ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano IX - Nº 49 - Jun/Jul 2015 Distribuição gratuita
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Manchete
Dinheiro mais caro para a agropecuária
Feira Estadual Bezerros nota 10
Equinos
3º Crioulaço cultiva a tradição do laço e da raça Crioula
Fazendas Históricas
Cantagalinho: lugar de amizades campeiras
Projeto Campo Futuro
Quanto custa produzir leite no Paraná?
Leite
Para comissão local de bovinocultura de leite, capacitação é prioridade
Tradicionalismo
CTG Fogo de Chão completa 50 anos
Código Florestal CAR prorrogado
Sanidade animal
Paraná Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação
Diretoria Presidente
1º Vice Presidente
2º Vice Presidente
1º Secretário
2º Secretário
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Josef Pfann Filho
Anton Gora
Gibran Thives Araújo Luiz Carlos Colferai
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
João Arthur Barbosa Lima
Jairo Luiz Ramos Neto
Conselho Fiscal Titulares:
Ernesto Stock
Suplentes:
Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes
Lincoln Campello
Redação/Fotografia
Projeto gráfico
Editora-Chefe
Repórter
Repórter
Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)
Manoel Godoy
Geyssica Reis
Pré-distribuição
Roberto Hyczy Ribeiro
Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação
Distribuição
Alceu Sebastião Pires de Araújo
Cícero Passos de Lacerda
Nossa capa
Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR
André Zentner
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Fernando Mancuelo Oliveira
Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
Editorial 8 anos da Revista do Produtor Rural
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esta 49ª edição da Revista do Produtor Rural do Paraná não podemos deixar de registrar o 8º aniversário da publicação. Consolidada, a revista tem contribuído no desenvolvimento da agropecuária regional e tem projetado o Sindicato Rural de Guarapuava, seus sócios e suas produções no cenário nacional. Ficamos felizes com a repercussão que a revista continua gerando junto ao setor produtivo. Os elogios são constantes e o desafio é cada dia maior. Desafio de manter a qualidade editorial e gráfica, desafio de atender aos anseios de nossos leitores e anunciantes. Agradecemos imensamente a contribuição constante de nossos parceiros: empresas, revendas, cooperativas do setor, sindicatos rurais da região, FAEP, entidades públicas e privadas... Agradecemos nossos associados, pelo incentivo e colaboração para a produção de matérias técnicas em propriedades rurais da região. Como fazemos há 8 anos, nesta edição, procuramos abordar os principais temas que atingem os produtores rurais, especialmente nossos associados. Atualmente, destaque para a dificuldade de acesso ao crédito rural, o Plano Agrícola e as taxas de juros - nossa manchete de capa. Na série de reportagens Fazendas Históricas, encontramos uma bela e antiga propriedade no município de Cantagalo, onde temos uma de nossas Extensões de Base. Registramos também eventos importantes que aconteceram em nossa região, como a Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava, o Crioulaço e reuniões técnicas na área de bovinocultura de leite e corte. A partir de agora, também estamos mais próximos dos associados. Em conversas diárias com os produtores rurais, nossa editora tem agendado novas pautas, com nossos personagens. Informação do campo, para o campo. E o melhor: do nosso campo, da nossa realidade!! Em uma semana de muito frio, chuva e previsões de geadas, fechamos essa edição, aguardando o plantio da safra de inverno em nossa região. Cevada, depois o trigo.
Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
A todos, uma ótima leitura!
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Foto: Manoel Godoy
Foto destaque da edição
Fazenda Cantagalinho
Proprietárias: Odete Borges de Liz Souza e Maria Ivete de Liz Medeiros Município: Cantagalo - PR Foto: Manoel Godoy 6
Revista do Produtor Rural do Paraná
Artigo
Anton Gora
Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná
Diversificação e terceirização na propriedade agrícola
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o final dos anos 80, início dos anos 90, a agricultura passava por sérias dificuldades. As culturas de inverno não tinham rentabilidade, plantava-se apenas para cobrir o solo no inverno e diluir os custos da propriedade; o milho não tinha rentabilidade devido ao dólar, que tinha o seu valor fixado pelo governo, o que não permitia a exportação e a única cultura que tinha rentabilidade era a soja. E essa rentabilidade da soja era tão boa, que no caso de frustração na safra de inverno ou problemas no milho, a soja recuperava os prejuízos. Houve um período em que o governo estabeleceu um confisco na soja e, a partir desse momento, a agricultura entrou em crise. Os produtores se endividaram, foram para as ruas protestar e, assim, apareceram programas de solução para as dívidas. As dívidas foram solucionadas, mas a origem do problema não, que a nosso ver, passava pela melhoria da rentabilidade da propriedade, incluindo a diversificação. Tomaram-se algumas atitudes, como os projetos de diversificação, suinocultura, avicultura, confinamento de bovinos... Mas os projetos de suinocultura e confinamento foram implantados em pequeno número e fracassaram. Não se entendia o porquê. Guarapuava, que tinha uma razoável produção de milho, soja, subprodutos de indústrias como o da maltaria, moinho de trigo, matéria prima farta e barata, mesmo assim, não conseguiu evoluir na produção animal.
Santa Catarina, que importava a maior parte da matéria prima, era líder na produção de carnes. Hoje os motivos do fracasso parecem estar claros: faltou planejamento, tecnologia, assessoria, envolvimento das lideranças agropecuárias, inclusive das cooperativas. Após esse período, a rentabilidade das culturas de inverno e verão melhorou, mas a diversificação ficou novamente esquecida. Pior, para os que eram contra, uma demonstração clara de que a produção de carnes na região não era viável. Hoje a agricultura, após um período de capitalização, está novamente enfrentando uma crise de rentabilidade (nas culturas de inverno e no milho, principalmente). A solução proposta pode ser a pior opção: deixar de plantar as culturas de inverno e o milho. Todos podemos imaginar a catástrofe que uma monocultura de soja pode representar. Existem soluções, acredito que sim. Continuam existindo as condições favoráveis de oferta de produtos para a alimentação animal, farelo de soja, milho, subprodutos das indústrias. Temos áreas ociosas no inverno. Por exemplo, nas áreas onde se planta o milho, se faz cobertura de aveia. Por que não aproveitar essa aveia e fazer silagem, feno e usar esses produtos para a alimentação animal? Guarapuava tem tradição na criação de gado de corte e a produção de leite é uma possibilidade. Viabiliza-se nova-
mente a cultura do milho e se obtém uma silagem barata e nutritiva para o gado de leite e de corte. O esterco da produção animal pode ser usado como fertilizante. Forma-se uma simbiose, que aumenta a rentabilidade da propriedade. Outra forma de reduzir os custos na propriedade é a terceirização. Existe até um projeto sendo discutido no Congresso, mas me parece que os parlamentares nem sabem do que estão falando. Não se discute os benefícios da terceirização, mas a ideologia. Se esse projeto não for aprovado, será mais um atraso para o Brasil. Penso até que os Sindicatos e Cooperativas deviam se mobilizar para que os Deputados aprovem o projeto. A mobilização política é necessária, porque algumas das nossas dificuldades só podem ser resolvidas politicamente. Não é mais possível hoje se manter um parque de máquinas completo na propriedade. O custo do investimento e da manutenção são muitos altos. As máquinas duram mais, é verdade, mas a máquina tem que se pagar em um certo período de tempo e devem ser substituídas, porque a tecnologia avança. Nem que a máquina se conserve, com o tempo, a tecnologia muda e avança. Penso serem essas as mudanças que necessitamos. Mas para que isso aconteça, é preciso haver um planejamento profundo, financeiro, técnico e também de visão. Envolvimento e convicção das pessoas que decidem. O produtor precisa mudar a sua mentalidade, pensar menos como produtor e mais como empresário.
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Projeto Identidade Sindical 2015 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:
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15% na realização de exames radiográficos
3% no final da negociação
5% em serviços ou equipamentos
10% sobre o preço total de habilitação - categorias A e B
5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos
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15% de desconto à vista e 5% a prazo
Descontos em exames
Benefícios para associados
Newdeal Agroscience 3% na linha de produtos Forquímica
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5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais
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CANDÓI
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CANTAGALO
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.
5% sobre valor final da negociação
5% sobre valor final da negociação
10% na elaboração do CAR e 5% na execução de serviços de topografia
6% em materiais de construção, móveis e casa pronta
Manchete
Dinheiro mais caro para a agropecuária
O
Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2015/2016, anunciado pelo governo, no dia 2 de junho, elevou os juros controlados do crédito rural, de 6,5% para 8,75% ao ano (agricultura empresarial), deixando, entre vários produtores, uma única certeza: a de que o campo, há anos contribuindo para um bom desempenho da balança comercial do País, ainda precisa de medidas que considerem a economia como um todo e os momentos pontuais de cada conjuntura rural. Embora o volume de recursos tenha aumentado 20% em relação ao PAP 2014/2015, passando de R$ 156 bilhões para R$ 187,7 bilhões, entidades representativas dos agropecuaristas e os próprios produtores apontam que o segmento passa por uma fase em que os financiamentos deveriam ser, no mínimo, tão favoráveis quanto foram até o lançamento do plano. A equação da preocupação é de uma aritmética simples: o dinheiro para o campo ficou mais caro justamente depois de uma série de acontecimentos que elevou os
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Revista do Produtor Rural do Paraná
custos de produção. Conforme relembram os produtores, os custos subiram já na safra 2014/2015, quando lagarta e ferrugem, na soja, obrigaram a um desembolso extra de recursos para combater aqueles dois problemas; enquanto isso, a alta do dólar levou a um aumento de preços de fertilizantes; na sequência, vieram aumentos como os do diesel, que move tratores e colhedeiras; e, para completar o quadro, preços de commodities como soja e principalmente milho se mostram abaixo das expectativas. Nesse ambiente, levanta-se outra preocupação: em torno de R$ 53 bilhões do PAP 2015/2016, serão concedidos a juros livres. Mas de acordo com notícia divulgada pelo governo, o plano prevê, por outro lado, criação do Grupo de Alto Nível da LPAB que visa estabelecer um planejamento estratégico agropecuário para o produtor brasileiro, dando previsibilidade ao mercado. Em Curitiba, a Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), que defendeu a manutenção dos juros controlados no patamar anterior, divulgou, após o anúncio do PAP 2015/2016,
uma avaliação das medidas. No texto, a entidade apontou que, além dos aumentos de preços da economia, já no primeiro semestre deste ano, ainda antes do plano, os produtores se deparavam com uma surpresa: a dificuldade de obter dinheiro para pré-custeio – recursos importantes para o início de cada safra. “Recentemente, havia promessa de recursos de pré-custeio aos produtores, mas o principal agente financeiro do crédito rural, de forma inédita, não ofertou os R$ 7 bilhões prometidos a taxas de 6,5% no pré-custeio”, diz a análise. Sobre os principais pontos do plano, confirmando o que já se sentia, da porteira para dentro, a avaliação da FAEP sublinha, em resumo, que o preço do dinheiro pesará no bolso de quem trabalha a terra. A análise do Departamento Técnico da entidade, dos economistas Pedro Loyola e Tânia Moreira, afirma que, com o crédito mais caro para a safra 2015/2016, “os produtores desembolsarão pagamento extra, de juros, de R$ 1,8 bilhão, em relação à safra passada, sem considerar o uso de
Economista Pedro Loyola, da FAEP recursos com taxas livres de mercado, que também estão maiores em relação ao ano passado”. A avaliação da entidade assinala também que o volume de custeio com juros controlados (8,75%, no empresarial; 7,75%, para médios produtores), que somam R$ 94,5 bilhões (aumento nominal de 7,5% em comparação com o período anterior, de R$ 88,9 bilhões), não cobre a elevação média nos custos de produção, que chegam a 15%. “Seriam necessários R$ 102,2 bilhões em custeio controlado na safra 2015/16 para igualar a programação de recursos da safra passada”, detalha a FAEP. Lembrando que na safra passada os financiamentos a juros livres, até abril de 2015, somaram em torno de R$ 20 bilhões, a avaliação antevê outra possibilidade preocupante: “Caso o ‘mix’ de recursos se intensifique na nova safra 2015/16, o custo médio do produtor pode passar dos 8,75% para algo como 14%, incompatível com o custo de produção para a grande maioria das atividades, considerando que os preços recebidos pelos produtores têm sido menores em 2015 quando comparados com o ano passado”, diz o parecer. Este maior custo se segue, segundo apontou a análise,
É justamente a agropecuária que vem sustentando o Brasil” Anton Gora, vice presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
Soja: com redução de área de milho, cultura se expande no centro-sul do PR aos aumentos verificados nos últimos meses em itens relevantes para a produção agropecuária: óleo diesel, 10,9%; defensivos, 5%; mão-de-obra, entre 10% a 12%; e energia elétrica, 67,1%. Nos fertilizantes, o percentual chegou a 30%. Na outra ponta da produção, na hora da comercialização, a análise considerou também que a Política de Preços Mínimos precisa melhorar: “Apesar do governo prever R$ 5 bilhões para apoio à comercialização, a efetividade dessa política não tem ocorrido no momento adequado e nas quantidades necessárias, a exemplo do que ocorreu com o feijão na safra passada. Além disso, os preços mínimos não refletem o custo de produção”. No campo, após o lançamento do PAP 2015/2016, produtores rurais do centro-sul do Paraná, ouvidos pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL, disseram que têm buscado conhecer e analisar as medidas, para definir suas ações. Para alguns, o que chama a atenção é a elevação dos juros. Para outros, é necessário estimar como ficarão seus custos a partir de agora. Produtor de soja e feijão, Renato Cruz, de Guarapuava, mencionou como um ponto positivo o aumento do total de recursos. Mas ponderou que precisará refletir sobre as condições dos financiamentos para dimensionar o impacto da elevação dos juros em seus custos de produção na próxima safra. “Vamos ter de analisar mais a fundo”, assinalou. Por enquanto, uma decisão ele já definiu: “Vou usar recursos do PAP só
Produtor rural Renato Cruz: preço mínimo real é fundamental
Vou usar recursos do PAP só para custeio, para investimento não” Renato Cruz, produtor de soja e feijão em Guarapuava para custeio, para investimento não”. A posição vem de uma visão clara sobre elevações de custos durante e depois do verão passado, principalmente com combustíveis, adubo e sementes. Nos agroquímicos, em sua opinião, os aumentos ainda têm sido menos significativos em relação àqueles outros fatores. Cruz destacou ainda que, além de recursos e juros, o produtor precisa de uma política de preços mínimos que sejam economicamente viáveis para a Revista do Produtor Rural do Paraná
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Milho: custo alto e preço baixo faz reduz área na região de Guarapuava
propriedade e efetivamente vigentes na comercialização. “Não adianta me dar mais crédito, se eu não souber por quanto vou vender”, afirmou. Como exemplo, argumentou que, no milho, o elevado custo de produção e o baixo preço de venda têm reduzido a área na região, conhecida em todo o País como um dos melhores lugares para aquela cultura (médias acima de 10.000 kg/ ha na lavoura tecnificada). “Não sei se vou vender por 15, 20 ou 30 reais. O meu custo já está em 20 reais, se eu plantar hoje não vou pagar o custo”, calculou, reconhecendo que há dois anos o cereal já não faz parte das culturas que produz. “E é bem provável que vai ser mais um
ano sem milho”, antecipou. De acordo com ele, a situação influencia também as culturas de inverno. Em sua propriedade, 100% da área que seria para o trigo 2015/2016 recebeu aveia de cobertura. Além de custo alto e preço baixo, o produtor relatou dificuldade de encontrar espaço no mercado para o cereal de inverno, o que atribui ao calendário de colheita, com Guarapuava encerrando a safra, em final de novembro, quando outras regiões paranaenses já colheram e venderam o produto. Para o agricultor Cícero Lacerda, com propriedade na região de Goioxim, o que chamou a atenção no PAP 2015/2016 foi a elevação de juros. “Acaba ficando mais oneroso”, opinou, lembrando, como Cruz, que do início do ano até agora produzir se tornou ainda mais caro. “Do jeito que andam os custos, não vejo assim um alto lucro”, preCusteio: 8,75% viu, referindo-se ao resulPronamp Custeio: 7,75% tado financeiro do próximo Pronamp Investimento: 7,5% período. Em seus números, ABC: 7,5% - 8% na triticultura, o custo por PCA: 7,5% tonelada gira em torno de Moderfrota (até R$ 90 milhões): 7% R$ 550,00 a R$ 600,00, com Moderfrota (acima de R$ 90 milhões): 9% preço de venda por tonelada PSI (até R$ 90 milhões): 7,5% de cerca de R$ 650,00. O que PSI (acima de R$ 90 milhões): 9,5% a seu ver trouxe um pouco de Inovagro: 7,5% alento, pelo menos na soja, Moderagro: 8,75% foram as cotações no merModerinfra (agricultura irrigada): 7,5% - 8,75% cado futuro: “Para o ano que ProRenova (rural e industrial): TJLP + 2,7% vem, já saiu contrato a R$ Procap Agro (capital de giro): 8% 66,00 ou R$ 67,00”. Procap Agro (cotas parte): 7,5% Ainda antes do PAP Prodecoop: 8,75% 2015/2016, com receio de elevação de juros, o produ(Fonte MAPA – Elaboração: DTE/FAEP)
Taxas de juros (% ao ano) – 2015 / 2016
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tor, que contou utilizar financiamentos agrícolas todos os anos, comentou que, recentemente, decidiu buscar recursos junto a uma outra instituição financeira, onde disse ter conseguido a mesma taxa do ano passado. Em suas lavouras do período 2015/2016, segundo destacou, o cenário de juros e preços se traduzirá na manutenção da mesma área de trigo e em nenhum hectare para o milho, que ficará de fora do próximo plantio de verão. Produtor rural e pecuarista, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, agrônomo Rodolpho Luiz Werneck Botelho, que também preside a Comissão Técnica da Pecuária de Corte da FAEP, depois de analisar as medidas do PAP 2015/2016, resumiu a percepção de vários agropecuaristas: para ele, mais do que antes, o momento agora é de focar numa gestão ainda melhor da propriedade rural. “O plano saiu com um volume de dinheiro aparentemente interessante, mas alguns fatores nos
Pres. do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho L. W. Botelho
O juro, hoje, teve aumento considerável, em quase todas as linhas” Rodolpho L. W. Botelho, pres. do Sindicato Rural de Guarapuava
PAP 2015/2016 - Linhas de investimento (Recursos do BNDES): A análise da Federação da Agricultura do Estado do Paraná PRONAMP CUSTEIO
O volume total de recursos para o custeio passou de R$ 10 para R$ 13,6 bilhões. O limite de crédito passou de R$ 660 para R$ 710 mil, com aumento de 7,5%. A taxa de juros subiu de 5,5% para 7,75% ao ano, mantendo-se as demais condições de prazo de carência.
PRONAMP INVESTIMENTO
O volume total de recursos para o investimento passou de R$ 6,34 bilhões para R$ 5,3 bilhões, ou seja, houve uma redução de 19%. O limite de crédito por beneficiário foi mantido sem alteração em R$ 385 mil por produtor. A taxa de juros passou de 5,5% para 7,5% ao ano, mantido o prazo de 8 anos com até 3 anos de carência.
PCA
O volume total de recursos passou de R$ 3,5 bilhões para R$ 2 bilhões, com juros subindo de 4,0% para 7,5% ao ano.
ABC
O volume total de recursos se reduziu de R$ 4,5 para R$ 3,0 bilhões, com aumento de 3% nas taxas de juros. Ainda assim o volume de recursos para implantação de florestas comerciais foi ampliado de R$ 3 milhões para R$ 5 milhões no caso de produtores rurais com renda bruta anual acima de R$ 90 milhões.
MODERFROTA E PSI RURAL
O volume total de recursos foi reduzido de R$ 1,7 para R$ 1,4 bilhão, com a taxa de juros subindo de 4,0% para 7,50% ao ano.
Na safra 2014/15, somando as linhas MODERFROTA e PSI Rural, o recurso programado era de R$ 8 bilhões, que foi ampliado para R$ 10 bilhões na safra 2015/16. O MODERFROTA, que até março de 2015 operava com taxa de 4,5%, sendo lançado para substituir o PSI, vigorará agora com taxa de 7,0% para produtores
causam preocupação. O juro, hoje, teve aumento considerável, em quase todas as linhas”, avaliou. Botelho acrescentou que outra preocupação é com os recursos a juros livres: “Não sabemos quais serão os patamares destes juros”. Além disso, recordou que os recentes aumentos de combustível e mãode-obra, entre outros, deverão elevar os custos de produção. “A maioria das commodities agrícolas caiu em relação aos últimos anos, quer seja soja, milho ou trigo. Com custo de produção mais alto, com juro mais alto e uma remuneração mais baixa, o produtor tem de fazer seus cálculos, usar sua caderneta, planilha, pensar e planejar muito”, preconizou, indicando que “a palavra de ordem agora é cautela na gestão”. Atenção ao mercado, para ele, se tornou também mais importante. “Dentro do possível, o produtor deve estar cada vez mais atento ao que acontece no mercado, não só o regional, mas do Brasil e no
mundo”, o que inclui, segundo recordou, o índice de crescimento dos países importadores dos produtos agropecuários brasileiros e as relações entre o real e as outras moedas. Para isso, completou, uma alternativa é buscar a ajuda de profissionais, em cooperativas ou cerealistas. Ele sugeriu também que o produtor tente “travar” os custos. “Mesmo que possa ter um repique de preços, lá na frente, o seu desembolso tem de estar travado, para não ter surpresas negativas. Ele pode deixar de ganhar, mas não perde”, explicou. Engenheiro agrônomo e proprietário de um escritório de planejamento, que presta serviço de elaboração de projetos de financiamento para produtores rurais, Márcio Rickli, de Guarapuava, vê no PAP 2015/2016 dois lados: a elevação do total de recursos, ele considerou como um ponto positivo, mas opinou que o aumento dos juros, em várias linhas de financiamento, exige
INOVAGRO
com renda bruta anual de até R$ 90 milhões e de 9,0% para produtores com renda bruta anual acima de R$ 90 milhões. O PSI Rural, que até dezembro de 2014 vigorava com taxa de 4,5%, passou de 7,5% para até 9,5% dependendo da renda bruta anual. Houve aumento de 0,5% em cada patamar de juros do PSI Rural em relação ao já corrigido em janeiro de 2015.
MODERAGRO
O volume total de recursos do programa foi reduzido de R$ 550 milhões para R$ 400 milhões, com aumento da taxa de juros de 6,5% ao ano para 8,75% ao ano.
PRORENOVA
O volume de recursos do programa foi reduzido de R$ 3 bilhões para R$ 1,5 bilhão com taxa de juros mantida em TJLP + 2,7%.
SEGURO RURAL
De R$ 700 milhões para R$ 368 milhões. Redução de recursos de 47,4%.
Agrônomo Márcio Rickli
do produtor que pratique cada vez mais uma gestão eficiente da propriedade. “Houve um incremento de cerca de 20% de recursos financeiros, mas um retrocesso na questão de juros”, comentou. No momento em que o dinheiro para o campo ficou mais caro, ele disse concordar que o produtor, conhecendo seus custos e estimando suas receitas, analise ainda melhor quais as linhas de financiamento a utilizar para suas atiRevista do Produtor Rural do Paraná
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Juros da agropecuária refletem na tecnificação e produção vidades. Rickli sugeriu que se busque também conhecer mais profundamente as linhas existentes, para uma decisão adequada em cada caso. E explicou: “Vemos que o produtor tem de ter uma administração ainda melhor de suas atividades, porque, subindo os custos, ele vai ter de ser ainda mais eficiente”. Reforçando esta visão, relembrou os vários aumentos de preços ocorridos recentemente no País: “Vemos, no âmbito geral, um aumento na questão de insumos, principalmente os diretos, como o combustível” – o item, segundo assinalou, significa um valor relevante nos custos de produção, em especial em fases como plantio e colheita. O agrônomo concluiu sua análise considerando importante que o Brasil implemente planos agrícolas que contribuam para a agropecuária, já que o setor vem se destacando na economia: “O governo tem de prezar a agropecuária, porque nós fazemos parte de um grande volume do PIB, que passa de 22%”, completou. Ao mesmo tempo, na cidade, setores diretamente ligados à agropecuária se veem a reboque das tendências do setor. Em uma revenda de insumos de Guarapuava, ouvida pela reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL, dia 16 de junho, a comercialização dos produtos registrava desaceleração. “O cenário atual é de indefinição”, disse o gerente Marcelo Martins Pereira. Ele explicou que, na prática, em vez de aquisições antecipadas de insumos, muitos estão adquirindo os produtos segundo a necessidade do momento.
Crédito rural é mais do que dinheiro para agricultores e pecuaristas produzirem. É um fator que ajuda a organizar, modernizar e estabilizar a produção agropecuária, tanto em seu aspecto técnico, dentro da porteira, quanto no econômico, fora da porteira, com reflexos para o consumidor e para a balança comercial do Brasil. Defendendo este ponto de vista ao comentar em entrevista o Plano Safra 2015/2016 e a política agrícola do País, o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Vice-pres. do Sindicato agrônomo e produtor Anton Gora, destacou que os Rural de Guarapuava, recursos para o campo precisam chegar em voluAnton Gora me suficiente e com juros compatíveis com a atividade. Gora argumentou que no período agrícola que agora se iniciará os produtores rurais precisarão de mais recursos do que no anterior. “Tivemos uma safra que foi comercializada a preços mais baixos (2014/2015). O produtor está descapitalizado. E também os insumos, para esta safra agora, subiram muito”, destacou. Ele recordou que aumento ou redução no volume de crédito provocam alterações no cenário rural. “Se o produtor não conseguir crédito, ou não adquirir os insumos de que precisa, ele vai reduzir tecnologia e isso vai se refletir na produtividade”, alertou. Juros elevados, observou, também alteram o quadro, com as propriedades passando a se dedicar a culturas que têm custo de produção mais barato, como a soja, e deixando de lado outras mais caras, como o milho. O resultado, conforme completou Gora, é a maior oferta de um produto e a menor, de outro. Ele ressaltou que, independente de crises, o País precisa disponibilizar crédito rural suficiente, a juros dentro da realidade dos produtores e do mercado agropecuário, para ajudar não só o setor rural, mas a economia como um todo. “É justamente a agropecuária que vem sustentando o Brasil, tanto no equilíbrio interno das contas quanto nas exportações”, lembrou.
“O produtor está sendo mais criterioso na sua tomada de decisão devido a vários cenários, como alta do dólar, custos das lavouras e preços das commodities”, acrescentou. Martins Pereira disse que a expectativa é que haja uma
Trigo: quem cultiva defende preços mínimos mais condizentes com os custos de produção
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Revista do Produtor Rural do Paraná
reação em breve, depois que as empresas fabricantes de insumos lançarem as suas campanhas com as condições para a próxima safra. Mas ele vê, com a alta da moeda americana no Brasil, uma tendência de realinhamento de preços, tanto de agroquímicos quanto de fertilizantes. Por enquanto, em culturas de inverno como o trigo, cujo plantio, em Guarapuava e região, tem seu auge em meados de junho/julho, o gerente exemplificou a situação atual, comparando com o ano passado: “Em anos anteriores, no mês de maio, já estava tudo definido nas aquisições de produtos para essa cultura. Hoje é dia 16 de junho e estamos ainda comercializando sementes de trigo”. Martins Pereira observou, contudo, que o produtor, de toda forma, “terá que se planejar e adquirir os produtos, para manter o calendário agrícola”.
Serviços automotivos
A escolha correta dos pneus interfere na performance do equipamento
U
m dos itens mais importantes no trabalho agrícola, os pneus respondem pela capacidade de tração, pela sustentação do peso do equipamento e pela sua dirigibilidade. São muitas as opções de pneus para o agricultor e acertar na escolha significa obter melhor desempenho, economia e segurança. Ao contrário, a seleção errada pode prejudicar a parte mecânica do veículo, comprometer a performance do equipamento e agredir o solo.
Desgaste excessivo do pneu
Aumento do consumo de combustível
Perda de garantia do fabricante
Para Stéfano Mercúrio, Coordenador do Serviço de Aprendizagem e Formação a Frota-SAFF DPaschoal, o pneu agrícola é escolhido de acordo com o tipo de serviço que será realizado ou de acordo com a cultura ou solo trabalhado, sempre respeitando a capacidade de carga do conjunto. Veja ao lado a influência de um pneu mal aplicado na compactação do solo. Compactação do solo é a deformação do solo agrícola, por efeito entre outros, do trabalho das máquinas agrícolas.
Aplicação correta do pneu
Aplicação incorreta do pneu
Compactação do solo
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Lançamento
Dow apresenta Tricea: herbicida contra plantas daninhas no trigo
A
Dow AgroSciences realizou, no dia 14 de maio, a apresentação de seu novo herbicida, o Tricea, para produtores rurais, agrônomos e cooperativas de Guarapuava e região. O lançamento incrementa o portfólio da empresa para o combate às plantas daninhas de culturas de inverno, em especial o trigo. Um dos focos da novidade é o combate ao azevém resistente ao glifosato, que ainda representa, para muitos triticultores, uma ameaça à lavoura. Entre os diferencias do Tricea está o amplo espectro de controle em pós -emergência, atuando em plantas daninhas tanto de folhas largas quanto de folhas estreitas e ainda com efeito residual no solo. Como consequência, a lavoura desenvolve-se de forma mais consistente e com ganhos de produtividade. O lançamento do produto contou com palestra do pesquisador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), Vitor Spader, que apresentou estudo sobre a atuação de vários produtos no combate a plantas invasoras do trigo. Ele enfatizou que, ao mesmo tempo em que o produtor deve buscar tecnologias eficientes,
seus estudos apontam para a necessidade de se observar bem o melhor momento de combate às plantas invasoras. “Qual é essa época para trigo e culturas de inverno em geral? Principalmente (da emergência) até o final do afilhamento da cultura. Ou no máximo, no início da elongação. A partir daí, a grande parte do dano que a plan-
Talles Batistão (Dow)
Pesquisador Vitor Spader (FAPA)
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Tricea: lançamento em Guarapuava ta daninha poderia causar, ela já causou”, alertou. Spader lembrou que os danos provocados na lavoura não são mais recuperados ao longo do ciclo e que, por isso, é indicado agir antes que as plantas daninhas que aparecerem gerem alguma perda. O pesquisador acrescentou que, além disso, a partir da elongação, as culturas de inverno entram numa fase em que se tornam mais sensíveis à ação dos herbicidas. “Terminou o afilhamento, a lavoura precisa estar ‘no limpo’”, afirmou. A duração desta fase em número de dias, conforme recordou o pesquisador, varia de acordo com fatores como região, clima (temperaturas e umidade), solo e a própria cultivar que se está utilizando. “Mas de modo geral, o período que a gente chama de crítico, em que deve ser feito o manejo, vai variar entre 10 e 30 dias, após a emergência da cultura”, estimou. Spader também comentou outro problema que deixa alguns triticultores preocupados: a reinfestação de
Produtores comentam lançamento e palestra plantas daninhas. O pesquisador sublinhou que realizar uma boa implantação da lavoura é um primeiro passo importante, que contribui para um bom andamento das culturas ao longo do ciclo. “Temos de pensar o seguinte: uma cultura bem estabelecida, ela, por si só, já tem um efeito de competição também com a planta daninha. Ela está competindo pelo mesmo espaço”. Mas para que isso aconteça, assinalou, será necessário um bom estande, o que começa com adubação bem feita e manejo de plantas daninhas até o final do afilhamento – quando a cultura está fechando quase toda a área. “As plantas daninhas que emergirem a partir daí vão ter uma grande desvantagem em relação à cultura”, ressaltou o pesquisador. Mas se o problema ocorrer, Spader disse que é necessário fazer o manejo. “É preciso conhecer duas coisas: qual a planta daninha e qual herbicida se vai usar. (Saber) Se ele causa ou não dano à cultura, nessa fase mais adiantada”, comentou.
