ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano IX - Nº 50 - Ago/Set 2015 Distribuição gratuita
Revista do Produtor Rural do Paraná
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10 36 46 50 58 60 80 100 106
Manchete
Por uma nova pecuária
Bovinocultura de leite
Comissão organiza Simpósio Regional
Trigo
Mercado futuro como alternativa
Tradicionalismo
Bodas de Ouro do CTG Fogo de Chão
Fruticultura
Pequenos apostam no morango
Fazendas Históricas
Capão Alto: nas janelas, reflexos do século XIX
Especial 40ª Expogua 40 anos de Expogua
Pecuária de corte
Dia de Campo difunde integração lavoura-pecuária
Evento
Dia do Agricultor 2015
Diretoria Presidente
1º Vice Presidente
2º Vice Presidente
1º Secretário
2º Secretário
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Josef Pfann Filho
Anton Gora
Gibran Thives Araújo Luiz Carlos Colferai
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
João Arthur Barbosa Lima
Jairo Luiz Ramos Neto
Conselho Fiscal
Ernesto Stock
Suplentes:
Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes
Lincoln Campello
Redação/Fotografia
Projeto gráfico
Editora-Chefe
Repórter
Repórter
Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)
Manoel Godoy
Geyssica Reis
Pré-distribuição
Roberto Hyczy Ribeiro
Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação
Distribuição
Alceu Sebastião Pires de Araújo
Cícero Passos de Lacerda
Nossa capa Foto capa: Comunicação FAEP
Titulares:
Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR
André Zentner
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Fernando Mancuelo Oliveira
Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
Editorial
União pela bovinocultura de corte
A
principal notícia dessa edição é o lançamento do Plano Integrado de Desenvolvimento da Bovinocultura de Corte, que visa modernizar a pecuária estadual. Como presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) tive o privilégio de participar da construção desse plano e de seu lançamento, no dia 11 de agosto, no Palácio do Planalto, com a presença do governador Beto Richa, secretários de Estado, lideranças e representantes de entidades da sociedade civil. Na solenidade, agradeci, em nome dos produtores do Estado, suas entidades e toda a cadeia agroindustrial, a dedicação deste Governo e da FAEP, em realizar esse belo trabalho em prol da pecuária paranaense, juntamente com uma série de organizações públicas e privadas. Modernizar a pecuária paranaense e fortalecê-la politicamente era um sonho antigo das lideranças da classe produtora rural e certamente de todos os profissionais da área. Esperamos, com o Plano, consolidar o Paraná como o melhor produtor de carne bovina do Brasil, promovendo a evolução do segmento em gestão, tecnologia e, acima de tudo, em qualidade do produto final. Em 10 anos almeja-se transformar a atividade e consolidar uma pecuária de corte de alto padrão no Paraná, com regularidade de oferta e segurança alimentar. Sabemos que não podemos competir com a pecuária de grandes escalas conduzidas em outras regiões do Brasil e não temos a pretensão de nos tornar maior que nossos vizinhos. Entretanto, reconhecemos nosso potencial em produzir intensivamente um produto de qualidade diferenciada. Não somos os maiores, mas podemos ser os melhores. Já temos modelos de sucesso, implantados por pecuaristas, alianças mercadológicas e cooperativas de carne, que vêm apostando em qualidade e ganhando espaço em nichos de mercado mais sofisticados e rentáveis.
Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
Queremos nos próximos 10 anos comemorar melhores índices zootécnicos da produção bovina no Paraná, aumentando a oferta de animais para a industrialização, fomentando a agroindústria e gerando emprego e renda para toda a cadeia produtiva. Almejamos a redução desta idade de abate, maior taxa de lotação de pastagens, aumento no número de matrizes e a autossuficiência na produção de bezerros. Para alcançarmos nosso objetivos teremos que aplicar diversas ferramentas de tecnologia de produção, gestão, comercialização e organização dos produtores. Concomitantemente, a aproximação e fortalecimento do setor produtivo junto às áreas de pesquisa, seja via universidades e instituições oficiais, será fundamental para o sucesso desse Plano. Sabemos que assim como o setor produtivo, a cadeia agroindustrial também tem enfrentado dificuldades. Com o Plano, almejamos promover o diálogo com todos os elos deste setor. O lançamento é um primeiro passo. Precisamos continuar debatendo, contribuindo e interagindo com toda a cadeia da bovinocultura de corte. Para que tudo ocorra conforme o planejado, faço um apelo especial ao pecuarista, para que ele se abra às inovações, participe dos fóruns de discussão e contribua com a evolução da atividade. Estamos nos preparando para aumentar a produção de carne de qualidade, preconizando a segurança alimentar e ofertando, no mercado nacional e internacional, um produto diferenciado, sustentável e de maior valor agregado. Não mediremos esforços para fazer da bovinocultura de corte desse Estado um exemplo de produção de proteína animal, para o Brasil e para o mundo. O Sindicato Rural de Guarapuava orgulha-se de fazer parte deste Plano Integrado de Desenvolvimento da Bovinocultura de Corte do Paraná. Parabéns a todos os envolvidos neste importante projeto. Desejo a todos uma ótima leitura desta que é a 50ª edição da nossa Revista do Produtor Rural do Paraná!!!
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Foto: Manoel Godoy
Foto destaque da edição
Leilão de ovinos - 40ª Expogua Foto: Manoel Godoy
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Revista do Produtor Rural do Paraná
ARTIGO
Anton Gora
Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná
Números são incontestáveis
7,6% 7,6% Milho Milho
4º
5º
Algodão Algodão 5,9% 5,9%
4º
Carne Carne 3,1% 3,1% suína suína
3º
Óleo de Óleo de soja soja 15,4%15,4%
3º
17,4%17,4%
30,2%30,2%
2º
Carne Carne bovinabovina
2º
Soja Soja
21,0%21,0%
1º
AçúcarAçúcar
0%
34,2%34,2%
20% 0%
Suco de Suco de laranja* laranja*
40% 20%
33,3%33,3%
60% 40%
1º
Café Café
80% 60%
1º 1º
Laranja* Laranja*
100% 80%
57,0%57,0%
100%
Carne Carne de de frangofrango 15,0%15,0%
POSIÇÃO DO BRASIL COMO PRODUTOR EM RELAÇÃO AO MERCADO MUNDIAL EM 2014/15 POSIÇÃO DO BRASIL COMO PRODUTOR EM 1º 1ºAO1ºMERCADO 1º 2º MUNDIAL 2º 3º 3º 4º 5º RELAÇÃO EM 4º 2014/15
Participação do Brasil (%) Participação dos demais mercados (%) Posição no ranking mundial Participação do Brasil (%) Participação dos demais mercados (%) * 2013/14 Posição no ranking mundial Fonte: USDA
* 2013/14 Fonte: USDA
Milho Milho 17,5%17,5%
4º
5º
Carne Carne9,7% 9,7% suína suína
2º
Algodão Algodão9,9% 9,9%
2º
Óleo de Óleo de soja soja13,4%13,4%
22,5%22,5%
1º
Carne Carne bovinabovina
26,8%26,8%
1º
Café Café
0%
40,5%40,5%
20% 0%
1º
35,0%35,0%
40% 20%
1º
Carne Carne de de frangofrango
60% 40%
1º
45,7%45,7%
80% 60%
1º
Soja Soja
100% 80%
78,6%78,6%
100%
AçúcarAçúcar
POSIÇÃO DO BRASIL COMO EXPORTADOR EM RELAÇÃO AO MERCADO MUNDIAL EM 2014/15 POSIÇÃO DO BRASIL COMO EXPORTADOR EM 1º 1ºAO 1º 1º 1ºMUNDIAL 1º 2ºEM2º2014/15 4º 5º RELAÇÃO MERCADO
Participação do Brasil (%) Participação dos demais mercados (%) Posição no ranking mundial Participação do Brasil (%) Participação dos demais mercados (%) * 2013/14 Posição no ranking mundial Fonte: USDA
* 2013/14 Fonte: USDA
Esses gráficos demonstram toda a pujança da agropecuária brasileira. Os números falam por si só.
240.000
3.600
180.000
3.400
120.000
3.200
60.000
3.000
0
Produtividade (kg/ha)
BRASIL: ÁREA PLANTADA COM GRÃOS, PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE Produção (mil t) / Área (mil ha)
Fácil de verificar: os rios no campo são limpos, depois que passam pela cidade saem poluídos. Basta verificar o rio Tietê quando passa por São Paulo ou mesmo o rio Iguaçu quando passa por Curitiba e assim mesmo chega limpo em Foz do Iguaçu, com mais um detalhe: gerando energia elétrica por onde passa. Tudo isso só é possível porque existem matas ciliares. O produtor rural é o único que tem contribuído, efetivamente, financeiramente para a preservação ambiental, doando uma parcela de sua propriedade para o bem comum, através das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Pergunto com o que a sociedade urbana tem contribuído para o meio ambiente, além de criticar quem efetivamente colabora. Vamos para alguns gráficos e números:
Suco de Suco de laranja* laranja*
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empre que alguém critica o agronegócio brasileiro, fico decepcionado com a falta de conhecimento, de informação, de sensibilidade. Colocam a ideologia acima da razão, não valorizam o próprio País, enfim, até se prejudicam em nome de uma falsa informação. Muitas vezes, até divulgada pela mídia de uma forma sensacionalista e irresponsável, já que a mídia tem o dever de informar as pessoas e não desinformar. Sempre, em todos os setores, deve-se evitar os extremos, procurar sempre o meio termo. O bom senso é decisivo para a verdade. No uso da tecnologia para a produção agropecuária não é diferente: nem um extremo, nem outro. O uso indiscriminado de defensivos é prejudicial, mas também o uso de produtos orgânicos com a presença de micotoxinas é extremamente prejudicial. O melhor caminho é o meio termo, ou seja, o uso responsável da tecnologia. Não podemos esquecer que a agropecuária tem o dever de alimentar mais de seis bilhões de pessoas no planeta, preservar o meio ambiente e trabalhar para a sustentabilidade do planeta para as gerações futuras. A agropecuária tem cumprido essa tarefa de uma forma brilhante e exemplar. Vou citar essa informação com números que foram gerados por institutos e órgãos com a maior credibilidade. Em especial no Brasil, a agropecuária tem gerado alimentos baratos e de qualidade para a população. Esses alimentos poderiam ser ainda mais baratos se não fossem os altos impostos, que giram em torno de 38% do preço de venda. Tem mantido viva a economia, participando com quase 40% no PIB, tem gerado e mantido 38% dos empregos, tem equilibrado o saldo da balança comercial, sendo o único setor superavitário. Os outros segmentos tem sido todos deficitários e a agropecuária pagou a dívida externa brasileira. Além de gerar todas essas riquezas, tem sido o principal responsável pela preservação do meio ambiente.
2.800
2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 estimativa Produção (mil t)
Área (mil ha)
Produtividade (kg/ha)
Fonte: Conab
Esse gráfico mostra que tem crescido a produção sem aumentar o uso da terra, crescendo através da produtividade, colaboração da pesquisa, assistência técnica e do produtor. Toda essa produção vem de apenas de 17% do território nacional, mais de 50% são florestas nativas, 23% são áreas indígenas, quilombolas e parques naturais, área maior do que a de produção agrícola. A população urbana precisa tomar conhecimento desses números, apoiar a agropecuária, colaborar efetivamente na preservação do meio ambiente, inclusive financeiramente. Do contrário, o mundo entrará em colapso. Cada habitante precisa de uma área para viver, tirar dali a sua comida, vestuário, energia, oxigênio, água. Quando essa área for maior do que a disponível, o planeta sim entrará em colapso, sem volta. A agropecuária sustenta o planeta e quem está destruindo-o é a própria população, principalmente a urbana. Todos precisam se conscientizar desse fato, do contrário vão se afogar na sua própria poluição. Consciência, conhecimento, atitudes efetivas sem ideologias podem salvar o planeta. O restante é discurso vazio. Revista do Produtor Rural do Paraná
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PROJETO IDENTIDADE SINDICAL 2015 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:
GUARAPUAVA BetoAgro AGRONEGÓCIOS
10% nas prestações de serviços
10% em todos os serviços prestados
Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais
5% sobre valor final da negociação
30% em cursos oferecidos pelo escritório
15% no valor do curso
Descontos em todos os ramos de seguros
15% em acessórios e serviços
10% em todos os serviços prestados
15% na realização de exames radiográficos
3% no final da negociação
10% a partir da segunda mensalidade, mais 10% de desconto de pontualidade
3% de desconto adicional para compra à vista
5% em serviços ou equipamentos
10% sobre o preço total de habilitação - categorias A e B
5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos
15% de desconto à vista e 5% a prazo
Descontos em exames
5% em todos os serviços prestados
Benefícios para associados
Newdeal Agroscience 3% na linha de produtos Forquímica
Desconto de 3% na Linha de Produtos New Deal
3% à vista na compra de suplementos para equinos.
Benefícios diversos para associados
5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais
10% em todos os serviços ofertados
3% sobre o preço de lista no ato da compra. Descontos não cumulativos
3% em toda linha de insumos agrícolas
5% à vista, exceto para produtos promocionais
5% nas compras realizadas na loja
3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores, renovador de pastagens e grade de dentes espalhador de palha
5% em lanches, porções e bebidas
CANDÓI
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes p/ pagamento à vista
5% toda linha de medicamentos
5% sobre valor final da negociação
10% na elaboração do CAR e 5% na execução de serviços de topografia
6% em materiais de construção, móveis e casa pronta
CANTAGALO
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% sobre valor final da negociação
* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.
ERRATA Na edição 49 (Jun/Jul 2015), p. 54, na matéria “3º Crioulaço cultiva a tradição do laço e da raça Crioula” erramos o nome do vencedor das provas Bolão da Raça Crioula, Laço Crioulo e Laço Oficial da ABCCC. O correto é Max Augusto Küster Filho. Pedimos desculpas! O vencedor Max Augusto Küster Filho e Sérgio Teixeira
Na edição 49 (Jun/Jul 2015), p. 87, na matéria “CTG Fogo de Chão completa 50 anos”, no Histórico da Patronagem faltou o nome de Newton Apolinário de Oliveira, que foi patrão na Gestão 2004/2005, contribuindo para a bela história do CTG Fogo de Chão.
Newton Apolinário de Oliveira
Manchete
Por uma nova pecuária Plano Pecuária Moderna, lançado em agosto, tem como objetivo modernizar a bovinocultura de corte no Paraná, para que a atual rentabilidade do setor possa ser mais do que apenas um momento de bons preços ao pecuarista. 10
Revista do Produtor Rural do Paraná
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e a pecuária de corte, no país, encontra-se num bom momento em termos de preços ao produtor, o setor, por outro lado, analisa: como desenvolver ainda mais esta atividade, para que a conjuntura atual se consolide? Afinal, até anos recentes, a produção de carne bovina se mostrava menos rentável e tecnificada, na média, do que cultivo de grãos, empurrando o boi para áreas dobradas da propriedade, de menor valor comercial – em especial, em Estados como o Paraná.
E no entanto, na bovinocultura paranaense, o gado de corte representa nada menos do que cerca de dois terços do rebanho, com mais de 6 milhões de cabeças, de um plantel total de 9,4 milhões. Para dar uma resposta a esta questão, entidades representativas dos produtores rurais e governo estadual uniram esforços para elaborar e lançar oficialmente, no dia 11 de agosto, a iniciativa Pecuária Moderna, um plano de desenvolvimento integrado. Entre as partes que contribuíram com ideias o projeto, como FAEP, Secretaria de Estado da Agricultura e
Independente da raça, plano visa direcionar bovinocultura de corte do PR para animais mais jovens
do Abastecimento (SEAB), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), Universidades, entre outras organizações, das esferas pública e privada, um consenso está claro: é necessário reorganizar, num patamar mais eficiente, todos os elos, divulgando um novo direcionamento, da genética à comercialização. Porém, sem objetivar fazer do Paraná o maior produtor de carne bovina do Brasil, o plano Pecuária Moderna visa a evolução do segmento, em gestão, tecnologia e, acima de tudo, em qualidade do produto final (conclusão de uma longa reflexão já colocada em prática, com sucesso, por cooperativas paranaenses de carne, que vêm apostando em qualidade diferenciada e ganhando espaço em nichos de mercado mais sofisticados e rentáveis). Anunciado numa cerimônia no Palácio Iguaçu, com a presença do governador Beto Richa e de diver-
O Pecuária Moderna é um plano para o Estado”. Guilherme Souza Dias, zootecnista da FAEP sas outras autoridades, lideranças do agronegócio, de cooperativas de carne e de produtores rurais, o plano, feito para os próximos 10 anos, tem como principais objetivos: melhores índices zootécnicos da produção de carne bovina no Paraná, apoio à industrialização e incentivo à comercialização. A exemplo a evolução da agricultura no Estado, que chegou a dobrar a produtividade de algumas culturas, como o milho, a principal ferramenta será a difusão de informação técnica junto ao pecuarista, no interior paranaense, por meio de assistência, treinamentos e encontros. Em foco, estão três pontos cruciais: redução de idade de abate, maior taxa de ocupação de animais nas pastagens (para fazendas que utilizam esta alternativa) e um maior número de matrizes. No abate, a meta é reduzir a média dos atuais 37 meses para 30 meses. Na taxa de ocupação, sair de
Guilherme Souza Dias, zootecnista da FAEP 1,4 cabeça por hectare/ano para 2 cabeças por hectare/ano. Nas matrizes, se buscará uma elevação de 10% do plantel, hoje de 2,3 milhões de cabeças na bovinocultura de corte. Responsável por condensar no Plano Pecuária Moderna as soluções discutidas pelos vários setores que participam do projeto, o zootecnista Guilherme Souza Dias, do departamento técnico da FAEP, sublinhou que o mais importante da proposta é ser “um plano para o Estado”. As reflexões, assinalou, vieram de diversos interlocutores ligados à bovinocultura
Dia 11 de agosto: lançamento do plano reuniu diversas autoridades, em Curitiba Revista do Produtor Rural do Paraná
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Comissão de Bovinocultura da FAEP: visitas a propriedades de várias propriedades, para repensar atividade
de corte, como veterinários, zootecnistas, produtores rurais, instituições como a FAEP (por meio da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte), além de órgãos do governo estadual. Explicando o foco do plano, o zooctenista sublinhou que a meta é passar a trabalhar com animais mais jovens. Numa referência às cooperativas de carne paranaenses, Souza Dias comentou que “o consumidor já está reconhecendo o valor dessa carne de animais precoces”. E evidenciou uma máxima entre pecuaristas de ponta no Estado: “Não existe carne de segunda em animais de primeira”. Segundo completou, hoje, em rebanhos de alta qualidade, até mesmo os cortes dianteiros, antes “de segunda”, passaram a ser tão valorizados quanto os traseiros – o que significa mais renda para o produtor. Mas outro ponto importante, lembrou, é que o Pecuária Moderna buscará este avanço sem priorizar raças bovinas específicas. A prioridade, tanto para as cruzas europeias quanto as zebuínas, é reduzir a idade de abate e adotar tecnologias (incluindo o bem-estar animal) que permitam
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Revista do Produtor Rural do Paraná
PLANO VISA MODERNIZAR UM SETOR QUE SE REDUZIU Elaborado por diversas entidades e governo do Estado, o plano Pecuária Moderna surgiu para desenvolver a bovinocultura de corte no PR. A razão é que o setor decresceu: nas últimas duas décadas, verificou-se uma redução de rebanho, em torno de 25% (atualmente, o total, no gado de corte, gira em torno de 6,2 milhões de cabeças) e uma redução de 17% da área de pastagem (devido ao avanço das lavouras de grãos, cana-de-açúcar e reflorestamento). O déficit de bezerros é estimado em torno de 500 mil cabeças. Com ações para os próximos 10 anos, o Plano Pecuária Moderna tem como principais objetivos: melhores índices zootécnicos da produção de carne bovina no Paraná, apoio à industrialização e incentivo à comercialização. Dentro da porteira, estão em foco alguns fatores técnicos: redução de idade de abate, maior taxa de ocupação de animais nas pastagens (para fazendas que utilizam esta alternativa) e um maior número de matrizes. Outro objetivo é a melhoria da qualidade da nutrição dos planteis. Na comercialização, a diretriz é buscar carne de qualidade diferenciada para mercados dispostos a pagar melhores preços, no Brasil e no mundo.
Vamos ter fóruns, como uma maneira de divulgar o plano e captar os produtores que queiram participar”. Rodolpho Luiz Werneck Botelho, pres. da Comissão Téc. da Bovinocultura de Corte da FAEP e pres. do Sindicato Rural de Guarapuava
No pasto ou no confinamento, plano preconiza nutrição de qualidade
aos animais mais precoces expressarem todo o seu potencial de ganho de peso. “Em 10 anos, uma propriedade que abatia animais com 36 meses, se passar a abater com 30, vai produzir 0,7 animal a mais”, exemplificou. Para isso, observou, será fundamental uma nutrição de qualidade. E neste ponto, novamente, Souza Dias disse que também não se preconiza uma “receita”, como pasto, feno, silagem ou ração: “Vai depender da capacidade de investimento de cada produtor”, argumentou. Necessário agora, enfatizou, é o pecuarista se abrir às inovações. “Nenhum agricultor vai plantar sem fertilizantes, mas usar fertilizantes na pastagem é algo que a gente só começou a ver mais recentemente”, comparou. Neste quesito, tendo participado com a Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte em visitas técnicas a propriedades de várias regiões (incluindo as de Guarapuava), o zooctecnista avaliou que “o Paraná avançou bastante”, mas o manejo de pastagem como cultura “ainda está aquém” das necessidades. Para difundir esta e outras novidades, prosseguiu, o plano prevê encontros técnicos. “Queremos enaltecer os exemplos de sucesso, para que
sejam replicados em outras regiões do Estado”, adiantou. Ao mesmo tempo, serão promovidos treinamentos do SENAR-PR para os técnicos do setor, disseminando informações como o manejo racional: “Esse manejo reduz machucaduras, perda de peso, lesões na carcaça. Queremos difundir as Boas Práticas de Produção”. Souza Dias observou ainda que ou-
tro ponto relevante do plano é que os participantes decidiram engajar-se permanentemente em sua realização. Um comitê gestor, já estabelecido, multidisciplinar e multi-institucional, realizará reuniões na FAEP, em Curitiba, para avaliar o andamento das ações. Nos seis primeiros meses os encontros ocorrerão semanalmente. “Esse grupo vai ser responsável pela governança geral (das ações)”, informou o zootecnista. De acordo o presidente da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, o plano começará a ser colocado em prática a partir
Rodolpho L. W. Botelho, pres. da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da FAEP Revista do Produtor Rural do Paraná
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de agora. A principal estratégia será a difusão de tecnologia no interior, junto aos pecuaristas e profissionais que trabalham nas propriedades rurais. Botelho completou que, para isso, o comitê gestor do plano decidiu criar 250 fazendas de referência – pólos que servirão de modelo para que os pecuaristas vejam como as novas técnicas funcionam na realidade da produção das várias regiões paranaenses. “Serão unidades de referência do sistema produtivo, onde será transferida esta informação, esta tecnologia, e comparada com o sistema usual do produtor”, explicou. Segundo completou, alguns criadores já se interessaram em participar da iniciativa, se dispondo a transformar suas fazendas em exemplos de sistemas modernos: “Já existem regiões que estão com propriedades pré-agendadas, onde será feito um questionário para avaliação”. Outro ponto destacado pelo presidente da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte são programas de capacitação. “O SENAR-PR vai fazer treinamentos para técnicos do setor, que trabalham com integração lavoura-pecuária. Os treinamentos se-
rão modulados e começam neste ano ainda”, disse. Botelho ressaltou ainda a importância de linhas de crédito apropriadas à bovinocultura de corte. Os gestores do plano, conforme observou, também vêm mantendo contato com instituições financeiras para tratar do assunto, como numa reunião ocorrida no dia 10 de agosto: “Temos conversado com órgãos financeiros, como Caixa Econômica, Banco do Brasil e BRDE, sobre linhas de crédito específicas para o setor pecuário, com prazos condizentes com a atividade”. Para que o plano Pecuária Moderna se torne realidade, os primeiros passos, segundo antecipou Botelho, serão encontros entre os gestores da iniciativa e pecuaristas, no interior do Paraná. “O que foi decidido é que vamos ter fóruns, nas principais regiões produtoras do Estado, como uma maneira de divulgar o plano e captar os produtores que queiram participar mais intensamente do projeto”, ressaltou. O presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP relatou ainda que, após o anúncio oficial se reforçou ainda mais o clima de enga-
Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura do Paraná
jamento entre os participantes. “O que vimos, depois do lançamento, foi uma motivação muito grande, não só do governo, mas das agências, da Emater e dos produtores rurais. Estavam presentes ao lançamento produtores, sindicatos rurais e associações de classe. Acho que o plano pode dar um grande impulso no sistema produtivo, melhorando produtividade, rentabilidade, e realmente fornecendo uma carne diferenciada ao mercado”, concluiu.
Para quem tem criação extensiva, pensar o pasto como cultura é outro ponto importante do plano
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Precisamos atrair plantas frigoríficas, de qualquer tamanho, para reconhecer este esforço e pagar pela qualidade”. Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura
Ao comentar o plano, em entrevista para a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, o secretário de Estado da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, disse que a cadeia da bovinocultura de corte, no Estado, é uma das mais frágeis. “É pouco verticalizada, com muitas deficiências, embora tenhamos bons criadores de quase todas as raças”, avaliou. Ele apontou que o setor só tem conseguido terminar pouco mais do que meia carcaça por hectare por ano. “É baixo o desempenho, frente à concorrência dos grãos. Não é à toa que a pecuária perdeu área para soja e milho”, lembrou. Reposição também é outro ponto a superar: “Temos uma relativamente baixa capacidade de produzir bezerros e garrotes para terminar. Mas queremos melhorar todos os índices zootécnicos: fertilidade, taxa
Acrescente produtividade na sua receita de silagem de milho. A Coodetec oferece inovações com excelente desempenho para a produção de silagem. O CD384PW, com tecnologia PowerCore™, apresenta estabilidade e alta qualidade, o que significa mais produção de leite no momento da ordenha.
100% 0% 100% 0%
C M Y C
4% 0% 94% 0%
de natalidade, baixar a taxa de mortalidade, ganhar mais velocidade de terminação”, elencou. O secretário também destacou ser preciso nutrição de qualidade para os planteis: “Achamos que são necessárias algumas coisas e a primeira delas é alimentação de qualidade: no gado a pasto, semi-confinado ou confinado”. Na industrialização, a meta é atrair mais empresas, para o processamento da carne e dos subprodutos do boi: “Precisamos atrair plantas frigoríficas, de qualquer tamanho, para reconhecer este esforço e pagar pela qualidade. Atrair investimento para aproveitar o couro, e não exportar todos os miúdos e o couro, a preço muito baixo, para outras partes do Brasil”. Ortigara classificou a iniciativa como um “esforço coletivo e uma proposta de ousadia”.
C M Y C
Faça como a propriedade Giliotto e escolha o CD384PW. O resultado foi a produção de 72 litros de leite e o título de campeão na Expointer 2014.
SILAGEM? ESCOLHA HÍBRIDOS DE MILHO COODETEC.
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Nutrição de ruminantes DSM lança linha de suplemento nutricional da marca Tortuga para confinamento que garante elevado ganho de peso do animal Linha Fosbovi® Confinamento com CRINA® e RumiStar™ foi desenvolvida com base no maior estudo de confinamento já realizado no Brasil
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DSM, detentora da marca Tortuga para ruminantes com a exclusiva tecnologia dos Minerais Tortuga, lança quatro inovadores e exclusivos produtos para confinamento, desenvolvidos pelo departamento de Inovação & Ciência Aplicada, a partir de novos conceitos em nutrição de ruminantes. A união de diversas tecnologias inovadoras, como o conceito OVN (Optimun Vitamin Nutrition), juntamente com Minerais Tortuga e os aditivos CRINA® e RumiStar®, deu origem aos produtos Fosbovi® Confinamento CRINA®, Fosbovi® Confinamento CRINA®RumiStar™, e as versões com ureia: Fosbovi® Confinamento CRINA® N e Fosbovi® Confinamento CRINA RumiStar™ N. Tudo isso provém de uma equilibrada associação dos já consagrados Minerais Tortuga e aditivos 100% naturais como leveduras vivas, além de CRINA® e RumiStar™. A nova linha de produtos é uma combinação de diversos ingredientes e aditivos cientificamente formulados, que garantem benefícios para os elos da cadeia da carne:
- confinador: rápida adaptação dos bovinos ao confinamento, menor taxa de refugo de cocho, aumento do consumo de alimento desde os primeiros dias de confinamento, maior
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eficiência na digestão dos alimentos, maior ganho de peso, e menor incidência de animais com laminites e acidose. - indústria frigorífica: maior rendimento de carcaça, qualidade da carne, melhor aspecto e maciez, além de maior tempo de prateleira.
Resultados comprovados Em 2014 e 2015 foram realizadas pesquisas com bovinos de corte confinados na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), conduzidas pela equipe científica do professor Flávio Portela.No experimento foi obtida uma receita adicional de mais de R$ 100,00 por animal suplementado com Fosbovi® Confinamento CRINA® RumiStar™, que tiveram um ganho de peso de 1,82 Kg/dia. Isso comparando com um controle que teve um ganho de peso muito alto, de 1,6 kg/dia, sendo que a única diferença foi a substituição da monensina por CRINA® e RumiStar™.Os resultados obtidos comprovam a eficácia dos conceitos nutricionais utilizados no experimento e consequentemente no lucro do pecuarista. O CRINA® é indicado para substituir o uso de antibióticos e ionóforos
na ração de bovinos confinados, com vantagens significativas na produtividade animal. Além disso, o CRINA® não tem prazo de carência, não deixa resíduo na carne e não possui restrições no comércio mundial de carne bovina. O uso do produto é autorizado e utilizado na União Europeia, portanto altamente recomendado para confinadores que buscam segurança e incrementos de produtividade. O uso do RumiStar™, enzima alfa amilase, proporciona uma melhor ambiência ruminal e reduz a excreção de amido nas fezes, proporcionando melhor eficiência alimentar e redução do custo de produção da arroba produzida no confinamento. RumiStar™ faz a hidrólise do amido no ambiente ruminal, transformando o amido em oligossacarídeos, que é estável no rúmen (pH e temperatura) e não causa redução no pH ruminal, o que beneficia o controle da acidose e melhora todo o metabolismo energético do bovino confinado. Produtos formulados com essa tecnologia são indicados para confinadores que trabalham com mais de 25% de amido na dieta. Além disso, a nova linha de produtos contém Minerais Tortuga (Carbo-Amino-Fosfoquelastos) para garantir o máximo de rendimento de carcaça, além de diminuir distúrbios metabólicos e ajudar o animal a superar o estresse da fase de adaptação, proporcionando maiores desempenhos zootécnicos e econômicos.
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Reflexão
O Brasil, a crise internacional e o agronegócio Reino Pécala Rae Economista, Assessor institucional da Associação Brasileira da Indústria do Trigo - ABITRIGO. reinorae@uol.com.br
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normalidade econômica internacional estabelece que uma crise no Primeiro Mundo faça com que a Periferia seja varrida por devastador tsunami. Europa, Estados Unidos, Japão e outros vivem grave crise já há alguns anos. Por que o Brasil não submergiu na recessão? Teria o nosso Governo tomado competentes medidas? Seria a nossa economia independente do Exterior? Não, mesmo. Salvou-nos o agronegócio. O citadino, o homem urbano, usualmente não percebe o que o agronegócio faz por ele. Compreende, vagamente, que as exportações alcançam volumes importantes e escuta pseudo-ecologistas agredindo o produtor rural, como se estivesse este empenhado em chafurdar a Natureza. Já o produtor, tímido, arredio, nem avalia bem a enorme contribuição do seu setor. O agronegócio proporciona ao bra-
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sileiro – urbano e rural – uma quarta parte de toda a renda gerada no País. O saldo da balança comercial do Agro é muito maior que o saldo total de balança. Sim, é com as exportações do Agro que podemos pagar as importações que necessitamos e, até mesmo, as que não necessitamos. Um estudo do IPEA, de autoria de Regis Bonelli, depois de exaustivo trabalho estatístico, distinguiu, em nível de município, a renda agrícola da não-agrícola. Mostra o estudo que um aumento de 1% no PIB agrícola do município corresponde a um aumento de 1,07% no PIB não-agrícola. Em outras palavras, a geração de um real no rural resulta em outro real no urbano, mais sete centavos. Há quem desconfie de estatísticas. Vejamos o assunto de outra maneira. Para produzir, o homem rural compra máquinas, equipamentos e insumos. Paga salários, serviços, etc.
à cidade. Quando vende o produto, relaciona-se com a cooperativa ou com o cerealista, que fica com o seu percentual. E o que fazem o produtor e seus empregados, com o saldo que lhe resta? Gastam na cidade. O Brasil pode ser dividido, grosso modo, em conglomerados industriais nas áreas metropolitanas, cidades médias e pequenas do interior e certo vazio econômico, distribuído pela Amazônia e partes do interior do Nordeste. Nestas últimas, a Amazônia e interior do Nordeste, a escassa atividade econômica decorre justamente da falta de condições para a implantação do agronegócio. Olhando com atenção, vemos que o progresso, o grande aumento de população e de renda, em centenas de cidades médias e pequenas do interior, está ligado ao agronegócio. Com as exceções de praxe. Em todo o Oeste das regiões Sul e Sudeste, cidades progridem porque cercadas pela produção
rural. E o que falar do Oeste da Bahia, do MS, do MT, de RO e do Sul do Piauí? Na crise mundial, a nossa Indústria sentiu o tranco. Moderadamente, por conta das centenas de cidades do interior que, com o seu aumento de população e de renda, podem comprar cada vez mais dela. E os citadinos, os urbanos, nem percebem que não vivem uma recessão, graças à enorme renda gerada no campo. Até o terceiro quartil do século passado, os economistas acreditavam, e com razão, que um país que se dedicasse à produção de produtos primários estava condenado à pobreza. Apenas não se sabia – ou se difundia - o porquê. Nos anos quarenta, mais de 80% da população estava no campo e menos de 20%, na cidade. Um agricultor deve ser capaz, em nível macro, de alimentar, pelo menos, vinte urbanos. Havia no Brasil, entretanto, quatro no campo para cada citadino. A remuneração do trabalhador rural era, obrigatoriamente, comprimida, quase ao patamar do trabalho escravo. Assim se produziu, naqueles tempos, nos ciclos do açúcar e do café. Ao final século XX, porém, o quadro inverteu-se, nossas cidades passaram a abrigar mais de 80% da população. Inversão igual observou-se no valor das terras agricultáveis. Saltamos de um excesso de disponibilidade para exacerbada valorização. Defendendo a prioridade a ser concedida aos produtos primários, fique claro que ninguém pode ser contra a agregação de valor. Há que exportar, por exemplo, mais óleo e proteína da soja e menos grão. Antes, porém, impõe-se colher o grão, muito grão.
