapa Trigo
O que avançou no plantio direto desde que ele começou a ser implantado no Brasil? “O plantio direto, em sua origem, nos Estados Unidos e na Inglaterra, só tinha duas técnicas fundamentais: abandonar o preparo do solo e manter então palha na superfície. A gente percebeu que esta técnica, numa região de clima sub-tropical ou tropical, precisaria mais do que simplesmente o abandono do preparo. Dali em diante, entendemos que o plantio direto precisa ser entendido como um sistema, como um complexo de tecnologias. Ele envolvia fundamentalmente a diversificação de espécies. Pode ser rotação, sucessão ou consórcio. E a consorciação de plantas é que explodiu de uma vez por todas a visão de que nós estávamos inovando em cima daquela tecnologia importada. No Brasil central, fazíamos soja, de outubro a fevereiro; milho, de fevereiro a maio, consorciado com braquiária; e, de maio até outubro, a pecuária. Então, num lugar em que fica quatro meses sem chover, tínhamos três safras. Aí foi que realmente despertou a visão de que o clima tropical e o subtropical eram completamente diferentes do temperado. A grande evolução foi neste sentido: em vez de ter o plantio direto, teríamos um sistema de plantio direto. Mais adiante, percebemos que aquela erosão
que deixou de existir estava escondida, levando água. E a enxurrada levando nutrientes. Foi então que surgiu um novo modelo, de modificar as obras hidráulicas, não fazer como no passado, que eram muito próximas umas das outras. Aí surgiu este método. Ele é um potencial ainda. Porque muito poucas pessoas estão usando. Esse método, praticamente de um ano para cá, mostrou o seu verdadeiro potencial, que é a redução da perda de nutrientes e que pode permitir reduzir pela metade o que as tabelas de adubação, no Brasil, estão indicando como necessário. Qual é hoje o grande desafio do plantio direto? “Precisaríamos ter um solo estruturadamente bom, com raízes que penetrassem nesse solo. Se arrancarmos uma planta numa lavoura, hoje, vamos perceber que mais de 90% das raízes estão de 0 cm a 5 cm. Em 10 dias sem chuva, estes 5 cm secam”. Mesmo assim, seria necessário aplicar alguma técnica para a descompactação do solo? “Sim, mas ela tem de estar associada à semeadura, não pode estar associada ao escarificador. Comprovamos cientificamente que, em qualquer interferência mecânica no solo, ele volta a ser o que era. Se vou escarificar o solo, então estou fazendo escarificação e não mais plantio direto. Mas na semeadura posso fazer em todas as safras. Mas aí vem outro desafio: as fábricas não estão interessadas nisso. A competição das fábricas hoje é velocidade e rendimento operacional, não é mais o agronômico. O disco está tomando conta, porque o disco gera velocidade, é mais leve, você pode ampliar a largura da semeadora”.
O plantio direto precisa ser entendido como um sistema, um complexo de tecnologias” Revista do Produtor Rural do Paraná
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Mercado de soja e milho
Fotos: Manoel Godoy
Especial - Dia de Campo de Verão Cooperativa Agrária
Agrônomo Ubiratan Wendler Gerente de negócios óleo, milho e suínos da Cooperativa Agrária Como você vê os estoques mundiais?
Problema de demanda, para o produto brasileiro, não vai existir”
“Temos de abordar (a questão) sob dois pontos de vista: olhando a oferta global, os estoques de soja estão num nível satisfatório. Porém temos um estoque menor nos Estados Unidos. Uma projeção de fechar na ordem de 3 milhões e meio a 4 milhões de toneladas, que é um estoque bastante baixo. Um estoque baixo, lá, puxado por uma demanda bastante aquecida da China, traz esse componente. O que o mercado está fazendo? Tentando segurar esta soja no mercado doméstico americano, jogando as cotações para preços mais altos e, através do preço, jogar a demanda para trás”. Para a safra de soja que está sendo colhida, neste momento, no Brasil, quais são as perspectivas de se fazer uma boa comercialização em nível de produtor? “Olhando oferta e demanda local desta safra que estamos colhendo: existe uma pressão muito forte sobre a soja americana, sendo bastante comercializada, entrando agora a safra sulamericana, trazendo preços aí bastante satisfatórios do ponto de vista do produtor. Olhando o que o mercado está falando para agora e lá para frente, o produtor deveria, aproveitando as oportunidades dos repiques de preço em Chicago, com um componente de prêmio mais dólar, ir fazendo a sua venda escalonada ao longo dos próximos meses. Aproveitando momentos. Sem uma necessidade, às vezes, de fluxo de caixa agora. Mas o mais adequado é ir fazendo vendas parceladas ao longo do próximo período para que ele tenha um preço médio ao longo da liquidação da sua safra, a um preço que seja dentro daquilo que ele imaginava como patamar de lucratividade”. E a questão da venda no mercado futuro? Os produtores estão recorrendo mais a esta opção ou ainda não? “O Brasil ainda tem um conceito do produtor trabalhar pouco ainda no mercado futuro. Só que isso temos de estratificar um pouco, porque o Brasil é muito grande. O produtor do Mato Grosso, como são áreas um pouco maiores, tem uma
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necessidade muito maior e trabalha muito mais na modalidade da troca, que é comprar seus insumos – sementes, fertilizantes e químicos – e fazer sua relação de troca por produto. Ele vende uma parte da sua produção trocando pelos insumos necessários à instalação da sua lavoura. No Paraná, também temos o modelo da troca de insumos por produção, mas ainda avalio que no geral o produtor brasileiro trabalha utilizando pouco as ferramentas de mercado futuro. Vi no relatório de um estudo feito pela Fiesp, junto com a OCB: hoje, em torno de 52% a 55% da soja disponível, o produtor trabalha no mercado spot e não usando as ferramentas de mercado futuro. Lógico: isso varia muito de ano a ano. Porém, se ele não trabalha no mercado futuro, muitas vezes a cooperativa ou a sua cerealista trabalha”. Você comentou que, na América do Sul, Brasil e Argentina, principalmente, devem registrar boas safras de soja. Você vê mais espaço para a soja brasileira no mercado externo? “A soja no Brasil exerce um papel de moeda. No setor agrícola realmente ela tem boas perspectivas. E na safra brasileira, o que vemos agora? Uma projeção de demanda da ordem de mais de 47 milhões de toneladas para exportação, um consumo doméstico de 38 milhões de toneladas. Problema de demanda, para o produto brasileiro, não vai existir. Quais são os fatores que restringem um pouco em termos de lucratividade do setor? São os fatores ligados à infraestrutura: armazenagem, logística e portos”.
Expedição Safra 13/14 Jornalista José Rocher Gazeta do Povo
Partindo daquilo que a Expedição Safra viu no Paraná, como está a perspectiva da safra de milho e soja? “A safra começou muito bem. Teve um veranico em dezembro, que atingiu principalmente o oeste, e agora um veranico também expressivo, em janeiro e no início de fevereiro, que atingiu a região norte e um pouco da centro-sul. Tínhamos uma previsão de safra recorde. Essa previsão não deve se confirmar. Houve uma quebra de mais de um milhão de toneladas de
soja, por força da falta de água e das altas temperaturas. Mas ainda assim é uma ótima safra. A avaliação que os técnicos da Expedição Safra fazem, das informações que colhem no campo, e continuam colhendo – a gente ainda vai ter de voltar ao Paraná para fechar os números –, é a de que vai ser uma ótima safra. Não só em função da produtividade, que ainda é próxima de 3.000 kg/hectare, mas em função também do mercado. E no mercado do milho? “No milho, a quebra é menos expressiva, até porque houve uma redução muito forte na produção de milho no Paraná. E a tendência de preços é também menos lucrativa para o produtor. O (preço do) milho, nos Estados Unidos, já está batendo nos custos. Temos acompanhado esse mercado e a tendência é de que seja mais difícil uma reversão, no curto prazo, dos preços do milho”. A Expedição percorreu também a região Centro-Oeste. O que vocês viram nessa região que também é forte em soja e milho? “Em Mato Grosso, a soja está tendo uma boa safra, sem uma quebra expressiva como esta que a gente vê no Paraná, mas está chovendo bastante. Então, eles estão com metade da colheita pronta. Voltamos para lá, ainda, para ver como vai ficar esta segunda metade. O Mato Grosso tem uma rentabilidade menor. Os produtores são naturalmente mais preocupados com qualquer variação da produção. Uma chuva agora prejudica a colheita. Mas eles têm um parque de máquinas muito forte, que foi ampliado nos últimos anos, e a perspectiva é a de que eles tenham ainda condições de terminar a colheita e confirmar um resultado bastante positivo e recorde para o Estado”. A questão da logística vem preocupando os produtores, principalmente nos últimos anos. Em termos de logística, hoje, onde a situação está mais difícil? Aqui no Paraná ou no Centro-Oeste? “A gente teve uma ampliação das exportações de grãos pelos portos do Sul – pelo Por-
Tínhamos uma previsão de safra recorde. Essa previsão não deve se confirmar”
to de Paranaguá e pelo Porto do Rio Grande do Sul. E estes portos estão prevendo um aumento ainda maior, de cerca de 12%. Então, a gente tem uma estrutura melhor no Sul, mas que está sobrecarregada. Na região Centro-Oeste, em termos de logística, as obras não têm andado como os produtores esperam, entre Mato Grosso e Pará, que seria uma rota alternativa ao Sul. Tem mais de 300 quilômetros de estrada de terra para os produtores de Sorriso chegarem a Santarém com a soja. Eles estão usando rotas alternativas para embarcar isso por rio. A principal mudança é que dentro de cinco anos isso pode se reverter. Existe já uma expectativa de que dobre o volume de grãos exportados pelos portos do Arco Norte, que envolve Pará, Amapá, Maranhão e a Bahia”.
Mercado de milho e soja nos Estados Unidos Jornalista Luana Gomes Gazeta do Povo
O que você poderia contar sobre milho e soja nos Estados Unidos? “Neste ano, por conta desse mercado mais desfavorável para o milho, isso faz o produtor voltar um pouquinho para a soja. Que só não ganha mais área porque ela enfrenta uma competição muito grande com o algodão na região mais ao sul dos Estados Unidos. O algodão ganha 12% de área, contra 4% que é o aumento previsto para a soja, que deve ocupar 32,2 milhões de hectares nos Estados Unidos. Uma área recorde. Nunca se plantou tanta soja assim nos Estados Unidos. Acontece que para confirmar esta expectativa que foi apresentada pelo USDA, na semana passada, ainda tem chão pela frente. O plantio começa em meados de março e depende de condições ideais para se confirmar. Meteorologistas norte-americanos já estão falando da possibilidade de uma primavera excessivamente úmida, o que deve complicar um pouco esse início dos trabalhos, pode fazer com que alguma coisa seja plantada fora da janela, ou algum remanejamento de área entre culturas. Isso, ainda a se confirmar. É só previsão. Mas, se acontecer, pode acabar comprometendo um pouquinho esse planejaRevista do Produtor Rural do Paraná
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Especial - Dia de Campo de Verão Cooperativa Agrária
Isto ainda este ano? “Isto na safra 14/15, que vai de setembro de 2014 a agosto de 2015”. E para esta safra, aqui no Brasil? O que se pode esperar? “Para esta safra, os preços ainda ficam bem mais fortalecidos. Acredito que a gente tenha um piso para os preços. Eles não têm mais tanto espaço para cair. A produção dos Estados Unidos, da safra 13/14, já está consolidada, já está indo para o mercado. E a da América do Sul, apesar destes relatos de quebra que a gente tem aqui, é uma grande safra. Deve ser algo
aí perto de 150 milhões de toneladas de soja na América do Sul. Ainda é uma grande safra, uma safra espetacular. Isso está confirmado. A demanda está muito firme. Janeiro foi um pouco fraco para as exportações de soja no Brasil. Em fevereiro, nas três primeiras semanas, foram embarcadas cerca de 1,5 milhão de toneladas de soja nos portos brasileiros. Tem pelo menos mais 3 milhões de toneladas embarcadas para sair nas próximas semanas. O mercado importador está aí, batendo à porta do Brasil, e acho que a gente pode ter atingido já um piso, no preço, para essa safra. Acho que ainda vão ter oportunidades de venda. Obviamente não como a gente viu lá em 2012. Aqueles preços recordes ficaram para trás, foi uma situação pontual, respondendo à quebra nos Estados Unidos. Mas o mercado ainda é bom, é rentável, principalmente para a soja, mas também para o milho, que não chegou a cair abaixo do preço mínimo, como se esperava, mesmo com uma produção tão grande aqui e nos Estados Unidos. Acho que no geral as perspectivas para a safra 13/14, em termos de preço, de rentabilidade para o produtor, são ainda positivas. A atenção, nessa questão de preço, acho que fica para a próxima safra.
Cooperação
Professor Doutor de Filosofia da USP, Clóvis de Barros Filho A última palestra do Dia de Campo de Verão Agrária 2014 não foi técnica, mas enfocou um tema essencial para os cooperados da Agrária, assim como para todos que acreditam que a união com o outro soma esforços que podem levar mais longe: “Cooperação”. Mais como um momento de entretenimento, o professor doutor em filosofia da Universidade de São Paulo, Clóvis de Barros Filho, tratou sobre o tema de forma dinâmica, direta e divertida. Segundo ele, grandes teorias filosóficas podem ser aplicadas no dia a dia da cooperativa. “A cooperativa precisa mostrar o desabrochar das potências de cada um, precisa permitir que as pessoas se amem, se alegrem e sejam fiéis a suas escolhas. Com isso a cooperativa pode permitir que todos tenham uma vida mais feliz”.
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Foto: Manoel Godoy
A atenção, nessa questão de preço, acho que fica para a próxima safra”
mento de área do produtor. E dependendo da severidade até os resultados. Mas por enquanto o que se espera é uma safra recorde, tanto de soja quanto de milho – são 96 milhões de toneladas de soja, 355 milhões de toneladas de milho. Isso, segundo as estimativas do USDA. E ainda segundo o USDA, essas safras recordes vão puxar os preços significativamente para baixo. O milho, de US$ 4.50 (bushel), deve ir – segundo o USDA – a US$ 3.90. E a soja, que na safra passada teve média de preço de US$ 12.70 (bushel), deve cair a US$ 9.65.
Mais de 350 pessoas passaram pelo estande do Sindicato Rural
Fotos: Manoel Godoy
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Sindicato Rural de Guarapuava, além de ser patrocinador prata do Dia de Campo de Verão Agrária 2014, por mais um ano também esteve presente com seu estande. Mais de 350 pessoas visitaram o espaço da entidade, que possuía o objetivo de prestar serviços, levar informação e também proporcionar um momento de descanso e confraternização para os visitantes. Produtores rurais, profissionais da área e estudantes puderam se atualizar sobre os cursos ofertados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), conhecer mais sobre o Sistema Patronal Rural e a Revista do Produtor Rural do Paraná. Além disso, tiveram oportunidade de saborear deliciosos cup cakes de milho, soja e feijão – bem no espírito do evento, que enfocou aquelas três culturas de verão. Os associados tiveram a oportunidade de atualizar o cadastro, tirar foto-
grafia para carteirinha e ter acesso a informações sobre cursos, palestras e eventos em geral. Associado, o produtor Sergio N. Suzuky, que apreciou o evento, declarou que quanto à participação do Sindicato Rural é importante, para que a entidade ganhe ainda mais reconhecimento. “Quanto mais pessoas conhecerem o Sindicato, acredito que todos os associados ganham”. Também marcaram presença no estande diretores e funcionários, num clima de amizade com os visitantes, entre os quais estiveram diretores da Agrária e autoridades da área da agricultura.
