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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano IX - Nº 48 - Abr/Mai 2015 Distribuição gratuita

Revista do Produtor Rural do Paraná

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10 20 36 38 60 70 80 87 92

Manchete

Soja e milho: o balanço de uma safra de contratempos

Homenagem

Helga Reinhofer Illich é Mulher Cidadã 2015

Assembleia Geral Ordinária

Sindicato Rural presta contas aos associados

Especial

Agrária e FAPA: difusão de pesquisas e tecnologia para o campo

Olericultura

Aprendendo a cada safra, produtores seguem com tomate

Fazendas históricas

A alegre tradição da simplicidade

Protestos

Produtores rurais também foram às ruas, pelo fim da corrupção!

Visita técnica

Do Pará para o Paraná

Região

Capão Redondo festeja 190 anos


Diretoria Presidente

1º Vice Presidente

2º Vice Presidente

1º Secretário

2º Secretário

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Anton Gora

Gibran Thives Araújo Luiz Carlos Colferai

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Conselho Fiscal Titulares:

Ernesto Stock

Suplentes:

Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes

Lincoln Campello

Redação/Fotografia Editora-Chefe

Repórter

Roberto Hyczy Ribeiro

Projeto gráfico

Repórter

Alceu Sebastião Pires de Araújo

Cícero Passos de Lacerda

Nossa capa

Propriedade: Mauro Araújo Local: Candói - PR Foto: Manoel Godoy Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Pré-distribuição

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação

Distribuição

Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR

André Zentner

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Fernando Mancuelo Oliveira

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


Editorial

Safra de desafios e de protestos por um Brasil melhor!

F

echamos essa edição, praticamente, com o final da colheita de verão na região de Guarapuava. Uma safra de fortes emoções, onde tivemos a presença da lagarta spodoptera no milho, falsa medideira na soja, ferrugem, muita chuva, altas temperaturas noturnas e dólar elevado. Esse cenário foi descrito na manchete de capa, por meio de entrevistas feitas com produtores rurais de Guarapuava, Candói, Cantagalo e técnicos da área. Uma safra de contratempos, que apesar dos imprevistos (e aumento de custo de produção), teve resultados positivos, na maioria dos casos. Em meio à turbulência no campo, o produtor rural foi às ruas, protestar contra a corrupção. Nos meses de março e abril, a classe produtora rural desempenhou o seu papel como cidadão, na luta por um país melhor. No campo, da colheita da soja e do milho, nossa equipe seguiu para a colheita do tomate, na propriedade de Gabriel Gerster e também registrou o sucesso do “colhe e pague” de Lourenço Lemler, no distrito de Entre Rios. Diversificação que já deu certo! Em Candói, demos sequencia à série de reportagens Fazendas Históricas, contando a história da Fazenda São João, do Dr. Gerson João Mendes de Abreu e Alcioly Therezinha Gruber de Abreu, a dona Sulita. Mais uma belíssima e importante história! Cobrimos os principais eventos técnicos ocorridos na região, como o Dia de Campo de Verão da Cooperativa Agrária; o 4º Entec, da Coamo Candói; o 1º Campo Tecnológico da Agropantanal e o Dia de Campo da Agrícola Colferai. Na véspera do fechamento da edição, uma palestra técnica que promovemos para os sócios do Sindicato Rural, na área de pecuária de corte, leite e ovinos, ministrada por um zootecnista da Nova Zelândia, ainda encontrou espaço na publicação. Registramos também outras ações do Sindicato Rural de Guarapuava, como a Assembleia de prestação de contas, realizada no mês de março; a definição do Valor da Terra Nua (VTN), que serve de referência para a declaração do ITR e ainda o Dia do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que vem ocorrendo semanalmente na entidade, com orientações, preenchimento e emissão do CAR. De novidades, mostramos na página 46 que o Senar está oportunizando a promoção de cursos mais direcionados às necessidades de cada produtor rural. Confira e não deixe de utilizar essa ferramenta de capacitação rural, que está, gratuitamente, à disposição de todos os produtores.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Boa leitura e um grande abraço!

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Foto: Manoel Godoy

Foto destaque da edição

Pelo fim da corrupção no Brasil! Foto: Mauro Biazi

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Artigo

Anton Gora

Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

Safra 2014/15

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de culturas, plantio em nível, adubação correta, entre outras. Temos usado defensivos cada vez mais agressivos, controlando as pragas e doenças, mas também suprimindo os inimigos naturais dessas pragas. E quanto mais usarmos tecnologias setorizadas, mais sujeitos estaremos às variações do clima. Precisamos novamente integrar as tecnologias. O início deve se dar na pesquisa. Pesquisamos variedades, defensivos, adubação, técnicas de aplicação, mas não integramos a pesquisa e não integramos o uso dela. Para controlar doenças e pragas não devemos apenas pensar em defensivos. O defensivo deve ser o último recurso. Em primeiro lugar vêm as práticas culturais, depois a resistência das variedades e, em último caso, os defensivos. Tivemos exemplos expressivos nessa safra. Ataque intenso de lagartas, o clima favoreceu, mas pelo uso inadequado de defensivos nos anos anteriores, acabamos reduzindo os inimigos naturais, favorecendo a multiplicação das pragas. O favorecimento do clima não teve o contrapeso dos inimigos naturais. Portanto, devemos repensar ou pelo menos rediscutir as tecnologias usadas, mesmo porque o consumidor está cada vez mais exigente na questão do uso de defensivos e a rastreabilidade está presente

para informar o consumidor. Voltamos também a conviver com o fantasma das doenças, que nos causaram prejuízos consideráveis no passado, como o cancro da haste, que surgiu com força nessa safra e que tem como único controle a resistência das variedades e as práticas culturais. Não damos a devida importância para as doenças radiculares, simplesmente porque não as enxergamos, mas elas podem causar prejuízos consideráveis. Usamos demasiadamente variedades importadas, produzidas e desenvolvidas em regiões totalmente diferentes de clima e quando submetidas a extremos podem fracassar. Ressalto que precisamos pensar em desenvolver variedades locais - a Unicentro com o seu curso de Agronomia tem totais condições de desenvolver um programa de melhoramento. São idéias e sugestões para serem discutidas. No âmbito econômico e político, fatores que estão destruindo a nação nos favorecem como agricultores. A inflação corrói a nossa dívida de investimento e custeio que contratamos a juros fixos, a alta do dólar favorece os preços. Mas alguém vai ter que pagar essa conta. Um dia teremos que voltar à realidade, tanto na área técnica quanto na política. Vamos nos prevenir, para que a conta não se torne impagável.

Foto: MGodoy/SRGpuava

stamos encerrando mais uma safra de verão, safra que foi totalmente diferente das outras, tanto a de inverno como de verão, tanto no aspecto técnico quanto no econômico. Nenhum ano é igual ao outro em termos de clima, o que determina, de fato, as produtividades das culturas. Todos os outros insumos podemos controlar, mas o clima, que é o insumo mais importante, não. Por outro lado, podemos diminuir o impacto do clima usando as técnicas corretas. Fato que ficou bem demonstrado nessa safra. As produtividades foram bem oscilantes, variando na soja 1.800kg/ha até produtividades acima de 5.000kg/ha. Porém o clima foi o mesmo para todos, o que mudou foi o uso da tecnologia. Não somente o uso da tecnologia nessa safra, mas todo o histórico de tecnologias usadas na propriedade. Vamos analisar alguns fatos: temos a tendência de escolher as variedades mais produtivas da safra anterior e nos esquecemos da estabilidade da variedade no ano e entre os anos. Esquecemos, muitas vezes, de observar a resistência das variedades à doenças e pragas. Temos deixado de usar as práticas culturais como ferramenta de controle de pragas e doenças, como o Manejo Integrado de Pragas e Doenças, rotação

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Manchete

Cantagalo – Operadores de colhedeira festejam o sol, que acelerou o encerramento de uma safra marcada por dificuldades

Soja e milho: o balanço de uma safra de contratempos Após dificuldades com clima e pragas, produtores esperam que vendas compensem elevação de custos e já se preocupam com o preço dos fertilizantes para 2015/16. 10

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safra de verão 2014/15, no centro-sul do Paraná, teve todos os ingredientes para despertar emoções: de helicoverpa a falsa-medideira e ferrugem; de veranico a granizo, passando por chuvas fortes e localizadas. Para alguns, as precipitações dificultaram a aplicação de produtos e até a colheita. Mas, com a consciência de que incertezas fazem parte da agricultura, o produtor rural manteve o ânimo e passou a voltar suas atenções para os preços de soja e milho. No mercado, as cotações começaram a animar quem precisa compensar elevação de custos de produção (devido ao maior uso de defensivos para combater pragas e doenças) com maior rentabilidade. Se a alta do dólar verificada no início deste ano favore-


ceu exportações, por outro lado, deixou preocupados os agricultores que já colocaram na ponta do lápis os custos estimados da próxima safra de verão. Insumos dolarizados acompanham a alta da moeda americana no País. Conforme a safra de verão 2014/15 prosseguia, a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL deu um giro por propriedades em Cantagalo, Candói e Guarapuava, conversando com os produtores a respeito de suas primeiras impressões sobre a colheita. Em Cantagalo, em uma área de 160 hectares de soja, na localidade de Campo Alto, José Arnoldo Muzzolon iniciou os trabalhos em meados de março. No dia 16, ele disse que, na soja, os primeiros resultados se mostraram animadores para um período tão difícil. “Em vista da estiagem que teve em janeiro, a cultura está surpreendendo, com 60 sacas por hectare, ao menos no que foi colhido até agora”, comentou, acrescentando: “Esta média está boa para este ano, com todos esses contratempos”. No meio do ciclo, relatou, infesta-

ção de falsa-medideira foi um desafio. “A gente aplicava inseticida. Não matava. Entrávamos a cada três, quatro dias, aplicando. No final, as lagartas acabaram sumindo, por conta. Não sei se foi o produto, ou se viraram mariposa e foram embora”, lembrou. No final, a preocupação foi a ferrugem. “Pegou pra valer”, disparou, apontando que também neste caso, a seu ver, a eficácia dos defensivos não foi a esperada. Com isso, ele estimava que poderia ter uma quebra de 15% a 20%, “principalmente a soja mais tardia”. Sua expectativa, conforme explicou, era a de que o tempo continuasse colaborando, para terminar a colheita. Na região, que registrou precipitações diárias e fortes entre final de fevereiro e início de março, Muzzolon, seus parentes e amigos se revezavam na direção das colhedeiras, comemorando o que classificavam como “sorte”: até então vinham contando com céu azul exatamente nas áreas em que haviam decidido colher, driblando por acaso as chuvas localizadas. Na comercialização da soja, ele

disse ver boas condições. “Agora deu uma reagida no preço. Espero que continue”, observou, contando que a oleaginosa encontrava demanda, sem problemas, junto a compradores locais. Ainda assim, o agricultor classificou o verão 2014/15 como pior do que 2013/14, com custos de produção mais altos e preços menores. E para a próxima safra, sua inquietação é com aumento nos preços de insumos. No entanto, sua área de soja, que se manteve a mesma da safra passada para esta, deverá permanecer igual. Já o milho, destacou Muzzolon, em seu sistema de produção “é pouco”, destinado praticamente todo à silagem, já que a área também conta com gado, a maior parte vacas leiteiras, ao lado de animais de corte. Em Candói, outro produtor relatou que, apesar das dificuldades do período, sua estimativa era de uma safra de soja melhor do que a de 2013/14. “As chuvas vieram bem na hora certa, não houve problema algum de seca, e com isso acho que esse ano vai superar a produtividade do ano anterior”, comentou Mauro Araújo. “Embora tenha havido esses ataques de lagarta e, por último, de ferrugem, as lavouras que estavam sendo bem conduzidas vão superar as expectativas de produtividade”, acrescentou, admitindo por outro lado que a praga e a doença acarretaram um aumento de custos: “Várias vezes tivemos de entrar na lavoura e isso encareceu bastante”.

A ferrugem pegou ‘pra valer’, principalmente a soja mais tardia” Cantagalo – José A. Muzzolon: alegria com a soja de agora; preocupação com custos do ano que vem

José Arnoldo Muzzolon (agricultor) – Cantagalo Revista do Produtor Rural do Paraná

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Araújo detalhou que ano passado obteve cerca de 55 sacas de soja por hectare e que, até aquele momento, o desempenho “não baixou de 63”. Ele disse acreditar que no final o índice deve ser até maior, em torno de 65 sacas por hectare. Segundo calculava, no fim de março estaria encerrada a colheita na área de 700 hectares. No instante de sua entrevista, a preocupação maior do produtor era também com o clima. Em sua fazenda, ele percorria os talhões, coordenando pessoalmente sua equipe de colheita. Era preciso agilizar o trabalho mais do que normalmente – todos de olho no céu, onde nuvens pesadas juntavam-se às vezes em menos de meia hora. O preço, entretanto, animava. “Estávamos começando com vendas de R$ 58,00 a saca, depois R$ 60,00, R$ 65,00 e está agora a R$ 66,00. Se for assim, crise não vai ter”, ressaltou. O ritmo de comercialização, em sua opinião, seguia igualmente bem, com os compradores demandando o produto. Já no milho, cultivado para grão e silagem, devido aos baixos preços, Araújo contou que do ano passado para este reduziu área em nada menos do que 40%. “Estava muito baixo o preço, na faixa de R$ 20,00, R$ 21,00. Agora deu uma melhorada, vindo para

Candói – Na fazenda de Mauro Araújo, equipe buscou maior agilidade para colher antes das chuvas

R$ 25,00”, complementou. Além da cotação, recordou que o custo de produção “é maior do que o da soja”, com ítens como adubação e colheita, que exige mais transporte. Para o próximo ano, o agricultor antevê que sua área de milho deverá permanecer igual, em torno de 150 hectares. Em Guarapuava, o produtor rural Cláudio Mäder, em sua propriedade no distrito de Palmeirinha, se mostrou também otimista ao conversar com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, no dia 18 de março, enquanto supervisionava a colheita. “A gente teve problema de intempéries. Muita chuva, mais do que se esperava”, analisou. Pragas também chamaram a atenção. “Apareceu a fal-

sa-medideira, mas pudemos controlar. Mais no final, em função da umidade excessiva, veio mais ferrugem, demandando mais trabalho para controle, mas conseguimos nos sair bem”, resumiu. Suas primeiras estimativas indicavam produção considerada “boa”. Na soja, que manteve a mesma área de 2013/14, Mäder projetava um desempenho de cerca de 58 a 60 sacas por hectare – sem perdas, um patamar equivalente ao de sua safra passada. “Estamos satisfeitos”, declarou. Na comercialização, o produtor disse acreditar que, apesar das incertezas econômicas, as perspectivas eram positivas: “É difícil saber o que vai acontecer daqui a três semanas ou três me-

Acredito que foram uns 40% de redução (na área de milho)” Mauro Araújo (agricultor) – Candói Candói – Mauro Araújo: na soja, boa expectativa; no milho, redução da lavoura

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ses. Olhando um pouco o comércio fora do Brasil, acho que ainda vamos ter um bom resultado, com preços razoáveis”. Milho, contudo, é cultura que, conforme relembrou, há três anos foi deixada de lado na propriedade, devido a elevados custos e cotações consideradas menos atraentes. “O preço do milho é mais baixo, mas a cultura faz parte do jogo, precisamos fazer esta rotação”, ponderou – ano que vem, o milho volta a sua lavoura. Para ele, como outros agricultores, a maior preocupação para 2015/16, fica por conta da elevação de custos com insumos. A estratégia para minimizar o impacto é tentar “travar”, com antecedência, todos os gastos com potencial para grandes elevações de preço. “A parte importante, que podíamos ter com antecipação, é o adubo – já fechamos (compra). Para a soja, está garanti-

do. Para o milho, acho que acertaremos nos próximos dias. Se subir muito, ou se baixar, já sabemos o que vai acontecer com esta parte”, destacou. Outro produtor iniciou a colheita de soja e milho na virada de março para abril, numa região entre Guarapuava e Goioxim, tendo também boas expectativas. Carlos Eduardo dos Santos Luhm contou que no milho, com menos 50% da área colhida até então, vinha registrando produtividade considerada ótima. “Não está tendo problema de grão ardido, pelo menos nos híbridos que plantei. A qualidade está muito boa. Então, dá para dizer que está dentro ou até um pouco acima do esperado, em torno de 11 mil quilos (limpo e seco) por hectare”, informou. O agricultor se mostrou feliz, apesar de um pequeno atraso no plantio devido ao clima. “Depois, as chuvas se normali-

zaram, choveu nos momentos certos, permitindo a aplicação dos produtos”, relembrou. Tendo mantido nesta safra a mesma área de 2013/14, Luhm antecipou que para o próximo período de verão continuará a dedicar ao milho o mesmo espaço em sua propriedade. Na soja, as lavouras da fazenda enfrentaram os mesmos desafios de todo o centro-sul paranaense, resultando em produtividades oscilantes: “Tenho talhões em que colhi na faixa de 47 sacas por hectare e outros, que deram em torno de 60 sacas por hectare. Acredito que, pelo ano, ainda está bem razoável”. Para o próximo verão, apesar da expectativa de reflexos do aumento do dólar (no Brasil) no preço dos insumos, ele disse que deverá manter, também na soja, a mesma área. Na comercialização, para quem trabalhava com uma estimativa de

Olhando o comércio fora do Brasil, acho que ainda vamos ter um bom resultado” Cláudio Mäder (agricultor) – Guarapuava

Guarapuava – Cláudio Mäder: tentando garantir já os insumos para a safra 2015/16

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Guarapuava – Na propriedade de Cláudio Mäder, soja manteve o desempenho

preço da saca de cerca de R$ 50,00, as cotações da soja naquele momento, de R$ 65,00, traziam alento. “A comercialização está sendo muito melhor”, afirmou. Porém, a soja, com melhor preço ao produtor, compensaria custos de produção mais elevados? Luhm responde a essa pergunta encarando um maior número de aplicações de defensivos como uma medida técnica necessária para minimizar perdas. “Se estou gastando um saco, ou um saco e meio, numa aplicação de inseticida ou de fungicida, isso está me proporcionando um acréscimo de produtividade de mais de um saco ou de um saco e meio por hectare. Se não entro, não gasto, mas em compensação, o prejuízo por perda de produtividade vai ser maior”, argumentou.

Técnicos avaliam a safra Tenho talhões em que colhi na faixa de 47 sacas por hectare e outros, que deram em torno de 60” Carlos Luhm (agricultor) – Guarapuava

Guarapuava – Carlos Luhm: animação com os preços da soja

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Cooperativas que atuam em Guarapuava e região, ouvidas pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL, também analisaram os efeitos de pragas e doenças na safra de verão 2014/15, no centrosul do Paraná. Na C. Vale (Guarapuava), no dia 25 de março, com a safra ainda em andamento, o agrônomo Paulo Henrique Martins do Nascimento, comentou as primeiras impressões sobre o desempenho de lavouras de alto investimento. No milho, houve casos de queda de produtividade: “Em 2013/14, o pessoal falava na faixa de 12 mil a 12.500 quilos por hectare. Nesse ano, de maneira geral, 10 mil a 10.500 quilos por hectare. Uma redução de 10% ou em alguns casos até de 15%”, estimou. O agrônomo atribuiu o fato às condições da safra. “Teve um período de seca e também o problema de lagarta acompanhou as lavouras, principalmente no início do desenvolvimento”, recordou. Nascimento acrescentou que os custos no milho são mais altos do que em outras culturas, o que torna o desempenho da lavoura ainda mais importante para que o produtor consiga pagar o investimento e ainda ter lucro. Na soja, em sua avaliação, apesar das dificuldades com clima, lagartas e ferrugem, a produtividade mostrou-se melhor do que o esperado. “Também tendo como referência a safra passada, a soja vem apresentando rendimento


(Em 2015/16) Vamos partir, desde o começo, já com esse custo (de produção) alto” Paulo Henrique Martins do Nascimento (agrônomo) – C. Vale superior”, declarou. Ele avaliou que o desempenho de 2014/15 deva situar-se numa média entre 3.800 kg/ha a 4.000 kg/ha. Ano passado, o índice ficou entre 3.400 kg/ha a 3.500 kg/ha. “Estávamos muito preocupados durante o ciclo, pelos problemas que aconteceram, mas as lavouras colhidas até então vêm apresentando bom resultado”, comemorou. Entretanto, os danos à soja, segundo calcula, significaram, para o produtor, uma elevação de custos entre 20% e 30%. Apesar disso, o agrônomo esperava uma comercialização lucrativa, com bom resultado líquido. “Neste momento, o mercado está remunerando muito bem. Falamos hoje em R$ 60,00 a R$ 65,00 a saca – é sem dúvida um bom valor”. A preocupação, revelou, é com a próxima safra de verão: “Aí, vamos partir, desde o começo, já com esse custo alto, em virtude do dólar. O fertilizante é extremamente dependente do preço do dólar”. Diante daqueles desafios, contou, a cooperativa decidiu iniciar uma avaliação do comportamento de diversos materiais de soja. “A gente notou diferença entre cultivares que sofreram mais ou menos com os ataques. Uma safra só é pouco para avaliar isso, mas estamos tentando mapear quais as cultivares mais sensíveis e quais tiveram uma melhor resposta em relação

principalmente à lagarta e à ferrugem no final do ciclo”, destacou. Na Coamo (Guarapuava), o responsável pelo Departamento Técnico, agrônomo Wilson Juliani, também apontou que esta safra de verão foi marcada por desafios. Mas apesar da falsa-medideira e da ferrugem, ele avaliou, em entrevista dia 27 de março, que até então as culturas vinham apresentando bom resultado. “O milho teve uma boa safra. O clima favoreceu e as produtividades foram boas. Não tivemos problemas mais sérios com relação à condução da cultura. As produtividades estão normais”, comentou. O patamar, conforme assinalou, deverá superar a marca de 11.000 kg/ha. Na soja, Juliani lembrou que, no início do ciclo, “as lavouras estavam muito bem”. A partir da segunda quinzena de janeiro, ocorreu ataque severo de falsa-medideira, com o produtor enfrentando “uma dificuldade muito grande de controle” – mais aplicações de defensivos trouxeram aumento imediato de custos. O agrônomo res-

Dentro da normalidade que a gente esperava, deve haver uma quebra de pelo menos 5%” Wilson Juliani (agrônomo) – Coamo

saltou ainda que, além disso, no mesmo período, a chuva atrapalhou ainda mais a já difícil aplicação de produtos contra a lagarta. A consequente redução no número de dias de sol foi outro fator que prejudicou o desenvolvimento da cultura. A umidade, aliada às altas temperaturas, promoveu uma incidência maior de ferrugem. “A perda é variável, de acordo com a região, a época de plantio, o produtor, e em função de ele ter conseguido ou não aplicar na hora certa”, especificou. “Dentro da normalidade que a gente esperava, deve haver uma quebra de pelo menos 5%”, disse, enfatizando se tratar de uma estimativa inicial. “Para se falar em produtividade, hoje, é bastante complexo. As primeiras lavouras, mais do cedo, foram menos afetadas por esses problemas, estão tendo uma produtividade satisfatória. A gente tem um pouco de receio nessas que vão começar a colher agora”, acrescentou. Na Cooperativa Agrária, o departamento de Assistência Técnica também dimensionava o desempenho de milho e soja frente aos desafios enfrentados pelas duas culturas na safra 2014/15. Coordenador do setor, o agrônomo Leandro Bren disse, dia 31 de março, que, no milho, as lavouras, mesmo com produtividade um pouco abaixo do esperado, ainda tiveram um bom resultado. No fator clima, o coordenador contou que, antes do plantio, havia uma boa expectativa, mas que no decorrer da safra as temperaturas, principalmente à noite, se mostraram mais elevadas do que o patamar considerado favorável. “Historicamente, foi o ano mais quente desde que se iniciou as medições de temperatura no Brasil. Isso fez com que o desempenho da cultura diminuísse um pouco”, sublinhou. Bren comentou ainda o efeito de pragas: “Logo que foi implantada a cultura, teve um ataque muito severo de lagartas e uma pequena diminuição do desempenho para aqueles materiais que, até então, eram resistentes à lagarta. O produtor teve um custo maior com a aplicação de inseticida”. Ao final do período, avaliou, o milho Revista do Produtor Rural do Paraná

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Milho: recorde global, redução local O 11º levantamento do USDA, divulgado em março deste ano, aponta para a presença de grandes volumes de milho em nível internacional. Segundo o departamento, em 2014/15, a produção mundial será recorde, com 989,7 milhões de t – safra quase igual à do período 2013/14. Entre os países relevantes nesse setor, a produção aumenta nos EUA (2,8%), com 361,1 milhões de t; cai na China (-1,4%), com 215,5 milhões

de t; e se reduz também no Brasil (-6,3%), com 75 milhões de t, contra os 80 milhões de t da safra passada. Os maiores exportadores deverão ser EUA, com 45,7 milhões de t e Brasil, com 20,5 milhões de t. A China, segundo o USDA, deverá ficar com a maior parte dos estoques mundiais: 79,2 milhões de t, de um total de 185,3 milhões de t. Mas o consumo de milho também deverá ser recorde em escala global, com 976,5 milhões de t, superando em 31,6 milhões de t o número da safra anterior (3,3%). O primeiro lugar neste quesito ficará com os EUA, com 302,1 milhões de t, seguido da China, com 216,0 mihões de t. No Brasil, o consumo previsto para a safra 2014/15 é de 56,5 milhões de t. Em Guarapuava e região, embora as condições para o cultivo do milho estejam entre as melhores do mundo, o cereal perdeu espaço nas lavouras de verão. Diante de preços baixos, produtores preferiram investir em outras culturas. Números da regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) em Guarapuava, que abrange 12 municípios, mostram que na safra 2013/14, o milho correspondeu a 90.860 hectares. Mas em 2014/15, a estimativa apontava para aproximadamente 78.300 hectares, o que significaria uma redução em torno de 13,8%.

Historicamente, foi o ano mais quente desde que se iniciou as medições de temperatura no Brasil” Leandro Bren (agrônomo) – Agrária ainda teve bom desempenho: “Nossa assistência técnica está estimando 11.875 quilos de milho por hectare”, informou, classificando que “é uma produtividade muito boa”. O recorde de média da cooperativa, segundo lembrou, foi de 12.300 quilos por hectare. Na soja, o coordenador da Assistência Técnica da Agrária apontou que em geral clima e pragas tiveram impacto na produtividade: “Tivemos alguns dias em que a temperatura passou de 33 graus. A grande quantidade de chuvas, no final de ciclo, e a dificuldade de se fazer aplicações para controle de

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ferrugem, acabou em alguns casos levando o produtor a ter alguma perda”. A média de produtividade inicialmente estimada era de 4.000 kg/ha. No campo, considerado o resultado das colheitas até aquele momento, o índice situava-se em torno de 3.560 kg/ha (o encerramento da safra estava previsto para o final de abril). No Sindicato Rural de Guarapuava, o produtor e presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, em entrevista no dia 7 de abril, também avaliou que a safra ficou abaixo das boas estimativas iniciais.

No milho, ele apontou que prosseguiu, na região, a tendência de redução de área, já que, na comparação com a soja, a cultura tem custos de produção maiores e liquidez menor. “Com essa área de milho, nossa região, onde a rotação (com soja) era sempre de um terço (de milho), ficou, nesse ano, em torno de 20%”, avaliou. O presidente do Sindicato Rural ponderou que a opção, em termos técnicos, não é a melhor escolha: “A gente sabe da importância da rotação, para a quebra de doenças, de pragas e para a agregação de matéria orgânica no solo”. Ele cha-


O produtor tem de ter controle dos seus custos e uma boa produtividade. E essa equação não é fácil de fechar” Rodolpho Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

mou a atenção para o fato de que no início do ciclo houve ataque de lagartas, mesmo em materiais Bt. “O produtor andou gastando muito dinheiro e isso acarretou um baixo estande de população”, completou, apontando que em paralelo, a baixa amplitude térmica também prejudicou a cultura. A expectativa de produtividade é a de um patamar abaixo do ano passado. Na soja, ao lado do ataque sem precedentes de lagarta falsa-medideira,

entre janeiro e fevereiro, Botelho sublinhou uma maior ocorrência de ferrugem asiática, devido às chuvas no final do segundo mês do ano. “Houve aplicações muito mais frequentes, de fungicidas, mas com resultados muito baixos. O produtor que se saiu melhor é o que fez o tratamento na época certa. Ele não correu risco. Tinha maquinário suficiente para voltar nesses talhões, com outro controle de fungicidas, num prazo menor do que o

esperado”, especificou. Com isso, a produtividade, inicialmente avaliada como maior do que a da safra passada, deve cair. “Tem produtor colhendo mais de 4.000 quilos por hectare, mas muitos colhendo menos de 3.000 quilos por hectare”, relatou. Para o presidente do Sindicato Rural, “essas novas variedades (de soja) que têm sido lançadas têm um potencial produtivo muito bom, mas falta estabilidade”. Botelho disse ainda que outros aumentos, que vieram no início do ano, afetando a economia brasileira como um todo, pesam também no bolso do produtor rural, com itens como óleo diesel, eletricidade, mão-de-obra e fertilizantes. “Para ter uma rentabilidade boa, o produtor tem de ter controle dos seus custos e uma boa produtividade. E essa equação não é fácil de fechar”, finalizou.

Revista do Produtor Rural do Paraná

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Nutrição de plantas

Cultura do trigo: nutrição eficiente e na medida certa

A

cultura do trigo tem um importante papel no cenário agrícola de Guarapuava e região. Quando se fala em 2ª safra ou cultivo de inverno, ela é a principal opção para o produtor rural. Semear, cultivar e produzir trigo com alto rendimento exige do produtor investimento em tecnologia e muita eficiência, já que o cenário para a cultura é menos favorável, quando comparado à realidade da soja, por exemplo. Produzir mais e com qualidade é sem dúvida nenhuma a melhor forma do produtor superar os desafios atuais da cultura, cujos preços da saca no mercado em 2015 estão um pouco abaixo da realidade da safra passada. Ser eficiente significa fazer mais com menos, e no tocante a nutrição, buscar o que chamamos de fornecer o fertilizante na medida certa, ou seja, fazer a opção pela fonte correta, aplicando a dose mais adequada, na época certa e no local mais apropriado. Na tabela abaixo temos as exigências nutricionais para a produção de uma tonelada de trigo. Avaliar tais demandas e combiná-las ao conhecimento local e do histórico de manejo da cultura é um importante passo para se obter altas produtividades e, por consequência, um maior retorno sobre o investimento. Analisando a tabela, vemos que o nitrogênio é o nutriente extraído em

Antônio Saraiva Antônio Saraiva é Especialista Agronômico da Yara Brasil Fertilizantes no Paraná. É Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual de Maringá (UEM-PR), com especialização em Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG) e com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

maior quantidade pela cultura do trigo. A alta exigência caracteriza esse elemento como um dos principais fatores limitantes ao crescimento e desenvolvimento da cultura. Todos os componentes de rendimento do trigo podem beneficiar-se em maior ou menor grau pelo nitrogênio, exceto a população de plantas. Desta forma, uma quantidade adequada deste nutriente é essencial para incrementar a produtividade da cultura. O nitrogênio atua nos processos de absorção iônica, fotossíntese, respiração, sínteses, multiplicação e diferenciação celulares, promovendo crescimento vegetativo adequado e maior perfilhamento, incrementando o número de espiguetas por espiga e de grãos por espigueta, aumentando o teor de proteína, tamanho e peso dos grãos. Deficiências nutricionais do nitrogênio podem causar redução na eficiência do uso da água, diminuição no tamanho das folhas, afetando a eficiência do uso da radiação solar, causando queda na taxa fotossintética, limitando a emissão de perfilhos, reduzindo também o número de colmos e espigas por área, e consequentemente, a produção do trigo. Os sintomas visuais de deficiência nas folhas manifestam-se através de uma clorose (amarelecimento das folhas), sobretudo nas folhas mais velhas, próximas à base da planta.