Anton Hertz – “A palestra foi muito boa. As novas tecnologias que surgem, para nós, produtores, são muito interessantes. Sempre aparece outro tipo de planta resistente a vários herbicidas. Não é só o azevém, tem também outras ervas resistentes. Isso sempre é uma preocupação, para quem quer manter a lavoura limpa. A gente acompanha o lançamento de produtos porque faz parte do nosso dia-a-dia.” Celso Marcelo Maciel – “Sempre estamos procurando novas tecnologias, para nos atualizarmos. Temos constatado a presença de azevém resistente, que não tem respondido a alguns produtos. Agora foi apresentado um novo produto. Esperamos que ele seja uma nova ferramenta para o controle”.
Josef Stutz – “Foi muito importante a palestra, pelos herbicidas novos que estão surgindo no mercado e a dificuldade que a gente tem na lavoura. Esses herbicidas novos, chegando, são mais uma opção para a gente trabalhar. Sempre que dá a oportunidade, a gente comparece ao lançamento de produtos”. Sandro Lustosa Schneider – “Foi interessante a palestra, para nós não ficarmos usando toda vida o mesmo princípio ativo, para não dar resistência, e começar a trabalhar com várias linhas. Acho que tudo o que funciona não sai caro. O que sai caro é aquilo que diminui a sua funcionalidade. Temos de manter o combate ao azevém resistente como preocupação, senão a gente começa a relaxar e, quando vê, a planta toma conta”.
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) O mesmo
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Marcas registradas de The Dow Chemical Company ou companhias afiliadas.
Quando você precisa de um herbicida com amplo espectro para trigo, qual a sua escolha?
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Chegou Tricea®, o herbicida da Dow AgroSciences que trouxe uma alternativa para a cultura de trigo. Com amplo espectro, Tricea® controla o azevém e outras plantas daninhas, resistentes ou não ao glifosato, e ainda apresenta maior residual, atuando no solo por muito mais tempo. Tricea®. A escolha certa. 0800 772 2492 | www.dowagro.com
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Agrometeorologia
Fenômeno El Niño potencializa sazonalidade nos próximos dias Problema à vista para lavouras de grãos nos Estados Unidos e algodão no Brasil
Marco Antônio dos Santos Agrometeorologista Somar Agrometeorologia
A
s águas superficiais da região equatorial do Oceano Pacifico continuam bastante aquecidas em toda a sua extensão, desse modo, é fato que o clima está sendo influenciado pelo fenômeno climático El Niño. Uma das características desse fenômeno é potencializar a sazonalidade das estações climáticas, ou seja, nos próximos meses as chuvas ficarão mais concentradas sobre a região Sul do Brasil, onde os volumes acumulados deverão superar a média climatológica. Esse excesso de dias chuvosos em todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e na região sul do
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Mato Grosso do Sul poderá afetar o desenvolvimento das culturas de inverno, como trigo, além de afetar a realização dos trabalhos de colheita. Se o Sul do Brasil será bem mais chuvoso nesse inverno (muito semelhante ao ocorrido em 2014), todo o CentroNorte do País será de tempo bem mais seco, o que é normal para essa época do ano. Isso permitirá que a colheita do milho, do algodão, café e da cana de açúcar possa transcorrer sem maiores transtornos. O problema para essas regiões será na segunda metade do inverno, mais precisamente em agosto e início de setembro, pois poderão vir a ocorrer chuvas mais regulares durante esse período, atrapalhando a colheita do algodão e até mesmo ocasionando perdas pontuais na qualidade das fibras. Para o café e cana de açúcar as perdas também serão pontuais, devido às chuvas que estão sendo previstas para o final de julho e primeira quinzena de agosto. Só que esse aquecimento das águas do Pacífico irá perder forças durante a segunda metade do inverno, e isso irá provocar um novo período de estiagem em todo o Sudeste, Centro-oeste e no
MAPITOBA durante a segunda quinzena de setembro e ao longo do mês de outubro. Podendo ocasionar atrasos no plantio da safra de verão. Nos Estados Unidos, o El Niño manterá todo verão com chuvas acima da média e isso poderá inviabilizar a finalização do plantio da soja e ocasionar reduções nos potenciais produtivos das lavouras de soja e também de milho, já que os vários dias consecutivos de chuvas irão reduzir as taxas de radiação solar e de luminosidade. Porém, as perdas não serão tão grandes quanto em 2012. Além disso, devido a esse aquecimento mais intenso das águas do Pacífico, o final do verão e início do outono nos Estados Unidos poderá ser ainda mais chuvoso, atrapalhando o pleno andamento da colheita da soja e do milho. Além das chuvas, o aquecimento acima da média das águas do Oceano Atlântico na altura dos Estados Unidos permitirá que durante o verão norte-americano haja uma maior probabilidade para furacões, que poderão atingir não só os Estados Unidos, mas também o México e os demais países da América Central.
Resultados de Colheita VERITAS Quem usou está feliz.... CONVENCIONAL Área: 4 ha 4608 kg/ha 76,8 sacos/ha
VERITAS Área: 20 ha
+6,6 sacos/ha
Produtor Clair Zuconelli da Silva Soja Candói - PR
5008 kg/ha 83,4 sacos/ha
Se é Bayer, é bom
Acontece A 40ª Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava (Expogua) foi lançada no dia 9 de junho, na Sociedade Rural de Guarapuava. Participaram da cerimônia, imprensa local e regional, diretoria da Sociedade Rural e parceiros do evento. A Expogua acontece de 7 a 16 de agosto, no Parque de Exposições Lacerda Werneck, em Guarapuava/PR. Para o agronegócio, a feira contará com uma programação de sete leilões, incluindo bovinos, ovinos e equinos. Segundo o presidente da Sociedade Rural, Denilson Baitala, a expectativa é que durante os 10 dias de evento, 4000 animais passem pelo Parque de Exposições, tanto para serem comercializados como julgados. Além da pecuária, haverá exposição de máquinas e implementos agrícolas. “Apesar do Brasil estar passando por um momento difícil, sabemos que é o agronegócio que está alavancando a economia do país. A pecuária, principalmente, vem abrindo novos horizontes. Existe um grande mercado de novos países consumindo a carne brasileira. Portanto, esperamos um bom resultado na Expogua, não só na pecuária, mas na feira em geral”, comenta Baitala.
Núcleo de Comunicação tem reuniões na ACIG
Desde maio deste ano, vem acontecendo reuniões do Núcleo Setorial de Comunicação do Programa Empreender, na Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG). Os representantes das empresas nucleadas apontaram os pontos fortes, fracos, as oportunidades e ameaças do setor de comunicação no município. O grupo também discutiu quais ações serão executadas para potencializar o setor de comunicação em Guarapuava. Entre as ações planejadas pelo grupo estão: a realização de pesquisas, homologação de parceiros, contato com as coordenações dos cursos de comunicação da cidade, circuito de palestras, entre outras. Rafael Zanin, da RPC, foi escolhido como coordenador do Núcleo. Todos profissionais da área de comunicação do município podem participar dos encontros. A jornalista Luciana de Queiroga Bren, representante da Revista do Produtor Rural do Paraná e da assessoria de imprensa do Sindicato Rural de Guarapuava, participa do Núcleo.
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Foto: Geyssica Reis
Expogua chega à sua 40ª edição
A expectativa de público para esta edição é de 150 mil pessoas. Para o entretenimento, haverá a praça de alimentação, o parque de diversões, a comercialização de produtos e as tradicionais atrações musicais. A venda de ingressos está sendo feita na sede da Sociedade Rural, Casa Agroboi, Angelsom, ACIG e Posto do Índio. Confira a programação de leilões na página 21 e a programação de shows na página 115.
Arraiá Beneficente do Hospital São Vicente O 3º Arraiá Beneficente do Hospital São Vicente acontece nos dias 11 e 12 de julho, no Parque de Exposições Lacerda Werneck, em Guarapuava. A entrada é gratuita. O evento acontece com as mesmas características das edições anteriores. Durante os dois dias, o público poderá apreciar atrações artísticas, concursos de danças típicas de festa julina, escolha de trajes caipiras, jogos, shows, bingo e mais de 100 barraquinhas gastronômicas, com comidas típicas. “Além de haver uma diversificação muito grande tanto de atrações como na gastronomia, podemos destacar que esse é o maior evento beneficente da região, pois mais de 1000 pessoas trabalham de forma voluntária no arraiá. Tanto as entidades como as empresas que participam com as barraquinhas, shows e organização”, destaca a coordenadora da festa, Débora Schinemann. Todo o dinheiro arrecadado no Arraiá é destinado a obras do Hospital São Vicente. O Bingo Beneficente acontece no dia 12, às 17h. Lembrando que o ganhador não precisa estar presente, já que o sorteio é eletrônico. Os prêmios são 1 Moto Sundown Hunter 0KM, 1 Moto Sundown Max OKM e 1 Carro UP! 0KM. O valor da cartela é R$ 20,00 e já estão sendo vendidas pelos apoiadores do evento, no Hospital São Vicente e na Rua XV de Novembro, em frente à Praça Cleve, local onde está sendo feita a divulgação do evento. O Sindicato Rural de Guarapuava além de ser patrocinador do 3º Arraiá estará presente com a Barraca do Milho. As cartelas do Bingo também estão à venda na entidade.
PARANร GOVERNO DO ESTADO
SEAB
GRALHAremates AZUL
SECRETARIA DE ESTADO
DA AGRICULTURA E
DO ABASTECIMENTO
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Notas Vazio Sanitário da soja O período do Vazio Sanitário da Soja iniciou no dia 15 de junho e vai até 15 de setembro. Nestes 90 dias, nenhum produtor pode ter a presença de plantas vivas de soja na propriedade. Esse período é decretado por lei pelo e faz parte do Programa Estadual de Controle da Ferrugem Asiática da Soja do Conselho de Sanidade Agropecuária. A medida vem sendo adotada no Paraná desde 2007, também em 11 estados brasileiros e no Paraguai, país vizinho ao nosso Estado, para evitar a incidência de focos da ferrugem asiática, doença provocada por fungos que atacam as lavouras de soja. “Como a ferrugem é um fungo e é um parasita da parte viva da soja, a doença se multiplica na lavoura quando há soja. Portanto, é importante que não haja plantas, nem mesmo as voluntárias, para que o potencial de inóculo de esporos dos fungos não esteja na área quando se plantar nova safra. Desrespeitar isso pode ser um dano para o próprio produtor. Se não respeitarem e não fizerem o controle da soja voluntária, quando for plantar de novo, a ferrugem volta de forma mais rápida na cultura”, explica a engenheira agrônoma da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Rosmari Fátima de Ré. Há, nestes meses, fiscalização constante da Adapar em propriedades da região. Os produtores que não respeitam a lei, são autuados. As consequências podem ser multas, inacessibilidade a crédito, proibição do comércio do produto e interdição da propriedade. Mais informações podem ser acessadas no site da Adapar.
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Contribuição Sindical Rural O produtor rural que não recebeu a guia da Contribuição Sindical Rural 2015 (emitida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA) pode retirá-la no Canal do Produtor ou no Sindicato Rural de Guarapuava. Se o produtor rural não pagou até o dia 22 de maio, data de vencimento da Contribuição Sindical, a cobrança com juros já começou. Além dos juros, há incidência de multa de 10% nos primeiros 30 dias, mais um adicional de 2% por mês subsequente de atraso, juros de 1% ao mês e atualização monetária. O último prazo para o pagamento é o dia 17 de agosto de 2015. Caso o produtor não pague até essa data, é encaminhado ao departamento jurídico.
Encomenda de alevinos
O Sindicato Rural de Guarapuava e a Piscicultura Progresso realizaram, dia 28 de abril, na sede do sindicato, mais uma entrega de encomendas de alevinos. Os peixes são de diversas espécies, dos comerciais aos ornamentais. Avaliando o interesse dos produtores desde o início da parceria com o Sindicato Rural, no ano passado, o proprietário e diretor da piscicultura, Erivelto Leonardo, fez um balanço positivo e disse ter boas expectativas também para este ano. Aos produtores interessados em alevinos, ele destacou que esta foi a última entrega de encomendas antes do inverno deste ano. A próxima deverá ocorrer em novembro, em data a ser definida e divulgada pelo Sindicato Rural, em seu site e na Revista do Produtor Rural. Na parceria com a piscicultura, a entidade tem por objetivo facilitar ao produtor rural o acesso a peixes das mais diferentes espécies. Mesmo antes do próximo período de encomendas, os interessados podem buscar informação no Sindicato Rural, pelo telefone: 3623 1115 (com Anelise); ou diretamente na sede da entidade, na Rua Afonso Botelho, nº 58, no Bairro Trianon.
Segurança e Medicina do Trabalho Rural
Torre Forte, cuidando do maior patrimônio da sua empresa Os funcionários são o que sua propriedade tem de maior valor. Garanta a eles as melhores condições de saúde no trabalho!
A
lta produtividade e qualidade de produtos são resultados de funcionários satisfeitos e boas condições de trabalho. O patrimônio de maior valor de uma empresa são seus trabalhadores, e a Torre Forte Saúde sabe disso! A Torre Forte Saúde é uma empresa especializada em segurança e medicina do trabalho, apta a oferecer cursos e treinamentos ao meio rural,
bem como consultoria empresarial. Atendendo vários clientes com abrangência na Saúde Rural, garantindo assim, o maior cuidado com o seu funcionário, para que o empresário rural tenha preocupações somente com a sua atividade fim. Pesquisas revelam que benefícios e remuneração são os principais fatores que fazem os empregados sentirem-se felizes no trabalho – mais de 70%. Em seguida, vem o crescimento pessoal e
profissional, com 45% de realização. Dentre os benefícios, engloba-se a valorização do funcionário e o ambiente produtivo, segundo o estudo do Ateliê de Pesquisa Organizacional, realizado pela FMCOM. Em todos os segmentos de serviços, e não seria diferente no meio rural, equipamentos e máquinas que oferecem riscos aos funcionários são indispensáveis. No entanto, o uso inadequado do EPI (Equipamento de Revista do Produtor Rural do Paraná
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Proteção Individual), o descuido ocasionado pela falta de treinamento para executar determinada função, desligamento incorreto das máquinas, ou ainda intoxicação com agrotóxicos, podem ausentar seu funcionário do trabalho, e com isso, diminuir a produtividade e o lucro da propriedade. A ausência de um funcionário no trabalho caracteriza o absenteísmo em empresas, e pode ter vários motivos. O mais otimista deles é o trabalhador apenas ter perdido a hora, mas em alguns casos, pode ser consequência de um imprevisto ocorrido no dia anterior, no próprio ambiente produtivo, e que gerará (além da perda de produção de um dia de trabalho de um funcionário) demais despesas com consultas médicas e tratamentos, despesas arcadas pelo produtor, caso for necessário o atendimento ao funcionário. O absenteísmo pode ser evitado com os investimentos em segurança e medicina do trabalho, e pode trazer resultados surpreendentes para toda sua equipe. Há 17 anos, a Torre Forte Saúde está no mercado de serviços em segurança e medicina do trabalho. Prevenir acidentes e garantir a segurança e saúde no
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ambiente produtivo é o que nos motiva a oferecer os melhores serviços e nos especializarmos cada vez mais. Quanto à segurança do trabalho, elaboramos laudos técnicos e programas obrigatórios e exigidos pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (INSS), tais como o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos e Ambientais), LTCAT (Laudo
Técnico das condições Ambientais do Trabalho) e PPP (Programa Profissiográfico Previdenciário), documentos estes solicitados para aposentadoria. Nossas ações voltadas para a medicina do trabalho, tem como foco, programas como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e o ASO (Atestado de Saúde Ocupacional), emitido quando do exames médicos clínicos obrigatórios; o laudo ergonômico, documento necessário quando a função implica em esforços de levantamento, transporte ou descarga individual de materiais, bem como o layout de máquinas e equipamentos. Cursos e treinamentos de segurança do trabalho obrigatórios são realizados pela Torre Forte Saúde. Para isso, possuímos materiais específicos na aplicação prática e instrutores altamente qualificados. Os cursos abrangem tanto a segurança do trabalho, quanto a área comportamental, logística, higiene e outros obrigatórios em conformidade com a legislação. Trabalhadores satisfeitos e valorizados geram clientes e chefes satisfeitos. A Torre Forte está qualificada para oferecer as melhores condições para o excelente desempenho nas funções do seu funcionário.
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Registro Caminhada da
Natureza
O dia 19 de abril começou cedo para cerca dos 645 caminhantes, que participaram da 1ª Caminhada na Natureza – Circuito Rio das Pedras. Em frente à Sede da Associação dos Produtores, Moradores e Amigos da Campina Guabiroba, os participantes chegavam empolgados e prontos para enfrentar os nove quilômetros de caminhada. Além dos guarapuavanos, catarinenses, paulistas e cariocas também representaram seus Estados no circuito que passou por inúmeras propriedades rurais da região. Logo após confirmar o credenciamento, foi hora dos participantes tomarem um café rural, com produtos coloniais produzidos pelos pequenos agricultores do programa Vida Rural,
da secretaria de Agricultura de Guarapuava. Além do café, o evento, que foi organizado pelas secretarias de Meio Ambiente, Agricultura e Indústria, Comércio e Turismo, com o apoio da Emater também ofereceu um espaço para comercialização de verduras, artesanato e doces. Os valores arrecadados com a venda de artesanatos e refeições serão revertidos para os membros da associação local. Depois de um café da manhã caprichado, foi hora do alongamento seguido do início da Caminhada.
Dr. Rey em Guarapuava O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou a palestra do Dr. Rey (Dr. Hollywood) em Guarapuava, no dia 9 de junho. A promoção foi da Abravendas. O tema da palestra motivacional foi a “A arte de ser feliz e bem-sucedido na vida e nos negócios”. O médico cirurgião, famoso nos Estados Unidos, abordou alguns tópicos, como: sonhe com o sonho impossível; tenha fé em você mesmo; o poder do carisma do brasileiro; confie na sua intuição para trabalhar com o cliente; conheça as chaves da alegria e disciplina; o poder do pensamento positivo; trabalhe duro em prol do seu objetivo e aprenda como fazer parcerias estratégicas.
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Durante o percurso, os participantes atravessaram pontes, subiram morro e paravam nos pontos de carimbo, a comprovação de que os caminhantes completaram o percurso. Fim de percurso. Alguns caminhantes chegando sozinhos e outros em grupo comemoravam os nove quilômetros da Caminhada. Exaustos! Após premiações, quem preferiu ficar no local, pode saborear um almoço rural, com arroz carreteiro, galinhada com polenta, saladas e frutas.
Dia de Negócio C. Vale A C. Vale - Cooperativa Agroindustrial - unidade de Guarapuava promoveu no dia 21 de maio, o 2º Dia de Negócios para produtores rurais - cooperados e não cooperados da cidade e região. O evento foi uma oportunidade dos clientes conhecer um pouco mais dos produtos da C.Vale e garanti -los por condições especiais. “Nós mostramos todo o nosso portfólio de máquinas agrícolas, equipamentos e acessórios. A intenção é mostrar para o agricultor de uma forma centralizada, o que tem de melhor no mercado”, explicou o vendedor na área de máquinas Marcos Queiroz. Queiroz destacou como novidade no setor de máquinas, o pulverizador Parruda Stronger. “É uma máquina maior para pulverização de milho. Um a tecnologia bem mais avançada na parte de pulverização”. Os produtos ainda puderam ser aproveitados com preços e condições especiais, mesmo sendo final do ano safra. “Além dos descontos, ainda estamos oferecendo um sistema de financiamento interno pela própria C.Vale e também temos os nossos parceiros, que são o Sicredi, Bradesco e Banco do Brasil que ainda dão boas condições para compra de máquinas”.
Defensivos
De olho nas embalagens
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Associação dos Distribuidores de Defensivos do Centro-Sul do Paraná (ADDCS) promoveu, dia 16 de maio, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, um curso para funcionários de suas cerca de 30 revendas de defensivos associadas. Com duração de duas horas, a atividade visou capacitar os participantes a orientar os produtores rurais sobre o manejo das embalagens, da utilização e lavagem à devolução na ADDCS. O conteúdo foi ministrado pelo gerente administrativo e responsável técnico da associação, o agrônomo Wanderley Bernardin Andrade. Ele destacou que a realização da capacitação é uma determinação da Re-
Wanderley Bernardin Andrade: gerente da ADDCS
solução Nº 57 da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Paraná (SEMA), datada de 5 de dezembro de 2014. O gerente sublinhou que o abandono de embalagens, sua reutilização, ou ainda seu fracionamento em qualquer outro recipiente, além de ser atitude punida por lei e representar perigo para o meio ambiente, traz risco de contaminação e de morte para o produtor, seus funcionários ou qualquer outra pessoa da propriedade. Exemplificando, ele mostrou, em fotos, que fiscalizações já encontraram agroquímicos guardados em garrafa de refrigerante ou em lata de produto destinado à alimentação humana, o que é ilegal e pode provocar acidentes domésticos fatais, expondo em especial as crianças àquele tipo de perigo. Andrade enfocou os itens que considera mais importantes a serem lembrados ao produtor, no momento da venda dos defensivos: “A revenda deve orientar sobre três pontos básicos: usar sempre EPI; a forma correta de utilização e devolução; a maneira correta de armazenar na propriedade até o transporte para uma unidade ambientalmente licenciada para o recebimento; e fornecer o endereço das unidades”. O gerente da ADDCS sublinhou ainda que, mesmo para destinar as embalagens à associação, o material não pode ser transportado em carros de passeio, devendo ser acondicionado na carroceria de um utilitário ou caminhão, devidamente fixado e coberto.
Devolver corretamente embalagens de defensivos: questão legal e de consciência ambiental
Andrade avalia que as revendas associadas já vêm realizando as orientações, inclusive imprimindo nas notas fiscais o endereço da associação, mas disse considerar necessária a palestra também para novos funcionários das empresas. Aos produtores, ele lembrou que as caixas de papelão dos defensivos precisam ser devolvidas também à associação, não podendo ser nem descartadas como um lixo comum, nem encaminhadas a catadores de papel.
ADDCS: região devolve 98% de embalagens Situada à margem da BR 277 (km 348), em Guarapuava, a ADDCS recebeu, em 2014, 560 toneladas de embalagens de agroquímicos. Deste total, 510 foram encaminhadas à reciclagem, enquanto outras 50 toneladas (embalagens que não foram lavadas corretamente ou não-laváveis) seguiram para a incineração. A associação estima que a região atendida realiza a devolução de 98% das embalagens de defensivos. Para mais informações: ADDCS – Fone: 3627 6035.
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Legislação
Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)
A disputa ao projeto de lei das terceirizações
A
Câmara dos Deputados votou no mês de abril o Projeto de Lei n.º 4.330/2004, conhecido como Projeto de Lei das Terceirizações, que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho. O texto tem gerado vários protestos de entidades contrárias à sua aprovação. Do outro lado, empresários defendem as mudanças propostas e dizem que elas poderão gerar mais empregos. Agora, o projeto será encaminhado diretamente para votação no Senado. O projeto tramita há 10 anos na Câmara dos Deputados e vem sendo discutido desde 2011 por deputados e representantes das centrais sindicais e dos sindicatos patronais. Ele prevê a contratação de serviços terceirizados para qualquer atividade, desde que a contratada esteja focada em uma atividade específica. A norma altera a regra vigente hoje e permite que as empresas terceirizem serviços ligados à sua atividade fim. Pelas regras atuais, uma empresa só pode terceirizar atividades meio. O texto do novo projeto altera essa regra. Se aprovado, as empresas não terão mais essa limitação. Para os críticos do projeto essa é
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uma questão problemática, já que a possibilidade de terceirização das atividades fim de uma empresa poderá precarizar os empregos e trazer insegurança aos empregados, pois eles não terão mais garantidas as conquistas da categoria. Outro ponto questionado pelos críticos, contrários ao Projeto de Lei, é a responsabilidade de empresa contratante em casos de demissão ou falta de pagamento aos empregados por parte da contratada. Pelo novo texto, as obrigações trabalhistas com os empregados são de responsabilidade da contratada. A empresa contratante precisa fiscalizar se os pagamentos estão sendo feitos de forma correta. Por esta proposta, em caso de ação judicial, o empregado só poderá recorrer à empresa contratante se os recursos da empresa contratada já tiverem se esgotado. Além disso, o texto também não garante a filiação dos terceirizados no sindicato da atividade preponderante da empresa. Na visão dos sindicatos, isso fragiliza a organização desses trabalhadores. Por outro lado, para os defensores do projeto, as mudanças vão acabar com a insegurança jurídica existente
hoje em relação aos profissionais terceirizados. A ausência de regulamentação da terceirização deixa os empregados de empresas prestadoras em situação mais frágil, sobretudo em relação ao recebimento de salários e demais direitos trabalhistas. Para os defensores, o projeto de lei trará mais segurança aos terceirizados. Vencida a insegurança jurídica, o projeto de lei permitirá a criação de milhares de novos postos de trabalho, além é claro de ampliar a segurança jurídica para os 12 milhões de brasileiros que já prestam serviços nesta situação. Ainda para os defensores do projeto, a contratação de terceirizados pode reduzir os encargos sobre a folha de pagamentos e os recursos gastos com a gestão de trabalhadores nas empresas. Além disso, as empresas poderão contratar trabalhadores mais especializados, o que gera ganhos de eficiência. Caso o projeto de lei seja sancionado como está, pelo Senado e pelo Presidente da República, a medida pode valer para os contratos atuais. Ou seja, vale para novas contratações e para empregados que já estão há anos em uma determinada empresa.
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Feira Estadual
Bezerros nota 10 Fotos: Rosemeri Althaus
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o dia 4 de abril foi realizada a 41ª Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava, no Parque de Exposições Lacerda Werneck. O evento atraiu produtores rurais em busca de animais de alta qualidade. Com sucesso em vendas, o leilão comercializou um total de 1114 cabeças, todos cruzamentos de raças zebuínas, como Nelore, com europeias, como Charolês, Angus, Canchim e Braford. Promovido pelo Núcleo de Criadores de Bezerros de Guarapuava, a feira movimentou um total de R$1.738.578,00. O presidente do Núcleo, Cláudio Marques de Azevedo, avaliou que essa edição superou as expectativas, no que diz respeito à qualidade de animais, número total vendidos e quantidade de público. “Os animais comercializados tinham uma qualidade excelente, o que gerou os bons resultados. A feira já é tradicional e sempre atrai um público grande, porque os pecuaristas sabem que vão encontrar diversidade de cruzas e animais de ponta”.
O presidente do Núcleo de Produtores de Bezerros, Cláudio M. Azevedo afirmou que as expectativas da feira foram superadas Armando França de Araújo, da Gralha Azul Remates, confirmou a qualidade dos animais na feira de Guarapuava. “Ela está em um nível de cruzamento
Prencher corretamente o formulário é importante para retirar a GTA
Foram comercializadas 1114 cabeças durante a 41º feira Estadual de Bezerros de Guarapuava
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muito perto do que se é desejado. Por isso, ela é uma feira que sai na frente de outras da região. Um fator importante e que não se encontra com frequência em outras feiras de bezerros é que 50% dos cruzamentos são com raças britânicas e essas raças são as mais procuradas para produzir carne com qualidade”. O preço médio por quilo dos machos foi de R$ 7,40 e das fêmeas R$ 5,93. Foram vendidos 810 machos e 304 fêmeas. Azevedo destaca que a feira de Guarapuava, por sua tradição e qualidade, acaba sendo referência de qualidade e de preços para outras feiras do Estado, por isso pessoas de todo o Paraná comparecem ao evento. A Feira de Bezerros contou com o apoio do Sistema FAEP, Sindicato Rural de Guarapuava, Sociedade Rural de Guarapuava; patrocínio da Agroboi e Tortuga DSM. O remate foi coordenado pela Gralha Azul.
Premiação:
Nesta edição, os produtores dos lotes premiados foram Oswaldo Rodrigues Barbosa (melhor lote de bezerras e lote padrão de bezerros), Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho (lote cruzamento industrial de bezerros); Espólio de Bianor Mendes Caldas (melhor lote de machos e
lote padrão de confinamento); Nilza Caldas Ferreira (lote padrão de bezerras); Ercio Padilha Carneiro (lote cruzamento industrial de bezerras); Marcio Pacheco Marques (lote precoce de bezerras e lote novilho precoce) e João Amazonas (lote padrão matriz rústica).