Equipe do Sindicato Rural de Guarapuava: num clima de alegria e amizade, funcionários organizaram o espaço da entidade, para recepcionar os visitantes
Estande do Sindicato Rural de Guarapuava: ponto de encontro e confraternização entre associados, diretoria, autoridades e lideranças rurais durante o evento
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Soja
Foto: Sérgio Zacchi
Primeira safra de INTACTA RR2 PRO™ demonstra bons resultados contra as principais lagartas da soja, incluindo a Helicoverpa armigera
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s sojicultores que optaram pelo plantio da nova tecnologia para soja INTACTA RR2 PRO™ nesta safra já podem observar em campo sua eficácia contra as principais lagartas que preocupam os agricultores brasileiros e causam prejuízos nas lavouras do país, com destaque para a Helicoverpa armigera. De Norte a Sul, os relatos sobre a presença das pragas têm alarmado os produtores que, dentre as soluções, destacam a eficiência de INTACTA RR2 PRO™. A tecnologia chegou ao mercado agrícola brasileiro em julho de 2013, sendo esta a primeira safra de plantio comercial. Na fazenda do produtor Eduardo Kurilo, em São Luiz Gonzaga (RS), dos 1.200 hectares de soja plantados na safra 2013/2014, 60% são de INTACTA RR2 PROTM. Os outros 40% plantados com soja RR1 foram atacados por lagartas, incluindo a espécie Helicoverpa armigera. De acordo com o produtor, em 45 dias de plantio já foram realizadas três aplicações de inseticidas na soja com tecnologia de primeira geração. Já na soja INTACTA RR2 PRO™, nenhuma aplicação de inseticida foi feita nesse mesmo período. “A expectativa de colheita para este ano é boa, pois não sofremos com as lagartas na área de INTACTA RR2 PRO™. Estamos felizes com este primeiro resultado com a nova tecnologia da Monsanto”, disse o Kurilo. Já em Mato Grosso, o agricultor José Dolphini, com propriedade em Campo Verde, plantou cinco hectares de soja com tecnologia INTACTA RR2 PRO™ em um total de 2,2 mil hectares de área cultivada. Embora a área plantada com a tecnologia INTACTA RR2 PRO™ seja pequena em relação ao todo, o produtor consegue mensurar os resultados após 50 dias do plantio. “A tecnologia INTACTA recebe menos pressão de lagartas quando comparada à antiga RR1 ou às convencionais”, relatou o sojicultor. “É importante lembrar que a soja com tecnologia INTACTA RR2 PRO™ oferece supressão à Helicoverpa armigera, o que significa maior eficácia contra lagartas recém-nascidas. Já nas lagartas maiores, que podem ter migrado de outras plantas de soja não-Bt ou até mesmo de ervas daninhas, a inibição do desenvolvimento é mais tardia e por isso o produtor pode verificar um dano mínimo em sua lavoura”, explica o gerente de Regulamentação da Monsanto, Renato Carvalho. Em Formosa do Rio Preto (GO), boa parte da área total cultivada pelo produtor Eduardo Manjabosco está em fase final de desenvolvimento. Dos 8,4 mil hectares semeados, 500 hectares foi utilizada soja com a tecnologia INTACTA RR2 PRO™. Segundo conta, a nova tecnologia da Monsanto ajudou a reduzir o volume de lagartas na lavoura. “Até agora, não fizemos nenhuma aplicação de inseticidas”, relata o agricultor. Por outro lado, as plantas convencionais e as que possuem a tecnologia RR1 receberam uma aplicação. Ele lembra ainda que, no mesmo período do ano
passado, a infestação estava muito mais intensa do que no mesmo período desse ano. “Chegamos a aplicar cinco vezes o inseticida na lavoura de RR1 e mesmo assim a praga destruiu boa parte das plantas”, diz Manjabosco. De acordo com Renato Carvalho, mesmo com a tecnologia INTACTA RR2 PRO™ conferindo supressão contra as lagartas do gênero Helicoverpa, o agricultor deve continuar realizando o manejo integrado de pragas, com atenção especial ao monitoramento da lavoura. “A preservação e a sustentabilidade da nova soja INTACTA RR2 PRO™ dependem do cumprimento das recomendações de Manejo de Resistência de Insetos (MRI) pelos produtores, que incluem a adoção das áreas de refúgio estruturado, garantindo a eficácia e a longevidade à tecnologia”, observa Carvalho. Entre as ações de manejo recomendadas pela Monsanto, destacam-se: • Áreas de refúgio para tecnologia INTACTA RR2 PRO™ devem ser de soja não-Bt cultivadas na proporção de, pelo menos, 20% da área total plantada com soja; • A distância máxima entre a área de refúgio e lavoura de soja com a tecnologia INTACTA RR2 PRO™ deve ser de 800 metros; • As áreas de refúgio devem ser conduzidas normalmente, com pulverizações de inseticidas ou adoção de outros métodos de controle. Não é recomendada a aplicação de inseticida à base de Bt nas áreas de refúgio; • Manejo Integrado de Pragas: o produtor deve continuar a realizar o monitoramento constante das pragas e considerar o nível de dano econômico para a tomada de decisão e intervenção durante todo o ciclo da cultura. O controle químico ou biológico (desde que não à base de Bt) deve ser realizado respeitando doses e recomendações descritas na bula do produto; • Implantação da cultura “no limpo”: a dessecação antecipada para o controle de plantas daninhas e o manejo de pragas residentes na palhada devem ser realizados antes da implantação da cultura; • O tratamento de sementes com fungici-
da+inseticida é uma prática recomendada para a tecnologia INTACTA RR2 PRO™ para evitar a incidência de pragas não-alvo da tecnologia e de patógenos oportunistas. Segundo dados da consultoria Kleffmann, o número médio de aplicações foliares com inseticidas para o controle de lagartas na cultura da soja no Brasil aumentou de 3,6 aplicações por hectare na safra 2010/11 para 4,6 aplicações por hectare na safra 2012/13, levando a um aumento no gasto por hectare de inseticida de 107% em dois anos. A tecnologia INTACTA RR2 PRO™ combina três soluções em um único produto: resultados de produtividade sem precedentes; tolerância ao herbicida glifosato proporcionada pela tecnologia Roundup Ready (RR2); controle contra as principais lagartas que atacam a cultura da soja – lagarta da soja, lagarta falsa medideira, broca das axilas, também conhecida como broca dos ponteiros e lagarta das maçãs – e supressão às lagartas do tipo elasmo e do gênero Helicoverpa. “Além de causar desfolha nas plantas de soja, a lagarta Helicoverpa causa danos diretos na produtividade ao se alimentar de flores e vagens. Os resultados científicos de supressão à Helicoverpa apresentados pela tecnologia INTACTA RR2 PRO™ para a cultura da soja trazem perspectivas bastante otimistas para os agricultores brasileiros, auxiliando no combate dessa praga e contribuindo efetivamente para o manejo integrado de pragas na cultura da soja”, afirma Geraldo Berger, diretor de Regulamentação da Monsanto. A soja INTACTA RR2 PRO™, primeira biotecnologia desenvolvida especialmente para um mercado fora dos Estados Unidos, após 11 anos de estudos e pesquisas no Brasil, teve o maior estudo de campo já realizado do mundo, com 1.500 áreas experimentais em duas safras (2011/12 e 2012/13), em propriedades localizadas em 419 municípios de 14 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Os resultados foram positivos, com ganho médio de produtividade de 6,4 sacas a mais em comparação com as variedades mais plantadas em cada região.
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Identidade Sindical 2014
Sócios do Sindicato Rural têm desconto em produtos e serviços em mais de 40 estabelecimentos
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projeto Identidade Sindical prossegue, em 2014, proporcionando aos associados do Sindicato Rural de Guarapuava descontos em produtos e serviços de várias empresas situadas em Guarapuava, Candói e Cantagalo. Neste ano, já são 42 parceiros até o momento. Pensada como uma ação de apoio ao produtor rural, a iniciativa abrange em grande parte empresas do ramo de revendas de insumos, máquinas e implementos agrícolas e produtos veterinários. Mas também fazem parte do Identidade Sindical outros segmentos importantes para o campo, como assessoria contábil, informática, saúde do trabalho, georreferenciamento, entre vários outros. Para obter o benefício, basta o associado apresentar sua carteirinha nos estabelecimentos identificados com a marca do projeto Identidade Sindical (adesivos ou display). A maneira mais fácil e rápida de conhecer todas as empresas que fazem parte do projeto, neste ano, é acessar o site do Sindicato Rural de Guarapuava (www.srgpuava.com.br), ou consultar a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ - edições de 2014 (páginas 8 e 9). Conforme destaca a gerente do sindicato, Luciana de Queiroga Bren, é importante que o associado busque esta informação para obter os descontos junto aos parceiros. “Muitos sócios ainda não estão usufruindo desse benefício”, comentou, enfatizando que o projeto inclui empresas localizadas não só em Guarapuava, onde a entidade tem sua sede, mas também nos municípios de Candói e Cantagalo, onde existem extensões de base do sindicato. Produtor rural associado, o agropecuarista Eros Lange, de Can-
dói, se diz satisfeito com o Identidade Sindical. “É um grande projeto. Acho que o produtor rural não pode pensar só em cifras. Ele tem que saber quem são as empresas parceiras do Sindicato e dar prioridade a elas. Produtor rural e empresas fornecedoras de bens de consumo são aliados”, sublinhou. Para ele, o projeto significa credibilidade na relação entre o produtor rural e as empresas parceiras, já que elas são escolhidas também devido à qualidade de seus produtos e serviços. “Além disso, existe a questão do desconto”, completou. Lange observou ainda que muitos dos parceiros do projeto, do setor agrícola, já fazem parte do dia a dia do produtor, mas que a iniciativa é igualmente interessante no momento de buscar empresas de outros ramos: “Quando necessito de algo fora do meu círculo de trabalho, eu consigo e sempre fui bem recebido e me deram atenção”. O produtor destacou a variedade dos segmentos das empresas como outro ponto positivo. O produtor rural Anton Gora, vice presidente do Sindicato Rural, também já colheu frutos do projeto. “Recentemente contratei a Retífica Scartezini para prestar um serviço em meu veículo e não lembrei de solicitar o desconto do projeto Identidade Sindical. No entanto, fui surpreendido e avisado do desconto no momento do pagamento. Fiquei muito satisfeito”. O Sindicato Rural de Guarapuava solicita às empresas parceiras que colaborem com o projeto, fornecendo o desconto, conforme previsto no termo de adesão assinado pelas empresas e que o benefício seja apenas a produtores associados. “Pedimos que os sócios também nos comuniquem quando o desconto não for dado, por algum motivo, para que possamos tomar as providências necessárias”, explica a gerente da entidade, Luciana de Queiroga Bren. Sócios que ainda não têm a carteirinha devem solicitar ao Sindicato Rural.
Sócios que ainda não têm a carteirinha devem solicitar ao Sindicato Rural
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Tecnologia de aplicação
“2013/2014: um ano safra com muitas surpresas” Jeferson Luís Rezende RTV Inquima
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o chegarmos próximos do fim do primeiro semestre de 2014, observamos a passagem de um ano safra totalmente diferente, onde as altas temperaturas impuseram um novo modo operacional no trato cultural e a presença de pragas e doenças torna o processo produtivo um pouco mais complexo. As principais culturas de verão - soja, milho, batata e feijão - tiveram comportamento semelhante no que diz respeito às injúrias causadas pelas temperaturas excessivas. Presença de fitotoxidade e a dificuldade para controlar as pragas e as doenças foram os maiores e principais gargalos do campo. Vimos o termômetro no baixeiro de soja marcando 38 graus às 16h40min! Isso numa região de temperaturas amenas, como é o caso dos Campos Gerais. Diante destas novas condições ambientais, ficou clara a importância de se respeitar os parâmetros recomendados para as aplicações fitossanitárias. Também foi possível identificar a validade e eficácia dos tratamentos realizados no período noturno, uma prática que deverá se tornar cada vez mais comum. O trato cultural moderno caminha par e passo com práticas operacionais que levem em conta
a combinação dos produtos no tanque pulverizador, a presença de um bom adjuvante, o uso de pontas de pulverização adequadas e de taxas de aplicações condizentes e ajustadas com as necessidades. É importante ressaltar que existem no mercado muitos produtos químicos: defensivos e, os adjuvantes, que num primeiro momento parecem semelhantes entre si. Porém, há que se destacar que as semelhanças não são efetivamente garantia de qualidade ou eficácia. Por isso, o agricultor e o seu agrônomo devem considerar sempre os resultados das pesquisas e dos experimentos realizados pelas Instituições de Pesquisas e Universidades, fazendo dos mesmos uma referência para a tomada de decisão. O segmento de adjuvantes, por exemplo, é um dos que mais tem apresentado “novidades” para o mercado. Nem todas comprovadas ou avalizadas pelas pesquisas. A presença destes produtos nos tanques de pulverização pode ser um benefício, um seguro para uma aplicação de qualidade; ou, ao contrário, interferir no processo, precipitando a calda, fazendo espuma, diminuindo o residual de um ativo e potencializando a presença de fito – injuriando a cultura.
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Exposição Fotográfica
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oi aberta no dia 25 de março, no Sindicato Rural de Guarapuava, a segunda etapa da Exposição de Fotos “Sócios e Produção, Tecnologia e Paixão”. Promovida pela entidade para destacar os vários setores da agropecuária, a mostra pode ser vista na recepção do sindicato. São 19 fotos, a maioria produzida pela assessoria de comunicação da entidade, em propriedades de produtores rurais associados, mostrando atividades como a criação de gado Canchim e Nelore, ovinos, armazenagem, lavoura de milho, plantio de soja, colheita de batata, experimentos com eucalipto e a beleza de campos de canola e da produção de flores. Ao lado do presidente do Sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, participaram da abertura da mostra produtores rurais convidados para o evento. A primeira etapa da exposição foi inaugurada dia 9 de julho de 2013 e ainda pode ser visualizada na recepção do Sindicato Rural. As fotos fazem parte de um banco de imagens que a entidade vem produzindo desde fevereiro de 2013. O banco de imagens tem por objetivo ser um conjunto de fotos que o sindicato pode utilizar em diversos de seus materiais de comunicação, da Revista do Produtor Rural do Paraná até banners ou outdoors. As imagens são do jornalista Manoel Godoy.
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Fotos: Manoel Godoy
“Sócios e Produção, Tecnologia e Paixão” - Parte II
Agroindústria
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Cooperaliança realizou, no dia 15 de março, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, Assembleia Geral. A reunião teve três temas principais, que foram aprovados: prestação de contas da diretoria; eleição de chapa única para a direção da cooperativa; e proposta de capitalização para construção de um frigorífico. A cooperativa aproveitou a ocasião para entregar, a um total de 20 cooperados, troféus de produção e qualidade, relativos aos anos de 2012 e 2013. Ao lado da diretoria, de membros dos conselhos, funcionários e cooperados, a assembleia contou ainda com a presença do superintendente da OCEPAR (Organização das Cooperativas do Paraná), José Roberto Ricken, que representou a entidade. Ao final, o presidente da Cooperaliança, Edio Sander, em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, disse que o frigorífico irá atender à demanda dos produtores. Ainda de acordo com Sander, o projeto será construído nas proximidades da colônia Samambaia, no distrito de Entre Rios (município de Guarapuava) e a previsão é de que entre em funcionamento no segundo semestre de 2015. O dirigente lembrou que, antes mesmo desta iniciativa, os associados à Cooperaliança já vêm realizando investimentos em suas propriedades, nos rebanhos de bovinos e ovinos. Ainda segundo ele, a ideia de um frigorífico surgiu por volta do ano 2000, na então denominada Aliança Mercadológica – uma associação de produtores que antecedeu a Cooperaliança. Avaliando a assembleia, ele considerou que a cooperativa sempre contou com “uma presença muito boa” por parte dos cooperados, com uma participação “efetiva, grande e decisiva”. A vice presidente, Adriane Thives Araújo de Azevedo, também fez um balanço positivo da assembleia: “Estamos bastante contentes com o número de cooperados participando. Acreditamos que os resultados novamente foram excelentes neste ano de 2013. E agora a cooperativa tem um marco inicial, a partir desta data: hoje, aconteceu
a aprovação para todo este investimento do nosso frigorífico”. Comentando a presença da marca Cooperaliança no mercado de carnes nobres, Adriane analisou que a qualidade dos produtos oferecidos já é reconhecida: “Hoje, acreditamos que o nosso consumidor final é um cliente seleto, que já aprendeu a apreciar a qualidade da carne, que a ele não importa preço e sim qualidade”. A Cooperaliança, fundada há seis anos, conta, no projeto bovinos, com 58 associados, reunindo um plantel total de cerca de 16 mil cabeças, nas fases de recria e engorda. No projeto ovinos, atuam 43 cooperados, somando um rebanho em torno de 7,5 mil animais. Possui ainda 7 cooperados nas duas formas de pecuária. Os principais mercados estão localizados na região de Curitiba e no oeste do Paraná.
