Srg rev prod rural 43 web

Page 1

ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VIII - Nº 43 - Junho/Julho-2014 Distribuição gratuita

Revista do Produtor Rural do Paraná

1


2

Revista do Produtor Rural do Paranรก


10

Manchete

Acima da média

28

Fazendas Históricas

36

Lançamento

38 50 56 70 78

Capão Bonito de Baixo: vidas em torno da história

Mathias Leh: trabalho eternizado em livro

Visita técnica internacional/ Austrália Aprender sempre: uma lição que vale também para o leite

Suinocultura

Diarreia Epidêmica Suína e a importância da biosseguridade na prevenção da entrada de novas doenças

Feira de Bezerros de Guarapuava

Lotes de bezerros padronizados de excelente qualidade

Patrulha do Campo

Projeto já revitalizou mais de 2.150 quilômetros de estradas rurais

Clima

369mm em dois dias


Diretoria Presidente

1º Vice Presidente 2º Vice Presidente 1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Luiz Carlos Colferai

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Anton Gora

Gibran Thives Araújo

Conselho Fiscal Titulares:

Ernesto Stock

Suplentes:

Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes

Lincoln Campello

Redação/Fotografia Editora-Chefe

Repórter

Estagiária

Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Roberto Hyczy Ribeiro

Alceu Sebastião Pires de Araújo

Projeto gráfico

Distribuição

Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação

André Zentner

Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon - CEP 85070-165 Guarapuava - PR - Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br

Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR

Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.

4

Revista do Produtor Rural do Paraná

Cícero Passos de Lacerda

Fernando Mancuelo Oliveira


Editorial

A Copa no campo: o agronegócio é campeão!

P

ode ser que não sejamos os campeões da Copa do Mundo no Brasil, mas no campo, aquele onde plantamos e colhemos soja, milho, trigo e cevada, somos campeões. O agronegócio, como um todo, é campeão. O campo é o gol da economia brasileira, é o que garante a alegria, o superávit da balança comercial. Driblando os problemas de infraestrutura, o agronegócio segue, fazendo bonito nos campos espalhados pelo Brasil. Nossa seleção, composta por produtores rurais, pecuaristas, cerealistas, cooperativas, revendas de insumos e agroindústrias encanta, gera empregos, produz alimentos para o mundo. Merece ser aplaudida por todos! Uma colheita bem sucedida é como um grande gol. E nessa última safra, os produtores rurais estão de parabéns, sobretudo os da nossa região, que ganharam a mídia nacional com altas produtividades de milho e soja. Como uma explosão de gols, com médias muito acima da nacional, a agricultura regional anima qualquer produtor.

Os números de soja e milho que bateram na rede, nessa safra de verão já finalizada, faz da Copa do Brasil nos campos da agricultura, a mais farta dos últimos anos, fazendo vibrar todos aqueles que torcem pelo setor. Como em um jogo de futebol, as surpresas no campo aparecem... como 117 sc/ha de soja! Uma grande goleada... A vitória daqueles que produziram acima de 12 mil kg/ha a 16 mil kg/ha de milho também foram resultados surpreendentes. Se, como no futebol, tivéssemos feito um bolão, muitos teriam acertado, porque essas produtividades não são por acaso. São gols planejados, com margem de erros muito pequenas. O placar estava previsto. Nesta safra, nada de gol contra, nem 0 x 0. Nossos craques bateram um bolão. Dêem uma olhada no ranking dos artilheiros, na nossa manchete (p. 10). Não citamos todas as estrelas, porque são muitas... Os craques estão jogando bem, sem medo, partindo para cima dos adversários (pragas e doenças), porque não dá para perder a competição. As jogadas estão muito bem elaboradas no campo da agricultura. Não sabemos quem é o favorito na Copa do Mundo de futebol. A disputa não é fácil, por isso é tão emocionante... No campo da agricultura não é diferente. Emoção não tem faltado nas arenas e nos campos. Só que na agricultura, já somos campeões! É uma geração de ouro... E com raça, vontade e muita tecnologia, nossa agricultura continuará sendo campeã! A todos, uma ótima leitura! Rumo ao hexa!

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Revista do Produtor Rural do Paraná

5


Foto: Tonico de Oliveira/Intervalo da Notícias

Foto destaque da edição

Enchente em Guarapuava destruiu ponte no parque do Jordão.

6

Revista do Produtor Rural do Paraná


Artigo

Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

Mathias Leh,

um olhar para o futuro

R

otação, adubação, variedades, pesquisa, assistência técnica, foram princípios por ele perseguidos. As produtividades da Agrária sempre foram as melhores do Brasil e a tecnologia desenvolvida até hoje dá o suporte necessário para a nossa atividade agropecuária. Sempre dizia que o crescimento econômico deve vir acompanhado do crescimento cultural e social. Sem o crescimento cultural e social, nenhum progresso econômico se sustenta. E ele praticava isso. Investiu na educação através da escola, na cultura através dos grupos culturais, investiu no social através da manutenção de freiras que faziam um trabalho social. Às vezes, eu me pergunto o que será que os leitores acham dos meus artigos. Independente da resposta, quero colocar que eu escrevo com o coração. Em todos os meus artigos, tento colocar aquilo que eu sinto, como cidadão, como produtor, como sindicalista, como pessoa. Não sou especialista em nada, apenas falo do cotidiano, com a razão e às vezes, com a emoção. Hoje com certeza vou falar com emoção. No dia 31 de maio foi lançado o livro “Mathias Leh, um olhar para o futuro”. Durante o lançamento e com a leitura do livro passou todo um filme na minha cabeça, lembranças e emoções vieram à tona, e dessas lembranças quero falar hoje, que para mim são exemplos para toda uma geração e para gerações futuras. Em 1972 passei no vestibular de Agronomia. Logo depois, meu pai faleceu. Fiquei desorientado, não sabia o que fazer. Não tinha recursos para estudar e tinha duas irmãs e a minha mãe que ficaram desamparadas. Já tinha decidido assumir a atividade do meu pai. A agricultura passava por um tempo muito ruim. Foi quando o sr. Mathias Leh me chamou na Agrária e me disse: “você vai fazer a sua faculdade. A Agrária vai fornecer uma bolsa de estudos que você deve pagar com trabalho, após a formatura. A tua mãe, nós vamos empregar na escola”. Me formei em 1975, voltei para a Agrária, me apresentei para o sr. Mathias. “Estou pronto para trabalhar”. E ele me respondeu: “Não, você não está pronto. Primeiro você vai fazer um estágio no IAPAR, em Londrina. Depois você vai fazer mais um estágio na Alemanha”. Quando terminei os dois estágios, retornei para a Agrária e comecei a trabalhar. Tive o grande privilégio de trabalhar durante 25 anos com o sr. Mathias. No total, trabalhei durante 35 anos na Agrária. Devo minha vida profissional ao sr. Mathias! Esse era o sr. Mathias: com uma visão de futuro extra-

ordinária, profissional, justo, amigo, humano, alegre. Faltam adjetivos para descrever todas as qualidades desse homem extraordinário. Para ele não havia problema sem solução, independente da esfera em que ocorriam. Tenho a certeza que a Colônia de Entre Rios, a Agrária, os seus cooperados, a geração de hoje e as futuras gerações, Guarapuava, Paraná e o Brasil devem muito ao sr. Mathias. Impossível aqui falar tudo sobre ele. Nem no livro de 605 páginas foi possível contar toda a história. Nem no livro NEUE HEIMAT FUER DONAUSCHWABEN, com mais 520 páginas, foi possível relatar tudo. Ele sempre dizia: primeiro temos que agradecer, para depois pedir. E ele sempre fazia isso. Na política, na sociedade, sabia como ninguém valorizar as pessoas que ajudavam a Agrária. A presença de mais de 600 pessoas no Centro Cultural que leva o seu nome, no dia do lançamento do livro, demonstrou o prestigio, a admiração e o respeito que ele tem até hoje. Os inúmeros títulos, homenagens e condecorações que ele recebeu, como o titulo de CIDADÃO HONORÁRIO DE GUARAPUAVA E DO PARANÁ, mostram toda a sua importância. Mathias foi o responsável pelo desenvolvimento técnico da agricultura. A Agrária manteve, financeiramente, a escola municipal, para dar oportunidade de estudos e educação para todos. Dava bolsas de estudos na escola, construiu uma casa de estudante em Curitiba, para garantir que os nossos jovens pudessem estudar nas melhores faculdades. Depois de garantir a tecnologia necessária para a produção, a educação para os filhos dos cooperados, a saúde através do hospital, a conservação das tradições, o bem-estar social, iniciou o processo de industrialização da Agrária, que por sua vez garantiu a geração de empregos para a comunidade e os filhos dos cooperados. Ainda não falei da reforma agrária interna e os projetos fundiários que construíram uma forte classe média de produtores, que até hoje são o sustentáculo da cooperativa. Às vezes fico triste, quando pessoas tentam esconder as suas realizações, ou mesmo mudar a história de Entre Rios. Mas eu tenho a certeza que ninguém consegue fazer isso por muito tempo. Sr. Mathias, me perdoe se não consegui aqui relatar todas as suas qualidades e as suas obras, mas as suas realizações falam por si. O senhor escreveu o seu nome na história de Entre Rios, do Paraná do Brasil e do mundo para sempre. Obrigado por tudo. Revista do Produtor Rural do Paraná

7


Projeto Identidade Sindical 2014 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:

Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços

BetoAgro AGRONEGÓCIOS

10% nas prestações de serviços

30% em cursos oferecidos pelo escritório

10% em todos os serviços prestados

5% sobre valor final da negociação

10% a partir da segunda mensalidade, mais 10% de desconto de pontualidade

15% em acessórios e serviços

5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos

3% no final da negociação

10% camping, pesca, piscina e carabinas de pressão

10% sobre o preço total de habilitação - categorias A e B

3% de desconto adicional para compra à vista

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

10% em todos os serviços prestados

15% no valor do curso

Tecnologia, Saúde e Outros 15% na realização de exames radiográficos

5% em serviços ou equipamentos

Descontos em exames

Benefícios para associados

10% nas consultas de fisioterapia; 5% nos pacotes e palmilhas Benefícios para associados

Insumos agrícolas Newdeal Agroscience 3% na linha de produtos Forquímica

Desconto de 3% na Linha de Produtos New Deal

3% em toda linha de insumos agrícolas

* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.

8

Revista do Produtor Rural do Paraná

3% sobre o preço de lista no ato da compra. Descontos não cumulativos


Máquinas e Implementos Agrícolas

Produtos Veterinários/Agroveterinárias 3% à vista ou cartão de débito e 2% a prazo ou cartão de crédito; exceto vacina aftosa e produtos de promoção

5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais

3% à vista na compra de suplementos para equinos.

Bonificações em produtos

5% nas compras realizadas na loja

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores, renovador de pastagens e grade de dentes espalhador de palha

5% à vista, exceto para produtos promocionais

candói Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

Serviços 3% nos produtos da loja, em produtos de veterinária e pet-shop

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

5% sobre valor final da negociação

Saúde

6% em Materiais de construção, movéis e casa pronta

5% toda linha de medicamentos

cantagalo Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

Materiais, Assessorias e Serviços

5% sobre valor final da negociação

Saúde

15% à vista 5% parcelado

20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

Revista do Produtor Rural do Paraná

9


Foto: Manoel Godoy

Manchete

Acima da média A

cima da média regional (milho: 7,7 mil kg/ha; soja: 3.450 kg/ ha), estadual (milho: 5.940 kg/ha e soja: 2.937 kg/ha), nacional (milho: 4.953 kg/ha e soja: 2.858 kg/ha) e até mesmo, acima da média dos Estados Unidos (milho: 10.364 kg/ha e soja: 2.915 kg/ha)*. Na região de Guarapuava, é comum os produtores se destacarem no quesito qualidade e produtividade, quando o assunto é milho, soja, trigo e cevada. Nesta safra de verão 2013/14 não foi diferente. Com resultados surpreendentes, produtores rurais ganharam a mídia nacional, devido às altas produtividades de soja e milho. A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB) - Núcleo Regional de Guarapuava - previa, no início da safra de verão, produtividades médias de 7.700 kg/ha para milho (área de 97.500 hectares), e de 3.450 kg/ha para soja (área de 231.000 hectares). Os últimos levantamentos apontam para uma redução na produtividade de soja para 3.150 kg/ha, uma queda em torno de 9% da estimativa inicial, porque vários municípios desta Regional foram atingidos pela estiagem de janeiro/fevereiro. A média de Guarapuava ficará próxima dos 3.450 kg/ha, pois foi um dos municípios menos afetados pela estiagem. O engenheiro agrônomo da Seab, Josnei A. S. Pinto afirmou que o levantamento inicial já superou as estimativas, no caso do milho. Na região, produtividades na casa dos 12 mil kg/ ha de milho e acima de 60 sc/ha de soja foram comuns. Os motivos do sucesso nas lavouras são muitos: genética, tecnologia, pesquisa, clima e dedicação por parte do produtor rural. Há quem diga que um pouco de sorte também, quando pensamos no clima. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ entrevistou produtores rurais que tiveram produtividades acima da média, em soja e milho, para entender o que eles fazem para alcançar tanto sucesso nas lavouras. *Fonte: Conab, Seab e FAEP

10

Revista do Produtor Rural do Paraná


É milho “para dar e vender”. Tudo bem que ninguém vai dar, mas vale a expressão popular, ou seja, é muito milho mesmo! Produtores de Guarapuava e região colheram de 13 a 16 toneladas de milho em determinadas áreas ou talhões. Só para citar alguns: Ernest Milla (14.382,27 kg/ha em 1.039 ha), Otavino Rovani (14.289 kg/ha em 76,95 ha), Annemarie Pfann e filhos (16.130 kg/ha em 100 ha), Grupo Ritter (15.080 kg/ha em 30 ha), Arno Vier (14.700 kg/ha em 25,5 ha), Cristian Abt (15.065 kg/ha em 95 ha), Nelson Ghelen (14.901 kg/ ha em 51 ha), Seiti Tikamori (13.500 kg/ha em 37 ha), Harry Mayer (14.117 kg/ha em 19,8 ha), Cícero Lacerda (13.070 kg/ha em 78 ha), Robson Schneider (14.880 kg/ ha em 11 ha), Josef Hildenbrandt Junior (13.500 kg/ha em 47 ha), Márcio Duch (16.530 em 42,7 ha) e Manfred Becker (14.700 kg/ha em 25 ha)*. Dos citados, Márcio Duch obteve a maior produtividade em um talhão de 42 ha, enquanto Milla obteve a maior média numa área de mais de 1.000 ha. Esses e muitos outros - que não caberiam nessa página - estão acima da média regional, estadual e nacional. Produtividades médias na casa dos 12.000 kg/ha foram quase que comuns na região. Um exemplo foram as produtividades atingidas por um grupo de nove produtores com áreas em Guarapuava, Pinhão e Goioxim. Segundo o engenheiro agrônomo que presta assistência para esses produtores, Luiz Maurício Mattozo, a produtividade média do grupo foi de

12.440 kg/ha em 2.040 ha. A produtora rural Regiane Lustosa se destacou, com média de 13.503 quilos/ha, chegando a 14.600 kg/ha no melhor talhão. Para o agrônomo, vários fatores contribuem para altas produtividades. “Tem a questão do ambiente, que não mudamos, como a chuva, temperatura, umidade, fertilidade natural do solo, textura, etc. E fatores ambientais que podemos mudar, como adubação e correção de solo, época de plantio, cobertura, dentre outros”, comenta. O grupo utilizou adubação alta, acima de 220 kg/ ha de nitrogênio, 140 kg/ha de fósforo e 140 kg/ha de potássio, além de gesso (de 2 a 3 ton/ha). Os produtores fazem rotação de cultura (1/3 de milho e 2/3 de soja) e se dedicam à formação da cobertura que antecede o milho, ou seja, a formação de palha. “Na área da Regiane fizemos um “mix” de inverno, ou seja, um consórcio de aveia preta, nabo forrageiro e ervilhaca, que resultou numa massa muito boa em volume e qualidade”, conta Mattozo. Ele destaca ainda a genética e o manejo. “Usamos híbridos bem adaptados à região, com alta resposta à tecnologia que é empregada. Um bom manejo envolve a plantabilidade, adubação de cobertura na fase ideal, controle de pragas, doenças e plantas invasoras no momento certo, sendo muitas delas preventivamente.” Segundo o agrônomo, o custo de produção do grupo tem aumentado, mas ainda é compatível. “O milho é a cultura mais responsiva que temos, é uma cultura exigente. O melhoramento genético é muito importante para esses ganhos, junto com a tecnologia de campo - solos bem corrigidos - e temos que repensar a questão da adubação. Lavoura bonita é lavoura caprichada: isso também é fundamental”.

Fotos: Manoel Godoy

De 13 a 16 toneladas/ha

Usamos híbridos bem adaptados à região, com alta resposta à tecnologia que é empregada. Luiz Maurício Mattozo Engº. agrônomo

*Fonte: Materiais de divulgação de resultados de empresas multinacionais. Para citar, consideramos talhões acima de 10 ha.

Elite do milho: rotação de culturas e atenção aos detalhes O pesquisador de milho da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), da Cooperativa Agrária, Celso Wobeto, explica que as produtividades acima de 15 mil kg/ha estão diretamente ligadas aos híbridos recém-lançados por várias empresas e ao elevado nível tecnológico aplicado à cultura do milho. “Nos últimos três anos, esse grupo elite do milho vem se preocupando com todos os detalhes: a escolha da peneira mais adequada; tratamento de sementes completo; plantio correto, evitando falhas; distribuição da semente dentro da linha... e entrou o fungicida nesses últimos anos, que contribuiu bastante, além do clima, que vem colaborando. É claro que estamos numa região privilegiada, mas mesmo nessas condições, tem produtores que produzem menos, de 10 a 11 mil kg/ha. Outro aspecto importante é que estamos fechando 25 anos de rotação com soja, numa estabilidade muito grande, de 1/3 milho, 2/3 soja. Eu atribuo um bom peso do patamar de rendimento atual à rotação de culturas. Nessa rotação, a soja também foi beneficiada, com menor incidência de doenças (cancro-da-haste) e pragas (bicudo da soja). O resultado é muito claro: produtividade crescente nas duas culturas”. E onde vamos parar? É possível produzir ainda

mais? Para o pesquisador, o potencial de rendimento dos híbridos atuais está chegando ao limite. “Está faltando um novo choque de genética, como na soja, que subiu 30% de rendimento (nos ensaios já chega a 7 mil kg/ha). Quem está produzindo 11, 12 mil kg/ ha, ainda pode subir. Mas quem já está nos 14-16 mil kg/ha não tem muito futuro. Na média da Cooperativa Agrária, na última década, a cada três anos, agregamos 1.000 kg/ha. O milho vai estacionar se não vier uma genética nova”. Para os produtores que querem aumentar suas produtividades, o pesquisador dá uma dica: “O plantio direto e a rotação são fundamentais para se ter estabilidade, ou seja, pequenos ganhos, mas contínuos. Se melhora a plantabilidade, a lavoura responde; se escolhe um híbrido mais adaptado, a lavoura responde... Não dá para esperar aumento de rendimento somente com aumento de insumos. O correto é somente partir para altos gastos com insumos, quando o restante estiver equilibrado (précultura com alta massa, correção de solo etc). Milho é diferente da soja, ele é exigente. Se fizermos uma projeção para médio e longo prazo, não dá para deixar milho abaixo de 25% da rotação de culturas de verão, um ano milho e três anos soja. Menos do que isso, a soja vai perder potencial”.

Milho é diferente da soja, ele é exigente”.

Celso Wobeto, pesquisador de milho da Fapa

Revista do Produtor Rural do Paraná

11


Produtividades variadas e a busca pela sustentabilidade

Foto: Arquivo

Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Jason de Oliveira Duarte

Gerente agrícola da Agrária, André Spitzner

A agricultura ainda tem espaço para crescer, mas as culturas têm um teto”

12

Devemos lembrar que, em todo país, a produtividade conseguida pela cultura do milho varia muito. Enquanto alguns conseguem mais de 200 sacas de 60 kg por hectare, outros colhem menos de 1 tonelada por hectare (região Nordeste, onde há restrição de água e baixo uso de tecnologia). Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Jason de Oliveira Duarte, isso ocorre porque algumas regiões tem melhores condições de produção da cultura do que outras e também, porque o milho é cultivado por todos os tipos de produtores - desde o pequeno ao grande produtor, altamente tecnificado. Isso puxa a média de produtividade brasileira para baixo. “No Nordeste, os níveis de produtividade são, historicamente, muito baixos. No Sul, as produtividades são melhores porque existem condições edafoclimáticas melhores, uso de tecnologias modernas, com cultivares adaptadas às regiões, com possibilidade de maior mecanização e mercado bem definido para o produto”. Duarte explica que a produção comercial de milho tem produtividades altas em algumas regiões do Brasil. “Estes produtores conseguem atingir produtividades acima de 200 sacas por hectares, com uma grande quantidade de produtores que produzem ao redor de 150 sacas por hectare. Este grupo, geralmente, tem algum poderio econômico, tem assistência técnica privada (de empresas fornecedoras de insumos, consultorias ou cooperativa), tem

relacionamento com o mercado e acesso a informações. Vê-se que há um diferencial a favor destes, pois independem dos sistemas públicos na maioria das vezes”, destaca. Segundo o pesquisador, Guarapuava é a região de referência em termos de produtividade de milho no Brasil e tem sido referência na Embrapa. “Com relação a esses níveis, não tem muito mais o que fazer, a não ser ajustes finos em uso de tecnologia e produção sustentável, ou seja, racionalização de uso de insumos. A realidade nessa região é muito diferente de outras áreas do Brasil. O clima favorece, existe tecnologia, mas há algo muito importante também, que é a forma como a pessoa faz. Não se paga pelo espaçamento, época de plantio... O produtor deve continuar buscando uma melhor produção, uma produção sustentável, usando as novas tecnologias, nem sempre aquelas que estão sendo ofertadas pelas empresas”. Ainda de acordo com Duarte, existem registros de produtividades de 18 a 20 mil kg/ha no Rio Grande do Sul, onde se produz milho irrigado, mas “o potencial do material genético que temos no Brasil hoje é grande. No início da década de 90, se dizia que o potencial do milho era de 21 a 23 mil kg/ha e já temos produtores atingindo esses patamares. As sementes tem o seu potencial, mas tem a questão do clima e o fato de Guarapuava ter uma das melhores cooperativas do Brasil, que é a Agrária”.

“Corn Belt”

evoluir ou descontinuar no lançamento de novos produtos. São feitos muitos testes antes do produto chegar ao produtor rural. Quando o produtor não tem isso, acaba seguindo a recomendação da empresa, que muitas vezes, refere-se à uma área de abrangência muito grande, que engloba às vezes, três Estados. A gente sabe que a cada quilômetro, temos situações bem diferentes. Por isso, acreditamos bastante que a pesquisa faz a diferença”. Spitzner cita ainda a assistência técnica, porque um agrônomo que conhece a propriedade, o perfil do produtor e tem acesso à tecnologia, consegue juntar tudo isso com sua experiência prática e transformar um trabalho científico do pesquisador em uma recomendação prática. “Por isso, acredito que a assistência técnica é um pilar forte para essas altas produtividades. Outro ponto destacado pelo gerente é o perfil do produtor. “De nada adianta uma assistência boa, informações, e um produtor que não tem o perfil para ser agricultor. Quem tem perfil para ser agricultor, se sente incomodado quando não planta na época certa, quando não colhe na época certa e quando não colhe o que ele sabia que tinha potencial para colher. Esse produtor quer melhorar a cada ano. Isso diz respeito à dedicação, ao capricho do produtor. A gente nota claramente a diferença dos produtores que têm sempre uma produtividade de ponta e aqueles que não alcançam resultados excelentes”. A agricultura ainda tem espaço para crescer, mas as culturas têm um teto. “Talvez vamos chegar a 20 mil kg/ha, mas não vamos chegar a 40 mil kg/ha. Então essa cultura não é eterna. Com aumento de custo de fertilizante e queda de preço, o produtor de

A realidade nessa região é muito diferente de outras áreas do Brasil

A região de Guarapuava pode ser considerada um “Cinturão do Milho” brasileiro. Cooperados da Agrária, que plantam em 19 municípios da região, obtiveram produtividades médias de 12.230 kg/ha numa área de 34.840 hectares. Esses produtores contam com a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), e as produtividades revelam que com tecnologia, pesquisa, genética, clima e dedicação é possível obter altas produtividades - e sempre. Para o gerente agrícola da Agrária, André Spitzner, vários fatores colaboraram para produtividades acima da média. “Não podemos dizer o que é mais importante, mas podemos afirmar que a pesquisa contribui muito para isso. A Agrária é mantenedora da FAPA e todos os resultados gerados pela Fundação dão um norte muito claro para o cooperado. Seguindo essas recomendações, o produtor consegue obter ótimos resultados”. A FAPA conta com oito pesquisadores em várias áreas e por culturas.”O cooperado recebe informações sobre qual cultivar deve plantar, em que época, quantas cultivares diferentes pode plantar, como escalonar, que adubação deve utilizar, qual manejo de doenças, pragas e plantas daninhas, ou seja, um aporte tecnológico que faz com que ele deixe de decidir as coisas por tentativas e erros. Essa é a grande diferença. O cooperado não precisa correr riscos. Alguns anos antes da cultivar ou híbrido ser lançado comercialmente, já temos a indicação de quais são os melhores e até, num trabalho conjunto com os detentores, podemos direcionar no que eles devem

Revista do Produtor Rural do Paraná


um ciclo e, principalmente, no pré-milho, ou seja, na aveia de cobertura, faço fosfatagem, correção de potássio, calcário e gesso. Isso reflete diretamente na produtividade de milho também. Outro fator é o capricho no plantio, a velocidade de plantio de milho e a aplicação de fungicidas, que nesse caso, foram quatro”, revela. No caso da soja, o produtor obteve média de 4.200 kg/ha, ou seja, 70 sc/ha em 300 hectares, atingindo até 75 sc em alguns talhões. “Adubo bastante o inverno, no caso, cevada e trigo. Mesmo assim, adubo a soja também. Foram 250 quilos/ha de 05 25 25 no soja, além da adubação de inverno, de 550 kg/ha. O custo de produção aumentou. Boa parte da minha área é arrendada e o custo de arrendamento está alto. Por isso, preciso produzir bem, caso contrário, fica inviável o investimento. Não posso me dar o luxo de produzir pouco. É preciso se manter sempre informado com as novidades, participar de dias de campo, ter assistência técnica de qualidade e confiável e tirar o melhor de cada informação. Cada produtor tem suas particularidades, desde região, clima, topografia, fertilidade e precisa adaptar a tecnologia à sua necessidade, fazendo isso virar rentabilidade, não necessariamente produtividade”.

Guarapuava também é terra para soja!

não curativas. “Para essa soja, fiz três aplicações de fungicidas”. Ele ainda não havia fechado seu custo de produção no dia da entrevista. Assim como Gibran Araújo, o produtor conta que atrasou o plantio de soja porque tinha trigo. Mesmo assim, a soja do tarde, que entrou em dezembro, colheu bem. “A cultivar e o clima ajudaram”, considera Szabo. O produtor colheu 12.100 kg/ha de milho, média de 400 ha. “No meu caso, o milho do cedo produziu mais do que o do tarde. Deu para ver bem essa diferença”. Szabo fez 400 quilos de adubação de base, 350 quilos de nitrogênio e duas aplicações de fungicidas.

No passado, diziam que a região de Guarapuava não era propícia para o cultivo de soja. Hoje, produtividades acima de 60 sc/ha comprovam que é possível sim, ser muito feliz, plantando soja na região. Desde 2005, com a entrada da genética argentina, com a biotecnologia e com cultivares adaptadas para regiões mais altas e frias, como Guarapuava, as produtividades de soja vêm registrando aumentos significativos por aqui. A safra 2012/2013 foi melhor do que a 2013/2014, devido ao clima. Nesta última, a estiagem castigou algumas lavouras, mesmo assim, os resultados foram satisfatórios, até para aqueles que plantaram mais tarde. O produtor rural Gibran Thives Araújo, de Candói-PR, não esperava colher 61,5 sc/ha de soja em uma área de 166 ha em que o plantio foi feito no dia 12 de dezembro. Manter o teto produtivo na época indicada para plantio, neste caso de 25 de outubro a 15 de novembro, é fácil. Fora desse período o produtor precisa de cultivares que tenham capacidade de manter o teto, as chamadas cultivares de segunda e terceira época. “Existem variedades que se adaptam melhor ao fechamento de plantio. O produtor tem que saber fazer as escolhas. Utilizei duas variedades novas que deram certo”, observa. Assim como na cultura do milho, são vários os fatores que têm contribuído para boas produtividades em soja. O produtor rural Alfredo Szabo colheu 62 sc/ha (média), o equivalente a 3.720 kg/ha em uma área de 800 hectares na Fazenda Rincão Comprido, em Guarapuava-PR. Ele considera que plantio direto e clima são fatores importantes. No manejo, ele faz aplicação preventiva de fungicida, trata a semente com fungicida, realiza 100% plantio direto, onde também cria gado, faz 1/3 de correção, por ano, com taxa variável (calcário e gesso) e faz aplicações preventivas,

Cristian Abt, produtor rural

Alfredo Szabo, produtor rural Fotos: Manoel Godoy

Guarapuava, que não tem safrinha, sofre. Podemos ter, facilmente, um milho com resultado zero ou negativo. Podemos sair do céu ao inferno muito fácil. Então, daqui a 10, 20, 30 anos, não sabemos o que vai acontecer. Pode ser que tenhamos que produzir culturas mais intensivas. Pode ser que tenhamos que produzir hortaliças, culturas de mais alto valor agregado, que custam mais, mas retornam mais também. Não sabemos. Pequenos produtores vão ter que pensar em outras atividades: leite, avicultura, suinocultura... Enquanto isso, milho, soja, trigo e cevada ainda podem crescer ainda mais em termos de produtividade. O produtor deve procurar informações de fontes corretas, ser bem assessorado por um engenheiro agrônomo. Procurar se assessorar bem e caprichar”, destaca Spitzner. O produtor rural Cristian Abt, que produziu 14.850 kg/ha de milho em 133 ha, com talhões de 15.900 kg/ ha, em Guarapuava e Candói, concorda com o gerente agrícola da Agrária. “Tenho várias ferramentas que me auxiliam: a FAPA, com todas as suas pesquisas, a assistência técnica da Agrária e um bom planejamento antecipado, com uma rigorosa rotação de culturas - mesmo que a rentabilidade do milho seja menor. Para milho, faço adubação de sistema - a cada três anos,

Revista do Produtor Rural do Paraná

13


Fotos: Manoel Godoy

Zanoni Camargo Buzzi, gerente da Coamo Guarapuava Para o gerente da Coamo Guarapuava, Zanoni Camargo Buzzi, o município tem altitude ideal para essas culturas, o produtor é tecnificado, faz altos investimentos e isso tudo gera resultados positivos. “O produtor percebe, a cada dia, que se investir terá retorno”. Segundo ele, as produtividades dos cooperados se mantiveram nessa safra e existe uma expectativa de redução de área de milho, devido ao mercado. “O milho exige um investimento mais alto e o risco é maior do que a soja”, observa.

aplicações para ferrugem e oídio. O momento de aplicação e a tecnologia de aplicação são fatores muito importantes. Temos conseguido amenizar o mofo branco com aplicações”, conta. Segundo Mattozo, altas produtividades de soja são novidades em Guarapuava nos últimos três anos. “Antes, os produtores usavam adubação residual de inverno para a soja, que eram convencionais, por causa de acamamento. Esse ano, muitas áreas foram plantadas até 15/12 e, mesmo assim, o resultado foi interessante. Do grupo ao qual ele presta assistência, Josef Hildenbrandt Junior alcançou 74 sc/ha e Hermann Weingand chegou a 79 sc/ha em um talhão da fazenda, numa área com histórico de mofo branco. “Desta forma, acredito que controle biológico e químico, tecnologia de aplicação, momento de aplicação, assistência técnica, além de 100% plantio direto há anos fazem toda a diferença. Também defendo muito a utilização de gesso, porque ele prepara o solo para quando houver estresse hídrico”.

Os produtores do Grupo Mattozo colheram 65,5 sc/ha de soja em 5.300 ha. “Perdemos 10% de produção na soja, em relação ao ano passado, devido, principalmente, ao clima. Esse ano a ferrugem atingiu as áreas mais tardias, mesmo com as aplicações”, explica o engenheiro agrônomo, Luiz Maurício Mattozo. O produtor Hermann Weigand, que planta no distrito de Entre Rios, se destacou no grupo, com média de 4.366 kg/ha, com talhões de 4.744 kg/ha. “No Goioxim, as lavouras sofreram com a estiagem em fevereiro, mas, no geral, a soja tem ganhado bastante em produtividade. Atribuo isso, principalmente, à questão genética - novas variedades, bem adaptadas à região, com boa resistência à acamamento, que no passado era um problema. Estamos trabalhando com adubações mais altas na soja, média de 15 a 20 kg/ha de nitrogênio na base; no plantio, de 60 a 80 kg/ha de fósforo e de 70 a 80 kg/ha de potássio. Também temos feito o manejo de nitrogênio no florescimento. No controle de pragas e doenças, média de três

Seitz: campeão brasileiro de produtividade de soja O campeão da região Sul e nacional do Desafio de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), deste ano é o produtor Alexandre Seitz, de Guarapuava/PR. Ele conseguiu produzir 117,33 sacas por hectare utilizando tecnologias e técnicas inovadoras no plantio da soja. Na Fazenda São Bento, localizada no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava/PR, Seitz iniciou a agricultura de precisão há quatro anos. Em uma área de 2,5 ha, ele investiu pesado, para concorrer ao prêmio. Foram 400 quilos/ha de adubo, 200 quilos de KCL em cobertura, sete aplicações de fungicidas e três aplicações de produtos hormonais, além de um programa completo de suplementação foliar de macro e micronutrientes, adubação nitrogenada na base e espaçamento reduzido (22,5).

Alexandre Seitz, produtor rural

Ele plantou uma variedade nova, a cultivar BMX Alvo, no dia 20 de novembro. A colheita foi feita em abril e o produtor seguiu todas as regras do concurso. No dia 24 de julho, em Brasília, Seitz participa da solenidade de entrega da premiação. “A expectativa era grande e fiquei muito feliz com o resultado. É claro que não faria isso em área comercial. O custo de produção seria muito alto. Temos que procurar não perder a viabilidade da rentabilidade, mas conseguimos ver o potencial que uma lavoura pode chegar... Guarapuava tinha fama que não era lugar de soja...” Com 117 sacas por hectares, pouco mais de 7 mil kg/ha, Seitz superou a média do país em 134%. O produtor também concorre ao prêmio Colheita Farta, da DuPont. Até o fechamento dessa edição, o resultado não havia sido divulgado pela empresa. A média geral de soja na propriedade foi de 70 sc/ha, com talhões de 79.66 sc. No milho, o produtor alcançou 13 mil kg/ha, chegando a 13,7 mil kg/ha em Santa Maria do Oeste.

A agricultura vai bem... mas por quanto tempo? Há quem não enxergue problema algum em produzir cada vez mais. No entanto, a região de Guarapuava/PR tem atraído olhares de produtores rurais de outras regiões do país. O clima estável e solo argiloso com bastante matéria orgânica é o principal atrativo. Além disso, são 25 anos de plantio direto e áreas de altas produtividades com adubação de sistema (aveia no inverno que vira cobertura). Com isso, o mercado de terras e de arrendamentos na região preocupa os produtores locais. “Devemos sempre lembrar que a agricultura vem com resultados positivos nos últimos seis anos. No entanto, uma hora não vai ser assim. Por isso, é importante o produtor ficar sempre em alerta”, observa o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho.

