Srg rev prod rural 55 web

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano IX - Nº 55 - Jun/Jul 2016 Distribuição gratuita

Revista do Produtor Rural do Paraná

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Reunião de comissão técnica ofereceu “aula” sobre silagem

SINDICATO E SEAB FEIJÃO

78 Bovinocultura de leite

Curso

Propriedades rurais com gestão financeira

Emater completou 60 anos

OLERICULTURA

PECUÁRIA MODERNA

Reunião do VTN reajusta só a terra mecanizada Clima e quebras elevam preço no mercado Família encontra nas hortaliças a esperança de recomeçar

Cursos destacam nutrição e sanidade

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Inverno frio e com possibilidades de fortes geadas

Comemoração

MERCADO

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Agrometeorologia

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Somando forças para alavancar a bovinocultura de corte no PR

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Manchete

GUARAPUAVA

Depois de cair em fevereiro e março, preços internos de soja sobem forte em abril e maio Feira de Bezerros 2016: priorizando qualidade


Diretoria Presidente

1º Vice Presidente

2º Vice Presidente

1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Anton Gora

Gibran Thives Araújo

Cícero Passos de Lacerda

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Conselho Fiscal Titulares:

Luiz Carlos Colferai

Projeto gráfico

Redação/Fotografia Editora-Chefe

Repórter

Repórter

Luciana de Queiroga Bren Reg. Prof. 4333

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Pré-distribuição

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

Alexandre Seitz

Anton Gottfried Egles

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

Nossa capa Foto capa: Sindicato Rural de Guarapuava / Manoel Godoy

Lincoln Campello

Suplentes:

Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação

Distribuição

Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br

Guarapuava, Candói e Cantagalo:

Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR

Distrito de Entre Rios:

Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR

Mundial Exprex

Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 2.500 exemplares André Zentner

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


Editorial

PECUÁRIA MODERNA. EU PARTICIPO!

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inalizamos essa edição após um evento que certamente entrará para a história do Sindicato Rural de Guarapuava: o Dia de Campo de Bovinocultura de Corte - Pecuária Moderna, que reuniu, durante sua programação, mais de 600 pecuaristas da região. Com programação técnica focada no objetivo do plano estadual que visa alavancar a bovinocultura de corte do Paraná, o evento mostrou que estamos no caminho certo. Mostrou que estamos escrevendo um novo capítulo da história do setor pecuário paranaense. Agora é tudo ou nada. Governo, FAEP, Senar, Sindicatos Rurais, Sociedades Rurais, Universidades, entidades públicas e privadas, empresas, cooperativas, técnicos, produtores rurais: todos unidos em prol desse desenvolvimento. Animados, focados, interessados. O que nos deixou mais feliz neste evento foi perceber que, de fato, os pecuaristas querem mudar. Existe um interesse coletivo e isso nos dá ânimo para seguir em frente. Queremos convidar todos os pecuaristas que ainda não fazem parte desse grande projeto para se juntar a nós, participando dos dias de campos e palestras técnicas. Procure o Sindicato Rural e informe-se sobre o programa. E não por acaso, essa é a nossa reportagem de capa. Fiquem também de olho nos artigos técnicos da publicação. O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos (Somar) diz que esse será um inverno típico, como há muito tempo não se via. Mais geadas severas e muito frio, podendo ser um limitador para as culturas de inverno.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Agosto tem Expogua - Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava. Leilões, julgamentos de animais, Encontro de Produtores de Leite, rodeios, pavilhão da indústria e comércio e shows, que prometem lotar o Parque de Exposições Lacerda Werneck. O produtor da região não pode ficar de fora. Confira toda a programação na revista. Trazemos ainda a cobertura de todos os eventos promovidos ou apoiados pelo Sindicato, como palestra técnica sobre silagem, para produtores de leite; Feira de Bezerros de Guarapuava, promovida pelo Núcleo de Produtores de Bezerros; 60 anos da Emater; curso de gestão financeira para propriedades rurais da MPrado Consultoria, promovido pela Agropantanal; reunião para definição do Valor da Terra Nua (VTN), entre outros. Entenda também porque o preço do feijão disparou e conheça a história de uma família que está investindo em hortaliças. Queremos deixar também registrado, neste espaço, os nove anos da Revista do Produtor Rural, recém completados. Comemoramos esse aniversário com a retomada de muitas parcerias. Fazemos aqui um apelo para que todas as empresas do setor se juntem a nós e também aquelas de outros setores que têm interesse no público alvo da publicação, que é o produtor rural de Guarapuava e região. Peço o apoio de todos para que possamos seguir em frente, pois unidos somos mais fortes! Boa leitura!

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A geada em propriedade rural no Vale do JordĂŁo (Guarapuava-PR), sob o olhar de Anselmo Caldas. Junho/2016

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ARTIGO Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

Lembrando um pouco da história

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uem não tem passado também não tem futuro, é o que dizem as pessoas já bem vividas. As experiências do passado evitam cometermos os mesmos erros no futuro. Erros normalmente têm um custo e a tecnologia que temos hoje é o acúmulo de conhecimentos gerados em anos passados. A agropecuária em Guarapuava e região - o município de Guarapuava antigamente era extenso - iniciou com criação de gado em áreas extensivas em pastos naturais. Devidos às grandes extensões de áreas, a atividade se viabilizava até que técnicas básicas adotadas em outras regiões, principalmente no Rio Grande do Sul, começaram a concorrer conosco com vantagens. Era hora de mudar: ou se introduzia novas tecnologias ou se mudava de atividade. E foi justamente naquela época que iniciou uma colonização de refugiados europeus nos campos de Guarapuava para implantar e viabilizar a cultura do trigo. Trigo todo ele importado pelo Brasil de outros países produtores. Foi a primeira reforma agrária que se fez, penso que no Brasil. O governo adquiriu grandes extensões de terras e as revendeu em lotes de aproximadamente 20 ha por família beneficiada. As famílias tiveram que comprar as suas terras e foram concentradas em núcleos (cinco colônias), para ficarem per-

to da sua terra - visto que naquele tempo tudo era feito com tração animal - visando que mantivessem uma vida comunitária. Logo, no mundo, começou a mecanização e era necessário também que essa colonização se adaptasse à nova realidade. A Cooperativa, responsável pelo projeto de colonização, comprou as máquinas, para que fossem usadas comunitariamente. Não deu certo. A filosofia socialista nunca funcionou e também não iria funcionar nesse projeto. Era necessário mudar. Mas mudar como? Para que cada produtor adquirisse o seu parque de máquinas era necessário plantar, no mínimo, 100 ha. Essa era a escala mínima para sustentar uma família com a respectiva infra-estrutura. Mediante essa realidade, foi implantada uma reforma agrária ao contrário. Procurou-se juntar áreas pequenas e os proprietários que vendiam a sua área ao vizinho podiam adquirir um lote de 100 ha em um novo projeto de reforma agrária. Relembro tudo isso para demonstrar que o socialismo nunca funcionou e nunca vai funcionar em lugar nenhum do mundo e também para confirmar o que todos sabemos: para sobreviver na atividade é necessário ter escala. Mas ter escala como? Se hoje, em nossa região, é impossível adquirir terras, mesmo arrendar terras, e por outro lado,

quando as terras são passadas para os filhos, os lotes ficam cada vez menores. Parece que só resta uma saída: diversificar. Produção de leite, carnes, hortaliças. Mas essas atividades também necessitam de escalas, tecnologias e novos investimentos para serem viáveis. Nota-se na região já um grande crescimento do cultivo de hortaliças, de produção de leite e de carne. Mas será que a implantação desses novos meios de produção está sendo feita corretamente? Ou o que parece ser uma solução hoje pode vir a ser uma grande dor de cabeça amanhã? Penso que nessa nova realidade seria necessário um engajamento maior do poder público, entidades e associações de produtores. Já passamos por tantas dificuldades e achamos soluções! Uma das nossas maiores dificuldades no passado foi a erosão. Da dificuldade, a partir de decisões erradas, como as curvas de nível, encontramos a solução definitiva no plantio direto. Do binômio trigo-soja conseguimos evoluir para um sistema de produção hoje sustentável, dentro de uma rotação de cultura. Dessa dificuldade chamada “ESCALA”`, que eu observo hoje, precisamos também achar uma solução, não definitiva porque essa não existe, mas pelo menos que nos ajude a visualizar novos horizontes.


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Trigo

A união faz a força. E também os melhores produtos.

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nstalado em Guarapuava desde a década de 1930, o Moinho São Luiz acompanhou o crescimento da cidade. Investimentos em tecnologia e equipamentos promoveram uma evolução na produção, que mais recentemente vislumbrou uma nova área de atuação: a parceira direta com o produtor. É sobre essa parceria que cresce o desenvolvimento, tanto do Moinho quanto dos agricultores. Os campos de Guarapuava são ideais para o cultivo de cereais de inverno, nosso clima é propício a esses cereais, sendo o trigo o grande destaque. Nos meses de junho e julho ocorre o plantio das sementes de trigo, e desde muito antes desse período, o Moinho São Luiz já está acompanhando o produtor. Antes do início do plantio a parceria entre o moinho e o produtor já está funcionando, com a indicação das variedades de trigo que melhor se

adaptarão ao clima e também quanto a finalidade do uso. E esse acompanhamento vai longe. Começa antes do plantio e vai até a colheita, para logo depois recomeçar, já pensando na próxima safra. Essa parceria tem dado excelentes frutos, tanto para o produtor, que tem maior facilidade de comercialização, quanto ao moinho, que recebe matéria prima de qualidade, que depois se torna um produto de primeira linha. Ou seja, para que o moinho tenha um bom ano de moagem é necessário que a safra seja qualificada, e isso começa lá no início, na seleção das variedades que serão cultivadas. No biênio 2014/15, o moinho in-

vestiu em um laboratório com equipamentos modernos que possibilitam a análise dos trigos colhidos, realizando a avaliação e a classificação, proporcionando a comercialização com o preço adequado à qualidade da safra. As análises oferecidas são: alveografia, falling number, colorimetria (Minolta), análise de cinzas, glúten, PH, umidade e moagem experimental. A parceria entre comprador/beneficiador e o produtor é uma alternativa muito interessante a ambos, que conseguem produtos de qualidade com a certeza de comercialização. A união, definitivamente, é o caminho para o sucesso.

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Cereal de Inverno

Trigo melhora rentabilidade do sistema de produção de grãos

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trigo no Brasil é uma cultura viável e necessária no sistema de produção de soja e milho. A vantagem vem do ambiente de clima temperado/subtropical, que permite dois e até três cultivos por ano, na mesma área. Em regiões de clima temperado e frio, no inverno a renda vem desta única cultura e seus custos também devem ser todos absorvidos pela mesma. Numa análise simplista, o trigo no Brasil melhora a lucratividade da propriedade como um todo, ao dividir os custos fixos diretos, como funcionários, arrendamentos, impostos e outros. Esses custos estarão presentes independentemente de quantas culturas estejam envolvidas. Além disso, a cultura do trigo ainda gera benefícios indiretos na fertilidade química, física e biológica do solo, na supressão natural de pragas e na cobertura vegetal da lavoura.