João Amazonas e Valdir Pacheco
Rodolpho Tavares de J. Botelho e Kleyton Romualdo Kramer
Ercio Padilha Carneiro e Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Marcio Pacheco Marques e Adriane Azevedo
Nilza Caldas Ferreira e Denilson Baitala
Oswaldo Rodrigues Barbosa e Cláudio Marques de Azevedo
Marcio Pacheco Marques e Romualdo Kramer
Oswaldo Barbosa e Jeferson Martins
Bianor Mendes Caldas Junior, Carmem Caldas, Paulo Caldas, Edio Sander e Anderson Caldas
Bianor Mendes Caldas Junior, Cláudio Azevedo, Carmem Caldas, Paulo Caldas, Anderson Caldas e Marina Araújo Revista do Produtor Rural do Paraná
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CNPC Paraná sedia reunião do Núcleo Sul do Conselho Nacional de Pecuária de Corte Paraná sedia reunião do Núcleo Sul do Conselho Nacional de Pecuária de Corte
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oi realizada no dia 12 de maio em Curitiba, a primeira reunião do Núcleo Região Sul do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC). Esse núcleo reúne os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que possuem peculiaridades específicas em relação à cadeia de bovinocultura de corte. “Sabemos que não podemos competir com outros Estados em relação a tamanho de área e rebanho, por isso temos que buscar diferenciais de produção como carnes de qualidade. Para isso estamos buscando parcerias e novas tecnologias para fortalecer a cadeia e melhorar a rentabilidade do produtor”, afirmou o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, que participou do encontro. O CNPC representa a cadeia privada da pecuária de corte e possui entre outras atribuições coordenar o Conselho Nacional para a Saúde Animal (Conasan) e representar essa cadeia junto a organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde Animal (sigla em inglês OIE), Grupo Interamericano de Erradicação da Febre Aftosa (Giefa), Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Comitê Hemisférico para Erradicação da Febre Aftosa (Cohefa) e Organização Mundial da Saúde (OMS). O vice-presidente do CNPC, Sebastião Costa Guedes, analisou as oportunidades e desafios para o desenvolvimento da cadeira produtiva do sul. Uma das recomendações é o estímulo de produção de raças europeias e cruzamentos para produção de carnes de qualidade de diferenciais. Ele falou também do empenho que esse núcleo deve ter para manter frigoríficos estaduais e municipais. “É
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preciso trabalhar para que esses estabelecimentos se mantenham e garantam a manutenção de abate dos pequenos e médios produtores equilibrando assim o mercado”. Outros temas abordados na reunião: Harmonização Sanitária; Demandas de Pesquisa Aplicada e Classificação de carcaças e couro. O Núcleo Sul é o primeiro grupo regionalizado criado no CNPC e tem como representantes: no Paraná, o produtor rural e presidente da Comissão Técnica da FAEP de Bovinocultura de Corte da FAEP, Rodolpho Wernek Botelho; representando o presidente da Federação da Agricultura de Santa Catarina, o advogado, Clemerson Pedrozo e pelo Rio Grande do Sul o assessor técnico do Sistema Farsul, o médico-veterinário, Luiz Alberto Pitta Pinheiro. Segundo Rodolpho, representan-
te do Paraná, como os três Estados são muito similares em relação a bovinocultura de carne, devem buscar um mercado abrangente onde possam colocar seu produto de maneira eficiente trazendo uma melhor rentabilidade para os produtores rurais. O representante do Sistema Farsul, Luiz Alberto Pitta Pinheiro, considerou a criação do conselho sul muito relevante para o setor. “Tivemos oportunidade de manifestar nossas opiniões e fazer um bom diagnóstico da situação. Decidimos que a frequência das próximas reuniões devem ser organizadas em intervalos menores e no sistema de rodízio. Essas iniciativas são muito louváveis porque promovem o debate e a troca de informação entre os agentes dessa cadeia”, finalizou. Texto e foto: Assessoria de Imprensa FAEP
Leilão
o melhor custo-benefício
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uem quer comprar gado de qualidade não pode perder o 7º Leilão Produção Angus Rio da Paz, que acontece no dia 12 de setembro, a partir das 12h, no Parque de Exposições de Cascavel. O leilão oferece somente animais Angus ou Cruza Angus. Serão 50 reprodutores, 15 fêmeas PO e aproximadamente 150 animais de cruza Angus. O evento é organizado pelo criatório Angus Rio da Paz, responsável pela criação e seleção dos animais. “Não somos simplesmente criadores de Angus. Somos selecionadores da raça. Não basta apenas registrar os animais, temos que fazer seleção. Animais com defeitos, machos e fêmeas, são eliminados. Exemplos disso são aqueles que
apresentam posterior ruim, problemas de movimentação ou baixo perímetro escrotal. São todos eliminados”, explica Renato Zancanaro, proprietário do Angus Rio da Paz. Segundo Zancanaro, os animais são avaliados pelo Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) e pelo Clarifide Angus. Esse último fornece predições genômicas para bovinos Aberdeen Angus, usando mais de 50 mil marcadores para características relacionadas a crescimento, eficiência alimentar, rendimento de carcaça e qualidade de carne, com base no DNA. “Nossos animais também são avaliados através de ultrassom. Considero que criar é fácil, difícil é selecionar”, observa o pecuarista.
Animais criados na propriedade Angus Rio da Paz
Para ele, selecionar é ter critérios. “Não achar que tudo que é preto ou vermelho, seja macho ou fêmea, servirá como reprodutor ou uma matriz. Temos que entender que se tivermos animais de qualidade, no futuro teremos animais com ótima conformação, ou seja, animais com excelente posterior, com grande AOL e com profundidade. Isso nos trará animais com maior rendimento de carcaça, e com isso, maior retorno para o pecuarista”. Zancanaro afirma que as expectativas para a 7ª edição do leilão são ótimas. O criador ressalta aos interessados em visitar o leilão, que os animais são da mais alta qualidade. “Queremos que nosso cliente volte sempre. No ano passado, o evento já foi um sucesso. Todos os animais ofertados foram vendidos. Para essa edição, a expectativa é a melhor possível. Nosso cliente pode ficar tranquilo, pois estamos ofertando o que temos de melhor. São animais selecionados com o mais alto critério. Temos uma genética diferenciada, capaz de incrementar a produtividade no rebanho de nossos clientes. São animais rústicos e adaptados”, garante. Sobre a raça Angus, Zancanaro destaca que se o pecuarista quer carne de qualidade, deve buscar esses animais. “ Temos que produzir carne, mas carne de qualidade. Carne de qualidade, teremos com o Angus. E o mercado está procurando esse produto. Angus é a raça com o melhor custo-benefício para o pecuarista. E a pecuária tem um potencial muito grande. É só acreditar e fazer os devidos investimentos”, observa. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Carne de qualidade Conhecida internacionalmente pela qualidade da carne, a raça taurina Angus é a mais utilizada nos cruzamentos industriais. De acordo com especialistas do setor, o cruzamento proporciona benefícios diversos e é uma ferramenta à disposição dos pecuaristas para uma produtividade melhor e mais alta. Para Renato Zancanaro, a raça Angus não é mais uma aposta e sim uma certeza. “Usamos Angus há mais de 20 anos em cruzamento, com excelentes resultados”. Segundo dados da Cooperaliança, a Angus Rio da Paz abate animais aos 12 meses de idade com 18,5 arrobas de carcaça, com rendimento de carcaça de 57% e com acabamento. As fêmeas entram no processo de produção aos 12 meses de idade, tendo um bezerro aos 21 meses. “Temos a certeza de que o Angus é a melhor raça. O diferencial do Angus é a precocidade, tanto de abate, quanto de reprodução, e com certeza de qualidade da carne. Dentro da pecuária moderna temos que ter giro, e só conseguimos com o Angus”, avalia. O crescimento da raça Angus é evidente. Entre todas as raças da espécie bovina, a Angus foi a que mais vendeu sêmen em 2014 no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), o Angus preto (o Aberdeen Angus) vendeu 3.441.103 doses em 2014, representando um crescimento de 18,21% sobre 2013. E a variedade Red Angus comercializou
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436.894 doses, registrando pequena queda de 4,10% em relação a 2013. Entretanto, a soma dos pretos com os vermelhos resulta em 3.877.994 doses de sêmen Angus vendidos em 2014, contra os 3,39 milhões de unidades de 2013. O crescimento em relação a 2013 foi de 14,4%. A raça Angus não agrada somente o pecuarista, mas também o consumidor. O sabor e a textura da carne Angus é algo que chama a atenção. Segundo a Associação Brasileira de Carne Angus, a raça produz um animal com alta qua-
lidade de carne, apropriada não só para o mercado interno, como também para o mercado externo. O Angus apresenta de 3 a 6 mm de gordura (exigências europeias) e sua carne é marmorizada (gordura entremeada na carne), o que lhe confere maciez e sabor. A uniforme distribuição da gordura no tecido muscular lhe confere um aspecto muito mais atraente e sabor singular. Essa distribuição faz a diferença na hora da preparação da carne: a gordura se derrete parcialmente pela ação do calor e impregna a parte magra.
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Workshop
Um plano de voo para a pecuária no Paraná
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m torno de 70 profissionais da cadeia produtiva da pecuária do Paraná, da assistência técnica, extensão rural, pesquisa, ensino, indústria e produtores rurais se reuniram para definir um plano para desenvolver a pecuária paranaense. Foi o que ocorreu durante o workshop promovido pela Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, em Curitiba, nos dias 14 e 15 de maio. Havia gente de todo o Estado discutindo as metas e propostas para o Plano Integrado de Desenvolvimento da Pecuária de Corte do Paraná. “Para desenvolvermos a atividade precisamos analisar o contexto atual da pecuária paranaense, identificar os desafios, a demanda do setor e, com isso definir as metas para o plano de ação de desenvolvimento da atividade”, disse o presidente da Comissão, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, durante a abertura do encontro. Ao longo dos dois dias de workshop, os participantes se dividiram em grupos de trabalho e elencaram as principais medidas para promover o fortalecimento da pecuária paranaense e que irão contemplar o plano. Entre elas, a autossuficiência na produção de bezerros, sanidade animal, como uma área de livre de febre aftosa sem vacinação, a erradicação de brucelose e tuberculose, melhoria de índices zootécnicos e indicadores financeiros. Além dessas ações, os profissionais também listaram o incentivo a práticas sustentáveis, como a melhoria de pastagens, rotação de culturas, cruzamentos industriais, utilização de subprodutos na alimentação bovina, Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-PecuáriaFloresta (ILPF).
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Sanidade e qualidade Durante o encontro, o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, reforçou a necessidade do fortalecimento da pecuária no Paraná. “É necessária uma revolução na atividade para melhorarmos índices como, por exemplo, a taxa de natalidade, o ganho de peso dos animais e o tempo de abate”. Ele lembrou ainda do esforço em tornar o Estado uma área livre de aftosa sem vacinação. “Se por um lado estamos batalhando por isso, há um empenho coletivo para produzirmos uma carne de qualidade. Espero que todo mundo ganhe com essa iniciativa”, acrescentou. Na avaliação do presidente do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Rubens Ernesto Niederheitmann, que participou do evento, o Estado tem tecnologia e genética para desenvolver a pecuária, no entanto, a atividade não é organizada. “Enquanto só um setor ganha, a cadeia produtiva não vai para frente. Esse plano é fundamental para o avanço da atividade porque envolve todos os segmentos”, observou. Para Paulo Rossi, professor e coordenador do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura (Lapbov) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é o início de um projeto sólido para o desenvolvimento e evolução da pecuária de corte no Paraná. “Só conseguiremos mudanças se houver um pacto com todas as lideranças reunidas durante o workshop. Temos muitos pontos a alinhar de agora para frente, mas chegaremos a um consenso”, destacou. Segundo André Brugnara Soares, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR) em Pato
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Branco, o workshop foi muito positivo, principalmente pelo fato de ter conseguido reunir uma série de lideranças e profissionais do Estado. “O evento conseguiu juntar todos os elos da cadeia produtiva e discutimos ações que, com certeza, vão fazer diferença na pecuária paranaense”. O próximo passo, a partir de agora, é definir os integrantes de um Comitê Gestor, que se encarregará de fazer uma triagem em relação às ações propostas, para incorporá-las ao Plano Integrado de Desenvolvimento da Pecuária de Corte do Paraná. “A integração e o comprometimento de todos os setores produtivos da pecuária vai ajudar na construção de projetos que irão compor esse plano, que certamente fortalecerá a atividade em todo o Estado”, avaliou Rodolpho. Texto: Assessoria de Imprensa FAEP, matéria publicada no Boletim Informativo nº 1302
Implemento agrícola
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AG Metal, empresa de Massaranduba (Santa Catarina), vem sendo destaque na região oeste do Paraná com um equipamento que representa uma solução para os pecuaristas que possuem áreas declivosas (áreas de relevo acidentado). Trata-se de um implemento agrícola acoplado a um trator que lança calcário, gesso, adubo orgânico (cama aviária) ou químico e sementes de forrageiras em áreas declivosas. Laércio Vegini, sócio proprietário da empresa, desenvolveu o primeiro modelo da máquina em 2002 e concluiu o projeto sete anos depois. Em 2010, redirecionou o projeto para bananicultores, que precisavam de um equipamento para lançar insumos nas áreas acidentadas e multiplicou os modelos de produtos numa área de 1700 metros quadrados. “O equipamento é um transportador e lançador de calcário, montado sobre um eixo, que pela força do trator movimenta uma turbina, produzindo uma pressão para o arremesso lateral do produto, podendo atingir até 30 metros”, é assim que o idealizador da máquina define sua criação. O equipamento, denominado Dis-
tribuidor AG, ficou conhecido no Paraná quando Vegini apostou em sua invenção e decidiu mostrá-la no Show Rural Coopavel 2014. Assim, representantes do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) conheceram o produto e se interessaram, pois juntamente com a Comissão de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), sindicatos rurais e outras instituições ligadas ao meio rural, buscavam soluções para a recuperação de pastagens degradadas em áreas declivosas. Foi acertado que a máquina seria demonstrada em algumas propriedades. Em abril do ano passado, dois equipamentos foram enviados para o oeste do Paraná, para serem testados em oito propriedades. Com isso, algumas adaptações foram sugeridas e acatadas por Vegini. Após o processo, a Comissão de Bovinocultura de Corte da Faep organizou um Dia de Campo, no mês de agosto de 2014, em Guaraniaçu, onde os produtores visitaram uma área recuperada pelo equipamento e puderam visualizar a máquina em funcionamento. Ali mesmo, os produtores elogiaram e confirmaram a qualidade do implemento. Em dezembro do ano passado, mais um Dia de Campo sobre o equipamen-
Foto: Assessoria de Comunicação Faep
Solução para correção de solo em áreas declivosas
Laércio Vegini com o lançador de insumos para áreas declivosas to foi realizado na cidade de Sapopema, no norte do Paraná, na propriedade de Paulo Parmegiani, que adquiriu o equipamento. Cerca de 40 produtores puderam avaliar o potencial do maquinário. Vegini também estava presente no evento para esclarecer possíveis dúvidas em relação ao equipamento. A máquina além de estar sendo utilizada no Paraná para a pecuária, também está sendo empregada na produção de erva-mate, no Rio Grande do Sul, de peixe em Rondônia e de café no Espírito Santo.
Com informações de matéria publicada no Boletim Informativo da FAEP nº 1.299
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Reflexão
Afinal, estou fazendo corretamente as minhas aplicações fitossanitárias?
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Jeferson Luís Rezende, RTV
safra 14/15 demonstrou ao produtor rural e aos agrônomos responsáveis, o quanto o trato cultural vem mudando nos últimos anos e a importância de se observar todos os detalhes inerentes às pulverizações dos agroquímicos. Temperaturas mais elevadas, inverno fraco, máquinas desajustadas, combinações incompatíveis, condição ambiental desfavorável, uso inadequado de adjuvantes etc. Muitos, ao longo da safra, reclamavam de que alguns ativos não estavam respondendo a contento, outros usaram tudo o que existia no mercado e ainda assim, tiveram dificuldades para controlar as pragas e depois as doenças. Caminhamos par e passo a campo e pudemos observar que na maioria dos casos de deficiência no controle, algumas peças se destacavam, e nos mostravam o “porquê” da dificuldade de se alcançar o tratamento agronômico desejado. Ponto fundamental tem sido a presença de pulverizadores com pontas de aplicação incompatíveis, seja com a taxa de aplicação... com a velocidade escolhida.... ou, com as mudanças de velocidade e de taxa durante o trato. Além disso, muitas máquinas estão sendo usadas com uma ponta indevida para o controle de pragas e de doenças. Concomitante à máquina, encontramos muitos casos em que o ope-
rador conhece muito pouco ou quase nada do que está fazendo. Ou seja, pilota apenas a máquina, mas sequer sabe como e por que fazer os ajustes pontuais necessários para realizar uma aplicação segura e de qualidade. Aplicações em horários muito ruins, com altas temperaturas, presença de ventos fortes, que, aliadas aos itens acima, culminam com um serviço de resolução duvidosa, para dizer o mínimo. E, finalmente, a adoção de adjuvantes – que a cada dia se tornam mais comuns e necessários nas pulverizações, com características incompatíveis com o trato específico. É imperioso lembrar que além dos adjuvantes a base de óleo (vegetal e mineral), existem no mercado muitas outras formulações, sintéticas, a base de silicone e de álcool, por exemplo, com e sem a presença de nitrogênio e fósforo. A escolha de um bom adjuvante sintético deve levar em conta a sua formulação e a existência ou, não, de nitrogênio e fósforo na composição final. Isso porque muitos ativos podem ser incompatíveis com estes aditivos, criando borras e espumas empastando e/ou precipitando a calda; ou potencializando a fitotoxidade das moléculas de defensivos mais agressivas/complexas. Além deste detalhe, os adjuvantes sintéticos e os a base de óleo agem de maneira completamente distinta na formação da gota aspergida pela ponta de pulverização, podendo, inclusive, em al-
guns casos, mudar completamente a sua característica, causando eventualmente escorrimento ou, simplesmente, degradando o ativo, reduzindo seu residual. Por isso, a INQUIMA trabalha diuturnamente com as instituições de pesquisas, a fim de desenvolver no seu portfólio produtos específicos, que possam ser usados nas aplicações fitossanitárias, agindo como um “seguro” do tratamento, sem interferir ou afetar o desempenho da molécula pulverizada. O fundamental, no entanto, é que o empresário rural e o seu consultor técnico lembre-se sempre de que o tripé: ponta/vazão/adjuvante deve caminhar junto, a fim de que o trato cultural alcance o melhor resultado possível. Lembrar também que os adjuvantes não são todos iguais e, que por isso, devem ser usados de acordo com a indicação e compatibilidade para aquilo que foram fabricados. Até mesmo os óleos (mineral e vegetal), são diferentes entre si. O uso de adjuvante a base de álcool, por exemplo, traz inúmeros benefícios, dentre os quais a possibilidade de uso com diferentes moléculas e a capacidade de eliminar gargalos operacionais, como espumas e borras. Traz ainda o benefício da possibilidade de aplicações sob a presença de orvalho ou, no extremo oposto, em condição de estresse hídrico. Enfim, avalie sempre, todos os anos, o seu processo de aplicação fitossanitária, a fim de observar se está efetivamente fazendo a coisa certa!
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Nelore Rancho 1M começa venda de sêmen do touro Malbec Uma boa notícia para os criadores de nelore: o Rancho 1M, do produtor Márcio Araújo (BR 373, km 433, em Foz do Jordão-PR), anunciou que deu início à venda de sêmen do touro Malbec (foto). O material pode ser adquirido junto a uma central situada em Uberaba. A empresa, de acordo com o criador, é uma das maiores de seu segmento no Brasil. Entre os melhores exemplares de nelore do Rancho 1M, que se dedica a criação de reprodutores de alto nível, Malbec tem se destacado em exposições de nível nacional. Por sua qualidade, o animal já foi tema de matéria na REVISTA DO PRODUTOR RURAL (Edição Nº 40, dez. 2013-jan 2014, p. 86 e 87).
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Premiação
Programa Soja Mais
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Agrícola Colferai, em parceria com a Syngenta, constrói um novo legado para a agricultura brasileira. O programa de proteção de cultivos chamado Soja Mais, que oferece tecnologia de ponta, especialmente customizada para o produtor, eleva a novos patamares a produtividade na cultura da soja. Mais de 30 produtores aderiram ao programa Soja Mais da safra 2014/2015 e utilizando da tecnologia ofertada, fizeram um investimento com retorno garantido. Muitos produtores chegaram perto
1° Lugar Marco Aurélio Nunes e Andreia Mariotti Nunes
Produtores participantes do Soja Mais, no evento de encerramento e entrega de prêmios
2° Lugar José Jairo Mazzon e Cleia Meneguel Mazzon
de atingir a meta de 100 sacas de soja por hectare e elevaram a sua produtividade acima de suas próprias médias e das médias regionais. O Soja Mais promoveu ainda um concurso entre os clientes da Agrícola Colferai participantes do programa. O concurso premiou as maiores produtividades, visando um incentivo e o
3° Lugar Nilso Granoski e Cecilia Zarembeski Granoski
reconhecimento pelo empenho para atingir a meta. Foram premiados primeiro, segundo e terceiro lugares. O primeiro lugar ganhou uma viagem para a Praia do Forte, na Bahia, com direito a acompanhante. O segundo e terceiro lugares ganharam uma viagem para Termas de Jurema, também com direito a acompanhante.
Luiz Carlos Colferai, Mariza e os ganhadores do Soja Mais
A Agrícola Colferai é grata pela confiança e o empenho dos participantes e parabeniza a todos pelos ótimos resultados obtidos. No mês de julho iniciará nova etapa do programa na safra 2015/2016 com participação de novos produtores, buscando sempre melhores resultados.
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Sementes Lavoura
Sinônimo de confiabilidade, segurança e sementes de alto vigor, germinação e pureza
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onfiabilidade: A Lavoura S/A está completando 80 anos. Idade que raras empresas do setor conseguem atingir. Isto só foi possível devido a um trabalho de qualidade, garantia em seus produtos e honestidade.
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Na área de sementes temos um know-how de 30 anos, associado a uma equipe técnica altamente qualificada na área de sementes e a um processo com certificação ISO 9001. Segurança: As Sementes Lavoura passam por um rigoroso processo de produção. Na recepção das sementes vindas dos campos de produção as cargas são submetidas a uma série de testes onde são analisados danos mecânicos, danos por água e picadas de percevejo, entre outros testes. Após a produção, as sementes são analisadas em laboratório para emissão de boletins liberando as sementes para comercialização. Todo o processo de produção é realizado de acordo com os procedimentos e normas da Certificação ISO 9001. Próximo ao período de embarque das sementes são reanalisados todos os lotes para uma nova conferência de germinação, vigor
(no solo e em laboratório), tendo a garantia de que os lotes aprovados estão dentro do alto nível de qualidade esperado pelos clientes das Sementes Lavoura. Nesta etapa também é realizado análise de pureza para certificar que durante todo o processo de produção não ocorreu nenhuma falha que possa ter ocasionado mistura varietal. Inúmeros estudos mostram a correlação entre vigor e produtividade, sendo que alguns atestam que cada ponto de vigor na semente corresponde ao aumento de aproximadamente uma saca por hectare, garantindo ao produtor maior rentabilidade. Todo este rigoroso processo de produção garante aos nossos parceiros agricultores, sementes com alto padrão de vigor, germinação e pureza, associado a alta confiabilidade e segurança transmitida a 80 anos pela Lavoura S/A.
Comemoração
Lavoura S/A Guarapuava completa um ano de atividades Atuando com comercialização de insumos e compra de grãos, a Lavoura S/A Guarapuava completou um ano de atividades em maio, sempre buscando trazer inovações ao mercado agrícola da região. “É com muita alegria que completamos um ano de atividades. Queremos compartilhar esse momento com nossos clientes, parceiros, colaboradores e agradecê-los pela confiança e por acreditarem em nossa empresa”, comentou o sócio gerente, Cândido Bastos Fº. Distribuindo produtos agrícolas das empresas Dow AgroSciences, ADAMA, Ihara, Sementes Agroceres e toda linha Roundup, além de fertilizantes, produtos para nutrição vegetal, biológicos e sementes, a Lavoura S/A Guarapuava
tem como missão “disponibilizar tecnologias e gerar resultados”. Hoje a Lavoura S/A trabalha com uma equipe técnica de três consultores de vendas externos, um trainee e também conta com apoio de seus fornecedores para trazer soluções e inovações ao agronegócio da nossa região. A empresa é formada pelos sócios Cândido Bastos Fº, agrônomo que atua há 20 anos no mercado agrícola e também traz o nome de uma empresa que completou 80 anos em 2015, a Lavoura S/A, uma das maiores do agronegócio paranaense. “Foi um ano de muito trabalho, entusiasmo, dedicação e empenho para atingir nossos objetivos, agora nosso
Cândido Bastos Fº, sócio gerente da Lavoura S/A Guarapuava foco é a consolidação da empresa no mercado”, comentou o sócio gerente, Cândido Bastos Fº.
Gilson Schimin
Luciano Marcondes
Clodoaldo Diniz
A Lavoura é uma nova opção para compra de insumos , trabalha com um uma equipe experiente que é da região, se diferencia pela linha de produtos e pelo atendimento ”
Na Lavoura Guarapuava me sinto em casa, sou bem atendido por toda equipe e faço bons negócios“
A Lavoura S/A trabalha com uma ótima linha de produtos e gosto muito do atendimento da equipe”
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Cultura 64 ANOS
Café Bávaro na Cooperativa Agrária No dia 5 de maio, cooperados e cooperadas, em especial os pioneiros e pioneiras, reuniram-se para comemorar. Há exatamente 64 anos, a Agrária era fundada no Hotel Central, em Guarapuava. Junto com a Cooperativa nascia uma nova oportunidade para 500 famílias de Suábios do Danúbio, refugiados da 2ª Guerra Mundial. Para marcar o dia que lembra a história de superação e sucesso construída a partir de então, a Agrária promoveu um Café Bávaro. O evento teve a participação de aproximadamente 200 convidados e contou com pratos típicos da gastronomia do Sul da Alemanha, como Weisswurst, Pretzel e bolo de maçã. Além disso, o Coral Suábio da Fundação Cultural Suábio-Brasileira apresentou canções em idioma alemão. O diretor presidente da Agrária, Jorge Karl, ressaltou a história da Cooperativa na fala de abertura. “Para nós é uma honra poder comemorar o aniversário da Agrária. Temos que nos preocupar com o futuro, mas principalmente homenagear o passado, o grande trabalho desempenhado por nossos pioneiros, nossos cooperados, nesses 64 anos”.
Texto e foto: Assessoria de Marketing Cooperativa Agrária
CIRCUITO CULTURAL DO SESI
Peça baseada em Lady MacBeth, obra de William Shakespeare, debate a busca pelo poder
O Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava foi palco mais uma vez do Circuito Cultural do Sesi, no dia 29 de maio. Desta vez, o espetáculo era “Dona MacBeth”, uma peça baseada na obra de William Shakespeare, Lady MacBeth. Solidão, sobrevivência e a busca do poder foram alguns dos elementos apresentados.
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Produzido pela Cia. Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo, “Dona MacBeth” conta com direção e roteiro de Rafael Camargo. O dramaturgo paranaense aborda os sentimentos mais profundos do ser humano através de quatro atores vestidos de forma indefinida, e que apresentam emoções desvendando as neuroses e fracassos do homem. Com uma produção diferenciada, que utiliza muito o silêncio e pouca luz, a peça foge do tradicional. Para Adriano Petermann estar atuando na peça é uma experiência inovadora em sua carreira. “A gente está tendo a oportunidade de experimentar um espetáculo realmente denso, forte e com essa proposta de inação que a gente vem pesquisando a muito tempo, que vem na contramão do show business e do popular, mas em muito plateia popular. E essa experimentação tem sido
muito legal e mostrando para gente o quão preconceituosos somos todos, porque a gente acaba descobrindo que é tão popular quanto as comédias. É só uma questão de ter coragem tanto nossa de fazer, quanto das instituições trazerem par ao público este tipo de montagem”. Apesar de Shakespeare ser um escritor antigo, suas obras são consideradas atemporais, trazendo reflexões atuais, como Macbeth, que fala sobre a busca de poder. “Esse tema vai continuar perdurando por muitos e muitos anos. Porque o ser humano tem suas falhas, os seus defeitos e isso é muito bem tratado por Shakespeare. A gente pega essa energia e essência dele e diz para o público, olha isso acontecia, acontece hoje e vai continuar acontecendo, pense bem nas escolhas que você faz”.
Linhas de crédito
Plano Safra 2015/16: análise das medidas
Eng. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda.
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aseado em matéria de Carlos Cogo (Carlos Cogo Consultoria Agronômica) sobre o plano safra 2015/16 anunciado no dia 02 de junho de 15, faremos uma análise sobre as principais medidas que afetam o segmento de investimento e armazenagem. RECURSOS: O volume de recursos será de R$ 187,7 bilhões, o que corresponde a um aumento de 20,2%, sobre o plano do ano anterior. O problema é a forma como estes recursos estão distribuídos. O grande volume deste acréscimo será com recursos a taxas de juros livres de mercado. No contexto geral, o plano é melhor do que o esperado pelo setor, diante do cenário econômico adverso e do ajuste fiscal. Ainda sobre a distribuição dos va-
lores, o montante destinado a investimento que foi no plano 2014/15 de R$ 44.1 bilhões, cai neste plano para 33,3 bilhões, afetando diretamente o potencial de investimento do setor. CUSTEIO: Para o custeio a juros controlados de 8,75% a.a, foi destinado R$ 94,5 bilhões, acréscimo de 7,5% ao ano safra anterior, mas bem aquém dos custos de produção, que devem subir de 15% a 25% em 2015/16. INVESTIMENTOS: Os programas de investimento tiveram um forte corte de recursos programados, reduzidos em 24,5 % (somando todas as modalidades). Os prazos se mantiveram, mas os juros agora variam de 7% a 8,75% para empresas com faturamento até R$ 90 milhões de renda bruta anual, podendo chegar a 10%, caso o faturamento da empresa ultrapasse este limite. O PCA, principal linha usada para Expansão de capacidade de armazenagem, continua tendo um tratamento especial com juros a 7,5% a.a, e participação do governo de 90% com prazos de 15 anos. ARMAZENAGEM: A redução do recurso destinado a esta área, contrariando o anunciado pelo governo no lançamento desta linha no plano safra 2013/14, sobrando o montante de 4,5 bilhões para agricultura empresarial e 0,5 bilhão para agricultura familiar, no plano safra 2014/15. Agora para 2015/16, temos redução de 46,6%, destinando R$
2 bilhões para o PCA e 0,4 bi para cerealistas ou prestadores de serviços (estes na linha PSI) . COMERCIALIZAÇÃO: No plano foram anunciados 5 bilhões, dentro da política de garantia de preços. E o limite de financiamento para comercialização passou de R$ 2,2 milhões para 2,4 milhões. SEGURO RURAL: O orçamento para o plano de subvenção ao prêmio do seguro rural está aprovado, e o recurso deve chegar a R$ 668 milhões. Entenda-se que os R$ 700 milhões do ano anterior não foram suficientes. PECUÁRIA: Foram mantidos os limites adicionais de financiamento de custeio e de investimento. A fim de incentivar a inovação tecnológica no campo, o plano vai aperfeiçoar as condições de financiamento a avicultura, suinocultura, aos hortigranjeiros e a pecuária de leite por meio do programa Inovagro. POLÍTICA AGRÍCOLA DE LONGO PRAZO: O plano cria o grupo de alto nível da LPAB – Lei Plurianual da Produção Agrícola Brasileira, que visa estabelecer um planejamento estratégico agropecuário de longo prazo, assim como os existentes em países como Estados Unidos, Canadá e União Europeia, de no mínimo 4 a 5 anos. A criação do Grupo já é um indício de que o Ministério da Agricultura está, pelo menos, ouvindo este antigo pleito do setor.
