Srg rev prod rural 45 web

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VIII - Nº 45 - Out/Nov-2014 Distribuição gratuita

Revista do Produtor Rural do Paraná

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Manchete

Sob sol escaldante, WinterShow divulgou pesquisas de cereais de inverno

Fazendas Históricas Uma relíquia rural

Pecuária

Dedicação exclusiva à bovinocultura de corte

Viagem Técnica Internacional/FAEP Troca de experiências na América do Norte

Olericultura

Verduras: organização e tecnologia viabilizam renda

Ovinocultura

3ª Ovinotec: destaque para genética, nutrição e sanidade

Bovinocultura de leite

Dia de Campo apresenta novidades em forrageiras e fertilizantes

Palestra

Em pauta, o CAR (Cadastro Ambiental Rural)

Ferramenta

Molin explica a Agricultura de Precisão


Diretoria Presidente

1º Vice Presidente 2º Vice Presidente 1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Luiz Carlos Colferai

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Anton Gora

Gibran Thives Araújo

Conselho Fiscal Titulares:

Ernesto Stock

Suplentes:

Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes

Lincoln Campello

Redação/Fotografia Editora-Chefe

Repórter

Estagiária

Roberto Hyczy Ribeiro

Alceu Sebastião Pires de Araújo

Cícero Passos de Lacerda

Projeto gráfico Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares

Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Pré-distribuição

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação

Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR

Distribuição

Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR

André Zentner

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Fernando Mancuelo Oliveira

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


Editorial

Após o segundo turno... Q

uando essa edição chegar às mãos dos nossos leitores - produtores rurais, empresários do setor agropecuário, técnicos, agrônomos, veterinários, acadêmicos... - já teremos eleito o presidente do Brasil (Aécio Neves - PSDB ou Dilma Rousseff - PT), no dia 26 de outubro (segundo turno). Durante a campanha eleitoral, os candidatos não assumiram grandes compromissos com o setor agropecuário, poucos temas foram apresentados nos planos de governo. Ninguém tentou contrariar os interesses do setor, embora o agronegócio venha sustentando o Brasil, na última década. Projetos ambientalistas, com Aécio ou Dilma na Presidência, tendem a ter mais dificuldades para serem aprovados no próximo ano. A Frente Parlamentar da Agropecuária deve passar de 60, para mais de 70. Desta forma, é possível que consiga-se transferir ao Legislativo a decisão sobre a demarcação de terras indígenas e definir, de uma melhor forma, os conceitos do que é trabalho escravo, por exemplo. É preciso também avanços relacionados ao Cadastro Ambiental Rural, o CAR. Outra questão de extrema importância para os agropecuaristas, também, é a segurança jurídica, assunto que inclui desapropriação e demarcação de terras indígenas. O que esperamos a partir de agora é determinação. Durante a campanha ouvimos dos candidatos verbos como “criar”, “implantar”, “implementar”... Falar é fácil... Vamos ver o que vai acontecer na prática em prol da agropecuária brasileira. Fé e força! Na agricultura, sugerimos um bom controle de custos e uma boa gestão dos negócios, pois os tempos mudaram.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Boa leitura! Revista do Produtor Rural do Paraná

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Foto: Manoel Godoy

Foto destaque da edição

José Ernani Lustosa, Gibran Thives Araújo e Eros Lustosa Araújo

Guavirovas na Fazenda dos Porcos, de Isabel Virmond Rauen

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Revista do Produtor Rural do Paraná


Artigo

Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

Não podemos parar

H

oje temos em Guarapuava e região excelentes produtividades de todas as culturas que plantamos. Não só boas produtividades, mas também uma grande estabilidade na produção. Praticamente não ocorrem frustrações de safras. Há muitos anos, ainda perdíamos culturas de inverno por geada. Hoje, quando plantadas nas épocas recomendadas, nem isso ocorre mais. Porém, para chegar até aqui foi um longo caminho. Pesquisa, intercâmbios, persistência, acertos e erros fizeram parte dessa trajetória. Os progressos muitas vezes lentos ocorreram em todas as áreas: desde a conservação de solo até o que hoje se chama de agricultura de precisão – anos atrás, se chamava de precisão na agricultura. O capricho é uma tecnologia e um insumo tão importante quanto as variedades ou a adubação. Vivemos também, no momento, um período de bons preços no mercado internacional, a política de crédito também tem sido razoável, apesar da insegurança jurídica. Podemos nos dar por satisfeitos e dizer que tudo está uma maravilha e que esse período de fartura vai ser para sempre. A história nos mostra que não, e já temos os primeiros os sinais de que começam a ocorrer mudanças em todas as áreas e que precisamos ficar atentos. No mercado mundial, os preços já estão começando a cair, no uso da tecnologia também estamos começando a perceber novos problemas. Os fungicidas a partir dos triazóis foram um grande fator de estabilidade na produção. Hoje, muitas moléculas já perderam a sua eficácia, restando poucas ainda eficientes. A erosão começa a querer mostrar novamente a sua cara. Na mecanização estão surgindo máquinas cada vez maiores e complexas. Na política agrícola, estamos perdendo espaço. Se houver acomodação da nossa parte, começaremos a regredir com todas as suas conseqüências. É natural do homem uma acomodação depois de muitas vitorias, mas a história e a matemática mostram que essa acomodação pode ser o início de regressão. Na década de sessenta e setenta, o Rio Grande do Sul era a nossa vitrine. Lá que buscávamos novas tecnologias. Depois, nos anos noventa, eram os gaúchos que vinham ao Paraná buscar tecnologia. Se acomodaram, ficaram para trás. Estados Unidos e Europa, que também eram as nossas vitrines, continuaram no seu progresso tecnológico, mas nós, com as inovações, conseguimos superá-los. Contamos ainda com dois fatores naturais a nosso favor: água e temperatura, insumos caros e que temos de graça. Temos tudo para crescer ainda mais, para ficar na vanguarda da produção agropecuária. Mas não podemos nos acomodar, precisamos cada vez mais nos aperfeiçoar no uso da tecnologia, buscar novas tecnologias, novas atividades, sermos ousados e inovadores. Está chegando a hora de integrarmos a agricultura com a pecuária, para usar ainda melhor os nossos fatores de produção: terra, maquinas, mão-de-obra. Integrando a pecuária à agricultura podemos, por exemplo, usar os trinta por cento da área onde plantamos milho, para produzir forragem para os animais. Dessa forma, além de usar melhor a terra, vamos estar usando melhor as máquinas e a mão-de -obra, o que vai aumentar a nossa rentabilidade. Precisamos cada vez mais nos preparar para enfrentar através da comercialização os mercados mundiais. Precisamos cada vez mais participar da política para que tenhamos as condições necessárias para produzir comercializar e transportar melhor a nossa produção. Precisamos, na política, trabalhar contra o custo Brasil. Ele pode um dia inviabilizar a nossa competitividade. Precisamos trabalhar para fazer frente à insegurança jurídica, precisamos crescer tecnicamente e culturalmente. Pelo que vimos, temos muito que fazer. Não esta na hora de nos acomodarmos, está na hora sim de arregaçarmos as mangas e ir à luta. Instrumentos e caminhos existem para isso. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Revista do Produtor Rural do Paraná

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Manchete

Sob sol escaldante, WINTERSHOW divulgou pesquisas de cereais de inverno

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WinterShow, realizado de 14 a 16 de outubro, nos campos da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), no distrito de Entre Rios, em Guarapuava (PR) foi um sucesso e cumpriu seu papel de disseminador de informações técnicas, fazendo jus ao status de maior evento agrícola de cereais do inverno do país. Com público recorde de 5.500 pessoas, a 11ª edição contou com três dias de muito sol, programação técnica direcionada às culturas de trigo e cevada, organização exemplar por parte de toda a equipe da

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Cooperativa Agrária, promotora do evento. “Posso dizer que a edição desse ano foi excelente em todos os sentidos. A frequência do público aumentou, três dias com tempo bom, o que colaborou para que todos pudessem aproveitar a programação e também o número de expositores, que aumentou em relação ao ano passado, oferecendo ainda mais diversificação de informação ao nosso público”, avaliou o presidente da Agrária, Jorge Karl. O evento contou com 72 expositores, sete estações da Fundação Agrária de Pesquisa Agro-


Foto: Geyssica Reis

Leandro Bren, coordenador da Fapa, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, presidente Sindicato Rural de Guarapuava e Jorge Karl, presidente da Agrária

vações tecnológicas dentro da cadeia de cereais de inverno, já que a Agrária faz parte dessa cadeia, desde a pesquisa até as exigências do consumidor final”, comenta o presidente. O gerente agrícola da Cooperativa Agrária, André Spitzner também ressalta a importância da visibilidade que o WinterShow traz à cooperativa, assim como à produção agrícola da região. “São pessoas importantes da cadeia produtiva que vêm até o evento, de diferentes órgãos governamentais, universidades, empresas. Temos visto que as pessoas têm colocado na sua agenda o Wintershow e também prestado atenção, consequentemente, no mercado da região”, observa. Dentro da difusão das novas tecnologias das culturas de inverno, destaque para o lançamento da variedade de cevada BRS Korbel, realizada pela FAPA e Embrapa. “É um novo material de cevada com alta produtividade, boa sanidade e tolerância a oídio”, destacou o coordenador da FAPA, Leandro Bren, complementando que os expositores trouxeram aos produtores rurais muita novidade em defensivos e fertilizantes, o que contribui para a alta produtividade e qualidade das culturas. “E essa é a intenção do evento: fomentar altas produtividades de cereais de inverno com uma qualidade cada vez melhor”.

pecuária (Fapa) e mais três palestras técnicas envolvendo discussões relevantes direcionadas à produção de cereais de inverno, além de uma palestra motivacional. Produtores rurais, pesquisadores, técnicos e acadêmicos participaram do evento. “Destaca-se a qualidade do público que participa do WinterShow. São pessoas ligadas e interessadas no tema. Por isso, oferecemos, anualmente, uma programação de caráter técnico, porque a base do evento é a pesquisa. Aqui, mostramos os resultados e as ino-

Mercado, manejo, informatização e atitude Nos três dias, em quatro momentos, o WinterShow contou com a participação de convidados, que ministraram palestras ao público presente. Confira as entrevistas feitas por jornalistas da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ:

André Spitzner – Gerente Agrícola

Nós destacamos a qualidade do público que vem até o WinterShow: são pessoas ligadas e interessadas no tema”. Jorge Karl

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Mercado do agronegócio

(Eliane Mattioli Alves de Souza - Caixa Econômica Federal) O agronegócio representa hoje 22% do PIB brasileiro. Estamos falando de um montante de 1 trilhão e 20 bilhões de reais. Quando falo da cadeia do agronegócio, estou falando de todas as empresas que estão antes da porteira. Aquelas que produzem máquinas, implementos agrícolas, insumos. E dentro da porteira: a produção agropecuária. E também depois que você produz, você vai agregar valor: beneficiar, transportar, acondicionar. Tem toda uma logística no pós-porteira, que significa cerca de 60% desse 1 trilhão de reais. E isso move o Brasil. A balança comercial brasileira hoje é positiva graças ao agronegócio. Todo mercado tem pequenas crises. Temos alguns produtos que de vez em quando passam por situações de desafio, mas o cenário é otimista. Estamos aumentando nossas exportações, ampliando a produção sem elevar significativamente nossa área plantada, trabalhando muito com inovação, ciência, e isso aumenta muito a competitividade dos produtos brasileiros. A Caixa está entrando neste mercado. Hoje, atendemos produtores rurais, cooperativas, agroindústrias. Fazemos os financiamentos de custeio, de investimentos, de comercialização”.

Informatização do agronegócio (Cláudio Lot – Empresa SAP)

As empresas de bens de consumo, com valor agregado, já estão lá na frente (na informatização com sistemas rápidos operando dados em tempo real). Elas não podem não saber quanto têm no estoque. Senão, vão errar na dose do abastecimento, na fabricação, nas validades, no rótulo. As empresas do agronegócio, que trabalham com commodities, se forem gigantes – cooperativas, tradings – já andam rápido. Dei o exemplo de Chigago. Não posso ter um boom em Chigago, hoje, e só reagir amanhã. Tenho de reagir hoje. Agora: tem um time do meio que talvez nem soubesse que isso é fundamental. Hoje, tem robô que tira leite e sabe a distância das tetas de uma vaca ‘chipada’. Ela é ordenhada oito vezes por dia. Se fosse ordenhada na mão, ou de outra forma, daria 30 litros (por dia). Dessa forma, ela dá 65, 70 litros de leite. Daí, você falar: ‘Um robô é uma coisa muito sofisticada para o meu sítio’. Depende. Daí vem a comparação com a jóia. O produtor rural também pode comprar um produto nobre. Hoje, o ‘cara’ compra um BMW no centro-oeste para ver lavoura. É exagerado? É exagerado. Ele tem uma aeronave para digirir e às vezes não tem uma aeronavezinha para conduzir seu negócio rural”.

Atitude vencedora (Carlos Hilsdorf)

A missão dessa palestra é fazer com que nós possamos refletir sobre como nosso comportamento – que é esquecido por nós – tem a ver com a melhor versão possível e imaginável do futuro. Porque temos uma tendência muito grande de ficarmos apegados a determinados momentos da nossa história. Às vezes, um momento em que tentei algo novo e que não deu certo vira, para mim, um lema: ‘melhor não tentar nada novo’. Porque já não deu certo uma vez e não vai dar de novo. O que não é verdade. Temos exemplos de empresários que passaram por grandes catástrofes e que, se tivessem desistido em qualquer uma delas, não seriam o exemplo extraordinário que são hoje. Entendemos como funciona o cérebro, como alimentar nossas melhores tendências e vencer certas características humanas como aquela de arrumar desculpas nobres para atitudes pobres. Para que não fiquemos presos no passado e possamos viver atitudes vencedoras, que são aquelas que nos tornam o que nós nascemos para ser”.

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Painel Embrapa: desafios para maximizar a produtividade e rentabilidade em sucessão trigo/soja Uma das atrações do primeiro dia de Wintershow foi um painel promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação de Pesquisas Agropecuárias da Cooperativa Agrária (Fapa) sobre a produção em sucessão das culturas de trigo e soja. O painel foi formado por quatro pesquisadores: o engenheiro agrônomo da empresa Plantec, Fabiano Paganella; o pesquisador da Embrapa, João Leonardo Pires; o pesquisador da Fapa Soja, Vitor Spader; e o cooperado da Agrária, Alessandro Illich. Pires apresentou os resultados gerais do país desta sucessão de culturas e seus resultados de produtividade e rentabilidade, ressaltando, por exemplo, que a produção da soja no tarde é menor, porém aliada à cultura de trigo, sua rentabilidade pode alcançar bons valores. Já Spader relatou os resultados das pesquisas feitas, especificamente, dentro da Fapa na sucessão trigo/soja, destacando a questão das cultivares de soja adaptadas para a condição de plantio mais tarde. “A escolha correta da variedade de soja, permite que eu mantenha o rendimento da soja elevado desde o início até o final da época da semeadura”. Spader expôs que dentro da Cooperativa Agrária, a soja plantada sem a cultura de inverno tem uma margem bruta de R$ 3.300,00. Já quando a soja é plantada após o trigo, a margem bruta das duas culturas é, em média, 35% a mais do que o valor obtido somente com a soja. “Mas, para isso, é preciso planejamento do produtor e também uma cultivar certa para determinada região”, ressalta Spader. O engenheiro agrônomo Paganella trouxe a visão de como é realizada essa forma de plantio, em uma região semelhante a de Guarapuava, na cidade de Vacaria, no norte do Rio Grande do Sul. Lá o diferencial é a cultura de feijão, plantada em épocas da colheita do trigo tardio. Segundo Paganella, na região ainda não foi alcançada uma boa rentabilidade com a soja após o trigo. “Em Vacaria, é certo que tem uma geada em setembro, por isso o trigo deve ser plantado após o dia primeiro de julho. E outra questão é a geada precoce.


Geyssica Reis

A escolha correta da variedade de soja permite que eu mantenha o rendimento da soja elevado desde o início até o final da época da semeadura” Vitor Spader Painel: perspectiva de vários ângulos da produção trigo/soja. Esse ano, em março, ocorreu uma geada. Então a gente fica entre a cruz e a espada. Como vamos colocar soja no tarde, se em março já está tendo geada? Por isso, entrou a cultura do feijão. Do plantio até a dessecação para colheita são 95 dias. E é o que tem nos salvado e nos dado uma boa rentabilidade. Exceto esse ano, que o preço do feijão está ruim”, explicou. Illich, como cooperado, trouxe a perspectiva de quem na prática observa os resultados dessa sucessão trigo e soja. Ele explicou que 100 %

da sua propriedade atualmente é precedida por uma cultura de inverno antes da soja, mas nos últimos anos tem-se optado plantar cevada em vez do trigo, pois a rentabilidade tem sido maior. Entre os pontos críticos a esse manejo de cultura de inverno anterior a da soja, Illich afirmou que a cultura de inverno é sempre mais arriscada do que a de verão para os produtores, principalmente na região de Guarapuava, onde tem clima indefinido, deixando o manejo de doenças mais imprevisível.

Plante seu Futuro “Começamos, no ano passado, bastante focados em manejo de pragas e em doenças. Nas mais de 200 unidades de observação que instalamos, em parceria com as cooperativas, os agricultores – onde foram mais de 12 mil agricultores visitar, para conhecer como fazer bem feito, em propriedade real – conseguimos reduzir em pelo menos 50% a necessidade de uso de inseticida. E em mais de 50% o uso de fungicida para a ferrugem. Foi um ano atípico, um ano mais seco. Por baixo, sete a oito sacas de soja que ficaram no bolso (do produtor). E olha: só de observar, de contar, usar o pano de batida, um aparelho para capturar os esporos da ferrugem, conseguimos retardar em pelo menos 30 dias a necessidade da primeira aplicação: do dia 22, 23, para o dia 54 em média. Bom para a agricultura, bom para o meio ambiente. Nesse ano, vamos nos dedicar com muito mais força na questão do manejo de solos: um plantio direto de qualidade, a boa rotação de culturas, alternando gramíneas com

Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura leguminosas, para que o solo tenha mais vida, controlando a erosão, fazendo práticas mecânicas de controle, de escorrimento da água. Enfim, coisas que precisamos fazer para não perder o maior patrimônio, que é o solo”. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Estações da FAPA Fitopatologia – Manejo de doenças em cereais de inverno (Heraldo Feksa/Fapa e Dauri José Tessmann/UEM)

Entomologia – Manejo de epidemias de nanismo amarelo em cereais de inverno (Alfred Stoetzer)

Nesta estação mostramos o comportamento das doenças durante o ciclo da cultura. A questão das manchas foliares que foi muito importante nesse ano e como fazer o controle de giberela. Além disso, a tecnologia de aplicação e a importância de aplicar adequadamente o produto na espiga ou folha, para o melhor tratamento da doença”, explicou Tessmann.

Mecanização Agrícola – Técnicas de regulagens de semeadoras de fluxos contínuos, para boa semeadura em cereais de inverno (Étore F. Reynaldo) Nós identificamos que há vários fatores que influenciam com impacto na dosagem e estabelecimento da cultura. Trouxemos para a estação alguns deles, como nível de reservatório, inclinação da máquina e manutenção preventiva do equipamento. Não se pode entrar para o plantio com a máquina de uma forma não apropriada. Todos os problemas devem ser sanados antes. Além disso, destacamos que a regulagem deve ser constante”.

Trigo – Sucessão trigo/soja visando a maximização de produtividade e rentabilidade (Juliano Luiz de Almeida e Vitor Spader) Nós mostramos quais são as melhores épocas de semeaduras para os diferentes trigos e quais são as melhores cultivares de soja para se plantar nessas diferentes sequências de trigo. Ao passar dos anos, alguns dos nossos produtores estavam perdendo por geada, porque nós temos durante o mês de setembro a geada tardia. Na nova proposta que mostramos aqui, eles plantam em um momento adequado cada cultivar de trigo e o espigamento acontece só depois da geada. E há também uma cultivar específica de soja, para que não se perca em produtividade”.

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Abordamos o que o produtor deve fazer para controlar o pulgão e consequentemente reduzir a virose que ele transmite, que popularmente no Brasil é chamada de VNAC. Trazemos as várias táticas de manejo, desde o inseticida em tratamento de sementes, bem como a complementação de outros inseticidas em parte aérea, tentando reduzir esse complexo vírus-vetor”.

Aveia – Aveias brancas para a produção de grãos, forragem e cobertura de solo (Juliano Almeida - FAPA e Marcelo Teixeira Pacheco - UFRGS)

O que estamos mostrando aqui são as possibilidades que se tem de aveia para produção de grãos, forragens e cobertura do solo. Há cultivares específicas para grão e há as específicas para forragem e/ ou cobertura do solo”.


Cevada – Manejo de cultivares de cevada, visando qualidade cervejeira (Noemir Antoniazzi - FAPA)

Fertilidade de solos – Adubação fosfatada na região centro-sul do Paraná (Sandra Mara Vieira Fontoura (FAPA) e outros pesquisadores)

O foco foi o manejo adequado das cultivares que estão em produção hoje. Com isso, passamos para o produtor a informação que ele precisa para ter produtividade, com qualidade e – o que mais buscamos – estabilidade de produção”.

Dinâmica de Máquinas O Wintershow também contou mais uma vez em sua programação com a chamada Dinâmica de Máquinas, um momento em que o produtor rural interessado em adquirir novas tecnologias pode ver de perto o que cada máquina é capaz de fazer dentro do campo. Nos dias 15 e 16 de outubro, 14 máquinas, entre tratores, pulverizadores, semeadoras e distribuidores de fertilizantes entram em cena, com demonstrações em uma área reservada dentro do WinterShow. Para complementar, representantes das empresas narraram os atributos e vantagens de cada equipamento. Para o produtor rural Silvino Caus, faz toda a diferença observar uma máquina em movimento. “É totalmente diferente. Na dinâmica, é possível avaliar a máquina em operação e analisar se ela está trabalhando dentro daquilo que você quer ou não. Ver na loja é uma coisa, aqui é outra completamente diferente. Coloque um trator no solo, você vê como ele se comporta, o movimento que ele faz... visualizando a plantadeira, verificamos a distribuição de sementes e o pulverizador, a maneira como ele distribui o produto”. Ver ao vivo a máquina funcionando já fez diferença para Caus. Na edição do Wintershow do ano passado ele adquiriu um distribuidor. “Não me arrependi depois que comprei. Acho que essa dinâmica é algo que deveria ter sempre em eventos. Faz muita diferença para nós produtores”.

Foi uma pesquisa para avaliar se o que existe de critério, para o Paraná, está adequado, visto que foi desenvolvido para (a situação) de 30 anos atrás. Apresentamos uma parte da pesquisa, que vai finalizar e aí gerar recomendação para o produtor”.

Mini curso: uma visão do malte à cerveja

Como evento que difunde informação técnica da produção e industrialização de culturas de inverno, o WinterShow 2014 apresentou neste ano um atrativo a mais: um mini curso sobre cervejas dentro da carreta do Canal Rural (presente ao evento). A atividade foi promovida pela Agrária, cooperativa organizadora do WinterShow e que tem na produção de malte para cervejarias de todo o Brasil uma de suas atividades. Sommelier de cerveja e assistente técnico na maltaria da Agrária, Alexander Weckl disse em entrevista que o curso visou dar uma visão geral sobre o assunto. “O objetivo foi promover a cultura da cerveja e explicar como é feita a bebida, o que é o malte, o lúpulo e o fermento”, comentou. “Mencionei várias cervejas, mas a principal foi a Weizenbier, ou Weissbier, que é a cerveja de trigo, que foi degustada também”, detalhou. Alexander observou ainda que enfocou características de tipos bem conhecidos, comparando o que é a american light lager e a pilsen verdadeira. Ele complementou o curso destacando as escolas de cerveja alemã, belga, inglesa, americana e como o Brasil vem produzindo cervejas diferenciadas hoje. Revista do Produtor Rural do Paraná

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47 anos em defesa da agropecuária regional

Sistema FAEP Estande do Sindicato Rural de Guarapuava e Senar foi destaque no Wintershow O Sindicato Rural de Guarapuava, além de ser uma das entidades patrocinadoras do Wintershow 2014, também esteve presente nos três dias de evento com estande, expondo ao público presente os cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Revista do Produtor Rural do Paraná e outros serviços prestados aos associados. O associado Gerhard Wilk participa anualmente do Wintershow, e elogiou o estande do Sindicato Rural no evento, como um espaço de apoio aos produtores. “É uma forma de divulgar e esclarecer o que o sindicato pode fazer pela nossa classe”. Ele contou, sobre o evento, que o que mais lhe chamou atenção foram as palestras sobre manejo de doenças nas culturas de inverno, assunto bastante pertinente nesse ano. O associado Wilfried Georg Spieler afirma que eventos como o Wintershow revitalizam o produtor rural e ajudam a aperfeiçoar a produção. “É importante o Sindicato Rural estar presente. Além de nos acolher, sendo um ponto de encontro de colegas, é preciso que a entidade seja vista por toda a classe rural”. Nos três dias do evento, mais de 400 pessoas passaram pelo estande da entidade.

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Revista do Produtor Rural do Paraná

O Sindicato Rural completou no dia 18 de outubro, 47 anos. Em comemoração, houve distribuição de cupcakes para o público. Em alusão a data, também foi sorteada uma cesta de produtos importados aos associados que compareceram ao estande. O sorteio foi realizado no dia 17 de outubro, último dia do WinterShow e o premiado foi o asssociado Lourenço Lemler. Ele contou que não esperava ganhar o prêmio e que quando ligaram foi uma surpresa. “Uma surpresa muito boa”. Sobre o evento, Lemler disse que gostou bastante dessa edição, pois teve um alto nível de informações. “É importante o Sindicato Rural estar presente nesses eventos, mostrando a todos seus serviços e também valorizando os sócios, como esse sorteio, por exemplo”.


Caravanas Faep Neste ano, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) patrocinou caravanas para produtores rurais da região visitarem o Wintershow 2014. A mobilização foi feita pelos Sindicatos Rurais das cidades de Bituruna, Pitanga e de Guarapuava, através das Extensões de Base Candói e Cantagalo. O produtor rural de Cantagalo Valmor Bortolini participou do Wintershow pela primeira vez e a oportunidade se deu devido à caravana. “Os tratamentos das cultivares de trigo e as máquinas com toda a tecnologia atual foi o que mais chamou minha atenção. Mas todo o evento está de parabéns, com os estandes e a programação”.

Caravana Bituruna

Programa Prosa Campeira estreia no WinterShow A Faculdade Campo Real, em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava, lançou o programa Prosa Campeira durante o WinterShow 2014. Trata-se de um programa online, que ficará disponível, por enquanto, nos sites das duas entidades. Durante todo o evento foram entrevistados palestrantes, participantes e organizadores. A parceria com o Sindicato Rural foi feita através do departamento de comunicação da entidade, com apresentação da jornalista Luciana de Queiroga Bren; equipe técnica da Agência Experimental BZZ, do departamento de Publicidade e Propaganda da Faculdade Campo Real e supervisão do coordenador do curso de Engenharia Agronômica da instituição, Mateus Cassol Tagliani, idealizador do projeto. “A ideia é trazer um pouco das atualidades em relação ao agronegócio para um veículo de comunicação especializado. Mostrar a realidade do campo em uma mídia online, que é tão usada pela comunidade acadêmica e também pelos próprios produtores rurais”, explicou Tagliani. Segundo o professor, a parceria se deu com o Sindicato Rural pelo fato da entidade atualmente ser referência no setor agrícola em Guarapuava e na região. “As pessoas confiam nas informações passadas pelo Sindicato Rural. Então aliamos o jornalismo especializado em agronegócios já praticado pelo Sindicato, através da Revista do Produtor Rural do Paraná, com a parte científica da nossa instituição”.

Caravana Candói e Cantagalo

Caravana Pitanga Revista do Produtor Rural do Paraná

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Canal de comercialização é decisivo para triticultura

Falar de números antes da colheita é complicado” Ernesto Stock

Alguns tradicionais produtores de trigo acreditam que ter um canal de comercialização mais constante ajuda a enfrentar as dificuldades peculiares da cultura no Brasil. Cooperado da Agrária, o produtor rural Ernesto Stock contou em entrevista que vende a safra todos os anos para o moinho da cooperativa. “Essa garantia de compra faz toda a diferença”, resumiu. Ainda assim, ressaltou que, para isso, é necessário sempre alcançar os padrões de qualidade de grão exigidos, o que significa uma condução da lavoura dentro de procedimentos técnicos rigorosos. Lembrando que sua família cultiva o cereal há cerca de 40 anos e que, ele mesmo, está na atividade há quase três décadas, enfatizou no entanto que faz questão de manter uma atitude equilibrada: nem deslumbramento nos anos bons, nem lamentações nos anos difíceis. Porque, conforme explicou, o trigo está constantemente diante de sérios desafios de clima ou de mercado. Exemplificando, ele sublinhou que, em 2014, plantou o cereal mesmo já antevendo que o ano não seria tão favorável quanto foi 2013. Independentemente disso, sublinhou, ele mantém o trigo também porque a cultura contribui para o bom desenvolvimento das lavouras de verão. Produtor de milho e soja, o agricultor segue rigorosamente o sistema de rotação. “Essas culturas de inverno propiciam cobertura, proteção ao solo, melhoram sua estrutura”, detalhou, observando que “se nós não plantarmos culturas

de inverno, quem vai sofrer com isso é a nossa cultura de verão”. Dia 17 de setembro, Stock relatou ainda como estava vendo, até aquele momento, o desenvolvimento das lavouras, cuja colheita, mais tardia no centro-sul do Paraná, terá seu ponto alto na primeira quinzena de novembro. “O trigo foi favorecido, porque quando foi plantado o solo já estava mais para seco”, recordou. Ele avaliou que as plantações haviam atravessado bem os dias de maior calor ocorridos em pleno inverno: “Surpreendentemente, as lavouras estão suportando bem. Acho que muito é pelo fato dos nossos solos armazenarem bem a umidade”. Stock se disse convicto de que, se as condições climáticas permanecessem como estavam, a safra seria boa. Mas ponderou que “falar de números antes da colheita é complicado”. Com base num histórico, informou ser possível apenas estimar que o potencial, em princípio, permitiria colher acima de 4.000 kg/ha. “Se isso vai acontecer, vai depender do que acontecerá daqui para frente”, ressalvou. Comentando a evolução de produtividade ocorrida nos últimos anos, nos materiais de trigo e outras cereais de inverno, como a cevada, que ele também cultiva, o produtor declarou que estas culturas só continuam viáveis devido àquele salto no desempenho. “Senão, não poderíamos continuar plantando”, complementou. Stock disse que “cada ano é um desafio” e que o triticultor nunca tem a certeza de que um determinado ano será bom e que terá lucro.

Trigo: recorde e desafio De acordo com Tânia Moreira, do Departamento Técnico-Econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), a previsão para o trigo paranaense, em 2014, é de uma safra recorde. Do ano passado para este, a área do cereal aumentou cerca de 35% no Estado: de 1 milhão de hectares para 1,35 milhão de hectares. O volume deverá alcançar 3,9 milhões de t, no âmbito de uma safra nacional de 7,6 milhões de t. Em junho, com a decisão da Camex de isentar a Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de 1 milhão de t trigo de fora do Mercosul, a FAEP passou a solicitar ao governo o apoio à comercialização da cultura, já indicando os problemas que a importação iria acarretar à comercialização da safra nacional. Em agosto, com o início da colheita, a entidade continuou insistindo na importância do apoio à comercialização do trigo no Paraná, destacando os preços médios recebidos abaixo do preço mínimo e do custo de produção.