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Certamente, os benefícios vão além da redução de custos já que as culturas de outono e inverno, como o trigo, são necessárias no manejo de plantas daninhas, pragas e doenças. Elas desempenham a função de alternância de culturas no manejo da fertilidade, da supressão de pragas, plantas daninhas e doença, no sistema de produção de culturas de verão. Segundo o engenheiro agrônomo e melhorista da Biotrigo Genética, André Cunha Rosa, o investimento em programas de manejo que envolvam a diversificação de culturas, especialmente com a inclusão do trigo, melhora a sustentabilidade do negócio. “Um dos maiores benefícios é a possibilidade de utilizar a mesma estrutura física e de pessoas que as culturas de soja e milho, reduzindo o impacto dos custos fixos sobre as culturas de verão, melhorando assim, a rentabilidade da propriedade como um todo”, ressalta. Considerando o manejo da cultura, a inserção do trigo permite ainda o aproveitamento dos investimentos efetuados realizados no solo após a colheita, já que eles são reabsorvidos pela cultura seguinte, como a soja. “O agricultor precisa se dar conta de que é necessário melhorar o manejo da lavoura para controlar as invasoras com os herbicidas disponíveis hoje e não esperar por uma molécula milagrosa, que a indústria não tem previsão de lançar. Uma das ferramentas que traz um bom resultado é a introdução do trigo no manejo da lavoura para controlar de forma barata e eficiente estas invasoras”, complementa Rosa.

Dá para ganhar dinheiro produzindo trigo A complexidade no manejo dos fatores que determinam a produtividade exige mudanças nas práticas tradicionais de produção de trigo. A escolha da cultivar adequada ligada a um bom manejo possibilita aumentar a renda no inverno em anos adequados e não perder em anos atípicos. Segundo o Engenheiro Agrônomo Dirceu Gassen, o manejo atual permite alcançar as produções até hoje obtidas. No entanto, para manter-se na atividade aumentando as produções, é necessário mudar em todos os processos de produção da lavoura. “Não haverá evolução em agricultura sem incorporação significativa de ciência, de conhecimento e de tecnologia”, afirma. Estudos realizados com agricultores que apresentam produções médias elevadas e rentabilidade na produção de trigo destacam o capricho nos processos, a execução de práticas na hora certa, a assistência técnica e pessoas com paixão pela agricultura, como diferencial na produtividade de lavouras. “Sempre haverá possibilidade para a redução nos custos e de reavaliação nos investimentos. Entretanto, é necessário considerar que produzir mais demanda investir em tecnologia e tomar decisões com base em dados gerados na lavoura”. Conforme Gassen, a análise da produção por região evidencia que


os melhores agricultores produzem 40% acima da média geral, com as mesmas cultivares, clima e solo. “Adicionalmente, as manchas de alta e baixa produção têm custos semelhantes – evidenciando que a melhor solução não passa, necessariamente por maior investimento, como se costuma imaginar”, ressalta.

Semeadura e o potencial de grãos Gassen explica que as perdas maiores nos processos de produção de trigo ocorrem nas falhas de semeadura e na quantidade elevada de sementes agrupadas, gerando plantas dominadas e incapacidade de compensação nas fases vegetativa e reprodutiva de trigo. “A meta de produção de trigo deveria ser de 400 espigas/m2. A quantidade de sementes usada na semeadura, em geral, é superior à meta desejada de espigas por unidade de área, sem contar com afilhos. Já a semeadora deveria posicionar as sementes entre 3 e 4 cm de profundidade e espaçamento de 1,5 cm entre plantas para distribuir 400 espigas/ m2, com espaçamento de 17 cm entre as fileiras de semeadura”, detalha.

A fertilidade de solo e a aplicação de nutrientes é outro fator crítico que limita o potencial de produção. “É necessário considerar que a estimativa de aproveitamento dos fertilizantes aplicados na lavoura é de 50%. Assim, na composição de 4,5 toneladas de grãos de trigo é necessário aplicar aproximadamente 250 kg de ureia, 400 kg de uma fórmula de K2O, a 30% e P2O5, a 15%”, explica. Já na adubação, orienta que deve ser planejada no sistema de produção. “Desta forma, se reduz o risco de perder os nutrientes com boas práticas agrícolas ou no caso de frustração de safra, pois os minerais são componentes da biomassa vegetal e serão liberados na mineralização do material orgânico”. Depois da semeadura com qualidade e a adubação necessária para a meta de 16 mil grãos/m2 (400 espigas com 40 grãos), é necessário destacar a importância do índice de área foliar (IAF), para garantir o peso e a qualidade de grãos. Até 1986, quando a média de produção de trigo era de uma tonelada por hectare e o desafio era produzir 1,5 t/ha, difundia-se a importância da folha bandeira, com a contribuição de 80% no peso de grãos por espiga. Hoje, com metas de 4 a 5 t/ha é necessário destacar que a folha bandeira em 400 colmos/m2 gera 1 m2 de área foliar, enquanto, a necessidade de IAF para pleno enchi-

mento de grãos é de 4:1. Assim, a meta de área foliar deve manter no mínimo três folhas sadias, até o fim da fase de enchimento de grãos, para garantir rendimentos elevados de grãos de trigo. Segundo Gassen, os preços de grãos são definidos pela composição da oferta e da demanda, mas a rentabilidade do agricultor é determinada pela eficiência nos processos de manejo para altas produções e gestão dos investimentos. Cabe ao agricultor, junto com seu assistente técnico, melhorar a qualidade nos processos de manejo que definem os componentes de rendimento e manejar as plantas para aumentar a produção e gerar rentabilidade no negócio. “Os componentes de rendimento de trigo compreendem 400 espigas/m2, com 40 grãos/espiga e 40 g de peso de mil grãos. A combinação dessas variáveis resultará em 6,4 toneladas por hectare, enquanto os rendimentos médios são de 2,5 t/ha”, estima. A qualidade da semente e do processo de semeadura, combinados com a proteção, definirão a emergência e o estabelecimento de plântulas. Duas semanas depois a planta definirá o número de afilhos e o potencial de espigas/m2. A área foliar sadia, contendo nutrientes para encher grãos deve ser de três folhas sadias por espiga até o enchimento pleno dos grãos.

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Tecnologia da Informação

A eficácia da mobilidade no campo aplicada na gestão do agronegócio

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BRISA Consulting, com mais de 20 anos de historia no Brasil, oferecendo soluções em tecnologia da informação aplicadas a gestão de recursos do Agronegócio, entre eles o FSIGN® (Florestal) e PECSIGN® (Pecuária), desenvolveu recentemente, em parceria com a UTEVA Agropecuária, a solução AGRISIGN® para atender as necessidades Operacionais e Gerenciais de controles Agrícolas.

Conceito de Gestão Agrícola O pilar de sustentação de todas as ferramentas da BRISA Consulting é o conceito de gestão baseado no melhor uso dos recursos naturais e produtivos. O planejamento e controle da execução das atividades são peças fundamentais dentro deste conceito.

A solução O AGRISIGN® é a ferramenta perfeita para aplicar os conceitos da gestão eficiente dos recursos agrícolas nas principais operações de campo. Sua concepção está focada na facilidade e eficácia do registro dos apontamentos em campo, propiciando uma visão tecnológica atualizada e prática, agregando inteligência, segurança e qualidade nas informações e na integração desta ferramenta com os demais softwares ERP´s existentes no mercado (BackOffice). É direcionada ao controle das atividades agrícolas, envolvendo as fases de preparo do solo, plantio, condução, colheita, transporte e outras ..., de maneira fácil e intuitiva. Possibilita ao Gestor acompanhar diariamente o resultado da execução de cada atividade, comparar os valores Orçados x Realizados e analisar o Custeio (Safra, Cultura, Produtos e todas as atividades realizadas no talhão).

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Aplicativos Mobile O AGRISIGN® Mobile propicia ao usuário o controle da execução de toda e qualquer atividade, planejada ou não, que ocorre na fazenda, Ponto Eletrônico (horários de entrada, saída e paradas de cada colaborador); consumo de combustível das máquinas e equipamentos; consumo de insumos (herbicidas, fertilizantes, etc ...), deslocamento de veículos, dentre outras possibilidades. Permite ao usuário trabalhar no campo de maneira OFFLINE e, somente na sincronização dos dados se faz necessário que o dispositivo esteja conectado a uma Rede (3G, 4G e/ou WiFi). É neste momento que os dados coletados no campo são enviados ao Servidor, assim como são verificadas e capturadas novas informações referentes às atividades e serviços a serem executados.


Foto: Revista Globo Rural

Eng. Agrônomo Fábio Cunha Gerente UTEVA Agropecuária

“A Agricultura brasileira, não menos que a mundial, vem avançando brutalmente em seus processos produtivos, apropriando-se intensamente de novas tecnologias e modernizando o campo. Por trás de toda essa movimentação tecnológica, podemos identificar objetivos muito simples, intrínsecos ao produtor rural, que são: minimizar os custos, aumentar as produtividades e maximizar os lucros. São esses os grandes desafios que enfrentamos para continuar competitivos no mercado. Porém, o que se observa no campo hoje, é que os maiores avanços têm ocorrido no setor de máquinas, implementos e tecnologias embarcadas, como GPS, pilotos automáticos, aplicadores, etc, e pouca coisa se tem visto no que

diz respeito à formação de capital humano e à gestão da propriedade rural. De pouco adianta um agricultor fazer investimentos milionários em brilhantes máquinas automatizadas se este encontra enormes dificuldades em saber qual é o custo real de uma hora trabalhada por ela em uma determinada cultura. O mesmo raciocínio é valido pra mão-de-obra, serviços e insumos. Nesse intuito, e para preencher essa lacuna do setor agrícola, foi pensado e desenvolvido o Sistema AGRISIGN®. Nós na UTEVA já estamos a 7 meses com o Sistema rodando no campo e os grandes benefícios que obtivemos foram: maior agilidade e assertividade no fluxo de informação com uso de Ordens de Serviço, levantamento preciso dos

apontamentos de hora máquina por talhão, serviço e safra, informação precisa do uso de insumos com data e hora da aplicação, e tudo isso convergindo para a geração do custo real mensal ou acumulado por safra (milho, soja, etc.), fazenda e talhão. Também propiciou a extração de relatórios específicos de equipamentos, pessoas e insumos. Outro benefício muito relevante foi na gestão de recursos humanos. Cada vez mais temos exigências legais e trabalhistas a cumprir, e o AGRISIGN® dispõem de modulo específico e integrado capaz de gerenciar de forma simples e transparente o “ponto eletrônico” de cada funcionário e, a partir disso, calcular suas horas trabalhadas, horas extras, faltas, folgas, férias, etc...”