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Ovinos
Caderno de Campo para gestão da propriedade
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CooperAliança Carnes Nobres promoveu no dia 10 de abril, o Dia de Campo “Gestão na propriedade: Foco na Reprodução de Ovinos”, na Fazenda Três Palmeiras, propriedade de Cláudio e Adriane Azevedo (vice -presidente da Cooperativa), no município de Campina do Simão-PR. Inicialmente, foi apresentado aos cooperados o Caderno de Campo – Gestão da Propriedade Ovinocultura, uma nova ferramenta adotada pela cooperativa. No caderno, os cooperados deverão anotar todos os dados relacionados à sua produção, como, por exemplo, quantos animais possui no início do ano pecuário, dados individuais de cada cordeiro (peso, desmame, data do abate), vermifugação, casqueamento, descartes, mortalidade no rebanho, relatórios de despesas, de vendas, entre outras informações. A zootecnista e elaboradora do Caderno de Campo, Janayna de Cássia Navroski explicou que os cooperados terão assistência no preenchimento do caderno. “São dados bem detalhados, por isso iremos até a propriedade para auxiliá-los. O cooperado terá que ocupar parte de seu tempo com esse preenchimento, mas no futuro as avaliações que serão feitas auxiliarão no aumento da produção”, observa. Para efetivar ainda mais o uso do Caderno de Campo, os cooperados poderão lançar os dados coletados durante o
Prática de avaliação de escore de condição corporal em ovinos
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Jorge Schlafner, cooperado Cooperaliança Janayna de Cássia Navroski, zootecnista e elaboradora do Caderno de Campo ano em uma tabela informatizada. Para isso, o representante da DSM – Tortuga, Márcio Essert, foi convidado para o dia de campo para realizar um treinamento sobre como relatar os dados obtidos e contabilizar os custos da produção de ovinos na planilha. Durante o evento, os cooperados tiraram dúvidas e observaram o sistema de produção de ovinos na Fazenda Três Palmeiras. Jorge Schlafner, cooperado
há mais de um ano, disse que os dias de campo sempre agregam na produção. “Observar sistemas de produção diferentes em outras propriedades é sempre um aprendizado. Podemos analisar o que pode dar certo ou não”. Sobre o Caderno de Campo, Schlafner afirmou que até então nunca havia feito um controle efetivo na sua propriedade. “Vai ser ótimo saber o que eu gasto e no final eu vou poder contabilizar se essa atividade está me dando lucro mesmo e o que eu posso melhorar para aumentar minha rentabilidade. Afinal, não estou criando cordeiros por hobby”.
Importância da reprodução Para uma boa gestão, vários outros fatores influenciam. Um deles é a reprodução, tema que também foi retratado no dia de campo. Dalton Cévolo, assessor técnico da Zoetis, ressaltou a eficiência na reprodução é de 5 a 10% mais importante do que o ganho de peso da carcaça. “Desta forma, o reprodutor tem um papel fundamental. Ele é responsável por 50% da qualidade da borrega na produção ovina. Por isso, o produtor deve ter atenção aos cuidados com os reprodutores. Principalmente cuidados nutricionais, com uma alimentação balanceada. Não ser muito magro, nem muito gordo, porque isso pode afetar a libido e a produção espermática do animal”. Cévolo ressalta que no rebanho, o ideal é ter um reprodutor para seis fêmeas quando se faz sincronização, nos primeiros dias de cobertura, pois teremos muitos fêmeas em cios e curto período. “É importante, além disso, que se tenha um bom ciclo de reprodução. Para isso há técnicas e ferramentas para sincronização e até mesmo indução de cio. Por exemplo, quando as fêmeas que não estão no cio, estiverem em anestro, elas podem ser cobertas. Pode ser utilizada esponja ou dispositivo de progesterona. A Zoetis trabalha com o progestageno Eazi-breed CIDR, que é um dispositivo intravaginal que libera progesterona, um hormônio importante para dar início ao cio e também com outro hormônio, que é o ECG /PSG chamado Novormon, usado no dia que se retira o dispositivo ou esponja”. Com essas ferramentas, Cévolo garante que em um curto espaço de tempo haverá um grande número de ovelhas no cio.
Dia de campo
Manejo para o bem-estar animal
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ão existe animal estressado. Existem pessoas estressadas” – Com esta afirmação, em tom de bom humor, o presidente da Cooperaliança, Edio Sander, abriu o dia de campo que a cooperativa realizou, com o tema “Bem-Estar, Manejo e Saúde Animal”, e resumiu a mensagem do evento. O encontro, dia 15 de maio, na propriedade de Sander, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, teve como foco os funcionários das propriedades de cooperados do projeto bovinos e também
O produtor Edio Sander, presidente da CooperAliança, e a gerente do Depto. Técnico da cooperativa, veterinária Marina Araújo Azevedo
os próprios produtores. O objetivo foi preconizar o manejo baseado no bem -estar do rebanho. Em palestra, a gerente do Departamento Técnico da Cooperaliança, a veterinária Marina Araújo Azevedo, demonstrou que o ponto de partida é considerar que os bovinos percebem a realidade de forma diferente dos humanos – visão mais lateral, sem precisão quanto à tridimensionalidade e aos contrastes de luz e sombra; e uma audição aguçada. De acordo com ela, a experiência de dor, por tratamento bruto, fica registrada na memória do animal, associada à pessoa, à situação e ao local. A reação é “refugar”, com o animal se recusando a ser conduzido pelo lugar em que teve dor ou medo. Ela acrescentou que até mesmo os corredores de estacas e tábuas, usados para interligar troncos, baias ou piquetes, geram estresse. Os bovinos enxergam as “listras” de sombra, no chão, como se fossem buracos, sentem medo e se recusam a seguir. Estas e outras situações de tensão, advertiu a veterinária, provocam reações no organismo dos animais, desencadeando ao mesmo tempo dois fatores que levarão à perda de peso: “O estresse libera uma substância chamada cortisol, que acaba consumindo o glicogênio muscular; e o
Dia de Campo da CooperAliança: corredores fechados e condução por bandeiras são bem-estar animal na prática
animal fica sempre em estado de alerta, isso vai prejudicar a alimentação, ele vai comer menos e vai converter menos, principalmente em situações mais intensivas, como confinamento”. Marina relembrou que o conceito do manejo para o bem-estar abrange as chamadas “Cinco liberdades”: o animal deve estar livre de fome e sede; de desconforto; de dor, lesões ou doença; livre para expressar os comportamentos normais de sua espécie; e livre de medo e aflição. Ela apontou que, em corredores com laterais fechadas (sem frestas), os bovinos não sentem medo. A condução de animais por instalações daquele tipo foi um dos pontos do dia de campo. A veterinária ressaltou ainda que as bandeiras distribuídas no evento completam aquele manejo, servindo para “tocar” e conduzir o rebanho. Ao final da programação, o presidente da Cooperaliança falou sobre o evento: “A pecuária cada vez mais requer manejo racional. Por isso, esse conteúdo foi passado para os colaboradores dos nossos cooperados. Tudo interfere na qualidade final da carne”.
Reunião técnica
Nozes pecã
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Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a empresa Viveiros Pitol, promoveu no dia 7 de maio, na sede da entidade, um encontro com os produtores rurais que cultivam nozes pecã em suas propriedades. A reunião sanou dúvidas dos produtores em relação à cultura, abordando temas como cuidados no plantio e pós-plantio; manejo de pragas e doenças; e poda de formação.“O pedido foi uma demanda dos próprios produtores, associados ao Sindicato Rural. A Pitol tem por praxe visitar os pomares nas regiões que estão cultivando a pecã e também temos optado por encontros regionais em grupos, pois é bem mais prático. A dúvida de um produtor, muitas vezes é a mesma do outro”, observou o engenheiro agrônomo da Pitol, Julio Cesar F. Medeiros.
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Manejo Medeiros destaca que o clima da região de Guarapuava é bastante propício à produção de pecã, pois a cultura pede um clima temperado, com característica mais fria e boa ocorrência de chuvas. “Os produtores dessa região não precisam se preocupar com o clima, pois é o ideal para cultivar a pecã. As orientações primárias ficam em torno da escolha do local, já que é preciso ter um solo
Produtores rurais que já cultivam a pecã compareceram para sanar dúvidas
profundo e bem drenado e ainda, saber escolher as mudas, conhecer a origem delas, os materiais genéticos que elas foram feitas”, alerta. Em relação ao manejo, o engenheiro agrônomo cita alguns cuidados. Um deles é a chamada capina de coroamento, a limpeza ao redor da muda, seja ela manual, com herbicidas ou cobertura morta. “Outro ponto que merece atenção, principalmente nos primeiros anos é o controle de formigas, a principal
praga da nogueira pecã. Plantas de até dois anos são muito sensíveis às formigas e podem morrer de forma rápida”, orienta. Quanto ao controle de doenças, Medeiros observa que deve ser feito somente a partir do quarto ano, no início do período de produção. “O controle deve ser feito preventivamente, no início da Primavera até o Verão, realizando de três a quatro aplicações”. O agrônomo atenta também à questão da adubação. “Após a correção de solo, antes de plantar as árvores, não estamos recomendando que seja feita outra adubação. Isso porque a região sul já tem um solo adequado para a pecã. O excesso de adubação pode atrapalhar, porque a árvore cresce muito e os galhos podem lascar, com isso, acarretando a perda dos frutos”. Medeiros também falou sobra a associação da nogueira pecã com outras atividades do setor rural. “A nogueira pecã pode ser associada a várias outras atividades. Com a pecuária, por exemplo, ela é ótima, tanto com bovinos, ovinos e até mesmo suínos. Além da árvore ceder o sombreamento que a atividade precisa, proporcionando um pasto bonito, ela é mais uma fonte de renda (venda das nozes)”. Ele ainda mostrou áreas de lavouras anuais com a nogueira, com a erva-mate e também indicou a pecã como alternativa de cultivo em áreas de Reserva Legal. “Neste caso, o ideal é que ela seja cultivada com plantas nativas de copa alta, como o ipê”.
Mercado em expansão Quanto à produtividade e lucratividade da pecã, Medeiros relatou um mercado valorizado e em expansão.
Atualmente, o preço do quilo de nozes chega a R$ 15,00. “Essa valorização aconteceu em 2005, quando a China começou a importar o produto. Até então, a nozes alcançava o preço de US$ 2.50. Hoje, a China já consome 40% da produção mundial de nozes pecã”. Segundo o agrônomo, a Indústria Pitol, sediada em Anta Gorda/RS, juntamente com o Viveiros Pitol, pára a produção por quatro meses no ano, devido à falta de nozes in natura para beneficiamento e comercialização.
Engenheiro agrônomo do Viveiros Pitol, Julio Cesar F. Medeiros
Nogueira pecã em Guarapuava Segundo o proprietário Luizinho Pitol, o Viveiros Pitol já comercializou mudas para mais de 50 produtores rurais de Guarapuava e região. Os pomares são recentes, de no máximo quatro anos, por isso ainda não há uma produção em grande escala. “São poucos os pomares que já deram algum fruto,
Luizinho Pitol, proprietário
porque a produção mesmo só começa a partir dos seis anos. Mas a expectativa para a região é muito boa, já que o clima é propício para a pecã”, observa. Os irmãos Marlon Fernando Siqueira e Fábio Siqueira, produtores de nozes pecã no distrito de Entre Rios, investiram nas mudas há pouco tempo, mas estão animados com a pecã. A propriedade tem 450 mudas em 12 hectares, em associação com lavouras de feijão e milho. A ideia é plantar ainda mais. “Temos um bom suporte do Pitol, sempre somos muito bem atendidos e também já visitamos a empresa em Anta Gorda”. No encontro em Guarapuava, os irmãos aproveitaram para esclarecer mais uma dúvida. “Algumas plantas tiveram uma rebrotação em baixo. Não sabíamos ao certo se substituíamos as plantas ou se podíamos deixá-las porque poderiam produzir no futuro. Agora sabemos que temos que substituir”.
Encomendas Para quem estiver interessado, as mudas de nogueira pecã podem ser encomendadas no Sindicato Rural de Guarapuava. A entrega é feita de junho a agosto deste ano.
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Treinamento CSA´s: atualizando informações em prol da sanidade animal no PR
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Treinamento no Sindicato Rural de Guarapuava Foto: Daiane Buava
ENAR e Adapar estão realizando treinamentos para que os membros de conselhos de sanidade animal do Paraná atualizem suas informações na plataforma do Sistema Informatizado de Registros das Atividades dos CSA´s, na internet. O objetivo é que governo, técnicos e produtores possam dispor de um quadro atual da composição dos conse- Scheuer: lhos e do andamento de suas informações atuais ações em prol da sanidade para pensar em dos rebanhos paranaenses. conjunto a sanidade Na região de Guarapuava, animal onde predominam plantéis de corte, os treinamentos aconteceram no início de maio: dia 6, na sede do Sindicato Rural, tendo sido convidados representantes dos CSA´s de Turvo, Prudentópolis, Pinhão e Candói. No dia 7, o treinamento ocorreu na extensão de base do sindicato em Cantagalo, para membros dos CSA´s daquele município e de Palmital. O treinamento foi realizado pelo veterinário e consultor do SENAR, Rogério Minella, e pelo engenheiro agrônomo Luiz Antônio Scheuer, fiscal da Defesa Agropecuária na unidade da Adapar em Ponta Grossa. Em entrevista, Scheuer detalhou que a meta é treinar no mínimo dois membros por CSA, que passarão a ter a missão de alimentar regularmente o sistema de informática. Os conselhos têm de relatar a composição de suas diretorias, o planejamento e o andamento de suas iniciativas. “Os CSA´s têm seus planos de ação, com metas para serem cumpridas”, acrescentou Scheuer. Ainda de acordo com ele, como o sistema também pode ser acessado por diversos órgãos do governo e entidades do setor rural, manter os dados atuais ajuda a proporcionar um panorama de tudo o que vem sendo implementado, pelos conselhos, em defesa da sanidade animal no Estado.
Treinamento na Extensão de base do sindicato em Cantagalo
Foto: Marcos Silva
Dia de Negócios Preços competitivos em peças, serviços e maquinários agrícolas
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4º Dia de Negócios Tratorcase foi realizado na Concessionária Autorizada Case IH, em Guarapuava, no dia 23 de maio. Durante todo o dia, cerca de 600 pessoas passaram pela concessionária para conferir os preços e condições especiais de peças e máquinas agrícolas. Mais de R$ 5 milhões, no dia, foram movimentados em compra de máquinas e peças e contratação de serviços. Peças e serviços foram ofertados com até 40% de desconto. Também foram fornecidas condições especiais em financiamentos e os bancos parceiros da Tratorcase estavam presentes, negociando formas especiais de pagamento. O evento - geralmente realizado em junho, foi antecipado esse ano para que os clientes pudessem aproveitar uma taxa de juros mais baixa, antes do reajuste previsto. “Hoje o mercado vive uma crise de credibilidade, mas eu entendo que não podemos parar de produzir. O Brasil não vai parar. Temos que continuar produzindo e produzindo bem, para que possamos ter uma rentabilidade melhor. É isso que o Brasil precisa
em todos os sentidos. Nós optamos por realizar mais um dia de negócios, mesmo em meio a essa realidade, porque estamos oferecendo máquinas que estão alinhadas com a necessidade do país. Acreditamos que elas contribuem com o agricultor, para ele possa produzir com uma rentabilidade maior, com custo menor e também realizar o trabalho com uma velocidade maior”, essa foi a resposta do diretor comercial da Tratorcase, Marcos Rogério Fertonani, quando questionado sobre o dia de negócios mesmo em meio as dificuldades econômicas que o Brasil está enfrentando. Além das ofertas, os clientes receberam informações sobre os produtos da Tratorcase. Durante a tarde, funcionários da empresa realizaram pequenas palestras sobre máquinas e peças. “Foram comentários sobre os produtos e máquinas que nós oferecemos, para que as pessoas pudessem entender melhor aquilo que estão comprando. O objetivo é que eles comprem o produto certo para sua máquina e a máquina certa para sua realidade. Porque às vezes o cliente vai pela propaganda e acaba comprando algo que não atende seu objetivo”.
Equipe Tratorcase Além de ter sido um dia para negociar, também foi um dia de confraternizar. O evento contou com uma programação especial para toda a família, incluindo café-da-manhã, almoço, café da tarde, apresentação de dupla sertaneja, sorteio de brindes e brinquedos para as crianças. “Agradecemos a presença dos produtores da região e também a participação dos representantes da fábrica da Case IH, como forma de reconhecimento da importância da região de Guarapuava”, finaliza André Luiz Savoldi, gerente da Concessionária de Guarapuava.
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Equinos
3º Crioulaço cultiva a tradição do laço e da raça Crioula
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paixão não se é explicada, mas sim sentida. É assim que se pode traduzir a tradição de laçar, que continua viva, mesmo em uma época que a palavra da vez é modernidade. O que há de moderno em laçar? Nada. Mas existe a paixão e a tradição. Esse é um dos motivos que provas de laço ainda reúnem muitas pessoas e obtém sucesso. Foi o caso do 3º Crioulaço e Laço Crioulo, promovido dos dias 15 a 17 de maio, pelo Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo de Guarapuava (NCCCG), juntamente com as Cabanhas Atalaia, Ilha Velha, Cabreúva e Júquia. Durante três dias, 46 duplas de laçadores de Guarapuava, outras cidades e estados se reuniram no Parque de Rodeios do CTG Fogo de Chão – Guarapuava para cultivarem uma de suas paixões. E para isso, a família toda participa, até mesmo os pequenos, que desde crianças já cavalgam e assistem seus pais laçarem.
Rayan Barbosa, vencedor das provas do Bolão da Raça Crioula, Laço Crioulo e do Laço Oficial da ABCCC e Sérgio Teixeira
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“Durante os três dias de evento contamos com a presença de cerca de 200 animais, todos da raça crioula. O evento superou as expectativas. No Crioulaço contamos com 46 duplas, onde 15 duplas se habilitaram para a final do evento, que ocorre em 2016, em Esteio -RS. No Laço Criador, quatro conjuntos se classificaram. A cada ano a prova está tomando mais força, visto que houve um número maior de participantes. A qualidade dos conjuntos também só vem crescendo. Outro ponto que podemos destacar é a qualidade do gado, que contribuiu para o desempenhos dos laçadores”, destaca o presidente do NCCCG, Heiko Egles. Egles ressalta ainda que o objetivo deste evento é fomentar as provas de laço e também a raça crioula. “Em especial, a raça crioula na região de Guarapuava, atrair novos públicos e fortalecer os laços de amizade entre os simpatizantes e admiradores do cavalo crioulo. O Crioulaço é um evento importante na região porque, além de divulgar o cavalo e a raça crioula, promove os criatórios de Guarapuava”, conta. Rayan Ribas Barbosa sempre participa de eventos como esse. Ele é um dos apaixonados pelo laço. Do Crioulaço, participou desde o primeiro. Desta vez, ele foi campeão em três provas: Bolão do Laço Crioulo, Força do Laço Crioulo e Laço Oficial da ABCCC e se sentiu orgulhoso. “O Crioulaço vem dando muito certo. É um evento que se destaca pela organização, pontualidade e qualidade das provas. Foi muito bom ganhar três prêmios, mas foi emocionante ganhar
Organizadores do evento: Heiko Egles, Josinei Machado (juiz), Sérgio Teixeira, Romeu Koch (técnico ABCCC), Paulo Cunha e Paulo Pacheco
Rayan Barbosa e seu pai Francisco Barbosa, recebendo prêmio de Felipe Bine (ao meio) em dupla com meu pai (Francisco Barbosa) a prova do Laço Oficial da ABCCC. Começamos em 47 duplas e ganhamos limpo, em primeiro lugar. Não tem explicação o que senti no momento”. O Sindicato Rural de Guarapuava e a Agrohaus Agrícola e Veterinária apoiaram o evento. Confira o resultado completo no site http://cavalocrioulo.org.br
Silvicultura Praga da floresta de pinus vespa da madeira (Sirex noctilio) Alex Sandro Schiavini Eng. Agr. Fiscal GSV/ADAPAR Rosmari Fátima De Ré Eng. Agr. GSV/ADAPAR
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Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, atua junto ao produtor rural visando o atendimento da Resolução Estadual nº 115 de 26/08/2009 que dispõe sobre a obrigatoriedade de adoção de medidas sanitárias para o controle de pragas quarentenárias nos cultivos florestais no Estado do Paraná. Nesta resolução consta a obrigatoriedade do cadastramento de áreas de pinus junto a ADAPAR e a necessidade de áreas acima de 5 hectares, com idade superior a 7 anos, realizar o monitoramento e controle da praga vespa da madeira (Sirex noctilio), utilizando instalações de árvores armadilhas anualmente ou efetuar amostragem sequencial, com fins de identificar a praga. A vespa da madeira é a principal praga do pinus no Brasil. Ela foi constatada no país em 1988, no estado do Rio Grande do Sul. Em 1993 chegou ao Paraná, sendo que em 2005 foi encontrada em São Paulo e 2006 em Minas Gerais, causando um grande prejuízo econômico ao setor madeireiro. A fêmea da vespa da madeira, ao efetuar a postura, coloca no interior da árvore de pinus, juntamente com seus ovos, um muco fitotóxico e esporos de um fungo. O muco altera os processos
fisiológicos da planta, afetando sua capacidade de defesa, enquanto o fungo fecha os vasos de condução da seiva, causando assim a morte lenta da planta. Os ovos introduzidos pela vespa nas árvores de pinus dão origem às larvas que, ao se alimentarem do fungo e da madeira, constroem galerias no interior da mesma, afetando sua qualidade e valor comercial. Em ataques severos pode-se observar a perda de até 60% da floresta. Quando a floresta está sob ataque da praga, alguns sintomas são observados como clorose nas acículas, respingo de resinas na casca, galerias no interior da madeira, manchas azuladas causadas por fungos oportunistas e orifícios de emergência. A prevenção é importante para dificultar entrada da praga na floresta e pode ser feita mediante vigilância e tratos culturais como: − O desbaste nas épocas adequadas para evitar a ocorrência de plantas estressadas que são atrativas a praga; − Remover do povoamento árvores mortas, dominadas, bifurcadas, doentes, danificadas e restos de podas; − Tomar medidas de controle de incêndios; − Intensificar o manejo da floresta em áreas com solos rasos, pedregosos e úmidos, entre outros tratos culturais ajudam a manter a vespa longe. Para identificar a presença e efetuar o monitoramento da praga na floresta usa-se atrair a vespa para árvores ar-
madilhas. Como a vespa normalmente põe seus ovos primeiramente nas árvores estressadas (doentes), então instala-se as armadilhas em um período entre agosto a setembro, onde escolhe-se algumas árvores na floresta de pinus, faz-se um entalhe (fenda) no troco e aplica-se um herbicida para provocar esse estressamento, tornando-as atrativas ao inseto. De março a maio do ano seguinte faz-se a vistoria na área observando sinais característicos da praga. Caso seja constatada a presença, efetua-se a aplicação de um nematóide. Esse é principal método de controle no país, onde utiliza-se aplicar nas árvores atacadas doses do nematóides Deladenus siricidicula. Este microverme se locomove dentro dos vasos das árvores de pinos e penetram nas larvas da vespas da madeira, causando esterilização das fêmeas. Assim, há uma diminuição da população da praga nas florestas em poucos anos. Mais informações nas Unidades Regionais da ADAPAR, junto aos Fiscais Agropecuários da GSV. Para região de Guarapuava –ADAPAR – Rua Vicente Machado, 1827, Centro, Guarapuava, Paraná, CEP 85010-260, Fone: (42) 3303 2118. O não atendimento da referida Resolução, está sujeito as disposições do art 9º da Lei Estadual 11.200/95 e 60 do Regulamento Decreto Estadual nº 3.287/97, sem prejuízos da responsabilidade civil e criminal.
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Pitanga
Granja de suínos, em Pitanga (PR), apostando em genética e racionalização, conquistou mercado em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná
Empreendendo na suinocultura Trajetória de suinocultor mostra que conhecimento e planejamento ajudam a realizar o sonho de empreender um negócio próprio
A Dirceu e Alessandra: casal divide tarefas para somar esforços
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prender para vencer. Este é o lema de um produtor rural gaúcho que encontrou no Paraná caminhos que, para ele, significaram uma transformação não só de seu trabalho, mas de sua vida. Se, para muitos, realizar sonhos parece algo muito distante, para este suinocultor, avançar é colher os frutos de manter suas certezas. Certeza do foco. Certeza de que o conhecimento viabiliza os negócios. Certeza de ter a seu lado o apoio indispensável da esposa e dos filhos. Quem visitar sua propriedade de alta genética suína, a Granja Diale, na localidade de Borboleta São Roque, em Pitanga (região central do PR), dificilmente
imaginará que o empresário rural Dirceu Sacon, por trás de seu sorriso descontraído, vem de uma trajetória que começou, há vários anos, de um modesto ponto de partida, muito longe de onde, hoje, ele e sua família chegaram. Sua história de consolidação pessoal no segmento colocou Sacon entre os palestrantes do evento INFO 360, ocorrido em Florianópolis (SC), em setembro de 2014, com o objetivo de apresentar e debater conceitos e gestão em suinocultura. Rememorando sua caminhada, o suinocultor contou que veio para Pitanga com seus pais – eles, produtores rurais (cultivando soja e milho) em Ronda Alta (RS), haviam buscado terras
paranaenses, em 1986, para expandir a produção. Mais tarde, em 1993, Sacon cursou Técnico em Agropecuária, em Rio Negro (SC). A capacitação lhe daria a convicção da importância do saber técnico. Durante o ano de 1994, trabalhou numa propriedade de suinocultura em Pitanga. No ano seguinte, começou numa empresa, como extensionista, função que desempenhou durante cinco anos. Em 1999, veio a oportunidade de passar de funcionário a gerente, em outra granja, também no município. Foram oito anos, agora adquirindo cada vez mais experiência. Com a segurança deste conhecimento, ele deu um passo adiante: arrendou uma propriedade de suinocultura em Pinhão (centro-sul do PR), onde trabalhou durante cinco anos. De lá, vieram os recursos para o seu próprio empreendimento, a Granja Diale, que foi construída em 2010 e entrou em funcionamento em 2011.
cou recursos junto a um banco. Hoje, comemora o fato de que a propriedade, em parceria com uma empresa de genética suína, tornou-se viável. “A granja já está bem estabilizada”, comentou. De acordo com o suinocultor, o foco de seu negócio é o fornecimento de matrizes de alta genética para outras propriedades que têm produção de suínos. Com mais de 2 mil metros quadrados (toda em pedra ardósia, o que agilizou a construção) e dimensionada para 260 matrizes, a Granja Diale, destacou Sacon, é uma unidade de melhoria da empresa parceira em genética. Por isso, completou, ao lado do padrão genético, sanidade é palavra de ordem. Para adentrar o espaço dos suínos, totalmente cercado e isolado do escritório, da residência e de outros setores, é necessário cumprir, entre outros protocolos, o de passar por uma ducha e utilizar o uniforme da propriedade (in-
Instalação produz ração no local com milho cultivado na propriedade eles leitoas adaptadas para a cobertura, com mais peso. Sobre a rentabilidade, Sacon pondera que trabalha num mercado diferenciado: “Numa época de crise, você sai um pouco prejudicado, porque normalmente o produtor para com a reposição. Então, fêmeas que seriam destinadas à genética acabam indo para o abate. Mas numa média, a atividade recompensa, porque traz um adicional por matriz – e o custo (das matrizes para genética) praticamente não varia, é como se fosse (o das fêmeas) para o abate”. Entre
Gás de biodigestor movimenta gerador: eletricidade para aquecimento de estufas e distribuição de ração nas baias Estruturar o negócio exigiu foco, reflexão, planejamento e disposição. Sacon ressaltou que, como já trabalhava com genética de qualidade na granja arrendada, sabia do potencial e dos resultados que poderiam ser alcançados. De lá, ele trouxe gradativamente animais para povoar seu próprio negócio, o que aconteceu num espaço em torno de seis meses. Para a infraestrutura, bus-
A gente tem o dever de saber quanto custa cada quilo”
clusive os calçados). O objetivo das medidas é obter tudo o que é desejável em um suíno, tanto para o produtor quanto para o consumidor: sanidade, rusticidade do animal, aptidão materna, ganho de peso e qualidade de carne. Na comercialização, a propriedade fornece animais que Sacon estima acima de 90 a 100 quilos. Provando que demanda para produto de qualidade não tem fronteira, a granja, nos anos de 2013 e 2014, encontrou espaço para 80% das matrizes na Bahia. “Hoje, nossos mercados estão em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e, principalmente, o centro-oeste do Paraná, em Toledo, Marechal Cândido Rondon e São Miguel do Iguaçu”, relatou. Em sintonia com aqueles clientes paranaenses, o suinocultor observou que tem destinado a
altos e baixos dos preços, assinalou, a propriedade vem obtendo uma lucratividade que permite seguir investindo em sua própria estrutura. O suinocultor sublinha que racionalização da gestão e das operações é uma das chaves para que isso seja possível. Para obter as matrizes que comercializa, a granja utiliza um sistema cíclico de trabalho de três semanas. “A cada 21 dias, temos em torno de 40 fêmeas cobertas”, explicou. Incluindo um percentual de descarte de fêmeas de aproximadamente 30%, o restante do plantel, cerca de 60% a 70% da produção total, continua num ciclo completo, com engorda e destinação ao abate – o que significa mais uma fonte de receitas. Tarefas foram divididas: o produtor se volta para a rotina Revista do Produtor Rural do Paraná
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Dejetos: bombeamento para fertirrigar milho e área de pastagem para criação comercial de bovinos da granja, a comercialização e a produção de milho (na propriedade), que é a base para a alimentação dos suínos; a esposa, Alessandra Bonina Pereira Sacon, na maior parte do tempo, cuida da parte burocrática, no escritório, ajudando também no manejo. Um técnico se responsabiliza pela formulação da ração. A campo, a propriedade foi es-
truturada para que uma atividade colabore com outra, otimizando esforço e gerando economia financeira: os dejetos dos animais vão para um biodigestor. A instalação produz gás e o combustível por sua vez alimenta um gerador de eletricidade para toda a parte de produção: a iluminação, o silo de armazenagem de milho, o equipamento de produção de ração, o aquecimento interno das estufas que abrigam leitões recém-
nascidos e o sistema de distribuição canalizada do alimento nas baias. Parte dos dejetos que segue para um tanque também gera gás, que alimenta outro motor; o equipamento, que tem uma bomba acoplada, direciona o material, por canalização, para fertirrigação na lavoura de milho e numa área de pastagem. Com isso, destacou Sacon, tem sido possível manter uma criação comercial de bovinos, como as novilhas que agora ocupam o local – outra fonte de receitas. Resumindo seu empreendimento, que gera seis empregos diretos, O suinocultor enfatiza que a base de tudo é gostar da atividade: “É um trabalho que exige bastante, 24 horas por dia, todo dia, você tem de estar 100% focado”. Conhecimento é outro item indispensável: “A gente tem o dever se saber quanto custa cada quilo”, concluiu.