14

Revista do Produtor Rural do Paraná


Fechamento de safra

Agropantanal realiza evento de confraternização para seus clientes

A

Agropantanal realizou, no dia 14 de junho, uma confraternização para seus clientes, marcando o final da safra 2013/2014. Os produtores rurais tiveram a oportunidade de conferir os resultados de diversos produtos utilizados na última safra e alguns lançamentos das empresas parceiras da Agropantanal para o próximo ano. “Nós decidimos fazer um evento um pouco maior, trazendo produtores de toda a região que a Agropantanal atende. Nosso intuito foi um fechamento de final de safra, uma confraternização, com troca de ideias entre os clientes e as empresas parceiras”, destacou o gerente da filial em Guarapuava, Marcelo Martins Pereira. “Eventos assim são muito importantes para nós, agricultores, porque promovem a atualização. Também propiciam um encontro de agricultores, onde trocamos ideias do que cada um fez e aprendemos sempre”, elogiou o produtor rural Wilmar Schneider. Confira as empresas parceiras da Agropantanal no evento: Nidera Sementes A Nidera destacou, principalmente, as cultivares de soja com tecnologia INTACTA. “As genéticas que trouxemos para o evento são as mais avançadas nas linhas de pesquisas, atribuindo a tecnologia INTACTA, que é o controle de lagarta”, ressaltou o representante Teodoro Luiz Leal. O grande lançamento foi a semente 6909, que é um cultivar para plantio de novembro e áreas pós-trigo. O resultado é de 108 sacas por hectare, dados alcançados pela Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), da Cooperativa Agrária. Bayer CropScience A Bayer divulgou um novo segmento em que está atuando: o de sementes. O representante técnico em vendas, Anderson Luis Taques, destacou a MS Tibagi, que teve excelentes resultados na região. “É uma cultivar de ciclo precoce, que se enquadra muito bem nas características e necessidades da região”. O fungicida Fox também foi um dos produtos em evidência no estande da Bayer. “Ele é um fungicida de moléculas diferenciadas. Temos registros tanto pra soja, trigo e feijão. É considerado um produto que já tratou mais de 70 milhões de hectares no Brasil”.

Microgeo Apesar de pouco tempo de trabalho com a tecnologia microgeo na região já temos resultados que nos garantem as vantagens do seu uso, na reestruturação do solo (descompactação) e na maior disponibilidade de nutrientes para as plantas; e o melhor de tudo de forma natural. Então esse evento está sendo importante porque estamos tendo contato direto com o cliente, divulgando nosso produto e nossos avanços em toda a região, afirmou o representante Marcelo Antonio Kluska. Dekalb O grande lançamento da Dekalb foi o DKB 290, que se encontra nas tecnologias VT PRÓ, para controles de lagarta e VT PRÓ 3, também para controle de lagartas parte aérea e Advento do Gene RR, para manejo com glifosato e ainda um gene para controle de larva alfinete. “Esses lançamentos são materiais de ciclo precoce que a Dekalb está trazendo com altos tetos produtivos. E a intenção é responder em sanidade. É um material com excelente qualidade de grãos, sanidade e resposta de altas produtividades”, destacou a representante da empresa, Larissa Pereira. Agrichem A Agrichem apresentou suas linhas de negócios, a nutricional já amplamente conhecida como referencia do mercado de nutrição de plantas e a nova plataforma de produtos biológicos que faz parte do grupo, a Maneogene Agrociencias além do segmento de tecnologia de aplicação. É importante esse evento da Agropantanal por termos a oportunidade de apresentar alguns resultados e essas novidades da Agrichem aos nossos clientes, afirmou o representante Orlei Bufoliski. Inquima A Inquima esteve presente no evento disseminando, principalmente, as boas maneiras fitossanitárias. “Trouxemos alguns resultados e informações dos nossos trabalhos a campo, como também resultados da FAPA, Fundação ABC, Fundação AMS, Universidade de Botucatu, Unicentro e UEPG. Enfim, isso tudo estamos transferindo para os clientes da Agropantanal”, contou o representante, Jeferson Rezende.

Equipe Agropantanal

Conhecendo os novos lançamentos, os produtores podem planejar e se atualizar para a próxima safra

Confraternização, troca de ideias, divulgação de resultados e lançamentos foram os objetivos do evento

Revista do Produtor Rural do Paraná

15


Máquinas Agrícolas

Augustin Massey Ferguson

A

Augustin e Cia Ltda, iniciou suas atividades em 2 de setembro de 1926, com a vinda do casal Guilherme e Leopoldina Augustin para Não-Me-Toque (RS), onde abriram sua casa comercial de secos e molhados, tecidos e armarinhos. As atividades da modesta firma individual “Guilherme Augustin” foram se ampliando e na década de 50. Com o impulso que lhe foi dado por seus filhos e genros, passou a denominar-se Augustin e Cia. Ltda., (uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada), nome este que ostenta até os dias de hoje. Empresa tradicional, que já na década de 1950 tornou-se uma revenda de tratores, máquinas e implementos agrícolas importados das marcas Fordson Major, Ursus, Zetor e Fendt. Foi também pioneira na importação dos caminhões e caminhonetas da marca International-Harvester e dos jipes WILLYS. Em 1962 começou a representar os produtos MASSEY FERGUSON. Nos últimos anos, a empresa tem se destacado com vários prêmios e distinções, tais como: seis vezes premiada como Concessionária Diamante, pelo Programa Massey Ferguson de Excelência Gestão. Três vezes premiada pelo Programa Dealer Incentive Trip – AGCO Corporation, distinção mundial entre Concessionárias Massey Ferguson. Hoje, a área de abrangência como concessionária Massey Ferguson é de 75 na região norte do Rio Grande do sul e mais 37 municípios na região Centro-Sul do Paraná e ainda 4 municípios em Santa Catarina, comercializando: tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas de diversas marcas, peças e acessórios, combustíveis, lubrificantes e serviços.

Estrutura de Atendimento no Paraná

Guarapuava - BR 277 - KM 344 - Fone: (42) 3624-6630

União da Vitória - BR 476 - KM 225 - Fone: (42) 3519-1073

Mangueirinha - PR 281 - KM 01 - Fone: (46) 3243-1531 16

Revista do Produtor Rural do Paraná


Destaque-MF 9895 a colheitadeira axial de alta performace Lançamento da MF9895 no AGRISHOW 2014, está apta para trabalhar com tecnologia embarcada de última geração, como o monitor de produtividade Fieldstar II, o piloto automático AutoGuide 3000 e o sistema de telemetria AGCOMMAND, o que aumenta ainda mais o desempenho e a rentabilidade dos serviços de colheita.

Revista do Produtor Rural do Paraná

17


Hortifruticultura

Bovinocultura de leite

Acadêmicos de Agronomia da Unicentro em Holambra

Comissão organiza simpósio

Alunos do 4º ano de Agronomia da Unicentro em Holambra O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou a visita técnica dos alunos do 4º ano de Agronomia da Unicentro a Holambra, São Paulo, no dia 30 de maio. Sob a coordenação do professor Edson Perez Guerra, do departamento de Agronomia, a viagem foi feita com base no conteúdo discutido pelas disciplinas de Olericultura, Cultivo Protegido, Paisagismo e Floricultura. Os alunos participaram da 3ª Jornada Produtiva FLV 2014, na Estação Experimental de Holambra, da 21ª Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas

Visita a uma das exposições mais importantes do país na área de horticultura

18

Revista do Produtor Rural do Paraná

(Hortitec) e também visitaram a Cooperativa Veiling Holambra - Sistema de Leilão e Lance Klok.

Sob a coordenação do professor Edson Perez Guerra, a viagem envolveu disciplinas de Olericultura, Cultivo Protegido, Paisagismo e Floricultura

O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou a visita com o intuito de acrescentar conteúdo aos futuros profissionais da área da agronomia

A Comissão Técnica do Setor do Leite do Sindicato Rural de Guarapuava se reuniu no dia 3 de junho. Segundo o coordenador da comissão, Anton Egles, o grupo discutiu, novamente, os principais problemas do setor. “Resolvemos organizar um simpósio, com ênfase em qualidade e sanidade”, contou. O evento está previsto para o mês de outubro e contará com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, Unicentro e Colégio Agrícola Estadual Arlindo Ribeiro. Produtores de leite de Guarapuava e região ou demais interessados podem participar das reuniões da comissão. O próximo encontro será no dia 1º de julho. Para outras informações, basta ligar no telefone 3623-1115.



Nutrição animal

Marca Tortuga: 60 anos em sintonia com clientes inovadores Agropecuária Marinsana (Candói) cresceu na pecuária, inovando e ao mesmo tempo mantendo-se fiel a alguns fornecedores, como a marca Tortuga

Gerson Abreu e o neto, Eduardo Abreu Silvestri: Fosbovi na suplementação de bezerros e novilhas

20

L

evar adiante uma tradição de mais de 100 anos na pecuária é para poucos. Fazer desta tradição base para inovar sem medo é para quem sabe o que está fazendo. E contar, em todo esse tempo, com parceiros de caminhada, tanto na família, quanto entre seus fornecedores de produtos e serviços, é um privilégio. A feliz conjunção desses fatores levou a Agropecuária Marinsana, em Candói (Centro-Oeste do PR), a se colocar, ao longo de décadas, entre as propriedades de referência na criação de bovinos em sua região. Seria esse equilíbrio entre o antigo e o novo a razão do sorriso brando e constante do proprietário, Gerson Abreu? Apaixonado pela criação de animais, mas “com os pés no chão”, como faz questão de ressaltar, ele conta que, após herdar a propriedade de seus pais, adotou inovações, mas também, com base na experiência, se manteve fiel a algumas tecnologias ou marcas de produtos. Conforme relembrou, na fazenda, a evolução daria ao plantel e à lida do campo novos aspectos. No início, há mais de um século, predominava o gado franqueiro. “Um animal por alqueire, no verão”, rememora Abreu, explicando que a pastagem era pobre. No inverno, como se dizia na época, “se pegava o gado e jogava no mato” – áreas de matas nativas, onde poderiam conseguir alguma

Revista do Produtor Rural do Paraná

alimentação. Em final de agosto ou setembro, conforme o manejo rudimentar daqueles tempos, chegava-se a queimar campos, para então trazer de volta os animais, que deveriam comer as rebrotas... – rotina que mostrava já a importância da nutrição e a necessidade do balanceamento dos ingredientes. Em paralelo, em terras ácidas, com alto teor de alumínio, a agricultura era só de subsistência: milho, feijão, arroz. Personificando, contudo, a visão de que produção de grãos e criação de bovinos não são atividades concorrentes, o pecuarista relatou que, a partir dos anos 50, com a difusão de tecnologias como o plantio direto, também a lavoura começou a modernizar-se, até chegar às altas produtividades de hoje em milho e soja. Mas tudo isso, sem “empurrar o boi para o morro”. Ele manteve o espaço nobre dedicado à bovinocultura e seguiu inovando: do antigo franqueiro se passou ao nelore, com vários cruzamentos, e aos “ciclos” de raças como simental, marchigiana, limousin e charolês, gado que preponderou na fazenda durante cerca de 20 anos, num período em que se passou a utilizar inseminação artificial. Em anos mais recentes, com a participação na Aliança Mercadológica, que daria origem à CooperAliança, a propriedade voltou-se também aos animais angus. A raça está no foco do trabalho da cooperativa na vertente de bovinocultura. Mesmo na inseminação, haveria evolução: há cerca de seis anos, se adotou a IATF (inseminação artificial em tempo fixo), buscando evitar perdas de cios e de sêmen. Atualmente, na alimentação do rebanho, criado a pasto e terminado em confinamento (de 80


Tecnologia para diversificar produtos a 90 dias) para padronização, as opções são, no verão, pastagem, com tifton 85 e hermátria; no inverno, aveia e azevém. Porém, Abreu observa: “acreditamos em feno, sempre temos uma reserva”, contou, detalhando que usa azevém, em final de ciclo, além da palha de cevada. Complementação, reconheceu, na nutrição é necessária, com silagem e ração. Também no uso do suplemento nutricional houve evolução. Se num passado distante se usou o sal branco com cinzas, há mais de 30 anos ele começou a adquirir produtos da marca Tortuga. O suplemento nutricional Tortuga Fosbovi 20 é o produto mais utilizado na propriedade, e no período de transição entre a pastagem de verão para inverno utiliza-se o Fosbovi Proteico 35, principalmente para novilhas. E de lá pra cá, a marca Tortuga, que está chegando aos 60 anos, também desenvolveria outros produtos ampliando seu portfólio. Para o futuro, Abreu diz ver boas perspectivas na pecuária bovina. E a continuidade da fazenda já foi pensada. Tudo está assegurado graças à amizade e ao entrosamento com o neto, Eduardo Abreu Silvestri, que administra as atividades. Demonstração de que o tempo de Abreu, o avô, é mesmo o da juventude e da inovação.

O médico veterinário Alexandre Bombardelli de Melo, supervisor técnico comercial da DSM, se mostrou feliz ao comentar que o pecuarista Gerson Abreu, de Candói, há tanto tempo utiliza os produtos da DSM. Em 2014 a marca Tortuga completou 60 anos na pecuária brasileira, com extenso portfólio, com produtos para todos os animais de produção mais os equinos. “A pecuária passa por um momento em que se está buscando qualidade, tanto na carne quanto no leite”, analisou. Para corresponder a essa exigência, a marca passou a trabalhar o mineral “como um suplemento promotor de resultado”. O médico veterinário disse que a marca Tortuga foi pioneira nos minerais na forma orgânica: “num processo industrial o mineral inorgânico é ligado a outras moléculas, como carboidratos, aminoácidos, leveduras e o mesmo fica na forma orgânica”. Esse processo além de estabilizar o mineral, melhora significativamente sua biodisponibilidade, saindo de 30% para valores acima de 80%, completou. Ainda de acordo com ele, a DSM continua a buscar a inovação, visando trazer produtos que contribuam para que o pecuarista tenha mais e melhores resultados. Realidade confirmada pelo responsável por vendas na região, Márcio Essert: “é muito satisfatório ouvir de produtores, como Gerson Abreu, os resultados que vêm tendo. Para mim também é uma satisfação ter um amplo portfolio para trabalhar”.

Alexandre Bombardelli de Melo

Márcio Essert


Silvicultura

Florestas: tecnologia em crescimento vertical

3ª Expoforest, em Mogi Guaçu (SP): membros da Comissão de Criação de Cooperativa Florestal de Guarapuava presenciaram, no amplo espaço do evento, dinâmicas que apresentaram tecnologia de ponta

U

m mundo desconhecido por grande parte dos produtores rurais e, no entanto, não menos organizado, dinâmico e tecnológico do que o do cultivo de grãos: este foi o quadro do setor florestal que membros da Comissão para Criação de Cooperativa Florestal, de Guarapuava, encontraram em visita técnica à 3ª Expoforest, que ocorreu de 21 a 23 de maio, em Mogi Guaçu (SP). A iniciativa teve o apoio da

Membros da comissão com Renata Sousa, engenheira florestal da Boutin, empresa que, com o Sindicato Rural de Guarapuava, apoiou a visita à feira

22

Revista do Produtor Rural do Paraná

Prefeitura de Guarapuava, do Sindicato Rural de Guarapuava e da empresa Boutin, do setor de implementos florestais. Ouvidos pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL, eles foram unânimes: a terceira maior feira florestal do mundo e a primeira da América Latina impressiona por apresentar, num espaço amplo, em meio a uma área reflorestada, avanços em genética, conceitos de manejo, equipamentos e industrialização. Luiz Valtrin, da Golden Tree, destacou ainda que o evento chama a atenção por enfocar toda a cadeia produtiva e por receber visitantes do exterior. “Havia pessoas da Finlândia, dos Estados Unidos, cada um com sua expertise, buscando conhecer o que está acontecendo no segmento”, completou. E a tendência, segundo disse, é a de que a silvicultura se mecanize cada vez mais. Lembrando que o setor de florestas em Guarapuava e região é muito diferente de São Paulo, com pequenos produtores, em áreas “dobradas”, com carência de tecnologia, Valtrin avaliou que a visita foi importante exatamente para a comissão conhecer as novidades tecnológicas que poderão ajudar os futuros cooperados. Ao analisar o que viu na 3ª Expoforest, o empresário também defendeu que no centro-sul do Paraná, os produtores de madeira passem a ter, na cooperativa florestal, uma ponte para um relacionamento direto com a indústria, evitando os atravessadores. Mas o beneficiamento da matéria -prima seria igualmente importante para tornar o negócio rentável: “Não é só vender tora, temos agregar valor: vender tábua, porta, forros”. Integrando a comissão de Guarapuava, a engenheira florestal Hildegardt Abt afirmou que a feira, voltada a grandes produtores, destacou muito a questão da bioenergia e trouxe tecnologias que podem ser utilizadas também na pequena propriedade. A própria produção de cavaco, que conforme recordou vem ganhando cada vez mais espaço na indústria, poderia ser, em sua avaliação, um nicho de mercado interessante para os silvicultores do centro-sul paranaense. O secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Guarapuava, Sandro Abdanur, que faz parte da comissão e acompanhou a visita à 3ª Expoforest, classificou a feira como “um show de tecnologia”. Abadnur se disse surpreso com a quantidade de expositores do setor: “Várias empresas investindo em tecnologia de extração nos mostram que continua sendo um bom negócio o plantio de silvicultura”. Para as próximas edições da feira, ele já pensa em levar ao evento mais pessoas de Guarapuava, ligadas ao segmento, “para também despertar o empreendedorismo e conhecer novas tecnologias”. Para os interessados, a Comissão de Criação de Cooperativa Florestal de Guarapuava tem divulgado a data de suas reuniões, com antecedência, no site do Sindicato Rural de Guarapuava (www.srgpuva.com.br).


Mudas de forrageiras

Hemarthria

Tifton e Hemarthria fazem a diferença em incremento na pecuária Tayná Jornada Ben Golden Tree

G

uarapuava possui uma área de 30.900 ha de exploração pecuária com pastagens nativas e cultivadas (entre elas estão espécies Cynodon e Hemarthria), utilizadas tanto pela pequena quanto pela grande propriedade. E apenas 30% desta área rural investe em pastagens, segundo o Instituto EMATER de Guarapuava. As vantagens em investir no pasto são inúmeras, principalmente quando medido o incremento animal (leite e carne, por exemplo). Assim, as forrageiras devem atender à necessidade do animal nos quesitos alta palatabilidade e digestibilidade. Segundo pesquisas, a conversão em produto animal é certa. As gramas bermudas e hemarthria disponíveis ao mercado forrageiro são na maioria híbridas e sua reprodução seminal é quase nula ou com baixa viabilidade. Assim a escala comercial destes materiais se dá através da propagação vegetativa, ou seja, por mudas. Observando este mercado, a Golden Tree apresenta ao pecuarista mais dois produtos da sua linha de produção de mudas: as mudas de Cynodon (Tifton 85 e Jiggs) e Hemarthria. A esse primeiro gênero pertencem as gramas bermudas, que vêm ganhando espaço no mercado brasileiro pela múltipla aptidão do vegetal. Com utilização para gramados de campo de futebol e golfe, até a atividade pecuária, permitindo resultados expressivos em incremento animal. Originária da África (mais especificamente do Quênia, Uganda, Tanzânia e Angola) apresenta ciclo fotossintético C4, características típicas de plantas que crescem bem no verão, mas têm crescimento sensivelmente reduzido no inverno, sendo que seu sistema radicular e parte aérea desenvolvem-se bem com temperaturas acima de 15,5 e 12,7ºC, respectivamente, como descreve Moreira, 2013. Como citado por VILELLA, os gêneros Cynodon e seus híbridos, na série de gramíneas tropicais, devido a sua alta densidade, seu alto valor nutritivo, sua ótima relação folha-caule, (uma das razões de sua densidade e de sua alta produção de matéria seca), tem obtido ótimas produções de carne e leite por unidade de área. Quanto ao leite, a pesquisa obteve 20 kg de leite por vaca, por dia, com 3,0 kg de concentrado, a um custo de U$205,00 em 155 dias de lactação. Já o Capim-elefante (P.purpureum) conseguiu 13 kg de leite por vaca, com 3,0 kg de concentrado, com o mesmo tipo de animal (CNPGL-EMBRAPA). Em relação à produção de carne tem-se obtido 800 kg de peso vivo por ha/ano, a uma taxa de lotação que varia de 4,5 a 6,5 cabeças por ha, durante o período de seca e chuvas. Na região de Guarapuava-PR, o incremento animal vem satisfa-

Jiggs

Tifton 85

zendo profissionais que atuam na área de pastagem quando se trata de híbridos do gênero de Cynodon sp. Um destes profissionais é o engenheiro agrônomo Celso Roloff, que relata as vantagens e pontos críticos destes híbridos, mais especificamente sobre Tifton 85 e Jiggs. Segundo Roloff, o tifton 85 é uma excelente pastagem para a região, de outubro a março, com volume de massa verde e valor nutricional que asseguram altas produtividades nos campos, com fertilidade e manejo adequados à cultura. Não é indicado para introdução de áreas degradas ou com baixos níveis de fertilidade. Com experiência de 20 anos na área, ele afirma que tifton 85 sobre solo corrigido, com adubação de inverno e reposição de Nitrogênio no verão comporta, por exemplo, 10 bezerros (recria)/ha. Com a limitação do inverno, tendo período de sazonalidade de abril a setembro em função das condições climáticas desfavoráveis, que reduzem a produção de massa verde e inviabilizam o pastoreio deste material nesta época. Em contrapartida, Roloff cita outro híbrido, Jiggs, que possui uma época de pastoreio diferente do primeiro citado. Diz Roloff, que “possui as mesmas exigências de manejo, correção e fertilidade de solo que o tifton 85, porém se desenvolve bem de setembro a outubro e de março a maio, não tolerando as condições climáticas de verão (dezembro a fevereiro)”. Ainda comenta que a rotação de piquete com esses materiais na proporção de 2:1 estabelece ao pecuarista pastoreio quase o ano inteiro, garantindo produtividade em carne ou leite. Também a hemarthria é outra espécie que traz vantagens para o pecuarista quando manejada. Fontaneli et al. cita os resultados de NEWMAN et al., 2002, cujo ganho de peso vivo (GPV) diário de bovinos em diferentes regiões da América (Colômbia, Brasil e Florida-USA) variou de 0,33 a 0,67 kg. No Brasil, em Ponta Grossa-PR, foi obtido GPV diário por novilhos de 0,67 kg com a cultivar Florida e 1,5kg/ha (POSTIGLIONI). Outros resultados trazidos por HANISCH, 2011, referem-se hemarthria cv Florida, uma forrageira interessante para o uso de insumos agroecológicos em solos com níveis médios de fertilidade com qualidade não limitante ao consumo dos animais, podendo ser indicada como opção forrageira para sistemas de produção de leite. Atento a esta demanda e sabendo que os pecuaristas estão investindo em suas pastagens com o objetivo de otimização da sua área de produção, a Golden Tree traz ao mercado de Guarapuava as mudas de Cynodon e Hemarthria, disponíveis no Viveiro Atalaia. Venha conhecê-las!

Revista do Produtor Rural do Paraná

23


Foto: Sind. Rural de Guarapuava / Manoel Godoy

Diversificação

Evento reuniu produtores que buscam informação para cultivar a pecã como uma diversificação rentável

Cultivodepecã C

aracterísticas da nogueira-pecã e especificidades técnicas daquela planta como cultura comercial foram tema de curso promovido pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), dia 7 de maio, no Sindicato Rural de Guarapuava. Diretor da Divinut, de Cachoeira do Sul (RS), que atua no setor produzindo mudas, Edson Roberto Ortiz apresentou uma visão sobre implantação e condução de pomares, comentando ainda o relacionamento entre a empresa e seus clientes. Depois de assistir a uma exposição teórica, durante a manhã, os participantes tiveram uma “aula” prática, no Cedeteg, no período da tarde. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com Ortiz. Técnico agrícola e biólogo, ele comentou vários aspectos da cultura que, para seus entusiastas, é um investimento que, apesar de ser de médio e longo prazo, vale a pena.

RPR – Quais foram os principais pontos que você abordou neste curso? Ortiz – O que a gente vem evidenciando é, pri-

meiro, a oportunidade comercial que se estabelece. Se percebe que os produtores estão buscando inovações, diversificações, e a nogueira-pecã tem um potencial de rendimento inigualável. Hoje, não se conhece cultura que renda tanto com tão pouco investimento, tanto inicial quanto de manutenção, que é menor ainda. A empresa tem mudas de excelente qualidade, para pronta entrega, garante toda uma orientação técnica, embasada em dezenas de trabalhos, de universidades, viagens nossas para o exterior e na experiência dos parceiros. São 1.200 produtores comerciais, que estabeleceram nossas mudas em mais de 300 municípios da

24

Revista do Produtor Rural do Paraná

região Sul do Brasil. Muitos deles, já produzindo. Muitos outros ainda (com pomares) em fase de crescimento, mas conduzindo as mudas dentro de um sistema tecnológico. Nós fizemos uma seleção de híbridos ao longo de muitos anos e que hoje tem um grande benefício: dispensa a pulverização. Nós compramos toda a produção de quem adquirir nossas mudas. Trabalhamos no setor produzindo mudas e beneficiando as nozes.

RPR – Quais são as principais dúvidas dos produtores de noz pecã? Ortiz – Observamos muitas dúvidas quanto a

como iniciar o trabalho. A escolha das áreas, como se organizar, linhas de financiamento. As dúvidas se concentram nesse manejo. Que adubo colocar, que praga pode dar, como é a venda, quanto pagam. Essas dúvidas todas procuramos sanar ao longo do curso.

RPR – Tópicos como tipo de solo, análise de solo, profundidade de covas, espaçamento foram também abordados? Ortiz – Sim. Apresentamos toda uma pro-

posta de trabalho, que a gente deixou bem claro que é uma proposta. É diferente da integração de aves. O dono da muda é o produtor. Ele é que vai tomar a decisão e arcar com o resultado dessa decisão. Qual nosso papel como parceiro? É justamente orientá-lo da melhor maneira possível para que ele faça a melhor opção. Entendendo a lógica. Não falo para ele plantar em sete por sete, como receita de bolo. Dou um raciocínio e, ao mesmo tempo, entendendo este raciocínio, ele pode fazer a melhor opção. Esse raciocínio tem um viés mais do que técnico, tem um viés econô-


mico. Mas eventualmente entram culturas intercalares, então ele tem de ter essa situação muito clara. Se ele for plantar com erva-mate, criar gado, ovelha. Nosso papel é orientativo. Nós oferecemos um pacote tecnológico. E ele vai adaptar de acordo com a realidade dele.

RPR – O custo da implantação de um pomar de nogueiras-pecã é caro, barato, ou depende também de cada propriedade? Ortiz – O caro e o barato são relativos. Se você

comparar com videira, é barato. Você gasta R$ 70 mil para (o hectare de) videira, vai gastar R$ 7 mil com nogueira, então é barato. Agora, se o agricultor está descapitalizado, ou se é um micro produtor, isso é caro. Seria mais correto ver a taxa de retorno do investimento. Ele pode lançar mão de linhas de crédito do Pronaf, com 1% ao ano. Tem linhas de financiamento subsidiadas. Tem linhas de apoio governamental por Estado. E têm apoios localizados, de sindicatos, de universidades e de prefeituras que dão algum suporte. Organizando frete conjunto, entrega da safra conjunta. A gente entende que ‘o caro ou o barato’ talvez não seria a maneira mais correta de se abordar (a questão). Seria mais correto ver a taxa de retorno. Quem for entrar na cultura tem de saber que vai ter uma safra talvez inicial, no terceiro ano, que já complementa, ajuda

Atividade prática no Cedeteg

a pagar a manutenção, mas não vai pagar ainda o investimento. Agora, se eu tiver um investimento financiado com carência, daqui a pouco consigo até mais carência do que o início da minha produção. Cinco, oito anos, dependendo da linha de financiamento. Isso pode facilitar muito o investimento, porque não vou me descapitalizar e vou usar esses apoios governamentais para subsidiar o tempo de espera até o início da safra.

RPR – Numa planta já adulta, qual a quantidade média de nozes que ela dá em cada safra? Ortiz – Em primeiro lugar, o que seria uma

planta adulta? Não temos isso muito claro. Temos plantas que pesquisadores apontam como sendo milenares. E tem relatos de plantas produzindo 2 mil quilos/ano. Plantas de 60 metros de altura, nos Estados Unidos e México. No Brasil, a gente tem relatos frequentes de produções de plantas de 30 a 40 anos, com 500 quilos, 700 quilos por pé. Mas é claro que não daria para fazer uma aplicação desses números num pomar contínuo. São plantas isoladas, numa situação excepcional. Na média, com início da safra em torno do terceiro ou quarto ano, atingindo numa situação ideal 1 quilo, ou numa situação constatada, 300 gramas. E aí vai aumentando. A gente pode ter um potencial aí, até 10 dez anos, de 20 quilos; no mais conservador, 10 quilos. No potencial de 15 anos, 50 quilos; no mais conservador, em torno de 20 a 25 quilos. E, aos 20 anos, no ideal, em torno de 100 quilos; na situação mais conservadora, 50 quilos. A gente tem visto bastante variabilidade de retorno de acordo com a pré-disposição do produtor em investir. E também com a capacidade do solo e com as variâncias climáticas. Haverá anos em que vamos ter uma superação dessa perspectiva e outros anos ficando abaixo devido ao clima desfavorável, mesmo assim ainda havendo lucro.

Foto: Sind. Rural de Guarapuava/Manoel Godoy

bilidade às vezes até dentro da propriedade. Daqui para ali, muda o solo. Então, a gente recomenda que se divida isso por áreas homogêneas, que se faça uma análise bem feita, de macro e micro elementos, nos envie o laudo, e a gente ajuda com essas interpretações. Procuramos fazer uma agricultura de precisão, dentro do possível. Inclusive pensando em corrigir o solo, num primeiro momento, e depois alimentar a planta, que vai crescer e produzir. Essa extração desses nutrientes, a gente vai monitorar, se necessário via análise foliar, vendo o que a planta está absorvendo, que carências tem. O pessoal me questionou: que doses de adubo devo dar? Depende da altura da planta, do tipo de solo, da grossura de tronco, de uma multiplicidade de fatores. Temos algumas tabelas, que o produtor recebe, que dão uma proposta de trabalho. Aquilo, sabemos que dá certo. A partir disso, se ajusta a cada caso. Se o solo é mais arenoso, mais pobre, se entra material orgânico.

Foto: Unicentro

RPR – Mas, como em outras culturas, como no cultivo de grãos, essas condições de implantação de pomares e de manejo dependam também de cada tipo de solo e da situação específica de cada propriedade? Ortiz – Isso é verdade. Temos hoje uma varia-

Noz pecã, beneficiada

Revista do Produtor Rural do Paraná

25


Dia de Negócios

Produtores da região podem contar com a C.Vale em Guarapuava O Dia de Negócios foi uma oportunidade para que associados e clientes pudessem adquirir produtos de todo o portfólio da cooperativa, por preços menores.

A

Representantes das empresas parceiras da C.Vale estiveram presentes ao evento

C.Vale - Cooperativa Agroindustrial - unidade de Guarapuava promoveu no dia 15 de maio o Dia de Negócios para produtores rurais - associados e clientes. Os produtores puderam aproveitar ofertas de diversos produtos como máquinas e implementos, peças, acessórios e na área de veterinária. “Todas as unidades da C.Vale realizam anualmente este Dia de Negócios. Em Guarapuava é a primeira vez que fazemos o evento, para avaliar como está o mercado da região e as necessidades dos agricultores”, explica o vendedor na área de máquinas, Marcos Queiroz. O maquinário agrícola foi o destaque do evento tanto na variedade, como no desconto de até 3% em toda a linha. Tanto que convenceu o produtor rural e cliente Gilson Nereu Carneiro a levar um autopropelido. “Compensou adquirir a máquina durante o Dia de Negócios.

Já estávamos fazendo pesquisas em outros lugares, fizemos as contas e achamos que valeu a pena”, afirmou. O também associado Marcelo Lustosa Julek elogiou o evento realizado pela C.Vale em Guarapuava, ressaltando que foi uma oportunidade de visualizar principalmente os maquinários, que geralmente só são vistos por catálogos. “Quando a gente quer visualizar as máquinas, precisamos nos deslocar para eventos mais longe, como o Show Rural, por exemplo. Na Expogua o espaço dedicado para as máquinas também é pequeno e não temos a mesma intimidade de conversar com o representante como temos aqui. Esse Dia de Negócios também nos dá a oportunidade de realizar a manutenção dos maquinários, já que as peças e óleos estão em promoção”, destacou o produtor rural. O gerente da unidade, Dário Lehn, contou que o evento foi justamente para apresentar o portfólio da cooperativa. “Há sempre um pré-conceito de que as cooperativas só oferecem a recepção de grãos e a venda de insumos. Queremos mostrar que, na verdade, oferecemos tudo para o produtor rural. O único produto que não oferecemos são as colheitadeiras”.

C.Vale: benefícios para os produtores da região A C.Vale é uma cooperativa agroindustrial com atuação no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Sua sede fica na cidade Palotina (Paraná). Possui 106 unidades de negócios e mais de 15.000 cooperados. Destaca-se na produção de soja, milho, trigo, mandioca, leite, frango e suínos, e também atua na prestação de serviços. Em Guarapuava, a cooperativa existe há quase cinco anos. Conta com 150 cooperados, somando 500 clientes. O gerente da unidade, Dário Lehn, destaca a missão da C.Vale: “nossa missão é produzir alimentos com excelência para nosso consumidor. A questão está em como fazer isso?

26

Revista do Produtor Rural do Paraná


É aí que entra o papel da cooperativa. Queremos levar ao produtor tecnologia, conhecimento, crédito, atuando na recepção de grãos e, parcialmente, na industrialização. Trabalhamos com ativadores de enzima de soja, utilizados na fabricação de ração, e temos também três industrias de amido modificado. Queremos dar oportunidade ao pequeno, médio e ao grande produtor”. O produtor rural Marcelo Lustosa Julek é associado desde quando a C.Vale iniciou em Guarapuava. Ele afirma que vê muitas vantagens em ser cooperado, pois considera a cooperativa uma das maiores do Brasil. “Ela tem um grande poder de barganha junto aos fornecedores e assim, consegue repassar as vantagens para nós, associados. O setor de pesquisas de sementes da C.Vale é também um grande benefício, porque repassa sementes já tes-

tadas para os produtores. Existe a unidade de tratamento de sementes que facilita também o nosso trabalho, porque além de ser mais um serviço, não temos o treinamento apropriado para fazer este tratamento”, elogiou. Quem tiver interesse em ser um associado da C.Vale, pode comparecer até a cooperativa, que fica localizada na rua Guaíra, 5593, bairro Boqueirão. Outras informações, pelo telefone (42) 3627-1826.

Equipe C.Vale da unidade de Guarapuava

As máquinas foram os destaques no evento

O gerente da unidade, Dário Lehn, ao lado do vendedor de máquinas, Marcos Queiroz

Revista do Produtor Rural do Paraná

27


Fazendas Históricas

Capão Bonito de Baixo: vidas em torno da história

P

assar por entre as portas da Fazenda Capão Bonito de Baixo, uma das primeiras propriedades rurais da região de Guarapuava (PR), é mais do que avistar rastros de um passado que já se foi. É experimentar hoje a simplicidade de tempos antigos, que ali permanecem, entremeados com os dias atuais. No cantar de um galo, no quintal; na rotina da casa, onde ainda existe espaço para o preparo de doces tradicionais, como os de gila; em festas julinas, quando ali se encontram gerações da família dos proprietários.