A mineração, lembremos, está nesse mesmo barco. Produz saldo para a balança comercial, renda para as cidades das proximidades e é vista preconceituosamente em certos públicos. A população mundial ultrapassou a marca dos sete bilhões. Estima-se que, a cada ano, ela irá crescer em uns setenta milhões. São setenta milhões interessados em comer, ao menos, uma vez por dia. E as terras agricultáveis estão diminuindo. A expansão de cidades, vilas, chácaras, casas de campo roubam terra da agricultura. Terras, pelo mundo afora, são maltratadas, estioladas, degradadas. Variações climáticas têm impedido a produção em certos lugares. Os legisladores dedicam-se a proibir o plantio. Ali, uma planície de um milhão de hectares não pode produzir porque por lá perambulam meia dúzia de índios. Acolá, a proibição decorre do fato de que, no século XVIII, quilombolas por lá se esconderam. E assim por diante. Gaúchos e paranaenses foram plantar em Roraima e, de lá, expulsos, por conta da Nação Ianomâmi. Pode? Mesmo diante de tais dificuldades, que país no mundo possui terras disponíveis para matar a fome crescente? O Brasil, em grande volume, especialmente nos Cerrados e a África subsaariana. Produzir na África, no entanto, é proeza dramática. Dezenas de etnias, religiões variadas, democracias e moedas frágeis, se tanto. Conflitos. E o Saara avança para o Sul. Acima do Equador não há mais terras por cultivar. É a hora e a vez do Brasil. Há décadas que políticos de todas as facções vêm pretendendo implantar reformas agrárias de variados matizes.
Muito tentaram os governos brasileiros e ainda se desperdiçam recursos com tal objetivo. Na verdade, quem, de fato, realizou aqui a grande reforma agrária foi o produtor. Diz-se que foram os gaúchos e paranaenses, mas houve gente de todos os Estados empenhados nessa tarefa. O avô hipotético desbravou e domesticou, digamos, oitocentos hectares, dividindo-os, por herança, entre os quatro filhos. Cada um destes, por hipótese, legou, a cada neto, cinquenta hectares de terra, cada vez mais cara. Estes netos preferiram vendê-la e comprar glebas muitas vezes maiores, em direção ao Norte, a começar pelo Triângulo Mineiro, MS, MT, RO, RR, Oeste da Bahia e já chegaram ao Sul do Piauí e do Maranhão. Substituíram pastagens degradadas por agronegócio já próximo do estado da arte. Com a cara e a coragem. Sem apoio, sangrados, extorquidos pelo Custo Brasil. Custo Brasil. Possuímos a maior rede fluvial e não temos quase nada de transporte naquelas águas. Fazemos grandes barragens hidrelétricas – correto – mas nada de eclusas. Olhando, no mapa, a disposição dos principais rios, vemos que a grande produção do MS, Sul de Goiás, Oeste de Minas, São Paulo e Paraná deveria ser escoada pelo Rio da Prata. Como, porém, um grão de soja poderá saltar sobre Itaipu? Sim, caminhão, onerosos portos, triste cabotagem. Suportando tudo, o nosso produtor é competitivo, aqui e no Cazaquistão. Como na entrada de Porto Alegre, cada cidade, que vem crescendo por conta do agronegócio, deveria erigir uma estátua em homenagem e agradecimento ao produtor rural.
Clube da Carne
Workshop de
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Sindicato Rural de Guarapuava sediou, nos dias 16 e 17 de julho, o Workshop “Em busca do churrasco perfeito”, promovido pelo Clube da Carne. O tema foi a Carne Angus. O evento abordou desde a instrumentação para se fazer o churrasco, o fogo e a churrasqueira ideal, a escolha da carne, suas características e o ponto ideal, temperos, acompanhamentos e cortes. Os cortes nobres do Angus foram um dos tópicos que mais chamou a atenção durante o workshop. Foram trabalhados os cortes: Prime Rib, Entrecot, Bife de Chourizo, Ojo do Bife, Bananinha e Capa de Filé. Enquanto explicava, Gerson Almeida, um dos proprietários do Clube da Carne e o condutor do workshop, realizava os cortes na prática. “Procuramos fazer um curso bastante interativo, prático e divertido, afinal quando se trata de churrasco, não tem como ficar só na teoria. Realizo os cortes para os parti-
cipantes visualizarem. Isso faz toda a diferença, quando eles forem fazer em casa”, pontuou Almeida. O produtor rural Cícero Lacerda, participante do workshop, conta que se interessou pelos cortes e já praticou na semana seguinte ao evento, durante um churrasco. “Achei muito interessante. Logo depois, coloquei em prática em um churrasco com os amigos. Consegui fazer e todos aprovaram. Além dos cortes terem uma qualidade melhor, ficarem muito mais saborosos, se você comprar a peça inteira e fizer os cortes em casa, fica muito mais barato do que comprá-los já prontos. Todas as outras dicas também eu vou levar em consideração quando for fazer, pois colaboram para um bom churrasco”. Para os iniciantes do churrasco gourmet, Almeida explica que dos cortes nobres do Angus, o entrecorte é o mais indicado para quem quer fazer sem erros. “Pode fazer mais alto, mais baixo, ele é mais saboroso, macio e acaba agradando quase todos em um churrasco”. “A qualidade da carne é essencial”, ressalta Almeida. Por isso, ele explica que o Clube da Carne trabalha somente com a carne Angus. “Temos uma parceria com a Associação Brasileira de Angus, portanto, a carne faz parte do Programa Carne Angus Certificada. A qualidade da carne Angus é excepcional. Possui o marmoreio que é a gordura entremeada entre a carne, que faz toda a diferença na textura e no sabor da carne final”. Mas não é só de uma boa carne ou um
Gerson Almeida (Clube da Carne)
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bom corte que se faz um churrasco. O fogo e a churrasqueira são também partes importantes para um bom churrasco. “Um bom fogo também é necessário, porque é preciso manter a temperatura enquanto se assa. Não pode estar muito frio porque ela cozinha, nem muito quente porque tosta e fica crua por fora. Com uma churrasqueira mais rasa, manter essa temperatura é muito mais fácil e assim se assa tranquilamente pedaços de 1 a 3 dedos”, orienta.
Clube da Carne
O Clube da Carne tem sua sede em Curitiba. O empreendimento é um açougue especializado em carnes premium. O estabelecimento gourmet trabalha com carne Angus, certificada pela Associação Brasileira de Angus, considerada por muitos como a melhor carne do mundo. O espaço também oferece todos itens necessários para um bom churrasco; espaço para eventos; e diversas opções de vinhos e cervejas especiais. Além de comercializar carnes, os proprietários oferecem treinamentos para o preparo do alimento, como workshops e as chamadas aulas show.
Medicina chinesa
A entrada dos bovinos no confinamento Jeferson de souza Coordenador regional – Lab. Naturovita
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mbora o sistema de confinamento de bovinos de corte no Brasil seja hoje uma realidade, ainda temos muitas questões a serem resolvidas. O sistema ainda se encontra em pleno desenvolvimento no país. São necessárias evoluções em vários setores, principalmente em manejo de distribuição e mistura de alimentos, logística e protocolos de adaptação, como constatado por Millenet al. (2009). O número de animais confinados no Brasil vem aumentando. Em 2000, o número de bovinos confinados foi de aproximadamente 1,95 milhão de cabeças. E em 2013, alcançamos a marca de 4,38 milhões de cabeças confinados (Agroconsult, 2014)
Chegada ao confinamento Um dos fatores que contribui para o sucesso no sistema de confinamento de bovinos no Brasil é a adaptação dos animais, que ocorre no período inicial do confinamento (chegada dos animais), pois passam por inúmeras mudanças fisiológicas e metabólicas, podendo ocorrer doenças e consequentemente prejuízo para o produtor. Algumas dessas doenças
são as doenças do complexo respiratório, doenças do complexo digestivo e excretor, doenças metabólicas e lesões. Com relação à sanidade dos animais, algumas medidas profiláticas devem ser tomadas, as quais incluem reposição da água corporal perdida; estabelecimento ou melhora da imunidade contra vírus e patógenos comuns (vacinas); controle de endo e ectoparasitas; estabelecimento da estrutura social na baia; e adaptação dos microrganismos no rúmen devido à troca da alimentação.
Naturovita no confinamento O Laboratório Naturovita é uma nova tecnologia que está no mercado e que utiliza como ciência para desenvolver seus produtos a Medicina Chinesa Clássica. A composição dos seus medicamentos são ervas medicinais e tecidos produzidos através da nanotecnologia como hipófise, pulmão, coração, estômago, intestino, fígado, rins, baço, etc... De acordo com a Medicina Chinesa, o tecido sadio trata o tecido doente numa forma energética. É uma evolução nesse tipo de tratamento, que no passado era praticamente impossível tratar doenças
e controlar os parasitas dos animais com produtos naturais, hoje isso é possível. No confinamento, indicamos o Complexo Vita, um medicamento natural energético que atua nas glândulas secretoras de hormônios dos animais, aumentando a imunidade e controlando as doenças e parasitas dos animais, dispensando o uso de qualquer medicamento químico durante todo o período do confinamento. Produzindo uma carne de melhor qualidade e com a segurança de consumir um alimento sem resíduo químico. Devido ao seu modo de ação e eficácia, o produto está ganhando o mercado cada vez mais, pois melhora muito o desempenho dos animais. Seja qual for seu sistema de produção, é um investimento com retorno garantido. Com o Complexo Vita, conseguimos tratar um animal desde o seu nascimento até o abate sem utilizar produto químico ao longo de sua vida produtiva, produzindo um alimento muito mais saudável. Não existe contra indicação, basta misturar aos suplementos minerais ou ração e fornecer diariamente a dose recomendada pelos técnicos regionais. Em Guarapuava você só encontra na Agroboi.
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Imposto Territorial
É hora de declarar o
ITR 2015
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prazo para a declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 2015 iniciou no dia 17 de agosto. São obrigados a declarar, entre outros, a pessoa física ou jurídica proprietária, titular do domínio útil ou possuidora a qualquer título; um dos condôminos (quando o imóvel pertencer a várias pessoas); e o inventariante, em nome do espólio (enquanto não for concluída a partilha). O prazo vai até o dia 30 de setembro. O imposto é anual. Para o cálculo é utilizada uma alíquota que varia de acordo com a área da propriedade e o seu grau de utilização, sendo utilizado apenas o Valor da Terra Nua (VTN), ou seja, sem qualquer tipo de benfeitoria ou cultura. Áreas de interesse ambiental, como APPs, Reserva Legal, Servidão Ambiental, entre outras, podem resultar em isenção do imposto e para essa finalidade é necessário apresentar o ADA (Ato Declaratório Ambiental) da área, junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O Sindicato Rural de Guarapuava realiza o procedimento para os produtores rurais, oferecendo taxas especiais para seus associados. Os documentos necessários são ITR 2014, matrícula atualizada do imóvel (se houver alguma alteração na situação jurídica) e recibo do Cadastro Ambiental Rural, o CAR (no caso daqueles que já fizeram o cadastro). O custo é de R$ 50 para sócios, R$ 80 para não sócios e mais R$ 30 (sócios e não sócios) para cadastro inicial do IBAMA (no caso daqueles que fizeram o CAR). É importante que o produtor declare no prazo para evitar possíveis multas e bloqueios em documentação. Se não estiver com a declaração atualizada, o produtor não terá acesso a documentos da propriedade, como a Certidão Negativa, indispensável para registrar a compra ou venda da propriedade e para conseguir financiamento bancário. A entrega da declaração do ITR após o prazo também implica em multa de 1,0% ao mês sobre o total do imposto.
Isentos O imposto não precisa ser pago quando a propriedade é uma pequena gleba rural, com tamanho inferior a 30 hectares. Porém, o proprietário não pode ter outro imóvel rural ou urbano, terreno rural de instituições sem fins lucrativos de educação e de assistência social. O isento do ITR, deve declarar o terreno rural junto a Receita Federal somente se mesmo sofreu alterações de um ano para o outro. Por exemplo, no caso da compra ou venda de áreas, mas que ainda não extrapole o limite de 30 hectares.
Municipalização do ITR Rosemeri Althaus orientando produtor rural sobre ITR
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No caso de Guarapuava, 100% do valor da arrecadação do imposto fica no município, conforme convênio celebrado com a Secretaria da Receita Federal (SRF) em 2013. A Prefeitura Municipal se comprometeu a destinar o recurso para recuperação de estradas rurais.
Fosfonatos
Muito além de nutrição, indução de resistência em plantas Mário Lúcio Vilela de Resende Ph.D., professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) mlucio@dfp.ufla.br
Indução por fosfonatos Os fosfonatos têm mostrado eficácia no controle de doenças causadas por oomicetos, como míldio da soja (Peronospora manshurica), da videira (Plasmopara viticola), requeima do tomate e batata (Phytophythora infestans), e gomose dos citros (Phytophythora spp.). Nestes patossistemas, existe uma forte ação direta (curativa) quando se aplica os produtos derivados do fosfonato. Contudo, na maioria dos casos, os fosfonatos também possuem uma ação indireta (preventiva), induzindo respostas de defesa na planta. Assim sendo, recomenda-se que as pulverizações se iniciem ainda durante o desenvolvimento vegetativo das plantas cultivadas. A indução de resistência por fosfonatos em plantas tem sido bastante estudada em diversos patossistemas, tais como antracnose (Colletotrichum) em soja e feijão, ferrugem e bacterioses em cafeeiro e em cereais, dentre outros. As explicações para a indução de resistência por fosfonatos se baseia na produção de fitoalexinas, lignina e proteínas de defesa, que seriam os ‘anticorpos’ produzidos pelas plantas cultivadas.
Mecanismos de defesa ativados nas plantas Após o reconhecimento dos fosfonatos nas membranas da célula vegetal, ocorre uma série de reações de defesa que pode levar à produção de proteínas relacionadas a patogênese (PRPs), compostos fenólicos e consequente lignificação e fortalecimento dos tecidos vegetais. Dentre as proteínas de defesa ativadas (PRPs), destacam-se as quitinases, as ß β -1,3- glucanases e as peroxidases.
As quitinases degradam eficientemente a quitina, que é o principal componente da parede celular de muitos fungos. As ß β -1,3-glucanases são enzimas que ‘quebram’ polímeros de ß β -1,3-glucana, compostos que, juntamente com a quitina, são os principais componentes da parede celular dos fungos. Na indução de resistência por fosfonatos, quitinases e ß β -1,3-glucanases agem de forma conjunta e sistêmica na planta tratada, por até 30 dias, segundo estudos desenvolvidos pela Universidade Federal de Lavras em parceria com a Agrichem do Brasil SA. Dentre outras enzimas de defesa importantes, as peroxidases não só oxidam os compostos fenólicos como também aumentam a velocidade de polimerização destes em substâncias similares à lignina, que se depositam na parede celular e impedem o posterior crescimento e desenvolvimento do patógeno (fungo ou bactéria). Estas enzimas estão também envolvidas na limpeza de radicais livres, convertendo H2O2 à água, e impedindo o crescimento de lesões necróticas nas folhas e raízes.
Efeito aditivo de fosfonatos na produtividade Devido a sua ação de amplo espectro, a aplicação dos fosfonatos, além de favorecer a prevenção e cura de várias enfermidades, associa-se à melhoria do estado nutricional das plantas, sobretudo nos estádios de maior atividade metabólica (transição vegetativo-reprodutivo), quando a aplicação do produto representaria um fornecimento suplementar de nutrientes, com consequente aumento da produtividade. Outros efeitos pesquisados incluem o melhor enchimento e qualidade de frutos/vagens, além da limpeza de fungos nas sementes, importante para a saúde das gerações futuras.
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Tratamento de grãos e sementes
Tecnigran: experiência e competência em tratamento de grãos e sementes armazenados e em saúde ambiental
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TECNIGRAN foi fundada em 1986 pelo Engenheiro Agrônomo Rubens Stresser (in memoriam) e desde então atua na área de tratamento de grãos e sementes armazenados e prestação de assistência técnica, sendo considerada pioneira no Brasil neste segmento. A TECNIGRAN comercializa produtos para tratamentos de grãos e sementes armazenados, o que permite uma integral cobertura na prevenção e controle de insetos e pragas na armazenagem de grãos. Tanto os equipamentos como os inseticidas
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são todos produtos de última geração e alta qualidade e representam o que há de mais moderno em segurança e eficiência. Em 2013, a Tecnigran ampliou a sua área de atuação no mercado de controle de vetores e pragas e iniciou a comercialização de produtos e equipamentos voltados para o segmento de Saúde Ambiental, abrangendo também a área urbana. A empresa é fornecedora das melhores marcas no setor de tratamento de grãos e saúde ambiental, como Bayer, Degesch/Bequisa, Ihara, Syngenta e Tecnocell. Na linha
Regina Marcia Stresser, gerente geral da Tecnigran
de equipamentos e máquinas, possui termonebulizadores, atomizadores e pulverizadores das marcas: Pulsfog, Guarany, Spray Pump, Yamaho e lonas ITAP. A TECNIGRAN conta com uma equipe técnica de engenheiros agrô-
nomos, biólogos e veterinários especializados na prestação de assistência técnica aos seus clientes, no que se refere à identificação de pragas, manejo e acompanhamento dos tratamentos fitossanitários, instalação e regulagem de equipamen-
tos. Enfim, tudo o que diz respeito à prevenção e controle de pragas de grãos e sementes, em instalações de armazenamento e de processamento de alimentos. Também conta com assistência técnica na área de saúde ambiental.
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Solidariedade Campanha Produtor Solidário beneficia entidades de Guarapuava e Cantagalo
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oupas e alimentos arrecadados na Campanha do Produtor Solidário, promovida pelo Sindicato Rural de Guarapuava nos meses de junho e julho foram entregues no dia 31 de julho. Os agasalhos e produtos alimentícios foram doados por colaboradores, associados e parceiros da entidade sindical. Quatro entidades de Guarapuava foram beneficiadas, sendo elas: Associação Canaã de Proteção aos Menores, Albergue Noturno Frederico Ozanam, Asilo SOS Airton Haenich e Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi). As entregas das doações em Cantagalo foram feitas para Pastoral da Criança e Lar do Idoso.
Albergue Noturno Frederico Ozanam (Chaine da Luz, Aroldo do Rosário e Geyssica Reis)
Associação Canaã de Proteção aos Menores (Jatir Teixeira, Rosimara Teixeira, Luciana Campello e Paulo Gabriel Souza)
Asilo SOS Airton Haenich (Lauro Lopes, Leônidas Ribas e Paulo Gabriel Souza)
Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais - Apadevi (Renilson José Kluber, Heverton Luiz Rodrigues e Geyssica Reis)
Representante da Pastoral da Criança de Cantagalo Evanira Pereira e Daiane Buava
Arraiá Beneficente do Hospital São Vicente será em setembro 26
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A nova data do 3º Arraiá Beneficente do Hospital São Vicente já foi divulgada. O evento acontece nos dias 19 e 20 de setembro, no Parque de Exposições Lacerda Werneck. A festa, que aconteceria inicialmente nos dias 11 e 12 de julho, foi adiada devido ao clima. A entrada é gratuita e a programação, das 13 às 22 horas, conta com atrações musicais, artísticas e barraquinhas com comidas típicas. O bingo, apesar de eletrônico, será realizado no dia 20 de setembro, às 17h. Para quem ainda não adquiriu a cartela, os pontos de venda são Calçadão da XV de Novembro, Hospital São Vicente, Sindicato Rural de Guarapuava e parceiros do Arraiá. O Sindicato Rural de Guarapuava apoia o evento e estará presente com a barraca do milho. A programação completa será divulgada em breve. Mais informações com Margaret, no telefone: 3621-7800.
Comemoração
Zanella Controle de Pragas: um ano de atuação em Guarapuava e região
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onquistar espaço num mercado exigente, como o setor de combate a roedores e outras pragas urbanas, requer competência técnica e dedicação. Em especial na área rural, para proteger instalações de armazenagem e galpões de maquinário agrícola em propriedades tecnificadas. Mas é este avanço que a Zanella Controle de Pragas está comemorando, neste mês de setembro, no momento em que a empresa completa um ano de atuação em Guarapuava e região.
Num balanço do período, o diretor Adilson Zanella relatou que entrou no segmento com uma visão clara: produ-
Adilson Zanella: “Vários produtores já recorrem à empresa não só para combater, mas também para prevenir a presença de roedores”
tores rurais que buscam eficiência já incluíram o espaço livre de pragas urbanas como um de seus requisitos de qualidade, ao lado de vários outros que proporcionam segurança para os colaboradores e para os locais de manejo e armazenagem de grãos, como pátios, moegas e silos. Com este mesmo foco, ele ressaltou que, no campo, sua equipe aplica um programa técnico, com base em normas, para a eliminação principalmente de roedores. Segundo assinalou, o trabalho, que por padrão inclui monitoramento, tem trazido aos clientes os resultados esperados. E, à empresa, confiabilidade. “O nome Zanella já começa a ser lembrado, como referência, quando se fala de controle de pragas. Estamos conseguindo uma expansão regional”, disse, destacando que hoje os clientes são propriedades rurais em Guarapuava e num raio de 200 a 300 quilômetros em torno do município: “com certeza, os produtores estão mais conscientes sobre a importância de combater este tipo de problema. Nossa demanda está aumentando cada vez mais”. O empresário lembrou que “o rato traz não só doenças, há também o dano que causa ao patrimônio do cliente. Controlar roedores é um investimento que vale a pena”, pontuou. Indicando que o valor deste serviço já vem sendo percebido por empresários rurais, Zanella completou que alguns têm recorrido à empresa até mesmo para uma
Combater roedores é preservar o patrimônio da fazenda: do maquinário às instalações de armazenagem ação preventiva. “Hoje, temos clientes para os quais trabalhamos com um programa de prevenção, seguindo todos os parâmetros de um plano de controle. Um rato pode causar um curto circuito. Equipamento parado é prejuízo”, observou. Na prevenção, assim como no combate, complementou, a empresa “tem todos os métodos de segurança e oferece todo um suporte técnico necessário para cada situação”. Monitoramento é um ponto que ele ressalta: “disponibilizamos nossa equipe para vistorias, de uma a duas vezes por mês, e certificamos a empresa que participa do programa de controle de roedores. Isso é importante também para a qualidade de vida dos colaboradores na propriedade”.
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Cooperativa de Crédito
Sicredi inaugura nova estrutura de atendimento no município de Pinhão
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o dia 06 de julho, a cooperativa de crédito e investimento Sicredi Terceiro Planalto-PR, inaugurou, em novo endereço, sua unidade de atendimento no Município de Pinhão. Na ocasião, foi realizada uma solenidade inaugural que contou com a presença do presidente Adilson Primo Fiorentin, o vice-presidente Conrado Ernesto Rickli, o diretor Executivo Valmir Dzivielevski, o diretor de Negócios Jardiel Cherpinski, a diretora de Operações Iara Bellan Arruda, o gerente de Pinhão Edemar Ferreira Portes Junior, membros dos conselhos de administração e fiscal da cooperativa, entre outras lideranças locais. Durante o discurso, o presidente da cooperativa Adilson Primo Fiorentin lembrou que a primeira unidade do Sicredi em Pinhão foi inaugurada em março de 2000. De lá para cá, o cooperativismo em si cresceu e se organizou em todos os seus segmentos de maneira significativa. “Quando o Sicredi abriu suas portas em Pinhão, éramos apenas uma cooperativa de crédito rural, ou seja, o cenário era outro, as limitações e dificuldades eram maio-
Casa cheia no evento de inauguração
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Laço inaugural com autoridades presentes res, a gama de produtos e serviços era menor. Vale citar que apenas em 2003, o sistema Sicredi conquistou a livre admissão e, para a nossa cooperativa, o feito veio somente em 2011. A partir disso, as cooperativas evoluíram muito, propiciando também que vários produtos e serviços fossem criados”, ressaltou. Outro ponto abordado pelo presidente da Terceiro Planalto-PR em seu discurso foi o constante crescimento da unidade de Pinhão que conta, atualmente, com aproximadamente 1,5 mil associados e mais de mil poupadores, números que, para ele, criaram a necessidade de inaugurar uma unidade de atendimento mais ampla e moderna. “A nossa antiga unidade já estava ficando pequena, precisávamos de um espaço como
este. Olhamos com a visão de futuro. Hoje o novo espaço é grande, moderno e proporcionará um atendimento ainda melhor a todos os nossos associados, afinal, temos como objetivo maior nos tornar a principal instituição financeira desta comunidade”, comentou. Já para o gerente da unidade de atendimento de Pinhão, Edemar Ferreira Portes Junior, o Sicredi existe por causa dos associados, por isso, a modernização e o aumento da equipe são focados na qualidade do atendimento e eficiência. “Estou muito feliz por participar desse dia histórico não só para o Sicredi, mas também para toda a comunidade pinhãoense. Necessitávamos de uma nova unidade de atendimento e a diretoria entendeu e atendeu nossa demanda. Quero agradecer a todos que estiveram envolvidos nessa obra de mais de 430 metros quadrados que, a partir de hoje, nos possibilitará fazer com o que os nossos associados se sintam mais confortáveis, enfim, em casa, na instituição financeira deles. De forma especial,
Presidente Adilson Primo Fiorentin
Gerente da Unidade de Atendimento, Edemar Ferreira Portes Junior
quero agradecer à diretoria e à nossa equipe de trabalho. Temos uma nova história para construir enquanto Sicredi aqui no município do Pinhão e para isso convido a todos que venham conhecer nossa nova casa, que venham prestigiar essa nova estrutura e realizar seus negócios com a gente”, frisou. O evento, encerrado com um coquetel servido a todos os presentes foi realizado em uma semana extremamente importante e positiva para todo o sistema Sicredi. Pela quarta vez consecutiva, o Sicredi foi considerado pelo ranking “Melhores e Maiores” da revista EXAME a terceira maior instituição financeira repassadora de crédito rural do País. Atualmente o Sicredi conta com 98 cooperativas distribuídas em 11 estados brasileiros, atendendo mais de 3 milhões de associados.
Descerramento do novo painel de associados
Presidente, diretoria executiva e colaboradores
CARTÕES SICREDI jeito a análise e aprovação de crédito. SAC Sicredi - 0800 724 7220 / Deficientes uditivos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria Sicredi - 0800 646 2519.
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CONFIANÇA
MASSEY FERGUSON UMA VIDA DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA SUA PRODUÇÃO Com mais de 160 anos de inovação e experiência, a Massey Ferguson é uma das marcas de tratores mais vendidas no mundo, contemplando uma rica oferta em máquinas agrícolas. Levando ao mercado tratores para pequenos e grandes e produtores, a linha de produtos da marca também inclui tratores especiais para agricultores de vinhedos e frutas, além de utilitários e compactos para aplicações com demanda mais especí�ica. No segmento colheitadeiras, igualmente a Massey Ferguson é uma potência mundial. Para se manter na preferência de produtores em todas as partes do globo, a Massey Ferguson sempre busca atualizar e aprimorar sua oferta de produtos. Os aprimoramentos tecnológicos são fundamentais para esse desenvolvimento. Algumas das novidades da marca no setor envolvem a Série de tratores MF 7000 Dyna-6, que contemplam os mais modernos tratores produzidos na América Latina e as colheitadeiras MF 9795 Trident e MF 9695, ambas dotadas de rotor de tecnologia avançada, traduzindo as tecnologias em maior rendimento e qualidade na colheita de grãos. Além destes produtos altamente tecnológicos, recentemente a marca trouxe da França para o Brasil a Série MF 8600, com tratores de 320 e 370cv de potência. Fabricadas na Europa, América do Norte e do Sul, as colheitadeiras e plataformas
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Massey Ferguson são customizadas para atender às condições de colheita regionalizadas. A Massey Ferguson é uma marca global, reconhecida em todo o mundo não apenas por sua herança e experiência, mas também por sua liderança tecnológica e gama de produtos completa. A marca Massey Ferguson é líder no mercado brasileiro de tratores há mais de 50 anos ininterruptos. É fabricada pela AGCO, maior fabricante de tratores da América Latina e a maior exportadora do produto do Brasil. Os tratores, colheitadeiras e implementos Massey Ferguson são exportados para mais de 80 países, com atuação destacada nos Estados Unidos, Argentina, Venezuela, Chile e África do Sul. As fábricas no Brasil �icam no Rio Grande do Sul: Canoas (tratores), Santa Rosa (colheitadeiras) e Ibirubá (implementos). SOBRE A AGCO A AGCO, Your Agriculture Company, (NYSE:AGCO) é uma das líderes mundiais focada na concepção, fabricação e distribuição de máquinas agrícolas. Para apoiar a maior produtividade no campo a AGCO oferece uma linha completa de produtos que inclui tratores, colheitadeiras, equipamentos para fenação e forragem, pulverizadores, equipamentos para preparo de solo, implementos e peças de reposição relacionadas. Seus produtos são vendidos por meio das marcas Challenger ®, Fendt®, Massey Ferguson® e Valtra® e distribuídos globalmente por uma rede de 3.100 mil concessionários e distribuidores independentes, em mais de 140 países. A AGCO oferece �inanciamento ao cliente �inal por meio da AGCO Finance. Fundada em 1990, a AGCO tem sede em Duluth, GA, EUA. Em 2011, a AGCO registrou US$ 8,8 bilhões em vendas líquidas.
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Moradia Rural Programa beneficia mais18 famílias em Guarapuava
A
gricultores familiares do Distrito do Guairacá, em Guarapuava, receberam no dia 6 de agosto, as chaves de suas casas do Programa Moradia Rural. O programa é uma
parceria do Paraná com o Programa Nacional de Habitação Rural. São beneficiadas famílias que possuem renda anual de até R$ 15 mil por ano. No município, a Secretaria Municipal de Agricultura é responsável por
cadastrar e selecionar as famílias que serão contempladas. “O projeto visa a qualidade de vida desses pequenos agricultores. Para que todos sintam vontade de ficar no campo, fazendo o que sempre fizeram e com uma vida tranquila, uma moradia melhor e mais segura”, diz o secretário de agricultura, Itacir Vezzaro. O produtor interessado em se cadastrar no programa precisa comparecer na Secretaria Municipal de Agricultura (localizada na Rodoviária Municipal). É preciso que o produtor tenha renda anual de até R$ 15 mil, apresente a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e documentação da propriedade em seu nome e regularizada.
18 famílias foram beneficiadas pelo Programa Moradia Rural, todas do distrito do Guairacá
Conferência Municipal Segurança Alimentar e Assistência Técnica
G
uarapuava foi sede de dois eventos regionais que debateram um assunto importante: a alimentação de qualidade a todos. No dia 15 de julho, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater, o Conselho Estadual de Segurança Alimentar do Paraná e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento – Núcleo Regional de Guarapuava promoveram a 4ª Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e a 1ª Conferência de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Os temas foram “Comida de verdade no campo e nas cidades” e “Fortalecimento da Ater para o desenvolvimento rural sustentável e solidário”.
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Conselheiro Estadual do Consea, Dionísio Vandressen
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Dois modos distintos de ação protegem a lavoura contra lagarta-do-cartucho, broca-do-colmo, lagarta-da-espiga e lagarta-elasmo.
PlanTe RefúgiO A cada safra, reserve pelo menos 10% de sua área a ser cultivada para plantar milho não Bt de mesmo ciclo e porte do milho Bt. A utilização da tecnologia VT PRO3® requer a adoção de boas práticas agrícolas para otimizar sua eficiência contra as pragas-alvo ao longo do tempo. Recomendamos a adoção de refúgio e o manejo integrado de pragas.
Eficiência, facilidade e praticidade proporcionadas pela tecnologia Roundup Ready® Milho 2 no controle de plantas daninhas.
Bovinocultura de leite
Comissão organiza Simpósio Regional Além das palestras, o simpósio inclui mesas redondas, relatos de casos e visitas em propriedades rurais. O Simpósio conta com o patrocínio e apoio de diversas empresas e cooperativas do setor.
Reuniões
A
Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava vem promovendo reuniões para organização do Simpósio Regional de Bovinocultura de Leite, que será realizado de 7 a 9 de outubro, no anfiteatro da entidade. A programação já está definida. Serão três dias de evento com os seguintes temas: A Aliança Sul Láctea Brasileira: Enfrentando os Desafios para Criar Competitividade Sustentável; Vantagens e desvantagens da Produção de Leite em Sistemas Pastoris; Planejamento da Propriedade Rural; Produção Intensiva de Leite como Ênfase na Geração de Renda: Técnicas aplicadas e casos de sucesso no Sul do Brasil; Enfoque de qualidade; Controle Leiteiro como Ferramenta de melhoria na qualidade do leite e na Gestão da Propriedade – Medidas práticas para
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melhoria na qualidade; e Qualidade do leite e pagamento por qualidade – motivação, pontos chave para elevar a qualidade.