O Sindicato Rural de Pitanga encerrou o primeiro semestre fazendo um balanço positivo das atividades. De janeiro a maio, o movimento médio diário ficou em torno de 40 produtores, que buscaram os mais diversos tipos de atendimento, como CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural), contratos de arrendamento e questões ligadas à previdência social rural. No assessoramento à folha de pagamento de empregadores rurais, o to-
Presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Carlos Zampier
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tal de produtores atendidos girou em torno de 180, com aproximadamente 350 empregados registrados. Para o Pronaf, através das Cartas de Aptidão, o sindicato realizou em torno de 200 atendimentos, beneficiando produtores rurais com áreas de até 80 hectares. No atendimento para o Imposto de Renda 2015, ocorrido entre março e abril, foram em 210 declarações. Para o ITR 2015, a diretoria do Sindicato Rural de Pitanga lembra aos produtores que é preciso ficar atento: as declarações deverão ser feitas entre a segunda quinzena de agosto e o mês de setembro – datas exatas ainda serão divulgadas. Em 2014, o sindicato preencheu cerca de 2.800 declarações. Um novo serviço também passou a ser realizado, com a orientação para o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Até o dia 19 de maio, haviam sido feitos em torno de 60 cadastros. Na segunda quinzena daquele mês, para maior comodidade para o produtor, teve início o
Foto: Área rural em Pitanga/Revista do Produtor Rural/Arquivo)
Sindicato Rural de Pitanga Foco no fortalecimento da produção rural Sindicato Rural de Pitanga orienta produtores no preenchimento do CAR, identificando na propriedade áreas de produção e natureza
agendamento para preenchimento do CAR. A mobilização de produtores para participação em cursos do SENAR também registrou no primeiro semestre um bom resultado. Em Pitanga e nas extensões de base de Santa Maria do Oeste, Boa Ventura de São Roque, Mato Rico e Nova Tebas, ocorreram mais de 80 cursos. O sindicato também realizou uma ação de apoio à Casa Familiar Rural de Pitanga: a doação dos computadores da sala de informática da entidade. Para o segundo semestre, a meta é prosseguir com o compromisso de representar os produtores de Pitanga e região; e continuar oferecendo a eles serviços de qualidade.
bulb o | d e s ign e s t r at égic o
Antes dA produção vem A pesquisA Essa ano, segundo a CONAB, a estimativa de produção de grãos para 2014/15 é de 202,23 milhões de toneladas. Toda essa alta produtividade e a qualidade do que se colhe se deve antes de tudo a pesquisa científica. Órgãos públicos e privados e as Universidades desenvolvem todo ano pesquisas que dão os rumos do futuro da Agricultura. Engenheiros Agrônomos e outros profissionais dedicam horas de estudo para tornar solos mais férteis, plantas mais resistentes e áreas mais produtivas. A cada ano novas boas ideias surgem, porém muitas vezes dentro de um âmbito restrito da universidade ou de laboratórios. Com o intento de incentivar e apoiar acadêmicos a participar de pesquisas científicas, desenvolver a ciência agronômica e aproximar a pesquisa do mercado foi criada a Bolsa AEAGRO de Iniciação Científica. O projeto consiste de duas bolsas semestrais concedidas a estudantes dos cursos de Agronomia da Unicentro e Campo Real, para que com seus professores, desenvolvam projetos dentro das áreas de : Fitotecnia – Grandes Culturas; e Manejo e Conservação de Solos. Os projetos serão selecionados e avaliados por uma comissão de Engenheiros Agrônomos atuantes nas áreas: de pesquisa, assistência técnica e produtiva. Essa inciativa é uma parceria entre AEAGRO, universidades e 3 associados patrocinadores : Eng. Agrônomo Noboru Yabuki, Eng. Agrônomo Mamoru José Honma, Eng. Agrônomo Oscar Nobuhiko Suzuki. A AEAGRO existe para que os Engenheiros Agrônomos, em todas as suas frentes de atuação, sejam valorizados, reconhecidos e requisitados. Seguindo o ideal de que: A consciência é o início de toda transformação.
Profissional: valorize a AEAGRO, use o código 386 | Produtor rural: solicite ART do Engenheiro Agrônomo responsável
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Fazendas Hist贸ricas
Cantagalinho:
lugar de amizades campeiras
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Fazenda Cantagalinho, em meados dos anos 1960
ara um olhar atento, percorrer os cerca de 18 quilômetros da estrada que leva da cidade de Cantagalo à Fazenda Cantagalinho, através de uma das regiões mais bonitas daquele município, marcada por serras e campos, é descobrir naquelas paragens do centro-oeste paranaense a atmosfera de um estilo de vida totalmente distante do cotidiano urbano atual – e o mais surpreendente: nem tão longe assim dos dias de hoje. Em sua sede, originalmente construída em madeira e que, após décadas, teve de ser reformada, dando lugar a uma moradia em alvenaria, a propriedade, uma das tradicionais fazendas da região, abriga lembranças que agora parecem apenas enredos de romances antigos: cavaleiros passando pela estrada, a engorda de porcos no campo, o trabalho incessante na cozinha, as noites de conversa em família, as festas que a cada mês aconteciam ali e nas fazendas vizinhas, num encontro permanente de parentes e amigos. O que neste início de século XXI pode soar como uma realidade descrita com cores excessivamente vibrantes, é, de acordo com a proprietária, Odete Borges de Liz Souza, e sua irmã, Maria Ivete de Liz Medeiros, um longo tempo de alegrias que, sim, garantem, existiu! E deixou saudade. Num mundo onde a agitação nem sempre abre espaço para
P
Sede da fazenda, em 1969, com cedro na frente da casa, tido como árvore protetora
recordações amenas, as duas irmãs, com um sorriso constante, e um olhar um pouco nostálgico, poderiam conversar um dia inteiro, rememorando como foi e continua sendo bom viver. Foi assim, com este jeito simples de quem se alegra em prosear, que elas receberam a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL, em duas entrevistas, dias 1º e 9 de junho, para relatar um pouco da história recente do lugar mais importante de suas memórias afetivas. Com a juventude preservada por seu senso de humor, as duas produtoras rurais mostraram que, para ambas, mais do que as datas e os nomes da trajetória da propriedade, o mais importante na preservação da tradição da família é conservar o espírito de uma época: um período compreendido aproximadamente entre os anos 1940 e 1970. É o espírito daqueles tempos da fazenda que elas buscam transmistir como legado a filhos e netos. Alguns já demonstraram
gosto em seguir aquele caminho. Neles, as duas irmãs depositam sua esperança de ver prosseguir a tradição. De acordo com Odete, a família, natural de Curitibanos, em Santa Catarina, decidiu mudar-se para o Paraná na década de 1940. O casal Dário e Herondina vieram com três dos cinco filhos: Celson, Nelson e ela (os irmãos Wilson e Maria Ivete já nasceriam na fazenda paranaense). A ideia era buscar, na região de Guarapuava, a possibilidade de adquirir mais terras e expandir as atividades na pecuária. O lugar escolhido foi a região em que se encontra a propriedade. “Meu pai foi melhorando de vida, vendeu as coisas que tinha em Santa Catarina, o terreno dele e da minha mãe, e comprou ‘pedaços’ (de terra) até formar uma fazenda grande”, recordou Odete. O esforço foi recompensando, com a propriedade chegando a alcançar uma área em torno de 1.800 alqueires, mais tarde desmembrados. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Móveis de mais de 70 anos ainda podem ser vistos na sala
Dário Borges de Liz, que iniciou a história da família na fazenda Os recursos para este avanço vieram dos negócios com suínos: compra, engorda e revenda. Lado a lado, pai e filhos, com auxílio de um caminhão, tinham em Ponta Grossa um mercado importante, onde adquiriam os animais. A cidade, hoje entre as principais do Estado, tinha em sua entrada um aspecto muito diferente do atual. “Ali, tudo eram mangueiras”, relembraram. Depois de cerca de 50 dias, os suínos já estavam com peso para ser revendidos a outros fazendeiros região. Para os reprodutores, completaram, o pai, já atento à necessidade de boa genética, recorria a uma raça que, conforme relatam algumas fontes, começou a ser importada para o Brasil em meados da década de 1950: os porcos Duroc, de pelo avermelhado, que têm por característica uma carne magra (sem marmoreio) e pouca camada de gordura. Para buscá-los, Dário e os filhos iam por vezes a propriedades em
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Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul (nesse meio tempo, a região em que se situa a fazenda veria novas reorganizações territoriais do Paraná: em 14 de novembro de 1951, pela Lei Estadual nº 790, foi criado o Distrito Administrativo de Cantagalo, com seu território pertencendo ao Município de Guarapuava). Nesta mesma época, a criação de gado de corte completava as atividades. Por volta de 1965, a opção era pelos bovinos nelore e caracu. Criação extensiva, seguindo a antiga tradição estabelecida muito antes, com as primeiras propriedades que surgiram em Guarapuava e região. Gado no pasto: então pensacola, coloninho e colonião. O milho grande era colhido para a alimentação da família. O pequeno, deixado para os animais. E no inverno se conduzia o gado para as áreas de capoeira ou mata, onde suportava um pouco melhor as baixas temperaturas características da estação. Odete assinalou que os bovinos sofriam
“Banheira” para aplicar medicamentos no gado
Odete a mãe Herondina: fazenda chegou a criar búfalos ou até pereciam devido ao frio. Por isso, ao contrário do que acontece hoje em dia, na época, fazendas com mais matas eram mais valorizadas, por oferecerem abrigo aos plantéis. Já para tratar os bovinos, com remédios, se recorria a uma solução agora pouco conhecida: um tanque dentro do barracão principal da propriedade, construído em agosto de 1964. Por um corredor, os animais eram conduzidos até aquela espécie de “piscina”, para caírem numa água contendo os medicamentos, saindo do local por uma escada. Hoje uma espécie de “museu”, o barracão conta também de outras cenas da Fazenda Cantagalinho no século XX. Discreta, encrustada em uma das paredes de entrada do tanque, encontra-se, há cerca de 50 anos, uma capelinha. Nela, uma pequena imagem de São Sebastião. Reflexo da fé de Dário, que, segundo sua filha, era devoto fervoroso do santo. A balança de gado, ainda utilizada no local, foi por longa data a única nas proximidades: “Vinha gente de longe pesar o gado aqui”, rememorou Odete. Ainda no barracão, encontram-se outras duas peças antigas: um moedor de quirera e um debulhador de milho, cuja fabricação as proprietárias e seus funcionários estimam cerca de 100 anos. Já em meados dos anos 1970, a família implantava uma novidade: a criação de búfalos. E não era só trabalho de homem. Odete recorda que as mulheres também ajudavam, alimentando os bezerros com leite servido numa bacia. Para a jovem que ela era então, o
Balança: durante vários anos, a única da localidade mais importante – enfatizou – é que, enquanto a propriedade progredia, crescia também o círculo de amizades de seus pais. A Fazenda Cantagalinho tornavase, mais e mais, um ponto de encontro de personagens característicos da vida rural daqueles tempos, palco de cenas típicas de uma identidade campeira. O brilho daquela atmosfera, Odete e Maria Ivete atribuem à personalidade descontraída do pai, a imagem do fazendeiro bom de laço, de sorriso fácil, que gostava de pessoas e que, diante dos problemas,
buscava não se estressar além da conta. Ilustrando aquela atitude, as duas irmãs recordam dele uma frase célebre, às vezes dita à noite, e que ainda hoje serve de referência em suas vidas: “Aqui não é escritório de ninguém. Amanhã eu resolvo isso” – uma afirmação dentro da filosofia de que basta a cada dia a sua preocupação. No auge desta época, relatou Odete, ao lado do trabalho no campo, a fazenda passou a ser um ponto de apoio para viajantes que por ali passavam a cavalo, nos caminhos que levam a Cantagalo ou Goioxim. Local para refeição. A qualquer hora. Para isso, na cozinha, a comida era mantida aquecida o dia todo, no fogão à lenha. No galpão, se preciso fosse, os cavaleiros podiam até pernoitar, em cama de colchão de palha. E por vezes, era recebida ainda outra presença, solene: Dom Frederico Helmel, primeiro bispo de Guarapuava, que vinha para a celebração de missa. Outro momento sempre marcante na propriedade que chegou a ter 17 empregados residindo por lá, com suas famílias, ficava por conta das festas. O dono da Fazenda Cantagalinho, com 11 vizinhos de propriedades próximas, se revezavam, com cada um assumindo, a cada mês, a tarefa de sediar as confraternizações e doar um boi para as memoráveis churrascadas. Esta inclinação tradicionalista, conforme destacou Odete, marcaria o cotidiano da família não só no campo, naquela época, mas o estilo de vida dela mesma e da irmã, nos anos que se seguiriam. O pai, relembrou, se em
Cristine e seu sobrinho Márcio: novas gerações voltadas ao campo Guarapuava chegou a ser presidente da Câmara Municipal e vice prefeito, foi também um dos primeiros patrões do CTG Fogo de Chão; Maria Ivete destacou-se como Rainha das Cavalhadas de Guarapuava em 1968. Considerada “mais fazendeira”, mais afeita à lida do campo, é ela quem até hoje leva o bastão de cuidar do gado na propriedade. “Ela entende mais, porque quando era criança saía mais com meu pai, para tratar dos animais, enquanto eu ficava com a minha mãe”, explicou Odete. Na década de 1980, novas mudanças administrativas ocorreram na região em que situa-se a propriedade. Pela Lei Estadual nº 7.575, de 12 de maio de 1982, o Distrito de Cantagalo foi elevado à categoria de município, com seu território sendo desmembrado de Guarapuava. Hoje, as duas irmãs se tornaram, na família, as guardiãs da memória (com vasto acervo de fotos) e as incentivadoras do futuro da tradição que receberam. Mães e avós, morando há anos em Guarapuava, elas visitam a fazenda uma vez por mês, quando permanecem du-
Debulhador de milho, cuja fabricação é estimada em 100 anos
Moedor de quirera
Maria Ivete e Odete: alegria de preservar estilo de vida campeiro Revista do Produtor Rural do Paraná
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Paisagem bucólica: lago em recanto da fazenda rante alguns dias para as providências de rotina. Momento de reencontro com ajudantes considerados como parentes: o caseiro, João Maria dos Santos, chamado carinhosamente de “Tio Jango”, e o gaúcho de Cruz Alta, José Antônio Kemerick da Silva, que comparece sempre que é preciso ajudar na lida com o gado. A cordialidade não é um acaso. As duas produtoras dizem fazer questão de manter o mesmo clima de amizade que existia antigamente, na fazenda, entre empregados e patrões. E se filhos e netos seguiram outras profissões, alguns membros das novas gerações dão esperança de que se veja prosseguir o estilo rural original da família. Odete menciona, com alegria, que a neta Beatriz demonstra gosto pelo campo. A jovem, mesmo em Curitiba, onde faz o último ano de Medicina, já tem sua própria marca para identificação do gado, um “B”, assim como a filha de Maria Ivete, Cristine Mildrid, que se tornou ortopedista mas, na fazenda, tem a marca “CM” – símbolos que juntam ao “H”, da mãe Herondina, e ao “51”, do pai Dário, nos ferros de marcar guardados até hoje como relíquias. Também o neto, Márcio Porfírio de Souza, de 25 anos, é motivo de orgu-
lho: ele, que desde criança demonstrou apreço pela vida no campo, seguiu a tradição da família. Hoje casado, residindo em Pitanga (região central do PR), o jovem e sua esposa Daniele cuidam da propriedade que possuem naquele município. Mas ainda hoje, Márcio vai à Fazenda Cantagalinho dar uma mão à avó no manejo do gado, quando é preciso. “Tomei gosto por fazenda quando ia com minha bisavó ajudar na criação de búfalos”, recordou. Ele acrescentou que aprecia tanto da vida rural que, há cerca de três anos, se mudou da cidade para a propriedade. “Gosto de morar no sítio, escutar o gado berrando, tomar chimarrão na varanda”, comentou. E na melhor tradição campeira, ali é ele mesmo quem faz todo o manejo dos animais, incluindo a vacinação. Também entre os membros mais jovens da família, a filha de Maria Ivete, Cristine, herdou, como Márcio, a inclinação pelo campo. Ela, conforme contou sua mãe, mesmo com uma profissão urbana, participa com alegria de provas equestres, como as de tambor, onde tem comprovado desenvoltura e habilidade. Maria Ivete observa que agora muitos jovens não têm ideia do que era a vida rural de outros tempos: “Nossa mãe
Nas marcas para gado, as iniciais de três gerações
José Antônio Kemerick da Silva e João Maria dos Santos: ajudantes na fazenda
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O gosto doce do tempo
Pomar, na Fazenda Cantagalinho, é um dos muitos, em muitas antigas propriedades da região, a ilustrar o gosto doce de tempos mais antigos e largos. Sabor de laranja. Sabor de jabuticaba. Sabor esparramado pelo chão, ao acaso, sobre folhas de fim de outono, lembrando que a natureza dá mais do que a mão consegue colher. Sabor de pequenos mundos, de espaço amplo. Solidão, à espera de quem possa ali redescobrir que viver também é saborear a eternidade, feito criança, em tardes longas, que não acabam mais.
teve de vir para Guarapuava, comprar casa aqui, para por os filhos na escola”, comentou. Mas sublinhou que, apesar das dificuldades com estradas e a falta de infraestrutura, ficaram boas lembranças. Recordações de uma vida em que as novas gerações recebem e exercem talentos das gerações anteriores, levando adiante, fazendo crescer, um estilo de viver. Da mãe, por exemplo, que gostava de plantar árvores, de laranjeiras e jabuticabeiras às araucárias, Maria Ivete traz o gosto em cuidar também do pomar, em sua própria fazenda e na da irmã Odete. “Foi uma vida tão boa. Se a gente não cuidar (da preservação da memória), tudo isso acaba e os filhos nem ficam sabendo de nada. Agradeço a Deus por termos passado esses bons tempos. Mas a gente sente, porque acha que foi pouco”, resumiu.
Trigo Produtos Agrichem elevam em 12,5% a produtividade média de trigo em quatro estados Os produtos utilizados através de pulverização foram o Nitamin e o Supa S, responsáveis pelo fornecimento de nitrogênio e enxofre para as plantas
V
inte e cinco lavouras de trigo no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e em São Paulo elevaram a sua produtividade média de 48 para 54 sacas por hectare, um incremento de 12,5%. Os bons resultados devem-se ao uso de Nitamin e Supa S, a base de nitrogênio e enxofre,
que foram pulverizados nas áreas na safra 2014 no período de pré-espigamento, que varia de acordo com o estado. Os produtos Nitamin e Supa S foram usados na dose de 10 e 1 litro ha-1 respectivamente, conforme determinado pelo departamento técnico da Agrichem após análise das necessidades do solo e da cultura. Entre os benefícios da utilização desses produtos está a lenta liberação, a
não corrosão de equipamentos, o baixíssimo risco a fitotoxidez, a não necessidade de operações mecanizadas extras, o baixo custo e a alta eficiência no fornecimento dos nutrientes em sua maior demanda. Na Figura 1 é possível visualizar todos os resultados de produtividade das vinte e cinco áreas, antes e depois da utilização dos produtos Agrichem.
Figura 1. Áreas piloto de monitoramento da produtividade da cultura do trigo entre manejos padrões dos produtores e uso da tecnologia Agrichem nos principais Estados produtores Brasileiros.
Revista do Produtor Rural do Paraná Distribuidor: Agropantanal 65
Apicultura
ABESUL: Colmeias sob medida para as abelhas
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onstruir instalações planejadas para a criação comercial de animais faz parte da produção rural. Mas e quando se trata de criar abelhas? Estes insetos, organizados por natureza, também precisariam de um espaço adequado para trabalhar? Quem responde afirmativamente a esta pergunta, e com entusiasmo, é Kassios Vinícius Borcath, gerente comercial da ABESUL. Marcenaria situada em Prudentópolis (BR 373, Nº 255 - PR), a empresa determinou seu nicho de mercado no planejamento e construção de caixas de madeira voltadas à apicultura para a produção comercial de mel, especificamente com abelhas Apis. Borcath afirma que as caixas proporcionam às abelhas condições favoráveis às suas atividades – além de permitir facilidade para o produtor extrair o mel, graças aos caixilhos removíveis. Para ele, reflexo do reconhecimento do produto é o espaço que
Kássios Vinícius Borcath (ABESUL) e Robert Reinhofer (produtor rural)
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a marcenaria encontrou em mercados de outras regiões. “A caixa é do modelo Langstroth, desenvolvido por um padre”, detalhou o gerente da ABESUL, referindo-se ao religioso americano Lorenzo Lorraine Langstroth, que viveu no século XIX e se dedicou também a estudar a apicultura. Mas de acordo com Borcath, em nível local, o diferencial do produto fabricado pela ABESUL é a qualidade de sua manufatura, da madeira ao acabamento: a espessura de algumas peças que formam a caixa foi aumentada, como na moldura dos caixilhos, para conferir maior resistência. “O que a gente quer é que o produtor não tenha que ficar se preocupando com manutenção”, destacou. Outra característica para uma boa produção, apontou o gerente da ABESUL, é que a fábrica leva em conta também o clima específico das várias regiões, adaptando seus produtos. Nas colmeias destinadas a Guarapuava e região, as placas de fundo são também mais espessas, visando amenizar o frio do inverno. Borcath defende que, independente do clima, assim como em outras atividades do campo, também a apicultura seja vista cada vez mais como uma atividade em que a técnica contribui para os resultados. De acordo com ele, uma condução mais criteriosa da produção deve considerar fatores como uma colmeia desenhada de acordo com o conhecimento do comportamento das abelhas, construída com esmero e manejada dentro das corretas técnicas. Lembrando que o mel é um produto nobre desde a antiguidade e que hoje o mercado se ampliou ainda
Caixa da ABESUL: esmero na manufatura para resistência no uso do dia-a-dia mais, com sua utilização na indústria de cosméticos e ramo alimentício, o gerente da ABESUL disse ver na apicultura comercial um negócio não só tecnicamente possível mais economicamente promissor. Exemplo disso, para ele, pode ser encontrado em outros Estados: atualmente um dos clientes da marcenaria é um estabelecimento de Governador Valadares (MG) que vende as colmeias fabricadas em Prudentópolis, no atacado, principalmente para o Nordeste, onde o segmento é mais forte.
Polinização e agricultura Borcath assinalou que, mesmo para quem não produz mel, a utilização de abelhas pode ser interessante, porque elas desempenham um papel importante na natureza: a polinização. Esta função, que ele considera cada vez mais esquecida, é a seu ver relevante não só para as plantas que vivem em florestas e outros locais de natureza selvagem, mas pode colaborar com a própria agricultura. Alguns produtores rurais, de acordo com o gerente da ABESUL, têm buscado o auxílio das abelhas para uma boa polinização de culturas como soja, canola, maçã e até para o nabo-forrageiro utilizado em cobertura de inverno. Numa propriedade de Guarapuava,
A Abesul utiliza o pinheiro Araucária angustifólia e madeira de reflorestamento na fabricação de caixas de abelha
situada no distrito de Entre Rios e dedicada a culturas de verão e inverno, a iniciativa de recorrer a caixas para abelhas teve ainda outro objetivo: amenizar a presença de enxames, próximos à sede da fazenda. Para isso, a decisão foi instalar, há cerca de dois anos, quatro colmeias ao lado de uma área de lavoura. A ideia “está funcionando”, conforme contou o produtor e cliente da ABESUL, Roberto Reinhofer. Recordando também a ação de polinização, ele avaliou que o número de colmeias é pequeno e que não tem como medir a dimensão do benefício naquela área específica. Mas disse acreditar que, em alguma medida, as abelhas possam estar ajudando as plantas das culturas situadas perto das caixas. Por este motivo, completou, já pensa em aumentar o número de colmeias no local. Responsável pelo manejo das abelhas, um dos funcionários da fazenda, Bruno Henrique Dubski Rocha, disse que o trabalho é simples. Uma das ati-
vidades importantes é proporcionar as condições para que elas sigam produzindo e habitando as caixas. “A cada 15 dias, você tem de tirar um casulo, que tem a rainha. Se a rainha sair, leva metade da família embora e enfraquece a colmeia”, explicou. Com o conhecimento que traz de parentes, produtores de mel no vizinho município de Pinhão, ele se mostrou feliz em ter a tarefa incluída em sua rotina: “Sempre
Bruno Rocha: manejando colmeias instaladas para amenizar enxames me interessei. Agora surgiu a oportunidade de trabalhar com abelhas e está sendo bom”, resumiu.
Parceria ABESUL e Sindicato Rural Parceria entre a ABESUL e o Sindicato Rural de Guarapuava proporcionará aos produtores rurais do município e da região mais facilidade para encomendar caixas de abelha fabricadas pela empresa. Na aquisição de até 50 unidades, a retirada poderá ser feita no sindicato, em data que será programada e divulgada pela entidade. Para quantidades maiores do que 50, a ABESUL entrega as caixas de abelha na propriedade, com instrução técnica. Sócios do sindicato contam com preço e formas de pagamento diferenciadas. ABESUL: (42) 9836 9842 / 9153 0082 / 8846 8907 Sindicato Rural de Guarapuava: (42) 3623 1115
Bioestimulante
Nova tecnologia da Adama turbina produtividade da lavoura e reduz efeitos negativos do clima ExpertGrow é a terceira geração de bioestimulantes, que atua dentro das células da planta, tornando-as mais resistentes a fatores climáticos
A
população do planeta vem crescendo a passos largos, e em menos de 40 anos estima-se que seremos quase 10 bilhões de pessoas. Para dar conta de alimentar toda essa gente, será preciso aumentar significativamente a produtividade agrícola, porém sem considerar grande ampliação das áreas plantadas. As lavouras em geral, possuem potencial genético para produzir bem mais do que se consegue na prática, e se não enfrentassem oscilações extremas de ambiente dentro de uma mesma safra, seria possível produzir mais alimento e energia na mesma área produtiva. Para amenizar esse quadro, a Adama investiu dois anos em pesquisas para desenvolver uma linha de fertilizantes para aplicação foliar com efeito bioestimulante, atendendo às necessidades das principais culturas do Brasil: soja, trigo, feijão, milho, algodão, citros e café. É um novo conceito para ampliar a resistência das lavouras expostas ao estresse ambiental. Trata-se do ExpertGrow, a terceira geração de bioestimulantes, que aumenta o potencial
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produtivo entre 5 e 15% acima das outras alternativas disponíveis. “O ExpertGrow teve concepção diferente do que é usado tradicionalmente nesse mercado, como os sais solúveis e as misturas de micronutrientes da primeira geração de fertilizantes foliares, e os produtos multinutrientes com alguma substância orgânica útil para as plantas, da segunda geração”, afirma Marcelo Rolim, gerente de produtos da Adama. O produto tem o alvo bem específico no metabolismo, e atua dentro das células das plantas. Por isso consegue grande consistência de ganho no campo em mais de uma centena de testes conduzidos nas principais regiões produtoras do Brasil nos últimos dois anos. Os resultados são resistência a estresse abiótico, com aumento da fotossíntese, maior produção de açúcares e melhoria na respiração. O objetivo final desses processos metabólicos é produzir uma florada mais vigorosa e uniforme, e aumentar a eficiência na formação e pegamento de grãos ou frutos das plantas. Com mais frutos ou vagens, o produtor consegue produzir mais alimento ou fibras com a mesma área plantada.
A ADAMA é a líder no mercado chileno de bioestimulantes e atua nesse segmento, também no México. Essa experiência permitiu criar uma solução de alta tecnologia, combinando o conhecimento de décadas em química fina e formulação, com fisiologia e manejo das culturas locais.
Sobre a ADAMA A Adama Agricultural Solutions, antes conhecida como Makhteshim Agan Industries, e no Brasil como Milenia Agrociências S.A., é uma das líderes globais em soluções de proteção ao cultivo e líder em produtos pós-patente. Está presente em 120 países e tem como propósito trazer simplicidade para a agricultura através de soluções que aliam tecnologia à observância de padrões estritos de proteção ambiental e controle de qualidade. Em 2014, a Adama teve faturamento global superior a US$ 3 bilhões, o sétimo maior no setor agroquímico mundial. Para mais informações, acesse http://www.adama.com/brasil
A Milenia agora ĂŠ ADAMA. Uma empresa global, com um claro propĂłsito: Criar simplicidade na Agricultura.
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Cooperativa de crédito
Sicredi alcança a marca de 3 milhões de associados Instituição financeira cooperativa atingiu número histórico com modelo de gestão compartilhada que valoriza a participação das pessoas
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Sicredi alcançou a marca de três milhões de associados em abril de 2015. Eles estão distribuídos em 11 Estados brasileiros, 90% são pessoa física - 69% do meio urbano e 21% do meio rural – e 10% são pessoa jurídica. A conquista representa um crescimento de 94,6% da base nos últimos sete anos. No período de março de 2009 a março de 2015, os ativos totais da instituição financeira cooperativa cresceram 255%, de R$ 13,7 bilhões para R$ 48,6 bilhões. Em sobras líquidas, o aumento foi de aproximadamente 316%, de cerca de R$ 268 milhões em 2009 para R$ 1,1 bilhão em 2014. A instituição tem como diferencial um modelo de gestão que valoriza a participação, onde os associados votam e decidem os rumos do negócio. “São três milhões de pessoas que têm suas vidas financeiras vinculadas ao Sicredi, atraídas pela possibilidade de gerar crescimento coletivo. Todos são donos do negócio. O voto de cada um tem peso igual nas decisões, independentemente do volume de recursos aplicados”, explica o CEO do Banco Cooperativo, da Confederação e da Fundação Sicredi, Edson Georges Nassar. Atualmente, o Sicredi tem um portfólio de mais de 300 produtos e serviços, que carregam os valores do cooperativismo e fortalecem a economia da região. “O associado usa os produtos e serviços, investe na sua cooperativa, ela se desenvolve e fica mais forte. Assim, pode financiar mais atividades de
outros associados, gerando renda. Com a cooperativa mais forte, os resultados distribuídos são ainda maiores”, acrescenta Nassar. Permanentemente, o grau de satisfação dos associados com os serviços, atendimento, produtos e canais de atendimento é acompanhado pelo Sicredi por meio da Pesquisa NPS. A metodologia utilizada, Net Promoter Score (NPS), propõe aos entrevistados a pergunta: “Você recomendaria o Sicredi a um amigo ou familiar?”. Nos últimos 12 meses, foram ouvidos 113.866 associados, e cerda de 66,8% são considerados promotores, pois recomendariam a instituição com uma nota 9 ou 10, o que gera um índice de satisfação de 60%. Para formar e engajar os associados, o Sicredi também dedica uma ampla estrutura. No programa Crescer, são discutidos os princípios e valores do cooperativismo, além de apresentar o modo de operação e os produtos e serviços. Em 2014, 25 mil associados passaram pela formação do Crescer. O processo de gestão participativa, estruturado no programa Pertencer, concretizou-se na realização de 1.354 reuniões de núcleo, reunindo um total de 260.851 pessoas, o equivalente a 10,38% (considerando uma base de 2.513.263 – número de associados quando ocorreram as reuniões de núcleo). Organizados em núcleos ligados às unidades de atendimento, os associados exercem o direito e o dever de planejar, de acompanhar e de decidir os rumos da cooperativa nas reuniões e assembleias.