28

Revista do Produtor Rural do Paraná

Todos em torno de um parente que personifica a inclinação pela tradição: o produtor rural, historiador e autor de livros, membro da Academia de Letras, Artes e Ciências de Guarapuava (Alac), Sebastião Meira Martins. Aos 86 anos de idade, ele faz questão de preservar, mais do que fotos e documentos, uma alegria de menino. Foi com sorriso franco, memória invejável e impulso apaixonado para narrar datas, histórias e causos, que ele recebeu, dia 22 de maio, a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, para contar do surgimento e dos primeiros


Construída em 1938 com material de uma sede erguida no século XIX, casa da fazenda Capão Bonito de Baixo parece saída de um romance antigo

sura hoje incomum das paredes da casa, indicando a solidez das construções de antigamente; ou num conjunto de “relíquias”: latas de décadas passadas, de gemada em pó, de fumo; cuias de chimarrão com as quais matearam os antepassados (inclusive a de Antônio Honorato, de quem se conta que tinha uma só para ele, porque não gostava de dividir o chimarrão...); moedas com o brasão do império; moedor de pimenta, pilão para o preparo da manteiga, estribos... Mosaico de objetos que compõem uma imagem do que era viver por lá nos séculos XIX e XX. Salete destaca que os móveis, simples, têm para a família um grande valor, já que, fabricados há muitos anos com madeira da fazenda, num estilo rústico, são peças únicas, “coisa que não se encontra em loja”. Já o historiador rememorou o início da pecuária na propriedade: “O primeiro gado que surgiu aqui na região foi o franqueiro”, disse, assinalando que a raça, conhecida por chifres longos e encurvados, viera de Portugal. Na cozinha, o feijão era, de acordo com Meira Martins, uma variedade nativa: o guarumbé. “Tipo preto, forte”, descreveu, voltando a um passado longínquo, enfocado em seu livro “Soberbas Fazendas de Nosso Rincão”. Na obra, ele recorda que, em 1809 (ano seguinte à chegada da família real portuguesa ao País), lavrou-se Carta Régia determinando a organização de uma expedição armada (liderada pelo tenente-coronel Diogo Pinto de Azevedo Portugal) com o objetivo de estabelecer definitivamente a posse portuguesa dos Campos de Guarapuava (território conhecido desde 1770, quando foi descoberto por expedição liderada pelo tenente Cândido Xavier de Almeida Souza). Entre 1818 e 1828, a monarquia imperial con-

Janela, do século XX, traz o estilo do Brasil colonial

Porta: fechadura rudimentar

Ao lado da sede atual, pedras que eram alicerce da antiga sede

anos da fazenda. Tendo a seu lado, com o mesmo apreço por fatos históricos, a filha, Salete. Ou: Gertrudes Salete Ribas Martins Marcondes, conforme detalhou ela, com bom humor diante de seu nome longo e solene. O nome “Gertrudes”, segundo pesquisa que realizou, “está na família desde 1634”. Parceira de toda hora nos projetos do pai, como a montagem de um espaço com fotos antigas de Guarapuava, Salete discorre com igual eloquência sobre passado e presente: em tempos antigos, ressaltou, pastagem só havia no verão. Por isso, no inverno, se fazia queijo, protegido depois em sebo com carvão para poder conservar-se na estação fria. Queijo, vendido na cidade, foi uma das fontes de renda durante décadas. Atualmente, a tradição continua, contudo só para a família. Mas a história, sublinhou a filha de Meira Martins, está presente também em outros “pequenos” detalhes do dia-a-dia: a espesRevista do Produtor Rural do Paraná

29


Capelinha, de 1953

Arte religiosa singela e expressiva

Imagem de N. Senhora

Santa Rita, padroeira da fazenda Capão Bonito de Baixo

30

Revista do Produtor Rural do Paraná

cedeu sesmarias na região. No início deste período, já em 1818, a sesmaria que daria origem à fazenda Capão Bonito de Baixo foi consignada pelo Capitão Antônio da Rocha Loures em favor do Coronel Domingos Ignácio de Araújo – o primeiro proprietário. Em 1844, a direção da Capão Bonito de Baixo seria assumida pelo filho do coronel Domingos com Da. Josepha: o major Manoel Marcondes de Sá, casado com Dona Carolina Amália. O major teria um papel importante. Para a propriedade, foram trazidos 500 animais, com a finalidade de criar muares para vender na feira de Sorocaba, em São Paulo. Reflexo do período do tropeirismo. Na comunidade, Manoel Marcondes de Sá seria lembrado por ter sido nomeado, em 1853, o primeiro presidente da Câmara Municipal de Guarapuava. Em 1874, a fazenda é adquirida pelo coronel Domingos de Siqueira Côrtes e sua esposa Francisca Rosa de Jesus Siqueira. Ele faleceria no mesmo ano, deixando as terras para herdeiros, como o major Antônio Honorato de Siqueira. Com a morte de sua esposa, o major se casou com a cunhada, Balbina Ferreira de Siqueira. O matrimônio lhes brindaria com os filhos Anatólio Romão de Siqueira, Antônio de Siqueira Côrtes e Gertrudes Siqueira Ribas. A partir dos anos 20 do século passado, a propriedade seria a residência de Francisco Camargo Ribas (filho do major Miguel Camargo Ribas e Graciolina), que desposou Gertrudes Ferreira de Siqueira (enlace que trouxe nove filhos). Segundo informa o livro de Meira Martins, ali Camargo Ribas iria morar por mais de 40 anos. Em 22 de agosto de 1925, ele estaria entre os sócios-fundadores do Cassino Guarapuavano. Após 1951, com o início da vinda de imigrantes suábios para o distrito de Entre Rios, cedeu parte de suas terras para a instalação dos novos habitantes. Acometido por uma enfermidade, faleceu no Hospital São Vicente de Paulo, no dia 12 de junho de 1971, aos 75 anos de idade. Nesse meio tempo, danificada pelos anos, a casa da fazenda Capão Bonito de Baixo, construída pelo major Marcondes de Sá, teria de ser demolida. Meira Martins e sua filha Salete observam, no entanto, que parte do material foi aproveitado para edificar, em 1938, a atual sede. Casa que, talvez por seu “DNA”, embora construída no século XX, parece saída de um romance do século XIX. São paredes de uma textura levemente desuni-

forme, a revelar que sob a pintura em perfeito estado e o telhado reformado encontram-se pedras irregulares, assentadas, como no passado, sem alvenaria; são janelas sólidas em estruturas de madeira, com os típicos vidros quadrados de grande parte das casas brasileiras dos séculos coloniais. Mas da residência anterior, duas relíquias ainda podem ser vistas: a chave da sede e as pedras que serviram de alicerce. O pai de Sebastião Meira Martins, Francisco Meira Martins, era filho de José de Assis Martins e Jocelina Meira Martins. Em 1927, casou-se com Da. Angelina. Depois de trabalhar como escrivão interino do júri de crime da Comarca de Guarapuava, por cerca de três anos, criou suínos na região de Manoel Ribas. Em 1942, exerce a função de escrivão, em um cartório de tabelionato, e em 1957 é nomeado em definitivo oficial de registro geral da comarca (1º Ofício). Depois de vender propriedade na localidade de São Francisco, comprou parte da Fazenda Lageadinho, nas proximidades do Rio Jordão, criando muares, bovinos e bubalinos. Quinta geração da primeira professora de Guarapuava, Bibiana Birriel Bittencourt, de origem espanhola, como enfatiza com orgulho, Sebastião Meira Martins, nascido em 1928, casou-se com Balbina Siqueira Ribas Martins. O casal comemorou bodas de ouro, em 1997, na propriedade. Propriedade onde o historiador ainda reside e onde mantém uma rotina no ritmo do campo. Acordar cedo. Cuidar dos afazeres da fazenda. É lá que ele se sente bem, aproveitando a tranquilidade para prosseguir também pesquisas sobre a história. Novas gerações chegaram e desde então vêm colorindo, com suas vozes, sonhos e vidas, os antigos espaços da sede da fazenda. Num século em que projetos de construção são desenhados em computador, o estilo da residência materializa a ideia que se tem de uma singela moradia rural. Palco de lidas campeiras; pouso de alegrias simples. Moldura para um diálogo de avós, pais, netos, bisnetos, que – sempre que podem – reencontram-se na atmosfera de suas origens. Confraternizações em família. Pontes que levam o passado ao futuro.

Sede: despojado, o estilo materializa a imagem de uma singela moradia rural


Batedor para manteiga, de meados do século passado

Salete, Meira Martins e o gerno Luiz Carlos Marcondes

Na fazenda, fotos de uma Guarapuava antiga Família construiu espaço, ao lado da sede, para montar galeria de fotos de Guarapuava

A Fazenda Capão Bonito de Baixo abriga um acervo que surpreenderia um visitante: um vasto arquivo fotográfico contando da história de Guarapuava em especial no início do século XX. São fotos reproduzidas ou originais, selecionadas ao longo de anos pelo proprietário, Sebastião Meira Martins. E, num trabalho de dedicação e paciência, as imagens receberam legendas, contextualizando as cenas que apresentam. A coleção é uma viagem ao passado, não só através do que é considerado como fato histórico, mas pelo também o dia-a-dia das pessoas, o aspecto de ruas e de construções que já não existem. Meira Martins e a filha Salete seguem organizando as fotos num trabalho de longo prazo.

Meira Martins: no acervo de fotos, viagem à Guarapuava do século XX

Moedas, com efígies e brasão do Império

Forma para queijo

Em latas antigas, um pouco da história do dia-a-dia

Em uma das fotos, a procissão do dia 2 de fevereiro em Guarapuava

Moedor de pimenta


Confederação

Kátia Abreu transfere comando da CNA para se dedicar ao projeto da reeleição ao senado

U

m jantar de confraternização com a presença do vice-presidente da República, Michel Temer, dos ministros da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, e da Previdência Social, Garibaldi Alves, marcou a transferência de comando da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A senadora Kátia Abreu passou a presidência da entidade a seu primeiro vice, João Martins da Silva Júnior, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB). “Saio tranquila para minha missão de recandidatura ao Senado pelo Tocantins, reafirmando a todos que nossa casa está em boas mãos: mãos de um homem digno, ético, que conhece bem nosso setor”, afirmou a senadora, ao anunciar João Martins na presidência da CNA pelos próximos cinco meses, a partir de 4 de junho. O evento, em que também foi celebrada a posse recente de Almir Dalpasquale na presidência da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), contou com a presença de presidentes das Federações da Agricultura de todo o Brasil e de vários líderes da bancada da agropecuária no Congresso. Dalpasquale disse que assumiu a Aprosoja disposto a incrementar e melhorar a relação entre as entidades. “Precisamos conversar mais de perto e ouvir nosso povo porque todos queremos o mesmo resultado. Este é o compromisso que trago aqui”, resumiu, adotando tom semelhante ao da senadora, que acabara de saudar a presença de todos como demonstração de união do setor. “Estamos todos juntos, na celebração da posse de pessoas tão importantes para a agropecuária brasileira, independentemente de partidos, de nossas escolhas pessoais e das questões internas estaduais. O agro está acima de tudo e é isto que faz esta bancada ruralista ser tão invejada e admirada em todo o Brasil”, discursou a presidente licenciada da CNA. Convidado a dirigir algumas palavras aos presentes, João Martins abriu sua fala anunciando que quebraria o protocolo, transferindo a homenagem à senadora Katia Abreu. “Tudo aqui é fruto do seu trabalho. Foi você quem teve a capacidade

32

Revista do Produtor Rural do Paraná

de coordenar e nos convencer de que temos que marchar unidos, para realmente consolidar esta agropecuária pujante do País”, justificou. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Luis Carlos Heinze (PP -RS), destacou o fortalecimento da representação do setor no Congresso, hoje composta por mais de 200 parlamentares. E lembrou que o apoio da CNA, das Federações e de entidades ligadas ao setor produtivo resultou em várias conquistas. “Vamos ficar ainda mais fortes para fazer os enfrentamentos necessários na defesa do agronegócio”, enfatizou. Ao agradecer de forma conjunta o apoio incondicional recebido das Federações Estaduais ali representadas, a senadora destacou que, em nenhum momento, sofreu qualquer tipo de preconceito por ser uma mulher no comando da CNA. “Ao contrário, só tenho que agradecer a Deus e aos companheiros presidentes pela honra, alegria e privilégio de presidir esta grande Confederação, que representa um dos segmentos mais importantes do país”, destacou. Ao final, Kátia Abreu fez um agradecimento especial a duas pessoas que foram “fundamentais” no início de sua carreira: o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) e o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). Emocionada, recordou que, mesmo sendo àquela altura uma deputada suplente, de um estado pequeno, os dois a fizeram presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, até contrariando algumas vontades. “Sou extremamente grata à vida por ter chegado até aqui”. Por último, o ministro Neri Geller desejou sucesso ao presidente João Martins e falou sobre o início de sua carreira como parlamentar e líder classista. Também reforçou a aproximação do ministério com os parlamentares e entidades ligadas à agropecuária para promover o crescimento deste segmento que dá “emprego, renda e sustentabilidade” ao país. “Não irei abrir mão do apoio das lideranças do setor e tenho certeza de que vamos emplacar muitas coisas boas”, concluiu o ministro. Fonte: Assessoria de Comunicação da CNA


Revista do Produtor Rural do Paranรก

33


Bem-estar animal

Agroboi oferta medicamentos homeopáticos Os produtos são uma alternativa para os clientes que não estão satisfeitos com os resultados dos medicamentos convencionais

A

Agropecuária Agroboi agora conta com uma linha de produtos homeopáticos para os animais. O sistema homeopático é formado por produtos 100% naturais e na veterinária vem ganhado cada vez mais espaço. Os produtos garantem ao animal bem estar, menos estresse no manejo e uma fácil aplicação, sem muita agitação. A médica veterinária Sheila Quizini conta que, nos últimos meses, vem visitando proprietários que optaram por usar em seus animais produtos homeopáticos e diz que os resultados são surpreendentes. “Antes, a gente tinha uma noção que homeopatia não funcionava. Se funcionasse, demorava muito tempo. Atualmente não é assim. Os resultados são rápidos e palpáveis. Você vê a melhora na condição física do animal, na conversão alimentar, na parte de silagem e em outros aspectos”, afirma a veterinária. A linha de produtos homeopáticos ofertada

34

Revista do Produtor Rural do Paraná

pela Agroboi é da Naturovita, empresa brasileira que atua na fabricação e comercialização de produtos agropecuários naturais há oito anos. A Naturovita se baseia na medicina clássica chinesa, que no século 18 foi considerada a medicina mais avançada do mundo e atualmente é aplicada na maioria dos países. “Nossa intenção é produzir carne e leite 100% sem resíduos, colaborando com a qualidade do produto e interferindo, diretamente, na saúde pública”, explica o médico veterinário e gerente técnico da empresa, Jeferson Souza. Ele comenta que todas as propriedades que aderirem ao programa Naturovita vão receber assistência técnica. “A Sheila vai acompanhar, periodicamente, as propriedades na região, fazendo treinamento com os funcionários sobre como utilizar os produtos e depois vai continuar acompanhando os animais com as análises de dados”. Para participar do programa, basta ir até a Agroboi e adquirir os produtos. “Nós, da Agroboi, tínhamos essa necessidade de buscar algo novo, que agregasse um aspecto mais sadio para carne e leite da região. Notamos também que vem aumentando o consumo de produtos para o combate de bernes, carrapatos e verminoses. E que é preciso aumentar cada vez mais a dosagem, devido à resistência dessas doenças. Quem paga por isso é o próprio produtor. Então, quando nos foi apresentada essa novidade no mercado não recusamos, porque queremos dar opções aos nossos clientes. Estamos apostando muito nesses novos produtos, menos químicos e mais saudáveis”, explica Romoaldo Kramer, médico veterinário da Agroboi.


Sheila Quizini

Médica Veterinária que dará assistência técnica aos que aderirem o programa Naturovita

Jeferson Souza

Médico veterinário e gerente técnico da Naturovita

Clientes da homeopatia animal O produtor rural Roberto Pereira Neto começou a usar os produtos em seu rebanho de gado assim que a linha foi disponibilizada na Agroboi. Ele conta que, mesmo em pouco tempo, já percebeu resultados com o Complexo Vita, pois os animais aumentaram a resistência contra carrapatos e bernes. “Uso um remédio para mastite também e já vi melhora nas vacas”, afirma. Na Cabanha Thalisman, dos sócios Valdir Tambosetti e Elisson Luis Santos, os produtos Naturovita começaram a ser usados há um mês. Santos conta que está utilizando produtos preventivos, como o Complexo Vita, e os curativos. “Já dá para notar melhora nas condições do gado.

Romoaldo Kramer

Médico veterinário e proprietário da Agroboi

Em alguns animais, aplicamos o produto para o carrapato e a eficácia foi bem rápida. Em comparação ao químico, o manejo é melhor e oferece um custo-benefício, já que nós trabalhamos com leite e há menos descarte do leite, por existir menos resíduos”, afirma. A linha oferece produtos tanto para animais jovens como para mais velhos e oferece medicamentos para engorda, melhora na cria, no leite e cascos. O Complexo Vita é uma solução para o controle de moscas do chifre, carrapatos, bernes, pulgas, piolhos, sarnas e vermes gastrointestinais. O produto faz com que o próprio animal desenvolva em seu organismo defesas naturais contra os parasitas.

Revista do Produtor Rural do Paraná

35


Lançamento

Fotos: Sandra Hyczy

Mathias Leh: trabalho eternizado em livro

Filhos de Mathias Leh no lançamento do livro.

U

Autor: Jornalista Paulo Esteche

36

m livro de 608 páginas, contendo um objetivo arrojado: contar a história de um homem que dedicou sua vida e seu espírito de sacrifício aos suábios do Danúbio e para conduzir a Cooperativa Agrária e toda a comunidade ao futuro, apontando o caminho ao longo de seus 28 anos de liderança. A obra “Mathias Leh, Um olhar para o futuro“, do escritor e jornalista Paulo Esteche, foi lançada dia 31 de maio, no Centro Cultural Mathias Leh, na Colônia Vitória. O livro conta a vida de Mathias Leh, desde o início, também a fuga de sua família de sua terra natal, no ano de 1944, até a morte prematura, dia 28 de julho de 1994. Todos os dados importantes sobre o presidente da Agrária, do desenvolvimento econômico e social até a preservação da tradição suábia, o cultivo da língua alemã, parcerias internacionais, até a industrialização da produção agrícola, são reportados em detalhes – uma era de 28 anos, que começou dia 11 de junho de 1966. A comunidade de Entre Rios participou

Revista do Produtor Rural do Paraná

com cerca de 600 pessoas do lançamento do livro. O programa abrangeu um filme de 20 minutos sobre o conteúdo da obra, pronunciamentos da família, do autor e de autoridades. “O sr. Leh teve, sem dúvida, uma visão de futuro“, sublinhou o vice-presidente da Agrária, Manfred Majowski. “A atual escola teve início em seu tempo, assim como o centro cultural, o hospital, quase todas as indústrias, a unidade Guarapuava, que na época muitos consideraram como exagerada e que hoje já é quase pequena demais“, acrescentou. Convidados como o ex-ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, amigo pessoal de Mathias Leh, realizaram os primeiros pronunciamentos: “Mathias foi um símbolo do cooperativismo“. O prefeito de Guarapuava, Cezar Silvestri Filho, destacou a capacidade de Leh em estabelecer contatos: “Infelizmente, não conheci Mathias Leh, mas meu pai e meu avô o admiravam. A imagem que guardei dele é a de um embaixador de Guarapuava“. Um dos filhos, Wienfried Mathias Leh, explicou o motivo de se escrever um livro: “Ele morreu muito jovem. Por isso, quisemos eternizar esta história“. Com isso, se cumpriu também um antigo desejo de Mathias Leh: “O sonho de nosso pai era escrever a história dos suábios do Danúbio. Sabemos bem que era muito importante para ele preservar nossa tradição e nossa língua“, explicou a filha Hilde Reinhofer. “Mathias está intimamente ligado à história de Entre Rios, não só por causa de seus valorosos feitos em prol do desenvolvimento da comunidade, em momentos de crise, mas acima de tudo porque ele vivenciou no dia-a-dia a história dos suábios do Danúbio“, ressaltou Esteche, que atuou sete anos na Rádio e na Revista Entre Rios. Ao final, foram chamados ao palco parentes, amigos, conhecidos e várias autoridades para a entrega de um exemplar do livro. (Klaus Pettinger – Assessoria de Marketing / Cooperativa Agrária)


Tecnologia

Dekalb lança DKB 290: milho para região alta

C

om a presença de agricultores e empresários do setor agrícola de Guarapuava e região, a Dekalb realizou, no dia 22 de maio, lançamento regional do híbrido de milho DKB 290. Representante técnica de vendas da Dekalb, Larissa Pereira, detalhou algumas características desta nova opção: “É um material de ciclo precoce. Ele se encaixa desde a abertura do plantio, no início de setembro, até a primeira quinzena de outubro”, com densidade de 75 mil ou 76 mil plantas (por hectare), no início, e de no máximo 70 mil plantas (por hectare) entrando em outubro. Para a região de Guarapuava, segundo ela, a época de plantio recomendada é após a semeadura de todo o material de ciclo hiper precoce: “isso seria a partir do dia 15 de setembro até o início de outubro, no máximo”. Para Pitanga (centro do Paraná), onde apesar da proximidade com Guarapuava o clima é mais quente, é possível antecipar: “recomendamos final de agosto ou início de setembro”. Larissa completou que o novo material passou, antes de seu lançamento, por muitos testes. “Foram ao todo 166 ensaios, gerando respostas extremamente positivas em relação à produtividade. Quando colocamos este material lado a lado com nossos principais competidores, para o mesmo ciclo, obtivemos uma resposta média de 70% a 75% de vitória, com uma diferença significativa de incremento de produtividade”. Matheus Henrique Schneider, da Dekalb em Pitanga, ressaltou as duas versões do novo milho: “é a primeira tecnologia de proteção de raiz que temos no Brasil. Até então, só se via isso nos Estados Unidos. Mas a Dekalb está trazen-

Larissa Pereira

do a tecnologia Pro 3, que proporciona proteção de raíz contra uma larva que é chamada diabrótica. E temos na versão Pro, que tem duas proteínas para controle das principais lagartas da parte aérea”. Já para o representante técnico de vendas para Ponta Grossa, Eduardo Vilas Boas, a confiabilidade do novo híbrido é outro ponto positivo. “O que mais tenho destacado é a estabilidade que ele tem demonstrado. Nas regiões de Guarapuava e Ponta Grossa, tivemos 88 áreasfaixas, plantadas com este híbrido. Em todas, ele foi bem”. Gerente regional de vendas da Dekalb para a região central do Paraná, Rodrigo Nuremberg enfatizou outra característica que deverá interessar ao agricultor de Guarapuava: “Nosso time de melhoramento, ao longo dos últimos sete anos, pesquisou os híbridos com características específicas e bem adaptadas para a região alta do Paraná. O que entendemos como essas características: alto teto produtivo; qualidade de grão; e a adaptabilidade. É um híbrido que desenvolvemos exclusivamente para a região sul e com foco na região alta”. Presente ao lançamento, o gerente da Agropantanal em Guarapuava, Marcelo Martins Pereira, disse que o DKB 290 será uma boa alternativa no portfólio de produtos Dekalb comercializados na empresa. “Para nós é muito importante o lançamento deste novo material, que vem a contribuir para a agricultura da nossa região, como mais uma opção em produtividade e sanidade, principalmente para a região de Guarapuava”, afirmou.

Matheus Henrique Schneider

Rodrigo Nuremberg

Eduardo Vilas Boas

Marcelo Martins Pereira, da Agropantanal

Revista do Produtor Rural do Paraná

37


Visita técnica internacional/Austrália

Aprender sempre: uma lição que vale também para o leite Mesmo sendo referência em seu país, alguns dos maiores produtores de leite da Austrália viajam o mundo em busca de aprender ainda mais. Em maio, durante giro pelo Brasil e Argentina, eles visitaram propriedades rurais no Paraná – incluindo duas em Candói.

P

rodutores de leite considerados referência na Austrália realizaram, em maio, viagem técnica para conhecer o setor em países como Brasil e Argentina. No roteiro da Terra Nova Turismo, de Londrina/PR, organizado com o apoio do Dairy Australia (entidade de apoio à cadeia produtiva do leite na Austrália e que todo ano promove viagens técnicas), denominado South America Dairy Tour (Giro pelo Segmento Leiteiro da América do Sul), a parte brasileira incluiu também o Paraná – e, no Estado, regiões tradicionais na atividade, como a de Castro (Campos Gerais), mas também propriedades do entorno de Guarapuava, já que no centro-sul paranaense, com tradição de cerca de dois séculos na criação de gado de corte, começaram a despontar, em anos recentes, produtores de leite de alto padrão. Dia 7 de maio, o grupo, de 14 integrantes, incluindo um canadense e um neozelandês, esteve no final da tarde na Fazenda Capão Redondo, em Candói, onde foi recepcionado pelo pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Depois de uma apresentação que incluiu explanação sobre o Sistema Faep e o papel dos sindicatos rurais, além de números do agronegócio do Paraná, os visitantes percorreram instalações da propriedade. Na fazenda, voltada à produção de cereais e

Faz. Capão Redondo: foco na ovinocultura

38

Revista do Produtor Rural do Paraná

à pecuária de corte, com a raça Angus na bovinocultura e Texel na ovinocultura, o grupo pode conhecer piquetes de ovinos e as instalações de armazenagem de grãos. Na manhã do dia 9 de maio, o giro prosseguiu naquele município, na Fazenda Morro Branco, que tem, entre as atividades de destaque, o gado leiteiro e a criação de ovinos. Os proprietários, Eros e Soeli Lange, apresentaram os principais números da propriedade, num momento que se tornou espaço para troca de ideias entre visitantes e anfitriões. Na sequência, o grupo e os proprietários foram a campo, ver de perto os plantéis. Gerente industrial da Dairy Australia, e líder do grupo, Bernard Baxter conversou com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ. “Tradicionalmente, os produtores têm viajado para os Estados Unidos e a Europa. Não tanto para a América do Sul. É algo realmente novo. Ouvimos muita coisa sobre o Brasil e a Argentina, sobre seus potenciais”, comentou. Conforme detalhou, das cerca de 6,4 mil propriedades rurais voltadas ao leite, na Austrália, os produtores integrantes da viagem técnica situam-se no grupo dos 200 maiores. Baxter completou que o principal interesse foi o setor do leite, mas também a agroindústria e as commodities. “Muitos dos produtores ficaram impressionados com o grande volume de produ-


Um setor forte entre os australianos

Baxter, da Dairy Australia

Segundo o Dairy Australia, o país conta (2012 / 2013) com 6,38 mil propriedades rurais dedicadas à pecuária leiteira. Desde total, em torno de 80% são fazendas administradas pelos proprietários. Mas em 1983, o número era de cerca de 20 mil. A entidade explica que o total segue as tendências do preço do leite na porteira e que a queda reflete uma tendência de longo prazo observada também na agricultura, em todo o mundo. Ainda assim, dados (2012/2013) apontam para um segmento forte: com 1,65 milhão de vacas e média de 5.525 litros de leite/animal/ano, o setor é o terceiro maior da indústria rural da Austrália, exportando em torno de 40% para o Japão, China, Singapura, Indonésia e Malásia. Os empregos diretos somam 43 mil postos de trabalho.

tos agrícolas obtidos aqui. Foi uma oportunidade de vir para uma outra parte do mundo, da qual não conhecíamos muito”, relatou. Mas explicando o segmento em seu país, ele analisou que, no leite, a Austrália sente os efeitos das mudanças no cenário global: “Exportamos 45% de tudo o que produzimos. Então, estamos muito suceptíveis às tendências internacionais de mercado”. Um dos visitantes, o produtor neozelandês Ashley Paul Ker, que no noroeste da Tasmânia trabalha com um rebanho de 2,5 mil vacas de leite, ordenhadas duas vezes por dia, disse ter visto pontos de contato: “Esse sistema aqui é parecido com o que fazemos”, observou, referindo-se à pecuária leiteira na Fazenda Morro Branco. “Os outros sistemas, com as vacas em estábulos, são diferentes do que fazemos. Podemos pegar ideias, aprender coisas novas”, acrescentou. O produtor Ron Perich também participou do roteiro sulamericano da Dairy Australia. O pecuarista e empresário, que comanda a LPC, empresa fundada por sua família em 1951, em Leppinton (Nova Gales do Sul), com apenas 25 vacas, e que hoje, com sede em Bringelly, conta com um plantel de 2 mil, enfatizou que é preciso um aprendizado contínuo: “Queremos ver como as pessoas fazem (a produção de leite) aqui e aprender”.

Entre as semelhanças do setor nos dois países, Perich destacou o tipo de nutrição que viu no primeiro estábulo visitado: a utilização de uma ração composta de diversos ingredientes – alimento denominado de TMR, ou total mixed ration, termo que poderia ser traduzido como ração totalmente misturada. Para os proprietários da Fazenda Morro Branco, a presença dos visitantes foi considerada positiva. Soeli Lange disse que a troca de ideias mostrou semelhanças no manejo do rebanho. “Eles falaram que é muito parecido com o deles, que priorizamos bastante a caminhada dos animais, que a gente achava longe, e que lá os animais caminham até sete quilômetros para chegar à pastagem e voltar”, relatou. A pecuarista acrescentou que “metade (do grupo) tem freestall e metade leite a pasto”, como na propriedade do casal. Ela se mostrou feliz de ouvir que a fazenda, que em 2007 começou a implantar gestão empresarial para fortalecer uma atividade iniciada há mais de 50 anos, “está no caminho certo”. Destacando esta nova fase da pecuária leiteira na propriedade, e lembrando que os pecuaristas da Austrália são bem mais tradicionais no ramo, Eros Lange enfatizou o significado da visita: “Eles formam um grupo seleto. Então, nos sentimos honrados”.

Ashley e Cherrylyn Ker

Ron e Lynette Perich

Faz. Morro Branco: debate sobre produção de leite

Revista do Produtor Rural do Paraná

39


Legislação

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)

Efeitos patrimoniais

decorrentes da dissolução da união estável

A

tualmente, situação bastante comum vivenciada entre casais é da convivência em união estável, sem as formalidades de um casamento civil. Ocorre que, não raro, surgem dúvidas e discussões quando esta união chega ao fim. Em virtude do término do vínculo entre os companheiros, extinguindo-se o contrato escrito ou, na falta deste, a dissolução da união de fato, cumpre às partes realizarem a partilha dos bens existentes. Esta partilha ou divisão de bens denominase meação e nada mais é do que a parte correspondente a cada um dos conviventes sobre o patrimônio adquirido ao longo da vigência da união, baseado no regime de bens adotado pelo casal. O art. 1.725 do Código Civil Brasileiro foi taxativo ao disciplinar que o regime de bens a ser adotado na união estável seria o da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito entre os companheiros que regule de forma diversa. A comunhão parcial é o regime no qual cada um dos cônjuges mantém como próprios os seus bens anteriores ao casamento,

40

comunicando-se os adquiridos onerosamente na vigência da sociedade conjugal. Neste regime, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções previstas no artigo 1659 do CC. Graças à adoção desse regime de bens, volta-se a equiparar união estável com casamento civil, pois se aplica uma regra própria destinada ao casamento. Embora seja suficientemente claro o texto legal para definir quais bens entram ou não na partilha de bens, além de como deverá ser feita sua administração, não deixando margem a dúvidas, cabe aqui fazer algumas pequenas considerações individuais sobre eles. Em primeiro lugar, deve-se falar sobre os bens adquiridos anteriormente ao relacionamento de fato, ou seja, antes da constituição da união estável propriamente dita, que não poderão ser inseridos em meação futura. No tocante aos bens móveis, presume-se que foram obtidos ao tempo da união estável, a não ser que haja prova do contrário, e por isso deverão ser partilhados entre ambos os companheiros. No que diz respeito à administração dos bens comuns, qualquer um dos conviventes poderá exercê-la, desde que ambos consintam, pois há implicação na cessão


de uso ou gozo dos bens comuns. Entretanto, se for o caso de bens particulares, cabe ao seu proprietário administrá-lo, salvo na hipótese de haver contrato escrito que disponha o contrário. Quanto às dívidas, estas só poderão ser partilhadas caso tenham sido contraídas em detrimento da união estável; caso seja dívida particular, cada um responderá pela sua parte, ou seja, as obrigações contraídas na administração dos bens comuns serão pagas com o patrimônio comum, com o patrimônio particular do convivente que a contraiu e com equivalente ao proveito do patrimônio do outro convivente, enquanto que as dívidas contraídas pelo convivente em proveito apenas de seus bens particulares, só obrigará a este, não podendo atingir os bens comuns. Entretanto, uma questão que gerou discussão por muito tempo foi referente à necessidade ou não da contribuição de ambos os companheiros na constituição do patrimônio do casal para, somente assim, se falar em meação igualitária, pois, conforme texto da Súmula 380 do STF, na união estável “é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.” Para solucionar essa questão nossos Tribunais já se manifestaram no sentido de que, independentemente da contribuição individual dos conviventes, ambos terão direitos iguais no momento da partilha. Veja a seguinte ementa: UNIÃO ESTÁVEL – DISSOLUÇÃO – PARTILHA – BENS MÓVEIS – PROVA. Comprovada a união estável, os bens adquiridos na constância da vida em comum devem ser partilhados de forma igualitária, pouco importando qual tenha sido a colaboração prestada individualmente pelos conviventes. Recurso provido. (TJRS - Apelação Cível 70.018.869.891- Relatora: Desembargadora Maria Berenice Dias). Na hipótese de pessoa separada de fato, mas que vive em união estável com uma terceira pessoa, tem-se uma pequena complicação legal, pois o regime de bens do casamento se extingue apenas com o trânsito em julgado da sentença

que conceder a separação, conforme disposição do art. 8º da Lei nº 6.615 de 1977. Para dirimir esse ponto controvertido, explica em sua lição Euclides Benedito de Oliveira: Embora não conste estipulação de igual teor no Código Civil pois o art.1.576 apenas refere que a separação judicial põe termo ao regime de bens,não se pode colher dessa omissão legislativa uma proposital alteração de critério quanto à retroação dos efeitos à data da separação de corpos do casal. Tanto assim que expressamente admitida, no seu art. 1.723, § 1.º, a constituição de união estável no caso de a pessoa se achar separada de fato, daí se iniciando, por força do art. 1.725, o regime da comunhão parcial de bens entre os companheiros, salvo estipulação escrita em contrário. Ora, se configurada união estável de pessoa casada e separada de fato, com os efeitos que lhe são próprios, por certo resultará extinta a comunicação dos bens entre os cônjuges assim separados, ou haveria indébita concorrência com os direitos dos novos companheiros. Caminhando junto com a doutrina, a jurisprudência pátria tem entendido que para reconhecimento do regime da comunhão parcial de bens é necessária a efetiva convivência entre os cônjuges ou companheiros (dada a adoção do mesmo regime patrimonial em ambas as modalidades de entidade familiar). Com isso, a partir da separação de fato, cada qual terá direito de trabalhar na aquisição individual de seu patrimônio, sem correr o risco desses bens virem a ser inseridos em meação futura. Conclui-se que houve uma evolução muito importante concernente à partilha de bens nesta modalidade de entidade familiar. Tal evolução proporciona, de forma inequívoca, a proteção dos companheiros ou conviventes, nos casos de dissolução da união estável, equiparando-os aos civilmente casados pelo regime de comunhão parcial de bens, no caso de não haver prévia estipulação em contrato escrito sobre outra forma de partilha.