EXTRAÇÃO DE NUTRIENTES PARA PRODUÇÃO DE UMA TONELADA DE TRIGO

Parte da Planta Restos Culturais Grãos (exportação) Total

18

N

P2O5

K2O

6 23 29

2,3 11,4 13,7

18 5 23

Revista do Produtor Rural do Paraná

kg/t

Ca

Mg

S

Zn

B

2,2 0,2 2,4

1,5 0,8 2,3

3,3 1,4 4,7

5 14,8 19,8

17 2,9 19,9

g/t

Cu

Mn

3,2 3 6,2

93,1 13 106,1


A aplicação de nitrogênio recomendada para a cultura do trigo varia de 60 a 120 kg/ha em média e depende de fatores como a cultura anterior plantada naquele espaço, teor de matéria orgânica no solo e expectativa de rendimento. E tão fundamental quanto a definição das doses mais adequadas é a escolha da fonte. A ureia, fonte comumente mais utilizada, contém nitrogênio na forma amídica, forma na qual não pode ser absorvida diretamente pelas plantas, que são capazes de absorver o nitrogênio mineral quando este está na forma amoniacal ou na forma nítrica. No solo, a ureia é convertida a amônio e neste processo podem ocorrer as perdas por volatilização, especialmente quando a mesma é aplicada em cobertura, a lanço, sem incorporação. Tais

perdas podem chegar a mais de 50% do total de nitrogênio aplicado, potencializadas por períodos longos de falta de chuva após a aplicação. Outras duas fontes tradicionais no mercado são opções para quem quer evitar as perdas por volatilização: o Sulfato de Amônio e o Nitrato de Amônio. No entanto, ambos trazem limitações em outros aspectos: o primeiro, por ter um uma restrição quanto à oferta de produto granulado e por seu alto custo (devido ao grande percentual de enxofre) e o segundo por ser altamente oxidante, tendo limitações quanto à venda e ser higroscópico (o que oferece maiores riscos de problemas com qualidade no uso). A Yara, líder mundial em nutrição de plantas, possui um portfólio completo de fertilizantes para a cultura do trigo,

bem como um Programa Nutricional que contempla todas as fases da cultura. Entre os produtos voltados à cultura está o YaraBela. Com 27% de nitrogênio, 5% de cálcio e 3,7% de enxofre, esta linha de fertilizantes é uma opção inovadora para fornecimento de nitrogênio em cobertura com eficiência e sem desperdícios. YaraBela pode ser aplicado tanto em solo seco como em solo úmido, e em quaisquer situação as perdas por volatilização serão muito pequenas. Seu nitrogênio, 50% na forma nítrica e 50% na forma amoniacal, está prontamente disponível para a cultura, independente da condição climática após a aplicação. Soma-se a isso a uma excelente granulometria e maior densidade, que permitem que o produto possa ser aplicado em maiores faixas de aplicação sem perdas na qualidade de distribuição.

YaraBela


Homenagem

Helga Reinhofer Illich

é Mulher Cidadã 2015

M

ais uma vez, o Sindicato Rural de Guarapuava indicou uma mulher para receber o Diploma Mulher Cidadã 2015, oferecido pela Câmara Municipal. Conferida anualmente em data próxima ao Dia Internacional da Mulher, a distinção visa promover o reconhecimento público de mulheres de destaque, que desempenhem importante papel social, em vários segmentos da sociedade. Na noite de 11 de março, numa sessão solene que reuniu centenas de pessoas no plenário, entre autoridades, familiares e amigos de 15 homenageadas, Helga Reinhofer Illich, representando a mulher do setor agropecuário, recebeu o diploma por sua atuação em prol de causas sociais. Seu nome foi indicado pelo Sindicato Rural de Guarapuava, como forma de valorização de seu engajamento em iniciativas como o Projeto Social Jovens em Ação (PROJEÇÃO), no distrito de Entre Rios. Situado na Colônia Vitória, o projeto oferece a crianças e jovens atividades educativas no contraturno escolar, como oficinas e cursos. Por muito tempo, Helga auxiliou na gestão quase que diariamente, angariando fundos pra sustentar o projeto. Anualmente fazia reuniões com os contadores e visitava os empresários e empresas da região de Guarapuava, solicitando que destinassem parte do Imposto de Renda a pagar ao Projeção. Helga também ajudou a fundar o GEER, Grupo de Escoteiros de Entre Rios. Até meados de 2014 esteve na diretoria do GEER, participando ativamente em todas as atividades do Grupo. Hoje faz parte do conselho fiscal do GEER.

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Evelyn Pfann, Helga Reinhofer Illich e vereador Celso Lara da Costa

Pronunciamento de Helga Reinhofer Illich

Vereadora Maria José Mandu Ribas presidiu a sessão solene

Na sessão solene, a produtora rural foi uma das cinco homenageadas escolhidas para realizar um pronunciamento ao plenário. Falando em nome das demais diplomadas, ela ressaltou a importância da mulher e a necessidade urgente de uma sociedade que respeite cada vez mais os direitos das mulheres. Além de familiares de Helga, representantes do Sindicato Rural compareceram à diplomação, como o 2º

vice-presidente, Anton Gora, acompanhado da esposa e filha; e a gerente da entidade, a jornalista Luciana de Queiroga Bren. Prestigiou também o evento, a esposa do 1º vice-presidente do Sindicato Rural (Josef Pfann Filho), Evelyn Pfann, que fez a entrega das flores à homenageada. Logo após a sessão solene, a produtora falou sobre a homenagem. “Para mim, foi uma honra muito


Helga com representantes do Sindicato Rural de Guarapuava grande. Quero estender esse prêmio para todas as mulheres de Entre Rios e a toda Guarapuava, todas as minhas companheiras que foram homenageadas. Cada uma tem o seu valor dentro da sociedade”, afirmou. Ela completou que o diploma contribui para dar visibilidade às iniciativas da mulher: “Acho importante este evento também para que se mostre à comunidade

Helga com familiares

o que é possível fazer. Cada uma tem o seu dom, cada uma representou sua entidade e o que fez de melhor por nossa cidade e região”. Na edição 2015 do Diploma Mulher Cidadã, a sessão solene foi presidida pela vereadora Maria José Mandu Ribeiro Ribas, uma das autoras do projeto que instituiu a homenagem em 2002. A historiadora Magdalena Nerone, que

Agradecimento de Helga ao Sindicato Rural “Quero agradecer à diretoria pela indicação do Diploma Mulher Cidadã 2015 que tive o prazer de receber quarta-feira, dia 11 de março, na Câmara Municipal, representando o Sindicato Rural. Para mim foi uma honra saber que meu empenho de lutar por uma sociedade melhor foi valorizada pelos senhores, assim como pela Câmara Municipal e toda nossa sociedade. Quero dividir meu diploma a todas as mulheres que trabalham diariamente no Sindicato, como todas as mulheres filiadas ao Sindicato Rural, pois todas vocês são merecedoras desse título. Quero dizer ainda que minha dedicação sempre depende do apoio de vocês e não conseguiria executar minha trajetória sem os amigos do meu lado. Muito obrigada!” Helga Reinhofer Illich

quando vereadora elaborou com Maria José o projeto, também compareceu mais uma vez à cerimônia. Participaram ainda do evento vereadores; o presidente da casa, João Napoleão; a vice-prefeita e secretária de Políticas para as Mulheres, Eva Schran; e a vereadora Nerci Guiné, que apresentou um breve currículo das mulheres diplomadas.

Homenageadas de 2015 Ana Cecília Messas

Indicada pela Loja Maçônica Acácia do Terceiro Planalto

Anastácia Zastavini de Souza

Indicada pela Rede de Enfrentamento à Violência Contra Mulher

Carmen Silvânia Zolandeck Mondin Indicada pelo Ministério Público

Cleris Aparecida Batista Machado

Indicada pelo Clube Soroptimista Internacional de Guarapuava

Erony Leonor Costa Loures Indicada pelo Rotary Club Guairacá

Helga Reinhofer Illich

Indicada pelo Sindicato Rural de Guarapuava

Irene Müllerleily Stock

Indicada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Maria Aparecida Barbosa Nunes Indicada pela APAE

Maria de Lourdes Turco

Indicada pela Pastoral Familiar

Maria Lucia Raimondo Indicada pela Unicentro

Maria Ondina Borgo

Indicada pelo Conselho Municipal da Mulher

Olga Bilek

Indicada pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres

Priscila Schran de Lima Indicada pela ACIG

Rosimeri Moreira

Indicada pelo Movimento de Mulheres da Primavera

Sônia Maria Zampier

Indicada pelo Conselho Municipal dos Direitos do Idoso Revista do Produtor Rural do Paraná

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Cadastro Ambiental Rural

Dia do CAR

O

Sindicato Rural de Guarapuava, a fim de atender à demanda dos proprietários rurais que precisam fazer o Cadastro Ambiental Rural (CAR) iniciou, no dia 10 de abril, o Dia do CAR. Desde então, o trabalho vem sendo oferecido aos produtores rurais sempre às sextas-feiras. Profissionais de uma empresa parceria do Sindicato Rural fazem orientações, orçamentos e o preenchimento/emissão do Cadastro. O atendimento é para sócios e não sócios, sendo que os sócios do Sindicato Rural tem 10% de desconto no valor do serviço. O interessado deve trazer os seguintes documentos: Carteira Nacional de Habilitação – CNH; RG e CPF; Cartão CNPJ da empresa (caso cliente pessoa jurídica); comprovante de residência; cópia de conta de luz ou água da propriedade a ser cadastrada; cópia de todos os documentos que comprovam domínio/posse da área a ser cadastrada (exemplo: Matrícula, Transcrição, Contrato de Compra e Venda, Tramite de regularização; Escritura/ Imissão de posse etc.); cópia do CCIR, constando o número do imóvel junto ao INCRA; cópia do ITR; cópia de projeto aprovado de Sisleg, se possuir; documentos cartográficos (mapas) da propriedade com informações do perímetro do imóvel e uso do solo. O Dia do CAR do Sindicato Rural de Guarapuava está sendo promovido em parceria com a Uniflora Engenharia. Outras informações pelo telefone (42) 3623-1115.

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Atendimento está sendo feito às sextas-feiras, no Sindicato Rural


Prazo cadastramento O novo Código Florestal define o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico. O CAR é obrigatório para todas as propriedades, seringais, sítios e fazendas. O prazo do cadastramento termina no próximo dia 06 de maio, mas esta data deve ser prorrogada. De qualquer maneira, é importante que o produtor rural agilize o preenchimento de seu cadastro, até porque aqueles que fizerem dentro dessa data poderão ter alguns benefícios, como por exemplo, a consolidação de área produtiva sobre APP.

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Legislação

Da averbação da área de Reserva Legal na matrícula do imóvel

C Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)

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Revista do Produtor Rural do Paraná

onforme previsão legal, para fins de declaração do Imposto Territorial Rural – ITR, o contribuinte deve verificar como área tributável, a área total do imóvel, subtraindo-se as Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, previstas no Código Florestal. A Reserva Legal, conforme preceitua o artigo 3º, inciso III, do Código Florestal, é uma área localizada no interior de uma propriedade com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Já a área de Preservação Permanente (APP) resume-se em uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade. É isto que o Código Florestal define. A isenção do ITR para as áreas de Reserva Legal, apresenta inequívoca e louvável finalidade de estímulo a proteção do meio ambiente, tanto no sentido de premiar os proprietários que contam com Reserva Legal devidamente identificada e conservada, como de incentivar a regularização por parte daqueles que estão em situação irregular. Diversamente com o que ocorre com as Áreas de Preservação Permanente, cuja localização se dá mediante referências topográficas e a olho nu, a fixação do perímetro da Reserva Legal carece de prévia delimitação pelo proprietário, pois, em tese, pode ser

situada em qualquer ponto do imóvel. O ato de especificação faz-se tanto à margem da inscrição da matrícula do imóvel, como administrativamente, nos termos da sistemática instituída pelo Código Florestal (Lei n.º 12.651/2012, artigo 18). Inexistindo o registro, que tem por escopo a identificação da área de Reserva Legal, não se cogita à isenção tributária, este é o entendimento de grande parte das recentes decisões dos Tribunais pátrios. É necessário frisar que após o advento do “novo” Código Florestal, o registro na matrícula pode ser substituído pelo registro da área no Cadastro Ambiental Rural. Mas no intuito de minimizar eventual responsabilização e aplicação das respectivas penalidades, os possuidores/proprietários de área rural e sujeitos à Reserva Legal que ainda não tiverem sua averbação no RGI, devem atuar preventivamente mediante avaliação das condições práticas e entendimentos dos Tribunais e órgãos ambientais com relação à implementação do CAR e, mesmo da averbação da área, para ter garantida a isenção tributária. Dessa forma, acreditamos que a área de reserva legal deve ser averbada na matrícula do imóvel, garantindo-se, com isso, segurança jurídica, bem como, publicidade ao perímetro da área protegida. Em caso de demora dos órgãos ambientais em fornecer os dados e/ ou documentos necessários para tal averbação, na matrícula do imóvel, ou do próprio ofício de Registro de Imóveis, o proprietário deve se socorrer do poder judiciário para demonstrar inequivocamente sua intenção de regularização.



Ponto de Vista

Saúde, nutrição e os alimentos do futuro Maurício Antônio Lopes Presidente da Embrapa

S

aúde e bem-estar são preocupações crescentes da sociedade. Muitos não medem esforços para garantir que o corpo esteja funcionando bem o tempo todo. As academias de ginástica e os parques públicos recebem número cada vez maior de pessoas preocupadas em manter a forma e o bem-estar físico. No entanto, e infelizmente, a maioria da população mantém estilo de vida pouco saudável. Negligencia o fato de que o corpo humano é constantemente desafiado por uma imensidão de riscos – de vírus e bactérias a doenças crônicas não transmissíveis como a obesidade, o diabetes, a arteriosclerose e o infarto agudo do miocárdio. Fato complicador é que a sociedade continua mais afeita ao hábito da cura que à lógica da prevenção. Embora essenciais, os avanços da medicina resultam em um paradigma que já não se sustenta. Os custos se elevam enormemente e poucos podem contar com seguros de saúde adequados. Os sistemas públicos de proteção à saúde enfrentam sucessivas crises financeiras e, não raro, as pessoas precisam desembolsar as economias de uma vida para ter os tratamentos que precisam. Apesar dessa preocupante situação, não está claro se a prática da prevenção encontrará caminho desimpedido para o centro das políticas de saúde. Na maioria dos países o orçamento da saúde é dedicado a consultas, internações e remédios para cura das pessoas já doentes. Mas, quando pensamos no potencial de redução de custos e de sofrimento, o

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bom senso, as estatísticas e vários estudos indicam que a prevenção e a promoção da saúde são caminhos mais interessantes e sustentáveis. Dentre os temas importantes relacionados ao bem-estar das pessoas e à prevenção de doenças, o suprimento adequado de alimento seguro e saudável tem grande relevância. Ainda assim, a má nutrição, em todas as suas formas - subnutrição, deficiências de micronutrientes, excesso de peso e obesidade tem crescido em todo o mundo. A FAO estima que 26% das crianças são raquíticas, 2 bilhões de pessoas sofrem de uma ou mais deficiências de micronutrientes e 1,4 bilhão de pessoas tem excesso de peso, dos quais 500 milhões são obesos. O custo estimado do impacto da malnutrição alcança 5% do PIB global, equivalente a 3,5 trilhões de dólares por ano, ou U$ 500/pessoa/ano. Avanços da tecnologia agropecuária e da ciência e tecnologia de alimentos estão entre os principais meios para superação deste preocupante quadro. A estreita relação que os alimentos têm com a saúde e o bem-estar tem sido tratada em profundidade pela ciência e já está bem estabelecida há décadas. Inovações na diversidade, qualidade e funcionalidade dos alimentos poderão proporcionar melhor qualidade de vida para a população, reduzir custos com doenças associadas à má alimentação, e também atender à crescente demanda dos consumidores por alimentos saudáveis, práticos e sensorialmente atraentes. O Brasil mantém um grande conjunto de ações para o avanço do conhecimento na relação entre alimentos,

nutrição e saúde. O objetivo é atender a demandas de consumidores, produtores e indústrias por alimentos mais diversificados, biofortificados, com qualidades nutricionais e funcionais diferenciadas e cientificamente comprovadas. A Embrapa já disponibiliza variedades biofortificadas, com vitaminas e minerais, de batata-doce, mandioca, feijão comum, milho e feijão-caupi, que beneficiam aproximadamente 2500 famílias nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Estão em processo de melhoramento variedades de trigo, abóbora e arroz. Além de vitaminas e minerais busca-se adicionar e incrementar em diversos alimentos a produção de compostos bioativos, proteínas e peptídeos, fibras alimentares, ácidos graxos e componentes para prevenção de doenças específicas. Resultado promissor foi obtido recentemente com a produção em alface de altas quantidades de vitamina B9, importante na nutrição de gestantes, para prevenção da anencefalia, decorrente de uma malformação no tubo neural. Outros projetos buscam melhorar a abóbora contra o diabetes, o alho para reduzir o colesterol e a melancia, que tem substâncias com potencial de combater a hipertensão arterial. Hipócrates, o pai da medicina, observou, há 2500 anos, que as doenças originam-se da natureza e podem ser evitadas quando se estabelece um equilíbrio entre o meio ambiente, os alimentos ingeridos e o espírito. Portanto, é sempre tempo de refletirmos sobre seu principal ensinamento - “o alimento é o nosso melhor remédio”.


Medicina e Segurança do Trabalho

+ qualidade de vida + produtividade e lucro para o empregador

A

Protege Medicina e Segurança do Trabalho agora está oferecendo seus serviços também em Guarapuava. A empresa já atua há mais de 10 anos em Curitiba e Pitanga. Os serviços são realizados por profissionais, garantindo todas as obrigatoriedades legais relativas à segurança e medicina do trabalho e assegurando uma assistência permanente para quaisquer dúvidas quanto aos procedimentos e condutas. A Protege possui os programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA - NR Nove), Controle Médico e Saúde Operacional (PCMSO - NR Sete), Exames Complementares e Perfil Profissiográfico Previdenciário. O médico Otacílio Alessandro Bittencourt ressalta a agilidade e facilidade que a empresa oferece. “Dificilmente um cliente ficará esperando, se possui um horário marcado. Nós também nos disponibilizamos a ir até a empresa ou propriedade rural para realizar alguns serviços. Um exemplo são os exames de rotinas que os funcionários precisam fazer. Marcamos

um dia, vamos até o local e realizamos o exame em todos”. Bittencourt observa que a maioria dos exames complementares também podem ser feitos nas empresas ou propriedades, como eletrocardiograma, encefalograma, audiometria, esperiometria e exames laboratoriais. A empresa também disponibiliza diversos treinamentos. Cursos de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes); Mapa de Riscos Ambien-

tais; Prevenção e Combate a Incêndio; Formação de Brigadas de Incêndio; A importância da Utilização dos EPI´S; SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes); Curso NR 18; Curso para Trabalho em Altura conforme NR 35 e Curso de Espaço Confinado NR 33 são alguns deles. A Protege acredita que com o bem estar e saúde dos funcionários, todos saem ganhando, tanto empregados como empregadores.

“Seu patrimônio é a vida, sua maior proteção é a prevenção.” Revista do Produtor Rural do Paraná

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Reunião

Guarapuava: definida nova tabela do Valor da Terra Nua

Arthur Bittencourt Filho (SEAB) e Rodolpho Luiz Werneck Botelho (Sindicato Rural)

U

ma nova tabela do Valor da Terra Nua (VTN) em Guarapuava foi definida, no dia 07 de abril, em reunião ocorrida no Sindicato Rural. A tabela 2015 altera pouco os valores determinados para 2014 (confira abaixo a lista resumida). Como ocorre anualmente, os parâmetros de preço são determinados por meio de debate entre os participantes: representantes do Sindicato Rural, Sociedade Rural, cooperativas, secretarias municipal e estadual de Agricultura, Emater, produtores rurais, setor imobiliário, contadores e escritórios de contabilidade, cartórios e instituições financeiras.

Valor da Terra Nua 2015 em Guarapuava Áreas mecanizadas:

R$ 30.000,00 / ha

Áreas mecanizáveis:

R$ 11.800,00 / ha

Áreas não-mecanizáveis: R$ 6.500,00 / ha Áreas inaproveitáveis:

28

R$ 3.900,00 / ha

Revista do Produtor Rural do Paraná

A reunião deste ano foi coordenada pelo presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e pelo chefe regional da Seab, Arthur Bittencourt Filho. Logo após o encontro, em entrevista, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, considerou positiva a reunião, mas destacou que, em Guarapuava, o perfil das áreas varia muito e que, por isso, é sempre desafio estabelecer uma média: “temos sempre uma certa dificuldade, em função de que as áreas aqui do município são muito heterogêneas. Existem as mais valorizadas e as menos valorizadas, mesmo na mesma categoria, quer seja mecanizada ou mecanizável”. Ele explicou que a reunião do VTN tem, por aquela razão, o objetivo de buscar um patamar que possa ser utilizado como um ponto de partida. “Esse levantamento é justamente para isso: para tentar definir alguns parâmetros médios da região. O que foi decidido hoje é que os preços mais ou menos se mantiveram em relação ao ano passado”, ressaltou. O presidente do Sindicato Rural lembrou que em 2014 o reajuste foi mais expressivo: “Ano passado teve uma correção grande dos valores. Nesse ano, sentimos que o mercado está bem mais acomodado, devido à rentabilidade da agricultura, que caiu. A perspectiva não é muito boa, mas mantivemos os valores que achamos mais coerentes”.

Vice-presidente do Sindicato Rural e representando a Sociedade Rural de Guarapuava, o produtor Josef Pfann Filho, também fez um balanço positivo do encontro. Porém, apontou para a necessidade de uma tabela que possa abranger a diversidade de tipos de áreas agropecuárias de Guarapuava. “A lei estadual precisava ter uma estratificação maior, haja vista que o nosso município é bastante heterogêneo. Temos áreas planas, declivosas, com afloramento rochoso, com cobertura vegetal diferente. É um assunto que foi até solicitado nesta reunião, para que seja encaminhado, via FAEP, ao governo do Estado, para melhorar todo esse processo”, declarou Pfann Filho. Para outro participante, Alfeu Leite Agner, do Cartório Agner, a reunião foi produtiva por haver considerado as realidades dos pequenos, médios e grandes produtores. Ele sublinhou também que a diversidade do tipo de áreas de agropecuária, em Guarapuava, torna ainda mais importante que a reunião anual do VTN tenha a presença de vários setores ligados ao campo. “É muito importante as entidades participarem desse encontro, até porque Guarapuava é muito heterogênea em termos de valores de áreas. Essa tabela do VTN, da qual fizemos a avaliação hoje, é muito restrita a certo tipo de padrão de área”, comentou.


ASAS PARA O SEU POTENCIAL.

RESULTADO DE PRODUTIVIDADE

DKB 230 PRODUTOR

HÍBRIDO

MUNICÍPIO

ÁREA

PRODUTIVIDADE KG/HA

SCS/HA

CICERO PASSOS DE LACERDA

DKB 230 PRO 3

Goioxim - PR

1 ha

14.338

239

ROLAND JUNG

DKB 230 PRO 3

Reserva do Iguaçu - PR

1 ha

13.507

225,1

JOSÉ HENRIQUE CORDEIRO LUSTOZA

DKB 230 PRO 3

Guarapuava - PR

1 ha

14.220

237

WILSON RICKLI

DKB 230 PRO 3

Pinhão - PR

1 ha

14.630

243,8

MANOEL LACERDA CARDOSO VIEIRA

DKB 230 PRO 3

Guarapuava - PR

1 ha

15.325

255,4

HELMUT MILLA

DKB 230 PRO 3

Candói - PR

1 ha

14.114

235,2

ARNO VIER

DKB 230 PRO 3

Guarapuava - PR

1 ha

15.015

250,3

ELKE MARINA LEH BASSO

DKB 230 PRO 3

Pinhão - PR

1 ha

14.014

233,6

DKB 290 PRODUTOR

HÍBRIDO

MUNICÍPIO

ÁREA

PRODUTIVIDADE KG/HA

SCS/HA

MANOEL LACERDA CARDOSO VIEIRA

DKB 290 PRO

Candói - PR

51,85 ha

13.179

219,7

ROBERCIL FABRO TEIXEIRA

DKB 290 PRO

Candói - PR

30 ha

14.280

238

MOACIR K. AOYAGUI

DKB 290 PRO

Guarapuava - PR

60 ha

14.780

245

HERMANN KARLY*

DKB 290 PRO

Guarapuava - PR

6,34 ha

14.798

246,6

CAROLINA REMLINGER

DKB 290 PRO

Reserva do Iguaçu - PR

1,26 ha

17.671

294,5

CICERO PASSOS DE LACERDA

DKB 290 PRO 3

Goioxim - PR

1 ha

14.406

240,1

WILSON RICKLI

DKB 290 PRO 3

Pinhão - PR

1 ha

15.849

264,2

ARNO VIER

DKB 290 PRO 3

Guarapuava - PR

1 ha

15.110

251,8

*Área de desafio de produtividade

Revista do Produtor Rural do Paraná

29


Maio: mês de vacinar contra a febre aftosa

A

primeira etapa da campanha estadual de vacinação contra a febre aftosa 2015 vai do dia 1º a 31 de maio. A ação tem por objetivo a imunização de bovídeos (bovinos e búfalos) até 24 meses de idade, incluindo bezerros com poucos dias de vida. Responsável pela campanha, entre outras iniciativas pela sanidade animal, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) lembra que a principal consequência da aftosa é econômica – a carne produzida em regiões afetadas é rejeitada por vários países. “Somente a vacina pode proteger o rebanho da doença. Além

de vacinar corretamente é importante também que o produtor declare de forma correta a vacinação. Nos últimos anos, percebemos que alguns produtores preencheram o formulário de forma errônea, não preencheram ou não entregaram o formulário. Além de não termos o controle correto, isso também pode atrapalhar a retirada da GTA do produtor quando ele precisar”, pontua a médica veterinária Marcia Maria Zago. Ela lembra ainda que a não vacinação ou não comprovação implica em multa, que neste ano possui o valor de 0,2 UPF’s. Durante o período da campanha, a Adapar procede a atualização dos planteis do estado do Paraná, por isso também a importância do preenchimento correto do formulário, inclusive, indicando os outros animais que existem na propriedade. A aquisição e aplicação da vacina contra a febre aftosa é de responsabilidade dos proprietários dos animais. A segunda etapa da campanha está prevista para novembro deste ano, quando todo o rebanho deve ser vacinado. De acordo com o governo estadual, o Paraná está desde 2005 sem registro de casos de aftosa. Atualmente, o Estado é classificado pela OIE como Área Livre de Aftosa com Vacinação. Nesta mesma condição encontram-se outros 14 estados do Brasil, o Distrito Federal e a região centro-sul do Pará.

Foto: Geyssica Reis

Foto: Sind. Rural de Guarapuava/Banco de imagens

Campanha

Prencher corretamente o formulário é importante para retirar a GTA Médica veterinária da Adapar, Marcia Maria Zago

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Revista do Produtor Rural do Paraná


Pecuária leiteira

Produção de leite de qualidade Jeferson de Souza Coordenador Regional – Lab. Naturovita

O

s sistemas de produção de leite em todo o mundo precisam combinar a sua rentabilidade com responsabilidade em proteger a saúde humana, a saúde e o bem-estar animal e o meio ambiente. Os produtores por sua vez, devem ter a oportunidade de agregar valor ao seu produto pela adoção de métodos de produção que satisfaçam a demanda da indústria de processamento e dos consumidores. No 1º trimestre de 2014 foram adquiridos, pelas indústrias processadoras de leite,6,186 bilhões de litros de leite, indicativo de aumento de 8,9% sobre o 1º trimestre de 2013 e queda de 5,5% sobre o 4º trimestre de 2013. A industrialização, por sua vez, foi de 6,169 bilhões de litros ou o mesmo que 8,9% de aumento sobre o mesmo período de 2013 e queda de 5,2% sobre o 4º trimestre de 2013. Regionalmente verificou-se que o Sudeste foi responsável por 41,4% da aquisição nacional de leite, o Sul por 33,8% e o Centro-Oeste por 14,7% no 1º trimestre de 2014. O Norte e Nordeste participaram com percentual igual a 5,0% cada um. Estamos aumentando a cada ano a produção de leite, porém sem nos preocuparmos muito com a qualidade do leite. Porém, a cada ano surgem normativas estabelecidas pelo MAPA, como a instrução normativa 62, por exemplo, que preconiza baixos números de CCS (Contagem de Células Somáticas) e CBT (Contagem Bacteriana Total). Teremos que fazer uso cada vez mais de tecnologias de manejo sanitário principalmente, para atender essas normativas que, com certeza, foram criadas pensando no mercado consumidor. Para o produtor, o resultado de se trabalhar para manter CCS e CBT em níveis mais baixos possíveis é o aumento na produção de leite, pois quanto menor é o CCS e CBT maior é a produção de leite, como mostra a tabela abaixo:

CCS/ml de leite

Perdas na produção de leite

140.000 – 160.000

5%

195.000 – 340.000

8%

380.000 – 1.200.000

9 a 18%

1.280.000 – 2.180.000

19 a 25%

Fonte: Phiilpotetall, 1991

Naturovita na produção de leite O Laboratório Naturovita, que utiliza como ciência para desenvolver seus produtos a Medicina Chinesa Clássica, apresenta uma nova tecnologia que vem atender às exigências do produtor de leite para aumentar a sua produção e produzir um alimento de qualidade superior. O medicamento mais usado pelos produtores de leite é o Complexo Vita e o Naturovita Leite. A composição química dos seus medicamentos são ervas medicinais e tecidos como hipófise, pulmão, coração, estômago, intestino, fígado, rins, baço, glândula mamária, ovário, útero, placenta, etc. De acordo com a Medicina Chinesa, o tecido sadio trata o tecido doente numa forma energética. É uma evolução nesse tipo de tratamento, que no passado era praticamente impossível tratar doenças e controlar os parasitas dos animais somente com produtos naturais, hoje isso é possível. O Complexo Vita é um medicamento natural energético que atua nas glândulas secretoras de hormônios dos animais, aumentando a imunidade e controlando as doenças e parasitas dos animais (endo e ecto parasitas). Aumentando a produção de leite e produzindo um leite de qualidade superior, oferecendo para o mercado consumidor um alimento sem resíduo químico. Devido ao seu modo de ação e eficácia, estamos ganhando o mercado cada vez mais, pois melhoramos muito o desempenho dos animais. Seja qual for seu sistema de produção,é um investimento com retorno garantido. Com o Complexo Vita, conseguimos tratar um animal desde o seu nascimento até o fim de sua vida produtiva, produzindo um alimento muito mais saudável. Não existe contra indicação, basta misturar aos suplementos minerais ou ração e fornecer diariamente a dose recomendada pelos técnicos regionais. Em Guarapuava você só encontra na Agroboi.

Revista do Produtor Rural do Paraná

31


MÁQUINAS AGRÍCOLAS

PULVERIZADOR MF 9030: FLEXIBILIDADE E DESEMPENHO NA SUA LAVOURA O MF 9030 é um pulverizador que possui grande capacidade produtiva com alta durabilidade, características que permitem maior quantidades de hectares aplicados por dia com menor custo operacional. Outro ponto importante a destacar é que o MF 9030 possui o exclusivo chassi Flex-frame, característica que lhe permite trabalhar nos mais variados tipos de topogra�ia e solo sem perder tração.

Transmissão O MF 9030 é equipado com um sistema de transmissão hidrostática 4x4 cruzada permanente, com três velocidades. É um sistema que traciona a roda dianteira esquerda em conjunto com a roda traseira direita, e vice-versa, característica que somada ao chassi Flex Frame mantém o pulverizador sempre tracionado em qualquer tipo de topografia.

Suspensão A suspensão pneumática ativa com barras estabilizadoras garante um maior conforto operacional e uma melhor estabilidade tanto da máquina como das barras. Cabine

A cabine do MF 9030 foi projetada para maximizar o conforto e a segurança do operador. Seu design oferece fácil acesso e amplo espaço interno com baixo nível de ruído e vibração. Tanque de Produto O MF 9030 é equipado com um tanque de produto rotomoldado em polietileno com capacidade nominal de 3000 litros. Este volume proporciona ao pulverizador grande autonomia na pulverização, mesmo quando utilizando altas taxas de aplicação. Bomba de Pulverização Do tipo centrífuga confeccionada em aço inox garante uma aplicação homogênea independente do volume de aplicação.