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Notas Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Guarapuava (CMDR) reuniu-se, dia 6 de junho, na Secretaria Municipal de Agricultura. O agrônomo José Aurizonas Rocha ressaltou o significado da reunião: “O conselho é de importância fundamental para o produtor. Os projetos que a secretaria desenvolve passam pelo conselho, formado por associações de produtores e outras entidades ligadas à parte agrícola do município”, comentou. Entre as entidades, o Sindicato Rural de Guarapuava também participa, representado pelo diretor Jairo Luiz Ramos Neto (titular) e o vice presidente Anton Gora (suplente).

Visita de membros da empresa Black Opal Estiveram visitando o Sindicato Rural de Guarapuava, no dia 13 de junho, profissionais da empresa Black Opal (São Paulo), votada à cadeia produtiva da carne. Gustavo Moglia Dutra, gerente de produção, e Jay Ewald, diretor executivo, conversaram com a gerente do sindicato, Luciana Q. Bren. Os membros da Black Opal comentaram que vieram a Guarapuava para conhecer a experiência da CooperAliança. “Nosso trabalho é desenvolver toda a cadeia da carne, desde o terneiro até a comercialização”, explicou Moglia Dutra, especificando que o trabalho vai da genética à venda da carne produzida. Ewald, americano há cerca de 30 anos na América do Sul, observou que busca conhecer a realidade do setor no Brasil: “Quando entramos num país, queremos escutar e aprender com os grupos de sucesso, os produtores, as cooperativas, compartilhar informações e ideias”, destacou.

Comunicação: é preciso inovar constantemente

Treinamento da FAEP sobre DAP

Foto Fernando Santos / FAEP

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) realizou, dias 3 e 4 de maio, em sua sede, em Curitiba, capacitação sobre a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP). Participaram duas turmas de representantes de sindicatos rurais do Estado. Do Sindicato Rural de Guarapuava, Arnaldo Catapan, do departamento financeiro, esteve presente.

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A comunicação vem sendo debatida no Sindicato Rural. O site e a revista da entidade estiveram no centro de uma troca de ideias entre a gerente e assessora de comunicação Luciana Q. Bren, a agência Arketipo e a empresa Seletiva, da área de internet. Inovações para a página do sindicato na web e tendências gerais da comunicação na internet também foram pontos da conversa. Jornalistas da assessoria de comunicação da entidade também participam das reuniões.

Reunião de diretoria

A nova diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava realizou no dia 11 de maio sua primeira reunião de trabalho. Ao longo de cerca de quatro horas, foram debatidos temas como a conjuntura do agronegócio em nível local e nacional, as demandas dos produtores rurais e uma agenda de trabalho para este ano. Realizadas uma vez por mês, as reuniões de diretoria têm sido um fórum de troca de ideias e sugestões para as ações que o sindicato realiza em defesa dos produtores rurais.


Tecnologia

Almix: sistema permite gestão visual da fazenda à distância via internet

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Almix Soluções em Internet comemora, em 2016, 18 anos de atuação em Guarapuava e região centro-sul do Paraná. Para toda equipe, o momento tem um significado ainda mais especial: a empresa viu, nos últimos meses, intensa demanda por um dos mais recentes produtos de seu portfólio – um serviço que une a experiência acumulada no fornecimento de internet, a tecnologia de monitoramento em tempo real proporcionado por câmeras de alta qualidade de imagem e as tendências de dispositivos de navegação remoto. É o sistema de gerenciamento visual remoto, uma alternativa para residências e empresas, mas que, também no meio rural, vem desper-

tando interesse de agropecuaristas de referência. Conforme explicou o proprietário e diretor da Almix Soluções em Internet, João Manoel, em especial no segmento do campo, as utilizações vão desde aquelas que há tempos já seriam necessárias, até as novas, que os próprios clientes descobrem ao utilizar. Ao especificar o serviço, ele lembrou que a Almix sempre atuou no ramo de Internet e que hoje agregou as novas tecnologias de monitoramento por imagens. Portanto, frisou, o serviço, mais do que segurança, usa a internet para proporcionar um gerenciamento por imagens, remoto e ao mesmo tempo interativo. Esta ideia, completou, já antecipa também, em parte, a moderníssima tendência

João Manoel Almeida Jr. da Almix Internet: “O produtor pode ter informações visuais da Fazenda na palma da mão, auxiliando na gestão e segurança da propriedade

(para muitos, um futuro que começará a chegar em breve) da chamada automação de aparelhos e dispositivos via internet. Ou seja: a possibilidade de usar a internet para, à distância, realizar alguma operação em algum outro lugar, como ativar, regular ou desligar aparelhos. Somados estes conceitos, João Manoel destaca, com alegria, que a Almix chegou ao sistema que vem entusiasmando os clientes da área rural. O empresário especifica que, nesta tecnologia, a base é a interligação da propriedade rural com a internet. O sinal é transmitido a um ponto de recepção ou a alguma das centrais que a Almix possui no campo, espalhadas por uma região ampla em Guarapuava, Candói, Goioxim e Entre Rios. Ao mesmo tempo, são instaladas câmeras de vídeo também no alto de estruturas da propriedade ou em outros pontos que sejam considerados importantes tanto para o trabalho quanto para a segurança. A empresa oferece ainda a montagem de torres para as antenas, quando necessário. Os dispositivos de imagem, segundo ressalta João Manoel, oferecem qualidade de imagem ultra HD, possibilidade de aproximação de dezenas de vezes e monitoramento também em infravermelho, para registrar atividades à noite. A partir de então, várias informações visuais da propriedade passam a estar disponíveis. Em equipamentos fixos ou Revista do Produtor Rural do Paraná

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Do trabalho à segurança, imagens em tempo real Ao interligar câmeras na internet, Almix possibilita acessar no celular, em tempo real, atividades da rotina do trabalho na propriedade. Sistema, que também ajuda na segurança, pode ser visualizado ainda em notebooks (foto), computadores fixos ou em televisores. A qualidade da imagem é de Ultra HD e permite acesso em qualquer parte do mundo. Em Guarapuava, Candói, Goioxim e Entre Rios, várias Fazendas já aderiram à ideia.

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móveis (dependendo da disponibilidade de sinal de telefonia), podem ser vistas dentro da própria fazenda, na residência do produtor rural (para os que moram na cidade) ou em seu escritório. Por meio de dispositivos móveis, em qualquer lugar do planeta em que seja possível acessar o wif-fi. “O produtor pode estar num aeroporto, em outro país, e visualizar a fazenda”, completou. Mas para o diretor da Almix, o mais importante é o que o sistema possibilita na rotina do trabalho ou em termos de segurança. No cotidiano da propriedade, diante das muitas tarefas da agricultura e da pecuária, o empresário enumera que o produtor rural, onde quer que esteja, pode acessar a internet com seu celular e ver em tempo real o andamento dos procedimentos: recebimento e aplicações de insumos, plantio, pulverizações e colheitas. Criadores de gado podem checar o manejo, seja no pasto ou no confinamento. Outra utilização, que João Manoel aponta como importante para agropecuaristas, é poder ver através das câmeras, em tempo real, mesmo não estando na fazenda, como está o tempo por lá. Uma câmera pode até ser direcionada a um pluviômetro, sugeriu, fornecendo o dado das últimas precipitações. A informação, especificou, é fundamental para poder tomar decisões sobre carregamentos, aplicações, plantio ou deslocamento do gado, entre outros procedimentos. “O agricultor pode estar, no café da manhã, com as câmeras ligadas, vendo se vai preparar maquinário, se vai enviar máquinas ao campo, criando pontos, na fazenda, para as várias atividades”, acrescentou. Além disso, o empresário assinala que o sistema também se mostra útil para acompanhar, por exemplo, o uso de EPIs, necessários para algumas rotinas. Já para a segurança da propriedade, as câmeras, dispostas em geral em locais altos, cobrem uma ampla área, podendo mostrar permanentemente entradas, saídas, estradas, silos, barracões de máquinas, área de moradia dos colaboradores da fazenda, sede, entre outros locais importantes. Porém, ao lado de todas estas possibilidades, o que o diretor da Almix considera como um dos pontos mais interessantes para o produtor rural, é a tecnologia da interatividade com os

dispositivos. As câmeras, conforme especificou, são programadas para realizarem, durante todo o tempo, o que se chama de rota, ou seja, um trajeto, enfocando pontos determinados pelo cliente. Durante o percurso, também são possíveis aproximações (zoom), para verificar mais de perto determinada situação. Entretanto, o cliente, além de simplesmente ver as imagens em seu celular, pode também interagir, dirigindo o sistema. Com um toque na tela, consegue apontar as câmeras para diversas direções, procedendo inclusive às aproximações. Checada uma situação, novamente a partir de seu celular, ele pode recolocar o gerenciamento visual remoto no modo pré-programado, com as câmeras voltando a operar como antes. E mais: também as luzes de pátios ou outros espaços podem ser acionadas remotamente, pelo celular, notebook ou computador fixo. João Manoel completou que, se por um lado o telefone móvel é prático, por outro, as informações do gerenciamento visual remoto também podem ser ainda melhor observadas em dispositivos fixos, como televisões, devido à geração das imagens no padrão ultra HD. Entusiasmado, ele contou que o serviço, disponibilizado há cerca de dois anos na região, vem recebendo uma boa receptividade entre os agropecuaristas. Atualmente com torres no distrito de Entre Rios e em Pinhão, observou que a empresa tem comercializado planos rurais para Guarapuava, distritos de Entre Rios, Palmeirinha, Guará e também na região dos municípios de Candói e de Goioxim. Ao lado de propriedades voltadas a grãos e pecuária, granjas e leiterias também completam a carteira de clientes. Um dos produtores rurais que implantou o sistema, Marcos Clock, disse que em seu caso o mais importante é a segurança. “Acredito que foi este o motivo de aderirmos ao sistema, além do monitoramento agrícola, do dia a dia, de plantio, de colheita, preparação de solo. Estamos cuidando, atendendo a propriedade em todos os cantos: 100% da propriedade, temos ela em nossa visão. Acho que é uma coisa muito importante, para a questão de segurança, tanto nossa quanto do nosso pessoal que mora e trabalha na fazenda”, sublinhou.