A Comissão do Leite do Sindicato Rural é composta por produtores e profissionais que atuam no segmento. O objetivo do grupo é definir e implantar ações visando o desenvolvimento da bovinocultura de leite de Guarapuava e região. As reuniões são abertas e acontecem mensalmente. Outras informações sobre as reuniões ou simpósio, no Sindicato Rural de Guarapuava, ou pelo telefone (42) 3623-1115 - falar com Luciana.
es na Inscriççõão do recep l. to Rura Sindica mento: Investi cios) e só R$ 30 ( o sócios) ã n R$ 40 (
Simpósio Regional de Bovinocultura de Leite PROGRAMAÇÃO: 07/10/2015 - Quarta-feira (noite)
19h Recepção, Inscrições e Retirada do Material. 19h30 Abertura Oficial 20h Palestra: A Aliança Sul Láctea Brasileira: Enfrentando os Desafios para Criar Competitividade Sustentável – Ronei Volpi (Sistema FAEP) 21h Coquetel
08/10/2015 - Quinta-feira (manhã) 8h30
Palestra – Vantagens e desvantagens da Produção de Leite em Sistemas Pastoris Prof. Dr. Amadeu Bona Filho 9h20 Palestra Planejamento da Propriedade Rural Dr. Davi Teixeira – Consultor Técnico do SIA - Projeto PISA 10h10 Intervalo 10h30 Produção Intensiva de Leite como Ênfase na Geração de Renda: Técnicas aplicadas e casos de sucesso no Sul do Brasil– Marcelo de Rezende - Cooperideal
11h20 Relato de caso - Produtor rural do projeto PISA - SIA 11h50 Mesa Redonda – Mediador Prof. Dr. Sebastião Brasil Campos Lustosa
08/10/2015 - Quinta-feira (tarde)
14h Palestra: Enfoque de qualidade – Henrique Junqueira Costales 14h50 Palestra: Controle Leiteiro como Ferramenta de melhoria na qualidade do leite e na Gestão da Propriedade – Medidas práticas para melhoria na qualidade Altair Valotto (APCBRH) 15h40 Intervalo 16h Qualidade do leite e pagamento por qualidade – motivação, pontos chave para elevar a qualidade Itamar Cousseau 17h15 Mesa Redonda: Profa. Dra. Kate Aparecida Buzzi
09/10 – Sexta-Feira
13h30 Visita a Propriedades – Anton Egles 15h Visita a Propriedades – Jairo Luiz Ramos Neto
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Notas
Localização:
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Trigo
N
o dia 10 de junho de 2015, realizou-se um evento diferenciado e marcante em Guarapuava. A Agrícola Estrela juntamente com sua parceira Syngenta, homenagearam as famílias produtoras de trigo. O sócio proprietário da Agrícola Estrela, Roberto Pfann, fez os agradecimentos pela presença e a participação dos produtores e familiares. O evento foi conduzido pelo Representante Técnico de Vendas – Syngenta, Alex Reitzer. O ambiente estava muito agradável, a presença dos produtores foi marcante, favorecendo a confraternização e interação de todos. O encontro teve três grandes objetivos: reconhecer os produtores da safra de trigo de 2014, premiar a melhor performance do programa TRIGOLD e apresentar o novo ciclo do concurso PIN – TRIGOLD 2015. TRIGOLD é um programa que integra soluções tecnológicas e inovadoras para as diferentes fases e demandas da cultura do trigo, buscando maior produtividade e rentabilidade ao produtor. Os produtores que participaram do programa TRIGOLD safra 2014 foram reconhecidos e homenageados. A melhor performance foi premiada com uma viagem para o Resort Tivoli na Praia do Forte - Bahia. Para maiores informações sobre o programa Trigold, procure um dos nossos consultores.
Valorizando e reconhecendo a triticultura da região
Produtores de trigo de Guarapuava e região participaram do evento
Regiane Aparecida Cordeiro Lustosa, vencedora do concurso Trigold 2014, com representantes da Syngenta e Agrícola Estrela
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A Associação Paranaense de Buiatria realizou, dia 15 de agosto, em Guarapuava, o I Encontro de Buiatria da Região Centro-Sul do Paraná. Voltado a um ramo da veterinária que se dedica aos ruminantes, o evento, que teve lugar no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, abordou doenças em ovinos. Palestrantes renomados em suas áreas de atuação detalharam temas como “Teste de eficácia dos anti-helmínticos”, “A importância da mastite em ovelhas e medidas de prevenção”, “Desafios no manejo de neonatos ovinos”, “Coccidiose em pequenos ruminantes”, além de palestra da Comissão de Sanidade Animal do CRMV-PR. O presidente da Associação Paranaense de Buiatria, Júlio Augusto Neilor Lisboa, explicou que associação congrega médicos veterinários que trabalham com espécies de ruminantes, na medicina, cirurgia, reprodução, nutrição ou melhoramento, entre outras áreas. Ele completou que a associação vem promovendo encontros mensais, em várias regiões do Estado, abordando temas de importância local. Em Guarapuava, a proposta
Presidente da Associação Paranaense de Buiatria, Júlio Augusto Neilor Lisboa
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foi destacar a sanidade em ovinos: “É uma região de ovinocultura bem desenvolvida”, explicou. Neilor Lisboa avaliou que de forma geral a sanidade do plantel ovino do Paraná, atualmente, é boa. “Os problemas são poucos e os mesmos. A verminose, todos os ovinocultores reconhecem como principal fator de limitação e é mesmo. Coccidiose, idem”, sublinhou. Ainda de acordo com o presidente da associação, os encontros têm ao mesmo tempo o papel de divulgar as atividades da entidade: “Os eventos de educação continuada são uma parceria entre a Associação Paranaense de Buiatria e o Conselho Regional de Medicina Veterinária, que nos apoia, com logística e financeiramente. A finalidade desses eventos é contribuir com a educação continuada e divulgar a associação, para que possamos conseguir aumentar o número de associados”. O evento contou com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.
Encontros regionais são voltados a médicos veterinários e acadêmicos da área
Ovelha dá à luz a trigêmeos No mês de junho a sócia do Sindicato Rural de Guarapuava, Irene Filiposki, entrou em contato com a equipe da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, para contar que em sua propriedade, localizada na Comunidade do Guabiroba, uma das ovelhas do rebanho deu a luz a trigêmeos. Irene cria ovinos há 15 anos, mas esse foi um fato inédito. “Nós acordamos e vimos que haviam três. Foi uma surpresa. Gêmeos acontece com frequência, mas três é novidade. Ela estava muito gorda, mas jamais imaginamos”. A ovelha é da raça Texel e o pai dos trigêmeos é um bode mestiço. Apesar de serem três, duas fêmeas e um macho, todos nasceram saudáveis. O médico veterinário, Emerson Saciloto, explica que esse é um fato raro, ainda mais pelos três terem nascido bem. “Geralmente um nasce morto ou morre logo. Foi muita sorte, eu diria. Agora é preciso cuidar para que os três fiquem saudáveis e consigam mamar, já que a ovelha tem apenas duas tetas. Geralmente, um precisa ficar disputando. Mas não há nenhuma consequência para a ovelha”. Fotos: Geyssica Reis
Encontro de Buiatria abordou sanidade em ovinos
Curiosidade
Irene Filiposki e sua filha Josiane Silvério Filiposki com os carneirinhos e a mãe. Na foto, eles tinham apenas 8 dias
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Foco no atendimento consultivo Focamos no atendimento individual e consultivo. Entendemos que cada cliente possui uma necessidade ou um desejo a ser suprido. Antes da realização de qualquer serviço ou instalação de acessórios buscamos saber qual a real necessidade de cada cliente, podendo assim orientar de maneira mais eficaz.
Customização Atendimento personalizado, grande variedade de itens e profissionais qualificados. Somos referência e o parceiro ideal de clientes mais exigentes, que sabem valorizar o seu patrimônio e querem o melhor com bom gosto, tecnologia e qualidade.
Tuning Tuning é a arte de personalizar carros, não só em sua aparência, mas também na performance e no sistema de sonorização. A palavra tuning significa ajuste fino, por este motivo quando falamos em carros tuning logo devemos pensar em carros aperfeiçoados, modificados, personalizados, ou seja, tunados... É muito importante antes de querer fazer um carro personalizado visualizar e estudar suas linhas, sua capacidade de aumentar a performance e sistema de som para não ter surpresas desagradáveis ou não ficar exatamente como o esperado. VISUAL - Os kits aerodinâmicos devem acompanhar a linhas originais do carro para dar a impressão de carro com visual limpo e harmonioso. Caso contrário, todo o visual do carro original teria que se adaptar ao kit aerodinâmico ou ao visual escolhido, o que traria muitos problemas, trabalho e dinheiro. PERFORMANCE - O meio mais viável para aumentar a performance do motor de um carro é a instalação de kits, como chip de potência ou reprogramação da central, aliado a troca do filtro de ar, cabos de vela e velas. SISTEMA SONORO - Ao contrário do que a maioria das
pessoas pensa, o sistema de som não é quanto maior melhor, como se fosse a potência de um motor. É importante, em primeiro lugar, saber se o proprietário do carro quer um sistema de qualidade, sistema de trio elétrico, sistema multimídia ou um sistema com o máximo de SPL possível. Logo após a escolha do tipo de sistema, vem a escolha dos falantes que podemos encontrar marcas diferentes com exatamente a mesma qualidade, porém com características de respostas diferentes, onde também podem exigir caixas acústicas de tamanhos diferentes. Quando não existe conhecimento suficiente por parte de quem vai tunar o carro é comum que o resultado seja um carro muito carregado no visual, combinações de cores erradas e/ou a utilização de acessórios incompatíveis no estilo. A Box M3, tem 10 anos de Knowhow no setor automotivo. Além da experiência, contamos com as melhores marcas e apoio de mais de 200 fornecedores.
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Insufilm Películas profissionais de várias tonalidades. Seja para conforto, segurança ou apenas para estética, a BOX M3 conta com instalação diferenciada, profissionais altamente qualificados, e películas profissionais. As transparências dos produtos variam entre 5%, 20%, 50%, 70% e até 100%. Segundo a legislação (resolução 254, de 26/10/2007 do CONTRAN), o uso é permitido somente quando aplicado da seguinte forma: • De 28% a 100% para o conjunto dos vidros das laterais traseiras e o vidro traseiro; • De 70% a 100% para o conjunto dos vidros das laterais dianteiras • De 75% a 100% para o pára-brisa (opcional). CHANCELA: É uma máquina manual para a gravação sob pressão do percentual de transparência. Fique atento! Sem selo holográfico não é insufilm.
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sempenho e a segurança de qualquer modelo de carro. Por isso, a Box M3 oferece diversas marcas e modelos de rodas e pneus de alta performance ideal para cada finalidade, sendo ela terra, asfalto ou competição. Do aro 13 ao 28, quando o assunto for rodas, conte com a Box M3.
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Geometria Geometria / Alinhamento Que a geometria é algo fundamental e essencial em um veículo, todo mundo já sabe. Mas o que venho tratar aqui, é da tecnologia adotada pela Box M3 para realização deste serviço. Diferente do que muitos imaginam, você não alinha a roda do carro, o alinhamento é feito na suspensão do veículo. Para isso, os geometristas da Box M3 contam com um novo e revolucionário sistema de alinhamento de rodas computadorizado. O equipamento é homologado por diversos fabricantes de veículos. O modelo utilizado pela Box M3 é de última geração, o mais atual desta categoria.
O aparelho dá uma posição completa e precisa da situação de alinhamento do veículo e do serviço a ser realizado pela oficina, dando ao técnico, total segurança na realização do alinhamento. Se o equipamento estiver descalibrado, apresentará uma mensagem de erro na hora, impossibilitando a realização do serviço. Isso faz com que a possibilidade de medição errada com a utilização deste equipamento chegue à zero. A medida apresentada no computador é dada em 3D, ou seja, é a imagem real. O alinhamento do carro interfere diretamente na estabilidade do veículo, no consumo de combustível, no desgaste dos pneus e dos componentes da suspensão.
Revisão Manutenção preventiva é a forma mais econômica de manter o carro em bom estado. A BOX M3 oferece atendimento consultivo, orientando de forma individual cada cliente, de acordo com a sua necessidade e pretensão de compra.
Óleo O óleo é a substância que diminui o atrito entre as peças do motor, o que reduz o desgaste e aumenta a durabilidade dos itens. Além de diminuir o atrito, o lubrificante também tem função de arrefecimento, ou seja, refrigera o motor e mantém a temperatura em nível adequado. A BOX M3 é revenda dos lubrificantes MOTUL, marca destaque em lubrificantes de alta qualidade.
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Revista do Produtor Rural do Paraná
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Agroinformática
Varejo agropecuário do Paraná deve se adequar à NFC-e a partir de dezembro Mudança nos procedimentos fiscais somada à evolução do comércio varejista no agronegócio resulta em demanda por softwares específicos para o setor
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o Paraná, já começou a contagem regressiva para a adequação do varejo agropecuário à emissão da nota fiscal eletrônica ao consumidor. Desde o dia 1º de julho, teve início o calendário de obrigatoriedade no estado, com os postos de gasolina, e a partir do dia 1º de dezembro a regra começa a valer para o comércio varejista agropecuário como os pet shops, produtos veterinários, máquinas e ferramentas, entre outros.
Essas mudanças nos procedimentos fiscais somadas à evolução em grande escala nas vendas do agronegócio, especialmente os pet shops, resultaram em uma demanda do mercado por softwares que ajudem as empresas na adequação às novas regras e necessidades. Recém-criada, a MBR Shopping Agropecuário foi a primeira empresa paranaense do agronegócio a utilizar a NFC-e e optou por um software específico para o setor, o Agroshopping Pronto!, desenvolvido pela Agrotis Agroinformática. A ferramenta garantiu a organização da gestão da loja. “O software cumpre com todas as nossas necessidades. Trouxe organização, refletindo em um melhor controle de estoque, vendas e outras questões financeiras”, conta Walquiria Freire, gerente financeira e administrativa da empresa. Além da emissão do novo documento fiscal, o software une check-out rápido com gestão comercial, financeira e gerencial.
Software A ideia de criação do software surgiu após percepção da demanda, no mercado agropecuário, por uma tecnologia que fosse destinada às vendas de autoatendimento, não apenas a comercialização de insumos por atacado, e também atendesse à nova legislação. “Esse novo modelo de loja exige um software diferenciado. No qual você consegue oferecer maior tempo e conforto para o cliente conhecer a variedade de produtos oferecida, mas também um check-out rápido como um supermercado, por exemplo”, explica Manfred Schmid, diretor da Agrotis. O grande diferencial do Agroshopping Pronto! é a união de duas frentes: a operacional do auto-atendimento, que traz check-out rápido para o consumidor, e a estratégica para o gerenciamento da loja com informações sobre giro de produto, rendimento por vendedor, programas de fidelização de clientes, entre outros. Para Schmid, a ferramenta permite que o comerciante tire “o máximo de proveito em cima de suas vendas”.
Software ajuda empresas na adequação às novas regras fiscais
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A NFC-e
Software Agroshopping Pronto! organiza gestão de lojas agropecuárias
A NFC-e substitui o Cupom e a Nota Fiscal de venda a consumidor, modelo 2, emitida manualmente nos comércios. O objetivo é permitir que um documento fiscal totalmente eletrônico registre, com validade jurídica, a compra do consumidor final, integrando plataformas físicas e virtuais, e sirva como regulador do varejo. Para se adequar, os empresários devem consultar um contador de confiança ou a SEFAZ de sua região.
Sobre a Agrotis Com experiência de 25 anos no mercado, a Agrotis Agroinformática possui um rico histórico no desenvolvimento de software e serviços para a gestão de empresas do agronegócio. O pioneirismo e a coragem de trazer a informática para o setor conferiram à empresa mais de mil clientes, localizados em todo o território nacional. A empresa possui uma equipe de profissionais com ampla experiência e conhecimento em tecnologia, agronomia, administração e contabilidade para a criação de sistemas inteligentes, práticos, seguros e eficientes, próprios para cada negócio.
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Perspectiva
Mercado futuro como alternativa
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uem planta trigo, no Brasil, sabe que apesar das boas cultivares disponibilizadas pela pesquisa, a atividade por vezes mais parece um virtuosismo de persistência do que um negócio lucrativo. Chuvas na colheita e geadas tardias não são raras, em especial no centro-sul do Paraná. Mesmo quando tudo corre bem dentro da porteira, fora dela, no mercado, a comercialização ainda é fortemente in-
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fluenciada por importações, já que o país produz, por ano, apenas cerca de metade do volume de trigo de que precisa. Por outro lado, em 2015, como sempre, independentemente de uma economia marcada por forte desaceleração e de custos mais altos de produção na agricultura, a importância técnica do trigo para a lavoura continua a mesma. Mas o triticultor se pergunta: até quando será possível continuar produzindo? Para lançar uma luz sobre esta questão, a corretora de cereais Beto
Agro e o Sindicato Rural de Guarapuava, com diversos apoios, realizaram, dia 25 de junho, no anfiteatro da entidade, palestra com um especialista no mercado do trigo. Aberto pelo diretor da corretora, Adalberto Xavier (Beto), e pelo presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, o evento contou com a presença de cerca de 80 pessoas, entre produtores rurais e profissionais ligados à produção ou à comercialização do trigo, ao lado de técnicos da SEAB.
“Para nós, da Beto Agro, é muito importante. Vejo uma integração do Sindicato Rural, dos produtores e nós, que somos do agronegócio e estamos há 15 anos no mercado”, disse Adalberto Xavier. “Escolhemos esta data porque é início do plantio, para incentivar, motivar o produtor a não desistir da área de inverno”, completou o empresário. O palestrante, formado em filosofia e pós-graduado em Agronegócio pela UFPR, com curso de análise técnica e fundamental em Chicago (EUA), e proprietário da Consultoria Trigo e Farinhas, abordou o tema “Lições e estratégias para o mercado do trigo, safra atual 2015/2016”, enfatizando uma boa comercialização como alternativa para a triticultura.
Com sua experiência de mais de 40 anos no mercado de grãos, Luiz Carlos Pacheco, que é autor do livro “Sete pecados da comercialização do agricultor” e já proferiu palestras nos Estados Unidos, França, Argentina, Paraguai e Bolívia, comentou que se na tecnologia de produção o triticultor está no século XXI, as estratégias de venda de safra utilizadas ainda são rudimentares – embora já existam há cerca de um século modalidades mais rentáveis e seguras. Para o consultor, o triticultor brasileiro deve encarar a produção a partir de um ponto de vista empresarial, acompanhar os mercados de commodities agrícolas, conhecer os mecanismos de venda disponíveis e dar prioridade à comercialização
em bolsa, no mercado futuro. Ele destacou que, a seu ver, para o trigo tipo pão, como o produzido em muitas áreas do Paraná, uma alternativa interessante é a Bolsa de Kansas (EUA). Pacheco defendeu ainda que o produtor busque trabalhar capitalizado, sem precisar de medidas de apoio do governo. Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ele analisou o mercado e detalhou os caminhos que considera melhores para a comercialização do trigo brasileiro. Apoiaram o evento: Agropantanal, Anaconda, Augustin, Agrícola Estrela, Agrária, San Rafael, Simex, Deragro, Sojamil, Batatas e Cereais CRK, Moinho Globo e Lavoura SA Guarapuava.
Temos 353 faculdades que ensinam a produzir bem e bastante. E temos zero faculdades que ensinam a vender bem”. Luiz Carlos Pacheco: ênfase na venda do trigo em bolsa, no mercado futuro
RPR – O senhor tem enfatizado ser necessário repensar as formas de vender as safras. Pacheco – Temos 353 faculdades que ensinam a produzir bem e bastante. Que são as faculdades de agronomia, zootecnia e veterinária. E temos zero faculdades que ensinam a vender bem. Como resultado, temos uma produção ótima, enorme, e perdemos dinheiro na hora da comercialização. O produtor não sabe decidir o momento de vender a safra. Vendo? Não vendo? Ele pergunta para 500 pessoas, em volta. Ele não tem convicção
de quanto vale o negócio dele, porque não fez o cálculo de custos de produção. O produtor tem de fazer o custo de produção, colocar mais um lucro e fazer o seu preço de venda. O segredo é comparar o preço de venda com o de mercado. Todos os dias. Quando o preço de mercado atingir o preço de venda, ele deve vender. Existe uma coisa, em Chicago, que se chama mercado futuro. Desde setembro de 2013, há dois anos, já tem preços de trigo para dezembro deste ano. O trigo já esteve a 50 reais a saca. Hoje, está empatado praticamente com o preço de produção. O produtor deixou de vender bem. Aí,
o que acontece? Quanto mais próximo da colheita, mais oferta existe. Todo mundo colhe junto e tem de pagar o banco. Excesso de oferta. O preço vai lá pra baixo. O preço vai cair, agora, no segundo semestre. Aí os produtores têm de vender. Então, culpam o governo, os moinhos, as cooperativas, o sindicato. Nada disso. Se o preço do trigo fosse 50 reais a saca, você precisaria do governo para quê? Para nada. Porque, com custo de produção de 34 reais e preço a 50 reais, o produtor ganha 50%. Então, ele não vai se queixar de ninguém. ‘Ah, eu nem sabia que tinha preço desde 2013’. Pois é, tem que saber, Revista do Produtor Rural do Paraná
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O produtor não tem nenhuma obrigação de pegar o preço mais alto do ano. Qual é a obrigação do produtor? Não ter prejuízo”. faz parte do seu negócio. Se você produz mais ou menos mas vende bem, salva a lavoura. Agora, se você produz otimamente mas vende mal, vai falir. E você tem de administrar o dinheiro. O lucro não é para trocar de caminhonete a cada ano. Não é para comprar terra no Mato Grosso. O lucro é para você fazer reserva. Porque a nossa economia tem altos e baixos. Tem uma hora em que você vai ter de usar dinheiro de reservas. RPR – Os custos se tornam ainda mais importantes atualmente, pois aumentaram no Brasil. E os estoques mundiais deste momento, como influenciam no preço? Pacheco – Você não tem de ter medo dos custos, mas buscar um preço melhor, para compensar. O mercado de qualquer grão sempre apresenta momentos bem lucrativos. Acima de 20% de lucro num ano. Só que você tem de descobrir esses momentos. Ficar atento, seguir o mercado todos os dias. O mundo inteiro tem muito trigo. O recorde, na história do trigo, é neste ano. E no Mercosul temos
Palestra reuniu produtores e profissionais ligados ao trigo
também muito trigo. Vão sobrar, do Paraguai, perto de 350 mil t. Eles consomem 600 mil t. E eles vendem para nós. Hoje, o preço em Guarapuava está caindo por causa da oferta de trigo paraguaio. Estava a 700 reais/t, até há duas semanas, agora tem trigo do Paraguai sendo ofere-
Se o preço do trigo fosse 50 reais a saca, você precisaria do governo para quê? Para nada”.
Empresário Adalaberto Xavier (Beto Agro), consultor Luiz Carlos Pacheco e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho L. Werneck Botelho
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Revista do Produtor Rural do Paraná
cido aqui a 680 reais/t. O moinho, porque vai pagar 700 reais se pode pagar 680? Essa é a lógica do moinho. A Argentina está com excedente grande também. Realmente, esse excesso de estoque (de trigo), no mundo, vai pressionar os preços para o ano que vem. A única chance dos preços do trigo, aqui, subirem, é tendo uma quebra de safra na América do Sul, através do El Niño. RPR – O Brasil importa cerca da metade do trigo que consome. As importações de outros países, como Estados Unidos e Canadá, para o mercado brasileiro, podem aumentar ou diminuir no próximo ano? Pacheco – Se o El Niño não fizer efeito, e as safras vierem bonitas, atenderem às expectativas, vai sobrar trigo para exportar para fora do Mercosul. Em torno de 3,5 milhões de t. Vamos ser autossuficientes aqui. Não importa o que acontecer no resto do mundo. Vamos ter um preço interno, no Mercosul. Se tivermos uma safra média, como a do ano passado, teremos preços médios um pouco maiores do que na safra cheia. Na safra cheia, o produtor vai ganhar na produtividade, não no preço. Com a safra média, o produtor ganha um pouco em produtividade, um pouco em preço. Se tivermos quebra de safra, vamos ganhar no preço. Acho que vamos ter preços bons. Mas vai depender do clima.
Medicina e Segurança do Trabalho
Risco químico no ambiente de trabalho
V
ocê sabe o que é Risco Químico? O risco químico é
o perigo em que o trabalhador se expõe ao manipular produtos que possuam composição química. Estes agentes podem ser encontrados nas formas sólida, líquida e gasosa, tais como poeiras vegetais, obtidas durante planto e colheita, poeiras alcalinas, como exemplo do calcário, fumos metálicos, oriundos de operações de soldagem, névoas/neblinas, como de operações de pintura por pistola, spray, processo de lubrificação, gases e vapores, como vapores de gasolina, álcool, benzeno e substâncias em geral. Ou seja, quando expostos a esses agentes, podem ocorrer danos físicos ou prejudiciais a saúde. Alguns sintomas de danos físicos podem ser reconhecidos por irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, também assim os danos à saúde podem surgir da exposição de curta e/ou longa duração, através do contato a produtos químicos tóxicos com a pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas, doenças
do sistema nervoso, nos rins e fígado. De acordo com a NR-15 da Portaria 3214/78, as medidas de proteção devem ser adotadas sempre que a concentração dos agentes químicos no ar atinja a metade do valor recomendado como LT (limite de tolerância), denominado de “nível de ação”. Portanto, ao identificar riscos potenciais à saúde, deverão ser adotadas as medidas necessárias e suficientes para a eliminação, minimização ou o controle dos riscos químicos existentes nos ambientes de trabalho através da sua identificação, buscando informações contidas no FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos), que deve ser fornecida pelo fabricante e sempre acompanhar o produto. As ações devem incluir a adoção de medidas de proteção individual e coletiva, tais como treinamentos regulares sobre uso correto dos EPI’s (Equipamentos Individual de Segurança) ou EPC (Equipamento de Proteção Coletiva), isolamento do risco, ventilação localizada ou geral, enclausuramento total ou parcial do processo, além da realização periódica de avaliações
ambientais (medições) para o monitoramento da exposição. Para todos os trabalhadores expostos a agentes químicos, o controle médico deve ser através dos exames ocupacionais (admissional, periódico e demissional), realizadas em clínicas de medicina e segurança do trabalho, devidamente credenciadas. A PROTEGE Medicina e Segurança do Trabalho, preocupada sempre no bem estar dos trabalhadores, investe cada vez mais na capacitação de seus colaboradores, para zelar do bem mais precioso que temos, a vida. Nos disponibilizamos ir até a empresa ou propriedade rural para realizar alguns serviços. Atendemos diversos portes e segmentos, prestando serviço de: Curso de CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes); Mapa de Riscos Ambientais; Prevenção e Combate a Incêndio; Formação de Brigadas de Incêndio; A importância da Utilização dos EPI’S; SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes); Curso NR 18; Curso para Trabalho em Altura conforme NR 35, Curso de Espaço Confinado NR 33 e Curso Operador de Empilhadeira.
“Seu patrimônio é a vida, sua maior proteção é a prevenção.”
Tradicionalismo
Bodas de Ouro do CTG Fogo de Chão
O
Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Fogo de Chão de Guarapuava comemorou seus 50 anos com uma programação especial no mês de julho. Tropeada, rodeio crioulo e baile gaúcho marcaram as bodas de ouro do CTG. “Acredito que as pessoas que fundaram o CTG nem imaginavam que um dia esta entidade completaria 50 anos de existência, e que seria de muita importância para sociedade guarapuavana. Chegamos a 50 anos de história, 50 anos de glória, muitos tropeços, muitas alegrias e conquistas, também muitas dificuldades em gerir e administrar uma entidade que foi escrevendo sua trajetória, dando importância e ênfase aos valores humanos, às pessoas, pregando os bons costumes, respeito, honradez, dignidade e mostrando valores de fa-
mília, que hoje em dia, muitas vezes, ficaram esquecidos”, lembrou o atual patrão do CTG Fogo de Chão, Douglas Limberger. As atividades comemorativas iniciaram no dia 04 de julho com uma tropeada. A saída foi da sede social do CTG, depois os participantes acamparam na Igreja Afonso Camargo, na localidade do Jordão, terminando no dia 5 de julho, no Parque de Rodeios do CTG Fogo de Chão, com almoço. “Foi uma atividade para relembrarmos um pouco das nossas origens. O ex-prefeito de Guarapuava Nivaldo Passos Krüger esteve presente, foi feita uma homenagem para os tropeiros e contada a história do CTG. Também foi feita uma benção com a presença dos freis e encerramos com um jantar e tertúlia ao fogo de chão, como era a tradição”, contou Limberger.
No dia seguinte, a comemoração continuou, com apresentações artísticas, como cantos, danças tradicionais e chula, com participação dos alunos da Escola Municipal Padre Estanislau Cebula, que fazem parte de um projeto social realizado pelo CTG.
O atual patrão do CTG Fogo de Chão, Douglas Limberger e sua esposa Kiara Limberger
Rodeio Crioulo e Baile Gaúcho
Autoridades, como o atual Prefeito Municipal, César Silvestri Filho, o ex-prefeito e ex-patrão do CTG Fogo de Chão, Nivaldo Krüger e o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal, Airson Horst, estiveram presentes no baile dos 50 anos
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Já dos dias 16 a 19 de julho foi realizado, no Parque de Rodeios do CTG Fogo de Chão, um Rodeio Crioulo, com diversas categorias de provas de laço. “Choveu muito nos dois primeiros dias, mas o patrão lá dos céus foi muito generoso e concedeu dois dias lindos para abrilhantar nosso evento. Tivemos uma participação expressiva do povo de Guarapuava e de pessoas de outras cidades e Estados. Foram aproximadamente 115 equipes de laçadores, nos quatro dias, disputando 23 categorias”. Todas as provas tiveram premiação em dinheiro.
No dia 18, foi realizado, na sede social, um show com Joca Martins (cantor tradicionalista) e baile com os 4 Gaudérios. Durante a noite, também foi feita uma homenagem aos fundadores e todos os patrões da entidade, lembrando das diretorias que trabalharam pelo CTG e que contribuíram para sua história. “Alcançamos um público na programação do mês de julho de 3.000 pessoas. Seja trabalhando, ajudando ou participando de alguma forma para marcar essa história. Tivemos um grande apoio da Prefeitura Municipal, que contribuiu e se empenhou para juntos realizarmos essa festa. Com certeza, foi mais um marco para a história do Fogo de Chão. Quero agradecer a todos os patrocinadores que contribuíram com os nossos eventos, inclusive o Sindicato Rural pelo patrocínio e divulgação. Aos voluntários e toda a diretoria do CTG Fogo de Chão, agradeço o empenho e dedicação”, destacou Limberger.
Rodeio Crioulo reuniu um grande número de participantes e de público
Confira os ganhadores do Rodeio Crioulo: QUINTETO: 1º LUGAR: CTG CAMPO ALEGRE LAÇADORES: NETO ARAÚJO, ALOISIO ARAÚJO, GENAURINHO CORTES, ANTENOR SILVA E JURINHA ARAÚJO. 2º LUGAR: CACIQUE CANDOI 3º LUGAR: CTG FOGO DE CHÃO LAÇO INDIVIDUAL: PRÊMIO ESPECIAL: 1 POTRANCA: POMPILHO RAMOS E THAIAN DE ÁVILA TAÇA 50 ANOS CTG FOGO DE CHÃO - DUPLAS: FERNANDO JACOB E OSVALDO CARDOSO LAÇO TRIO: IVAN BARBOSA, CASSIO PAIANARO E MATHEUS GONÇALVES. INDIVIDUAL: 1º LUGAR, 2º LUGAR E 3º LUGAR FICARAM DIVIDIDOS EM 4 LAÇADORES: THAIAN DE ÁVILA; EDUARDO WOLMER, CASSIO PIANARO E GENAURINHO CORTES. PATRÃO: 1º LUGAR: NEUDO LIMA 2º LUGAR: OSMAR TEIXEIRA 3º LUGAR: MAURO DUPLA: 1º LUGAR: BETO E PAULO HENRIQUE 2º LUGAR: EDILSON E POMPILHO 3º LUGAR: ALOISIO E GENAURINHO CAPATAZ: 1º LUGAR: BUIU 2º LUGAR: ALESSANDRO 3º LUGAR: CATARINA VETERANO: 1º LUGAR: OSCAR PROBST 2º LUGAR: ZICO MELLO 3º LUGAR: QUINZINHO VAQUEANO: 1º LUGAR: ALAOR TEIXEIRA 2º LUGAR: OSVALDO BARBOSA PIÁ: 1º LUGAR: WELLINTON DIEGO 2º LUGAR: THOMAZ RODRIGO 3º LUGAR: EVANDRO GURI: 1º LUGAR: JONAS DE PAULA 2º LUGAR: LEONARDO PEREIRA 3º LUGAR: TIAGO SERELEPE
PRENDA: 1º LUGAR: TUANNE 2º LUGAR: JULIANA 3º LUGAR: BRUNA PRENDA JUVENIL: 1º LUGAR: LUANA BEATRIZ 2º LUGAR: MARIA JULIA 3º LUGAR: CAROLINE NEUMANN PRENDA MIRIM: 1º LUGAR: JULIA MELLE 2º LUGAR: EMILLI SAMANTA 3º LUGAR: RAFAELA SIROKA DUPLA DE IRMÃO: 1º LUGAR: NETO E ALOISIO ARAÚJO 2º LUGAR: LUCIANO E JAILSON 3º LUGAR: ANDERSON E JUNINHO CALDAS DUPLA AVÓ E NETO: 1º LUGAR: DEISON E OSVALDO BARBOSA 2º LUGAR: GEOVANINHO E ALAOR TEIXEIRA 3º LUGAR: CLAITO E OSVALDO BARBOSA DUPLA PAI E FILHO: 1º LUGAR: EDILSON E POMPILHO RAMOS 2º LUGAR: JURINHA E ALOISIO ARAÚJO 3º LUGAR: CHICO CEARÁ E RAYAN VACA PARADA: PIAZINHO 1º LUGAR: AUREO 2º LUGAR: VINICIUS 3º LUGAR: WILLIAN PIAZITO 1º LUGAR: MAICOM MARCONDES 2º LUGAR: DOMINI 3º LUGAR: IRAN BONEQUINHA 1º LUGAR: FERNANDA 2º LUGAR: MARIA LAURA 3º LUGAR: GABRIELLI PRENDINHA 1º LUGAR: ANITA 2º LUGAR: ISABELLA 3º LUGAR: LUANA
O show com o cantor tradicionalista Joca Martins foi a grande atração da noite
Todas as categorias foram premiadas com troféu e dinheiro Revista do Produtor Rural do Paraná
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Hobby
H
obby é uma palavra inglesa que foi incorporada na língua portuguesa para definir uma atividade que é realizada estritamente para dar prazer. As pessoas se identificam com diversas atividades que as fazem sair da rotina e espairecer. Pode ser um esporte, ler um livro, escutar uma música ou fazer uma arte. É justamente essa última que Emerson Saciloto pratica. A arte com a madeira é seu hobby. Médico Veterinário por formação há 25 anos, Saciloto atua de forma autônoma na região de Guarapuava, com foco em grandes animais. O dia a dia é corrido, visitando fazendas e cooperativas, mas ao final da tarde ou nos finais de semana, Saciloto sabe exatamente o que fazer para se distrair. Ele produz tábuas de carnes e frios, bancos, mesinhas, objetos decorativos, como vasos ou suportes, enfim, basta um pedaço de madeira e um pouco de inspiração para uma peça sair. O veterinário conta que material é o que não falta. “Todo pedaço que utilizo são madeiras que não seriam mais aproveitadas, ou seja, não vou lá e corto uma árvore para isso. Pego nas fazendas que visito a trabalho. Sempre tem. Além disso, tem muita gente que sabe que gosto de mexer com isso e me traz. Quando vejo, já tenho pilhas de pedaços. Dá para se divertir bastante”, brinca. Saciloto afirma que pedaços de cedro, pinheiro e imbuia são as madeiras que ele encontra com mais facilidade na região e que são melhores de trabalhar. “Eucalipto trinca muito e pinus é uma madeira muito fraca. Não dá para aproveitar”. Ele completa dizendo que às vezes pega pedaços de madeira sem ter um objetivo específico, mas que um dia encontra uma função. “Uma vez, peguei um pedaço
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Fotos: Geyssica Reis
Arte com Cabides, tábuas para carnes e frios, pesos de porta são alguns dos objetos produzidos por Saciloto
de madeira bem velho, meio estragado, mas pensei que poderia fazer algo com aquilo. Esses tempos, resolvi que fazer um cabide e ficou bem legal. Mas tenho um monte de madeira guardada há anos, esperando uma inspiração”. O hobby de fazer objetos com a madeira vem desde a infância e foi herdado do seu pai, Rinaldo Saciloto. “Desde pequeno, meu pai sempre gostou de mexer com madeira. No dia a dia ou no final de semana, ele fazia isso e eu sempre estava junto - com um martelo ou com um serrote ajudando ou até atrapalhando (risos). Com o tempo, fui pegando o gosto, trazendo isso para minha vida. Mas sempre como um hobby, não como uma atividade comercial”. As peças acabam virando objetos de decoração em sua casa ou então presentes para familiares e amigos. Vez ou outra, alguns pedidos surgem. “Quando consigo um material bom e tenho inspiração, faço com o maior prazer. Às vezes, basta um dia, outras vezes bastante tempo, mas acaba saindo. Já recebi pedido em grande escala, mas sempre explico é que uma atividade manual e nem se eu quisesse, teria como fazer”. Para produzir as peças, Saciloto explica que a madeira deve estar seca. Após o lixamento, polimento e de ter ganhado forma, ela recebe uma camada de estanho para proteção. “O único problema de mexer com a madeira é o pó e a sujeira que ela faz, devido ao lixamento e polimento que as peças precisam”, conta. Questionado se a esposa, Gisele Cristina de Abreu, se incomoda com a atividade, ele responde que não. “Além da sujeira, tem o barulho da motosserra, mas ela também tem o seu hobby, que é pintar, então me entende e gosta das peças”.