Revista do Produtor Rural do Paraná

41


Implementos

Em Guarapuava, um produtor que decidiu apostar no feno promoveu em sua propriedade demonstração de equipamentos

Fenação:

um auxílio na alimentação do gado

C

omo a fenação pode contribuir para a nutrição animal na pecuária? E como fazer a fenação? Quais culturas e equipamentos são utilizados para esta atividade? Foi com o objetivo de abordar, trocar ideias e aprender mais sobre este tema que alguns produtores rurais se reuniram, dia 7 de maio, na Fazenda Cristal, na região do distrito de Guairacá, em Guarapuava. Incentivado pelo proprietário, João Arthur Barboza Lima (também membro da diretoria da Cooperaliança e do Sindicato Rural de Guarapuava), e pelo agrônomo Celso Roloff, prestador de serviço à cooperativa (que atua no setor de carnes de bovinos e ovinos), o encontro se dividiu em quatro etapas: troca informal de

42

Revista do Produtor Rural do Paraná

experiências entre os produtores, com a participação de representante de uma empresa focada em implementos para fenação dimensionados para pequenas e médias propriedades; demonstração a campo de dispositivos que aparam a pastagem para produzir o material a ser enfardado; funcionamento de enfardadeira de pequeno porte, que compacta pré-secado no formato de rolos de cerca de 50 quilos e feno de 28 quilos; e, no final da tarde, um giro por talhões com vários tipos de pastagem (áreas de adaptação para animais), para um debate sobre as características de cada uma. Durante as atividades da tarde, o produtor Hermes Naiverth, que se dedica à terminação


Luiz Fernando da Rocha Loures: em busca de inovações

Giro por áreas de adaptação de animais: debate sobre vários tipos de pastagem de animais Angus em propriedade na região de Cândido de Abreu, contou em entrevista que há cerca de dois anos vem utilizando fenação. Em seu caso, palha de aveia e de cevada. O material entra no momento em que termina a pastagem de verão e a de inverno ainda não está formada. “Uso o feno para suprir um pouco essa necessidade”, comentou. Mas ele destacou que mesmo assim é necessária uma suplementação, “com mineral ou com ração”. Naiverth admitiu que a opção “aumenta um pouco o custo”, ponderando por outro lado que a ideia é a de que os animais não sofram com o clima seco do inverno, o que levaria a uma perda de peso. Ele esclareceu que – se fosse possível – o uso de uma pastagem boa, na época de transição climática, seria mais em conta. “A opção que tenho é o feno. Silagem talvez seja até um pouco mais caro”, completou. No encontro, o produtor informou que seu objetivo foi conhecer mais sobre maquinário e saber como se utilizará o feno na Fazenda Cristal. Cooperado da Cooperaliança, como Naiverth, Luiz Fernando da Rocha Loures classificou o encontro como “maravilhoso”. Recentemente associado à cooperativa, ele, que já trabalhou com nelore, charolês e vem focando na raça angus, relatou que busca acompanhar palestras

e dias de campo. “Vejo que a cada dia tem mais novidade, mais inovação”, disse. Lembrando que ainda conhece pouco sobre a fenação, o produtor ressaltou que esta alternativa “vem complementar o uso da ração, desse conjunto de técnicas que já existe”. Ao final do dia, o proprietário da fazenda reafirmou que decidiu apostar pela primeira vez na fenação com a certeza do resultado. Para João Arthur, que cria angus, canchim e nelore, uma das vantagens seria a redução de custo. “Não temos como controlar nosso preço de venda. A única coisa que podemos controlar é o custo de produção. Acho que a fenação é o caminho”, sublinhou em entrevista. Em termos de equipamentos, revelou que sua opção foi por aqueles de pequeno porte – reconhecendo que haverá algum grau de ociosidade, o pecuarista recordou, entretanto, que não pretende prestar serviços e que o maquinário será suficiente. Quanto ao material, utilizará pastagem do tipo tifton, devido ao teor de proteína, além de avezém e aveia. “Estamos iniciando o processo. Vamos ver o que na verdade dá mais resultado”, declarou. Já a realização do encontro sobre fenação, a seu ver, alcançou os objetivos. “Todos os participantes estão interessados e investindo em fenação”, concluiu.

João Arthur Barbosa Lima: aposta na fenação

Hermes Naiverth: feno com palha de culturas de inverno

Demonstração de corte de excesso de pastagem com equipamentos a campo

Revista do Produtor Rural do Paraná

43


Segundo agrônomo, feno pode ajudar durante a transição de estações O agrônomo Celso Roloff comentou o encontro sobre fenação e detalhou em entrevista a utilização desta alternativa na alimentação do gado. Ressaltando que o material tem menos nutrientes, ele destacou que a opção é uma ajuda importante quando terminam as pastagem de verão e as de inverno ainda não permitem o pastoreio.

RPR – Como o senhor viu este encontro sobre fenação? Roloff – Um tópico a mais, que estamos trazendo para os produtores de carne de alta linhagem – produção de animais de corte com boa capacidade de desenvolvimento –, seria melhorar a alimentação. Porque é por meio da alimentação boa e de baixo custo que a pecuária de corte vai ter sucesso. RPR – A fenação, como nutrição, é boa?

44

RPR – Fenação pode ser utilizada para o gado de leite, para o de corte, ou para os dois tipos de produção? Roloff – É para os dois. O gado de leite usa muito mais, porque hoje ele anda menos. Então, ele tem necessidade de ter um volumoso melhor. A pecuária de leite foi a que primeiro aperfeiçoou o uso e utiliza constantemente. Na de corte, essa suplementação é só no início do inverno, quando a pastagem de inverno não permite o pastoreio. É um ponto de socorro, um tanque de reserva de alimentos. Toda propriedade que usa o feno tem condições de não passar por dificuldade em alimentar seus animais. Ela vai ter estoque de um material, não de excelente qualidade nutritiva, mas de boa capacidade de sustentação dos animais.

Roloff – A fenação é importante na parte de ruminação do animal e de bem-estar animal. Dentro da folha de grama, de feno seco, tem menos nutrientes. Mas dentro do animal, tem um fator muito importante, em virtude de que ele fica retido, parado no confinamento. Ele precisa ter um volumoso para fazer melhor a digestão. Então, aí ela (a fenação) entra com bastante sucesso. Também nas áreas que chamamos de adaptação, a fenação entra como complemento, para ir adaptando o animal para que ele chegue ao confinamento com o rúmen e a parte digestiva totalmente adaptados ao novo sistema de alimentação.

Roloff – Se você analisar os países de clima frio, que têm de cinco a seis meses de neve e gelo, em todos eles, que têm pecuária tanto de leite quanto de corte, a fenação é uma obrigação constante. Lá, é uma atividade normal. Não existe novidade neste assunto.

RPR – Na região de Guarapuava, a fenação poderia ser feita a partir de que materiais?

RPR – O equipamento para fazer fenação, aqui, tem um custo acessível?

Roloff – Aqui na nossa região, a gente pensa usar para a fenação mais o excesso de pasto de inverno. Então, sobra de aveia, azevém, palhada de colheita de trigo, de cevada, são muito boas para a fenação. Mas no verão, nesta propriedade específica, está sobrando pasto chamado tifton, que é de excelente qualidade. Vamos fazer fenação da sobra de tifton, para armazenar, para a época de pouca oferta de pastagem. A vantagem da fenação é esta: na época de intervalo entre verão e inverno, quando há pouca oferta de pastagem, ter feno. Porque ele complementa a necessidade do animal nas fases de carência de pastos de verão e de inverno.

Roloff – O equipamento mais voltado a empresários rurais custa caro. Mas o que nós vimos hoje, para pequeno produtor, pode ser pago em curto prazo de tempo. Ele (o produtor) sempre vai usar o excesso de pasto. Ou de inverno, ou de verão. Então, ele está melhor utilizando o que ele já tem e, com isso, esse equipamento de fenação paga-se com mais facilidade. Mas tem que ver o dimensionamento. Não se pode, numa pequena propriedade, comprar um equipamento de tamanho muito avantajado. Ou o contrário: numa fazenda grande, comprar equipamento subdimensionado.

Revista do Produtor Rural do Paraná

RPR – No exterior, a utilização da fenação é maior, igual ou menor do que no Brasil?


Feno

Faça como o Sr. João Arthur!

O

produtor rural de Guarapuava-PR, João Arthur Barboza Lima adquiriu quatro máquinas da Finardi, visando aumentar a produção, qualidade de feno e pré-secado (silagem de pastagem) e ainda diminuir custos de produção de silagem de milho, tendo como a opção o pré-secado no inverno e em todo o decorrer do ano, mesmo em períodos de chuva, também a produção própria de feno para trato no verão. A Finardi possui 40 anos de industrialização e comercialização de implementos agrícolas, além de trabalho em território nacional. Exporta para América Latina para pequenos e médios produtores. “Usamos tecnologia de origem européia, idealizada de máquinas maiores, mas projetadas para produtores de pequeno e médio porte”, explica o diretor da empresa, Jeferson Finardi.

Ancinho enleirador e espalhador FH300

Segadeira para corte de pastagens com 2 barras de corte M180H

Enfardadeira de fardos cilindros FE-6070 para feno e pré-secado

Empacotadeira de fardos de pré-secado FP25

Revista do Produtor Rural do Paraná

45


Aconteceu

Convenção Coletiva termina sem acordo O Sindicato Rural de Guarapuava e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais assinaram, no dia 6 de maio, ata negativa da Convenção Coletiva de Trabalho. O ato oficializou o final das negociações salariais entre empregadores e empregados do meio rural, que terminaram sem acordo na esfera de atuação das duas entidades. Com isso, o Sindicato Rural de Guarapuava seguirá o Piso Estadual do Paraná, que é de R$ 948,20. Segundo explicou um dos representantes do Sindicato Rural de Guarapuava, Murilo Lustosa (departamento de associados), com a ata negativa, passa a valer, para todas as demais questões trabalhistas, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Participaram da assinatura do documento, o presidente do sindicato patronal, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e o presidente do sindicato dos empregados, José Altamir de Souza, na sede do Sindicato Rural. Altamir de Souza avaliou que o diálogo entre as duas entidades sempre foi muito bom, relembrando que várias foram as convenções assinadas. Apesar da ausência de um acordo nos últimos dois anos, ele disse achar que o documento assinado hoje fica bom para os dois lados.

46

Revista do Produtor Rural do Paraná

Circuito Cultural SESI

O Sindicato Rural de Guarapuava sediou na noite de 28 de maio mais uma etapa do Circuito Cultural SESI, com a apresentação do grupo paranaense Rosa Armorial. Ao longo do espetáculo, o público, em sua maioria jovens e apreciadores de cultura brasileira, pode conferir um som que tem como base antigas músicas de raíz, do Paraná e de outros Estados. Ao final da apresentação, várias pessoas subiram ao palco para dançar, compartilhando a alegria do grupo. Uma das integrantes do Rosa Armorial, a violinista Carla Zago, contou que o grupo foi fundado em 2010. Mas os integrantes, que têm na música uma opção profissional, já tocavam juntos desde 2002, quando também pesquisavam o estilo musical que hoje dá a personalidade do conjunto. Carla explicou que o repertório apresentado foi uma seleção de músicas do CD Rosa Armorial, gravado em 2010, e do DVD, gravado em 2013 e que ficará pronto neste ano. “Tem músicas do início do movimento armorial, que são de Antônio Madureira”, detalhou, mencionando um nome de destaque daquela vertente. Outras composições são dos próprios integrantes, como Folia, de Dú Gomide (violão); e Forrozinho, da flautista Marcela Zanette. Ainda durante a apresentação, a violinista convidou as pessoas a conhecerem mais sobre o movimento armorial. Conforme explicou, essa vertente cultural visa resgatar as músicas de raíz, paranaenses e de outras regiões, como o Nordeste, elaborá-las com arranjos e mostrar que, como peças, apresentam uma qualidade estética ao nível da chamada cultura erudita. “O movimento nasceu com o intuito de captar a essência da música brasileira de raíz, mostrar que ela pode ser a música mais nobre, elevá-la ao patamar de obra de arte”, resumiu.


A maior e melhor seleção de IPRO do mercado. CIDADE

FAPA

NS5445 IPRO

ALTITUDE

1ª ÉPOCA 18/10/2013 (sc/ha)

2ª ÉPOCA 19/11/2013 (sc/ha)

3ª ÉPOCA 10/12/2013 (sc/ha)

MÉDIA

Pinhão - PR

830

100,4

94,4

84,2

93,0

Guarapuava - PR

950

92,9

85,2

87,1

88,4

Guarapuava - PR

1100

77,3

75,3

76,9

76,5

Pinhão - PR

830

106,4

99,4

80,7

95,6

Guarapuava - PR

950

102,5

95,7

87,1

95,1

Guarapuava - PR

1100

81,1

81,6

79,8

80,8

sc/ha

FUNDAÇÃO AGRÁRIA PESQUISA AGROPECUÁRIA Ensaio Safra 2013/2014

NS5959 IPRO

,4 81

NS5000 IPRO

83,9

NS5959 IPRO

sc/ha

sc/ha

Jefferson Cavali da Luz

Prudentópolis - PR

1,0 ha

PRODUTOR

CIDADE

ÁREA (ha)

Roberto Luiz Chasko Ricardo José Schapuiz

Irati - PR

1,0

Texeira Soares - PR

1,0

sc/ha

69,7 67,8

85,6

NS5445 IPRO

sc/ha

Rodrigo Schneider

Boa Ventura de S. Roque - PR 6,8 ha

PRODUTOR

CIDADE

ÁREA (ha)

Ricardo José Schapuiz Wilian Paulo Kasprzak Roberto Luiz Chasko Grupo Karly Vinícius Pietro Rizzi Rodrigo Inácio Romitti Aldo Strapasson Jefferson Cavali da Luz Vinícius Virmond Abreu Pedro Paulo Adamante José Henrique Cordeiro Lustosa Guinter S. Duch Luis Grigoletto Maico Mendes Araújo (Coacan)

Texeira Soares - PR

1,0

Irati - PR

0,5

Irati - PR

1,0

Condói - PR

Ensaio

Pitanga - PR

8,0

Turvo - PR

0,5

Boa Ventura de São Roque - PR

0,5

Prudentópolis - PR

1,0

Guarapuava - PR

10,0

Rebouças - PR

1,0

Guarapuava - PR

30,0

Guarapuava - PR

1,0

Campina do Simão - PR

1,0

Candói - PR

1,0

sc/ha

74,4 74,3 73,8 73,1 72,7 70,7 69,2 69,0 67,0 66,1 66,0 64,8 63,8 63,7

Vitório Bytczkovski

Fernandes Pinheiro - PR

5,0 ha

PRODUTOR

CIDADE

ÁREA (ha)

Pedro Paulo Adamante Roberto Luiz Chasko Rodrigo Inacio Romitti Luis Grigoletto Wilian Paulo Kasprzak José Henrique Cordeiro Lustosa Hermann Weigand Guinter S. Duch Veríssimo S. Dallabrida Aldo Strapasson Gibran T. Araujo

Rebouças - PR

9,0

Irati - PR

1,0

Turvo - PR

0,5

Campina do Simão - PR

1,0

Irati - PR

0,5

Guarapuava - PR

30,0

Palmital - PR

3,0

Guarapuava - PR

1,0

Prudentópolis - PR

1,0

Boa Ventura de São Roque - PR

0,4

Candói - PR

100,0

NS 6909 IPRO

sc/ha

74,4 73,6 71,5 70,2 69,4 69,0 68,3 68,1 66,4 64,9 61,5

,6 108 sc/ha

FAPA

Guarapuava - PR

Ensaio/Altitude 950m

sc/ha

PRODUTOR

CIDADE

ÁREA (ha)

FAPA - Plantio 18/11/2013 FAPA - Plantio 18/11/2013 Guinter S. Duch Roberto Luiz Chasko Wilian Paulo Kasprzak Grupo Karly Veríssimo S. Dallabrida

Guarapuava - PR

Ensaio/Altitude 830m

Guarapuava - PR

Ensaio/Altitude 1100m

Guarapuava - PR

1,0

Irati - PR

1,0

Irati - PR

0,5

Condói - PR

Ensaio

Prudentópolis - PR

1,0

97,6 87,8 76,4 75,4 75,2 72,4 70,9

78,3

NS 7000 IPRO

sc/ha

Sempre ao seu lado. Sempre à frente. Juntos produzimos mais. niderasementes.com.br

Paulo César Anzolin

Imbituva - PR

5,0 ha

PRODUTOR

CIDADE

ÁREA (ha)

Rodrigo Inácio Romitti Guinter S. Duch Wilian Paulo Kasprzak

Turvo - PR

0,5

Guarapuava - PR

1,0

Irati - PR

0,5

sc/ha

78,1 72,4 69,3

Intacta RR2 PRO™ é marca registrada utilizada sob licença de uso da Monsanto Company.

Revista do Produtor Rural do Paraná

47


Habitação

Dia 29 de abril, prefeitura apresentou quatro de 16 casas cujas chaves foram entregues

Novas moradias para famílias rurais

A Prefeito César Filho: iniciativa está em sintonia com programa Vida Rural

Secretário de Agricultura, Itacir Vezzaro: novas casas estão em construção

Paulo Dirceu, da Cohapar: compra de material em conjunto ajuda a baratear custos

48

Prefeitura Municipal de Guarapuava entregou, dia 29 de abril, chaves de 16 habitações rurais a famílias dos distritos de Guairacá, Entre Rios e Palmeirinha. A entrega reuniu autoridades e moradores na localidade de Paiquerê, onde quatro das novas casas foram apresentadas. De acordo com a prefeitura, as moradias integram uma parceria entre Caixa Econômica Federal, Cohapar, Emater e Secretaria Municipal de Agricultura. O custo por unidade foi de R$ 28,5 mil, com os beneficiados pagando R$ 1.140,00, em quatro parcelas anuais de R$ 285,00. Ainda conforme o Paço Municipal, o segundo lote, com recursos do Banco do Brasil, já está em andamento, com 18 unidades em construção no Guairacá. Para esses dois primeiros lotes, os beneficiados foram selecionados em 2012. Ainda no final de abril, a prefeitura informou que a Secretaria de Agricultura estava em fase de finalização de contrato para o terceiro lote, com outras 30 moradias, em quatro distritos. Um quarto lote, de 31 casas, está destinado a moradores do assentamento Nova Geração. Na entrega das chaves, o prefeito Cesar Filho ressaltou que o Programa Vida Rural tem foco em estradas, renda e qualidade de vida. “Testemunhar a transformação de vida das pessoas, a partir de projetos como este, é o que motiva a continuar”, afirmou.

Revista do Produtor Rural do Paraná

O secretário de Agricultura do município, Itacir Vezzaro, ressaltou as condições para participar daquela iniciativa. “O agricultor, primeiro, tem que se dirigir à Emater ou à Secretaria Municipal de Agricultura, demonstrando interesse em participar do programa”, explicou, acrescentando que é necessária uma renda anual de no máximo R$ 15 mil, comprovada pela DAP, além da matrícula do imóvel rural. Mas segundo observou, também podem se candidatar filhos de agricultores, com uma declaração dos pais, ou arrendatários, sendo que em todos os casos são necessários ainda documentos pessoais, como identidade e CPF, entre outros. O gerente regional da Cohapar em Guarapuava, Paulo Dirceu Rosa de Souza, detalhou o papel da empresa: “A Cohapar ajuda na seleção final das famílias (beneficiadas), na coleta de documentos. Feita toda esta parte burocrática, damos entrada no agente financeiro, que pode ser a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil, entre outros”. Paulo Dirceu completou que a empresa reúne os mutuários e faz a coleta de materiais, para conseguir preços mais baixos. “O produtor poderia comprar aos materiais sozinhos, independente do grupo. Mas entendemos que se comprar em grupo consegue baratear o custo”, argumentou. Ainda segundo ele, a Cohapar também contrata a mão-de-obra e fiscaliza a construção.


Deixe as doenças e as preocupações do lado de fora: proteja sua lavoura com Fox. Com mais de 70 milhões de hectares, Fox não dá chance para as principais doenças entrarem na lavoura, como a mancha, a ferrugem e a giberela. É por essas e outras que somos o fungicida que mais cresce em uso no Brasil: é a proteção que barra as doenças e libera seu potencial produtivo.

Fox - De primeira, sem dúvida.

www.bayercropscience.com.br 0800 011 5560

Revista do Produtor Rural do Paraná

49


Suinocultura

Diarreia Epidêmica Suína e a importância da biosseguridade na prevenção da entrada de novas doenças Coordenador: Prof. Dr. Paulo Roberto Ost Acadêmicos: Carlos Rodolfo Pierozan / Amanda Goldoni / Joselaine Bortolanza Padilha / Dalvane Di Domenico / Jéssica Kohler Visentin Núcleo de Estudos em Aves e Suínos - NEAS/Departamento de Medicina Veterinária/Setor de Ciências Agrárias e Ambientais - SEAA/Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO

O

acometimento de um plantel de suínos por uma doença de grande importância econômica acarreta em problemas aos produtores e empresários devido ao fato de causar redução da rentabilidade, em consequência do aumento da mortalidade de animais, diminuição da eficiência reprodutiva, retardo do crescimento e custos com intervenção veterinária e medicamentos. Outro problema é a restrição ao mercado internacional, ocasionando redução na exportação de carne suína. Em virtude disso, prevenir a entrada de doenças inexistentes no país e que causam forte impacto econômico é fundamental. Para tanto, medidas de biosseguridade se tornam necessárias.

Diarreia Epidêmica Suína

Instalações de suínos na Estação Quarentenária de Cananéia

50

A Diarreia Epidêmica Suína (PED, em inglês) é uma doença vírica, exclusiva dos suínos, não sendo, portanto, transmitida ao homem nem a outros animais. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) (2014), o vírus é fatal apenas para suínos jovens, não representando ameaça à segurança dos alimentos nem à saúde humana. Caso ocorra a introdução do vírus em um rebanho susceptível, o resultado é o aparecimento de surtos agudos em que os animais apresentam diarreia grave e vômito, acarretando em desidratação, alta taxa de morbidade (que pode chegar a 100%) e mortalidade variável (maior em leitões recém-nascidos). Em um período de 25 dias, 100% dos animais infectados podem morrer, porém, ao decorrer das semanas, a taxa de mortalidade cai. Não há tratamento específico para a PED, nem vacina aprovada contra o vírus nos Estados Unidos (EUA) e Europa. Nos EUA o primeiro caso foi confirmado em maio de 2013 e atualmente cerca de 29 estados (do total de 50) já identificaram a doença no país. As principais hipóteses sobre a entrada do vírus apontam para a contaminação de ingredientes da ração, importados da China. Atualmente, já existem registros da forma grave da doença em

Revista do Produtor Rural do Paraná

vários outros países como: Canadá, México, Peru, Colômbia, Japão República Tcheca, Hungria, Itália, Alemanha, Espanha, Coréia, Filipinas, China e Tailândia. Não existem casos de PED no Brasil. A doença é propagada através das fezes de animais doentes, as quais contém grande quantidade de partículas virais e podem vir a contaminar os alimentos, água e objetos. Estes, entrando em contato com a boca de outro suíno, provocam a infecção. O Brasil importa material genético, animais vivos e plasma de sangue suíno, o qual é usado como insumo na ração destinada aos animais. A suspeita é que esse componente possa ser a origem da contaminação nos EUA. Segundo a pesquisadora da Embrapa, Janice Zanella (2014), a PED é a doença entérica de maior importância econômica já registrada e os principais cuidados que o Brasil deve ter para evita-la é reforçar a desinfecção em caminhões e roupas, em especial, e evitar a entrada de visitantes nas granjas. A pesquisadora ainda comenta que o desafio quanto a PED é grande, mas que também é uma oportunidade para o país investir em sanidade animal, educação sanitária e gerar vantagem econômica no que diz respeito a suprir os mercados que deixarão de comprar dos países afetados pela doença. O USDA (2014) estima que os EUA sofram uma redução de até 14% na oferta de carne suína em 2014 por causa da PED. A Embrapa Suínos e Aves, juntamente com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), formaram um plano de contingência e sugestões de medidas de biossegurança para a produção brasileira de carne suína como prevenção contra a PED.

Biosseguridade nas granjas suinícolas

A biosseguridade é parte fundamental das boas práticas de produção (BPP) de suínos. Ela pode ser definida como o conjunto de procedimentos efetuados para minimizar a entrada de patógenos numa granja (biosseguridade externa), bem como para controlar a difusão de doenças presentes no rebanho, reduzindo ao mínimo


possível o seu impacto (biosseguridade interna). A busca por novos mercados para a suinocultura levou ao aumento das exigências de BPP e de alta sanidade dos rebanhos. Desta forma, a suinocultura brasileira está investindo e melhorando a estrutura de instalações, o isolamento das granjas e normatizando os fluxos de pessoas e veículos que ingressam e circulam nas propriedades, com o intuito de melhorar a proteção dos rebanhos. Os programas de biosseguridade em granjas de suínos devem atender um roteiro básico que consiste em: definir objetivos do programa na propriedade, os quais considerem o tipo de granja (núcleo, multiplicadora, UPL, engorda, ou outro) para determinar o nível de biosseguridade que a mesma deve deter; elaborar o manual de biosseguridade para atender os objetivos estabelecidos, considerando os procedimentos da granja e descrevendo as tarefas com detalhes, mas de forma objetiva; implantar um programa de treinamento e qualificação dos funcionários nas tarefas específicas, em que as pessoas devem ser treinadas e qualificadas, segundo suas aptidões e conhecimentos, para realizar as tarefas seguindo as descrições do manual; avaliar os resultados através de auditorias; ajustar o programa para corrigir falhas, em que o relatório gerado pela auditoria indicará os pontos a serem melhorados e que apresentarem não conformidade. Com o crescimento da importância da sanidade dos rebanhos para melhorar a produtividade, segurança na cadeia alimentar e comercialização de produtos suínos, a biosseguridade é uma ferramenta imprescindível nas modernas granjas de suínos. Impulsionados pelas exigências dos consumidores, aspectos ligados ao controle de resíduos e à rastreabilidade são também incluídos na abrangência da biosseguridade. A auditoria é usada para avaliar os programas em granjas e centrais de IA, e validar a idoneidade dos mesmos. As equipes de auditores, internos ou externos, elaboram conclusões e recomendações e os auditorados devem utilizá-las para corrigir ou melhorar a qualidade do programa estabelecido.

Estação Quarentenária de Cananéia

A Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) foi inaugurada no dia 9 de abril desse ano, na Ilha de Cananéia, localizada no interior do estado de São Paulo. A estação passa a ser o único ponto de entrada de animais vivos importados pelas empresas de genética suína no país, a fim de dificultar ainda mais a chegada de doenças exóticas, tais como a PED, Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína (PRRS) e Gastroenterite Transmissível (TGE). Os animais que chegam à EQC são isolados e submetidos a testes, a fim de se obter controle sanitário de alto rigor, evitando a introdução de doenças e contribuindo para a biosseguridade

do plantel suinícola brasileiro, de modo a evitar prejuízos econômicos e sociais para a cadeia produtiva. No Brasil, a EQC é o único estabelecimento regulamentado pelo MAPA para receber os animais importados. A estação ocupa uma área isolada de 1,5 mil hectares no sul da Ilha de Cananéia, dos quais 12 hectares são ocupados com as instalações e os demais com vegetação preservada, os quais servem como uma barreira natural. No local existem quatro áreas de segurança, onde se distribuem auditórios, salas de reuniões, quartos para pesquisadores e tratadores, prédio administrativo, cantina-restaurante, laboratórios, áreas de tráfego para pessoas e veículos autorizados, locais de banho para desinfecção, depósito de ração, vestiário, farmácia, sala de autoclave, rodolúvio e os galpões de alojamento dos animais. Apenas na área de suínos da EQC foram investidos R$ 2 milhões para uma capacidade de até 500 animais simultaneamente, sendo que esse investimento foi possível mediante uma parceria entre MAPA, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e a Associação Brasileira das Empresas de Genética Suína (ABEGS). A EQC se dedica às atividades de quarentena de suínos e de outras espécies, podendo ser utilizada tanto para fins de importação quanto de exportação. As técnicas e procedimentos utilizados durante as quarentenas estão sob constante desenvolvimento e melhoria, de acordo com o avanço do conhecimento técnico e científico da área e com as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Considerações finais

A entrada de novas doenças no país pode ser considerada uma questão de tempo. Isso diz respeito tanto à PED quanto a outras enfermidades de que o Brasil é livre. É necessário agir a partir de agora, aumentado o conhecimento referente aos protocolos de controle e erradicação e também os mecanismos de proteção dos rebanhos nacionais. A biosseguridade é importante no que diz respeito a dificultar a entrada dessas novas doenças e aumentar o tempo para preparação dos produtores e empresas do setor, caso uma nova enfermidade atinja os plantéis nacionais.

Arco de desinfecção

Revista do Produtor Rural do Paraná

51


Peças e Serviços

2º Paraná Show

da John Deere reúne clientes

Os clientes da John Deere puderam aproveitar ofertas e condições especiais em peças, máquinas e serviços

52

A

concessionária autorizada da John Deere em Guarapuava realizou no dia 17 de maio a 2ª Feira de Peças e Serviços Paraná Show. Os clientes puderam aproveita ofertas e condições especiais em toda a linha de peças, máquinas e serviços. “O primeiro evento realizado no ano passado teve uma aceitação tão grande pelos nossos clientes que resolvemos realizar o segundo. Durante a safra, fazemos um trabalho mais curativo e, agora, um trabalho preventivo, porque é o momento do produtor, que está com as máquinas paradas, realizar o concerto e reparo delas. Por isso, oferecemos condições especiais nessa época”, explicou o gerente geral de negócios, Paulo Kowalski. Os produtores puderam aproveitar descontos de 20% nos serviços, 25% nas peças e de 3% a 5% em máquinas novas. “Quem não pode aproveitar as condições ofertadas no evento Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), agora pode aproveitar as mesmas condições em Guarapuava. Todas as linhas de créditos também estiveram presentes no evento”, detalhou o gerente de vendas, Carlos Francischette. Além das ofertas, foram oferecidas duas palestras para o público presente, uma de lubrificantes e outra de recapagem de pneus.

Revista do Produtor Rural do Paraná

Lubrificantes O tema lubrificantes foi apresentado pelo representante técnico de lubrificantes da John Deere, Anderson Ferreira. Ele falou sobre os benefícios da garantia e da significativa importância de redução de custos com as máquinas, quando se faz manutenção programada. Também foi destacada a qualidade que os lubrificantes originais da John Deere possuem em relação aos concorren-

Anderson Ferreira, que proferiu palestra sobre lubrificantes


tes. “Os lubrificantes John Deere suportam altas temperaturas, duram mais tempo e também têm rendimento superior, proporcionando menor consumo de reposição. Prolongam a vida útil do motor e de seus componentes, ampliam a disponibilidade do equipamento para sua atividade principal e proporcionam condições para redução dos custos operacionais, entre outras vantagens”, ressaltou.

Recapagens de pneus agrícolas A explanação sobre pneus foi feita pela equipe da Ivo Agrícola. A palestra foi ministrada pelo vendedor Geanderson Mroczko, o técnico Raul Fogaça, o gerente comercial Marcos Alécio e pelo diretor Marcos Paulo. Eles destacaram o sistema de reforma de pneus, concerto, sistema de reforço e apresentaram conhecimentos básicos de pneu agrícola, VTR e florestal. “Pneu é o segundo maior custo para o agricultor. O pneu hoje vai desde a parte de operação, de trabalho a campo, tempo de operação, manutenção de trator. Tudo influencia diretamente no custo operacional. Por isso, é um tema muito importante e há muito que se conhecer e repassar para o produtor”, ressaltou o diretor. O evento se estendeu durante o dia com café da manhã, almoço, sorteio de brindes e apresentação musical que animou o evento.

Equipe Concessionária Paraná Sistemas Mecanizados Guarapuava - John Deere

Equipe Ivo Agrícola, que ministrou a palestra sobre pneus: Geanderson Mroczko, Raul Fogaça, Marcos Alécio e Marcos Paulo

Revista do Produtor Rural do Paraná

53


Análise conjuntural

Mercado do boi gordo no estado do Paraná Andressa Mem Bruno José Cumin Ogibowski Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br

No decorrer dos meses de Abril e Maio do ano de 2014 a pecuária paranaense vivenciou uma queda da cotação da arroba do boi gordo, de acordo com o indicador LAPBOV calculado pelo Centro de Informações do Agronegócio da UFPR. Em março de 2014, a cotação média mensal real foi de R$ 120,61 por arroba, apresentando, no mês seguinte, uma alta de R$ 0,80 no preço médio. Em maio, o preço sofre uma queda e chega ao valor médio de R$ 118,83. Se avaliarmos em termos gerais os meses de abril e maio, observou-se alta real de 3,6% nas cotações. Tendência de queda esta, se dá entre outros motivos pela diminuição da competitividade da carne brasileira perante o exterior, diminuindo o volume exportado e fazendo com que o estoque interno aumente, aumentando também a pressão para redução dos preços para redução dos estoques. Apesar da queda de barreiras quanto à exportação, principalmente para a Rússia, a carne bovina nos últimos semestres encontrou outras barreiras no mercado interno. O custo do kg

das carnes suínas e de aves, também em baixa, ocasionou uma pressão no valor da carne bovina em reduzir seus preços, para buscar competitividade no mercado nacional também. O preço médio da arroba da vaca de entre abril e maio foi de R$ 108,90. O preço máximo atingido foi de R$ 112,02, no dia 03/04 e o valor mínimo registrado foi de R$ 106,43, no dia 26/05. O preço médio da arroba da vaca durante os dois meses teve uma variação de 1,75%, fechando a R$ 106,52 ao final do mês de maio. Segundo o indicador LAPBOV/UFPR, o mês de abril se iniciou com a cotação da arroba do novilho precoce em R$ 126,86, sendo este o preço mais alto cotado durante o mês, sofrendo queda nas semanas seguintes e fechando o mês a R$ 124,52. O mês de maio continuou com o preço em queda, sendo cotado a R$ 124,35 na primeira semana, fechando em R$ 121,23, uma queda de 3,54 % em relação ao mês anterior. Já a novilha precoce iniciou o mês de abril a R$ 121,41. Nas semanas seguintes, uma desvalorização fez com que os preços chegassem a R$ 120,93, fechando com uma queda de 0,87% em relação ao início de abril, desvalorizando-se novamente em maio, com uma média de R$ 117,40 na última semana do mês,

Figura 1. Comportamento dos preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda nos meses de abril e maio de 2014 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR

54

Revista do Produtor Rural do Paraná

Figura 2. Comportamento dos preços da arroba do novilho e da novilha nos meses de abril e maio de 2014 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR

mostrando uma queda de 3,42 % em relação ao início do bimestre. O indicador de preços do bezerro CIA/UFPR fechou o período cotado entre abril e maio com media de R$ 904,99, um aumento de 13,98% em comparação com o mesmo período do ano passado. O preço iniciou o período em seu menor patamar R$ 848,50 e três semanas após chegou ao seu valor máximo do período, R$964,64, após registrar queda na ultima semana foi cotado com tendência de leve alta em R$906,32.