32

Revista do Produtor Rural do Paraná


DIAS DE CAMPO

AUGUSTIN MASSEY FERGUSON APRESENTA SUA NOVA MF 6690 HYBRID A Augustin Paraná apresenta em demonstração de campo com o formato teste drive, a nova colheitadeira Classe V MF 6690 Hybrid. A caravana já passou pelos municípios de Manguerinha, Laranjeiras do Sul, Candói, Guarapuava (Entre Rios) e Pinhão e, em breve, estará rumo a Goioxim, Pitanga, União da Vitória e Palmas no Paraná, e ainda oportunizando aos clientes da marca da região de Irineopolis - SC a realizar o teste drive com a nova colheitadeira. Nos dias de campo da Augustin Massey Ferguson o produtor tem a possibilidade de testar e aprovar o desempenho da máquina em sua região, sendo que, em cada demonstração a 6690 fica por até dois dias à disposição dos produtores, que conhecem todas as suas vantagens e superioridade em relação as máquinas concorrentes, uma vez que a MF 6690 é a única Classe V híbrida do mercado.

Revista do Produtor Rural do Paraná

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Processo assemblear

Cooperativa Sicredi Terceiro Planalto PR reuniu mais de 1,1 mil associados nas Assembleias 2015 Adesão foi maior que a do ano passado e torna as decisões mais representativas

A

s assembleias da cooperativa de crédito e investimento Sicredi Terceiro Planalto PR reuniram 1.156 associados neste ano. Ao todo foram mais de 2.300 pessoas participando dos nove encontros realizados por toda a área de responsabilidade da cooperativa. Durante as assembleias, o presidente Adilson Primo Fiorentin apresentou os resultados de 2014, acompanhados do parecer do Conselho Fiscal. Também foi colocada em votação a destinação das sobras que totalizaram R$ 9 milhões, dos quais R$ 1,9 milhões serão distribuídos aos associados, proporcionalmente ao volume de suas operações no período e outro montante será investido no Fundo de Reserva, criado para atender o desenvolvimento das atividades e dar mais solidez à cooperativa.

Assembleia Geral Ordinária O Fundo compõe o patrimônio da cooperativa, que define o quanto ela poderá emprestar para financiar as atividades de seus associados. Quanto maior o patrimônio, mais forte é a cooperativa. Além disso, R$ 590 mil serão direcionados para o Fates (Fundo de Assis-

Associados votando durante as Assembleias de Núcleo

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Revista do Produtor Rural do Paraná

tência Técnica, Educacional e Social), reservado à prestação de assistência aos associados, seus familiares e aos colaboradores da cooperativa. No encontro, também foram eleitos os novos integrantes do Conselho Fiscal – Efetivos: Ari Schwans, Fábio Peterlini e Marcos Storti; Suplentes: Claudete Maria Agnes Gomes, Jailson Rodrigues e Marcelo Krachinski Galvão - e tratados outros assuntos de interesse do quadro social. O presidente Adilson destacou ainda as inúmeras ações realizadas em 2014 com relação aos programas sociais, campanhas promocionais, inaugurações de novas unidades, entre outras, que de forma direta ou indireta beneficiaram os mais de 13,5 mil associados da cooperativa. Destacou também que nas instituições de crédito cooperativas as decisões são compartilhadas e o voto tem o mesmo valor. “Os associados do Sicredi


Sobre o Sicredi

Casa cheia na Assembleia de Núcleo, no município do Turvo têm a oportunidade de participar das decisões, acompanhar o resultado financeiro e como o dinheiro investido na cooperativa gerou desenvolvimento e tornou a economia da região mais forte”, complementa Adilson Primo Fiorentin. O processo assemblear 2015 foi finalizado no dia 28/03, quando os coordenadores de núcleo efetivos se

reuniram em Assembleia Geral Ordinária, para oficializarem junto ao conselho de administração o voto dos núcleos que eles representam. Participaram deste evento também, os gerentes de unidade, diretoria executiva, os membros dos conselhos de administração e fiscal, e como convidado o presidente da Sicredi Grandes Lagos PR/SP, Orlando Muffato.

o

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Assembleia Geral Ordinária

Sindicato Rural presta contas aos associados

O

Sindicato Rural de Guarapuava realizou no dia 26 de março, Assembleia Geral Ordinária (AGO). Os pontos principais da assembleia, coordenada pelo presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, foram a aprovação das contas da gestão financeira de 2014 e aprovação da proposta orçamentária para 2015. Durante o encontro, o presidente apresentou um relatório das atividades realizadas em 2014. Como parceiro, apoiador ou patrocinador, o Sindicato Rural de Guarapuava e a Revista do Produtor Rural do Paraná estiveram presentes em todos os principais eventos agropecuários da região. Entre projetos, campanhas, programas e novos serviços realizados pela entidade, Botelho citou reuniões e visitas técnicas referentes à criação de uma cooperativa florestal em Guarapuava; cursos de Excel e Matemática Financeira; curso de Inglês para sócios, colaboradores e parceiros; projeto Identidade Sindical; Classificados e Empregos Online; Campanha do Imposto Beneficente e Campanha Produtor Solidário. O relatório de atividades apresentado pelo presidente do Sindicato Rural enfocou ainda os cursos profissionalizantes realizados através de convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) em 2014: um total de 173, abrangendo Guarapuava (87 cursos), Candói (52 cursos), Cantagalo (29 cursos) e Foz do Jordão (5 cursos). Com isso, sindicato e SENAR capacitaram, em 2014, um total de 2.152 pessoas, entre produtores rurais e/ou funcionários de propriedades. Quanto à saúde financeira, o contador responsável pela contabilidade da entidade, Ted Marco Sander, garantiu que o orçamento final de 2014 foi bastante equilibrado. “O Sindicato Rural é uma entidade sem fins lucrativos, portanto, a finalidade é atender e prestar o melhor e mais adequado atendimento ao associado. E isso o sindicato vem fazendo muito bem, se destacando como um dos melhores sindicatos do Paraná e do

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Associados aprovam contas de 2014 e proposta orçamentária para 2015

Presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho

O associado Waldemir Spitzner aprova administração que vem sendo feita pela entidade

Brasil. Não houve nem geração de lucros em excesso e nem prejuízo, e é isso que importa. Todos esses fatores demonstram o sucesso da gestão”. O associado Waldemir Spitzner concorda que a entidade está tendo uma excelente administração. “A equipe e a diretoria, em conjunto, estão fazendo um bom trabalho. As perspectivas de gastos e receitas estiveram muito próximas da realidade. É uma administração com os pés

Ted Marco Sander apresentou o relatório contábil

Cândido Bastos parabeniza equipe e diretoria do Sindicato Rural

no chão e que merece nosso apoio. Além disso, o Sindicato vem cumprindo muito bem o seu papel de entidade apoiadora da classe rural patronal”. Para o associado Cândido Pacheco Bastos, a diretoria e equipe do Sindicato Rural estão de parabéns pelo trabalho realizado em 2014. “O Sindicato está sendo muito bem conduzido, atuando em prol da classe produtora rural. É uma entidade consolidada em Guarapuava e região”.


Evento Agropantanal realiza 1º Campo Tecnológico

Fotos: Geyssica Reis

A

Agropantanal, realizou em parceria com a LUSTOZA AGROLOGÍSTICA, no dia 21 de fevereiro o 1º Campo Tecnológico, em Guarapuava. O evento teve a objetivo de divulgar novas tecnologias nas culturas da soja e milho, como novas cultivares de soja Intacta da Nidera; lançamentos de híbridos de milho com alto potencial produtivo e maior sanidade da empresa DEKALB, apresentação de resultados nas áreas da nutrição, biológicos e controle de pragas e doenças. “A intenção foi apresentar aos nossos clientes e produtores da região inovações tecnológicas voltadas as características de agricultura da região, objetivando sempre um aumento da produtividade e maior retorno ao investimento, observa o gerente da filial da Agropantanal em Guarapuava, Eng. Agrônomo Marcelo Martins Pereira.

Visualizar a ação das tecnologias nas culturas foi um dos destaques do evento

Evento contou com diversos parceiros “Conseguimos demonstrar na prática as ações dos nossos produtos e comparar as culturas quando o produto não foi aplicado. Mais do que escutar, o produtor pode visualizar a ação nas culturas. Esse contato mais direto, de olhar, conversar, tirar dúvidas é muito benéfico para a empresa e para o cliente”, ressalta o representante de vendas, Orlei Bufoliski. Para o representante da Augustin (Concessionária Massey Ferguson), Glauber Martins, o dia de campo unifica tecnologias, oferecendo ao produtor rural a oportunidade de ter uma produtividade muito maior. Durante o evento, a Augustin lançou um novo modelo de colheitadeira, a MF 6690, classe 5. Destacam-se na máquina, o conforto da cabine e também o baixo custo operacional, uma vez que todos os componentes e conjuntos foram projetados e selecionados para o máximo desempenho e durabilidade. Apoiaram o evento a Augustin, Nidera Sementes, Bayer, Dekalb, Agrichem, Microgel, Inquima, Monsanto, Solos, Beto Agro, Tratorsolo, Lustoza Agrologística, Koppert, Seven Mitsubishi e Sindicato Rural de Guarapuava.

Produtores aprovam evento

Equipe Agropantanal envolvida no evento

O produtor rural e agrônomo Fernando Ruiz considerou que atualmente há lançamentos de tecnologias de uma forma muito frequente. “São em eventos como esse que conhecemos e obtemos informações sobre essas novas tecnologias. Foi uma iniciativa muito boa da Agropantanal e, com certeza, deve acontecer mais vezes”. Ruiz foi ao evento com a intenção, principalmente, de conhecer as novas cultivares disponíveis. “Procuro informações sobre qualidade, produção e todo o segmento agrícola que envolve este tipo de tecnologia”. Marcos Clock, que também é produtor rural, compareceu ao evento para conhecer as novas variedades de soja. “Em eventos assim que nós conhecemos, tiramos dúvidas, encontramos outros produtores e trocamos experiências. A Agropantanal está de parabéns. Foi muito bom, com uma boa organização e um pessoal empenhado”, elogiou.

Revista do Produtor Rural do Paraná

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Especial

Agrária e FAPA: difusão de pesquisas e tecnologia para o campo

A

diretoria da Agrária e da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) considerou, mais uma vez, o Dia de Campo de Verão, promovido pela cooperativa e pela fundação de pesquisa, um sucesso. O evento aconteceu nos dias 04 e 05 de março, nos campos da FAPA, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava-PR. “Ficamos bastante satisfeitos com o resultado e com o trabalho da FAPA dentro do dia de campo de verão. Primeiro, porque tivemos um bom número de público (1500 pessoas) e produtores bastante focados, interessados na informação técnica, que é o perfil do evento. O dia de campo mostrou resultados de pesquisas atualizados. Cada ano agrícola é diferente em termos de clima, novidades, novas tecnologias e isso é sempre apresentado no dia de campo”, disse o presidente da cooperativa, Jorge Karl. Foram três palestras principais, com debates sobre o futuro do agronegócio, Expedição Safra 2015 e uma palestra motivacional sobre os desafios a serem superados.

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Revista do Produtor Rural do Paraná

positores (empresas nacionais e multinacionais) que ofereceram as mais novas tecnologias em insumos agrícolas. A chuva que caiu durante o evento não foi um empecilho para o público. “Esse ano investimos muito na estrutura do evento, para o conforto dos nossos visitantes. Todas as ruas tinham tendas, interligando o acesso ao auditório principal, bem como aos demais estandes de expositores e estações da FAPA, onde ocorriam palestras simultâneas. O público pôde fazer as visitas sem nenhum transtorno”, pontuou o coordenador do evento, Leandro Bren.

Jorge Karl, presidente da Agrária O presidente ressaltou ainda a novidade desta edição: “acrescentamos mais duas palestras com os temas de bovinocultura (leite e corte), que acabaram atraindo mais pessoas tecnicamente relacionadas com os assuntos”. A programação incluía mais cinco estações da FAPA, que divulgaram pesquisas realizadas pela fundação. Além disso, o público pôde visitar mais 33 ex-

Leandro Bren, coordenador do evento


Palestras A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ fez a cobertura jornalística e fotográfica das palestras principais ocorridas durante o evento. Confira: Uma leitura do futuro do agronegócio Prof. PhD. Marcos Fava Neves

“2015 será um ano mais complicado? Vai ser. A agricultura brasileira continua sendo o que salva este país. Em 2006, a agricultura gerava R$ 260 bilhões. Em 2015, R$ 477 bilhões. O que esperar para 2015/16? Na soja: vamos partir de 86 milhões de t, para uma produção que provavelmente deve fechar em 92 milhões de t – o que é uma superprodução. Milho cai: de 80 milhões de t, para 78 milhões de t. O momento é de bons estoques mundiais. Mas é preço mais baixo do que a gente teve nos últimos dois ou três anos. Mas vale lembrar que esses últimos anos foram muito, muito bons,

e tudo que é muito, muito bom, traz resultado ruim depois. É o momento (do produtor) ter muita parcimônia, austeridade, olhar para aquilo que você consegue resolver, que é o custo. E estar atento. Menor rentabilidade vai levar o agricultor a soluções tecnológicas de menor custo. Vai se elevar a participação de arrendamentos. Quem vai sofrer muito, este ano, lamentavelmente, é o setor de máquinas. O efeito do petróleo barato: aumenta o consumo de comida, nos países onde abaixa a gasolina, por exemplo, no Estados Unidos – isso tem efeito também na China, na Índia e em

muitos países. O setor de carnes continua bem. Para bovino, vai ser um período excelente. Tem consumo crescente no mundo. Frangos e suínos provavelmente não terão o cenário que tiveram no ano passado, mas devem continuar razoavelmente bem”.

Expedição Safra 10 anos Jornalista, técnico agrícola e consultor Giovani Ferreira “Em 2014 – os números não estão fechados ainda –, perto de um quarto do PIB brasileiro deve vir do agronegócio. O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), que é o valor que o produtor recebe, em 10 anos cresceu 83%. Para 2015, a estimativa é de R$ 477,5 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a nossa balança comercial estaria extremamente negativa. Atualizado em 2014: dos 10 produtos mais exportados pelo Brasil, oito são do agronegócio. Nos dois anos anteriores, a soja era o primeiro lugar de exportação. No ano passado, o Brasil exportou US$ 225 bilhões – desses, US$ 97 bilhões foram do agronegócio. Mais de 40% de faturamento das exportações do Brasil, no ano passado, vieram do agronegócio. De 2000 a 2013, o agronegócio sustentou o superávit da balança comercial. O que aconteceu em 2014? Por que o Brasil teve déficit e não superávit? O agronegócio diminuiu o seu saldo da balança comercial. Reduzimos as exporta-

Mais de ções e o faturamento. Nosso saldo da balança comercial, do agronegócio, foi de US$ 80 bilhões. Em 2013, tinha sido US$ 82 bilhões. Só que a economia do Brasil em 2014 foi tão ruim que nem o saldo do agronegócio conseguiu cobrir o déficit na relação exportação-importação dos outros setores. E em 2015, o mundo produz safras recordes. Isso faz com que a gente tenha estoques recordes também, em alguns momentos – estamos falando em nível mundial (em 2014/15: trigo, 196 milhões t; milho, 189 milhões t; e soja, 90,8 milhões t). O que tem um reflexo direto no preço”.

40%

de faturamento das exportações do Brasil, no ano passado, vieram do agronegócio” Revista do Produtor Rural do Paraná

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“Bovinocultura de corte – Planejamento Forrageiro” Agrária/Marketing (Studio Entre Rios)

Prof. Dr. Mikael Neumann (Unicentro)

“O planejamento forrageiro é uma ferramenta para auxiliar a gerenciar a propriedade. O passo inicial é o produtor buscar a contratação de um profissional especializado nessa área. O trabalho começa com um diagnóstico completo da propriedade. Depois, se caracteriza o tipo de produção, se indica pontos fortes, fracos (aqueles que podem ser melhorados) e os limitantes (algo que o produtor nunca vai poder mudar). O segundo passo é perguntar

para o produtor o que ele vislumbra para essa propriedade. Vamos ver qual o seu objetivo e o que a propriedade pode gerar para ele, com a readequação de objetivos e/ou a consagração do objetivo que ele expôs. Na terceira fase, temos de iniciar um trabalho de organização, setorizar a propriedade, ter uma direção e estabelecer um controle. A partir desse momento, começamos a estabelecer com o produtor metas de curto, médio e longo prazo. Planejamento forrageiro não é forragicultura. Não defende ideologias ou tecnologias. Pode estar presente dentro de uma propriedade exclusiva a pasto como dentro daquelas onde todos os animais são estabulados. A cada ano temos mudanças, com relação ao clima. Talvez esse seja o ponto crucial para justificar a presença de um planejamento. Ele permite que vários protocolos estejam prontos para uso dentro da propriedade, de tal forma que o produtor sempre esteja preparado para usar dessa tecnologia. E é isso que seguramente consegue trazer a sustentabilidade e manter o produtor na atividade, buscando a verticalização, o crescimento da sua propriedade”.

Nutrição de precisão para bovinos leiteiros Msc. Diego Langwinski

“O bovino de leite, como qualquer animal, precisa dos nutrientes para realizar suas funções vitais, seja para crescimento, produção ou reprodução. É muito importante analisar os ingredientes para saber o real valor nutricional que eles têm. No momento em que definimos com que animal trabalhar, qual o nível de produção e o seu requerimento nutricional – isso, os centros de pesquisa, ao redor do mundo, nos possibilitam determinar com maior precisão –, a gente faz a composição da dieta, ou da ração, com maior segurança e precisão. Aí entra o lado do produtor: monitorar a oferta dessa dieta para os animais, no sentido de oferecer sempre no mesmo horário a comida, com a mesma qualidade de mistura, com o mesmo perfil nutricional. No passado, se trabalhava com subprodutos, que eram resíduos. Agora, temos produtos das agroindústrias, com muito boa qualidade, o que permite fazer uma formulação de ração, de dieta, excelente, com redução de custos, mantendo o perfil nutricional. O produtor ainda tem aquela ideia

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Revista do Produtor Rural do Paraná

de que a melhor ração é o milho com o farelo de soja. Para quem usa pouca ração, talvez até seja. Mas para quem busca níveis de produção maiores, com certeza não é. Já existem fazendas que estão nesse patamar da nutrição de precisão: têm vagão de mistura, avaliação do consumo de matéria seca, acompanhamento de formulação de ração, de dieta, pelo menos mensalmente”.

A maior distância fica entre a cabeça e o coração Professor Steven Dubner

A palestra que encerrou o Dia de Campo de Verão da Agrária não falou exatamente de pesquisas na área agropecuária e nem divulgou novas tecnologias, mas o tema tem tudo a ver com o dia a dia dos produtores rurais: superar desafios. Steven Dubner, formado em Educação Física e especialista em esporte para pessoas com deficiência, no Brasil e nos Estados Unidos, é um dos fundadores da Associação Desportiva para Deficientes (ADD) e atuou junto ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, como técnico da seleção brasileira masculina de basquete em cadeira de rodas. Durante a palestra, Dubner mostrou ao público histórias de pessoas deficientes. Cegos, sem um braço, sem os dois braços ou ainda sem os dois braços e com apenas uma perna, essas pessoas superam seus limites dia a dia. Como ele mesmo repetiu inúmeras vezes, uma “porrada” para pessoas perfeitas fisicamente, mas imperfeitas quando se trata de ir além e superar os problemas rotineiros. Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ ele pontuou: “muitas pessoas reclamam diariamente de coisas muito pequenas. Quando elas olham e se deparam com as situações enfrentadas pelos deficientes e o que eles conseguem fazer, geralmente enxergam que não vale a pena se preocupar, ficar chateado ou triste”. Orgulhoso, Dubner mostrou o sucesso das equipes de deficientes nas Paraolimpíadas de 2012, em Londres. Ao todo, foram 43 medalhas conquistadas, sendo 21 de ouro. “Se nós conseguimos fazer isso com os nossos deficientes, fazendo com que eles vão além dos limites, busquem sempre o melhor, imagina o que todo mundo pode fazer. Temos que aprender que basta querer! Por isso, a palestra diz que a maior distância fica entre a cabeça e o coração”.


Estações da FAPA Feijão Noemir Antoniazzi e Eduardo Pagliosa

Fertilidade de solo Sandra Mara Vieira Fontoura

Mecanização Étore Reynaldo

Milho e Entomologia Celso Wobeto e Alfred Stoetzer

Fitopatologia Heraldo Feksa e Vitor Spader

Revista do Produtor Rural do Paraná

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Especial Dia de Campo de Verão/Cooperativa Agrária

Estande do Sistema FAEP faz sucesso no Dia de Campo de Verão da Agrária O Sistema FAEP (Sindicato Rural de Guarapuava e SENAR) mais uma vez marcou presença no Dia de Campo de Verão da Agrária. Cerca de 200 sócios, produtores rurais e parceiros do Sindicato Rural, visitaram o estande. “A importância do Sindicato Rural estar presente em dias de campo da região, e especialmente nos eventos da Agrária, está relacionada ao foco do evento, que é proporcionar aos produtores rurais nesse caso também ao associado do sindicato - informações sobre as novas tecnologias e pesquisas feitas pela FAPA. Os produtores precisam participar para ficarem atualizados sobre as tecnologias, utilizando-as em suas propriedades no dia a dia, proporcionando uma produtividade maior e melhor qualidade. O Sindicato estando presente no evento, é um incentivo a mais para que os sócios também estejam presentes”, observou o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. No estande, os visitantes receberam informações sobre os trabalhos realizados pelo Sindicato e sobre os cursos do Serviço Nacional

O estande do Sindicato Rural foi um local de informação, confraternização e descanso para os produtores rurais

de Aprendizagem Rural (Senar). “É um momento que você se aproxima do produtor rural, da sociedade, do agronegócio. Fazendo esses contatos, você consegue esclarecer os serviços prestados pelo Sistema Faep, in-

Aparecido Ademir Grosse, Supervisor regional do Senar cluindo o Senar. Várias pessoas que passaram por aqui perguntaram, por exemplo, qual é o posicionamento da Faep sobre os protestos que estão acontecendo no Estado e no País, outras questionaram sobre os cursos do Senar. Portanto, é um momento de esclarecer dúvidas sobre nossos trabalhos e trazer informações”, destacou o supervisor regional do Senar, Aparecido Ademir Grosse.

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Sorteios Ao final do evento, o Sindicato Rural sorteou um ovo de Páscoa gigante entre os associados que pagaram a anuidade sindical no estande e uma cesta de chocolates entre todos que assinaram a lista de presença. O ganhador do ovo de páscoa foi o associado Evald Zimmermann. Para ele, é importante que o Sindicato esteja presente em eventos técnicos, pois proporciona a integralização dos sócios e ainda a aproximação dos mesmos à entidade. Sobre o sorteio, ele disse ser um incentivo a mais para o sócio ir até o estande. Zimmermann também elogiou o dia de campo. “O evento é sempre interessante, principalmente a parte técnica, que agrega informações que acabam

O ganhador do ovo de Páscoa, Evald Zimmermann e o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho

A ganhadora da cesta de chocolates Eunice Maria Schels Keller, acompanhada por Evelyn Pfann e Adriana Botelho

sempre levando a um aumento de produtividade ou então a melhor qualidade da nossa produção”. A ganhadora da cesta de chocolates foi a associada Eunice Maria Scheis Keller, que ficou bastante contente com o prêmio. “Não imaginava que iria ganhar. O estande ficou lindo e enquanto estive aqui, tive conversas muito produtivas com a equipe e outros produtores. É um momento muito legal de reencontrar pessoas e trocar informações”, comentou.

Flashes do evento:

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Reunião

Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) Padronização

Foto: Geyssica Reis

O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal é regulamentado pelo Decreto n° 5.741, de 30 de março de 2006, e faz parte do Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (Suasa). Ele padroniza e harmoniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e segurança alimentar, estabelecendo as competências para a realização das inspeções nos estabelecimentos elaboradores de produtos de origem animal de acordo com seu âmbito de comercialização. “O Sisbi veio para unificar. É um sistema de equivalência. A qualidade dos produtos deve ser padronizada, não importa se ela é avaliada pelo município, estado ou país. Sendo assim, a empresa que está dentro deste sistema pode vender o produto para todo o país, pois a qualidade já foi garantida”, pontua Kroetz.

Representantes de estabelecimentos que participam do Sisbi se reuniram em Guarapuava, juntamente com dirigentes e técnicos da Adapar

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Foto: Manoel Godoy

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Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) realizou no dia 31 de março, no Sindicato Rural de Guarapuava, uma reunião com representantes de empresas que participam do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi). No total, 23 empresas de várias regiões do Paraná participam do Sisbi. “O objetivo da reunião foi reunir empresas que abatem ou processam produtos de origem animal, sejam eles suínos, bovinos, aves, lácteos ou pescados. As empresas que estiveram presentes já atingiram a classificação máxima para participarem do Sisbi e hoje podem comercializar seus produtos para todo o país. A ideia foi reunir, trocar ideias, esclarecer dúvidas, quais são os principais problemas que eles estão enfrentando e trazer as novidades da legislação para este ano”, explicou o presidente da Adapar, Inácio Kroetz.

Inácio Kroetz, presidente da Adapar

Meta A meta é que o Sisbi, no Paraná, conte com 50 empresas até o final de 2015. Todas as categorias de estabelecimentos processadores de produtos de origem animal poderão participar do Sisbi/Poa (carne, leite, mel, ovos e pescado). Estas empresas devem ser indicadas pela Adapar, após avaliação. Essa será baseada nas condições físicas, higiênico-sanitárias, tecnológicas e também na realização de auditorias pelos Fiscais de Defesa Agropecuária da Adapar, para posterior homologação do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa). O consumidor poderá identificar o produto que faz parte do Sisbi por meio de um selo diferenciado, criado pelo próprio Mapa. “Esse selo é porque, por exemplo, se eu afirmo que a linguiça é pura de bovino, ela deve conter somente carne bovina e não mistura com carne de porco. E se a pessoa comer e não puder comer carne de porco? É isso o que a fiscalização vem garantir”, explica o presidente da Adapar.


Pragas Combate a pragas exige profissionalização Zanella alerta para a importância do profissional habilitado na dedetização e desratização de ambientes

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ssim como os roedores – que transmitem doenças como a leptospirose e a peste bubônica – insetos como baratas, formigas, aranhas, cupins, moscas e mosquitos podem ser vetores de diversas doenças. Por esse motivo, o controle destas pragas é uma questão de saúde pública e torna-se imprescindível para assegurar o bem-estar da população. Além disso, é importante que a dedetização seja feita por uma empresa especializada nesse serviço, pois os profissionais saberão avaliar quais os melhores produtos e formas de realizar esse tipo de ação. É imprescindível que a empresa esteja registrada no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), com o devido preenchimento e registro da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) Adilson Zanella, sócio-proprietário da empresa Zanella Controle de Pragas, grifa a importância de um profissional habilitado nesta atividade. “Somente a presença de um responsável técnico garante a segurança e a qualidade destes procedimentos.

Trata-se de um serviço de grande importância para saúde humana e ambiental. O controle de pragas urbanas ou rurais deve ser encarado com extrema seriedade e cautela, buscando sempre a contratação de empresas especializadas”. Qualquer tentativa de controle de pragas em algum ambiente sem as técnicas e cuidados exigidos por lei pode ser prejudicial ao ambiente e, principalmente, às pessoas que nele circulam. Zanella destacou que, por isso, desde o início das atividades de sua empresa, buscou formar uma equipe capacitada, dentro das exigências técnicas e legais. “Hoje, o pessoal, além de capacitado, é também treinado”, acrescentou. Com isso, assinalou, é possível alcançar um importante objetivo, que para ele também faz parte de sua filosofia de trabalho: embora a eliminação de pragas seja uma medida para preservar o patrimônio, a segurança dos clientes é um fator que tem de estar em primeiro lugar. Ao mesmo tempo, ao cumprir os pré-requisitos deste tipo de trabalho, Zanella sublinha que a empresa tem a certeza

Adilson Zanella, proprietário da Zanella Controle de Pragas

de estar oferecendo ao mercado um serviço que atende às necessidades e expectativas de quem precisa ter sua residência, seu local de trabalho, sua empresa ou propriedade rural livre de pragas. O empresário faz questão de ressaltar que o cuidado para com este tipo de serviço vai ainda além, já que os procedimentos com produtos utilizados não se resumem apenas ao momento da aplicação. Ele observou que a empresa segue cuidados ambientais também internamente. “Os produtos que utilizamos, as embalagens, depois, recebem uma correta destinação. Encaminhamos a uma empresa especializada, que recebe esse tipo de material”, comentou. Assim, com a certeza de prestar um serviço eficiente, Zanella garante: se a contratação de eliminação de pragas requer critério, o serviço, realizado por profissionais, sempre vale o investimento. “Quando você contrata uma desinsetizadora e desratizadora, você se torna co-responsável pelas consequências de seus serviços. Por isso, esteja atento às observações acima”, observa o responsável pela empresa Zanella Controle de Pragas.

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Novidade

Senar PR: várias possibilidades de capacitação rural Agora, produtor rural pode demandar cursos específicos para o Senar e horários dos cursos podem ser diferenciados

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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) do Paraná oferece várias capacitações, nas mais diversas áreas do setor rural. Os cursos são gratuitos, voltados para produtores ou trabalhadores rurais. Atualmente, o Senar-PR dispõe de cerca de 230 títulos de treinamentos já formatados e prontos para execução. Porém, o que a maioria das pessoas não sabe é da possibilidade de realizar um treinamento mais específico, de acordo com a demanda e do conhecimento que o produtor ou trabalhador rural necessita. ”Basta que se tenha um grupo organizado de produtores dispostos a trabalhar com foco em resultados, e não apenas no cumprimento de obrigações legais”, comenta o engenheiro agrônomo do Senar, Eduardo Gomes de Oliveira. O gerente de planejamento do Senar, Henrique de Salles Gonçalves, explica que esses treinamentos diferenciados são planejados por meio dos supervisores regionais, técnicos da gerência técnica (Getec) e gerência de planejamento (Geplan). “Eles que darão suporte aos projetos desenvolvidos em decorrência destas necessidades de nossos produtores e trabalhadores rurais, seja através da adaptação de treinamentos existentes, elaboração de novos treinamentos ou contratação de especialistas ligados aos assuntos de cada projeto”. Outras adaptações ainda podem ser feitas em relação aos cursos, como o ajuste de horários. Por exemplo, uma empresa ou um produtor rural não

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O gerente técnico Eduardo Gomes de Oliveira e o gerente de Planejamento, Henrique de Salles Gonçalves do SENAR-PR consegue liberar seus funcionários durante toda uma semana, mas pode liberar dois dias por semana. Neste caso, Oliveira afirma que existe a possibilidade de flexibilização. “No entanto, deve existir uma negociação prévia entre o demandante (produtor rural ou empresa), o Senar - PR e o instrutor, para que seja feito esse ajuste sem prejuízo à qualidade do treinamento ou do projeto em execução”. Nesse ano, houve uma reestruturação na distribuição dos cursos. Serão ofertadas capacitações mais específicas e mais densas. “Foi uma otimização dos recursos dos produtores paranaenses. Quando os cursos são disponibilizados sem a devida amarração com projetos, a ação acontece desconectada do acompanhamento, sem alcançar os resultados e a eficácia esperada. Neste caso, a ação pode se tornar pontual e muitas vezes inócua”, observa o gerente de planejamento. “A função do Senar - PR é a de dar

o devido suporte às atividades agropecuárias para que o produtor e o trabalhador rural tenham a capacidade de ser competitivos através de ações de capacitação a todos os agentes envolvidos nas atividades agropecuárias, estejam eles em qualquer fase do processo”, ressalta Oliveira. Ambos afirmam que a equipe do Senar está aberta sempre a conversação com os representantes do setor rural, buscando oferecer as melhores condições para que os profissionais se capacitem e para que isso reflita no sucesso da atividade agropecuária do estado e de todo o Brasil. Os produtores e trabalhadores rurais de Guarapuava e região que tiverem alguma dúvida em relação aos cursos, devem procurar os profissionais do Senar – PR na sede do Sindicato Rural de Guarapuava (R: Afonso Botelho, 58, Trianon),telefone (42) 3626-4789 ou com a mobilização do Senar em Guarapuava - (42) 3623-1115 (Rose).