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Inseminação artificial

Alta promove workshop sobre IATF e apresenta novos touros de maior fertilidade Evento aconteceu na Central da empresa em Uberaba/MG

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Alta promoveu no início do mês de junho o 2º Workshop Alta de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), na Central da companhia localizada em Uberaba/MG. Cerca de 130 pessoas participaram de plenárias sobre qualidade do sêmen vs. fertilidade a campo, tecnologias aplicadas a campo, sistema de cobertura de novilhas superprecoces e empreendedorismo. “Foi uma oportunidade de reunir

profissionais das empresas e instituições acadêmicas para trocar conhecimento e tecnologias. Estamos sempre preocupados em capacitar os profissionais do agro pensando no desenvolvimento do setor como um todo”, destaca Heverardo Carvalho, Diretor da Alta. Nomes renomados estiveram presentes como Gustavo Siqueira (APTA) falando sobre suplementação no sistema de recria a pasto; Pietro S. Baruselli (USP) com a palestra de plano reprodu-


tivo para cobertura de novilhas aos 14 meses de idade; Rogério G. Perez (Fazenda Brasil) contextualizando o plano genético e evolução dos resultados da fazenda; e Lino Rodrigues (USP) com precificação, prospecção de clientes e marketing na IATF. Na ocasião, os participantes conheceram em primeira mão os novos touros com maior fertilidade da bateria da Alta que fazem parte do programa exclusivo de fertilidade de sêmen da companhia chamado de ConceptPlus. A partir de agosto o mercado terá acesso a este material através do website da Alta. “Este programa é um dos mais importantes e identifica com precisão os touros, através de informações da prenhez ao campo. Além disso, é altamente eficiente, pois trabalha com modelo de bioestatística que contempla outros efeitos que interferem na fertilidade do campo, isolando a contribuição do touro na determinação da prenhez”, expli-

ca Manoel Sá Filho, gerente de programas especiais da Alta. O ConceptPlus apresenta respostas concretas sobre a variação da concepção de touros no campo que não são explicadas pelas análises laboratoriais. “Isso dá um passo a frente de qualquer tipo de especulação do mer-

cado de inseminação artificial”, completa o gerente. O evento teve como patrocinadores a Zoetis Brasil, MSD Saúde Animal, Ouro Fino Saúde Animal, Agener União – Saúde Animal, Biogénesis Bagó, Cargill Nutrição Animal e IVP Brasil.

Sobre a Alta Genetics A Alta Genetics é líder no mercado de melhoramento genético bovino do mundo. Com matriz localizada em Calgary, no Canadá, atua em mais de 90 países com nove centrais de coleta: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Holanda e China. Com 20 anos de história no Brasil, a empresa está sediada na cidade de Uberaba/MG, e tem como missão orientar pecuaristas sobre a melhor maneira de usar a genética aliada ao manejo, nutrição, ambiente, gestão e todos os processos para garantir um animal com todo o seu potencial genético. O compromisso da Alta é criar valor, entregar o melhor resultado e construir confiança com seus clientes e parceiros, em busca do desenvolvimento da pecuária. Mais informações no website: http://www.altagenetics.com.br.

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Agrometeorologia

Inverno frio e com possibilidades de fortes geadas

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Marco Antônio dos Santos Agrometeorologista, engenheiro agrônomo, mestre e doutor em agrometeorologia, consultor no segmento agrometeorológico para as empresas de insumos, trades e bancos. Desde 2008 é colaborador da Somar Meteorologia

om o fim do El Niño e a chegada do inverno no último dia 20 de junho, a nova estação tem tudo para ser um inverno típico, algo que há algum tempo não se via. Fato esse que pôde ser muito bem observado em meados de junho, com a passagem de uma massa de ar polar de fortíssima intensidade, a qual resultou em geadas generalizadas e com impactos em diversas lavouras. Nesse inverno, a tendência é que nenhum dos fenômenos climáticos, como La Niña ou El Niño, venham influenciar o clima. Desse modo, a estação será marcada pela neutralidade, sendo assim, massas de ar polar conseguirão avançar com maior facilidade e até mesmo com maior intensidade sobre o Brasil e isso poderá resultar num aumento da probabilidade de ocorrência de novas geadas, tão severas e abrangentes como as ocorrida no mês passado. E esse frio todo poderá ser um limitador para as culturas de inverno, como o trigo. Nas últimas duas safras, o excesso de dias chuvosos no período da colheita gerou perdas bastante significativas, principalmente no Rio Grande do Sul, mas este ano, a situação será diferente. Sem a presença do El Niño, não há previsão de chuvas acima da média tanto na segunda metade do inverno, como na primavera sobre as regiões produto-

ras de trigo do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Mas por outro lado, a probabilidade de ocorrência de geadas tardias poderá ser um limitador da produção de 2016. E com a possibilidade de novas geadas, outras culturas como o feijão, hortaliças e pastagens poderão ser novamente afetadas, reduzindo ainda mais a oferta desses produtos no mercado interno. Elevando seus preços e até mesmo resultar num desequilíbrio da inflação interna do Brasil, já que tais produtos pertencem ao pacote da cesta básica. Com relação ao regime de chuvas, por ser uma estação marcada pela neutralidade, as chuvas ficarão concentradas ao longo do período no Sul do Brasil, o que é normal para a época. Assim, grande parte do Sudeste, do Centro-Oeste e todo o Matopiba permanecerão com tempo firme e sem previsões de chuvas significativas e principalmente por vários dias consecutivos. Apenas Estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul é que eventualmente poderão registrar algumas pancadas de chuvas. Mas essas chuvas não deverão trazer grandes problemas, no máximo paralisações momentâneas na realização da colheita do café e da cana de açúcar, que por conta desse padrão meteorológico, manterá uma boa qualidade de seus produtos e com boas perspectivas de produtividade, uma vez

que o tempo seco e temperaturas mais amenas favorecem a maturação, concentração de açucares e a colheita, propriamente dita. E como fica o padrão climático para os Estados Unidos durante a primavera? Por lá as condições também serão de neutralidade, e é aí que está o problema, pois para que venham a ocorrer chuvas regulares e em bons volumes sobre as principais regiões produtoras de grãos é necessário uma forçante, que no caso é o El Niño. Por isso que as últimas três safras foram com produções excelentes. Mas este ano, sem a influência do El Niño, há perspectiva de que venham a ocorrer períodos de estiagem durante o verão norte-americano. E esses períodos poderão ocorrer justamente nas fases de florescimento e granação da soja e do milho, ocasionando perdas pontuais nos potenciais produtivos das plantas. Entretanto, não se espera quebras significativas na produção de grãos dos Estados Unidos nessa safra. Sendo que os mais pessimistas sugerem perdas entre 3 a 5%. Até porque para que venham ocorrer perdas mais significativas haveria a necessidade de que a La Niña já estivesse instalada, algo que só deverá ocorrer ao longo do outono, no hemisfério norte e primavera, no hemisfério sul. E nessa época a produção já estará totalmente definida.

Figura 1. Mapa de chuvas acumuladas no Brasil para o trimestre julho/agosto/ setembro de 2016

Figura 2. Mapa de anomalia de chuvas no Brasil para o trimestre julho/agosto/ setembro de 2016

Figura 3. Mapa de chuvas acumuladas para a América do Norte para o trimestre julho/ agosto/setembro de 2016

(Fonte: Somar Meteorologia)

(Fonte: Somar Meteorologia)

(Fonte: Somar Meteorologia)

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Aplicação foliar

Importância da adequação da calda na pulverização Engº Agrº Rodrigo R. Neves Engº Agrº Paulo H. Fialho

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mercado agrícola vem evoluindo, se moldando e se profissionalizando ano a ano e demonstra a toda uma nação que é o setor produtivo a ser seguido como exemplo de sucesso, tanto no âmbito administrativo e gerencial assim como no que tange aos avanços em tecnologia. Quando falamos em tecnologia, o campo vem mostrando que pensa e investe no melhor e sendo assim, após resolver problemas que levaram a produção nacional a dar saltos imensos em produtividade, agora foca nos detalhes, para que tudo saia perfeito desde antes do plantio até após a colheita. Durante as pulverizações de defensivos os produtores têm buscado afinar e melhorar as condições de aplicação, haja vista que há fatores naturais como condições climáticas, como temperatura e vento que, se não são controláveis, pelo menos são ajustáveis. Todo o espectro da tecnologia em aplicação, somado a produtos condicionadores de água, vem se mostrando cada vez mais eficientes e confiáveis ao produtor rural. As características da água utilizada no tanque de pulverização são notadamente importantes no resultado final do líquido a ser pulverizado, tanto em relação à retenção das gotas pela folha assim como na inativação dos produtos da mistura.

Como forma de diminuir os efeitos da qualidade da água em questões como excesso de deriva, espalhamento e pouca afinidade com a superfície foliar, tensão superficial da gota, alcalinidade (pH) e o excesso de sais dissolvidos, recomenda-se o uso de um produto eficaz em ajustar estes fatores acrescentado a água de pulverização antes de colocar qualquer outro produto. O excesso de deriva, sem exageros, “leva a eficiência e a lucratividade para longe” e evitar este fator negativo na aplicação tem relação intrínseca com a indicação correta do bico, cálculo correto de vazão, calibração do equipamento de pulverização, o acréscimo inicial na água de pulverização de um produto que possa deixar as gotas com as características certas para que não se espalhem demais com o vento e nem caiam de forma excessiva em um mesmo local. Gotas grandes são pesadas e esparsas demais e não cobrem o total da folha e a gota muito fina é leve demais e causa perda excessiva do produto. O ideal é uma média que fica em, mais ou menos, 200 micras/cm2 que cobre quase a totalidade da superfície foliar e leva a ela todas as benesses do produto aplicado. A pouca afinidade da água com a superfície da folha deve-se ao antagonismo da carga elétrica contida

em cada um. Isto, somado à serosidade da folha faz com que ambas sejam repelidas entre si. Sendo assim, o acréscimo de um produto que possua ação surfactante, que quebre a tensão superficial da água e da folha é de suma importância para que o conteúdo do que está sendo aplicado penetre na mesma, vencendo suas barreiras elétricas e cerosas. Todos estes fatores levam a perdas financeiras e de eficiência na aplicação, mas uma em especial pode levar à desativação parcial ou total de um agroquímico colocado na calda: o pH da mistura. Este fator pode influenciar na estabilidade e no grau de dissociação do ingrediente ativo e a própria estabilidade física da molécula do defensivo, por excesso de ligações catiônicas e hidrólise. Há um sério risco de hidrólise em pH alto, sendo que, quanto mais alcalino mais a molécula do ingrediente ativo do defensivo se degrada em parte ou totalmente. De um modo geral, a maioria dos agroquímicos sofrerão degradação com pH acima de 5,5 e este fator é agravado pela utilização de “água dura” que possui excesso de sais minerais dissolvidos. Portanto, acrescentar ao tanque de pulverização produtos que consigam ajustar a água da calda para que o pH fique dentro dos parâmetros de bom desempenho dos defensivos é muito recomendado ao produtor.