Figura 3. Comportamento dos preços do bezerro nos meses de Abril e Maio de 2014 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR



Feira de Bezerros de Guarapuava

Lotes de bezerros padronizados de excelente qualidade

A

tradicional Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava, realizada no dia 04 de maio, no Parque de Exposições Lacerda Werneck, atraiu produtores rurais em busca de animais de alta qualidade. Com sucesso em vendas, a 40ª edição do evento comercializou um total de 895 cabeças, todos de cruzamentos com raças zebuínas, como Charolês, Angus, Canchim, Braford e Nelore, de 6 a 12 meses de idade. Promovido pelo Núcleo de Criadores de Bezerros de Guarapuava, a feira movimentou um

total de R$1.047.525,00. O presidente do Núcleo, Denilson Baitala, disse que o evento superou as expectativas este ano. “A quantidade de bezerros comercializados foi excelente e o preço médio dos bezerros ultrapassou as expectativas. Houve também diferenciação nos compradores. Por exemplo, tivemos um comprador do noroeste do Paraná. Há muito tempo não participava ninguém daquela região. Tenho que parabenizar os criadores pela excelente qualidade dos animais que trouxeram para o remate. Essa qualidade foi responsável pela valorização dos bezerros”, comentou. O preço médio por quilo dos machos foi de R$ 5,44 e das fêmeas R$ 4,41. Já o preço médio por cabeça dos machos foi de R$ 1.245,84 e das fêmeas R$ 940,38. A média geral entre bezerros fêmeas e machos foi de R$ 1.170,41. Segundo o presidente do Núcleo, a feira recebeu compradores de outras regiões, no entanto, a maioria das vendas foi concretizada por pecuaristas de Guarapuava. Baitala comentou sobre as vantagens de se adquirir um animal no leilão. “O comprador adquire lotes padronizados”. A feira contou com o apoio da Federação de Agricultura do Paraná (FAEP), Sindicato Rural e Sociedade Rural de Guarapuava, além do patrocínio da Agroboi, Tortuga e AgroBrasil Currais.

Premiação Nesta edição, os produtores premiados foram Oswaldo Rodrigues Barbosa (melhor lote de cruzamento industrial fêmeas, melhor lote de machos e melhor lote padrão de machos) (foto 1); Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho (melhor lote de novilho precoce) (foto 2); Rodolpho Luiz Werneck Botelho (melhor lote de novilhas) (foto 3) e Espólio Bianor Mendes Caldas (melhor lote cruzamento industrial machos) (foto 4). Participaram da premiação e homenagens lideranças e autoridades como: Johann Zuber (Sociedade Rural); Cezar Silvestri (Sec. Est. Governo); Rodolfo Botelho (Sindicato Rural); Edson Bastos (Coamig); Denilson Baitala (Núcleo Prod. Bezerros) e Itacir Vezzaro (Sec. Mun. Agricultura). 1

56

Revista do Produtor Rural do Paraná

2

3

4


Homenagens Esse ano, a diretoria do Núcleo prestou homenagens aos produtores que participam da Feira de Bezerros há 40 anos, ou seja, desde seu início. Foram eles, a produtora rural Gilda Campello (1), da Fazenda Lagoa Seca; o casal da Fazenda Capão Redondo, Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho e sua esposa Cleuza Werneck de Junqueira Botelho (2), e o pecuarista José Lopes de Almeida (3). Ivo Pires também foi homenageado pelos serviços prestados às feiras de Guarapuava (4). 1

3

2

Feira de Bezerros em Candói A Feira Estadual de Bezerros de Candói aconteceu dia 27 de abril, no Centro de Eventos Antônio Loures Alves. Foram ofertados 1.200 bezerros (900 machos e 300 fêmeas) selecionados de alto padrão genético. O preço médio por quilo dos machos foi de R$ 4,82 e das fêmeas R$ 3,89. Já o preço médio por cabeça dos machos foi de R$ 1.109,68 e das fêmeas R$ 874,56. O evento foi organizado pela Sociedade Rural de Candói.

4

Revista do Produtor Rural do Paraná

57


Mercado

Análise conjuntural do suíno no Estado do Paraná Carla Pöpper / Greici Joana Parisoto / Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br

O indicador de preços do quilograma do suíno vivo, LAPESUI/UFPR, registrou queda de 6,25%, comparando os preços entre o primeiro e o último dia do período analisado. O preço vem caindo desde o começo do bimestre, onde apresentou uma leve alta na semana do dia 16, no valor de R$ 3,37, mas voltou a cair, fechando o mês com a menor cotação do período, de R$ 3,20.

Figura 1. Gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma do suíno vivo no estado do Paraná, para os meses de abril e maio de 2014. Fonte: CIA/UFPR O preço do quilograma da carcaça se manteve em alta somente até a segunda semana do mês de abril, onde apresentou a maior cotação do período de R$ 5,64. Logo após, enfrentou uma queda significativa, fechando o quinto mês do ano com o menor preço do kg da carcaça do bimestre, cotando a R$ 5,19. Na comparação das médias, houve uma queda de 5,6% no período. O volume de exportações de carne suína

Figura 2. Gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma da carcaça do suíno no estado do Paraná, para os meses de abril e maio de 2014. Fonte: CIA/UFPR

58

Revista do Produtor Rural do Paraná

caiu 17,88 % em maio ante o mesmo período de 2013, impactado por uma interrupção das compras pela Ucrânia, alegando a presença de uma bactéria. O Brasil exportou 43.854 toneladas em maio, contra 53.404 toneladas em maio de 2013, faturando 114,06 milhões de dólares com exportações de carne suína no mês passado. Com o resultado de maio, os cinco primeiros meses do ano totalizaram 531,42 milhões de dólares, uma queda de 8,21% ante o mesmo período em 2013, quando a receita foi de 578,95 milhões, segundo dados da Abipecs. Após sete anos de negociações, o Japão autorizou a exportação de carne suína proveniente do Estado de Santa Catarina para o seu mercado, o que ocorre em um ótimo momento para o setor, tendo em vista que a Ucrânia, que era o segundo maior importador de carne suína brasileira, suspendeu as importações do produto desde o dia 30 de março de 2013. O Brasil será o primeiro país que se beneficiará do reconhecimento de zona livre de febre aftosa para exportar carne suína para o Japão. Em 2013 os principais fornecedores de carne suína in natura para o Japão foram Estados Unidos (US$ 2,1 bilhões), União Europeia (US$ 1,4 bilhão) e Canadá (US$ 1,1 bilhao). No ano passado, o Brasil - que é o quarto maior exportador de carne suína in natura do mundo - vendeu o produto para 63 mercados, totalizando US$ 1,3 bilhão (quase 500 mil toneladas). Segundo analistas, o mercado agora está estável e deve permanecer até o fim do ano, o que é uma boa notícia para os produtores, já que os preços dos insumos permanecem altos. O comportamento dos preços dos cortes de suíno no segundo o LAPESUI -CIA/UFPR, a média mensal do mês de abril nos mercados de Curitiba para a costela suína foi de R$ 16,64 já nos açougues da capital paranaense, o valor médio ficou em R$ 15,01, diferença de R$ 1,63. Para a cidade de Londrina, o mesmo corte na média do mês de abril ficou em R$ 12,87, fechando o mês com 29,3% abaixo dos preços dos supermercados de Curitiba e 16,6% mais barato que nos açougues da capital. Para o mês de março a cotação nos supermercados de Londrina para o corte mais caro, o lombo sem osso, fechou a média em R$ 17,64, aumento de 3,6% se comparado com a média mensal do mês anterior. Em comparação com as médias mensais dos supermer-

cados da Capital do estado, apresentou preço 7,1% menor, já para a comparação com os valores praticados pelos açougues de Curitiba, de R$ 12,61, a variação foi de 40% maior.

Figura 3. Gráfico do comportamento das médias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Supermercados de Curitiba, para os meses de abril e maio de 2014. Fonte: CIA/UFPR

Figura 4. Gráfico do comportamento das médias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Açougues e Casa de Carnes de Curitiba, para os meses de abril e maio de 2014. Fonte: CIA/UFPR

Figura 5. Gráfico do comportamento das médias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Supermercados de Londrina, para os meses de abril e maio de 2014. Fonte: CIA/UFPR


Nogueira

Cuidados pré- e póscolheita da noz pecã Qualidade e melhor preço para o produtor

C

onsiderando a crescente demanda mundial por este produto, estamos diante de uma grande oportunidade, que se apresenta quase unicamente para os produtores do sul do Brasil, região que conta com clima e solo muito favoráveis para a obtenção de altas produtividades nesta cultura. Isto, efetivamente, já vem ocorrendo, onde encontramos nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pomares com produtividades superiores às obtidas em seus países de origem, Estados Unidos e México, com custos de produção significativamente inferiores aos destes países. Porém, para atingirmos, inicialmente o mercado nacional, com demanda reprimida, e, posteriormente, os grandes mercados mundiais, onde a China desponta, devendo em breve se tornar o maior consumidor, precisamos ter muito claro que, aliado à alta produtividade esperada, que será alcançada com o adequado planejamento e implantação do pomar, o uso de mudas selecionadas e de origem idônea, correção do solo, controle fitossanitário (doenças e pragas), adubações equilibradas, controle de ervas e manejo por meio de podas de condução e de produção, necessitamos também observar e garantir a qualidade do produto que será oferecido ao consumidor. Neste aspecto, o adequado controle de doenças e pragas durante o ciclo de produção ao longo do ano, além de reduzir

as perdas de produção, exerce também um papel fundamental na qualidade final do produto, que se apresentará livre de manchas, deformações e de rancificação das gorduras presentes na amêndoa, que afetam o seu sabor e aspecto, depreciando significativamente o produto, provocando perda do seu valor comercial. Ao se aproximar a colheita, cuidados fundamentais devem ser tomados visando a obtenção de um produto com a máxima qualidade, evitando-se ou reduzindo-se ao máximo a contaminação a que o produto pode ficar sujeito. A origem da água a ser utilizada é outro aspecto muito importante, tanto para fins de irrigação quanto para as pulverizações a serem realizadas, devendo ser provinda de fontes livres de contaminação. Outro cuidado a se considerar é com os animais eventualmente presentes na área do pomar, que devem ser retirados 60 dias antes da colheita, o mesmo prazo a ser observado com a suspensão da adubação orgânica, pois tanto a água quanto o esterco podem ser responsáveis por contaminação provocada por coliformes fecais e Escherichia colli. Outra prática muito recomendável, simples e eficiente, neste sentido, é a utilização de lona para coleta, que impedirá o contato das nozes com o solo. Medida também a ser considerada é a antecipação da colheita, mediante “batidas” nos galhos, ou através da mecanização, por intermédio da

Engenheiro Agrônomo MSc. Julio Cesar F. Medeiros CREA 15.364-D E-mail: julio@jmedeirosambiental.com.br

máquina vibradora (shaker), ambas provocando a queda das nozes antecipadamente. A finalidade deste procedimento é minimizar ao máximo o tempo de permanência da noz após a maturação fisiológica na planta, e também a redução do período em contato com o solo após a queda. Após a coleta, o produto deverá ser secado à sombra sobre estrados, para evitar o contato direto com o piso. Esta secagem permite que a umidade seja reduzida para 8 a 10%. A secagem por meio de secadores possibilita reduzi-la a 5%, que é o indicado para armazenamento. O produto deverá ser, então, embalado em sacaria de ráfia, que possibilita aeração adequada, permitindo que seja mantida sua qualidade. Atingida esta umidade, o produto poderá permanecer armazenado a temperatura ambiente de no máximo 21º C pelo período de até 120 dias. Porém, para maior segurança, o ideal é que, após a secagem, seja conduzido para câmara fria, onde, mantido abaixo dos 9oC, o período de armazenamento passa a ser superior a 09 meses, podendo ultrapassar 24 meses quando submetido a temperaturas negativas. Importante destacar ainda que, observados estes cuidados pré- e pós-colheita, o produto final a ser obtido terá certamente uma qualidade superior, o que irá garantir uma fácil colocação num mercado cada vez mais exigente, refletindo no preço a ser obtido na comercialização.

Revista do Produtor Rural do Paraná

59


Novidades

Fábrica de Rações da Agrária conquista ISO 22.000

A Agrária teve mais uma unidade de negócios certificada na ISO 22.000, referente à segurança de alimentos. No dia 13 de maio, a Fábrica de Rações da Cooperativa tornou-se uma das primeiras do Brasil a receber a certificação. Com isso, todas as indústrias da Cooperativa Agrária, bem como a Ireks do Brasil e as três Unidades de Cereais, contam com o atestado da ISO 22.000. “Foi um desafio enorme, pois ficamos um bom tempo buscando a ISO 22.000”, destacou o gerente de farinhas e ração, Jeferson Caus. “Foram necessárias mudanças de processo, de cultura e isso demandou investimentos financeiros, mas também de tempo e treinamento de pessoal, em prol da padronização de processos e da gestão de qualidade”, destacou. De acordo com Caus, o principal ganho é a garantia de que a Agrária produz uma ração segura e de alta qualidade. “Com isso agregamos ainda mais valor ao nosso produto”, enalteceu, frisando que o próximo desafio é a manutenção da certificação. “Parabenizo a todos por essa importante conquistas”. A Agrária Nutrição Animal dispõe de um vasto portfólio, com 150 formulações de rações, incluindo completas linhas de produtos farelados, peletizados e triturados. A estratégia comercial envolve um abrangente raio de atuação, fortalecida por representantes e centros de distribuição em toda a Região Sul e em São Paulo. Além da fábrica da unidade de negócios Agrária Nutrição Animal, já contavam com a ISO 22000: o Moinho de Trigo da Agrária Farinhas (foi o primeiro moinho da América Latina a conquistá -la), a Agrária Malte, a Agrária Óleo e Farelo (que também possui a certificação GMP+), as três Unidades Cereais da Agrária, bem como a Ireks do Brasil (parceira da Cooperativa). Recentemente, a Agrária também teve áreas de prestação de serviço interno certificadas na ISO 9001: em 2013, a Gerência de Gente e Gestão e em 2014, o Departamento de TI. Fonte: Assessoria de Marketing Cooperativa Agrária

60

Revista do Produtor Rural do Paraná

Lançada 3ª edição do livro Administração Rural: Teoria e Prática Prof. Ms Roni Antonio Garcia da Silva – 3ª Ed. Curitiba- Ed. Juruá, 2013.

Resumo da obra Este livro é dirigido aos estudantes de Administração, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e profissionais ligados ao Agronegócio, interessados no conhecimento ou aprimoramento dos aspectos básicos da Administração Rural. Apresentado de forma simples e objetiva, a obra enfoca as principais funções administrativas aplicadas à Administração Rural, incluindo exemplos e exercícios práticos sobre a realidade local, regional e brasileira. O livro aborda também os principais aspectos do Marketing aplicado aos negócios rurais. Ao tratar da administração, o autor procura traçar um roteiro para que o leitor possa elaborar um Projeto de uma propriedade Agrícola, partindo da análise da situação atual de uma empresa rural, passando a seguir para o Estudo de Mercado, Planejamento Estratégico, Engenharia do Projeto, Avaliação Econômica e Financeira e ainda a Avaliação Política, Social e Ambiental. Na 3ª Edição acrescentamos mais um capítulo sobre Gestão Agroindustrial.

• Investimento: R$ 45,00 (diretamente com o autor). E-mail: ragarciasilva@yahoo.com.br

Cadastro Ambiental Rural já pode ser feito Com a publicação do Decreto Presidencial e da Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente, os proprietários rurais do Paraná já podem cadastrar seus imóveis no Cadastro Ambiental Rural. Os documentos publicados tratam da aplicação do Novo Código Florestal, da regulamentação do próprio CAR e do Programa de Regularização Ambiental. As inscrições no CAR devem ser realizadas por meio do endereço eletrônico www.car.gov.br . Para isso, o proprietário ou posseiro rural pode pedir auxílio para alguma entidade parceira que atua como multiplicador do CAR. O Sindicato Rural de Guarapuava orientará o produtor rural no preenchimento do CAR, em parceria com a Uniflora Engenharia. A partir do dia 06 de maio de 2015 não serão emitidos novos licenciamentos ambientais para imóveis rurais sem a apresentação do demonstrativo do CAR como “Ativo”.


Boletim AEAGRO

Conheça as lutas e conquistas da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná A Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAP) iniciou sua história como entidade representativa dos mais de 15.000 profissionais do estado em maio de 1947, quando a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná acabou se tornando federação. Atualmente, a entidade agrega 19 associações regionais, incluindo a Associação de Engenheiros Agrônomos Guarapuava (AEAGRO). O presidente da FEAP, Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, conta que a entidade tem promovido a integração dos profissionais paranaenses, representado politicamente os Engenheiros Agrônomos no cenário estadual e federal, coordenando a defesa de seus interesses. “Promovendo, assim, seu aperfeiçoamento e a sua formação e atuando de forma a exigir do sistema CONFEA/CREA, fiscalização profissional, no sentido de resguardar os interesses, direitos e prerrogativas dos Engenheiros Agrônomos no Brasil. Temos atuado também junto aos poderes públicos, no sentido de promover, e mesmo exigir a participação do Engenheiro Agrônomo na solução dos problemas de sua competência profissional”, afirma, destacando algumas das principais lutas da Federação. No momento, uma das principais bandeiras da FEAP é a da valorização da profissão de Engenheiro Agrônomo e da agricultura junto à sociedade brasileira, cada vez mais urbanizada e mais distante da realidade onde se dá a produção de seus alimentos, fibras e grande parte de sua energia. Para tanto, Lucchesi diz que a FEAP tem apoiado a promoção de encontros, reuniões, seminários e congressos onde são discutidos estes temas. Um dos exemplos foi em agosto de 2013, onde a FEAP promoveu, em Cascavel, o seu Congresso Paranaense de Engenheiros Agrônomos. “A FEAP tem também atuado de maneira firme no resgate da autoridade profissional dos Engenheiros Agrônomos no que tange ao Receituário

Reunião da FEAP, com representantes das associações regionais de engenheiros agrônomos do estado, em Maringá, no mês de maio, deste ano

Agronômico, trabalhando para aprimorar o sistema legal e apoiando ações que permeiem mais ciência, tecnologia, inovação e ética na defesa sanitária da produção agrícola”, ressalta o presidente. Outra grande preocupação da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná é a proliferação de cursos de agronomia e a qualidade na formação dos futuros profissionais.

Conquistas

Várias conquistas foram alcançadas pela FEAP nestes últimos meses. Destas, destaca-se a mobilização de autoridades pela recuperação do Parque Castelo Branco e da Expotiba, na região metropolitana de Curitiba. Lucchesi explica que a federação defende a recuperação do espaço da agropecuária paranaense para ser utilizado na educação do povo da cidade sobre as questões da agricultura, já que o Paraná é o estado mais agrícola do Brasil. “A FEAP, também, nos últimos dias, sensibilizou o Ministério da Agricultura a promover seminários sobre a lei de ATER e assim motivar a participação dos profissionais liberais e de suas empresas no cumprimento dos objetivos da Lei de Assistência Técnica e Extensão Rural aos médios e pequenos produtores, ao lado dos colegas ligados às entidades estaduais e organizações governamentais já organizados para atender aos empreendimentos de agricultura familiar”, conta Luiz. Outra grande conquista da FEAP ocorreu no final de 2013, em Cuiabá, onde a entidade foi vencedora na disputa pela realização do XXIX Congresso Brasileiro de Agronomia, que acontecerá no período de 4 a 7 de agosto de 2015, em Foz do Iguaçu - PR.

Presença do Presidente da FEAP Luiz A. C. Lucchesi, juntamente com o presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl, no Dia de Campo de Verão da Agrária, neste ano, em Guarapuava

Sindicato Rural de Guarapuava

A FEAP explicita o seu apoio a todas as iniciativas em que se empregue a Alta Agronomia como instrumento de sustentabilidade. Lucchesi destaca a ligação do Sindicato Rural de Guarapuava e a Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná. “A agricultura paranaense está muito bem representada a nível estadual e federal pelo sistema FAEP/CNA, onde valorosos colegas engenheiros agrônomos desenvolvem excelente trabalho que orgulha a todos nós. Este também é o caso do Sindicato Rural de Guarapuava, hoje dirigido pelo Engenheiro Agrônomo Rodolpho Werneck Botelho. Ao prestigiar os competentes e tecnificados agricultores de Guarapuava, tem ao mesmo tempo valorizado os colegas engenheiros agrônomos que amparam os mais diversos empreendimentos da região”, finaliza.

O presidente da FEAP com alguns representantes de associações regionais. Em destaque José Roberto Papi, presidente da Aeagro (2º da esq. p/ dir.)

Revista do Produtor Rural do Paraná

61


Plante seu Futuro

Seminário debate manejo do solo, priorizando a conservação

O anfiteatro lotou: profissionais e acadêmicos da área se interessaram pelo tema do seminário, o manejo e conservação do solo, o qual tem sido discutido intensivamente

62

Revista do Produtor Rural do Paraná

N

o dia 7 de maio, aconteceu mais um encontro técnico da campanha Plante seu Futuro: o Seminário Regional de Manejo e Conservação de Solos. O evento, realizado no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, foi promovido pela Aeagro (Associação de Engenheiros Agrônomos da Região de Guarapuava) e Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento), com apoio do Sindicato Rural e Unicentro. A primeira palestra “Responsabilidade Técnica no Planejamento Conservacionista” foi ministrada pelo engenheiro agrônomo Celso Roberto Ritter, superintendente do CREA – PR. Ritter destacou o uso de maquinários, afirmando que aumentou muito seu dimensionamento e algumas vezes, visando a redução de custos, agricultores e profissionais da área agronômica acabam afetando as práticas conservacionistas. “O agricultor é o proprietário do solo, mas pelas normas, regras e leis, o solo pertence à sociedade. Portanto esse proprietário deve utilizar seu solo, mas com os olhos na geração futura, ou seja, esse solo vai permanecer”. Ritter defendeu que os proprietários devem utilizar o conhecimento científico das profissões ligadas à atividade agronômica, porque são também responsáveis pela conservação do solo.


Na segunda palestra “Efeitos do Sistema de Plantio Direto na Qualidade do Solo e Produtividade das Culturas”, a palestrante Sandra Mara Vieira Fontoura, pesquisadora da FAPA/Agrária, dividiu sua fala em três tópicos, sendo eles: os efeitos do plantio direto em atributos químicos, físicos e biológicos do solo; o que esse efeito afeta no rendimento das culturas; e a qualidade do sistema do plantio direto e o que pode melhorar. “Sempre avalio o plantio direto como positivo. E isso é mostrado em dados comparativos com o sistema convencional”. Logo após, o também pesquisador da Fapa/ Agrária, Étore Francisco Reynaldo falou sobre a “Compactação de Solos em Sistema de Plantio Direto”. “Acreditava-se que com esse sistema de plantio não havia compactação do solo. Mas em pesquisas realizadas pela Fapa detectamos que existem problemas”. Reynaldo apontou ações que podem corrigir ou minimizar esse fato. Um dos pontos foi o uso dos maquinários e como utilizá-los para fazer uma correta compactação do solo, além de outros fatores que podem minimizar a compactação, como facão e o teor de umidade no solo. A última palestra foi sobre a “Evolução do Plantio Direto e os Impactos no Manejo e Conservação do Solo e da Água”, ministrada pelo professor do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Cristiano André Pott. Ele destacou os principais benefícios que o plantio direto oferece, como na produtividade. “Sem o plantio direto, não estaríamos alimentando tantas bocas como estamos e em questão de produtividade o Brasil não estaria onde está atualmente”. O professor também afirmou que a eficiência contra erosão também é confirmada. Em média, o plantio direto perde 20 vezes menos solo do que no convencional. “Maior proteção contra erosão significa que há reciclagem de nutrientes que gera mais matéria orgânica”. Porém ele acredita que o grande problema ainda é a perda da água. “O plantio direto só conseguiu reduzir à metade da perda da água. Precisamos estar atentos a isso”, alerta Pott.

Celso Roberto Ritter, superintendente do CREA – PR – Palestra: Responsabilidade Técnica no Planejamento Conservacionista

Étore Francisco Reynaldo, pesquisador da Fapa/Agrária – Palestra: Compactação de Solos em Sistema de Plantio Direto

Sandra Mara Vieira Fontoura, pesquisadora da FAPA/Agrária – Palestra: Efeitos do Sistema de Plantio Direto na Qualidade do Solo e Produtividade das Culturas

Cristiano André Pott, professor do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) – Palestra: Evolução do Plantio Direto e os Impactos no Manejo e Conservação do Solo e da Água

Revista do Produtor Rural do Paraná

63


Veterinária

Semana Acadêmica

Foto: Geyssica Reis

reúne acadêmicos da Unicentro

cados, tanto para grandes e pequenos animais. Um exemplo é a acupuntura e homeopatia, que são áreas que estão crescendo e que no futuro acreditamos que precisarão de mais profissionais”, destacou. A Semana contou também com três mini cursos: Psicologia e comportamento canino, Eletrocardiografia em pequenos animais, Formulação de ração para monogástricos e Adestramentos de cães. Para a acadêmica Marcelle Mareze, a Semavu tem sido bastante importante para a sua formação. “Durante a Semana, fazemos bastantes contatos com vários profissionais que atuam em diversas áreas. É uma oportunidade de conseguirmos um estágio e até mesmo ser colega profissional. Outro ponto é que dentro da universidade a gente não conhece toda área de atuação do médico veterinário. Durante a Semana Acadêmica, podemos abranger os nossos conhecimentos”, finalizou Marcelle.

FAEP e Sindicato Rural de Guarapuava apoiaram o evento

64

Revista do Produtor Rural do Paraná

Foto: Geyssica Reis

Foto: Coord. de Comunicação Unicentro

Jyan Lucas Benevenute, presidente do Centro Acadêmico e coordenador da SEMAVU

D

e 19 a 23 de maio aconteceu a 13ª Semana Acadêmica de Medicina Veterinária (SEMAVU) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Realizado no campus Cedeteg da universidade, o evento foi organizado pelo Centro Acadêmico do curso e contou com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e do Sindicato Rural de Guarapuava. A SEMAVU trouxe palestras das mais diversas áreas da veterinária, ministradas por renomados profissionais de universidades dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e de São Paulo. O presidente do Centro Acadêmico e coordenador da Semana, Jyan Lucas Benevenute, destacou o tema de saúde pública, que segundo ele é uma grande área de atuação do médico veterinário, mas não é tão enfatizada durante o curso de graduação. “Tentamos trazer palestras condizentes também com o que vemos bastante em sala e com temas diversifi-

Acadêmicos e profissionais puderam prestigiar palestras e minicursos das mais diversas áreas da Veterinária


Pecuária

Manejo sanitário foi foco em Dia de Campo da CooperAliança

A

C ooperativa CooperAliança realizou no dia 2 de maio, na Fazenda San Sebastian, do cooperado Gibran Thives Araújo em Candói-PR, dia de campo sobre manejo sanitário em bovinos, com foco na aplicação de medicamentos e vacinas. Os cerca de 80 participantes, entre cooperados e colaboradores de suas propriedades, acompanharam atentos às demonstrações efetuadas no dia de campo. Num primeiro momento, os participantes acompanharam uma apresentação sobre protocolos sanitários, principais enfermidades e os benefícios da aplicação correta de vacinas e as consequências de um manejo inadequado, além de dicas e informações importantes sobre o bem estar animal. Na segunda parte do dia de campo, agora na prática, os participantes foram divididos em três grupos e, em três estágios, acompanharam o trabalho desenvolvido na propriedade, a recria a pasto, a engorda em confinamento e, no manejo dos animais na mangueira, acompanharam a forma correta da aplicação de vacinas e medica-

mentos. Para Gibran, proprietário da fazenda San Sebastian, o conhecimento difundido no evento deve ser realmente aplicado por todos. “Nós cooperados, precisamos estar atentos a tudo que ocorre com o nosso rebanho, e a vacinação é um ponto que, por vezes, não se dá muita importância, mas que reflete diretamente, não só no bem estar animal, como no abate e na comercialização da carne com nossos clientes”, ressaltou Gibran. Após a programação, os participantes foram recepcionados por Gibran e sua esposa Patrícia, para uma confraternização com degustação de hambúrguer de Angus Certificado, do Clube da Carne de Curitiba, assado na brasa. Além de cooperados e funcionários de suas propriedades, participaram ainda do evento a empresa Ouro Fino Agronegócio, parceira na explanação aos participantes, a empresa Agrotatu, com demonstrações de máquinas de fenação da Kuhn, diretores e colaboradores da CooperAliança Carnes Nobres.

Equipes CooperAliança e da Fazenda San Sebastian

Texto: Marketing CooperAliança

Revista do Produtor Rural do Paraná

65


Feijão

Feijoada de Inverno

Feijão Araújo

No dia 14 de junho, Rafael Mendes Araújo reuniu familiares e amigos para uma feijoada beneficente. Proprietário e gerente da Araújo Alimentos, o empresário resolveu promover a feijoada para beneficiar as vítimas das enchentes que atingiram a região no início do mês de junho. Quem participou, além de colaborar com a ação de solidariedade, saboreou uma deliciosa feijoada elaborada com feijão Araújo. Na ocasião, também foram lançados o

Feijão Araújo Premium, Amendoim Araújo e Pipoca Araújo .

A empresa comercializa feijão não só para os principais supermercados locais, mas também em estabelecimentos em Pinhão, Cascavel, União da Vitória, Irati, Ivaiporã, Curitiba e até no Rio de Janeiro.

Tel. (42) 3629-4847 Rua Bertoldo Sauer, s/nº Dist. Industrial Atalaia - Guarapuava - PR E-mail: cerealistagalo@hotmail.com Revista do Produtor Rural do Paraná 66


Tecnologia de aplicação

“Novos Tempos na Agricultura... Tempos de Mudanças de Conceitos e de Afirmações de Metodologias”

A

Safra 2014/15 deverá se notabilizar pela adoção de novas, muito novas, informações tecnológicas pelo campo, que passou por momentos climáticos e de severidade de doenças e pragas, como nunca antes. Definitivamente, o trato cultural das principais lavouras tem exigido mais dos técnicos responsáveis, dos produtores e dos seus colaboradores. De um lado, um portfólio de defensivos menos agressivo ao homem e ao meio ambiente e, do outro, plantas invasoras – pragas e uma enormidade de doenças atacam severamente tudo que encontram pela frente. Os “tradicionais” modos operacionais usados pelo campo demonstram fadiga. Novas ferramentas e diferentes ações vieram para tornar o processo produtivo mais eficiente e economicamente equilibrado. Taxas de Aplicações mais eficientes, horários de pulverização diferenciados – noturnos, inclusive. E, a adoção dos ADJUVANTES SINTÉTICOS, que se apresentam como ferramentas auxiliares para tornar o processo de pulverização fitossanitário mais eficaz (funcionam como uma espécie de seguro da aplicação). Em alguns casos, contribuem para diminuir a fitotoxidade causada por determinadas moléculas. Também atuam como homogeneizadores de calda, evitando a presença de espumas e borras no tanque e nas pontas de aspersão.

Uma das maiores e principais virtudes destes produtos é a redução de perdas por ação do vento. Diversos experimentos científicos observaram a diminuição de deriva, evaporação e fotodecomposição, quando da presença de um bom adjuvante. No entanto, é importante destacar que diferentemente dos defensivos, que possuem genéricos, os adjuvantes sintéticos são diferentes entre si. Cada um tem uma formulação própria e características únicas. Este fato explica, por exemplo, porque um determinado adjuvante pode, ou não, interferir no residual de um fungicida ou de um dessecante. A existência de determinados aditivos na sua formulação pode ajudar muito - ou prejudicar de maneira significativa o tratamento realizado. O uso de adjuvante sintético nos dias atuais já se tornou rotineiro em muitas regiões. Deixou de ser um produto opcional, para entrar para o segmento dos prioritários, tamanha segurança que disponibiliza para o produtor. Com custos compatíveis e bastante aceitáveis, os adjuvantes devem ser vistos realmente como protetores dos ativos pulverizados. Ou seja, se com ele você conseguirá manter 20% ou até 30% a mais de cobertura foliar, significa dizer que você está deixando de perder este porcentual em defensivos. E com isso, garantindo maior efetividade para o seu trato cultural.

Revista do Produtor Rural do Paraná

67


Cidadania

Proet Crianças: segurança no trânsito e aprendizado da cidadania

O 4º Batalhão de Polícia Militar de Guarapuava realizou, dia 5 de junho, no anfiteatro do Sindicato Rural, cerimônia de formatura de alunos de escolas públicas que participaram do Programa de Educação para o Trânsito (Proet). Na presença de autoridades, cerca de 160 alunos dos colégios estaduais Manoel Ribas, Professor Amarílio e da Escola Municipal Rural Professor Maack prestaram juramento e receberam diplomas. Um dos instrutores do Proet, o 2º Sargento Mariani, explicou em entrevista que, em termos técnicos, as ações de segurança no

68

Revista do Produtor Rural do Paraná

trânsito abrangem engenharia, fiscalização e prevenção, setor do qual o Proet faz parte. De acordo com o ele, ao longo de oito semanas, o programa leva às crianças noções sobre sinalização de trânsito, além de dicas para pedestres, ciclistas e skatistas. “A gente trabalha muito em relação ao comportamento”, completou, apontando que as aulas difundem valores éticos, morais, respeito, disciplina e cidadania. Ainda de acordo com o sargento, a iniciativa traz resultados a curto, médio e longo prazo, porque as crianças são os pedestres de hoje, os motoristas de amanhã e poderão transmitir a seus filhos a noção de cidadania no trânsito. “Estamos até surpresos com a aceitação do programa na comunidade. Nascido aqui em Guarapuava, o Proet já está se expandindo para outras cidades do Paraná”, finalizou o sargento. Recentemente, o Sindicato Rural de Guarapuava passou a ser também um dos apoiadores do Proet.

Diado Desafio Diretores, associados e colaboradores do Sindicato Rural de Guarapuava fizeram 20 minutos de ginástica na manhã do dia 28 de maio. O objetivo foi contribuir com o município neste Dia do Desafio. A ginástica foi coordenada pelo professor de Educação Física, André Luiz Silva Loiola. Este ano, os guarapuavanos disputaram com a cidade de Guadalajara de Buga. Quem venceu a competição foi a cidade colombiana. O evento é uma campanha mundial que visa o incentivo à prática regular de atividades físicas em benefício da saúde e do bem estar. Os vencedores são os cidadãos que, além do corpo, exercitam a integração, a criatividade, a liderança e o espírito comunitário.