Fotos: Manoel Godoy
Cooperaliança aprova capitalização para construção de frigorífico
Vice presidente, Adriane Thives Araújo de Azevedo, e presidente da Cooperaliança, Edio Sander
Chapa eleita na Assembleia Geral da Cooperaliança (Gestão: 2014 a 2017) DIRETORIA: Diretor Presidente: Edio Sander Diretora vice presidente: Adriane Thives Araújo de Azevedo Diretor secretário: Silvino Caus Diretor tesoureiro: Alceu Sebastião Pires de Araújo Diretor vogal: João Arthur Barbosa Lima Diretor vogal: Hermes Neiverth Diretor vogal: Herbert Schlafner CONSELHO FISCAL Mario Bilek Francisco Antônio Caldas Serpa Morel Lustosa Ribas Jamil Alves de Souza Marco Aurélio Nunes Evald Zimmermann
Superintendente da OCEPAR, José Roberto Ricken, participou da assembleia, representando a entidade do cooperativismo no Paraná
Cooperaliança Cordeiro Guarapuava Rua Vicente Machado, 777 Trianon - Guarapuava - PR (42) 3622-2443 Cooperaliança Novilho Precoce Al Baden Württemberg - Vitória, 952 Entre Rios - Guarapuava - PR (42) 3625-1889 Revista do Produtor Rural do Paraná
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Ovinocultura
Como aumentar (e melhorar) a produção na ovinocultura de corte?
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cadeia da ovinocultura vem se destacando como uma atividade em expansão dentro do agronegócio brasileiro, como estratégia de desenvolvimento rural e geração de renda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, o efetivo de ovinos no Brasil foi de 17.380.581 animais, apresentando um aumento de 3,4% quando comparado a 2009. A ovinocultura de corte no Brasil possui alto potencial de crescimento, já que a produção atual não atende a demanda do mercado consumidor, sendo necessária a importação do produto. Apesar de seu potencial, o efetivo de ovinos sofreu pouca alteração nos últimos anos. Quando se trata de criar ovinos, não há dificuldades, mas produzir cordeiros com as características que o mercado exige é mais difícil. Pensando no aperfeiçoamento desta atividade, a Cooperaliança, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, realizou no dia 3 de abril, um Dia de Campo de Ovinocultura de Corte. “Podemos observar que a demanda ainda é maior que a oferta. Mas é notável que os produtores de carne de cordeiro estão se es-
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pecializando cada vez mais nesta atividade, principalmente aqueles que estão ligados a cooperativas”, comenta o inspetor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovino (Arco – Candói), Amaro Mendes Araújo, que ministrou palestra no dia de campo. O inspetor técnico destacou alguns assuntos que são importantes para que o rebanho tenha as características exigidas pelo mercado: os critérios de seleção de fêmeas, a escolha de reprodutores, as melhores raças para cruzamento, classificação da carcaça e um panorama da viabilidade econômica da criação de cordeiro. Entre as características para um bom reprodutor, Araújo destacou que o animal precisa, principalmente, ter uma boa conformação de carcaça. “Tem que ter uma boa cabeça, sendo expressiva, um chanfro largo, que vai dizer se ele tem bom nível hormonal. Também a conformação da carcaça, com uma boa convexidade, são características de um bom cordeiro”, ressaltou. Araújo complementou que quando o reprodutor tem uma qualidade inferior, isso reflete muito na lucratividade do rebanho.
Fotos: Geyssica Reis
Amaro destacou assuntos como critérios de seleção de fêmeas, a escolha de reprodutores, as melhores raças para cruzamento, classificação da carcaça e um panorama da viabilidade econômica da criação de cordeiro
Quanto aos critérios de seleção das fêmeas, a idade das ovelhas precisa ser analisada. Também é importante que elas estejam bem adaptadas, que tenham uma boa habilidade materna, boa produção de leite e, principalmente, um bom nível de fertilidade. “Os dois terços de fêmeas que criam primeiro, que entram no cio primeiro e ainda originam partos duplos são as fêmeas mais férteis e devem ser mantidas na propriedade”, explicou Araújo. É necessário estar atento também aos animais que são mais resistentes a verminoses. Aqueles que não necessitam tomar desverminantes todos os meses, que são vermifugados de duas a três vezes no ano devem ser mantidos, pois se traduzem em economia na propriedade e são fêmeas que serão mais difíceis de ter mortalidade. Na região, as melhoras raças para cruzamentos, segundo Araújo, são para as fêmeas: Ile de France, mestiça Texel, mestiça Bergamácia. Já para os machos, as raças consideradas em destaque e com melhores resultados são: Texel, Ile de France, Dorper, Hampshire e Suffolk. Ainda sobre os cruzamentos de raças na região, as se-
guintes combinações são as que trazem resultados mais satisfatórios: Ile de France x Texel; Texel x Hampshite Down; Texel x Ile x Hampshire e Suffolk x Suffolk. O sistema de classificação de carcaças de cordeiros desempenha, essencialmente, a função de fornecer informações sobre as características relevantes para mercado. Por meio de uma linguagem comum entre produtores e comerciantes, que pode, também, funcionar como incentivo à produção de carcaças com características desejadas pelos consumidores. Basicamente, a classificação de carcaça de cordeiros visa agrupá-las quanto ao peso, cobertura de gordura, conformação, e, eventualmente, quanto à cor da carne. Quanto à conformação, o animal pode ser hiper convexo (nota 5); convexo (nota 4); sub-convexo (nota 3); retilíneo (nota 2) e côncavo (nota 1). A cobertura de gordura também é medida por notas de 1 a 5, sendo 1 para carcaças muito magras e desprovidas de cobertura de gordura e 5 para carcaças excessivamente gordas. A cor da carne pode ir de vermelha a rósea. A textura da carne também pode ser um critério de seleção da carcaça. Araújo, durante o dia de campo, sugeriu um
Podemos observar que a demanda ainda é maior que a oferta” Amaro Mendes de Araújo
O palestrante Amaro Mendes de Araújo, a produtora rural Solange Ribas Cleve e a vice-presidente da Cooperaliança, Adriane Araújo Azevedo Revista do Produtor Rural do Paraná
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Fotos: Geyssica Reis
Amaro Mendes Araújo - inspetor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovino (Arco – Candói)
Produtores rurais envolvidos com a ovinocultura de corte se reuniram no Dia de Campo, em busca de informações para o aperfeiçoamento da atividade
concurso de carcaça, para que o próprio público julgue qual tipo de carne é mais saborosa e aceita aqui na região. A ideia foi bem recebida entres os cooperados e foi pautada como um projeto futuro.
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“É preciso que os ovinocultores enxerguem a atividade como algo empresarial e não como um mercado informal. É preciso que eles entendam, principalmente, que as ovelhas precisam de cuidados especiais. A ovelha não é um bovino pequeno. Elas possuem algumas peculiaridades, que devem ser conhecidas pelo produtor e pelos seus funcionários”, alertou.
Mercado da carne de cordeiro
Dia de Campo
Como já destacado, a produção de ovinos de corte sofre com a falta de oferta. Alguns fatores para essa situação são: o sistema de produção, a escala de produção e constância do fornecimento, o padrão animal, o número de abatedouros e abates clandestinos, preços e importação. Atualmente no Paraná, o quilo da carne está na média de R$ 5,50 a R$ 7,00. Não há um preço padrão, justamente pela forma de produção. Para Araújo, alguns fatores poderiam melhorar este panorama, como capacitação empresarial e de mão-de-obra, organização em grupos-cooperativas ou associações regionais, para buscar soluções em conjunto, nas áreas de comercialização, acesso a tecnologia, logística, reprodutores e assistência técnica.
O evento foi realizado na propriedade da produtora rural Solange Ribas Cleve, em Guarapuava. Para ela, os dias de campos são bastante proveitosos. “A gente aprende muita coisa, apesar da realização de muitos cursos, sempre temos algo a aprender”. Para ela, foi uma honra receber os produtores em sua propriedade. “Espero que isso aconteça mais vezes”, disse. A vice-presidente da Cooperaliança e coordenadora do projeto de ovinos, Adriane Araújo Azevedo, lembrou que os dias de campos têm a intenção de reunir os cooperados, promovendo uma troca de experiências. “Cada um divide aquilo que está fazendo e a partir disso, surgem várias discussões do que é mais efetivo ou não. Além disso, queremos sempre estar trazendo novidades para a melhoria da produção”, finalizou.
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Automóveis
Dumas Peugeot oferece vantagens a produtores rurais
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MUITO MAIS POR MENOS
Haroldo J. N. Brogliato, gerente comercial na Dumas Peugeot Guarapuava
Grupo Le Lac O Grupo Le Lac é a rede de concessionária que mais vende Peugeot no Brasil. Uma empresa genuinamente paranaense, que atua no mercado desde 1996. A excelência no atendimento é reconhecida através dos prêmios concedidos pela própria Peugeot, além de diversas premiações em revistas especializadas. O Grupo Le Lac conta hoje com oito revendas Peugeot em todos o estado do Paraná, sendo quatro em Curitiba, e mais quatro: em Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco e Francisco Beltrão.
Fotos: Geyssica Reis
concessionária Dumas Peugeot em Guarapuava, que integra o Grupo Le Lac atende 21 municípios da região, oferecendo a seus clientes veículos novos e seminovos. Além disso, oficina para revisão, manutenção e venda de peças originais de cada modelo. O Grupo Le Lac acredita no mercado de Guarapuava e região, pois a equipe percebe o crescimento em todos os setores e quer também contribuir para este desenvolvimento. “Atualmente estamos com a linha renovada no 208, 308 e 408. Estamos prontos também para atender os clientes que querem fazer a revisão e manutenção em seus veículos”, afirma o gerente comercial da Dumas Guarapuava, Haroldo J. N. Brogliatto. Para os produtores rurais, a Dumas Peugeot oferece condições especiais. “Além dos utilitários, os veículos de passeio também estão disponíveis para venda ao produtor rural, com descontos que chegam a 16%. Consultores de vendas especiais vão até o cliente com test drive, para sua melhor comodidade. Planos de financiamento, com taxas especiais, tanto para produtor rural, quanto para empresas jurídicas. Mês a mês, essas condições são alteradas com promoções diversas”, conta a gerente de vendas especiais, Ana Paula Parnes.
Equipe de Vendas Dumas Peugeot Guarapuava
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Peugeot Hoggar 1.4 Active, ano modelo 2013/2014 (3 unid.), pintura sólida, com valor promocional a partir de R$ 27.291,60 exclusivo para Produtor Rural e CNPJ. Promoção válida até dia 30/04/14 ou enquanto durarem os estoques.
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Grande Campeão
Touro de 1.315 kg, a grande estrela do Nelore na Expo-Umuarama 2014
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om 34 meses e pesando 1.315 kg, o touro Malbec, do criatório de Marcio Mendes Araújo, do Rancho 1M em Foz do Jordão, no Paraná, levou o prêmio de Grande Campeão do julgamento da raça Nelore, encerrado no dia 16 de março, na Expo-Umuarama 2014. A Campeã Geral foi a vaca Peroba DC TC, animal de 24 meses e 886 kg, de propriedade de Beatriz Campinha Garcia Cid e Filhos, da Fazenda Cachoeira em Sertanópolis (PR). O julgamento, que reuniu 114 animais de 12 produtores do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, competindo em cinco categorias para machos e fêmeas, reuniu o que há de melhor na genética da raça, valendo pontuação para o ranking Expoinel da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). O Grande Campeão e a Grande Campeã, bem como os reservados (segundo lugares), são escolhidos entre os campeões e campeãs das categorias por idade. O Reservado Grande Campeão foi Paxá do Jal, touro de 31 meses e 1.177 kg, de propriedade de José Luiz Bouteon/Condomínio, da Fazenda Santa Cecília em Birigui (SP). A Reservada Grande Campeã foi a vaca América Fiv Ciav, animal de 12 meses e 501 kg, do criatório de Raphael Giocondo Pugliese, da Fazenda Jangada em Nossa Senhora das Graças (PR).
Sid Clay Gabarão e Jucival Pereira de Sá, da organização, com Marcio Mendes de Araújo e o neto João Guilherme na premiação do Grande Campeão Malbec
Criador/expositor
Foto: Manoel Godoy
Grande Campeão da Expoinel / Etapa Expo-Umuarama, o touro Malbec tem 34 meses e 1.315 kg
O ranking Expoinel premiou também o Melhor Criador e o Melhor Expositor na Expo-Umuarama. Os dois prêmios ficaram com Beatriz Campinha Garcia Cid e Filhos, da Fazenda Cachoeira, em Sertanópolis (PR), que participou da feira com 31 animais e obteve as melhores pontuações considerando os índices dos animais em suas categorias.
Malbec é o touro do momento Emocionado com a premiação do seu ‘xodó’, o proprietário de Malbec o Grande Campeão Expoinel / Etapa Expo-Umuarama, Márcio Mendes de Araújo, disse que seu touro “é uma grande revolução no Nelore, um animal tipo carne de rendimento superior, que é o que o mercado está buscando”. A empolgação tem razão de ser. Malbec chegou na Expo-Umuarama 2014 a sua sexta premiação como Grande Campeão, a primeira delas obtida aos 8 meses. O touro já tinha sido campeão duas vezes em Cascavel, em Paranavaí, em Toledo e Londrina. “Estamos participando de todas as feiras onde tem gado de qualidade e os resultados mostram que o Malbec é o melhor touro Nelore do Brasil no momento”, comemora Araújo. O multicampeão, inclusive, já está contratado para uma central de inseminação, onde irá contribuir para repassar o seu destacado perfil genético. Fonte: www.expoumuarama.com.br
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Boletim AEAGRO
AEAGRO e CREA-PR entregam registros profissionais e placas a autores dos melhores TCCs na colação de grau de Agronomia da UNICENTRO
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elo sexto ano seguido, a AEAGRO (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava) e o CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) entregaram a carteira provisória de registro profissional aos formandos do curso de Agronomia da UNICENTRO (Universidade Estadual do Centro-Oeste). O ato aconteceu durante a colação de grau de 38 novos profissionais, realizada no mês de fevereiro. A entidade ainda premiou os cinco melhores TCCs (trabalhos de conclusão de curso) com uma placa a seus autores. O registro profissional é exigido pela lei 5.194, de 24 de dezembro de 1.966. “Com a entrega das carteiras provisórias, o graduado sai com condições plenas de exercer a profissão com o conhecimento técnico adquirido na formação”, comentou o presidente da AEAGRO, engenheiro agrônomo José Roberto Papi. Durante a cerimônia, o reitor da UNICENTRO, Aldo Nelson Bona, ressaltou a parceria da instituição de ensino com a AEAGRO e o CREA-PR. “São raras as instituições de ensino que entregam o diploma no ato da colação de grau. Mais que isso, através da parceria, entregamos também os registros profissionais. Todos saem com a habilitação plena para o exercício da profissão”, comentou. O formando Ferdinand Stoetzer, 23 anos, aprovou a iniciativa. “Acho importante a entrega da carteirinha provisória, porque, através dela, é possível comprovar que estamos aptos a trabalhar”, avaliou. Ele também foi um dos cinco acadêmicos que receberam placas da AEAGRO em reconhecimento por defender um dos melhores TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso), ao final do ano passado. “Senti-me lisonjeado
com a homenagem. Cria-se uma competição saudável, um estímulo aos acadêmicos para fazer um trabalho de conclusão de curso cada vez melhor”, disse. Para premiar os melhores TCCs, cinco profissionais representaram a AEAGRO nas avaliações dos trabalhos. Nos seis anos de premiação já foram cerca de 240 horas de defesa de TCC assistidas. Papi lembrou também a realização de palestras ao longo do ano letivo para os acadêmicos. “Houve grande entrosamento com os estudantes, transmitindo-lhes conhecimento e valores a respeito do associativismo”, destacou.