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Homenagem

ACIG homenageia seu primeiro presidente Elói Láercio Mamcasz – Pres. ACIG “Vemos esta homenagem como uma coroação. Hoje, comprovadamente, sabemos que a ACIG deu certo. O reconhecimento em vida faz com que todos nós tomemos como exemplo de que, sim, independente de estarmos em grandes centros, podemos influenciar a história dos grandes centros no interior do Estado. Hoje, com tanta facilidade que existe, a obrigação que temos é fazer de tudo para ter uma sociedade melhor”. Atual pres. da ACIG, Elói L. Mamcasz, e o 1º presidente, Nivaldo P. Krüger, descerram placa que homenageia a atuação de Krüger à frente da entidade

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Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG) realizou, dia 1º de junho, homenagem que enalteceu publicamente seu primeiro presidente. Numa cerimônia que reuniu autoridades e lideranças de instituições locais, representantes do empresariado, da agropecuária e de setores culturais, a entidade anunciou que passava a atribuir à sala de sua presidência o nome de Nivaldo Passos Krüger. Tendo participado da fundação da ACIG, em 1955, o homenageado, na época um jovem de 26 anos, ascenderia ao cargo máximo da diretoria, inscrevendo seu nome entre aqueles que desde então vêm se dedicando à tarefa de representar empresários do comércio e da indústria. Diante de Krüger, que compareceu ao lado da esposa e dos filhos, lideranças destacaram sua atuação na ACIG e na vida política. O atual presidente da Associação Comercial, Elói Laércio Mamcasz, relembrou a importância de nomes como o do homenageado, entre aqueles que ao longo da história de Guarapuava se mobilizaram por avanços para a economia, os transportes e as comunicações. Ele também exaltou o associativismo, sublinhando que “o coletivo se sobrepõe ao individual”. A vice-prefeita e secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Eva Schran, representando o prefeito Cesar Filho, elogiou o papel político de Krüger. Entre outras realizações, destacou o Projeto Planalto Verde, elaborado para desenvolver a agricultura. Ao discursar sobre a homenagem, o primeiro presidente da Associação Comercial se disse sensibilizado: “Durante toda a minha vida, tentei dominar a emoção, mas hoje não dominei”, comentou. No final do protocolo, o presidente da ACIG convidou o homenageado e os presentes ao descerramento da placa que marcou oficialmente o momento. Mamcasz destacou ainda que a entidade decidiu decorar as paredes do recinto com quadros das muitas fotos feitas por Krüger na região. A homenagem se encerrou com uma confraternização no local.

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Nivaldo Passos Krüger “Com a idade em que estou, depois de 45 anos de vida pública, nunca esperei receber uma homenagem como a que recebi hoje. Isso me emocionou muito. É a herança que eu deixo para os meus conterrâneos, para minha família. Tenho dito sobre a ACIG: plantei a semente e a árvore cresceu. Hoje, ela é frondosa. Acho que a ideia associativa gera uma força incontrolável, porque ela luta pelo bem e o bem tem muita força – o bem comum”.

Uma trajetória de destaque Nascido em 1929 em Canoinhas (SC), Nivaldo Passos Krüger mudou-se para Guarapuava ainda jovem e exerceu papéis relevantes na vida pública. Foi vereador, prefeito de Guarapuava, deputado estadual, federal, senador, fundador da ACIG, da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), presidente da Associação Brasileira dos Municípios, presidente da SANEPAR, secretário especial para representação do Paraná em Brasília, secretário especial para o Desenvolvimento Florestal do Paraná, membro da Fundação Santos Lima (filiada ao Instituto Histórico do Paraná), presidente da Academia de Ciências e Letras do Paraná-Seção Guarapuava, membro do Instituto Histórico do Paraná e do Instituto Histórico de Guarapuava, recebendo ainda vários títulos, como Cidadão Honorário do Paraná, outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado. Krüger se notabilizaria ainda por escrever livros sobre a história de Guarapuava e por seus registros fotográficos de belezas naturais paranaenses.


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Exposição-Feira Agropecuária

Lançamento da 41ª Expogua reúne autoridades, parceiros e imprensa

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41ª Exposição – Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava (Expogua) foi lançada no dia 31 de maio pela Sociedade Rural de Guarapuava, promotora do evento. A exposição acontece de 5 a 14 de agosto, no Parque de Exposições Lacerda Werneck e conta com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.

Itacir Vezzaro, Elói Mamcasz, Denilson Baitala e Rodolpho Luiz Werneck Botelho

A feira é um dos maiores eventos agropecuários da região. A programação conta com leilões, julgamentos de raças, palestras técnicas, encontro de produtores de leite, além da praça de alimentação, pavilhão da indústria e comércio, parque de diversões, rodeios e shows. A expectativa é que durante os dez dias de Expogua passem 200 mil pessoas pelo Parque de Exposições. Julgamentos de raças de corte e de leite, leilões e Encontro de Produtores de Leite serão alguns dos eventos técnicos. “A expectativa é que três mil animais passarão pelo parque nos dias da Expogua, entre animais que vão a remate ou a julgamento. O mercado é soberano e o que esperamos é que todos os animais que forem a remate sejam vendidos. Como já falamos o agronegócio é que está impulsionando nossa economia. Guarapuava e região estão inseridas neste meio e são

destaques no agronegócio no nosso estado. Por isso esperamos que a Expogua seja um sucesso nesse quesito também”, afirmou o presidente da Sociedade Rural, Denilson Baitala. Neste ano, o pavilhão da Indústria e Comércio da Expogua contará com estrutura para 62 estandes, sendo que 80% deles serão ocupados por empresas guarapuavanas. Serão quatro shows nacionais durante a Expogua. Os ingressos estão à venda na Sociedade Rural Guarapuava, AngelSom, Acig, Posto Box (Sta. Cruz) e Guarapet. O circuito de rodeio é realizado dos dias 11 a 14 de agosto, com narração de César Paraná e Equipe e Marco Brasil. Mais informações sobre os ingressos na Sociedade Rural (localizada no Parque de Exposições Lacerda Werneck) ou pelo telefone: (42) 3623-3896.

06 de agosto de 2016 Programação

Encontro de Produtores de Leite Horário: 08h Local: Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava

IPE! PARTIC

Palestras técnicas: • Produção de Pastagens Prof. Dr. Sebastião Brasil Campos Lustosa (Unicentro) • Desafios para Qualidade do Leite José Augusto Horst, gerente do Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros do Paraná (PAELPR), da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa - APCBRH)

Leilão de Novilhas Horário: 14h Local: Recinto de Leilões do Parque de Exposições Lacerda Werneck Comissão Técnica Organizadora:

Patrocínio Master

Apoio


REMATARÁ: REMATARÁ:

SOCIEDADE RURAL SOCIEDADE GUARAPUAVA RURAL GUARAPUAVA A FORÇA DA UNIÃO A FORÇA DA UNIÃO

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

SEAB SEAB

SECRETARIA DE ESTADO

DA AGRICULTURA E

DO ABASTECIMENTO

SECRETARIA DE ESTADO

DA AGRICULTURA E

DO ABASTECIMENTO

GRALHAremates AZUL GRALHA AZUL remates (42) 3623-3084 (42) 3623-3084 + Info: 8413-2949 Rosiane 8413-2974 Armando - 9112-3218 / 8413-2966 Max + Info: 8413-2949 Rosiane 8413-2974 Armando - 9112-3218 / 8413-2966 Max


Soja

Stoller traz ao mercado solução inovadora para o controle de nematóides

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Stoller do Brasil acaba de adquirir a empresa Rizoflora, que nasceu de uma parceria com a Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, e lança o nematicida biológico Rizotec. Esta solução auxilia significativamente no combate aos nematóides, que são um dos principais desafios da produção agrícola atual e causam prejuízos superiores a R$ 35 bilhões anuais em diferentes culturas no Brasil. “Cientes da relevância dos nematóides como fator limitante de produção, certamente esta tecnologia promoverá saltos importantes nos níveis atuais da produtividade agrícola brasileira. Este é mais um grande passo que a Stoller dá no sentido de sua missão, que é transformar conhecimento em inovações para uma agricultura altamente eficiente e sustentável. ” – Rodrigo Oliveira (CEO – Stoller do Brasil) O bionematicida Rizotec é um iso-

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lado do fungo Pochonia chlamydosporia que foi selecionado por sua virulência aos nematóides e pela alta capacidade de se reproduzir. Além disso, promove melhor desenvolvimento das plantas e é capaz de induzir a resistência sistêmica a outros patógenos. Estudos realizados em áreas comerciais de soja, em quatro estados

de alta expressão agrícola do país na safra 2015/2016 mostraram que o uso do Rizotec promoveu incremento médio de 4,5 sacas por hectare.“A ideia é oferecer algo diferente do que se tem no mercado, entregando alto índice de controle de nematóides com um produto biológico”. – Stella Cato (Gerente Técnica – Stoller do Brasil).

Sobre a Stoller Com a missão de transformar o conhecimento em inovação, oferecendo soluções para a construção de uma agricultura mais eficiente, a Stoller é uma empresa multinacional presente em 56 países. O Grupo Stoller é líder mundial na nutrição de plantas, com foco na fisiologia vegetal, o que possibilita ao agricultor aproveitar o máximo potencial genético da planta, para que tenha mais resistência às doenças e se adapte melhor às adversidades climáticas


Agricultura de Precisão

Monitoramento das lavouras com imagens de NDVI durante a safra Leandro Taubinger Adriano Rissini Engenheiros Agrônomos

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ma ferramenta inovadora para acompanhar o desenvolvimento vegetativo das lavouras é o monitoramento via imagens de satélite com informação de índices de vegetação ou biomassa durante o ciclo da cultura. Um exemplo desses índices é o NDVI - Normalized Difference Vegetation Index. Os satélites passam na órbita terrestre coletando imagens no comprimento de onda da luz visível e no infravermelho próximo, que são usados para calcular o índice de vegetação NDVI. Esse índice varia de 0 até 1 e tem relação direta com a quantidade de biomassa acumulada e com o estado nutricional das plantas. De maneira geral, o NDVI aumenta ao longo do ciclo até chegar num pico, quando ele começa a diminuir até chegar o momento da colheita. Em uma mesma data pode-se ter plantas com NDVI alto como também podemos ter plantas com NDVI mais baixo. Como essas imagens são obtidas e disponibilizadas no decorrer da safra, essa ferramenta nos possibilita uma série de oportunidades de ação. Ao cadastrar o talhão a ser monitorado, o produtor precisa informar a cultura implantada e a data em que foi semeada. Dessa forma, cada talhão será comparado com todos os outros talhões que estão com a mesma cultura implantada e na mesma janela de semeadura (4 dias a mais e 4 dias a menos). O produtor pode verificar se aquele

talhão está com desenvolvimento abaixo, acima, ou semelhante ao comportamento geral da região, avaliando inclusive se está com tendência de diminuir ou aumentar a biomassa. Além disso, permite comparar o desenvolvimento da cultura em relação aos anos anteriores, podendo assim ter uma estimativa de sua produtividade em relação às safras anteriores. O passo seguinte do monitoramento é a avaliação das manchas dentro dos talhões. Se a cultura apresentar pontos com baixo acúmulo de biomassa durante o ciclo (NDVI), existe grande probabilidade de

também apresentar baixa produtividade nesses pontos. Caso o talhão investigado já esteja sendo trabalhado em zonas de manejo, esses pontos de alta e de baixa biomassa provavelmente irão coincidir com as respectivas zonas de manejo, e será mais difícil tomar uma ação de correção. Portanto, a oportunidade dessa ferramenta se encontra justamente na investigação dos comportamentos atípicos ou não esperados, isto é, presença de pontos de baixa onde está se esperando alta biomassa. Esses desvios provavelmente poderão ser corrigidos, sendo que geralmente estão associados às típicas “reboleiras” de pragas, doenças, ervas daninhas e deficiências nutricionais ainda desconhecidas, podendo-se assim direcionar a assistência técnica para esses pontos. Esse é o principal objetivo dessa ferramenta: otimizar o tempo para garantir assertividade no acompanhamento da lavoura.