Nutrientes

ORO AGRI lança nova tecnologia de fertilizante foliar

A

ORO AGRI, empresa presente em 80 países, anuncia o lançamento de uma nova tecnologia em fertilizantes foliares. Esta tecnologia, desenvolvida e patenteada pela própria ORO AGRI, traz como benefícios uma rápida absorção pelas folhas e uma alta eficiência na translocação e distribuição dos nutrientes pelas plantas. A rápida absorção dos nutrientes diminui os riscos decorrentes da ocorrência de chuvas após a pulverização. Tal tecnologia se baseia na afinidade química das formulações da ORO AGRI com as folhas dos mais diversos cultivos. De uma maneira geral, chuvas não comprometem o resultado se ocorrerem depois de 15 minutos decorridos da aplicação dos produtos da ORO AGRI. Além disso, esta nova tecnologia da ORO AGRI promove o desenvolvimento radicular, tanto em volume e profundidade como na emissão de radicelas, que são as grandes responsáveis pela absorção dos nutrientes que estão na solução do solo. As plantas tratadas com ORO-STAR são visivelmente mais desenvolvidas, com mais área foliar e arquitetura que evidencia a saúde nutricional. O ORO-STAR é um fertilizante foliar completo e, por pertencer a esta novíssima geração de fertilizantes foliares, é absorvido rapidamente, e mesmo que eventuais chuvas ocorram em um período superior a 15 minutos após a sua aplicação, sua eficiência estará garantida. O ORO-STAR é aplicado ao redor de 20 dias após a germinação. Isto garantirá área foliar suficiente para uma boa absorção dos nutrientes e, também, permitir o estímulo de

enraizamento o favorecendo a produtividade. O ORO-STAR tem em sua composição os nutrientes Boro, Manganês, Zinco e Molibdênio nas concentrações ideais para que as plantas desempenhem suas funções metabólicas com a maior eficiência possível. O ORO-STAR é resultado de alta tecnologia em formulação de fertilizantes foliares e os produtores irão notar que não há entupimento de bicos, em razão desta qualidade superior no processo de fabricação. Ao ORO-STAR, se juntarão novos fertilizantes foliares com a mesma tecnologia inovadora, para serem utilizados em soja, feijão, café, cana de açúcar e hortaliças. As fábricas da ORO AGRI no exterior estão localizadas nos Estados Unidos, África do Sul, Espanha e Holanda. A ORO AGRI BRASIL está estabelecida no país desde 2008, quando lançou o fertilizante OROBOR N1. Em 2012, inaugurou suas instalações fabris no município de Arapongas. Desta fábrica, a ORO AGRI irá também suprir os outros países da América do Sul. O ORO-STAR, resultado da mais moderna tecnologia em nutrição foliar, vem sendo testado por centros de pesquisa no Brasil e em outros países, apresentando resultados superiores aos produtos que estão no mercado. Estes resultados suportados pela pesquisa demonstram produtividades superiores com a aplicação do ORO -STAR e, também, estímulo ao enraizamento mais evidenciado, mesmo em comparação com os enraizadores específicos utilizados através de tratamento de sementes. No Paraná, o ORO-STAR foi testado pela FAPA, com resultados superiores de produtividade em trigo, quando comparado com enraizadores comuns.

Revista do Produtor Rural do Paraná

69


Foto: Geyssica Reis

Patrulha do Campo

Projeto já revitalizou mais de 2.150 quilômetros de estradas rurais A estrada revitalizada pelo Projeto Patrulha do Campo é feita para durar, afirma o coordenador Jair Pedro Vendruscolo

70

O

estado do Paraná corresponde a 2,3% do território brasileiro e é o terceiro maior exportador de agronegócio do país, sendo referência em produtividade. Mas um dos maiores problemas que se destaca no meio rural diz respeito à manutenção e preservação das estradas rurais, dificultando o escoamento da safra. Baseado nisso, o Governo do Estado do Paraná, sob a Coordenação Geral do Secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Anacleto Ortigara, começou a idealizar o Projeto Patrulha do Campo em 2010, o qual foi implantado e está sendo implementado pelo atual governo. O Patrulha do Campo consiste na adequação, readequação ou melhoria de estradas rurais, com a disponibilização de patrulhas mecanizadas pelo Estado aos municípios organizados em consórcios intermunicipais. O governo do estado, além das máquinas e manutenção, cede a capacitação, o projeto e o apoio técnico para as obras. Os municípios fornecem a mão-de-obra e o combustível. São duas secretarias do estado que organizam o projeto: a Secretaria de Infraestrutura e Logística, que fornece os equipamentos para serem colocados a disposição do programa e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), que gerencia o proje-

Revista do Produtor Rural do Paraná

to, organizando os consórcios intermunicipais e se responsabilizando pela coordenação técnica e operacional. Jair Pedro Vendruscolo, engenheiro agrônomo da Codapar e coordenador do projeto Patrulha do Campo, destaca que a formação dos consórcios entre os munícipios é uma das partes importantes, porque assim as cidades recebem do estado as patrulhas e compartilham as responsabilidades para o início das obras. Estas são realizadas em forma de rodízios, entre trechos escolhidos por cada município que forma o consórcio. “Primeiramente, eles designam um trecho de até 30 quilômetros, a Codapar elabora um projeto técnico especificando detalhadamente todas as ações necessárias para uma obra completa, onde são capacitados os operadores e técnicos locais, e acompanha a execução das obras até a conclusão das mesmas. Um dos integrantes do consórcio se responsabiliza por fiscalizar as obras em todos os municípios que fazem parte do consórcio. E a prefeitura também coloca um técnico à disposição para acompanhar o processo de execução”, explica. Ao todo, são 30 patrulhas realizando obras no estado, totalizando 370 equipamentos. Até o final de maio de 2014, foram executados 2.250 quilômetros de estradas, totalizando 120 municípios que já receberam o Patrulha do Campo. Assim, mais de 270.000 pessoas, entre alunos, proprietá-


As primeiras cidades que realizaram as revitalizações nas estradas foram Candói e Pinhão. Em Candói, o projeto Patrulha do Campo permaneceu fazendo a readequação das estradas rurais até o dia 17 de abril. Foram 18 km revitalizados na Comunidade de São Francisco da Igrejinha. “O nosso único problema foi a chuva que atrapalhou as obras. O nosso contrato de seis meses venceu antes de completarmos os 30 km. Porém, do trecho que foi revitalizado não temos do que reclamar. A estrada fica completamente diferente, tenho certeza que os produtores rurais daquela região não terão mais problemas com o tráfego de suas produções. No mínimo de 6 a 8 anos a estrada apenas precisará ser mantida, sem precisar ser revitalizada”, afirma o Secretário de Obras do município de Candói, Edenilson Veríssimo. O produtor rural Reni Kunz, que foi beneficiado com o projeto, afirma que é ótimo o resultado da estrada depois de pronta. “Ela fica alta, assim possibilita a drenagem da água. Provavelmente vai ter uma longa duração, sem manutenção. Além disso, ela é cascalhada e vai permitir rodar em qualquer condição de chuva”, elogia. Kunz diz que o único transtorno é na parte do levantamento de terra, que acaba afetando as culturas nas partes laterais. “Mas acredito que temos que tolerar isso, caso contrário, nunca teremos melhorias nas estradas. A perda na lavoura se torna aceitável, depois do resultado que temos. Penso no ganho futuro. Vou poder trafegar com a minha produção, quando quiser”.

Foto: Geyssica Reis

Jair Pedro Vendruscolo engenheiro agrônomo da Codapar e coordenador do projeto Patrulha do Campo

Dirceu de Oliveira - gestor do consórcio Vale do Rio Jordão e prefeito do Pinhão

Edenilson Veríssimo Secretário de Obras do munícipio de Candói

Foto: Manoel Godoy

Foto: Geyssica Reis

O consórcio intermunicipal da região de Guarapuava do Projeto Patrulha do Campo é chamado de Vale do Rio Jordão. Ele é formado pelas cidades de Candói, Guarapuava, Pinhão e Reserva do Iguaçu, com duas patrulhas. “A maioria dos consórcios possuem uma patrulha para, no mínimo, três cidades. Nós temos duas patrulhas para quatro cidades. Isso foi aprovado pelo reconhecimento do estado, de que a região é grande produtora agrícola e pecuária”, destaca o gestor do consórcio e prefeito do Pinhão, Dirceu de Oliveira. Foi firmado um compromisso que cada município do consórcio realizasse o trecho de 30 km

Candói e Pinhão

Foto: Manoel Godoy

Consórcio Vale do Rio Jordão

em seis meses, com possíveis alterações para cada particularidade.

Foto: Geyssica Reis

rios e moradores, foram beneficiados no tráfego entre o campo e a cidade. “Mas muito mais do que a quantidade, o projeto Patrulha do Campo visa a qualidade das estradas, portanto, é uma filosofia diferente. Nos últimos anos, encaminhava-se uma patrulha sucateada para as prefeituras, onde além dos gastos em manutenção, não havia um projeto a ser seguido, com resultados comprometedores quanto à qualidade e durabilidade das obras executadas. As prefeituras faziam praticamente só cascalhamento. Já este projeto visa uma estrada que, dentro das possibilidades, tem que estar encaixada, levantada e abaulada. Tem que ter escorredouros laterais também, além de bueiros para a água não atravessar a estrada e comprometer totalmente a estrada a cada chuva acima da média. Assim, a estrada dura muito mais”, ressalta o engenheiro agrônomo.

Trajeto da estrada rural da Comunidade de São Francisco da Igrejinha, em Candói, que não recebeu a revitalização do projeto

Reni Kunz – produtor rural Revista do Produtor Rural do Paraná

71


Foto: Geyssica Reis Foto: Manoel Godoy

Neste trecho já revitalizado percebe-se o nível mais alto que a estrada fica para a escoação da água (Comunidade de São Francisco da Igrejinha, em Candói)

Foto: Arquivo Sindicato

Ivanês Josefi - secretário de obras, serviços urbanos e de trânsito

Em Pinhão, as estradas também já foram terminadas. Lá foram feitos 34 quilômetros. O trecho, desde a comunidade de Pinhalzinho, passando por Pimpão e Faxinal dos Ribeiros até Faxinal do Taquaras, foi inaugurado no dia 10 de maio. O prefeito do Pinhão elogiou o projeto dizendo que é um modelo de readequação e que se não for feito por engenheiro e técnicos no assunto e com o maquinário apropriado, não se faz com a mesma qualidade. “Os municípios não possuem uma frota própria para fazer o trabalho completo. É uma estrada feita para durar e tenho certeza que vale a pena o investimento”, afirmou Dirceu.

Guarapuava

Foto: Arquivo Sindicato

Deodoro Marcondes – produtor rural

Itacir Vezzaro, secretário de Agricultura de Guarapuava

72

A patrulha de Pinhão seguiu para Reserva de Iguaçu e a de Candói para Guarapuava. O trajeto que a Patrulha do Campo vai percorrer em Guarapuava é do distrito de Palmeirinha até o rio Baú (divisa com Campina do Simão), totalizando 17 quilômetros. E mais 15 quilômetros no percurso da PR 170 até o Taguá, totalizando 32 quilômetros. Segundo o secretário de Obras, Serviços Urbanos e de Trânsito, Ivanês Josefios, a escolha dos trechos seguiram a filosofia da Codapar. São lugares de grande fluxo de escoação de produção. “Essas são as duas regiões que mais produzem em Guarapuava. E também atendem transporte escolar. A estrada do Baú tem muitas outras estradas que desembocam nela e então se tornou um entroncamento. No Tágua, em particular, foi escolhida para tentar, na sequência, facilitar uma ligação entre a PR 170 e a BR 277 sem passar pela cidade”, explica. O produtor rural Ewald Müllerleily, que tem propriedade no distrito de Palmeirinha, diz que, de fato, as estradas estavam precisando de uma revitalização, pois o estado era precário para o tráfego. Porém, o produtor acha que a revitalização

Revista do Produtor Rural do Paraná

não precisaria ser tão severa. “A obra ainda está no começo na minha propriedade, mas pelo que observei, poderia ser feita uma revitalização mais simples, que não demandasse tanto elevação, custo e trabalho. Além disso, estou preocupado com o escoamento da água. Os trabalhos ainda não terminaram, mas quando choveu, a água foi para minha propriedade, mas disseram que isso vai ser resolvido até o final da obra. Estou aguardando para dar um parecer”, conta Müllerleily. Deodoro Marcondes, que também possui propriedade em Palmeirinha, tem a mesma preocupação com as saídas de água na lavoura. “De uma maneira geral, estou aguardando o final das obras e espero que o resultado seja positivo. Até porque essa revitalização pode vir a facilitar um futuro recape asfáltico”. Ele conta que já teve vários problemas com o escoamento da safra na antiga estrada. “A revitalização era preciso, apesar de achar que é um pouco drástico esse modelo, mas se o programa demanda isso, esperamos que o resultado seja o melhor, para justificar tanto trabalho”. Marcondes ainda diz que mesmo com algumas divergências, acredita que todos os produtores da região, no distrito, estão colaborando para obra. Ele mesmo cedeu espaço em sua propriedade para abrigar os funcionários. Para o secretário de Agricultura de Guarapuava, Itacir Vezzaro, o projeto é importante. Ele acredita que o custo para os municípios ainda é baixo, em relação a qualidade das obras. “É um projeto elaborado, uma melhoria bem acentuada, pensando na conservação do solo da estrada e das lavouras. O objetivo é que a água da chuva não vá pra estrada e nem a água da estrada vá para lavoura”. O secretário também comenta que os produtores devem conhecer bem o projeto, antes de dizerem que a proposta agressiva. “Eles precisam pensar que vão ganhar muito mais do que perder”, finaliza Vezzaro.


Prestação de Serviços

Agricultura de Precisão Exata

N

o início do ano de 2007 surgiu a empresa Exata Agricultura de Precisão, iniciando as atividades na Colônia Vitória, em Guarapuava-PR, com um departamento técnico formado por engenheiros agrônomos e técnicos, visto que o mercado vem exigindo cada vez mais um aprimoramento profissional na atividade, para desenvolver de forma correta e com profissionalismo a tecnologia. Nos dias atuais, a grande maioria de máquinas agrícolas vendidas já possui tecnologia embarcada para o uso agrícola, gerando uma demanda por mão de obra qualificada na prestação e execução de serviços. Na busca pela excelência na prestação de serviços de Agricultura de Precisão, a equipe da Exata AP, buscou o Eng. Agr. Msc. Paulo José Alba, especialista em Agricultura de Precisão, professor de fertilidade de solo e AP na UDC (Universidade Dinâmica da Cataratas) em Foz do Iguaçu – PR, para desenvolver um projeto focado no atendimento ao produtor que busca geração de resultados positivos em sua propriedade, através do uso de tecnologia para incremento de rendimentos em suas lavouras. A equipe conta também com consultores técnicos como Afrânio Nardelli, que também é Técnico Agrícola especializado em AP, equipe de amostradores de campo com treinamento constante para garantir qualidade agregada ao trabalho que o departamento desenvolve junto com os produtores da região. A Exata AP vem desenvolvendo atividades de pesquisas em propriedades de agricultores referências em determinadas regiões do estado. Em algumas propriedades já vêm sendo estudadas pesquisas de adubação, de fertilizantes a lanço na cultura da soja, como o K (Potássio) e até mesmo com bons resultados em adubações de sistema com o P (Fósforo). Outro assunto de interesse dos produtores, como o gesso agrícola, vem sendo pesquisado há dois anos na propriedade do Sr. Israel Wenzel, onde o experimento conta com 32 parcelas de 900 m² e é acompanhado constantemente, com resultados positivos ao uso do insumo, gerando Teses de Conclusão de Curso, bem como resultados regionais.

Junto a outros produtores, a Exata AP vem atuando há mais de seis anos com trabalhos visando a correção de solo através do uso de mapeamento de produtividade e acompanhamento da lavoura, onde os resultados vêm superando expectativas iniciais de retorno econômico e de produtividade. No departamento de AP na Exata, o produtor rural vai encontrar confiança e profissionalismo da equipe, que desenvolve o trabalho com dedicação e paixão por alta produtividade em suas atividades. O agricultor Ernani Hammes, proprietário da Estância Grenalna, na região de Pirapitã - Paraguai, onde o Eng Agrônomo Paulo Alba, em parceria com STARA, desenvolve em sua propriedade um projeto denominado de MAS (Manejo Avançado Stara), através da agricultura de precisão desde o ano 2008, vem colhendo frutos de altas produtividades de soja e milho com um trabalho focado na melhoria constante da fertilidade de solo. Em sua propriedade, o produtor desenvolve, em parceria com universidades do Paraguai e Brasil, experimentos de teses e conclusões de cursos. Medidores de Condutividade Elétrica do Solo já vêm sendo estudados pela equipe de técnicos da Exata AP, que, em resumo, é utilizado na geração de Zonas de Manejo de Alto, Médio e Baixo potencial da lavoura, identificados através do uso do equipamento, onde a partir da definição de parâmetros agronômicos analisados pela equipe de engenheiros agrônomos e técnicos daExata AP, esses dados podem ser utilizados pelos produtores para geração de mapas de população de plantas, coletas de solo direcionadas (grid inteligente). Todos os parâmetros utilizados pela equipe estão baseados em pesquisas desenvolvidas em propriedades de produtores das mais diversas regiões do Brasil, desenvolvidas pelo projeto MAS e pelo projeto Aquarius da Universidade Federal de Santa Maria. A busca pela evolução constante na agricultura nos leva ao aprimoramento e atualização de tecnologias que resultem em lucro ao produtor rural para que a agricultura de precisão passe a ser uma ferramenta de uso constante e de apoio na redução de custos, aumento de rendimentos e o melhor aproveitamento de insumos como fertilizantes e corretivos.

Mapa de Produtividade com pontos direcionados.

Mapa de Condutividade Elétrica com pontos direcionados.

Afrânio L. Nardelli - CREA/PR 85033/TD alnardelli@yahoo.com.br (42) 9933-7201 - (42) 3625-2271 Av. E 1061 - CEP 85139 - 400 Colônia Vitória - Guarapuava - PR Paulo José Alba - CREA/RS 177284/TD pjagro@yahoo.com.br (45) 99356745 / (45) 91286588 / (45) 30296067 Rua Caracas, 45 - CEP 85858-040 Beverly Fahls - Foz do Iguaçu - PR

Revista do Produtor Rural do Paraná

73


Notas

Estão abertas as inscrições para a segunda turma 2014 de mestrado e doutorado em Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava/PR. Podem se inscrever engenheiros agrônomos e profissionais de áreas afins. Os campos de estudo têm área de concentração em “Produção vegetal” e linhas de pesquisa em “Manejo de grandes culturas” e “Horticultura”. Serão ofertadas 25 vagas para o Mestrado e 9 para o Doutorado, distribuídas entre os professores de acordo com a disponibilidade de vagas do corpo docente, obedecendo o critério de classificação dos candidatos. As inscrições devem ser feitas online pelo site do programa até o dia 30 de junho, no valor de R$ 150. O edital de homologação das inscrições vai estar disponível até o dia 2 de julho, na página do programa de pós-graduação. Após a homologação das inscrições, o candidato deverá entregar a documentação exigida na secretaria do Programa de Pós-Graduação em Agronomia até às 7h30min do dia 7 de julho de 2014, que fica localizada no campus Cedeteg. Para mais informações, o telefone do programa é o (42) 3629-8248.

Casa em Ordem No dia 10 de maio, produtores e trabalhadores rurais da região de Guarapuava puderam conhecer mais sobre as exigências legais que cercam a atividade rural. A palestra ministrada pelo consultor e engenheiro agrônomo da Faep, Dalton Celeste Rasêra, teve o objetivo de debater os temas do programa “Casa em Ordem”. Desenvolvido pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), o programa auxilia o produtor a cumprir a extensa legislação que regulamenta a produção rural, para que a classe não seja penalizada com as leis e normativas da atividade agrícola e pecuária.

74

Revista do Produtor Rural do Paraná

Vazio Sanitário da Soja O período do Vazio Sanitário da Soja iniciou no dia 15 de junho e vai até 15 de setembro. Nestes 90 dias, nenhum produtor pode ter a presença de plantas vivas de soja na propriedade. Esse período é decretado por lei e faz parte do Programa Estadual de Controle da Ferrugem Asiática da Soja do Conselho de Sanidade Agropecuária. “O principal objetivo do vazio sanitário é reduzir a incidência da Ferrugem Asiática na soja. Assim, se reduz também a aplicação de agrotóxicos e fungicidas nas lavouras, consequentemente, há menor contaminação ambiental. Também se espera que com menor incidência da doença, a próxima safra tenha uma alta produtividade”, explica o engenheiro agrônomo da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) de Guarapuava, Alexsandro Schiavini. Haverá, nestes meses, fiscalização constante da Adapar em propriedades da região. Os produtores que não respeitarem a lei, são autuados. Os valores das multas variam de acordo com a extensão do local. “O produtor autuado deve, imediatamente, retirar as plantas. Se assim não fizer, ele pode ser autuado novamente e o valor sobe”, ressalta Schiavini. Mais informações podem ser acessadas no site da Adapar.

Foto: Rosemeri Althaus

Mestrado e Doutorado em Agronomia


Armazenagem

Mão-de-obra em unidade armazenadora

D

esta vez, vamos discorrer sobre um assunto bem presente para quem tem unidade armazenadora na fazenda, cerealista ou cooperativa: a MÃO-DE-OBRA para operação dos equipamentos da unidade. Não temos instituição com curso técnico para formação especifica deste profissional. Por demanda do cliente, as empresas provedoras de equipamentos estão mais voltadas à automação de suas máquinas. Vamos elencar o que já está à disposição, hoje, no mercado: 1 - MÁQUINA DE LIMPEZA: Pode contar com peneirão rotativo na entrada da máquina, retirando impurezas grossas, minimizando a limpeza manual das peneiras. Caixa de peneira fechada e filtros de manga, minimizando a sujidade e o grande ponto de cada novo projeto. É a mecanização das impurezas, ou seja, a retirada das impurezas com transportadores até uma caixa de expedição rodoviária, sem a intervenção humana. 2 - SECADOR DE CEREAIS: O tipo da torre de secagem que migrou de torre de cavalete usada há mais de 30 anos para torre de coluna, necessita, comparativamente, apenas 1/3 de paradas para limpeza da torre, controles de nível, de fluxo de ar, de temperatura de secagem e de umidade. 3 - FORNALHA: Essa recebeu duas importantes inovações: alimentação mecanizada de lenha e a retirada de cinzas. Essa mão-de-obra é muito insalubre e essas mecanizações são muito relevantes, além de propiciar melhoria na qualidade de secagem. 4 - SILOS: Com apoio de termometria, a automa-

Engº. Marcio Geraldo Schäfer Paraná Silos Representações Ltda. marciogeraldo@ymail.com

ção de aeração, que permite o cuidado automático da temperatura do cereal. 5 - FLUXO DE CEREAL: A automação com registro e acionadores pneumáticos está cada vez mais presente a um custo muito interessante. Isso permite alterar os fluxos através de botoeiras no quadro de comando. 6 - TULHA DE EXPEDIÇÃO: Esse item, como solução de layout montado sobre a balança rodoviária, permite expedição rápida, sem necessidade de baldeação de produto para acerto do peso. 7 - TOMBADOR NA MOEGA E SUGADORES DE AMOSTRAS: Esses equipamentos permitem volume de trabalho na descarga da moega e a retirada de amostras no caminhão com rapidez e pouca mão de obra. Em unidade de fazenda, os caminhões basculantes fazem muito bem a tarefa de descarga rápida. Todos os itens elencados atenuam a necessidade de mão-de-obra e auxiliam fortemente o trabalho em uma unidade armazenadora. Mas a mão de obra - item essencial para o trabalho e controle dos bons cuidados com o cereal - ainda é primordial. Preocupado com esta falta de formação, a empresa Kepler Weber atenua essas dificuldades propiciando curso teórico/prático a seus novos clientes, mensalmente, em suas fábricas (Panambi-PR e Campo Grande-MS). Em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava PR, a empresa está formatando um curso aberto e com vagas limitadas, para um treinamento em Guarapuava-PR. Fique atento e aproveite essa oportunidade, para melhorar as práticas de trabalho em sua unidade de armazenagem.

Revista do Produtor Rural do Paraná

75


Neas

Fotos: Unicentro

Ciclo de palestras sobre aves e suínos

O

I Ciclo de Palestras em Aves e Suínos, realizado nos dias 25 e 26 de abril, no auditório central do Campus CEDETEG UNICENTRO, foi organizado por cerca de 20 integrantes do NEAS (Núcleo de Estudos em Aves e Suínos) e contou com a participação de sete palestrantes. As palestras abrangeram diversos temas relacionados com a produção de aves e suínos, tais como: melhoramento genético, manejo nutricional, doenças com alto impacto na avicultura e suinocultura, bem como o manejo das granjas em geral. Também foi abordado o tema da atuação do médico veterinário nas empresas e o que as mesmas tem esperado do profissional atualmente. Participaram do ciclo de palestras, mais de 50 alunos da Unicentro e da Faculdade Campo Real. A organização do evento agradece o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava. “Agradecemos o voto de confiança e a contribuição. O objetivo do evento, de disseminar conhecimento para a comunidade acadêmica através das palestras, foi alcançado com êxito”, comentou Josiane Schuvank Maculan, acadêmica do 4º ano de Medicina Veterinária - UNICENTRO e integrante do NEAS.

Fonte: www.expoumuarama.com.br

76

Revista do Produtor Rural do Paraná


Automóveis

Crescer junto

faz parte do nosso negócio A Dumas Peugeot acompanha a expansão de uma das mais promissoras cervejarias da região

E

m Guarapuava, como em outras regiões agrícolas, o contínuo desenvolvimento do agronegócio tem significado também o crescimento de empresas ligadas ao setor. Maior movimentação nos negócios leva à aquisição de mais equipamentos e veículos. É o caso de uma cervejaria na localidade de Cachoeira, no distrito rural de Entre Rios. O proprietário, Harry Reinnerth, completa uma década no mercado comemorando a consolidação de sua marca e a perspectiva de expandir as atividades. “Temos percebido um aumento significativo no ramo cervejeiro nos últimos dez anos”, relatou, destacando que “esse aumento demanda equipamentos tanto na parte logística quanto na estrutura”. Com mercado aquecido, a empresa já pensa em expansão: “estamos com um projeto de ampliação”, disse Reinnerth, antecipando que vai dobrar a atual produção, instalar uma unidade envasadora e partir para produtos especiais. Para o transporte dos barris, a opção foi um furgão. E entre os furgões, o empresário apostou no modelo Partner, da Peugeot. Cliente da concessionária Dumas, Reinnerth observou que agora seria necessário buscar um modelo de maior porte, já que as entregas da cervejaria vêm aumentando. A opção pela marca Peugeot, segundo ele, fica mantida. Afinal, na hora de atender os clientes, é preciso um furgão que ofereça espaço e confiabilidade. “Pretende-

mos ampliar nossa frota. Ainda este ano, será adquirido mais um veículo na Dumas Peugeot, mas com capacidade de carga maior”, conclui o empresário. Acompanhar o crescimento de seus clientes está no DNA da Dumas. A concessionária faz parte do Grupo Le Lac, a rede que mais vende Peugeot no Brasil e que este ano recebeu pela oitava vez o Lion D’or, o prêmio máximo da Peugeot no país. A premiação destaca o Paraná no cenário automotivo nacional e atesta que o Grupo oferece os melhores serviços entre mais de 150 concessionárias Peugeot em todo o país. Para o diretor do Grupo, Mirtillo Trombini, “o prêmio é resultado de um conjunto de esforços e estratégias que têm como foco principal a satisfação dos clientes”. Em 2014, o Grupo Le Lac comemora 20 anos de atuação. São 20 anos de dedicação e muito trabalho para sempre garantir a satisfação de clientes como o Harry Reinnerth e oferecer a solução ideal para cada tipo de negócio. Atualmente, o Grupo Le Lac possui oito revendas em todo o Paraná, sendo quatro em Curitiba, uma unidade em Ponta Grossa, outra em Guarapuava, Francisco Beltrão e Pato Branco. O Grupo ainda comporta um centro de Preparação de Veículos Novos com capacidade para 600 carros por mês e o maior e mais completo Centro de Preparação, Logística e Funilaria do Sul do Brasil. A Dumas Peugeot de Guarapuava trabalha com a venda de veículos novos Peugeot, seminovos multimarcas, serviços de pós-venda e funilaria, além de peças de reposição e acessórios. Para mais informações acesse www.grupolelac.com.br

Revista do Produtor Rural do Paraná

77


369 mm em dois dias

Foto: Gabriela Abt

Foto: Bruno Reinhofer

Chuva destruiu pontes e inundou áreas rurais

Foto: Celso Costa

Foto aérea tirada no distrito de Entre Rios

78

CGH do Grupo Reinhofer: perda total Foto: Luciano Daleff

Na Fazenda Boa Esperança, árvores caíram com a força do vento e chuva

Revista do Produtor Rural do Paraná

BR 373 - Candói

G

Foto: Tonico de Oliveira/Intervalo da Notícias

Clima

uarapuava e região sentiram fortemente os efeitos das chuvas que, dias 7 e 8 de junho, provocaram inundações em diversos locais do Paraná. Dados da estação meteorológica do Simepar/Fapa, no distrito de Entre Rios, mostraram que, apenas naqueles dois dias, choveu 369,6 mm. O volume é mais do que o dobro da média histórica do mês (1976 a 2013), de 154 mm. Com isso, até o dia 9, junho havia registrado 466 mm de chuva, aproximando-se dos 498 mm ocorridos durante o mesmo mês do ano passado. De acordo com a regional da Seab em Guarapuava, que monitora a produção agropecuária de 12 municípios, nas áreas rurais não houve perdas de safra significativas, porque, naquele momento, as culturas de verão já haviam sido colhidas e as de inverno ainda aguardavam o início do plantio. Mas a chuva fez rios transbordarem, destruiu pontes, causou alagamento ou erosão em várias áreas de lavoura e deixou estradas rurais total ou parcialmente intransitáveis. Os distritos de Jordão, Guará e Entre Rios foram alguns dos lugares mais atingidos. No Jordão, as águas invadiram propriedades próximas à margem do rio. A cabeceira da ponte que dá acesso ao local, no Parque do Jordão, foi arrastada pelas águas e a via foi interditada. A principal alternativa dos moradores para poder ir ou voltar de Guarapuava passou a ser o distrito de Entre Rios. Mas a localidade também foi afetada: na PR 170, o asfalto afundou em alguns trechos, entre o distrito e a cidade, e houve ainda queda de barreira. Mesmo cinco dias após o temporal, segundo a Coamig, o setor do leite ainda se via bastante atingido pelas inundações. O presidente da cooperativa,


Foto: Itacir Vezzaro

Foto: Manoel Godoy

Foto: Alex Sander/Intervalo da Notícias

Ponte sobre rio Cavernoso, divisa dos municípios Candói e Cantagalo

Estradas rurais ficaram total ou parcialmente intransitáveis

Edson Bastos, relatou que em várias propriedades a chuva destruiu os acessos, o que levou produtores a perder o produto por não conseguir retirá-lo. Conforme avaliou, entre os lugares mais afetados estão os acessos a assentamentos no distrito de Guará, a ponte sobre o Rio Bananas, a de Santa Clara e a estrada que liga os municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu. Na cooperativa, com sede em Guarapuava, o volume de leite entregue, que nesta época já é menor devido à entressafra, ficando na média de 90 mil litros, caiu ainda mais: em alguns momentos, redução girou em torno de 20%. Em Reserva do Iguaçu, as águas do Rio Capão Grande subiram e destruíram uma usina de geração de energia elétrica localizada na Fazenda Campo Bonito. Um dos proprietários, Bruno Reinhofer, disse acreditar que as águas tenham subido “no mínimio 6 metros e meio”. O resultado foi a perda total, dos equipamentos que geravam eletricidade à sala de comando. A unidade, uma CGH (Central Geradora Hidrelétrica), tinha capacidade de 440 kilowatts e estava em operação desde dezembro de 2010. O abastecimento de energia da propriedade permanece normal, já que a fazenda é interligada à rede existente no Estado. A CGH era um dos negócios do grupo proprietário da fazenda Campo Bonito, que vendia a eletricidade produzida. De acordo com Reinhofer, o grupo avaliará a situação para decidir se uma nova usina será ou não construída.

Estragos em estrada rural no distrito de Guará

Em tempo Em entrevista coletiva para imprensa no dia 18 de junho, o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, anunciou o Plano de Recuperação de Danos causados pelas enchentes. Conforme afirmou, “é preciso que se restabeleça a rotina da cidade em todas as suas áreas”. Para que isto seja possível , o prefeito assinou dois decretos para reduzir os custos no orçamento do município e assim viabilizar as obras. As obras ligadas ao meio rural, consideradas de emergência pela gestão municipal, dizem respeito à revitalização das estradas e construção de pontes. Segundo o prefeito, “a principal ação será o restabelecimento dos acessos. Em relação à correção da fertilidade do solo (devido as erosões e lixiviação), o município vai ceder recursos para a compra de calcário e fósforo”, ressaltou.

(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

Revista do Produtor Rural do Paraná

79


Notas / Empresas

I Dia de Campo - Pecuária de Precisão e Boi no Rolete

Alexandre Bombardelli (Tortuga) e Josiel Gregio (médico veterinário, filho do proprietário)

No dia 07 de maio de 2014, com mais de 400 participantes, ocorreu o I Dia de Campo – Pecuária de Precisão e Boi no Rolete, na Faz. dos Irmãos Grégio, em Boa Ventura de São Roque. O evento foi promovido pela DSM-TORTUGA, em parceria com a COAMO e apoio da SYNGENTA. O foco principal foi a nutrição de Bovinos de Corte. O evento foi dividido em duas partes, uma com dinâmicas em 4 módulos de 30 min. sendo, módulo de Confinamento (Dr. Juliano Beleze - Tortuga), módulo de silagem (Dr. Hérico Rossetto - Coamo), módulo de Creep para bezerros (Dr. Edgar Moser - Tortuga) e módulo do Fosbovi Aveia Azevém (Dr. Alexandre Bombardelli – Tortuga). À noite foram realizadas mais duas palestras. Uma sobre Tecnologia de Híbridos da Syngenta, com Dr. Emerson Rafaeli e outra sobre Pecuária de Precisão, com o Dr. Juliano Beleze – Tortuga.

SELECT® 240EC é aprovado para controle de azevém nas culturas de milho e trigo O manejo eficiente para o controle das plantas daninhas é fator essencial para a produtividade da atividade agrícola, objetivo que motiva a Arysta LifeScience a manter investimentos constantes na oferta de novas tecnologias e produtos eficazes com excelente custo-benefício. Resultado deste esforço é a aprovação, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da extensão do uso de SELECT® 240EC no controle de plantas daninhas para aplicação em pré plantio das culturas de milho e trigo. Para o milho, contra a planta daninha Azevém, e para o trigo, contra as plantas daninhas Azevém e Aveia-Preta. No Rio Grande do Sul, o Azevém, além de ser utilizado como pastagem, tornou-se a principal planta daninha nas áreas cultivadas com cereais de inverno. “Dos cerca de um milhão de hectares cultivados no Estado com cereais

de inverno, estima-se que 80% apresentam a incidência do Azevém, que, por seu difícil controle e alta incidência, é a principal planta daninha presente no Rio Grande do Sul”, informa o pesquisador Mário Bianchi, da CCGL Tecnologia de Cruz Alta (RS). Além disso, o manejo inadequado é uma das principais causas do surgimento de plantas daninhas resistentes a certos herbicidas. “A resistência é um problema recorrente no Brasil, motivado, principalmente, pelo manejo inadequado em áreas onde é prática comum o uso repetido e subsequente dos mesmos, ou diferentes herbicidas, mas com o mesmo mecanismo de ação”, completa Fernando Adegas, da Embrapa Soja de Londrina. O assunto foi discutido durante o II Encontro Nacional sobre Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas, que aconteceu no último dia 15, no Rio Grande do Sul. Fonte: Agrolink com informações de assessoria

80

Revista do Produtor Rural do Paraná


Revista do Produtor Rural do Paranรก

81


82



Agronomia

Jornada de Estudos Agronômicos e Arena Campeira

R

ealizadas do dia 13 a 15 de maio, a 3ª Jornada de Estudos Agronômicos e 2ª Arena Campeira da Faculdade Campo Real foram um sucesso. O evento propiciou palestras com profissionais renomados da área. Além disso, com um formato diferente, na chamada “Arena Campeira”, onde o palestrante fica no meio e os acadêmicos ao redor, o evento chamou a atenção por serem os próprios alunos que direcionavam o debate por meio de perguntas. “O evento atingiu nossa meta e expectativas. Conseguimos congregar nos três dias, diferentes áreas do conhecimento do agrônomo. Desde melhoramento genético vegetal até plantas daninhas, doenças em plantas e crimes ambientais. Foi um evento bastante diversificado, que agregou conhecimento técnico para o aluno, enriquecendo o currículo acadêmico, favorecendo que eles façam a diferença no mercado de trabalho”, afirma o coordenador do evento, professor Mateus Cassol Tagliani. Segundo Tagliani, dos 640 acadêmicos de engenharia agronômica, 543 participaram do evento, ou seja, uma adesão de 85%. “Nós ficamos muito felizes com essa aceitação, pois eventos como esse só tem a enriquecer os alunos e o nosso curso”, comemora.