Graduados e trabalhos premiados Ferdinand Stoetzer “Acompanhamento técnico do processo produtivo de malte e estudo da influência das condições ambientais na secagem de malte verde” Roberto Bortolini “Acompanhamento técnico na instalação, treinamento e condução do tratamento industrial de sementes de soja” Jéssica Franciele Santos “Avaliação do complexo grão ardido na cultura do milho (Zea mays L.) em diferentes regiões de abrangência da fundação ABC” Jackson Huzar Novakowiski “Caracterização do perfil de clientes: captura de valor como elemento estratégico para fornecimento de produtos e serviços agrícolas Guarapuava” Rafaela Cristina dos Santos “Interação planta-herbívoro-patógeno: voláteis induzidos de trigo (Triticum aestivum) e sua ação sobre o comportamento de busca hospedeira de Rhopalosiphum padi (L.) (Hemiptera: Aphididae)”
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Energia elétrica
A
energia elétrica é uma das formas de energia mais utilizadas no mundo. O ser humano atualmente depende dela para realizar a maioria de suas atividades. Apesar de se pensar que a cidade é a maior consumidora e dependente de energia elétrica, no campo também, várias atividades dependem diretamente dessa energia, como a avicultura e a pecuária de leite. Com a falta dela, estas atividades são totalmente prejudicadas, rendendo prejuízos ao produtor. Na região de Guarapuava-PR, produtores rurais têm reclamado das quedas frequentes de energia nas propriedades rurais. Por isso, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ ouviu produtores e empresas do setor. O produtor rural Gilberto Souza Gonçalves diz que sofre com as quedas de energia elétrica em sua propriedade, em Coqueiros, no Distrito do Guará, em Guarapuava. Ele afirma que a falta de energia acon-
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tece, na maioria das vezes, quando o tempo está ruim, mas também, algumas vezes, em dias com clima estável. Gonçalves explica que possui produção leiteira e que além da redução da produção, as quedas ocasionam um outro problema. “Quando falta energia, o grande problema na minha propriedade é na produção leiteira. Porque meus funcionários não estão acostumados a ordenhar as vacas manualmente. Eles não são treinados para isso. Desta forma, as vacas não são ordenhadas no dia e quando isso acontece elas ficam com o ubre cheio e assim se tornam suscetíveis à bactérias. E isto pode ocasionar uma infecção chamada mastite, ou seja, é mais prejuízo ainda”. O produtor afirma que, algumas vezes, a ausência de energia é bastante longa, durando de um dia para outro, e quanto maior o tempo, os animais sofrem mais. A Companhia de Energia Elétrica que atende a localidade de Gonçalves é a Força e Luz do Oeste (Rede Energisa). O produtor conta que quando reclama dos serviços é bem atendido, mas algumas vezes o problema demora a ser resolvido. A solução que ele encontrou foi a compra de um gerador de energia elétrica. “Já fiz a encomenda, porém ainda não chegou. Mas foi a solução mais viável, para reduzir meu prejuízo”, afirma. O gerente regional da Força e Luz do Oeste, Reinaldo Juliani explica que são várias as causas das quedas de energia, sendo as principais: descargas atmosféricas, vendaval, tempestades; reflorestamento sob a rede de distribuição sem respeitar a faixa de segurança; queimadas próximo das redes elétricas; abalroamento de postes por máquinas agrícolas; atos de vandalismo (tiros, pedradas, objetos arremessados nas redes); curto circuito provocado por aves de porte médio; entre outras. Ele ainda explica que o sistema elétrico é provido de mecanismos de proteção (chaves fusíveis, para-raios, proteção em transformadores), para garantir a integridade dos componentes e a segurança das pessoas. “A Companhia Força e Luz do Oeste, periodicamente, orienta seus clientes sobre os cuidados com o uso da energia elétrica, bem como passa dicas de economia, através de campanhas, panfletos, palestras, mensagens na imprensa e na própria fatura de energia”, afirma Juliani. Ele ressalta também que há
vários canais de atendimento para o cliente. “Independente de ser produtor rural ou não, qualquer dúvida ou solicitação de serviços é só o cliente acessar um dos canais, que estamos prontos para atendê-lo da melhor forma possível”, destaca. Na propriedade de Pedro Cordeiro, no Faxinal dos Fiúzas, em Guarapuava, a falta de energia também é constante, mas o local é atendido pela Companhia de Energia Elétrica Paranaense (Copel). Além da queima de aparelhos eletrônicos na casa, a produção leiteira também é prejudicada. “Quando falta energia, preciso ordenhar as vacas manualmente, o que é bastante trabalhoso”, conta. Ele afirma que há três meses foi colocado um pára-raios no local e que a equipe da Copel afirma que o problema é a altitude do lugar. “Apesar da melhora, mesmo depois do pára-raios, ainda assim em dias de tempo bom ficamos sem luz”. Cordeiro diz que a companhia afirmou que iria colocar um transformador de distribuição mais resistente, mas isso ainda não foi feito. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ também entrou em contato com a Copel. A companhia explicou que existem dois tipos de desligamento nas redes de distribuição, nos locais onde a empresa atende: os programados e os acidentais, sendo que os programados respondem por cerca de 10% do total de desligamentos, e são efetuados para a realização de serviços de manutenção e obras. Eles são realizados por equipes com a linha viva sempre que possível, mas há trabalhos que não podem ser executados com a rede energizada, por motivo de segurança. Os consumidores comuns são avisados destas programações, com três dias úteis de antecedência e os especiais (hospitais, cliente com equipamento de sobrevida, etc.), cinco dias antes. Nas áreas rurais, os avisos são geralmente efetuados em meios de comunicação de massa, como jornais e rádios. Os produtores rurais também podem cadastrar um e-mail no site da Copel, pelo qual possam ser avisados com antecedência. Quanto aos desligamentos acidentais, a Copel recomenda que o produtor entre em contato com a empresa. Ainda sugere que os produtores verifiquem se em suas faturas está cadastrado corretamente a sua subclasse de consumo, informação utilizada pelos Centros de Operação da Copel para priorizar serviços emergenciais. Caso não
esteja, ele deve solicitar o ajuste em uma agência da Copel, levando o Cadastro de Produtor Rural no Paraná (CadPro) e a nota fiscal de produtor rural. A companhia ainda recomenda aos produtores rurais cuja interrupção do fornecimento possa provocar grandes prejuízos, como, por exemplo, a mortandade de aves e a perda de qualidade do fumo, instalar um gerador de energia para evitar a descontinuidade do abastecimento. Da mesma forma, como é realizado em hospitais, emissoras de TV e prestadores de serviços essenciais.
Quando falta energia, preciso ordenhar as vacas manualmente, o que é bastante trabalhoso”
Pedro Cordeiro, propriedade de Faxinal dos Fiuzas
Queda de fase
Os transformadores-abaixadores nas redes de distribuição de energia elétrica podem ser monofásicos, bifásicos (iluminação pública) ou trifásicos. As redes de distribuição primária e secundária, normalmente, são trifásicas, e as ligações aos consumidores poderão ser monofásicas, bifásicas ou trifásicas, de acordo com a sua carga. No caso dos silos de armazenamento em propriedades rurais, os motores são trifásicos, ou seja, necessitam das três fases para funcionarem. A queixa de alguns produtores é quando uma destas fases pára de funcionar, assim, algumas vezes, ocorre a queima dos motores. Sobre este problema a Copel esclarece: “Quando uma destas fases sofre interrupção, o motor pára e a corrente elétrica dele aumenta (como se estivesse efetuando a partida), provocando a queima do mesmo. A orientação é para que, quando houver a interrupção de uma fase em sistemas trifásicos dotados de motores de indução, estes sejam desligados rapidamente para evitar sua queima. Para prevenir esta ocorrência, é preciso cumprir com a exigência prevista em norma de utilizar o disjuntor-motor, que desliga o motor antes da sua queima, seja por falta de fase ou sobrecarga”. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Ruptura de cabos Outro problema em algumas regiões é a ruptura de cabos. O produtor rural Rodrigo Augusto Queiroz conta que, além das quedas de energia, também sofre com as rupturas de cabos de alta tensão. “Já caiu cabo do meu lado, que por poucos metros não pega na camionete. Já morreu gado e infelizmente, mesmo tentando levar o assunto adiante, ainda não fui atendido”. Sobre o assunto, a Copel explica que os rompimentos destes cabos podem ocorrer por diversos motivos, como a queda de árvores, o aumento do tracionamento dos mesmos, em dias de muito frio, descargas atmosféricas, entre outros. Quando ocorrer o rompimento, o consumidor deve entrar contato com a Copel e alertar o atendente da presença de um cabo rompido ou lançado. A recomendação é não tocar, já que podem estar energizados e causar acidentes.
Meios de atendimento A produtora rural de Guarapuava, Geni Sartori afirma que na propriedade dela, que fica localizada em Lageado Grande, são raras as quedas de energia elétrica. “Isso ocorre apenas quando ocorrem temporais e sempre somos muito bem atendidos pela equipe da Copel”, elogia. A produtora envia, via celular, uma mensagem à companhia, que, segundo ela, “tem agilizado, em um tempo bem curto a volta da energia elétrica”.
Como falar com a Copel Na Copel há três meios de informar os desligamentos: enviando um SMS para o número 28593, com o texto “SL” seguido pelo número da unidade consumidora, ou ligar para 0800 51 00 116, e informar o número de sua unidade consumidora. O cliente consumidor pode ainda instalar o aplicativo Copel Mobile. Ele é para ser usado exclusivamente para realização de consultas e solicitações de serviços. Pode ser instalado em smartphones e tablets com sistema operacional Android ou iOS. É preciso que o interessado acesse o site www.agencia.copel.com e cadastre uma senha para sua unidade consumidora; faça o download do aplicativo e instale no seu celular; clique em “adicionar unidade consumidora” para cadastrar sua(s) unidade(s) consumidora(s), a senha utilizada será a mesma que você cadastrou no site.
Como falar com a Força e Luz O número de atendimento é 0800-7010323. É também possível tirar dúvidas, fazer reclamações ou sugestões pelo site: www.cflo.com.br. A agência de atendimento personalizado fica na sede da empresa em Guarapuava, na Avenida Manoel Ribas, 2525.
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Nogueira pecã
Grandes perspectivas para o mercado nacional e internacional Engenheiro Agrônomo MSc. Julio Cesar F. Medeiros Responsável Técnico Viveiros e Agroindústria Pitol
E
sta frutífera, onde a amêndoa é o produto consumido como alimento, tem um mercado crescente e altamente promissor. Estimativas dão conta que próximo a 70% do consumo no país é oriundo de importação. Saliente-se que, considerando o mercado interno, são somente três estados da federação em condições de produzir - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - , e estes 03 estados e mais o restante do país para consumir o produto. Em relação ao mercado internacional, com o início da exportação para a China, a partir do ano de 2005, a demanda internacional experimentou um aumento muito significativo, refletindo no preço praticado, que girava em torno de 2,5 dólares o quilo, tendo praticamente dobrado de valor nos últimos anos. E este país recém começa a conhecer e consumir o produto, uma vez que, comparando com o consumo nos Estados Unidos, que alcança 450 gramas por pessoa por ano, o consumo naquele país chega a ínfimos 20 gramas por pessoa por ano, quase irrisório comparativamente. Isto demonstra as grandes perspectivas de aumento de consumo neste país, assim como em outros países asiáticos e da Europa, onde o produto já tem grande aceitação. Um aspecto importante na concorrência do Brasil com os maiores países produtores, Estados Unidos e México, é o fato de que a produção naqueles países, concentrada em regiões de clima semi-desértico, é fortemente dependente de irrigação, uma vez que em boa parte das regiões produtoras, a média de precipitação anual não chega a 300 milímetros, ao contrário dos
estados do sul do Brasil, onde as chuvas atingem mais de 1500 milímetros por ano. Pela carência cada vez maior de água no mundo, uma produção de frutíferas exclusivamente baseada em irrigação, além dos altos custos envolvidos, que atingem aproximadamente 40% do custo de produção no México, já começa a provocar dúvidas crescentes sobre a viabilidade de sua continuidade, considerando que a fonte de onde a água é retirada são poços artesianos, concorrendo diretamente com a necessidade prioritária, que é a do consumo humano. Outro aspecto fundamental é a produtividade comparada, onde, nos países de origem, Estados Unidos e México, não atinge médias superiores a 1.800 kg/ha, enquanto no sul do Brasil as médias alcançadas em pomares adultos, com variedades produtivas, superam facilmente os 3.000 kg por hectare, atingindo, em muitos casos, mais de 5.000 kg/ha. Acrescentese o seu baixo custo de implantação e manutenção, com baixa utilização de mão-de-obra, o que tem garantido uma alta rentabilidade por hectare. Efetivamente, as perspectivas de mercado para este produto, no curto, médio e longo prazos, são amplamente favoráveis, tanto visando atender o consumo interno, onde as indústrias operam com grande ociosidade, pela falta de matéria-prima, quanto para exportação, o que, no curto e médio prazo, ainda é praticamente impossível, em função da baixíssima oferta do produto.
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Prevenção
Você sabe como controlar a mastite ambiental no seu rebanho?
A
melhor forma de controlar a mastite do seu rebanho é através da prevenção. Utilizando um programa vacinal e medidas de manejo adequado, é possível reduzir significativamente a taxa de animais acometidos por essa doença, o surgimento de novas infecções cai e a contagem de células somáticas (CCS) do rebanho também, consequentemente há uma melhora na qualidade do leite produzido e produtividade do rebanho. Os custos com tratamento excedem os custos da prevenção, ou seja, a profilaxia traz benefícios diretos aos produtores, indústrias e consumidores de leite. A primeira dúvida que nos vem à cabeça é “Como eu posso diferenciar mastite ambiental da mastite contagiosa?”. A mastite ambiental se diferencia da subclínica ou contagiosa tanto pelos seus sinais, que são mais agudos, pelo período de duração, que é mais curto, quanto pelo perfil dos microrganismos que causam a doença. Dentre os principais podemos citar Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, entre outros coliformes. A maneira como os animais se contaminam e como agem os microrganismos é muito importante para entendermos a doença. A mastite ambiental é caracterizada pela infecção da glândula mamária por microrganismos presentes no ambiente (no esterco, no barro entre outros locais contaminados)e ao se infiltrarem encontram um ambiente ideal para multiplicação e caso não tratada, pode levar o animal a óbito devido à endotoxemia causada principalmente pela E. coli. Desta forma sabemos que a erradicação deste tipo de mastite
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é inviável, devido os patógenos estarem presentes no ambiente, porém algumas dicas são fundamentais e ajudam prevenir a mastite ambiental: Certificar que os piquetes e camas tenham uma higienização periódica. Evitar a superlotação nos lotes. Cuidar do ambiente em que os animais permanecem após a ordenha, evitar que as vacas deitem logo após a ordenha. Práticas de manejo para reforçar a resistência da vaca como: vacinação, nutrição, genética, melhorar o conforto e bem-estar, entre outras. A vacinação das vacas com Rotatec® J5 pode melhorar a saúde da glândula mamária de vacas leiteiras. Pesquisas mostram que vacinação pode ser eficaz para reduzir a prevalência das infecções
Eficácia da vacina ROTATEC® J5 na prevenção de mastite clinica e reflexo na produção de leite Vacas (n)
Casos de Mastite Clínica por E. Coli (%)
Produção de leite (kg leite/ vaca/dia)
Vacas vacinadas com Rotatec-J5*
96
11,45
22,79
Vacas não vacinadas
91
20,87
21,26
* Protocolo de vacinação: 1 Dose na secagem com 60 dias pré-parto, 2dose com 30d pré-parto e 3 dose uma semana pós-parto
Adaptado: Utilização de vacina Escherichia Coli J5 na imunização de vacas e novilhas leiteiras contra mastites causadas por Escherichia Coli. 2010. Lívio R. MolinaI; Mariana B. GentiliniI; Antônio U. CarvalhoI; Elias J. FacuryFilhoI; Gustavo H.F.A. MoreiraI; Luiz Paulo V. MoreiraII; Reuel L. Gonçalves. Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
intramamárias no pós-parto, bem como a ocorrência e intensidade dos casos clínicos de mastite causados por coliformes nos primeiros 100 dias de lactação. A vacinação com antígeno J5 produz anticorpos capazes de reconhecer e neutralizar vários tipos de endotoxemias produzidas pelas bactérias gram-negativas. Na tabela abaixo podemos observar uma queda nos casos de mastite em animais vacinados e também uma maior produção de leite destes mesmos animais. Os seguintes protocolos de vacinação com Rotatec® J5 podem ser realizados:
Vacinação massal de 4/4 meses: A vacinação se inicia com dose e reforço nas vacas lactantes, vacas secas e novilhas acima de 5 meses de idade, sendo que os animais primovacinados, ou seja, as novilhas acima de 5 meses deverão receber reforço a cada manejo massal. Em algumas propriedades que possuam um alto desafio para mastite ambiental, poderão ser realizados duas aplicações com intervalo de 21 dias em todas estas categorias no mês que antecede o período das chuvas. Aproveitando também a boa resposta da Rotatec® J5 para diarreia neonatal, no caso de
aplicações massais, uma dose aos 30 dias pré parto melhora a qualidade do colostro e também aumenta a proteção contra a mastite ambiental.