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Revista do Produtor Rural do Paraná


Mercado imobiliário

Produtor rural: invista em imóveis com a IP Construções! A IP Construções está há 30 anos no segmento da construção civil e sempre busca manter o foco no respeito e satisfação dos seus clientes. Atualmente, a empresa é referência em Guarapuava no ramo de grandes empreendimentos.

Lançamento O grande lançamento da ip Construções é o Edifício One Tower, no bairro Santa Cruz. Os apartamentos possuem vista para o Parque do Lago, com duas opções de tamanho, 135 m² ou 175 m². O edifício conta com 10 andares, 48 apartamentos, espaço gourmet, playground, aquecimento a gás, porcelanato na cozinha e banheiros, entre outras vantagens.

IP Construções no Wintershow A IP Construções esteve presente no Wintershow 2014 mostrando ao público os mais conceituados imóveis de Guarapuava. No stand da empresa, os clientes puderam visualizar a maquete do grande lançamento da construtora: o Edifício One Tower.

Vantagens para associados ao Sindicato Rural de Guarapuava Os associados ao Sindicato Rural de Guarapuava contam com uma promoção: ao adquirir um imóvel da IP Construções, o sócio ganha uma cozinha completa montada.

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Microbiologia

Vida no tanque...

com Microgeo

®

Eng. Agrº Dr. Solismar Venzke Filho Doutor em Microbiologia Agrícola – ESALQ/USP Consultor de P&D da Microbiol Ind & Com. Ltda.

D

esde os primórdios da civilização, o homem vem utilizando, mesmo que inconscientemente, as fermentações para a produção de bens de consumo (pão, queijo e as bebidas: cerveja, vinho, etc.) e produtos utilizados na agricultura, como os biofertilizantes. Somente na segunda metade do século XIX, com os trabalhos do francês Louis Pasteur, que demonstrou que esses processos de fermentações ocorrem pela ação dos micro-organismos nos processos de fabrico de cerveja e de vinho, é que se soube que seres vivos podem viver por processos anaeróbicos, onde não necessitam de oxigênio para sobreviver (“A fermentação é uma consequência da vida sem oxigênio” foi uma afirmação de Pasteur). Atualmente, entende-se por fermentação todo o processo de degradação do substrato (exemplo Microgeo® + matéria orgânica morta do esterco bovino) realizada pelos micro-organismos (matéria orgânica viva do esterco bovino), a fim de produzir energia e substâncias essenciais a sua reprodução, que ocorre na ausência total ou parcial de oxigênio. É importante lem-

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brar que os produtos dos processos fermentativos são resultados da atividade metabólica que tem como finalidade a reprodução e a preservação da espécie microbiana. Portanto, manter os micro-organismos ativos se reproduzindo no tanque é importante. O principal sinal visível da atividade dos micro-organismos é formação de bolhas de gases sendo liberadas do fundo do tanque (da biofábrica). Estes gases são resultantes dos processos fermentativos que ocorrem dentro das células microbianas na ausência, ou na presença muito baixa, de oxigênio. No início do processo de fabricação do adubo Microgeo®, a formação de bolhas é intensa até os vinte dias. Posteriormente, com a retirada do adubo para ser aplicado na lavoura, e a reposição do composto Microgeo®, o tanque diminui gradativamente a produção de gases. Devido a esta diminuição, muito produtores pensam que o processo fermentativo não está ocorrendo no tanque, pois eles têm como referência o início do processo. Na verdade o sistema tende a estabilizar e o processo de fermentação ser mais contínuo. Por que se formam bolhas no fundo do tanque? Simples: de um modo geral, os micro-organismos são capazes de obter energia vital para seu desenvolvimento e manutenção a partir de diferentes fontes, como carboidratos, proteínas, gorduras. Para obter esta energia vital, os micro-organismos possuem um tipo de metabolismo [conjunto de transformações químicas necessárias para manter as atividades vitais (nutricionais e funcionais) de um organismo] chamado de catabolismo ou desassimilação, que tem como finalidade a produção de energia da degradação ou quebra de substâncias mais complexas para formar outras mais simples. Exemplo: na fermentação com o Microgeo®, substâncias mais complexas que não foram digeridas no rúmen pelo bovino, e mais as substâncias da composição do próprio Microgeo®, serão transformadas em outras substâncias mais simples com peso molecular menor, que serão os gases e outros produtos originários da fermentação. Resumo da prosa: tendo produção e liberação de bolhas de gases do fundo do tanque, há vida.


Sobre a empresa Sobre o produto Microgeo® Por definição, Microgeo® é um composto orgânico fertilizante que alimenta os micro-organismos do conteúdo ruminal bovino em Compostagem Líquida Contínua (CLC®), produzindo adubo biológico. Porém, ele é muito mais que isso; é um Programa de Reestruturação do Solo que visa recompor a biodiversidade dos micro-organismos do solo e gerar os resultados esperados pelo produtor: descompactação do solo, melhora no enraizamento, aumento da retenção de água, maior resistência em períodos de seca e estiagem, redução de doenças do solo e pragas, aumento na eficiência de outros fertilizantes e otimização dos fatores de produção.

Fundada no ano de 2000, na cidade de Limeira, São Paulo, a Microbiol Indústria e Comércio Ltda. é responsável pela produção e comercialização do produto Microgeo® em praticamente todos os estados do Brasil onde a atividade agrícola é representativa, mais algumas regiões do Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia. Com uma sólida carteira de revendas e cooperativas agrícolas como parceiras, a empresa, que preza pela eficiência aliada com a sustentabilidade na agricultura, vem crescendo fortemente nos últimos anos e já ocupa um lugar importante no mercado de insumos agrícolas.

Representante na região:

Agropantanal

Assistente Técnico de Vendas: Marcelo Antonio Kluska (42) 9825-3906 e (19) 99756-0359

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Fazendas hist贸ricas

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á quem defina o tempo como uma linha reta. Outros, com um círculo, afirmando que a história se repete. Na sociedade que, no século XXI, vê em si mesma um ícone de modernidade, adultos, jovens e crianças definiriam o tempo, talvez, como o estreito segundo de teclar um smartphone, para enviar mensagem ou fotos a um amigo. Presente imperativo. Presente onipresente? Se deixada ao próprio tempo, a resposta pode surpreender: embora do passado muito já se tenha apagado, demolindose imóveis de valor histórico, naqueles que restaram, em Guarapuava e região, o tempo apresenta em seu autorretrato, o retrato de raízes históricas. Este é o discurso que, metrificado em janelas pesadas e claras, em pedras avermelhadas e encaixadas como num quebra-cabeças, desdobra-se diante dos olhos, em uma das mais antigas e mais bem preservadas fazendas históricas do centro-sul paranaense: a Fazenda Santo Antônio, hoje conhecida como Fazenda dos Porcos. Do lado de fora ou em seu interior, o casarão rosado, de 1840, ergue-se como uma das relíquias rurais que trazem de volta a trajetória do povoamento dos Campos de Guarapuava.

N

os limites do município de Candói, porém mais próxima a Goioxim, a sede da Fazenda dos Porcos, surgida em meados do século XIX, é mantida pela família dos proprietários como uma jóia preciosa, de inestimável valor sentimental, histórico e cultural. E não é para menos. Feitas de estuque, deixando entrever em sua fachada posterior suas pedras irregulares, as paredes espessas permanecem sólidas e prontas para os sóis e as chuvas dos próximos séculos. Assim, o imóvel, cujo estilo é típico de sua época, há décadas vem sendo conservado e mantido inalterado na maioria de suas características. Fachada, portas externas e internas, janelas, móveis. Objetos de séculos passados, como chaves de ferro, rudimentares, ou lustres improvisados, a partir de lampiões outrora acesos com gasolina, também podem ser vistos nos vários ambientes. Ambientes que já nem conhecemos mais, como as alcovas, que eram pequenos quartos sem janela, dando diretamente para a sala-de-estar, marcada por um arco solene em sua entrada principal. Ou a própria sala-de-estar, agora presente quase que só em moradias de luxo. Sem contar a copa e a cozinha que, juntas, corresponderiam em tempos atuais ao tamanho de uma casa. Nos quartos de dormir, uma curiosidade: em vez de armários, usava-se apenas suportes para cabides de roupas, fixados em tábuas horizontais, na paredes, próximas às camas. Os poucos armários, embutidos, eram como pequenas caixas, encrustadas nas paredes. Do lado de fora, o quadro se completa com as ruínas da senzala e, atrás da casa, um quintal dominado por antigas e frondosas guavirovas.

Chaves antigas

Fazenda dos Porcos: linhas típicas do século XIX

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Na parede de trás, pedras mostram como as casas eram construídas

O passado parece estar presente também do lado de fora das janelas

Seria tudo o cenário de um sonho bucólico, intacto porque esquecido pela história? Ou, muito ao contrário, seria tudo parte de uma história real, vivida com emoção e preservada com consciência? Para responder a esta pergunta, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou, dia 15 de setembro, com a proprietária da fazenda, Isabel Virmond Rauen. Com autoridade conferida por seus 90 anos de vida, ela confirma o que se poderia supor olhando o cuidado destinado a cada detalhe da casa. Após a morte de seu esposo, aos 46 anos, Isabel não só personificou a coragem típica das mulheres de sua família, assumindo a direção da fazenda, mas também dedicou amor e esforço para restaurar o imóvel ao longo de décadas. Morando hoje em Guarapuava e tendo na propriedade uma segunda residência, ela relatou que ainda costuma passar alguns dias no antigo casarão, em companhia de familiares ou do casal de funcionários. Aí, cada canto é uma recordação. Segundo contou, os primeiros proprietários foram José de Lacerda e sua esposa, Isabel, em 1840. Coincidência não só no nome. Mais tarde viúva, tomaria conta da fazenda, que tinha gado e cerca de 10 escravos. Seguindo o perfil da época, a base eram os bovinos. Criação extensiva. A agricultura era de subsistência. Feijão, batata, milho, mandioca. “Dona Isabel tinha uma filha só e essa filha morreu. Como não tinha herdeiros, deixou (a propriedade) para duas afilhadas. Uma delas foi a minha avó, Níncia”, relembrou. Níncia se casaria com Frederico Ernesto Virmond. Nascido em 3 de outubro de 1851, em Guarapuava, “Frederiquinho”, como ficou apelidado na família, era um dos cinco filhos de Frederico Guilherme Virmond Jú-

Ruína da senzala ainda pode ser vista ao lado da casa

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nior e Maria do Belém. Maria era filha do alferes Manoel Mendes de Araújo, que havia feito parte da Real Expedição Militar para a conquista dos Campos de Guarapuava, em 1810, sob o comando do tenente-coronel Diogo Pinto de Avezedo Portugal. Conta o historiador guarapuavano Sebastião Meira Martins que Frederiquinho estudou na Escola Militar, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, foi abolicionista, duas vezes prefeito de Guarapuava e deputado estadual. Do tempo em que Frederico Ernesto Virmond esteve à frente da fazenda, Isabel rememorou episódios do passado: “Tem uma mesa na copa, grande, de imbuia”, iniciou, assinalando que o móvel, feito por um carpinteiro, na fazenda, existe até hoje e encontra-se no mesmo lugar. “Meu avô contratou um professor alemão, que tinha nas redondezas, naquela época, para lecionar os filhos deles, que eram pequenos. Não só os filhos, como os sobrinhos, netos de escravos, bisnetos, que ainda existiam. Ele não queria ver ninguém analfabeto. Era um homem muito culto. Então, ficavam os alunos todos em volta daquela mesa, e o alemão, na cabeceira”, prosseguiu, destacando que o avô não admitia bagunça nessa hora. Um olhar, e estava claro de quem era a autoridade... Mas também soprariam sobre a propriedade os ventos da Revolução Federalista. Ocorrida en-

Mesa em que professor contratado alfabetizava crianças


Isabel Virmond Rauen: sorriso de quem se alegra em preservar a história

tre 1893 e 1895, a revolução se constituiu numa série de conflitos que eclodiu, no Rio Grande do Sul, apenas quatro anos após a instituição da República proclamada pelo Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro, em 15 de novembro de 1889. O levante começou quando os chamados maragatos (federalistas), contrários ao presidente local, Júlio de Castilhos, buscaram maior autonomia política, confrontando-se com os pica-paus (legalistas), que defendiam o sistema político vigente. Os embates, marcados por violência de ambos os lados, se estenderiam por Santa Catarina e Paraná. Isabel rememorou que, nos Campos de Guarapuava do fim do século XIX, rumores da passagem do maragato Juca Tigre pela região levaram preocupação à antiga Fazenda Santo Antônio. Avisados com antecedência, seus antepassados, antes de fugir, tiveram de escolher entre duas decisões que, ambas, poderiam trazer um desfecho trágico: ou trancar a casa ou deixá-la de portas e janelas abertas. De acordo com a proprietária, residências rurais encontradas fechadas eram simplesmente incendiadas. A opção foi abandonar o casarão aberto. Mais tarde, ao retornarem, o imóvel ainda existia... Uma velha espingarda seria achada logo após, atrás da sede. “Deve ter caído”, supõe hoje Isabel diante do inquietante “souvenir”, que acabou virando peça de decoração na parede do escritório. Já na cozinha da casa, o clima é mais poético, apesar de pequenas alterações que modernizaram o ambiente. O piso de terra batida deu lugar a um de tábuas de imbuia. O material apodreceu, de tanto ser lavado, e Isabel o substituiu por lajotas. “Tem fogão a gás, mas o a lenha a gente conserva”, acrescentou. Ali, ficou uma lembrança marcante, dos tempos de seu pai, Mário Virmond,

Sala de estar

e da mãe, Amerina Baraúna: a estranha – e para ela, criança – fascinante luz azulada, de um lampião alemão, que era aceso à noite, com gasolina azul, de aviação. Com a inscrição “Lichtball”, que poderia ser traduzida como “bola de luz”, a peça é uma das que continuam no mesmo local, mas agora adaptada para a luz elétrica. No dia a dia, a rotina dos adultos, como o avô, dividia-se entre a propriedade, a cerca de 50 quilômetros de Guarapuava, e uma chácara, nas imediações da cidade. Situada no local que hoje é o bairro Santana, a casa, embora mais recente do que a sede da fazenda e agora pertencente a outros proprietários, é – ressaltou Isabel – também um imóvel histórico. Um dos poucos que restaram preservados em muito de seu aspecto original. Linhas românticas que chamam a atenção de quem transita pela Rua Pedro Siqueira. As crianças também passavam algum tempo entre vários lugares, vivenciando passeios por outras propriedades da região, como na sede da Fazenda Lagoa Seca (1897), apresentada no início da série de reportagens Fazendas Históricas, na edição de fevereiro deste ano da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ. “A dona Carolina era irmã do meu avô. Quando mocinha, a gente ia com meu pai, pousava lá”, mencionou Isabel. Já na Fazenda Santo Antônio, nos anos que

Frederico Guilherme Virmond Jr

Frederico Ernesto Virmond

Mário Virmond

Fogão a lenha, feito de tijolos, ainda funciona na cozinha

Sala de jantar

Quartos não tinham armário, apenas suportes para cabides, mantidos até hoje Revista do Produtor Rural do Paraná

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Escritório de Mário Virmond

Capelinha de S. Antônio – santo dava nome à propriedade

Atrás da sede, antigas guavirovas apresentam uma beleza à parte, em linhas recurvadas

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viriam, uma das poucas modificações que teve de ser feita foi a substituição das telhas originais, do tipo “goiva”, de forma encurvada, e que, conforme explicou a proprietária, eram também feitas por escravos. O telhado foi recoberto com as atuais telhas francesas. Em contrapartida, por seu estado de conservação, a madeira de janelas, portas e pisos não deixa entrever que se passaram nada menos do que 174 anos desde a construção da sede. O mesmo vale para a mobília antiga, pesada, de linhas simples. Isabel revelou que um de suas peças preferidas é a marquesa da sala-de-estar. Fabricada na propriedade, com imbuia, recebeu palha importada da Áustria para o assento e os encostos. Também de tempos passados deriva a atual denominação da fazenda. Por que Fazenda dos Porcos? “Meu pai contava que – não sei se na época dele ou do pai dele – houve uma invasão daquele porco selvagem. O cateto. Eles invadiram o campo e ficaram lá. Então, daí, ficou a Fazenda dos Porcos. Depois que ‘pega’ (o apelido) é difícil (mudar)”, reconheceu, sem conter o riso. Mas esse quadro, que agora reflete nitidamente a história, ressaltou, é obra de toda uma vida. Mesmo encontrando-se viúva, com crianças pequenas, Isabel decidiu prosseguir com a restauração. “É uma coisa que me dá uma alegria muito grande, poder ter conservado a casa. Não é brincadeira. Ela é grande. Quando arrumava uma coisa, faltava outra. Foi com muito sacrifício que consegui deixar como está”, continuou, apontan-

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Cristaleira: um dos móveis antigos, feitos na fazenda

do a raíz de sua determinação – “A minha família é de muitas mulheres de fazendeiros. Desde os antigos. Eles morriam e nós ficávamos tomando conta de tudo, do gado”. E nos dias atuais, cada visita à fazenda é uma volta aos tempos idos: “Hoje, eu olho assim e digo: será que fui eu que fiz tudo isso?”, indagou, sempre com seu sorriso sereno. “É uma relíquia”, definiu. Relíquia que se mantém como parte da vida de seus descendentes: cinco filhos, onze netos e sete bisnetos. Uma das mais recentes alegrias vivenciadas pela proprietária naquele cenário foi uma festa surpresa, para comemorar seu aniversário, em final de agosto. Momento de celebração dos laços de família e de uma história entalhada, com trabalho, numa linguagem de reminiscências. A linguagem das janelas, transparente, a sugerir que o tempo, quem sabe, poderia ser definido, enfim, como rastros que cada um carrega em seu coração. Rastros que, para Isabel, têm a cor viva de um por-de-sol. Quando nossa reportagem deixou a fazenda no final de uma tarde, após a produção de fotos desta matéria, ela destacou: “Olha que bonito o por-do-sol aqui. Eu não me canso de olhar...” – E não há mesmo como cansar, já que relíquias têm a qualidade de nos contar histórias diferentes cada vez que as contemplamos.


Fertilizante foliar

Tecnologia de Baixa Vazão é com a Agroferti

A

groferti Indústria e Comércio, empresa especializada na Tecnologia de Baixa Vazão, apresenta um novo método para aplicação de defensivos. O novo conceito de trabalho vem sendo realizado pela empresa há dois anos na região e os resultados são surpreendentes nos agricultores que adotaram a técnica de pulverização. A Tecnologia de Baixa Vazão vem para aprimorar e melhorar os custos operacionais e horas/máquinas na agricultura, além da perda de produtos por deriva. O sucesso desse novo negócio vem somar-se a vários fatores, possibilitando assim resultado excepcional na lavoura. Dentre os fatores, devemos considerar que as empresas de equipamentos de pulverização estão com produtos modernos no mercado, sem falar que o manejo, limpeza, horário de aplicações, manutenção das máquinas e bicos adequados são imprescindíveis nessa técnica. Na pulverização de alta vazão utiliza-se em média 130 litros de água por hectare, ou seja, teria que molhar a planta para funcionar o defensivo utilizado, perdendo-se muito com DERIVA e escorrimento do produto. Porém, estudos comprovam que a eficiência de uma aplicação depende de uma boa deposição de gotas e alvo alcançado. A nova tecnologia possibilitou a utilização de 40L/ha a 60/ha, aumentando área de aplicação com mesmo volume de água no tanque, diminuindo tempo com máquina parada para abastecimento, redução de 25% na perda de defensivos em aplicações, garantindo cobertura de gotas nas plantas, não ocorre perdas por escorrimento e maior direcionamento da gota no alvo. A Agroferti também é fabricante de adubo foliar, da marca CERTO, produto desenvolvido para

auxiliar na nutrição das plantas. Certo é recomendado para uso de BAIXA VAZÃO, adaptando-se em qualquer tipo de vazão utilizado em pulverizadores e aviões agrícolas. Evita danos em equipamentos e incompatibilidade de produtos. Possui fórmula extra de emulsificações, condicionando uma calda livre de cristalizações. Aumenta a eficiência dos produtos químicos, mesmo em condição pós chuva. Na sua composição contém surfactante, que cria ambiente maior de deposição de gotas. Aplicando-se em condições de orvalho ou garoa leve tem-se a quebra de tensão superficial da gota, não havendo perdas por escorrimento. CERTO possui uma grande quantidade de nutrientes necessários para um bom desenvolvimento da planta, proporcionando assim resultados significativos na produção. Contribui no processo de equilíbrio de PH de calda, com efeito tamponante, estabilizando e adequando o produto utilizado para um melhor desempenho da aplicação. Através de uma moderna tecnologia, por meio de cargas negativas e positivas, a queda de deriva se dá pelo processo da atração. CERTO estimula uma aceleração e ativação nas aplicações para dessecação, dispensando o uso de espalhante. Colabora nas funções do processo de aplicação foliar e na ativação da fotossíntese, proporcionando assim rápida absorção da planta ao produto. CERTO não produz FITO TOXIDADE nas plantas, e é indicado nas aplicações com fungicidas e inseticidas. É um estimulante foliar, promovendo a abertura de estômatos, acelerando sua absorção.

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Bataticultura

Evento reuniu bataticultores e profissionais ligados àquela cultura em Guarapuava e região

Workshop enfoca pragas e cálcio na cultura da batata

U Ricardo Pires de Almeida (bataticultor)

Celso Noboro Yabuki (bataticultor)

m evento para pensar na bataticultura de forma técnica: assim foi o III Workshop Clube da Batata, promovido pela Bayer CropScience, no dia 8 de outubro, em Guarapuava. Num município e numa região em que aquele produto tem um significado importante, o encontro atraiu produtores, agrônomos e profissionais ligados à atividade agrícola. A programação incluiu duas palestras: “Pragas na cultura da batata – Preocupações e manejo”, com Rui Scaramella Furiatti, engenheiro agrônomo, mestre e doutor em entomologia aplicada da UEPG; e “Fisiologia e manejo da cultura da batata”, com Átila Francisco Mógor, engenheiro agrônomo e professor associado da Universidade Federal do Paraná, onde é docente do programa de Pós-graduação em agronomia (Produção Vegetal). Na ocasião, também foi lançado o produto Serenade, apresentado por Cassiano Medeiro, agrônomo da área de Desenvolvimento de Mercado da Bayer. Em entrevista, o professor Mógor explicou o tema de sua apresentação: “O foco principal foi

Cassiano Medeiro (agrônomo da área de Desenvolvimento de Mercado da Bayer)

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Professor Mógor (UFPR): importância do cálcio na cultura da batata

esclarecer os agricultores em relação a ação dos hormônios vegetais que a planta produz. Não os reguladores que se aplica”. De acordo com o ele, um nutriente, o cálcio, é chave no processo de sinalização da resposta das plantas à ação dos hormônios, embora o uso daquele elemento seja visto por muitos como “um tabu”, em função do risco de maior aparecimento da sarna na cultura. “A ideia foi justamente estimular a discussão, inclusive o contraditório, no sentido de valorizar o elemento cálcio, principalmente como mensageiro dos sinais que a planta recebe do ambiente, para crescer, tuberizar, florescer e também na resposta às infecções”, comentou. Mógor lembrou ainda que “todos esses processos que estão relacionados com a base genética da planta dependem em um determinado grau do nível nutricional de cálcio”. O professor destacou que a batata é uma cultura de ciclo rápido, o que leva o produtor a reduzir o uso daquele elemento, para evitar a sarna e, por outro lado, a usar de grande quantidade de fertilizante, com a concentração do produto no sulco. “A preocupação do agricultor com a sarna reduz ou elimina a aplicação de calcário. Por consequência, os níveis de cálcio acabam se tornando mais baixos e a planta não consegue responder adequadamente, de acordo com sua capacidade genética, a estas alterações e estímulos ambientais”, concluiu. Produtor de batata na região de Guarapuava, Celso Noboro Yabuki disse ter gostado do workshop. “Foi um evento bastante produtivo, com palestras bem selecionadas. Muito interessante para todos os produtores”, comentou. Também presente, outro bataticultor, Ricardo Pires de Almeida elogiou o encontro. “Foi muito importante. Isso só vem a agregar”, declarou.


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Fotos: Manoel Godoy

Pecuária

Roberto Hyckzy Ribeiro e sua esposa Elisa Maria – em Guarapuava, eles vêm crescendo na pecuária bovina. Confinamento, ao fundo, vai melhorar estrutura

Dedicação exclusiva à

bovinocultura de corte Q

uem hoje passar pela primeira vez por Guarapuava e região, ao olhar os campos de milho, soja, trigo, cevada e canola, ou as florestas comerciais, não imaginará que a bovinocultura de corte foi a primeira atividade das propriedades rurais por aqui. Nas fazendas em que ainda foi mantida,a pecuária deu lugar às lavouras, deslocando-se para áreas “dobradas”.Mesmo assim, vários são os agropecuaristas que continuaram a apostar nesta atividade, investindo em tecnologia para carne, leite ou venda de reprodutores e matrizes. E há quem tenha tomado uma decisão que, no centro-sul paranaense chama a atenção: trabalhar apenas com a criação de bovinos de corte. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com um desses pecuaristas, que resolveu enfrentar este desafio com coragem e planejamento. Roberto

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Hyczy Ribeiro acredita que uma boa gestão aliada com uma boa base genética, manejo e um bom suporte técnico e comercial nas vendas dos bovinos é possível ter sucesso na atividade pecuária. Para ele, com o mercado exigindo maior qualidade, atender esta exigência vem sendo um desafio cada vez maior, exigindo um manejo que resulte em bovinos sadios, precoces e com bom desempenho que resulte numa carne de alta qualidade. Na Fazenda Boa Vista do Mato Dentro, no Guairacá, um dos distritos rurais de Guarapuava, o hoje bem sucedido plantel de Roberto conta com cerca de 600 animais, predominando a raça Angus. Com 40% de áreas mecanizadas e o restante de áreas“dobradas”, a agricultura por lá somente com milho para a produção de silagem. Este quadro atual não faz supor o esforço e o aprendizado dos primeiros


tempos, quando o pecuarista adquiriu a propriedade, em 1994. “Sempre fomos produtores de bezerros, inclusive foi um início com bastante dificuldade, porque faltavam recursos”, relembrou. Por isso até hoje, ele valoriza uma parceria que estabeleceu em 1997, com o produtor Rodolpho Junqueira Botelho, da Fazenda Capão Redondo, de Candói. “Eles entravam com as novilhas e a gente com os touros e com a propriedade. A parceria era para produzir bezerros, na época nós ficávamos com as fêmeas para aumentar nosso plantel e o Sr. Rodolfo com os machos”, detalhou. Em 1998, comprou então seu primeiro touro Angus, e de lá para cá somente touros desta raça foram introduzidos no plantel cruzando com vacas charolesas. Em 16 anos de investimento na raça, os resultados vieram: “Hoje temos aproximadamente 300 matrizes em reprodução, 80% angus bem definidos, com algumas cruzas. São fêmeas pretas e vermelhas” completou, ao ressaltar ainda que o trabalho abrange ciclo completo, com cria, recria e terminação. Mas Roberto ressaltou que tudo isso só foi possível graças a um plano de gestão da propriedade muito claro, com prioridades. Com o princípio que ele define como pecuária de alto investimento, a

linha de trabalho inclui: pastagem em solos corrigidos e adubados, silagem de alta qualidade, ração em especial na recria e terminação, e genética de alto potencial, para dar retorno financeiro a todos os investimentos feitos nas fases anteriores. No dia a dia, a alimentação dá o tom da rotina. “Para alojar 600 animais, se não houver um manejo bem intensivo, não tem como”, afirmou, explicando que esta foi a razão pela opção por Angus: “Você consegue formar um plantel de fêmeas um pouco menores, e consequentemente mais eficientes”. Nesse manejo, um dos alimentos fundamentais

Com plantel de cerca de 600 animais, entre angus preto e vermelho, propriedade faz ciclo completo, com cria, recria e terminação

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Trevo branco: alternativa para rotação de áreas de milho-silagem ajuda também na alimentação dos animais

para trazer segurança nos momentos de estiagem e baixa oferta de forragem, é a silagem. “Hoje, existem condições de buscar silagem de altíssima qualidade, pois temos bons trabalhos desenvolvidos pela nossa universidade (Unicentro) em parceria com a Cooperaliança que dão suporte a estas informações”, comentou. Roberto sublinhou, no entanto, que a busca de qualidade vai ainda além. O milho voltado para a produção de silagem é uma cultura que exige rotação com o mesmo princípio da produção comercial de grãos, que é reduzir a pressão de pragas, doenças e ainda reciclar nutrientes para melhoria da fertilidade do solo. Sem soja ou trigo na fazenda, a opção que o produtor buscou desde 2013, foi o uso do trevo branco (Trifolioum repens) como uma opção na rotação com milho, já que não faz agricultura e consequentemente não consegue colocar a soja como uma opção de rotação. De quatro talhões para silagem, três são para o milho e um para o trevo. A silagem produzida é destinada o ano inteiro para os animais em terminação,e para as vacas de cria apenas durante 60 a 90 dias durante as fases mais críticas do ano. O uso do feno em paralelo com a silagem também já está previsto, “acreditamos que com silagem mais feno conseguiremos ter este rebanho de matrizes durante o ano de uma forma bastante tranquila”, estimou. O pecuarista ressaltou que apenas uma genética de alta performance com um bom manejo poderá assegurar retorno aos elevados investimentos, “no nosso caso, fazemos IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo) em 100% de nossas fêmeas”. Agora ele está experimentando repetir o procedimento 30 dias após a primeira sincronização atra-

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vés da ressincronização, ou seja, nas matrizes que não ficaram prenhas após a primeira sincronização, repete-se a segunda vez, e em seguida faz-se o repasse com touros para garantir a cobertura daquelas que não emprenharam nas duas sincronizações. Aqui também, “precisa-se usar touros de altíssimo potencial genético para seguir o padrão dos touros usados na inseminação”. Já na comercialização, o pecuarista comentou que toda a sua produção que esteja nos padrões da Cooperaliança são comercializadas através da cooperativa, um diferencial significativo para o resultado final, pois o suporte técnico e comercial recebido da cooperativa é um diferencial significativo quando comparado com o mercado comum. A cooperativa, que incentiva a produção de carne de bovinos Angus e de ovinos, assume a tarefa de comercializar 100% da produção desde que estejam dentro dos padrões exigidos pela mesma e contratualmente estabelecidos, comentando que é “muito importante o consumidor buscar pontos de vendas idôneos e que realmente forneçam na íntegra os cortes fornecidos pela cooperativa, aí sim o consumidor terá um custo benefício positivo, pois estará adquirindo um produto nobre com as qualidades fornecidas pelos produtos da Cooperaliança. Quanto a qualidade dos animais produzidos e colocados no mercado, “as pessoas não têm ideia do quanto custa colocar um animal de 12 a 13 meses para o abate, pois são animais de alto padrão genético e que recebem altos investimentos em nutrição desde a sua fase inicial. No Brasil, que considera precoce um boi de 24 meses, nós da cooperativa conseguimos colocar animais com 12 a 13 meses, com 480 quilos de peso vivo, através de muita tecnologia, genética e gestão” argumentou. Enquanto isso, a propriedade continua a melhorar a estrutura, construindo agora uma instalação para confinamento, com objetivo de melhorar cada vez mais o desempenho dos animais e também aproveitar o esterco para adubação das lavouras de milho voltadas para a produção de silagem e também para as áreas de pastagem. Roberto também enfatizou que na condução da propriedade tem ao seu lado a sua esposa Elisa Maria, destacando o trabalho em equipe para as coisas acontecerem. Ele também diz ser fundamental ter uma boa equipe de funcionários, com funções bem definidas e que quando necessário um ajude o outro, que no nosso caso são três, um dedicado à lavoura e maquinários, outro aos animais de cria e recria, e o outro na engorda e serviços gerais,reconhecendo que ainda não alcançou a rentabilidade de uma propriedade voltada à agricultura, o pecuarista opinou que o que realmente faz falta aos criadores de gado de cortesão informações técnicas, como ocorre na agricultura, com a participação de instituições públicas e privadas no desenvolvimento de pesquisas e difusão de tecnologias, desafios que através da Cooperaliança vem se conseguindo com algumas parcerias.