Exposição Fotográfica O evento contou com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, que participou com estande e disponibilizou a Exposição Fotográfica “Sócios e Produção, Tecnologia e Paixão”, com fotografias da produção agropecuária regional, feitas pela assessoria de comunicação do Sindicato Rural para o banco de imagens da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ. A exposição ficou na biblioteca do estabelecimento de ensino superior.

84

Revista do Produtor Rural do Paraná


Revista do Produtor Rural do Paranรก

85


Responsabilidade Social

Programa A União faz a Vida chega a Guarapuava

Adilson, presidente da Cooperativa Sicredi com Tede Willian, gerente do Sesi

86

O

programa “A União faz a Vida” foi oficialmente lançado em Guarapuava no dia 12 de maio. O evento aconteceu no Colégio Sesi do município e contou com a participação de diretores e colaboradores da Cooperativa Sicredi Terceiro Planalto e da equipe pedagógica da instituição de ensino. O programa tem como objetivo motivar crianças e adolescentes a construir e a vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania por meio de projetos educacionais desenvolvidos em conjunto com a comunidade. Inicialmente, no sistema Sesi, lançado em Ortigueira e Bocaiúva do Sul, o programa de responsabilidade social do Sicredi está se estendendo a mais 26 municípios do Paraná, grupo no qual Guarapuava está incluída. O presidente da Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Primo Fiorentin, considerou um orgulho estar implantando o programa no Sesi de Gua-

Revista do Produtor Rural do Paraná

rapuava. “A União Faz a Vida é o nosso grande programa de responsabilidade social. Para nós, é um prazer poder trabalhar em conjunto com o Sesi/Guarapuava, tendo a certeza de que essa parceria trará benefícios à sociedade guarapuavana”, afirmou em seu discurso. A coordenadora do programa no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, Rejane Farias de Andrade, apresentou os números e resultados dos municípios que já desenvolvem o programa. “Tenho certeza que aqui em Guarapuava será um sucesso da mesma forma que está acontecendo em outros municípios da nossa Central Sicredi PR/SP/RJ”, destacou. Na avaliação do gestor da unidade Sesi/Senai de Guarapuava, Tede Willian Camacho, o programa reforça os compromissos assumidos pela instituição de estimular o cooperativismo e a cidadania, com ações que gerem benefícios à comunidade. “Estamos muito orgulhosos em fechar essa parceria com o Sicredi, agregando valores ao ensino que damos aos nossos alunos. Posso dizer que não estamos só com os braços abertos para receber o programa, mas de corações abertos também”, ressaltou. O evento também contou com a palestra de Fabiano Brum, que abordou a relação entre música e motivação de forma descontraída.

Palestrante Fabiano Brum com a mascote do programa


Como surgiu

O Programa A União Faz a Vida foi desenvolvido pelo Sicredi para ampliar o conhecimento das comunidades sobre o cooperativismo e a natureza das sociedades cooperativas. A proposta do programa de educação cooperativa para crianças e jovens foi construída a partir de exemplos internacionais e da parceria com o Centro de Desenvolvimento e Pesquisa sobre Cooperativismo da Universidade do Vale do Rio do Sinos – São Leopoldo/RS. O projeto piloto foi implantado em Santo Cristo, pertencente à Sicredi Grande Santa Rosa/RS, em 1995. A expansão nacional do Programa começou pelo Estado do Mato Grosso, em 2005, e, em 2006, foi a vez do Paraná. Em 2010 e 2011, o Programa chegou a Santa Catarina e São Paulo, respectivamente. O cenário de atuação são as salas de aula, escolas (mais de mil) e seu entorno (as ações se distribuem em mais de cem municípios). Ao todo, o programa soma a participação de mais de 158 mil crianças e adolescentes em todo o país e conta com 17 mil educadores para fomentar as ações de valorização da cooperação e da cidadania.

Presidente da Cooperativa Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Primo Fiorentin

Gerente do Sesi Guarapuava, Tede Willian Camacho

Revista do Produtor Rural do Paraná

87


Sindicato Rural de Pitanga

Fotos: Manoel Godoy

Nova diretoria toma posse; Zampier é reeleito presidente

(Da esq. p/ dir.) Cezar Luiz Schon, João Luiz Dante, Sadi Sabino Markoski, Maria Helena da Silva Rafaeli, João Marco Nicaretta, Anselmo Coutinho Machado, Luiz Carlos Zampier, Luiz Rodrigues Biscaia, Cleverson Schon Cléve, Paulo Greggio, José Luiz Nervis, Cladirio Luiz Zanetti, Lourival Roberto da Silva Goes, Wilson Scariot

88

O

Sindicato Rural de Pitanga realizou, no dia 24 de abril, a cerimônia de posse da diretoria eleita em 14 de março. Realizado no auditório da entidade, o ato contou com a presença de produtores rurais associados, diretores e funcionários, do presidente Luiz Carlos Zampier e do diretor financeiro da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), João Luiz Rodrigues Biscaia, que conduziu o juramento dos membros eleitos e deu posse à nova diretoria. Dirigindo a palavra aos presentes, ele enfatizou a importância do produtor rural se engajar na defesa de seus direitos ao lado de organizações como a FAEP. Biscaia lembrou que vários têm sido os avanços conseguidos pela união dos produtores. Zampier, em seu pronunciamento, agradeceu aos funcionários do sindicato, destacando o secretário executivo Antônio Adir de Lara, que hoje, com 25 anos de serviços prestados, é o funcionário mais antigo da entidade. O presidente também lembrou que, com cerca de 1.700 associados, o Sindicato Rural de Pitanga é um dos maiores do Paraná. Já entre as prioridades da diretoria eleita, ele antecipou que buscará a perenidade da entidade, fortalecendo ainda mais o aspecto financeiro, para que as atividades não dependam apenas das contribuições dos associados. A “perenidade”, como definiu, deve ser assegurada para que os produtores possam continuar contando com uma organização que os represente na sociedade. Após a posse, produtores, funcionários e diretoria eleita, acompanhados pelo diretor financeiro da FAEP, participaram de jantar de confraternização.

Revista do Produtor Rural do Paraná

Diretor financeiro da Federação da Faep, João Luiz Rodrigues Biscaia A Federação é a representante legal dos produtores rurais. E como tal, vai trabalhar sempre por isso. Defendendo seus direitos e seus anseios. Como fez no Código Florestal, na lei que estava querendo cobrar PIS e Cofins da soja, como fez na questão do emplacamento de máquinas. Então, esta é a função da federação. Ela vai estar sempre junto ao agricultor para proceder à sua defesa. Os diretores da federação são produtores rurais também. Convivemos e sentimos os mesmos problemas dos produtores rurais”.


Diretoria eleita (Gestão 2014 a 2017)

Presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Carlos Zampier A questão ambiental vai ser uma prioridade. Aprovado o novo Código Florestal, fica daqui para frente colocá-lo em prática. Fazer o Cadastro Ambiental Rural de cada propriedade, fazer o Plano de Recuperação Ambiental, se porventura alguma necessitar. E também acho que vamos ter que fazer um plano para procurar uma compensação pelo excedente florestal que temos aqui do preconizado no Código Florestal, que é 20%. Com certeza, temos mais de 30%. Então queremos uma compensação financeira por este ativo ambiental que nós temos. A questão de profissionalização dos agricultores é fundamental. Queremos continuar dando toda a prioridade ao Senar, aos cursos Empreendedor Rural, Jovem Aprendiz, Mulher Atual, e todos aqueles que são profissionalizantes. Queremos dar uma continuidade e um apoio total. São mais de 2 mil agricultores que treinam por ano, são 180 cursos por ano aqui no Sindicato Rural de Pitanga, e isso vai continuar sendo uma prioridade. E para esses próximos três anos, estamos pensando seriamente na questão de sobrevivência do sindicato. Queremos deixar o sindicato perene. Queremos fazer algum investimento que nos traga uma garantia de uma renda futura. Que se por ventura alguma coisa atrapalhar as receitas do sindicato rural nos dias de hoje, queremos que o Sindicato Rural de Pitanga tenha essa perenidade. Ele não pode morrer por falta de recursos”.

Presidente – Luiz Carlos Zampier Vice-presidente – João Marco Nicartetta 2º Vice-presidente – José Luiz Nervis Secretário – Luiz Carlos Machiavelli Petrechen Filho 2º Secretário – Maria Helena da Silva Rafaeli Tesoureiro – Anselmo Coutinho Machado 2º Tesoureiro – Cladirio Luiz Zanetti Conselho Fiscal – Wilson Scariot Conselho Fiscal – Sérgio Luiz Grande Conselho Fiscal – João Luiz Dante Suplente Conselho Fiscal – Sadi Sabino Markoski Suplente Conselho Fiscal – Cleverson Schon Cleve Suplente Conselho Fiscal – Cezar Luiz Schon Delegado Representante – Paulo Greggio

Diretor financeiro da Faep, João Luiz Rodrigues Biscaia, deu posse aos diretores eleitos

Com cerca de 1.700 associados, o Sindicato Rural de Pitanga é um dos maiores do Paraná

Revista do Produtor Rural do Paraná

89


Relatório da viagem

Produção, sustentabilidade, qualidade, certificação e rentabilidade

Queremos participar dessa revolução do setor agrícola no Brasil. Fabiano Pacentchuk, Joacir Kuxla, João Daniel Nerone Turok, Murilo Viotto Del Conte

E

ntre os dias 11 e 19 de maio de deste ano, uma turma de agronomia da UNICENTRO esteve em viagem pelo Centro -Oeste brasileiro, a fim de conhecer as atividades agrícolas e o funcionamento de algumas empresas da região. A primeira das visitas foi realizada à usina de cana-de-açúcar Jalles Machado, unidade Otávio Lage, localizada na cidade de Goianésia – GO, onde foi possível observarmos as etapas de produção de etanol, açúcar e energia, proveniente do processamento da cana de açúcar e posteriormente, os campos de produção, que totalizam 18.058 ha. A empresa, além de beneficiar a cana-de-açúcar

90

Revista do Produtor Rural do Paraná

e produzir álcool, utiliza torta de filtro e vinhaça como fertilizantes para o solo. Tanto a torta de filtro, quanto a vinhaça, são subprodutos da produção de álcool. Para cada litro de álcool, são produzidos de 10 a 13 litros de vinhaça, a qual é rica principalmente em potássio e matéria orgânica e por isso, além do infertilizar o solo, propicia aumento da atividade microbiana do mesmo. Por conta dos longos períodos de estiagem que ocorrem na região, é necessário o suprimento de água, e por isso, grande parte da área plantada está sob pivô central. Além da função de irrigar a cultura, o pivô também é utilizado para a aplicação de nitrogênio. Atendendo a le-


gislação vigente, todas as etapas de produção da cana são realizadas mecanicamente, bem como as pulverizações que são realizadas via aérea. A vida produtiva de um canavial varia entre 3 e 7 anos, sendo feito o último corte quando o rendimento do produto se encontra abaixo da expectativa (60.000 kg.ha-1). Quando isto ocorre, o canavial é reformado, sendo realizado normalmente pelo cultivo da soja. Na implantação, várias cultivares adaptadas à região são utilizadas, principalmente a CTC04, que ocupa quase metade da área plantada. Entre as técnicas de manejo apresentadas pela engenheira agrônoma Karoline Rodrigues, gestora de planejamento e desenvolvimento agrícola, o monitoramento de cupins nas áreas de reforma tem resultado em economia significativa. Ela relatou que através do monitoramento, o uso de cupinicidas ocorre em apenas aproximadamente 11% da área plantada. Além disto, é realizado o manejo integrado de pragas, que visa fazer o manejo populacional das pragas prejudicais a cultura de forma menos nociva ao meio ambiente e com redução de custos. A empresa conta com o uso de parasitoides, criados em laboratório próprio. Estes insetos são microhimenópteros, que têm a capacidade de parasitar a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), praga esta capaz de perfurar o colmo da cana-de-açúcar, abrindo orifícios que possibilitam a entrada de fungos causadores de podridão vermelha (Colletotrichum falcatum) que, quando atacam, ocasionam menor rendimento de açúcar e álcool e pureza do caldo extraído da cultura. Após a criação dos parasitoides, é feita a distribuição dos mesmos nas áreas previamente monitoradas e infestadas pela praga. Esta liberação deve ocorrer de modo constante, já que o parasitoide não é capaz de se estabelecer no canavial. Vale a pena ressaltar que os parasitoides utilizados (Cotesia flavipes), são os mesmos utilizados no controle da broca-da-cana na cultura do milho, configurando-se assim como uma alternativa no controle de pragas, principalmente para híbridos de milho convencionais (não Bt). Desde o ano de 2003, a Jalles Machado vem investindo em um novo nicho de mercado: o de produtos orgânicos. A empresa possui 10.000 hectares de cana-de-açúcar orgânica, a fim de produzir o açúcar orgânico. Geralmente quando se fala em produção orgânica, logo se imagina a produção em pequena escala e na maioria das vezes de frutas e hortaliças. Em face deste conceito, a produção do açúcar orgânico mostra a possibilidade da expansão deste mercado em grandes culturas. Este tipo de produção, além de agregar valor, atinge consumidores adeptos ao produto e dispostos a pagar o seu preço. Noto-

riamente esta vem a ser uma opção para diversificação na produção, acarretando benefícios aos produtores, sobretudo, financeiramente e, ainda, preservando o meio ambiente. Na nossa região, por exemplo, poderia ser fomentada a produção de carne orgânica. Para tanto, a produção de alimentos (forragem, pasto ou conservada) a serem fornecidos ao rebanho devem estar livres de agrotóxicos. Desta forma, para se conseguir a produção de carne orgânica é necessário, primeiramente, a produção da forragem orgânica. No Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, tivemos uma reunião muito produtiva a respeito da produção sustentável. Discutiram-se basicamente dois temas, sendo eles agricultura de baixo carbono e certificação de produtos agropecuários dentro da produção integrada. No que diz respeito ao primeiro tema, o Plano ABC tem por finalidade organizar e planejar ações que visem à adoção de tecnologias de produção sustentáveis, de maneira a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Tendo em vista que o setor agrícola apresenta grande relevância para o Brasil, e que se faz necessário o aumento de novas áreas de cultivo, é inconcebível que se aumente também a emissão de poluentes, pois isso comprometeria a sustentabilidade da produção. O programa apresenta abrangência nacional e a sua vigência será até 2020. Para alcançar os objetivos propostos pelo Plano ABC, estima-se que serão investidos R$ 197 bilhões, sendo que destes, R$ 157 bilhões seriam recursos disponibilizados via crédito rural. O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e um com ações de adaptação às mudanças climáticas. Os programas envolvem recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema Plantio Direto (SPD), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), Florestas Plantadas, Tratamento de Dejetos Animais e Adaptação às Mudanças Climáticas. Outro tema discutido foi a certificação de produtos agrícolas. Nesse contexto, vivemos um Revista do Produtor Rural do Paraná

91


momento onde a competitividade do agronegócio é muito alta. Logo, produzir com qualidade e agregar valor ao produto é fundamental para o sucesso da atividade. De acordo com o MAPA, o consumidor brasileiro, por vezes, se frustra na busca por alimentos seguros, e principalmente, por saber que os produtos do mercado interno são inferiores em qualidade aos produtos exportados, portanto, nasce, nesse caso, uma grande oportunidade para quem se propuser a produzir com qualidade e dentro de preceitos sustentáveis. Cabe aqui uma consideração importante: a produção com qualidade de um alimento por si só não garante as vantagens discutidas anteriormente, assim, é fundamental que a produção seja certificada, pois com a certificação o consumidor terá certeza da qualidade adquirida. No caso específico da certificação pelo MAPA, este é um processo de certificação voluntária, no qual o produtor interessado tem um conjunto de normas técnicas específicas (NTE) a seguir, as quais são auditadas nas propriedades rurais por certificadoras acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Ao certificar, os produtores rurais têm a chancela oficial do MAPA e do Inmetro de que seus produtos estão de acordo com práticas sustentáveis de produção e consequentemente, mais saudáveis para o consumo, garantindo ainda menor impacto ambiental do que produtos convencionais e a valorização da mão de obra rural. É importante salientar que a Produção Integrada Agropecuária é passível de ser adotada por qualquer produtor, independente do seu porte. A certificação de pequenos e médios produtores na PI Brasil pode ser custeada por entidades

92

Revista do Produtor Rural do Paraná

parceiras do MAPA. De todos os sistemas de certificação, o que está mais avançado é o PIF (Produção Integrada de Frutas). Este sistema já está consolidado em 18 culturas (morango, pêssego, maçã, caqui, entre outras). Entretanto, existem projetos para certificação de um grande número de culturas entre elas a da batata, café, leite bovino, soja, milho, trigo, uva para vinho, entre outras. Até o momento, o PIF apresenta aumento da produtividade e da qualidade das frutas produzidas, redução no consumo de água e energia elétrica, incremento na diversidade e população de inimigos naturais das pragas, diminuição da aplicação de agrotóxicos e da presença de resíduos químicos, nas frutas, racionalização no uso de insumos, melhoria do meio ambiente, da qualidade do produto consumido, da saúde do trabalhador rural e do consumidor final. No sistema PIF, em todas as fases de produção, armazenagem e classificação, o Inmetro, por meio de seus credenciados, realiza vistorias para verificar se as operações estão seguindo as Normas Técnicas estabelecidas para cada cultura. O produto obtido de acordo com as diretrizes e normas da PIF recebe um selo oficial que garante a qualidade da fruta, bem como o histórico de sua produção, possibilitando a rastreabilidade do lote da fruta produzida. Por fim, a comercialização dos produtos certificados pela PIF acrescidos de 10% do preço de mercado, sendo esse ágio repassado ao produtor para custeio das despesas de certificação e estímulo à venda desse produto. Para se ter uma ideia do potencial desses projetos, pode se relatar os casos de sucesso com a certificação de produtos obtidos na Espanha. No caso especifico deste país europeu a certifi-


cação já está em outro patamar, visto que além das certificações, os produtos contam com selos que garantem as denominações de origem ou denominações geográficas. Estes sistemas de denominações garantem o reconhecimento de uma qualidade diferenciada, consequência de características próprias e diferenciadas, devido ao meio geográfico onde as matérias primas são produzidas, ou até mesmo em função da influência do fator humano que participa da confecção de tais produtos. Em números, no início da década de 1990, a Espanha contava com 12 produtos com denominação de origem, o que representava € 145 milhões. Atualmente este país conta com 168 produtos com denominações, representando um montante de € 940 milhões, evidenciando assim o aumento significativo na economia, devido ao valor agregado ao produto. A terceira visita foi realizada na agrícola Werhmann, localizada no município de Cristalina-GO. A empresa se destaca na produção de soja grãos e sementes, também apresenta grande destaque no setor olerícola, produzindo alho, cenoura e batata. A batata produzida é destinada tanto para indústria quanto para mesa. A empresa produz também tubérculos de primeira geração clonal, cujo objetivo é atender sua demanda interna, em casos específicos ocorre a comercialização para outros produtores, sendo que há registros de vendas para produtores da região de Guarapuava. A produção de batata se destaca com o uso de técnicas como o cultivo de meristemas procurando obter tubérculos de batata com alta sanidade e vigor produtivo. O processo é relativamente demorado, sendo iniciado com a extração dos meristemas apicais da batata e multiplicado em laboratórios. O desenvolvimento ocorre em estufas antes de estas serem levadas a campos aptos

a multiplicação dos tubérculos. No que diz respeito ao manejo da cultura da batata, voltada a produção comercial, os técnicos de campo realizam o monitoramento das áreas de cultivo com o levantamento da incidência de pragas e doenças, tendo por finalidade posicionar aplicações preventivas e direcionadas as glebas de maior incidência, garantindo assim maior controle com menor custo. No setor da olericultura, a produção de cenoura realizada pela agrícola Werhman tem como objetivo atender os mercados consumidores da região centro-oeste e nordeste do Brasil, atendendo grandes redes de supermercados. Tendo em vista a exigência do mercado consumidor e buscando fornecer produtos de qualidade em diferentes épocas do ano, a empresa conta com estrutura de câmaras frias. Os tratos culturais da cultura da cenoura, segundo o engenheiro agrônomo Tony Yonegura, está mais relacionado com o controle de nematoides os quais afetam a raiz, ocasionando deformações devido a formação de galhas, porém seu cultivo é uma grande alternativa aos produtores da região, por esta ser um pólo de distribuição e assim atender a demanda da hortaliça, principalmente do nordeste. Outro segmento muito importante na Agrícola Whermann é a produção de sementes de soja. A empresa preconiza pela qualidade de sementes, desta forma utiliza equipamentos modernos para a limpeza e seleção das sementes. O armazenamento é feito todo em câmaras de refrigeração, câmaras estas que mantém as sementes em uma temperatura de 12°C. Ainda na produção de sementes, observou-se que a empresa realiza o tratamento industrial de sementes (TSI), o qual se apresenta como uma ferramenta importante no sistema produtivo, pois visa a proteção da semente nos estádios iniciais da cultura, preconi-

Revista do Produtor Rural do Paraná

93


zando o estande desejado de plantas na área, e elimina o processo de tratamento de sementes pelo produtor na propriedade rural. Um dos gargalos existentes no TSI é a viabilização da inoculação das sementes. O engenheiro agrônomo Felipe Lefle, responsável pelo beneficiamento das sementes, relatou que existem trabalhos objetivando garantir a sobrevivência das bactérias após o tratamento e que, provavelmente, nos próximos anos novidades surgirão. Percebeu-se também, que a realização de um tratamento de sementes eficiente com fungicida e inseticida deve preconizar a quantidade de ingrediente ativo presente em cada semente. Por isto, o processo de homogeneização da massa de sementes e a dosagem adequada é de grande importância, pois garante a proteção de cada semente, o que garantirá todas as vantagens do TSI. No dia 15 de maio, fomos a Uberlândia visitar uma das maiores empresas de semente do Brasil, a Nidera. O grupo de alunos foi muito bem recebido pelos representantes da multinacional, sendo que durante a manhã, assistimos uma palestra de apresentação da empresa, seus valores, sua política de produção de sementes, inserção no mercado nacional e internacional, etc., ministrada pelo Eng. Agr. José Gilmar Gonçalves, diretor da área de produção e logística de sementes de soja. Durante a sessão foram abordados diversos temas, desde o início da empresa no Brasil, que foi em 2005, sendo que a primeira saca de soja só foi lançada no mercado em 2010. Nessa época só possuíam 1,7% de sharing no mercado de sementes de soja no país e hoje já contam com 20% do mercado, números que mostram o quanto a empresa cresceu em tão pouco tempo. Atualmente, conta com 48 unidades beneficiadoras de sementes de soja em todo o Brasil. Segundo José Gilmar, esse grande crescimento deve-se quase que majoritariamente ao fato da empresa ter levado ao mercado cultivares de soja mais precoce que os da época, o que possibilitou colher mais cedo, abrindo espaço para o cultivo do milho safrinha, hoje de vital importância para a economia brasileira e para a sustentabilidade do cerrado. De acordo com o relatado na palestra, o mercado de sementes de forma geral está em plena expansão e nunca esteve tão aquecido como agora, principalmente no caso da soja. Basicamente fala-se em três vias de crescimento para

94

Revista do Produtor Rural do Paraná

esse mercado: aumento da área de plantio; aumento do uso de sementes por hectare; e o aumento da compra de sementes certificadas, em razão da tecnificação dos produtores, que aos poucos estão deixando de usar semente salva ou comprar sementes piratas. Também foi ministrada palestra pelo o Eng. Agr. Vitor Boaventura, sobre o sistema de produção de sementes de soja da Nidera. Por fim, falou o ex-aluno do curso de agronomia da Unicentro e hoje contratado pela empresa, o Eng. Agr. Alex Natã Bazanezzi, sobre as possibilidades de estágio e emprego dentro da Nidera, assim como de sua carreira profissional na empresa até agora. No período da tarde o grupo foi levado a uma das mais novas instalações da empresa, onde foram apresentadas com muitos detalhes todas as instalações de recebimento e armazenamento e também como funciona todo o processo, desde o recebimento da semente produzida pelos produtores contratados até o tratamento industrial, ensacamento e posterior armazenagem e expedição. Durante toda a visita ficou muito claro o fato da preocupação da empresa com a qualidade de seus produtos durante todas as fases da cadeia, desde a produção no campo até a entrega ao comprador. Foram explicadas as medidas tomadas pelos técnicos, como as várias inspeções e controles realizados nos campos de produção, exigências aos produtores contratados, escolha das regiões, intensidade de monitoramento, etc. Olhando pelo lado do produtor rural, a oportunidade de produzir sementes para a Nidera na região pode ser muito interessante, pois a empresa paga, no caso da soja, 10% a mais do que o preço cotado no mercado para o grão. Outro fator importante a citar é que a empresa é muito criteriosa na hora de escolher e classificar campos que realmente têm potencial para se tornarem sementes e não hesita em descartar partes ou até campos inteiros, o que é muito comum de acontecer. Quando o grão chega na unidade de recebimento, passa por uma pré-limpeza, sendo armazenado em silos providos de um sistema portátil de refrigeração, até que seja liberado espaço na UBS (unidade de beneficiamento de sementes). Nessa etapa é muito importante ter cuidado com a limpeza de equipamentos como elevadores, para evitar qualquer tipo de contaminação de cultivares. Dentro de outro barracão estão as linhas da UBS, que limpam e separam as sementes por tamanho e densidade, sendo que, para soja, a empresa trabalha com as peneiras 5,5 e 6,5. Na própria UBS já existe a possibilidade de realização do tratamento industrial de sementes, fato este


que chamou bastante a atenção de todo o grupo, por se tratar de uma tecnologia inovadora no setor da soja. Nesta etapa da visita, Bazanezzi, que trabalha no setor de pesquisa da empresa, ressaltou a importância do tratamento de sementes e as oportunidades que o tratamento industrial oferece ao produtor, já que o mesmo ganha em produtividade de trabalho na hora de plantar, pela economia do tempo de tratar e também ganha muito em qualidade. “Com certeza é um mercado em plena expansão e que promete logo virar uma tendência, principalmente por já ser uma prática consagrada na cultura do milho”, comentou Bazanezzi. O grupo questionou Bazanezzi e Vitor sobre a inserção da inoculação de sementes no tratamento industrial. Os mesmos responderam que ainda não há forma de viabilizar essa prática, o que faz com que a inoculação precise ser feita somente algumas horas antes da semeadura. Porém, também foram otimistas ao afirmar que vários estudos já estão sendo conduzidos no sentido de prolongar a vida das bactérias fixadoras de nitrogênio e que em alguns anos, provavelmente a pesquisa encontre uma forma de viabilizar a inoculação juntamente com o tratamento industrial, o que facilitaria ainda mais a vida do agricultor. O setor de armazenagem também impressionou a todos os estudantes presentes, sendo compostos de grandes barracões especialmente construídos e desenhados para receber um eficiente sistema de refrigeração, que é uma das principais peças na manutenção da qualidade a que a empresa se dedica tanto. As sementes ficam armazenadas a 12º C e umidade relativa do ar de 50%, mantidos por sistemas totalmente automatizados, que faz com que as sementes mantenham todas suas características de germinação e vigor durante todo o tempo de armazenamento, que geralmente é de 5 meses. “Sem sombra de dúvida, a grandeza de investimentos feitos no setor de câmara fria mais uma vez evidencia a importância dada pela empresa ao quesito qualidade”, afirma o professor Itacir. Ainda falando de qualidade, o grupo também visitou o laboratório de sementes. Impressionantes por sua ótima infraestrutura, que vai desde pessoal altamente treinado até equipamentos totalmente novos, o laboratório trabalha realizando todas as análises possíveis para índices de germinação e vigor, sempre de acordo com as regras nacionais de análise de sementes. Várias análises são feitas de cada lote: primeiro no momento do ensacamento, que geralmente corresponde a janeiro ou fevereiro; depois um reteste em julho e finalmente mais uma análise na pré-entrega.

Todo esse rigoroso controle de qualidade realizado em todas as etapas da cadeia se reflete muito bem nos números da empresa. Segundo o MAPA, para uma semente ser possível de comercialização deve apresentar germinação mínima de 80%, porém, a Nidera prima por entregar seus produtos em patamares maiores, que geralmente chegam até 95%. A agilidade da entrega é outro importante valor adotado na Nidera Sementes. Segundos os responsáveis, o agricultor quer e precisa da semente na hora certa, nem um dia antes, nem um dia depois, pois as perdas de armazenagem fora do resfriamento são muito elevadas e atrasos no plantio são inadmissíveis. Isso faz com que a janela de entrega fique muito adensada, sendo necessário um planejamento e logística extremamente eficaz. No período da viagem, percebemos a realidade do mercado agrícola nacional, principalmente no centro-oeste. Essa situação não foi observada apenas nas empresas visitadas, mas sim no setor agrícola como um todo. Podemos notar que o mercado agrícola encontra-se bastante aquecido e apresentando novos e inúmeros desafios. Desta forma, a busca por profissionais da Agronomia é incessante, bem como por técnicas que possibilitem menores custos de produção e maior rendimento numa mesma área de cultivo. Por fim, voltamos da viagem com a certeza que seremos muito importantes no desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e no emprego de técnicas que visam o aumento de produtividade com sustentabilidade, contribuindo assim para o crescimento do Brasil.

Revista do Produtor Rural do Paraná

95


Evento técnico Unicentro/Agrass:

Resultados de pesquisas

milho, soja e feijão O

Diogo Follmann: utilização de silício nas culturas de soja, milho e feijão

Fabiano Pacentchuk: fósforo complementar nas culturas da soja, milho e feijão

Itacir Eloi Sandini: nitrogênio complementar nas culturas de soja, milho e feijão

João Daniel Nerone Turok: alternativas para uso de bactérias fixadoras de nitrogênio em soja

96

grupo de pesquisas agrícolas da Unicentro (Agrisus) e o Grupo Agrass promoveram, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, dia 10 de junho, no anfiteatro da entidade, o 5º Encontro de Resultados de Pesquisas. Foram apresentados trabalhos voltados para milho, soja e feijão, especificamente em Guarapuava e região. Os participantes – estudantes, agrônomos e produtores rurais – conferiram palestras técnicas apresentadas por membros do Agrisus, sobre os temas: “Dados climáticos da safra 2013/2014” (Fabiano Pacentchuk); “Nitrogênio complementar nas culturas de soja, milho e feijão” (Itacir Eloi Sandini, coordenador do Agrisus); “Utilização de silício nas culturas de soja, milho e feijão” (Diogo Follmann); “Fósforo complementar nas culturas da soja, milho e feijão” (Fabiano Pacentchuk); e “Alternativas para uso de bactérias fixadoras de nitrogênio em soja” (João Daniel Nerone Turok). O coordenador do Agrisus, professor Dr. Itacir Sandini, explicou que o grupo tem produzido informações vinculadas ao manejo fitotécnico das culturas enfocadas. Ele comentou um dos temas de sua apresentação: a necessidade da região ultrapassar os patamares de produtividade em soja, que há anos permanecem em torno de 3 mil kg/ha. “Entendemos que as condições (da região) são favoráveis ao cultivo desta oleaginosa, tendo em vista que alguns produtores estão obtendo produtividades de 4,5 mil kg/ha”, disse. Sandini ressaltou que o grupo de pesquisas tem percebido que “o uso do nitrogênio complementar, nas culturas de modo geral, resulta em benefícios para o incremento da produtividade”. O fato ocorre em função de um aspecto fisiológico das plantas: “A partir do início da fase reprodutiva, elas deixam de ter um sistema radicular ativo e a planta ainda necessita de uma grande quantidade de nitrogênio para o pleno enchimento dos grãos”. Mas o pesquisador assinalou que a forma de disponibilização do elemento também é importante: “Continuamos ainda com o viés de que a única forma de aplicação do inoculante é via semente. É preciso pensar em alternativas, seja suco de plantio, pulverização, ou

Revista do Produtor Rural do Paraná

inoculantes longa-vida”. Sandini enfatizou também o site do Agrisus, lançado no evento (www.agrisus.com.br). Segundo disse, a página permite ao produtor rural ter acesso às informações geradas pelo grupo (formado por acadêmicos, mestrandos e doutorandos), como trabalhos de iniciação científica, de mestrado ou de doutorado. As apresentações mostradas no encontro também serão disponibilizadas. “Pretendemos que este conhecimento seja universalizado. Ao mesmo tempo, criar o hábito, entre os nossos orientados, de divulgar o conhecimento”, concluiu. Desde 2006, o grupo de pesquisas agrícolas da Unicentro – sediado no Laboratório de Plantas de Lavoura da universidade, no campus Cedeteg – se dedica a gerar e divulgar informação técnica local. Atualmente, são conduzidos 40 experimentos de milho, 12 de soja e 10 de feijão, além de atividades de integração lavoura-pecuária. O trabalho se realiza em convênio com instituições como IAPAR, UFPR, Cefet (Dois Vizinhos), UPF e várias empresas.

Homenagem – Ao final do 5º Encontro

de Resultado de Pesquisas, acadêmicos do curso de Agronomia da Unicentro e integrantes do grupo de pesquisas Agrisus prestaram homenagem ao professor Itacir Sandini. Em nome dos colegas, Fabiano Pacentchuk enalteceu o trabalho de Sandini, que coordena o grupo, e agradeceu pelos ensinamentos recebidos.


Concessionária

Tratorcase ofereceu um dia especial aos seus clientes

U

m dia para realizar negócios, em condições especiais para compra de máquinas e peças agrícolas. Este foi o objetivo do Dia de Negócios da Tratorcase, realizado no dia 7 de junho, na sede da concessionária em Guarapuava. “O Dia de Negócios é diferenciado até mesmo das feiras. Porque os descontos das máquinas podem chegar até R$ 90,000,00. Isso é possível porque é feita uma parceria entre fábrica e concessionária, onde cada uma abre mão de certa porcentagem, para que o desconto seja garantido”, ressaltou o gerente da unidade em Guarapuava, André Luiz Savoldi. Além das máquinas, peças e serviços estavam sendo oferecidos a preços e condições de pagamento diferenciadas. Savoldi também destacou a proximidade que o cliente tem com o colaborador neste dia, onde suas dúvidas sobre os produtos podem ser sanadas de forma detalhada. “Nós já temos um pósvenda muito forte, que estreita nossa relação com os clientes, mas neste dia, em especial, quem veio pode perceber a qualidade de atendimento da nossa equipe”. O produtor rural Sonimar Gregio elogiou o evento. “Acho importante esse dias de negócios, porque temos a oportunidade de conhecer melhor os produtos e podemos realizar negócios com mais calma e preços diferenciados. As feiras geralmente são longes, dão mais desgaste e também são tumultuadas. É sempre muito corrido. Aqui é pertinho de casa, podemos vir e aproveitar o dia todo”, aprovou o cliente. Durante o sábado, além de apresentações culturais e sorteios de brindes, também foi apresentado o Trator Puma, que já havia sido lançado no Show Rural Coopavel 2014 e o Trator Farmall A, que foi lançado na Agrishow deste ano, em Ribeirão Preto (SP).

Os tratores Puma e Farmall A foram apresentados com mais detalhes aos clientes

Puma

A linha oferece os modelos 140, 155, 170 e 185, com potência nominal de 144, 157, 167 e 182 cv. Equipada com motor Case IH, em duas versões: eletrônico para transmissão semipowershift e mecânico para transmissão mecânico sincronizada.