Alcançamos a marca de 3 milhões de associados. Este número mostra mais que o tamanho, mostra a grandeza desta instituição financeira cooperativa presente em 11 estados brasileiros. Somos 3 milhões de pessoas fazendo, juntas, um modelo de economia mais justo, moderno e sustentável. Somos 3 milhões acreditando que os valores que importam não são apenas os financeiros. Somos 3 milhões, porque gente que coopera não para de crescer.
SAC Sicredi - 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria Sicredi - 0800 646 2519.
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LANÇAMENTO
NOVA MF 9695:
UMA AXIAL CLASSE 6 COMO VOCÊ NUNCA VIU A Massey Ferguson, sinônimo de pioneirismo e modernidade na fabricação de máquinas agrícolas, lança na 22ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, a Agrishow 2015, a nova colheitadeira na classe 6, a MF 9695 Trident. Com a chegada do equipamento, a marca renova todo o seu portfólio de máquinas axiais e passa oferecer mais e�iciência e rentabilidade operacional para os mais diversos produtores rurais. A nova colheitadeira MF 9695 é equipada com um motor de seis cilindros turbo intercooler AGCO Power de 8.4 litros, posicionado lateralmente na máquina e alinhado com o rotor, capaz de entregar até 380 cv em reserva. Com todo esse conjunto, em condições ideais de uso, a MF 9695 reduz em até 30% o consumo de combustível, se comparado ao modelo anterior. Com características inovadoras, similares às das colheitadeiras maiores, como a MF 9795 e MF 9895, a nova classe 6 da Massey Ferguson surpreende pela velocidade, e�iciência e qualidade de colheita dos grãos. Segundo o produtor Hermanus Van Ass, que testou o equipamento, a MF 9695 superou as expectativas. “Realmente fui surpreendido com o rendimento da máquina. A con�iguração do motor longitudinal, que aciona o rotor diretamente, além da reserva de torque, proporciona maior rentabilidade e e�iciência durante a operação”, atesta o produtor.
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Além da redução no consumo, a MF 9695 possui sistema de processamento Trident™, composto pelo novo rotor de 70 centímetros de diâmetro e 3,56m de comprimento – o maior do mercado na categoria –, que promove mais separação enquanto aumenta a qualidade dos grãos, além do inovador sistema de côncavos com suspensão e alimentação escalonada sem depender da velocidade da colheitadeira. A MF 9695 conta ainda com o moderno e exclusivo sistema de arrefecimento “V-Cool”, que praticamente elimina a necessidade de limpeza dos radiadores e oferece alta capacidade de resfriamento e, consequentemente, maior vida útil ao motor. Para isso, ele realiza a limpeza dos radiadores por ciclo hidráulico reverso mesmo durante a operação de colheita, sem paradas. Isso proporciona ao produtor rural nenhuma parada para limpeza diária, problemas de aquecimento ou entupimento da tela rotativa, comum nas colheitadeiras atuais. Outra novidade é o modo como é feito a limpeza da MF 9695. Com um novo componente que direciona o �luxo de ar por cima das peneiras, a separação acontece via ar comprimido que atua como uma cortina pneumática de separação. Além dos 5,1 m² de área, o novo método garante maior capacidade de ventilação e limpeza, menos carga sobre as peneiras, mesmo em trilhas agressivas, e redução de perdas. Diferente de muitas colheitadeiras encontradas hoje no mercado, a MF 9695 possui taxa de descarga de grãos de 88 litros por segundo e tanque com capacidade de armazenagem de 10.570 litros, proporcionando aos produtores rurais brasileiros a e�iciência operacional e produtividade ideal, numa máquina de alto desempenho. “Com o lançamento da nova classe 6, oferecemos aos produtores rurais uma linha completa de colheitadeiras com o que existe de melhor no mercado, maior e�iciência e rendimento operacional, sempre aliada ao pioneirismo e modernidade da marca”, a�irma Volmir Borghardt, coordenador de marketing do produto da Massey Ferguson.
CONHECENDO A ORIGEM DA TECNOLOGIA MASSEY Nos dias 11, 12, 18 e 19 de Maio de 2015, cerca de quarenta clientes da Augustin de Guarapuava e região tiveram a oportunidade de conhecer e visitar a fábrica da Massey Ferguson - AGCO Corporation, situada na cidade de Santa Rosa, Rio Grande do Sul. Acompanhados pelo Gerente de Vendas da empresa, Márcio Kilpp, os produtores puderam ver de perto o trabalho de criação das máquinas Massey Ferguson, acompanhando o organizado processo de produção, as rotinas internas de fabricação e a maneira que são conduzidos os trabalhos. O gerente ressaltou que a visita foi muito bem organizada e com foco a enaltecer a qualidade dos produtos da marca. Ainda segundo Márcio, a ação é um grande apoio ao departamento comercial da Augustin, pois é a melhor forma dos clientes entenderem melhor o funcionamento das máquinas, a origem de sua eficiência e tecnologia com os quais os equipamentos Massey Ferguson são produzidos. Para finalizar, o gerente completa: “o diferencial da empresa está em valorizar o cliente mesmo nas pequenas atitudes e, assim, gerar grandes negócios.”
AUGUSTIN NO AGRISHOW 2015 Uma das três maiores feiras de agronegócio do mundo, a Agrishow 2015, em Robeirão Preto/SP, foi palco central do agronegócio brasileiro de 27 de abril a 1º de maio, . A feira se posicionou, mais uma vez, como referência do segmento e como o principal termômetro do comportamento do mercado. No total, passaram pela área de 440 mil m², cerca de 160 mil visitantes, um público altamente qualificado, formado em sua maioria por produtores rurais de todo o território nacional e do exterior. A equipe Augustin Massey Ferguson também marcou presença no evento, mostrando a força do agronegócio da nossa região.
Stand Massey Fergusson Agrishow: tecnologia e inovação para sua produtividade
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Projeto Campo Futuro Quanto custa produzir leite no Paraná? FAEP começou a avaliar o custo da produção de leite no PR. Sindicato Rural de Guarapuava sediou uma das reuniões regionais da iniciativa.
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uais os custos da produção leiteira no Paraná? Para responder a esta pergunta, a Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) começou a realizar neste ano uma série de reuniões, em várias regiões do Estado, com produtores e profissionais ligados ao setor. Os encontros acontecem no âmbito do Projeto Campo Futuro. É a primeira vez em que a pecuária leiteira passa a ser analisada pela iniciativa, uma parceria entre Confederação Nacional da Agricultura (CNA), FAEP e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/ USP, que já avalia outros segmentos do agronegócio. Considerando diferenças regionais, a troca de informação visa estabelecer custos médios de fatores como fertilizantes, ração, energia elétrica, mão-de-obra, maquinário, medicamentos e produtos de limpeza, entre outros. Com o levantamento, a expectativa é ter uma radiografia do setor, que sirva de base para seu aperfeiçoamento e para a defesa de políticas que fortaleçam os produtores.
Conhecer os custos é base para evolução na gestão e para a defesa do setor leiteiro
No dia 19 de maio, a reunião ocorreu em Guarapuava, no Sindicato Rural, promovendo um debate entre a equipe do Campo Futuro e produtores locais. Coordenadora do encontro, a assessora técnica de leite da FAEP, agrônoma Maria Silvia C. Digiovani, disse que um dos pilares da iniciativa é incentivar o produtor a conhecer seus próprios custos: “São poucos, hoje, que sabem quanto gastam para produzir um litro de leite”. Há também, segundo a assessora técnica de leite, produtores que conhecem bem os custos de alguns fatores importantes,
estabelecido pelo governo, está muito baixo. Estamos trabalhando para elevá-lo. Para convencer o governo, você precisa mostrar o quanto gasta. O produtor não pode receber menos do que gasta”, defendeu. Um dos produtores participantes, Jairo Luiz Ramos Neto, que também é tesoureiro do Sindicato Rural, acrescentou que sem uma ideia clara dos custos não há como calcular os ganhos. “É extremamente importante que se levante estes custos, embora sejam baseados teoricamente numa média da região”, comentou. Ramos Neto especificou que a reunião considerou a média de um produtor que obtenha 200 litros de leite/ dia, com um rebanho de 27 cabeças. “As variáveis são grandes, no que diz respeito ao custeio das atividades, seja pasto, silagem, fenação, mas existe como ponderar uma média. Você acaba chegando a um valor que, embora estimado, é bem próximo à realidade”, completou. O levantamento deverá estar concluído no final de junho.
Maria Silvia C. Digiovani (FAEP)
Reunião estimou custos de diversos fatores de produção do leite
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como produtos de limpeza das ordenhadeiras, mas ainda precisam de uma visão geral de toda a propriedade. Itens como a depreciação de maquinário, lembrou, necessitariam ser incluídos no cálculo. Ela complementou que o segundo objetivo do levantamento é ter dados para a defesa política dos produtores. “Tanto a FAEP quanto a CNA buscam ações que possam ajudar. O preço mínimo do leite,
Jairo Luiz Ramos Neto (produtor)
Medicamento natural
Aumento da produção utilizando complexo vita Jeferson de Souza Coordenador Regional – Lab. Naturovita
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Complexo Vita é um medicamento natural energético que atua nas glândulas secretoras de hormônios dos animais, aumentando a imunidade, consequentemente controlando as doenças e parasitas dos animais (endo e ecto parasitas) em um único produto, adicionado ao sal mineral ou ração, uso diário nas doses recomendadas para cada espécie de animal de produção. Não existe contra indicação e com descarte zero para leite e carne. A composição química do Complexo Vita são ervas medicinais e tecidos como: hipófise, pulmão, coração, estômago, intestino, fígado, rins, baço, glândula mamária, ovário, útero, placenta etc. De acordo com a Medicina Chinesa, o tecido sadio trata o tecido doente numa forma energética. É uma evolução nesse tipo de tratamento, pois no passado era praticamente impossível tratar doenças e controlar os parasitas dos animais somente com produtos naturais. Hoje isso é possível. Estamos conseguindo aumentar muito a lucratividade do produtor, seja qual for o seu sistema de produção, carnes (bovinos, ovinos e caprinos, suínos, aves...) leite e ovos. Oferecendo para o mercado consumidor um alimento de melhor qualidade e isento de resíduo químico. E devido ao seu modo de ação e eficácia, estamos ganhando o mercado cada vez mais. Em Guarapuava você só encontra na Agroboi. Investimento com retorno e eficiência garantidos, o Complexo Vita é o medicamento de melhor custo-benefício do mercado.
Agroboi completa 42 anos A Agroboi completou no dia 20 de junho, 42 anos em Guarapuava. A loja, tradicional na cidade, possui produtos agropecuários e vestuário voltado para o campo. Além disso, a Agroboi também possui pet shop incluindo banho e tosa, clínica veterinária e laboratório de anemia infecciosa para equinos. Parabéns Agroboi!
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Avaliação
Grupo Mattozo avalia safra 2014/15
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Grupo Mattozo, em reunião de avaliação de safra, realizada dia 7 de maio, no Sindicato Rural de Guarapuava, considerou que o resultado foi melhor do que o esperado frente a pragas e doenças. Em entrevista, o agrônomo responsável pela
assistência técnica do grupo, Maurício Mattozo, contou que em 6.500 hectares, nas regiões de Guarapuava, Goioxim e Pinhão, as produtividades médias, no milho, ficaram acima de 12 mil quilos por hectare e, na soja, em 3.780 quilos por hectare (63 sacas/ ha). Ele observou, no entanto, que o
Produtores do Grupo Mattozo: cerca de 6.500 hectares em Guarapuava, Goioxim e Pinhão
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período significou aumento de custos com maior uso de defensivos naquelas duas culturas. No milho, no início do ciclo, ocorreram problemas com lagarta-docartucho. “As tecnologias de alguns híbridos não conseguiram fazer o controle”, relatou. Os produtores intensificaram a aplicação de inseticidas. Mas o procedimento ficou mais difícil, porque, além de comer as folhas, a praga também começou a atacar a base da planta, escondendo-se no solo. Com área 35% menor do que na safra passada, a produtividade caiu em torno de 4%. Para 2015/2016, já foram definidos alguns dos híbridos que serão cultivados.
Agrônomo Maurício Mattozo: histórico de cinco anos para definir híbridos e cultivares de 2015/16
Na soja, na virada do ano, houve problemas com helicoverpa em algumas áreas. Devido ao calor, foram necessárias aplicações noturnas, para maior eficiência. Considerando também sem precedentes a infestação de falsa-medideira, o agrônomo contou que alguns produtos deixaram a desejar no combate àquela praga, sendo preciso recorrer a outras moléculas. Na média a produtividade se reduziu em 5%. Para o próximo verão, o grupo deverá aumentar a área das cultivares que apresentaram melhor resultado nos últimos anos. Para este inverno, as lavouras devem situar-se em torno de 4 mil hectares, entre cobertura e trigo.
Resultados de produtividade Áreas Comerciais PROPRIEDADE
MUNICÍPIO
ÁREA
PRODUTIVIDADE (KG/HA)
PRODUTOR
HÍBRIDO
Fazenda Igrejinha
Candói - PR
90 ha
12.850
MOACIR K. AOIAGUY
DKB 240 PRO
Fazenda Limoeiro
Candói - PR
98,64 ha
12.320
MANOEL LACERDA CARDOSO VIEIRA
DKB 250 PRO
Fazenda Capão Grande
Pinhão - PR
30 ha
13.321
ROLAND JUNG
DKB 250 PRO
Fazenda Curucaca
Candói - PR
75 ha
13.200
RODRIGO AUGUSTO QUEIROZ
DKB 250 PRO
Fazenda Capão Grande
Guarapuava - PR
100 ha
13.560
DEODORO ARAUJO MARCONDES
DKB 290 PRO
Fazenda Lagoa Seca
Candói - PR
25 ha
12.805
LINCOLN CAMPELLO
DKB 290 PRO
Fazenda Capão Grande
Pinhão - PR
120 ha
12.305
ROLAND JUNG
DKB 290 PRO
Fazenda Stutz
Guarapuava - PR
10 ha
13.900
JOSEF STUTZ
DKB 290 PRO
Ensaios PROPRIEDADE
MUNICÍPIO
ÁREA
PRODUTIVIDADE (KG/HA)
PRODUTOR
HÍBRIDO
Fazenda Igrejinha
Candói - PR
1 ha
13.326
MOACIR K. AOIAGUY
DKB 230 PRO3
Fazenda Tunas e Tuninhas
Goioxim - PR
1 ha
14.409
MANOEL LACERDA CARDOSO VIEIRA
DKB 230 PRO3
Fazenda Rio Quadrado
Pinhão - PR
1 ha
13.762
CIRO DAVI BROLINI DELLE
DKB 230 PRO3
Fazenda Esperança
Guarapuava - PR
1 ha
14.732
EVALDO ANTON KLEIN
DKB 230 PRO3
Fazenda Caroba
Pinhão - PR
1 ha
13.667
HELMUTH HELLEIS
DKB 230 PRO3
Fazenda Curucaca
Candói - PR
1 ha
14.378
RODRIGO AUGUSTO QUEIROZ
DKB 230 PRO3
Fazenda Nossa Senhora Aparecida
Guarapuava - PR
1 ha
13.368
REGIANE APARECIDA CORDEIRO LUSTOSA
DKB 290 PRO
Fazenda Esperança
Guarapuava - PR
1 ha
13.792
EVALDO ANTON KLEIN
DKB 290 PRO3
Fazenda Curucaca
Candói - PR
1 ha
13.601
RODRIGO AUGUSTO QUEIROZ
DKB 290 PRO3
Fazenda Marinsana
Candói - PR
1 ha
12.049
COACAN
DKB 290 PRO3
DesafianDo os limites Da proDutiviDaDe.
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Revista do Produtor Rural do Paranรก
DESAFIANDO OS LIMITES DA PRODUTIVIDADE. Revista do Produtor Rural do Paranรก
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Leite Para comissão local de bovinocultura de leite, capacitação é prioridade
A
Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava, em sua primeira reunião do ano, dia 27 de maio, retomou suas atividades. Com a presença de 16 participantes, entre lideranças, produtores e profissionais ligados ao setor leiteiro, o encontro debateu o quadro atual da produção, as dificuldades e considerou que é preciso divulgar mais informação técnica, entre os produtores, para que o segmento se desenvolva. Para isso, a comissão decidiu promover, este ano, em Guarapuava, um evento técnico, mas com conteúdos direcionados à realidade da região.
Professora do Departamento de Agronomia da Unicentro (área de produção de pastagem e produção de sementes), Deonísia Martinichen disse que a programação deverá focar temas como qualidade do leite, planejamento forrageiro e gestão da propriedade, adiantando que, em princípio, a ideia é realizar o evento em outubro (data ainda será definida e divulgada).
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Outro participante da comissão, o produtor Jairo Luiz Ramos Neto, comentou que a comissão também discutiu sobre os treinamentos. Vários produtores ou seus funcionários têm dificuldade de participar de capacitação porque a atividade exige que estejam todos os dias na propriedade. Ele defende que, se os cursos ocorrerem em apenas alguns dias da semana, mais participantes poderão se beneficiar. “Aí, vamos conseguir abranger muito mais gente”, avaliou. Também na comissão, o veterinário Anton Egles disse que a tarefa é levar novas tecnologias aos produtores. “Acho que o maior desafio é esse: como fazer o produtor acreditar numa tecnologia, ou na produção dele, através desses conhecimentos”, destacou. A comissão continuará a se reunir regularmente para organizar o evento técnico e debater medidas para aumentar a produção e a qualidade do leite na região. A próxima reunião, aberta a qualquer interessado na atividade, será dia 24 de junho. As reuniões são mensais. Outras informações pelo telefone (42) 3623-1115, com Luciana.
Programação Simpósio
No dia 10 de junho, representantes da comissão eleitos pelo grupo reuniram-se novamente para discutir a programação do Simpósio de Leite que deve ocorrer no mês de outubro. Planejamento alimentar, custo de produção e qualidade do leite serão os principais pontos abordados no evento.
Forragicultura
Suplementação energética em pastagens de inverno Mantendo seu rebanho saudável e produtivo
O
Departamento Técnico Connan
principio básico para o sucesso produtivo é manter em equilíbrio a oferta de nutrientes e necessidades do animal. Desse modo, o plano de alimentação deve garantir o fornecimento de todos os nutrientes necessários para atingir um nível de produção viável economicamente durante todo o ano. Na produção de bovinos de corte a fonte mais barata de alimentação é a pastagem. Na região sul do país, a utilização de espécies forrageiras de inverno é uma
ótima alternativa para este período do ano, pois a utilização da proteína disponível na pastagem contribuirá para maior produtividade animal. Nestas condições, a suplementação energética é benéfica, pois complementa a dieta dos animais. A suplementação energética em pastagens de inverno melhora a eficiência de utilização da proteína destas forragens, pois sincroniza as taxas de degradação da proteína com a disponibilidade de energia no rúmen, melhorando o aproveitamento da dieta pela microflora ruminal. Dessa forma,
o fornecimento de suplementos energéticos permite maior utilização das forragens, aumenta o aporte de proteína microbiana, reduz as perdas de nitrogênio na urina e o custo desta excreção e, consequentemente, aumenta o desempenho animal. A prática de suplementar os animais em pastagens de inverno resulta em uma dieta mais equilibrada e satisfaz as exigências dos animais através da interação entre a forragem e a fonte de suplementação, melhorando o desempenho e a lucratividade do sistema.
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Inseminação artificial
JPS Pecuária traz novidades sobre reprodução animal
A
JPS Pecuária, representante da Alta Brasil, empresa de inseminação artificial, já está atuando em Guarapuava, na área de reprodução animal e consultoria de fazendas. Os serviços vão desde a inseminação artificial, inseminação artificial em tempo fixo (IATF), transferência de embrião, venda de sêmen e de materiais para inseminação, controle leiteiro, gestão de fazendas de leite e teste de prenhez pelo leite. Segundo o proprietário da JPS Pecuária, Jonas Silva, o teste de prenhez pelo leite é uma novidade na região. “Somos a primeira empresa a prestar o serviço por aqui”, observa. O teste de prenhez pelo leite vem sendo feito em parceria com a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), com sede em Curitiba (PR). O teste é feito por meio de uma amostra de leite, que permite identificar se o animal está prenhe ou vazio. Ele detecta a presença de glicoproteínas associadas à prenhez. Estudos demonstram uma sensibilidade de 98,8% e uma especialidade de 97,4%. O desempenho do teste de GAP é uma ferramenta importante e con-
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fiável para produtores e veterinários buscarem a eficiência para obter o sucesso desejado nos programas reprodutivos de rebanhos leiteiros. “O produtor interessado em realizar o teste de prenhez pode entrar em contato conosco. Nós vamos até a propriedade e coletamos a amostra de leite. O resultado do teste sai em cinco dias e com 98% de confiabilidade”, afirma Jonas Silva.
Jonas Silva, proprietário da JPS Pecuária
Sobre a empresa A JPS Pecuária trouxe para Guarapuava e região toda tecnologia da Alta, uma das maiores empresas de melhoramento genético bovino do mundo, com sede na cidade de Calgary, em Alberta (de onde vem o nome Alta), no Canadá. Presente em mais de 90 países, a Alta possui centrais de coleta de sêmen no Canadá, Estados Unidos, Europa, China, Argentina e Brasil. É líder na comercialização de soluções genéticas lucrativas. No Brasil, a empresa tem sede na cidade de Uberaba, MG. A Alta encontra-se presente em todo o território nacional através de uma rede de 81 escritórios regionais, que contam com o apoio de uma equipe de campo de mais de 700 profissionais. O empenho no desenvolvimento de programas de melhoramento genético em suas centrais, aliado à qualidade de sua equipe e dos touros que compõem sua bateria de reprodutores, garantiram à Alta o reconhecimento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), como a empresa TOP em Fertilidade no mercado de sêmen.
Pragas
Combate a pragas exige profissionalização
A
ssim como os roedores – que transmitem doenças como a leptospirose e a peste bubônica – insetos como baratas, formigas, aranhas, cupins, moscas e mosquitos podem ser vetores de diversas doenças. Por esse motivo, o controle destas pragas é uma questão de saúde pública e torna-se imprescindível para assegurar o bem-estar da população. No entanto, é importante que a dedetização seja feita por uma empresa especializada nesse serviço, pois os profissionais saberão avaliar quais os melhores produtos e formas de realizar esse tipo de ação. É imprescindível que a empresa esteja registrada no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), com o devido preenchimento e registro da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) Adilson Zanella, sócio-proprietário da empresa Zanella Controle de Pragas, comenta que “somente a presença de um responsável técnico garante a segurança e a qualidade destes procedimentos. O controle de pragas urbanas ou rurais deve ser encarado com extrema seriedade e cautela”. Zanella destaca que, por isso, desde o início das atividades de sua empresa, buscou formar uma equipe capacitada,
dentro das exigências técnicas e legais. “Hoje, o pessoal, além de capacitado, é também treinado”, acrescentou. Com isso, assinala, é possível alcançar um importante objetivo, que para ele também faz parte de sua filosofia de trabalho: embora a eliminação de pragas seja uma medida para preservar o patrimônio, a segurança dos clientes é um fator que tem de estar em primeiro lugar. Ao mesmo tempo, ao cumprir os pré-requisitos deste tipo de trabalho, Zanella sublinha que a empresa tem a certeza de estar oferecendo ao mercado um serviço que atende às necessidades e expectativas de quem precisa ter sua residência, seu local de trabalho, sua empresa ou propriedade rural livre de pragas. O empresário faz questão de ressaltar que o cuidado para com este tipo de serviço vai ainda além, já que os procedimentos com produtos utilizados não se resumem apenas ao momento da aplicação. Assim, com a certeza de prestar um serviço eficiente, Zanella garante: se a contratação de eliminação de pragas requer critério, o serviço, realizado por profissionais, sempre vale o investimento.“Quando você contrata uma desinsetizadora e desratizadora, você se torna co-responsável pelas consequências de seus serviços”, observa o responsável pela empresa Zanella Controle de Pragas.
Adilson Zanella, proprietário da Zanella Controle de Pragas
Cliente elogia qualidade de serviços da Zanella O produtor rural Wilfried Spieler contrata os serviços da Zanella Controle de Pragas há dois anos. Ele conta que a dedetização em sua propriedade, a Fazenda Faxinal dos Carvalhos (Pinhão), era feita por seus funcionários e por não serem especializados na área, as ações não surgiam muito efeito no controle de pragas. “Hoje, o monitoramento, principalmente dos ratos, meu maior problema, é feito regularmente e não se vê mais os bichos por lá. Antes eles causavam um prejuízo enorme tanto nos grãos, como nas máquinas. Às vezes era necessário trocar peças caras, porque haviam sido danificadas pelos ratos. Quando você contrata uma empresa especializada, você vê o resultado. A equipe Zanella Controle de Pragas conseguiu fazer com que um dos meus maiores problemas na propriedade - e que me dava muito prejuízo, praticamente desaparecesse. Estou muito satisfeito. É um investimento que vale a pena”.
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Pecuária de corte
Braford Um britânico rústico Q
ualidade de carne, precocidade e rusticidade. Estas são as principais características de touros de alto nível disponíveis na Agropecuária Vaca Branca, em Guarapuava/PR. Situada no distrito de Palmeirinha, a propriedade, desde 2008, tem como um de seus focos a criação e a comercialização de touros Braford para repasse. Proprietário da agropecuária, criador e entusiasta do Braford, José Hamilton Moss Filho destaca que a raça apresenta a qualidade de carne típica do gado de tipo britânico, o chamado marmoreio. Outra característica é a precocidade sexual e de abate: o criador explica que uma novilha está pronta para ser coberta ou inseminada aos 12 ou
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13 meses e que, em sua propriedade, animais (cruza) de 15 meses, em confinamento, com um peso em torno de 520 quilos, já têm sido destinados ao mercado de carne. Rusticidade é outro ponto positivo. Com conhecimento de quem mantém contato com cabanhas de referência no Rio Grande do Sul e de quem já criou outra raça britânica, o Hereford, Moss Filho destaca que no Braford a característica vem de sua composição: 3/8 de Nelore, 5/8 de Hereford. Segundo relata, em especial no Braford criado de forma extensiva, a campo, a cruza com zebuíno, naquela proporção, é desejável, por se traduzir em cascos fortes e resistência a carrapatos. Ressaltando que ele mesmo cria seus touros Braford a pasto, apenas
com a complementação de sal mineral, avalia que os animais vêm se desenvolvendo bem naquele sistema. Ele observa ainda que a Agropecuária Vaca Branca, no plantel de Braford, tem realizado inseminação com material dos melhores touros da raça no Brasil. “Depois de seis, sete anos, já temos um gado totalmente rústico, adaptado à nossa região (centro-sul do PR), que tem uma amplitude térmica muito grande”, conta. Alimentados a pasto, os animais têm peso médio, por cabeça, em torno de 550 quilos; mas por serem jovens, poderão ser utilizados por mais tempo: “quem compra nossos animais pode aproveitá-los por cinco ou seis anos na fazenda. Acho isso importante do ponto de vista econômico.
Moss Filho, da Agropecuária Vaca Branca: comercializando e criando Braford Quanto mais tempo o pecuarista usar estes touros, menor fica o investimento e maior o retorno”. O proprietário da Agropecuária Vaca Branca lembra que o Braford pode apresentar bons resultados também na criação intensiva. Ele diz que, num pequeno confinamento da fazenda, onde cria animais cruzados, é o gado de cruza Braford que apresenta melhor desempenho: “dentro deste confinamento, o animal que mais respondeu
ao ganho de peso, e conversão alimentar, foi o Braford”. Para quem deseja experimentar a cruza Braford com outras raças, ele observa que “o gado vai bem em cima de aveia, em terreno ‘dobrado’, em campo de pedra – é touro rústico, para fazer bezerro em fazenda de produção de gado de corte”. O criador também destaca a qualidade das novilhas de cruza Braford. “O criador pode visualizar, em nossa
propriedade, o produto que ele vai ter daqui a dois anos, se adquirir agora. Ele pode comprar até para cruzar com os próprios touros, ou com outra raça”, sugere. Com isso, Moss Filho recordou ainda que o Braford é também uma oportunidade para quem deseja iniciar um plantel: “tem muita gente partindo para a cria. É um bom negócio hoje. Então temos condições de mostrar ao pecuarista o que é o Braford, o puro e o cruzado”.
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Tradicionalismo
CTG Fogo de Chão completa 50 anos
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expansão da “sociedade campeira” nos campos de Guarapuava ocorreu após a distribuição das sesmarias e pela ocupação por meio de posse. Houve uma tendência para as atividades pastoris em campos nativos. A ascensão da pecuária exigiu maiores extensões de campo, o que favoreceu o surgimento de bandeiras conquistadoras de novas áreas, como por exemplo, os Campos de Palmas. Em 1845, Francisco da Rocha Loures saiu em expedição rumo ao sul, abrindo assim o Caminho das Missões, trajeto alternativo de ligação ao Rio Grande do Sul e regiões platinas. Com isso, deu-se início ao Ciclo do Tropeirismo em Guarapuava, o qual perdurou até 1930. Quase todos os fazendeiros guarapuavanos tornaram-se tropeiros, compravam mulas no Uruguai e em Corrientes (Argentina). O gado bovino era comprado nas Missões, no Rio Grande do Sul. Isso propiciou um intercâmbio sócio-cultural entre Guarapuava, o outro estado e regiões platinas. A moda gaúcha apareceu com as bombachas, as botas, as esporas extravagantes, os lenços e palas de seda. A linguagem cabocla foi influenciada pelos termos platinos como “temeiro”, “chimango”, “cochonilho”. Os aperos guarapuavanos, famosos até os dias de hoje, foram se forjando. Guarapuava, através do tropeirismo, tanto foi influenciada quanto influenciou o restante do sul do Brasil. Inclusive muitas cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul foram fundadas por guarapuavanos. As danças e tradições platinas e dos gaúchos incorporaram-se ao folclore regional, surgindo posteriormente o Centro de
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Sede social do Centro de Tradições, aonde ocorrem os eventos festivos da entidade Tradições Gaúchas Fogo de Chão, no dia 13 de julho de 1965. Diz-se que o trânsito de tropas era tão intenso nos caminhos que ligavam ao sul, que com a saída da tropa pela manhã, se colocava mais lenha ao fogo para que quando a próxima tropa chegasse, encontra-se o fogo de chão ainda aceso, criando assim, um vínculo de cordialidade entre os tropeiros. É com esse espírito que se homenageia o tropeiro guarapuavano, dando nome ao CTG que se criou pela sua influência. Os primeiros fundares do centro de
tradição foram: Germano Flores, Francisco Delcy Portela de Almeida, Dom Pedro Rodrigues Nunes, José Maria Silvestri, Antonio Albino Conrado, Orlando Huzonc, Lauro da Silva e Nivaldo Passos Krüger. O CTG Fogo de Chão tem por finalidade o desenvolvimento de atividades sociais, artísticas e culturais, incentivando o culto as boas coisas do passado, em especial, o tradicionalismo guarapuavano. O Centro de Tradições procura lembrar o mais fiel possível a vida do gaúcho no passado e no presente. Suas lidas campeiras na fazenda, seus feitos e fatos. O lema do
CTG Fogo de Chão é “Folclore, tradição e alma de uma nação”. O Fogo de Chão além de suas invernadas artísticas e campeiras, possui como filiados os piquetes de laçadores, Piquete Cacique Candói e Piquete Orelhanos.