Sindicato Rural de Pitanga Associação dos Bovinocultores de Pitanga constrói nova estrutura

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Associação dos Bovinocultores de Pitanga está passando por uma reestruturação. A organização já possui 10 anos de existência, mas nos últimos tempos estava inativa, devido à falta de um espaço próprio. Recentemente, com o apoio da Prefeitura Municipal de Pitanga, a Associação conseguiu obter um terreno de três hectares, localizado na Comunidade Rural Rio Xaxim. O agropecuarista Giovanni Karol Alves de Carvalho é o novo presidente. Ele assumiu o cargo em março deste ano. Segundo o presidente, a principal meta é finalizar a construção das mangueiras e do barracão, para que seja possível a realização de leilões. “As mangueiras já estão quase finalizadas, pois foi uma realização da gestão passada. O barracão já começou a ser construído, graças ao apoio da Prefeitura. Ele vai ter 650 m². Acredito que em maio já poderemos realizar um leilão. Isso é importante para os pecuaristas daqui e da região, para que eles possam adquirir gado de qualidade. No decorrer do ano, nos comprometeremos a fazer um leilão por mês, com 500/600 cabeças em cada evento. Vamos voltar com força neste ano”, diz Carvalho.

Já foram construídas mais de 80 mangueiras para a realização de leilões O presidente da gestão passada, Fabiano Mendes de Lucca, explica que quando assumiu a presidência, em julho de 2011, a Associação perdeu seu antigo terreno para a construção de um instituto federal. “Esse terreno era um comodato com a prefeitura. Com essa perda, o governo municipal nos ajudou, doando um novo espaço na comunidade Rio Xaxim. Agora, com uma área própria, muda tudo. A gente até realizou leilões durante esses anos, mas eram sempre em tendas locadas, que não é o ideal. Hoje já temos 88 mangueiras prontas, que são nossas”, relata, afirmando que “é muito importante a permanência da Associação, porque além de fortalecer a atividade pecuarista no município e na região, movimenta a economia”. Carvalho, o atual presidente da Associação conta que a entidade tem uma parceria com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Pitanga. “Todo o dinheiro arrecadado com bebidas e refeições nos eventos é repassado para a Apae, para ajudar nos seus custos mensais”. Ele pretende ampliar esse trabalho social, solicitando 1 quilo de alimento na entrada dos leilões. “O que for arrecadado, será repassado a outra entidade aqui de Pitanga”.

Giovanni Karol Alves de Carvalho, presidente da Associação dos Bovinocultores de Pitanga A Associação dos Bovinocultores de Pitanga conta atualmente com, em média, 60 associados. Os membros da diretoria da organização, juntamente com o Sindicato Rural de Pitanga, estão fazendo um trabalho de convidar os sócios a voltarem para as atividades da Associação. O pecuarista que quiser se associar deve comparecer ao Sindicato Rural, para receber as instruções e realizar o cadastro. A entidade fica na Avenida Brasil, 341, Pitanga. O telefone é (42) 3646 – 1338. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Candói

Coacan festeja 15 anos de trabalho

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ituada em Candói (PR), a Cooperativa Agropecuária Candói (Coacan) vive um clima de comemoração: fundada no ano 2000, ela completa em maio deste ano o seu 15º aniversário. Situada na BR 373, a cooperativa, que iniciou e manteve-se com um pequeno número de associados, estruturou-se e passou a oferecer serviços como assistência técnica, recebimento, beneficiamento, armazenagem, comercialização de grãos e loja de insumos. Além da movimentação de safras, a Coacan, em tempos de colheita, emprega, entre fixos e temporários, cerca de 40 pessoas em sua equipe. Para seus diretores, a atual posição mostra que, no cooperativismo, o que importa, mais do que o tamanho de uma cooperativa, é a disposição para cumprir os objetivos. Presidente da Coacan, Mauro Araújo, relembrou em entrevista que participou do grupo de produtores rurais que decidiu formar a cooperativa: Márcio Mendes de Araújo, Maurício Mendes de Araújo, Ruy Carlos Mendes de Araújo, Gerson João Mendes de Abreu, Luís Carlos Mendes de Oliveira, Arismari Rocha Camargo, Francisco

Instalações da Coacan, na BR 373

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Pequeno grupo de cooperados encarou o desafio de formar uma cooperativa que hoje se destaca em Candói Rocha Camargo e Sebastião Mendes de Camargo. “Com o decorrer dos anos, aprendemos que precisávamos ser unidos”, comentou o presidente, destacando que a união persiste até hoje. Ele ressaltou ainda que esse trabalho conjunto começa antes mesmo do

plantio, com a cooperativa desempenhando o seu papel de adquirir insumos para seus associados. Após a colheita, as instalações oferecem espaço para a armazenagem, com uma capacidade estática de cerca de 300 mil sacas de grãos, ou em torno de 18 mil toneladas. Mas uma ampliação já está em curso, com 60% das obras concluídas, e os outros 40% com previsão para término em quatro meses. Ao final será possível estocar em torno de 500 mil sacas. A busca por mais espaço de armazenagem, conforme observou o presidente da Coacan, está presente desde o começo da cooperativa, com uma filosofia de trabalho que olha para o futuro, já que as produtividades, na média, estão se elevando já no presente. Exemplificando, ele contou que as instalações foram feitas para permitir ampliações até de eventuais novas moegas e secadores.


Outro fundador, Ruy Carlos Mendes de Araújo, que antecedeu Mauro na presidência, é um produtor que também se disse feliz com a iniciativa de criação da Coacan. Sem esquecer que a trajetória exigiu coragem. “Era uma época difícil, de pouco financiamento”, recordou. Ele comentou outra característica peculiar da Coacan: “É uma cooperativa de família”, disse, sublinhando os laços de parentesco entre os cooperados. Também fundador e cooperado, Gerson João Mendes de Abreu mostrou satisfeito com o desenvolvimento da cooperativa ao longo dos anos. Ele destacou que, a seu ver, um dos principais benefícios da iniciativa, para os cooperados, é poder contar com um departamento comercial, que tem melhores condições de realizar a aquisição de insumos por valores mais favoráveis ao agricultor. Abreu sublinhou também que a localização das propriedades dos cooperados vem colaborando para o crescimento da Coacan e o bom atendimento

Recepção: grãos são beneficiados e armazenados

Silos: ampliação já está em andamento aos cooperados: “As propriedades estão numa distância máxima de uns 12 ou 15 quilômetros. Isso traz uma vantagem logística”. Ele assinalou que, apesar das dificuldades, a ideia de unir os produtores, que ele frisou ter defendido ainda antes da fundação da cooperativa, se tornou uma realidade: “Como toda cooperativa bem organizada, traz uma satisfação muito grande para o produtor”, afirmou. O clima de um diálogo próximo, entre cooperado e cooperativa, faz parte de todos os setores da Coacan. Refletindo essa atmosfera de amizade

Presidente da Coacan, Mauro Araújo

Expedição: envio da produção para indústrias do setor de alimentos e profissionalismo, o agrônomo Erondi Bianchessi, há dois anos no Departamento Técnico, vem desenvolvendo sua função com base em conhecimento e confiança. Bianchessi ressalta que “os trabalhos estão voltados para correção de solo, fertilidade, uso correto de defensivos, qualidade de semente, de plantio e adubação”. Para ele, o mais importante é que a atuação de um agrônomo de uma cooperativa visa ajudar o produtor a utilizar insumos de forma ao mesmo tempo racional e rentável. Assim, mantendo o foco no desenvolvimento da produção, cooperados e colaboradores seguem vivenciando as conquistas destes primeiros 15 anos da Coacan como inspiração para muitos aniversários da cooperativa.


FAEP Os novos alvos da Comissão de Bovinocultura de Corte Maior participação dos produtores exemplifica a motivação dos sindicatos rurais

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primeira reunião de 2015 da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) contou com a participação de 25 representantes de sindicatos rurais. Na pauta quatro temas: apresentação da situação atual do Plano Integrado de Desenvolvimento da Bovinocultura de Corte no Paraná desenvolvido pela FAEP em parceria com Seab, Emater, Embrapa, Adapar, CRMV, UFPR, FEAP, Ocepar, IAPAR e CREA; apresentação final do projeto de Desenvolvimento da Pecuária em Áreas Declivosas, com o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná, Elir de Oliveira; orientações sobre as máquinas de distribuição de insumos em áreas declivosas, com o empresário Laercio Vegini, e, a escolha de propriedades para validação do projeto de Desenvolvimento da Pecuária em Áreas Declivosas. “As mudanças no formato das reuniões implantadas no ano passado, com a realização de dias de campo motivou a participação de mais sindicatos na comissão. Vendo a realidade das propriedades o produtor se sente motivado a não só participar da comissão, mas também de implantar na sua propriedade uma nova tecnologia”, afirma o presidente da comissão, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Para esse ano, Botelho aponta as metas de trabalho do grupo: 1) Divulgar o Plano Integrado para a cadeia de bovino de corte, que envolve várias entidades; 2) Dar continuidade ao convênio com o Iapar de transferência de tecnologia para as áreas declivosas; 3) Criar pelo menos uma unidade de validação do projeto nas principais regiões produtoras do Estado; e 4) Realização de eventos para transferência de tecnologia em várias regiões do Estado. “A participação de um grande número de entidades, universidades, instituições de pesquisa e o setor privado

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no projeto permite uma grande troca de informações entre os produtores e os profissionais dessas entidades. Esse intercâmbio enriquece muito o trabalho”, avalia o presidente da comissão. Durante o encontro, o presidente da comissão também informou aos participantes sobre a realização de um workshop que está sendo organizado pela FAEP e pediu sugestões aos produtores. Renato Franciscon, produtor rural do município de Apucarana sugeriu a inclusão do tema meteorologia. “Incluir noções de meteorologia na gestão de risco de uma propriedade é muito importante para o produtor. Entender um pouco sobre o clima e suas variações é essencial para planejar o plantio de pastagens. Até agora a gestão de risco se limitou ao seguro rural, mas essa nova abordagem com certeza vai contribuir muito para o planejamento da propriedade”, argumenta. Outra sugestão encaminhada à comissão foi do pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Cidade Gaúcha, Dourvan Westphal: a utilização de resíduos e outros insumos na adubação de pastagens. “Mi-

nha propriedade é vizinha de uma fecularia e utilizo os resíduos do processamento da mandioca como adubo no cultivo de sorgo os resultados são excelentes. Convido os técnicos a conhecerem minha propriedade, e se encaixar nos critérios técnicos, que vocês divulguem os resultados para os outros pecuaristas”, declara. Os temas serão debatidos pelos grupos de trabalho e incorporados ao Plano. O evento acontecerá em Curitiba, nos dias 14 e 15 de maio, e vai abordar cinco grandes temas: Sistemas forrageiros e alimentação animal; sanidade animal; gestão; manejo e instalações e reprodução.

Unidades de validação Os produtores rurais que tiverem interesse em participar do projeto idealizado pelo IAPAR para o desenvolvimento da pecuária em áreas declivosas devem entrar em contato com o assessor da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, Guilherme Souza Dias, através do email guilherme.dias@ faep.com.br ou pelo telefone (041) 2169-7922.

Fonte: http://www.sistemafaep.org.br/os-novos-alvos-da-comissao-de-bovinocultura-de-corte.html


Armazenagem de grãos

Dificuldades operacionais em unidades armazenadoras muitas vezes necessita formar seu próprio profissional e até isto acontecer, a unidade pode sofrer com algumas ocorrências indesejáveis. Elencamos algumas bastante comuns:

Eng. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda. Kepler Weber Ind. S.A.

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stamos saindo do período de safra, e nesta época salienta-se as dificuldades encontradas por unidades de recebimento de cereais. Inicialmente 1 - Se o projeto da unidade está defasado com a nova velocidade de colheita, 2 - Cada vez mais necessário recebimento de dois produtos ao mesmo tempo, 3 - Aliado a isto, a dificuldade de obter mão de obra especializada. Nos itens 1 e 2, necessitamos interações com investimentos de monta e acompanhados de profissional experiente (é de praxe, as empresas fornecedoras de equipamentos contar com este conhecimento e prover apoio em projetos novos e de ampliação). Na questão da mão de obra, embora pareça ser de menor monta financeira, a situação é a mais complexa. Por falta de escolas específicas no assunto, e sem poder contar com este conhecimento vindo de instituição de ensino, a unidade

1 - Descarga descentrada de silo: É uma operação que viabiliza a mistura de cereal no momento de expedição. Ou seja, com uma quantidade de impureza mais concentrada no centro, o operador resolve abrir registros laterais em conjunto com o central. Esta operação errada afeta a estrutura do silo, podendo chegar a desestabilização e queda. SOLUÇÃO: Passar o produto do centro do silo em máquina de limpeza. O volume com impureza concentrada não é alto e esta operação quando necessária é pequena. Ainda quando a unidade conta com mais um silo com o mesmo produto é possível fazer o “mix” com outro silo. 2 - Sinistro em secador: Isso ocorre pois o secador é o item mais exigido no período de colheita, e quando não é limpo no período estabelecido pelo fornecedor, (normalmente a cada 100 horas de uso). SOLUÇÃO: Os novos projetos de secador (que não usam mais o secador de cavalete) “guardam” um percentual menor de impurezas na torre e permitem intervalos de limpeza maiores. A inclusão de passarelas e acessos permitem a inspeção e limpeza mais ágil, confortável e segura. A inserção de máquinas de limpeza mais eficientes de fato contribuem. 3 - Rompimento de correia de elevador de canecas: Este sinistro ocorre muito na primeira safra. O usuário por estar com equipamento novo, imagina não necessitar de cuidado, mas a correia após pouco tempo de uso necessita de novo esticamento. Se isso não ocorrer, o elevador vai perder eficiência de transporte e pode parar por rompimento

da correia. SOLUÇÃO: no segundo/terceiro dia de uso, o elevador necessita inevitavelmente de esticamento de correia. Durante o período de uso, o elevador pode mostrar este problema de correia frouxa, através de ruídos de “bater caneca”. A correia do elevador é um item de desgaste com necessidade de troca periódica e preventiva. 4 - Quebra de biela de máquina de limpeza: Esta ocorrência é muito comum em início de operação da unidade. SOLUÇÃO: Logo no segundo/terceiro dia de operação a máquina exige reaperto das uniões parafusadas de sua estrutura e fixação sobre a base. 5 - Automação e mecanização: Quero salientar aqui, que a cada dia a inclusão de automação na unidade armazenadora está mais frequente. A tecnologia presente já nos proporciona automação na área de secador e silos, a custo benefício muito atraente. Pense se uma automação pode lhe apoiar a entregar um produto na expedição com 1% de umidade mais perto da exigida, ou com nível de quebra menor, e quanto isso representa em recurso financeiro a cada safra. 6 - Novas práticas em secagem: A secagem de milho exige o máximo do secador e sempre foi comum ter moegas grandes, para aguardar o secador terminar a secagem por bateladas. SOLUÇÃO: Mesmo em unidades existentes com secador de cavalete é possível com inserção de um silo de pulmão fazer uma secagem mais eficiente, de forma contínua (secador/pulmão/secador).

Estes e outros itens são abordados em curso na fábrica e itinerantes, providos pela empresa Kepler Weber Ind. S.A. que, preocupada com a questão, conta com técnicos especializados na transferência deste conhecimento. Contate-nos.

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Interatividade Produtor rural pergunta

Revista do Produtor Rural responde: Associado: Há dois meses, construí dois tanques de peixes em minha propriedade. Em pouco tempo, a água foi completamente tomada por um limo. Coloquei alguns alevinos e eles não sobreviveram. Por que aconteceu isso e o que posso fazer para limpar a água? Darci Carraro, associado do Sindicato Rural de Guarapuava

Início do tanque que recebe a água de um córrego

Tanque de peixe com limo na água, na propriedade de Darci Carraro, localizada no distrito de Entre Rios, em Guarapuava-PR

Resposta da bióloga e professora Cynthia Beatriz Furstemberguer, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro): “Pelas fotos encaminhadas, percebo que os tanques possuem uma mata que sombreia fortemente a água. E essa vegetação chega até água, invadindo os tanques. Com isso, há uma produção de vegetais aquáticos, que estão acostumados a colonizar esses ambientes e que forma o que o produtor chama de “limo”. Na verdade, trata-se de uma mistura de algas, plantas superiores com angiospermas, samambaias, pteridófitas. O que o produtor pode fazer é colocar neste tanque espécies de peixes que se alimentam de materiais orgânicos, como a carpa capim. Elas poderão ajudar a retirar o excesso. Porém, os vegetais aquáticos continuarão nascendo. Então, além disso, ele também pode tentar isolar a parte do tanque onde concentram-se mais

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vegetais. Isso pode ser feito com uma rede, por exemplo, que é um processo mais fácil do que fazer uma parede com cimento. É interessante também antes de ele soltar os alevinos direto nessa água, deixar que eles se acostumem com a água. Colocá-los em um tanque menor, com uma outra água e ir misturando com a água do tanque. Esse processo deve durar uma semana. Isso porque quando os alevinos são muito pequenos, são muito sensíveis. O grande problema do excesso de matéria orgânica e do nascimento dessas plantas aquáticas é a alteração do pH da água. Por isso, seria interessante, mesmo com esses procedimentos, que o seu Darci realize uma análise da água, para ver se realmente há condições de um peixe sobreviver nela”.

Cynthia Beatriz Furstemberguer, bióloga e professora


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Prefeitura Municipal

Bonsucesso ganha Feira do Produtor

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uarapuavanos e visitantes contam agora com mais um local para adquirir produtos de qualidade vindos direto do campo. No dia 11 de abril, a Prefeitura de Guarapuava e a Secretaria de Agricultura inauguraram a quarta Feira do Produtor Rural na Escola Municipal Professor Conrado Gonçalves de Oliveira. A feira leva aos moradores da região do Bonsucesso alimentos produzidos no interior do município, entre legumes, verduras, queijos, salames, doces, pães, bolos, vinhos e mel. Também oferece opções como culinária japonesa, sorvetes, espetinhos, pastéis e artesanato. De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, a quarta feira tem o objetivo de atender melhor a região que também abrange Cristo Rei, Parque das Árvores e São Cristóvão, por exemplo. “Agora os moradores daqui não precisaram ir até as outras feiras, na Vila Carli, Vila Bela ou Santana, quando quiserem adquirir os produtos”, indica. A moradora do Bonsucesso Irinice Maria Alebrandt, 44 anos, aproveitou a facilidade de ter

Produtor com Secretário Municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro

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uma feira há duas quadras de sua casa. “Eu não tinha ido nas outras devido à distância. Hoje pude aproveitar para comprar produtos como feijão preto fresquinho. São alimentos diferente dos que ficam dias ou meses nos mercados”, comemora. A feira também abre espaço para novas famílias comercializarem seus produtos. Odete Aparecida da Cruz Zvir, moradora do Assentamento Rosa, no Distrito do Guará, estava animada com sua estreia. A manhã ainda nem havia acabado e alguns produtos já esgotaram. “Muitos conhecidos comentaram sobre a oportunidade e retorno positivo que a feira traz e por isso também estamos participando. Trouxemos uma grande variedade, e produtos como mandioca e pinhão já acabaram”, relata. Os veteranos também comemoram a nova opção. Líbera Belin Budurow já participa na Vila Bela e Vila Carli, agora também vende suas conservas no Bonsucesso. “É uma

ótima oportunidade porque no sábado será um público diferente. Estou torcendo para que o sucesso dos outros bairros se repita aqui”. Até mesmo quem mora longe não deixou de prestigiar. Silmara Aparecida de Sá, 30 anos, saiu do bairro Morro Alto junto com a mãe Celina de Sá, 70 anos. “Sempre vamos à feira do bairro Santana e viemos hoje aproveitar. Vale muito a pena quando comparamos com os produtos do mercado”, aponta Silmara. As duas saíram com as sacolas cheias alface, chuchu, repolho e outras verduras e legumes. A diretora da escola, Marinês de Fátima Oliveira Ribeiro, gostou de ver a grande participação da população na feira. “Quando a Secretaria de Agricultura fez a proposta, nós cedemos o lugar porque aqui é um espaço para a comunidade. Cheguei cedinho e já fiz minhas compras”. A feira funciona todos os sábados, das 8 às 13h. A escola fica na Avenida Antonio Losso, 738.

Texto e fotos: Assessoria de Imprensa/Prefeitura Municipal de Guarapuava


Noz pecã Visita de intercâmbio técnico ao INTA, da Argentina Engenheiro Agrônomo MSc. Julio Cesar F. Medeiros – CREA 15.364-D Responsável Técnico Viveiros Pitol JMedeiros Consultoria – email: julio@jmedeirosambiental.com.br

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s Viveiros Pitol, representados pelo senhor Leandro Pitol e pelo engenheiro agrônomo Julio Medeiros, juntamente com o prefeito municipal de Anta Gorda-RS, senhor Neori Dalla Vechia, e o engenheiro agrônomo do escritório municipal da EMATER, Fernando Selayaran, estiveram visitando no mês de março a sede do INTA – Instituto Nacional de Agropecuária da Argentina, bem como pomares e indústrias de beneficiamento de nozes, situados nas províncias de Buenos Aires e de Entre Rios. Visando manter e elevar o padrão de excelência na produção de mudas, bem como manter-se constantemente atualizado acerca das tecnologias disponíveis, tanto na produção quanto na industrialização deste produto nobre, os Viveiros e Agroindústria Pitol têm realizado diversas viagens de intercâmbio a este país, tendo visitado também o México recentemente, hoje o segundo maior produtor mundial, e referência em tecnologia para a cultura. Este instituto argentino é o responsável pelo Programa Pró Pecan,

Prefeito Municipal de Anta Gorda senhor Neori Dalla Vechia, Leandro Pitol e engenheiro agrônomo Julio Medeiros na sede do Inta em Campana - Província de Buenos Aires

criado com a finalidade de desenvolver tecnologias adaptadas para a cultura, promover a seleção e melhoramento genético de variedades, além de fomentar a adoção destas tecnologias, com fins de proporcionar o aumento da produtividade e da área plantada desta cultura, que possui um grande mercado consumidor em nível nacional e mundial, e que experimenta um grande incremento no consumo em muitos países, com destaque para a China, hoje já o segundo maior consumidor mundial, em vias de ultrapassar os Estados Unidos, o maior produtor e consumidor mundial. A finalidade da visita foi, além de estreitar as relações com aquele importante instituto de pesquisa argentino, buscar informações que possam vir a qualificar ainda mais as orientações técnicas que vem sendo disponibilizadas aos produtores de nozes, bem como prospectar a possibilidade de obtenção de materiais genéticos com características de precocidade, resistência a doenças e produtividade, aumentando a disponibilidade dos materiais de alto potencial de produção já

Comitiva brasileira com representantes do Inta e produtora local em pomar na província de Entre Rios

oferecidos pelos Viveiros Pitol, muito importante para manter e elevar o potencial de produção da cultura. A recente viagem técnica à Argentina foi de muita valia, pois foi possível agregar importantes conhecimentos de manejo da cultura. Tivemos também a oportunidade de conhecer o que de melhor vem sendo produzido em termos de melhoramento genético, o que, sem dúvida, irá colaborar para o aumento da produtividade e da rentabilidade dos pomares implantados com mudas oriundas dos Viveiros Pitol.

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Entec

Coamo Candói reuniu cooperados

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Entreposto da Coamo de Candói realizou o 4º ENTEC – Encontro Tecnológico de Candói no dia 21 de fevereiro.

Na ocasião, os produtores da região foram conferir novidades em tecnologia para as culturas do milho e soja e também manejo das lavouras. O evento foi promovido pelo Departamento Técnico e realizado na Fazenda Tapera, do cooperado Aldir Goldoni, na comunidade Lagoa Seca. O evento reuniu cerca de 280 participantes. As apresentações foram divididas em quatro estações, sendo elas: materiais de soja; materiais de milho; apresentação de portfólio de defensivos e fertilizantes e Programa Coamo de Agricultura de Precisão, onde foram apresentados os benefícios e diferenciais de seu programa, focando na qualidade e nas vantagens em adotar o sistema na propriedade. O Dia de Campo contou com o envolvimento da equipe técnica da Coamo de Candói desde setembro 2014, com o plantio e acompanhamento das parcelas, assim como o levantamento dos resultados na colheita programada para a segunda quinzena de março. Para o Departamento Técnico, o evento foi um sucesso, pois atingiu o objetivo de disponibilizar ao seu quadro de cooperados informações técnicas atuais, visando a adoção de tecnologias para o

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aumento de produtividade, já que para o produtor isso é muito importante e toda informação sempre é bem vinda, sendo os resultados visíveis a cada nova safra. Durante o evento, a Coamo contou com o apoio das empresas parceiras no desenvolvimento dos trabalhos, e nesse contexto, entende que esse envolvimento é de suma importância pois respalda o agrônomo na recomendação do que há de melhor no mercado.


Prestação de contas

CooperAliança comemora sucesso em Assembleia

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Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Cooperativa CooperAliança Carnes Nobres, realizada no dia 28 de março, no Centro Cultural Mathias Leh, no distrito de Entre Rios/Guarapuava, foi também um momento para comemorar os bons resultados alcançados em 2014. O desempenho econômico apresentado pelo presidente da cooperativa Edio Sander e pela vice-presidente Adriane Thives Araújo Azevedo mostraram que a CooperAliança teve um crescimento bastante considerável. O faturamento em 2014 foi de R$ 52,4 milhões, 40% a mais se comparado ao ano interior. A cooperativa fechou o ano com 111 cooperados, sendo sete novos e também foi destaque na imprensa, sendo considerada a 4ª melhor gestão na produção de carne bovina do Brasil, pela revista Dinheiro Rural. O projeto bovinos cresceu 17% em relação a 2013. O número de cabeças abatidas em 2014 foi de 15.910. Em 2013 foram 13.485. Já o projeto ovinos cresceu 31%. A produção passou de 3.324 animais abatidos em 2013 para 4.355 em 2014. “Foi um ano excepcional para a pecuária, com isso, geramos resultados

para cooperativa e cooperados. Além disso, divulgamos e mostramos o sucesso do cooperativismo, participando de vários eventos da região e em diversos municípios do Estado”, comentou Sander. Adriane complementou que o foco das atividades sempre foi e continuará sendo o cooperado. “O cooperado precisa crescer, se tornar um empreendedor de sucesso. Só assim toda a cooperativa poderá crescer também”, observou. Unidade Industrial A assembleia também destacou o início das obras da nova Unidade Industrial CooperAliança. O lançamento da pedra fundamental foi realizada no dia 12 de dezembro de 2014, data em que a Cooperativa completou sete anos de existência. “Foi um sonho realizado. Há muito tempo planejávamos a construção dessa unidade”, destacou Adriane. “Apesar da situação econômica em 2015 não estar satisfatória e ser um desafio manter os bons resultados de 2014, vamos continuar nos esforçando ao máximo. Nossa principal meta é continuar avançando com a construção da nova unidade, para que em 2016 a obra já esteja finalizada”, completou Sander.

A nova unidade ficará localizada no distrito de Entre Rios/ Guarapuava. O terreno tem 7,5 hectares e serão investidos, aproximadamente, R$ 20 milhões na obra. A Cooperaliança terá toda a sua estrutura contemplada no empreendimento. Além do frigorífico, sua sede administrativa e área social serão instaladas no local. Cooperado satisfeito Roberto Hyczy Ribeiro é cooperado desde 2011. Para ele 2014 foi um ano que serviu para que tanto cooperado, como cooperativa se preparassem para um grande crescimento. “Durante muito tempo, dentro do agronegócio, a pecuária foi considerada uma das atividades mais difíceis no que diz respeito à rentabilidade. 2014 foi diferente. Em função da escassez do boi, houve uma valorização muito boa e a cooperativa veio de encontro a esse cenário. Ela enxergou a oportunidade. Nós temos uma administração moderna. A diretoria está investindo - um exemplo é a construção do frigorifico. A CooperAliança está mostrando à sociedade que atualmente a pecuária é moderna, muito diferente daquela pecuária extrativista que se via há algum tempo”, finalizou.


Equinos São Rafael encerra sua Credenciadora de Inéditos Destaque para a égua Dama da Noite do Rio das Pedras, do criador Marcelo Cunha

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Cabanha São Rafael, do município paranaense de Balsa Nova, realizou sua 15ª Credenciadora de Inéditos de 5 a 7 de março. O evento, que já está marcado no calendário anual de todos os crioulistas contou com a presença de celebridades e de cavalos de grande genética e qualidade. A disputa foi julgada pelos criadores César Habassa Hax, Leandro Amaral e Thiago Schilling de Ávila e contou com a participação de 27 animais inéditos. O primeiro lugar entre as fêmeas ficou com a égua Farrera de Los Campos, de propriedade de Aldo Vendramin e montada por Fábio Teixeira da Silveira. Já entre os machos, Nei Eduardo Lima conduziu Facón 1069 Maufer, de propriedade de Fernando e Maurício Lampert Weiand ao primeiro lugar da lista de credenciados. A Cabanha São Rafael se enfeitou e preparou para receber a todos no grande evento, que se encerrou com o 20º Remate Anual. O técnico responsável pelo evento foi Adolfo Martins Neto. Segundo o criador Marcelo Cunha, a égua Dama da Noite do Rio das Pedras foi a quarta colocada na credenciadora da São Rafael, considerada uma das credenciadoras mais difíceis do Brasil. Agora, o animal vai participar da classificatória de Ponta Grossa-PR, no final de maio, para conquistar uma vaga na grande final do Freio de Ouro, prova mais importante da raça, que ocorre na Expointer, em Esteio. “Esse animal foi nascido, criado e treinado em Guarapuava, na Fazenda Rio das Pedras. Por isso, estamos muito orgulhosos”, conta Cunha.

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Confira o resultado (ainda não homologado pela ABCCC):

Fêmeas 1º lugar Farrera de Los Campos, filha de Muchacho de Santa Angélica e Campana Intriga; criador e expositor Aldo Vendramin, Estância Vendramin, Ponta Grossa/PR Ginete: Fábio Teixeira da Silveira. Nota: 19,306 2º lugar Légua e Meia da Reconquista, filha de BT Delantero e Negro do Igiquiquá; criador e expositor Marcelo Tellechea Cairoli, Reconquista Agropecuária Ltda., Alegrete/RS Ginete: Daniel Wairich Marin Teixeira. Nota: 19,255 3º lugar Faceira 1122 Maufer, filha de BT Delantero e Garoa da Luz; criador e expositor Maurício e Fernando Lampert Weiand, Cabanha Maufer, Cruzeiro do Sul/RS Ginete: Nei Eduardo Rodrigues. Nota: 18,241 4º lugar Dama da Noite do Rio das Pedras, filha de Jalisco de Santa Angélica e BT Onça; criador Marcelo Oliveira Cunha e Marcelo Oliveira Cunha e Esmael Cadore, Fazenda Rio das Pedras, Guarapuava/PR Ginete: Gabriel Mattos Nota: 17,765 Machos 1º lugar Facón 1069 Maufer, filho de JLS Hermoso e BT Jóia I do Junco; criador e expositor Maurício e Fernando Lampert Weiand, Cabanha Maufer, Cruzeiro do Sul/RS Ginete: Nei Eduardo Rodrigues Nota: 19,240 2º lugar Facon do Capão Redondo, filho de Chamaico Provinciano e Vanguarda do Capão Redondo; criador Luis Carlos e Antonio Carlos Py, Fazenda Capão Redondo, Barra do Ribeiro/RS Ginete: Charles Fagundes Nota: 19,016 3º lugar Barão da Caruso, filho de Del Oeste Mutante e Caçador 02 Atrevida; criador Franciane Pierin Ramos, Estância Caruso, Lapa/PR Ginete: David de Lima Flores Nota: 18,445 4º lugar Juazeiro da Bela Aliança, filho de Esquilador da Bela Aliança e Inezita de Santa Angélica; criador e expositor Francisco Carlos Habowsky, Cabanha Bela Aliança, São Bento do Sul/SC Ginete: Valdomiro Rocha Nota: 17,540


Construção

Pré-moldados é com IP & Klüber

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lto padrão de qualidade e segurança são marcas da Indústria de Artefatos de Cimento e Metalúrgica IP & KLUBER. Presente em Guarapuava/PR e região há mais de 20 anos, o carro-chefe é o pavilhão prémoldado, que se adapta conforme a necessidade do cliente. Tanto na opção em concreto, estrutura metálica ou misto (concreto e metálico), o pavilhão pré-moldado fabricado e montado com agilidade pela IP& KLUBER pode ser utilizado para indústria, comércio e, com destaque, na agricultura e pecuária. Confira fotos de imóveis em Guarapuava construídos com pré-moldados da IP & Kluber:

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Olericultura

Aprendendo a cada safra, produtores seguem com tomate No centro-sul do PR, o ano começou difícil para a cultura do tomate, reforçando que a atividade é marcada por altos e baixos

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tomate está presente em pratos bem conhecidos e apreciados: do molho campanha de um delicioso churrasco ao complemento perfeito de uma macarronada, passando pela tradicional salada. Se o seu lugar está há muito garantido na mesa, assim como em lavouras no Brasil central, quem, por outro lado, se dispõe a produzí-lo no Terceiro Planalto paranaense, enfrentando os recentes desequilíbrios de temperatura vistos na região? Um dos produtores rurais de Guarapuava que pode responder a esta pergunta é Gabriel Gerster. Agricultor que cultiva soja, milho, trigo, cevada e aveia, ele há quatro anos partiu para diversificar com tomate e hoje se diz entusiasmado com a cultura – mas admite abertamente que, desde o início, viu que os custos de produção pesam no bolso e que os riscos de perdas se mostram tão altos quanto a rentabilidade.