Vacinação pré parto: Este programa talvez seja o mais eficiente, porém requer um maior manejo. Consiste na aplicação 60 – 30 dias pré-parto e uma terceira até 15 dias pós-parto. Uma dose nas vacas lactantes poderá ser realizada no mês que antecede o período das chuvas. Este protocolo também é muito eficiente para diarreia neonatal. Como detalhado acima, temos diversas opções de manejos. Para uma eficiente proteção de mastite ambiental e diarreia neonatal deveremos conhecer o estado imunológico, nutricional, rotina da fazenda e o desafio frente a estas doenças para que possamos chegar a um resultado positivo. A prevenção e o manejo adequado do rebanho garantem animais mais resistentes às enfermidades, pois é através da prevenção que os danos causados pelas infecções mamárias são minimizados e se alcança uma melhor produtividade leiteira, com menores gastos e maior eficiência da propriedade.
Homenagem
Hermine Leh é Mulher Cidadã 2014
Fotos: Manoel Godoy
gos, o presidente, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e funcionários da entidade. Para entregar o diploma à homenageada, juntamente com o vereador Celso Lara da Costa, o Sindicato designou Adriana Botelho, esposa do presidente da entidade. Após a cerimônia, ao ser cumprimentada, Hermine se disse feliz e surpresa com a indicação para a homenagem.
A
agropecuarista Hermine Leh foi uma das 12 mulheres homenageadas no dia 13 de março, pela Câmara Municipal de Guarapuava, com o diploma Mulher Cidadã. Ela foi indicada pelo Sindicato para receber o diploma por haver se tornado uma das empresárias rurais de destaque na região. Tendo assumido a direção de sua propriedade, há vários anos, ela ampliou suas áreas de produção e tem implantado uma gestão de modelo profissional, o que vem permitindo alcançar produtividades elevadas na lavoura. Além disso colabora com projetos sociais em Guarapuava, principalmente no distrito de Entre Rios. Prestigiaram a produtora na sessão solene que conferiu o diploma, ao lado de familiares e ami-
Homenageadas com o Diploma Mulher Cidadã em 2014 Erisy Lustosa Wolbert – Clube Soroptimista Eunice Pereira Guimarães – Movimento Primavera Geny Slompo – Sesc Hermine Leh – Sindicato Rural de Guarapuava Josiane Aparecida Hosatchuk Marks – Rede de Enfrentamento Lenita Oliveira Krüger – Conselho Municipal da Mulher Liliane Costa Freitag – Unicentro Lúcia Padilha – Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres Marilene Salete Conte Prasel – Núcleo Regional de Educação Michelle Corrêa Nizer Belo – Pastoral Catequética Silvia de Lourdes Haile Chagas Jurchaks – Secretaria de Assistência Social Tecla Hykavei – APAE
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Criado em 2002, por lei municipal, o diploma Mulher Cidadã, conferido todos os anos como homenagem do Legislativo Municipal ao Dia Internacional da Mulher, visa reconhecer publicamente mulheres que se destacam por sua atuação na sociedade. Autoras do projeto de lei, na época, foram a vereadora Maria José Mandu Ribeiro Ribas e a então vereadora Maria Magdalena Nerone, que tem acompanhado as cerimônias de entrega da distinção. Pelo projeto, entidades de Guarapuava indicam ao diploma nomes que consideram relevantes. Nessa sessão solene, os trabalhos foram presididos pela vereadora Nerci Guiné, com a presença da vice-prefeita de Guarapuava, Eva Schran. Também acompanharam a diplomação o presidente da Câmara, Edony Klüber, e outras autoridades.
Equideocultura
Laminite equina
E
ntre as doenças que afetam o casco, a que vem trazendo grandes prejuízos para criadores de cavalos em todo o mundo é a laminite, doença perivascular caracterizada pela inflamação da lâmina sensível da pata. Os fatores predisponentes que levam ao desenvolvimento da laminite são múltiplos e variados, incluindo-se a superalimentação com grãos e pastos viçosos, infecções sistêmicas, como endometrite, colite, traumas ou exercícios excessivos em pistas duras e animais não condicionados, além de algumas terapias com corticosteróides. A laminite é causada por uma vasoconstrição periférica decorrente de fatores adversos do metabolismo do animal que libera endotoxinas, levando a uma hipóxia e necrose das lâminas dérmicas e epidérmicas do casco e uma consequente rotação da falange distal ou terceira falange. Atualmente são consideradas três fases distintas de laminite, que implicam tratamento diferenciado de acordo com a fase em que o animal se encontra. A fase subaguda da patologia ocorre antes do aparecimento dos primeiros sinais clínicos, com o início do processo de lesão laminar, apesar do animal não ter dor. Quando o animal começa a apresentar os primeiros sinais de dor/claudicação inicia-se a denominada fase aguda. Quando esta fase termina, inicia-se a fase crônica, 72h depois do inicio da fase anterior ou quando existe evidência radiográfica de separação laminar. O tratamento proposto, com objetivo comum, em primeira instância, visa combater a infecção e uma futura rotação da terceira falange. A laminite aguda [1] mais comumente acomete ambas as mãos, mas todas as quatro patas, ou somente uma delas podem estar envolvidas. Quando as duas mãos estão envolvidas, os membros posteriores são colocados sob o corpo e as mãos são posicionadas para frente, com o peso jogado sobre os talões da mão. Se todas as patas estiverem acometidas, o equino tende a ficar deitado por longos períodos. Se só um membro está envolvido, o equino começa a deslocar peso para o membro oposto. Os sinais clínicos característicos são, por exem-
plo, a claudicação, o aumento do pulso das artérias digitais, o aumento da temperatura dos cascos e a presença de dor aparente. O exame radiográfico como meio diagnóstico é importante para se planejar o tratamento e obter um prognóstico. Por meio deste exame, pode-se observar o deslocamento distal ou a rotação da terceira falange. As radiografias [2] devem ser tiradas ao primeiro sinal de laminite aguda para servir como base para as comparações radiográficas subsequentes e determinar se alterações radiográficas pré-existentes, um objeto metálico pode ser fixado com fita na parede dorsal do casco para ajudar a identificá-la e uma tacha pode ser colocada no ápice da ranilha se for planejado o uso de um apoio de ranilha. Essa distância deve ser menor do que 18mm em equinos normais e menor que 30% do comprimento palmar da falange distal, medida desde a ponta do osso até sua articulação com o osso navícular. O tratamento deve ter como objetivo prevenir o desenvolvimento da laminite, reduzir a dor ou o ciclo de hipertensão, reduzir ou evitar o dano laminar permanente, melhorar a hemodinâmica capilar laminar dérmica e prevenir o movimento da falange distal. A colocação terapêutica de ferradura tem um papel importante no tratamento da laminite. Ferraduras com barra em formato oval, ferraduras com palmilhas e ferraduras que elevam os talões. A ferradura com barra em formato de coração é basicamente uma ferradura com barra com uma placa para a ranilha em formato de V estendida. Ela é projetada para aplicar pressão sobre a ranilha, suportando assim a falange distal. Ferraduras que elevam os talões [3] reduzem a tração do TFDP (Tendão flexor digital profundo), e melhora o fluxo sanguíneo para as lâminas dorsais. Quanto ao prognóstico, os equinos com menos de 5,5 graus de rotação, evidente nas radiografias laterais retornam para o desempenho atlético; entretanto, equinos com mais de 11,5 graus de rotação não terão a mesma possibilidade.
Giovanny Cescon, médico veterinário.
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Mecanização
Paraná Sistemas Mecanizados expõe tratores A
Paraná Sistemas Mecanizados tem realizado exposições dos Tratores Linha 5 e 6 em Guarapuava e região contando com o apoio dos parceiros: Banco do Brasil, Sicredi, Posto Brasil Master, Agrícola CRK e Cargill. Esta ação está proporcionando aos produtores uma nova forma de conhecer e avaliar os produtos John Deere. A Paraná já conta com grandes clientes na região, e o objetivo é explorar ainda mais este potencial, levando para o produtor um leque de opções em mecanização agrícola. Garantindo a qualidade e alto desempenho do plantio a colheita. Para pequenos, médios e grandes produtores, temos uma grande variedade de opções para atender cada uma das necessidades e particularidades do campo.
Confira abaixo algumas demonstrações:
Cargill - Prudentópolis
Banco do Brasil - Guarapuava
Posto Brasil Master - Guarapuava
Agrícola CRK - Santa Maria do Oeste
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Prevenção
Produtor rural deve ficar atento aos sintomas de raiva bovina
Liziane Cogo dos Santos – Médica Veterinária
Márcia Maria Zago – Médica Veterinária
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animais da propriedade e educação sanitária, prevenindo a doença no rebanho e nos seres humanos. A partir da propriedade-foco, a Adapar faz um trabalho de vigilância, em um raio de 12 km, localizando abrigos de morcegos hematófagos e controlando essas colônias, bem como coletando amostras de animais suspeitos de raiva. Também é feita a coleta das amostras dos bovinos para confirmação da doença. Procura-se saber, ainda, se houve pessoas que manusearam o animal e tocaram em sua saliva. Se a informação for positiva, o caso é encaminhado para a saúde pública, para que sejam realizados procedimentos. Quando ocorrem focos, a vacinação contra raiva é obrigatória no foco e num raio de 12 km.
Fotos: Adapar
Fotos: Geyssica Reis
A
raiva é uma doença infectocontagiosa, onde um RNA vírus se instala no animal e ataca principalmente o sistema nervoso de mamíferos, tanto herbívoros, como carnívoros. Ela é considerada uma zoonose, porque pode ser transmitida de animais para seres humanos, por isso há uma preocupação grande com esta enfermidade. Os animais silvestres são os reservatórios primários do vírus e somente os mamíferos transmitem a doença. O principal transmissor é o morcego hematófago (Desmodus rotundus), espécie que se alimenta de sangue. Estes animais vivem nas cavernas das pedreiras, nas casas abandonadas, nos troncos ocos, etc, acometendo principalmente os animais de criação (bovinos, equinos, suínos, ovinos e caprinos). Neste chamado ciclo rural, os bovinos geralmente são os mais afetados. A médica veterinária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Liziane Cogo dos Santos, explica que os principais sintomas nos bovinos são: o isolamento no rebanho, mugidos roucos e frequentes, dificuldade para defecar e urinar, engasgo e salivação abundante, andar cambaleante, paralisia e morte. Liziane explica que é importante que o produtor rural, ao identificar os sintomas, procure a Adapar, para que a agência possa ir até a propriedade e realize os devidos procedimentos para confirmar a doença. “Se o produtor não faz isso, ele estará correndo dois riscos: a perda de mais animais, porque todo animal infectado pela raiva, morre. É importante saber se há abrigo de morcegos na propriedade ou nas proximidades. Além disso, o produtor está colocando a sua saúde, de familiares e funcionários em risco, já que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva do animal. Então, se a pessoa tiver algum corte na mão, por exemplo, ela vai estar se expondo ao risco de contrair a doença”, explica. A também médica veterinária da Adapar, Márcia Maria Zago explica que isso não acarreta nenhum custo para o produtor e não há risco da propriedade ser interditada ou multada, como em casos de doenças de febre aftosa, por exemplo. “Muitos produtores têm receio de nos comunicar por achar que a propriedade vai ser interditada. Mas isso não acontece, é apenas realizado um trabalho de vacinação de todos os
Captura e controle de morcegos hematófagos, espécie Demodus rotundus, realizadas pela equipe da Adapar
As cavernas são os principais abrigos dos morcegos
Dados da raiva na região A aplicação da vacina é anual e todo o rebanho deve ser vacinado, independente da idade. O esquema recomendado é de duas doses iniciais, com intervalo de 30 dias. No outro ano, caso persistirem os casos de raiva, aplica-se apenas uma dose. O preço, em média, da vacina é de R$15,00 por 25 doses. Outro procedimento recomendado pelas veterinárias é o uso da chamada pasta vampiricida, que pode ser encontrada em lojas agropecuárias. O produto custa, em média, R$17,00 no conteúdo de 50 g. “O produtor aplica a pasta no local onde o vampiro está sugando, ao entardecer, porque o morcego vai vir de forma igual, mas ele vai se contaminar com essa pasta e como o morcego tem o hábito de fazer higienização entre eles, quando voltar para o abrigo, vai acabar contaminando outros morcegos também”, explica Liziane. O produtor deve também ficar atento ao encontrar morcegos caídos no chão durante o dia. Como morcegos têm hábitos noturnos, não é normal que se exponham à luz do dia, portanto pode ser um sinal da doença. Mas não se deve tocar ou recolher o animal. A dica é que se coloque um balde em cima e comunique à Adapar.
Na região, no ano passado, nos meses de março e abril, foram constatados casos de raiva bovina na região de Guairacá. Após, esta constatação a Adapar monitorou e realizou trabalhos de educação sanitária em um raio de 12 quilômetros. Foram 5 casos positivos, que estavam localizados em 4 focos, sendo 1 equino, 1 ovino e 2 bovinos no mesmo foco (mesma propriedade). Ao todo, 147 propriedades foram visitadas em Guarapuava e mais 10 no Turvo, com 12 abrigos cadastrados de Morcegos Hematófagos. Foram capturados 67 Morcegos Hematófagos e destes, 65 tratados. Mais cinco morcegos Não Hematófagos foram encaminhados a Adapar e enviados ao laboratório, mas tiveram resultados negativos para Raiva. Os dados são da Adapar, de março a setembro de 2013. Quando ocorreram os casos, no ano passado, a Revista do Produtor Rural do Paraná, na edição de abril e maio produziu uma matéria sobre a Raiva. Para este ano, o Sindicato Rural de Guarapuava tem a intenção de realizar uma campanha de conscientização sobre a doença, para os produtores rurais da região.
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Prêmio
Fotos: Marketing - Santa Maria
Fazenda Três Capões – Grupo Santa Maria, a mais sustentável do Brasil em cultivos anuais
Lavoura e fábrica
Marcelo Vieira (Diretor Executivo) e Manoel Lacerda Cardoso Vieira (Diretor Presidente)
O
Grupo Santa Maria é um importante representante da consciência ambiental entre as grandes empresas do Sul do Brasil. Composto pela divisão Papel (Santa Maria Cia. de Papel e Celulose), Florestal (Reflorestadora São Manoel), Energia (Curucaca Geradora) e Agricultura (MLCV Agricultura), o grupo destaca-se por investir fortemente em seu desenvolvimento autossustentável e na capacitação de seus colaboradores. Pensando nas pessoas, o Grupo trabalha constantemente no desenvolvimento e envolvimento de seus colaboradores. Como isso acontece? Através de treinamentos, Programa de Participação nos Resultados, plano de saúde extensivo aos familiares, Programa Crescer (onde os colaboradores podem dar sugestões, trabalhar o feedback e ser reconhecidos por isso), Programa Sugestão de Melhorias (metodologia para aplicação de ideias que gerem lucro ou redução de custo, premiando empresa e colaborador), dentre outros benefícios oferecidos. A MLCV representa a atividade agrícola do grupo e é dividida em quatro complexos produtivos, que são as fazendas: • • • •
Manoel Vieira (Diretor Presidente) e Cristhian Sékula (Engenheiro Agrônomo da MLCV Agricultura).