André Luiz Savoldi - gerente da unidade em Guarapuava

Farmall A

Os novos tratores Farmall Série A foram projetados para os mais diversos trabalhos tanto na agricultura como pecuária. Os modelos 110, 120 e 130 chegam trazendo mais força e tecnologia para as operações agrícolas. Uma referência em equipamentos de média potência especialmente criados para atender às necessidades dos produtores que buscam rendimento operacional aliado ao conforto e facilidade operacional. “Era um vácuo que a Tratorcase tinha porque estes modelos eram só importados e agora com a vinda do Farmall A, ele é nacional e com todas as qualidades que a Case oferece”, destaca Savoldi.

Tecnologia

A tecnologia das máquinas agrícolas foi também uma das grandes atrações do Dia de Negócios da Tratorcase. A concessionária apresentou, com detalhes de funcionamento, o sistema de Agricultura de Precisão para máquinas agrícolas. Com ele é possível trafegar com precisão de 2 cm, garantindo até 100% de eficiência nos mais diversos tipos de trabalho no campo, como pulverização, distribuição de fertilizantes e corretivos, plantio e subsolagem.

Sonimar Gregio – produtor rural

Trator suspenso em guindaste chamou a atenção dos clientes

Equipe Tratorcase

Revista do Produtor Rural do Paraná

97


Inauguração

Lavoura S/A Guarapuava de portas abertas

F

(Da esq. p/ dir.) Altermir Parzianello (conselheiro Lavoura S/A); Ronildo Chiaradia (dir. administrativofinanceiro Lavoura S/A); Cândido Pacheco Bastos Filho (Lavoura S/A Guarapuava)

Equipe ADAMA com Cândido Bastos Filho (Lavoura S/A Guarapuava)

98

Revista do Produtor Rural do Paraná

esta para marcar o início oficial de um empreendimento que veio para somar com a agricultura da região: a Lavoura Guarapuava S/A realizou, dia 8 de maio, em sua sede, a inauguração de suas instalações, com a presença de dezenas de clientes, parceiros comerciais e amigos. Um momento para destacar a concretização de um sonho e o arrojo de toda uma equipe de profissionais voltados a atender o produtor rural, da produção à comercialização de grãos. Iniciativa do agrônomo e empresário Cândido Bastos Filho, a empresa surgiu em sociedade com um nome de peso no agronegócio do Paraná: a Lavoura S/A, de Pato Branco, que com seus cerca de 80 anos de experiência hoje possui várias unidades, operando também junto a portos importantes. Com a presença de outros parceiros, como a Agroceres e a ADAMA, a inauguração, foi seguida de jantar e show de música. Cândido Bastos Filho comentou a ocasião e o trabalho da empresa, que agora começa a oferecer a totalidade de serviços de seu portfólio: “ficamos muito felizes, o pessoal participou bastante”, disse, agradecendo a presença de convidados e parceiros. “A Lavoura S/A é uma

Show: música e humor encerrando uma grande noite para a Lavoura S/A Guarapuava

Churrasco: jantar de confraternização


empresa que atua no mercado agrícola há anos, tem um know-how muito grande, na comercialização de grãos, tanto na região Sudoeste, como nos Campos Gerais, além dos portos de Paranaguá, Rio Grande e São Francisco do Sul”. O presidente da ADAMA no Brasil, Rodrigo Guitierrez destacou que “a inauguração da Lavoura S/A Guarapuava está sendo um evento de grande importância para a Milenia, sendo este o primeiro local do Brasil a divulgar a nova marca ADAMA, palavra em hebraico que significa solo ou terra. Hoje está se concretizando uma importante parceria entre duas grandes empresas que atuarão no mercado do agronegócio de Guarapuava e região”. Ainda durante o evento, Bastos Filho acrescentou que a Lavoura S/A Guarapuava se tornou também associada à ADDCS (Associação dos Distribuidores de Defensivos do Centro Sul), responsável pelo recebimento de embalagens de produtos agroquímicos utilizados na produção agrícola no centro-sul do Paraná. “O Brasil hoje é exemplo mundial no recolhimento de embalagens e Guarapuava recolhe 99% de embalagens vazias”, completou. “Estamos aptos a atuar na região e expandir nossos negócios”, finalizou.

Clientes e amigos lotaram o espaço da inauguração

Equipe da Lavoura S/A Guarapuava

Rodrigo Guitierrez, presidente da ADAMA no Brasil

RTV Sênior da Agroceres, Fernando Mayrer

Revista do Produtor Rural do Paraná

99


Antiparasitas

MAPA proíbe uso de avermectinas de longa ação

O

Diário Oficial da União publicou no dia 30 de maio a restrição quanto a fabricação de avermectinas no Brasil. De acordo com a publicação, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, instituiu a Instrução Normativa nº 13, de 29 de maio de 2014. Segue abaixo o texto na íntegra: “O Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, da Constituição, tendo em vista o disposto no Decreto-Lei n 467, de 13 de fevereiro de 1969, no Decreto nº 5053, de 22 de abril de 2004, e o que consta do Processo nº 21000.003421/2014-76, resolve: Art. 1 Proibir a fabricação, manipulação, fracionamento, comercialização, importação e uso de produtos antiparasitários de longa ação que contenham como princípios ativos as lactonas macrocíclicas (avermectinas) para uso veterinário e suscetíveis de emprego na alimentação de todos os animais e insetos. Art. 2 Ficam suspensos, a partir da vigência dessa Instrução Normativa, os registros concedidos aos produtos acabados para uso veterinário referidos no art. 1º, em decorrência da proibição nele contida, até que esta Pasta promova estudos a respeitos do assunto. Art. 3 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação”.

100

Revista do Produtor Rural do Paraná

A atitude do MAPA gerou polêmica em todo o Brasil. O diretor de Sanidade Animal do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC, São Paulo), Sebastião da Costa Guedes, se mostrou contrário a posição da maior organização do agronegócio do País. “A atitude foi inaceitável, nenhuma decisão desse gabarito pode ser realizada em curto período de tempo. Se existe algum problema, as instituições envolvidas deveriam ser comunicadas e propostos estudos quanto ao assunto, até porque a substância é extremamente necessária para a produção animal. Isso só aumentará a entrada ilegal deste produto”, declara. Vale destacar que a decisão foi tomada exatamente no início do inverno, período do ano em que os produtores implementam o processo de vermifugação de seus rebanhos, de acordo com recomendação técnica da EMBRAPA. Em função disso, neste momento, podese presumir que uma parte significativa do rebanho nacional foi recentemente tratada com o produto, e que ainda existem milhares de litros de Avermectinas L.A. nas revendas e em cooperativas de nosso vasto país. Cabe aqui lembrar que as Avermectinas são aprovadas pelo MAPA e usadas no Brasil há


mais de 25 anos, sendo seus benefícios de grande relevância para toda cadeia produtiva - em especial nos dias atuais, em que se vê a implementação de programas governamentais que buscam ganhos de eficiência na produção, redução de emissão de gases e preservação do meio ambiente. A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) confia que as Avermectinas são usadas de forma responsável pelos produtores brasileiros, que respeitam os períodos de carência constantes nas bulas (estabelecidos pela indústria veterinária e aprovados pelo MAPA), assumindo assim que tais produtos são capazes de gerar benefícios e eficiência à produção, com total segurança para os produtos finais. Em Guarapuava, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ ouviu médicos veterinários sobre o assunto. Romoaldo Kramer, proprietário da Agroboi, conta que o uso incorreto realmente acontecia, muitas vezes por falta de orientação por parte de alguns comerciantes e, também, por falta de aceitação por parte dos consumidores. “Ou seja, mesmo sabendo que não se pode usar avermectina nos animais que vão para abate, alguns pecuaristas utilizavam. Portanto, acredito que a medida é benéfica para o próprio pecuarista, que estava correndo riscos relativos à comercialização da carne. É preciso seguir o correto manejo sanitário e as normas estabelecidas para garantir espaço no mercado”, diz. Edio Sander, presidente da Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres do Vale do Jordão (Cooperaliança), lembra que o assunto diz respeito à carência de qualquer medicamento que possa afetar a saúde humana. “Enquanto não tivermos um controle mais rigoroso sobre a obediência da

carência, qualquer produto pode ser perigoso. A avermectina de longa ação é apenas um deles. Esses produtos são usados, mas o pecuarista, de uma maneira geral, não tem controle sobre vários medicamentos. Não sei até que ponto proibir somente o uso de avermectina pode adiantar. Muitos funcionários e proprietários nem lêem a bula dos medicamentos, por exemplo. Esse é um grande problema”, opina. Em 2011, o Mapa já havia proibido o uso de avermectinas cujo período de carência ou de retirada descrito na rotulagem seja maior do que 28 dias em gado de corte confinado. A padronização do uso de produtos antiparasitários tinha como intenção diminuir os problemas do controle de resíduos na proteína, questão que chegou a suspender as exportações de carne industrializada do Brasil para os Estados Unidos. Autoridades sanitárias daquele país devolveram lotes da carne processada pelo grupo JBS, em 2010. O mercado americano manteve-se fechado à carne brasileira por sete meses (junho a dezembro de 2010). Em 2011, um outro lote da multinacional brasileira foi devolvido pelo mesmo motivo. Há quem diga que a medida determinada pelo governo brasileiro ajudou a minimizar os riscos da comercialização dos produtos industrializados, na visão de alguns especialistas, mas faltam investimentos em educação sanitária, ou seja, orientar o produtor sobre o uso correto O medicamento não é indicado para utilização em animais em lactação, em vacas no início da gestação e em animais que serão enviados para abate. Os resíduos tóxicos do produto são encontrados no leite e na carne dos animais tratados, se não forem observados os períodos de carência indicados.

Revista do Produtor Rural do Paraná

101


Entrevista

Foto: Manoel Godoy

Novo Código Florestal e o CAR

O

Sindicato Rural de Guarapuava promoveu, no dia 16 de maio, palestra com o ex-ministro da Agricultura e Pecuária e ex-chefe da Casa Civil do Paraná, deputado federal Reinhold Stephanes, sobre o novo código florestal. A legislação, aprovada em 2012, passou a disciplinar a convivência entre atividades economicamente produtivas e os recursos naturais. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com Stephanes sobre o assunto, focando na implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Confira a entrevista: RPR - A nova legislação causou preocupações aos produtores rurais e várias polêmicas com as ONGs ambientais. Na sua opinião, o novo Código Florestal veio para unir interesses da agricultura e do meio ambiente? Stephanes - “Sim. A filosofia é: vamos produzir

102

Revista do Produtor Rural do Paraná

com sustentabilidade. Então, entra um componente novo, que é a tecnologia, ou seja, temos várias maneiras de se preservar o solo, temos várias maneiras de preservar o equilíbrio de sequestro e emissão de carbono e, em termos de agricultura, isso é muito mais claro do que em outros setores. Por exemplo: se eu faço o plantio direto, eu colho, mantenho a cobertura, não removo a terra e faço o plantio direto. Ora, essa é uma forma tecnológica de se produzir com sustentabilidade. Isso porque eu estou preservando o solo, a riqueza do solo, estou evitando que esse solo vá aos rios e estou evitando emissão de gás de efeito estufa. Outra questão é a fixação biológica do nitrogênio, mais uma forma de sustentabilidade porque não se joga nitrogênio na terra. Então a tecnologia é um componente de sustentabilidade. Outra coisa que já esta se difundindo no Brasil é a integração entre floresta, pecuária e agricultura. É possível fazer essa rotatividade. Então sustentabilidade não significa só derrubar uma árvore, recuperar ou não as margens dos rios. O conceito é muito mais amplo. A Embrapa possui um setor só de meio ambiente: a Embrapa Meio Ambiente, que muita gente não sabe. Ela estuda coisas muito interessantes, como por exemplo, o que vai acontecer com o plantio do café em Minas Gerais se tivermos um aquecimento de 2% ou que impacto haverá, caso diminua a chuva em determinada região, para aonde essas culturas deverão migrar. Ainda, como eu devo desenvolver geneticamente a planta, no sentido que ela venha resistir nessas novas condições. Então ela tem o maior número de inteligências para estudo de meio ambiente e sustentabilidade para agricultura. E isso é desconhecido pela maioria das pessoas. Eles estudam para produzir com sustentabilidade, mantendo um alto padrão de produtividade. Não estamos falando de biodiversidade, porque não é possível recriar uma biodiversidade muito antiga. Agora haverá uma noção do nível que terá que ter de recomposição de matas, com o CAR. Aqui existe uma preocupação. Quando a gente somar tudo isso, vamos ver quantos hectares vamos perder para produção, que impacto isso terá nos empregos, na produção da comida e no preço da comida”.


precisa ser analisado e aprovado pelos órgãos de fiscalização ambiental, que no Paraná é o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Quando o produtor se inscrever no CAR, ao receber o recibo, ele já estará regular. Com este recibo, inclusive ele substitui as averbações que ele tinha. Esse recibo é um documento essencial. E se ele tiver o passivo ambiental, na hora que ele faz a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) ele pode requerer, junto aos cartórios onde fez averbações, a retirada delas. Qualquer termo que tenha feito anteriormente também vai ser retirado. O produtor já esta regularizado com o CAR e não é necessário mais nenhum termo. Deverá seguir apenas a nova lei”.

RPR - Quais são as principais medidas que o produtor rural deve tomar em relação ao CAR? Stephanes - “O primeiro conselho que eu dou é que o produtor aguarde com calma. Algumas normas complementares ainda estão sendo baixadas. As Federações e Sindicatos irão fazer treinamentos, vão treinar supervisores que vão orientar os produtores. As cooperativas, com certeza, vão seguir o mesmo modelo para orientar os cooperados. Então, teremos pessoas que poderão orientar individualmente os agricultores. A principio, é um processo simples. Você abre uma tela onde vai ter o mapeamento georreferenciado de todo o país. O produtor seleciona o município e entra em sua propriedade para realizar o croqui e o georreferenciamento. Ele vai indicar o que ele quer, se é o caso de Reserva Legal, aonde ele quer fazer ou se já tem. Também se ele já averbou anteriormente, mas não é mais necessário pela nova legislação. Vão aparecer os seus riachos, as nascentes e áreas de proteção. Então ele faz a inscrição e recebe um recibo. Portanto, é um processo simples. O produtor deve ficar muito calmo e tranquilo em relação ao CAR, a não ser que ele tenha um problema em sua propriedade, vá vendê-la ou que precise de uma licença ambiental, daí sim ele deverá ter o CAR o mais rápido possível. Mas se não houver nenhuma dessas necessidades é só aguardar”. RPR - O CAR pode ser visto como uma ferramenta de fiscalização? Stephanes - “O CAR primeiramente vai ser o espelho do que efetivamente cada propriedade tem de ativo ou passivo ambiental. Uma vez inscrito no CAR, como já está muito claro o que cada um precisa fazer, o produtor pode iniciar a recuperação ambiental ou pode apresentar um plano de recuperação ambiental. Só que ao apresentar esse plano, ele

RPR - Quanto à valorização que existe atualmente de propriedades com áreas preservadas, você acha que continuará havendo esta valorização após instituído o CAR de fato? Stephanes - “Essa é uma das questões que, na hora que se elaborou a lei, não se previu. Vai haver uma demanda por áreas preservadas para compensação onde é difícil fazer a preservação. Por exemplo: em toda área suco-alcooleira está planejada a unidade de produção junto com a plantação dentro de um determinado raio, e o volume e a capacidade de produção, tanto na indústria como fornecimento de matéria–prima. Se esses proprietários fizerem a Reserva Legal, eles vão diminuir essa capacidade. Isso é um problema para eles. Evidentemente, que eles vão optar por aquisição de áreas fora. Estou dando exemplo desse setor, mas há outros. Desde que seja o mesmo bioma, pode ser compensado de forma interestadual. Mas o que não se previu é que, se eu tenho milhares de pessoas para comprar terras para fazer a compensação, o que vai acontecer? O preço da terra vai subir. Nós tínhamos uma legislação anterior com alguns aspectos absurdos, como por exemplo: não se podia plantar em várzea, mas continuava-se plantando em várzea porque senão, não teríamos arroz. Não podia plantar em encosta, mas se plantava porque, caso contrário, não teríamos maçã, uva. Tínhamos uma legislação que não era cumprida, mas agora veio uma nova que parece ser, em muitos aspectos, muito mais racional e procura entender o Brasil. No entanto, eu não testei essa legislação. Ela ainda vai ser aplicada”. RPR - O Estado precisa aprovar uma regulamentação? Stephanes - “Ele precisa, não necessariamente, mas ele vai baixar uma instrução que no final consolida tudo que está na lei e nos decretos. De acordo com alguma peculiaridade que o Estado tenha, ele tem a liberdade de mexer”.

Sustentabilidade não significa só derrubar uma árvore, recuperar ou não as margens dos rios. O conceito é muito mais amplo”

Revista do Produtor Rural do Paraná

103


Campanha Produtor Solidário

Doações para vítimas das enchentes O Sindicato Rural de Guarapuava, através da Campanha Produtor Solidário, também colaborou com as vítimas das enchentes que aconteceram na cidade e região no mês de junho. Associados e parceiros da entidade doaram água mineral, alimentos, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, roupas e cobertores. A entrega foi feita pelo presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, à representante da Secretaria Municipal de Assistência Social, Andreia Turkot.

Brin que dos

104

Em maio, o Sindicato Rural de Guarapuava encerrou mais uma etapa da Campanha Produtor Solidário. Desta vez, associados e parceiros da entidade doaram brinquedos, que foram destinados a crianças atendidas por entidades assistenciais. “Acho muito importante esse tipo de campanha que o Sindicato vem promovendo, porque fomenta a solidariedade que devemos ter com o próximo. Campanhas que envolvem crianças considero ainda mais significativas, porque é importante investirmos nelas”, elogiou a associada Vânia Elisabeth Cherem Fabrício de Melo, que colaborou com a campanha. A associada Erna Teresa Milla complementou que, muitas vezes, os brinquedos ficam abandonados em casa, enquanto há muitas crianças que não possuem nada. “É uma boa ação. Acho muito importante o Sindicato continuar com a Campanha Produtor Solidário”, disse, entregando

Revista do Produtor Rural do Paraná

sacolas de brinquedos separados com carinho para a campanha. O Sindicato Rural agradece a todos os produtores associados e parceiros que fizeram as doações.


Cursos Senar

Guarapuava

Programa APOENA – cestaria e trançados – artesanato em palha de milho – bonecos(as)

Curso: Trabalhador na segurança do trabalho Primeiros socorros

Curso: Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos – integrado de agrotóxicos – costa manual e tratorizado de barras – NR 31

Curso: Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos – integrado de agrotóxicos – costa manual e tratorizado de barras – NR 31

Curso: Armazenista

Curso: Trabalhador na segurança do trabalho – primeiros socorros

Data: 18 a 20 de março e 7 a 9 de abril Local: Apae Rural Instrutor: Silvana Baul de Azevedo

Data: 14 a 16 de maio Local: Santa Maria Instrutor : Daniel Giorno Nascimento

Data: 2 a 6 de junho Instrutor: Pedro Felipe Kastel Local: Cereal

Data: 8, 9, 15 e 16 de maio Local: ARCA Instrutor: Josias Batista de Barros

Data: 26, 30 e 31 de maio Local: Sindicato Rural Instrutor : Daniel Giorno Nascimento

Data: 05 a 06 de junho Instrutor: Josias Batista de Barros Local: Fazenda Modelo

Revista do Produtor Rural do Paraná

105


Cursos Senar

Cantagalo

Curso: Manutenção de Colhedoras

Curso: Básico em Mandioca

Data: 29 e 30 de abril Instrutora: Domingos Carlos Basso Local: Arcan/Coamo

Data: 20 e 21 de maio Instrutora: Margarida Weiss Bocalon Local: Extensão de Base Sindicato Rural Parceria: Pastoral da Criança

Curso: Básico em Mandioca

Curso: Mulher Atual

Data: 28 e 29 de maio Instrutora: Margarida Weiss Bocalon Local: Extensão de Base Sindicato Rural Parceria: Secretaria de Educação

Período: 04 de abril 13 de junho Local: Extensão de Base Sindicato Rural Parceria: COAMO Instrutora: Ednilza Godoy Vieira

Curso: Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas - semeadeira e plantadeira

Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos – derivados Do Leite

Candói

Data: 7 de maio Local: Arcam Instrutor : Domingos Carlos Basso Parceria: Coamo

106

Revista do Produtor Rural do Paraná

Data: 08 a 09 de maio Local: Pavilhão da Comunidade de Barra Mansa Instrutor : Margarida Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social


Candói

Curso: Trabalhador na Olericultura Básica Plasticultura

Curso: Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos tratorizado - autopropelido - NR 31

Data: 22 a 24 de maio Local: Extensão de Base Sindicato Rural Instrutor: Luiz Sergio Krepki Parceria: Secretaria de Agricultura

Data: 12, 13 e 23 de maio Local: AG Teixeira. Instrutor : Rubens Gelinski Parceria: AG Teixeira

Curso: Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos – derivado de mandioca

Curso: Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos – Doce de Pastoso e Doce de Corte

Data: 26 e 27 de maio Local: Pavilhão da Comun. de Cachoeira II Instrutor : Margarida Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social

Data: 22 e 23 de maio Local: Colégio da Ilha do Cavernoso Instrutor : Margarida Bocalon Weiss Parceria: Secretaria da Agricultura

Curso: Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos – Panificação

Curso: Trabalhador na Segurança no Trabalho - NR 35 - trabalho em altura – agroindústria

Data: 5 e 6 de junho Local: Pavilhão da Comun. de Santa Marta Instrutor : Denise Bubniak Parceria: Secretaria de Promoção Social

Data: 9 e 10 de junho Local: AG. Teixeira Instrutor : Josias Batista de Barros Parceria: AG Teixeira

Revista do Produtor Rural do Paraná

107


Marketing rural

Espaços publicitários para empresas parceiras

O

Sindicato Rural de Guarapuava está ofertando para as empresas parceiras, espaços para divulgação publicitária em dois outdoors externos, sendo um na esquina da Rua Brigadeiro Rocha com a Rua Afonso Botelho e outra na Rua Xavier da Silva (fundos do Anfiteatro da entidade). “É cobrado apenas o valor da impressão. O objetivo é beneficiar as empresas parceiras com um espaço de divulgação onde o fluxo de produtores rurais é grande e constante”, explica a gerente do Sindicato Luciana de Queiroga Bren. Para informações como custo de impressão e disponibilidade de datas, basta ligar para o número (42) 3623-1115, falar com Luciana.

108

Revista do Produtor Rural do Paraná


Dia do Zootecnista

Café da Manhã homenageia profissionais

O

Sindicato Rural de Guarapuava realizou, no dia 13 de maio, a segunda edição do Café da Manhã do Dia do Zootecnista. No Brasil, data é comemorada em alusão ao início do primeiro curso superior de zootecnia do País, ocorrido em 1966 (a regulamentação da profissão deu-se dois anos depois). No sindicato, o café da manhã para aqueles profissionais passou a ser promovido desde o ano passado, como forma de homenagem. No encontro deste ano, um dos membros da direção da entidade, o veterinário e pecuarista Jairo Luiz Ramos Neto, deu as boas-vindas aos zootecnistas presentes. Ele destacou que a classe tem contribuído para o desenvolvimento do setor rural. Participaram do café da manhã profissionais

que vêm atuando de forma autônoma ou no segmento cooperativista – entre eles, Roberto Motta Junior. Natural de Uruguaiana (RS), formado em 1973, atuando na Emater de Guarapuava, em convênio com a cooperativa Cooperaliança (projeto ovinos), Motta elogiou a iniciativa do sindicato. “É louvável homenagear a classe, assim como as outras profissões”, disse, referindo-se a eventos semelhantes que o sindicato tem realizado para agrônomos e veterinários. “A gente está aí para trabalhar para o desenvolvimento local, regional e nacional”, completou. Motta lembrou que a atuação do zootecnista se integra a um trabalho conjunto, com outras profissões ligadas ao campo, e que “cada um tem uma parte a fazer no todo da agropecuária”.

Da esq. p/ dir.: Jairo Luiz Ramos Neto (diretor do Sindicato Rural) com os zootecnistas Paulo Roberto Ost; Roberto Motta Jr.; Luciane Silvestri Araújo; Valdir Tambosetti; Janayna de Cássia Navroski

Revista do Produtor Rural do Paraná

109


Profissionais em destaque

Thiago Mores Zanco ATS Dekalb

Afrânio Nardelli Exata Agricultura de Precisão

Raphael Bastos Pupo Agropantanal

Altair Sobczak Cycloar

Edilson Moreira e Valdir Tambosetti Emater

Adilson Pagno e Cyrano Yazbek Pioneer Sementes

Antonio Tomé de Freitas Jr. e Glauber Bach Martins Augustin Massey Ferguson

Márcio Essert e Alexandre Bombardelli de Melo Tortuga

Projeto Identidade Sindical Apresente a carteirinha de sócio do Sindicato Rural de Guarapuava e ganhe descontos nestes estabelecimentos comerciais (confira os benefícios nas páginas 8 e 9)

Ney Arthur Carmargo Aliança Ótica e Relojoaria

110

Revista do Produtor Rural do Paraná

Nilse do Amaral Maxilábor

Gefferson Santos Denichevitz Agrícola Colferai Cantagalo


Produtores em destaque Reinhold Stephanes em Guarapuava

As duas Hildes (Hildegard): Abt e Reinhofer

Caixa de Entrada 30 de Junho - Dia do Profissional em Biotecnologia “Inicialmente gostaria de parabenizá-los pela excelente revista que vem sendo disponibilizada! Como graduando em Biotecnologia pela UFPR, me sinto feliz em cada vez mais ver como ferramentas biotecnológicas vêm sendo utilizadas na agropecuária, bem como apresentadas pela revista de maneira simples e verdadeira, permitindo que nós, hoje estudantes, possamos futuramente sermos profissionais reconhecidos e respeitados pela sociedade de modo geral. Dia 30/06, comemora-se o dia do Profissional em Biotecnologia. Apesar de sermos profissionais ainda não somos reconhecidos e ainda não contarmos com um Conselho próprio. Porém existe um grupo de acadêmicos do Brasil todo unidos em função da Biotecnologia Brasileira, o LiNABiotec (Liga Nacional dos Acadêmicos de Bioetcnologia). Nosso site: http://linabiotec.com.br/ Visto a grande abrangência da revista, gostaria de solicitar, se possível, que publicassem, em comemoração a essa data, ou em outras edições a respeito desse profissional, que ainda é bastante desconhecido da sociedade, mas que muito faz pelo desenvolvimento da agropecuária nacional, bem como de outros setores”. Joel Antonio Cordeiro de Abreu, Graduando em Tecnologia em Biotecnologia Universidade Federal do Paraná- Setor Palotina. Nota da Redação: Agradecemos o e-mail e informamos que a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ está a disposição dos biotecnologistas. Parabenizamos pela data em que se comemora o dia do profissional em biotecnologia!

Novos sócios

• Elson Luiz Tussolini

• Antonio Carlos Kimak

• Simone F. Ruy Stoeberl

• Anthon Schwemlein Revista do Produtor Rural do Paraná

111


ens e t & s d i k l Espaço rura

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 112

Gabriel Szabo na colheita da safra de verão Aline Araújo Campos Fernandes 7 anos, com o cavalo Monarca Matheus Ritter Leh em seu Farmall e o seu tio Christoph Ritter em seu Fordson Major Maria Clara 5 anos, filha de Talita Lacerda Bremm, neta do associado Nelson Bremm e Elizete de Abreu Lacerda Bremm Benício 1 ano, filho de Ana Laura Alves Teixeira e Guilherme C. Ida, neto do associado Sérgio Alves Teixeira Amanda e Gabriel, filhos de Edgard Szabo e Ana Cláudia Serpa Szabo Amanda Serpa Szabo com potranca premiada na Exposição do Núcleo de Cavalos Crioulos de Guarapuava, em fevereiro/2014 Revista do Produtor Rural do Paraná

e-mail: o a r a p a foto om.br Envie su @srgpuava.c cacao

comuni


Revista do Produtor Rural do Paranรก

113


Julho

01/07 01/07 01/07 01/07 02/07 02/07 03/07 03/07 04/07 04/07 05/07 05/07 06/07 07/07 07/07 07/07 08/07 08/07 08/07 09/07 10/07 10/07

Camila Illich Carlos Eduardo dos S. Luhm Edilson Araujo Martins Seiti Tikamori Ester Terezinha Abicalaffe Osires Kaminski Jose Ernani Lustosa Roland Paul Gumpl Eduardo Gelinski Paulo Rodolfo Schulz Guinter Stefan Duch Luiz Pulga Gilberto Souza Gonçalves Mayron Eduardo F. Kreuscher Osmar Kloster Oliveira Teruyoshi Robson Udagawa Luiz Artur Mendes Ferreira Rodolpho Manoel da Silva Vera Virmond Carlos Armando Abreu Alves Reinhold Buhali Sebastião Haeffner

11/07 11/07 11/07 11/07 13/07 13/07 13/07 13/07 13/07 14/07 14/07 15/07 15/07 15/07 15/07 15/07 15/07 15/07 16/07 16/07 17/07 18/07

Andreas Milla II Carlos Eduardo Kazahaya Ernst Leh Valmir Silveira Gonçalves Juliana Martins de O. Scherer Nivaldo Mugnol Salvador Ivatiuk Severino Genuino Dourado Silvino Caus Jair Clemente Zart Quintilho Aparecido Pine Aldir Antonio Goldoni Alexander Ritter Anton Gora Ari Schwans Laura Isabel Ferreira Loures Buch Leonidas Ferreira Chaves Rosenei de Fátima Cardoso Kunz Hugo Silvestrin Filho Rodrigo Júnior Scalabrin Herculano Augusto Abreu Alves Angelo Muzzolon

18/07 19/07 19/07 20/07 20/07 20/07 20/07 20/07 21/07 21/07 21/07 21/07 23/07 23/07 23/07 23/07 23/07 24/07 24/07 24/07 24/07 25/07

Raphael de Camargo Francisco Geraldo Marcondes Viktor Leh Ângela Ribas Cleve Costa Aridreia A. de Moraes Spieler Cláudia Mugnol Frites Clodoaldo Marcondes Diniz Marlene Gaertner Korpasch Edson Adriano de Vargas Ernesto Stock Gunter Duhatschek Mateus Julik Airton Ribeiro de Campos Alaor Pedro da Luz Eros Lustosa Araújo Ozires José Vaiz Fernandes Paul Illich Adam Gartner Anton Kreuscher Fellipe Lustosa Ribas Jaerger Leonides Antunes Deschk Frank Nohel

25/07 26/07 26/07 26/07 26/07 26/07 26/07 27/07 27/07 27/07 28/07 28/07 28/07 28/07 29/07 29/07 29/07 29/07 29/07 30/07 31/07 31/07

Valdomiro Ivatiuk Júnior Alexandre Marath Annemarie Pfann Emerson Milla Humberto Mano Sá Roberto Espedito A. Marcondes Vinicius Virmond Abreu Sérgio Alves Teixeira Sieghardt Johann Kleinfelder Vanderley Kuachinhak Arismari Rocha Camargo Gibran Thives Araújo Paulo César Fonseca Walter Wilk Alvina Ribeiro Taques Eros Lange Francisco Guzzi Geraldo Elias Limberger Zeni Aparecida Padilha Muzzolon Kleyton Romualdo Kramer Cândido Pacheco Bastos Mariane Werneck Botelho

Agosto

Aniversariantes

01/08 01/08 01/08 01/08 01/08 01/08 02/08 02/08 02/08 03/08 03/08 04/08 04/08 04/08 05/08 05/08 06/08 06/08 06/08 07/08

Cézar Augusto C. Silvestri Josef Winkler Sebastião G. da Fonseca Sérgio Roberto Veit Walter Peter Weckl Wilfried Georg Spieler Augusto Stroparo Edla Woelfer Lustosa Jorge Karl Luciana Aparecida Camargo Wilson Zschornak da Silva Anderson Muzzolon Anna Luisa Jungert Lauro Manhaes de Souza Helmut Milla Renê Martins Bandeira Filho Geni Blasquievis Sartori Johana Karl Taschelmayer Thiago Lustosa Araújo Adauto Brandelero

07/08 07/08 08/08 09/08 09/08 10/08 11/08 12/08 12/08 13/08 13/08 13/08 14/08 14/08 16/08 16/08 16/08 17/08 17/08 17/08

Ivo João Vargas João Huber Katherine G. Alves Duhatschek Alfredo Wolbert Claudete Martins Ribas Vanderlei Gomes de Assis Leni Losso Klüber Marli de Araújo Ribas Vera Lúcia Bovolini Wild Carlos Leopoldo Durski Silva Celson Luiz Brandalise Gerhard Marx Gilson Zacarias Cordeiro Júnior Ponciano Rocha de Abreu Christoph Zehr Renato Góes Penteado Filho Wilson Barbieri Boles Nilcharz Gilberto Marcondes Leineker Tadeu Dreviski

18/08 18/08 18/08 18/08 18/08 19/08 19/08 19/08 20/08 20/08 20/08 20/08 21/08 21/08 22/08 22/08 23/08 23/08 23/08 23/08

Darci Carraro Joel Domingues da Silva Josef Hildenbrandt Júnior Luiz Carlos Rodrigues Nelson Bremm João Konjunski Murilo Lustosa Ribas Júnior Neusa Silveira Vier Amarildo Ribeiro dos Santos Antônio Mayer João Maria Mendes Siqueira Osmar Gelinski Carlos Alberto Abreu Alves Nelson Adelar Gehlen Egon Mayer Roberto Eduardo N. de Cunha Afranio Leodanil Nardelli Edmund Johann Abt Ilse Klein Luis Carlos Vatrin

23/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 25/08 25/08 27/08 29/08 30/08 30/08 30/08 30/08 31/08 31/08 31/08 31/08

Maico Mendes de Araújo Armando França de Araújo Bruno Grismayer Gabriela Abt Tratz Izolina Denise Taques da Cruz Jaime Enrique Vargas Arbulu Murilo Lustosa Ribas Sirineu Luiz Denardi Elton Luis Mucinelli Caldas Robert Reinhofer Edgard Georg Szabo João Vasconcelos Schimidt Alvino Bugay Kubiak Antônio Carlos Lacerda Loures Gerson João Mendes de Abreu Sérgio José Lubacheski Aramis Lineo Mendes Siqueira Elison Bueno Araujo Neuraci Lustoza Dangui Rui Carlos Mendes de Araújo

Confira a agenda de eventos agropecuários: V Noite das Batatas

Guarapuava Esporte Clube Guarapuava - PR 19 de julho Convites - R$ 30,00 Glenda: 9918-2863 ou Sheila: 9911-0611

XII Reunião da Comissão Técnica Sul Brasileira de Feijão Londrina - PR 21 de Julho Centro de Difusão de Tecnologia do IAPAR www.conafe2014.com.br

39ª Exposição-Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava – EXPOGUA

08 a 17 de Agosto Sociedade Rural – (42) 3623-3896

114

Revista do Produtor Rural do Paraná

Expointer

Jul/Ago Evento alusivo ao Dia do Agricultor

31 de julho Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623-1115

Esteio - RS 30 de Agosto a 07 de Setembro Sec. Est. Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA) (51) 3288-6223 expointer@agricultura.rs.gov.br

2014

14ª AGROLEITE

Castro - PR 04 a 08 de Agosto Cooperativa Castrolanda (42) 3234-8084 (42) 3234-8127

VI Conferência de Pós-colheita

Maringá - PR 14 a 16 de Outubro F&B eventos: (43) 3025-5223 cbp2014@fbeventos.com www.abrapos.org.br/eventos/cbp2014/


Revista do Produtor Rural do Paranรก

115


116

Revista do Produtor Rural do Paranรก


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.