Responsáveis Técnicos:

Adriano L. L. Rissini Eng. Agrônomo MSc. CREA PR-85926/D (42) 9129 0555

Leandro Taubinger Eng. Agrônomo CREA PR-146197/D (42) 9117 7273

Praça Nova Pátria – Edifício Agrária Colônia Vitória - Guarapuava - PR - TEL:(42) 3625 1630 apaquilino

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E-mail: aquilino.ap@hotmail.com


Legislação

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)

Isenção da incidência de ICMS na conta de energia elétrica das propriedades rurais

N

o ano de 2001, o governo do Estado passou a isentar todos os produtores rurais do pagamento de ICMS sobre a energia elétrica, como um incentivo ao setor. A partir da vigência do decreto n.º 1.600/2015, que passou a vigorar em 03 de junho de 2015, a Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná, começou a cobrar, nas faturas de energia elétrica dos produtores rurais, o imposto denominado ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. No entendimento adotado pela Secretaria de Estado da Fazenda, após a edição do decreto n.º 1.600/2015, o direito à isenção do imposto de energia elétrica caberia apenas às atividades agropecuárias e não extensivo às residências e demais dependências da propriedade. Assim, a Receita Estadual passou a aplicar o entendimento de que a residência do produtor rural estava apartada das atividades agropecuárias, razão pela qual estava sendo exigido um medidor separado para a cobrança do ICMS sem isenção. Esta cobrança acabou onerando significativamente os produtores rurais, justamente por inserir na conta de luz o referido imposto, o que aumentou o valor da fatura em até 46% (quarenta e seis por cento). Devido a grande repercussão negativa de tal cobrança, em 25 de fevereiro de 2016 foi publicado o decreto n.º 3.531/2015, que passou a isentar os produtores rurais da cobrança de

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ICMS nas faturas de energia elétrica das propriedades rurais. Para as propriedades rurais localizadas dentro do perímetro urbano, houve a publicação de um decreto de n.º 3.531/2016, o qual permite que os produtores rurais usufruam da isenção do ICMS na fatura da energia elétrica, desde que apresentem, alternativamente: pagamento do ITR e declaração de não incidência do IPTU ou declaração de aptidão ao PRONAF. Para as empresas agrícolas, produtora rural pessoa jurídica, ainda há cobrança do imposto na composição da conta de energia elétrica. Contudo, através de uma ação judicial, um produtor rural pessoa jurídica, conseguiu na justiça, uma decisão liminar determinando a exclusão do ICMS da fatura de energia elétrica de suas atividades. Com esta decisão que tem caráter provisório, a Justiça solicitou que a Companhia Paranaense de Energia (Copel) deixe de considerar o imposto na composição da conta do produtor rural pessoa jurídica. No entanto, a empresa terá que depositar mensalmente o valor correspondente ao ICMS em uma conta em juízo, o qual ficará depositado até que seja proferida decisão final, ou seja, sejam esgotadas todas as possibilidades de recurso. Ressaltamos que se trata de uma decisão isolada, contudo, que poderá representar uma economia significativa para os interessados no caso de confirmação da decisão, notadamente no atual momento da economia.


Negócios

Sábado Show

chega a Guarapuava

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radicional evento da MacPonta Agro, o 10º Sábado Show foi realizado pela primeira vez na cidade de Guarapuava. Com o objetivo de facilitar o atendimento aos clientes da região Centro-Sul do Paraná - que faz parte da nova área de atuação da MacPonta Agro, com lojas em Guarapuava, Prudentópolis e Quedas do Iguaçu -, a empresa optou por realizar duas edições do evento em 2016. A primeira foi no dia 07 de maio, em Guarapuava; e a segunda, no dia 14 de maio, em Ponta Grossa. Já em sua décima edição, o Sábado Show se consagrou por reunir, em um único dia, as melhores oportunidades de negócio para o agricultor. São máquinas agrícolas, peças, serviços e merchandise John Deere com o melhor preço do ano! Além disso, o evento conta com atrações para toda a família do produtor rural, para deixar o dia ainda mais especial. No dia 07 de maio, o Sábado Show da MacPonta Agro reuniu mais de 1.300 pessoas na concessionária de Guarapuava e movimentou R$ 40 milhões em negócios. Confira alguns registros do evento:

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Comemoração

Emater completou 60 anos

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Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) completou 60 anos de existência no estado. Em Guarapuava, para comemorar, a equipe regional realizou no dia 18 de maio, um café da manhã colonial, no Sindicato Rural de Guarapuava. Prestigiaram o evento, o prefeito municipal, Cezar Silvestri Filho, o então secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, o gerente regional da Emater Guarapuava, Julci Pires, o diretor administrativo financeiro da Emater, Richard Golba, funcionários e técnicos da Emater, além de representantes de empresas e entidades parceiras. Para o diretor administrativo, Richard Golba, a Emater contribuiu significativamente no desenvolvimento rural do Paraná. “A agricultura no Estado era extremamente rudimentar e a Emater trouxe inovações para os produtores. Depois veio o tempo em que a Emater participou ativamente do sistema cooperativista. Também tivemos uma fase importante da conservação de solos no Estado. Começou com o PROICS, o PEMISA, o Paraná Rural e hoje estamos com o projeto Plante seu Futuro”. Golba ressalta que atualmente um dos principais objetivos da Emater é participar das discussões e ações em prol do meio ambiente. Já que o meio rural tem um impacto significativo nessa questão. “A boa gestão dos recursos naturais, a redução no uso de agrotóxicos, que é um tema pungente hoje no mundo. A extensão rural, que é do governo, tem a obrigação de estar envolvida neste processo, inclusive esses são alguns dos compromissos com a agenda COP21”.

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Richard Golba, diretor administrativo da Emater Esses novos compromissos fazem parte da “Emater do Futuro”, como chamou o diretor administrativo. “Hoje nós já estamos vislumbrando novos desafios. Estamos desenvolvendo a Emater do futuro. É um grande projeto”. Ele conta que a Emater contou com o apoio do Instituto Publique-se, que é de renome nacional para elaborar esse projeto. A agenda estratégica para as próximas ações da Emater foi feita juntamente com os stakeholders, que são as partes interessadas nas atividades do instituto. “Comemorar os 60 anos é muito importante. A sociedade quer respostas do poder público e podemos dizer que a equipe da Emater está apta para dar boas respostas à sociedade. Não queremos ser vistos apenas como um custo e sim como um investimento. O extensionista está nas regiões como um dinamizador da economia local, um fator de desenvolvimento para a sociedade”. Mas, infelizmente, hoje a Ema-

ter encontra-se numa situação complicada, já que faltam profissionais para desenvolver os projetos extensionistas no meio rural em todos os municípios do Estado. No Paraná, a Emater atende cerca de 100 mil produtores rurais e são, aproximadamente, 800 extensionistas a campo, fora as estruturas administrativas. Em 2014 foi realizado concurso para a contratação de mais 400 técnicos em todo o estado do Paraná. Porém, a Secretaria Estadual da Fazenda quer contratar apenas 143 dos 400 selecionados, número que corresponde aos técnicos que se aposentaram entre 2014 e 2015. “É lógico que a Emater continuará com o seu trabalho, com apenas os 143 contratados, mas teremos que rever todo nosso mapa estratégico, porque fizemos ele baseado em 400 profissionais e 143 não poderão fazer o trabalho de 400. Muitos municípios continuarão sem atendimento”, destaca Golba.


Emater na região de Guarapuava Hoje, em Guarapuava, a unidade regional atende 12 municípios com 20 mil produtores, sendo 85% agricultores familiares, público-alvo da Emater. A equipe é formada por 25 funcionários, sendo 12 técnicos a campo. “No decorrer dos 60 anos, diversas foram as ações desenvolvidas pela Emater na região, sempre em parceria com as instituições envolvidas com a agricultura. As ações variaram de acordo com a época, iniciando com o associativismo e cooperativismo. Trabalhamos depois na mecanização agrícola, na recuperação do meio ambiente, em conservação de solos e água e posteriormente com o tema plantio direto”, conta o gerente regional, Julci Pires. Para ele, o grande desafio da Emater na região e também em todo o Estado é a agricultura familiar. “Hoje, o agronegócio já está caminhando por conta própria e vai muito bem no estado do Paraná, sendo referência para todo o Brasil. Mas ainda temos um desafio muito grande que são os agricultores familiares. No Paraná, são mais de 120 mil agricultores com propriedades de 10 a 15 hectares e com uma renda de menos de dois salários mínimos. Então esse é o nosso grande desafio: trabalhar para o desenvolvimento dessas famílias”.

Representantes e parceiros da Emater cortaram o bolo de 60 anos do instituto, juntamente com o prefeito Cezar Silvestri Filho Os principais projetos na região envolvem a diversificação de atividades para aumentar a renda nas propriedades, com atividade leiteira, olericultura, fruticultura, entre outras. “Nosso grande papel também é a execução de políticas públicas, entre elas executamos o Brasil sem Miséria, a regularização fundiária, Trator Solidário, enfim diversos programas federais, estaduais e até municipais”, pontua Pires. A dificuldade da Emater regional é a mesma enfrentada em todo o Estado: a falta de profissionais. Exatamente por isso, dos 12 municípios atendidos, cinco não possuem estrutura física e técnicos disponíveis para trabalhar (Foz do Jordão, Campina do Simão, Laranjal, Reserva do Iguaçu e Goioxim). “Fica muito difícil implementar as políticas públicas nesses locais. Precisamos contar com a parceria das secretarias municipais de agricultura para fazer nosso trabalho”, lamenta o gerente regional. Durante a comemoração dos 60

anos da Emater em Guarapuava, o então secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, que já foi técnico da Emater, ressaltou que o Instituto Emater é o único órgão que trabalha diretamente com a família do pequeno produtor, visando uma qualidade de vida melhor, por isso é importante apoiar a Emater e fazer com que o Instituto exista por muito mais que 60 anos. O prefeito municipal Cezar Silvestri Filho afirmou que a agricultura do Paraná ainda precisa muito do trabalho da Emater, além disso destacou a parceria do município com o Instituto. “Nos últimos anos, tive uma relação muito próxima com a equipe regional, até porque nosso secretário de agricultura já fez parte dessa equipe. E talvez essa seja a maior contribuição da Emater pra mim, pois o Itacir hoje tem capacidade de desenvolver a agricultura do município como nunca antes foi feito. E nós sempre temos o apoio de toda a equipe do órgão para isso”.