Saciloto conta que a tábua que originou o banco tem mais de 100 anos
O porta velas rústico foi uma invenção para uma festa junina.
Saciloto: “Gosto de ressaltar os detalhes da madeira nas peças, até mesmo as imperfeições. É isso que dá uma beleza diferente a elas”
“Tenho vontade de ficar com todas as tábuas que faço, pois é sempre uma diferente da outra. Mas daqui a uns dias, não tenho mais espaço”, diverte-se
Tecnologia de aplicação
As pulverizações de agroquímicos estão mudando Jeferson Luís Rezende, RTV
C
onversando com alguns produtores rurais mais experientes e, com agrônomos da velha guarda, a gente observa o quanto e como as aplicações fitossanitárias estão mudando. Se até um tempo atrás era possível aplicar os defensivos sem maiores preocupações: não existiam ervas tolerantes/ resistentes... pragas vorazes e, doenças cada vez mais virulentas, hoje temos tudo isso e um pouco mais. As cultivares são sensíveis e vulneráveis em algum ponto. A falta de inverno tem potencializado a presença de pragas e de plantas voluntárias. Enfim, embora tenham aportado diferentes moléculas de defensivos no mercado, o fato concreto é que as pulverizações se tornaram mais exigentes sob todos os aspectos. A escolha de pontas adequadas para o tratamento necessário é imprescindível para que todo o trato cultural possa ter a efetividade esperada. Outra ferramenta importante, surgida nos últimos 15 anos, são os ADJUVANTES SINTÉTICOS, que contribuem decisivamente para tornar o processo de aplicação mais eficaz: erradicando a presença de borras e espumas, limitando perdas por vento, reduzindo/eliminando fitotoxidades (injúrias). A manutenção da velocidade e o uso de pressão adequada no sistema agrícola, fecham o tripé = PONTA/ADJUVANTE/VAZÃO, que influenciará de
maneira impactante no resultado final do trato cultural. Há que se lembrar que nas lavouras de soja cultivadas mais no cedo e de ciclo curto, a escolha dos ativos é menos estressante e de maior flexibilidade. Já nas áreas plantadas um pouco mais tarde e de ciclo indeterminado, a presença de moléculas mais modernas é imprescindível. Isso quer dizer, que dentro da mesma fazenda, não faremos o mesmo trato cultural. Ou, ao menos, não deveríamos fazê-lo. Também é importante ressaltar que os diferentes adjuvantes comercializados no mercado não são iguais entre si. Cada um possui a sua formulação específica e, por isso, age de maneira distinta na formação das gotas aspergidas. Alguns, por exemplo, possuem nitrogênio e/ou fósforo, o que os tornam incompatíveis com determinados ativos e combinações. O que está sacramentado pela academia é que nestes novos tempos, a pulverização de agroquímicos se tornou um dos processos mais complexos e importantes da lavoura. Se feita de maneira inadequada, certamente os resultados serão sofríveis e não tão bons quanto o desejado. A escolha das Taxas de Aplicações (Volumes de Vazões) pode ser uma oportunidade para melhorar a logística da propriedade, reduzindo custos de hora-máquina e, ao mesmo tempo, tornando o processo mais eficaz. Não devemos
engessar as aplicações jamais. O modelo a ser adotado deve ser avaliado e discutido pelos responsáveis a fim de se chegar a um bom termo. Finalmente, é oportuno ressaltar que todos os defensivos aplicados custam e custam bastante. Por isso, a escolha de um adjuvante de qualidade, que irá funcionar como o “seguro” do tratamento, deve ser observada atentamente. Muitas vezes, o produtor ou, o seu recomendante técnico, faz uso das melhores moléculas disponíveis no mercado e, do pior adjuvante, deteriorando todo o processo. A redução dos custos de manejo pode ser alcançada através da melhoria logística-operacional e de processos. Jamais se deve substituir produtos aprovados pelas pesquisas por eventuais similares, imaginando que a tecnologia embarcada será a mesma e os resultados iguais. Máquinas reguladas, velocidades operacionais adequadas, boas taxas de aplicação, pontas e adjuvantes ajustados e de qualidade...e o trato cultural será exitoso.
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Floresta
Bion no controle de bacteriose foliar em ®
mudas de eucalipto
Júlia Carvalho Doutoranda em Ciência Florestal Mestre em Ciência Florestal- FCA-UNESP-Botucatu
A
competitividade no setor florestal frente a um mercado de produtos madeireiros e não madeireiros de alto padrão de qualidade, exige que o produtor invista cada vez mais em plantios homogêneos, de alta produtividade e sustentável. A primeira etapa do processo de implantação de florestas de eucalipto envolve o viveiro de produção de mudas. É importante a escolha de um material genético ideal para o local em que será realizado o plantio, aliado a mudas de qualidade, ou seja, rústica, com bom desenvolvimento aéreo e radicular, bem nutrida e livre de patógenos, garantindo a capacidade de resistir às condições adversas do local de crescimento e obter um bom desenvolvimento no campo. Dentre os fatores limitantes na produção de mudas está a disseminação e o desenvolvimento de doenças, em função das condições do local em que estas se desenvolvem, especialmente naqueles em que a irrigação é realizada sob regime de aspersão abundante em todas as etapas de produção, tornando o ambiente extremamente favorável a disseminação e infecção das mudas por fungos e bactérias. Atualmente os patógenos que mais causam preocupação em viveiros de eucalipto são as Bacterioses
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Foliares (Xanthomonas spp. e Pseudomonas spp.), que estão presentes em viveiros de todo país, aumentando gradativamente e causando grandes prejuízos devido a rápida disseminação e difícil controle. Uma boa alternativa no manejo de doenças em viveiros, além do manejo da água é a indução de resistência de plantas, obtida a partir da ativação dos mecanismos latentes de resistência em uma planta através de tratamentos com agentes bióticos ou abióticos chamados de elicitores. Um exemplo de indutor de resistência é o composto sintético a base de acibenzolar-S-metil (Bion®), que consiste em um análogo do ácido salicílico e tem sido amplamente estudado como agente indutor de plantas na proteção de algumas doenças do café, algodão, batata e cacau, impedindo ou dificultando o estabelecimento e de-
senvolvimento de doenças. Visando o manejo através da indução de resistência, uma estudante de mestrado em Ciência Florestal iniciou os estudos preliminares com o objetivo de verificar a eficácia no uso do indutor de resistência abiótico Bion® no controle da bacteriose foliar em mudas de eucalipto. O experimento foi realizado em um viveiro comercial na região centro-oeste paulista com um clone híbrido de Eucalyptusgrandis x Eucalyptusurophylla, susceptível a bacteriose foliar. O teste foi composto por 5 tratamentos tendo sido estes: Testemunha, em que foram utilizadas mudas sem aplicação de nenhum produto; bactericida/ fungicida Kasumin© na dose de 2 mL-1 L de água e os tratamentos com o indutor de resistência Bion®, nas doses de 0,064; 0,126 e 0,26 g L-1 de água (T, B, IR1, IR2 e IR3). As repetições foram representa-
Figura 1. Escala de notas utilizadas para determinar a severidade de bacteriose foliar em mudas de eucalipto
Gráfico 1. Severidade de bacteriose foliar em mudas de eucalipto conforme Severidade de tratamento bacteriose foliar em mudas de eucalipto 1,4
17%
IR 3
1,2 1
21%
IR 2
0,8
2O%
IR 1
0,6
B
0,4 0,2 0
Gráfico 2. Severidade de bacteriose foliar em mudas de eucalipto conforme Mortalidade detratamento mudas com sintomas de bacteriose foliar
3O% 29%
T T
B
IR1
IR2
IR3
*T (Testemunha); B (Bactericida/ Fungicida na dose de 2 mL-1 L ) IR1, IR2, IR3 (0,064; 0,126 e 0,26 g L-1)
das por uma bandeja com 176 mudas por tratamento, em que 10 mudas por repetição foram avaliadas. Foram realizadas no total 5 aplicações semanalmente em solução foliar no volume de 50 mL por bandeja (176 mudas), sendo a primeira aplicação de caráter preventivo no minijardim clonal passando por todas as fases de produção até a fase de rustificação das mudas.
O%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
*T (Testemunha); B (Bactericida/ Fungicida na dose de 2 mL-1 L ) IR1, IR2, IR3 (0,064; 0,126 e 0,26 g L-1)
As análises foram realizadas através de avaliações de severidade com escala de notas de severidade de bacteriose (Figura 1) e na mortalidade final das mudas em fase de expedição. Em relação a todos os tratamentos, a dose de 0,064 L-1 do produto Bion® demonstrou melhor desempenho, mantendo as mudas em menor nível de severidade da bacteriose e ainda mostrando um ganho em até 13% na
sobrevivência das mudas perante os demais tratamentos. Os resultados do estudo mostraram que para as duas avaliações, o Bion® obteve as melhores respostas em todos os tratamentos (Gráfico 1 e 2), indicando que aliado a um bom manejo no ciclo de produção das mudas a indução de resistência pode ser uma boa alternativa no controle de doenças em viveiro de mudas de eucalipto.
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Unicentro
Resultados de pesquisas de
soja, milho e feijão
M
estrandos em Produção Vegetal da Unicentro e Agrisus Brasil, em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava, realizaram, no dia 12 de agosto, a 6ª edição do Encontro de Resultados de Pesquisas, no anfiteatro da entidade sindical. Foram quatro apresentações, abordando desafios e oportunidades que fazem parte do cotidiano da produção de soja, milho e feijão no centro-sul paranaense. A Adapar também apresentou o trabalho da entidade, destacando a necessidade de produtores e agrônomos respeitarem determinações como as do vazio sanitário da soja. O evento encerrou com uma mesa redonda, com a participação do professor Itacir Sandini; presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho; produtor rural e agrônomo Roberto Cunha; e agrônomo Rodrigo Zimmer. O encontro ainda teve o apoio da Adapar, Agrichem, Basf, Inquima, Timac Agro e Total Biotecnologia. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL esteve presente e conversou com os pesquisadores.
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Engª agrônoma Antoniele Serpa, da ADAPAR Participaram dezenas de estudantes, de Agronomia e veterinária, além de técnicos e alunos de cursos ligados à agropecuária Mesa redonda: Rodrigo Zimmer (agrônomo); Roberto Cunha (agrônomo e produtor rural); Rodolpho Botelho (agrônomo e pres. do Sindicato Rural de Guarapuava); e Itacir Sandini (pesquisador da Unicentro)
Estandes: Unicentro, Adapar, Agrichem, Basf, Inquima, Timac Agro e Total Biotecnologia
Nitrogênio em sistema de integração lavourapecuária) Engª. Agrônoma Msc. Suélly M. Müller
“O nitrogênio (N) é um dos nutrientes que mais influencia na produtividade. Analisando isso num contexto de sistemas integrados, observamos que a adubação parcelada do milho, em relação à pastagem e à lavoura, é benéfica para o sistema. Vemos que há maior produção de massa forrageira, no inverno, que garante maior aporte de animais, e consequentemente uma maior produção de biomassa, ou matéria vegetal, que irá beneficiar a cultura sucessora, que no caso do meu experimento foi o milho. Aliado a isso, a mineralização do nitrogênio: a liberação de nitrogênio pelo solo. Esse é o principal fator analisado. Observamos também que, sob as condições do trabalho, o pastejo não interferiu na produtividade. Houve ganho no sistema todo: na produção de inverno, com a carne animal, e com a produção de verão, que no caso é o grão. Na aplicação, a fase é antes da pastagem. No nosso experimento, houve bastante resultado. Em 30 dias, a planta respondeu bem a esta aplicação; e no início do desenvolvimento da cultura do milho, em adubação parcelada, no estádio V2. O milho, quando no início do desenvolvimento, necessita de grande quantidade de nitrogênio. É interessante parcelar, para não perder, porque o nitrogênio é muito pouco estável no solo”.
Gesso em sistemas integrados de produção
Tecnologia de Aplicação
Prof. Sidnei O. Jadoski (Unicentro) “Apresentamos alguns resultados de pesquisa, desenvolvidas com aplicação terrestre e aérea. Na aplicação terrestre, uma das avaliações que fizemos foi um levantamento das características de clima, aqui de Guarapuava. Considerando: umidade relativa, temperatura e vento. O que verificamos é que, para a região, os fatores que mais causam problemas para a aplicação, não seriam exatamente temperatura nem umidade. Seria o vento. O que se observou é que, em cada hora do dia, temos inúmeras rajadas, que a uniformidade de aplicação. Isso demonstrou que devemos realmente nos preocupar com calibração de equipamento, em função do vento, e com a avaliação do sistema de preparo da calda, para abreviar este problema do vento. Existem alguns produtos que ajudam a diminuir a falta de uniformidade causada pelo vento. Um dos detalhes salientados também foi o de ponta de aplicação. Numa das pesquisas, sobre penetração de gota, com soja e batata, observamos que as pontas 110 02, tipo leque, funcionaram melhor, conseguiram colocar um volume maior de produto nas partes mais baixas da planta – quando comparadas com as mesmas pontas 110 02, do tipo ar induzido, que produzem uma gota um pouco maior, que não resolvem o problema da deriva e não ajudam a inserir a gota lá embaixo, na planta”.
Fósforo complementar em Soja, Milho e Feijão
Engª. agrônoma Msc. Marciela Rodrigues (Doutoranda UFPR)
Engº Agrônomo Fabiano Pacenthuk (Mestrando Unicentro)
“A aplicação de gesso tem que ser bastante criteriosa. O gesso tem como característica neutralizar o alumínio tóxico e fornecer cálcio como nutriente para as plantas. Ao entrar em contato com o solo úmido, ele se dissocia, formando cálcio e sulfato. O sulfato tem afinidade com o alumínio, formando pares iônicos, justamente pelo alumínio ser um cátion trivalente. E também pode, eventualmente, estar carreando cátions monovalentes, no caso, potássio. Se o gesso for aplicado em doses superiores às ideais, pode estar ocorrendo o empobrecimento das camadas superficiais do solo. A questão das camadas mais profundas se torna bastante relevante hoje em dia, porque temos culturas com ciclos cada vez mais curtos. Qualquer veranico, ou déficit hídrico que ocorra, ocasiona perdas significativas em profundidade. Isso porque temos trabalhado na correção da adubação, da acidez e na fertilização do solo, preconizando os primeiros 20 cm de profundidade. Acho que a partir deste momento é interessante começar a perceber que, abaixo desses primeiros 20 cm, existe um grande volume de solo, de nutrientes e principalmente a água, que precisa estar sendo explorada, para que consigamos aumentar a estabilidade de produção nos cultivos de sequeiro”.
“Entendemos que, mesmo na região de Guarapuava, em propriedades já com alto nível de investimento, onde o fósforo aparentemente não é um problema, a aplicação de fósforo complementar pode auxiliar a obtenção de produtividades ainda maiores. O fósforo complementar, entendemos que pode beneficiar inclusive a absorção do fósforo que está presente no solo e do qual, normalmente, não se consegue essa absorção. A principal resposta é em produtividade. Claro que, para entender a produtividade, temos que entender os componentes de rendimento. Quando pensamos, por exemplo, na cultura da soja, conseguimos observar que a aplicação desse fósforo complementar – claro que vai depender muito da dose – aumenta a massa de grãos, que é um componente muito importante da produtividade. Também precisamos levar em consideração o número de grãos e de vagens e outros componentes que, no final, vão culminar em altas produtividades. Essa aplicação é realizada via foliar. O estádio de aplicação não é tão importante. Nas culturas de soja e milho, a tendência é que se tenha os melhores resultados na fase reprodutiva, no R1. No feijão, que tem o ciclo mais curto, os melhores resultados foram obtidos na aplicação via foliar, mas no estádio vegetativo, no V4”.
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Fruticultura
Pequenos apostam no
MORANGO A gricultores familiares procuram, constantemente, alternativas de renda viáveis economicamente e que possam ser produzidas em pequenos espaços. Nesse sentindo, agricultores familiares de Guarapuava vêm encontrando no cultivo do morango um bom resultado. O cultivo da fruta vem sendo feito de duas formas: o convencional, plantado diretamente no solo em céu aberto e o semi-hidropônico, que apresenta vantagens em relação ao outro. No semi-hidropônico, a planta é cultivada em substratos que contêm compostos orgânicos, onde os sacos são suspensos em prateleiras ou bancas, abrigados em estufa. O sistema de irrigação é via fertirrigação, um método em que os nutrientes para adubação das plantas são colocados na água. “Esse sistema comporta maior número de plantas por metro quadrado,
comparado ao sistema convencional. O número de doenças é reduzido”, explica o engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura, Marcio Luis Lima Moraes. O casal de produtores rurais Diego Francisco Szendela e Jéssica Aparecida Alves Macuch Szendela decidiram apostar na cultura do morango no sistema semi-hidropônico há um ano. “A gente trabalhava com hortaliças, mas chegou a um ponto que o investimento era de R$ 6,00 e nós recebíamos a mesma quantia ou às vezes até menos. Chegamos a conclusão que estávamos pagando para trabalhar”, conta Szendela. Eles se interessaram pela cultura em visitas que realizaram com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura. Szendela investiu em 3500 mudas, sendo que 1000 foram subsidiadas pela Secretaria. A chácara, localizada no Vale do Jordão, tem dois alqueires e a estufa mede 42 x 6m. Ela foi produzida com materiais e mão-de-obra próprias. Atualmente, são produzidos, em mé-
Produção na propriedade de Diego Szendela
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dia, 50 quilos de morango por semana, e vendidos a R$ 12,00 o quilo. Ele conta que, algumas vezes, a demanda é maior que a oferta. Por isso, pretende aumentar a produção. “Tudo o que eu produzo tem venda garantida. Tenho dois clientes fixos, uma panificadora e uma confeitaria de bolos. Pretendo aumentar a produção com mais uma estufa do mesmo tamanho. A procura é grande e no verão aumenta”. O produtor afirma que seu gasto mensal com o manejo das plantas não passa de R$ 200,00. “A receita, com certeza, é muito melhor do que com as verduras, mas pretendemos plantar cebola e tomate, para complementar a renda. Vai ser muito melhor para cuidar da produção, já que aqui somos apenas minha esposa e eu para cuidar”. Outra produtora que decidiu apostar no morango em sistema semi-hidropônico foi Marisa Ferreira, da Comunidade Guabiroba. Foram mais de oito mil mudas plantadas em quatro estufas na pro-
Mudas no início do plantio, na propriedade Marisa Ferreira
priedade de três alqueires. “Fazia tempo que eu pensava em produzir morango. Eu produzia verduras, mas além de não ter um bom retorno econômico, sofria muito na produção. Tinha dias que ficava até meia noite trabalhando, porque no outro dia bem cedinho tinha que entregar. Éramos somente meu marido e eu pra cuidar e a gente não estava dando conta”, lembra. No dia em que a equipe da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ visitou a propriedade de Marisa faziam apenas duas semanas que as mudas haviam sido plantadas. A expectativa era que em até dois meses, os pés comecem a dar frutos. O agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura, que também presta assistência técnica na propriedade, estima que a produção deve chegar a 150 quilos por semana. Marisa poderá entregar toda sua produção para merenda escolar do município, a R$ 10,00 o quilo. Assim, a expectativa é que em até seis meses ela recupere o valor do investimento, que foi de aproximadamente R$ 30 mil.
Marisa Ferreira em uma de suas estufas.
“Vamos tentar fazer com que ela entregue para merenda escolar porque é muito melhor entregar o produto em um local só. Além disso, o município precisa trazer morango de fora porque não tem produção suficiente aqui na cidade. Desta forma, é muito melhor ter o produto aqui, gerando renda para os produtores locais”, ressalta Moraes. “A expectativa é muito boa. Estou otimista com os morangos e se der tudo certo de eu entregar p ara merenda escolar, vai ser muito melhor”, conta Marisa.
Incentivo ao cultivo de morango A Secretaria Municipal de Agricultura, por meio do Programa Vida Rural, desde o ano passado apresenta um projeto de incentivo ao cultivo de pequenas frutas, como amora, mirtilo, fisális e morango. Já são 67 produtores que aderiram ao projeto e só de morango já foram plantadas 63 mil mudas. “Cada produtor recebe da Secretaria até 1000 mudas e a assistência técnica sem custo, desde o plantio, até a hora da comercialização dos frutos”, explica o agrônomo Márcio Moraes. As mudas do morango são importadas do Chile, já que de lá a qualidade e sanidade são melhores que as produzidas aqui no Brasil. As cultivares importadas são a de dias neutros, a Albion, e a de dias curtos,
O engenheiro agrônomo da Secretaria Mun. de Agricultura, Marcio Moraes e o casal Diego e Jéssica Szendela a Caminho Real. Quanto ao sistema de plantio, fica a critério do produtor. A Associação dos Produtores, Moradores e Amigos da Campina Guabiroba vem fomentando o plantio de morango e buscando capacitação por meio dos cursos de fruticultura do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). “Por enquanto, temos a produtora Marisa que investiu mais nos morangos, os outros estão plantando pouco, para ver como é o desenvolvimento da fruta. Eu acho que todas as opções de renda para nós, pequenos produtores, são válidas. Temos que arriscar, vamos pedir mais cursos para que a gente vá conhecendo a cultura e o manejo da fruta. Sabemos que o mercado é promissor”, avalia o presidente da Associação, Eloy Penteado Ribeiro. São várias opções de mercado para o morango. A compra direta (mercados, panificadoras, confeiteiras), merenda escolar, venda direta para o consumidor e as Feiras do Produtor, promovidas pela Prefeitura Municipal. Para os interessados, basta comparecer na Secretaria de Agricultura (localizada na Rodoviária Municipal), para mais informações: (42) 3629-6112.
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Fazendas Históricas
CAPÃO ALTO:
nas janelas, reflexos é do seculo XIX A fazenda teve como primeiro proprietário o Tenente Antônio da Rocha Loures, membro da Real Expedição que, em 1810, iniciou a conquista dos Campos de Guarapuava.
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A
história das terras que originaram a atual Fazenda Capão Alto, situada em local que hoje é o município de Candói (PR), remonta ao século XIX, quando a ocupação do centro-sul do Paraná, pela Coroa Portuguesa, deu origem a Guarapuava. Portugal realizava então incursões, visando descobrir, ocupar e promover a conquista lusitana, de fato, em várias regiões de seu imenso território sul-americano. Entre elas, um certo rincão distante, um planalto caracterizado por campos, matas e pela presença indígena – os “Campos de Guarapuava” (Ou koran-bang-rê, como chamavam os caingangues). A conquista definitiva se daria por meio da Real Expedição de Conquista e Povoamento dos Campos de Guarapuava, determinada por Carta Régia em 1º de abril de 1809 e liderada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal – a frente de 200 milicianos e mais 100 pessoas, entre voluntários, mulheres e escravos. Com sua chegada, em 17 de junho de 1810, teriam início os desdobramentos que levaram ao surgimento de Guarapuava, com a realização do projeto de ocupação e povoamento de seus campos. E a Fazenda Capão Alto? As terras da propriedade, que ainda não tinha este nome, caberiam a um dos mais importantes membros da Real Expedição, um militar que inscreveria o seu nome entre os fundadores da cidade: o Tenente Antônio da Rocha Loures (1782-1849). Em de 9 de dezembro de 1819, segundo assinala a historiadora guarapuavana Alcioly Gruber Marcondes (Professora Sulita), em seu livro Subsídios para a história de Guarapuava (2012), o Tenente, na condição de comandante interino da Real Expedição, ao lado de outro membro da empreitada, o Padre Chagas, determinaria inclusive o lugar definitivo da cidade. Eles transferiram o povoamento inicial, de um local denominado de Atalaia (próximo ao distrito de Palmeirinha), para “uma planície de campos, rodeada de belas lagoas”, conforme atesta um documento mencionado pela autora: o ofício de 31 de janeiro de 1820, endereçado por Antônio da Ro-
Cenário característico: ao lado da casa, araucária, plantada por Acyr Loures Pacheco
cha Loures ao governador da Capitania de São Paulo (à qual pertencia na época o território do Paraná), João Carllos Augusto de Oyenhausen Gravenburg. Com isso, se procedia à fundação da nova povoação e Freguesia de Nossa Senhora de Belém. Outro estudioso da história de Guarapuava, Sebastião Meira Martins, em seu livro SoberCláudia e Acyr: raízes rurais que remontam ao bas Fazendas de Nosso povoamento da região de Guarapuava e Candói Rincão (2010), registra que, no século XIX, as terras que dariam origem à Fazenda Cafilho de Francisco Manoel Bandeira de pão Alto correspondiam à Sesmaria nº Camargo e Laura de Camargo, e de sua 13, uma das várias que foram concediesposa, Alzira Ribeiro, filha do capitão das a pioneiros e colonizadores para que Arlindo Martins Ribeiro. se instalassem e ocupassem a região. Com os anos, viriam mudanças hisAinda segundo o autor, na época, a raça tóricas: em 1852, a Freguesia de Nossa bovina predominante em diversas proSenhora de Belém é elevada à categoria priedades era o gado franqueiro, tamde vila. No ano seguinte, o Paraná é desbém chamado de “raça velha”. membrado da província de São Paulo. E Filho de Francisco Ferreira da Roem 1871, a Vila de Nossa Senhora de Becha Loures e neto do primeiro dono da lém ganhou foros de município. Fazenda Capão Alto, Antônio de França Em 1993, veio a emancipação de Loures (batizado com o mesmo nome do Candói, desmembrado de Guarapuava. avô), por sua vez, continuaria a história A localidade de Lagoa Seca, onde enconda família na propriedade. Com seu fatra-se a Fazenda Capão Alto, ficou situalecimento, a fazenda foi dividida em loda dentro das divisas do novo município. tes, entre herdeiros. Em meio aos nomes Este longo passado, que a fazenda daqueles que viriam a assumir as terras, compartilha com outras da região, tamcomo proprietários ou arrendatários, bém originárias de sesmarias, vem senestão os de Oswaldo Loures de Camargo, do não só preservado, mas revitalizado Revista do Produtor Rural do Paraná
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Foto: Luciano Meirelles
Família reunida: Ana Carolina, Claudia (à frente), Luciano Lenart Copetti, Acyr Filho e Maria Cecília pelos atuais proprietários: os produtores rurais Acyr Loures Pacheco Filho, médico veterinário; e sua esposa, Cláudia Oliveira Mariotti Pacheco, bacharel em Direito e professora licenciada em Letras. O casal, que acabou se dedicando prioritariamente à atividade da agropecuária, relata que, no decorrer dos anos, por meio de pequenas reformas, com a reabilitação de objetos do século XIX e do início do século XX, ou ainda com a aquisição de peças decorativas atuais, porém de estilo antigo, vem se empenhando numa “restauração” lenta, mas permanente, daquela que é a jóia da fazenda: a antiga casa da sede. Com base em his-
tórias e reminiscências de família, que passam de geração em geração, Acyr e Cláudia estimam que a residência tenha sido construída no ano de 1837. Fato é que o imóvel exemplifica o característico estilo de uma moradia rural da época e do local de sua construção: planta de base retangular, fachadas de linhas simples, retas, paredes espessas, janelas verticais tipo guilhotina, com suas caixas de madeira aparentes, de um vago ar lusitano, ambientes despojados, com paredes internas de madeira, onde a funcionalidade se sobrepunha ao luxo e traduzia ao mesmo tempo as condições da vida rural do final do século XIX na região de Gua-
Barracão: data estimada em torno de 1880 – madeira não foi serrada, mas “lascada”, segundo técnica da época
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rapuava. “A construção é de taipa, feita por escravos. As pedras foram puxadas em carro de boi, de uma distância de mais ou menos cinco quilômetros”, rememorou Acyr Loures Pacheco Filho. Ele destaca que além da casa, sobreviveu aos anos, ainda, outra construção, um pouco mais “nova”: o barracão da fazenda. “O barracão foi feito depois, porque naquela época o pessoal não precisava, o gado ficava no campo. Então, primeiro, eles faziam a casa e depois o barracão, para o milho. Esse, eu calculo que construíram por volta de 1880”, contou. Aproximando-se, o produtor chama a atenção para a textura desuniforme das tábuas: “Repare na madeira. Dá para ver que não foi cortada. É uma técnica antiga: madeira lascada. Eles lascavam o tronco e tiravam as tábuas assim”, detalhou. Com o barracão, completou-se ali o cenário principal da vida de seus antepassados, cuja memória está viva, em fotos nas duas salas e no corredor da residência. Acyr Loures Pacheco Filho aponta que o tropeirismo marcou o destino de seus antecessores: o tataravô, Francisco Loures de Almeida França, nas viagens para Sorocaba (SP), até encontrou uma esposa por lá, Mercedes Saldanha Loures – filha do Coronel José de Freitas Saldanha, cujo nome seria atribuído a uma das ruas de Guarapuava. Outros tataravós, o Major Cândido Alves da Rocha Loures e Zeferina Augusto de França Loures, eram da região. Os filhos dos dois casais, Alzira Saldanha Loures e José Alves Loures (o “Vô Jeca”), casaram-se, resultando do enlace as filhas Maria e Mercedes. “Vô Jeca”, também tropeiro, comprou a fazenda onde Maria foi morar depois de casar-se com Esmeraldino dos Santos Pacheco. Esmeraldino era proprietário de uma botica (farmácia) em Guarapuava e passou a dedicar-se a fazenda. Do casamento de Esmeraldino e Maria nasceram Zélia Loures Pacheco e Acyr Loures Pacheco. O neto recorda que
Textura da madeira mostra as marcas da construção
Porta principal, refletindo o passar de muitas décadas
Cozinha: piso, originalmente, era de “chão batido”, como era comum em residências rurais do século retrasado
Um dos quartos: espessura das paredes mostra construção feita para atravessar o tempo
a dedicação à fazenda e à família permaneceram e ressalta a forte amizade com o avô Esmeraldino. Em 1974 com o falecimento de Esmeraldino, Acyr Loures Pacheco (pai do atual proprietário) passou a administrar a fazenda e efetuou algumas melhorias na casa da sede.