Silvicultura

Produtor rural e os produtos florestais Tayná Jornada Ben

O

mercado florestal possui uma demanda crescente por inúmeros produtos que vão desde “produtos madeiráveis” aos “não madeiráveis”, porém encontram dificuldades de fornecedores de matéria-prima adequada aos mesmos e, em contrapartida, produtores florestais não encontram compradores às suas florestas. É um paradoxo já que pelo menos no Brasil, segundo o relatório anual da ABRAF -2013 (Associação de Produtores de Florestas Plantadas), o mercado cresceu 2,2 % de 2011/2012 e a perspectiva é de que continue assim. Inúmeras hipóteses são levantadas pelos profissionais do ramo e uma das mais recorrentes é o emprego de tecnologia aplicada ao setor florestal, em especial a produção da floresta. Quando as florestas disponíveis atualmente para processamento foram plantadas, as tecnologias de escolha de materiais adaptados às mais diversas regiões - preparo da área, manejo florestal - eram bastante restritas às grandes empresas do setor e pouco difundidas entre os produtores rurais que vislumbravam retorno financeiro em aproveitamento de áreas não agricultáveis. Porém, com a crescente demanda do setor nos últimos anos houve a necessidade de ampliação da área florestal e os fomentos e incentivos ao plantio destinados a um propósito tem garantido aos produtores florestais renda segura e um retorno financeiro interessante. Segundo Pedro Francio Filho, o mercado florestal tem vivido nos últimos 10 anos uma agitação considerável, desde a produção de mudas, passando por revoluções nos plantios, alguns em tempo recorde, até as grandes máquinas de colheita. Tanto essa evolução, quanto a rentabili-

dade, tem chamado a atenção de investidores. De fato, um investimento interessante, mas se realizado de forma equivocada, sem planejamento ou a devida engenharia, pode gerar surpresas lastimáveis. Portanto, a aplicação da condução correta de florestas é de suma importância para garantir o retorno almejado. Os produtores rurais devem entender que mesmo aproveitando área, estes poderão obter de baixos a altos incrementos, se acertarem o que plantar, como plantar e o que irão colher. A silvicultura brasileira está alicerçada em duas espécies exóticas, Pinus sp e Eucalyptus sp, que têm, no país, condições ambientais perfeitas de desenvolvimento e que se forem aplicadas técnicas agronômicas básicas já tradicionais a soja e milho podem apresentar respostas satisfatórias, como por exemplo, um pulo de um IMA (Incremento Médio Anual de madeira) 40m³/ha/ano para 60m³/ha/ano, como mesmo relata Pedro Francio no artigo “A evolução da silvicultura em busca de excelência”. Outro ponto relevante no que se se refere a produtos florestais é o frete, que em muito inviabiliza a produção. Assim, o importante é fazer uma pesquisa regional de produto, para só então optar por espécie, preparo de área, manejo empregado à floresta, além da logística de corte e entrega da mercadoria. No caso de regiões frias, o mercado de lenha e cavaco é evidente, além de tora de pinus. Já para regiões com indústrias de celulose e papel, tanto pinus e eucalipto possuem mercado e nas regiões mais quentes, há mercado de tora de eucalipto, garantindo retorno correto a sua produção.

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Fotos: Geyssica Reis

Orgânicos

Benefícios da produção orgânica e da certificação N

a última edição da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ foi apresentado o Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos, onde a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) é responsável por pelo Núcleo de Guarapuava. No total, são nove núcleos no estado que abrangem as regiões de Cantuquiriguaçu, Centro-Sul e Paraná-Centro. O programa oferece aos pequenos produtores rurais a certificação dos produtos orgânicos gratuitamente. O professor de agronomia Jackson Kawakami, que é o coordenador do projeto, afirma que com o selo o produtor é mais valorizado pelo mercado e pelos consumidores. “O selo que atesta que o produto é orgânico já é um fator de valorização de seu produto, pois é válido em todo o território nacional. Além disso, há programas governamentais de aquisição de alimentos que pagam 30% a mais em relação ao preço base, caso o produto seja certificado”, explica. Um dos beneficiados pelo programa é o produ-

tor rural Altino Soares Nizer. Ele recebeu o certificado dos seus produtos em maio de 2014. Atualmente, ele participa da Feira de Produtos Orgânicos da Unicentro e da Feira do Produtor (promovida pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Agricultura – Programa Vida Rural). Além disso, comercializa os produtos para mais alguns locais da cidade, como restaurante e mercearias. Nizer comenta que os produtos orgânicos precisam ser mais valorizados pelos próprios consumidores. “O consumidor, muitas vezes, opta por levar um produto maior, mas não leva em consideração o quanto de agrotóxico aquele alimento possui”. Em média, Nizer comenta que sua renda mensal com os produtos orgânicos é de R$ 3.500,00. “Gradativamente, estamos buscando aumentar cada vez mais a nossa produção, principalmente visando as feiras, que é onde o povo se interessa mais pelo produto. Pretendo continuar produzindo da forma orgânica, pois é mais saudável e mais saboroso”.

Como participar do programa

Seu Altino produz diversos produtos orgânicos e com o selo, já alcançou renda mensal de R$ 3.500,00.

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Qualquer produtor rural da agricultura familiar pode participar do programa. “Os profissionais do projeto fazem uma visita aos interessados e nesta visita é feita uma triagem inicial. Caso o produtor tenha aptidão para a produção orgânica, ele é selecionado”, explica Kawakami. Em seguida, passa por visitas técnicas regularmente na propriedade e por eventuais medidas para adequação da produção. Após essa etapa, é realizada uma auditoria juntamente com os técnicos do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Encerrada a auditoria, o certificado é emitido. “Há vários requisitos estabelecidos pela legislação brasileira. Para cada tipo de produção (vegetal, animal ou extrativismo vegetal, por exemplo), há uma legislação específica”, conta o coordenador. Mas, segundo ele, o produtor não precisa se preocupar com os detalhes legislativos da certificação, pois os profissionais do projeto fazem todas as orientações necessárias. Qualquer produtor rural interessado em participar do programa pode ligar para o fone (42) 3629 – 8352 e solicitar uma visita em sua propriedade com os profissionais do programa. O Núcleo de Guarapuava fica localizado no campus Cedeteg da Unicentro (Rua Simeão Camargo Varela de Sá, 03).

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Soja

Stoller® lança tecnologia inovadora de fertilizante foliar para soja Após dois anos de estudos, a exclusiva formulação fornece com maior eficiência os nutrientes para a planta, além de aumentar a compatibilidade com defensivos agrícolas

A

procura pela excelência na produção de soja tem colocado o Brasil em evidência na disputa pela dianteira como maior produtor mundial, hoje pouco atrás dos Estados Unidos. Segundo o Ministério da Agricultura, a soja é a cultura agrícola que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a 49% da área plantada em grãos no Brasil. Este aumento está associado aos avanços tecnológicos, ao manejo e a eficiência dos produtores. Foi pensando em cada detalhe da produção de soja, que a Stoller® do Brasil, multinacional especialista em fisiologia e nutrição vegetal, chegou a uma nova tecnologia capaz de fornecer nutrientes com maior eficiência, contribuindo para o aumento da produtividade das plantas. O Starter Manganês é o primeiro produto da empresa a utilizar a nova tecnologia Adhera em sua formulação. Seu principal diferencial é promover maior cobertura, uniformidade e retenção da solução aplicada na folha, aliado a maior compatibilidade com os defensivos, dentre eles herbicidas e inseticidas. O gerente de novos mercados Hilton Salomão aponta que o Starter Manganês Adhera promove o equilíbrio nutricional das plantas ao mesmo tempo em que atende às necessidades operacionais dos produtores. “O produtor agora conta com uma tecnologia inovadora que vem atender as crescentes demandas nutricionais da cultura da soja e atende às necessidades operacionais que vem se tornando cada vez mais complexas”, ressalta. A tecnologia Adhera chega ao mercado, após dois anos de trabalhos, tendo sido realizado mais de 400 formulações diferentes em laboratório, além de trabalhos científicos e de campo, conduzidos no Brasil e no exterior. Atualmente, está sendo patenteado aqui e no exterior. “Os clientes do Starter Manganês Adhera sabem que podem contar com a qualidade dos produtos Stoller® e toda a assistência de nossos profissionais localizados em todas as regiões do país”, afirma o gerente de novos mercados.

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Sobre a Stoller® do Brasil O Grupo Stoller® é líder mundial na nutrição de plantas com foco na fisiologia vegetal, o que possibilita ao agricultor aproveitar ao máximo o potencial genético da planta, para que esta tenha maior resistência às doenças e se adapte melhor às adversidades climáticas. Fundado em 1970 por Jerry Stoller nos EUA, o Grupo Stoller nasceu com um forte objetivo: contribuir com soluções inovadoras de qualidade, para o crescimento da agricultura mundial, baseado em pesquisas com responsabilidade e na satisfação dos seus clientes. A Stoller® do Brasil está no país há mais de 40 anos e desenvolve e oferece soluções inovadoras de qualidade, que potencializam a produtividade das plantas.


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Legislação

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)

Os efeitos patrimoniais decorrentes da dissolução da união estável

E

m virtude do término do vínculo entre os companheiros, extinguindo-se o contrato escrito ou na falta deste, a dissolução da união de fato, cumpre às partes realizarem a partilha dos bens existentes, seguindo uma tradição do direito consuetudinário, que torna a dissolução da sociedade civil ou comercial comum, em patrimônio jurídico. Esta partilha ou divisão de bens denomina-se meação e nada mais é do que a parte correspondente a cada um dos conviventes sobre o patrimônio adquirido ao longo da vigência da união, baseado no regime de bens adotado pelo casal. O Código Civil em seu art. 1.725 é taxativo ao disciplinar que o regime de bens a ser adotado na união estável é o da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito entre os companheiros que regule de forma diversa. Tendo em vista a redação do texto de lei, se faz necessária uma breve consideração sobre o regime da comunhão parcial de bens. A comunhão parcial, também chamada de comunhão dos aquestos ou de adquiridos, é o regime no qual cada um dos cônjuges mantém como próprios os seus bens anteriores ao casamento, comunicando-se os adquiridos onerosamente na vigência da sociedade conjugal. Graças à adoção desse regime de bens, volta-se a equiparar união estável com casamento civil, pois se aplica uma regra própria destinada ao casamento. O casamento foi, é, e parece que continuará sendo, na cultura ocidental, o mais forte paradigma de constituição de família. Diante disto, para a regulamentação das relações patrimoniais na união estável, o regime de bens no casamento foi tomado como referência. Caracterizada a união estável, os bens adquiridos na constância da relação, a título oneroso, pertencem a ambos os conviventes. Com a dissolução desta união estável, o patrimônio será partilhado nos moldes do art. 1.658 e seguintes do Código Civil. Portanto, não há necessidade de prova de esforço comum na aquisição destes bens. Embora seja suficientemente claro o texto legal para definir quais bens entram ou não na partilha de bens, além de como deverá ser feita sua administração, não deixando margem a dúvidas, cabe aqui fazer algumas pequenas considerações individuais sobre eles. Em primeiro lugar, deve-se falar sobre os bens adquiridos anteriormente ao relacionamento de fato, ou seja, antes da constituição da união estável propriamente dita, que não poderão ser inseridos em meação futura. No tocante aos bens móveis, presume-se que foram obtidos ao tempo da união estável, a não ser que haja prova do contrário, e por isso deverão ser partilhados entre ambos os companheiros. No que diz respeito à administração dos bens comuns, qualquer um dos conviventes poderá exercê-la, desde que ambos consintam, pois há implicação na cessão de uso ou gozo dos bens comuns. Entretanto, se for o caso de bens particulares, cabe ao seu proprietário administrá-lo, salvo na hipótese de haver contrato escrito que disponha o contrário. Quanto às dívidas, estas só poderão ser

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partilhadas caso tenham sido contraídas em detrimento da união estável; caso seja dívida particular, cada um responderá pela sua parte. Entretanto, uma questão que gerou discussão por muito tempo foi referente à necessidade ou não da contribuição de ambos os companheiros na constituição do patrimônio do casal para poder se falar em meação igualitária. Para solucionar essa questão os Tribunais vêm decidindo que independentemente da contribuição individual dos conviventes, ambos terão direitos iguais no momento da partilha. Na hipótese de pessoa separada de fato, mas que vive em união estável teremos uma pequena complicação legal, pois o regime de bens do casamento se extingue apenas com o trânsito em julgado da sentença que conceder a separação, conforme disposição do art. 8º da Lei n.º 6.515/77. Para dirimir esse ponto controvertido, é importante termos em mente que, se configurada união estável de pessoa casada e separada de fato, extinta a comunicação dos bens entre os cônjuges assim separados, ou haveria indébita concorrência com os direitos dos novos companheiros. Entende-se por separação de fato a ruptura da vida em comum, em caráter prolongado e contínuo, que denote intenção de rompimento da sociedade conjugal. Caminhando junto com a doutrina, a jurisprudência pátria tem entendido que para reconhecimento do regime da comunhão parcial de bens é necessária à efetiva convivência entre os cônjuges ou companheiros (dada a adoção do mesmo regime patrimonial em ambas as modalidades de entidade familiar). Com isso, a partir da separação de fato, cada qual terá direito de trabalhar na aquisição individual de seu patrimônio, sem correr o risco desses bens virem a ser inseridos em meação futura. Com isso, conclui-se que na hipótese de haver pessoa formalmente casada, mas separada de fato, o direito à partilha dos bens cessa de acordo com o regime matrimonial, em virtude da ausência de convivência efetiva. No tocante a união estável, irá se transferir ao convivente, apenas o correspondente ao período de convivência, aplicando-se o regime da comunhão parcial de bens. Verifica-se com o presente artigo que a Constituição Federal de 1988 teve um papel fundamental para garantir direitos relevantes a todas aquelas pessoas que viviam sob um regime de união informal. Esta previsão constitucional teve como principal inovação a inserção da união estável como entidade familiar, cuja proteção deve ser garantida pelo Estado. Finalmente, conclui-se que houve uma evolução muito importante concernente a partilha de bens nesta modalidade de entidade familiar. Tal evolução proporciona, de forma inequívoca, a proteção dos companheiros ou conviventes, nos casos de dissolução da união estável, equiparando-os aos civilmente casados pelo regime de comunhão parcial de bens, no caso de não haver prévia estipulação em contrato escrito sobre outra forma de partilha.


Trabalhamos para atender aos diversos requisitos de aplicações florestais, com o melhor desempenho, durabilidade e produtividade que você só encontra em uma CAT. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Prevenção de acidentes

Paraná John Deere realiza 1ª Sipat D

Foto: Geyssica Reis

e 22 a 26 de setembro, a Paraná Sistemas Mecanizados John Deere realizou a 1ª Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat). Durante o evento, palestras e atividades relacionadas à segurança do trabalho foram oferecidas aos colaboradores. Os temas abordados foram doação de sangue; direção defensiva; Doenças Sexualmente Transmissíveis e prevenção da Aids; alcoolismo e tabagismo; além de motivação. “Foram temas pontuais, mas todos relacionados a alguma área da segurança do trabalho. É importante que eles estejam ligados com a demanda da empresa. Sobre segurança do trabalho, há um leque bastante grande para se trabalhar com os colaboradores”, pontuou o consultor de segurança de trabalho da Paraná, Johann Leandro Pollyak.

CIPA

Foto: Paraná John Deere

Johann Leandro Pollyak, consultor de segurança de trabalho da Paraná Sistemas

A Sipat é uma responsabilidade da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Essa comissão foi implantada na empresa, há seis meses e é formada por quatro colaboradores: Gelton Araújo (presidente), Raphael Araújo (vice-presidente), Rafael Brzezinski e Mayara Dziurun. A Cipa está planejando outras atividades relacionadas à segurança do trabalho para este ano, como uma Campanha de Prevenção da Aids, para o mês de dezembro. “A intenção é sempre mostrar aos funcionários a importância de se discutir os assuntos relacionados à segurança do trabalho e também a relevância da Cipa na empresa”, conta Pollyak. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes da Paraná Sistemas

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emoção e integração para produtores rurais

Foto: Vanessa Wendler

2º Rally Top American: A Paraná Sistemas Mecanizados (concessionária autorizada John Deere para Guarapuava e região), a Pioneer e a DuPont™ realizaram, dia 8 de outubro, a segunda edição do Rally Top American. No formato de um raid off road, com trajeto entre os municípios de Guarapuava e Pinhão, o evento teve por objetivo levar aos participantes a emoção de uma competição fora de estrada e informações sobre produtos das três marcas

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Fotos: Vanessa Wendler

Preparação: hora de acertar GPS e relógios

Largada no kartódromo, no Jordão

Cyrano Leonardo Yasbek, Pioneer

Carlos Eduardo Fransichette, da Paraná Sistemas

Vinícius Pavoski, DuPont™

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organizadoras do rally, apresentados em estações ao longo do trajeto. A largada aconteceu a partir das 8h30, no Kartódromo de Guarapuava, no bairro Jordão. Sob um sol forte, que prometia já condições ideais para a competição, descontração, bom humor e expectativa marcaram os momentos iniciais. Durante o roteiro, pilotos e navegadores buscaram seguir a planilha e acelerar na medida certa, entre estradas de terra e trilhas, onde pedras e valetas eram desafios constantes. Após acompanhar a largada, Vinícius Pavoski, da DuPont™, contou em entrevista que o evento surgiu para promover integração com os produtores rurais e “sair do cotidiano”, por meio de uma atividade divertida. Momento também para difusão de tecnologia: “São três empresas, com a ideia de colocar o que elas têm de melhor”, disse. Pavoski explicou que a DuPont™ evidenciou o lançamento do produto Dermacor®. “É o primeiro inseticida para tratamento de sementes da empresa”, destacou (segundo o site www.dupont.com.br, o produto é da classe química das diamidas antranílicas, voltado às culturas de soja e de algodão, sendo altamente eficiente contra a helicoverpa). A Pioneer ressaltou a qualidade de suas sementes de milho, em palestras de seus técnicos. Presente ao evento, Cyrano Leonardo Yazbek, representante comercial da empresa para a região de Guarapuava, disse que o rally é uma oportunidade de divulgar informações para os clientes. “A gente une a parte técnica, comercial e de diversão. É um dia inteiro de atividades. Cada empresa tem a sua participação”, resumiu. Carlos Eduardo Francischette, gerente de vendas da Paraná Sistemas Mecanizados - John Deere, também fez um balanço positivo da segunda edição do rally. “A ideia foi proporcionar um dia diferente, para passar informação sobre produtos, mas também criar um ambiente em que as pessoas possam se confraternizar”, disse. Ele comemorou a maior presença de mulheres na competição. “Ano passado, tivemos só uma participante. Neste, já tivemos quatro. A mulher do agricultor é uma pessoa importante na tomada de decisão”, comentou. Ainda de acordo com ele, a Paraná Sistemas aproveitou o momento para divulgar um lançamento deste ano: as colhedeiras da Série S. “Tudo nelas foi projetado para aumentar a área colhida e diminuir consumo de insumos como óleo diesel, lubrificante, graxa. É

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Poeira e travessia de rios fizeram parte do trajeto

Estações do rally: espaço para descansar e conhecer produtos dos três organizadores do evento uma concepção de colheita diferente”, explicou. Ao final do dia, a programação da prova terminou na loja da Paraná Sistemas, na BR 277. No local, participantes disputaram ainda a etapa premium do rally, num circuito de velocidade. Premiação dos vencedores e jantar de confraternização encerraram o dia, num clima de comemoração e de lembrança dos momentos de emoção vividos durante o trajeto.

RESULTADOS Categoria SUPER PRIME: 1º lugar – Helmut Helleis / Cristian Helleis 2º lugar – Elmar Remlinger / Paulo Basso 3º lugar – Felix Wild / Rafael Majowski 1º

Categoria TURISMO: 1º lugar – Egon Milla / Karl Eduard Milla 2º lugar – Helmut Helleis / Cristian Helleis 3º lugar – Ricardo Leh / Geraldo Leh 1º


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Máquinas agrícolas

augustin Massey

88 anos a serviço da Desde o início, em meados da década de 20 até os dias de hoje, a Augustin, sempre esteve voltada ao comércio de produtos e serviços ligados ao agronegócio, visando satisfazer com eficiência as necessidades dos clientes, sempre buscando comercializar produtos com alta tecnologia e excelente qualidade. Esse trabalho feito com eficiência e responsabilidade trouxe à Augustin muito mais que experiência de mercado,

proporcionou solidez à marca, que hoje é símbolo de confiança e seriedade no meio rural. Prova disso, são as diversas conquistas e distinções conferidas à concessionária pela marca Massey Ferguson: 6 vezes premiada como Concessionária Diamante, pelo Programa Massey Ferguson de Excelência Gestão; 3 vezes premiada pelo Programa Dealer Incentive Trip – AGCO Corporation, distinção mundial entre Concessionárias Massey Ferguson.

A Augustin iniciou suas atividades comerciais em 1926 na cidade de Não-MeToque/RS. Importou máquinas agrícolas e a partir do ano de 1962 começou a comercializar produtos Massey Ferguson. Nestes 52 anos vendendo produtos MF conquistou distinções, prêmios, mas o que norteia o nosso negócio é a satisfação do nosso cliente. Procuramos no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina oferecer ao cliente vendas de máquinas, peças e serviços. Augustin - 88 anos ao lado do produtor rural. Paulo Finger - Sócio Diretor da Augustin

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Edgar Georg Szabo

Rui S. T. da Cruz

Proprietário de duas colheitadeiras Axiais MF 9790

Proprietário de dois tratores da linha MF 7415 Dyna6

Prorietário de duas Colheitadeiras Axiais MF 9690

“Desde 2011 somos atendidos pela Augustin. Já foram várias negociações, e posso dizer que estamos muito satisfeitos com todo atendimento da empresa.”

“A Augustin vem nos atendendo há três anos e meio, sempre com agilidade e qualidade. Estamos plenamente satisfeitos.”

“Sempre fomos bem atendidos pela Massey e, desde 2011, a Augustin vem nos proporcionando excelente atendimento. Transmite Solidez e Confiança. Estamos satisfeitos, recomendo!”

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Arno Vier

Robert Reinhofer e seu avô Johann Reinhofer

Proprietários de cinco tratores da linha MF 7000 Dyna6

“Desde o primeiro trator MF35 adquirido em meados de 1970, sempre gostamos da Massey. Com a Augustin pudemos retomar os negócios e conhecer as novas tecnologias da Massey. O atendimento está dentro do esperado, estamos satisfeitos com a Augustin.”


Ferguson,

sua produtividade A Augustin Massey Ferguson, hoje abrange 75 municípios na região norte do Rio Grande do Sul, 37 na região centro-sul do Paraná e 4 municípios em Santa Catarina, comercializando:

tratores, colheitadeiras e implementos Massey Ferguson, implementos e equipamentos agrícolas de diversas marcas; peças e acessórios; combustíveis, lubrificantes Shell e serviços.

Quando chegamos ao Paraná, em Julho de 2011 sabiamos que a nossa tarefa seria muito árdua e realmente está sendo. Mas, com muito trabalho, dedicação e respeito ao cliente sempre guiamos nossas atitudes e ações. Passados três anos e meio, já podemos visualizar muitas conquistas, dentre elas destaco o resgate do cliente para nossa marca e a apresentação de novos produtos para os agricultores. Atualmente, estamos instalados com 4 lojas e, até o final de Novembro/2014, iremos inaugurar nossa nova filial em Laranjeiras do Sul, deixando cada vez mais evidente e concreto nosso compromisso de atender e atender muito bem o nosso cliente, o cliente da Augustin. Márcio Kilpp - Gerente de Vendas Paraná e Santa Catarina da Augustin estrutura de atendiMento no paraná

guarapuava BR 277 Km 344 Fone 42 3624 6630

Mangueirinha PR 281 Km 01 Fone 46 3243 1531

união da vitória PR 476 Km 225 Fone 42 3519 1073

pitanga Av. Universitaria Analia Mendes Ziegmann, 135, Fone 42-36461950

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Viagem Técnica Internacional/FAEP

Troca de experiências na América do Norte U

Rodolpho Botelho e Pedro Dejneka, na Bolsa de Chicago

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m giro por regiões de agricultura moderna, nos Estados Unidos e no Canadá: este foi o foco da Viagem Técnica 2014 realizada pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), de 13 a 27 de setembro, com objetivo de proporcionar aos participantes uma visão da situação atual das commodities agrícolas naqueles países, seus desafios e suas inovações. Os participantes, integrantes da FAEP, dirigentes de sindicatos rurais e profissionais ligados às esferas públicas da agricultura puderam conhecer aspectos surpreendentes do agronegócio: da robotização da produção de leite à exploração do xisto como fonte de energia, passando pela ideia de usar um tipo de capim para produzir etanol e da transgenia utilizando RNA. A viagem incluiu ainda instituições ou empresas importantes para a agricultura, como o Dekalb Farm Bureau (Illinois), centros de pesquisa, Associação de Produtores de Soja de Illlinois, empresas de defensivos, universidades e Bolsa de Chicago, além de propriedades rurais e cooperativas relevantes em seus segmentos e terminais, como Shantz, no Canadá (veja o roteiro completo no box desta matéria). O Sindicato Rural de Guarapuava

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participou da viagem técnica, representado por seu presidente, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e vice, Anton Gora (4º grupo). Para Botelho, “a viagem proporcionou aos participantes uma ideia mais exata do sistema produtivo americano e canadense”. Comparando a logística vista na América do Norte com a situação brasileira, o presidente do sindicato observou que, no Brasil, “a gente vê um déficit muito grande, seja na questão do transporte, seja na armazenagem, em modais ferroviários, rodoviários e hidroviários”. Em sua avaliação, este “é um dos principais empecilhos para o Brasil ter um crescimento sustentável, de agricultura, principalmente nas novas fronteiras agrícolas”. Já no campo, assinalou que, muito mais do que as máquinas de grande porte, o que mais diferencia a agropecuária dos Estados Unidos e do Canadá daquela feita no Brasil é a gestão, com clareza sobre custos e rentabilidade. O que inclui uma previsão das atividades. “Eles têm um planejamento prévio, da safra futura. O quê fazer, de que maneira, em que época”. Além disso, por lá, “o produtor tem um suporte”, na parte técnica e de terceirização de serviços. “Chama a atenção,


para nós, a contratação de aplicação de produtos, feita por revendas, cooperativas, com garantia de funcionamento”. Ainda segundo Botelho, entre os produtores visitados, “a grande maioria não tem pulverizadores, autopropelidos. Eles contratam serviços das empresas”. Informação é outro tópico que, para o presidente do Sindicato Rural, diferencia as duas realidades. “Uma coleta de dados, de meteorologia, de preços, não de cinco ou 10 anos, mas de 50, 100 anos. Então, sabem exatamente qual a melhor época de plantio, quando vão ter de colher, qual a probabilidade de geada no mês de setembro, outubro. Eles têm um calendário muito preciso”.

Cinnamon Ridge (Iowa)

Ordenha acompanhada na tela do computador (Canadá)

Cinnamon Ridge (Iowa)

Ulrick Farm (Iowa)

Palestra sobre xisto (Canadá)

Ministério da Agricultura em Ontário (Canadá)

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No roteiro: agricultura, pecuária e tecnologia De 13 a 27 de setembro de 2014, a viagem técnica da Faep deu a seus participantes uma visão atual da agro

Estados Unidos Dekalb Farm Bureau (Illinois) Entidade (representação da agricultura local) Elburn Cooperativa (prestação de serviços agrícolas, como aplicação) Weber Beef & Grain Farm (Illinois) Fazenda (gado confinado – 5 mil cabeças/ano) Ulrick Farm (Iowa) Fazenda (milho, soja e sucessão familiar) River Valley (Iowa) Cooperativa (terminal de armazenagem e prestação de serviços) Cinnamon Ridge (Iowa) Fazenda (prêmios de produtividade) Centro Agronômico Monsanto (Illinois) Pesquisa (milho transgênico e convencional) Centro de Pesquisas Monsanto (Chesterfield, Illinois) Pesquisa Rund Farms (Illinois) Fazenda (capim miscanthus para produção de biomassa para etanol) Associação de Produtores de Soja (Illinois) Entidade Universidade de Champaign (Illinois) Instituição (palestra sobre gás de xisto) Dow AgroSciences (Indiana) Empresa Ron Haase Farm (Illinois) Fazenda (agricultura de precisão e soja com 6 mil kg/ha) Bolsa de Mercadorias de Chigago (Illinois) Palestra (Pedro Djeneka, abordando milho e soja)

Canadá Terminal Shantz (Ontario) Terminal (recebimento de trigo / Palestra sobre programa de treinamento de lideranças) Blaindale Farms (Ontario) Fazenda (soja, milho, trigo e sementes) Ministério da Agricultura Palestras (Marcelo Andrade [Lucatex], abordando diferenças entre EUA e Canadá; Maurice Dusseault [Univesidade de Waterloo], sobre xisto) Palmerson Grain (Ontario) Cerealista (armazenamento) Conlee Farms (Ontario) Fazenda (robotização na produção de leite)

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Diferentes realidades rurais Para o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, um dos integrantes do giro técnico da Faep por Estados Unidos e Canadá, a América do Norte demonstra o desempenho econômico que se pode ter no campo. O panorama rural tem semelhanças mas também diferenças em relação àquele que se encontra no Brasil. Com o dirigente, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou sobre os tópicos que mais chamaram sua atenção no contato com propriedades rurais, entidades e empresas.

Seguro agrícola

“Eles têm um seguro agrícola que funciona. Praticamente 80% dos produtores participam. Esse seguro garante uma renda mínima para o produtor. Pode ser por frustração da cultura em si, geada, granizo, como também frustração de preço. Ele sempre tem a sua renda garantida. E o prêmio do seguro é subsidiado pelo governo em até 70%. Quem vende este seguro agrícola são as entidades de classe, os farm bureaux. Isso também é uma fonte de renda para as entidades”.

Cooperativas

“As cooperativas que visitamos lá, elas são totalmente diferentes das nossas. Normalmente, são específicas e puramente comerciais. Não têm nenhuma atividade social. Visitamos duas cooperativas de armazenagem. Os cooperados se organizaram e criaram a cooperativa e construíram silos para a armazenagem dos produtos em comum. O cooperado paga uma taxa. No final do ano é feito um balanço. Se tiver sobras, elas são devolvidas para o cooperado. E o que tem muito lá são cooperativas de aplicação de fertilizantes e de defensivos”.

Representação política

“Tem duas formas: os sindicatos, como os nossos aqui, que são os farm bureaux, que fazem a representação política do produtor. E tem as associações por cultura: dos produtores de soja, de algodão, milho. Elas, além de fazerem uma defesa política do produtor, também trabalham para melhorar a tecnologia de produção das culturas”.

Transgênicos

“Está havendo uma mudança na questão dos transgênicos. Antigamente, os gens eram modificados e implantados no DNA da planta. Só que, quando se implanta um gen através do DNA, é preciso depois selecionar as plantas para ter aquela que realmente se busca. Agora, estão começando a trabalhar com o RNA. E quando usam o RNA, eles conseguem implantar o gen que querem, no lugar em que querem. Isso vai fazer com que o tempo de pesquisa diminua muito. Hoje, leva em torno de 10 anos até que uma planta transgênica chegue no mercado. Com esta nova tecnologia, vai pelo menos baixar para a metade”.