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Ao receber a REVISTA DO PRODUTOR RURAL na Fazenda Aconchego, de sua família, no dia 9 de março, Gerster comentou que, naquele momento, com índice de colheita de apenas 10% a 15% de uma área de cinco hectares, ainda seria necessário esperar os próximos dias para estimar o volume total a ser obtido. Mas observou que, da lavoura fertirrigada, sairiam, somente até o final daquela tarde, cerca de 350 caixas (28 kg) do produto. Em contrapartida, destacou que já se percebia quebra, causada por alguns fatores: uma precipitação de granizo logo no início de janeiro, o calor que imperou no primeiro mês do ano, as chuvas de fevereiro e a ocorrência de bacteriose. Helicoverpa e outras lagartas que atacam a soja apareceram também no tomate. Entretanto, segundo contou, o problema pode ser resolvido facilmente, já que a cultura, rasteira, permite aos agroquímicos agir com mais eficiência sobre as pragas. O que deu trabalho, de acordo com o produtor, foram as plantas

invasoras. Resumindo, Gerster classificou a safra 2014/15 como “boa”, porém “muito pior do que no ano passado”. Em 2013/14, a cultura teve produtividade recorde na propriedade, e um retorno espantoso para quem está acostumado às chamadas grandes commodities. Foram cerca de 3.150 caixas (perto de 90 mil kg) por hectare. “É praticamente o que eles têm em Goiás, onde são tradicionais no tomate rasteiro”, comparou. A rentabilidade “foi 20 vezes melhor do que a da soja”. Em seus cálculos, Gerster considerou que mesmo numa média incluindo os últimos 10 anos, o número ainda ficaria de oito a 10 vezes maior do que o obtido com a tradicional oleaginosa. Quadro que o levou a dobrar a área de tomate para esta safra. Só que não imaginou que o clima seria desfavorável tanto na meteorologia quanto na economia. Com custo de cerca de R$ 30 mil por hectare (contabilizando todos os fatores, do preparo da área à colheita manual), a lavoura deve regis-


trar produtividade de 30% a 40% menor. Chuva demais “derreteu” muito tomate ainda no pé. No mercado, o produtor disse ver um preocupante “ritmo lento”, por causa dos protestos nas rodovias. “Isso atrapalha muito, ainda mais no hortifruti, que tem de ter uma saída bem rápida, porque em dois ou três dias já pereceu. Nesse ritmo, acho que vou ter um pouco de perda por morosidade”, destacou. Ainda assim, a propriedade conseguia encontrar compradores. Conforme especificou o agricultor, do volume colhido até aquele momento, 20% da safra se destinava a Guarapuava, com preços superiores. O restante, para Curitiba e São Paulo, a cotações mais baixas, devido ao frete. A expectativa era de uma rentabilidade modesta. “Acho que vai pagar as contas, mas o lucro não vai ser muito grande. É difícil estimar agora, mas, com certeza, metade do ano passado”, declarou (a previsão de encerramento da colheita, na fazenda, era para o final de abril). Apesar dos contratempos, Gerster antecipou que para 2015/16 vai prosseguir com a cultura. A decisão é clara: reduzir área pela metade e focar na qualidade. Enfatizando que no tomate cada safra é um aprendizado, ele e sua família, que trabalham juntos também nesta diversificação, perceberam que lavar o produto pode fazer uma diferença decisiva. O ideal seria poder realizar o procedimento em toda a safra (hoje, este índice é de aproximadamente 2% do volume colhido). Exemplificando, Gerster assinalou que, entregando

Gerster: apostando no tomate apesar de altos e baixos tomate lavado, o preço de uma caixa pode subir de R$ 20,00 ou R$ 25,00 para R$ 45,00. Mesmo considerando que “o Brasil está um país muito arriscado para se investir”, ele contou que pensa em comprar um lavador de tomates, para utilizar já no ano que vem, e um caminhão, para não depender tanto de especuladores. “Acho que isso vai trazer mais rentabilidade em pequena área”, afirmou. E sem medo de arriscar com equilíbrio, revelou que cogita também outras diversificações: cebola e beterraba. Produtos que, comentou, são demandados também por seus clientes de tomate. Mas o produtor deixa entrever que, por trás de sua atitude, o que existe não é o gosto pelo perigo dos altos e baixos e sim a convicção de que, no cenário para as grandes commodities, diversificar com hortaliças contribui para assegurar o futuro da fazenda. “As margens (de lucro) estão pequenas”, comentou, estimando que serão necessárias áreas

No hortifruti, um pequeno proprietário pode ser um grande produtor” Gabriel Gerster, agricultor, que tem diversificação com tomate

cada vez maiores para sustentar a produção de milho e soja. “Nos hortifruti, um pequeno proprietário pode ser um grande produtor”, resumiu. No município de Guarapuava, além de Gerster, mais uns 10 produtores investem no tomate como opção de diversificação.

Colhe e pague

Fazenda Aconchego: na diversificação com tomate, elevados custos de produção por hectare

Com o mesmo gosto por este segmento, quem há vários anos encontrou no tomate sua estabilidade foi Lourenço Lemler, do distrito de Entre Rios (Guarapuava). Em sua propriedade de 2,2 hectares, na Colônia Vitória, o cultivo estaqueado e coberto, em área de 1,2 m², minimiza os riscos de perda de uma cultura sensível. Para Lemler, que deixou a produção de flores, o tomate deu aproveitamento às estufas e o melhor: no varejo, proporcionou a alegria de contar com uma clientela fixa, que vem buscar Revista do Produtor Rural do Paraná

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Lemler: cultura sensível proporcionou estabilidade da propriedade

o produto dentro da chácara. O sistema de venda é o “colha e pague”. O diferencial, uma variedade do Canadá, cujo fruto chega a pesar cerca de um quilo. O tomate vendido embalado pode ainda ser encontrado numa panificadora local e em mercados do distrito e de Guarapuava, adquirido por uma cotação que o produtor disse considerar boa. O êxito na cultura começou por acaso, nos anos 90: “Eu tinha uma estufa pronta (para o plantio de flor). O fornecedor me avisou que ia demorar três meses para enviar as mudas. Minha tia disse que tinha uma variedade de tomate muito boa. Eu mesmo, no começo, não queria. No fim, acabei plantando. Deu tanto tomate, tão bonito, que não tínhamos o que fazer. Vinha o pessoal comprar flor, dávamos o tomate de presente. Mas alguns diziam: ‘Não quero dado, quero comprado’. Uma pessoa contava para outra e a notícia se espalhou. Foi aí que a gente começou”, rememorou o agricultor de Entre Rios. Lemler reconhece também que, mesmo protegida, a atividade ainda apresenta variações. Safras normais

Sou feliz, vivo bem e gosto do que faço” Lourenço Lemler, produtor de tomate no distrito de Entre Rios

Estufa de 1,2m²: produção entre 7 mil e 8 mil kg por ano

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significam volume de 7 mil a 8 mil quilos/ano. Entretanto, ponderou, com clima desfavorável a produção pode cair para 5 mil quilos/ano. Realizado entre a segunda quinzena de novembro até o mês de julho, o cultivo requer então atenção constante: “É trabalhado sábado e domingo, não tem horário”. Ele explicou que cada uma das plantas tem de ser colocada em torno da corda de sustentação, sem contar a poda, realizada uma a uma. Segundo avaliou, o esforço vale a pena, com a propriedade tendo agora no tomate sua principal fonte de receita. Para isso, explicou, o sistema busca custos reduzidos: as estufas são de madeira. Para o solo, o produtor elabora um composto, com macerado de cevada que, como cooperado da Agrária, recebe da cooperativa. A correção é feita com cal, gesso e carvão. Agroquímicos, observou, só no início do ciclo, para combater o ataque de “vaquinhas”. Depois, até o final, um defensivo natural, adquirido em São Paulo. “Ele é mais caro do que o químico, hoje. Mas compensa, porque o meu cliente me conhece e sabe que estou vendendo uma coisa boa”, ressaltou. Porungos, dentro das instalações, abrigam pássaros, que são inimigos naturais de algumas pragas. Um único funcionário ajuda em todas as tarefas, de plantio, manejo e colheita. O produtor completou que agora o foco é melhorar a condição na estufa, evitando extremos de temperatura e umidade. Espaçamento é outro ponto importante a evoluir: “Fazemos vários testes. Num ano, plantamos com

Professora Sandra: cliente tradicional

45 cm, no outro, com 50 cm. Estamos vendo um jeito de colocar mais mudas e produzir sempre melhor”. Em paralelo, a chácara pratica atividades que se complementam e ajudam mutuamente. O tomate atrai clientes para o pimentão, numa estufa ao lado. Alface é vendido para empresas que prestam serviço em alimentação. Restos da olericultura ajudam na nutrição de carneiros. O dejeto dos animais vira adubo para a horta. E em especial no fim do ano, a ovinocultura traz renda, com a venda de animais. “Sou feliz, vivo bem e gosto do que faço”, afirmou Lemler, definindo seu negócio. Entre seus clientes, quem se sente feliz com a possibilidade colher tomate na fonte é a professora Sandra Mietterer Spiess, moradora de Entre Rios. Uma das mais tradicionais frequentadoras do colha e pague, ela disse em entrevista que há anos vem buscar o produto na estufa devido ao cultivo ser mais natural. “Eu adoro esse tomate. É saborosíssimo. Tirar direto do pé é mais gostoso ainda. Você vai escolher aquele de que gosta”, declarou.


Bovinocultura de leite Palestras abordam leite na Nova Zelândia e uso de homeopatia veterinária

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ualidade do leite e homeopatia veterinária foram temas de duas palestras realizadas pelas empresas LIC NZ Brasil (Nova Zelândia), Nutrisêmen e Biomax, dia 27 de fevereiro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. Do evento participaram produtores rurais e estudantes. Pela empresa neozelandesa, o gerente geral para o Brasil, Barry Allison, apresentou em números um panorama da pecuária leiteira em seu país. Ele enfatizou que, mais do que a produtividade diária, o produtor deve se preocupar com a qualidade (a chamada presença de sólidos no leite): “São os sólidos que se usa para produzir queijo, leite em pó”, explicou Allison. De acordo com ele, no Brasil, indústrias já estão atentas a uma maior qualidade: “Tem vá-

rias fábricas, hoje, que estão pagando um prêmio para leite de qualidade, em termos de sólidos e também para baixas células somáticas”. Da Biomax, José Ricardo Rodrigues Jr., gerente comercial Brasil Sul, comentou que o uso de homeopatia veterinária pode prevenir e a curar doenças do plantel: “A homeopatia é uma ciência muito antiga, de 250 anos. Mas de 10 anos para cá, no Brasil, a gente vem se especializando e consegue um efeito potencializado, semelhante à alopatia – a diferença é um custo baixo, sem resíduos”. Segundo contou, a homeopatia pode ser aplicada, entre outros usos, desde “a prevenção e controle de carrapatos numa fêmea leiteira, no controle parasitário de ovinos e caprinos e até na linha pet, que hoje em dia é bastante difundida”.

Barry Allison (LIC NZ Brasil): leite na Nova Zelândia

José Ricardo Rodrigues Jr. (Biomax): homeopatia veterinária

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Fotos: Manoel Godoy

Dia de Campo

Agrícola Colferai divulga novas tecnologias para seus clientes

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Agrícola Colferai, com a intenção de aproximar ainda mais seus clientes e mostrar a eles as mais novas tendências de tecnologias do meio rural, promoveu, em 11 de março, um dia de campo para os produtores rurais de Candói e região. Essa foi a 10ª edição do evento, que foi interrompida por dois anos, mas voltou a acontecer no ano passado. Neste ano, mais de 200 produtores rurais passaram pelo dia de campo. As empresas parceiras expuseram cultivares de milho, soja e feijão, insumos agrícolas, máquinas e veículos próprios para o meio rural. “Procuramos demonstrar somente produtos que se adaptam à região. Isso porque não

Demonstração do GPS agrícola na agricultura de precisão para os clientes

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adianta a empresa vir demonstrar uma cultivar que dá muito certo fora do Paraná ou outra região do estado, mas devido as características de clima e de solo daqui, não oferece uma boa produtividade”, ressaltou o proprietário da Agrícola Colferai, Luiz Carlos Colferai. Para Teodoro Luiz Leal, representante comercial da Nidera, os dias de campo oferecem a oportunidade para empresa demonstrar seus produtos e o produtor tem a possibilidade de planejar a próxima safra. “Também é uma oportunidade de estarmos reforçando a parceria Nidera e Colferai, juntamente com o produtor rural, que é o mais importante nesta relação”. A Nidera demonstrou os híbridos de milho e de soja adaptáveis para a região. “Nos híbridos de milho, temos o NS56 Pro para alto teto produtivo nos híbridos de milho, o NS50 Pro com responsividade e estabilidade para terrenos de alta fertilidade e o NS92, que é um material para silagem. Nas cultivares de soja temos as de 100 até 140 dias, dentro da tecnologia IPRO, que é a Intacta, resistente à lagarta, que seriam os materiais NS5000, NS5445 e NS0969”. E é essa exposição de tecnologias que o produtor rural Roni Antonio Garcia da Silva destaca como uma das vantagens em participar de dias de campo. Silva tem propriedade há 14 anos na localida-

Luiz Colferai, proprietário da Agrícola Colferai

de de Três Palmeiras – Candói e é cliente antigo da Colferai. “Hoje, o produtor, para se tornar competitivo na agricultura precisa administrar a propriedade, os custos, e há um grande desafio na busca da melhor tecnologia. Nos dias de campos, nós conseguimos visualizar as novidades e, em especial, aqui no evento da Colferai, analisamos aquelas que se adaptaram bem à nossa região”. Ele ainda comentou sobre a agricultura de precisão, uma tecnologia que está em expansão no Brasil, mas ainda causa muitas dúvidas. “No evento, muitos produtores tiveram a


Teodoro Luiz Leal, representante comercial Nidera

Roni Antonio Garcia da Silva, produtor rural e cliente da Colferai

oportunidade de tirar dúvidas sobre a agricultura de precisão, que tem se tornado uma tecnologia bastante importante no campo”. A empresa que estava presente no dia de campo com a tecnologia de agricultura de precisão, era a AvMap Satelite Navigation. Ela é parceira da Colferai há quase um ano. A AvMap fornece os GPS’s que auxiliam na aplicação dos defensivos na propriedade rural. “É um equipamento que ajuda a ter economia na aplicação, pois o produtor vai evitar sobreposição na aplicação com o pulverizador. Nós temos também o piloto automático que coordena o trator sozinho”, explica o representante comercial, Marcio F. Rickli. Para ele, o momento do dia de campo é extremamente importante. “Ajuda a demonstrar o que a Colferai está oferecendo a seus clientes, em termos de agricultura de precisão. Por exemplo, muitos produtores rurais que passaram aqui pelo nosso estande não sabiam que a Colferai tinha este tipo de serviço para prestar, tanto de mapeamentos como o fornecimento de GPS agrícola. Agora eles sabem que podem contar com a Colferai também na aplicação da AP na propriedade”. Fernando Mis, cliente da Agrícola Colferai há mais de 10 anos, elogiou o evento que a empresa realiza anualmente. “Além de sempre poder contar com a Colferai no dia a dia, sabemos que é uma empresa que está sempre se

Fernando Mis, produtor rural e cliente da Colferai

atualizando. O dia de campo acaba ajudando a divulgar isso, mostrando que ela sempre está oferecendo as mais novas tecnologias para os produtores

rurais. Um exemplo é a variedade de cultivares com as sementes intactas, pois frequentemente surge uma nova praga e o mercado precisa trazer uma variedade mais resistente”, comentou. As empresas parceiras do evento foram Syngenta, Cooperativa Agrária, Cheminova, AvMap, Pionner, Nidera Sementes, Fortgreen, Emater, John Deere, Tratorcase e Seven Mitsubishi.

Evento recebeu visitantes da Holanda Entre os participantes do Dia de Campo 2015 da Agrícola Colferai, em Candói, duas pessoas vieram de longe: a produtora de leite Marije Kleuer e sua amiga, Karin Zieverink, da Holanda. Acompanhadas pelo paranaense Michel Kazanovski, de Quedas do Iguaçu, elas visitaram as diversas estações. De acordo com Kazanovski, Marije e ele são membros da Nuffield, uma organização internacional voltada à capacitação para a agricultura. Com apoio daquela entidade para uma viagem técnica de dois meses, a produtora holandesa contou que estava há duas semanas no Brasil. No Paraná, já havia conhecido também a produção leiteira de descendentes de holandeses, em Carambeí. Marije, que cria 90 vacas numa área de 50 hectares, em Utrecht, falou sobre seu interesse na visita ao Brasil: “temos o porto de Rotterdam, por onde se importa muito alimento para o gado de leite e se exporta muito do nosso leite. Estou aqui para ver como é produzido o alimento para o meu rebanho – se (a produção) é sustentável a longo prazo”, disse, especificando que desejava ver se o solo é preservado.

A produtora de leite Marije Kleuer (ao centro), sua amiga, Karin Zieverink, acompanhadas pelo paranaense Michel Kazanovski, de Quedas do Iguaçu. Marije afirmou considerar importante também o contato direto entre elos de cadeias produtivas globais. “Há produtores rurais no mundo inteiro. Muitas vezes, estamos conectados na cadeia produtiva. Minhas vacas estão se alimentando com soja produzida por um agricultor (de outro país). Por que a comercialização não é direta de produtor para produtor? Esta é a minha principal dúvida”, analisou. “Eu gostaria de ver mais conexão, com o lucro ficando para os produtores e não com as empresas de exportação”, completou. A produtora holandesa disse ter achado o Dia de Campo “bastante parecido” com eventos similares em seu país, com a apresentação de novas tecnologias. “Parece que todo mundo está realmente tentando melhorar (a produção)”, finalizou.

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Inauguração Cerimônia abre oficialmente cervejaria experimental da Agrária Malte

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strutura inovadora no Brasil, a cervejaria experimental da Agrária Malte, voltada ao teste e aperfeiçoamento da produção da Cooperativa e seus clientes, foi oficialmente declarada em operação durante cerimônia realizada no dia 16 de março. O evento contou com a presença da diretora da parceira Weyermann®, de membros da diretoria, conselhos, cooperados, colaboradores e clientes da Agrária, bem como de distribuidores comerciais e de profissionais de publicações especializadas. A Agrária é a única maltaria comercial brasileira a contar com a completa cadeia produtiva: desde a pesquisa de variedades, realizada pela Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), a assistência técnica especializada, a produção esmerada de cooperados em quantidade e qualidade, até a produção do malte pilsen. A partir de agora, a cooperativa ganha um elo a mais, no que se refere ao teste de receitas, maltes e demais insumos e tecnologias, a fim de auxiliar principalmente clientes a aperfeiçoar cada vez mais seus produtos. A cervejaria experimental da Agrária Malte foi concebida em parceria com a empresa Weyermann®, cujo diretor administrativo, Thomas Kraus -Weyermann, abriu os discursos da cerimônia e destacou o pioneirismo da maltaria. “Surgirão diversas novas receitas a partir da cervejaria experimental, que impulsionará ainda mais o nicho das cervejas especiais no Brasil. Estamos muito contentes e agradecemos à Agrária pelo convite de participar deste momento importante. Mesmo distantes 10 mil quilômetros, esta parceria é, desta forma, fomentada e fortalecida”, comentou.

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Segundo o diretor presidente da Agrária, a unidade experimental era uma demanda da própria maltaria. “A nossa parceira Weyermann® nos apoiou nesta empreitada. O primeiro objetivo é trazer maltes especiais e maltes melhorados ao mercado. Temos também o objetivo de atendimento e treinamento de clientes, enquanto testamos o nosso próprio malte”, esclareceu Karl. A própria pesquisa da FAPA é otimizada pela cervejaria, uma vez que os potenciais de novas variedades de cevada podem ser determinados de maneira mais rápida, frisou o presidente. Diversos clientes já demonstraram interesse em utilizar a cervejaria experimental, conforme observou o proprietário da Arte Brew, Afonso Landini, revendedor da Agrária Malte em São Paulo. “Há muita demanda. Todos os clientes com os quais conversei querem vir conhecer. Era o que o Brasil estava precisando e penso que haverá uma revolução grande com a iniciativa da Agrária”, analisou.

A opinião é partilhada pelo proprietário da Master Brau, Dorval Campos, que atende cervejeiros de Santa Catarina, segundo o qual a unidade experimental favorecerá o mercado como um todo. “Os clientes sempre procuraram alternativas e querem saber o que se pode fazer com determinado tipo de malte. A cervejaria experimental abre um leque maior de receitas, especialmente voltado para o mercado brasileiro”, avaliou.

Texto e fotos: Klaus Pettinger - Assessoria de Marketing - Cooperativa Agrária Agroindustrial


Adjuvantes

Gargalos nas aplicações fitossanitárias de produtos complexos

A

certar no ALVO e conseguir eficácia no trato cultural é um desafio constante do produtor rural em tempos de lagartas, de ferrugem asiática, etc. Embora o uso de máquinas modernas seja cada vez mais comum no campo, transformar essas ferramentas em acessórios efetivos das lavouras parece ser ainda um gargalo importante a ser ultrapassado. No milho, por exemplo, as aplicações de fungicidas se tornaram comuns e necessárias. Porém, alguns cuidados devem ser tomados quando a pulverização tiver que ocorrer no período da fecundação. Nestes casos, a presença de óleos (adjuvantes) vegetal ou, mineral, deve ser evitada porque afetam a formação de grão – fertilização e, consequentemente, a produtividade. Em outras culturas, como no feijão, trigo, cevada e na batata, a injúria (fito) pode ser extremamente danosa, afetando sobremaneira a produtividade final. Produtos como Hidróxido de Fentina, Clorpirifos, Oxazolidinedionas

e Ditiocarbamatos, Azoxystrobin, Alfacipermetrina, Trifloxystrobina + Protioconazol, Hidróxido de Cobre, Picoxistrobina + Ciproconazole, Propiconazol, dentre outros, devem ser usados com o devido cuidado, a fim de que os danos colaterais não sejam superiores aos benefícios esperados. Entupimentos também são problemas sérios, assim como a presença de espuma. Ambos tornam o processo de aplicação mais demorado e, eventualmente, podem causar perdas de eficiência. Na soja alguns fungicidas podem causar injúria quando aplicados numa condição mais extrema de estresse hídrico, por exemplo. Para todos esses casos, o adjuvante sintético é uma extraordinária ferramenta de apoio ao trato cultural. Não rompe a camada cerosa da planta, nem potencializa fitotoxidade dos ativos mais agressivos. Ao contrário, ajuda na contenção das injúrias e até na sua eliminação. Outra característica é a sua capacidade de reduzir perdas por evaporação-deriva e fotodecomposição, aumentando a área coberta.

A sua presença, aliada ao uso de pontas de aplicação adequadas aos volumes de vazão e de velocidade operacional, é parte integrante de todo o processo de trato cultural. A combinação do tripé: ADJUVANTE – PONTAS – VAZÃO é o passo estratégico que deve ser adotado pelo produtor, a fim de realizar as suas pulverizações com o menor índice de problemas e gargalos. Uma lavoura sadia, com o trato cultural eficaz é possível, desejável e factível. A INQUIMA trabalha diuturnamente para tornar este processo o melhor possível.


Milho

DuPont Pioneer apresenta dois lançamentos de híbridos de milho para a região de Guarapuava-PR

P

ara a próxima safra de milho verão, a DuPont Pioneer traz dois lançamentos para a região de Guarapuava, com a intenção de compor o Sistema de Combinação de Híbridos. O Híbrido P1680YH vai aliar hiperprecocidade com potencial produtivo. Esse híbrido apresentará tolerância a Exserohilum turcicum, doença com importância para a região. Segundo o Coordenador de Agronomia Richard Paglia de Mello, “trata-se de uma opção que a DuPont Pioneer oferece ao produtor para combinar hiperprecocidade com potencial produtivo. O produto será orientado para abertura de plantio (setembro), com taxa de semeadura de 75 a 82 mil pl/ha.” Outro lançamento da DuPont Pioneer será o híbrido P3456H, que vai aliar elevado potencial produtivo com quali-

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Revista do Produtor Rural do Paraná

dade de grãos. Esse híbrido apresentará boa tolerância às principais doenças com importância para a região. Segundo Richard, será mais uma opção ao produtor no ciclo precoce, com destaque ao elevado potencial produtivo. “Nas áreas de avanço de produto (PAT) na região, o híbrido apresentou boa estabilidade nos rendimentos em diferentes ambientes e manejos, boas características agronômicas como altura de planta e inserção de espiga e destaque também na qua-

lidade de grão (% grão avariados)”, comentou Richard. Será orientado no plantio de setembro a outubro, com taxa de semeadura variando de 75 a 85 mil sementes dependendo da época. Conforme o Coordenador de Agronomia da DuPont Pioneer, os técnicos e produtores puderam conhecer e avaliar os híbridos novos nos eventos do Time de Produto de Tecnologia (TPT) e nos Dias de Campo com a participação da empresa.

® Herculex e o logotipo são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLinkTM e o logotipo são marcas registradas da Bayer Cropscience. ®, TM, SM Marcas registradas e marcas de serviço da Pioneer. O logotipo Oval da DuPont é marca registrada da DuPont. © 2015 PHII. Março / 2014 Observou-se redução na suscetibilidade e resistência à proteína Cry1F (tecnologias Herculex® I e OptimumTM IntrasectTM) em populações de Lagarta do Cartucho do Milho (Spodoptera frugiperda). Por favor, entre em contato com o Representante de Vendas de produtos marca Pioneer® e informe-se sobre as Melhores Práticas no Manejo Integrado de Pragas.


É nessa hora que a

genética dos produtos marca Pioneer

®

faz a diferença RESULTADOS ENSAIOS DUPONT PIONEER - 2014/15

Jonathan Seitz - Guarapuava - PR Híbrido

P3456H P1680YH

Produtividade (Kg/ha) População Final

79.937 78.701

14.847 12.332

Plantio: 23/09/2014

Ernest Milla - Guarapuava - PR Híbrido

P1680YH P3456H

Produtividade (Kg/ha) População Final

14.657 14.969

Plantio: 13/09/2014

82.037 81.543

Helmut José Seitz e outros - Guarapuava - PR

Annemarie Pfann e outros - Guarapuava - PR

Híbrido

Híbrido

P1680YH P3456H

Produtividade (Kg/ha) População Final

77.836 75.613

13.804 15.491

Plantio: 12/09/2014

Grupo Illich - Candói - PR Híbrido

P1680YH P3456H

Plantio: 16/09/2014

76.000 76.000

Híbrido

P1680YH P3456H

® YieldGard é marca registrada utilizada sob licença da Monsant o Company. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ® Herculex e o logotipo são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLinkTM e o logotipo são marcas registradas da Bayer Cropscience.

www.pioneersementes.com.br

14.625 15.146

Plantio: 07/10/2014

75.614 73.267

Manfred Stefan Spieler - Pinhão - PR

Produtividade (Kg/ha) População Final

12.080 13.491

P1680YH P3456H

Produtividade (Kg/ha) População Final

As marcas com ®, ™ ou SM são marcas e marcas de serviço da DuPont, Pioneer ou de seus respectivos titulares. © 2015 PHII

Produtividade (Kg/ha) População Final

13.418 13.872

Plantio: 10/09/2014

75.489 73.389

Março / 2014 Observou-se redução na suscetibilidade e resistência à proteína Cry1F (tecnologias ® TM TM Herculex I e Optimum Intrasect ) em populações de Lagarta do Cartucho do Milho (Spodoptera frugiperda). Por favor, entre em contato com o Representante de Vendas ® de produtos marca Pioneer e informe-se sobre as Melhores Práticas no Manejo Integrado de Pragas.