Parque de Rodeios do CTG Fogo de Chão, localizado na PR 170, em Guarapuava
Histórico da Patronagem do CTG Fogo de Chão Valmor Pereira da Silva – 1966/1967 Dário Borges de Liz – 1968/1969 Dom Pedro Rodrigues Nunes – 1970/1971 Sebastião Mendes Quadros – 1972 Major Edgard Uzeda – 1973 Dulci Araújo – 1974/1975 Sidney Mendes de Araújo – 1976/1977 Francisco Delcy Portela de Almeida – 1978/1979 Heraldo Marcondes Pedroso – 1980/1981 Dom Pedro Rodrigues Nunes – 1982/1983 Roberto César Mendes de Araújo – 1984/1985 Francisco Delcy Portela de Almeida – 1986/1987 Maurício Mendes Araújo – 1988/1989 Sidney Mendes Araújo – 1990/1991 Josoel Schimidt Machado – 1992/1993 Heraldo Marcondes Pedroso – 1994/1995 Dimas Miguel Correia – 1996/1997 Dimas Miguel Correia – 1998/1999 Osvaldo Iensel Padleski – 1999/2000 Roberto César Mendes de Araújo – 2000/2001 Armando França Araújo – 2001/2002 Anselmo Caldas Ferreira da Silva – 2003/2004 Paulo Roberto Martins Pacheco – 2005/2006 Paulo Roberto Martins Pacheco – 2007/2008 José Luiz Andrade Vigil – 2008 João Maria Zacalusni Gonçalves – 2009-2011 Huberto José Limberger Junior – 2011/2012 Huberto José Limberger Junior – 2013/2014 Douglas Luis Limberger – 2015/2016
Cerimônia de inauguração do CTG, em 1965
Programação especial CTG Fogo de Chão O Centro de Tradições Gaúchas Fogo de Chão promove dos dias 16 a 19 de julho, uma programação especial em comemoração aos seus 50 anos. Durante os quatro dias, haverá várias provas de laço com premiações. O evento acontece no Parque de Rodeios CTG Fogo de Chão. Na quinta (16), a programação começa a partir das 14h, com a prova Vaca Gorda. Na sexta-feira (17), o evento começa às 14h, com o Laço Individual e Taça 50 anos CTG Fogo de Chão - prêmio de R$ 4 mil reais. No sábado e no domingo a programação inicia às 9h. Durante os dois dias, homens e mulheres de todas as idades podem participar das provas. Ao todo, são 22 categorias, todas com premiações em dinheiro.
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Código florestal
CAR prorrogado
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prorrogação do prazo para a inscrição de imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi anunciado no dia 30 de abril. Previsto para encerrar no último dia 5 de maio, o período foi estendido até o ano que vem, de acordo com a Portaria nº 100, de 04 de maio de 2015. De acordo com entidades representativas do campo e profissionais do setor ambiental, a recomendação continua sendo a de realizar a inscrição o quanto antes, já que o procedimento abrange etapas que, dependendo do caso, pode exigir tempo: separar a documentação necessária, colocar as informações da propriedade na plataforma do CAR e enviar aqueles dados ao site do cadastro. Em Guarapuava, apesar da prorrogação anunciada pelo governo federal, o Sindicato Rural decidiu prosseguir com a iniciativa “Dia do CAR”, implementada em abril, com o objetivo de ajudar o produtor a preencher o cadastro. Numa parceria com a empresa Uniflora Engenharia, o sindicato tem promovido em sua sede, um dia em que os técnicos tiram dúvidas, orientam e ajudam no preenchimento do CAR (o preço do serviço, para associados e não associados, varia de acordo com cada caso). Com isso, o sindicato visa destacar a importância do cadastro e contribuir para que o produtor possa preencher o CAR de forma correta e rápida, evitando que, no ano que vem, ocorra uma nova “correria” ao site do cadastro às vésperas do prazo final. Em entrevista após o anúncio da prorrogação das inscrições no CAR, o diretor da Uniflora, engenheiro florestal Andreas Kleina (Brahma), enfatizou que, embora haja mais tempo para o procedimento, os produtores devem buscar preencher o cadastro desde já. “É muito
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importante continuar buscando a regularização. Na correria, o produtor pode cometer erros de lançamento”, advertiu. Brahma completou que ter o CAR é uma condição que vem se tornando desde agora, cada vez mais, uma exigência para realizar trâmites junto a algumas esferas de governo: “Mesmo que o prazo do CAR ainda não tenha vencido, no ato de se requerer alguma coisa a um órgão ambiental, ele já pode exigir o cadastramento”. Para o engenheiro florestal, na medida em que o CAR contém todas as informações ambientais das propriedades, o cadastro se tornará “um portal de comunicação entre o proprietário rural e o órgão ambiental” – um espaço em que os órgãos de proteção ao meio ambiente poderão ter uma visão geral sobre a situação de cada propriedade. Brahma ressaltou também que, num futuro breve, ter o CAR será necessário para conseguir obter financiamentos rurais: “A partir de 2017, é lei: não haverá concessão de crédito às propriedades que não estejam cadastradas junto ao CAR”.
Dificuldades Desde o início, o governo vem divulgando que fazer o CAR é a tarefa simples para o produtor rural. No entanto, na prática, não é bem assim. Da equipe da Uniflora que vêm atendendo os produtores no Dia do CAR do Sindicato Rural, Thaise Bortolanza contou que uma das dúvidas dos produtores rurais é sobre como preencher o cadastro. “Muitos tentaram, mas não tiveram êxito”, disse, considerando que é preciso ter algum conhecimento técnico. Segundo acrescentou, as imagens do sistema são pouco nítidas, o que em alguns casos vem gerando dúvidas na hora de localizar corretamente a propriedade. Recomendando também que o pro-
prietário rural não deixe a inscrição para a última hora, ela assinalou que o cadastramento precisa de tempo para ser realizado: “É um processo que precisa de dias”, lembrou, alertando que é uma análise técnica, de qualidade, que garantirá que a propriedade seja desenhada corretamente no mapa do sistema do CAR. Thaise também ressaltou que na semana anterior do antigo prazo, devido ao grande número de acessos ao site do CAR, em todo o país, o sistema se mostrou lento. De acordo com ela, para conseguir transmitir os dados, a empresa teve de buscar horários durante a madrugada. “Nos últimos dias, tinha mais gente procurando do que tempo para (o cadastro) ser feito. Se acontecer isso no próximo prazo, com certeza muita gente não vai conseguir”, concluiu. O produtor rural Ramão Abel Weiber, proprietário da Chácara do Sargento, no distrito do Guará, em Guarapuava, con-
seguiu finalizar seu cadastro dentro do antigo prazo, mas afirma que enfrentou vários problemas ao entrar no sistema. “Tentei em um computador na minha residência, mas ele é um pouco antigo, então não conseguiu carregar a página do sistema. Fui até uma lanhouse e depois de algumas tentativas em vários computadores, consegui fazer o cadastro, mas foram três horas para finalizar e carregar os documentos e informações necessárias. O mapa que está disponível é muito antigo e há detalhes que não conseguimos visualizar, por isso foi bem difícil encontrar a propriedade. Além disso, eu tenho tanques e lagoas dentro da propriedade que não estavam no mapa”. Weiber conta ainda que devido à falta de orientação e dificuldades que a plataforma apresenta, provavelmente terá que retificar o cadastro. Ércio Padilha, proprietário rural no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava, também preferiu finalizar o cadas-
tro antes do prazo inicial, de 05 de maio. Porém, ele preferiu buscar ajuda. Padilha foi um dos produtores atendidos no Dia do CAR, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava. “Vários colegas já haviam reclamado do sistema e que tinham tido dificuldades para fazer o CAR. Preferi pagar e ter ajuda de um profissional, para que no final esteja tudo certo. Agora já finalizamos o cadastro e não precisamos nos preocupar com isso”.
Dia do CAR no Sindicato Rural O Dia do CAR, do Sindicato Rural de Guarapuava e Uniflora Engenharia, está sendo mensal. Interessados devem deixar nome e telefone para serem comunicados sobre a próxima data, pelo telefone (42) 3623-1115, com Anelise.
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Bataticultura
Associação Brasileira da Batata em Guarapuava
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Associação Brasileira da Batata (ABBA), em parceria com a Zeagro Comercial Agrícola e outras empresas do setor rural, realizou no dia 6 de maio, uma reunião com os bataticultores de Guarapuava e região, no Küster Hotel. “Anteriormente, a Associação realizava apenas uma única reunião com os associados de todo o Brasil. Esse ano, procuramos fazer reuniões regionais, em locais onde temos associados. A intenção é levar informações a esses produtores e também receber sugestões desses associados”, explicou o gerente geral da ABBA, Natalino Shimoyama. No encontro, além dos associados, estiveram presentes professores e pesquisadores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), que possuem projetos de pesquisas envolvendo a batata e as empresas parceiras da Associação na região, sendo a Bayer CropScience, Ihara, Inquima, IPM Brasil, Embrapa e Zeagro. Durante o evento, foi apresentado o que é a ABBA, o que ela já fez pelos bataticultores, dados sobre a produção de batata brasileira e os projetos da
Encontro reuniu associados e parceiros da ABBA
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Associação. “Queremos demonstrar a importância de uma associação e de ter uma entidade que representa a nossa classe”, pontuou Shimoyama. A ABBA foi fundada em 1997. É uma associação relativamente nova, mas que já alcançou 1000 associados no país. A entidade busca representar os bataticultores perante a sociedade, inclusive ao governo federal, defendendo a produção de batata e seus segmentos. As reuniões regionais visam integrar os produtores da cadeia. A associação tem como prioridade informar os bataticultores, apoiando em seus problemas e tentando solucioná-los, buscando novas tecnologias para os mesmos. Como a função da associação é tam-
bém informar os produtores, foram debatidos assuntos pertinentes à produção, como por exemplo, a situação do mercado atual. “Há uma retração do mercado como um todo no país, e com a batata não é diferente. A produção não é tão alta, mas os preços não reagem porque não está tendo saída. Há um baixo consumo da batata atualmente”, destacou o diretor da área de semente da ABBA, Edson M. Asano. Em Guarapuava, Asano comenta que a área de plantio na região não se altera em grande quantidade. “Mas nos últimos dois anos, percebemos que alguns produtores que cultivavam outras culturas, como tomate e cereais, migraram para o plantio de batata.
BRS Camila Gerente geral da ABBA, Natalino Shimoyama
Diretor da área de semente da ABBA, Edson M. Asano
Representante de vendas da Zeagro, Brunno Fernando Viomar
Mosca Branca Uma praga que ataca a lavoura da batata e chegou recentemente na região - a Mosca Branca (Bemisia tabaci) - foi um dos temas discutidos no encontro. “Na região, ela é uma praga relativamente nova e os produtores não tem conhecimento”, afirmou Shimoyama. Ele destacou que uma das principais formas de evitar a mosca branca é não plantar batata coincidindo com o final do ciclo de soja. “Porque da cultura da soja, a mosca migra para batata”. A mosca branca, além de atuar como vetor de vírus (Geminivirus), também causa danos diretos às plantas devido à alimentação (sucção de seiva e injeção de substâncias tóxicas), reduzindo o vigor da planta, induzindo anomalias fisiológicas, como a folha-prateada. “O dano direto é a fumagina (folha prateada) e morte de planta. Além disso, como a mosca branca é vetora dos Geminivirus, fica um mosaico na lavoura, em que as folhas se tornam verdes e amarelas. Isso com até 40 dias. Em seguida, começamos a perceber rolamentos e tem muita gente que acha que é vírus de rolamento transmitido por pulgão, mas não é”, pontua o gerente, citando outros sintomas da mosca branca. Ele alerta que a mosca, quando está com o vírus, sente-se melhor em lugares mais frios, portanto é importante que os produtores fiquem atentos, já que o clima de Guarapuava tem essa característica. Ainda não é uma quantidade tão alta, mas pode ser que seja uma tendência e que daqui a alguns anos esse aumento de área seja significativo”. Shimoyama, o gerente geral, lembrou que Guarapuava já foi uma das regiões mais importantes de batata no Brasil. “A reunião é uma oportunidade de reunir os produtores de batatas da região, discutir sobre assuntos pertinentes à Associação e à produ-
ção de batata em geral, e criar uma ponte entre o associado, a ABBA e as empresas. Os produtores estão no campo todo dia e sabem o que está acontecendo. A ABBA pode vir com sugestões para minimizar os problemas, mostrar o que está sendo feito em outras regiões do país e as empresas também podem auxiliar”, comenta o representante de vendas da Zeagro, Brunno Fernando Viomar.
A Embrapa também esteve presente ao encontro, lançando na região uma nova cultivar de batata, a BRS Camila. O lançamento oficial foi realizado no dia 5 de março, em Palmas, no Paraná. O engenheiro agrônomo da Embrapa, Antônio César Bortoletto, conta que foram mais de 10 anos de pesquisa. “Ela tem algumas características diferenciadas das cultivares que já existem no mercado. Uma delas é o grande potencial produtivo. Os tubérculos possuem um tamanho muito bom e um aspecto bonito para o comércio”. Quanto às doenças, as características da variedade são a resistência ao vírus Y - doença que causa degeneração das sementes e reduz a produtividade - e a qualidade das lavouras. Com essa resistência, a cultivar garante maior número de multiplicações da semente, tornando-se mais barata e de melhor qualidade. A BRS Camila também é totalmente adaptável ao clima brasileiro, pois foi produzida aqui e com características locais, o que reduz também a incidência de doenças. “O sistema radicular dela aproveita a água com maior eficiência do que as demais batatas que vem do Hemisfério Norte. Então, ela resiste por mais tempo durante a estiagem, por exemplo”, pontua o agrônomo. “A Camila é uma batata que agrada muito o consumidor. Como já citamos, devido ao seu aspecto bonito, tamanho e além disso, ela é bastante saborosa. A batata tem sido indicada para a gastronomia gourmet, para pratos mais requintados”, destaca o engenheiro agrônomo da Embrapa Antônio César Bortoletto.
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Visita Sindicato Rural recebe alunos de Escola Municipal do Campo
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direção da Escola Municipal do Campo Lidia Scheidt Curi procurou o Sindicato Rural de Guarapuava para agendar visita dos alunos à entidade e também para que a entidade ministrasse palestra na instituição de ensino. A escola funciona em período integral, possui 100 alunos do 1º ao 5º ano, sendo a maioria pertencente à família rural. No dia 15 de maio, cerca de 20 alunos do 3º ano do ensino fundamental visitaram a sede do Sindicato Rural. O vice-presidente do Sindicato, Anton Gora, explicou aos estudantes quais são as funções do Sindicato Rural, o que ela faz pelos produtores e sua importância para classe. Além disso, também foi explicado aos alunos sobre os cursos disponibilizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), quem pode realizá-los e como participar. Foi dado destaque para
O vice-presidente do Sindicato Rural, Anton Gora, explicando aos alunos a função da entidade
Cerca de 20 alunos conheceram o Sindicato Rural
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o Programa Agrinho, voltado às crianças do ensino fundamental. A Revista do Produtor Rural do Paraná também foi apresentada aos estudantes. Foi detalhado o seu processo de produção, desde as entrevistas e fotos, elaboração e correção de textos, impressão, até a sua entrega. Foram explicados também quais os conteúdos que são publicados nas edições. Os mesmos assuntos foram abordados, no dia 19 de maio, quando a equipe do Sindicato Rural visitou a Escola Municipal. Desta vez, foram os alunos do 4º e 5º ano que conheceram o Sindicato Rural e suas funções, por meio da explicação da gerente e jornalista da entidade, Luciana de Queiroga Bren. Na ocasião, os estudantes apresentaram algumas perguntas que foram feitas pelos seus pais. Isso foi possível porque as professoras deram como atividade de
Representantes da entidade ministraram palestra na Escola Municipal do Campo Lidia Scheidt Curi
Gilmar Luis Santin, diretor da escola casa, perguntar aos pais se eles tinham conhecimento do que era o Sindicato Rural e quais dúvidas que possuíam em relação à entidade. Para o diretor da escola, Gilmar Luis Santin, essa aproximação é importante para que os alunos tenham conhecimento que existe uma entidade que ajuda e representa os produtores rurais. “A partir de 2013, a escola passou a ser oficialmente uma escola do campo. Portanto, temos que trabalhar com a nossa realidade e buscar parceria com entidades e empresas que sejam da área. E nada melhor do que o Sindicato Rural, que representa a classe. Com essa aproximação, não só os alunos poderão obter benefícios, mas os pais e também toda a comunidade, através dos cursos do Senar, por exemplo. É uma forma de incentivar que essas crianças fiquem no meio rural e percebam que podem ter uma boa vida nele”. Paola Groth Bonfim tem 11 anos e está no 4º ano. Ela diz que foi muito interessante receber a palestra do Sindicato Rural e conhecer um pouco mais da entidade. “Foi bem legal saber que tem quem represente os produtores. Se eles tiverem um problema agora a gente sabe que pode ir ao Sindicato Rural e perguntar. A revista é maravilhosa, ajuda muito quem quer saber mais sobre as coisas da agricultura. Os cursos também são bem legais para nossos pais fazerem”, elogiou a estudante.
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Sustentabilidade
Biodiversidade e agricultura: Re-inovando o Agro
A Fernando Dini Andreote – Professor Associado (Livre Docente) do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.
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agricultura é uma das atividades mais primitivas da humanidade, e um dos motivos do fim do nomadismo extrativista. Ao desenvolver a capacidade de cultivar seus próprios alimentos, o homem foi capaz de se estabelecer em determinado local, e a partir daí criar sistemas sociais mais complexos. Desde então, a agricultura tem passado pela intensa necessidade de inovação, e por meio de muitas destas (seleção de plantas e tecnificação do uso do solo) foi possível sustentar o aumento na densidade populacional. Esta mesma agricultura é uma das maiores causas de impactos ambientais, sendo inerente ao processo os efeitos indesejados sobre o ambiente, como a remoção da paisagem natural e a geração de resíduos. Forma-se neste ponto um binômio de grande importância para o futuro da agricultura. Qual a possibilidade de novamente inovar, elevando a produção de alimentos com uma diminuição do impacto ambiental? Somos nós capazes de mudar conceitos incrustados na
história agrícola, dando a essa atividade um novo patamar de sustentabilidade? A agricultura moderna se desenvolveu com base na homogeneização das áreas cultivadas, partindo do princípio antropocêntrico de que os campos de cultivo devem se assemelhar a uma processo industrial (produtos uniformes e condições controladas). Menor importância foi dada a inter-relação do produto com os demais componentes do meio de produção (bióticos e abióticos). Ao nos depararmos com estes outros componentes, buscamos soluções simplistas, moldadas para modificar cada um destes fatores separadamente. A re-inovação na agricultura deve ter como base uma visão holística, integrando o conceito de biodiversidade, conhecidamente importante no desenvolvimento de sistemas estáveis, como em áreas naturais. Sob a égide de maior biodiversidade, sabemos que a proliferação de organismos indesejados é extremamente menor, além de conhecer que as plantas nestes ambientes se nutrem eficientemente (devido a ciclagem de nutrientes), mesmo frente a uma baixa
disponibilidade de nutrientes no solo. Este tipo de inovação é desafiador na agricultura de alto rendimento, mas já aplicada na recuperação de áreas degradadas, por exemplo, nos sistemas de integração entre a silvicultura, a lavoura e a pecuária. Podemos integrar neste conceito a utilização de componentes da biodiversidade que são ainda pouco explorados, representada por microrganismos que colonizam os solos agrícolas e as plantas cultivadas. Menos de 1% dos microrganismos apresentam potencial de causar doenças a animais e plantas*, restando portanto uma vasta maioria capaz de estabelecer interações benéficas com seus hospedeiros, ou realizar processos importantes no ambiente em que se encontram. O uso deste recurso biológico na agricultura é ainda limitado a uma pequena fração desta potencialidade, como a utilização de bactérias fixadoras
de nitrogênio associadas a leguminosas, a promoção da colonização de plantas por micorrizas e o controle de pragas pela atividade de fungos e vírus patógenos. Existem outros milhares, prontos para serem utilizados no desenvolvimento de uma inovação agrícola. Sabe-se que a integração dos recursos microbiológicos com o ambiente e a planta se estabelece em sua plenitude quando a biodiversidade microbiana é ampla. Por exemplo, as plantas recrutam organismos do solo para auxiliarem em seu desenvolvimento, num processo resultante de longa história co-evolutiva, e apenas eficiente sobre um recurso microbiológico de alta biodiversidade. O desenvolvimento de estudos que visam entender a biodiversidade microbiana, e atribuir a esta novas funcionalidades, serão essenciais desenvolvimento das tecnologias baseadas neste recurso onipresente nas áreas de cultivo. A pro-
moção da biodiversidade pode ser realizada de diversas maneiras, relacionadas com práticas de manejo que promovam a ativação de grupos microbianos, ou na recomposição desta biodiversidade. Temos, portanto, que a inovação tecnológica baseada na biodiversidade microbiana apresenta enorme potencialidade, tanto na agricultura mais simplista, como nas áreas de agricultura de alta performance, podendo ser um dos pilares que levarão a agricultura mundial a um novo patamar de sustentabilidade. Este conceito auxiliará na desejada união da alta produtividade agrícola a uma maior sustentabilidade do sistema, provando que estes conceitos jamais deveriam ter caminhados em direções opostas. *Melo, IS; Azevedo, JL. Microbiologia Ambiental, 2ª Ed. 647p. Editora Embrapa. Jaguariúna, SP, Brasil. ISBN: 978-85-85771-44-7
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Agronomia
Arena Campeira
Na 4ª Jornada de Estudos Agronômicos e Arena Campeira, da Faculdade Campo Real, o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho L. W. Botelho, destacou que futuros agrônomos devem acompanhar o ritmo das novas tecnologias
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Sindicato Rural de Guarapuava participou, mais uma vez, da Jornada de Estudos Agronômicos da Faculdade Campo Real. Em sua quarta edição, o evento ocorreu de 5 a 8 de maio, no Guarapuava Esporte Clube (GEC). No local, a programação trouxe novamente a chamada Arena Campeira, um espaço de debates informal, onde profissionais ligados ao agronegócio, convidados pelos organizadores, respondem perguntas de estudantes e trocam ideias sobre as perspectivas da agronomia e da produção agropecuária. A noite de abertura, que teve por tema “Cadeias produtivas do agronegócio e atuações do engenheiro agrônomo no mercado e trabalho”, reuniu cerca de 500 estudantes, que compareceram para ouvir os palestrantes: o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho; o presidente da Associação Brasileira de Batata (ABBA), Natalino Shimoyama: o Diretor da Área de Batata-Semente da ABBA, Edson Asano; e o primeiro vice-presidente do CREA-PR, Orley Jayr Lopes. O mediador foi o professor Marco Barboza, do curso de Agronomia e um dos membros da comissão organizadora. Ao responder perguntas sobre a pecuária de corte, que vive um bom momento, o presidente do Sindicato Rural, que é agrônomo, produtor rural
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e criador de gado de corte, destacou a importância do pecuarista evoluir tecnicamente, para fazer frente às exigências sanitárias e do mercado, e se fortalecer por meio da união. Rodolpho Luiz Werneck Botelho destacou ainda, aos estudantes, que a seu ver o Paraná não deve pensar em fazer frente à pecuária do Centro-Oeste, mas encontrar um nicho próprio na comercialização. Em entrevista, o presidente do Sindicato Rural enalteceu a Jornada de Estudos Agronômicos. “É uma maneira de estreitar a ligação entre os futuros profissionais e nós, produtores rurais”. Botelho apontou que as perspectivas para os agrônomos são boas, mas os desafios do agronegócio e a evolução da tecnologia exigem uma formação profunda e ampla: “Mercado de trabalho existe, mas precisa capacitação. É preciso o profissional correr atrás de informação, principalmente pensar em médio e longo prazo. Nada acontece de uma hora para outra. Mas é um mercado interessante”. Ele recordou que, do lado do produtor, existe uma demanda cada vez maior por prestação de serviços e assessoria técnica. “Hoje, temos máquinas modernas, agricultura de precisão, e que precisam de um acompanhamento”, explicou. O professor Marcos Barboza destacou a importância da presença do Sindicato Rural. “As informações que
Rodolpho L. W. Botelho, pres. do Sindicato Rural de Guarapuava
vêm do campo, através do presidente do sindicato, assim como a sua experiência como agricultor, com certeza só vêm a agregar mais valor. Essa convivência de campo, que cada um desses profissionais nos traz, mostra a realidade que os estudantes vão enfrentar no mercado de trabalho”, disse. Também foram tema de debates da jornada: “Fitopatologia agrícola, agronegócio e inovações tecnológicas em mecanização agrícola”; “Manejo de culturas, nutrição de plantas e manejo integrado de pragas”; e “Entomologia agrícola, sistemas de produção sustentáveis e fruticultura”.
Triticultura
Para qualificar a safra de trigo em 2015, Biotrigo Genética promove Seminário Técnico no Paraná Sementeiros, produtores e técnicos conheceram, em Campo Mourão (PR), as novas cultivares TBIO e receberam orientações sobre a importância da introdução da cultura do trigo no sistema MIPD e do manejo da lavoura para minimizar doenças.
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ais do que acesso à tecnologia, é preciso saber usá-la. O investimento crescente em pesquisa tem trazido ao campo muitas novidades e perspectivas. Por isso, a Biotrigo Genética realiza anualmente um Seminário Técnico envolvendo técnicos, produtores de semente licenciados Biotrigo, agricultores e moinhos, além de fazer lançamentos, destacar serviços e orientar toda a cadeia tritícola. Na cidade de Campo Mourão - PR, o seminário ocorreu no mês de abril, na Associação dos Engenheiros Agrônomos com a presença de mais de 270 participantes dos estados do Paraná, São Paulo e Região do Cerrado. Na abertura do Seminário, o Diretor Técnico da Biotrigo, Ottoni Rosa Filho, apresentou trajetória profissional dos sócios e a história de mais de duas décadas do programa de melhoramento genético da empresa fundada em Passo Fundo (RS). Ressaltou a construção de um dos maiores Centros de Pesquisa Genética de trigo da América, que será inaugurado ainda neste primeiro semestre. A nova sede da Biotrigo está localizada em Passo Fundo (RS), em uma área de mais de 14 hectares, resultado de um investimento que ultrapassou os R$ 20 milhões. No estado do Paraná, onde possui filial na cidade de Campo Mourão, a Biotrigo é líder, detentora de
cerca de 55% do mercado de sementes certificadas de trigo. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possui aproximadamente 90% de Market Share.
Atenta ao produtor e as demandas do campo O Gerente Regional Norte (PR, SP, MS, MG, GO, DF e Paraguai) da Biotrigo, Fernando Michel Wagner, explica que a empresa está conduzindo vários trabalhos direcionados para atender demandas dos produtores e técni-
cos, atenta ao mercado. A demanda do momento é o manejo e controle da Giberela. “A Biotrigo esta fazendo um trabalho muito grande dentro do seu programa de melhoramento para trazer maiores níveis de resistência, visto que não existem materiais imunes. Sabemos que só o manejo fitossanitário não é eficaz, mas aliado a uma boa genética é possível ter um resultado diferenciado”, destacou Wagner. Esta temática foi aprofundada pelo pesquisador da FAPA (Fundação AgráRevista do Produtor Rural do Paraná
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Homenagem Durante o evento foi concedida uma homenagem especial ao empresário Huguiyoski Sugeta, do município de Londrina (PR), pioneiro no Paraná como produtor de sementes.
ria de Pesquisa Agropecuária), Heraldo Feksa, que apresentou o resultado de uma pesquisa de monitoramento da giberela na região de abrangência da Cooperativa Agrária. “Ao longo destes últimos 12 anos, conseguimos manter a média produtiva de trigo com níveis muito baixos da micotoxina Deoxinivalenol (DON), causada pela Giberela além da excelente qualidade na cultura”, relatou. Os produtores conseguem alcançar este resultado a partir de informações que indicam as probabilidades de doenças recebidas por mensagens de celular ou ainda através do portal da FAPA. “Com isso é possível adequar o manejo para diminuir o foco da giberela e garantir um trigo de boa qualidade e dentro dos padrões permitidos da legislação”, finalizou.
Invasoras: um alerta ao produtor O controle das plantas invasoras, considerado um dos maiores problemas da agricultura mundial também foi um dos focos do evento. Segundo o Gerente Comercial Lorenzo Mattioni Viecili, “o agricultor precisa adotar
O pesquisador Heraldo Feksa apresentou o sistema desenvolvido pela Agrária que informa os produtores como adequar o manejo para diminuir o foco da giberela.
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O Diretor de Negócios da Biotrigo, André Cunha Rosa, apresentou os diferenciais do TBIO Sossego, lançamento do ano para os produtores. medidas que melhorem o manejo da lavoura pensando no controle integrado de invasoras. Não devemos esperar por uma molécula milagrosa, pois a indústria não tem previsão de lançar algo assim tão cedo. Uma das ferramentas que traz um bom resultado é a introdução do trigo no manejo da lavoura desde o início da infestação”, alertou. O especialista em manejo de ervas daninhas, Fernando Adegas, reforçou esta alternativa em sua palestra sobre o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD). Segundo o pesquisador, “em comparação com outros sistemas, o trigo integrado como segunda safra, tanto como cultura, como de palhada, se torna mais eficiente no controle de plantas que se tornaram resistentes devido ao uso excessivo, frequente e na mesma área do mesmo tipo de herbicida”, recomendou. Para complementar o tema, aconteceu um painel sobre o impacto da sucessão soja e milho de segunda safra e a inserção do trigo neste sistema, sob mediação do gerente Fernando Wag-
ner, tendo a participação do supervisor da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Lucas Simas e do acadêmico do curso de agronomia Rodrigo Rudiéri, o qual apresentou um estudo sobre a produtividade de soja sobre palhada de trigo e milho, mostrando os benefícios que o triticultor possui.