Equipe da Emater regional de Guarapuava, com o diretor administrativo Golba, e o então Secretário de Agricultura Itacir Vezzaro Revista do Produtor Rural do Paraná

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Família no campo satisfeita

A família Camara de Oliveira vive desde 2002 na comunidade Paiquerê, em Guarapuava. A propriedade de 45 hectares tem como principal atividade a bovinocultura de leite. Após se mudar de Boa Ventura do São Roque, a família decidiu compartilhar a terra e trabalhar em conjunto. Em Guarapuava, o pai, Albino Camara de Oliveira, a esposa Geni de Oliveira, com seus quatro filhos e suas famílias fizeram a propriedade gerar renda para sustentar a todos. Mas para

isso, contaram com uma ajuda importante: “quando chegamos aqui, não tínhamos muito conhecimento e os produtores que fazem parte da Associação do Paiquerê nos disseram que a equipe da Emater poderia nos ajudar com o começo da propriedade. Não tínhamos nada plantado, nem a terra era preparada. Na época, o técnico era o Itacir (atual secretário de Agricultura) e ele ajudou muito”, conta Enéias Camara de Oliveira, um dos filhos de Albino. O primeiro obstáculo para a família

Na foto, Roberto Motta Júnior, Célia Regina Teixeira e Walter Knaf

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foi a documentação das terras. “Nós não conseguimos regularizar, mas o próprio Itacir foi ao Banco do Brasil e as coisas foram se encaminhando”, relata Edmar Camara de Oliveira. Albino lembra que eles começaram com apenas cinco novilhas Jersey. Hoje o rebanho aumentou e o leite é a principal renda da família. “Com o apoio da Emater, meus filhos fizeram cursos de inseminação e hoje temos vacas muito boas, com uma produção excelente”. Com o Projeto Grãos da Emater, a família também começou a produzir o milho para silagem e soja. Além disso, com o incentivo para diversificação de atividades, iniciou a produção de hortifruti, entregando verduras, semanalmente, para a Carmug. “Quando o produtor começa com uma atividade, sempre quer desistir nos primeiros problemas. Conosco foi assim no começo. Quase desistimos, mas com o apoio dos técnicos da Emater, seguimos em frente. Devemos muito a eles”, ressalta Enéias. “É muito bom também ter todos os filhos e netos perto, trabalhando todos juntos, é uma oportunidade que nem todos têm, porque as vezes a renda da propriedade não é suficiente e os filhos precisam ir para a cidade. A gente fica muito feliz, porque para nossa família, ficar no campo está dando certo”, completa Albino.

Este ano, quatro funcionários da Emater – Regional Guarapuava se aposentaram: Roberto Motta Júnior (extensionista, 42 anos de Emater); Célia Regina Teixeira (assistente administrativa, 40 anos de Emater); Walter Knaf (técnico, 39 anos de Emater) e Altair Chiorato (38 anos de Emater). Nossos agradecimentos por tantos anos de dedicação a um órgão tão importante para o produtor rural!!!


Nozes pecã Evento técnico no RS abordou nozes pecã Evento reuniu mais de 300 pesssoas

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nta Gorda-RS sediou o 4º Seminário da Cultura Noz Pecã no dia 28 de abril. Inserido na programação da 6ª Festleite, promovida pela Prefeitura Municipal, o encontro reuniu mais de 300 pessoas. A programação contou com palestras e painéis durante todo o dia. O primeiro tema foi Mercado Mundial e Perspectivas da Nogueira Pecã, ministrada pelo engenheiro agrônomo Ernesto Madero, pesquisador do INTA, da Argentina. Ele abordou a produção mundial de noz pecã, a demanda mundial e a evolução de preços nos últimos anos. A segunda palestra foi com o engenheiro agrônomo e produtor de noz-pecã Alejandro Lavista Llanos, que abordou o tema Experiência com Noz-pecã na Argentina. Ele fez um relato da evolução da produção de noz-pecã naquele país, ci-

Tarde de Campo realizada durante o seminário

tando também técnicas de produção e de beneficiamento. Em seguida, ocorreram os painéis. O primeiro foi com o engenheiro florestal e mestrando em Fitopatologia, Tales Poleto, com o tema Manejo de Doenças em Nogueira Pecã. O segundo painel foi com o engenheiro agrônomo Fernando Selayaran, do escritório municipal da EMATER-RS, que discorreu sobre Produção e Rentabilidade de um Pomar de Noz Pecã. O último painel foi ministrado pelo engenheiro agrônomo, Julio Medeiros, que falou sobre Integração de Nogueira Pecã com Pecuária, e o conforto animal proporcionado pela sombra das

árvores, que se traduz em aumento da produtividade do rebanho, maior rentabilidade da atividade e da propriedade como um todo. Uma Tarde de Campo abordou o tema Colheita Mecanizada, com demonstrações de duas colhedoras, uma de modelo americano, sem recolhedor, e outra espanhola dotada de recolhedor tipo guarda-chuva invertido. Em outra estação, foi realizada uma dinâmica de aplicação com pulverizadores do tipo canhão. Além do seminário, no dia 28 de abril foi realizada uma reunião técnica sobre a noz pecã, com representantes de várias entidades e da empresa Viveiros Pitol.

Guarapuava Produtores de nozes pecã de Guarapuava e região também participaram do Seminário. Os irmãos Fábio e Marlon Siqueira, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, trouxeram informações importantes adquiridas no evento. “Todos os temas foram importantes para nós produtores, já que aqui na região não temos muitas informações disponíveis sobre a cultura. Visitamos um produtor da cidade que tem nogueiras em produção, onde foi feita a colheita mecanizada com vibrador acoplado, manejo e podas de formação do primeiro ao sétimo ano”, contou Fábio Siqueira. Os produtores Evaldo e Edmar Klein também participaram do seminário.

Os irmãos produtores de nozes pecã em Guarapuava, Marlon e Fábio Siqueira. Ao meio, o proprietário da Viveiros Pitol, Sr. Luizinho Pitol.

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Nutrição de plantas

Fertilizantes de alta performance: precisão na adubação Eng. Agr. M.Sc. Gabriel Schaich Produquímica Gerente Téc. e de Desenvolv. Sul do Brasil

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uso eficiente dos fertilizantes é prática obrigatória nos sistemas produtivos atuais, evitando custos desnecessários e otimizando a produtividade dos cultivos. De forma prática, eficiência nutritiva diz respeito à quantidade de nutrientes absorvidos pelas culturas em um determinado período de tempo, comparado a quantidade dos mesmos nutrientes aplicados durante o mesmo período. De maneira geral, a eficiência das adubações nitrogenadas, fosfatadas e potássicas é baixa. Estima-se que a taxa de eficiência de nitrogênio (N) nos adubos minerais é de cerca de 50-70%, de fósforo (P) nos adubos minerais é de 10-25% e de utilização de potássio (K) em fertilizantes minerais é de cerca de 50-60%. Entretanto, é possível maximizar a eficiência dos fertilizantes com o uso de tecnologias adequadas e manejos agronomicamente corretos. Quanto às inovações no setor de fertilizantes, encontramos produtos com diferentes modos de ação, sendo os principais: (a) inibidores ou de esta-

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Feijão bilização, (b) compostos sintéticos de disponibilidade lenta, e (c) fertilizantes solúveis revestidos, com destaque para estes, por permitirem a liberação controlada dos nutrientes com menor influência das condições climáticas, garantindo a disponibilidade de nutrientes acompanhando a marcha de absorção dos cultivos. Nos fertilizantes solúveis revestidos, os nutrientes são protegidos por uma barreira física contra a exposição do nutriente formada por enxofre e polímeros. O conjunto propicia uma liberação controlada dos nutrientes, sin-

cronizando seu uso com a necessidade da cultura ao longo do ciclo. No Brasil, a Produquímica aplica esta tecnologia com o produto Polyblen, apresentando ao mercado diversas longevidades disponíveis para atender às necessidades das diferentes culturas em diversas condições edafoclimáticas. Com essa inovação, o produtor maximiza a eficiência de uso dos nutrientes, reduzindo drasticamente as perdas de N por volatilização, lixiviação e desnitrificação e as perdas de K por lixiviação, além do benefício operacional pela possibilidade de aplica-


ção de todo o ponto do nutriente que o cultivo necessita em uma única operação, sem a necessidade de aplicações em cobertura no caso dos nitrogenados. Este processo só é possível pela baixa salinidade dos fertilizantes da linha Polyblen e pelos menores riscos de perdas dos nutrientes. Ganhos no melhor uso dos nutrientes são visíveis pela melhor estrutura das culturas, bem como pela menor senescência de folhas do terço inferior nas áreas tratadas, uma vez que pela mobilidade de N e K, as folhas “antigas” alimentam as folhas “novas”, principais drenos na fase vegetativa. No período reprodutivo, notamos um maior número de vagens e grãos e no caso do milho, espigas maiores e plantas mais sadias. Além da economia de tempo, mão-de-obra e equipamentos, os resultados em produtividade

Milho com o uso desta tecnologia são bastante consistentes, tornando realidade seu uso em diferentes situações. Especificamente na região sul do país, em função das altas

taxas pluviométricas, Polyblen vem se destacando pela menor perda dos nutrientes, contribuindo em ganhos produtivos e segurança na produção.