Diversificação

“Toda propriedade é diversificada. Por exemplo: grãos, leite, boi. Ou o produtor tem grãos e uma outra atividade, como vender defensivos ou ter uma transportadora”.

Moradia no campo

“Todos os produtores moram na propriedade. Só que lá tem asfalto. O deslocamento é fácil e rápido. Existem núcleos perto das propriedades, onde tem escola. E o que é mais importante: tem segurança. Ninguém tem medo de morar sozinho na fazenda”.

Mercado futuro

“Todos os produtores praticam mercado futuro. Tem produtor que já vendeu soja, milho, da safra 2016, que vai ser plantada ainda. E o produtor faz a conta: ‘Me custa R$ 10,00 o saco de soja. Se o preço futuro estiver em R$ 15,00, eu vendo uma parte da produção. Ele não pensa em ganhar muito e, com isso, não perde muito. Por todos praticarem, funciona e é barato”.

Robotização no leite

“Na questão do leite, não dá para transferir nada para cá, porque é totalmente diferente. Em uma propriedade visitada, as vacas ficam confinadas dentro de um estábulo fechado. Ninguém trabalha dentro do estábulo. A ordenha é mecânica, automática. O robô tira o leite. Tem outro robô que faz a limpeza. O produtor tem uma sala em que acompanha no computador o que está acontecendo. Também em função do custo de mão-de-obra, caríssima lá. E o preço ao produtor é o dobro do nosso: US$ 1,00/litro. Aqui, US$ 0,40/litro. Mas é uma diversificação dentro da propriedade”. Ou as propriedades interagem entre si, se complementando.

Tecnologia embarcada

“Interessante também é o uso intensivo de tecnologia no campo, nas máquinas. O uso de GPS, de agricultura de precisão. Eles têm um plantio sempre bem feito, adubação e aplicação controladas. Esse uso do computador, da informática no campo, é quase que uma tecnologia normal. Todo mundo usa”. Reduz custos e uniformiza as culturas.

Exploração do xisto

“Estados Unidos e Canadá estão começando a explorar intensivamente o xisto. A previsão é de que em dois ou três anos os Estados Unidos se tornem auto-suficiente em termos de energia a partir do xisto. E o fato negativo disso para nós, agricultores, é que eles vão usar menos milho para fazer etanol. Isso vai pressionar ainda mais os preços do milho. Essa onda de preços baixos, segundo os especialistas, deve durar, vai ser um ciclo, de alguns anos. Então, temos de estar preparados para isso também. Mas, por outro lado, a carne e o leite estão em alta”.


Genética

Escolha da cultivar é fator determinante para a boa rentabilidade nas lavouras de trigo

E

m anos de efeito climático como o El Niño é que se sente os resultados do planejamento da safra de inverno, ainda durante o período de verão. Doenças de difícil controle, como giberela (Gibberella zeae) e brusone (Magnaporthe oryzae), demandam um esforço contínuo por parte das empresas de melhoramento genético. Aqueles agricultores que não escolheram durante o planejamento uma cultivar com melhor resistência estão tendo problemas mais sérios. As regiões de maior altitude, com clima frio e úmido, vêm ao longo dos anos convivendo com a giberela, fato comum em anos mais chuvosos. O que chama a atenção dos triticultores neste ano, de inverno com precipitações intensas, porém com temperaturas menos rigorosas, é a ocorrência de brusone nesta região. A brusone, também chamada de branqueamento da espiga é uma das principais doenças que atacam a cultura do trigo, tendo como conse-

quência a produção de grãos deformados e com baixo peso específico, implicando em perdas significativas no rendimento. A última epidemia no Brasil foi observada em 2012, quando danos comprometeram acima dos 40% as lavouras de trigo do norte do Paraná, Mato Grosso do Sul e sul do Estado de São Paulo. Em 2013 houve problemas com a giberela, e agora nesta safra alguns triticultores voltaram a enfrentar problemas com o fungo, embora esteja presente em menor intensidade. Através dos dias de campo feitos no Paraná, a equipe da Biotrigo Genética observou os resultados dos materiais TBIO. “No início do plantio, os produtores enfrentaram algumas adversidades e analisando nossa genética, vemos o excelente desempenho das nossas cultivares como TBIO Mestre, TBIO Sintonia e o lançamento TBIO Toruk em relação a brusone, sem deixar de entregar bom nível de resistência à giberela, por exemplo”, explica Fernando Michel Wagner, gerente reRevista do Produtor Rural do Paraná

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A genética mudou o perfil do triticultor brasileiro” Deodato Matias Junior

gional da Biotrigo para os estados do Paraná (PR), São Paulo (SP), Mato Grosso do Sul (MS), Goiás (GO), Minas Gerais (MG) e Paraguai (PY). “Presenciamos áreas com 90% de severidade da doença, em contrapartida tínhamos materiais com uma severidade de apenas de 3 a 4%, sob a mesma condição. Esta é a mesma realidade vista com relação a giberela no ano anterior”, comemora Wagner. O produtor Elizeu Semchechem, de Ivaiporã, região central do Paraná, que registra frequentemente problemas com doenças de espiga por estar em uma zona de transição climática, participou do dia de campo institucional da Biotrigo no município de Apucarana, e conta que está muito satisfeito com as escolhas que ele e os irmãos fizeram. “Plantamos em nossa propriedade TBIO Sintonia e TBIO Mestre e não tivemos problemas. Nos 1790 hectares semeados, registramos apenas 2% da lavoura afetada com alguma doença de espiga”, comemora. Elizeu conta também que participa de vários dias de campo, pois consegue visualizar a verdadeira diferença dos materiais que existem no mercado, e assim optar pela cultivar mais indicada para a sua realidade, conhecendo antes mesmo de lançada. “Ficamos muito surpresos com os resultados do lançamento. O TBIO Toruk realmente vai revolucionar os nossos campos”, felicita o produtor.

Novidades para o produtor Um dos principais destaques dos dias de campo é o lançamento da cultivar TBIO Toruk.

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De porte mais baixo e tipo de planta inovador, a cultivar oriunda de cruzamento com genética francesa chegou para proporcionar novos tetos produtivos sem abrir mão da segurança e qualidade industrial. “Toruk tem bom comportamento à giberela, excelente tolerância à brusone, germinação na espiga e acamamento, além de ter como uma de suas principais características o fato de ser trigo pão/melhorador, o que atende a demanda por qualidade industrial, fato destacado pela indústria com relação ao desempenho obtido pelo material nos testes realizados por diversos moinhos, isto sem abrir mão dos altos rendimentos, os quais vem entregando”, celebra o gerente. “É preciso ter no portfólio cultivares de trigo que ofereçam cada vez mais segurança para se colher bons resultados, independente do clima em cada safra. Não é somente em anos bons que se deve ter produtividades elevadas, é preciso garantir colheitas satisfatórias em todas as safras. Para se conquistar isso é necessário, entre outras práticas, buscar cultivares que expressem alto potencial genético no campo, mesmo em situações adversas à cultura, afinal, o agricultor precisa garantir rentabilidade também em anos atípicos”, explica Wagner.

Planejamento faz a diferença O momento da escolha da cultivar a ser semeada define boa parte do sucesso de uma safra. Dessa forma, é extremamente importante conhecer o material que o produtor está planejando utilizar em sua propriedade, suas resistências e especialmente as suscetibilidades, para que seja posicionada de maneira adequada, levando em conta o nível tecnológico de cada área. “O clima durante o ciclo da cultura pode variar, o potencial da cultura, a predominância e intensidade das doenças que a acometem também. Fato é que a triticultura brasileira vem avançando, levando em conta as peculiaridades de cada região”, observa Deodato Matias Junior, supervisor comercial da Biotrigo Genética para os estados do PR, SP, MS, MG e GO. “A genética mudou o perfil do triticultor brasileiro. Hoje planejar a safra de inverno, ainda durante o período de verão, é sinônimo de segurança”, comenta Deodato. “Este planejamento vai desde a escolha da cultivar, de acordo com as suas características agronômicas, resistência a germinação em pré-colheita e as doenças mais importantes, qualidade industrial e até o insumo utilizado na semeadura e desenvolvimento da cultura”, finaliza o supervisor.


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Comemoração

Parabéns aos veterinários! Com café da manhã, dia 9 de setembro, em sua sede, Sindicato Rural homenageou a categoria

Liziane Cogo dos Santos, Ana Lúcia Menon, Ana Paula Kurschaidt e Márcia Zago

Luís Alberto Rickli

Homenagem reuniu cerca de 40 profissionais

C

om a presença de cerca de 40 profissionais, o Café da Manhã do Dia do Veterinário, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava dia 9 de setembro, em sua sede, superou as expectativas. De 8h às 10h30, no salão de festas da entidade, veterinários experientes, jovens e estudantes foram recebidos pela diretoria do sindicato e puderam se confraternizar, revendo amigos e trocando ideias. Participaram profissionais que atuam em organizações, empresas, cooperativas ou instituições de destaque em Guarapuava e região, como Agrária, Galpão do Boiadeiro, Faculdade Campo Real, Unicentro, Cooperaliança, Agroboi, Adapar, entre outros. Os convidados foram saudados por Jairo Luiz Ramos Neto, um dos diretores do sindicato e também veterinário, que destacou a importância crescente da categoria para a agropecuária. O presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, também dirigiu a palavra aos veterinários, saudando a categoria. Botelho destacou que, embora tenha optado pela carreira de agrônomo, possui afinidade com o trabalho dos veterinários e também sublinhou o significado desses profissionais nas propriedades rurais e empresas do agronegócio.

A veterinária Evelyn Pfann Marcelo e Gildo Gorski e o pres. do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz W. Botelho

Renato Mocelin Lopes

Patrícia Tavares Nogueira

Michel Pereira de Souza

José Carlos Calleya, Carlos Abreu e Rodrigo Ribas Martins

Marco Nunes, Marina Araújo de Azevedo e Vitória Tápia Gusman

Christoph Zehr

Renata Silvério Perez, Laís Werner, Dirnei Dutra Lopes, Lorena Lopes e Charlene Leite da Silva Monteiro

Carlos Eduardo Gavanski Silva

Sandro José Küster da Silva e Júlio Hülse

Kleyton Romualdo Kramer, Tjago Gavanski e Romualdo Prestes Kramer

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Mário Andrade e Esperidião Barbosa da Silva

Jeferson José Martins, Anton Egles, Jairo Luiz Ramos Neto e Eduardo Pletz

Charlene Monteiro e Hélcya Ishiy Hulse

Sérgio Fernando Paczkoski e Murilo Lustosa (Sindicato Rural)

Jairo Luiz Ramos Neto, João Maurício Martins Kurschaidt, Carlos Abreu, Anton Egles e Jeferson José Martins


Um dos profissionais com mais tempo de serviço presente ao Café da Manhã do Dia do Veterinário, José Carlos Calleya, gaúcho de Porto Alegre que atua em Guarapuava desde 1976, em entrevista, parabenizou o sindicato pela iniciativa de homenagear a categoria no evento. “A gente se sente muito bem no meio dos veterinários e muito feliz pelo sindicato, que já conhecemos há muitos anos, desde a sua fundação”, enalteceu. Calleya disse ver também, atualmente, uma maior valorização dos veterinários: “A medicina veterinária, até há pouco tempo, era reconhecida somente pela dedicação à saúde animal. Hoje, ela é reconhecida internacionalmente, no Brasil, no Paraná, em relação à inspeção de produtos de origem animal. Hoje, a pessoa que consome produtos de origem animal sabe que por trás daquela qualidade, está a inspeção, isto é, está um médico veterinário”. Segundo completou, o trabalho neste campo valoriza o profissional: “Essa profissão nos honra muito e hoje é reconhecida. Parabéns ao sindicato pela acolhida no Dia do Veterinário”. A primeira edição do Café da Manhã do Dia do Veterinário ocorreu no ano passado. A data da categoria se comemora no dia 9 de setembro. No Brasil, as primeiras escolas superiores de veterinária surgiram no início do século passado.

José Carlos Calleya

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Evento

Evento reuniu, no sindicato, secretárias de empresas e organizações de Guarapuava e região

Profissionais comemoram Dia da Secretária no Sindicato Rural

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Vice-presidente do sindicato, Anton Gora, destacou que qualidades das mulheres ajudam no desempenho profissional

Presidente do Conselho da Mulher Empresária, Elaine Scartezini Meireles

ecretárias de diversas empresas e entidades, de Guarapuava e região, tiveram dia 30 de setembro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, uma tarde diferente, num evento alusivo ao Dia da Secretária, festejado naquela data. Promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava e Associação Comercial e Industrial de Guarapuava (Acig), no âmbito de uma campanha com o lema “O bom dia começa com você”, o encontro teve por objetivo ressaltar a importância dos profissionais da área para o bom desempenho das organizações em que atuam. As cerca de 60 secretárias presentes foram saudadas por Maria Inês Guiné, diretora de Promoções e Eventos do Conselho da Mulher Empresária (CEME) da Acig e pela presidente do Conselho, Elaine Scartezini Meireles. Vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, também parabenizou as secretárias. Gora destacou que as mulheres, maioria na profissão, possuem qualidades que as tornam especiais, como a sensibilidade. O encontro, que teve na abertura apresentação de música, incluiu ainda uma dinâmica, com base em movimentos de dança, e uma transformação, para três sorteadas, com maquiagem realizada por profissionais de um estúdio de beleza de Guarapuava. O principal ponto da programação foi uma

Mayara dos Santos Dziurun: “É um cargo que define muita coisa dentro de uma empresa, no dia a dia. É com ela que o bom dia começa. Se ela estiver animada, disposta, o dia de todos, na organização, vai ser melhor”. 54

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Maria Inês e Loren D´Angelo (Acig), ao lado da gerente do sindicato, Luciana de Queiroga Bren

palestra enfocando atitudes consideradas construtivas para o ambiente de trabalho e para os relacionamentos em geral. Instrutora de cursos voltados ao desenvolvimento de competências no trabalho, Loren D´Angelo, diretora de Assuntos Administrativos do CEME, abordou o tema com objetividade e bom humor. Conforme destacou, muitas vezes, analisar as próprias emoções, entender as expectativas das outras pessoas, como clientes, ou adotar atitudes simples, como o elogio sincero, contribui para um melhor clima de convivência e para melhores resultados, no trabalho e na vida pessoal. Após sorteio de brindes para as participantes do encontro, o evento se encerrou com uma confraternização no salão de festas do Sindicato Rural.

Idiane Vanessa Grosselli: “A palestra foi muito boa, tocou em pontos pelos quais a gente passa no cotidiano, mas nem sempre percebemos os erros. Deu um sinal para o que precisamos melhorar”.

Fernanda de Miranda: “Eu nunca tinha participado de um evento como este, tendo uma valorização tão grande do que eu faço. Então, para mim, foi excelente. Estou me sentindo super bem, valorizou a autoestima, deu um impulso para frente”.


Segurança e medicina do trabalho

Saúde Rural A

saúde e segurança do trabalho é a área responsável pela garantia de um ambiente saudável e seguro para o trabalhador rural. A preocupação, não só com questões trabalhistas e fiscalizações a que o empregador está suscetível, têm levado a uma procura, por parte dos produtores, às adequações de suas propriedades rurais. Dentre os vários benefícios que estas melhorias trazem para o ambiente de trabalho, podemos destacar o aumento da produtividade dos funcionários, como também a redução de custos de produção. Pensando nisso, a TORRE FORTE SAÚDE estabeleceu o programa de SAÚDE RURAL, criado para dar ênfase e especialização em segurança do trabalho em meio rural. O objetivo é fornecer todo o suporte necessário ao seu negócio e trazer mais informação sobre esse assunto por meio de

Consultoria, Assessoria em Gestão de Segurança e Medicina do Trabalho em suas esferas previdenciárias e Trabalhistas, bem como aspectos de melhorias no ambiente. Em 1978, a Portaria 3.214/78 aprovou as Normas Regulamentadoras, as NRs, que fornecem orientações sobre procedimentos relacionados à segurança e medicina do trabalho no Brasil e de observância obrigatória por todas as empresas brasileiras regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A NR 31 estabelece esses preceitos para as áreas de agricultura, da pecuária, da silvicultura, da exploração florestal e da aquicultura. No entanto, muitos proprietários rurais se sentem intimidados diante de tanta exigência legal. Há aqueles, inclusive, que consideram a NR 31 entrave ao negócio. Mas ela não pode ser enRevista do Produtor Rural do Paraná

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Se por um lado, os procedimentos asseguram ao trabalhador condições favoráveis à execução de sua tarefa, por outro lado, garantem ao empregador legitimidade para o seu negócio”

carada dessa maneira. Se por um lado, os procedimentos asseguram ao trabalhador condições favoráveis à execução de sua tarefa, por outro lado, garantem ao empregador legitimidade para o seu negócio. Mesmo com tantas normas a serem consideradas por parte dos proprietários rurais, é fundamental a observância completa da NR 31. Essa norma regulamenta todo e qualquer serviço executado em uma propriedade rural. Com programas na área de gestão de saúde e segurança, prevenção a riscos ambientais, controle médico e saúde operacional, mapas de riscos e treinamentos nas áreas de combate a incêndios, primeiros socorros e aplicação de agroquímicos; o proprietário rural tem uma consultoria completa no que tange à NR 31.

Atividades insalubres As atividades consideradas insalubres são todas aquelas que expõem o trabalhador a condições de trabalho nocivas à saúde durante sua jornada e execução de tarefas. A não neutralização da insalubridade pode gerar adicional para o trabalhador de 10, 20 e 40% sobre o salário mínimo, dependendo de sua gravidade. Essa tem sido uma das grandes preocupaMuitos produtores têm pago caro na ções dos produtores rurais atualmente. justiça pelo simples fato de não saberem “Meus empregados que o funcionário está exposto a estas estão expostos a estas condições? Estou atividades, e também há casos em tomando todas as que essas condições não estão sendo medidas necessárias para neutralirealmente neutralizadas por meio de zar esses adicionais medidas adotadas no local de trabalho” de insalubridade?” São perguntas com as quais frequentemente temos nos deparado. Muitos produtores têm pago caro na justiça pelo simples fato de não saberem que o funcionário está exposto a estas

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atividades, e também há casos em que essas condições não estão sendo realmente neutralizadas por meio de medidas adotadas no local de trabalho. Enquanto, para algumas atividades, o simples fato de entrar em contato com o agente insalubre já dá direito ao adicional, em outros casos, é necessário exposição acima de um limite pré-estabelecido, o chamado limite de tolerância. Mas como saber quais são as atividades consideradas insalubres? A resposta está na Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho. Todas as atividades contidas lá, como por exemplo, contato com diversas substâncias químicas, (defensivos agrícolas, lubrificantes, graxa e óleo) ou agentes de natureza biológica (ex: vírus, bactérias, protozoários, etc.) são consideradas insalubres. Como fazer para garantir a neutralização destes agentes para não precisar pagar este adicional? Para garantir a neutralização destes agentes é necessário que seja realizado um laudo técnico pericial, feito por um engenheiro de segurança, devidamente habilitado, onde serão levantados os riscos da atividade e as quantidades de agentes presentes no ambiente de trabalho, para então poder indicar as medidas a serem tomadas pelo empregador. A utilização dos EPI (Equipamentos de Proteção Individual) nem sempre garante a neutralização desses agentes. Só após uma visita técnica no local de trabalho se pode dizer, com certeza, se o equipamento está sendo ou não eficaz. Saiba mais sobre segurança e saúde do trabalho no meio rural e fique de olho para não ser surpreendido no futuro!



CREA Sindicato Rural sediou curso sobre o Cadastro Ambiental Rural

O

Sindicato Rural de Guarapuava sediou, no dia 7 de outubro, curso promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-PR) em conjunto com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) com o objetivo de orientar sobre o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Participaram cerca de 50 inscritos, a maioria profissionais que, no dia a dia de seu trabalho, lidam direta ou indiretamente com o CAR, tanto no setor privado quanto em esferas do poder público, como funcionários de prefeituras ou de escritórios da Emater. O curso enfocou tópicos como o que é o CAR, seus prazos legais, a legislação sobre reserva legal e áreas de preservação permanente. Em Guarapuava, o gerente do escritório regional do CREA-PR, Thyago Giroldo Nalim, lembrou que o curso vem sendo realizado com o IAP nos municípios em que a entidade está presente. O objetivo é orientar os profissionais sobre como preencher o CAR. “É uma ferramenta nova”, destacou, completando que por isso a iniciativa serve para tirar eventuais dúvidas. Ainda de acordo com Nalim, o curso também contribui para que os participantes divulguem o que aprenderam junto a outros profissionais, em seu ambiente de trabalho. O gerente da regional do CREA-PR em Guarapuava também enalteceu o apoio que a iniciativa recebeu, em nível local, por parte de entidades como o Sindicato Rural de Guarapuava e a Associação dos Engenheiros Agrônomos (Aeagro).

CREA iniciou fiscalizações da safra de verão em propriedades rurais

O

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do Paraná realiza rotineiramente fiscalizações em propriedades rurais. A ação, na safra de verão, começou em outubro. Sobre o assunto foi realizada uma reunião com profissionais do CREA e engenheiros agrônomos de Guarapuava, dia 24 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava. As fiscalizações, segundo o engenheiro agrônomo e facilitador do departamento de fiscalização do Crea da região centro-sul, Ricardo Araújo, têm o objetivo de identificar os responsáveis técnicos pelo cultivo principal de culturas e também combater o exercício ilegal da profissão de engenheiro agrônomo. “O CREA entende que para o cultivo do solo é necessária a participação de um profissional habilitado, que vai trazer novas tecnologias, equipamentos específicos para o cultivo, fazer o atendimento fitossanitário e repassar orientações agronômicas”, afirma Araújo. A ação acontece em três partes. A primeira visita é referente à identificação do proprietário, endereço da obra,

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cultura, safra, área cultivada e responsável técnico, entre outros. A segunda engloba informações sobre o uso de linhas de crédito, o tipo de mão de obra usada na propriedade, se a mesma é arrendada ou não, se faz parte de cooperativas e se possui construções rurais. Por fim, a terceira parte da fiscalização consiste em distribuir material de orientação para propriedades irregulares e repassar para o profissional as irregularidades, como falta de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou onde seja constatado o exercício ilegal da profissão. Araújo explica que são fiscalizadas pequenas, médias e grandes propriedades. No entanto, agricultores familiares não são autuados. Neste caso, precisam provar o enquadramento nesta categoria por meio da DAP (Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf). “Caso não seja identificada essa declaração, os fiscais dão um prazo para o produtor informar se ele está apto a ter essa declaração. Caso ele não se enquadre como agricultor familiar e não tenha o responsável técnico, ele pode ser au-

tuado por exercício ilegal da profissão”, ressalta Araújo. Acima de quatro módulos rurais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o produtor já não é mais caracterizado como agricultor familiar, sendo assim, pode sofrer autuação do CREA, havendo irregularidades. Se for comprovado, após o prazo, que o produtor realmente é um agricultor familiar, o CREA realiza orientações, repassando os benefícios de se ter uma assistência técnica e que é dever do Estado prestar a mesma de forma gratuita. “Lembramos que durante as fiscalizações podem ser vistoriadas outras atividades de engenharia na propriedade, como obras rurais, emissão de receituário agronômico, armazenagem de grãos, sistema de irrigação, entre outras”, ressalta o engenheiro agrônomo. A orientação para os produtores rurais é buscar um responsável técnico, cooperativas ou empresas de assistência técnica rural, fazendo a regularização da documentação da cultura que está sendo desenvolvida dentro da propriedade.


Boletim AEAGRO

12 de outubro - DIA DO ENGENHEIRO

AGRÔNOMO

A

AEAGRO parabeniza os colegas por mais um ano da conquista de nossa profissão, ocorrida em 12 de outubro de 1933, através do decreto 23.196, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas. Temos certeza de que estamos contribuindo com o desenvolvimento do nosso país, atuan-

A – Agronegócio A – Associação A – Agrônomo A – Agronomia A – Agricultura A – Agropecuária

do de forma ética e responsável, retribuindo à sociedade toda confiança em nós depositada, quando nos deu o direito da exclusividade do exercício profissional na agronomia. O símbolo da agronomia, criado em 1969, dá a dimensão das atividades e responsabilidades do Engenheiro Agrônomo.

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Olericultura

Organização e tecnologia

viabilizam renda

Em Guarapuava, o produtor Cristiano Binsfeld encontrou na horticultura o caminho para crescer

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anhos significativos com agricultura estão normalmente associados à produção em larga escala das chamadas commodities. E entre elas, a soja e o milho. Nos noticiários, os produtores de verduras são lembrados sempre que ocorre alguma intempérie, como geada, granizo ou temporais. As manchetes falam então dos danos àqueles delicados produtos e da disparada momentânea de seus preços nas feiras livres e gôndolas de supermercado. Entretanto, numa propriedade rural situada em Guarapuava, na localidade de Mapim, próxima à divisa com o vizinho município de Turvo, um produtor rural tem uma história muito diferente para contar. Commodities? Prejuízo. Verdura? A salvação da lavoura. Pelo menos da dele,

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como garantiu Cristiano Binsfeld, que conversou no dia 5 de setembro com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ. Conforme relatou, foram os produtos da horta que se mostraram rentáveis e que, inclusive, hoje ajudam a recompor sua situação econômica após os revezes com soja e milho, culturas às quais se dedicou entre 1989 e 2004. Embora admita que ainda planta soja, o seu foco agora são as verduras e outros produtos que remontam aos seus primeiros tempos de agricultura: alface, tomate, rúcula, couve-flor, brócolis, repolho, cebolinha, pepino, abobrinha, acelga e pimentão. Em duas das principais culturas, ele estima o plantio de repolho em cerca de 12 mil a 15 mil pés por mês e, na alface, em


Couve-flor, rúcula, brócolis e tomate: alguns dos produtos cultivados na propriedade

torno de 30 mil pés, além de 4 mil de brócolis e igual quantidade de couve-flor. “Hoje, posso parar com a lavoura, que eu já consigo sobreviver da verdura. Já estou pagando até conta da lavoura com a verdura”, comemorou. Mas observou que, para isso, foi preciso diversificar: “Sempre tem uma verdura que está em baixa e a outra está em alta. Se você vai só numa cultura, pode acertar ou errar. E como os mercados até exigem que o produtor tenha variedade, então uma está compensando a outra”. Segundo avaliou, o mercado para este ramo da agricultura “é muito grande” em Guarapuava. “Só que a parte de preço varia muito: às vezes triplica ou até mais. E do mesmo jeito, o preço cai”, analisou. Qualidade é também importante, assim como ter continuidade na oferta. “Acho que é por isso que acertamos”, opinou. Planejamento, contudo, é igualmente preciso, para poder dispor de produto em janelas de oportunidade de bons preços que costumam acontecer ao longo do ano. O produtor reconhece que a horticultura exige presença constante no campo, comparando-a com a produção de leite, na qual não há sábados, domingos ou feriados. Ele prioriza atenção ao manejo de pragas, à adubação e à irrigação. Além disso, se o tempo está chuvoso, a colheita diária prossegue, dentro das estufas. E fora, se a chuva parar. Mas a receptividade do mercado local compensa. Um termômetro do espaço que encontrou para comercializar é a rotina de sair todas as manhãs, com sua pick-up, para realizar entregas nos mercados. Grandes e pequenos. “Entrego 80% da produção em Guarapuava. O restante no Turvo”, detalhou. Técnico agrícola, ele observou que também na horticultura é necessário empreendedorismo, vontade de trabalhar e disposição para buscar novas tecnologias. Para Binsfeld, organização e observação têm contribuído para o êxito de sua produção. “O principal é a experiência na área, porque você aprende muito no campo. Às vezes, não se pode seguir só a parte teórica, que não vai funcionar”, ressaltou, considerando ser necessário ter a iniciativa de buscar informações. “Vou a dias de campo. Tenho ido a Curitiba e ao Norte do Paraná. Sempre estou aprendendo coisas novas. Você não muda tudo, mas vai mudando aos poucos” , contou. Para o produtor, a região da capital paranaense acabou se tornando uma referência. “Quando queremos coisas novas, temos de procurar lá”, disse. O principal interesse são boas variedades, que possam até suportar melhor as temperaturas baixas do inverno guarapuavano. Mesmo assim, e apesar de já ter construído sete estufas, ele recordou que tem registrado perdas

na estação mais fria do ano. “Neste ano, até pelo inverno ter sido fraco, não deu tanto prejuízo. Mesmo variedades boas, se o lugar dá muita geada, não suportam”, admitiu. “Repolho, brócolis e couve-flor... não podemos ter tudo em estufa. Então, nestas culturas, se chegar a dar uma geada muito forte, elas não suportam. Hoje, tem variedades já resistentes, mas até um certo ponto”, complementou. Quanto ao solo, acrescentou que são feitas correções de acordo com a necessidade das plantas. “Claro que o calcário sempre tem de estar bem corrigido, assim como o fósforo e o potássio. Mas na verdura, o essencial é usar matéria orgânica, esterco de gado, de carneiro. Só a correção da parte química não funciona”, destacou. Exemplificando, Binsfeld apontou a produtividade do tomate. Se a escala é pequena (em geral 6 mil pés/ano, no verão), a produtividade média, segundo informou, ficou em torno de 11,8 quilos por pé em 2013. “Neste ano, a meta é chegara 15 quilos”, antecipou. Ele enfatiza que o produtor deve melhorar a cada ano e que não pode se acomodar. Até porque, como destacou Binsfeld, “ninguém faz nada sozinho”. Para ele, os dois funcionários da propriedade, Emerson Antônio Mendes e José Adilson, são parceiros, uma ajuda decisiva frente ao grande volume produzido para compensar o frete da mercadoria até Guarapuava. O produtor disse ainda que a ideia é incentivar a produção e por isso os parceiros recebem além de salário uma percentagem no caso de colheitas maiores. Mais produção, mais ganhos para todos.

Hoje, posso parar com a lavoura, que eu já consigo sobreviver da verdura” Cristiano Binsfeld, produtor rural

Emerson Antônio Mendes e José Adilson: mais do que funcionários, parceiros da propriedade Revista do Produtor Rural do Paraná

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Gado de Leite

Betacaroteno e o desempenho reprodutivo da vaca de leite Fertilidade e desempenho reprodutivo são cruciais para a lucratividade das fazendas leiteiras. Um dos fatores-chave que substancialmente melhora o desempenho reprodutivo é a inclusão de beta caroteno na dieta das vacas.

N Irmgard Immig Gerente Global de Ruminantes da DSM

a atividade leiteira, nos últimos 30 anos, tem-se observado um crescimento estável no tamanho dos rebanhos com aumento nas médias de produção de leite. Esse aumento de produtividade ocorreu juntamente com a tendência negativa de aumento do descarte de vacas por problemas reprodutivos. Resultados levantados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2007, mostram que 26% das vacas são descartadas precocemente no rebanho e a razão para isso é o baixo desempenho reprodutivo. Intervalo de partos longos e altas taxas de reposição do rebanho são os principais fatores de risco que afetam a lucratividade da fazenda leiteira. Normalmente, a vaca deve parir uma vez ao ano e a reposição do rebanho não deve ser maior do que 30%. Ainda que intervalos de parto maiores do que 420 dias e taxas de reposição em torno de 45% sejam comumente reportados nas fazendas leiteiras modernas. Vacas com longo intervalo de partos passam maior parte do tempo no final da lactação quando a produção é mais baixa. Quando o intervalo de partos é curto, ocorre maior proporção da lactação no início, quando a produção de leite é maior. Diminuindo o intervalo de partos, aumenta-se a proporção de vacas em produção e a taxa de reposição diminui. Esses fatores compõem os requisitos fundamentais para a otimização da estrutura de rebanho e geração de maiores receitas em qualquer sistema de produção no mundo. O não cumprimento desses índices leva ao orçamento apertado e ao menor fluxo de caixa na propriedade.