Tecnologia para melhorar o rendimento Focada no desenvolvimento de cultivares de trigo que garantam segurança ao produtor rural, a Biotrigo Genética lança nesta safra cultivares ainda mais eficientes. Segundo o Analista Comercial da Biotrigo, Bruno Leonardo Alves, para 2015, a empresa preparou para os multiplicadores de sementes o TBIO Toruk, cultivar com alto rendimento, qualidade e tipo de planta diferenciado, demonstrando ampla adaptação desde o Rio Grande do Sul até a região do Cerrado. “Tem um tipo agronômico de planta diferenciado, porte baixo, forte perfilhamento, possuindo espigamento, florescimento e
A Biotrigo está promovendo um trabalho muito grande dentro do seu programa de melhoramento para trazer maiores níveis de resistência a giberela, visto que não existem materiais imunes. Sabemos que só o manejo fitossanitário não é eficaz, mas aliado a uma boa genética é possível ter um resultado diferenciado”. Fernando Wagner, Gerente Regional Norte Biotrigo Genética
Equipe Comercial Biotrigo:
maturação uniforme, ou seja, um trigo arrojado e que surpreende em relação aos outros materiais por possibilitar ambiente ideal para tecnologia da aplicação de fungicidas visando o combate de doenças de difícil controle, como por exemplo, a giberela”, disse. A cultivar, tem característica de trigo Pão/ Melhorador, atendendo a demanda por qualidade industrial e gerando grande expectativa para o segmento.
Nunca foi tão fácil colher tanto As perspectivas para o produtor de sementes que investir em uma boa cultivar nesta safra são bastante promissoras. Segundo o Diretor de Negócios da Biotrigo, André Cunha Rosa, TBIO Sossego, lançamento do ano para os produtores traz grandes diferenciais. “Consideramos a variedade de melhor pacote fitossanitário já lançado no país, porque apresentou excelente resistência ao complexo de doenças do
trigo e ampla adaptação em todas as regiões tritícolas do Brasil, sendo extremamente competitivo em ambientes suscetíveis a doenças”, afirmou.
Resultados de rendimento e qualidade industrial Com o objetivo de complementar as informações sobre cultivares da Biotrigo, o Supervisor Comercial da Regional Norte da Biotrigo, Deodato Matias Junior repassou aos participantes os resultados de rendimentos das parcelas demonstrativas e ensaios 2014 no Paraná, São Paulo e do Cerrado. Durante o evento, ainda foram abordados temas que representam uma grande oportunidade para a cadeia tritícola, como qualidade industrial, com ênfase em performance de panificação, segregação e suas possibilidades, além da apresentação de novos projetos, os quais a Biotrigo estará ofertando aos seus multiplicadores e ao mercado moageiro.
Lorenzo Mattioni Viecili Gerente Comercial lorenzo@biotrigo.com.br
Fernando Michel Wagner Gerente Regional Norte PR, SP, MS, MG e PY fernando@biotrigo.com.br
Tiago De Pauli Supervisor Comercial RS e SC tiago@biotrigo.com.br
Deodato Matias Jr. Supervisor Comercial PR, SP, MS, MG e GO junior@biotrigo.com.br
Bruno Leonardo Alves Analista Comercial PR, SP, MS, MG e GO bruno@biotrigo.com.br
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Sanidade animal
Paraná Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação Governo do Estado pede o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação pela OIE. Assunto causa discussões e gera polêmica.
A
s discussões sobre o estado do Paraná ser área livre de Febre Aftosa sem vacinação se intensificaram nos dias 11 de maio e 1º de junho, quando parlamentares, entidades agropecuárias e produtores rurais se reuniram em uma Audiência Pública para debater o assunto. Em nenhuma delas, uma decisão oficial foi tomada. No início de maio, o governador Beto Richa enviou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa) um pedido para analisar as condições técnicas do Estado iniciar o processo de obter o reconhecimento
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internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Para embasar o pedido, o governador autorizou a contratação, por meio de concurso público já realizado, de 169 profissionais entre médicos veterinários, engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. O diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Inácio Afonso Kroetz garantiu que eles passarão por treinamento e vão atuar nas frentes avançadas de fiscalização até o final de junho. Durante as audiências, tanto a
Adapar como o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, defenderam que entidades de classe da agropecuária paranaense apoiem no processo de suspensão da vacinação contra febre aftosa nos rebanhos bovinos e de búfalos do Paraná, já a partir de novembro deste ano. Sobre o receio que alguns produtores e entidades têm sobre o fim da vacinação, Kroetz explicou que caso ocorram novos focos da doença no estado o reconhecimento internacional como área livre pode ser recuperado em apenas três meses. Para isso, basta identificar rapidamente os casos e depois eliminar
os animais e carcaças contaminadas. Mesmo com as afirmações, o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Moacir Sgarioni, não se mostrou a favor da retirada da vacinação. Ele alertou para o risco de fraudes no sistema de defesa agropecuária e indicou que há outros efeitos colaterais negativos, como a realização de eventos. “No caso da Expolondrina, 80% dos animais vem de fora. Se hoje já é difícil organizar uma feira agropecuária, vai ficar impossível”. Sgarioni também afirmou que o Paraná não tem excedente de produção e não acredita que o fechamento do mercado, que a não vacinação acarretará, seja algo bom para a pecuária paranaense. A Adapar e a Seab, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estabeleceram um calendário exigido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para a suspensão da vacina. Assim, além da contratação dos téc-
nicos pela Adapar e a instalação de 23 postos de controle nas divisas com Estados e nas fronteiras com a Argentina e Paraguai, haverá restrições ao ingresso de animais vacinados. A auditoria do Ministério da Agricultura é esperada para os meses de julho e agosto, com resultado e decisão no mês de setembro, quando o MAPA enviará pleito à OIE com as auditorias e exames sorológicos já realizados. A expectativa é que em maio de 2017 ocorra a formalização desse reconhecimento por parte da OIE.
FAEP é favorável A Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) se mostrou favorável à ação durante as Audiências Públicas. “A FAEP reitera a sua aprovação e o seu apoio à iniciativa da Secretaria da Agricultura de suspender a vacinação contra febre aftosa. Assim nos candidatamos a conquistar novos mercados, com maior
Celso D’Oliveira, médico veterinário e técnico da Faep renda para produtores rurais e para a sociedade paranaense, através das atividades industriais e do crescimento econômico”, afirmou o presidente da FAEP, Ágide Meneguette no dia 11 de maio. Para o assessor de pecuária da diretoria da Faep e diretor executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária (Fundepec), que participou da segunda audiência no dia 1º de junho, a não vacinação da Febre Aftosa é um avanço na sanidade do estado. “Cumprindo as regras da OIE, nós precisamos, e faz parte do plano de erradicação da febre aftosa, avançarmos no sentido de retirar a vacinação dos ani-
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Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte (Faep) O presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faep, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, concorda que a retirada da vacinação da febre aftosa pode trazer benefícios à pecuária paranaense, porém atenta para algumas questões. “O momento é propício e abriria o mercado para exportação tanto de suínos, aves e depois bovinos. E ao mesmo tempo haveria novas possibilidades de novos frigoríficos e empresas do ramo se instalarem no Paraná, justamente para procurar esse mercado diferenciado de carne. Mas para tudo isso acontecer de forma satisfatória, todos devem fazer seu dever de casa. O produtor deve controlar sua sanidade e o Estado tem que contratar e habilitar os fiscais, para garantirem a segurança de nossas fronteiras”.
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mais. Isso nos confere um novo status sanitário. Status esse, que mais da metade dos países que fazem parte da OIE (mais de 180) já possuem”. O médico veterinário e técnico da FAEP, Celso D’Oliveira, concorda com a retirada da vacinação e acredita que é um bom momento para a ação. “Há anos, desenvolvemos estudos para isso. Todas as medidas, para que a retirada seja feita com segurança, estão sendo tomadas. Em um primeiro momento, a não vacinação beneficiará a cadeia produtiva de suínos de corte, em seguida, a bovinocultura de corte e de leite. Essa decisão está madura suficiente para ocorrer o quanto antes”. O assessor da Faep destaca os motivos que dão segurança para tomar esse passo. “Há 10 anos não temos nenhum foco de aftosa. Todas as Américas estão há mais de três anos sem foco e não há circulação viral. Nossa posição geográfica também favorece. Ao sul, Santa Catarina já é livre sem vacinação, ao Oeste, o Paraguai é livre com vacinação e ao Norte, Mato Grosso do Sul e São Paulo também são estados livres com vacinação”. D’Oliveira complementa que o receio que produtores rurais e demais representantes da pecuária estão tendo, muitas vezes é a falta de informação sobre os benefícios que a ação pode trazer. “Alguns também não sabem que o Governo do Estado tomará as medidas necessárias, aliás, já está tomando, para a fiscalização sanitária no Paraná”. Existe ainda o Fundepec, que foi criado pela Secretaria da Agricultura e a FAEP, juntamente como os demais
Ronei Volpi, diretor do Fundepec
membros do setor agropecuário. O Fundepec é uma taxa cobrada na vacinação para constituir um fundo garantidor de indenizações ao produtor, no caso de surtos de aftosa. Volpi, que é diretor do Fundo, destacou que hoje o montante é de R$ 56 milhões disponíveis para cobrir eventuais prejuízos. “Além de garantirmos que cobrimos os prejuízos, garantimos também que em 90 dias o estado recupera o status sanitário, no caso de focos da doença. Basta tomar as medidas necessárias”.
O medo da escassez de bezerros Produtores rurais do norte do estado também estão receosos com a não vacinação devido ao medo da escassez de bezerros para terminação. Os animais, em sua grande maioria, chegam do Mato Grosso do Sul. “Com a não vacinação não seria possível comprar esses animais, já que o estado vizinho continuaria vacinando. Porém, pela estatística do Governo do Estado, esse volume é bem pequeno, não passam de 70 mil animais por ano, o que significa muito pouco diante do rebanho paranaense. Em contrapartida, nós temos que desenvolver a pecuária. Por isso, a própria FAEP, por meio da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte, já está desenvolvendo um plano para sermos autossuficientes na produção de bezerros para terminação, que tentará suprir os confinamentos, a lavoura-pecuária, etc”. D’Oliveira ressalta que para o Paraná ser autossuficiente na pecuária, o caminho não é longo. Ele explica que em um primeiro momento haveria a necessidade da redução do abate de fêmeas, em torno de 1 a 3%. “Até o final do ano os produtores já poderiam equilibrar a oferta de bezerros no Estado”. O veterinário adenda apenas que o preço do bezerro poderia aumentar, mas em até dois anos, a situação voltaria ao normal. Volpi, concordando, garante que “a produção poderá ser multiplicada por cinco, portanto os benefícios superariam as dificuldades”.
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Sindicato Rural
Dia do Desafio 2015 O Sindicato Rural de Guarapuava participou do Dia do Desafio. Diretores e funcionários da entidade realizaram 15 minutos de atividade física no dia 27 de maio, sob a coordenação do professor de Educação Física, André Luiz Silva Loiola. O Dia de Desafio é uma campanha mundial que incentiva a vida ativa e a adoção de hábitos saudáveis para as pessoas de todas as idades. Qualquer pessoa pode participar e todo tipo de atividade física é válida. A intenção é manter-se ativo por 15 minutos. Guarapuava competiu com a Ciudad Delgado, de El Salvador, sendo a campeã, com 38.65% de participação.
Cursos de Excel e Matemática Financeira O Sindicato Rural de Guarapuava está com inscrições abertas para os cursos de Excel Médio e Avançado e ainda, Matemática Financeira para sócios, parceiros, acadêmicos de Agronomia e Medicina Veterinária. As aulas iniciam no final de junho, na sala de cursos da entidade sindical. O curso de Excel acontece aos sábados, das 8h às 10h e de Matemática Financeira, das 10h às 12h. Essas serão as últimas turmas no ano de 2015. O valor de cada módulo, tanto Intermediário como Avançado é de R$ 90,00, com pagamento na inscrição. Para quem já realizou os dois módulos, é possível fazer uma reciclagem ou consultoria no desenvolvimento de suas planilhas em Excel. Valor e local a combinar com o professor. O curso de Matemática tem carga horária é de 12 horas presenciais, mais 4 horas de atividades não presenciais. O valor é de R$140,00. As inscrições para os cursos podem ser feitas no Sin-
dicato Rural de Guarapuava, pelo fone (42) 3623-1115 (com Anelise) ou com o professor Roberto Zastavny, pelo fone (42) 8816-7726.
Jantar do Hospital São Vicente Na noite do dia 24 de abril, representantes do Sindicato Rural de Guarapuava participaram do Jantar Mágico do Hospital São Vicente. O evento comemorou os 102 anos da entidade. A renda arrecadada será revertida em obras no hospital. A noite além de reunir um cardápio sofisticado, foi marcada pela apresentação de ilusionismo do Mago Kronuus, conhecido como o Mágico do Fantástico.
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Jeison Primak
NR 33 Espaços confinados: trabalho com segurança
P
ensando em segurança no trabalho em “espaços confinados”, primeiramente precisamos entender alguns pontos: 1. O que é espaço confinado? 2. Quais suas características? 3. Quais os procedimentos para esta atividade? Espaço confinado é todo espaço não projetado para permanência contínua de pessoas, ou seja, locais onde se tem dificuldades de acesso, locomoção, até mesmo baixos níveis de oxigênio, resumindo, pode-se dizer que espaços confinados são ambientes para a não permanência humana. Por se tratar de ambientes de difícil acesso, podem proporcionar vários riscos à saúde do trabalhador, tais como: risco de ocorrência de acidente do trabalho se houver diminuição de oxigênio, causando intoxicação elevada, baixa luminosidade e ainda possibilidades de explosões e/ou incêndios e muitas vezes acidentes fatais ou incapacitantes. Para caracterizar um espaço como confinado é necessário avaliar a sua geometria, acessos e atmosfera. Nota-se que as empresas têm dificuldade em reconhecer e distinguir esse tipo de ambiente. São exemplos típicos de espaços confinados: caldeiras, tanques, poços, transportadores, silos, tubulações, torres, colunas de destilação, caixas de passagem, fornos, moinhos, secadores, prensas,
dutos de ventilação, entre outros serviços de gás, de água e esgoto, eletricidade, telefonia, construção civil, beneficiamento de minérios, siderúrgicas. A NR 33 (Norma Regulamentadora – Segurança e saúde no Trabalho em espaços Confinados) orienta sobre o reconhecimento dos riscos e a adoção de medidas para garantir a entrada e o trabalho seguro nos espaços confinados, pois o trabalho exige controle de horários e entrada específica. Cabe ainda ao empregador indicar um responsável técnico pelo cumprimento da NR 33, que estará habilitado após ter recebido treinamento qualificado para identificar espaços confinados dentro da empresa; elaborar medidas técnicas administrativas e pessoais de prevenção, de emergências e resgate; identificar riscos específicos; garantir a capacitação continuada dos trabalhadores.
A capacitação inicial dos trabalhadores autorizados, vigias e supervisores de entrada devem receber ter carga horária mínima de dezesseis horas e capacitação periódica a cada 12 meses, com carga horária mínima de oito horas. Além das diversas medidas de proteção dispostas na NR33, deve-se atender a questão do fornecimento e orientação quanto ao uso dos equipamentos individuais (EPI) e coletivos (EPC). A NR 33, quando seguida e respeitada, pode significar a diferença entre a vida e a morte de trabalhadores, além de resguardar o empregador de possíveis danos materiais e prejuízos financeiros. É preciso que todas as partes interessadas tenham a consciência de que a segurança e saúde no trabalho está diretamente ligada à qualidade de vida no trabalho.
“Seu patrimônio é a vida, sua maior proteção é a prevenção.” Revista do Produtor Rural do Paraná
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Cursos Senar Guarapuava
Produção Artesanal de Alimentos
Trabalhador na Segurança no Trabalho
Conservação de frutas e hortaliças conservas molhos e temperos
NR 35 - Trabalho em altura - Agroindústria
Data: 06 a 07/05 Local: Assentamento Rosa Instrutor: Denise Bubniak
Trabalhador na Meliponicultura Abelhas indígenas sem ferrão
Data: 05 a 29/05 Local: SIndicato Rural de Guarapuava Instrutor: Joel de Almeida Schmidt
Trabalhador na Fruticultura Básica Clima temperado - morangueiro Data: 09/05 Local: Igreja Bom Pastor Instrutor: Luiz Sérgio Krepski
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Data: 11 a 12/05 Local: Fazenda Modelo Instrutor: Josias Batista Barros
Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos Tratorizado - autopropelido - NR 31 Data: 27 a 29/05 Local: Fazenda Capão Redondo Instrutor: Eder Paulo Arrabal Arias
Trabalhador na Segurança no Trabalho NR 33 - espaço confinado - trabalhador e vigia Data: 22 e 23/05 Local: Fazenda Modelo Instrutor: Daniel Giorno Nascimento
Candói
JAA - Jovem Agricultor Aprendiz Cenário agrossilvipastoril - preparando para gestão
Local: Sindicato Rural de Guarapuava- Extensão de Base – Candói. Instrutor : Tibéiro Pimentel Budal. Parceria: colégio Estadual Santa Clara
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos Derivado de Mandioca
Data: 18/05 a 19/05 Local: Pavilhão da Comunidade de Barra Mansa Instrutor : Margarida Maria Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos Derivado de Leite
Data: 20/05 a 21/05. Local: Centro Comunitário do Assentamento Matas do Cavernoso Instrutor : Margarida Maria Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos Geleias Doce Pastoso de Doce de Corte Data: 25/05 a 26/05 Local: Pavilhão da Igreja de Santa Luzia Instrutor : Inês Maria Wietozikoski Parceria: Secretaria de Promoção Social
JAA - Jovem Agricultor Aprendiz Cenário agrossilvipastoril - preparando para gestão Data: 06/04 a 10/08. Local: Colégio Estadual de Segredo Instrutor: Tibério Pimentel Budal Parceria: Colégio Estadual de Segredo Foz do Jordão
Gestão de Pessoas Mulher Atual
Local: ARCAM- Associação Recreativa dos Funcionários da COAMO Instrutor : Ednilza Godoy Vieira Parceria: Coamo
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Candói
Trabalhador na Segurança do Trabalho Primeiros Socorros
Local: Sala de Cursos da AG Teixeira Instrutor: Josias Batista de Barros Parceria: AG Teixeira
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos Derivado de Mandioca
Data: 27/05 a 28/05. Local: Centro Comunitário de Tirivas Instrutor : Inês Maria Wietozikoski Parceria: Secretaria de Promoção Social
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos Derivado de Pescado
Data: 21/05 a 22/05 Local: Cozinha do Ginásio Jordãozinho Foz do Jordão Instrutora: Zeli da Conceição F. de Oliveira Parceria: Câmara de Turismo e EMATER
Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos Conservação de Frutas e Hortaliças - Geleias Doce de Corte - Doce Pastoso Data: 29/05 a 30/05 Local: Pavilhão da Comunidade do Despraiado Instrutora: Inês Maria Wietozikoski Parceria: Secretaria de Promoção Social
Cantagalo
Artesanato de tecidos Confecção básica de vestuário – corte e costura Data: 04/05 a 21/05. Local: Sindicato Rural de Guarapuava Extensão de Base Cantagalo Instrutora: Cleunice França Jeczmionski Parceria: Dona Inês - Loja Sonho Real
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Trabalhador na bovinocultura de leite Manejo e ordenha
Local: Sindicato Rural de Guarapuava Extensão de Base Cantagalo Instrutor: Marcelo Simionatto. Parceria: Secretaria Municipal de Agricultura de Cantagalo
Perfil
Experiência e determinação Aos 91 anos, um dos sócios-fundadores do Sindicato Rural de Guarapuava ainda vive no campo, com lembranças de uma vida dedicada ao trabalho Ser produtor rural é dedicar sua vida ao trabalho no campo. Embora novas tecnologias marquem cada vez mais esta atividade, o exemplo de quem lutou para construir e manter sua propriedade permanece vivo. Percorrendo o interior, é possível encontrar ainda produtores de gerações pioneiras, que ainda vivenciam o dia a dia rural e se alegram em compartilhar histórias de vida. É o caso do produtor Estefano Kich, de Candói. Nascido em 1924, hoje, aos 91 anos, ele tem a contar uma longa trajetória. Ao conversar com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL no último dia 29 de abril, o produtor recordou que, há muitos anos, sua família, de origem ucraniana, veio de Prudentópolis
para Candói, onde comprou 30 alqueires por 10 mil réis. Na área, ele ajudou a erguer a casa, ao lado do pai, que já tinha experiência de construir os antigos barbaquás (instalações para erva-mate), e do tio, hábil na carpintaria. Tendo resistido ao tempo, o imóvel, em madeira, reflete a simplicidade do campo, mas possui linhas e cores típicas das residências rurais de imigrantes europeus que se instalaram no Sul do Brasil. Entre as muitas lembranças, o produtor recordou que no passado trabalhou com suínos, criando ou comprando os animais para revendê-los em Barra do Piraí (RJ). Outra fase marcante, ressaltou, foi o período em que serviu ao
Exército, em 1946, em Foz do Iguaçu. Milho foi uma das primeiras culturas da propriedade. Kich também se engajou em prol de avanços do próprio setor agropecuário: em 1967, ele foi nada menos do que um dos sócios-fundadores do Sindicato Rural de Guarapuava – ao longo de quase cinco décadas, a entidade se tornou uma das mais atuantes do segmento no Paraná. Com o apoio das novas gerações, ele manteve sua propriedade ativa até os dias atuais, produzindo soja e milho, além de algumas cabeças de gado. Hoje, Kich se orgulha de sua vida voltada ao trabalho e conta com a ajuda das novas gerações na lida diária.
(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br
Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR
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Produtores em destaque
Paulino Brandeleiro Luiz e Nelson Adelar Gehlen
Huberto José Limberger
Manoel Antonio Ferreira Bueno Katherine e Raimund Duhatscheck
Regina Rickli Siqueira e Aramis Lineo Mendes Siqueira
Luiz Carlos Silva Marcondes
Reni Pedro Kunz Kevin Reichardt, Ewald Müllerleily, Roberto Keller, Marcos Weigand e José Luiz Mildenberger
Walter Knaf
Rosita P. de Lima Malinoski Marlon Newton Lustosa Schneider e Saulo Lustosa Schneider
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Heitor Visentin Kramer Filho
Novos sócios
Vera Lúcia Dambroski de Castilho
Rodrigo Zampieri
Marcio Camargo
Rosana Campello Manfredini
Mauro Cesar Soares Pacheco
Roberto Lustoza
Saulo Lustosa Schneider
Ana Maria Lopes Ribeiro
Entardecer após colheita na Estância Dom Chiquito, no Pinhão-PR. Foto enviada por Dario Caldas Serpa
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Profissionais em destaque
Péricles Carvalho (Connan)
Roberto Cella e Thiago Zanco (DEKALB)
Cassiano Medeiros e Anderson Luiz Taques (BAYER)
Raphael Bastos Pupo (Agropantanal)
Guilherme Leão (Costa e Leão Consultoria Agropecuária)
Moacir Zimermann Prates (DPaschoal)
José Roberto Papi (AEAGRO) e João Henrique Dorneles Papi (Bulbo | Design Estratégico)
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Yuri Eurich (Bayer/Agropantanal)
Pedro Campos (Lavoura SA) e Talles Batistão (Dow)
Novos parceiros Projeto Identidade Sindical
Pâmela Annes e Ramires Barbosa (Hamburgueria Romana)
Vinicyus Belchior Hillessheinn (Terra Legal) - Candói
Enduro No dia 30 de maio aconteceu a 2ª etapa da Copa Dalba de Enduro Fim, na localidade de Zartarlândia, município de Pinhão/PR. O empresário do agronegócio de Guarapuava Cícero Kuntz (Equipe Garra Trilha-CRK agrícola) obteve o 2º lugar na categoria over 45 e o 1º lugar foi para o empresário de Entre Rios, Arno Muller. O pupilo José Rezende Neto - “Kids” (equipe Garra Trila-INQUIMA), ficou com o 2º lugar na categoria Força Livre Nacional. O 1º lugar ficou com o jovem de Entre Rios, Allan Spiess.
o e-mail: foto para a su .br ie v n E uava.com cao@srgp a ic n u m co
JULHO
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Camila Illich Carlos Eduardo dos S. Luhm Edilson Araujo Martins Seiti Tikamori Ester Terezinha Abicalaffe Osires Kaminski Jose Ernani Lustosa Roland Paul Gumpl Eduardo Gelinski Paulo Rodolfo Schulz Guinter Stefan Duch Luiz Pulga Gilberto Souza Gonçalves Mayron Eduardo F. Kreuscher Osmar Kloster Oliveira Teruyoshi Robson Udagawa Luiz Artur Mendes Ferreira Rodolpho Manoel Da Silva Vera Virmond Carlos Armando Abreu Alves Reinhold Buhali
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Sebastião Haeffner Andreas Milla Ii Ernst Leh Juliana Martins de O. Scherer Salvador Ivatiuk Severino Genuino Dourado Silvino Caus Jair Clemente Zart Quintilho Aparecido Pine Aldir Antonio Goldoni Alexander Ritter Anton Gora Ari Schwans Laura Isabel F. Loures Buch Leonidas Ferreira Chaves Rosenei de F. Cardoso Kunz Hugo Silvestrin Filho Rodrigo Junior Scalabrin Herculano Augusto Abreu Alves Angelo Muzzolon Raphael de Camargo
19/07 19/07 20/07 20/07 20/07 20/07 21/07 21/07 21/07 21/07 22/07 23/07 23/07 23/07 23/07 23/07 24/07 24/07 24/07 24/07 25/07
Francisco G. Marcondes Viktor Leh Angela Ribas Cleve Costa Aridreia Antunes de M. Spieler Claudia Mugnol Frites Marlene Gaertner Korpasch Edson Adriano de Vargas Ernesto Stock Gunter Duhatschek Mateus Julik José Vilmar Sopchuk Airton Ribeiro de Campos Alaor Pedro Da Luz Eros Lustosa Araújo Ozires José Vaiz Fernandes Paul Illich Adam Gartner Anton Kreuscher Fellipe Lustosa Ribas Jaerger Leonides Antunes Deschk Frank Nohel
25/07 26/07 26/07 26/07 26/07 26/07 26/07 27/07 27/07 27/07 28/07 28/07 28/07 28/07 28/07 29/07 29/07 29/07 29/07 30/07 31/07 31/07
Valdomiro Ivatiuk Junior Alexandre Marath Annemarie Pfann Emerson Milla Humberto Mano Sá Roberto Espedito A. Marcondes Vinicius Virmond Abreu Sérgio Alves Teixeira Sieghardt Johann Kleinfelder Vanderley Kuachinhak Arismari Rocha Camargo Gibran Thives Araújo Márcio Antonio P. Marcondes Paulo Cesar Fonseca Walter Wilk Alvina Ribeiro Taques Eros Lange Geraldo Elias Limberger Zeni Aparecida Padilha Muzzolon Kleyton Romualdo Kramer Candido Pacheco Bastos Mariane Werneck Botelho
AGOSTO
Aniversariantes/2015
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Cezar Augusto C. Silvestri Josef Winkler SebastiÃo G. Da Fonseca Sérgio Roberto Veit Walter Peter Weckl Wilfried Georg Spieler Augusto Stroparo Edla Woelfer Lustosa Jorge Karl Luciana Aparecida Camargo Wilson Zschornak da Silva Anderson Muzzolon Anna Luisa Jungert Lauro Manhaes de Souza Helmut Milla Rene Martins Bandeira Filho Geni Blasquievis Sartori Johana Karl Taschelmayer Roberto Cleider Lustoza Thiago Lustosa Araújo
07/08 07/08 07/08 08/08 09/08 10/08 11/08 12/08 12/08 13/08 13/08 13/08 14/08 14/08 16/08 16/08 16/08 17/08 17/08 17/08
Adauto Brandelero Ivo João Vargas João Huber Katherine G. Alves Duhatschek Alfredo Wolbert Vanderlei Gomes de Assis Leni Losso Kluber Marli de Araújo Ribas Vera Lúcia Bovolini Wild Carlos Leopoldo Durski Silva Celson Luiz Brandalise Gerhard Marx Gilson Zacarias Cordeiro Júnior Ponciano Rocha de Abreu Christoph Zehr Renato Goes Penteado Filho Wilson Barbieri Boles Nilcharz Gilberto Marcondes Leineker Tadeu Dreviski
18/08 18/08 18/08 18/08 18/08 19/08 19/08 19/08 20/08 20/08 20/08 20/08 21/08 21/08 22/08 22/08 23/08 23/08 23/08 23/08
Darci Carraro Joel Domingues da Silva Josef Hildenbrandt Júnior Luiz Carlos Rodrigues Nelson Bremm João Konjunski Murilo Lustosa Ribas Júnior Neusa Silveira Vier Amarildo Ribeiro dos Santos Antônio Mayer João Maria Mendes Siqueira Osmar Gelinski Carlos Alberto Abreu Alves Nelson Adelar Gehlen Egon Mayer Roberto Eduardo N. de Cunha Afranio Leodanil Nardelli Edmund Johann Abt Ilse Klein Luis Carlos Vatrin
23/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 25/08 25/08 27/08 29/08 30/08 30/08 30/08 31/08 31/08 31/08 31/08
Maico Mendes de Araújo Armando França de Araújo Bruno Grismayer Gabriela Abt Tratz Izolina Denise Taques da Cruz Jaime Enrique Vargas Arbulu Murilo Lustosa Ribas Saulo Lustosa Schneider Sirineu Luiz Denardi Elton Luis Mucinelli Caldas Robert Reinhofer Edgard Georg Szabo João Vasconcelos Schimidt Antonio Carlos Lacerda Loures Gerson João Mendes de Abreu Sérgio José Lubacheski Aramis Lineo Mendes Siqueira Elison Bueno Araújo Neuraci Lustoza Dangui Rui Carlos Mendes de Araújo
Confira a agenda de eventos agropecuários:
JUL/AGO
Arraiá Beneficente do 50 anos CTG das Batatas 3º Rodeio Noite Hospital São Vicente Fogo de Chão Guarapuava (PR) Guarapuava (PR) 11 e 12 de julho Parque de Exposições Lacerda Werneck (42) 3621-7800
Expogua 40ª Guarapuava (PR)
7 a 16 de agosto Sociedade Rural de Guarapuava (42) 3623-3896
114
Revista do Produtor Rural do Paraná
Guarapuava (PR) 16 a 19 de julho Parque de Rodeios CTG Fogo de Chão (42) 3035-5474
Expointer Esteio - RS
18 de julho Guarapuava Esporte Clube (42) 9911-0611 (42) 8422-4500
19/08 a 06/09 Parque Estadual de Exposições Assis Brasil (51) 3458-8500 www.expointer.rs.gov.br
2015
do Agricultor Dia Guarapuava (PR)
28 de julho Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623-1115
Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite VICuritiba (PR) 23 a 25 de setembro Centro de Eventos Sistema FIEP - Curitiba (41) 2105-1700 www.cbsoja.com.br
Revista do Produtor Rural do Paranรก
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A Especialíssima está com nova embalagem e com a excelente qualidade que você já conhece e confia. Faz parte do dia a dia da Dona Zaelita e da Kiara, tornando as suas receitas uma especialidade.
Kiara e Zaelita
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Revista do Produtor Rural do Paraná