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Fazendas históricas

A alegre tradição da simplicidade 70

Revista do Produtor Rural do Paraná


A

s linhas da história estão em geral dispostas na ordem racional dos livros. Linhas de texto. Linhas retas. Racionais. Mas seriam estas as únicas linhas do passado? Não haveria história – silenciosa, mas não menos eloquente – nas linhas recurvadas de estradas, cercas e de talhões de campo, que espalham-se, em verde e dourado, pela vastidão de horizontes rurais? Ou ainda na madeira de portas e janelas das moradias de antigas fazendas? Para um casal que cultiva a lembrança do passado do centro-sul paranaense, a resposta, sem qualquer dúvida, é: sim! Ela, historiadora, autora de trabalhos sobre a história de Guarapuava e região; e ele, que, após quarenta anos de dedicação, deixaria a odontologia para se dedicar integralmente à lida do campo, possuem em comum algo além do apreço por tempos distantes: a trajetória de seus próprios antepassados reflete o povoamento e o desenvolvimento do Terceiro Planalto do Paraná. Gerson João Mendes de Abreu, e sua esposa, Alcioly Therezinha Gruber de Abreu (também conhecida como Sulita), conduzem a propriedade da família, estabelecida em Candói ainda no século XIX, preservando a memória daqueles que os antecederam e olhando também para o futuro. Com a alegria de contar fatos históricos, ambos mostram que, se a pro-

dução agropecuária vem sendo modernizada, uma tradição permanece, não por acaso, mas por vocação: a simplicidade – da decoração interna do imóvel ao jeito de ser de seus proprietários e descendentes. Aqui, orgulho e alegria vêm justamente do fato de, ainda hoje, ser possível a um olhar atento ver na casa as vigas de sua estrutura original, erguida, segundo se estima, por volta de 1890. E se uma sede, construída em madeira, é ainda mais difícil de preservar do que as antigas casas de fazenda feitas de pedra ou taipa, diversos outros detalhes, ainda existentes, como as portas internas, duplas e de fechaduras rudimentares, ou ainda os pesados móveis escuros, nos quartos superiores, resistem às décadas. E indicam que a residência, tanto quanto a de outras propriedades da região construídas no século retrasado, foi um dos cenários de uma história que parece guardar sempre algo de novo. O surgimento da Fazenda São João, segundo conta Alcioly, remonta aos tempos em que a Coroa Imperial concedia terras, na forma de sesmarias, para incentivar a ocupação de partes do território nacional. Em um texto que escreveu sobre o assunto, com a irmã, a também historiadora Gracita Gruber Marcondes, Alcioly retrocede ao passado de Candói, revelando que as primeiras referências documentais à presença luso-brasileira no local que hoje é o município datam de 1821: um

Fazenda São João, em Candói: sede, construída em madeira, no século XIX, teve de passar por reformas. Mas mantém ainda vários detalhes originais

Fachada posterior mostra casa original e ampliação Revista do Produtor Rural do Paraná

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Eduardo e os avôs, Alcioly e Gerson: gerações unidas na administração da fazenda

mapa elaborado pelo padre Francisco das Chagas Lima, capelão da Real Expedição Povoadora dos Campos de Guarapuava, que havia chegado em 1810. Em seu livro “Subsídios para a história de Guarapuava”, de 2012, a autora aponta que a Freguesia de Nossa Senhora de Belém nasceria, de direito, em 11 de novembro de 1818, surgindo, de fato, a 9 de dezembro de 1819). Em 1822, ressaltou a historiadora, regime de sesmarias seria suspenso por D. Pedro I. Surgiria outra forma: o sistema de posses, reconhecidas como legítimas pela Lei de Terras, de 1850, e por sua regulamentação, em 1854. Alcioly relatou que a Fazenda São João, assim como as atuais fazendas Candói e São Pedro, faziam parte inicialmente de uma mesma área de terra, concedida pelo governo imperial ao capitão Manoel Elias de Araújo, que casara-se com dona Clara Magdalena dos Santos, no distante ano de 1783. O nome do capitão, detalhou, aparece já no ano de 1825, numa espécie de censo, o chamado Rol de Paroquianos (redigido por padre Chagas), no qual consta como um dos habitantes do Lugar dos Anfíbios – primeira denominação de Candói (uma região habitada por índios votorões, situada entre os rios Campo Real, Jordão, Cavernoso e Iguaçu). O casal Manoel e Clara, de Palmeira (PR) adotou, como filho, Ponciano José de Araújo. Nos dias atuais, o casal Gerson e Alcioly guardam dele a memória de um antepassado decisivo para a história da propriedade. Conforme re-

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Revista do Produtor Rural do Paraná

lembrou ela, embora tenha se tornado presbítero secular (clérigo com ordens de missa, que não faz votos monásticos) ao longo de sua formação, em São Paulo, o padre Ponciano, como ficaria conhecido, optou por constituir família – reconhecendo seus descendentes. Com a primeira esposa, Alexandrina Mafalda Rosa, teria um filho: Pedro Alexandrino de Araújo. Mais tarde, com a viúva dona Maria Rita Bandeira de Almeida, mais dois: João de Abreu e Araújo e Cândido José de Almeida e Araújo. Em 1825, o religioso assumiu como vigário a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, ainda em Palmeira. Tendo revelado uma vocação também para explorar novas terras, ele recebeu, em fevereiro de 1832, do bispo de São Paulo, D. Manuel de Almeida, o privilégio do Altar Portátil – dado aos padres bandeirantes. “O padre Ponciano também fez parte de expedições, por exemplo, para descobrir Palmas”, completou Alcioly. Àquelas e outras paragens, como na região de Cleve-

lândia, o religioso viajou para desempenhar seu ofício, em casamentos e batizados. Também no ano de 1832, ele assumiu a Paróquia de Nossa Senhora de Belém de Guarapuava. Mais tarde, trouxe para junto de si os filhos, que passaram a trabalhar na propriedade da família. Ao falecer em 14 de setembro de 1854, com 53 anos, o padre, em testamento de punho próprio, deixou a eles as terras que havia herdado de Manoel e Clara: para Pedro Alexandri-

Armário do início do século XX: estilo típico das cozinhas da época

Filhos do padre Ponciano: João de Abreu; Pedro Alexandrino; e Cândido José


Sala de estar, na sede da Fazenda São João

no de Araújo, a Fazenda São Pedro; João de Abreu e Araújo ficou com a Fazenda São João; e a Cândido José de Almeida e Araújo, ainda solteiro, coube a sede, a Fazenda Candói. Cada um assumiu sua propriedade, prosseguindo uma vida voltada aos trabalhos do campo. Gerson descende de dois descendentes do padre Ponciano. Por parte de mãe é bisneto de Pedro Alexandrino de Araújo; e, por parte de pai é bisneto de João de Abreu e Araújo. Durante o século XIX, a fazenda São João, como outras do mesmo período no centro-sul paranaense, se dedica-

Cômoda fabricada na fazenda, no início do séc. XX: móveis feitos para durar mais de 100 anos

Casa passou por ampliações, mantendo simplicidade va principalmente à criação de gado extensiva. Ainda assim, o pasto nativo era de pouca qualidade, o que permitia somente um animal por alqueire. Porcos e galinhas completavam a primitiva criação de animais. Lavoura, só de subsistência. Resultado: baixa capitalização. A historiadora e seu marido sublinham que, ao contrário do que se poderia supor hoje em dia, apesar das áreas de terra serem extensas, os antepassados levavam uma vida modesta. Estradas de chão contribuíam para o isolamento. Ir a Guarapuava era uma epopéia; a viagem em carroça levava dois dias. Em consequência, bisavós e avós de Gerson ainda vivenciaram a necessidade de fazer, eles mesmos, na fazenda, tudo o que fosse possível. Hoje, no salão de festas da casa, uma estante envidraçada preserva um pequeno “museu”, exemplificando o que pareceria impensável para gerações acostumadas a tocar de leve, com a ponta dos dedos, em ícones na tela de um equipamento de informática: peças de madeira chamadas de “cambitos” eram usadas para enrolar crina de cavalo, produzindo-se assim cordas, para amarrar os animais nas mangueiras; com um suporte de ferro, tendo três plataformas de tamanhos diferentes, se consertava os calçados – ainda fixados com pregos; num pote de metal, denominado de almofariz, a pimenta era moída; e com uma ferramenta de madeira, de formato cilíndrico, se colocava rolhas em garrafas de vinho de laranja. A cultura (e a necessidade) de fabricar coisas na própria fazenda só começaria a desaparecer,

Moedor de pimenta; ferramenta para colocar rolha em garrafas; castiçal para velas; chave rudimentar – ao centro: amolador de facas

Plataforma de ferro: ferramenta para ajudar no conserto de calçados, realizado na própria fazenda Revista do Produtor Rural do Paraná

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Em cerca de 40 alqueires, mata nativa, preservada, também data de um passado distante pouco a pouco, na segunda metade do século XX, à medida em que por estradas melhores foram chegando progressos de cidade. Amostra dessa tendência é uma cômoda em madeira escura, num dos quartos do piso superior da sede. “Foi fabricada pelo pai do Gerson”, comentou Alcioly. A historiadora assinalou que alguns membros da família chegaram a ser “camaristas” em Guarapuava – o equivalente, na época, aos vereadores de hoje. Mas também esta condição não significava riqueza, já que, de acordo com ela, a função era voluntária. Sem remuneração. E se por algum motivo o camarista tivesse de faltar a uma sessão, tinha de justificar sua falta ou pagar multa. Com isso, um pouco de prosperidade para a Fazenda São João e outras, destacou, só viria quando os proprietários participaram, por algum tempo, do ciclo do tropeirismo. No trajeto entre as Missões (RS) e Sorocaba (SP), tropeiros transportando seus animais utilizavam propriedades em Guarapuava e região como escalas para

Cambito: utilizado para produzir cordas a partir de crina de cavalo

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Revista do Produtor Rural do Paraná

“invernar” (engordar) o gado, antes prosseguirem rumo a seu destino. As fazendas, como a São João, também levavam seus próprios animais, nas tropeadas, para comercializar em centros maiores. Mesmo assim, segundo Alcioly, aquele pequeno avanço econômico local durou pouco. Em fins do século XIX, o tropeirismo declinou rapidamente. O Brasil viu fortalecerem-se as fazendas de café e surgirem ferrovias em rotas então importantes. Nesse meio tempo, o primeiro proprietário da fazenda, João de Abreu e Araújo, casou-se duas vezes, tendo ao todo nove filhos. Seus irmãos também casaram-se, dando à família novos membros – alguns, das gerações seguintes, como era aceito na época, casaram-se com primos. A numerosa descendência dos três filhos do padre Ponciano, como ressaltou a historiadora, explica a presença, até hoje, de sobrenomes comuns em Candói: Araújo, Abreu, Oliveira, Silvério, Almeida, Souza, Mendes e outros. Ainda de acordo com ela, na região em que hoje está o município, uma nova fase econômica sucederia o tropeirismo: a partir dos anos 1940, a indústria madeireira cresceria, atraindo comércios como secos e molhados, farmácias e postos de combustível e levando ao surgimento de povoamentos como Lagoa Seca, Paz, Cachoeira, Segredo e núcleos coloniais. A pecuária continuou sendo praticada na Fazenda São João, como em outras. E na mesma época se oficializaria a marca registrada da propriedade, utilizada e conhecida até hoje (para or-

Pais de Gerson: Anna Maria Martins e Marins Mendes de Abreu gulho de seu atual proprietário) como logomarca da agropecuária Marinsana: sua característica marca de gado, devidamente registrada na então Secretaria de Obras Públicas, Viação e Agricultura do Paraná, sob o nº 1.553, pág. 780, do livro 3º, do Registro de Marcas do Departamento de Agricultura, na data de 7 de abril de 1942 – o original do documento encontra-se conservado em perfeito estado, pela família, emoldurado em quadro. “O nome Marinsana vem dos meus pais”, explicou Gerson João Mendes de Abreu, referindo-se ao pai, Marins Mendes de Abreu e à mãe, Anna Maria. Mas à medida em que os anos transcorriam, já no século XX, a sede da fazenda exigiria mais trabalho para manter-se conservada. O “telhado”, originalmente, era coberto por pequenas placas de madeira – foi necessário substituí-las por telhas de barro. Tábuas das paredes externas também tiveram de ser trocadas. Em uma das reformas, um incidente: uma única parede inteiramente feita de pedras, onde situava-se o antigo forno à lenha, foi simplesmente posta no chão pelos


Certificado, de 1942, oficializava a marca de gado da Agropecuária Marinsana operários, à revelia (e num momento de ausência) dos donos. Porém, na ala nova construída como anexo à sede original, uma ampla sala de refeições, foi preservado um canto para uma lareira. E na parede sobre a lareira, Gerson e Alcioly fixaram quadros, com fotos de família, desde os antepassados até gerações mais recentes. No campo, sucedendo seu pai, Gerson João Mendes de Abreu assumiu a direção da propriedade em 1976, iniciando então com agricultura. A região em que se encontra Fazenda vivenciou ainda outra transformação: em 1º de janeiro de 1993, Candói tornou-se município. Hoje, a Fazenda São João produz milho, soja e trigo, com as tecnologias atuais. Outro avanço para a propriedade, enumerou, foi o surgimento da cooperativa Coacan, em 2000, no município de Candói. Um dos fundadores e associados, ele afirma que a cooperativa vem contribuindo para fortalecer seus cooperados, na aquisição de insumos e na prestação de assistência técnica, entre outros serviços. A pecuária bovina, mantida na propriedade, voltou-se gradativamente para animais de genética diferenciada. O proprietário, que foi presidente do Núcleo de Criadores de Charolês, dedicou-se àquela raça. Atualmente, o foco são animais Angus, em sistema de

confinamento, comercializados para a cooperativa Cooperaliança (Guarapuava). Gerson João Mendes de Abreu disse ver no surgimento da cooperativa, há cerca de sete anos, também um marco importante para consolidar a criação de bovinos. O agropecuárista, sempre voltado à inovação, também decidiu seguir uma tendência: a integração lavoura-pecuária. Prestando assistência técnica há 23 anos na propriedade, o engenheiro agrônomo Celso Roloff, elogiou a iniciativa do produtor e os resultados hoje alcançados: “Ele sempre foi ligado à pecuária e sou especialista na integração lavoura-pecuária. Sempre foi seu foco, dentro o grupo da região”. Para Roloff, é um dos melhores exemplos de êxito naquela técnica: “A fazenda emprega a tecnologia integração lavoura-pecuária mais atualizada, com boas produtividades na agricultura e na pecuária nos mesmos talhões de integração”. Na pecuária, há muitos anos a fazenda São João conta também com o apurado conhecimento técnico do

Quase todas as portas internas da casa ainda são de folhas duplas, como no estilo da virada do século XIX para o XX

genro de Gerson e Alcioly, Emerson Saciloto, veterinário responsável pelo controle sanitário de todo o rebanho. Agricultura e pecuária mais sólidas e integradas caminharam, no entanto, em harmonia com a natureza: Gerson João Mendes de Abreu sublinha que manteve-se, na Fazenda São João, nada menos do que 40 alqueires de matas nativas – tesouro ambiental que pode ser visto já a poucos metros da sede. O ex-dentista e produtor rural convicto, que também graduou-se em história, acrescentou que pensa não só no passado e no presente, mas também no futuro. Se as filhas seguiram sua carreira na odontologia, o neto, Eduardo, ex-jogador de futsal pelo PRATO, da Itália, e pelo CAD, de Guarapuava, formado em administração com ênfase em agronegócio, foi convocado pelo avô para fazer parte do time da propriedade. Há sete anos dividindo o escritório da fazenda com ele, Eduardo é o artilheiro da gestão, usando todo o seu conhecimento em números e planilhas para otimizar lavouras, rebanhos, custos, etc. E o jovem faz questão de ir também a campo: “Quem não sabe fazer, não sabe comandar. Você, participando, consegue dimensionar o seu trabalho e o das pessoas”, comentou. Recentemente, mais um membro da família integrou-se à administração das fazendas; sua filha Telma Regina, que presta serviços no escritório . Reunidos em torno de um café, às quatro da tarde, num intervalo de seu bate-papo com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, avós e neto expressaram a alegria de poder dar continuidade a uma história que começou há muito tempo. E o melhor, para Gerson e Alcioly, é que a propriedade segue sendo ainda um ponto de encontro: “Todo ano, a família toda se reúne aqui, na Páscoa”, contou o produtor. “Aí, a gente faz aquela bacalhoada portuguesa”, receita de sua mãe Olympia Amaral Gruber, completou a esposa, com a certeza de que, mantida a tradição da simplicidade, não faltarão motivos para comemorar os próximos capítulos da Fazenda São João. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Revista do Produtor Rural do Paranรก


(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br

Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

Revista do Produtor Rural do Paranรก

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Aconteceu Novo sistema de Cadastro Rural (CCIR) O Incra lançou no mês de abril o novo Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) e, em conjunto com a Receita, o Portal do Cadastro Rural. Futuramente, o Cadastro Rural brasileiro, gerenciado pelo Incra, será integrado aos imóveis declarados na Receita. Durante dez dias (entre 20 e 30 de março) houve a indisponibilidade da emissão da Certidão de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) em razão da migração dos dados para o SNCR. Esse novo sistema, segundo o Incra, permitirá maior comodidade para os proprietários de imóveis atualizarem seus dados. O novo sistema terá o acesso via Internet, o que significa que as declarações de atualização cadastral poderão ser feitas através de qualquer computador. Essa atualização vai extinguir os formulários em papel, mas o Incra informa que o cadastro – para quem não tem acesso à Internet – poderá ser feito nas Unidades Municipais de Cadastro (UMCs) nas Salas da Cidadania, nas Unidades Avançadas e Superintendências Regionais do órgão. Também as Prefeituras Municipais e os Sindicatos Rurais poderão prestar esses

serviços. No caso do município de Guarapuava, o CCIR pode ser feito no Sindicato Rural e em escritórios de contabilidade. Os manuais para utilização do novo SNCR estão disponíveis desde o dia 25 de março último no endereço http://sncr.serpro.gov.br. O Incra esclarece que “os dados constantes do CCIR são exclusivamente cadastrais não legitimando direito de domínio ou posse, conforme o parágrafo único , do artigo 3º, da Lei 5.868, de 12 de dezembro de 1972”. É essencial também para a concessão de crédito agrícola, exigido por bancos e agentes financeiros. O CCIR constitui ainda prova do cadastro do imóvel rural, sendo indispensável para desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou prometer em venda o imóvel rural e para homologação de partilha amigável ou judicial (sucessão causa mortis) de acordo com os parágrafos 1.º e 2.º do artigo 22 da Lei n.º 4.947, de 6 de abril de 1966, modificado pelo artigo 1.º da Lei n.º 10.267, de 28 de agosto de 2001.

Reunião de trigo da OR Sementes 2015 A tradicional reunião de trigo da OR Sementes, realizada em Passo Fundo -RS, no dia 03 de março, promoveu um debate sobre assuntos da área. O encontro ocorreu nas dependências do Centro de Eventos da UPF e estiveram presentes produtores, pesquisadores, agricultores e alunos do último nível de graduação em agronomia da instituição de ensino UPF. Amarilis Labes Barcellos, diretora da empresa juntamente com Lisandro Webber, da Sementes Webber, fizeram a abertura do evento falando sobre as empresas e da parceria no RS para a produção de sementes. No decorrer do evento, foram apresentadas as duas novas cultivares de trigo, sendo a ORS 1401 com alto potencial produtivo e qualidade para trigo pão/ melhorador, sanidade e adaptabilidade, e a cultivar ORS 1402 com ótimo rendimento, boa adaptabilidade e qualidade para trigo pão. Houve ainda apresentações sobre as cultivares de trigo OR hoje

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comercializadas: Ametista, Topázio, Jadeíte 11 e ORS Vintecinco. O pesquisador Erlei Melo Reis falou sobre o problema de perda de sensibilidade dos fungos, que acarretam doenças no trigo para com os fungicidas. Segundo ele, para que isso não ocorra o uso de

certos produtos isolados não é recomendado. Também esteve apresentando na reunião como convidada a Dra. Cláudia de Mori, da Embrapa Trigo. Ela falou sobre o mercado de trigo no Brasil e no mundo, bem como a complexibilidade agroindustrial da cadeia do trigo.


Consórcio

Semeando solidariedade colhemos felicidade Adquira um consórcio e ajude milhares de pessoas que utilizam os serviços do Hospital São Vicente

T

odo ano o Consórcio Nacional Volkswagen entrega milhares de Gols para felizes clientes contemplados. No entanto, olhando para as instituições, surgiu o projeto Gol Solidário. Trata-se de uma iniciativa responsável por entregar Gols 0km para entidades beneficentes em diversos municípios. Desde 2005, através da Ação Gol Solidário e com a participação de mais de 2000 pessoas, foram entregues mais de 40 Gols 0km a instituições beneficentes. A Ação Gol Solidário acontece através de uma parceria entre o Consórcio Nacional Volkswagen e seus Representantes Autorizados e Concessionárias Volkswagen, que durante um período da ação, efetuam vendas de consórcio para associados e simpatizantes da entidade beneficente. Atingindo um volume de vendas determinado, um Gol 0Km é doado para a instituição participante. Este ano, em março, o Representante Autorizado do Consórcio Nacional Volkswagen em Guarapuava (Consórcio Melhor Negócio) lançou a Ação Gol Solidário em parceria com a Concessionária VW Comercial Oeste, em prol do Hospital São Vicente. O lançamento aconteceu no dia 05 de março, com um coquetel. Estamos na torcida para que o objetivo seja alcançado. E você pode ajudar e ainda economizar. Fica a dica.

Carlos Milanez, consultor de serviços financeiros Volkswagen

Rui Primak, Provedor São Vicente

Equipe Melhor Negócio Consórcios (Carlos Milanez, Maykohn, Nilson, Jessica, Francieli, Marcos e Danilo Marcondes)

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Foto: Mauro Biazi

Protestos

Guarapuava: manifestação percorreu Rua XV, no centro

Pelo fim da corrupção! Produtores rurais e profissionais do setor agropecuário também foram às ruas nos dias 15 de março e 12 de abril.

O

s domingos do dia 15 de março e 12 de abril não foram domingos quaisquer no Brasil. Os dias foram marcados em todo o país por manifestações do povo contra a corrupção. O município de Guarapuava também aderiu o movimento. A concentração, em ambos os dias, foi na Praça Cleve, durante a tarde, no centro da cidade. De lá, os manifestantes caminharam em direção ao Parque do Lago. No dia 15 de março, a Polícia Militar (PM) estimou que mais de 1,2 mil pessoas par-

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ticiparam do protesto. De acordo com os organizadores, o número de pessoas chegou a 6 mil. Já no dia 12 de abril, a PM indicou que havia 300 pessoas protestando, enquanto os organizadores afirmaram que havia 1,2 mil pessoas. O ato foi pacífico e reuniu faixas pedindo reforma política, fim dos desmandos políticos, atenção para a educação e respeito com as futuras gerações. Produtores rurais de Guarapuava e região também marcaram presença na manifestação, em Guarapuava ou na capital paranaense, vestidos de verde e amarelo, carregando bandeiras e faixas

que demonstravam suas insatisfações. Os protestos foram organizados em geral pela internet e três movimentos encabeçaram os atos: Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados Online. No dia 15 de março, a capital de São Paulo foi a cidade que mais reuniu pessoas: 1 milhão de manifestantes, segundo a Polícia Militar, se reuniram na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro (RJ) 6 mil manifestantes foram as ruas. Em Belo Horizonte (MG) foram 25 mil e em Campo Grande 100 mil. As manifestações contra a corrupção e o governo de Dilma Rousseff do


des do país para mais uma vez pedirem, entre outras demandas, o fim da corrupção. Apesar dos pedidos serem basicamente os mesmo, o número de pessoas que foram as ruas foi bem menor do que no dia 15 de março. Segundo a PM 701 mil manifestantes se reuniram em, ao menos, 224 cidades.

Foto: Mauro Biazi

PT (Partido dos Trabalhadores) não deixaram de acontecer em estados do norte e nordeste do Brasil. Na capital do Acre, Rio Branco, foram 5 mil pessoas. Em Manaus, no Amazonas, foram 150 mil manifestantes. No Amapá, em Macapá foram 5 mil pessoas e em Belém, no Pará, foram 60 mil. Em Salvador, na Bahia, foram 23 mil pessoas no protesto. Na capital do Ceará, Fortaleza, foram 23 mil pessoas, já em Recife, capital de Pernambuco, mais de 50 mil pessoas se reuniram nas ruas. No Paraná, a capital do estado, Curitiba, foi a cidade que mais reuniu pessoas no protesto. Segundo a Polícia Militar foram 80 mil, mas os manifestantes afirmam que o número chegou a 100 mil. No dia 12 de abril, os brasileiros novamente se reuniram em diversas cida-

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Serviços Foto: Manoel Godoy

Taxas da Adapar sofrem reajustes Agora os valores são vinculados a Unidade Padrão Fiscal do Paraná

A

s taxas cobradas pelos serviços realizados pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR) fo-

Supervisor regional da Adapar, Aniceto Bobato.

ram reajustadas. O projeto de lei já havia sido aprovado em dezembro de 2014, mas os novos valores começaram a vigorar desde o dia 31 de março deste

ano. A nova lei além de atualizar os valores da prestação dos serviços de vigilância sanitária animal e vegetal, institui também a Taxa de Fiscalização de Origem Animal e Vegetal (TFIP) referente a prestação dos serviços nas áreas de inspeção higiênico-sanitária de produtos de origem animal e vegetal.

Os novos valores são cobrados a partir da Unidade Padrão Fiscal do Paraná (UPF), hoje equivalente a R$ 79,90. “Quando a ADAPAR foi criada, foi feita uma lista de taxas, porém elas eram fixas e nunca foram reajustadas. Com o tempo, os valores acabaram ficando muito defasados. Agora, fixadas em UPF, a cada ano as taxas serão ajustadas automaticamente”, explica o supervisor regional da ADAPAR, engenheiro agrônomo, Aniceto Bobato. Segundo informações do governo do Estado, houve a necessidade de modernização institucional do serviço oficial de defesa agropecuária e criou-se a ADAPAR para dar respostas rápidas e seguras ao setor agropecuário, que responde por mais de 30% do PIB do Estado. As taxas, mesmo atualizadas, cobrem apenas parcialmente os serviços prestados pela Agência, haja vista que os salários dos servidores e os investimentos permanentes são custeados pelo tesouro do Estado. Segundo a Agência, agricultores familiares continuarão isentos do pagamento das taxas cobradas pela agência.

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GTA Outra alteração que merece destaque é a nova forma de cobrar a taxa para emissão de GTA para bovinos e bufalinos, que iguala-se à forma de cobrança para GTA das outras espécies. O produtor paga apenas quando o destino dos animais fpr para fora do Paraná ou para eventos agropecuários. Quando o destino dos animais é o abate a taxa é recolhida dos estabelecimentos de abate, mensalmente, com base no número de animais abatidos. Em caso de dúvida, deve-se ligar para a unidade da ADAPAR mais próxima. A Unidade Regional de Sanidade Agropecuária de Guarapuava fica localizada na Rua Vicente Machado,1827, Centro. O telefone é (42) 3303-2100. As tabelas com os novos valores estão disponíveis no site: www.adapar.pr.gov.br


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Suinocultura Análise conjuntural do mercado do suíno no estado do Paraná Amanda Peniche dos Santos, Geisiele Lopes Mazza Ribeiro, Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br

D

evido à baixa demanda característica do início do ano, o preço do suíno vivo no estado do Paraná fechou em R$ 3,36, na primeira semana de fevereiro. Esta queda foi agravada pelos bloqueios das principais rodovias do país. O acúmulo de animais nas granjas fez o preço do suíno vivo atingir R$ 3,23, o menor valor durante o período analisado. Com o fim das paralizações e retomada das atividades, houve recuperação do mercado. E, no final de março, o kg vivo foi cotado a R$ 3,25 . Apesar destas variações, observa-se tendência de valorização do animal vivo, conforme o gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma do suíno vivo do CIA/UFPR. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) a greve dos caminhoneiros também prejudicou as exportações durante fevereiro. Os problemas logísticos afetaram a venda para a Rússia, principal pais importador, como para o mercado interno. Os resultados ruins de fevereiro se refletiram em março. Segundo a ABPA, apesar do retorno das atividades, a recuperação do mercado financeiro será um desafio. Primeiro em relação à conquista dos mercados do México e da Coréia do Sul, bem como da expansão das negociações com a África do Sul, Coréia do Sul e China. Segundo em relação ao mercado interno. O Brasil enfrenta ajustes na energia e nos impostos, o que reduz o poder de compra dos brasileiros. O Paraná foi um dos estados mais afetados com os bloqueios. Reflexo disso pode ser visto também no gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma da carcaça do suíno no estado, do CIA/UFPR, durante fevereiro e março. Apesar da tendência de alta, nota-se grande variação nos preços no decorrer do período. Durante fevereiro, a maior cotação foi no dia 11, quando o quilo da carcaça atingiu R$ 5,52. Com os problemas logísticos, o mês fechou em RS 5,43. A primeira semana de março apresentou

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o maior valor do bimestre, R$ 5,62, período em que o mercado estava mais carente de carcaças. Com o fim das paralisações e com o escoamento da produção, houve nova queda de preços na segunda semana de março. Seguida de recuperação, a carcaça suína fechou o mês cotada a R$ 5,42, de acordo com o CIA/UFPR. Apesar dos problemas com transporte e a característica queda sazonal de consumo do início do ano, espera-se que o mercado interno suíno se recupere em abril. Em especial se o preço da carne bovina apresentar alta. O que estimula o consumo de outras carnes como a suína e de aves. A partir da análise dos gráficos do CIA/UFPR, a média de preços dos cortes de suíno nos Supermercados de Curitiba

mostrou que o pernil com pele foi o que teve maior variação de preço do mês de fevereiro para março, com alta de 7,3%. Em contrapartida a costela e a paleta não sofreram alteração significativa mantendo os valores parcialmente nivelados, com diferença de 0,4% entre os dois meses. Nos açougues e casas de carnes de Curitiba a mostragem foi inversa, o lombo suíno teve aumento de apenas 1,9% e a paleta sofreu uma baixa de 7,8%. Na cidade de Londrina, a média de preço do Lombo suíno no mês de fevereiro foi de R$ 18,79, sofrendo queda de 6,8% no mês seguinte, sendo vendido a R$ 6,50. A bisteca suína foi o corte que teve maior variação entre as médias de preços dos meses analisados, com alta de 10,2%.

Figura 1. Gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma do suíno vivo no estado do Paraná, para os meses de fevereiro e março de 2015. Fonte CIA/UFPR

Figura 3. Gráfico do comportamento das médias dos preços reais do quilograma dos cortes de suino nos Mercados de Curitiba, para os meses de fevereiro e março de 2015. Fonte CIA/UFPR

Figura 2. Gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma da carcaça do suíno no estado do Paraná, para os meses de fevereiro e março 2015. Fonte CIA/UFPR

Figura 4. Gráfico do comporto das medias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Açougues de Curitiba, para os meses de fevereiro e março de 2015. Fonte CIA/UFPR


Boletim Aeagro

Planejamento das organizações:

ferramenta necessária e imprescindível à gestão

A José Roberto Papi, presidente da Aeagro

AEAGRO com base nos seus preceitos de Missão e Valores aprovou o seu plano estratégico para os próximos três anos, sentindo a necessidade de consolidar as suas ações desenvolvidas em projetos como: Premiação dos TCC, Grupo de Estudos Técnicos, Participação em Conselhos Municipais, Projetos Educacionais com ensino fundamental, médio e superior. Dentre outras ações que levam informações sobre temas que auxiliam na formação de cidadãos conscientes, destaca-se a atuação junto ao sistema Confea/Crea e FEAPr, órgãos máximos da representação e garantidores dos direitos da profissão. Outras medidas que vão consolidar a presença da associação na sociedade: - Finalização da sede própria;

- A criação de uma identidade visual moderna, desenvolvida por profissional especializado, tornando a marca AEAGRO mais forte, o que dará destaque nos locais onde estiver presente; - Plano de mídia com reformulação do site e interação com as mídias eletrônicas, tornando mais fácil e rápida a comunicação; - Desenvolvimento de projeto de incentivo à iniciação da pesquisa científica, voltada aos alunos de agronomia; - Criação de outros grupos de estudos de acordo com as necessidades dos associados. Com a implantação desse plano, a Diretoria Executiva deixará para os próximos anos uma base de atuação que permitirá agilidade, facilidade e efetividade nas ações a serem desenvolvidas que promovam o lema principal: “Consciência é o início de toda a transformação”.

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Notas Convenção Coletiva termina sem acordo O Sindicato Rural de Guarapuava e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais assinaram no dia 6 de março, ata negativa da Convenção Coletiva de Trabalho. O ato oficializou o final das negociações salariais entre empregadores e empregados do meio rural, que terminaram sem acordo na esfera de atuação das duas entidades. Com isso, o Sindicato Rural de Guarapuava seguirá o Piso Estadual do Paraná, que deverá ser definido pelo governo do Estado no mês de abril. Com a ata negativa, passa a valer, para todas as demais questões trabalhistas, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No ano passado, também não houve acordo. Participaram da assinatura do documento, o presidente do sindicato patronal, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e o presidente do sindicato dos trabalhadores rurais, José Altamir de Souza, na sede do Sindicato Rural.

Prêmio Divas A 15ª edição do Prêmio Divas, uma iniciativa do Conselho Empresarial da Mulher Executiva (CEME), da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), foi realizado no dia 13 de março, no Pahy Centro de Eventos. Quinze mulheres foram homenageadas, em diversas categorias. Destaque para a associada do Sindicato Rural de Guarapuava, Hildegardt Victória Reinhofer, premiada na categoria Agricultura e Agropecuária.