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Três Capões Limoeiro Capão Alto Tunas e Tuninhas
Localizadas nos municípios de Guarapuava, Candói e Goioxim, região centro-sul do Paraná, possuem uma área de aproximadamente 5.400 mil hectares para agricultura. Todos os complexos têm uma ótima infraestrutura de produção e armazenamento, funcionando de acordo com as leis ambientais e em direção à sustentabilidade, sempre oferecendo boas condições de trabalho e capacitação a seus colaboradores. Gerando assim, uma maior produtividade e qualidade de seus produtos - soja,
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milho e trigo - com uma produção anual em torno de 35 mil toneladas/ano. Além de um Centro de Pesquisas Agrícolas em parceria com a Universidade Estadual do Centro Oeste, a MLCV conta com uma unidade própria de armazenamento de grãos com capacidade 36,4 mil toneladas, além de um Departamento de Agricultura de Precisão que coordena toda a condução das culturas no que diz respeito à fertilidade e monitoramento da produtividade das áreas. Foi pensando em reconhecer e premiar o trabalho de empresas que sabem a importância de um desenvolvimento sustentável que a Revista Globo Rural criou, em junho de 2013, o Prêmio Fazenda Sustentável. Quatro categorias são contempladas: cultivos anuais (algodão, milho, soja, trigo, arroz e feijão); cultivos perenes e semi-perenes (café, laranja e cana); pecuária (gado de corte) e floresta plantada (pinus e eucalipto). No dia 8 de abril, em São Paulo, a revista Globo Rural apresentou as quatro fazendas vencedoras, dentre elas o destaque nacional da categoria Cultivos Anuais foi a Fazenda Três Capões de Guarapuava, da família Lacerda Vieira. O que garantiu o prêmio à fazenda de 790 hectares foi a sua forte gestão administrativa combinada à gestão ambiental que está de acordo com os princípios sustentáveis. A fazenda premiada e todas as outras três fazendas da MLCV cultivam sua área sob o sistema de plantio direto, rotação de culturas e manejo integrado de pragas. Marcelo Vieira, diretor executivo do Grupo Santa Maria, declarou que o que difere a Três Capões e as demais fazendas é o intuito de passar para os colaboradores o conhecimento sobre sustentabilidade. Marcelo comentou ainda sobre o forte investimento feito em capacitação dos colaboradores: “Nós investimos fortemente em capacitação e treinamento de todos os nossos colaboradores, para atingirmos resultados diferentes, e é através das pessoas que se consegue esses resultados”, afirmou.
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Fotos: Manoel Godoy
Inspeção sanitária
Ao longo de dois dias, eventos debateram temas como qualidade do leite, rótulos que induzem o consumidor ao erro e direitos do consumidor ao alimento seguro
Encontro destaca novas tendências U
Maria Fernanda Fedalto Moraes - Presidente do Núcleo Centro Oeste da SPMV
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m evento de elevado nível técnico, voltado a debater a situação atual e as perspectivas da inspeção sanitária no Paraná e no Brasil. Este foi o perfil do 5º Encontro Estadual de Inspeções Sanitárias do Paraná e do 2º Encontro de Saúde Pública, que ocorreram, dias 10 e 11 de abril, em Guarapuava. A iniciativa foi promovida pela Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária (SPMV / Núcleo Centro-Oeste) com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR), Sindicato Rural de Guarapuava e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (entre outros patrocinadores da iniciativa privada). A programação, voltada a profissionais de inspeções sanitárias, veterinários e estudantes da área, trouxe especialistas para mostrar o que já vem sendo feito e o que ainda precisa ser implementado para que a inspeção de alimentos siga evoluindo dentro das tendências internacionais. Presidente do Núcleo Centro Oeste da SPMV, Maria Fernanda Fedalto Moraes contou que o objetivo dos eventos foi “ampliar horizontes” dos profissionais. “Procuramos trazer palestras bem abrangentes”, explicou, destacando ainda a
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importância de se tratar também da questão da saúde pública: “Não se concebe mais fazer um evento fragmentado, falando só da profissão do médico veterinário, porque tudo está interligado. Cuidando do animal, estamos cuidando da saúde das pessoas. As questões de fiscalização são inerentes às duas áreas”. Outro ponto que destacou foi a palestra sobre as novas portarias (da Adapar) que tratam do combate à brucelose e tuberculose em bovinos. Advertindo que as doenças são transmissíveis ao ser humano, ela sublinhou que o tema ganha importância também porque se acredita que essas vão ser as próximas barreiras comerciais – “É importante que as pessoas tenham conhecimento dessas novas portarias”, afirmou. Lembrando que em Guarapuava a inspeção sanitária existe desde 1995, e que no município há empresas cadastradas no serviço municipal e outras no estadual, Maria Fernanda também defendeu que, na outra ponta, nas prateleiras de supermercado, o consumidor esteja atento: “É muito importante que o consumidor – falando de produtos de origem animal – procure a certificação que se dá através dos carimbos, dos selos, nas embalagens dos ali-
mentos. Seja federal, estadual ou municipal. Isso significa que aquele alimento foi verificado e não vai trazer risco à saúde”. Entre outras autoridades, estiveram no evento o coordenador das Promotorias Públicas do Paraná de Defesa do Consumidor, Ciro E. Schreiber, e a promotora de Justiça em Guarapuava, Caroline
Chiamullera, além da coordenadora, Ana Lúcia Menon (Adapar, CSANPOA do CRMV-PR), o secretário municipal de Agricultura de Guarapuava, Itacir Vezzaro; o chefe regional da Seab, Arthur Bittencourt Filho; e o presidente da Câmara Municipal, Edony Kluber. O Sindicato Rural de Guarapuava foi representado pelo vice presidente, Anton Gora.
Segundo especialista, novo rumo é uma visão total da produção Um dos vários nomes de destaque que apresentaram palestras no encontro das Inspeções Sanitárias foi Carlos A. M. Lima dos Santos. Com experiência de muitos anos na FAO (Organização Mundial dos Alimentos, das Nações Unidas) e atuando na Academia de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro, ele falou sobre o novo rumo das inspeções. RPR – Para onde vai a inspeção de alimentos? CARLOS – A inspeção de alimentos, durante os últimos 15 anos, vem sofrendo uma modificação radical. A inspeção passa de ser reativa para preventiva. Você busca evitar que alguma coisa aconteça. Nos baseamos em uma nova técnica chamada de análise de perigos e pontos críticos de controle. Tudo começa na produção e vai até o momento em que o produto é entregue ao consumidor. Existem tendências, nesse futuro da inspeção, muito fortes, de que a responsabilidade principal passa a ser do produtor. O veterinário, o inspetor, têm um papel completamente diferente. De auditor, de verificador. Ele passa a auditar todas as pessoas que estão nessa cadeia de produção e distribuição. Desde o campo até a mesa. Devido à falta de recursos econômicos, existe uma tendência também de centralizar a inspeção. O critério hoje é múltiplo. Muitos órgãos trabalham e se chocam entre eles. Então, existe uma tendência a um órgão único de inspeção. Você tem de ter um critério só. Porque a prioridade é a inocuidade do alimento. A coisa está marchando. Mas falta muito. Alguns países desenvolvidos chegaram a este nível. E isso é o caminho da inspeção. RPR – Hoje, já existe em alguma região do Brasil algum caso em que essa inspeção aconteça desde o campo até a indústria? CARLOS – Eu tenho 50 anos de trabalho. São 20 anos no Brasil e o resto, quase todo, no exterior. O conhecimento meu é talvez maior lá
fora do que aqui. A minha impressão, muito particular, é que o Brasil ainda não chegou a este nível, em nenhum local. Nem mesmo num Estado que é locomotiva do Brasil, São Paulo. Existem algumas áreas em que a coisa está bem melhor. E são setores ligados à exportação. Porque no caso da exportação existe a exigência muito grande dos exportadores. A indústria de carnes, exportadora, a de aves, de produção de camarão, que exportam para a Europa e os Estados Unidos, são indústrias avançadas, de nível internacional. RPR – De acordo com esta tendência que o sr. mencionou, o trabalho dos profissionais ligados à inspeção sanitária abrangeria não só a gôndola do supermercado, mas também propriedades rurais e agroindústrias? CARLOS – Hoje, se pensa assim: o veterinário na fábrica, no frigorífico; o Ministério da Saúde, na gôndola do mercado; e no campo, o veterinário, o agrônomo, o extensionista. Mas a ideia é que o veterinário-inspetor abra as portas da fábrica, do frigorífico, do estabelecimento produtor de laticínios, da queijaria, e olhe tanto para o campo como para a gôndola. Não quer dizer que ele vá se meter nem na gôndola, nem no campo, mas vai estudar quais são os problemas que atingem o produto que ele está controlando no estabelecimento – quem consome aquele produto, como é preparado, e, na área de produção, todos os detalhes de como é elaborado. Dessa maneira, ele pode identificar os perigos, o que acontece durante toda a cadeia de produção e distribuição.
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Legislação
Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)
Das discussões acerca da declaração do Imposto Territorial Rural
O
ITR é o imposto que incide em propriedades rurais e está previsto constitucionalmente no inciso V do art.153 da Constituição Federal de 1988. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do Município. A base de cálculo no ITR é o valor da terra nua, também conhecido como valor fundiário do imóvel, considerado a diferença entre o valor venal do imóvel e os valores dos bens incorporados ao imóvel. Por tratar-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, o ITR é apurado e pago pelo próprio contribuinte, independentemente de qualquer procedimento prévio da administração tributária, sujeitando-se, como tal, à posterior homologação pelo fisco (artigo 10, da Lei 9.393/96 cumulado com o artigo 8º do Decreto 4.382/02). Por esse motivo, a legislação fiscal não só estabelece a forma pela qual o contribuinte apura a área de seu imóvel rural, que deve ser submetida à tributação, como também excluem do campo de incidência do imposto as áreas que, dada a qualificação legal, não devem ser tributadas (Artigo 10, parágrafo 1º, inciso II, alínea “a” da Lei 9.393/96). Essa última hipótese, que se refere a não incidência do imposto sobre determinadas áreas, contempla as áreas de preservação permanente e de reserva legal previstas no Código Florestal. O que se tem atualmente é que, independentemente de qualquer ato do poder público, as restrições criadas pelo Código Florestal para um imóvel rural atinentes às áreas de reserva legal e de preservação permanente, são de eficácia geral, plena e imediata e, salvo as exceções legais, deve o proprietário da área se abster de utilizá-la, sendo certo que, para a análise que deve ser feita para o cálculo do ITR, essas áreas podem ser excluídas.
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O poder público tem insistido que,para a isenção do ITR sobre as áreas de reserva legal e de preservação permanente, é necessário apresentar o Ato Declaratório Ambiental (ADA), que vem a ser o cadastro das áreas do imóvel rural de interesse ambiental, realizado pelo IBAMA. O Poder Judiciário, no entanto, já reconheceu em vários processos que o ADA não é imprescindível para que o contribuinte exclua, da base de cálculo do ITR, as áreas de preservação permanente e de reserva legal. Assim, diante da atual controvérsia, para evitar maiores transtornos, a orientação é que sempre que possível seja apresentado o ADA. Cumpre-nos esclarecer que as informações prestadas pelo contribuinte para o recolhimento do ITR devem efetivamente corresponder à realidade fática de sua propriedade e de acordo com a legislação aplicável, sob pena do poder público proceder à determinação e ao lançamento de ofício do imposto. Nos parece que efetivamente o que dá maior segurança ao contribuinte é utilizar como parâmetro mínimo de valoração das suas propriedades os valores definidos anualmente pela Secretaria de Estado da Agricultura – SEAB, por meio do Departamento de Economia Rural – DERAL, orgão oficial responsável para realização da pesquisa. Assim, infere-se que em casos de subavaliação ou prestações inexatas, incorretas ou fraudulentas da propriedade rural sujeitará o contribuinte ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações apuradas em procedimentos de fiscalização, acrescido de multa de 120% a 220% mais taxas SELIC, sem parcelamento. Importa salientar, ainda, que o contribuinte que não fizer a declaração ficará impedido de obter a Certidão Negativa de Débitos. Documento este indispensável para registro de compra ou venda de propriedade rural, bem como obtenção de financiamento agrícola.
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Capacitação rural aproveite!
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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR - PR) é um dos meios mais acessíveis para que os produtores e trabalhadores rurais possam se atualizar. No estado do Paraná, o SENAR oferece, aproximadamente, 240 cursos em diversas áreas do setor agropecuário. “Hoje, com os avanços tecnológicos, é preciso se atualizar. Algumas técnicas antigas que os produtores ainda utilizam, as quais aprenderam com os pais ou avós, passam a ser menos eficientes com o avanço da ciência. Com as pesquisas desenvolvidas, essas atividades podem ser feitas de formas diferentes, dando mais resultados para o produtor”, comenta o supervisor regional do Senar em Guarapuava, Aparecido Ademir Grosse. Para participar dos cursos gratuitamente, basta procurar o Sindicato Rural de Guarapuava. A única exigência é que a pessoa seja ligada ao meio rural (proprietário rural, arrendatário, trabalhador rural, ou seja, deve pertencer à família rural). Todos os sindicatos rurais são cooperados junto ao SENAR e oferecem cursos. Os produtores ainda podem procurar as Secretarias Municipais
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de Agricultura ou cooperativas, que também já possuem parceria com o SENAR e Sindicato Rural. Os produtores rurais também podem solicitar cursos específicos sobre determinados assuntos, de acordo com as suas necessidades. “O produtor pode organizar um grupo de pessoas, em sua comunidade, propriedade ou empresa e demandar o curso junto ao Senar”. Atualmente, o SENAR atende duas linhas de qualificações: Cumprimento de legislação atendendo as normas do Ministério do Trabalho (NR 31: Aplicação de agrotóxico; NR 33 – Espaço confinado; NR 35 – trabalho em altura e primeiros socorros) e aperfeiçoamento da pessoa sem conhecimentos.
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Notas
Cooperativa florestal Produtores rurais de Guarapuava e região, interessados na criação de uma cooperativa florestal, têm dado prosseguimento a reuniões para tratar do assunto. Um dos primeiros encontros do ano ocorreu dia 28 de fevereiro, no Sindicato Rural de Guarapuava. Na ocasião, o engenheiro agrônomo Gecsur Clóvis de Bortoli, do Instituto Paranaense de Assistência Técnica de Extensão Rural (Emater), ministrou palestra explicando o que é uma cooperativa,
Encontros têm sido organizados pelos produtores interessados na cooperativa
as condições necessárias para este tipo de associação, assim como direitos e deveres dos cooperados. Um dos participantes, Luiz Valtrin, comentou mais esta etapa da mobilização dos produtores: “Tratamos da organização e da legislação de uma cooperativa, foi uma reunião muito técnica, com a presença de vários empresários do ramo florestal, pessoas físicas e silvicultores”. Ele estima que “no momento em que a cooperativa estiver criada, mais pessoas do setor florestal virão somar e nos ajudar a crescer”. Iniciativa de produtores rurais visando fortalecer sua atividade de produção de madeira, a criação da cooperativa tem contado com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, que vem cedendo espaço para as reuniões.
Fotos: Manoel Godoy
Gecsur Clóvis de Bortoli
Energia Elétrica O diretor do Sindicato Rural de Guarapuava, Luiz Carlos Colferai, participou, no dia 27 de março, em Brasília, do I Encontro Nacional por Classe dos Conselhos de Consumidores de Energia Elétrica - Classe Rural. Colferai é o representante da classe no Conselho de Consumidores da Força e Luz do Oeste.