Betacaroteno É bem documentado que vacas deficientes em beta caroteno têm desempenho reprodutivo debilitado. Os sintomas podem ser: cios fracos ou silenciosos, ovulação atrasada, cistos ovarianos, alta mortalidade embrionária ou retenção de placenta. Isso significa que, inevitavelmente, existe baixo desempenho reprodutivo em rebanhos com baixo status de betacaroteno. A determinação do status de betacaroteno na vaca e a consequente performance reprodutiva é a chave

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para a definição da utilização dessa vitamina. Atualmente, o status de betacaroteno no rebanho pode ser facilmente detectado com a extração de betacaroteno no sangue e o uso de um espectrofotômetro portátil. Essa tecnologia, que é usada no mundo todo, permite definir a dosagem da suplementação no mesmo momento em que é feita a aferição. No entanto, não somente a dosagem, mas a fonte do betacaroteno é importante para o resultado. Por isso, estabilidade do produto na dieta e alta biodisponibilidade são de grande importância para ótimos níveis de betacaroteno nos ovários e no colostro.

Produção de folículos Em estudo recente conduzido na Obihiro University, no Japão, em que níveis plasmáticos de betacaroteno foram perfilados em 22 vacas multíparas das três semanas antes do parto até as três semanas pós-parto, a ovulação das vacas foi confirmada por níveis de progesterona no sangue e ultrassonografia. Os pesquisadores demonstraram que os níveis de betacaroteno no plasma antes do parto determinaram quando a vaca produz o primeiro folículo dominante após o parto. Independente dos níveis plasmáticos no pós-parto, vacas com alta concentração de betacaroteno nas últimas três semanas antes do parto estavam ovulando, enquanto as vacas com baixo nível de betacaroteno no pré-parto estavam anovulatórias. Além disso, o status de betacaroteno no pré-parto é um fator-chave para o enriquecimento do colostro, que é essencial para a vitalidade do bezerro recém-nascido. Portanto, pode ser concluído que vacas com alto status de betacaroteno retomam a ovulação mais depressa que as vacas com baixos níveis plasmáticos de betacaroteno. Isso demonstra claramente a importância de altos níveis plasmáticos de betacaroteno antes dos ciclos reprodutivos após o parto.

Confirmação de resultados Em uma análise conduzida em rebanhos leiteiros intensivamente manejados nos países Es-


tados Unidos, França, Itália, Alemanha, Israel, Japão, Coréia e México foi verificado que as vacas não excediam níveis plasmáticos de betacaroteno de 2,5 micrograma/ml. Na maioria dos países, 75% das vacas apresentaram níveis marginais de betacaroteno no plasma e em torno de 30% das vacas eram deficientes. Todos os rebanhos testados apresentaram problemas reprodutivos com intervalos de parto acima dos 450 dias e taxas de reposição de rebanho acima de 45%. Um teste conduzido em rebanho deficiente em betacaroteno mostrou que a suplementação diminuiu a queda no status de betacaroteno antes do parto. Nesse caso, os abortos diminuíram de 10% para zero, e as vacas iniciaram atividade ovariana de 3 a 8 dias antes do que aquelas sem suplementação com betacaroteno. Todos os efeitos foram mais pronunciados naquelas vacas em um plano superior de suplementação. Esses resultados confirmam novamente os resultados obtidos na Universidade da Flórida, de 1998, em que vacas suplementadas com betacaroteno apresentaram menos desordens reprodutivas. A taxa de gestação encontrada aos 120 dias foi próxima ao dobro daquela observada no grupo controle, Tabela 1. Outro teste de campo foi conduzido em um rebanho bem manejado dos Estados Unidos para determinar o efeito da suplementação com betacaroteno em dietas de vacas de alta produção com níveis plasmáticos marginais de betacaroteno. A produção de leite e os parâmetros reprodutivos são observados na Tabela 2. A suplementação com betacaroteno melhora a performance reprodutiva em vacas deficientes dessa vitamina. Vacas com níveis plasmáticos de

Tabela 1 Efeito da suplementação com betacaroteno na taxa de prenhez em vacas de leite Tratamento

Parto a primeira Taxa de gestação inseminação primeira IA

Taxa de gestação 90 dias pós-parto

Taxa de gestação 120 dias pós-parto

Controle

77

9,3

9,4

21,1

Betacaroteno

79

14,6

12,9

35,5

Fonte: Aréchiga, 1998

Tabela 2 Efeito da suplementação com Rovimix betacaroteno para melhorar a fertilidade em um rebanho comercial deficiente em beta caroteno na América do Norte Tratamento

Beta caroteno Produção de no plasma leite corrigida

Taxa de gestação

Intervalo de partos

Abortos

Controle

2,02

42,2

11

420

5

Betacaroteno

3,30

43,2

22

390

2,6

Fonte: Ondarza, 2009

betacaroteno menores do que 1,5 microgramas/ ml requerem suplementação com betacaroteno de no mínimo 500 mg por vaca por dia. Vacas com níveis de betacaroteno entre 1,5 e 3,5 microgramas/ml precisam de 300 mg por vaca por dia. A suplementação deve começar no período do pré-parto e se estender até a confirmação de próxima prenhez.

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Comissão Técnica FAEP

Dia de campo de pecuária no Oeste do Paraná Animais cruza angus, a campo, com suplementação, 13 meses e 19 arrobas, prontos para abate”

Dr. Elir de Oliveira

A

Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) promoveu um Dia de Campo e a Reunião da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte nos dias 13 e 14 de outubro na Fazenda Cacique, no município de São Miguel do Iguaçu e na Estação Experimental do Iapar, em Santa Tereza do Oeste. O Dia de Campo apresentou os trabalhos de Integração Lavoura-Pecuária e os diferentes manejos adotados na propriedade, bem como os interessantes resultados de rendimento de carcaças. O evento foi dividido em três módulos. No primeiro foram apresentadas área de ILP e o manejo das pastagens adotado pela propriedade, pelo mestre em pastagens Takao Sakai. O segundo englobou o manejo reprodutivo e de vacas paridas, mostrando também o manejo alimentar diferido destinado aos bezerros com a tecnologia do creep-feeding e seus benefícios, apresentado pelo veterinário Mário do Carmo. No terceiro e último módulo foram apresentados o manejo de engorda e terminação dos animais e os resultados de rendimento de carcaças, fechando o ciclo de cria, recria e engorda. O evento ainda abordou adubação de pastagens e outras tecnologias aplicáveis na bovinocultura de corte no Estado. Entre elas, o uso de pastagens alternativas em áreas de baixa ferti-

Takao Sakai: Mestre em pastagens

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Difusão de informação

lidade limitantes a forragens mais comumente utilizadas, como o triticale forrageiro em áreas inóspitas ao azevém, e outras forrageiras tropicais perenes de interesse. Também foi abordado o uso de aveia gramífera na alimentação animal, suas vantagens e opções de sobressemeaduras de inverno em áreas de lavoura, bem como o uso de milheto em área de soja após a colheita. Os trabalhos foram conduzidos pelo pesquisador do Iapar, Dr. Elir de Oliveira. O presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte da Faep é o agropecuarista Rodolpho Luiz Werneck Botelho, também presidente do Sindicato Rural de Guarapuava.

Botelho: presença no evento


Diversificação

Conhecendo a nogueira pecã A noz pecã é uma cultura que alguns produtores rurais no sul do Brasil consideram interessante como forma de diversificação. Diretor de uma empresa que atua no setor comercializando mudas, a Divinut, de Cachoeira do Sul (RS), Edson Roberto Ortiz conta em entrevista um pouco sobre aquele cultivo. Segundo ressalta, assim como acontece em outras culturas, a implantação de um pomar significa considerar as condições específicas de cada propriedade.

RPR – Quais são as principais dúvidas dos produtores de noz pecã? Ortiz – As dúvidas se concentram no manejo.

Que adubo colocar, que praga pode dar, como é a venda, quanto pagam.

RPR – Tópicos como tipo de solo, análise de solo, profundidade de covas e espaçamento são importantes também? Ortiz – Sim. Qual nosso papel como parceiro?

É justamente orientá-lo (o produtor) da melhor maneira possível, para que faça a melhor opção. Entendendo a lógica. Não falo para ele plantar em sete por sete, como receita de bolo. Dou um raciocínio e, ao mesmo tempo, entendendo este raciocínio, ele pode fazer a melhor opção. Esse raciocínio tem um viés mais do que técnico, um viés econômico. Mas eventualmente entram culturas intercalares, então ele tem de ter essa situação muito clara. Se o produtor for plantar com erva -mate, criar gado, ovelha. Nosso papel é orientativo. Nós oferecemos um pacote tecnológico. E ele vai adaptar de acordo com sua realidade.

RPP – Numa planta já adulta, qual a quantidade média de nozes que ela dá em cada safra?

Ortiz – Em primeiro lugar, o que seria uma planta

adulta? Não temos isso muito claro. Temos plantas que pesquisadores apontam como sendo milenares. E tem relatos de plantas produzindo 2 mil quilos/ano. Plantas de 60 metros de altura, nos Estados Unidos e México. No Brasil, a gente tem relatos frequentes de produções de plantas de 30 a 40 anos, com 500 quilos, 700 quilos por pé. Mas é claro que não daria para fazer uma aplicação desses números num pomar contínuo. São plantas isoladas, numa situação excepcional. Na média, com início da safra em torno do terceiro ou quarto ano, atingindo numa situação ideal 1 quilo, ou numa situação constatada, 300 gramas. E aí vai aumentando. A gente pode ter um potencial aí, até 10 dez anos, de 20 quilos; no mais conservador, 10 quilos. No potencial de 15 anos, 50 quilos; no mais conservador, em torno de 20 a 25 quilos. E, aos 20 anos, no ideal, em torno de 100 quilos; na situação mais conservadora, 50 quilos. A gente tem visto bastante variabilidade de retorno de acordo com a predisposição do produtor em investir. E também com a capacidade do solo e com as variâncias climáticas. Haverá anos em que vamos ter uma superação dessa perspectiva e outros anos ficando abaixo devido ao clima desfavorável, mesmo em solos ideais, com esforço de investimento.

Edson Roberto Ortiz, Divinut

Oferecemos um pacote tecnológico. O produtor vai adaptar de acordo com sua realidade”.

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Fertilizante

Adubação de Cobertura em Milho AUTOR:

Guilherme Buck

Basicamente, a adubação de cobertura para a cultura do milho se resume a dois nutrientes: nitrogênio e potássio. De acordo com os critérios de essencialidade dos nutrientes para as plantas, seria incoerente apontarmos um ou outro como mais importante. No entanto, sabemos que nem sempre a adubação potássica no momento da cobertura é contemplada, principalmente em se tratando de segunda safra. No cultivo de verão, é mais comum o uso do potássio na complementação das adubações de cobertura. As funções de ambos estão ligadas ao desenvolvimento e regulação da planta. O nitrogênio é um dos principais elementos responsáveis pela formação de novos tecidos vegetais, oriundo da divisão celular, além de ser precursor de amido e proteína. O potássio é o principal elemento responsável pelo controle de abertura e fechamento dos estômatos das plantas, garantindo o fluxo de entrada e saída de CO2 e O2 e, consequentemente, as trocas de calor da planta com o meio externo pelo controle da evapotranspiração. O potássio ainda possui uma forte relação com a resistência física e a defesa natural da planta, ligadas ao tombamento e doenças fúngicas, respectivamente. Certamente, solos equilibrados e adubação potássica adequada contribuem significativamente para a redução de problemas de colmo. É compreensível o impacto que o custo dos fertilizantes tem na cultura do milho, chegando, em algumas situações, a superar a ordem dos 40% do custo de produção. O que não é compreensível é o não uso desses insumos ou, ainda pior, o uso inadequado. Para que se tenha uma noção do quanto, como, onde e quando aplicar esses nutrientes em cobertura, algumas dicas serão abordadas neste encarte técnico. Quanto Segundo Coelho e França (1995), para se obter uma produtividade de 150 sc.ha-1, são necessários aproximadamente 190 kg.ha-1 de N e 145 kg/ha-1 de K2O. Obviamente, esses valores servem como referência e não significam uma regra absoluta. Quanto às doses de nitrogênio, para muitos, na prática, existe uma relação de 1,0 kg de N para cada saco de milho produzido ou esperado. Tal relação não é de todo válida. No entanto, é preciso entendê-la, levando em conta que a regra depende de muitos fatores biológicos e, por esse motivo, pode haver muitas variações. Dessa forma, com base no valor de 190 kg.ha-1de N para a produção de 150 sc.ha-1de milho, deve-se levar em conta o valor de N que será fornecido pelo solo a partir de sua matéria orgânica (M.O.). Em média, a decomposição da M.O. do solo libera 25 kg para cada 1%, totalizando 50 kg. Somados aos resíduos da cultura anterior (soja), equivalentes a 38 kg de N em média, tem-se o valor estimado de 88 kg.ha-1de N, como reserva ou oriundo do sistema. Assim, utilizando-se a fórmula da adubação pelo processo de extração de nutrientes, pela qual a adubação necessária é o resultado do que a planta necessita menos o que o solo fornece corrigido ou multiplicado pelo fator de aproveitamento do fertilizante (f) – neste caso, os nitrogenados com percentual de rendimento de 70% –, tem-se: adubação = (planta – solo) x f. Obtém-se, portanto, o valor de 146 kg, significando que, para uma produção estimada de 150 sc.ha-1de milho, serão necessários 146 kg.ha-1de N. No entanto, como resultado da divisão entre a produtividade de grãos e o fornecimento de N, tem-se o valor aproximado de 1,0, que seria então 1,0 kg de N para cada saco de milho produzido.

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Ou seja, a dose de nitrogênio utilizada para a cultura do milho é proporcionalmente calculada em função da produtividade que se estima obter, levando-se em conta o nível de investimento, condições climáticas, altitude, época de semeadura, entre outros fatores. Como Tanto o nitrogênio quanto o potássio, quando utilizados em excesso, tornam-se prejudiciais às plantas. Por serem sais, podem provocar grave efeito de salinidade, que prejudicaria todo o sistema radicular, podendo chegar ao ponto de reduzir o estande final de plantas. Desta forma, é recomendado que as aplicações desses nutrientes junto à linha de semeadura não excedam 40 kg.ha-1 de nitrogênio e 50 kg.ha-1 de potássio. É possível, quando necessário, realizar a complementação na oportunidade da adubação de cobertura. Quanto ao potássio, se o solo apresentar suficiência do elemento a tal ponto que possa suprir o montante requisitado para a produção esperada, é possível não haver necessidade de aplicação em cobertura, principalmente na condição de segunda safra, em que a produtividade é inferior à da safra de verão. A taxa de extração do solo também será menor. No entanto, é fundamental que se faça uma boa e precisa leitura das análises de solo antes de se planejar o cultivo e que a aplicação seja efetuada corretamente. Normalmente, como fonte de potássio, tanto na semeadura quanto na cobertura, o que mais se utiliza é o cloreto de potássio (KCl). Como dito anteriormente, até 50 kg.ha-1 podem ser aplicados no sulco de semeadura e, para doses acima desse valor, é recomendada a aplicação a lanço. No caso de adubação de cobertura para a cultura do milho, o KCI pode ser aplicado isoladamente ou em associação com alguma fonte de fertilizante nitrogenado sem complicações. As complicações se restringem apenas ao manejo das adubações nitrogenadas, no qual os desafios são maiores. Em casos extremos, é possível perder a efetividade do fertilizante nitrogenado em até 80%, caso a estratégia adotada não seja a mais adequada em relação às condições climáticas, aliada à opção da fonte do fertilizante escolhido. Comumente, a fonte nitrogenada mais utilizada é a ureia [CO(NH2)2], pelo fato de ser a fonte de maior concentração de N (45%), tornando-se mais “econômica”. No entanto, as plantas absorvem o nitrogênio na forma de amônio (NH4 +) e/ou nitratos (NO3 -) e, por isso, da forma em que a ureia se encontra até a forma que as plantas absorvem o nutriente, é necessário que ela passe pelas etapas conhecidas como amonificação, que é a transformação em NH4 +, e nitrificação, chegando a NO3 -. No momento em que a ureia entra em contato com a umidade do meio, antevendo a etapa da amonificação, ocorre a dissociação do CO(NH2)2 para formar o NH4 +. Se a ureia não estiver enterrada ou então não encontrar um ambiente adequado que lhe permita descer no perfil do solo, o nitrogênio irá perder-se na atmosfera na forma de NH2, que é extremamente volátil. A esse fenômeno dá-se o nome de volatilização. A justificativa da maior parte dos produtores rurais para utilizarem a fonte nitrogenada mais econômica é a de que irão aplicar quando as condições climáticas forem as mais adequadas, tentando evitar as perdas. Em pequenas propriedades, por exemplo, nos estados de SP, SC, PR e RS, a justificativa tem procedência, pois existe maior nú-


mero de implementos por unidade de área para que se realize tal aplicação com maior agilidade. Em grandes propriedades em MT, GO e BA, nem sempre o clima é favorável e o dimensionamento de máquinas e implementos não atende às necessidades da área. Existem várias divergências no que diz respeito à condição ideal para que a ureia aplicada a lanço desça no perfil do solo e seja realmente efetiva. Outras fontes de nitrogênio, tais como sulfato de amônio (NH4SO2) e nitrato de amônio (NH4NO3), não sofrem o processo de volatilização no contato com a umidade do ambiente. No entanto, a concentração de nitrogênio nessas fontes é inferior à presente na ureia, aumentando o custo. O sulfato de amônio e o nitrato de amônio possuem 22% e 32% de N, respectivamente. Em geral, a resistência dos produtores rurais em utilizar outras formas de fertilizantes nitrogenados que não a ureia restringe-se basicamente ao custo. Tendo em vista outras formas de reduzir as perdas de N pela volatilização, encontram-se no mercado algumas fontes de ureia “revestidas”. Tais revestimentos são uma forma de proteger o grânulo do fertilizante contra a diluição instantânea em más condições climáticas. O grânulo perdura por algumas horas ou mesmo dias, até a melhora das condições climáticas, para que a ureia possa percolar e sofrer reações ao longo do perfil do solo e não na superfície onde foi aplicada. É possível diferenciar a superfície de contato de um grânulo de ureia convencional da de um grânulo de ureia revestido ou protegido. A superfície de contato na ureia convencional é maior em comparação à uréia revestida. Quanto maior a superfície de con-

tato, mais rápida será a reação de dissociação e, em condições desfavoráveis, haverá menor tempo ao longo do perfil, com maior perda por volatilização. As fontes de ureia revestida ou protegida, quando bem recomendadas, podem ser uma alternativa de uso mais racional, principalmente em adubações de cobertura para a cultura do milho. Onde Nos cultivos de milho, quando havia predomínio de espaçamentos de 90 cm entre linhas, era necessário depositar o adubo da cobertura o mais próximo possível das plantas. Atualmente, o predomínio de espaçamentos reduzidos permite que as adubações de cobertura possam ser feitas a lanço entre uma linha e outra. Caso seja feita adubação de cobertura incorporada, o que é menos provável, mesmo em espaçamento reduzido, recomenda-se que o implemento seja levado o mais próximo possível da linha de cultivo, sem danificar as plantas. Quando As adubações de cobertura podem ser feitas em uma ou duas aplicações. Dividir as doses de fertilizantes em diferentes épocas (o que, do ponto de vista fisiológico, seria o mais adequado), desde que a entrada da última aplicação não exceda a sexta folha. Ou seja, devem-se realizar as adubações de cobertura, seja de nitrogênio ou de potássio, entre os estádios fenológicos V3 e V6. Diante do tema discutido, restam algumas perguntas: será que não poderíamos estar produzindo mais? Principalmente, poderíamos explorar melhor os materiais mais exigentes?

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Data comemorativa

Café da Manhã destaca o

Dia do Agrônomo O

Sindicato Rural de Guarapuava e a Associação dos Engenheiros Agrônomos (AEAGRO) realizaram na manhã de 10 de outubro, mais uma edição do Café da Manhã do Dia do Agrônomo. Com esta confraternização, as duas entidades visam valorizar a profissão e destacar a importância do agrônomo para o desenvolvimento das propriedades rurais. Ao todo, estiveram presentes cerca de 70 pessoas. Na abertura, fizeram pronunciamentos de saudação aos agrônomos o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e o vice, Anton Gora e o presidente da Aeagro, José Roberto Papi. “Os estudantes aqui presentes também já vão se inteirando sobre produção e entidade de classe”, disse, o presidente da Aeagro. “É uma homenagem simples. Mas o importante é esta confraternização, que a gente vem promovendo há seis anos com o Sindicato Rural”, completou, agradecendo o apoio do presidente da entidade, que também é graduado em agronomia. Para Papi, o mercado de trabalho da categoria, atualmente, está promissor. “Alunos das faculdades estão saindo empregados. Nas década de 80 e 90 isso não era possível. Era uma luta muito grande para conseguir espaço para trabalhar. Sou dessa época, posso testemunhar isso”, relembrou. Ele também classificou como importante a decisão de muitos formandos em prosseguir os estudos no mestrado. O agrônomo recém-formado Fabiano Pacentchuk foi um dos profissionais da nova geração presentes ao evento. Também em sua avaliação, as perspectivas da profissão “são as melhores possíveis”. Ele sublinhou que, com o crescimento da população mundial, a produção de alimentos precisa se expandir. “A figura do agrônomo é fundamental nesse contexto, visto que é uma profissão diretamente envolvida no campo”, completou. Segundo contou, logo após terminar a graduação, iniciou um mestrado na área de produção vegetal. “Vou trabalhar com adubação nitrogenada e aplicação de fungicidas na soja”, detalhou. Pacentchuk antecipou que pretende atuar profissionalmente na pesquisa de novos produtos e tecnologias. Já no mercado de trabalho, o agrônomo João Luiz de Oliveira Barros enalteceu o Café da Manhã pela troca de experiências que proporciona. Em sua opinião, a importância da profissão hoje é a

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de poder ajudar os produtores rurais a desenvolverem cada vez mais suas propriedades. O Dia do Agrônomo, no Brasil, é 12 de outubro. Naquela data, no ano de 1933, o presidente Getúlio Vargas, através do decreto nº 23.196, regulamentou a profissão no País. Em Guarapuava, no Sindicato Rural, entre os mais de mil sócios, vários são os proprietários rurais que também são agrônomos.

Fabiano Pacentchuk

João Luiz de Oliveira Barros


Piscicultura

Encomenda de alevinos no Sindicato Rural

O

Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a Piscicultura Progresso, está fazendo encomendas de alevinos. As espécies comercializadas são: Bagre, Carpas (cab. grande, capim, colorida, húngara e prateada), Curimba, Dourado, Jundia Cinza, KatFish, Lambari, Matrinxa, Pacu, Piauçu, Piracanjuba, Piraputanga, Surubim Pintado, Surubim Chacara, Tambacu, Tambaqui, Tilápia e Tilápia Colorida, Traira e Trairão. Segundo o representante da empresa, Erivelto Leonardo, todas as espécies são adaptadas à região de Guarapuava. “Os principais para a nossa região são as espécies de tilápia, carpas, cat-fish, trairão, tambacu, bagres, lambari e jundiá, enfim todas as espécies comercializadas são adaptáveis à região. A criação sempre vai depender também dos açudes ou tanques, adubação, alimentação, profundidade do açude, boa troca de água e outros cuidados”, ressalta. A Tilápia, umas das espécies mais comercializadas, custa R$ 120,00 o milheiro; a Carpa, também bastante comum, varia de R$ 170,00 a R$ 200,00 o milheiro, o alevino do Bagre está R$ 180,00 o milheiro e o Jundiá Cinza R$ 230,00 o milheiro. Erivelto ressalta que a empresa também tem a disposição algumas espécies de alevino 2, que são alevinos maiores. “A tilápia 1 tem 3 cm, já a tilápia 2, tem 5 cm”, explica. O custo da tilápia 2 é de R$ 180,00 o milheiro.

A empresa ainda comercializa berçários de 2x2x1. “Para quem quiser deixar os alevinos dentro, entre 50 e 80 dias, para que fiquem num tamanho maior, para largar no açude posteriormente, temos essa opção”.

Os interessados devem fazer o pedido na sede do Sindicato Rural de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon) ou pelo telefone: (42) 3623-1115, falar com Thompson. A entrega será feita no dia 24 de novembro.

Sobre a Piscicultura Progresso A empresa existe há quatro anos. Iniciou suas atividades na região sudoeste do Paraná e hoje também atua em Santa Catarina. Os clientes são formados através de parcerias com secretarias municipais de Agricultura, Emater, agropecuárias, agroveterinárias e sindicatos rurais. “Para a próxima safra, temos 50 clientes que fazem o intermédio com os produtores rurais. Nosso diferencial é entregar um produto de qualidade e, principalmente, fornecer suporte ou prestação de serviço na entrega, pois a maioria dos produtores carecem de informação sobre a piscicultura em geral. Queremos que o produtor adquira o produto com o máximo de informação possível”, conta Erivelto Leonardo. A empresa fica localizada na secção progresso, em Francisco Beltrão - PR.

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Dicas de adubação e alimentação Calagem e Adubação A adubação dos tanques tem a finalidade de produzir plâncton, sendo vegetais (fitoplancton) e pequenos animais (zooplancton), dos quais os peixes se alimentam. Um bom crescimento de fitoplâncton ajuda no controle da qualidade da água, produzindo oxigênio por meio da fotossíntese e absorvendo o excesso de produtos tóxicos que podem prejudicar os peixes. Para crescimento do plâncton, recomendam-se as seguintes dosagens:

Calagem Quando a pH da água for inferior a 6,5, será necessário fazer a calagem. Fase de preparo do tanque (correção inicial) = 3.000 kg de calcário por hectare Manutenção (correção de manutenção) = 1.000 kg de calcário por hectare

Adubação orgânica O esterco de bovinos é o mais utilizado, seguido do de suínos e aves. Fase de preparo do tanque: usar esterco de bovinos = 3.000 kg por hectare ou esterco de suínos, 2.000 kg por hectare. Manutenção: usar esterco de bovinos 1.500 quilos por hectare ou esterco de suínos 1.200 kg por hectare

Adubação química Os mais utilizados são o sulfato de amônio e o superfosfato simples. Fase de preparo do tanque = 130 kg por hectare (sulfato de amônio) e 130 kg por hectare (superfosfato simples). Manutenção = 75 kg por hectare (sulfato de amônia) e 75 kg por hectare (superfosfato simples).

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O controle da fertilidade da água deve ser feita de uma a três vezes por semana, medindo a transparência com o disco de Secchi. A transparência ideal está entre 20 a 40 cm (se não tiver o disco, faça com o braço até o cotovelo, se enxergar os dedos, pode adubar ate não enxergar quase mais). Quando estiver menos que 20 cm (água muito escura), deve-se suspender a adubação; por outro lado, se a transparência estiver maior que 40 cm, deve-se fazer a adubação de manutenção. As adubações serão suspensas quando ocorrerem as seguintes condições: temperatura da água inferior a 20°C; transparência menos de 20 centímetros; peixes “buscando ar” na superfície da água, no início da manhã.

Algumas dicas de como o produtor deve fazer a adubação do açude Esterco de gado - 30% do tamanho do açude: ex. açude de 20x50=1000m2 300 kg de esterco Esterco de porco - 20% do tamanho do açude: ex. açude de 20x50=1000m2 200 kg de esterco Esterco de aviário - 10% do tamanho do açude: ex. açude de 20x50=1000m2 100 kg de esterco

Alimentação Quando adquirir os alevinos ex. 1000 no total, comece com 10% de ração inicial de duas a três vezes ao dia, aumentando a quantidade depois de uma semana e assim até atingir mais ou menos 50 gramas de peso. Após este peso, usar de 4% a 6% do peso em ração. Ex. 1000 alevinos x 0.050g=50 kg x 5%=2.5 kg de ração por dia. Lembrando que cada propriedade (açude) é diferente uma da outra. Então, é importante fazer em escalas, observar sempre e ir aumentando tanto na adubação quanto na alimentação.


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Ovinocultura

3ª Ovinotec: destaque para genética, nutrição e sanidade

Pelo terceiro ano consecutivo, evento se destaca como encontro técnico para ovinocultores

Vice-presidente da CooperAliança, Adriane Thives Araújo Azevedo

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enética, nutrição e sanidade dos onivos estiveram no centro das atenções na terceria edição da Ovinotec, um encontro técnico anual sobre ovinocultura, promovido pela CooperAliança. Com o evento, o objetivo da cooperativa, que tem sua base em Guarapuava, é difundir tecnologia aos cooperados de seu projeto de produção de carne de cordeiro e também a técnicos, estudantes e ovinocultores da região. Vice-presidente da CooperAliança e coordenadora do projeto Ovinos, Adriane Thives Araújo Azevedo saudou os palestrantes, participantes e apoiadores. Ela destacou que “sem parceria não se faz nada” e lembrou que um dos primeiros parceiros da cooperativa foi o Sindicato Rural de Guarapuava, que sediou as reuniões que culminaram na fundação da CooperAliança, há seis anos. Promovido no dia 19 de setembro no anfiteatro do sindicato, com apoio da entidade e outros parceiros, como Faep, Senar, Emater e Unicentro, entre outros, o evento trouxe especialistas em temas relevantes para uma criação de ovinos bem sucedida, sendo esta a preocupação da CooperAliança, levar ao público informações técnicas para fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva


da Ovinocultura no estado do Paraná. “Esse setor precisa e está trabalhando para um crescimento diferenciado, onde produzir qualidade é o principal objetivo”, destaca Adriane Azevedo. Já no dia 20, pela manhã, foi a vez de uma atividade prática: a demonstração da aplicação do Método Famacha, que ocorreu no parque de

exposições Lacerda Werneck, quando os participantes puderam realizar em ovinos a verificação da ocorrência de anemia causada por verminose. Presente também à 3ª Ovinotec, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com os palestrantes. Confira um resumo das questões apresentadas.

Veterinário Cesar Alberto Coutinho fez apresentação sobre homeopatia no tratamento de animais

Melhoramento genético na produção de cordeiros “O que a gente vê na ovinocultura da Nova Zelândia é organização. Os criadores são todos cooperados. Eles trabalham em equipe, num bem comum. É o que a gente está vendo aqui no Paraná, com a CooperAliança. Precisamos estender isso a todo o Brasil. Só assim, a gente vai conseguir, dentro da ovinocultura, chegar nos níveis de produção de países como a Nova Zelândia, Austrália, entre outros. Na Nova Zelândia, a produção chega a mais ou menos 1 milhão de toneladas de carne (de ovinos) por ano. Isso é 10 vezes mais do que produzimos no Brasil. E a genética é o único ponto por meio do qual você vai conseguir identificar quais animais têm potencial para serem melhoradores, dentro dos rebanhos. A herdabilidade é importante. Ela vai ser justamente o ponto que vai dar a resposta sobre o quanto esta seleção pode ser transmitida ano a ano. Então, características com maior herdabilidade tendem a ter uma resposta de seleção muito mais rápida. Mas não adianta o produtor só se preocupar em controlar os dados. Segundo ponto: controlar dados precisos. E por último e mais importante é utilizar essas informações. Porque só assim vamos ter melhoramento genético de fato”.