Entrega de alevinos Mais uma entrega de alevinos foi realizada, no dia 15 de abril, no Sindicato Rural de Guarapuava. Desta vez, mais de 10 mil alevinos foram entregues a produtores rurais da região. As próximas entregas estão previstas a partir do mês de novembro, ou seja, após o período de inverno. Essa é uma parceria da entidade sindical com a Piscicultura Progresso. As encomendas são feitas no Sindicato Rural de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon)

Alan Patrick Ksiaskiewcz, com sua esposa Shimene Ksiaskiewcz

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Regina Maria Fassbinder Seitz


Visita técnica

Do Pará para o Paraná

S

e a agricultura, em locais de clima equilibrado, já exige informação e persistência, o que dizer de lugares marcados por frequente chuva? O desafio de produzir soja em torno de Santarém (Pará), onde a média anual de precipitações gira em torno de 3 mil milímetros, levou um grupo de produtores, todos com suas origens no Sul, a buscar, em viagem técnica na região de Guarapuava (PR), dados que possam ajudá-los a superar o que consideram hoje como seu maior desafio: ultrapassar sua média de produtividade, que segundo contaram está estacionada em torno de 55 a 60 sacas por hectare. Organizado pela empresa Agrichem, do setor de fertilizantes líquidos, o giro abrangeu, dia

1º de abril, a Fazenda Mutuca, em Arapoti (PR), e, dia 2, propriedades rurais na região de Guarapuava. No centro-sul paranaense, a programação começou de manhã, com uma visita ao Departamento de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no Campus Cedeteg, onde o grupo conversou sobre a produção de soja com o professor e pesquisador Itacir Sandini. Na sequência, os visitantes conheceram a propriedade da produtora rural Regiane Lustosa. Recebidos no local pelo gerente, Marcos Aparecido Saivishi, os agricultores trocaram ideias sobre o cultivo de soja – do plantio direto e clima à produtividade. “Foi boa a visita deles, boa troca de informação. É importante para a gente e para eles também. E as-

Toni Alberto Filter (Federação da Agricultura do Estado do Pará) sim estamos sempre evoluindo em conhecimento”, disse depois Saivishi. À tarde, o grupo seguiu para a propriedade do agrônomo, produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Fertilidade de solo, clima e tecnologias da soja foram os principais pontos abordados. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Marcos Aparecido Saivishi (gerente de propriedade, na região de Guarapuava) Entre os participantes, Toni Alberto Filter, diretor da Federação da Agricultura do Pará (FAEPA), comentou em entrevista que o perfil do grupo explica o interesse por ampliar cada vez mais os horizontes, pela via da informação técnica: a maioria são agricultores do Rio Grande do Sul, que, depois de buscar novas fronteiras no Mato Grosso, foram ainda mais longe, migrando para a região Norte. “Hoje, o Paraná, principalmente a região daqui, é referência em tecnologia, solo, genética. A gente veio interagir para aprender. Fomos acompanhados pela empresa Agrichem. Eles têm um trabalho de nutrição muito forte e estão entrando com esse trabalho lá no Pará. E a gente veio ver o resultado (da atuação) já de anos, que eles têm feito aqui”, acrescentou. Sobre o desafio do clima na região Norte, o diretor da FAEPA disse que no Pará os produtores têm mais problemas com o excesso de chuvas do que com a falta. “Produzimos um pouco menos do que aqui, na faixa de 55 a 60 sacas (por hectare)”, completou. Outro agricultor do grupo, o paranaense Cláudio Ferreira Dias Gonçalves, de Ibaiti, também apontou a necessidade de superar os atuais patamares da soja: “Lá, (a produtividade) está hoje em 55, 60 sacas e ninguém cogita de uma mé-

Cláudio Ferreira Dias Gonçalves

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dia de 70. Aqui, a gente ouve falar, com naturalidade, de 75, 80”. Mesmo com a experiência de quem já trabalhou no Mato Grosso, Acre, Rondônia, Amazônia e Roraima, ele destacou que a dificuldade do clima chuvoso vem levando o grupo a se lançar em giros, na busca de tecnologia, pelo país e até nos Estados Unidos. Exemplificando, Dias Gonçalves lembrou que a chuva frequente obriga o produtor a realizar a colheita rapidamente, entre os poucos intervalos de tempo seco. “A capacidade do nosso maquinário tem de ser superdimensionada, para você conseguir tirar (a safra do campo) – dá um dia de sol, tira tudo”, assinalou. O produtor Milton José Schnorr, que foi para Santarém em 1985, para cultivar a pimenta-do-reino, e hoje produz soja,

Milton José Schnorr

Troca de ideias com o presidente do Sindicato Rural

João Eduardo Melo de Almeida (Agrichem)

Bruno Rodrigues de Oliveira (Agrichem)

Orlei Bufoliski (Representante Téc. Comercial Campos Gerais Guarapuava- PR)


Rodolpho Luiz Werneck Botelho, pres. do Sindicato Rural

também gostou da viagem ao Paraná. “É muito importante. A gente tem conseguido dados interessantes. Acho que vai ser muito produtivo”, disse. João Eduardo Melo de Almeida, agrônomo, doutorado em fitopatologia e gerente regional da Agrichem para a região conhecida como “MAPITOBA”, contou que a empresa tem, no Paraná, uma de suas bases de pesquisa e desenvolvimento para todo o Brasil. “Por esse motivo, decidimos trazê-los para ver o que o agricultor está fazendo aqui e que eles não estejam fazendo lá”, explicou. Bruno Rodrigues de Oliveira, assistente técnico de produtos da Agrichem, detalhou que a empresa sugeriu uma escala na região de Guarapuava devido à tecnologia utilizada na agricultura. “Com certeza, a troca de ideias, dos produtores de lá com os daqui, pode agregar muito, tanto a eles, quanto aos daqui, em alguns pontos”, considerou. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava enalteceu a iniciativa dos produtores: “É um grupo que está correndo atrás de novos conhecimentos, principalmente para acertar o seu sis-

tema de produção. Procurando propriedades, pesquisa, universidades, para melhorarem o seu conhecimento e resolverem os seus problemas locais”. Acompanhando a visita dos produtores na região de Guarapuava, o professor Itacir Sandini destacou que elevar a produtividade na soja é importante para muitos agricultores, não apenas no Norte do país. “Se olharmos a questão da produtividade média, vamos ver que ela está estagnada, no Brasil, há mais de 10 anos, em 3.000 quilos por hectare”, analisou. Para Sandini, o desafio é ainda mais significativo para quem tem, na oleaginosa, a sua principal cultura comercial. O pesquisador e professor disse esperar que o exemplo dos agricultores visitantes – percorrer milhares de quilômetros em busca de respostas – seja

A gente veio interagir para aprender” Toni Alberto Filter, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Pará

seguido também em Guarapuava e região. Sandini opinou que eventos técnicos locais do agronegócio, como dias de campo e palestras, promovidos pelas universidades ou pelo Sindicato Rural, registram por vezes menos público do que o previsto. “O que esperamos é que, assim como os produtores que vieram de Santarém, também os daqui se sintam motivados no sentido de buscar a informação onde ela estiver”, declarou.

Visita produtores do Pará na Fazenda Capão Redondo

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Arroba do boi Análise conjuntural do mercado do boi gordo no estado do Paraná Ellen Marena Oliveira Silva, Ricardo Dinarti Machado, Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br

O

início de 2015 foi marcado por indicadores econômicos desanimadores, para os consumidores, o que pode ser notado pela elevação dos principais índices de inflação em todo o Brasil. Este fato faz com que a perspectiva de consumo das famílias seja menor, uma vez que a renda da população está comprometida com uma série de pagamentos, como impostos do início do ano, e por isso esse período do ano é tradicionalmente marcado por redução do consumo. Devido a esta demanda ser indiretamente menor por parte dos consumidores finais, as pontas produtoras, intermediárias e comerciais também ficam desaquecidas. No entanto, apesar desse quadro desfavorável a arroba do boi gordo continua com preços altos. Segundo o indicador LAPBOV/UFPR, o mercado do boi gordo, no período de 02 de fevereiro a 23 de marco, foi marcado por leve alta. Em relação ao primeiro e ao último dia do período, o preço da arroba do boi gordo apresentou variação de 1,53%, e a média cotada foi de R$ 140,47 por arroba. O menor preço registrado foi R$139,31, no dia 17/02/2015, e o maior R$142,40, no dia 23/03/2015. Em relação à arroba da vaca gorda a média para o período foi de R$ 131,02. O preço máximo atingido foi de R$ 133,02 no dia 19/03/2015, já o menor valor foi de R$ 129,89 no dia 11/02/2015, a variação entre o primeiro e último dia do período ficou em 2,41%. Durante esse período, frigoríficos destacaram a restrição de oferta, fato este que está ocorrendo desde o ano passado, onde a seca prejudicou pastagens em diversas regiões. Por mais que a oferta esteja restrita,elevando os preços, a demanda interna e externa está desaquecida,empurrando os preços para baixo. A combinação desses fatores fez com que os preços da

Figura 1. Comportamento do preço da arroba do boi gordo e da vaca gorda nos meses de fevereiro e março de 2015, no estado do Paraná. Fonte CIA/UFPR

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arroba do boi ficassem praticamente equilibrados na relação entre oferta e demanda. Contudo este é um cenário perigoso, pois enquanto o custo da matéria-prima (boi gordo) aumenta, a economia interna está enfraquecida, o que diminui a demanda na ponta final (consumidor de carne). Desta forma, com os preços do boi gordo em patamares elevados, a margem dos frigoríficos fica muito estreita, os quais não conseguem repassar este aumento de custo para o varejo, prejudicando, assim, o seu fluxo de caixa. Em fevereiro as exportações de carne bovina in natura apresentaram retração. Um dos principais motivos para que isso ocorresse, foi a queda nas importações da Rússia em 80,58% (na comparação a fevereiro de 2014). Esta diminuição de importações para a Rússia é reflexo da crise econômica e política enfrentada por este país, com forte desvalorização da sua moeda, após queda do preço do petróleo, seu principal produto de exportação, e também sob impacto de sanções ocidentais pela crise na Ucrânia. Apesar das diminuições nas exportações, ainda assim é esperado um cenário positivo à ampliação e conquista de novos parceiros comerciais, pois com o real desvalorizado perante o dólar, a carne in natura no mercado externo tende a ficar mais atrativa. Uma prova disso é que o Brasil tem perspectiva de ganhar espaço neste tipo de transação com a China. Especialistas avaliam que a proteína oriunda de carne bovina tem potencial para dobrar o volume nos negócios dos próximos anos. Entretanto, para se consolidar no mercado chinês, o Brasil tem que melhorar o aspecto sanitário. O país está em fase de negociação com os chineses para acordar um novo protocolo para retomar as exportações, as quais foram suspensas em 2012, por conta de um caso atípico de vaca louca no Brasil. Esta negociação é animadora para os pecuaristas brasileiros, uma vez que, antes do bloqueio as aquisições chinesas somavam 17 mil toneladas, mas que no último ano somaram 400 mil toneladas, tendo grande entrada do produto no país via Hong Kong. O indicador de preços da arroba do novilho precoce, LAPBOV/UFPR, referente ao período de 02 de fevereiro a 23 de março de 2015, foi marcado por leves variações no preço da arroba. O mês de fevereiro iniciou com o novilho sendo cotado a R$ 149,55, logo em seguida o preço caiu fechando o mês em R$ 147,32. No mês de março o valor da arroba do novilho se recuperou chegando ao preço de R$ 150,63. Em relação ao primeiro e ao último dia do período, o preço da arroba do novilho apresentou variação de 0,72%.

Com relação ao indicador de preços da arroba da novilha precoce, LAPBOV/UFPR o mês de fevereiro de 2015 iniciou com a novilha sendo cotada a R$ 137,23, sendo esta a menor cotação do período, sofrendo alta nas semanas seguintes, fechando o mês de fevereiro cotada a R$ 141,21. No início do mês de Março o preço da novilha seguiu estável, apresentando alta relevante na última semana da onde foi cotada a R$ 144,61, sendo este o maior valor do período. O preço da arroba da novilha apresentou variação expressiva, em relação ao primeiro e ao último dia do período, de 5,38%.

Figura 2. Comportamento do preço da arroba do novilho precoce e da novilha precoce no mês de fevereiro e março de 2015, no estado do Paraná. Fonte CIA/UFPR Os dados obtidos pela CIA/UFPR referente ao bezerro entre os meses de fevereiro de 2015 e março de 2015, mostram o menor valor de R$ 1104,50 nos dias 6/03/2015 ao 12/03/2015. O valor máximo cotado é de R$1216,13 nos dias 13/03/2015 ao 19/03/2015. A média para o período foi de R$ 1.155,32. E a variação em relação ao primeiro e ao último dia do período foi de 0,88%.

Figura 3. Comportamento do preço do bezerro no mês de fevereiro e março de 2015, no estado do Paraná. Fonte CIA/UFPR


Pecuária de corte

Galloway, a raça mais bonita do mundo

A

raça de gado Galloway é muito antiga, originária da Escócia onde existe em estado puro desde o século XIX. Seu Herd Book foi estabelecido em 1921 e seu nome completo é Belted Galloway, porém no Brasil é conhecida apenas como Galloway. Na América do Sul ela já existe, embora em pequena quantidade, no Rio Grande do Sul, Argentinas e Uruguai. Ela é mais conhecida, além da Grã-Bretanha, no Canadá, Nova Zelândia e Austrália. O Galloway é uma raça de porte médio semelhante ao Aberdeen Angus, porém com uma faixa branca ao redor do corpo, o que lhe deixa muito bonita. Os exemplares chamam muito a atenção, pois a faixa branca em um animal totalmente preto destaca-se como um uniforme. A raça Galloway tem alta percentagem de parição e facilidade de parto. As vacas são mães excelentes e boas leiteiras. Seu couro é apreciadíssimo para tapetes, pois tem desenho uniforme e pelos abundantes, não possui chifres, é muito resistente e excelente produtora de carne nobre.

Introdução Em 1983, Shirlei Kroeff importou da Escócia um touro e 10 vacas . Alguns anos depois, a pecuarista vendeu a maioria da criação para Pedro Paulo Gonçalves, da Fazenda Vacaquá, de Rosário do Sul/RS. Desde então, Gonçalves vem multiplicando a raça, sendo hoje o maior criador de Galloway no Brasil e América Latina. Em 1995, ele importou um touro Galloway do Uruguay. Atualmente, a Fazenda Vacaquá, em Rosário do Sul, concentra um rebanho de 300 bovinos Galloway. Em 2003, o registro Herd Book Collares iniciou o registro das Galloways, tatuando, na ocasião, 89 ventres da Fazenda Vacaquá. Existe a Associação Brasileira de Criadores de Galloway, com sede em Rosário do Sul. Sendo seu fundador e presidente, Pedro Paulo Gonçalves; Shirlei Kroeff, vice-presidente e Dr. Rafael Cáceres Gonçalves, secretário. Entre as características da raça estão fertilidade, facilidade de parto, rusticidade, qualidade da carne, alto valor do couro para tapetes, maior resistência a mosca do chifre e beleza. Em vários outros municípios do Rio Grande do Sul já existem pequenos núcleos de Galloway, todos originários da Fazenda Vacaquá, que sempre dispõe à venda ventres (vacas, novilhas, terneiras) e reprodutores.

Pedro Paulo Gonçalves Rua Mal. Floriano, 2374 - Rosário do Sul - RS Fones: (55) 3231-2000 / 9900-9367 E-mail: vacaqua@terra.com.br Revista do Produtor Rural do Paraná

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Região

Dezenas de convidados festejaram os quase dois séculos de trajetória da família Virmond – história que se confunde com o passado da região

Capão Redondo festeja

190 anos

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árias gerações de uma família numerosa reuniram-se, no último dia 28 de março, na Fazenda Capão Redondo, em Candói, num evento voltado a comemorar os 190 anos do início da trajetória de seus antepassados: proprietários rurais que, no século XIX, vieram ao Terceiro Planalto paranaense para povoar a vasta região conhecida como Campos de Guarapuava, tornando-se, eles mesmos, parte da história local. Convidados pelos proprietários da fazenda, o casal Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho e Cleuza Werneck de Junqueira Botelho, dezenas de descendentes, vindos de municípios próximos, de outras regiões do Paraná e de outros Estados, compareceram ao encontro. Mesmo quem veio de longe fez questão de trazer os filhos, para que os adolescentes ou crianças pudessem vivenciar, num ambiente tão diferente da cidade, um momento para conhecer ou relembrar suas raízes rurais.

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Numa tenda montada no local, os anfitriões apresentaram um video, com um resumo dos quase dois séculos do Capão Redondo. Cleuza realizou também a leitura de um poema de sua autoria, que narra fatos marcantes das gerações da família. Em entrevista, a anfitriã comentou o encontro: “É um prazer enorme. Fico até emocionada em organizar uma festa grande assim, com descendentes dos irmãos dos meus bisavós”. Para ela, como ressaltou, a motivação foi a alegria de “transportar esse sentimento para os outros, para que eles façam esses encontros em suas famílias”. Cleuza completou que os descendentes, até hoje, vêm buscando manter viva a história de seus antepassados, promovendo confraternizações de família, como a que ocorreu em 1976, no Clube Curitibano, na capital paranaense. Na ocasião, Cleuza lembrou o centenário de morte de Frederico Guilherme Virmond (engenheiro, médico e botânico alemão, cujo filho casou-se

com a filha dos primeiros donos do Capão Redondo). Para o encontro dos descendentes da família Virmond, de março deste ano, em Candói, foram convidados alguns representantes (mais chegados aos Botelhos) de cada irmão dos bisavós de Cleuza. “A família é bem numerosa, nem eu conheço todos os descendentes”, acrescentou, com um sorriso. Cleuza observou que outro objetivo do evento foi deixar aos mais jovens, de hoje, uma reflexão: “Que o amor à terra continue, que as próximas gerações também deem o valor que a gente dá àqueles que nos legaram todo esse patrimônio e que cuidem com o mesmo carinho”. Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho também enfatizou a importância da consciência histórica. “Acho que é fundamental (lembrar o passado). Falo por isso por experiência própria, da minha família, que teve participação nas revoluções do Rio Grande do Sul”, comentou.


Um dos filhos do casal anfitrião, o também agrônomo, produtor e atual presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz de Werneck Botelho, se disse orgulhoso do esforço feito por sua mãe, durante seis meses, para organizar o encontro, reunindo os descendentes e providenciando a estrutura para a recepção. “É uma data marcante, para a qual ela reuniu vários ramos dos ancestrais, para transferir para as novas gerações o conhecimento do que foi esse passado”, declarou. Botelho acrescentou ser importante para os mais jovens compreender “como foi a labuta dessas pessoas que vieram há várias décadas” para abrir e povoar a região. “A gente vê uma geração muito informatizada, mas que também precisa ter conhecimento de história, regional, familiar, para ter cada vez mais os seus laços reforçados e transportar esses sofrimentos e alegrias do passado para um futuro melhor, mais humano”, assinalou. O paranaense Marcelo Fernandes Araújo veio de Vitória (ES), com esposa Carolina e filho João Marcelo. O jovem comentou em versos o orgulho de estar representando a oitava geração na fazenda. Cleuza, também em versos, de sua autoria, contou a história das gerações anteriores que viveram e trabalharam no Capão Redondo. Após a apresentação, Marcelo comentou: “É um prazer e um orgulho fazer parte, como agregado da família. Toda his-

Gilson Barbosa Lima Ribas: raízes da família em Palmas e em Santa Catarina

O casal Rodolpho e Cleuza, com o filho, Rodolpho L. W. Botelho

tória de trabalho é sempre bonita”, disse. Sobre a viagem, ele garantiu que compensou o esforço: “Encontrar a família vale a pena”. André Luiz Piccoli da Silva e a esposa Mariane (filha de Cleuza e Rodolpho), de Curitiba, vieram especialmente para a ocasião. “Para mim, é uma honra. Faz 23 anos que conheço a família. Gosto muito de participar destas reuniões organizadas pela minha sogra e sou quem se encarrega, com muito prazer, do foguetório”, disse. Gilson Barbosa Lima Ribas também veio da capital, com irmãos, cunhadas e sobrinhos. “Minha avó era aqui de Guarapuava: Esther Virmond, irmã da avó de Cleuza. Meu bisavô, Anibal Virmond , que era também bisavô de Cleuza, nasceu no Capão Redondo. Mas o ramo de nossa família é de Palmas”, explicou. “O que a Cleuza e o Rodolpho mostararam no vídeo é a história da famí-

Marcelo Fernandes Araújo veio do Espírito Santo com a família para o evento

Bolo comemorativo: foto da sede antiga, atingida por incêndio em 1938

Origens na região, Eponina (à dir.) e a filha Carolina lia. Para mim, acho que isso foi o que marcou, não só a festa dos 190 anos do Capão Redondo, mas como tudo isso se fez”, avaliou. Gilson Ribas rememorou que os Virmonds tiveram ramificações também em outras regiões do Paraná e de Santa Catarina: “Meu bisavô, quando já era proprietário aqui em Guarapuava, comprou uma área em Abelardo Luz (SC)”. Ele elogiou a festa por promover reencontros: “Tinha primos, aqui, que eu não via há mais

André Luiz Piccoli da Silva e a esposa Mariane: revisitando o Capão Redondo

Amigos e funcionários do Capão Redondo Revista do Produtor Rural do Paraná

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Gerações mais maduras também mostraram descontração

Irmãs Werneck de 20 anos. É uma rara oportunidade”. Prima de Cleuza, Vera Lúcia Werneck de Araújo Gondim veio do Rio de Janeiro, onde vive. “Para mim, é uma emoção imensa poder estar aqui, agora, homenageando nossos ancestrais. Eles foram o começo de tudo. Não só de terras, mas da parte moral e ética. Isso nos orgulha, também é herança”, afir-

Tânia Queiroz Ribas

mou. Ela valorizou ainda o trabalho dos proprietários no Capão Redondo atual: “Eles estão fazendo daqui tudo aquilo que os nossos antigos esperavam”. Outra participante exemplificava a tradição, ainda viva na família Virmond, de manter nomes de antepassados: Eponina Werneck Cenviva, irmã de Cleuza (Eponina era também como se chamava uma das filhas do casal de antepassados Frederico Guilherme Virmond Jr e Maria do Belém). Ela destacou que, mesmo morando em Curitiba, mantém suas raízes na região, com uma propriedade ao lado do Capão Redondo. Eponina lembrou que o pai, Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, falecido aos 62 anos, seria hoje centenário: “Se ele estivesse aqui, estaria com 100 anos. Seria uma festa completa”. Em mais um ramo da família, Tânia Queiroz Ribas também viajou de Curitiba para participar do encontro. No clima de alegria em recordar histórias, ela ressaltou uma passagem: “Em 1955, quando o pai da Cleuza foi plantar café no Norte do Paraná, também animou meu pai a ir. O tio

Vera Lúcia Werneck de Araújo Gondim

Primas Werneck Werneck foi para Peabiru. Nós, ficamos em Campo Mourão”. Com um sorriso, ela resumiu um sentimento comum entre parentes próximos e distantes: “É uma satisfação estar aqui e ver as raízes da família”. Tendo sido fundado em 1825, e subdividido ao longo do tempo, dando origem a outras propriedades próximas, o Capão Redondo tem sido desde sua origem uma propriedade dedicada a atividades de pecuária e agricultura. Atualmente, o foco da fazenda é a produção de milho, soja e trigo, além de criação comercial de bovinos angus, ovinos da raça texel e cavalos crioulos.

Mensagem: “que os familiares continuem tendo orgulho dos seus antepassados e que procurem sempre seguir seus ensinamentos de trabalho, honradez, aceitação, desafio, honestidade e união”. Sob uma grande tenda, foi lembrada a história, com fotos e versos, dos tempos passados e foi exibido um vídeo onde um drone mostrava as tecnologias do presente. ...nesta extensa e alta coxilha, fizeram as camas Estendendo pelegos e cobertas tramadas por alguém Deitaram, deixando o fogo ainda em chamas Aquecendo os corpos e os sonhos também. No dia seguinte, rodeados de pinheiros, se encontrava Um lindo capão . Um círculo bem redondo. Belo lugar! Do alto, uma paisagem que o nascer do sol pintava De cores suaves, de luzes brilhantes, que encantava o olhar. Foi assim que o Capão Redondo começou Sede primeira de uma futura família numerosa O casal estas plagas com denodo desbravou Deixando uma herança de conceitos, maravilhosa.

Na tenda do evento, vídeo relembrou o passado da fazenda, uma das primeiras da região

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Cleuza Werneck de Junqueira Botelho


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Posse

Sociedade Rural de Guarapuava tem nova diretoria

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Sociedade Rural de Guarapuava realizou a eleição para a nova diretoria da entidade biênio 2015/2016 no dia 3 de março, em Assembleia Geral Ordinária, na sede da entidade (Parque de Exposições Lacerda Werneck). Os associados elegeram Denilson Baitala como o novo presidente, que já fazia parte da antiga gestão como diretor financeiro. Baitala diz que a nova diretoria pretende continuar realizando as atividades e eventos que a gestão anterior organizava, principalmente a Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava (Expogua). Segundo ele, a edição da feira deste ano já começou a ser formatada. “O nosso desafio maior é a construção do novo parque de exposições. Nós já temos o local, que é o pátio do Núcleo de Bezerros (as margens da BR 277), mas ainda faltam bastante detalhes para começar de fato a construção. Estamos em negociação com os órgãos e com a própria classe rural”, afirma o presidente. Baitala ressalta que o espaço é maior e daria condições para realizar

eventos voltados para o meio rural mais expansivos. “Isso seria importante, pois sabemos que a região de Guarapuava é muito voltada para o agronegócio e isso fomentaria ainda mais o desenvolvimento econômico. As estruturas poderiam ser mais modernas e lá poderia ser acomodada não só a Expogua, mas também dias de campo, mostras de empresas com insumos agrícolas e pecuários. Além disso, o pavilhão de indústria e comércio poderia ser um centro de convenções da cidade”. Quanto à situação atual da Sociedade Rural, o novo presidente pontua que a entidade vive um bom momento. “Hoje percebemos que a classe produtora é unida, um exemplo é que o presidente do Sindicato Rural (Rodolpho Luiz Werneck Botelho) é vice-presidente da Sociedade Rural e as duas entidades conseguem, atualmente, trabalhar em conjunto. Assim, todo o setor do agronegócio também se empenha nos eventos e também agora na construção do novo parque. E podemos afirmar que hoje a Sociedade Rural é uma entidade com credibilidade perante a comunidade”, finaliza Baitala.

Denilson Baitala, novo presidente da Sociedade Rural de Guarapuava

DIRETORIA EXECUTIVA 2015/2016

Diretor Presidente: Denilson Baitala Diretor 1º Vice Presidente: Josef Pfann Filho Diretor 2º Vice Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho Diretor 1º Secretário: Francisco A. Caldas Serpa Diretor 2º Secretário: Dario Serpa Diretor 3º Secretário: Kleiton Kramer Diretor 1º Tesoureiro: Marcelo O. Cunha Diretor 2º Tesoureiro: Claudio Marques de Azevedo Diretor 3º Tesoureiro: Ercio Padilha Carneiro Diretor de Exposições: Johann Zuber Junior CONSELHO FISCAL

Abdul Rahman Daruich Cleber Dall Agnol Edgard Georg Szabo Emerson Saciloto Roberto Hycyzy Ribeiro SUPLENTES - CONSELHO FISCAL Max Tedy de Col Teixeira Jeferson José Martins Ricardo M. Teixeira CONSELHO CONSULTIVO

Assembleia de eleição da nova diretoria e prestação de contas realizada no dia 3 de março

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Alan Marcus Bianc Alceu Sebastião P. de Araujo Anton G. Egles Casas Agroboi Conrado Ernesto Rickli Edio Sander Edson Rodrigues de Bastos Emilio Carlos Weyand Francisco Carlos Spyra Gerson João Mendes de Abreu Lincoln Campello Roberto Motta Junior


Sustentabilidade

O solo nosso de cada dia Por Antonio Roque Dechen, Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, Presidente da Fundação Agrisus e Membro do Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP)

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FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) acertadamente denominou o ano de 2015, como Ano Internacional do Solo. No Brasil, a Lei n° 7.876, de 13 de novembro de 1989, institui o Dia Nacional da Conservação do Solo a ser comemorado, em todo o País, no dia 15 de abril de cada ano. Um pouco estranho dedicarmos tão pouco tempo e cuidados aos nossos solos que proveem nosso sustento e onde fincamos nossos lares. Nas grandes cidades mal o vemos, revestimos tudo com construções, calçadas e asfalto e reclamamos das enchentes quando as bem-aventuradas águas das chuvas não têm onde se infiltrar e com sua força produzem grandes estragos. Norman Borlaug, Nobel da Paz, o pai da Revolução Verde, em uma de suas visitas ao Brasil em 2006, ao ser perguntado sobre como via o futuro da produção agrícola no Brasil respondeu que não se tem como competir em produção agrícola com um país com a extensão territorial do Brasil, que tem água e sol todos os dias, condições estas indispensá-

veis para o processo fotossintético e produção de alimentos. Em levantamento recente, realizado e divulgado pela Agroconsult, pela primeira vez a safra brasileira de grãos superará a marca de 200 milhões de toneladas, e o plantel de gado já supera 200 milhões de cabeças, o que levou André Pessoa, coordenador do Rally da Safra, a fazer a seguinte afirmação: O Brasil é um dos poucos países do mundo que produz uma tonelada de grãos por habitante e tem também uma cabeça de gado por habitante. Parece pouco, mas em um país em que a população rural é de apenas 15%, e apenas o PIB do agronegócio tem sido positivo nos últimos anos, é uma demonstração de muita tecnologia, trabalho e eficiência. Não podemos nos esquecer jamais de que nossa sustentabilidade depende do sol, da água e do solo. Cuidando adequadamente de nossos recursos naturais poderemos continuar dizendo que: O solo nosso de cada dia é a nossa pátria e que cultivá-lo e conservá-lo garantem a sustentabilidade e nossa vida: até que ele nos acolha.

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Campo Real

Jornada de Estudos Agronômicos e Arena Campeira A Faculdade Campo Real, por meio do Departamento de Engenharia Agronômica, promove dos dias 5 a 8 de maio, a 4ª Jornada de Estudos Agronômicos e 3ª Arena Campeira, na instituição de ensino. Estão convidados a participar acadêmicos da área de ciências agronômicas de qualquer instituição de ensino, profissionais da área e produtores rurais. As inscrições podem ser realizadas até o dia 30 de abril, na Campo Real (Rua Comendador Norberto, 1299 - Santa Cruz) e no Sindicato Rural de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 58, Trianon). O valor para acadêmicos é de R$ 40,00 e para os demais interessados, R$ 50,00.

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Programação A programação acontece todos os dias, a partir das 19h30. Cada dia serão reunidos três profissionais da área de agronomia. No dia 5, o tema é “Cadeias produtivas do agronegócio e atuações do engenheiro agrônomo no mercado e trabalho”. O presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, é um dos convidados para a primeira noite do evento. No dia 6, o tema será “Fitopatologia agrícola, agronegócio e inovações tecnológicas em mecanização agrícola”; no dia 7, o tema será “Manejo de culturas, nutrição de plantas e manejo integrado de pragas”; e no dia 8, o evento encerra com o tema “Entomologia agrícola, sistemas de produção sustentáveis e fruticultura”.

O evento A Jornada teve sua primeira edição em meados de 2012, com o intuito de aproximar o acadêmico de suas futuras áreas de atuação. Já em 2013, a comissão organizadora reformulou o formato do evento, adicionando um ar descontraído, proporcionando uma interatividade entre os acadêmicos e pesquisadores, em um ambiente no formato de arena, denominada de “Arena Campeira”. O objetivo é proporcionar um conhecimento técnico de cunho prático e científico aos participantes, cumprindo seu papel na difusão do conhecimento, visando o ensino, a pesquisa e extensão. O evento conta com a participação de empresas nacionais e multinacionais parceiras do curso de Engenharia Agronômica da Campo Real e atuantes no agronegócio, proporcionando uma oportunidade de divulgação da empresa ao público participante.


Serviços automotivos

É hora de economizar: manutenção do veículo é a melhor opção De acordo com ANFAVEA, o mercado de veículos pesados teve uma retração de 43% em comparação com o mesmo bimestre no ano passado

A

instabilidade no comércio de caminhões e frotas 0 km aconteceu devido à dificuldade de liberação para crédito, aumento de juros e alta do preço do diesel. Este cenário proporcionou aos serviços de manutenção se manterem aquecidos, já que veículos em ordem podem reduzir o custo do quilômetro rodado, o que gera economia para o bolso do cliente com segurança. Segundo Alex Silva, Gerente da Linha Pesada DPaschoal, a não manutenção do veículo faz o cliente perder dinheiro. “Um pneu com uma pressão de pneu abaixo do estimado, geometria incorreta e desbalanceamento, duplos mal combinados podem causar ao veículo uma perda de desempenho média de 30% ”, conta. Além disso, o gerente acrescenta que o pneu é um dos produtos que mais pesam no orçamento de uma empre-

sa, por isso uma manutenção adequada pode garantir lucro ao profissional. Confira no gráfico abaixo um exemplo prático de economia de combustível.