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Comissão técnica de leite Reunião realizada no dia 28 de fevereiro, no Sindicato Rural de Guarapuava, com a presença de dirigentes da entidade e de produtores rurais, definiu a criação de uma comissão técnica local voltada a fortalecer o setor leiteiro de Guarapuava. Conforme disse um dos participantes, ao final do encontro, o vice presidente do sindicato, Anton Gora, a comissão tem por objetivo buscar soluções para os problemas do setor. A ideia é reivindicar de instâncias ou órgãos de governo medidas que possam contribuir para o desenvolvimento da produção leiteira. Além disso, segundo Gora, a comissão local também pretende somar forças com a comissão estadual, da Federação da Agricultura do Paraná, em prol de ações para fortalecer a bovinocultura de leite. As reuniões tem acontecido mensalmente e são abertas a todos os interessados. A próxima será no dia 06 de maio.
Hortifruticultura
Qualidade da muda garante produção, além das grandes parcerias
P
rodução de mudas florestais e hortaliças são ramos do agronegócio que têm ganhado importância econômica em função das exigências do mercado com a gestão de recursos físicos, humanos e ambientais. Portanto, ter garantia de produção e produtividade atualmente tem incentivado produtores rurais e consumidores finais a buscarem produtos com origem e suporte técnico que reduzam os seus riscos no campo (horta). A Golden Tree entrou neste mercado há pouco mais de um ano e os resultados com seus clientes têm indicado que a empresa deve se manter no mercado. Um destes indicativos vem de encontro com a satisfação e, cada vez mais, fidelização de produtores rurais e Empresas Agropecuárias na aquisição das mudas produzidas pela Golden Tree. Como menciona o produtor rural Aranis Hilário, que conheceu a empresa através da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, “sou cliente exclusivo porque tenho sido atendido com mudas dentro do padrão que preciso”. Produtor há dois anos, Aranis encontrou no mercado de olerícolas uma fonte de renda familiar. Atualmente, atende supermercados, feiras, restaurantes, lojas de massas e está otimista com a expansão do seu empreendimento, já que a área inicial era de 0,5 ha e hoje chegou a 1,5 alqueires, com os mais diversos produtos: alface, repolho, brócolis, rúcula, entre outras. Outro parceiro exclusivo Golden Tree é a Agropecuária “Mundo Animal,” que encontrou no segmento de olerícolas um atrativo que veicula a venda de outros produtos. O proprietário Luciano Chemin diz que está satisfeito com o padrão de qualidade das mudas. “A Golden Tree nos atende conforme a demanda e necessidade de nossos clientes. Quando precisamos de mudas pequenas, somos atendidos e se precisamos de mudas maiores também nos fornecem”. Ele também menciona que o mercado está crescendo e, quando comparado com a demanda de sementes vendidas nas lojas, cresceu do ano passado para cá 100%. Em parceria há tempo, a Agropecuária Guarapet também vê que o mercado de mudas vem crescendo 50%, quando comparado com que era vendido de sementes para os clientes nos anos anteriores. O proprietário Fábio Peterlini vende mudas há dois anos e afirma que a sua clientela urbana tem já estabelecido, nos últimos anos, padrão de qualidade. “As exigências vêm aumentando, por isso a preocupação em atendê-los dentro do que necessitam é uma obrigação”.
Fábio Peterlini, da Guarapet
Tayná Jornada Ben e Aranis Hilário
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Proteção
Foto: Manoel Godoy
Seguro Rural com subvenção estadual já é realidade no Paraná proteção às lavouras para todos os produtores do Estado. “Com o dinheiro da subvenção estadual, o produtor poderá investir em outras atividades dentro da propriedade ampliando a margem de renda no médio e longo prazo”, argumentou o secretário.
Beneficiário e cultura
O
governo do Paraná começou a operar efetivamente o programa de Seguro Rural no campo a partir do dia 31 de março. O produtor rural interessado em ampliar a proteção de sua lavoura com apoio do Estado pode procurar seu corretor de confiança para concretizar a operação. A estimativa é que sejam beneficiados de 2 mil a 2,5 mil agricultores até o final do ano. Está confirmada a disponibilidade de R$ 6,4 milhões, em recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico, para subvencionar a taxa de prêmio de 29 culturas cultivadas no Paraná. De cada R$ 1.000,00 que o produtor vai gastar para fazer o seguro de uma lavoura, poderá receber até R$ 600,00 em subvenção do governo federal. Dos R$ 400,00 restantes, o produtor poderá receber 50% em subvenção do governo do Paraná, devendo pagar apenas R$ 200,00 o prêmio de sua apólice de seguro para a lavoura. Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o objetivo do governo estadual é reduzir o risco na atividade rural e baratear o custo de acesso a esse instrumento de
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O programa será executado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, em parceria com a Fomento Paraná, que gerencia os recursos. O produtor poderá receber subvenção estadual de até R$ 4.800,00 por beneficiário e por cultura. A subvenção estadual será concedida no momento de emissão da apólice para o produtor, barateando o custo para a realização do seguro das lavouras. Estão aptas a contratar o seguro pelo programa do governo do Estado as seguradoras Siwss Re, Companhia de Seguros Aliança do Brasil, Mapfre Seguros Gerais S/A e Sancor do Brasil S/A. Ainda estão em processo de credenciamento as seguradoras Nobre e Porto Seguro, que deverão começar a operar nos próximos dias.
Culturas amparadas O diretor do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, responsável pela execução do programa de Seguro Rural, Francisco Carlos Simioni, explica que o credenciamento das empresas seguradoras é válido por 60 meses até a safra 2017/18. Mas continua o processo de contratação anual, por meio de aditivos. Poderão ser amparadas pelo programa de Seguro Rural no Paraná as culturas de trigo de sequeiro e irrigado, milho segunda safra, café, abacaxi, algodão, alho, batata, cebola, cevada, aveia,feijão, tomate, ameixa, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja,maçã, melancia, morango, nectarina, pera, pêssego, tangerina, uva, floresta cultivada e para a pecuária. O produtor que quiser mais informações e esclarecer dúvidas poderá ligar para a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, em Curitiba, no fone (041) 3313-4010. Fonte: http://www.aen.pr.gov.br
Prestação de Contas
Sindicato Rural de Guarapuava realiza AGO e AGE Fotos: Manoel Godoy
O Sindicato Rural de Guarapuava realizou, dia 25 de março, sua Assembleia Geral Ordinária (AGO). Entre outros tópicos da pauta, o encontro, conduzido pelo presidente do sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, se destinou a apresentar e aprovar as contas da entidade, relativas ao ano de 2013, além de apresentar aos associados as ações desenvolvidas no ano passado. Após detalhadas, as contas foram aprovadas por todos os presentes. Ao final da Assembleia Ordinária, o presidente Rodolpho Botelho abriu uma Assembleia Geral Extraordinária, com o objetivo de formar a comissão salarial do Sindicato Rural de Guarapuava que participa das reuniões da Convenção Coletiva de Trabalho. Já definida, a comissão representará os empregadores rurais nas negociações salariais que ocorrem com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Destaques do Relatório de Atividades Projetos, campanhas, programas e novos serviços 2013: Programa de Desenvolvimento Florestal 2013 Cursos de Excel e Matemática Financeira Projeto Identidade Sindical Promoção Sócio Participativo Classificados e Empregos Online Campanha do Imposto Beneficente Campanha Produtor Solidário Bonificações para associados - parceria com Biogenesis Bagó SENAR 2013 267 cursos em Guarapuava, Candói, Cantagalo e Foz do Jordão Sendo: 136 cursos em Guarapuava, 82 cursos em Candói, 38 cursos em Cantagalo e 11 em Foz do Jordão. Total de 3.200 pessoas capacitadas.
Presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Botelho, presidiu a assembleia
(Da esq. p/ dir.) Bruno Reinhofer; Lincoln Campelo; Jairo Luiz Ramos Neto; Mário Bilek; Waldemar Geteski; Rosenei Kunz; Murilo Lustosa; Cícero Passos de Lacerda Revista do Produtor Rural do Paraná
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Aves
O que é o canibalismo?
Canibalismo na Avicultura Coordenador Prof. Dr. Paulo Roberto Ost Acadêmicos: Rafael Lavezzo Letícia Misturini Dalla Costa Priscila Michelin Groff Josiane Schuvank Maculan Carlos Rodolfo Pierozan Núcleo de Estudos em Aves e Suínos - NEAS/Medicina Veterinária/Unicentro
A
tualmente a carne de frango é a segunda mais consumida no mundo. No Brasil é de longe a mais consumida, sendo que em 2011 teve o maior consumo per capita da história, chegando a 47,38 Kg por pessoa/ano, e em 2012 ficou em 45 Kg por pessoa/ano. Em 2012 o Brasil produziu 12,6 milhões de toneladas, além de empregar mais de 3,6 milhões de pessoas, direta e indiretamente, representando 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Desde 2004, o Brasil se mantém como o maior exportador mundial de carne de frango, terminando 2011 com 3,9 milhões de toneladas exportadas para mais de 150 países, diferentemente da produção de ovos, a qual 99% é destinada ao mercado interno e somente 1% é exportada. Porém, são muitos os desafios superados até se alcançar esses números tão expressivos. Dentre eles o canibalismo, que é um problema muito comum nos atuais sistemas de produção avícola.
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A bicagem e o canibalismo são problemas enfrentados pelos produtores, tanto na produção de ovos, como carne. Isso ocorre devido a fatores estressantes que levam uma ave a bicar a outra, provocando ferimentos e podendo levar à morte ou possível descarte. As principais causas de mortalidade são: 24,9% problemas reprodutivos, 24,5% lesões por celulite ou canibalismo, 9,5% lesões renais, 7,1% hemorragias hepáticas, 4,9% Doença de Marek e 4,1% sinovite/tenosinovite por Staphylococus. Os lugares mais atingidos pelo canibalismo são: região da cloaca, pontas da asa e dorso. Os principais fatores que influenciam na bicagem e canibalismo são: hereditariedade (material genético), luminosidade, temperatura, alojamento das aves, comedouros e bebedouros insuficientes, rações de baixa qualidade nutricional, ração em quantidade insuficiente, excesso de gordura abdominal, piolhos e outros ectoparasitas, mudança no manejo, debicagem incorreta e densidade elevada. Será comentado um pouco sobre cada um destes fatores: • Genética: algumas linhagens são mais agressivas, propiciando a bicagem. • Luminosidade: lâmpadas infravermelhas promovem alta luminosidade deixando as galinhas mais agitadas e estressadas; o programa de luz estimula a ovulação, porém não deve se iniciar de forma abrupta, pois terá como consequência o estresse ou prolapso (reversão do oviduto e do reto). • Temperatura: com o aumento da temperatura do ambiente as aves saem da sua zona de conforto e passam a se agredir comendo as penas umas das outras, o que pode provocar ferimentos. • Alojamento e manejo: as instalações não devem ter pontas ou objetos cortantes, o que evita o ferimento das aves e pequenas hemorragias que podem ser atrativas e estimular o canibalismo. As mudanças abruptas ou manejo incorreto podem levar ao estresse. A colocação de objetos coloridos e com diferentes formas nos tetos das gaiolas no início da postura, visa entreter as aves e assim reduzir a bicada das penas. • Comedouros, bebedouros e ração: quando são de números insuficientes geram disputa pelo alimento. No caso da falta de ração as aves ficarão estressadas em busca de alimento e irão se bicar em busca de saciedade. • Rações de baixa qualidade nutricional: devido à alta energia, baixa proteína e deficiência de sódio contida em algumas rações avícolas comerciais, os animais podem de-
senvolver este instinto de canibalismo. • Excesso de gordura abdominal: em fêmeas obesas, a mucosa vaginal leva mais tempo para retornar na cavidade abdominal após a postura. Se existe tendências de canibalismo no lote, as outras aves irão bicar as mucosas devido a sua coloração e pintas de sangue. • Piolhos e outros ectoparasitas: esses parasitas deixam as aves mais estressadas e nervosas, levando-as a agressividade. • Debicagem incorreta: a debicagem em aves de postura consiste na remoção de parte do bico superior e inferior, feita geralmente com lâmina elétrica quente que corta e cauteriza o tecido do bico. É uma ferramenta utilizada nas granjas para reduzir os danos causados pelo canibalismo e pela bicada das penas e cloaca, desperdício e seleção da ração, e destruição dos próprios ovos, que causam grandes prejuízos ao produtor. A debicagem apresenta vantagens e desvantagens. As desvantagens incluem a percepção de dor de curta a longa duração próxima à área debicada, mudança comportamental e prejuízo para se alimentar. As vantagens são a redução no canibalismo e na mortalidade, melhor condição de empenamento, menor seleção da ração e menor estresse em geral. A debicagem é um procedimento que pode gerar estresse, mas quando realizado na idade certa do animal e por profissionais qualificados o efeito negativo é menor. • Densidade elevada: atualmente no Brasil cada ave de postura, possui um espaço mínimo de gaiola de 450 cm² e a densidade para frangos de corte é de 18 a 22 aves/m². Apesar das gaiolas de postura possuírem facilidade de manejo, menos mão de obra e mais segurança dos ovos, elas, no entanto, representam uma preocupação para o bem -estar, pois dificultam o comportamento
natural das aves. O limitado espaço impede a movimentação e as atividades das aves, contribuindo para a “osteoporose por desuso”, que torna o osso mais frágil e susceptível a fraturas dolorosas. Todo esse estresse gerado pode reduzir o consumo de ração e, também, tanto a produção quanto o peso dos ovos, além de causar canibalismo. Na avicultura de corte tem como consequência a baixa taxa de crescimento (aumento de refugos), piora no desenvolvimento, aumento da mortalidade por canibalismo e redução na qualidade de carcaça por arranhões denominados celulites.
Curiosidades Fibras na dieta Um método proposto pelo especialista holandês Marinus Van Krimpen, é uma forma alternativa de reduzir o canibalismo das aves. Consiste em adicionar fibras na ração, aumentando assim o tempo gasto para a alimentação das aves e sua digestão, evitando o tédio e prolongando a saciedade. Isso ocorre, pois os frangos gastam a maioria do seu tempo procurando alimento. Alguns avicultores já testam esse método, entretanto as aves necessitam ingerir um volume maior de ração, pois as fibras fornecem poucos nutrientes. Outra consequência é a maior quantidade de dejetos, o que requer alternativas para o destino desse excedente. Cabe ao produtor optar ou não por essa alternativa.
Calmantes Em outra pesquisa, realizada na Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi descoberto que a adição de medicamentos fitoterápicos como - camomila (Matricaria chamomila), valeriana (Valeriana officinalis) e passiflora (Passiflora alata) — na ração de codornas deixou as aves visivelmente mais calmas e apresentaram redução significativa nos níveis de estresse. Esse resultado pode ser confirmado pelos menores níveis plasmáticos de corticosterona (hormônio) e menor relação entre os linfócitos e heterófilos (células do sangue conhecidas como leucócitos), que também são indicadores de estresse em aves. Dos três fitoterápicos utilizados, apenas a passiflora trouxe alívio significativo. A agressividade diminuiu, os períodos de imobilidade tônica se encurtaram, a produção de ovos aumentou e as medidas plasmáticas melhoraram. Também foi observado que as codornas gastaram mais tempo em ócio ou fazendo movimentos de conforto, como abrir as asas e sacudir as penas. Porém, a pesquisadora Vera Moraes ainda não está satisfeita, e planeja novos experimentos com uma mistura das três plantas nas rações.
Considerações finais Os desafios encontrados na avicultura, seja de corte ou de postura, são imensos. O canibalismo é mais um dos inúmeros problemas existentes, mas não menos importante. Vale lembrar que avicultura não admite erros ou falhas, qualquer detalhe no sistema de produção interfere diretamente nos lucros da atividade. Por isso, temos que trabalhar no sentido de evitar que o canibalismo ocorra dentro das granjas de aves, com o objetivo de se conseguir uma maior lucratividade, aliada ao bem-estar animal.