Professor Dr. Victor Breno Pedrosa (Universidade Estadual de Ponta Grossa)

Aspectos nutricionais de importância para ovelhas no pré e pós-parto O tema é importante porque a alimentação é o coração da produção animal. Uma das questões muito fortes, relacionadas à nutrição, é a reprodução dos animais, que se torna muito mais eficiente se estiverem bem nutridos. Os animais têm uma necessidade nutricional que está estabelecida matematicamente. Mas para as ovelhas buscarem esta alimentação, para atender à necessidade, elas têm de ter disponível um volume maior de alimento. Nesse caso, me referi à alimentação em pastagem. Na pastagem, a ovelha busca o alimento. Ela não tem o alimento colocado no cocho. A busca do alimento tem um custo, uma demanda de energia. Os trabalhos científicos mostram que, em condições de ofertas altas, elas conseguem selecionar o alimento e, selecionando, elas conseguem ingerir um alimento com maior teor de nutrientes. O que eu falei foi ter a oferta alta, para promover a seleção de folhas, que é a porção da pastagem que elas mais gostam. Elas selecionam porções mais favoráveis da planta. As folhas geralmente são mais ricas em nutrientes. Se existe oferta alta, se possibilita que a ovelha faça esta seleção”.

Professora Drª Alda Monteiro (Universidade Federal do Paraná – Curitiba)

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Planejamento forrageiro na ovinocultura

Professor Dr. Sebastião Brasil Campos Lustosa (Universidade Estadual do Centro-Oeste Guarapuava)

“O planejamento começa pela escolha das espécies forrageiras direcionada à categoria animal. Feita esta escolha, o componente solo tem de ser lembrado. A calagem, a adubação, como se fosse uma cultura. E é uma cultura forrageira. Temos aquela ideia de pastagem como coisa relegada a um segundo plano, para uma região de área dobrada, de baixo investimento. Não. Ela é uma cultura como o milho, a soja, os cereais de inverno. Da mesma forma que colhemos os grãos, vamos colher folhas. O planejamento deve ser inclusive em função da própria área em que a pastagem está sendo colocada. Num segundo momento, (fazer) a determinação da matéria seca. Se não tiver micro-ondas, forno, estufa, (o ovinocultor) corta e estima. Uma pastagem com bastante folha a gente estima que tem de 85% a 90% de matéria seca. E depois, se deve fazer uma curva de crescimento (da pastagem), que é ajustada à propriedade. A partir disso, ele vai pensar nos animais. O que a gente vê é: ‘Eu faço a pastagem e coloco os animais’. Sem critério nenhum. Isso leva à degradação da pastagem, ao menor retorno do investimento que, muitas vezes, é relativamente alto, se considerarmos as pastagens perenes”.

Método Famacha

Professora Drª Cristina Sotomaior (PUC Paraná – Curitiba)

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“A gente hoje está procurando mostrar uma forma diferente de usar o vermífugo (em ovinos). E principalmente, o princípio de só usar para o animal que precisa. Temos de ter um critério para decidir se vamos tratar o animal ou não. No caso de alguns parasitas, um critério seria a anemia. Os animais anêmicos precisariam ser tratados. Daí que vem o método Famacha, que foi desenvolvido para identificar os animais anêmicos, baseado em comparar a cor da mucosa ocular com um cartão padrão. De acordo com esta classificação, você vai ou não tratar este animal. Hoje, na Fazenda Experimental da PUC, só utilizamos o método Famacha. Há anos só usamos este método. Então, desverminamos pouquíssimos animais. Temos uma produtividade excelente. Usamos o método para evitar a resistência dos parasitas aos vermífugos, mas indiretamente, diminuindo o número de desverminações, isso também contribui para uma eficiência econômica. Se a gente comparar um rebanho em que 100% dos animais são desverminados com um que passa a adotar o método e nos quais, às vezes, desverminamos menos de 10%, isso é uma economia muito grande”.


Tratamento fitossanitário

Tecnologia de aplicação:

cuidados e a importância do uso do adjuvante sintético

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ada vez mais, o termo tecnologia de aplicação vem se tornando comum no dia -a-dia de todos que labutam no campo. Se no passado “passar defensivo” era algo visto com certo desdém, com pouca importância por muitos, hoje é consenso que todo e qualquer tratamento deve ser realizado com cuidado, usando todas as técnicas e ferramentas disponíveis e com respeito ao meio ambiente. Neste contexto, é importante destacar que as máquinas devem estar sempre em boas condições de uso, reguladas e ajustadas e os operadores devidamente treinados. Além disso, o uso de um adjuvante sintético de qualidade é fundamental para compor o tripé: BICO/VAZÃO/ADJUVANTE que, juntos, irão aspergir as gotas uniformes para proporcionar a cobertura desejada sobre o dossel foliar. As máquinas eletrônicas e os autopropelidos transformaram o campo num local onde a presença de tecnologia de ponta, como reguladores de vazão e DGPS, são ferramentas estratégicas para a realização de um tratamento fitossanitário de qualidade. No entanto, o respeito às limitações ambientais (vento, temperatura e umidade relativa) e as operacionais (velocidade/pressão/

bico/vazão) devem prevalecer sempre para decidir entre entrar, ou não, em serviço. Outro ponto importante diz respeito às combinações de produtos, que nem sempre são factíveis, por causa da incompatibilidade de ativos: WG é incompatível com formulações EC; formulações SC tendem a decantar; o Select jamais deve dividir espaço com 2,4D. E águas de poços artesianos não devem ser usadas para tratamentos fitossanitários, porque na maioria dos casos acabam interferindo no residual de alguns ativos. Muita atenção para o espaçamento dos bicos e para a presença do manômetro de pressão. Espaçamentos de 35 cm estão em alta e deverão se tornar cada vez mais comuns. Na medida em que se observam esses detalhes, o produtor ou o seu responsável técnico cuidarão apenas do momento de entrada das aplicações, procurando sempre estar à frente dos eventuais problemas, trabalhando de maneira preventiva e com certa tranquilidade para a tomada de decisão. O uso de adjuvante sintético, atualmente, é um processo natural do trato cultural, imprescindível, uma vez que este produto reduz perdas e elimina gargalos ao longo das operações em campo.

Jeferson Luís Rezende RTV Inquima

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Notas

Conselho discute sanidade agropecuária em Guarapuava

Sindicato Rural de Guarapuava emite 808 declarações de ITR O Sindicato Rural de Guarapuava preencheu e emitiu, à Receita Federal, 808 declarações do Imposto Territorial Rural (ITR) em Guarapuava e nas Extensões de Base Candói/Foz do Jordão e Cantagalo. O número de declarações deste ano feitas pela entidade aumentou 23% em relação ao ano passado. O gerente financeiro do Sindicato Rural, Arnaldo Catapan Machado, conta que esse ano houve maior adesão dos associados ao serviço oferecido pelo Sindicato. “Além disso, fizemos muitas declarações de anos anteriores. Esses 808 são apenas de 2014. Muitos produtores estavam com a situação irregular na Receita Federal e tiveram que declarar o imposto desde 2009, com retificações ou outros ajustes necessários”, explica. O produtor rural que perdeu o prazo (de 18 de agosto a dia 30 de setembro) ainda pode declarar. No entanto, terá que pagar multa de 1% ao mês, calculada sobre o total do imposto devido. No caso de imóvel rural imune ou isento, mas cujo dono deve declarar em razão de ter havido alteração nas informações cadastrais do bem, a não apresentação no prazo implica multa de R$ 50,00. Enquanto não colocar o imposto em dia, o proprietário fica impedido de obter a Certidão Negativa de Débitos (CND) da Secretaria da Receita Federal (SRF), indispensável nas transações imobiliárias. O atraso na entrega do ITR também impede o proprietário de obter financiamentos ou crédito junto a instituições financeiras oficiais.

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O Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA) se reuniu no dia 10 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava. A reunião foi pautada no tema, “CSA – a comunidade promovendo a sanidade”, e teve a intenção de promover e intensificar a atuação dos Conselhos de Sanidade Agropecuária. O consultor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Rogério Minella, coordenou a reunião. Os princi- Rogério Minella pais pontos a tratados foram: a avaliação de como está a atuação do CSA na cidade, e discussão e planejamento do conselho para o próximo ano. “Os CSA’s foram revitalizados há 4, 5 anos, em Guarapuava foi feito um planejamento. O que pretendeu-se na reunião foi fazer uma avaliação deste trabalho, buscando os aspectos positivos e quais foram as dificuldades que o CSA daqui teve. Discutindo isso e aprendendo com as questões que foram bem executadas, assim, pretendemos levar essa experiência de Guarapuava para os demais municípios”, contou o consultor. Minella comentou que em Guarapuava o Conselho é bem consolidado e acha que isso se deve a estrutura e as pessoas que coordenam e participam do trabalho. O presidente do CSA Guarapuava é o agropecuarista Rodolpho Luiz Werneck Botelho, também presidente do Sindicato Rural e presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Botelho concorda que o CSA é um dos melhores do estado, mas diz que ainda é preciso um maior número de pessoas e parceiros para que o trabalho do conselho seja realizado de uma forma mais efetiva. “É preciso, principalmente, o apoio do setor privado, onde podem ser discutidos os principais entraves e demandas do setor sanitário para que traga benefício tanto para o setor produtivo, como para população”, ressalta. Em Guarapuava, a reunião foi realizada pela Adapar, Sistema FAEP e Emater, com apoio do Sindicato Rural.


Comemoração

Show de prêmios da Agrícola Colferai Sorteio de prêmios para clientes marca comemorações alusivas aos 20 anos da empresa

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uando se fala em assistência técnica na região de Candói, Cantagalo, Virmond, Foz do Jordão e Reserva do Iguaçu, a Agrícola Colferai é uma ótima referência, pela excelente qualidade dos serviços prestados por seus profissionais. Um constante aprimoramento, através de cursos e especializações, proporciona acesso aos produtores ao que há de mais moderno em tecnologia na área agrícola. São aproximadamente 70 profissionais empenhados em ajudar o produtor, em todas as etapas, para diminuir os custos de plantio, aumentar a produtividade e maximizar o lucro na hora da comercialização. A tradição de 20 anos de mercado e um portfólio de produtos de alta qualidade, fizeram da empresa uma das melhores opções aos produtores desta região. A opinião do produtor rural Fernando Miss, demonstra a confiança que a empresa conquistou ao longo destes 20 anos. “Sou cliente da Agrícola Colferai há bastante tempo; meus pais são clientes desde o início das atividades em Candói. Podemos contar com ela (empresa) desde o plantio até o recebimento da produção”. Luiz Carlos Colferai, proprietário e diretor da empresa, diz que ao comemorar os 20 anos, não poderia deixar de pensar que, se chegou até aqui, foi por causa de uma parceria estabelecida com os produtores rurais. Então, como parte das comemorações, lançou uma promoção, durante os meses de fevereiro a setembro deste ano, que sorteou no dia 22/09, uma Moto Bros 150 zero km, uma TV 50” 3D Led e um Notebook. O ganhador da moto foi um cliente de longa data, Sr. Eugênio Bayer Filho.

“Nosso objetivo é aumentar nossa participação no mercado de atuação, sempre trazendo inovações, informações, buscando um crescimento junto com os produtores rurais, em produtividade e rentabilidade, que é o objetivo de todos”, diz, com entusiasmo, Luiz Carlos Colferai, “A empresa jamais cresceria desta forma sem a confiança dos clientes, e esse é o momento de agradecer a eles e ressaltar que podem sempre contar conosco.”

Os clientes se reuniram em frente à Agrícola Colferai para conferir o show de prêmios

O cliente Fernando Miss disse estar bastante satisfeito com a empresa

Clientes de Candói, Cantagalo, Foz do Jordão e Virmond tiveram a oportunidade de ganhar uma Moto Bros 150 0 km, uma TV 3D Led 50’’ e um notebook.

O diretor proprietário Luiz Colferai agradece os clientes: “A empresa jamais existiria e cresceria dessa forma sem os clientes”.

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Bovinocultura de leite

Dia de Campo apresenta novidades em forrageiras e fertilizantes

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Cooperativa Agropecuária Mista de Guarapuava (Coamig), em parceria com a Cooperativa Castrolanda, vem realizando um trabalho junto aos seus cooperados para melhorar a qualidade do leite na região. “Temos que dar ao nosso produtor as melhores condições para que ele produza um leite com volume e qualidade”, ressalta Francisco Antonio Caldas Serpa, vice presidente da Coamig. Dentro dessa ação, a Coamig está promovendo dias de campo, repassando informações aos produtores do leite para que, assim, alcancem os melhores resultados. Um desses eventos foi o 1º Dia de Campo – Tecnologia de Forragens, realizado no dia 3 de setembro, em Guarapuava. O dia de campo teve como intuito apresentar, aos produtores presentes, as tecnologias disponíveis no mercado de forragens e adubação, mostrando que ambos devem estar aliados para

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que se alcance um bom resultado na nutrição animal e na produção de leite. Para o produtor rural Jairo Luiz Ramos Neto, que recebeu o dia de campo em sua propriedade, foi gratificante sediar o evento. “Para gente fazer um dia de campo na propriedade, dispor de tempo para receber as pessoas é sempre muito gratificante. Porque as pessoas veem seu trabalho, avaliam e você recebe opiniões diferentes. E eu acho que isso faz parte da vida do agropecuarista e produtor. É importante que tudo que a gente produz de novidade se propague e seja transmitido para outras pessoas”. A produtora rural Alice Jurgovski, em sua avaliação, destacou que dias de campo sempre acrescentam algo. “Os produtos que foram apresentados, alguns nós já utilizamos, mas achei muito importante a parte de adubação e manejo. Com certeza, vai acrescentar no nosso dia a dia e assim na produção”, ressaltou.


É importante que tudo que a gente produz de novidade se propague e seja transmitido para outras pessoas” Jairo Luiz Ramos Neto

Além de produtores prestigiaram o evento lideranças: (da esq. p/ dir.) Anton Gora (vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava); Jairo Luiz Ramos Neto (produtor que sediou o evento); Itacir Vezzaro (Secretário da Agricultura/Guarapuava); e Valdir Tambosseti (Emater) - foto à dir.: Francisco Antonio Caldas Serpa, vice-presidente da Coamig, abriu a programação.

Novas forrageiras de Inverno A primeira palestra da tarde foi realizada pela empresa Atlântica Sementes. A sede da empresa fica localizada no estado de Goiás e possui foco de vendas em forrageiras. Durante a apresentação, Ederson Antunes, que faz parte do departamento de Desenvolvimento Comercial da empresa, expôs as principais forrageiras de inverno melhoradas oferecidas pela Atlântica. Foram apresentadas as principais características das sementes e a forma de manejo adequado para que seja alcançada a melhor produção. Além de falar das variedades de forrageiras melhoradas já conhecidas, que são os azevéns como o Barjumbo e o Potro, a Atlântica Sementes apresentou aos produtores o lançamento do ano: o BAR HQ. Segundo Antunes, essa variedade é um melhoramento genético do Barjumbo. “O BAR HQ possui uma maior produção de massa verde e seca e, também, uma melhor qualidade nutricional que o Barjumbo. Isso nos dá o seguinte resultado: se ele produz mais que o Barjumbo e com mais qualidade, ele tem um resultado superior de produção. Em condição de experimentos, o BAR HQ tem alcançado de 1500 a 2000 litros de leite por hectare no ciclo”, ressalta. Também foi apresentado o centeio forrageiro, o Temprano, que é mais uma novidade da empresa, o Sorgo forrageiro, Jumbo e o Sorgo de pastejo, NutriBem.

Pastagem de azevém

Atuando na revolução das pastagens Complementando os resultados das forrageiras de inverno, a multinacional francesa Timac Agro também apresentou aos produtores suas inovações na área de fertilizantes agrícolas, pensando na adubação da pastagem. O foco foram as tecnologias no manejo nutricional para que tamRevista do Produtor Rural do Paraná

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Temos que dar ao nosso produtor as melhores condições para que ele produza um leite com volume e qualidade”

bém sejam alcançados os melhores números na produção leiteira. “Tudo evoluiu na agricultura. Os fertilizantes também precisam evoluir, porque é o adubo, a comida, a base da planta”, destacou o supervisor regional de marketing da Timac Agro, Rafael Verri Tavore. O destaque foi para três produtos: TOP PHOS, K-UP e SulfammoMeTA. O TOP PHOS é uma gama de fertilizantes. Em um grão oferece Fósforo, Cálcio e Enxofre, mais micronutrientes. Ainda contém a tecnologia CSP, que por meio de um sistema amplia a disponibilidade e residual do Fósforo. Com a alta concen-

tração de nutrientes gera economia em função dos menores volumes de aplicação, otimização do tempo de plantio, estocagem e frete. O K-UP é chamado pela empresa de o potássio mais inteligente da terra. A tecnologia K-UP reduz em 89% o processo de salinização, promovendo mais raízes e maior segurança para a lavoura. Além disso, reduz em 68% o processo de lixiviação do K, garantindo que todo investimento realizado em potássio seja realmente aproveitado pela planta. O SulfammoMeTA, outra gama de fertilizantes (nitrogênio, potássio, enxofre, cálcio, magnésio e micronutrientes), possui a tecnologia MeTA, que possibilita complexar uma matriz mineral e uma orgânica, formando uma dupla membrana de proteção em um único grânulo.

Francisco Serpa e Jairo Luiz Ramos Neto

Equipe Timac Agro

Alice Jurgovski

Adubação em pastagens “A tendência dos próximos 10 anos é de a pecuária aumentar, aproximadamente 11%, em estimativa do próprio IBGE e do Ministério da Agricultura. Com redução de 15% da área de pastagem no Brasil. Mas aumenta bastante a demanda por pastagem se considerarmos o segmento leiteiro. O setor do leite, no Paraná, vai crescer em torno de 37% nos próximos 10 anos, numa projeção pelo IPEA. As pastagens têm realmente que atender a esta demanda. A produção vai aumentar por hectare. E para isso, obrigatoriamente, tem de haver forrageiras de alto potencial. Esses materiais têm uma capacidade muito grande de produção de biomassa, de carne, de leite, ou de peso-vivo de ovinos, mas eles necessitam da adubação nitrogenada. E estamos tendo uma certa negligência quanto à adubação nitrogenada. Com esses materiais melhorados, tetraplóides, e mesmo diplóides, já selecionados, a resposta (ao nitrogênio) é muito maior. Nós temos aqui um clima excepcional para a produção dessas forrageiras. Estamos muito abaixo da produção desses materiais. Vamos comparar com o milho: seria um milho de alta produção sendo cultivado ainda com insuficiente adubação. Então, a resposta dele seria consequentemente ruim também”.

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Professor Dr. Sebastião Brasil Campos Lustosa / Unicentro


Prestação de serviços

Transporte de maquinários agrícolas é com a REALIZA

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Realiza Transportes é uma empresa com sede no município de Candói, especializada no transporte de maquinários e implementos agrícolas para qualquer região do Brasil. Seu diferencial é o serviço de qualidade, segurança e a um custo menor do que outras prestadoras desse serviço. “Nós realizamos uma pesquisa de mercado e oferecemos, em média, um valor 10% menor do que outras empresas do ramo, sem deixar a desejar na qualidade e agilidade”, destaca o sócio proprietário da Realiza Transportes, Eniton de Paula. Segundo o empresário, os produtores geralmente possuem pouco tempo para colher ou pulverizar e, portanto, precisam das máquinas o mais rápido possível. “Nós oferecemos essa agilidade e também segurança. Na Realiza, a máquina é transportada com todo cuidado. Os colaboradores são treinados, capacitados e possuem experiência na realização do serviço”, garante. Outro diferencial é o transporte de qualquer máquina agrícola, como colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores e tratores. “Transportamos inclusive plataformas de 40 pés, que nem todo caminhão-prancha transporta”, conta Eniton. A Realiza Transportes tem sua sede na Rua Eugênio Bayer, 307, Centro, no município de Candói-PR. Os telefones para contato são (42) 8439-5915, (42) 9101-7814 e (42) 9844-2442.

Eniton de Paula, sócio proprietário da Realiza Transportes,

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Sindicato Rural

Café da manhã destacou

aniversariantes do trimestre

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Café da Manhã dos Aniversariantes do Trimestre, promovido pelo Sindicato Rural para seus associados, teve, dia 26 de setembro, uma de suas edições mais concorridas. Compareceram à entidade 45 associados, que foram saudados por Ernesto Stock, conselheiro fiscal da entidade. Em nome do presidente, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, que se encontrava em viagem técnica da Faep, Stock agradeceu a presença dos convidados e lembrou a importância de celebrar mais um ano de vida. Os produtores rurais, acompanhados de familiares e amigos, aproveitaram também o momento para uma confraternização alegre e descontraída, cantando parabéns aos colegas e registrando o momento em fotos. Durante o encontro, houve ainda o sorteio de um saco de sementes de milho, doado pela Pioneer, com a participação de Adilson Pagno, representante da empresa. A ganhadora foi a associada Soeli Lange. Um dos participantes do café da manhã, o associado João Maria Mendes Siqueira, se mostrou feliz na ocasião: “(O café) Foi muito bem servido. A gente agradece de coração. Conversamos com muitos amigos. Está de parabéns o sindicato”, disse. Outro associado, Adelino Bridi, também enalteceu o encontro: “Sem dúvida nenhuma, uma bela integração entre os associados, com o objetivo de conhecer-se mais, trocar ideias, experiências. Nesse bate-papo, as pessoas vão até se identificando”, declarou. “É um momento que deveria ser repetido mais vezes. Parabenizamos a diretoria do sindicato”, completou.

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Ernesto Stock, conselheiro fiscal do sindicato, abriu o evento

Soeli Lange: ganhadora de sementes de milho da Pioneer – brinde sorteado pelo menino Guilherme Araújo Gelinski, entre os participantes do café da manhã, foi entregue pelo representante da empresa, Adilson Pagno

Adelino Bridi

João Maria Mendes Siqueira

Waldemar Geteski


Aniversariantes de Candói e Cantagalo Pela primeira vez, o café da manhã dos aniversariantes do trimestre foi promovido também nas Extensões de Base Candói e Cantagalo. Sócios daqueles municípios prestigiaram o evento. Em Cantagalo, participantes de um curso do Senar somaram-se aos aniversariantes, participando do café da manhã. Confira as fotos:

Candói

Cantagalo

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Agronegócio

Em debate, tendências de preço das commodities Evento discutiu tendência dos preços das commodities, num panorama de elevados estoques mundiais de grãos

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o exterior, os estoques mundiais de grãos estão altos, e, no País, a economia cresce em ritmo mais lento. Para apresentar perspectivas do mercado agrícola, teve lugar um debate, organizado pela Lavoura Guarapuava, com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e ACEPAR (Associação das Empresas Cerealistas do Paraná). O evento ocorreu no dia 8 de outubro, no anfiteatro do sindicato. Voltada aos associados do sindicato, aos produtores rurais em geral e a profissionais e estudantes de áreas ligadas ao agronegócio, a iniciativa abriu espaço para troca de ideias sobre produção, preço, logística, política agrícola e exportação. Alex Orestes Novello (Lavoura SA) enfocou milho e soja; Rodolpho Botelho (presidente do Sindicato Rural), a agricultura nos Estados Unidos e Canadá (resumo de viagem técnica da FAEP realizada na segunda quinzena de setembro); e Arney Antônio Frasson (ACEPAR), o mercado do trigo. Estiveram também presentes o sócio -administrativo da Lavoura Guarapuava, Cândido Bastos Filho, e o diretor administrativo-financeiro da Lavoura S/A (Pato Branco), Ronildo Chiaradia. Confira a seguir um resumo da análise feita por cada debatedor, com base na situação do mercado agrícola até o dia 8 de outubro.

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Soja e milho Alex Orestes Novello Lavoura S/A “A gente viveu uma fase de bons preços, tanto para soja quanto para milho. Hoje, vemos uma acomodação. Grande parte disso devido à grande produção americana. Dizemos ao produtor que aproveite estes momentos, em que o mercado ainda vai nos favorecer, para fixar alguma coisa. Esse produto que está na mão do produtor, é preciso ter clareza: porque ele comprou o insumo na alta, no período em que a commodity estava valendo mais. Hoje a vemos buscando um assentamento de preço, dentro de um outro patamar. Dentro deste patamar, ele (o produtor) deve buscar os momentos em que ainda o mercado vai favorecê-lo. Tanto para a fixação do soja, quanto para a do milho. Nisso, vejo que o mercado vai favorecer. A variável dolar é muito importante dentro deste mercado, bem como os resultados climatológicos que a gente vai ver de agora para frente. Já está havendo este reflexo atualmente no mercado americano. Há um princípio de geada e chuva lá. E o mercado está dando oportunidade para a fixação de preço. Vamos ver esta variável influenciando no mercado nacional também. Se a gente considerar que a safra (2014/2015, no Brasil) vai ser perfeita, podemos tecer um cenário pessimista. Mas dependemos do clima e o clima só a Deus pertence”.


Trigo Arney Antônio Frasson ACEPAR “O mercado vem caindo. Para todas as culturas. O trigo caiu praticamente pela metade, hoje. Tivemos produtores vendendo (por um preço) próximo a R$ 54,00 a saca e hoje estão vendendo a R$ 30,00. Ou por menos. Isso, em função da conjuntura mundial. Estamos numa situação difícil de acontecer, que é a de safras boas em todos os lugares do mundo. No principais produtores. O Brasil teve safra boa, Paraguai, Argentina, Estados Unidos, Europa. A agricultura é cíclica mesmo. Tivemos um período de acumulação de estoque e agora temos um estoque maior até do que a demanda pode absorver. Por isso, os preços caem. O mercado nunca vai cair abaixo de um determinado nível que esteja abaixo do custo de produção de todo mundo. Então, o produtor tem de ser sempre mais eficiente que a média, porque aí provavelmente ele vai passar por esta turbulência e vai sair mais forte lá na frente. A redução de custos, neste sentido, sim. Claro que não uma redução de custos com redução drástica de tecnologia, de adubação, porque aí ele vai estar dando um tiro no próprio pé. Mas, por exemplo, a redução de endividamento. Se o produtor está com boas máquinas, renovou o parque de máquinas, ele pode dar uma segurada nisso agora. Segurar onde der, acho que é boa prática neste momento”.

EUA e Canadá Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente Sindicato Rural de Guarapuava “Safra abundante. Os estoque mundiais de grãos, nos últimos dois ou três anos, vinham num nível muito baixo. E nesta safra que passou, no mundo inteiro, a recuperação destes estoques foi muito rápida. Estamos com estoques grandes, em função de que nas principais regiões produtoras do mundo inteiro a safra foi boa. Coisa que não é muito normal. A gente tem visto, nos últimos meses, uma tendência de preço mais baixo, na soja, no milho e no trigo. A demanda continua sendo crescente, embora a China não tenha o mesmo crescimento dos últimos anos. Um dos fatores novos, que mexeu nos preços no Brasil, são três itens: o Brasil não está sentindo tanto a queda de preços dos grãos, porque o dólar andou se valorizando. A safra americana está tendo um atraso em função de um verão ameno e excesso de chuva na colheita. E estamos passando, parte do Sul do Brasil, e centro-oeste, um período de altas temperaturas e falta de umidade. Isso pode acarretar alguma quebra na safra e principalmente um atraso no plantio de milho safrinha. Por tudo isso, o produtor precisa gerenciar bem o seu custo e ter uma boa gestão do seu negócio”.

Cândido Bastos Filho (Lavoura Guarapuava)

Ronildo Chiaradia (Lavoura SA)

Guarapuava inicia plantio em setembro A safra de batata 2013/2014 em Guarapuava e região encerrou-se em final de junho. Na entressafra, o mercado local adquire o produto de regiões como Brasília, Goiás, sul de Minas e interior de São Paulo. Em Guarapuava, a implantação das lavouras de batata está prevista para começar em setembro, com colheita entre dezembro de 2014 e junho de 2015.

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Expointer

Associados do Sindicato Rural de Pitanga visitam umas das maiores exposições agropecuárias do país

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om o objetivo de ampliar o conhecimento de produtores rurais de Pitanga e região sobre as tecnologias do ramo agropecuário, o Sindicato Rural de Pitanga, com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), organizou, no dia 5 de setembro, uma excursão para seus associados e funcionários para a 37ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio, Rio Grande do Sul. A Expointer é uma das maiores feiras do Brasil na área e por esse motivo, o presidente do

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Sindicato Rural, Luiz Carlos Zampier, destaca a importância da visita dos produtores rurais. “Nós promovemos anualmente essa visita e por dois motivos acho importante essa experiência: primeiramente, porque ela é realizada aqui no Sul e tem uma agropecuária semelhante com a nossa. Mas, além disso, ela é muito diversificada, muito forte em animais, agroindústria, tanto local como internacional”. Zampier ainda destaca que é uma forma de capacitar os produtores associados, pois em um evento agropecuário, como a Expointer, geralmente se mostra o que há de melhor. “Quando se sai da propriedade e visita uma feira, lógico que todos os expositores, tanto de máquinas, como de animais, enfim, de qualquer setor, expõem o que há de melhor, o que têm de mais moderno e gera mais resultado. Então esse contato que os nossos agricultores têm fora da propriedade é importante, porque se trata de um ambiente com bastante informação e tecnologia”, destaca. O grupo foi formado por 46 pessoas, sendo produtores de milho, soja e trigo e também pecuaristas. Com isso, os interesses se dividiram no dia da visita.

É muita coisa para conhecer. Um dia é pouco, mas valeu a pena” Anselmo Coutinho Machado, produtor rural


Produtores aprovam viagem técnica Anselmo Coutinho Machado é produtor rural, associado do Sindicato Rural de Pitanga e pelo segundo ano foi para a Expointer através da excursão promovida pela entidade. Para ele, que produz soja, milho e também cria gado de corte, viagens técnicas como esta, realizadas pelos Sindicatos Rurais, com o apoio da Faep, só têm a acrescentar ao produtor. “É muita coisa para conhecer. Um dia é pouco, mas valeu a pena. O que mais chamou a minha atenção foram as novidades e tecnologias em máquinas agrícolas, como as de pulverização. Já nos animais, gostei da parte de genética e de melhoramento animal. Como é uma feira internacional, percebe-se que a genética brasileira tem muito que evoluir. Se vê animais tanto para aptidão de corte como leiteira, que é possível evoluir com esforço. É uma vitrine e um exemplo ao mesmo tempo”. Além disso, Anselmo destacou a parte turística que a viagem proporciona e ressaltou a visita às vinícolas. “Conhecemos as novas formas de se produzir vinhos e pudemos ver em que nível hoje se encontra o vinho brasileiro, chegando à conclusão que não precisamos importar mais a bebida para beber um bom vinho”.

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Aconteceu Feira de Ciências Agropecuárias do Colégio Agrícola

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19º Feira de Ciências Agropecuárias do Centro Estadual de Educação Profissional Arlindo Ribeiro (Colégio Agrícola) de Guarapuava foi realizada de 18 a 20 de setembro. Foram 44 projetos considerados inovadores, na área da agropecuária. Todos desenvolvidos pelos próprios alunos. Segundo a coordenadora do curso de Técnico em Agropecuária, Tatiana Bischof Chicalski, o objetivo da feira é ”incentivar o aluno a desenvolver ideias e projetos práticos e aplicáveis nas diversas áreas da agricultura, pecuária e agroindústria, principalmente voltados a pequenos e médios produtores, pois devem ser projetos viáveis e de caráter sustentável”. Um dos grupos, formado pelos alunos Matheus Felipe Kruppa, Paulo Herinque Couto, Luane Camargo e Paulo Henrique Neves, desenvolveu uma ração úmida para suínos. A ração formada por milho triturado, soro do leite e concentrado, segundo os alunos, causa um desenvolvimento maior no animal com uma quantidade menor de ração. Eles alimentaram, durante 12 semanas, duas fêmeas da raça Hans, híbridas da raça Landrace e da Large White, uma com a ração convencional (4kg para 1 kg de concentrado) e a outra com a ração úmida. O animal alimentado

com o segundo tipo de ração obteve 9% de kg a mais do que o alimentado com a ração convencional. “A conversão alimentar com a ração convencional é de 2kg e 200 gramas, o consumo médio é de 800 gramas, e o crescimento diário é de 300 gramas. Em comparação com o grão úmido, a conversão alimentar é de 1 kg e 600 gramas, o consumo médio é de 685 gramas e o crescimento diário é bem maior, sendo de 1 kg e 230 gramas, ou seja engorda bem mais com menos alimento, gerando menor custo ao produtor”, explica Luane. As alunas Thalyta de Lima, Caroline Anichen e Deyze Janaina desenvolveram um brete diferente dos convencionais para caprinos e ovinos. Com uma forma diferenciada, o brete permite que haja mais conforto para os animais e também para o operador. “Além disso, o custo desse é bem menor. Pelas nossas pesquisas, um brete convencional custa de R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00, nesse aqui tivemos um gasto de apenas R$ 300,00”, ressalta Thalyta. O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou o evento. “Queremos ressaltar a colaboração do Sindicato Rural, que é de extrema importância, principalmente pela divulgação junto aos produtores rurais, valorizando ainda mais nosso trabalho”, agradece a coordenadora Tatiane.