Alex Silva, dá 10 dicas práticas imprescindíveis para o motorista garantir um tempo de vida útil maior dos pneus e de seu veículo: 1 - 1

2 - 2 3 - 3 4 - 4 5 - 5 6 - 6 7 - 7 8 - 8 9 - 9 10 10

Faça o balanceamento e alinhamento com prestadores de serviço de qualidade periodicamente (no máximo a cada 15 dias) Mantenha as válvulas dos pneus sempre com as tampinhas Retire os pneus para recapagem antes de apresentarem 1,6 milímetro de sulco Transporte a carga bem distribuída e sem excessos Faça o rodízio dos pneus Evite a direção agressiva, com freadas fortes e curvas forçadas Respeite o limite de velocidade dos pneus Escolha o pneu certo para cada tipo de trabalho e estrada Para manter a pressão de ar nos pneus correta, calibre-os sempre que estiverem frios pela manhã Inspecione e limpe periodicamente rodas, aros e anéis

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Bovinos e ovinos

Pecuária na Nova Zelândia: referência para a eficiência

U

m momento para pensar a dimensão de desafios e possibilidades da pecuária no Brasil: assim foi a palestra que o Sindicato Rural de Guarapuava promoveu, dia 14 de abril, no anfiteatro da entidade, com o título “Similaridades e divergências entre os principais sistemas de produção pecuária do Brasil e da Nova Zelândia”. O tema foi apresentado pelo zootecnista Bruno Santos. Formado pela UNESP – Botucatu (SP), com mestrado na área de Produção e Nutrição Animal, atualmente conduz seu doutorado na área de Genética e Melhoramento na University of New England, Austrália. Bruno está baseado em Dunedin, na Nova Zelândia, onde atua na AbacusBio Limited, empresa de consultoria na área de pesquisa e desenvolvimento para o setor agropecuário. Com apoio da FAEP, ele tem realizado um giro de contatos técnicos no Paraná. De acordo com o zootecnista, uma das diferenças entre as realidades brasileira e neozelandesa é uma interliga-

Bruno Santos: experiência profissional da Nova Zelândia

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Palestra foi dirigida a produtores, agrônomos, veterinários e pesquisadores ção entre plantéis de carne e leite. Na pecuária de corte, com 3,5 milhões de cabeças, em especial no plantel de touros predominam raças britânicas, como angus e hereford. Na alimentação dos rebanhos, o conceito difere – o pouco espaço da Nova Zelândia sugeriria confinamento, mas a opção é o oposto: “Uma das características principais é a produção a pasto. São pouquíssimos os confinamentos”, disse o zootecnista. Ele observou ainda que atualmente existe a tendência de se direcionar bovinos e ovinos de corte para terrenos mais “dobrados”, destinando-se os mais planos para o gado de leite. No inverno, época de escassez de alimentos, a suplementação não é feita com concentrados ou com grãos, mas com forragens, “em pé ou conservadas”. Os principais mercados desta produção de 630 mil toneladas de carne/ ano, exportada em 98%, são Europa, Estados Unidos e China. “Exporta-se cortes nobres, como traseiros e partes do meio”, explicou Bruno Santos. A ovinocultura, que remonta ao surgimento da Nova Zelândia, é também

destaque. Com plantel de 30 milhões cabeças, entre matrizes e machos, o país é o maior exportador mundial de carne deste segmento. “O grande produto é o cordeiro”, assinalou. Ele completou que as cooperativas desempenham um papel importante, estimando que representam 80% da produção de 350 mil toneladas de carne/ano. Daquele total, 98% são exportados – Em torno de 70% a 80% na forma de cortes, embalados a vácuo. Principalmente na ovinocultura e na pecuária de leite, o zootecnista apontou

Pecuária, em todo o mundo, tem na Nova Zelândia uma referência


Ao final da palestra, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho entregou um brinde ao palestrante Bruno Santos. A vice presidente da Cooperaliança, Adriane T. Araújo também entregou brinde ao palestrante. Em seguida, foram sorteados brindes entre os participantes. Confira as fotos:

que o melhoramento genético buscou produtividade pela via da adaptação dos animais ao seu meio. Na bovinocultura de leite, ele contou que “o carro-chefe é uma vaca cruzada, jersey e holandesa”, com produção média de 15 a 20 litros/ animal/dia. Na exportação, o principal produto é o leite em pó, comercializado para a Europa e China. No Brasil, ele disse acreditar que a pecuária poderá evoluir ainda mais se os produtores focarem cada vez mais no consumidor e em suas exigências de bem -estar animal e de qualidade do produto final. O zootecnista indicou que cooperativas podem contribuir para organizar as cadeias produtivas, viabilizando o patamar de excelência hoje exigido. Ao final da palestra, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, falou sobre os trabalhos da Comissão Técnica da Pecuária de Corte da FAEP, a qual também preside. Botelho destacou que além dos encontros em Curitiba, implantou reuniões no interior do Estado, com dias de campo voltados aos membros da comissão. Ele lembrou que houve já encontros em São Miguel do Iguaçu, sobre integração lavoura-pecuária) e Guaraniaçu, enfocando áreas dobradas e marginais. Em 2014, ocorreu ainda outro dia de campo, demonstrando o sistema da CooperAliança, em Guarapuava. O presidente do sindicato comentou ainda que está sendo realizado, em conjunto com várias entidades do setor agropecuário, um plano para a bovinocultura de corte no Paraná.

O diretor Jairo Luiz Ramos Neto e Milaine Poczynek

Thiago Pfann e a diretora Nilceia Veigantes

Jerônimo Gadens do Rosário e o diretor Roberto Hyczy Ribeiro

Rubens Paulo Camargo e o presidente da Coamig, Edson Bastos Revista do Produtor Rural do Paraná

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Programa Agrinho

Uma ferramenta a mais de ensino para escolas públicas e particulares Fotos: Geyssica Reis

Duas escolas de Guarapuava: Apae Rural e Colégio Imperatriz aderiram ao Programa Agrinho em 2015

Alunos do Colégio Imperatriz com o material do Agrinho

O

Programa Agrinho 2015 já começou a ser aplicado na rede pública e particular de ensino em todo o estado do Paraná. Com o tema “As coisas que ligam o campo e a cidade e nosso papel para melhorar o mundo”, trata-se de um programa de responsabilidade social do Sistema FAEP (FAEP, Senar e Sindicatos Rurais), desenvolvido em parceria com o governo do Estado do Paraná, mediante as secretarias de Estado da Educação, da Justiça e da Cidadania, do meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Agricultura e do Abastecimento e os municípios paranaense e diversas empresas e instituições públicas e privadas.

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O Programa Agrinho existe há 19 anos no Paraná e leva às escolas da rede pública de ensino uma proposta pedagógica baseada em visão complexa, na inter e transdisciplinaridade e na pedagogia da pesquisa. O programa também acontece em outros estados do Brasil. O objetivo é levar informações sobre saúde, segurança pessoal e ambiental, principalmente às crianças do meio rural. O programa se consolida como instrumento eficiente na operacionalização de temáticas de relevância social da contemporaneidade dentro dos currículos escolares. Pelo incentivo à pesquisa, defende-se uma educação crítica, criativa, que desenvolva a autonomia e a capacidade de professores e alunos assumirem-se

como pesquisadores e produtores de novos conhecimentos. O supervisor regional do Senar em Guarapuava, Aparecido Ademir Grosse, destaca a importância da utilização do Agrinho dentro das escolas. “Além de palestras de cunho pedagógico e temático, o programa também distribui, anualmente, material impresso gratuito. Cabe ressaltar que o material foi atualizado recentemente por pessoas renomadas no meio acadêmico, tendo sempre o propósito de auxiliar os professores no desenvolvimento das temáticas em sua prática diária. Por ser um programa pago, na sua maioria, com recursos do produtor rural, busca em suas temáticas “valorizar o setor rural”, mostrando a interdependência


do urbano com o rural e a importância do sistema produtivo do campo na vida das pessoas”.

Adesão das escolas em Guarapuava Em Guarapuava, a Apae Rural está participando pelo segundo ano consecutivo. A coordenadora pedagógica Luciana Bahls diz que a instituição optou por participar novamente pela qualidade do material e por como ele auxilia no ensino. “O material é bastante rico em informações e bastante colorido, o que chama a atenção, principalmente, no ensino para alunos especiais. Além disso, ele veio bem de encontro com o planejamento das professoras, foi um complemento, digamos, muito bom”. A professora Terezinha Souza Galvão destaca um dos assuntos trabalhados. “O material incluía a história do Paraná, o que é bastante difícil de encontrar nos materiais de ensino. A gente conseguiu trabalhar o ano todo e

os alunos se interessavam muito. Ficavam bastante animados quando trabalhávamos o material do Agrinho”, comentou, dizendo ainda que “esse ano vamos nos esforçar ainda mais para ganharmos algum prêmio”. Outra instituição de ensino de Guarapuava que está participando do Programa Agrinho é o Colégio Imperatriz Dona Leopoldina, do distrito de Entre Rios. O Colégio já participa há cinco anos do concurso. “Além do conhecimento especifico que cada volume traz de contribuição para os alunos, tem as questões paralelas que permeiam o projeto. Um exemplo, é a questão do cooperativismo, algo que a gente trabalha muito no colégio por ele ser ligado a uma cooperativa. Então, ao trabalhar com esse material, nós conseguimos trabalhar o cooperativismo entre os alunos”, ressalta o diretor da instituição, Luciano André Egewarth. “O Agrinho vem muito de encontro com a nossa realidade. Nós moramos e estamos em um lugar que é muito voltado a agricultura. São filhos de cooperados e colaboradores da Cooperativa Agrária que estão diretamente ligados ao meio. Com o material, eles aprendem na teoria o que já vivem na prática”, complementou a assessora pedagógica, Isolda Ducat. A professora de língua portuguesa do Colégio Imperatriz, Luciana Rukelck conta um dos projetos trabalhados no ano passado com o material do Agrinho. “O material do 5º ano era voltado à história da agricultura. Então

Aluno da Apae Rural de Guarapuava realiza atividades do Agrinho

dividimos a turma em grupos e cada grupo ficou responsável por um século. Eles trouxeram textos e fotos e acabamos construindo uma linha do tempo, que foi exposta para todo o colégio. Os alunos responderam muito bem, porque é uma ferramenta atrativa e diferente”, exemplificou.

Concurso As escolas incluídas no programa participam de um concurso e concorrem primeiramente em uma fase regional, onde são selecionados um projeto de cada regional administrativa do Senar no Paraná (ao todo 11). As escolas particulares concorrem somente na fase estadual. O concurso Agrinho oferece cinco categorias para escolas públicas e particulares: concurso de desenho: educação especial rede pública, particular de ensino e Apaes; concurso de desenho 1º ano – ensino fundamental; concurso de redação (do 2º ao 9º ano); concurso de Experiência Pedagógica e concurso Relato Escola. Além disso, o munícipio também pode concorrer como “Relato Município Agrinho – Rede Pública de Ensino”. As escolas podem inscrever apenas um trabalho de cada série. Quanto ao Concurso de Experiência Pedagógica e Concurso Relato Escola, pode ser enviado também, apenas um de cada categoria, por instituição. Os projetos devem ser inscritos até o dia 20 de agosto de 2015 por cada instituição de ensino. A premiação final acontece em outubro deste ano, em Curitiba. A premiação para os primeiros lugares de cada categoria envolve tablets, notebooks, projetores multimídia e até mesmo veículos 0 km. A premiação, bem como o regulamento completo do programa e concurso está disponível no site: www.agrinho.com.br.

Para maiores esclarecimentos, procure o Sindicato Rural de seu município ou o Escritório Regional do SENAR-PR

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Holdings familiares em empresas rurais

“O Desafio das Sucessões em Empresas Rurais” Cilotér Borges Iribarrem Consultor em Sucessão Familiar em Empresas Rurais Familiares ciloter@safrasecifras.com.br

É

possível manter Empresas por muitas gerações com sucesso? Sim é possível, embora não seja fácil, pois todos os sucessores nascem na sombra de uma pessoa forte, e se assim não fosse, dificilmente haveria algo para suceder. Existem também as comparações entre pais e filhos, pois elas existem desde o nascimento. A própria família se encarrega de fazer as comparações com comentários do tipo “tem os olhos do pai”, “o sorriso da sua mãe” quando o filho ainda é bebê. Empresa familiar, portanto é o somatório dos elementos racionais e irracionais em uma convivência baseada simultaneamente em emoções e na sobrevivência da empresa. Todo o amor, carinho e exemplos que transmitimos aos nossos filhos, muitas vezes convivem lado a lado com a eficiência da empresa, que necessita de uma gestão competente com eficiência e liderança na condução dos negócios. Saber separar e ao mesmo tempo integrar a empresa e a família é um enorme desafio a ser superado pelos empresários rurais brasileiros. A empresa rural familiar ainda tem uma gestão individualizada, muito personalizada, onde os pais além de proprietários tomam as decisões sozinhos, embora a segunda geração representada por seus filhos já exerçam suas atividades profissionais na mesma empresa e no mesmo negócio. Como a família é igual a um jardim, a sombra que protege e ajuda a crescer as plantas, não pode se estender por muito tempo, porque pode criar vícios diferentes entre as mesmas, pois umas se acostumam a viver na sombra e outras se esticam para buscar o sol.

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HOLDINGS FAMILIARES EM EMPRESAS RURAIS “O Desafio das Sucessões em Empresas Rurais” SAFRAS & CIFRAS A personalidade forte dos pais, mais o individualismo na administração podem levar a que os mesmos não percebam o momento ideal de implantar um novo modelo de Gestão, que poderá trazer consequências como a desagregação da família, devido aos atritos familiares e isto certamente também levará a desestruturação do negócio. As causas que levam a este tipo de situação é porque tudo ocorre muito rápido, seja na vida das pessoas como nas empresas, e os pais que tiveram coragem e trabalharam muito para que o negócio crescesse e tivesse sucesso e conseguiram, não perceberam o crescimento e evolução de seus filhos. Portanto os pais não se deram por conta que neste tempo, seus filhos já cresceram, tornaram-se adultos, casaram e também tive-


Com a implantação das Holdings Familiares, é criada uma nova Sociedade Familiar, onde pais e filhos participam desta nova Organização do Negócio Familiar. Com a criação dos Holdings Familiares ficam estabelecidas algumas regras entre outras: • Entrada e Saída de Familiares do Negócio • Regras para a venda de Participações • Direitos e Obrigações dos Sócios • Remunerações • Retiradas de Lucros SAFRAS & CIFRAS • Tomadas de Decisões • Comunicações das Decisões • Transferência de Patrimônio • Formas de exploração do negócio Paralelo à implantação das Holdings Familiares, cria-se Protocolos Familiares, onde são mencionados todos os valores familiares empresariais que deverão ser seguidos pela família.

ram filhos, e que esta relação do poder de somente uma parte da família gerir tudo sozinha, tem que mudar, para que numa Gestão Profissional, a relação de amor entre as gerações possa ser mantida, associada a um crescimento sólido do negócio. Para atender este grande desafio de harmonizar as relações da Família X Patrimônio X Negócio, decisões precisam ser tomadas em conjunto para que possa ser construído este novo futuro. Assim como existem enormes quantidades de técnicas disponíveis para produzirmos, soja, milho, algodão, arroz, cana de açúcar, café, hortifrutigranjeiros, carne, leite, etc, também existem conhecimentos e ferramentas para trabalhar a criação de Holdings Familiares específicas para o meio rural associadas a implantação de uma Gestão Corporativa.

O Protocolo Familiar é o resultado de um processo de debates e de um consenso familiar, que vai além da regulação das relações, família e empresa, pois o mesmo visa também assegurar uma boa convivência dos sócios. Para que ocorra a correta criação das Holdings Familiares, da implantação da Gestão Corporativa e da formulação do Protocolo Familiar junto às empresas rurais familiares, é importante elaborar Diagnósticos, do Patrimônio, da Área Fiscal e da Composição da Família, onde todas as relações existentes entre Família X Patrimônio X Negócio serão analisadas. A SAFRAS & CIFRAS ao longo dos anos tem executado todas as fases da implantação deste novo modelo de empresa e de negócio, junto aos empresários rurais brasileiros e suas famílias, com resultados altamente satisfatórios a seguir descriminados: • Permite uma relação harmoniosa da família; • Permite a continuidade do negócio familiar por mais de uma geração;

• Permite o crescimento econômico e financeiro da empresa; • Estabelece uma relação comercial entre pais, filhos e netos; • Permite que as novas gerações conheçam o negócio da família mais cedo e com isso, possam tomar decisões com relação as suas carreiras profissionais; • Permite estabelecer formas de participação ou não dos cônjuges no negócio familiar; • Tranquiliza os pais com relação ao processo de sucessão; • Permite preparar a sucessão do patrimônio em vida, com custos e atritos muito menores;SAFRAS & CIFRAS • Obriga que a propriedade tenha controles e rotinas administrativas, o que faz melhorar a eficiência da gestão; • Mantém o tamanho do negócio além de fazer crescer o mesmo, o que é extremamente importante para o aumento da escala de produção; • Vence o desafio de transformar a família numa família empresária; • Permite reduzir a carga tributária da empresa e do negócio. Os empresários rurais brasileiros precisam entender que assim como se modernizou a agricultura brasileira, através do uso de novas máquinas, equipamentos, sementes, defensivos, fertilizantes, etc., a gestão fora da área de produção também tem que ser modernizada, no que se refere às sociedades de pais e filhos, as áreas, FISCAL, TRIBUTÁRIA, FUNDIÁRIA e AMBIENTAL, pois só assim suas empresas conseguirão ser exitosas, junto a um mercado extremamente dinâmico e competitivo. Se assim agirmos estaremos projetando boas perspectivas para as novas gerações das nossas famílias, que são a continuidade da nossa vida e do nosso sangue. Sem família, a vida e os negócios têm pouco ou nenhum sentido, pois são nossos filhos, nossos netos, que darão continuidade ao que construímos com tanta dedicação e carinho. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Cursos Senar Guarapuava

Curso: Trabalhador na Bovinocultura de Leite - Casqueamento de Bovinos Data: 03/03 a 04/03 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Marcelo Simionatto Alves

Curso: Produção Artesanal de Alimentos - conservação de frutas e hortaliças geleias, doces de corte e doces pastosos Data: 17/03 a 18/03 Local: Assentamento São Sebastião Instrutor: Denise Bubniak

Curso: Trabalhador na Ovinocultura manejo de ovinos de corte Data: 05/03 a 06/03 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Jaciani Cristina Beal Klank

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Curso: Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas - operação de implementos - ensiladora

Data: 13/02 Local: Palmeirinha - propriedade de Eneas Marcondes Instrutor: Adelar Cagnini

Curso: Trabalhador na Olericultura Básica informações gerais

Data: 13/03 a 14/03 Local: Igreja Bom Pastor Instrutor: Luiz Sergio Krepki

Curso: Trabalhador na Bovinocultura de leite - seminário sobre a qualidade do leite Data: 06/04 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Itamar Cousseau


Candói

Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos - Beneficiamento e transformação caseira de cereais. Básico em Milho

Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos - Beneficiamento e transformação caseira de cereais. Básico em Milho

Data: 06/03 a 07/03 Local: Assentamento Matas de Cavernoso Instrutor: Margarida Maria Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social

Data: 11/03 a 12/03. Local: Associação Comunitária de Tirivas. Instrutor : Inês Maria Wietozikoski Parceria: Secretaria de Promoção Social

Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos - Beneficiamento e transformação caseira de cereais. Básico em Milho

Curso: Trabalhador no Cultivo de Fumo manejo conservacionista de solo

Data: 09/03 a 10/03 Local: Pavilhão da Igreja Brasileira de Rio Novo Instrutor: Inês Maria Wietozikoski Parceria: Secretaria de Promoção Social

Data: 06/04 a 07/04 Local: Pavilhão da Comunidade de Três Palmeiras Instrutor: Miguel Luiz Severino Alves Parceria: Souza Cruz

Cantagalo Curso: Trabalhador no cultivo de plantas medicinais - plantas medicinais, aromáticas e condimentares

Data: 31/03 a 02/04 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Extensão de Base Cantagalo Instrutor: Karina Kalil Caparroz Parceria: Clube do Vovô de Cantagalo

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Profissionais em destaque

Alberto H. Soares, Antonio Marcos, Fernando Mayrer, Maria Carolina Bakovicz, Gessele Rocha e Eduardo Fatiga Jr (Agroceres)

Augusto Fernandes e Marcelo Kluska (Microgeo)

Caio Rodrigues, Luciano Schimdt, Ramon Alues e Fernando Baladin (Agrocete)

Cladirio Luiz Zanetti, Afrânio Nardeli, João Roberto Deme e Jandir Dallgnol (Solos Agricultura de Precisão)

Eduardo Silveira (Cal Ponta)

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Anton Gora, Francisco Terasawa, Mauricio Terasawa, Didier Sentone e Antonio Carlos Francisco (FT Sementes)

Edegar Giovani Daga e Mayara Fiametti (Bayer)

Fernando Maurer, Marcio Rizzo, Pablo Wagner, Antônio Tomé e Glauber Martins (Augustin)

Prof. Marcelo Cruz (Unicentro)

Carlos Almeida e Wellington Casat (FMC)

Edgar Zuber e Jeferson Rezende (Inquima)

Flavia Panizzon, Fernanda Pereira, Eduardo Virmond, Vinicius Ducat, Gislaine Sanches e Mayara Stroski (Basf)


Isadora Colferai, Daiana de Barba, Jocélia Ranekar e Ediane Vanessa Grosselli (Agrícola Colferai)

Marcos Bolçone (Cheminova)

Jeanine Bianke, Pedro Souza, Paloma Letícia, Pamela Werne e Alexandre Almeida (Roundup)

Cesar Carvalho, Armando Guimarães, Lucas Silva e Kaio Ramalho (Ihara)

Leandro Ribeiro e Beto Xavier (Beto Agro)

Manfred Majowski, Cyrano Yasbek e Walter Knof (Pionner)

Mayara Silvestri, Mariana Campos, Paulo Gudin e Jeferson Philippsen (Oro Agri)

Pierre Paz (Bio Gene)

Rodrigo Pelisson (Arysta)

Larissa Ferreira e Thiago Zanco (Dekalb)

Josnei Silva Pinto e Dirlei Manfio (Seab)

Periclys de Carvalho (Nutrisêmen) e Alessandro Pelegrini (Connan)

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Teodoro Luiz Filho, Mariana Lucantonio e JosimarTossin Filho (Nidera Sementes)

Thiago Canto, Rafael Oliveira, Edinei Furtado, Leandro Sauthier e Sebastião Silvestri (Syngenta)

Jhonatan Gaspar e Adrian Faria (TMG)

Wilson Juliani e Joaquim Mariano Costa (Coamo)

Dr. Klauss Kuhnen e Vicente B. Miranda (FAEP)

Stevan Sikora (Unizeb UPL)

Despedida Dia 31 de março foi um momento de emoção no Sindicato Rural de Guarapuava: a equipe reuniu-se para desejar sucesso ao colega Élcio Agostinhak (ao centro), em seu novo caminho profissional. Depois de trabalhar durante cerca de seis anos no departamento financeiro da entidade, Élcio seguiu para um novo desafio, passando a fazer parte do quadro de colaboradores da Cooperativa Agrária. Aclamado por seu exemplo diário de profissionalismo, cordialidade e por seu espírito de equipe, Élcio recebeu cumprimentos e votos de sucesso. Parabéns!

Rodolpho L. W. Botelho (pres. Sindicato Rural de Guarapuava) com os profissionais Roberto Motta Junior (Emater) e Sebastião Brasil (Unicentro)

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Produtores em destaque

Fernando Peterlini, Aparecido Grosse e Gustavo Rickli

Paulo Gabriel Souza e Pedro Kindreich

Lourenço Lemler, Martin Leh Junior, Siegfrid Milla Sobrinho, Andreas Keller Junior e Raquel Santos

Marcos Clock

Luiz Tadeo e Fernando Ruiz

Paulo Gabriel, Eduardo Araújo Sampaio , Edson Luiz Sampaio e Aparecido Ademir Grosse

Richard Wilfried Seitz, Helmut Milla, Jonathan Seitz e Jair Clemente

Garota propaganda

A produtora rural e engenheira agrônoma Katherine Duhatschek foi destaque na homenagem que o Sindicato Rural de Guarapuava dedicou às mulheres do setor agropecuário no Dia da Mulher 2015.

Melancias e aboboras gigantes

Na propriedade do associado Bruno Limberger, que fica na comunidade do Guabiroba, melancias e abóboras são bem maiores que as tradicionais.

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Imortal associado Luigi Chiaro é o mais novo membro da Academia de Letras, Artes e Ciências de Guarapuava (Alac). A cerimônia de posse aconteceu em novembro do ano passado. Chiaro foi nomeado primeiro sucessor de Hipólito Schneider, fundador da cadeira número 35. A escolha dos integrantes é feita após a apresentação dos currículos e históricos enviados pelos candidatos nas áreas de Letras, Artes e Ciências. Juntamente com Chiaro, na mesma data, foram empossados ainda outros novos membros da entidade. São eles: Cláudio Cesar de Andrade, primeiro sucessor de Júlia Santa Maria Pereira, fundadora da cadeira número 16; Márcia Rickli, primeira sucessora de Silvino Antônio Turco, fundador da cadeira número 05; Marcio de Sequeira, primeiro sucessor de Laudenora Ferreira, fundadora da cadeira número 27. O presidente da ALAC é Nivaldo Krüger, que também é associado do Sindicato Rural de Guarapuava.

Novos sócios

Osni Carlos Raulik

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Márcio Adriano Freitas

Alan Fernando de Sales

Thiago Tateiva

Luiza Maria Soares Pacheco


Espaço Kids Leonardo e Thiago Teixeira, filhos de Roseli e Eder Teixeira

Camila Gelinski, (4 anos), filha de Eder Gelinski e Tereza Cristina Gelinski, de carona no trator na produção de feno na Fazenda Vassoural, Guarapuava, PR

Alberto Felipe, Bárbara e Julia agarrando uma vaca “ pelas guampas ” na Fazenda Vacaquá, de seu avô Pedro Paulo Gonçalves, em Rosário do Sul/RS

Lembranças da fazenda Fellipo e Henrico Botelho de Piccoli Filhos de André Piccoli da Silva e Mariane Werneck Botelho Isabella Werneck Botelho com a avó Cleusa Werneck Botelho

o e-mail: foto para a u s ie v n E a.com.br srgpuav113 Revista do Produtor Rural caodo@Paraná comunica


Maio

01/05 01/05 01/05 01/05 01/05 02/05 02/05 03/05 04/05 04/05 05/05 05/05 06/05 06/05 06/05 06/05 07/05 07/05 07/05 07/05 08/05

Adelcio Martini Franz Milla Franz Stock Josef Taschelmayer Ricardo Sales Rosa Antônio Hertz Robercil Woinarski Teixeira Paulo Wolbert Carlos Henrique Kaminski Sidney Camargo Júnior Joel Horst Zadil Carneiro Batista Demetrius P. Barbosa Ivo Antonio Fabiani Maria das Graças A. Lacerda Ozório Eurico Martins Neto Adam Illich Conrado Ernesto Rickli Luiz Carlos Silva Marcondes Maria da Glória M. Messias Arion Mendes Teixeira Filho

09/05 10/05 10/05 10/05 11/05 11/05 11/05 11/05 12/05 12/05 12/05 13/05 13/05 15/05 15/05 15/05 15/05 15/05 16/05 16/05 16/05

Eliette Theinel Bueno Antônio Fidelis de Vargas Johann Zuber Júnior Ruy Sérgio Taques da Cruz Admar Paulo de Moraes Macedo Nunes Machado Rodolpho Soria Santos Wagner Salvador Ransolin Edina Aparecida Pinto Alberti Elias Brandalero Simone Milla Eduardo Pletz Karl Eduard Milla Jorge Luiz Zattar Maria Helga Filip Patrick Egles Rodrigo das Neves Dangui Siegfrid Milla Sobrinho Alfredo Cherem Filho Erika Schussler Helga Schlafner

17/05 17/05 17/05 17/05 18/05 18/05 18/05 19/05 20/05 21/05 21/05 21/05 22/05 22/05 22/05 22/05 22/05 24/05 24/05 24/05 25/05

André Hiller Marcondes Daniel Baitala Jovina Jacy Lopes Serpa Pedro Vilso Padilha da Rosa Alan Fernando de Sales José Antônio O. Almeida Manoel Antônio F. Bueno Eugênio Billek Kazuxigue Kaneda Alfredo Jakob Abt Sérgio Eliseu Micheletto Walter Jurgovski Alaor Sebastião Teixeira Filho Ana Rita Hauth Ivaldino Andreghetto José Schleder Algaier Patrick Gumpl Adam Scherer Ambrósio Ivatiuk Vicente Ferreira Leite Elke Monika Zuber Leh

25/05 25/05 27/05 27/05 27/05 28/05 28/05 28/05 28/05 28/05 29/05 29/05 29/05 30/05 30/05 30/05 30/05 30/05 30/05 31/05

Rita Maria Wolbert Stefan Detlinger Nivaldo Passos Krüger Sandra Mara S.Sander Waldemir Spitzner Cezar Roberto O. Krüger Garon Gerster Jorge Harmuch Klaus Ferter Roberto Hyczy Ribeiro Anderson Fornazzari Christof Leh Jorge Schlafner Ademar Ramos de Souza Daniel Schneider Fernando Becker Jorge Luiz Ribas Taques Leo Taques Macedo Paulo Celso Santos Mello Antonio Lauri Leite

Junho

Aniversariantes/2015

01/06 02/06 02/06 05/06 05/06 05/06 05/06 07/06 07/06 07/06 08/06 08/06 08/06 09/06 09/06 10/06 10/06 11/06 11/06 11/06

Renate Taubinger Milla Claudileia Fornazzari Werner Brandtner Amilton Marcondes Júnior Elson Luiz Tussolini Reinholt Duhatschek Teodoro Kredens Ana Maria Jung Klein Jose Maria Machado Marlon Newton L. Schneider Heitor Visentin Kramer Filho Raimund Keller Roland Wendelin Egles Anton Schimidt Carlos Henrique E. Araújo Abdul Rahman Daruich Eduardo Josef Reinhofer Adão Alcione Monteiro Antônio Renato Diedrich Marcia Dittert Cruz

11/06 12/06 12/06 12/06 12/06 13/06 13/06 13/06 13/06 14/06 15/06 16/06 16/06 16/06 17/06 18/06 19/06 20/06 20/06 20/06

Sieglinde Marath Schwarz Johann Kleinfelder José Placidio Moreira Filho Leandro Bren Teresia Abt Antônio Lucchin Everson Antonio Konjunski João Maurício Virmond Rodrigo Augusto Queiroz Emmanuel Sanchez Maria Milla Agenor Roberto Lopes de Araújo Bernardo Spieler Zehr Rodrigo José de Abreu Josef Stemmer Veronica Dautermann Stotzer Pedro Kindreich Eduardo Osvaldo Garais Emerson Souza Jorge Fassbinder

20/06 21/06 21/06 21/06 21/06 21/06 22/06 22/06 22/06 22/06 23/06 23/06 24/06 24/06 24/06 25/06 26/06 26/06 26/06 26/06

Manfred Becker Hermes Naiverth Josnei Augusto da Silva Pinto Mário Ribeiro Do Amaral Osvaldir Jouris Peter Wolbert Cyrano Leonardo Yazbek Johann Reiter Ozoel Martins Lustoza Paulino Brandelero Lindalva Suek Volnei Kolc Anthon Schwemlein Cláudia Hertz Marath Jairo Silvestrin Walter Josef Jungert Altair Niquetti Andreas Keller Junior Ari Fabiani Geny de Lacerda R. Lima

26/06 26/06 27/06 27/06 27/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 29/06 29/06 29/06 29/06 30/06 30/06 30/06

Gilson Zacarias Cordeiro Paulo Cezar Grocholski Cleverson Naiverth Pedro Lucca Petronilia da Silva N. Schweigert Bruno Norberto Limberger Eleda Bochnia Gomes Ivoni Ferreira João Spieler Juracy Luiz Roman Marlene Araújo Naiverth Reni Pedro Kunz Rudolf Egles Agenor Mendes de Araújo Neto Marinez Bona Muzzolon Padilha Mario Bilek Yasmin Mayer Andre Benz Douglas Luis Limberger Monika Klein

Confira a agenda de eventos agropecuários: Sensual –  Treinamento Tarciana Chuvas Guarapuava (PR) 30 de abril Sindicato Rural de Guarapuava (42) 9956-5425 / 3624-9455 (Gisele)

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2015

Encontro Mercadológico  41ª Feira Estadual  4ª Jornada de Estudos  1º do Incentivo a Agronômicos e 3ª de Bezerros de Guarapuava

Arena Campeira

Guarapuava (PR) 03 de maio Parque de Exposição Lacerda Werneck (42) 3623-1115

Guarapuava (PR) 5 a 8 de maio Faculdade Campo Real (42) 3621-5200

Crioulaço e Laço  Circuito Cultural do Sesi  XIV Simpósio da  3º Crioulo Cultura de Milho Guarapuava (PR) Guarapuava (PR) 15 a 17 de maio Pista do CTG Fogo de Chão (42) 8841-0354

Mai/Jun

25 de maio Anfiteatro Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623-1115

Piracicaba (SP) 26 a 28 de maio Esalq/USP – SP (19) 3417-6604

Ovinocultura/Floresta

Ponta Grossa (PR) 8 de maio Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (42) 3220-7234

Congresso Brasileiro de Soja  VII e do Mercosoja 2015 Florianópolis (SC) 22 a 25 de junho Emp. Brasileira de Pesquisa Agropecuária (43) 3025-5223 www.cbsoja.com.br


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Rações Agrária: a melhor opção para gado de corte Desenvolvidas de acordo com os mais modernos conceitos de nutrição animal, as rações Golden Beef e Maxicorte são ideais para incrementar os níveis de produtividade, maximizando o retorno sobre o investimento realizado pelo produtor. Essas linhas são capazes de atender às necessidades dos diferentes sistemas de produção garantindo altíssima qualidade ao produto final, otimizando a eficiência alimentar e melhorando a performance produtiva e reprodutiva dos rebanhos.

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