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Campanha Produtor Solidário
370 crianças ganharam chocolates doados por produtores rurais
N
o início do mês de abril, o Sindicato Rural de Guarapuava fez várias entregas de chocolates arrecadados pela Campanha de Páscoa Produtor Solidário. Na Escola Municipal do Campo General Eurico Dutra (distrito de Guairacá), a campanha beneficiou 180 alunos. Também foram beneficiadas crianças do projeto Inclusão Social por meio da Capoeira, desenvolvido na Escola Municipal Hildegard Burjan (bairro Morro Alto). Crianças do Projeto Vida Melhor (Provim), do Instituto Dom Bosco, também receberam os chocolates doados pelos associados do Sindicato Rural, assim como crianças e adolescentes da Fundação Proteger. O Sindicato Rural de Guarapuava agradece a colaboração dos produtores rurais e parceiros da entidade. “Atingimos a nossa meta antes mesmo do término da campanha. Com o total arrecadado, conseguimos beneficiar várias entidades”, comemorou a gerente Luciana de Queiroga Bren.
Projeto Inclusão Social por meio da Capoeira: André Loiola (professor) e Luciana Bren (Sindicato Rural)
Brinquedos
Fundação Proteger: Deise Teixeira Land (psicóloga) e Luciana Bren (Sindicato Rural)
Projeto Vida Melhor (Provim): Carolina Silva (coordenadora), Edilson Carlos de Lima (professor), Anton Gora (vice presidente Sindicato Rural) e Luciana Bren (Sindicato Rural).
Dando continuidade à Campanha do Produtor Solidário, o Sindicato Rural iniciou uma nova etapa de arrecadação de brinquedos usados. Os interessados podem deixar as doações na sede da entidade em Guarapuava (Rua Afonso Botelho, bairro Trianon, 58), Extensão de Base Candói (Rua XV de Novembro, 2687) ou Extensão de Base Cantagalo (Rua Olavo Bilac, 59 – sala 2). Outras informações pelo telefone (42) 3623-1115.
Fraldas geriátricas para a Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase O Sindicato Rural de Guarapuava, em mais um ato de solidariedade,faz a entrega das fraldas geriátricas para a Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase (AFH) no dia 24 de março. Os produtos foram entregues para a coordenadora da associação, Daniele Toledo, pela gerente da entidade, Luciana Bren.
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Cursos Senar
Guarapuava
Jovem Agricultor Aprendiz – Cenário Agrossilvipastoril Gestão do Agronegócio
Trabalhador na operação e manutenção de motosserra – Corte polivalente de árvores
Data: 10/03 até 8/8 Local: Colégio Est. de Jesus Pacheco – Guará Instrutor: Tibério Pimentel Budel
Data: 24/03 a 28/03 Local: Sta Maria Papel e Celulose Instrutor: Luiz Carlos de Matos
Produção Artesanal de Alimentos – Beneficiamento e transformação caseira de cereais - Básico em milho
De olho na qualidade – Ordem Mantida II Instrutora: Lisandra Salvadori
Cantagalo
Data: 25/2 e 26/2 Instrutora: Margarida Wess Bocalon Parceria com a Pastoral da Criança
Artesanato em palha de milho – Flores Data: 7,8 e 9/4 Instrutor: Lindomar Pereira Local: Sindicato Rural de Guarapuava Extensão de base Cantagalo Parceria: Secretaria de Assistência Social
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Data: 31/3 à 4/4 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Extensão de base Cantagalo
Negócio certo rural Data: 10/4 a 12/7 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Extensão de base Cantagalo Instrutor: Luiz Augusto Burei
Candói
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos Básico de Milho
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos - Básico de Milho
Local: Salão da Comunidade do Assentamento União São Pedro. Instrutor: Margarida Bocalon Weiss Parceria: Promoção Social
Local: Clube de Mães da Comunidade de Cachoeira II Instrutor: Margarida Bocalon Weiss Parceria: Promoção Social.
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos – Panificação Data: 12/03 a 13/03 Local: APAE Instrutora: Giovana Giarollo Parceria: APAE
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos – Derivados de Mandioca Data: 17/03 a 18/03 Local: Pavilhão da Comunidade da Paz Instrutor: Margarida Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos – Derivados de milho
Artesanato em Tecido - Confecção Básica de Vestuário - Corte e Costura
Data: 13/3 e 14/3 Local: clube de Mães da Comunidade de Cachoeira Instrutor: Margarida Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social
Data: 01/04 a 17/04. Local: Centro Comunitário do Assentamento Matas do Cavernoso. Instrutora: Juselia Zolondek. Parceria: Secretaria de Promoção Social.
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Profissionais em destaque
Antonio Fernando Luchethi, Eudardo Brigol Virmond e Luiz Ricardo Campos - BASF
Leendert C. de Geus Neto, Frederico G. Melo, Lucas Silva e Gustavo A. - IHARA
Teodoro Leal e Josimar Tossin Filho - NIDERA
Ralph Sahd Jobbins e Giovani Ario Scortegagna - FMC 108
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José Rezende Neto, Jeferson Rezende, Luiz Fernando Felix e Edgard Zuber - INQUIMA
Marco Aurélio Schieri, Felipe Godoy e Rafael Martins - STOLLER
Cyrano Yazbek - PIONEER
Damian Sponchiado e Danilo do Valle - NEXSEM
Projeto Identidade Sindical
Confira alguns parceiros do Projeto Identidade Sindical 2014. Apresente a carteirinha de sócio do Sindicato Rural de Guarapuava e ganhe descontos nestes estabelecimentos comerciais!
Antonio Lineu Martins Farmácia N. S. de Fátima (Candói)
Gustavo Muritz Silva Odonto Art
Sílvia de Fátima Pacheco Retífica Scartezini
Kleyton R. Kramer Agroboi
Cirio Aurélio Dacorégio Dacorégio
Erico Rosengarth Junior Pesca e Cia
Daiana Graciele Debarba, Wagner Antônio Darlan, Dalciane Misse Sérgio José Lubacheski - Agrícola Colferai
Fábio Peterlini Guarapet
Rubia Barbosa, Djony de Mattos e Ana Paula Deragro
Reni Rosa Orzechowski Uniflora
Indianara Cavalli e Thainá Tereza Unicesumar
Dionatan R. Luy Laboratório Goés
Hiro Meguro, Pedro Fernado da Silva e Lucas Ponchon Praisce Capital
Herley Guimarães Lupis
Talita de Abreu Lacerda Bremm Agropecuária Candói
Paulo Sérgio dos Santos Batatas Guará
Valdir Fuchs Filho Agroplan
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Produtores em destaque
Albert Zimmermann
Edemar Balkau
Gibran Thives Araújo
Eduardo Pletz, Anton Egles, João Arthur Barbosa Lima e Itacir Vezzaro
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Eva Ursula Milla e Emerson Milla
Horst Schwarz
Juliane Pertschy e Hildegard Abt Roth
Fernanda Faulstich, Erna Tereza Milla e Maria Milla
Sigmund Stader e Gunter Duhatschek
Jonathan Seitz e Richard Seit
Rodolpho L. W. Botelho, Edio Sander, Luiz Carlos Colferai e Aparecido A. Grosse
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Brigite Weckl e Thomas Leh
Novos sรณcios
Roberto Kungel Junior
Luciane Maciel Almeida
Ricardo Werneck Ceneviva
Sebastiana E. Maciel Almeida
Eloรก Bochnia
Miguel Mayer
Carlos Henrique Kaminski
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ens e t & s d i k l Espaço rura
1. Aline Araújo com a cachorrinha Lassie Filha de Marins e Ormi Araújo 2. ALLAN BENZ Filho de André Benz e Alice Benz
il: a o e-ma .br r a p o t o af om Envie su o@srgpuava.c caca
comuni
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3. Samuel Seitz Filho de Silvana Illich Seitz e Alexandre Seitz na Fazenda São Bento 4.
Amanda Serpa Szabo e Gabriel Szabo Com os pais Edgard Szabo e Ana Cláudia Serpa Szabo na Fazenda Rincão
Associados
Café da manhã dos aniversariantes do 1º trimestre rurais encontrarem seus amigos, para conversar e trocar ideias, reforçando os laços de amizade. Um dos participantes, o produtor rural Gildo Gorski, se mostrou feliz em participar pela segunda vez do encontro: “É uma lembrança muito agradável, a gente fica muito satisfeito”. Ele recordou também que o momento é um espaço para a amizade: “É um encontro com amigos, com pessoas que a gente não via há tempo. Conversamos também sobre a produção, os negócios”. Gorski observou que já na primeira vez que participou do evento, ano passado, achou a iniciativa agradável. Fotos: Manoel Godoy
A
manhã do dia 1º de abril, no Sindicato Rural de Guarapuava, foi de confraternização entre associados e diretores. Mais uma vez, a entidade promoveu o Café da Manhã dos Aniversariantes do Trimestre. O presidente do Sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, saudou os presentes e ressaltou que o café da manhã tem sido também uma oportunidade dos produtores
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Maio
01/05 01/05 01/05 01/05 01/05 02/05 02/05 03/05 04/05 04/05 05/05 05/05 06/05 06/05 06/05 06/05 07/05 07/05 07/05 07/05 08/05
Adélcio Martini Franz Milla Franz Stock Josef Taschelmayer Ricardo Sales Rosa Antônio Hertz Robercil Woinarski Teixeira Paulo Wolbert Carlos Henrique Kaminski Sidney Camargo Júnior Joel Horst Zadil Carneiro Batista Demetrius Pellegrino Barbosa Ivo Antônio Fabiani Maria das G. Abreu Lacerda Ozório Eurico Martins Neto Adam Illich Conrado Ernesto Rickli Luiz Carlos Silva Marcondes Maria da G. Martins Messias Arion Mendes Teixeira Filho
09/05 10/05 10/05 10/05 11/05 11/05 11/05 11/05 12/05 12/05 12/05 12/05 13/05 13/05 15/05 15/05 15/05 15/05 15/05 16/05 16/05
Eliette Theinel Bueno Antônio Fidelis de Vargas Johann Zuber Júnior Ruy Sérgio Taques da Cruz Admar Paulo de Moraes Macedo Nunes Machado Rodolpho Soria Santos Wagner Salvador Ransolin Edina Aparecida Pinto Alberti Elias Brandalero Simone Milla Walter Wendelin Weissbock Eduardo Pletz Karl Eduard Milla Jorge Luiz Zattar Maria Helga Filip Patrick Egles Rodrigo das Neves Dangui Siegfrid Milla Sobrinho Alfredo Cherem Filho Erika Schüssler
16/05 17/05 17/05 17/05 17/05 18/05 18/05 19/05 20/05 21/05 21/05 21/05 22/05 22/05 22/05 22/05 22/05 24/05 24/05 24/05 25/05
Helga Schlafner André Hiller Marcondes Daniel Baitala Jovina Jacy Lopes Serpa Pedro Vilso Padilha da Rosa José Antônio Ogiboski Almeida Manoel Antônio Ferreira Bueno Eugênio Billek Kazuxigue Kaneda Alfredo Jakob Abt Sérgio Eliseu Micheletto Walter Jurgovski Alaor Sebastião Teixeira Filho Ana Rita Hauth Vier Ivaldino Andreghetto José Schleder Algaier Patrick Gumpl Adam Scherer Ambrósio Ivatiuk Vicente Ferreira Leite Elke Monika Zuber Leh
25/05 25/05 27/05 27/05 27/05 28/05 28/05 28/05 28/05 28/05 28/05 29/05 29/05 30/05 30/05 30/05 30/05 30/05 30/05 31/05
Rita Maria Wolbert Stefan Detlinger Nivaldo Passos Krüger Sandra Mara Schlafner Sander Waldemir Spitzner Cézar Roberto Oliveira Krüger Garon Gerster Jorge Harmuch Klaus Ferter Roberto Hyczy Ribeiro Walter Stoetzer Christof Leh Jorge Schlafner Ademar Ramos de Souza Daniel Schneider Fernando Becker Jorge Luiz Ribas Taques Leo Taques Macedo Paulo Celso Santos Mello Antônio Lauri Leite
Junho
Aniversariantes
01/06 02/06 02/06 05/06 05/06 05/06 05/06 07/06 07/06 07/06 08/06 08/06 08/06 09/06 09/06 09/06 10/06 10/06 11/06 11/06
Renate Taubinger Milla Claudiléia Fornazzari Werner Brandtner Amilton Marcondes Júnior Reinholt Duhatschek Stefan Remlinger Teodoro Kredens Ana Maria Jung Klein José Maria Machado Marlon Newton L. Schneider Heitor Visentin Kramer Filho Raimund Keller Roland Wendelin Egles Anton Schimidt Carlos Henrique E. Araújo Vilmar Silveira Gonçalves Abdul Rahman Daruich Eduardo Josef Reinhofer Adão Alcione Monteiro Márcia Dittert Cruz
11/06 12/06 12/06 12/06 13/06 13/06 13/06 13/06 14/06 15/06 16/06 16/06 17/06 18/06 19/06 20/06 20/06 20/06 20/06 20/06
Sieglinde Marath Schwarz Johann Kleinfelder Leandro Bren Teresia Abt Antônio Lucchin Everson Antônio Konjunski João Maurício Virmond Rodrigo Augusto Queiroz Emmanuel Sanchez Maria Milla Agenor Roberto Lopes de Araújo Bernardo Spieler Zehr Josef Stemmer Verônica Dautermann Stotzer Pedro Kindreich Eduardo Osvaldo Garais Emerson Souza Jorge Fassbinder Luís Fernando Kazahaya Manfred Becker
21/06 21/06 21/06 21/06 21/06 22/06 22/06 22/06 22/06 23/06 23/06 24/06 24/06 25/06 26/06 26/06 26/06 26/06 26/06
Hermes Naiverth Josnei Augusto da Silva Pinto Mario Ribeiro do Amaral Osvaldir Jouris Peter Wolbert Cyrano Leonardo Yazbek Johann Reiter Ozoel Martins Lustoza Paulino Brandelero Lindalva Suek Volnei Kolc Cláudia Hertz Marath Jairo Silvestrin Walter Josef Jungert Altair Niquetti Andreas Keller Junior Ari Fabiani Geny de Lacerda Roseira Lima Gilson Zacarias Cordeiro
26/06 27/06 27/06 27/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 29/06 29/06 29/06 29/06 30/06 30/06 30/06
Paulo Cezar Grocholski Cleverson Naiverth Pedro Lucca Petronilia da Silva N. Schweigert Bruno Norberto Limberger Eleda Bochnia Gomes Ivoni Ferreira João Spieler Juracy Luiz Roman Marlene Araújo Naiverth Reni Pedro Kunz Rudolf Egles Agenor Mendes de Araújo Neto Marinez Bona Muzzolon Padilha Mário Bilek Yasmin Mayer André Benz Douglas Luis Limberger Monika Klein
Confira a agenda de eventos agropecuários: 40ª Feira de Bezerros Guarapuava Guarapuava (PR) 4 de maio Núcleo de Criadores de Bezerros (42) 3623-1115
Avesui 2014
Florianópolis (SC) 13 a 15 de maio www.avesui.com (11) 2118-3133 ou (11) 4013-1277 114
42ª Exposição Agropecuária de Maringá (Expoingá) Maringá (PR) 8 a 18 de maio www.expoinga.com.br (44) 3261-1735
Congresso Paranaense de Agroecologia
Curitiba (PR) 29 e 30 de maio secretaria.cpa2014@gmail.com
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Café da manhã Dia do Zootecnista
Guarapuava (PR) 13 de maio às 8 horas Salão de Festas do Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623-1115
Curso Prático de Produção de Mudas Nativas
Apucarana (PR) 7 de junho www.ibflorestas.org.br/apucarana-cursopratico-de-producao-de-mudas-nativas.html
maio/junho
2014
VI Simpósio Sul de PósColheita de Grãos
Chapecó (SC) 3 a 5 de Junho www.abrapos.org.br/eventos/ sspg2014 (43) 3025-5223
10ª FENASUL - Feira Nacional de Agronegócios do Sul Esteio (RS) 14 a 18 de maio www.gadolando.com.br
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