Prefeitura de Guarapuava e ITCG entregam 340 documentos para a posse de terra

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o dia 18 de setembro, a prefeitura de Guarapuava e o Instituto de Terras e Cartografia e Geociências (ITCG) entregaram 340 documentos de usucapião da posse de terra para pequenos produtores rurais de Guarapuava. Estes documentos são os mapas e memoriais descritivos dos lotes que já foram medidos. De acordo com o diretor presidente do ITCG, Amilcar Cavalcante Cabral, a entrega dos documentos foi a terceira etapa para que os produtores possam regularizar suas terras. “A primeira etapa foi o cadastramento, a segunda foi a medição dos terrenos, quando foram estabelecidos os limites. Estamos na etapa onde os documentos já estão na defensoria pública. Hoje estamos entregando um produto deste trabalho, que são os mapas e os memoriais. Com esses documentos, a ação de usucapião poderá ser devidamente ajuizada”. Segundo o chefe de escritório do ITCG de Guarapuava, Adelino Bridi, a partir do momento que receberem os documentos, os produtores poderão provar a propriedade das ter-

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ras, assim, as portas se abrem e o acesso às políticas públicas acontece. Os principais benefícios dos documentos são que os produtores rurais terão autonomia para adquirir a casa própria e terão acesso as linhas de crédito. Na ocasião, o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, declarou que há uma grande quantidade de propriedades irregulares na região. “Por isso, a importância desta entrega de documentos de posse de terra. Estamos reduzindo a grande quantidade de propriedades irregulares em nosso município. Esses documentos são de grande importância para essas famílias que, agora, vão romper barreiras, produzindo mais e gerando renda direta no campo”.


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(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

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Capacitação

Operação e manutenção da unidade de cereais Rural, já que as vagas foram 100% preenchidas. “A falta de um curso específico para os operadores de unidades armazenadoras converge com a iniciativa da Paraná Silos e do Sindicato Rural em trazer o conhecimento da Kepler Weber para o público presente. Esperamos que todos saiam daqui com conhecimento agregado e, principalmente, útil para o dia a dia de uma unidade de cereais”. O curso contou com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP).

Armazenagem na prática Participantes do curso de operação e manutenção de equipamentos para unidade armazenadora destacam importância do assunto no processo de produção de alimentos

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curso de operação e manutenção de equipamentos para unidade armazenadora, promovido pela Paraná Silos, representante Kepler Weber, juntamente com o Sindicato Rural de Guarapuava, na sede da entidade, reuniu 36 participantes nos dias 26 e 27 de agosto. O objetivo foi a qualificação dos operadores, encarregados e profissionais das unidades, instruindo sobre os temas de operação e manutenção dos equipamentos, proporcionando uma melhoria no setor de armazenagem das propriedades e empresas. Inicialmente, o assistente técnico da Kepler Weber, Moraci Antonio Parode, falou sobre a operação e manutenção dos equipamentos fabricados pela Kepler. “Orientamos sobre os equipamentos, desde de quando o produto chega na unidade, limpeza, secagem e armazenagem do grão, envolvendo todos os

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equipamentos que são utilizados nesse processo, como máquina de limpeza, elevadores, transportadores horizontais, secador e o próprio equipamento de armazenagem, que é o silo e também seus acessórios”, relatou. Para o produtor rural Rodrigo Queiroz, que participou do curso, a armazenagem dos grãos é uma parte da produção muito importante, porque na estocagem do produto é preciso haver qualidade. Quem também destacou a importância do assunto foi José Djammo de Moraes Junior, da Cereal. “Estamos recebendo informações sobre as formas adequadas de armazenagem e sobre manutenção dos equipamentos, o que influencia muito no estoque de produção”, comentou. O proprietário da Paraná Silos, Márcio Schafer agradeceu o interesse dos clientes da Kepler e também dos associados do Sindicato

A parte prática do Curso de Armazenagem ocorreu no dia 27 de agosto, na Fazenda Curucacas, na região de Guarapuava. Na propriedade, que possui unidade armazenadora, os participantes puderam debater a operação de elevadores, moegas, fitas e silos, entre outros equipamentos. Para Emílio Gohlke, que trabalha com armazenagem em uma fazenda, o curso foi “muito importante” por dar oportunidade de conhecimento também da prática. Ao lado, Cleoni de Souza Lima, que também trabalha em armazenagem, fez uma avaliação positiva: “As unidades mudam. De uma para a outra, tem máquinas diferentes. A gente pode trabalhar em uma unidade que mais tarde venha a adquirir um maquinário desses, e aí a gente já tem uma noção de como é”. De uma cooperativa de Laranjeiras do Sul, Alceu Fridryscewski, aprovou a aula prática: “O maquinário é novo, a estrutura é nova. É muito bom participar”.

Alceu Fridryscewski

Cleoni de Souza Lima

Emílio Gohlke


Pós colheita

Queimadores metálicos (fornalhas)

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entre as preocupações das empresas do pós-colheita com novos produtos e de desenvolvimento atual, destaca-se o queimador metálico que, em resumo, é a fornalha a lenha com construção em alvenaria e alimentação manual de lenha, instalada comumente nos secadores de cereais. Neste movimento, a Kepler Weber Ind. S.A., empresa fabricante de equipamentos para armazenagem, desde o recebimento à expedição de cereais, desenvolveu um queimador de construção metálica que minimiza muito a necessidade de construção civil. Com isso, trouxe maior assertividade na instalação e automação ainda não presentes neste mercado. Este equipamento traz como vantagem: maior estabilidade na queima da lenha, maior vida útil, controle automático da temperatura de secagem e temperatura de queima. Preocupada com a saúde do operador, não é mais necessária a alimentação manual da lenha. Veja na figura ao lado como se divide esse equipamento. O Queimador de construção metálica vem para minimizar trabalhos insalubres e permite automação da queima, minimizando perdas na secagem e melhorando radicalmente o controle da queima. Reduz os fumos da queima e os casos de sinistros em secadores. Espero ter colaborado, trazendo um pouco mais de conhecimento sobre equipamentos do pós colheita e colocome à disposição para sanar qualquer dúvida adicional.

ESTEIRA DE LENHA:

Onde se deposita a lenha que será queimada, a alimentação da esteira pode ser com garras mecânicas, que dispendem o operador de qualquer esforço físico.

CÂMARA DE COMBUSTÃO:

Local onde ocorre a queima da lenha. A temperatura ideal da queima gira em torno de 700 graus célsius.

VENTILADOR DE COMBUSTÃO:

Responsável pela manutenção da temperatura da queima. Ele funciona como soprador controlado automaticamente. O aproveitamento calorífico da lenha é maior, fornecendo mais calor, com menos combustível consumido e minimizando odores na secagem.

GRELHAS:

Nesta fornalha, elas são montadas inclinadas, e servem para que um colchão de ar passe por elas, proporcionando queima perfeita. Ainda permite a saída da cinza.

Engº. Marcio Geraldo Schäfer Paraná Silos Representações Ltda. marciogeraldo@ymail.com

EXTRAÇÃO DE CINZAS:

A cinza para lenha de eucalipto é de apenas 0,38% do volume de lenha, mas neste equipamento a retirada é mecanizada por transportador.

CÂMARA DE DECANTAÇÃO:

Consiste em um labirinto, onde as partículas da queima (cinza) que não caíram nas grelhas podem decantar.

MESCLADOR E CÂMARA DO MESCLADOR:

É uma segunda segurança na fornalha, onde o ar da câmara de queima se mistura com o ar ambiente e serve ainda para apagar qualquer partícula incandescente misturada ao ar que vem da combustão.

CÂMARA DE MISTURA:

Neste ambiente, é feita a mistura fina do ar através de registros acionados automaticamente. Ou seja, fazendo com que o ar da câmara de queima a ~ 700 graus célsius se misture ao ar ambiente ~ 20 graus célsius, alcançando o secador a temperatura de 110 graus célsius.

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Cultura Unicentro sediou exposição de fotos Fazendas Históricas

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mostra fotográfica Fazendas Históricas, produzida pelo Sindicato Rural de Guarapuava, esteve em mais um espaço cultural da cidade: o Centro de Exposições da Unicentro, situado no campus Santa Cruz. As 28 fotos puderam ser apreciadas de 22 até o dia 30 de setembro. As imagens contam um pouco da realidade atual de propriedades rurais de Guarapuava e região, que surgiram ainda no século XIX, na época das sesmarias, e que existem até hoje. Em algumas, até as antigas casas das sedes encontram-se preservadas, guardando objetos, fotos e móveis de época. O acervo contribui para se compreender a história dos Campos de Guarapuava e como era, no século retrasado, a vida de quem trabalhava no campo. De acordo com a chefe da Divisão de Assuntos Culturais da Unicentro (da Pró -Reitoria de Extensão e Cultura), Elisabete Ribas Lustoza, a divisão tem o papel incentivar a cultura e por isso convida iniciativas ou artistas das mais variadas

SESI apresentou “A Vaca Pródiga” no anfiteatro do Sindicato Rural

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tendências a expor no local. O interesse, comentou, se deu porque as fotos mostram um momento do passado. Aberta oficialmente no dia 31 de julho deste ano, em evento do Sindicato Rural alusivo ao Dia do Agricultor, a mostra Fazendas Históricas reúne imagens de quatro propriedades rurais. As fotos fazem parte da série de reportagens Fazendas Históricas, que a Revista do Produtor Rural do Paraná, editada pelo sindicato, vem realizando desde janeiro. Depois de algumas semanas expostas na própria entidade, a exposição esteve em cartaz, na primeira quinzena de setembro, no Centro de Artes e Criatividade Iracema Trinco Ribeiro, no centro da cidade. Ao longo do tempo, a mostra deverá ganhar mais imagens, à medida em que prosseguirem as matérias sobre outras fazendas antigas. Juntamente com essa exposição, o público pode ver também, no mesmo espaço, a mostra “Sócios e Produção, Tecnologia e Paixão”. As imagens mostram vários setores da agropecuária de Guara-

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Sindicato Rural de Guarapuava abriu o espaço de seu anfiteatro, no dia 10 de setembro, para mais uma etapa do Circuito Cultural SESI, um projeto daquela entidade que, todos os anos, vem apoiando a apresentação de espetáculos culturais em capitais e no interior. Desta vez, o público que compareceu pode conferir, com o grupo Cia Teatro de Breque, a peça “A Vaca Pródiga”, do norte-americano Mark Levine. Dirigidos por Nina Rosa Sá, os atores Tatiana Blum e Pablito Kucarz levaram ao palco uma tragicomédia para rir e refletir sobre a condição humana e o utilitarismo com que os humanos tratam os animais que destinam à sua alimentação. O texto de Levine aborda a história bíblica do Filho Pródigo a partir do ponto de vista de uma vaca, escolhida para ser sacrificada e oferecida, como prato principal, na festa que celebrará o retorno do até então distante filho da família de seus donos. A protagonista é avisada de seu trágico destino por seu amigo cabrito e ambos passam a analisar, com muito bom humor, se o destino é algo de que se possa fugir ou se é melhor se conformar. Marcadas por irreverência, suas reflexões acabam mencionando até alguns conceitos do filósofo francês existencialista Jean-Paul Sartre e de sua namorada, a filósofa e feminista Simone Beauvoir, chamados pela vaca de “Jean-Paul” e de “Simone”, numa engraçada demonstração de intimidade

Unicentro

Centro de Artes Iracema Trinco Ribeiro puava e municípios próximos, dos campos amarelos de canola, em Candói, até a beleza de flores produzidas no distrito de Entre Rios, passando por cenas de campos de trigo, soja e milho, além da pecuária com bovinos e ovinos. As fotos são uma pequena parte de um banco de imagens que o Sindicato Rural de Guarapuava vem produzindo desde fevereiro de 2013.

com dois dos maiores intelectuais do século XX. Mas, conforme os personagens avançam em seus pensamentos, fica claro que os dilemas da morte inevitável da Vaca Pródiga são também muito semelhantes aos do ser humano. E humanizada, como mulher, com uma ingenuidade investigativa e a constante afirmação de sua condição de vaca, a protagonista arrancou risos da plateia. Após a apresentação, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com o grupo. Pablito Kucarz elogiou a iniciativa do SESI em viabilizar, no Circuito Cultural, a tournée por diversas cidades. O apoio é fundamental, segundo ressaltou, para fazer frente aos custos da logística, que são elevados. Ele destacou também como importante a oportunidade de apresentar teatro para públicos diferentes. A diretora Nina Rosa Sá explicou que trabalhou o texto de forma horizontal com os atores, deixando Pablito escrever o prólogo e Tatiana, o epílogo. A atriz disse que se diverte com a peça: “Essa liberdade que a Nina nos dá é muito interessante para a gente falar aquilo que nos move naquele momento. É uma experiência interessante, porque é uma tragicomédia. Eu sou uma vaca, em cena, tenho que me divertir com isso. É uma peça deliciosa de fazer”, completou em tom de brincadeira. A tournée da peça também incluiu também Jaguariaíva, Castro, Irati, União da Vitória e São Mateus do Sul.


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Esporte

2º Cross Duathlon

teve apoio do Sindicato Rural de Guarapuava A prova foi organizada pelo 16º Batalhão da Polícia Militar

O Julian Witzel, vencedor da categoria Elite, mais de 46 anos

Marcelo Veigantes, coordenador do Cross Duathlon

O Cross Duathlon se caracteriza por percurso a pé e de mountain bike

Mais de 80 pessoas disputaram as duas categorias

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16º Batalhão da Polícia Militar promoveu, no dia 21 de setembro, em Guarapuava, o 2º Cross Duathlon. Foram mais de 80 participantes entre policiais, bombeiros militares e pessoas civis (comunidade). O circuito, formado por percursos a pé e de mountain bike, teve saída e chegada no Quartel do 16º Batalhão da Polícia Militar. A prova foi dividia em duas categorias, a Elite e a Iniciante. Na primeira, o trajeto foi de 3 km de corrida; 18 km de mountain bike e 4 km de corrida. Os homens (militar e civil) foram divididos por idade nessa categoria, sendo de 16 a 25 anos; 26 a 35 anos; 36 a 45 anos e acima de 46 anos. Já na categoria Iniciante, o percurso foi de 1,5 km de corrida; 7 km mountain bike e 1,5 km de corrida e idade livre para ambos os sexos. Segundo o responsável pelo evento, 1º Tenente da Polícia Militar, Marcelo Veigantes, o intuito foi incentivar tanto os policiais militares, quanto toda a comunidade a praticarem um esporte, principalmente de resistência, como é o Cross Duathlon. “Ao contrário do ano passado, que o dia estava chuvoso, esse ano o dia estava lindo. Acho que todos puderam aproveitar muito a prova, praticando esporte e também se divertindo”. O ganhador da categoria Elite (acima de 46 anos), o engenheiro agrônomo Julien Witzel pratica corrida e participa de vários eventos que envolvem o esporte, em Guarapuava e em outras cidades. “Acho que o importante é sempre participar. Além de ser bom para saúde, vejo como uma diversão. Em Guarapuava, percebo que eventos assim vêm crescendo e estão tendo grande adesão das pessoas. O Cross Duathlon tem tudo para crescer e virar uma prova tradicional na cidade”, opina Witzel. A premiação foi de R$ 2.500,00, distribuídos entre os três primeiros colocados no geral. Houve ainda, troféus para os três primeiros lugares de cada categoria e medalha Finisher para os que completaram o percurso. O 2º Cross Duathlon contou com o patrocínio do Sindicato Rural de Guarapuava, entre outras empresas e entidades.

Confira o resultado Categorias Civis Elite - 16 a 25 anos 1º Rennan Cavalin 2º Lucas Marlon Ribeiro 3º Fernando Luan Obal Ribas Elite - 26 a 35 anos 1º Alexandre Ap. 2º Cleverton M. Massuqueto 3º Paulo Rafael Bruning Elite – 36 a 45 anos 1º Sergio Augusto Ribeiro 2º William Roberto Ienke 3º Leonildo Leal Elite – mais de 46 anos 1º Julien Marcel de Lima Witzel 2º Vitalino Luiz Szymczak

Iniciantes Sexo Feminino 1º Marlene Geisel 2º Mari Claudia Seguro 3º Cristiane Andrea Sexo Masculino 1º Alan Fernandes da Cruz 2º Guilherme de Lima Cordeiro 3º Neoraci Tadeu Cordeiro Boeno Categorias Militares Categoria Feminino 1º Ana Isabel Reis Utri

Categoria masculino Elite 26 a 35 anos 1º Luciano Batista Guimarães 2º Daniel Marchena Valote 3º Fabio Segunda Soares Elite 36 a 45 anos 1º Erinton Luis Machado 2º Jonas Luiz Grossi 3º Marcelo Fabiane


Campanha

Sindicato Rural apoia Outubro Rosa

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o dia 1º de outubro começaram as celebrações do Outubro Rosa em todo Paraná. O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou várias ações que foram realizadas no município. Na tarde do dia 22 de outubro, em parceria com o Sicredi, o Sindicato Rural sediou palestra com Tânia Mara Gómez, direcionada ao público feminino. Já no dia 29 de outubro, no salão de festas da entidade, foi realizado um evento para mulheres, com profissionais de diversas áreas, através de parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Na entidade, colaboradoras utilizaram camisetas alusivas ao Outubro Rosa, fitinhas rosas com o símbolo da campanha e o prédio também foi iluminado de rosa. O movimento existente desde 1997 promove ações voltadas à prevenção do câncer de mama e o diagnóstico precoce da doença. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o Paraná registre em 2014 aproximadamente 3,5 mil casos novos de câncer de mama. Atualmente, 95% dos casos diagnosticados precocemente evoluem para cura com tratamento adequado. Umas das formas de diagnosticar o câncer de mama é a realização de mamografias de rastreamento. Este exame é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicado para as mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos.

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Palestra

Em pauta, o CAR (Cadastro Ambiental Rural) O

Sindicato Rural de Guarapuava sediou, na noite do dia 15 de setembro, no anfiteatro da entidade, palestra e debate sobre o CAR, com o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Antônio Caetano de Paula Junior. Ele também respondeu a várias dúvidas dos participantes. Após a palestra, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ realizou entrevista com o secretário, abordando alguns dos assuntos mencionados durante o evento.

RPR – O sr. tem conversado com produtores rurais de várias regiões do Paraná sobre o Cadastro Ambiental Rural. Quais são as principais dúvidas que os produtores vêm demonstrando em relação ao CAR? Secretário Antônio Caetano – De fato nós temos percorrido o Estado, especialmente com a presença dos Sindicatos, dos trabalhadores e os patronais. Não só para tirarmos as dúvidas, mas para apresentarmos uma proposta do Governo do Estado para o Programa de Regularização Ambiental, o PRA. O CAR é um instrumento de cadastro da propriedade e as pessoas me perguntam, por exemplo: eu cadastro quando se tem um passivo eu tenho que recompor uma APP em 3 metros, 5 metros, que atitude vou tomar, já que não existem regras claras de como eu poderei fa-

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zer essa regularização ambiental? A outra se refere àqueles proprietários, e a gente tem 120 mil aproximadamente, que firmaram um termo de compromisso com o Instituto Ambiental do Paraná sob a égide do antigo Código Florestal, que exigia 30 metros de APP, reserva legal de qualquer propriedade, inclusive as com menos de quatro módulos fiscais. E a pergunta é: eu tenho que recompor uma reserva legal, sendo que nessa lei nova a minha propriedade não precisa? Um outra pergunta é: eu tenho averbado no cartório minha reserva legal, só que ela está no cartório e não é mais exigida da minha propriedade reserva legal, como faço, posso desaverbar? E a última dúvida mais comum é daquelas pessoas que adotaram práticas sustentáveis e em especial estavam inscritas no Sisleg. O que elas tinham? APP superior ao atual Código e reserva legal, que não conta com área de APP. Essas pessoas que cumpriram a lei não têm nenhum beneficio? Assim, fizemos um Projeto de Lei que está na Assembleia Legislativa, para deixar claro todos esses pontos. Como um proprietário regulariza sua propriedade e como aqueles que já têm mata acima do que exige o Código vão ser beneficiados? Porque nós concordamos que aquele que fez no passado todas as práticas corretas e hoje tem excesso de mata nativa, que o Estado precisa reconhecê-lo de alguma forma. Então, propomos que, primeiro, eles serão os prioritários na compensação de reserva legal para o Estado do Paraná. Comercializar esses remanescentes florestais para aqueles que precisam compensar reserva legal, levando dinheiro diretamente na mão daqueles que preservaram no passado. Aqueles que não querem compensar, o Estado precisa reconhecer o servi-


ço ambiental que eles prestam, então na Lei, nós garantimos que esses proprietários serão remunerados por meio do pagamento de serviços ambientais, a partir da finalização do CAR. RPR – O sr. mencionou que o CAR precisaria ser melhorado em alguns pontos. Qual, na sua opinião, o principal ponto que precisaria de melhoria no sistema? Secretário Antônio Caetano – O principal problema é a qualidade de imagens do satélite fornecidas pelo Governo Federal. Baixa resolução e algumas propriedades que já estão geoprocessadas possuem uma divisa dentro do rio, dentro da estrada, dentro da cidade. Tudo por causa da baixa resolução dessas imagens. O Estado do Paraná já notificou várias vezes o Governo Federal para que ele melhore essas imagens e nós estamos procurando uma solução caseira para essa melhoria. Outro ponto que está sendo considerado um problema é a ausência de rios pequenos. A opção que o Sistema dá é de 0 a 10 metros. Então se o rio tem 2 metros, a APP de um agricultor familiar aparece inteiro como sendo de 10 metros e não de 2. Portanto, essas coisas estamos levando ao conhecimento do Governo Federal, que é o detentor do Sistema, para ver como se pode melhorar. RPR – Em sua palestra, em Guarapuava, o sr. destacou que nas propriedades rurais, além de se observar os limites legais de preservação das matas, também é importante a adoção de práticas conservacionistas, como curvas de nível (onde elas são necessárias). Quais seriam outras práticas que o sr. considera importantes? Secretário Antônio Caetano – Quando falamos em serviços ambientais, em meio ambiente, não podemos restringir a discussão em árvores em pé. A floresta tem um papel fundamental para biodiversidade, para contenção de deslizamento de terras e uma série de outras questões ecossistêmicas, só que isso não é o suficiente para discutirmos um ambiente equilibrado. Uma pro-

priedade que faz curva de nível adequada, faz plantio direto, tem o seu carreador na mesma altura da lavoura, presta um serviço ambiental de extrema relevância, porque ela faz com que o solo não seja perdido em uma chuva, por exemplo, causando o assoreamento do rio, a turbidez da água e para ele, proprietário, também é uma perda, já que ele perde o solo. E perdendo, ele tem que usar mais fertilizantes. Aplicando mais fertilizante, entramos em um ciclo vicioso, que é ruim para o meio ambiente, para saúde humana e para o bolso do produtor. Então, quando falamos de boas práticas agrícolas, são aquelas que associadas a uma área de preservação permanente adequada, ao manejo integrado de pragas, utilização de agroquímicos de forma racional, feito por um agrônomo, discussão com o que vamos fazer com o esgoto doméstico, com os dejetos dos animais, estamos demonstrando que o Estado está começando a repensar o campo, para que todas as práticas do nosso agricultor, de um lado tragam benefícios ao meio ambiente e, de outro, aumentem a rentabilidade da produção.

Secretário Antônio Caetano

RPR – Todos os produtores rurais do Brasil devem se cadastrar no CAR. No Paraná, especificamente, quantos produtores rurais existem ou quantas propriedades aproximadamente? Secretário Antônio Caetano – São 532.840 mil propriedades. Significa que vamos precisar disso tudo de cadastro. Esse é o número que o Paraná possui hoje de acordo com o nosso levantamento. É bom destacar que desse número, cerca de 490 mil proprietários, ou seja, 92,26% são minifúndios, que são até 4 módulos fiscais. O Paraná tem uma maioria fundiária. Entretanto, do ponto de vista da ocupação do solo, 43% do território do Estado está na mão de 2,90%, ou seja, são 15.900 mil proprietários que possuem imóveis acima de 10 módulos fiscais. E por que esse número é importante? Porque é com essas pessoas que devemos pensar em uma estratégia da compensação da reserva legal.

Sindicato Rural orienta sobre o CAR O Sindicato Rural de Guarapuava mais uma vez vem prestando ao produtor rural um serviço importante: neste segundo semestre, a entidade intensificou a prestação de orientações sobre a inscrição de propriedades no CAR. Funcionários treinados têm respondido a várias dúvidas. Para os interessados em obter mais informação sobre o cadastro, comparecendo pessoalmente ao sindicato, o endereço da entidade é: Rua Afonso Botelho, nº 58, no Bairro Trianon. O atendimento acontece de 8h às 11h30 e de 13h00 às 17h30. O CAR está sendo feito, na entidade, para casos de solicitação no cartório ou IAP. Nos demais casos, a orientação é aguardar o PRA e os ajustes que estão sendo feitos no sistema do CAR.

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Cooperativismo

Eventos movimentam a cooperativa de crédito e investimento Sicredi Terceiro Planalto PR V

ários eventos têm movimentado as unidades de atendimento da cooperativa de crédito e investimento Sicredi Terceiro Planalto PR. No final de agosto (25), uma nova unidade de atendimento da Sicredi Terceiro Planalto PR foi inaugurada no município de Pitanga. Participaram do evento o presidente da cooperativa Adilson Primo Fiorentin, diretor Executivo Valmir Dzivielevski, diretor de Negócios Jardiel Cherpinski, diretora de Operações Iara Bella Arruda, o gerente Milton Dídimo Júnior, membros do conselho de administração e fiscal, coordenadores de núcleo, entre outras lideranças locais. O gerente da unidade agradeceu os presentes e lembrou da importância do investimento para o município. “Tínhamos uma estrutura muito pequena que não permitia um atendimento de qualidade diante o desenvolvimento de Pitanga. Hoje, com essa nova estrutura, sinto-me privilegiado e tenho certeza que toda a equipe têm

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esse mesmo sentimento, pois teremos um espaço diferenciado para continuar atendendo bem aos nossos associados, buscando crescimento e contribuindo para o desenvolvimento do nossos associados, gerando renda e qualidade de vida, afinal essa é a missão do Sicredi”, destacou Milton Didimo Junior. Para o presidente da Sicredi Terceiro Planalto PR, Adilson Fiorentin, essa mudança de estrutura e endereço após 12 anos de atuação no município é de extrema importância. “A alguns anos atrás, o cenário para as cooperativas era outro, tínhamos muitas limitações e dificuldades, não conseguíamos atender nossos associados de forma integral. Só conseguimos tal feito a partir da conquista da livre admissão do sistema, que aconteceu em 2003, e da nossa cooperativa, que aconteceu em 2011. Essa nova estrutura é um anseio da comunidade. Precisávamos ampliar nosso espaço para atender melhor nossos mais de 1,6 mil associados”, comentou.


Também no final de agosto (26), foi realizado o 1º evento de negócios em Guarapuava/PR, promovido pela cooperativa. Na noite, a cooperativa celebrou a venda de mais de 90 cotas, totalizando mais de R$ 4,5 milhões em créditos de consórcio, números que demonstram a força do Sicredi, uma das maiores instituições financeiras do país. O encontro foi realizado no Vitri Buffet e contou com a participação de mais de 200 associados das unidades de Guarapuava (Entre Rios, Portal do Lago e XV de Novembro), com seus respectivos gerentes e equipe de colaboradores. Também estavam presentes, o presidente e a diretoria executiva da cooperativa, o assessor de consórcios e captação da superintendência regional Terra dos Pinheirais Carlos Eduardo Nieckars da Silva, a gerente de desenvolvimento da Central Sicredi PR/SP/RJ Adriana Zandoná. Na ocasião, informações sobre o produto Sicredi consórcios foram apresentadas pela representante da Central Sicredi PR/SP/RJ Adriana Zandoná. “Qual o seu sonho? É com esta pergunta que tentamos explicar para todos os nossos associados a importância e as vantagens do Sicredi Consórcio. Temos linhas voltadas a serviços, estética, auto, imóveis, motos, pesados, viagens, formaturas, enfim, todos os sonhos pessoais ou familiares dos nossos associados podem ser realizados com uma cota de consórcio, e o melhor de tudo, de forma barata e planejada”, destacou. Para Adilson Primo Fiorentin, o evento foi um sucesso. “O Sicredi está crescendo dia após dia, não só no segmento rural, início e a base de todo o nosso sistema, mas também em todos os seus mais de 100 produtos financeiros disponibilizados aos mais de 2,6 milhões de associados, distribuídos por 11 estados brasileiros. Cada vez mais, todos estão entendendo que temos tudo aquilo que outras instituições financeiras têm, com o diferencial de que aqui as pessoas não são apenas clientes, mas sim donas de sua pró-

pria cooperativa. O produto Sicredi Consórcio é de extrema importância não só pelas vantagens que o associado têm ao adquirir uma cota, mas também pelo fato de ser considerado um investimento de médio prazo”, destacou. O encerramento do evento foi marcado por uma palestra proferida pelo médico convidado, cirurgião plástico e proprietário da clínica Speciallité de Guarapuava, Dr. Antônio Marcos Cabrera, que falou sobre a importância e quais são os mais procurados tratamentos estéticos da atualidade. Posteriormente, todos participaram de um coquetel. Em setembro (05), a cooperativa encerrou suas reuniões de prestações de contas que neste ano novamente tiveram uma excelente participação dos associados. Algumas unidades se destacaram, entre elas: Turvo, que alcançou 11,7% de participação da sua base de associados, Santa Maria do Oeste 9,8% e Entre Rios 9%. Para o presidente Adilson, “os encontros demonstram um diferencial do Sicredi, que é a transparência na gestão. É de extrema importância que o associado conheça qual o caminho a cooperativa está seguindo e quais os objetivos futuros”. Ao todo, mais de 1,3 mil pessoas participaram das prestações de contas das 10 unidades de atendimento da Sicredi Terceiro Planalto PR.