Quanto ao aspecto da casa, é a esposa do produtor quem relata as modificações, algumas inevitáveis em imóveis tão antigos. Cláudia ressalta reformas, em 1967, 1986 e 1994. Na primeira, modificou-se a função de um dos cômodos: parte da despensa, ampla, foi transformada em lavabo. Uma sala também se-
ria modificada: “O Acyr que tinha uma grande ligação com o avô, pediu a ele um quarto. Então, uma das salas foi transformada em quarto. Os afrescos foram perdidos, cobertos pela pintura nova. Procurei informações, para ver se conseguiria recuperar, mas são muitas camadas de tinta, não há recuperação”, lamentou. Para 2015, outra obra está prevista, para proporcionar mais funcionalidade. “Acho que naquela época eram poucos móveis, poucos utensílios, tudo ficava naquela despensa. Agora, preferimos ter as coisas mais à mão. É isso que quero organizar. Colocar mais armários, tentando deixar tudo o mais colonial possível”, antecipou. A produtora explica que na cozinha, a seu ver, é pouco o espaço para lavar a louça – um traço do passado. “Louça, era lavada em bacias, com várias trocas de água”, contou, lembrando que o costume ainda existia, na família, nos primeiros anos de seu casamento, quando a avó de seu marido ainda ia para a fazenda. Ali se via também outra característica das cozinhas de então: o piso de chão batido. Piso substituído depois por tijolinhos; substituídos por tábuas; substituídas em tempos mais recentes, de novo, por tijolinhos, numa tentativa de resgatar o aspecto antigo. “Mas é material novo. Pois o material de restauro tem um custo muito alto”, admitiu Cláudia. Antigos, conforme
ANTEPASSADOS
Capitão José Alves Loures e Alzira Saldanha Loures
Maria Loures Pacheco
José Alves Loures, a esposa Alzira e a filha, Maria
Coronel José de Freitas Saldanha
Francisco Loures de Almeida França
Esmeraldino dos Santos Pacheco
Mercedes Saldanha Loures
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OBJETOS
São essas gerações mais novas que estão pensando em resgatar o passado tradicional das famílias e o patrimônio histórico”.
Alguns dos objetos de época da Fazenda Capão Alto: à frente à esquerda, copo utilizado pela avó de Acyr Loures Pacheco, Maria, quando ainda solteira, numa época em que andava a cavalo em selim. À direita, o castiçal da mãe de Maria, Alzira Saldanha Loures, dado como presente à filha. Ambos os objetos têm fabricação estimada no século XIX. Ao fundo, telefone da década de 60 do século XX – um dos primeiros na área rural de Guarapuava. O número compunha-se de apenas três algarismos. A ligação era feita via telefonista.
destacou, são os lustres. Comprados em Curitiba, as peças vêm também de propriedades rurais de outros tempos, mas estas, de Minas Gerais. A razão desta opção, segundo complementou, é mais simples do que se poderia imaginar: “Quando veio a eletricidade, era só o fio, pendurado no teto, com a lâmpada...” Hoje, a fazenda, que nasceu bem antes da expansão da rede de energia elétrica no campo, além de já contar há vários anos com aquele conforto, possui, como todas, parabólica para receber sinais de TV. “Agora, queremos colocar uma conexão com a internet”, completou a proprietária, bem no espírito de unir a
Cláudia Oliveira Mariotti Pacheco
tradição do século XIX com a modernidade do século XXI. Para Cláudia, que tem estado à frente das reformas recentes, com a certeza de modernizar sem descaracterizar, a atmosfera luso-brasileira da propriedade, em suas linhas, móveis e fotos, é um legado sentimental, histórico e cultural, que pretende deixar às novas gerações, às filhas Maria Cecília e Ana Carolina. A produtora assinala que ela mesma, assim como o marido, também traz uma origem rural. O início da infância e parte da juventude foram vivenciados numa propriedade da região, a Fazenda Palmar. Cláudia su-
MÓVEIS Na Fazenda Capão Alto, duas peças, resmanescentes dos primeiros tempos, mostram bem o estilo rural da virada do século XIX para o XX: o armário de cozinha e uma gaveteira, com prateleira para louça. No armário, linhas simples, retas, sem adornos. Na parte superior das portas, no entanto, três pequenas aberturas dão ao móvel um toque delicado. Na gaveteira, já restaurada pelos proprietários da fazenda, são as linhas recurvadas, dos detalhes das portas e das quinas, que conferem um toque caseiro. Na parede, pratos que parentes trouxeram de presente, de várias partes do mundo. Mas um dos pratos é bem paranaense, evocando o sesquicentenário do Estado. Os dois móveis ainda são utilizados até hoje no dia-a-dia da casa.
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blinha que, sua identidade com campo permanece. Segundo avalia, hoje os mais jovens, herdeiros de propriedades antigas, começam a dar mais valor a essas construções rurais dos primórdios de Guarapuava, ainda existentes na região, como a sede da Fazenda Capão Alto. Em seu caso, revelou, um dos detalhes originais da casa, que deseja reviver, é a cor da pintura externa. Os tons de beje e marrom claro darão lugar a paredes brancas com janelas em azul, no tradicional padrão lusitano. “São essas gerações mais novas que estão pensando assim, em resgatar o antigo, o passado tradicional das famílias e o patrimônio histórico”. Uma tendência que ela vê dentro de casa. Quando da partilha de imóveis da família, há alguns anos, Cláudia conta que ela e o marido não tiveram dúvida: “Abrimos mão de propriedades, na área urbana de Guarapuava, para ficar com a fazenda, que tinha esta sede, considerada uma relíquia”.
Serviços automotivos
Calibragem
U
m item fundamental para aumentar a vida útil do pneu e evitar problemas é a calibragem. Para ser realizada de maneira correta, o produtor deve levar em consideração a relação entre equipamento e implemento versus trabalho a ser executado. O ideal é que a calibragem seja feita no menor espaço de tempo, no mínimo a cada 15 dias. PRESSÃO BAIXA
PRESSÃO ALTA
Desgaste irregular nos ombros é causado pela pressão baixa
Desgaste irregular no centro é causado pela pressão alta
Consequências da pressão inadequada: • Dirigibilidade afetada • Vida útil do pneu comprometida • Pneu mais propenso a danos e cortes • Aumento do consumo de combustível
OBS: Vale lembrar que, além do ar, também é utilizado o lastro líquido e sobre isto falaremos na próxima edição.
Stéfano Mercúrio, Gestor de Categoria Pneus Trator e OTR, da DPaschoal, alerta que o uso da tampa da válvula é outro item que merece atenção. Ela evita a entrada de sujeira e umidade no núcleo da válvula, o que pode ocasionar possíveis vazamentos. Além disso, não se deve reduzir ou remover a pressão dos pneus (sangria).
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Pitanga
Soja: produtor encontra apoio no mercado futuro Dois agropecuaristas dizem que venda de soja no mercado futuro, se feita em preços favoráveis, pode contribuir para uma comercialização rentável.
E
nquanto, no Brasil, as manchetes sobre a crise econômica do país se multiplicam, e, no Paraná, ainda se analisa até que ponto as chuvas de julho poderão afetar o milho da 2ª safra e o trigo, em Pitanga, na região central do Estado, dois dos maiores e mais conhecidos produtores rurais ousam ter boas expectativas para a soja 2015/2016. Em entrevista, dia 3 de agosto, ambos afirmaram que vão apostar ainda mais na oleaginosa, tendo no mercado futuro um apoio à rentabilidade.
Sérgio Luiz Grande: sem milho pela primeira vez em 30 anos
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Com fazenda próxima à localidade de Rio do Meio, onde se dedica a lavouras de verão e inverno, com bovinos, Sérgio Luiz Grande contou que está aumentando a área da soja. Apesar de reconhecer que, num ano de El Niño, há expectativa de chuvas mais intensas para novembro e dezembro de 2015, ele completou que sua esperança é manter ou superar a produtividade da safra passada. “A gente está prevendo uma perspectiva boa”, resumiu. Em 2014/2015, foram 150 sacas/ alqueire. Agora, “é daí para cima”, assegurou. A meta que estabeleceu na propriedade, acrescentou, é elevar a produtividade em pelo menos 5% ao ano. Na venda, Grande relatou que vem recorrendo ao mercado futuro e neste ano comemorou a ocorrência de preços melhores ao produtor naquela modalidade. “Comercializo (no futuro) no mínimo 33% da produção. E conforme vão seguindo os contratos, até a colheita, podemos chegar até 50%”, revelou. Mas ponderou que a opção depende da época, já que os preços variam. A alternativa, complementou, exige que o agricultor acompanhe de perto as cotações do mercado internacional. Porém, no milho o quadro é outro: pela primeira vez em 30 anos, ele deixará de lado aquela cultura. “A gente não está plantando exclusivamente por falta de uma política agrícola, do governo, de manter equilibrado o mercado. Tem excesso de produção de safrinha, no Mato Grosso, e aqui o produto perdeu mercado”, avaliou. A relação investimento-rentabilidade
também pesa, disse, mesmo quando a produção é eficiente dentro da porteira: “Fechei a safra passada com 505 sacas/ alqueire, mas não me animei a plantar novamente em função dos preços”, em torno de R$ 19,50/saca (60 kg) quando de sua decisão de venda. Traduzido também em produção, o investimento, considerando a tecnologia utilizada por ele, o agricultor calcula em nada menos do que 305 sacas/alqueire. Também de Pitanga, o produtor Paulo Gréggio, em sua fazenda à margem da PR 466, onde produz culturas de verão e inverno, ao lado de bovinocultura, afirmou que sua expectativa é boa para o período 2015/2016. Sem ignorar elevação de custos e impostos, a necessidade de uma melhor infraestrutura logística no país e a crise econômica nacional, ele defendeu uma atitude para atravessar a atual fase do Brasil: perseverança, planejamento da comercialização e capitalização com recursos próprios. “Claro que temos um friozinho na barriga”, comentou em tom bem humorado, ao referir-se à conjuntura nacional. No milho (1ª safra), o produtor antecipou que ainda vai manter a cultura, a ser implantada em setembro, sobre área de azevém de cobertura. Mas admite que também diminuirá o espaço daquela lavoura. O produto será destinado à silagem do plantel bovino da propriedade. Na soja, voltada ao mercado ex-
terno, a decisão é de aumento de área para 2015/2016. O produtor contou que vem apostando no mercado futuro como forma de garantir uma renda certa para, pelo menos, parte da safra. A alternativa, considerou, é interessante porque, independente de aumento ou queda de preços, o agricultor já obtém uma receita que pode ajudar no pagamento de financiamentos ou de outros custos. E exemplificou: para 2015/2016, até elevou o percentual a ser vendido com antecipação. “Nas outras culturas, você não tem uma garantia. Na soja, tem. A China está comprando, mas não se sabe até quando. Então, optei por vender um pouco mais do que nos outros anos”, destacou. Para o próximo ano, apontou, “saiu já
contrato de soja a 65 e 69 reais (saca de 60 kg)”. Quanto ao volume a ser vendido no mercado futuro, Gréggio disse preferir, em geral, destinar àquela modalidade somente uma parte pequena da produção, o que deixa espaço para comercializar o restante por preços eventualmente maiores. No mercado interno, ele ressaltou que vê demanda por soja (na forma de farelo) em especial na bovinocultura de corte, que vive um bom momento, mas também na avicultura e na suinocultura. No fator clima, ainda que sob a influência de El Niño, que traz chuvas em excesso, ele mantém uma boa expectativa: “Mesmo se isso ocorrer, causando alguma queda de qualidade de grão, produção, não vamos perder”.
Paulo Gréggio: aumento de área em soja
Sindicato Rural de Pitanga presta contas aos associados Com Assembléia Geral Ordinária, dia 3 de agosto, em sua sede, o Sindicato Rural de Pitanga realizou prestação de contas aos associados (ano 2014). Após o encontro, o presidente da entidade, Luiz Carlos Zampier, comentou as atividades: “mostramos a transparência do sindicato, que a nossa diretoria não tem remuneração e que temos feito um trabalho para profissionalizar funcionários”. Zampier ressaltou que foram apresentadas todas as certidões de regularidade fiscal e as certidões negativas, para que cada associado pudesse auditar – embora auditoria já tenha sido realizada pelo Conselho Fiscal e pela contabilidade da FAEP. Para o presidente, entre as principais atividades do período, está a qualificação da família rural, pelos programas do SENAR-PR: “Em 2014, foram mais de 170 cursos e 2015 está indo num ritmo muito bom”, disse. Ele comentou ainda que o sindicato tem orientado o associado nas declarações de ITR, para que as informações prestadas sejam exatas e corretas, evitando contratempo gerado por preenchimento errado. “Temos feito quase 3 mil declarações por ano”, estimou.
Luiz Carlos Zampier, pres. do Sindicato Rural de Pitanga: cerca de 3 mil declarações de ITR em 2014
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Vespa da madeira e macaco-prego
Pragas da silvicultura são discutidas em evento do setor madeireiro
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om a intenção de discutir e compartilhar problemas e soluções coletivas do setor madeireiro de Guarapuava, o Sindicato Rural de Guarapuava e o Sindicato das Indústrias de Madeira de Guarapuava (Sindusmadeira) promoveram no dia 13 de julho, o 1º Conselho Temático do Setor Madeireiro de Guarapuava e Região. Foram discutidos dois temas importantes da silvicultura: a vespa da madeira e o macaco-prego. Ambos afetam a produtividade da cultura e, consequentemente, o retorno econômico.
VESPA DA MADEIRA A bióloga e pesquisadora de Entomologia Florestal da Embrapa Florestas, Susete Chiarello Penteado, mostrou como está a atual situação de uma das pragas mais conhecidas nas florestas de pinus: a vespa da madeira. Segundo Susete, atualmente a praga está controlada em parte das áreas, mas o grande perigo está nas florestas de pequenos produtores. “A vespa ataca árvores estressadas. O pequeno produtor, muitas vezes, não realiza o manejo com os desbastes, porque quando o valor da madeira cai, ele não tem condições de fazer isso. Então se acumula um grande número de árvores, causando o estresse. É nesse momento, que o perigo começa”, explica. A bióloga afirma que mesmo para as grandes propriedades, inclusive as pertencentes a empresas, é importante relembrar as medidas de monitoramento e controle da vespa. “A vespa foi detectada em 1988 no Brasil. Em 1989 foi criado o Funcema (Fundo Nacional de Controle a
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Vespa da Madeira, atual Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais), houve a conscientização, todos tomaram as medidas e a vespa ficou controlada. Mas aquele ciclo passou e já existem novas plantações que hoje estão com sete anos. E é justamente nessa idade que começa a competição das plantas e as árvores ficam estressadas. Agora é o momento de relembrar os cuidados, retomar essa conscientização e fazer justamente o que está sendo feito neste evento, chamando os produtores, conversando, explicando como fazer o controle e os monitoramentos”. A principal forma de prevenção da vespa da madeira é um manejo correto, com a realização de desbastes no momento certo. Já o monitoramento mais utilizado se faz instalando-se árvores-armadilha. Como a vespa é atraída para árvores estressadas, aplica-se herbicida para promover esse estressamento, tornando-as atrativas ao inseto. Isso facilita a detecção precoce da praga. As árvores-armadilha devem ser instaladas em povoamentos com nível de ataque de até 1%. Já o controle biológico mais utilizado são os nematoides produzidos na Embrapa e distribuídos aos produtores a partir de solicitação. Os nematoides são inoculados nos troncos de árvores atacadas para que infectem as larvas da vespa-da-madeira. “O controle com nematoides garante 70%
Susete Chiarello Penteado, bióloga e pesquisadora de Entomologia Florestal da Embrapa Florestas
de resultado. Algumas vezes, atinge 100% de controle. Até agora, é o mais efetivo”, afirma Susete. A vespa da madeira pode ser controlada também com parasitóides que são também espécies de vespas. As fêmeas perfuram a madeira, com o seu ovipositor até encontrar uma larva da vespa-da-madeira, que recebe uma picada e é paralisada. Um ovo é colocado sobre a larva hospedeira e, quando eclode, sua larva inicia a alimentação sobre o corpo do hospedeiro, destruindo-o totalmente. As espécies utilizadas como parasitóides são Rhyssapersuasoria e Megarhyssanortoni.
LEGISLAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO CADASTRO NA ADAPAR Todo produtor, no Paraná, que tenha área de floresta deve realizar um cadastro na Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), já quando a área é plantada. A engenheira agrônoma da Adapar, Antoniele Serpa explica que quando a floresta atinge a idade de sete anos e a área é maior que cinco hectares, o produtor é obrigado a realizar o monitoramento da vespa da madeira, com árvores-armadilha, anualmente, nos meses de agosto e setembro; ou realizar amostragem sequencial nos meses de março a maio. Os relatórios, após as ações, devem ser apresentados, obrigatoriamente, à Adapar. “Se o produtor não realizar o cadastro ou o monitoramento, apresentando os relatórios à Adapar, ele é autuado. Se ainda assim não tomar as medidas necessárias, pode receber uma multa de R$ 200,00 a R$ 12 mil, dependendo da área e dos agravantes”. Já quando constatada a presença da vespa da madeira nas áreas de flo-
Antoniele Serpa, engenheira agrônoma da Adapar
restas, o produtor deve tomar todas as medidas já preconizadas pela Embrapa, com o uso de nematoides. “No entanto, se essa infestação for percebida fora do período de março a maio, quando os nematóides não estão mais disponíveis, o produtor deve remover todas as árvores atacadas, fazendo o uso imediato da matéria-prima. Não fazendo isso, ele também está sujeito a multas”, ressalta Antoniele.
MACACO-PREGO Ao contrário da vespa da madeira, que já possui soluções para sua prevenção e controle, o macaco prego ainda é um grande desafio para os silvicultores. “Hoje, o macaco-prego é um dos principais problemas do plantio de Pinus, tanto no Paraná, como em Santa Catarina. E ainda não temos uma solução. O que temos hoje são diferentes pesquisas na área, tanto no manejo, como na parte econômica”, conta o biólogo e pesquisador da Embrapa Florestas, Dieter Liebsch. Os macacos têm uma alta capacidade cognitiva, aprendem, ensinam seus filhotes e os bandos vizinhos e não esquecem do que aprenderam. Eles descobriram na seiva do pinus uma fonte alimentar. Essa seiva é composta de açúcar e glicose, considerado um fruto nativo. “Essa capacidade cognitiva dificulta as ações. Muitas vezes, o produtor faz no campo alguma coisa para espantar o animal e dá certo dois dias. Depois ele aprende que não faz mau pra ele, e deixa de ter medo”, acrescenta Liebsch. Os prejuízos variam em cada área, de acordo com a quantidade de animais e o tipo de dano que fazem nas árvores. O dano pode ser de dois tipos: a janela, ou seja, quando ele só faz uma lesão na casca e anelamento, ou quando é descascada a árvore em volta, pois a copa
Dieter Liebsch, biólogo e pesquisador da Embrapa Florestas pode quebrar e secar. Assim o crescimento praticamente pára. Abater o animal é uma forma de controle ilegal, considerado um crime ambiental. Liebsch conta que as pesquisas na Embrapa sobre o tema iniciaram há 12 anos. “Em 2003 quando começamos não havia nenhuma pesquisa básica sobre o macaco. De lá pra cá, temos um conhecimento básico, acompanhando a espécie em campo, realizando uma série de trabalhos com eles e também no desenvolvimento de algumas estratégias”, observa. O pesquisador afirma que um dos caminhos que mais se acredita que poderá dar certo no controle do ataque do macaco-prego a florestas, será por meio de um controle químico. “Acreditamos que possa ser produzido um pinus com alguma repelência. Algo químico que repele o macaco e faça com que ele não descasque a árvore. Outros métodos que já foram testados, como aceiros ou cinturão verde, suplementação alimentar para os macacos ou funcionários cuidando pra que os animais não entrem nas plantações são métodos extremamente caros e ao longo de três anos se tornam inviáveis, pois têm custo mais alto do que o prejuízo do macaco”
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PARTICIPANTES DESTACAM IMPORTÂNCIA DOS TEMAS
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ara o gerente de Silvicultura do Grupo Reinhofer, Iron Cezar de Moraes,o evento foi importante para a região, já que os temas não são discutidos frequentemente. “Os silvicultores precisam discutir e se informar mais. Um assunto que achei interessante, por exemplo, foi sobre a legislação da Adapar, que muitos nem sabem que precisam fazer o cadastro. O evento ajudou a conscientizar os produtores que precisa haver um controle da parte de todos em relação à vespa da madeira”. O proprietário da Celplac Compensados, Celio Cunha, empresário que demandou o debate sobre os temas, acredita que além de se informar, os silvicultores necessitam executar ações
efetivas para proteger a atividade. “A proteção do patrimônio florestal é resultado de um trabalho em cada propriedade, sob pena de se sacrificar um setor econômico importante da região. É preciso agir. Isso significa buscar conhecimento. As instituições devem ter um bom cadastro, o setor público deve orientar e o produtor precisa ter interesse em aprender e executar”. O sócio-diretor da Golden Tree, Luiz Carlos Vatrin, apoiador do evento, elogiou a iniciativa do sindicatos. “Hoje o mundo passa por mudanças que acontecem com grande rapidez e nós, empresários do ramo florestal, precisamos estar atentos para o que está acontecendo. Os temas vespa da madeira e macaco-prego são problemas a serem
conhecidos, discutidos e enfrentados com todos os segmentos envolvidos. Mais eventos como esses precisam acontecer e com mais periodicidade. Não precisamos esperar os problemas chegarem até nós, podemos, ao longo do ano, discutir possíveis medidas que possam ser tomadas em caráter preventivo, para minimizar os problemas do mundo florestal. Parabenizo a parceria do Sindusmadeira e Sindicato Rural. Acredito ser uma parceria de sucesso, onde todos os associados ganham”. O evento contou com apoio da Seab, Emater, Embrapa, Adapar, Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal, Secretaria Municipal de Agricultura e Golden Tree Reflorestamento.
Custo de produção
Projeto Campo Futuro em Guarapuava
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Sindicato Rural de Guarapuava sediou no dia 21 de julho, a reunião de Levantamento de Custos da Produção de Grãos do Projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP, por meio do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Produtores rurais e técnicos discutiram sobre o preço de insumos (fertilizantes e defensivos), preço de comercialização dos produtos agrícolas e outros itens referentes à produção na safra 2014/15. As culturas consideradas na região de Guarapuava foram soja, milho e trigo. “A finalidade deste trabalho é ter uma posição do Sistema Faep/Senar,
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Sindicato Rural: Reunião do Campo Futuro em parceria com uma entidade neutra, a ESALQ, para que possamos discutir e contra argumentar o preço mínimo que o governo federal estabelece. Além disso, temos uma noção mais geral do que está acontecendo na produção do Estado”, explicou o assessor técnico da
Faep, Nilson Hanke Camargo. Os municípios do Paraná onde foram levantados os custos dos grãos, além de Guarapuava, foram Castro (soja, milho verão e trigo), Cascavel (soja, milho safrinha e trigo) e Londrina (soja, milho safrinha e trigo).
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Expointer 2015
Cavalos crioulos de Guarapuava no Freio de Ouro
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cavalo crioulo de Guarapuava voltou a se destacar. Animais de criadores do município classificaram-se para etapas finais do circuito anual da raça na Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Mesmo antes de participarem na exposição, que ocorre de 29 de agosto a 6 de setembro, crioulistas guarapuavanos, ao conversar com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, se mostraram entusiasmados – e por uma boa razão: eles apontam que, para chegar a esta fase, os animais passam por uma “peneira fina”, de âmbito nacional e muito rigorosa. Por isso, para eles, chegar a Expointer já é um passo importante. O produtor rural Marcelo Cunha, que conduz sua criação de cavalos crioulos com o amigo Esmael Cadore, na Fazenda Rio das Pedras, se disse gratificado por ter obtido a classificação de nada menos do que dois animais para a final do Freio de Ouro, marcada este ano para dia 30 de agosto, na Expointer: um dos destaques é a Dama da Noite do Rio das Pedras, égua colorada, cria de sua cabanha. O animal garantiu vaga como reserva na classificatória de Ponta Grossa,
Um dos cavalos crioulos de Guarapuava na final do Freio de Ouro: Dama da Noite (Ginete: Gabriel Matos), na Classificatória de Ponta Grossa (PR)
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dia 31 de maio, alcançando a média de 19,055. Com esta alta pontuação, ficou numa posição privilegiada. A marca de 18,000 é o mínimo para um finalista. Outra estrela, representando a cabanha, foi o Estribero Simpatia, macho tordilho (acinzentado), cria do Condomínio Rural Waldyr Leite Paiva & Fo, e pertencente a Marcelo Cunha. Sua pontuação foi de 20,115 na classificatória de Itu (SP), dia 12 de julho, garantindo um lugar na final do Freio de Ouro. Poucos dias antes
Estribero Simpatia (Ginete: Cezar Augusto Schell Freire), na Classificatória de Itu (SP), também foi para a Final do Freio de Ouro da exposição, Estribero já se encontrava em treinamento, no Rio Grande do Sul. Em entrevista, Cunha se disse feliz e atribuiu o resultado à longa história do cavalo crioulo na propriedade: “São 14 anos de criação e agora conseguimos colocar um animal, da nossa marca, na final do Freio de Ouro, além de um animal, de outro afixo, que hoje é o garanhão principal da cabanha”. A alegria desta conquista, observou, está no rigor da seleção: “Os critérios avaliados são a morfologia e a funcionalidade do animal”, explicou, completando que as duas características são consideradas não apenas de forma separada, mas principalmente em conjunto. Os exemplares de crioulos mais competiti-
Marcelo Cunha: alegria entre os crioulistas de Guarapuava vos são os que conseguem unir aqueles dois fatores. “Você tem que juntar as duas coisas. Este é o intuito da criação”, acrescentou. Além disso, recordou, a concorrência também é forte e numerosa: “Acredito que sejam cerca de 3 mil a 5 mil exemplares, tentando entrar na final, da qual apenas cerca de 100 animais participam”. Na Fazenda Rio das Pedras, ele assinalou que a opção tem sido participar, primeiramente, de alguns circuitos só morfológicos, utilizando depois os animais nas provas funcionais. “Nesse ano de 2015, optamos em trabalhar mais a função”. Cunha sublinhou ainda que sua satisfação é também a dos crioulistas de Guarapuava, já que o município estará representado por outros criadores locais na Expointer. De acordo com ele, participarão também a Cabanha Sagrado Coração (Leonardo Valenga), na Final do Freio de Ouro; e, na morfologia, a Cabanha Ribeirão Bonito (Roland Jung) e a Cabanha do Lageado (Cezar Roberto Oliveira Krüger). “Estamos indo com um número de animais muito representativo”, avaliou o criador, comemorando, independente dos resultados, o fato que destaca o cavalo crioulo de Guarapuava.
Nogueira
Controle da alternância em noz-pecã Saiba a importância de conhecer o que é, e como evitar!
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alternância de produção é um fenômeno natural na maior parte das espécies florestais e frutíferas, em particular naquelas que amadurecem ao final do verão e início do outono. A nogueira pecã apresenta também a tendência de intercalar anos de alta produção com anos de produtividade menor. Isto ocorre, provavelmente, por uma defesa natural da planta a fatores adversos, característica importante para árvores nativas em seu habitat natural, mas desvantajosa para pomares comerciais. Esta característica natural vem sendo trabalhada pelas entidades de pesquisa como o INTA – Instituto de Tecnologia Agropecuária da Argentina, que tem procurado desenvolver variedades com menor tendência ao fenômeno. Entre os fatores que provocam a alternância, o principal é o esgotamento das reservas da planta, que ocorre após uma colheita sem a devida reposição de nutrientes. Estas reservas são arma-
zenadas na planta em ramas, tronco e raízes, durante o repouso, que ocorre nos meses de inverno. Uma planta com boa adubação de reposição, baseada em análises de solo e foliar, não apresentará este problema. Porém, se faltar esta reposição, a planta não terá condições de repetir a produção do ano anterior, por falta de nutrientes, com destaque para o nitrogênio. O princípio é o de se manter pelo maior tempo possível as folhas na planta, durante o período de verão-outono. Para isto, além da adequada fertilização, também é fundamental o fornecimento de água nas quantidades necessárias e o controle de doenças e pragas, de modo que, além de se preservar as folhas na planta por mais tempo, estas apresentem boa sanidade, o que proporcionará o aumento da área foliar, base da fotossíntese e, consequentemente, da produção. A poda de ramos que estejam provocando um excesso de sombreamento, chamada de poda de aclareo nos
países de língua espanhola, também é prática interessante, do ponto de vista de proporcionar um aumento da insolação que atinge as folhas. Neste caso, os galhos a serem retirados seriam aqueles cruzados, paralelos, com crescimento vertical, e que se desenvolvem voltados para o interior da planta. Outros fatores que provocam a alternância são a ocorrência de invernos com temperaturas muito baixas, geadas tardias, verões com pouca chuva, e excesso de nebulosidade. Estes fatores, exceto a falta de umidade, naturalmente, não são controláveis, mas os demais podem ser perfeitamente corrigidos mediante um adequado manejo do pomar, que inclui, principalmente, a fertilização de reposição, a irrigação e o manejo integrado de pragas e doenças. Fruticultores que tem adotado adequadas práticas de manejo como as citadas tem conseguido excelentes resultados, reduzindo ou mesmo eliminando o fenômeno, garantindo grandes colheitas em todos os anos.
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Mídia
Em junho, RIC TV mostrou destaques da bovinocultura de corte no Estado (repórter Sérgio Mendes entrevista pres. da Cooperaliança, Edio Sander)
RIC TV enfoca destaques da pecuária no Paraná
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bovinocultura paranaense tecnificada esteve em destaque no mês de junho: a RIC TV, de Curitiba, realizou, uma série de matérias mostrando que os produtores têm desenvolvido aquela atividade, conseguindo aproveitar o bom momento vivido pelo mercado de gado de corte no Brasil – e deixando para trás a ideia de que a criação comercial de bovinos seria um ramo caracterizado por pouca rentabilidade. O roteiro da equipe de reportagem da TV incluiu as regiões de Curitiba, Palmeira, Umuarama, Cascavel, Campo Mourão, Cornélio Procópio e Guarapuava. No município, o foco foi o sistema de produção da Cooperaliança. Fundada há sete anos, a cooperativa definiu seu foco na produção e comercialização de carnes nobres, a partir de animais da raça angus (red e aberdeen). Com uma filosofia de trabalho voltada para remuneração da qualidade, genética, manejo racional dos animais, regularidade no fornecimento da carne e rastreabilidade, a cooperativa criou sua marca própria e com ela abriu espaço para seus produtos em mercados e restaurantes voltados a uma gastronomia mais elaborada. Para mostrar este trabalho, os jornalistas Sérgio Mendes e Rose Machado, acompanhados do repórter cinemato-
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gráfico Renato Pesarini, foram, dia 16 de junho, à propriedade do presidente da Cooperaliança, o produtor rural Edio Sander, no distrito de Entre Rios. Sander destacou que a cooperativa optou pela raça angus (red e aberdeen). O chamado “marmoreio” da carne, conforme apontou, é um fator que contribui para suculência, maciez e sabor. Outro ponto importante , segundo completou, é a produção e utilização de animais jovens: os novilhos precoces, abatidos aos 24 meses, e os superprecoces, aos 18 meses. Ao final da entrevista para a RIC TV, ele recordou que sempre defendeu a tecnificação para desenvolver a criação de gado: “Se você adotar na pecuária o mesmo nível de tecnologia que na agricultura, ela também é rentável”. Para o presidente da Cooperaliança, “a rentabilidade é diretamente proporcional ao grau de tecnologia que se introduz na atividade”. Falando à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, Sérgio Mendes contou que o objetivo das reportagens é mostrar os novos rumos da pecuária no Paraná. O jornalista assinalou que a atividade, no Estado, foi durante muito tempo mais tradicional, mas que o mercado veio se modernizando, exigindo diferenciais. “Isso é bem exemplificado pelas boutiques de carne, pelos açougues que comerciali-
zam carnes diferenciadas e pela procura por elas”, declarou. Mendes frisou que “hoje, o consumidor já está migrando para ser um degustador de carne”. Com as reportagens, disse esperar que fique a mensagem de um novo momento na bovinocultura de corte: “Não que o pecuarista, no dia seguinte a esta série de reportagens, vá mudar seu modo de operar a propriedade, mas alguma coisa vai ficar, de informação, de que ele vai precisar se adequar aos novos tempos”. O jornalista acrescentou que a ideia é mostrar “que em todo canto do Paraná tem gente produzindo com técnica e investimento na produção de carnes”. A repórter Rose Machado, que há cerca de 20 anos atua com foco em agronegócio, lembrou que “não é só na produção de grãos que o Paraná está evoluindo, mas também na criação de gado”. Ela apontou que algumas técnicas, como o uso de animais mais jovens, mesmo já sendo adotadas há alguns anos, no sul do Estado, são interessantes para os criadores em geral. “Vamos levar estas informações para outras regiões, para que os produtores vejam que se pode produzir carne com menos tempo, com bom rendimento de carcaça e financeiro”, comentou.
Em Guarapuava, reportagem da RIC TV mostrou produção da Cooperaliança: cooperativa investe em angus e aberdeen, com manejo racional – marca própria ganha mercado no Paraná
Empreendimento
Unidade Industrial da Cooperaliança começa a ser construída
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sonho de cooperados, diretores e colaboradores da Cooperaliança Carnes Nobres está começando a tomar forma. Em um espaço de 7,5 hectares, está sendo construída a Unidade Industrial da Cooperaliança, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava-PR. Apesar da crise que afeta vários segmentos em todo o país, a cooperativa esta investindo mais de R$ 20 milhões no empreendimento que contará com toda a infraestrutura industrial propriamente dita, além de depósito de insumos e área administrativa no mesmo local. “Com a Unidade Industrial, vamos ter o domínio da cadeia, da produção à
indústria, com produtos de alta qualidade como o Novilho Precoce, o Cordeiro Guarapuava e o Aliança Angus Premium, gerando empregos e fortalecendo a economia regional”, destaca Edio Sander, Presidente da Cooperaliança. Comercializando, atualmente, seus produtos em cinco regiões do Paraná, o objetivo é atingir outros pontos de venda no estado, mas também, outros estados do país, a partir da operação da indústria. “Hoje temos nossos produtos em mais de 100 pontos de venda no PR e ainda temos mercado para crescimento. Fora do estado, casas de carne, açougues, restaurantes, dos estados do RJ, SP, MS, SC, RS, do DF e também de alguns estados do Nordeste já en-
traram em contato conosco, buscando nossos produtos. Isso nos surpreende, positivamente, e indica que estamos no caminho certo”, ressalta Luciano Ducat, Gerente Comercial e Marketing da Cooperaliança. Ainda de acordo com Luciano, a cooperativa poderá chegar ao mercado de exportação no futuro. “Como iremos habilitar nossa indústria para o Serviço de Inspeção Federal (SIF), teremos condições de buscar habilitação para o mercado externo. Como isso envolve uma série de normativas, documentos e exigências específicas de cada mercado importador, temos muito trabalho pela frente, mas vamos seguir em busca dos nossos objetivos”, finaliza.
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Agroindustrialização
O sabor de gerar
bons negócios
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2ª Feira Regional da Agroindústria Familiar Paraná Centro, que aconteceu entre os dias 19 e 21 de junho, na Praça Cleve, repetiu o sucesso de sua primeira edição, em dezembro de 2014. Realizado pela Prefeitura de Guarapuava, o evento teve o apoio do Sebrae e da Central das Associações Rurais do Município de Guarapuava (CARMUG). O evento reuniu um total de 70 expositores, de 20 municípios. Um festival que, além de agradar ao paladar, mostrou ao público como várias das propriedades da agricultura familiar estão buscando o caminho da industrialização para assegurar sua viabilidade econômica. “Percebemos que os empreendedores reivindicam muito um espaço de comercialização. Estamos dando esta oportunidade para que todos venham e coloquem seu produto à disposição. O evento é em praça pública. É a oportunidade da população passar e adquirir”, comentou o secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro. A produtora rural e expositora Líbera Belin Budurow, do distrito de Guairacá, em Guarapuava, trouxe conservas de pepino, cenoura e repolho e se mostrou feliz com a presença dos visitantes. Ela relembrou que, já na primeira edição, a comercialização foi animadora e que por isso participava mais uma vez. “Espero que as vendas sejam boas também. Já comecei bem”, comemorou, no início da primeira manhã do evento. Participando da feira também pela
segunda vez, como empreendedora individual, Ana Lúcia de Freitas apresentou novamente sua ampla variedade de pães caseiros. “É muito satisfatório para mim. Ano passado, foi um sucesso. Saí daqui muito satisfeita”, recordou. O casal Igor Zvir e Odete, produtores rurais do assentamento Rosa, no distrito de Guará, em Guarapuava, compareceu à feira, pela primeira vez, para expor e vender produtos da horta. “Todos os produtos são bem embalados, a vácuo, porque dura mais tempo, tudo dentro dos padrões de higiene”, sublinhou. Em outro estande, Suderly de Fátima Fabiane expôs produtos que exemplificam a agroindustrialização em pequena escala: doces de abóbora, incrementados com frutas como abacaxi, côco e ameixa. “É produção da
Prefeito de Guarapuava, Cesar Filho
nossa chácara”, ressaltou com orgulho. Vinda do Norte do Paraná, a produtora rural Maria Lúcia da Silva, presidente da Associação Regional da Agroindústria de Maringá, a exemplo de colegas, de municípios como Prudentópolis ou Nova Aurora, mostrou que também a agroindústria familiar pode almejar mercados maiores, em outras regiões do Estado. “Minha propriedade é muito pequena, moro numa vila rural, são cinco mil metros. Já produzi bastante pimenta. Claro que temos problemas: uma cultura, várias vezes no mesmo local, depois não produz. Mas agora busco parceiros para pimenta e hoje planto pepino, pés de amora, para transformar em geleia, mamão e abóbora – se não dá para produzir uma coisa, tento produzir outra”, ressaltou.
Gerente regional centro do Sebrae, Joel Franzin Júnior
Sec. Mun. Agricultura, Itacir Vezzaro
Líbera: conservas tradicionais
Ana Lúcia: pães caseiros
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Maria Lúcia, do Norte do Paraná: busca de novos mercados
Suderly: originalidade na geleia de pimenta
Igor e Odete, com o também produtor, Edilson Cecílio: legumes embalados a vácuo
Silos
Kepler Weber aprimora portfólio de armazenagem de grãos Companhia líder em armazenagem, limpeza e secagem de grãos na América Latina inova ao desenvolver soluções focadas em segurança. Eng. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda.
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safra de grãos em 2014/2015 no Brasil foi estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 200,7 milhões de toneladas. Mais da metade de toda esta produção anual passará por uma solução da Kepler Weber. Recentemente, a companhia acrescentou três novos produtos ao seu portfólio de soluções completas em estocagem de grãos: o silo elevado de 36’, novos modelos de roscas varredoras e passarelas. Os novos produtos foram concebidos de acordo com as normas de segurança vigentes e elaborados pelo Centro Tecnológico de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (CETEK).
Diferenciais dos lançamentos da Kepler Weber: O SILO ELEVADO 36’ com capacidade de até 20.000 sc traz benefícios, como corrimão e degraus para toda a escada do telhado, bem como uma plataforma sextavada no topo, permitindo o acesso seguro para operação e manutenção. Para facilitar a operação e a segurança, existe a opção de uma escada caracol no corpo do silo. Outro diferencial é a vedação, que consiste em aplicação de filetes de borracha calafetadora, intercaladas entre os espaçamentos das furações verticais de todas as chapas laterais e um filete de borracha calafetadora na horizontal, ampliando a efetividade do processo de expurgo.
As ROSCAS VARREDORAS 2015 passam a ser automáticas e assistidas externamente ao silo, comandadas por um quadro de comando, prezando pela segurança do operador e otimizando o processo de descarga. As PASSARELAS MODELO 2015 foram dimensionadas para resistir aos efeitos de ventos em até 144Km/h. Assim, atendendo normais internacionais de segurança. Sua estrutura é totalmente metálica com chapas zincadas e os itens de segurança são destacados em amarelo. As longarinas passam a ter um aspecto autolimpante, reduzem o acúmulo de impurezas na estrutura e evitam sujeira ou umidade em seu interior. Com 1,2 m de altura, o guarda corpo também foi evidenciado em amarelo para garantir maior segurança ao operador. A distância entre os tubos é de 0,5m e estão dispostos em todo o perímetro da passarela, com rodapés de 0,2m. É possível, ainda, incluir tubos adicionais no corrimão para adequar o produto a normativas específicas.
Diferenciais da Linha de Silos: Há 90 anos no mercado, a Kepler Weber fornece uma exclusiva linha de silos, diferenciada em sua concepção estrutural, capaz de permitir ganhos de qualidade de grãos e nos padrões construtivos, que atendem à legislação vigente e garantem a segurança operacional. A linha possui modelos que atendem de 24 a 156 pés de diâmetro, ampliações verticais por meio do aumento do número de anéis no corpo, otimizando o espaço físico, e aumento da resistência a ventos, passando para 144Km/h de velocidade. O revestimento das chapas é constituído de uma liga metálica que proporciona maior
vida útil do telhado e do corpo. O sistema de segurança garante que todas as escadas externas e do telhado tenham um corrimão superior, inferior e de rodapés, plataformas de descanso e cabo de vida, interno e externo. Com relação à qualidade da armazenagem, a nova distribuição de respiros permite, por meio do efeito termossifão ou efeito chaminé, um diferencial de temperatura existente entre o bolsão de ar interno e a temperatura do ar externo. O sistema de termometria dos silos Kepler Weber possui sensores de temperatura que ficam mergulhados na massa de grãos, gerando dados de medições de temperatura em diferentes níveis e posições. Adicionalmente, o sistema de aeração - que pode ser acionado automaticamente – mantém as condições ideais de temperatura e de umidade, garantindo que o produto armazenado tenha uma qualidade superior. A vedação dos silos, item essencial na boa armazenagem, apresenta aplicação de três filetes de borracha calafetadora, que são intercaladas entre todas as costuras verticais das chapas laterais, e contém fixadores com dupla vedação interna e externa. Esses diferenciais proporcionam maior vedação no corpo do silo, bem como melhor limpeza, já que os parafusos são montados de dentro para fora.
SOBRE A KEPLER WEBER – A Kepler Weber, em seus 90 anos de história, se especializou no desenvolvimento de soluções completas em armazenagem de grãos e movimentação de granéis sólidos em terminais portuários, centros de transbordo e mineração. Com presença em mais de 40 países e em cinco continentes, a companhia é líder no setor do agronegócio na América do Sul na etapa póscolheita da cadeia produtiva de grãos. Mais da metade de toda a produção anual de grãos no Brasil passa por uma solução da Kepler Weber. Acesse www.kepler.com.br.
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Novas fronteiras
Direto de Tocantins Em visita ao Sindicato Rural de Guarapuava no mês de junho, o associado Adam Scherer, que mora em Tocantins há sete anos, contou, à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PR, como está sendo sua experiência como produtor rural naquele Estado brasileiro.
RPR: Por que o senhor resolveu ir embora, de Guarapuava-PR para Tocantins? Adam Scherer: Tínhamos pouca área aqui, os filhos começaram a crescer, então resolvemos procurar outra alternativa.
RPR: Como era a região há sete anos e como está hoje? Adam Scherer: Agora melhorou muito. Há 7 anos, as coisas eram difíceis e a gente não tinha conhecimento. Na verdade, não conhecia nada. Mas hoje está tudo normal. Tudo mais fácil e com infraestrutura.
RPR: Por que Tocantins? Adam Scherer: Meu filho já estava lá no norte e nordeste, procurando por outra coisas. Achamos que Tocantins seria a melhor região. Estamos perto de Araguaina, no município de Darcinópolis. RPR: A esposa e os filhos também foram embora? Adam Scherer: Sim, a esposa e três filhos, todos casados (uma filha ficou no Paraná). Trabalhamos em conjunto. RPR: Hoje o senhor planta quantos hectares e como está a lavoura esse ano? Adam Scherer: Temos 3.000 hectares. Plantamos 1000 hectares de soja e milho (safrinha). A lavoura está muito boa.
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RPR: Como é o clima , custo de produção e manejo das culturas? Adam Scherer: O clima é muito quente, mas é bom. Meio dia, que é mais quente, ficamos debaixo de árvores, na sombra. A hora do descanso é das 12h às 15h. O manejo é o mesmo e o custo de produção é mais alto, mas consegue-se boa rentabilidade. RPR: E o valor das áreas, ainda é atrativo? Adam Scherer: Agora está mais caro, mais difícil de conseguir. Mas sempre tem e ainda vale a pena. Tocantins tem muita área e são mais baratas do que em outras regiões do Norte e Nordeste. É o lugar mais procurado atualmente.
RPR: O senhor está satisfeito lá? Sente muita saudade daqui? Adam Scherer: Estou feliz. Não sinto muita saudade, porque estamos com os filhos, todos juntos, trabalhando e todos satisfeitos. RPR: O que o senhor diria para quem tem vontade de investir em outras regiões? É preciso ter coragem? Adam Scherer: Sim, é preciso coragem. Mas quem nos visita, vê que a coisa funciona. Com um pouco de coragem e muito trabalho, é possível ter bons resultados.
Resultados de Colheita VERITAS Quem usou está feliz.... CONVENCIONAL Área: 4 ha 4608 kg/ha 76,8 sacos/ha
VERITAS Área: 20 ha
+6,6 sacos/ha
Produtor Clair Zuconelli da Silva Soja Candói - PR
5008 kg/ha 83,4 sacos/ha
Se é Bayer, é bom
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Especial 40ª Expogua
40 ANOS
DE EXPOGUA
E
ssa edição da Expogua (Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava) marcou quatro décadas do maior e mais importante evento rural do município e da região. Realizado de 7 a 16 de agosto, no Parque de Exposições Lacerda Werneck, pela Sociedade Rural de Guarapuava (SRG), com diversos apoios, a programação mais uma vez trouxe atrações que movimentaram o local: exposição, julgamento e leilões de bovinos, equinos e ovinos, Expo Brasil de Charolês, competições equestres da raça crioula, pavilhão de indústria e comércio, estandes de maquinário agrícola, empresas ligadas ao agronegócio, quiosques de alimentação, parque de diversões e shows musicais. Na abertura do evento, na noite de 7 de agosto, no Recinto de Leilões do
Sec. de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara
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Prefeito Cesar Filho
Revista do Produtor Rural do Paraná
Parque Lacerda Werneck, estiveram presentes organizadores, lideranças da agropecuária e do empresariado, como os presidentes da Sociedade Rural de Guarapuava, Denilson Baitala, do Sindicato Rural de Guarapuava e vice da Sociedade Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, da Associação Comercial e Industrial de Guarapuava (ACIG), Elói Mamcasz, e dirigentes de núcleos de criadores. Participaram ainda várias autoridades locais e estaduais, como o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, o prefeito de Guarapuava, Cesar Filho, o reitor da Unicentro, Aldo Bona, e o presidente do BRDE, Orlando Pessuti. O tom dos pronunciamentos foi o de defesa do empreendedorismo e da união de toda a sociedade para superar a recessão vivida atualmente pelo Brasil. Referindo-se aos 40 anos de história da Expogua, o presidente da SRG desta-
Pres. do BRDE, Orlando Pessuti
Presidente da Acig, Elói Mamcasz
Pres. Sociedade Rural, Denilson Baitala
cou que foi a união do setor agropecuário que permitiu à entidade superar dificuldades no ano de 2010. Baitala recordou que, na época, o Sindicato Rural de Guarapuava e o Núcleo de Criadores de Bezerros sugeriram uma diretoria para que os trabalhos pudessem prosseguir. Ele agradeceu a lideranças daquelas entidades, como os agropecuaristas Cláudio Marques de Azevedo, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e Ércio Carneiro. Baitala enalteceu também o agropecuarista Johann Zuber Junior, que o antecedeu na diretoria da SRG, e o ex-prefeito de Guarapuava, Nivaldo Krüger, por haver trazido ao município a primeira Feira Estadual de Bezerros. “Cada um desses anos foi fundamental para consolidar este evento”, afirmou. Também mereceram agradecimento instituições como ACIG, APAE, APADEVI (Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais), ACOPECC (Associação Centro-Oeste do Paraná de Estudo e Combate ao Câncer) e Associação de Deficientes Físicos de Guarapuava, grupos de escoteiros, além da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Outro exemplo da importância da união, conforme destacaram o presidente da SRG e outras lideranças que se pronunciaram, foi o acordo que o IAPAR e a Unicentro assinaram durante a cerimônia de abertura – a universidade poderá utilizar as instalações do instituto, em Guarapuava, para pesquisas agropecuárias.
e Comércio da ACIG, o presidente da Sociedade Rural considerou “gratificante” contar com a presença de cerca de 90% de empresas de Guarapuava – e também recordou a situação da economia nacional. “Conversando com amigos, de vários setores do comércio, eles mesmos já estavam passando para mim, hoje, que nos próprios estabelecimentos deles, já tiveram diminuição de movimento: uns, de 30%, e outros, de até 40%. Os custos aumentaram muito: água, luz, encargos”, lembrou. Baitala completou que o cenário já era esperado para este ano: “Na Sociedade Rural, sabíamos que nós iríamos enfrentar isso. Enquanto não houver uma estabilidade econômica, de novo, no Brasil, e política, estamos com o alerta ligado”. Para a próxima Expogua, o presidente da SRG antecipou que pensa em modificar a parte de entretenimento, mas frisou que não existe ainda nenhuma definição. O assunto, segundo disse, será analisado por uma comissão de avaliação do evento deste ano.
Hino Nacional, na viola: Kleber Viola e Thiago Melo
Foto: Assessoria Expoguá
No último dia da Expogua, ao fazer um balanço do evento, o presidente da SRG considerou a exposição satisfatória. Baitala observou que, apesar do investimento em shows nacionais, o público, de 100 mil pessoas, ficou abaixo do esperado. Mas ponderou que, com uma média de 10 mil visitantes por dia, a presença no Parque Lacerda Werneck oscilou entre 4 mil e 15 mil pessoas. Já no setor da pecuária, ele classificou a feira com “excelente”. No gado comercial, apontou, houve liquidação total, ressaltando o êxito do II Leilão de Ovinos Cooperaliança. “Para nós, uma marca positiva foi a parte de pecuária, principalmente a comercialização”, comentou. No setor de maquinário agrícola, ele contextualizou a realização de negócios dentro do momento econômico do país: “O que está acontecendo com o setor é que o governo aumentou o juro e diminuiu o prazo de pagamento”, assinalou, ao apontar que o quadro geral, para muitos produtores, é insegurança para fazer aquisições. No pavilhão de Indústria
Acordo: IAPAR cede à Unicentro espaço para pesquisa agropecuária Durante a cerimônia de abertura da 40ª Expogua, IAPAR e Unicentro formalizaram acordo permitindo que a universidade utilize estação experimental do instituto, em Guarapuava, para as pesquisa agropecuárias de seus cursos de Ciências Agrárias. Situada próxima à BR 277, a área possui cerca de 30 hectares. O reitor Aldo Bona antecipou que as linhas de pesquisa a serem adotadas serão agora aprimoradas, pelos departamentos de Agronomia e Veterinária. Ele informou que, na pecuária, existe intenção de trabalhos voltados a ovinos e aves, enquanto que, na agricultura, estudos sobre cultivares utilizadas na região para a geração de informação local. O presidente do IAPAR, Florindo Dalberto, destacou que o ato abre possibilidade para trabalhos conjuntos entre o instituto e a universidade: “Com essa parceria, vai ser possível à Unicentro utilizar o laboratório do IAPAR. Não só os daqui, mas também os da sede”. Presente à assinatura do documento, o presidente da Coamig, Edson Bastos, que intermediou as conversas entre Unicentro e Iapar, comemorou o acordo. Defensor de uma pecuária que utilize também pastagens de elevado desempenho, ele vê a necessidade de realizar pesquisas com foco naquela tecnologia: “No setor de pastagens, fundamental para a pecuária, temos falhas no sistema paranaense de pesquisa. Acredito que com esta nova área, teremos condições de aproveitar aquilo que o nosso clima, e Presidente da Coamig, Edson Bastos: expectativa a atividade do produtor, possibilitam: uma rentabilidade adequada de pesquisa em pastagem do uso do nosso solo, com pastagens de alta produção”. para a região.
Média de 10 mil pessoas por dia
Maquinário agrícola
Gado de corte, leite e ovinos: atração para quem busca qualidade na pecuária Revista do Produtor Rural do Paraná
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Especial 40ª Expogua
QUALIDADE E VARIEDADE MARCARAM COMERCIALIZAÇÃO
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s leilões de bovinos da Expogua mais uma vez se confirmaram como um dos mais tradicionais e concorridos pontos da programação da exposição. Todos os anos, os lotes à venda trazem animais de criadores de referência, o que atrai pecuaristas de Guarapuava e de outras regiões do Paraná. A variedade do plantel colocado em pista reafirmou a exposição também como espaço para aquisição de gado para as mais diversas finalidades: foram mais de 2 mil cabeças, da pecuária de leite à de corte, das raças e cruzas europeias às zebuínas, passando por animais para inseminação, recria e engorda. Na 40ª edição Expogua, os pecuaristas tiveram cinco oportunidades
de bons negócios: 1º Leilão Cabanha Santo Expedito (vacas e novilhas Holandesas); 1º Leilão Especial do Criador (Brangus, Braford, bezerros, novilhas e bois); 13º Leilão Angus (animais registrados, bezerros, novilhas e fêmeas); 13º Leilão União Rural (gado de corte de diversas raças e cruzas); e 21º Leilão Multirraças (Charolês, Canchim, Nelore, Tabapuã e Brahman). Com o II Leilão de Ovinos da Cooperaliança, a exposição se confirmou mais uma vez como local para boas aquisições também naquele ramo da pecuária. Conduzidas pela Gralha Azul Remates, as vendas totalizaram cerca de R$ 2,7 milhões. O diretor da empresa, Armando França Araújo, disse ao final da Expogua que o balanço foi positivo. “Este ano, foi surpreende. Ve-
1º Leilão Cabanha Santo Expedito
II Leilão de Ovinos Cooperaliança
1º Leilão Especial do Criador
13º Leilão Angus
Revista do Produtor Rural do Paraná
Armando Araújo, da Gralha Azul Remates
mos praticamente 95% dos animais, postos em pista, em bom preço. As médias foram acima do ano passado. Os bezerros, 30% acima, alavancados pelo preço do boi gordo”, avaliou. Ele destacou ainda a presença de compradores de Guarapuava, região e outros locais do Paraná: “Vieram criadores do Sudoeste, Curitiba, Londrina, entre outros. Quase de todas as regiões do Estado estiveram conosco aqui em Guarapuava”.
13º Leilão União Rural – Gado de corte
JULGAMENTO DE OVINOS
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o último final de semana da Expogua, nos dias 14 e 15 de agosto, foi realizado o Julgamento de Ovinos. O evento reuniu 220 animais em exposição, distribuídos entre sete raças. Desse total, 104 foram julgados em pista. Os jurados Acyr Loures Pacheco Filho e Luiz Fernando Cunha Filho, inspetores técnicos da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), foram responsáveis pelas avaliações. Para Cunha a qualidade dos ovinos da região está crescendo a cada ano. “A ovinocultura está em alta. Pudemos perceber já no leilão de ovinos desta edição que foi um sucesso absoluto. E o julgamento foi bastante difícil, pois tinham muitos animais de excelente qualidade. Todas as raças foram ótimas, mas as maiores concorrências foram nas raças Dorpel e Texel. Observamos que a raça Dorpel tem atraído um grande número de criadores nos últimos anos. Já a raça Texel é bastante expressiva entre os criadores de Guarapuava”, afirmou. Manuel Timóteo Montull, criador de ovinos em Colombo-PR, conta que sempre participa da feira, expondo seus animais. Em 2008 e 2009, foi reconhecido como melhor criador e expositor no Ranking Paranaense de Criadores de Ovinos. Neste ano, teve seus animais, como os grandes campeões das raças White Dorper-PO e Dorper-PO. Para ele, a conquista do prêmio é motivo de satisfação. “É uma alegria, porque é fruto de todo o nosso trabalho e cuidado com os animais”, destacou, revelando que a conquista é mais um incentivo para continuar participando da feira. “No próximo ano, estaremos aqui novamente”, declarou.
CONFIRA OS RESULTADOS: TEXEL NATURALMENTE COLORIDO Grande Campeã (fêmea) • Nome: RFS 03 FBB • Criador e Expositor: Jorge Augusto Szczypior • Propriedade: Cabanha Nossa Sra. da Conceição • Município: Balsa Nova – PR Grande Campeão (macho) • Nome: RFS 01 FBB • Criador e Expositor: Jorge Augusto Szczypior • Propriedade: Cabanha Nossa Sra. da Conceição • Município: Balsa Nova – PR Reservado Grande Campeão • Nome: Agropecuária Maré 04 FBB • Criador e Expositor: Marcelo de Jager e Renata Maria Moreira de Jager • Propriedade: Chácara Hawai • Município: Castro – PR
SANTA INÊS – RGB
Grande Campeã (fêmea) • Nome: AKÃ IA 861 FBB C539244 • Criador e Expositor: Marcos Frederico Fiorillo Menarim • Propriedade: Cabanha Akãgu’su • Município: Ventania – PR Reservada Grande Campeã • Nome: AKÃ 947 FBB C539172 • Criador e Expositor: Marcos Frederico Fiorillo Menarim • Propriedade: Cabanha Akãgu’su • Município: Ventania – PR Grande Campeão (macho) • Nome: AKÃ 914 FBB C539180 • Criador e Expositor: Marcos Frederico Fiorillo Menarim • Propriedade: Cabanha Akãgu’su • Município: Ventania – PR Reservado Grande Campeão • Nome: AKÃ 961 FBB C540113 • Criador e Expositor: Marcos Frederico Fiorillo Menarim • Propriedade: Cabanha Akãgu’su • Município: Ventania – PR
ILE DE FRANCE – PO
Grande Campeã (fêmea) • Nome: Muricy 208 FBB O06972 • Criador e Expositor: Roberto Juliatto • Propriedade: Chácara Juliatto • Município: São José dos Pinhais – PR Reservada Grande Campeã • Nome: Notre Dame 144 FBB O067629 • Criador e Expositor: André Luiz Giudicissi/Luiz Fernando Cunha Filho • Propriedade: Fazenda Aprisco • Município: Londrina – PR Grande Campeão (macho) • Nome: Muricy 189 FBB O066954
• Criador e Expositor: Roberto Juliatto • Propriedade: Chácara Juliatto • Município: São José dos Pinhais – PR Reservado Grande Campeão • Nome: Muricy 210 FBB O067047 • Criador e Expositor: Roberto Juliatto • Propriedade: Chácara Juliatto • Município: São José dos Pinhais – PR
TEXEL – RGB
Grande Campeã (fêmea) • Nome: Dom Juan 154 FBB C055570 • Criador e Expositor: Daniel Moleirinho Feio Ribeiro • Propriedade: Cabanha Texel Dom Juan • Município: Maringá – PR Reservada Grande Campeã • Nome: Agropecuária Maré 517 FBB C054964 • Criador e Expositor: Marcelo de Jager e Renata Maria Moreira de Jager • Propriedade: Chácara Hawaí • Município: Castro – PR Grande Campeão (macho) • Nome: Embromada Embromada E37 FBB C053931 • Criador: Rogério Machado Pereira • Expositor: Jorge Augusto Szczypior • Propriedade: Cabanha Nossa Sra da Conceição • Município: Balsa Nova – PR Reservado Grande Campeão • Nome: Geriba 610 FBB C053086 • Criador: Maximiliano Neves da Fontoura • Expositor: Jorge Augusto Szczypior • Propriedade: Cabanha Nossa Sra da Conceição • Município: Balsa Nova – PR
TEXEL – PO
Grande Campeã (fêmea) • Nome: Dom Juan IA 123 FBB O064966 • Criador e Expositor: Daniel Moleirinho Feio Ribeiro • Propriedade: Texel Dom Juan • Município: Maringá – PR Reservada Grande Campeã • Nome: Dom Juan 144 FBB O067394 • Criador e Expositor: Daniel Moleirinho Feio Ribeiro • Propriedade: Texel Dom Juan • Município: Maringá – PR Grande Campeão (macho) • Nome: Surgida IA 1298 FBB O064342 • Criador: Erivon Silveira de Aragão • Expositor: Marcelo De Jager e Renata Maria Moreira de Jager • Propriedade: Chacara Hawai • Município: Castro – PR Reservado Grande Campeão • Nome: Cocão 400 FBB O064813 • Criador: Nedy de Vargas Marques
• Expositor: Jorge Augusto Szczypior • Propriedade: Cabanha Nossa Sra da Conceição • Município: Balsa Nova – PR
WHITE DORPER – PO
Grande Campeã (fêmea) • Nome: Caretta Lady IA 1264 FBB O043477 • Criador: Edison Nalin Caretta • Expositor: Cordeiro Medalha • Propriedade: Fazenda São Miguel Arcanjo • Município: Rolândia – PR Reservada Grande Campeã • Nome: Caretta Leila 1189 FBB O043016 • Criador: Edison Nalin Caretta • Expositor: Cordeiro Medalha • Propriedade: Fazenda São Miguel Arcanjo • Município: Rolândia – PR Grande Campeão (macho) • Nome: Gilaverte125W FBB O044309 • Criador e Expositor: Manuel Timóteo Gilaverte Montull • Propriedade: Cabanha do Espanhol • Município: Colombo – PR Reservado Grande Campeão • Nome: BWD Bertelli 1608 FBB O045605 • Criador: Hewerton Felippe Conde Bertelli • Expositor: Cordeiro Medalha • Propriedade: São Miguel Arcanjo • Município: Rolândia – PR
DORPER – PO
Grande Campeã (fêmea) • Nome: MovIakopa 496 FBB O072551 • Criador: Vilma Barbosa Gomes, Aline A. Gomes e Mario O • Expositor: Cordeiro Medalha • Propriedade: São Miguel Arcanjo • Município: Rolândia – PR Reservada Grande Campeã • Nome: Sheep IA 268 FBB O088220 • Criador: José Vieira de Barros Neto • Expositor: Cordeiro Medalha • Propriedade: São Miguel Arcanjo • Município: Rolândia – PR Grande Campeão (macho) • Nome: Gilaverte IA 283 FBB O083034 • Criador e Expositor: Manuel Timóteo Gilaverte Montull • Propriedade: Cabanha do Espanhol • Município: Colombo – PR Reservado Grande Campeão • Nome: CPM 38 FBB O076663 • Criador e Expositor: Pedro Rocha de Abreu Filho • Propriedade: Chácara Pedro Véio – Cabanha Poncho Molhado • Município: Mandirituba – PR
Com participação da Assessoria Expogua/Assessoria Unicentro
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Especial 40ª Expogua
EXPOBRASIL DE CHAROLÊS
O
s julgamentos morfológicos são eventos tradicionais na Expogua e a ExpoBrasil de Charolês é um dos destaques. A 22ª edição aconteceu no dia 8 de agosto, reunindo 46 animais na pista do Parque de Exposições Lacerda Werneck, em Guarapuava-PR. Os animais foram julgados pelo experiente e já conhecido jurado Jorge Renato de Campos Abreu. Além de médico veterinário e criador da raça, ele também é membro do Conselho Deliberativo Técnico e do Colégio de Jurados da Associação Brasileira de Criadores de Charolês. A qualidade dos animais participantes da ExpoBrasil nesta edição foi exaltada por Abreu. “Para mim, não é novidade o nível dos animais Charolês que temos hoje no Paraná. É algo extraordinário. Eu tenho certeza que todos esses animais serão muito bem premiados em todas as exposições, ranqueadas ou não, que sejam da raça. A satisfação para um jurado é poder avaliar animais de alta qualidade e de alto futuro genético. E aqui no Paraná, em Guarapuava especialmente, nós
3ª melhor fêmea: Nina 691 do Tesourão
encontramos esse nível sempre”, afirmou o jurado, de Julio de Castilho-RS. O presidente do Núcleo de Criadores de Charolês de Guarapuava, José Pfann Filho destacou que além da qualidade dos animais, o sucesso dessa edição deveu-se também à presença deste jurado. “Ele é um médico veterinário experiente, que tem muitas informações na área. É uma pessoa que tem facilidade de comentar e observar detalhes. Porque muitas vezes, nas competições, os animais são bastante idênticos e para serem colocados nos primeiros lugares os detalhes superiores precisam ser buscados em cada um”. Pfann também destaca as características dos animais da raça Charolês no Paraná. “Aqui no estado temos animais diferenciados, principalmente do Rio Grande do Sul. Lá, eles buscam animais um pouco mais leves, devido às condições climáticas e tipo de oferta de pastagem. Já aqui no Paraná, como temos boa oferta de venda para regiões de climas mais quentes e pastagens mais altas, buscamos animais maiores e de pernas mais compridas. Por isso, muitas vezes os animais daqui são vistos com bons olhos”.
Reservada de Grande Campeã: Izar da Estância nova
Grande Campeã e Reservada de Campeão de Honra: Kharina 0518 da Estrela
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Revista do Produtor Rural do Paraná
VENCEDORES DA EXPO BRASIL DE CHAROLÊS DURANTE A 40ª EXPOGUA: GRANDE CAMPEÃ:
Nome: Kharina 0518 da Estrela Idade: 52 meses Expositor: Annemarie Pfann e outros
RESERVADA DE GRANDE CAMPEÃ:
Nome: Izar da Estância nova Idade: 44 meses Expositor: Maurício e Marco Checchia
TERCEIRA MELHOR FÊMEA:
Nome: Nina 691 do Tesourão Idade: 27 meses Expositor: Nelson J. Klas
GRANDE CAMPEÃO:
Nome: Mandrake 675 do Tesourão Idade: 34 meses Expositor: Nelson J. Klas
RESERVADA DE GRANDE CAMPEÃO:
Nome: Kleber da Estância Nova Idade: 29 meses Expositor: Maurício e Marco Checchia
TERCEIRO MELHOR MACHO:
Nome: Nelson 695 do Tesourão Idade: 27 meses Expositor: Nelson J. Klas
CAMPEÃO DE HONRA
(entre macho e fêmea): Nome: Mandrake 675 do Tesourão Idade: 34 meses Expositor: Nelson J. Klas
RESERVADA:
Nome: Kharina 0518 da Estrela Idade: 52 meses Expositor: Annemarie Pfann e outros
3º melhor macho: Nelson 695 do Tesourão
Reservado de Grande Campeão: Kleber da Estância Nova
SUPREMO CAMPEÃO O grande prêmio da raça, o de Supremo Campeão, foi conquistado pelo touro de propriedade de Nelson João Klas, da cidade de Palmeira-PR. O criador é participante tradicional da competição em Guarapuava e já conquistou outros prêmios. “Tive uma alegria muito grande. Essa conquista dá ao expositor e ao criador uma satisfação imensa, porque é o ápice do julgamento. De especial, esse animal premiado, ainda como terneiro, tinha sido grande campeão numa feira em São Paulo, e neste ano, foi grande campeão em Londrina e em Maringá, repetindo o feito aqui. Esse animal é realmente extraordinário. É raro conseguir trazê-lo nas condições de caminhar bem e na perfeição de todos os quesitos até essa idade. Então é uma vitória do Charolês do Paraná e que coroa a exposição de Guarapuava”, comemorou.
Grande Campeão e Campeão de Honra: Mandrake 675 do Tesourão
COMPETIÇÕES PROMOVEM AMIZADE ENTRE PARTICIPANTES
A
lém de representar uma vitrine do agronegócio para Guarapuava e região, a Expogua tem sido cada vez mais um local de integração entre produtores ou criadores. Com este objetivo, o Núcleo de Criadores do Cavalo Crioulo de Guarapuava (NCCCG) realizou, durante o evento, provas extra oficiais – onde o mais importante foi vivenciar o apreço pela raça crioula e a amizade entre os competidores, dos mais jovens aos mais experientes. No primeiro final de semana da Expogua, a programação voltou-se especificamente à raça crioula. Dia 8 de agosto, avaliando os animais
em relação a seus traços característicos, foi realizada a etapa morfológica, nas categorias incentivo e cavalo de patrão. Na sequência, a prova do troféu, na qual conta a velocidade do conjunto ao percorrer um trajeto. No dia 9, ocorreram as etapas funcionais: andadura, figura, volta sobre pata, esbarro e, na campereada, a habilidade em apartação. O presidente NCCCG, Heiko Egles, ao comentar as atividades na Expogua, se disse feliz com a participação dos criadores. “Estou muito satisfeito. Desde que assumi o núcleo, as pessoas sempre colaboraram muito”, finalizou.