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Jantar beneficente

Evento aconteceu em agosto, reunindo público de 1.200 pessoas, além de voluntários e patrocinadores

Festa do Soquete de Carneiro: sucesso de público e arrecadação Sindicato Rural foi um dos apoiadores do evento, que é uma das mais tradicionais festas beneficentes de Guarapuava

Na cozinha: preparo do carneiro, em clima de alegria

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Festa do Soquete de Carneiro 2014, realizada dia 23 de agosto no Pahy Centro de Eventos, em Guarapuava, superou as expectativas dos organizadores. Em sua 15ª edição, o jantar, um dos mais tradicionais eventos beneficentes do município, reuniu um público de 1,2 mil participantes, arrecadando em torno de R$ 180 mil. Este total foi repartido igualmente entre quatro entidades: a Acopecc (Associação Centro-Oeste do Paraná de Estudos e Combate ao Câncer), Apadevi (Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais), Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e Centro de Nutrição Renascer (voltado ao atendimento a crianças em situação de risco por desnutrição). Prestação de contas do evento, promovido pela Maçonaria de Guarapuava, ocorreu no dia 3 de outubro, na Loja Philantropia Guarapuavana, com a presença de dirigentes das entidades sociais beneficiadas. O coordenador da Festa do Soquete de Carneiro, Mauro Severo Krinski, comentou que cada entidade utilizará os R$ 45 mil recebidos para desenvolver projetos apresentados, no início deste ano, aos organizadores da festa. A aplicação dos recursos será auditada até março do 2015, sendo a aprovação um pré-requisito para as entidades poderem participar da edição seguinte do evento. Krinski acrescentou que todos os anos as entidades têm realizado prestações de contas de forma exemplar. Ele destacou ainda que, além do público, muitas pessoas também contribuíram para o sucesso da iniciativa, como mais de uma centena de patrocinadores e 150 voluntários que trabalharam no evento. O Sindicato Rural de Guarapuava foi um dos patrocinadores do evento.


Nozes pecan

A nogueira pecan e os sistemas agroflorestais Eng. Agr. MSc. Julio Cesar Farias Medeiros

Cultivo consorciado com lavoura anual: milho

Responsável técnico Viveiros Pitol CREA 15.364-D JMedeiros Consultoria julio@jmedeirosambiental.com.br

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nogueira pecan (Carya illinoensis), originária do sul dos Estados Unido e Norte do México e introduzida no Brasil através do estado de São Paulo, no ano de 1870, por ser planta de clima temperado, acabou migrando para os três estados do sul do Brasil: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde já é cultivada há mais de 100 anos, tendo se adaptado perfeitamente na maioria das regiões destes três estados. Além dos baixos custos de implantação e manutenção, da pouca exigência de mão-de-obra, da excelente rentabilidade, do mercado interno e externo altamente promissor em franco crescimento, conforme já tratado em artigos anteriores, essa cultura se apresenta ainda com a grande vantagem de possuir a característica de adaptabilidade a diferentes formas de cultivo, adequando-se a diversas situações encontradas nas propriedades, tanto as de pequeno, médio, como grande porte. Além do cultivo solteiro, a nogueira pecan pode ser explorada com uma variedade muito grande de culturas anuais nos seis primeiros anos de cultivo, como soja, milho, feijão, fumo e outras, além de pastagens, no sistema de lavoura-pecuária, onde é perfeitamente possível a exploração simultânea do pomar com criações como bovinocultura de corte e de leite e ovinocultura, com ganhos tanto para o pomar, que recebe a adubação orgânica e é mantido com a grama roçada pelos animais, quanto para a criação, que se beneficia da sombra proporcio-

nada pelas árvores do pomar, com altos ganhos do ponto de vista de conforto animal, com reflexos na maior produção de carne, leite e lã. Outra cultura que pode ser perfeitamente explorada em consórcio com a nogueira pecan é a erva-mate, que ainda é beneficiada pelo cultivo à meia-sombra, com ganhos na qualidade do produto, que é mais valorizado pelo mercado quando manejado sob condições de sombreamento parcial, pois o produto obtido tem maior qualidade, devido ao sabor obtido. Uma outra grande alternativa para a cultura é o plantio nas áreas de Reserva Legal, uma vez que a legislação brasileira determina a destinação de um percentual da área da propriedade para este fim. Porém, a lei não impede a exploração de culturas perenes nas entrelinhas das espécies arbóreas nativas, o que permite que a nogueira seja cultivada também nestas áreas, que, do contrário, poderiam permanecer sem uma exploração econômica. O cultivo em consórcio, no sistema agroflorestal, gera reflexos positivos e significativos na produtividade e rentabilidade, tanto do pomar quanto da criação. Os ganhos com esta modalidade de exploração podem ser atribuídos ainda à redução da erosão do solo e da necessidade de uso de herbicidas, inseticidas e fungicidas, ao maior ganho financeiro por área e ainda a distribuição mais uniforme da renda ao longo do ano, pois o sistema permite o ingresso de receitas durante o ano todo.

Cultivo em Área de Reserva Legal

Consorciação com bovinos de corte

Consorciação com ovinos

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Ferramenta

Molin explica a Agricultura de Precisão

Mais de 130 pessoas participaram do evento, promovido pela Faep

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Seminário de Agricultura de Precisão (AP), promovido pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), no Sindicato Rural de Guarapuava, no dia 10 de outubro, atraiu mais de 130 pessoas, entre produtores rurais, engenheiros agrônomos, técnicos e estudantes da área. O evento abordou conceituação e contextualização da Agricultura de Precisão (AP); ferramentas envolvidas: GNSS, sensores, técnicas de amostragem, sistemas de informações geográfica, máquinas e equipamentos; gestão das lavouras e o desafio de entender e tirar proveito da sua variabilidade espacial e temporal; técnicas e perspectivas para o futuro. O seminário foi coordenado pelo professor José Paulo Molin, do Departamento de Engenharia de Biossistemas – Área de Mecânica e Máquinas Agrícolas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Molin explicou que o objetivo dos seminários, realizados em várias cidades do Estado, foi difundir os conceitos de AP. “A nossa grande pre-

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ocupação é que quando começa a se massificar esta técnica, os conceitos básicos que regem a AP são esquecidos”. Para ele, quando se discute a AP, é preciso ressaltar que as lavouras não são uniformes. Existem manchas nas culturas e, em muitas delas, o produtor tem ingerências, conseguindo eliminá-las. “Uma das funções da agricultura de precisão é eliminá-las, mas desde que sejam manchas que o homem tenha poder sobre elas. Existe muita coisa que o homem não tem o poder de mexer. A Agricultura de Precisão é o meio que nos viabiliza explorar essas manchas”, ressalta o professor. Para Molin, o grande desafio quando se trata da Agricultura de Precisão é evoluir e enxergar outras técnicas na área de avaliação da lavoura. “Nós estamos estagnados naquela técnica clássica de amostragem de solo em grade, colocar mais onde precisa mais, e menos onde precisa menos. Mas se olhar para cultura e para as manchas que a cultura enxerga, elas são mais perenes. Portanto, é preciso aprender com a cultura e tratar esse comportamento diferenciado que ela manifesta todos os anos”.


Capacitação de mão-de-obra O participante do evento, engenheiro agrônomo Pellisson Kaminski comentou que também é preciso que o operador seja capacitado, sendo essa uma demanda essencial para a evolução da AP. “O operador precisa estar apto para identificar ou diagnosticar problemas básicos, quando se trata dos equipamentos. Se ao menos o operador souber diagnosticar esse problema, relatando à revenda, fica muito mais fácil. E o Senar está dando uma visão interessante para isso, divulgando o básico, para que os operadores consigam diagnosticar problemas. Porque a tecnologia veio para melhorar tudo, mas algumas vezes existe a dificuldade de manipulá-la”.

colheitadeira pode ser comprada com monitor de produtividade atualmente. Portanto, faça mapa de colheita, na safra de verão e inverno, para entender as manchas da lavoura. Há outras ferramentas que estão chegando, como imagens de satélite, de VANT (Veículos Aéreos Não Tripulados) e outras mais atuais, como condutividade elétrica do solo. São tecnologias que estão chegando, mas não estão sendo efetivamente usadas”.

Palestrante José Paulo Molin, professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas

Benefícios Outro participante, o produtor rural Bruno Reinhofer, que utiliza a AP em sua propriedade desde 2005, disse que, para ele, os benefícios dessa ferramenta é a melhor avaliação do talhão e na parte operacional. “Ela me proporciona mais dados, para que eu seja mais eficiente”. Reinhofer conta que, desde o princípio, tem o apoio técnico, tanto na parte administrativa, como na técnica, procurando sempre encontrar as falhas, fazendo as melhorias.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Variabilidade Kaminski explica que, na primeira fase da AP, para justificar a implantação da técnica, o produtor precisa saber se há variabilidade dentro da propriedade. “Se não houver essa variabilidade, não justifica o produtor utilizar AP. Então, quanto maior a propriedade, geralmente vai haver uma maior variabilidade, o que acaba justificando a adoção da AP nas grandes propriedades”. Após esse diagnóstico, o próximo passo para a implantação da Agricultura de Precisão é a coleta de dados. Quanto a essa coleta, Molin cita que os mapas de colheitas são essenciais. “Toda

Grosse, supervisor do Senar de Guarapuava

Afrânio L. Nardelli - CREA/PR 85033/TD alnardelli@yahoo.com.br (42) 9933-7201 - (42) 3625-2271 Av. E 1061 - CEP 85139 - 400 Colônia Vitória - Guarapuava - PR Paulo José Alba - CREA/RS 177284/TD pjagro@yahoo.com.br (45) 99356745 / (45) 91286588 / (45) 30296067 Rua Caracas, 45 - CEP 85858-040 Beverly Fahls - Foz do Iguaçu - PR

A nossa grande preocupação é que quando começa a se massificar esta técnica, os conceitos básicos que regem a AP são esquecidos”


Festa do Charque 2014

Rodeio movimentou as tardes do evento Cerca de 500 laçadores participaram do rodeio crioulo

Público: na torcida por familiares, amigos e conhecidos

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ais uma vez, o Sindicato Rural de Guarapuava apoiou e esteve presente a um dos maiores eventos da região: a Festa Nacional do Charque, que, neste ano, ocorreu de 27 a 31 de agosto, no Centro de Eventos Antônio Loures Alves. Na programação, promovida pela prefeitura de Candói com diversos apoiadores, o sindicato se fez presente com um estande, na área de agricultura, onde recebeu a visita de associados e produtores rurais em geral, e pela quinta vez como um dos patrocinadores do Rodeio Crioulo, promovido pelo grupo Piquete Cacique Candói. Em sua 34ª edição, a competição, realizada em clima de amizade entre os participantes – crianças, jovens e laçadores já experientes, divididos em várias categorias – fez o público lotar a arquibancada da pista de laço, tornando-se a principal atração das tardes da festa.

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Acampamento no centro de eventos: laçadores vieram de várias regiões

Um dos membros do Piquete Cacique Candói, o produtor rural Gibran Thives Araújo, que participou da organização do rodeio, destacou que, além de manter uma tradição, a atividade também promove uma integração entre gerações. “É uma satisfação reviver um pouco da história e resgatar a tradição. O laço comprido serve para isso: para a gente trazer a família”. Gibran sublinhou que os inscritos compartilham a alegria de reviver o tradicionalismo do estilo campeiro – traço cultural que dá o tom da festa, onde se rememora o tropeirismo, tanto na principal atração gastronômica, o charque, quanto na própria tropeada que abre o evento. Exaltando a presença também de mulheres no rodeio, ele recordou que a participação feminina contribui ainda mais para que toda a família esteja unida. E apontou que competidoras vêm relevando grande habilidade: “Hoje, temos meninas laçando Brasil afora, que se destacam e ganham prêmios em muitos locais”.


Mas o sucesso do rodeio acaba ultrapassando o nível local. Ainda de acordo com o membro do Piquete Cacique Candói, por já ter alcançado um bom padrão de organização, a competição acaba atraindo um grande número de laçadores. “Estamos com mais de 500 participantes, entre todas as modalidades”, festejou, mencionando a presença de entusiastas vindos tanto de municípios vizinhos, como Guarapuava, quanto de outras regiões paranaenses e de Estados como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Participação que se podia dimensionar no acampamento de laçadores montado numa área dentro do centro de eventos. Com isso, o chamado “laço comprido” vem se tornando uma tradição que, com o tempo, se amplia cada vez mais, misturando competição, descontração e habilidade. A origem desta prática, segundo relatou Gibran, está no cotidiano rural: “O laço comprido nasceu para se copiar um pouco do que se fazia no campo. Os fazendeiros, na lida do

Dois momentos no rodeio: fita no chapéu mostra que, independente de laçadas positivas ou negativas, laçador mantém com orgulho seu apreço pela fé em Nossa Senhora; enquanto isso, à beira da pista, dezenas de jovens, sobre suas montarias, observam os mais experientes e esperam também o momento de viver um dia de destaque no laço comprido.

Gibran, do Piquete Cacique Candói: alegria de ver famílias unidas em torno da tradição campeira

dia a dia, usavam o laço para conter os animais. Isso começou a aguçar o interesse em laçar como um lazer também. E começaram a fazer brincadeiras dentro das propriedades. Os vizinhos se comunicavam e faziam o laço dentro da fazenda”. E a origem, contou, é o Rio Grande do Sul. “Alguns fazendeiros guarapuavanos e candoianos foram até lá, porque tinham amizade com eles. Observaram isso na origem, acharam interessante e trouxeram para cá. E a tradição tomou conta”, explicou. “É uma alegria trazer as pessoas para cá, num ambiente agradável, saudável, mostrando um pouco da cultura dos antepassados”, concluiu, feliz com a presença de laçadores e público.

A tradição do Charque A Festa Nacional do Charque foi criada há 17 anos com o principal objetivo de manter a tradição dos tropeiros gaúchos que passavam pela região de Candói com destino a Sorocaba - SP, para vender seus animais. A região de Candói era ponto de parada para descanso e alimentação da tropa. E para manter a carne boa para o consumo, após muitos dias ou semanas, era preciso salgá-la e secá-la, e dava-se o nome de charque (palavra de origem quíchua, que significa carne de gado cortada em mantas, salgada e seca ao sol). Com o passar dos anos e o declínio do tropeirismo, pessoas que moravam na cidade e região continuaram com a tradição da comida. Mas apesar de Candói ser conhecida como a cidade do charque, na região, o cozinheiro e proprietário do restaurante Fornellone, Jonilson Araújo, que foi responsável pela produção dos almoços e jantares da Festa do Charque, diz que essa tradição vinha se perdendo nos últimos anos, até mesmo pela

ausência do evento. “Porém, nesse ano a administração atual procurou resgatar esse costume, organizando a festa. É o primeiro ano que estamos tendo charque e paçoca para as pessoas levarem para casa, em nenhuma outra edição existia isso. Antes também não havia açougue que fazia o charque aqui na cidade, agora já tem”. Para os cinco dias de festa foram utilizados 1.600 kg de charque na preparação dos almoços e jantares. Os pratos, na sua grande maioria, eram todos realizados com base na carne seca, sendo arroz carreteiro, bolinho de charque, charque com batata doce, lasanha com recheio de charque, o charque assado, entre outros. “É preciso manter essa tradição do charque, pois leva o nome da cidade para todo o Brasil”, comenta Araújo. Ele afirma que seu restaurante vai começar a servir, uma vez por semana, pratos a base do charque. “Apesar de ser um prato nobre, será uma forma de tentar manter em evidência essa tradição”, finaliza.

Uma das atrações da festa que mais chamou a atenção foi os almoços e jantares com pratos a base do charque

Jonilson Araújo, proprietário do restaurante Fornellone e organizador dos almoços e jantares da Festa do Charque

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Cursos Senar

Guarapuava

Curso: Trabalhador no Cultivo de Plantas Industriais - erva-mate / plantas industriais - pragas e doenças da erva-mate

Curso: Trabalhador na Segurança no Trabalho - NR 33 - espaço confinado - supervisores

Curso: Condutores de Veículos - DETRAN atualização - movimentação e operação de produtos perigosos – MOPP

Curso: Produção Artesanal de Alimentos – Panificação

Curso: Qualidade de Vida – Família Rural

Curso: Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris – Software RuralPro

Data: 10/09 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor : Zeno Alceu Hetka

Data: 11 a 12/09 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Tiago Pinto de Magalhães

Data: 13/09 Local: Projeção Instrutor: Denise Bubniak

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Data: 09 a 13/09. Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor : Clóvis Michelim Biasuz

Data: 22 a 23/09 Local: Comunidade Bethânia Instrutor: Ines Maria Wietozikoski

Data: 06/09 a 25/10 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Luiz Augusto Burei


Candói

Curso: Condutores de Veículos - DETRAN movimentação e operação de produtos perigosos - MOPP Data: 29/09 a 03/10 Local: Sindicato Rural de GuarapuavaExtensão de Base Candói. Instrutor: Tiago Pinto de Magalhães Parceria: Agropecuária Santa Clara

Curso: Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos NR 31 Data: 20 a 22/08 Local: Sede da Agropecuária Santa Clara. Instrutor: Rubens Gelinski. Parceria: Agropecuária Santa Clara

Curso: Gestão de Pessoas- Mulher Atual. Data: 24/09 a 25/11 Local: Pavilhão Comunidade de Barra Mansa. Instrutor : Fabíola Bocalon Weiss. Parceria: Secretaria de Promoção Social

Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos – Panificação Data: 14 e 15/08. Local: Pavilhão da Comunidade de Fartura Instrutor : Inês Maria Wietozikoski. Parceria: Secretaria de Promoção Social

Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos – Panificação

Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos – Panificação

Data: 24 a 25/09. Local: Centro comunitário de Passo Grande II Instrutor : Denise Bubniak Parceria: Secretaria de Promoção Social

Data: 29 a 30/09. Local:Pavilhão da Igreja. Instrutor : Denise Bubniak. Parceria: Secretaria de Promoção Social

Revista Revista do do Produtor Produtor Rural Rural do do Paraná Paraná

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Cursos Senar

Candói

Trabalhador na Operação e Manutenção de Roçadeiras- Roçadeira Profissional Data: 11 e 15/08 Local: Sede da Agropecuária Santa Clara Instrutor : Daniel Giorno Nascimento Parceria: Agropecuária Santa Clara

Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes - New Holland - básico em New Holland Data: 11 e 12/09 Local: Arcam Instrutor : Domingos Carlos Basso Parceria: Coamo

Cantagalo Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos – Panificação Data: 08 e 09/08 Local: Sindicato Rural de Guarapuava extensão de base Cantagalo Instrutor: Ines Maria Wietozikoski Parceiro: Secretaria de Educação de Cantagalo

Qualidade de vida – idosos Data: 29/07 Local: Sindicato Rural de Guarapuava extensão de base Cantagalo Instrutora: Fabíola Bocalon Weiss Parceria: CRAS – Assistência social de Cantagalo

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Tratorizado de barras NR 31 Data: 06 a 08/08 Local: Arcan Instrutor: Domingos Carlos Basso Parceiro: Coamo


Profissionais em destaque

Agricio Ribas, Tiago ferreira, Mireille Dalzotto, Luiz Henrique Chimiloski, Anderson Robert Pilati, Fabrício Stelle, Robson Molinari e Marcos André Godoy (Tratorcase)

Evaldo Luis Hansaul e Manfred Leoni (Agrotis)

João Marioto e Tobias Zandoná (Chemtura Agrosolutions)

Walasse Farias e Thiago Lima (Dacoregio)

Yuri Eurich e Julien Witzel (Bayer)

Juliano Schebelski; Simone Terezinha Bianchi; Kênia Paula Ribeiro Menegozzi; Fernando Michel Wagner (Biotrigo)

Luiz Fernando Felix, Marcelo Gomes, Jeferson Rezende e Edgar Zuber (Inquima)

Celso Dona, Glauber Martins, Luiz Acadrolli, Pablo Wagner e Luiz Fernando (Augustin)

Rafael Pacheci, Fernando Stelle, Carlos Gazarti, Hamilton Freitas, Oberdan Hey, Valdecir Siqueira e Giovane Konig (John Deere)

Engenheiros agrônomos da Cooperativa Agrária e pesquisadores da FAPA em visita técnica no município de Passo Fundo (RS)

Visita de representantes da Regional do Senar Ponta Grossa. Felipe Grzebielucka, Lucas Oliveira, na foto, com Aparecido Ademir Grosse (Supervisor da Regional do Senar Guarapuava) e Rodolpho Luiz Werneck Botelho (presidente do Sindicato Rural de Guarapuava).

Visita do agropecuarista e escritor Nivaldo Passos Krüger. Na foto, com o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e a gerente Luciana de Queiroga Bren. Engenheiros agrônomos da Cooperativa Agrária e pesquisadores da FAPA em Revista do Produtor Rural do Paraná visita técnica no município de Passo Fundo (RS)

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Produtores em destaque Entrega dos brindes sorteados como vales durante evento do Dia do Agricultor, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava. Confira as fotos:

Agroceres: Fernando Mayrer, Vitor Kruger e Ângela Zanchetta

Biogene: Rodrigo Davedovicz e Gabriela Tratz

TMG: Pablo Rogério Soares e Anton Hering (representante do ganhador Adam Scherer)

Pioneer: Cyrano Yazbek, Mateus Martins de Rocco, Cleia Martins e Adilson Pagno

Galpão do Boiadeiro: Alfredo Jacob Abt e Juliana Trevisan Barbosa da Silva

Galpão do Boiadeiro: Adelino Bridi e Juliana Trevisan B. da Silva

Dekalb: Ana Paula F. Ransolin e Larissa Pereira

Golden Tree: Tayná Jornada Ben e Carlos Pereira Araújo

Nidera: Gunther Duhatschek

Biogene: Rodrigo Davedovicz e Wilian Rickli Siqueira

Galpão do Boiadeiro: Jairo Silvestrin (marido da ganhadora Maria Silvestrin) e Juliana Trevisan Barbosa da Silva

Agroceres: Fernando Mayrer, Rudolf Abt e Ângela Zanchetta

Galpão do Boiadeiro: Noélia Mara Cordeiro Marcondes e Juliana Trevisan Barbosa da Silva

Dekalb: Daniel Primak Alves e Larissa Pereira

Sempre Sementes: Didier André Sentone e Anton Hering

Pioneer: Cyrano Yazbek, Maria Milla e Adilson Pagno

Pioneer: Adilson Pagno, Antonio Peterlini e Cyrano Yazbek

Golden Tree: Vanderlei Gomes de Assis

Novos sócios Vera Terezinha Eidam

Lucélia Ratuchinski Pires do Prado

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Luciano Kloster Arruda

José Plácidio Moreira Filho

Anderson Fornazzari

Fabrício Gonçalves Lustoza Araújo

Mônica Casagrande

Peter Spiess Júnior

Rodrigo José de Abreu

Gilberto Maack Kurowski

Jonas José Kulka


ens e t & s d i k l Espaço rura

Felipe, filho de Mariele Antunes Schneider e Marlon Newton Lustosa Schneider Beatriz Lustosa (7 anos), filha de Ulisses e Alexandra Lustosa na Fazenda Bela Vista

Guilherme Araújo Gelinski, filho de Alfredo Gelinski Jr e Mireile Araújo Gelinski

Com apenas 16 anos de idade e menos de dois anos competindo, o membro da equipe GARRA TRILHA/Inquima de Guarapuava, apresentou um bom desempenho na “Copa Dalba de Enduro Fim”, que abrange a região centro-sul e centrooeste do Paraná.

José Rezende Neto, 1º lugar na 6ª etapa da COPA DALBA (Categoria E6)

Novaão ç a r e G

Nova o va ã o ç N a r a Ge o v ã o ç N a r e G o ã ç a Ger Nova Geração

Errata

Trocamos a legenda das fotos de Benício e Ruy no Espaço Rural Kids & Teens da última edição. Pedimos desculpas aos pequenos (e aos pais). O correto é:

Fellipe Lustosa Ribas Jaerger

Gabriel Ben Serpa Szabo na fazenda Santa Fé

Benício, filho de Ana Laura Alves Teixeira e Guilherme Ida

Ruy, filho de Andriele Cosmo Alves Teixeira e Ruy Laureci Alves Teixeira Neto

Envie sua foto para o e-mail: comunicacao@srgpuava.com.br


Novembro

01/11 Egon Heirich Milla 01/11 Helmuth Mayer 01/11 Jonas José Kulka 01/11 Raimundo Gartner 01/11 Rodrigo Schneider 02/11 Gunter Winkler 02/11 Johann Wolbert 02/11 Theresia Jungert 03/11 Dionísio Burak 03/11 Evaldo Anton Klein 03/11 Karl Keller 04/11 Ana Célia de Araújo 04/11 Antônio Schramm 04/11 Cleverson Atalibe Martins 04/11 Eunice Maria Scheis Keller 04/11 João Laertes Ribas Rocha 05/11 Antônio Carlos R. Burko 05/11 Carlos Alberto D. de Castro 05/11 Luciane Silvestri Araújo 05/11 Rubens Lopes De Araújo

06/11 Egon Winkler 06/11 Franz Weicher Júnior 06/11 Jocelim A. das Neves 07/11 Luiz Carlos Mendes de Oliveira 08/11 Anderson Lineu Martins 08/11 Irene Elisabeth Remlimger 08/11 Josef Spieler 09/11 Osmar Antônio Dalanora 09/11 Vinícius Rocha Camargo 10/11 Mariana Martins Marcondes 11/11 Alaor Lopes Fritz 11/11 César P. Zambenedetti Ribas 11/11 Gilberto Baroni 11/11 Sidinei Denardi 12/11 Harry Mayer 12/11 Rachel Maria Naiverth 13/11 Cícero Passos de Lacerda 13/11 Heinrich Vollweiter 13/11 Rozeli Araújo Oliveira 14/11 Deodoro Araújo Marcondes

15/11 Jaime Tonon 15/11 Leonardo Obal 15/11 Otto Martin Ritter 15/11 Vicente Mamcasz 16/11 Valério Tomaselli 17/11 Aldoino Goldoni Filho 17/11 Alfredo Szabo 17/11 Antônio Cassol 17/11 Bruno Armstrong de Araújo 17/11 Miguel Wild 17/11 Ronald Oster 18/11 Alexandre Seitz 18/11 João Pfaff Pertschy 19/11 Luciano Koloda 20/11 Cilton Ribas 20/11 Edson José Mazurechen 20/11 Etelvino Romano Portolan 20/11 Francisco dos Santos 20/11 Rodrigo Ribas Martins 21/11 Daniel Giorno Nascimento

21/11 Mario Losso Klüber 21/11 Ruy Jorge Naiverth 22/11 José Carlos Lustosa 23/11 André Szendela 24/11 Edemar Balkau 25/11 Anton Gottfried Egles 25/11 Rodolfo Wolbert 26/11 Antônio Lineu Martins 26/11 João Maria Siqueira Ribas 26/11 Maria Ap. Lacerda Araújo 27/11 Ozias Schineider 28/11 Alfredo Jungert 28/11 Raimund Helleis 28/11 Vânia Elisabeth C. F. de Melo 29/11 Karl Heinz Laubert Filip 29/11 Priscila Klein 30/11 George Karam 30/11 Joarez Santana N. de Oliveira 30/11 Joicimar Antônio Centofante 30/11 Josef Dettinger

Dezembro

Aniversariantes/2014

01/12 Allan Kardec O. Lopes Filho 01/12 João Afonso Fontoura Bilek 01/12 Klaus Kratz 01/12 Luciane Werneck Botelho 01/12 Maria Danieli dos Reis 01/12 Maria de L. Scheidt Mader 02/12 Arion Mendes Teixeira 02/12 Claraci Borges 02/12 Cláudia Scherer Korpasch 02/12 Gilson Schimim Mendes 02/12 Roselinda de F. N. Chiaro 03/12 Daniel José Loures 03/12 Elcio Dobgenski 03/12 Odacir Antonelli 04/12 Ruy Laureci Alves Teixeira 05/12 Blacardini Fritz Gadotti 05/12 Erna Teresa Milla 05/12 Jefferson José Martins 05/12 João Paz França 05/12 Siegbert Nauy 05/12 Telcio Granemann Fritz 07/12 Anton Egles 07/12 Franz Milla II 08/12 Daniel Peruzzo

08/12 Ludmila Eder 08/12 Maricler Regina Nervis 08/12 Solange Maria Schmidt 10/12 Anderson Mendes de Araújo 10/12 Irene Fernandes S. Filiposki 10/12 José Canestraro 10/12 Rodolpho Luiz W. Botelho 11/12 Eliseu Schuaigert 11/12 Marcos Tiago Geier 12/12 Natanael Morgenstern Pacheco 12/12 Pedro Cordeiro 12/12 Pedro de Paula Xavier 12/12 Valdir César Dde Moraes Lima 13/12 Nelci Terezinha M. do Valle 13/12 Newton Schneider 14/12 Alexandre Utri 15/12 Elmar Remlimger 15/12 Francisco Seitz 15/12 Johann Reinhofer 15/12 Osmar Karly 15/12 Roland Milla 16/12 Francisco José Martins 16/12 Maria Ap. Cordeiro Lacerda 17/12 Roberto Sattler

18/12 Christoph Ritter 18/12 João Sueke Sobrinho 19/12 Alberto Stock 19/12 Eva Becker 19/12 Jamil Alves de Souza 19/12 Luciano Chiott 20/12 Erich Egles 20/12 João Francisco A. Ribas 20/12 Josef Duhatschek 20/12 Tiago Pacheco Stadler 20/12 Ulrich Thomas Leh 21/12 Edson Rodrigues de Bastos 21/12 Gerhard Temari 21/12 Josef Emanuel Buhali 21/12 Romualdo Prestes Kramer 22/12 Herold Pertschy 22/12 Luiz Carlos Sbardelotto 23/12 Caroline Lustoza Wolbert 23/12 Elevir Antônio Negrello 23/12 Fabiano Rovani 23/12 Geraldo Natal Ceccon 23/12 Nilso Granoski 23/12 William Schramm

24/12 Zanoni Camargo Buzzi 25/12 Emanoel N. Silvestrin 25/12 José Augusto de M. Barros 25/12 Josef Wild 25/12 Sebastião Elon Cavalheiro 25/12 Stefan Fassbinder 25/12 Wendelin Hering Filho 26/12 Guilherme de Paula Neto 26/12 Josias Schulze 26/12 Rafaela Mayer 27/12 Felipe Martins de Almeida 27/12 Wilmar Schneider 28/12 Cleber Dall’ Agnol 28/12 Elton Thives Araújo 29/12 Egon Scheidt 29/12 Eponina Werneck Ceneviva 29/12 Karin Katharina Leh 30/12 Cristiano Binsfeld 31/12 Adelheid Klein Knesowtsch 31/12 Arno Silvestre Müller 31/12 Márcio Mendes Araújo 31/12 Rosita Praetorius de L. Malinoski

Confira a agenda de eventos agropecuários: 2º Congresso do Setor de Ciências Agrárias e Ambientais da Unicentro

Guarapuava (PR) 3 a 6 de novembro Universidade Estadual do Centro-Oeste – Unicentro (42) 3629 - 8111 ou conseaag@gmail.com

2ª Caminhada Internacional da Natureza – Caminhos do Charque

Candói (PR) 9 de novembro Prefeitura Municipal de Candói e Emater (42) 3638 8005

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Café da manhã do Dia do Técnico Agrícola Guarapuava (PR) 5 de novembro Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623-1115

Encontro Nacional da Soja

Londrina (PR) 12 a 13 de novembro Grupo de Estudos Luiz de Queiroz – GELQ (44) 9154-6200 ou soja@gelq.com.br www.gelq.com.br

Nov/Dez Tarde de Ovinos

Guarapuava (PR) 7 de novembro Sindicato Rural de Guarapuava, Cooperaliança e Unicentro Local: Campus Cedeteg (42) 3622 - 2443

2º Encontro Estadual dos Conselheiros das APAs Guarapuava (PR) 25 e 26 de novembro Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623-1115

2014

ExpoPato 2014

Pato Branco (PR) 8 a 16 de novembro www.expopato.com.br

Festival Gastronômico Carne de Cordeiro Cooperaliança

Guarapuava (PR) 28 de novembro Local: Pahy Centro de Eventos Ingressos e informações: (42) 3622-2443


Revista do Produtor Rural do Paranรก

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