Heiko Egles, pres. do Núcleo de Criadores do Cavalo Crioulo
Cavalo crioulo na 40ª Expogua: mesmo extraoficiais, morfologia e campereada serviram como momento de amizade entre crioulistas Revista do Produtor Rural do Paraná
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Especial 40ª Expogua CHALÉ DO SINDICATO RURAL NA EXPOGUA
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Sindicato Rural de Guarapuava, além de ter sido patrocinador da 40ª Expogua, também esteve presente no Parque de Exposição Lacerda Werneck. Assim como em todos os anos, o chalé da entidade é um local de encontro, confraternização e também de troca de informações entre os produtores rurais da região. Para que todos os associados tivessem a oportunidade de visitar o evento agropecuário, um dos maiores da região, o Sindicato Rural organizou, no dia 15 de agosto, caravanas com produtores e famílias das extensões bases de Candói e Cantagalo.
Caravanas das Extensões de Base de Cantagalo e Candói
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Revista do Produtor Rural do Paraná
O associado Alfeo Muzzolon, do município de Cantagalo, contou que participa todos os anos das caravanas para a Expogua. “Acho que é importante os produtores rurais estarem atualizados com as tecnologias. Eu sempre me interesso em ver as máquinas e quais são as novidades desse meio”. Vilson Rocha Ribas, produtor rural e vice-prefeito de Cantagalo, que acompanhou a visita, complementou que a participação do Sindicato Rural na Expogua é importante. “Os produtores da região, sentem-se bem representados com um local que nos acolhe e reúne a classe”. Paulino Brandelero, associado do Sindicato Rural pela Extensão de Base
Candói, também visitou a Expogua através da caravana. Ele afirmou que mesmo com a crise que se instaura no país, o produtor deve correr atrás de informações e se atualizar, participando de eventos, inclusive de feiras. “Acredito que só assim, o produtor saberá o que fazer ou não na propriedade. Se pararmos no tempo e não estivermos atualizados, não vamos crescer mais. Precisamos saber o que o mercado está nos oferecendo”. O chalé do Sindicato Rural também foi a sede da assessoria de imprensa da Expogua, que esteve sob o comando da Coordenadoria de Comunicação da Unicentro.
O presidente da Sociedade Rural, Denilson Baitala, entre os vice-presidentes Josef Pfann Filho e Rodolpho Luiz Werneck Botelho
XXIX Congresso BrasIleIro de agronomIa desafios e oportunidades Dirigentes da AEAGRO participaram do XXIX Congresso Brasileiro de Agronomia, que aconteceu em Foz do Iguaçu, entre os dias 04 a 07 de agosto de 2015. Neste XXIX CBA os Engenheiros Agrônomos do Brasil destacaram alguns dos principais temas que lhes afligem ou que se apresentam como grandes oportunidades profissionais, os quais foram aprofundados dentro de 6 eixos temáticos cujas moções estão relacionadas a seguir: Eixo Temático 1 – Inserção do Engenheiro Agrônomo em projetos integrados. Participação de Engenheiros Agrônomos dentro das suas atribuições em projetos multidisciplinares de impacto ambiental.
Eixo Temático 2 – O Engenheiro Agrônomo e as inovações biotecnológicas. Inserir na grade curricular de cursos de Agronomia matérias de biotécnologia, incentivar a pesquisa na área, modernizar e adequar leis que regulamentam práticas correlatas. Eixo Temático 3 – Formação do Engenheiro Agrônomo no Brasil: história, perspectivas e reivindicações da categoria. Fortalecer os atuais cursos de Agronomia, incentivar a inovação em práticas pedagógicas e defender a qualidade da formação de Engenheiros Agrônomos. Moção de repúdio a criação de cursos de Agronomia a distância. Eixo Temático 4 – Inserção do Engenheiro Agrônomo na infraestrutura e logística do agronegócio.
Jairo Macedo, José R. Papi e Edson Guerra
Promover o entendimento de questões de infraestrutura e logística como vitais para o agronegócio
e portanto essenciais ao ensino e prática da Agronomia. Uma área crucial de atuação de Engenheiros Agrônomos. Eixo Temático 5 – Oportunidades profissionais para o Engenheiro Agrônomo na área ambiental Oportunizar que Engenheiros Agrônomos dentro de suas atribuições tenham maior participação em projetos de cunho ambiental dentro de órgãos públicos e privados. Eixo Temático 6 – Perspectivas para o Avanço no Ensino e na Formação do Engenheiro Agrônomo no Brasil. Promover a interação entre profissionais e universidades, por meio de entidades de classe. Assim, possibilitando a troca de experiências e a melhoria tanto do ensino como da prática da Agronomia. A carta na íntegra está disponível para consultas no site da AEAGRO, na sessão de downloads. www.aeagroguarapuava.com.br
Profissional: valorize a AEAGRO, use o código 386. Produtor rural: solicite ART do Engenheiro Agrônomo responsável.
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Boletim AEAGRO
Aconteceu Plano Safra de Agricultura Familiar 2015/2016
Com o objetivo de apresentar o Plano Safra de Agricultura Familiar 2015/2016, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater,em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Banco do Brasil, realizou uma web conferência no dia 7 de julho, em Curitiba e transmitida para todas as regiões do Paraná. Em Guarapuava, a web conferência foi assistida no Sindicato Rural de Guarapuava. Na região, a apresentação também foi transmitida em Prudentópolis e Palmital. “O objetivo foi levar as informações do Plano Safra para todos os parceiros do Paraná, que são os técnicos da Emater, técnicos da iniciativa privada, sindicatos, cooperativas, associações, secretarias municipais de agricultura, entidades e agentes financeiros. Assim, esses agentes de desenvolvimento poderão, na sequência, levar essas informações aos produtores rurais, que são os maiores interessados”, explicou o gerente regional da Emater em Guarapuava, Julci Pires. Ele ainda comentou que a região de Guarapuava é menos dinâmica que outras regiões do Paraná e que o índice de utilização do Pronaf [Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar] é ainda pequeno em relação a média do estado do Paraná. “Portanto, nosso objetivo aqui na região, principalmente, é fazer com que os pequenos agricultores acessem mais esse plano, em todas as linhas de créditos. Por isso contamos com nossos parceiros para esse incentivo”.
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Campeonato Regional de Jogo Virtual No dia 28 de junho, o Sindicato Rural de Guarapuava sediou a final do Campeonato Regional do jogo League of Legends. As etapas começaram em março, de forma on-line, e a final presencialmente. Segundo o organizador do evento, Felipe Cilivi, foi feita uma pesquisa na região e constatada uma demanda por eventos dos chamados e-sports (esportes eletrônicos). “Chegamos então ao projeto de fazer um campeonato do jogo com mais players no mundo, uma média de 65 milhões, o League of Legends”. Cilivi conta que cerca de 140 pessoas participaram do evento, jogando ou assistindo. Vieram pessoas de algumas cidades do Paraná, como União da Vitória, Pinhão e Pitanga e também de Santa Catarina. “Os narradores de game vieram de Londrina e São Paulo, expandido a visualização do campeonato”.
Encontro debateu cenário econômico e político do país O Sindicato Rural de Guarapuava, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) - Coordenadoria Regional e a Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig) promoveram um Encontro de Lideranças no dia 18 de agosto, sobre a atual situação econômica e política do país. O encontro iniciou com a palestra “Atual cenário econômico e seus impactos na indústria”, ministrada por Roberto Antonio Peredo Zurcher, do Departamento Econômico da Fiep. Ele apresentou como o Brasil chegou à atual situação, quais foram as causas e as expectativas futuras da economia brasileira. Ao final da palestra, os representantes das entidades organizadoras do evento e participantes debateram o assunto e possíveis soluções. Julio Agner, coordenador regional da FIEP, disse que a intenção é que a partir das ideias propostas no encontro, se gere um manifesto para representantes políticos do município, estado e país. Foi consenso que as entidades precisam se reunir mais vezes, para discutir temas importantes para a sociedade.
Antonio Zurcher
Ferramenta tecnológica
Agricultura de Precisão Colferai Giovani A. Schiavini Eng. Agrônomo Agrícola Colferai
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Agricultura de Precisão (AP) compreende um conjunto de técnicas e metodologias que visam otimizar o manejo das culturas e a utilização dos insumos agropecuários, proporcionando máxima eficiência econômica. As ferramentas de AP permitem o uso racional dos corretivos, fertilizantes e agrotóxicos, proporcionando ganhos de produtividade, alem de garantir a redução dos impactos ambientais decorrentes da atividade agropecuária. No Brasil, a agricultura de precisão chegou em 1995 com a importação de equipamentos, especialmente colheitadeiras e equipadas com monitores de produtividade, porém nessa época ainda era muito tímida e restrita a poucos produtores. Com o crescimento da agricultura e a chegada de novas tecnologias e equipamentos, a agricultura de precisão cresceu e hoje se encontra em todas as regiões do País. A Agrícola Colferai iniciou seus trabalhos na área de agricultura de precisão no ano de 2009 com a aquisição de
equipamentos de amostragem de solo e programa para interpolação de dados que geram mapas de fertilidade e de aplicação. Pensando em implementar e melhorar ainda mais esses serviços, a Agrícola Colferai adquiriu recentemente novos equipamentos, que possibilitará o acesso a esta tecnologia não somente a grandes, mas também a pequenos e médios produtores, demonstrando assim a preocupação que a empresa tem com o crescimento da agricultura e de seus clientes.
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Ovinos
Saúde
Sindicato Rural de Guarapuava cria comissão local
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Sindicato Rural de Guarapuava vem criando comissões técnicas de todas as cadeias produtivas. Após a criação da comissão de leite, agora foi a vez de reunir ovinocultores, com o objetivo de criar uma comissão local de ovinocultura. O encontro aconteceu no dia 25 de junho e reuniu mais de 20 produtores rurais e técnicos da área. “Foi uma presença muito boa de produtores, para uma primeira reunião do ano. A conversa foi bastante produtiva. Os produtores compartilharam suas experiências e as dificuldades no setor. Apresentamos os trabalhos que a Comissão Técnica de Ovinocultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) vem desenvolvendo e o grupo elogiou o projeto de levantamento de custos, que iniciamos em abril”, comentou a produtora de ovinos e presidente da Comissão Técnica de Ovinocultura da Faep, Adriane Azevedo, também vice presidente da Cooperaliança. O técnico da Emater, zootec-
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nista Roberto Motta Junior avaliou que as reuniões da comissão podem agregar muito no dia a dia da produção. “Os encontros podem ajudar bastante se o produtor participar, discutir a produção, seus problemas e dificuldades. Muitas vezes, o produtor tem um problema que o vizinho já teve e já resolveu. Por falta de comunicação, ele fica sem saber o que fazer”, observou. Motta destacou ainda que a falta de assistência técnica e o fato do produtor encarar a ovinocultura como uma atividade não rentável são um dos principais problemas na região, o que impede que o setor se desenvolva. “Com a comissão, podemos mudar essa realidade. Por isso, a iniciativa do Sindicato Rural, de mobilizar os produtores e incentivá-los a participar, é muito importante”, finalizou. Quem quiser participar das reuniões (abertas a todos os interessados), deve entrar em contato com o Sindicato Rural ou pelo telefone (42) 3623-1115, com Luciana.
Doe sangue uncionários do Sindicato Rural de Guarapuava realizaram uma ação solidária no dia 9 de julho: a doação de sangue. Na estação mais fria do ano, as doações no Hemocentro caem até 30% em todo o Paraná, de acordo com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar). Os motivos para a queda, além do clima, são as doenças respiratórias. “São fatores temporários, mas se a pessoa vir doar sangue e estiver com um resfriado, uma gripe ou uma dor de garganta, ela não vai passar no critério médico para doação. Além disso, pode acontecer também da própria veia não estar acessível por causa do frio. Com isso, perdemos muitos doadores”, explica Maristela Sacks, assistente social do Setor de Captação de Doadores do Hemocentro Regional de Guarapuava. Os requisitos para se doar sangue é possuir 50 kg ou mais, bom estado de saúde, de preferência não estar tomando nenhum medicamento, ir alimentado e portar um documento de identificação com foto. “Além dos requisitos fundamentais, a pessoa passa por uma triagem médica e muitas vezes encontram-se alguns problemas que a impedem de doar. Mas é importante ressaltar que mesmo que você não possa ser um doador, pode ser um captador de doadores e incentivar outras pessoas que podem doar, a realizar essa ação”, finaliza Maristela. Qualquer dúvida, basta ligar no (42) 3622-2819. O Hemocentro Regional de Guarapuava fica na Rua Afonso Botelho, 134, Trianon.
Milho
Desafios das tecnologias Bt no Brasil
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té 2007 o cenário do cultivo de milho no Brasil era de crescentes perdas por ataques de lagartas, o que assustava cada vez mais os produtores. Os inseticidas para controle apresentavam baixa eficiência e, consequentemente, o número de aplicações visando a proteção dos cultivos era grande. Neste ano, o Brasil entrou na era dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) na cultura do milho. Esses materiais OGMs incluem tecnologias que provém tole-
rância a herbicidas e tecnologias que expressam genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), provedoras de proteção contra o ataque de insetos. Devido ao seu impacto no controle de lagartas, a introdução de culturas com a tecnologia Bt, revolucionou a agricultura brasileira. A rápida adoção da tecnologia Bt reflete sua aceitação pelos produtores em função dos benefícios que ela traz à cadeia agrícola. Entretanto, a evolução de resistência de populações de insetos-praga às culturas Bt, que consiste na seleção Revista do Produtor Rural do Paraná
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dos indivíduos resistentes e no aumento da frequência destes indivíduos na população da praga, é uma das grandes preocupações existentes, uma vez que pode eliminar os benefícios econômicos e ambientais dessa tecnologia, limitando sua eficácia no controle de pragas. No Brasil, fatores como a alta adoção dessa tecnologia, que atingiu cerca de 85% da área total plantada de milho em apenas quatro anos, expressão contínua da proteína, alta pressão de pragas, múltiplas gerações por ano, mais de um ciclo da cultura por ano e presença das mesmas tecnologias em culturas diferentes, contribuem significativamente para o aumento do risco de resistência. As sucessivas liberações de tecnologias, entre 2007 e 2011, trouxeram a falsa percepção de que novas tecnologias seriam facilmente disponibilizadas. O uso do monitoramento de lavouras foi praticamente esquecido, e o conceito de que tecnologias Bt deveriam ser autossustentáveis foi estabelecido. A implementação de áreas de refúgio como prática fundamental do Manejo da Resistência de Insetos (MRI) para tecnologias Bt foi divulgada desde sua introdução. Porém, devido à alta pressão de pragas, foco em produtividade da lavoura, e a alta eficácia inicial das tecnologias, o que se viu no campo foi a baixa adoção de áreas de refúgio. Somando-se a isso, nas poucas áreas de refúgio existentes, este não foi efetivo, uma vez que inúmeras aplicações com inseticidas eram feitas, comprometendo a produção de insetos suscetíveis e, consequentemente, a função do refúgio como ferramenta de MRI. A estratégia mais efetiva no combate à resistência é implantar diversas práticas do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e MRI simultaneamente e antes do seu desenvolvimento. Recomenda-se a implantação de programas de MRI como componente de um programa mais amplo de MIP, cobrindo três componentes básicos: monitoramento do complexo de pragas no campo e mudanças na densidade populacional,
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foco em níveis de dano econômico, e integração de múltiplas estratégias de controle. O grande risco na América Latina levou à implementação de um esforço coletivo entre Ministério da Agricultura, associações de produtores e as indústrias provedoras de biotecnologia para o estabelecimento de recomendações mínimas associadas às práticas de MRI. O compromisso das indústrias com Gestão Responsável do Produto e durabilidade de suas tecnologias foi reforçado pelo estabelecimento do programa ETS - Excellence Through Stewardship (Excelência através da Gestão Responsável de Produto) focado em manejo de resistência de insetos. Paralelamente, foi implementado o Grupo Técnico de Manejo de Resistência (GTMR), coordenado pelo Ministério da Agricultura. Empresas provedoras de biotecnologia, bem como representantes do IRAC, EMBRAPA e de associações de agricultores e consultores participam deste grupo, com o claro objetivo de identificar práticas que possam aumentar a durabilidade dos eventos transgênicos.
A chegada da tecnologia Leptra™ de proteção contra insetos Buscando a sustentabilidade do agronegócio, a DuPont® Pioneer® lança nesta safra os híbridos marca Pioneer® com a tecnologia Leptra™ de proteção contra insetos. Os híbridos com a tecnologia Leptra™ apresentam excelente eficácia nas populações suscetíveis das pragas-alvo desta tecnologia, oportunizando ao agricultor mais flexibilidade e maior confiança em suas decisões de plantio. A associação das melhores ferramentas para o alcance das maiores produtividades está na genética dos produtos marca Pioneer® junto com
a tecnologia Leptra™, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), tratamento de sementes e a excelência do suporte técnico da equipe DuPont® Pioneer®. A tecnologia Leptra™, devido ao seu amplo espectro, é hoje a melhor opção para auxiliar no controle das principais lagartas que atacam a cultura do milho, como a lagarta-do-cartucho, lagarta-elasmo, lagarta-do-trigo, broca-da-cana-de-açúcar, lagarta-eridania, lagarta-da-espiga e lagarta-rosca. É uma excelente escolha para aqueles agricultores que desejam mais segurança e rentabilidade na sua lavoura. A utilização da tecnologia Leptra™ requer a adoção de boas práticas agrícolas para manter a suscetibilidade das pragas-alvo, prolongando a eficácia e durabilidade da tecnologia. Como boas práticas gerais recomenda-se o Manejo da Resistência de Insetos (MRI), que tem como foco principal o uso de refúgio estruturado efetivo e o uso de inseticidas químicos para o controle adicional de pragas quando necessário.
Híbridos marca Pioneer® com tecnologia Leptra™ de proteção contra insetos disponível também em versão tolerante ao herbicida glifosato. Agrisure® e AgrisureViptera® são marcas registradas utilizadas sob licença da Syngenta Group Company. A tecnologia Agrisure® incorporada nessas sementes é comercializada sob licença da Syngenta CropProtection AG. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ®Herculex e o logo HX são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLink® e o logotipo são marcas registradas da Bayer. ®YieldGard é marca registrada utilizada sob licença da Monsanto Company. As marcas com ®, ™ ou SM são marcas e marcas de serviço da DuPont, Pioneer ou de seus respectivos titulares. © 2015 PHII
Fonte: DuPont® Pioneer®
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Perfil
vida dedicada aos trabalhos em couro
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uem se lembra de quando o cavalo era, na primeira metade do século XX, a principal força de tração nas serrarias e nas propriedades rurais do centro-sul do Paraná? Quem rememora que, em torno daqueles animais, havia também toda uma gama de profissionais, de seleiros a artesãos? Guarapuava, um dos mais antigos municípios paranaenses, tem o privilégio de contar ainda hoje com nomes que podem responder àquelas perguntas com um afirmativo e saudoso “sim, eu me lembro como se fosse ontem”. E entre aqueles nomes, se destaca o de Vitor Luchowski. Aos 87 anos, ele é um exemplo vivo dos artesãos dedicados daqueles tempos, que trabalhavam o couro com respeito e arte. Nascido em 1928, em Mallet (PR), em 1945, aos 17 anos, Luchowski mudou-se para Inácio Martins. Lá, aprendeu o ofício de seleiro. Depois de servir o Exército, no Rio de Janeiro, retornou e montou sua própria selaria, no então distrito de Guarapuava, onde a madeira era o carro-chefe da economia local. “Havia muito serviço, muito consumo de arriames, porque não havia trator, eram só carretões, cada um ocupava seis, oito cavalos. E esses cavalos precisavam de muita montaria. A gente vendia oito, dez pares de arriames por semana”, ressaltou. Para dar conta da demanda, ele e oito funcionários trabalhavam dia e noite – afinal, de acordo com o seleiro, cada par compunha-se de cerca de 380 peças. E não era só no campo que o deslocamento mostrava-se difícil. Ir a Guarapuava era uma “viagem”. Luchowski relata que pegava o trem até a localidade de Góes Artigas; seguia a pé cerca de 12 quilômetros rumo ao distrito do Guará; lá, conseguia carona para chegar à cidade. Na volta, a mesma maratona... Na década de 1950, ao lado da esposa, Bárbara, ele mudou-se para Guarapuava, para que os filhos pudessem prosseguir aos estudos além do ensino básico.
No trabalho em couro de búfalo, arte aprendida como ofício
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Vitor Luchowski, em sua tradicional selaria
Em 1958, estabeleceu-se no local definitivo da selaria, na Rua Saldanha Marinho, no centro da cidade. Luchowski observa que a loja, antes um açougue, foi inteiramente reformada para a nova função. Ali, ele seguiu produzindo bandanas, malas de capa, arreios, cintos, coletes e até alças para acordeão. Cliente não faltava: produtores rurais, participantes de tropeadas e cavalhadas e, no atacado, casas de comércio que na época “tinham de tudo”, no município e em Candói, Cantagalo, Virmond e Laranjeiras do Sul. Foi a prosperidade daquele tempo, ressaltou, que permitiu levar os três filhos à universidade. Os anos passaram. O estabelecimento viu reformas, em 1975 e 1998. A tradição permaneceu. Luchowski tornou-se um dos únicos seleiros da Guarapuava de hoje. E ao longo de cerca de seis décadas, a loja recebeu reconhecimento, sendo destacada pela Folha Regional (1998), pela RPC, no programa “Sua vida passa aqui” (2009), por instituições como o SESC, com exposição de fotos (2004), e SENAI, com diploma de reconhecimento por serviços prestados à cidade. Os clientes atualmente são apreciadores dos trabalhos de alta qualidade em couro e sabem dar valor às orientações de Luchowski na compra das mais variadas peças. Evocações de um tempo que para muitos, como para o seleiro, ainda é possível reviver.
Essa matéria foi sugerida pelo associado Eros Araújo, cliente da Casa Vitor e admirador de Vitor Luchowski!
GENÉTICA NIDERA: PRODUZINDO CAMPEÕES. ALISSON E VILSON HILGEMBERG | 141,79 SC/HA A Nidera Sementes trabalha para levar as melhores opções em genética para sua lavoura. Em 2014/15, no Desafio Nacional de Produtividade de Soja do CESB, os produtores Vilson e Alisson Hilgemberg, de Ponta Grossa/PR, plantaram a cultivar Nidera NA 5909 RG e produziram 141,79 sc/ha, conquistando o 10 lugar e o recorde de produtividade de soja no Brasil. Parabenizamos os vencedores! Fazer parte desta conquista é um orgulho e um prêmio ao entusiasmo e comprometimento da Nidera em desenvolver genéticas superiores e formar agricultores campeões. Afinal, juntos produzimos mais.
anos
Juntos produzimos mais. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Palestra
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ual o melhor touro para o melhoramento genético do rebanho? E a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo)? Como realizá-la com o máximo de resultado? Com este enfoque, um evento promovido pela JPS Pecuária, (representante autorizada da Alta Genética em Guarapuava), dia 8 de julho, no Sindicato Rural de Guarapuava, trouxe as palestras do zootecnista Adriano Rúbio, diretor de Negócios Especiais da Alta (genética bovina), com o tema “Produtividade e tecnologia do gado de corte”, e do veterinário Luciano Penteado, da Firmasa (tecnologia para pecuária), abordando “Vantagens econômicas e manejo da utilização de IATF”. Compareceram agropecuaristas, profissionais ligados à pecuária de corte e leite, ao lado de diretores do Sindicato Rural.
Foco do negócio deve orientar melhoramento genético Especializado em Produção e Melhoramento Genético de Gado de Corte na França, com 30 anos de experiência em empresas de biotecnologia e genética animal, Adriano Rúbio disse que melhoramento genético vai além de buscar simplesmente animais com grande ganho de peso. “A lucratividade, dentro da pecuária de corte, depende de muitas características. Se formos escolher uma característica principal, que tem um impacto financeiro maior, ela não é ganho de peso. É, por exemplo, a fertilidade, a eficiência reprodutiva”, esclareceu. O zootecnista destacou ainda que o melhoramento é um procedimento complexo, que exige um plano, a ser definido e executado. “Quem define um plano de melhoramento é o objetivo do pecuarista, os seus clientes, o sistema da propriedade. A partir daí é que vamos buscar aqueles indivíduos que se completem”, afirmou. Já o veterinário Luciano Penteado, com experiência de IATF em propriedades de várias regiões do Brasil, destacou, como benefícios daquela ferramenta de melhoramento genético, maior taxa de prenhez, produção de animais no início da estação de monta e desmama de animais mais pesados. Porém sublinhou que se deve utilizar as corretas técnicas, para obter os resultados desejados. Segundo comentou, desde o ano 2000, os protocolos evoluíram e se consolidaram. Mas assinalou que IATF não é receita de bolo. “Claro que existem suas
Palestras reuniram pecuaristas de Guarapuava e região
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Adriano Rubio, zooctecnista (Alta): lucratividade depende de várias características dos animais
Luciano Penteado, veterinário (Frimasa): IATF, com protocolos consolidados, não é receita de bolo particularidades para as categorias de animais: novilhas, primíparas e multíparas”. Penteado acrescentou que é a orientação técnica que definirá o modelo a ser adotado: “É extremamente importante ter um acompanhamento, para que um profissional possa, dentro de cada fazenda, determinar o melhor protocolo”. E se IATF necessita de investimento, o veterinário observa que o retorno é mais produção. “Não tenha dúvida de que o pecuarista vai conseguir produzir muito mais dentro da sua propriedade”, finalizou.
Segurança e Medicina do Trabalho Rural
PREVENIR é a sua melhor estratégia O PPRA é um programa elaborado pela Torre Forte Saúde que garante a segurança dos seus funcionários e, consequentemente, a produtividade da sua empresa
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ções de segurança e saúde que visem a prevenção de acidentes e doenças devem ser uma das primeiras preocupações do empregador rural na hora de contratar novos funcionários. Além de garantir a segurança e diminuir o absenteísmo, a adoção de medidas de proteção em propriedades rurais é exigida por lei. As ações de prevenção da saúde ocupacional dos trabalhadores, prevenção e controle dos agravos decorrentes do trabalho devem ser planejadas e implementadas com base na identificação dos riscos, e custeadas pelo empregador ou equiparado. Através de relatórios e avaliações de agentes ambientais, e de programas desenvolvidos por empresas de segurança no trabalho, como o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), o planejamento dos meios de proteção ideal
para cada empresa rural é elaborado e o rante a realização de exames médicumprimento das normas é assegurado. cos a equipe, obedecendo aos prazos Há 17 anos no mercado, a Torre e periodicidade previstos conforme a Forte Saúde é especializada na imNR-07. plantação de programas de seguranA Torre Forte Saúde está sempre ça e medicina no trabalho, e já evitou se especializando e capacitando sua transtornos a muitos clientes. equipe. Por conta disso, vem implanO PPRA é garantido pela Norma Retando uma cultura de conscientização gulamentadora 09 (NR-09) da CLT (Consolidação das O PPRA elaborado pela Torre Forte Saúde é Leis do Trabalho). A norma completo e pode ajudar prevenir e trazer muiestabelece a obrigatoriedatas vantagens para a propriedade. Cada emde da elaboração e implepresa de segurança no trabalho possui seu prómentação do programa, que visa a preservação da saúde prio planejamento do PPRA. Com experiência e e integridade física dos tracompromisso em garantir a melhor produtivibalhadores, através da andade, o programa da Torre Forte Saúde pode ditecipação, reconhecimenminuir perdas decorrentes de afastamento por to, avaliação e consequente acidente de trabalho; afastamento por doenças controle da ocorrência de ocupacionais; estabilidade funcional; autuação riscos ambientais existende sindicatos e fiscais da DRT (Delegacia Retes, ou que venham a existir gional do Trabalho); e de processos trabalhisno ambiente de trabalho. tas na esfera Civil. As vantagens do programa Focando-se na protecompensam todo o investimento e justificam a ção do meio ambiente e obrigatoriedade. Além de prevenir os acidentes dos recursos naturais, a de trabalho, as instituições rurais ganham na Torre Forte Saúde presta otimização dos custos, na diminuição dos gasconsultoria e assessoria na tos com saúde, no aumento de qualidade, na implementação do PPRA, e produtividade e competitividade. em demais programas de auxílio a segurança de empresas rurais e de seu bem mais precioso: os seus funcionários. e prevenção através da elaboração dos O PCMSO (Programa de Controle programas de segurança e medicina do Médicos de Saúde Ocupacional), por trabalho. O principal objetivo do PPRA é exemplo, é mais um apoio que gafazer da prevenção de acidentes e doenRevista do Produtor Rural do Paraná
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Agentes
ças ocupacionais uma forma de eliminar ou minimizar os riscos para os trabalhadores e terceirizados, melhorando os resultados dos negócios e auxiliando as organizações a estabelecer uma imagem responsável da empresa perante o mercado e seus colaboradores. Para o desenvolvimento do PPRA em uma propriedade, a Torre Forte Saúde estabelece qual estratégia é mais satisfatória na aplicação de técnicas de higiene e segurança ocupacional, sempre atentando para quais recursos estão disponíveis. Por conta disso, o apoio da direção da fazenda auxilia na aplicação do programa, pois para cada uma das partes são atribuídas responsabilidades, e dessa parceria entre a Torre Forte Saúde e a sua empresa cria-se o melhor programa de segurança e saúde no ambiente de trabalho.
Riscos Ambientais Para efeitos do PPRA, os riscos ambientais consistem nos agentes físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores.
Agentes Físicos: são as diversas formas de energia às quais os trabalhadores estão expostos, como ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes. Agentes químicos: caracterizam-se como as substâncias compostos ou produtos absorvidos no organismo pela via respiratória, na forma de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo, através da pele ou por ingestão. Agentes biológicos: bactérias, fungos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
Responsabilidades Do empregador (única e total): Pela elaboração e implementação deste programa, devendo ainda zelar pela sua eficácia, sendo sua profundidade e abrangência dependentes das características, dos riscos e das necessidades de controle; Por estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA, como atividade permanente da empresa ou instituição.
Dos trabalhadores: Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; Seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA; Informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, no seu julgamento, possam implicar em riscos á saúde dos trabalhadores. O PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:
Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; Estratégia e metodologia de ação; Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados; Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento. O PPRA deverá ser efetuado sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano. Além disso, devem ser feitas avaliações do seu desenvolvimento e realizado ajustes necessários, estabelecendo novas metas e prioridades. O PPRA deverá estar descrito num documento base, contendo os aspectos estruturais. O documento base e suas alterações deverão estar disponíveis, de modo a proporcionar o imediato acesso as autoridades competentes. O cronograma deverá indicar claramente os prazos para o desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas do programa.
Etapas do PPRA
1. A Antecipação e
reconhecimento dos riscos
2. Metologia de ação 3. Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia
PPRA ou PCMSO? Muitos empresários possuem dúvidas sobre as diferenças e obrigatoriedade dos dois programas. No entanto, o PPRA e o PCMSO devem coexistir e serem permanentes. Apenas se a sua empresa estiver ainda sendo implantada é que deve-se priorizar o PPRA, como subsídio ao PCMSO.
O PPRA é uma obrigação legal do empregador e por isso deve ser de sua iniciativa e responsabilidade direta. **O PPRA deve ser um programa de ações contínuas. O documento base deve estar á disposição da fiscalização e ser um roteiro das medidas a serem empreendidas para atingir as metas do programa. Para cumprimento destes e demais itens, a Torre Forte Saúde detém e mantém toda a documentação em meio físico (papel) e magnético (com software apropriado para o armazenamento). O PPRA só existirá a partir da implementação e avaliação contínua dos itens previstos no documento base.
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Pecuária de corte
DIA DE CAMPO
difunde integração lavoura-pecuária
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apresentação de algumas das mais modernas técnicas de integração lavoura-pecuária, ao lado da presença de mais de 60 participantes, entre lideranças rurais e produtores de várias regiões do Paraná, fizeram do Dia de Campo da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), dias 29 e 30 de junho, em Guarapuava, um de seus eventos mais importantes do ano até o momento. Com o encontro, a co-
missão promoveu mais uma ação para desenvolver a bovinocultura de corte por meio de uma iniciativa definida ano passado: dar aos agropecuaristas oportunidade de conhecer novidades, em diferentes lugares do Estado, e de buscar orientações técnicas numa conversa direta com pesquisadores. Na tarde do primeiro dia, a programação se desenvolveu no Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no Campus Cedeteg. O presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da
Evento reuniu lideranças e produtores rurais de várias regiões do PR
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FAEP, Rodolpho Luiz Werneck Botelho (presidente do Sindicato Rural de Guarapuava), e o assessor técnico Guilherme Mossa de Souza Dias, abriram o Dia de Campo, saudando os participantes. No local, os produtores puderam conhecer pesquisas que os professores e pesquisadores Itacir Sandini e Sebastião Brasil Campos Lustosa vêm realizando para determinar boas alternativas de integração lavoura-pecuária para o centro-sul paranaense. Nos trabalhos, a integração é feita entre culturas de milho e feijão, durante o verão, seguida por pas-
tagens de aveia e azevém, no inverno. Itacir Sandini enfatizou a importância do uso do nitrogênio (N) para o desenvolvimento da pastagem, o reflexo no ganho de peso dos animais e o manejo voltado ao bem-estar do rebanho. Conforme lembrou, 10 anos de trabalho evidenciaram que as forrageiras, em geral gramíneas, respondem àquele elemento químico. “As gramíneas são espécies altamente exigentes em termos de N. A adubação nitrogenada, nestas pastagens, vai resultar num aumento substancial na produtividade de forragem e como consequência no produto animal”, sublinhou. De acordo com ele, “é possível sair de patamares de ganho de peso de 350 a 400 quilos de peso-vivo por hectare/ ano (sem N), para mais de 1.000 quilos de peso-vivo por hectare/ano”. Exemplificando, o pesquisador mencionou a pecuária a pasto na Nova Zelândia: “O grande impulso que eles estão tendo é exatamente através do uso da adubação nitrogenada nas pastagens. O Brasil investe em média 10 quilos de N por hectare/ano, enquanto a Nova Zelândia ultrapassa 250 quilos de N por hectare/ ano”. Defendendo que o produtor veja a integração lavoura-pecuária como
um sistema, o pesquisador lembra que o nitrogênio poderá ser aproveitado por culturas subsequentes, como soja, milho ou feijão. Ele destacou ainda que a maior produtividade do pasto abre duas possibilidades: aumentar a lotação de animais numa mesma área, ou manter o mesmo número de animais e reduzir o espaço de pastoreio – o que permite usar a área que sobra para alguma outra atividade econômica. Mas Sandini reforçou que é igualmente importante praticar o manejo para o bem-estar animal, a fim de evitar perda de peso ou de qualidade da carne. Em seguida, ao comentar o trabalho de Sebastião Brasil Campos Lustosa, a professora Deonísia Martinichen, do Departamento de Agronomia da Unicentro (área de produção de pastagem e produção de sementes), também sublinhou que, na integração lavoura-pecuária, os agropecuaristas encarem as duas atividades como um sistema. Ela frisou que cada uma deve estar interligada com a outra, aumentando os resultados como um todo. A campo, os participantes puderam ver de perto e tirar dúvidas sobre os experimentos de pastagem para integração lavoura-pecuária. Além da compa-
rar a eficácia de cada sistema, otimizar as áreas e incrementar as receitas dos agropecuaristas, os trabalhos visam também promover o uso sustentável do solo e a redução ou uso racional de fertilizantes. Para isso, foram reunidas combinações entre culturas estivais de grãos (soja, milho para grãos e milho silagem), pastagem perene estival (capim aruana), culturas hibernais (trigo, cevada e canola para grãos, além de centeio para silagem pré-secada) e pastagens hibernais (azevém/aveia), em sistemas integrados de produção agropecuária. Na primeira área visitada, os participantes do Dia de Campo conheceram
Na pastagem, o Brasil investe em média 10 quilos de N (ha/ano), enquanto a Nova Zelândia ultrapassa 250 quilos de N (ha/ano)” Itacir Sandini, pesquisador da Unicentro Revista do Produtor Rural do Paraná
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piquetes de pastagens ocupadas por ovinos da raça texel. Em outro experimento, o foco foram pastagens como nutrição para gado jersey. O doutorando Jony Cley dos Santos, que desenvolve tese sobre aquela pesquisa, explicou o trabalho: quatro sistemas em cerca de um hectare, dividido em piquetes de aveias pretas, azevém (tetraplóide) e centeio forrageiro, ocupados por sete novilhas e
PASTAGEM EM VEZ DE POUSIO
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sete animais já em lactação. “Aqui, estamos propondo modelos que possam ser adaptados em nível de produtor”, comentou o doutorando em entrevista, ao ressaltar que as pastagens de inverno escolhidas podem ser inseridas na rotação de culturas de verão e inverno, mantendo-se as corretas épocas de implantação das lavouras para o centro-sul do Paraná. Segundo contou, a previsão era
AVEIA DE CICLO LONGO
de que o percurso dos animais entre os piquetes seria completado entre 15 e 20 dias, mas a prática mostrou que, depois de quase um mês, ainda havia muita disponibilidade de forragem. “O momento de entrada e saída, principalmente para as aveias, é em torno de 30 a 35 centímetros de altura, e a retirada com 15 centímetros. Para o azevém, de 20 a 25 centímetros de altura, para a entrada, e
GANHOS COM O NITROGÊNIO
Temos a possibilidade de ter forrageiras antecedendo culturas de inverno, como o trigo; forrageiras para rotação com milho, como a aveia; e com a soja, como o azevém. Essa entrada da pastagem antes da cultura do trigo – muitas áreas ficam em pousio (naquele período) – dilui o custo da lavoura e aumenta a possibilidade de outras rotações. O sistema iniciaria com o pastejo em cima destas áreas que são pré-trigo, depois se desseca estas áreas, o produtor entra com o trigo e na sequência com a soja. Há um material da Embrapa, o BRS Sabiá (classe pão), que é bastante precoce, para colocar dentro desta condição. Temos também adubações diferenciadas, que garantem soja e milho com um custo menor ainda. Não que o produtor não vai adubar, mas a oportunidade de adubação dele vai ser no período de inverno”.
As forrageiras de inverno, basicamente, são as cultivares de aveia forrageira e as de azevém. Existem muitas cultivares de aveia: as sativas são as brancas. E existem as brancas forrageiras e brancas graníferas. As graníferas não são boas para pastejo, porque dão um ou dois pastejos e aí não rebrotam mais. Temos as brancas forrageiras, como a IPR 126, de ciclo longo, que demoram de 130 a 140 para iniciar o florescimento. Nesse caso de aveia tardia compensa você adubar, já que ela vai dar oito pastejos. Podemos chegar a 17 litros de leite, sem suplementação, na produção leiteira, e no caso da pecuária de corte, com animais jovens, com potencial de produção, ganhar até 1kg por dia, de peso-vivo, em cima da aveia. É uma estratégia importante para a integração lavoura-pecuária”.
A quantidade de nitrogênio (aplicada em cobertura) que a cultura do milho precisa, para expressar a sua máxima produtividade, gira em torno de 200 a 225 kg/ha. Então, vou estar investindo 225 kg/ha de nitrogênio na pastagem. Vou sair de uma média, sem adubação nitrogenada, de 400 kg de peso-vivo/ha, para uma média de 900 kg de peso-vivo/ha. Estarei aumentando 500 kg de produto animal pelo uso de 225 kg/ha de nitrogênio. Considerando 50% de rendimento de carcaça, estarei produzindo mais 250 kg carcaça/ha: 16,6 arrobas, a R$ 140,00/arroba, terei uma receita bruta de R$ 2.333/ha. A uréia, hoje, custa em torno de R$ 1.500/t (45% de N). Isso quer dizer que, com os 225 kg/ha de nitrogênio, investi R$ 750. Então, investi R$ 750 e tive uma receita de R$ 2.333. De margem líquida, temos R$ 1.583/ha a mais já na atividade pecuária”.
Sebastião Brasil Campos Lustosa Pesquisador da Unicentro
Elir de Oliveira Pesquisador do IAPAR
Itacir Sandini Pesquisador da Unicentro
Revista do Produtor Rural do Paraná
Deonísia Martinichen, professora do Depto. Agronomia da Unicentro
12 a 15 centímetros para a saída”, especificou. Já para o verão, completou Jony Cley, outro modelo estudado é compor a área com um terço de pastagem perene (de verão) e dois terços de soja. No segundo dia, a programação do evento apresentou integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), incluindo pastagens de inverno e uma raça bovina de corte, o gado angus (red angus e aberdeen), na Fazenda Capão Redondo, em Candói. Rodolpho Luiz Werneck Botelho relatou um histórico da ativida-
de na propriedade, pertencente a sua família. Ao final, resumiu: “É muito mais complexo fazer essas três atividades ao mesmo tempo”. Ele preconizou, por isso, que os agropecuaristas sigam participando dos dias de campo, buscando uma compreensão ainda melhor das técnicas, com base nos trabalhos de pesquisa que vêm sendo desenvolvidos. Botelho assinalou que são as informações vindas da pesquisa que poderão servir como base para uma integração lavoura-pecuária-floresta que esteja adaptada a cada região do Paraná – uma vez que o Estado apresenta diferenças de clima e solo acentuadas. Falando à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ele lembrou que promover dias de campo no interior era uma de suas propostas ao assumir a presidência da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP: “A ideia é que os produtores e técnicos pudessem ver a realidade de cada região”. Sobre o encontro
em Guarapuava, ele avaliou que, apesar da chuva na manhã do segundo dia, superou expectativas: “Esta reunião foi muito interessante, com mais pessoas do que a gente esperava. Vieram, além de membros da comissão, de várias regiões, também produtores e técnicos. Isso ajuda a engrandecer o evento. Acho que foi um dos maiores dias de campo da FAEP, demonstrando o interesse por novas tecnologias e gabaritando nossa
É muito mais complexo fazer integração lavourapecuária-floresta” Rodolpho L.W. Botelho – Pres. Comissão Téc. Bovinocultura de Corte da FAEP
Revista do Produtor Rural do Paraná
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PRODUTORES COMENTAM DIA DE CAMPO DA FAEP A pastagem merece ser tratada como cultura”. Guilherme Mossa de Souza Dias, assessor técnico da Comissão Téc. de Bovinocultura de Corte da FAEP
ideia de realizar os dias de campo no interior do Estado”. Ainda na programação realizada na Fazenda Capão Redondo, as técnicas de ILPF implantadas na propriedade foram enfocadas por Sebastião Brasil Campos Lustosa; e o pesquisador Elir de Oliveira (Zooctenica/Forragicultura), do IAPAR (Estação Experimental de Santa Tereza do Oeste), proferiu palestra, apresentando características de cultivares de forrageiras, assinalando as regiões de melhor adaptação e comparando a eficiência de cada uma na integração lavoura-pecuária. O especialista chamou a atenção para as vantagens do uso da aveia, apontando alta produtividade de várias cultivares do IAPAR. Mas observou que, no entanto, apesar dos materiais serem desenvolvidos no Estado, muitos produtores paranaenses ainda desconhecem aquelas alternativas – enquanto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina as cultivares são conhecidas e requisitadas por quem pratica a integração lavoura-pecuária. No momento reservado às dúvidas dos produtores, o pesquisador explicou
Jony Cley: tese de doutorado sobre experimentos de pastagem
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Para nós, o evento é um incremento que vai fortalecer a região e os nossos conhecimentos, com relação às novidades, à pesquisa, às instituições, como o IAPAR, que está tendo um trabalho muito intenso em cima disso. São com essas palestras, que a FAEP está fazendo, que conseguimos cada vez mais aprimorar as principais técnicas”. André Luiz Ceni - Agropecuarista e vice-presidente da Sociedade Rural de Pato Branco Muito interessante. Mesmo que eu esteja numa região bem diferente, que é o Norte do Paraná, tem muita coisa, no sistema, que serve inclusive para nós. Somos uma representação, dentro do sindicato, e temos essa necessidade de observar, de aprender e repassar essas informações que a gente adquiriu aqui. Foi muito proveitoso”. Narciso Pissinati Produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Londrina Isso é um incentivo. Hoje, temos de procurar melhorar. Acho que temos de participar cada vez mais desses eventos, da FAEP, do sindicato, fazer essa integração lavoura-pecuária e, principalmente, recuperar as áreas degradadas, que é o mais importante que eu vejo nisso”. Carlos Alberto Grégio – Produtor rural (Laranjal e Palmital - PR) Este tipo de evento nos proporciona um intercâmbio de conhecimento, especialmente com os agropecuaristas da região do centro do Paraná. Sabemos que na nossa atividade, temos de maximizar, de forma a proporcionar produtos de qualidade, em busca daquele anseio que temos, que é a exportação de produtos de origem vegetal e animal”. Pedro Versali – Produtor rural (Colorado - PR)
as principais características das pastagens mais conhecidas e utilizadas atualmente e frisou que, para o êxito da integração lavoura-pecuária com utilização de pasto, é necessário escolher as forrageiras considerando clima e solo de cada região e o tipo de condução dos rebanhos específico da propriedade. Guilherme Mossa de Souza Dias, assessor técnico da Comissão de Bovinocultura de Corte da FAEP, também ressaltou a importância das diferenças regionais do Paraná. “O produtor tem que adequar a tecnologia à sua realidade”, disse. “Nas regiões mais frias, onde a soja vai muito bem, pode uti-
lizá-la para a reforma de pastagens, para proporcionar a integração lavoura-pecuária. No Arenito Cauá, no Noroeste do Estado, a Emater dá assistência para produtores que fazem integração silvipastoril, mas em vez de utilizar a soja, eles usam a mandioca”, complementou. O assessor observou que a principal mensagem do Dia de Campo é o conceito da integração lavoura-pecuária: “a parte mais importante de tudo isso que a gente viu hoje é a essência. Adubação de pastagens deve ser feita tanto no sul quanto no norte do Paraná. A pastagem merece ser tratada como cultura”.
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Evento
DIA DO AGRICULTOR
2015
O
s produtores rurais puderam comemorar seu dia em um grande evento realizado pelo Sindicato Rural de Guarapuava. A tarde do dia 28 de julho foi de confraternização entre associados, diretoria, produtores rurais em geral, organizações e empresas parceiras da entidade nos projetos Identidade Sindical e Revista do Produtor Rural. A programação, que começou às 14h, estendeu-se por toda a tarde, acontecendo simultaneamente na sede do sindicato, em Guarapuava, e nas Extensões de Base, nos municípios de Candói e Cantagalo. Ao todo, 500 pessoas participaram da confraternização. Na abertura do evento, na sede, o 1º vice presidente Josef Pfann Filho
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Sindicato Rural de Guarapuava promoveu evento alusivo ao Dia do Agricultor na sede e nas Extensões de Base em Candói e Cantagalo, reunindo 500 pessoas. destacou que “o Brasil deve um pleito permanente de gratidão ao abnegado homem e mulher do campo. A agricultura brasileira desponta-se como uma das mais avançadas, despertando o interesse de órgãos representativos e empresariais do setor produtivo de inúmeros países”. Acompanhado do 2º vice presidente, Anton Gora, do diretor tesoureiro Jairo Luiz Ramos Neto e do supervisor do Senar, Aparecido Ademir Grosse, Pfann completou que “a todos produtores rurais deve-se a privilegiada posição do Brasil no ranking mundial, consagrando-se como o maior produtor e exportador mundial de açúcar, café e suco de laranja e maior exportador mundial de soja, carne bovina, frango, etanol e tabaco”, reiterando a “mais justa homenagem
ao homem e à mulher que dedica sua vida, com competência e amor, ao cultivo das terras, arrancando alimentos para abastecer o país e outras nações”. Em Guarapuava, o evento teve novidades. As comemorações foram feitas no pátio do Sindicato Rural e na rua em frente à entidade. Além de proporcionar mais conforto aos participantes, em um espaço bem mais amplo, a exposição de máquinas, produtos e serviços das empresas parceiras também chamou a atenção. Como em todas as edições, o Dia do Agricultor no Sindicato Rural foi marcado por sorteio de muitos brindes e bingos, coordenados pelos diretores Cícero Lacerda e Jairo Luiz Ramos Neto. Ao todo, 70 empresas colaboraram com o evento, doando brindes.
Josef Pfan Filho, vice-presidente do Sindicato Rural
Anton Gora, Aparecido Ademir Grosse, Jairo Luiz Ramos Neto e Josef Pfann Filho
O associado Jacir Salvador, foi o ganhador do GPS
Wilson Juliani (Coamo) e o associado Nivaldo Krüger no sorteio de brindes, ao lado da gerente Luciana Bren
Associados ganharam prêmios A primeira ganhadora do bingo foi a produtora rural Euvira Brautigam França, esposa do associado João Paz França. Ela levou uma motosserra para casa (patrocinada pela Zico Motosserras e Sindicato Rural). “Claro que vai ter utilidade na propriedade. Estou bem contente por ter ganhado e pela participação no evento. Foi tudo muito bonito e animado. Foi legal reencontrar os colegas e passar uma tarde assim”. O associado Jacir Salvador também elogiou o evento e ficou ainda mais contente quando ganhou o GPS Garmin (patrocinado pela Promissor Seguros e Sindicato Rural) na segunda cartela de bingo sorteada. Ele é sócio há mais de 10 anos do Sindicato Rural e participante assíduo dos eventos promovidos pela entidade. “É sempre tudo muito bem organizado, com uma equipe atenciosa. O Dia do Agricultor não é diferente. Sempre participo e me divirto. E hoje estou mais conten-
Euvira Brautigam França, esposa do associado João Paz França, ganhou a motosserra
te ainda, levando um GPS, que vai ter grande uso na propriedade”. Outra premiada foi a produtora rural Ivani Maria Limberger, esposa do associado Bruno Limberger. Ela ganhou um notebook (patrocinado pela Aeagro e Sindicato Rural). “A agricultura é uma atividade muito importante, afinal leva o alimento para as famílias. Merecemos esse dia e o Sindicato Rural promovendo esse evento nos faz sentir ainda mais motivados, pois, de fato, é uma homenagem e valorização para nós, produtores rurais”. O grande prêmio, cobiçado por todos, uma TV de 46’’ (patrocinada pela Agrícola AGP e Sindicato Rural), foi para o sócio Wilmar Schneider. “Estou muito feliz e não poderia estar diferente. Ganhei o melhor prêmio e ainda estou levando outros brindes sorteados. Não só por isso, mas hoje é um dia especial para nós agricultores e foi bem comemorado nesta tarde festiva. Aproveitei bastante”.
Ivani Maria Limberger, esposa do associado Bruno Limberger, levou para casa o notebook
Wilmar Schneider, associado ao Sindicato Rural, à direta da caixa, ganhou a TV 46” Revista do Produtor Rural do Paraná
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CANDÓI REUNIU 120 PESSOAS
Luiz Carlos Colferai, diretor da Extensão de Base
E
m Candói, o Dia do Agricultor na Extensão de Base do Sindicato Rural teve uma programação marcada por sorteio de brindes, coquetel e também a abertura da Exposição Fotográfica Fazendas Históricas de Candói. Na abertura do evento, o diretor
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Luiz Carlos Colferai destacou o valoroso trabalho do homem do campo, para a construção e desenvolvimento sócio-econômico do Brasil. “O produtor rural é realmente um herói anônimo que vem com seu trabalho persistente e seu suor en-
frentando as dificuldades e as vicissitudes do setor, sem contudo esmorecer”, disse. O diretor Lincoln Campello também prestigiou o evento e cumprimentou os produtores rurais presentes, pela data.
Exposição Fazendas Históricas de Candói Com 20 fotografias, a mostra destaca as propriedades Fazenda dos Porcos, Fazenda Candói, Fazenda Campo Real e Fazenda São João. A abertura da exposição contou com a participação dos proprietários Nelson Bremm e Gerson João Mendes de Abreu. As 20 fotos são originárias da série de reportagens “Fazendas Históricas”, que a Revista do Produtor Rural vem apresentando desde de fevereiro de 2014, abordando a história de propriedades rurais da região surgidas no século XIX e no início do século XX. A Exposição ficará aberta à comunidade diariamente, de segunda à sexta-feira, das 8 às 11h30 e das 13 às 17h30.
FESTA EM CANTAGALO FOI UM SUCESSO
A
ssociados e parceiros prestigiaram o evento na Extensão de Base Cantagalo. A confraternização foi marcada por sorteio de brindes e coquetel. A diretora Nilceia Veigantes destacou, na abertura do evento, a importância da data. “Graças a sua vocação e perseverança, o produtor supera-se a cada dia, aprimorando-se tecnicamente na busca de melhor produtividade, visando o aumento da produção de alimentos para o consumo interno e contribuir diretamente para a geração de empregos, movimentando os demais segmentos da economia nacional, assegurando a tranquilidade da população brasileira”, apontou. Mais de 60 pessoas participaram do evento em Cantagalo.
Nilceia Veigantes, diretora da Extensão de Base (ao centro)
Mais fotografias do dia do agricultor em Guarapuava, Candói, Cantagalo, você pode visualizar no site www.srgpuava.com.br (multimídia) e no facebook do Sindicato Rural de Guarapuava Revista do Produtor Rural do Paraná
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Seminário
TENDÊNCIAS DO MERCADO
A
lém da programação festiva, o Dia do Agricultor 2015, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava, em 28 de julho, apresentou também, na sede da entidade, um importante evento realizado pela Federação da Agricultura do Paraná (FAEP): o Seminário Tendências de Mercado de Soja, Milho e Trigo. O seminário teve como principal atração uma palestra do consultor Flávio França Junior, que atua há 30 anos em análise agroeconômica e de mercados de commodities. Com a presença de um público de cerca de 100 pessoas, o seminário tam-
bém trouxe informações sobre política agrícola, logística e meio-ambiente. Coordenador do Departamento Técnico-Econômico da entidade, o economista Pedro Loyola falou sobre Cadastro Ambiental Rural (CAR) e sobre seguro agrícola. “A iniciativa do seminário visa que o produtor possa fazer um melhor planejamento da sua comercialização, uma melhor estratégia de compra de insumos e tomar a melhor decisão sobre o que ele vai plantar”. Loyola acrescentou que, neste ano, sua explanação ressaltou a necessidade dos proprietários rurais paranaenses acelerarem sua inscrição no CAR. “O que nos preocupa é que o Paraná está atrasado em relação
Consultor Flávio França Jr, comentando soja, milho e trigo
ao resto do Brasil. Temos só até o dia 5 de maio de 2016 e apenas 28% das áreas têm o cadastro”, comentou. Com base em dados de 30 de junho de 2015, ele mostrou que o percentual é pequeno não só em relação ao próprio Estado, mas também em termos nacionais: na região Norte já são 76,52% de áreas cadastradas. A região Sul, 19,87%, atrás do Nordeste, com 23,01%. Já na questão do seguro rural, Loyola destacou que aquela modalidade de proteção à produção encontra-se muito mais desenvolvida em países como os Estados Unidos e que, no Brasil, necessita de aperfeiçoamentos, para uma maior efetividade. Mas ele também
Estamos num momento do mercado internacional bem conservador em termos de preços” Flávio França Jr., consultor
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Consultor Flávio França Jr. Commodities agrícolas
Pedro Loyola, da FAEP: Paraná não pode deixar o CAR para a última hora
ressaltou ser necessário o produtor rural estar consciente de seus deveres no seguro, para não perder o direito à indenização em caso de danos na safra. Na palestra sobre as tendências de mercado, França Jr. deixou uma mensagem: na atual conjuntura, com estoques mundiais elevados, ele vê pouco espaço para elevações nos preços pagos ao produtor. Para detalhar o assunto, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com o consultor e traz sua análise.
“Estamos num momento do mercado internacional bem conservador em termos de preços, por conta do aumento da produção mundial (de grãos) e consequentemente aumento de estoques. Vivemos um bom momento de consumo mundial, mas há uma sobre-oferta momentânea. Tanto soja, como milho ou trigo, estão com preços abaixo da média. Isso, já desde o segundo semestre do ano passado e todo este primeiro semestre de 2015. O perfil para o restante do ano e o começo do ano que vem ainda é conservador, na medida em que temos a confirmação de três safras recordes na América do Sul, com a possibilidade, no final deste ano, de mais aumento de área para a soja. Milho, somando verão e inverno, também deve aumentar no Brasil. Então é um cenário de mais oferta. E a safra norte-americana, que está em andamento agora, teve de novo aumento de área. Tudo joga para a manutenção de estoques elevados. Felizmente, na nossa formação de preços, no mercado interno, este é um ano de câmbio (do dólar) alto, em elevação. Não há nenhum espaço para o câmbio cair, como todas as nossas dificuldades políticas e econômicas. O câmbio forte vem sustentando os preços, ainda elevados, para a soja e o milho, principalmente. No trigo, acaba ajudando um pouco. Então, você tem, no câmbio, a alternativa que vem mantendo os preços, para a temporada, ainda num nível remunerador. Estamos em 2015, com preço internacional baixo, porém renda, aqui no mercado interno garantida. O cenário para 2016 não é muito diferente. Continuamos precisando de uma variável de clima. Mas mesmo sem esta variável, devemos sobreviver também, com esta questão cambial”.
(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br
Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR
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Profissionais em destaque
Antoniele Serpa, Mariane Dal Comune, Rafael Osternach, Roni Zanovello, Guilherme Zambonin e Juliano Burko - Grupo AgrisusBrasil (Unicentro)
Jonas Silva (JPS Pecuária)
Edenilson Coniezmi, Valdir Júnior, Lucas Souza, Ana Eliza, Erika Jardim, Camylla Coniezmi, Alexander Gabriel, Cláudio Porto e Ruan Gabriel Coniezmi (Torre Forte)
Poliane Padilha, Sintia Rodrigues e Chaiane Pietras (Unicesumar)
Fernando Scartezini e Amanda Felchak (Retífica Scartezini)
Bruna Rafaela Fontana e Alessandro Pelegrini (Connan)
Fábio Hamasaki, Orlei Bufoliski e Jorge Varela Júnior (Agrichem)
Projeto Identidade Sindical
Antônio Fernando Luchetti (BASF)
Felipe Kuczny e Alexandre Bombardelli (Tortuga)
Joseanne Arana, Marcio Alexandre Rockenbach, Luciana de Queiroga Bren e Kiulza Morana Ribeiro (Banco do Brasil e Sindicato Rural de Guarapuava)
Rodrigo Alvarenga, Guilherme Justus e Nelinho Ribeiro (Unimed)
Hamilton Vigaró Neto (BEQUISA) e Alcemir Oliveira (TECNIGRAN)
Espaço Kids&Teens
Gabriel B. S. Szabo, no manejo dos cordeiros, na Fazenda Sta. Fé - Pitanga PR
Maria Clara A. Lacerda Bremm, filha de Talita Abreu Lacerda Bremm
Junior Ricardo Rodrigues, filho de Silmara Freitas e Júlio Rodrigues
Cristiano Irnélio Amaral EMPRESA: Projetos Agropecuários
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Verônica Araújo, filha de Valdomiro Araújo e Dionir Madruga Araújo
Ruan Brandeleiro, filho de Valmira S. Brandeleiro e Paulino Brandeleiro
o e-mail: foto para r Envie sua ava.com.b o@srgpu ca a ic n u com
Produtores em destaque
Max Ted Teixeira, Rodolpho L. W. Botelho e Renato Zancanaro
Rivair Sebastião Fritz
Pedro Lucca
Valdir Antoninho Dezingrini e Margarida Mayer Dezingrini
Edson Luiz Sampaio
Antonio Cassol
Luciane Maciel Almeida
José Vilmar Sopchuk
Zeni Aparecida Padilha Muzzolon
Novos sócios
Edilson Geraldo Mugnol
Enio Mendes Dangui
Helena Maria Busmayer Matheus
Luciana Campello de Souza
Robson Schneider
Rosangela Campello Blanc
João Telma
Marcio Maciel Almeida Revista do Produtor Rural do Paraná
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Ernst Michael Jungert Felix Wild Murilo Pereira Marcondes Rafael Mendes De Araújo Tadeu Zukovski Palinski Wilson José Pavoski Adriane Thives A. Azevedo Alceu Cícero Kuntz Rômulo Klüber Silvio Borazo Thiago Mayer Vanda Kaminski Walter Knaf Adelino Bridi Edilson Geraldo Mugnol Luiza Maria Soares Pacheco Soeli Flizicoski Mariani Alcides Rozanski Antônio Ferreira da Rocha Helcio Luiz Carneiro Roseira Leopoldo Bayer João Francisco De Lima Luis Henrique Virmond Roberto Motta Júnior
05/09 06/09 06/09 06/09 06/09 06/09 06/09 07/09 07/09 07/09 08/09 08/09 09/09 09/09 09/09 10/09 11/09 11/09 12/09 12/09 12/09 14/09 14/09 15/09
Viviana Hyczy Kaminski Antônio Izaias Lustosa Dari Araújo Filho Gerald Steffan Leh Patrikk John Martins Rolando Fassbinder Sergio de Moraes Elke Marina Leh Basso Miguel Mayer Norbert Reichardt Gilberto Franco de Souza Sandra Tikamori Dorotea Stock Wild Gertrudes Salete Marcondes José Carlos Trombini Ana Meri Naiverth Luiz José Royer Victor Hugo Martinazzo Bartus Marius Voorsluys Khristian Duhatschek Laurence Augusto Virmond Adriana Loures M. Botelho Emílio Carlos Weyand Helmuth Duhatschek
15/09 15/09 15/09 16/09 16/09 16/09 17/09 17/09 18/09 19/09 19/09 19/09 19/09 19/09 20/09 20/09 20/09 20/09 21/09 21/09 21/09 21/09 21/09 21/09
Juliano Ferreira Roseira Leonardo Valente Hyczy Neto Nery José Pacheco Antônio Kramer Rocha Luci Kholer Tomporovski Roni Antônio Garcia da Silva Jakob Gartner Júnior Sanir Karam Semaan Nilcéia Mabel K. S. Veigantes Adam Egles Fábio Luiz de Siqueira José Krendenser Magdalena Schlafner Oscar José Rigoni Antônio Zuber Filho Arnaldo Stock Luiz Marcos Muzzolon Waldemar Geteski Ana Paula Ferreira Ransolin Eva Ursula Milla José Ubiratan de Oliveira Leonel Macedo Ribas Filho Robercil Fabro Teixeira Ulisses Lustosa
22/09 22/09 22/09 22/09 23/09 24/09 25/09 25/09 25/09 25/09 26/09 27/09 28/09 28/09 28/09 28/09 29/09 29/09 30/09 30/09 30/09 30/09 30/09
Américo da Luz Ribeiro Josef Mayer Nelson da Silva Virmond Roberto Kungel Júnior Robert Duhatschek André Diedrich Herculano Jorge de Abreu José Hamilton Moss Neto Morel Pereira Keinert Rosangela Campello Blanc Erwin Brandtner Manoel Toczek Elemar Perinazzo Euclides Ribeiro Turra João Amazonas F. de Brito Olinto José Pazinato Celso Denardi Valderico Miguel da Silva Adam Stemmer Alisson Martins Andrade Ervin Anton Stock Júlio Cezar Domenico G. Bernardi Marcos Majowski
OUTUBRO
ANIVERSARIANTES/2015
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Leonel Ribas José Carlos Karpinski José Pastal Alcioly Therezinha G. de Abreu Alfeo Muzzolon Andreia O. Mariotti Nunes Geovani de Col Teixeira Juarez José Simão Marcelo de Araújo Fonseca Simone Ferraz Ruy Stoeberl Edmar Udo Klein Evelyne Leh Klein Franciele Goes L. de Pieri Hans Fassbinder Lilian Cristiane Tambosetti Mário Cezar Bueno Danguy Raul Milla João Carlos Nunes da Rocha Konrad Gottel Roberto Pfann Sérgio Nobumasa Suzuki Valdir Deschk Antônio Vanderlei Bayer Marcio Duch Suzana Rickli
07/10 07/10 07/10 08/10 09/10 09/10 09/10 10/10 10/10 11/10 11/10 11/10 12/10 12/10 12/10 13/10 14/10 14/10 14/10 14/10 14/10 15/10 15/10 16/10 16/10
Ewald Mullerleily Maria de Lourdes Keller Trajano Duarte Alves Felipe Dittert T. de Macedo Cruz Dalby Giovani Karkle Luiz Fernando Ribas Carli Osni Carlos Raulik Helmuth Zimmermann Robson Lopes de Araújo Aline Maria Schimim Mendes Laury Lopes Frites Roque Marcio Veviurka Cícero Rogerio Kuntz Manfred Michael Majowski Sigrid Aparecida Wolfl Essert Rita Maria Martins Andrade Carlos Boromeus Mitterer Harald Duhatschek Josue Martins de Oliveira Luciano Farinha Watzlawick Rudolf Abt Luiz Orlando Araújo Maria de Lourdes Túllio Ciro Geraldo Oliveira Araújo Valmor Bellatto
17/10 17/10 17/10 17/10 18/10 18/10 19/10 19/10 19/10 20/10 20/10 20/10 20/10 21/10 21/10 21/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10
Antônio Bayer Eduardo Gelinski Júnior Gisele Remlinger Pedro Irineu Weber Daniel Primak Alves Regiane Ap. Cordeiro Lustosa Alfred Milla Jakob Weckl Maria Luzia Klots Gerster Ambrósio Antônio Antônio Carlos Kimak Arthur Pires de Almeida Tacyano Lunardi Potulski Cláudio Ivatiuk Romilda Hanysz Noriler Vinícius Virmond Krüger Ciro Antônio Brojan Clodoaldo Diniz Júnior Denilson Fadel Elfriede Barbara Mayer Emílio Antunes da Costa Ercio Padilha Carneiro João Arthur Barboza Lima Rosalye Pfann Denardi
23/10 23/10 24/10 25/10 25/10 26/10 26/10 26/10 26/10 26/10 27/10 27/10 27/10 28/10 28/10 29/10 30/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10
Daniel Marcondes Canestraro Hildegard Victoria Reinhofer Marianne Milla Wolfl Alair Valtrin Lucindo Zanco Irene Weigand Scherer Marcos Antônio Thamm Rainer Mathias Leh Richard Wilfried Seitz Waltzer Donini João Maria Pereira Max Henrique Spitzner Sebastião Nei Küster da Silva Cleis de Araújo Fonseca Noelia Mara Cordeiro Marcondes Augusto Krüger Filho Mario Luiz Marcondes Cordeiro André Yoiti Endo Arno Vier Daisy Virmond Jonathas Baggio P. Schineider Maurício Mendes de Araújo Mauro Mendes de Araújo Thiago Tateiva
Confira a agenda de eventos agropecuários: Arraiá Beneficente do 3º Ovinotec Hospital São Vicente Cooperaliança Guarapuava (PR) 19 e 20 de setembro Parque de Exposições Lacerda Werneck (42) 3621-7800
Guarapuava (PR) 25 de setembro Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3622 - 2443
Congresso Brasileiro de VIQualidade do Leite Curitiba (PR) 23 a 25 de setembro Centro de Eventos Sistema FIEP - Curitiba (41) 2105 – 1700 - www.cbql.com.br
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SET/OUT
2015
Congresso Regional de Simpósio 19º Brasileiro de Semente Bovinocultura de Leite Foz de Iguaçu (PR) 14 a 17 de setembro Hotel Rafain Palace www.cbsementes.com.br
– Agrária Wintershow Guarapuava (PR)
20 a 22 de outubro Campos da FAPA – Cooperativa Agrária Entre Rios (42) 3625 - 8035
Guarapuava (PR) 7 a 9 de outubro Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623 - 1115
Agroleite Castro (PR)
20 a 24 de outubro Castrolanda (42) 3234- 8000
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