(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br

Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

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Curso Propriedades rurais com gestão financeira

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estão Financeira de Propriedades Rurais foi tema de curso promovido pela empresa Agropantanal, em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava, nos dias 9 e 10 de junho. O curso foi conduzido pelo economista Fernando Rezende, da MPrado Consultoria. “O objetivo do curso foi apresentar as técnicas de planejamento financeiro e econômico da propriedade aos produtores e empreendedores rurais, ou seja, qual é o resultado do negócio. Se sobra ou falta dinheiro, quanto sobra, quanto falta e como fazer esse planejamento para administrar a sobra ou falta de recurso”, explica Rezende. O consultor observa que os principais passos para realizar esse planejamento é identificar quais são os custos de produção, considerando cada etapa da atividade agrícola. “A partir disso, o produtor deve estabelecer uma premissa de produtividade. Quanto se irá produzir por cada hectare, qual é o preço estimado do grão ou do produto na época da venda. Isso demonstrará o resultado”. Outro passo importante é administrar os pagamentos. “O produtor deve analisar como vai fazer o pagamento para que tenha caixa suficiente para quitar os custos”. Por meio desse planejamento financeiro, Rezende observa que o produtor pode capturar oportunidades. “Se vai sobrar recursos, ele pode fazer

Fernando Rezende, economista e consultor da MPrado

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uma negociação melhor com o fornecedor e assim obter desconto na compra de produtos. Isso, com certeza, vai melhorar a sua margem e seu caixa lá no futuro”. Outra vantagem é que quando há uma análise de que o caixa está bem e que há dinheiro suficiente para pagar os custos, a venda dos produtos pode esperar por um melhor preço. “Além disso, quando ele precisar do dinheiro e tiver o produto armazenado, ele vende este produto e não precisa ir até o banco pegar um empréstimo, com juros”, pontua Rezende. Ele destaca que em função das projeções, o produtor pode fazer um planejamento de venda e utilização dos recursos. “Depois disso, é feita uma análise comparativa com aquilo que foi feito de projeção e aquilo que aconteceu. Se houver desvio muito grande dos resultados é preciso se perguntar o que aconteceu, o que não feito da maneira certa e tentar sempre ajustar”. Para Rezende, a grande vantagem desse planejamento é o amadurecimento dos produtores como empresários rurais. “Por meio desse planejamento, ele pode fazer uma análise custo x beneficio. Às vezes, vai custar mais, mas o resultado que ele vai ter futuramente é superior. Então compensa ele fazer um investimento maior agora, porque vai ter uma produtividade maior e consequentemente, um ganho maior lá na frente. Na medida em que o produtor consegue planejar, ele consegue perceber isso”, finaliza.

Iniciativa

Marcelo Scutti, gerente de marketing Grupo Pitangueiras O gerente de marketing do grupo Pitangueiras – Agropantanal, Marcelo Scutti, explica que a iniciativa do grupo em trazer o curso para os produtores de Guarapuava e região vem de encontro à ideia de oferecer um novo ramo de serviços aos clientes. “Esse curso de gestão surgiu após uma conversa com o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Essa nossa primeira ação mostra aos nossos clientes o que a empresa quer para o futuro, que é ter clientes com uma boa gestão nas propriedades. E isso só se consegue com treinamentos e capacitações. Estamos investindo forte nessa área para trazer benefícios aos clientes e à empresa”.


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Milho

Uso de Tratamento de Sementes Industrial para o Controle de Pragas Inicias na Cultura do Milho Fabrício Passini Gerente de Agronomia Sul na DuPont Pioneer

P

ragas, doenças e plantas daninhas são alguns dos vários fatores que podem causar redução na produtividade da cultura do milho. Nas fases iniciais, principalmente, quando as plantas ainda são muito sensíveis aos danos das pragas, as perdas podem ser significativas. Vejamos quatro fases de uma boa estratégia de manejo para este caso:

1. Histórico e identificação das pragas: Para começar é importante conhecer o ambiente e saber identificar as pragas e os danos causados. Nas fotos 1 e 2, temos como exemplo as duas principais pragas da cultura do milho, o perce-

vejo barriga verde e a lagarta-do-cartucho. Ambas atacam a lavoura nos estádios iniciais, trazendo sérios prejuízos aos agricultores.

2. Dessecação antecipada e monitoramento para uso de inseticida: A dessecação deve acontecer entre 20 e 30 dias antes do plantio, com o objetivo de controlar pragas e plantas daninhas. Porém, é preciso continuar monitorando a cultura antecessora até o momento do plantio, e quando forem encontrados percevejos e lagartas, seja feito uso de inseticida. Veja mais detalhes sobre o planejamento da dessecação na figura 1.

Foto 1 - Percevejo barriga verde

Foto 2 - Lagarta-do-cartucho

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Fig. 1 - Monitoramento - Nível de controle

3. Escolha da tecnologia Bt e tratamento de sementes: A tecnologia Leptra® de proteção contra insetos é mais uma ferramenta oferecida pela DuPont Pioneer que, quando associada às Boas Práticas de Manejo auxilia no controle das 7 principais lagartas da cultura do milho, conforme pode ser visto na figura 1. É importante lembrar que as Boas Práticas de Manejo são: dessecação antecipada, tratamento de sementes, adoção da área de refúgio estruturado efetivo, controle de plantas daninhas e voluntárias, monitoramento de pragas e pulverizações complementares e rotação de culturas. Em relação a escolha de um bom tratamento de sementes, ressaltamos como


seus principais benefícios, a manutenção do estande das plantas em estádios iniciais, o manejo de resistência de lagartas à tecnologia Bt, um maior espectro de controle de pragas e, quando feito de forma industrial, uma maior segurança de dose e cobertura.

4. Monitoramento da lavoura implementada: O monitoramento da lavoura, principalmente nos estádios iniciais, é fundamental. Observando a figura 1, é possível perceber que para cada tecnologia ou pragas, diferentes níveis de danos determinam ações a serem ser seguidas. No caso dos percevejos, é recomendada a aplicação para controle quando o nível de dano for atingido (média de um 1 percevejo vivo a cada 10 plantas). Já para as lagartas são 3 importantes recomendações: a) Área de refúgio estruturado efetivo: aplicar no máximo 2 vezes até V6, quando na média das amostragens, 20% das plantas apresentarem nível 3 de dano na Escala Davis; b) Híbridos Leptra®: sempre que na média 4% das plantas estiverem ao nível 3 da Escala Davis, contatar o Representante Comercial dos produtos marca Pioneer® ou o distribuidor da sua região para verificar a necessidade de aplicar inseticidas; c) Híbridos não Leptra®: aplicar sempre que, na média, 10% das plantas estiverem ao nível 3 da Escala Davis.

grupo dos Neonicotinoides (Poncho® e Cruiser®). A associação destes tratamentos traz importantes benefícios para os produtores, tais como: I. Maior segurança na aplicação: equipamentos especiais asseguram a cobertura, dose e qualidade fisiológica das sementes, proporcionando maior proteção, segurança e conveniência aos produtores e ao meio ambiente. II. Proteção nos estádios iniciais da cultura: a utilização de diferentes modos de ação auxilia as proteínas Bt na redução da pressão sobre as pragas, colaborando para o aumento da sua longevidade. Em um estudo realizado pela Fundação ABC, percebeu-se que com o uso de inseticidas via tratamento de sementes houve uma redução na % de plantas raspadas quando comparadas com a testemunha nos estádios V2 e V3. No gráfico 1 temos o resumo de trabalhos realizados pela DuPont Pioneer, onde foram avaliados os tratamentos de semente nos diferentes níveis de ataque de percevejo (leve, moderado e severo). Com o uso do Poncho®, se obteve forte redução nos danos leves e moderados causados pela praga. Percevejos podem causar danos de produtividade que variam entre 15 a 90% dependendo da severidade do ataque.

Gráfico 2 - Efeito da aplicação de inseticidas via tratamento de sementes em híbridos de milho Bt e não Bt sobre a população de plantas no momento da colheita. Safra 14/15. CDE Tibagi - PR (Fonte: Fundação ABC)

Tratamento de Sementes Industrial Para garantir a dose de produto por semente, a proteção do produto e germoplasma e, para evitar riscos de contaminação e possíveis erros comuns do tratamento de sementes realizado na fazenda, no Tratamento de Sementes Industrial (TSI) uma alta tecnologia é adotada. Na Safrinha 2016, a DuPont Pioneer passou a oferecer o Tratamento de Sementes Industrial com o inseticida Dermacor®, que está associado ao

IV. Maior espectro de controle de pragas: A tecnologia Leptra® associada ao TSI Dermacor® + Poncho® ou Cruiser® resulta no aumento do espectro do controle das principais pragas nas fases iniciais da lavoura de milho, que são: lagarta rosca, lagarta elasmo, lagarta-do-cartucho, Helicoverpa, corós, cigarrinha, pulgão do milho e percevejos. V. Manutenção do estande: o TSI é essencial para boas produtividades em milho, uma vez que atua sobre os insetos nas fases iniciais da lavoura auxiliando para a manutenção do estande. No gráfico 2 temos a representação de um estudo realizado pela Fundação ABC nos Campos Gerais do Paraná, com Dermacor®, em que o número final de plantas foi 20% maior em comparação à testemunha. A população final de plantas é o principal componente de rendimento da lavoura e é uma característica específica de cada híbrido.

Gráfico 1 - % de controle de percevejo com o uso de Poncho® (Fonte: Dupont Pioneer) III. Agilidade no plantio: praticidade e agilidade são palavras-chave quando se trata de Tratamento de Sementes Industrial e este é um diferencial importante que precisa ser considerado, uma vez que elimina a necessidade de mão de obra e equipamento para retratar.

Por fim, reforçamos o compromisso da DuPont Pioneer em entregar novas tecnologias que possibilitem um melhor controle de pragas e também em levar informações úteis aos produtores com o objetivo prolongar a durabilidade dessas tecnologias. O Manejo Integrado de Pragas é o que nos permite diminuir as falhas de controle que resultam em perdas de produtividade. A adoção destas medidas por parte dos produtores é o que irá resultar em um esforço conjunto em direção ao aumento da rentabilidade.

Híbridos marca Pioneer® com tecnologia Leptra® de proteção contra insetos - disponível também em versão tolerante ao herbicida glifosato. Agrisure® e Agrisure Viptera® são marcas registradas utilizadas sob licença da Syngenta Group Company. A tecnologia Agrisure® incorporada nessas sementes é comercializada sob licença da Syngenta Crop Protection AG. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ®Herculex e o logo HX são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLink® e o logotipo são marcas registradas da Bayer. ® YieldGard é marca registrada utilizada sob licença da Monsanto Company. Poncho® é marca registrada da BAYER S.A. Cruiser® é marca registrada da Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. As marcas com ®, ™ ou SM são marcas e marcas de serviço da DuPont, Pioneer ou de seus respectivos titulares. © 2016 PHII

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Resultados da Safra 2015/2016

Agrícola 3 Capões - Guarapuava - PR Híbrido

Área (ha)

Produtividade (kg/ha)

P1680YH

24

11.904,0

Helmut Stutz - Guarapuava - PR Híbrido

Área (ha)

Produtividade (kg/ha)

P1630H

15

12.800

Anton Fassbinder Jr. - Guarapuava - PR Híbrido

Área (ha)

Produtividade (kg/ha)

P1680YH P2530

1,6 23

14.663,0 13.306,0

Gerald S. Leh - Guarapuava - PR Área (ha)

Produtividade (kg/ha)

P3456H P3271H

7,8

*13.480,0 * Resultado médio do talhão de dois híbridos

YieldGard é marca registrada utilizada sob licença da Monsanto Company. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ® Herculex e o logotipo são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLink® e o logotipo são marcas registradas da Bayer Cropscience. As marcas com ®, ™ ou SM são marcas e marcas de serviço da DuPont, Pioneer ou de seus respectivos titulares. © 2016 PHII ®

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Híbrido

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Março / 2014 Observou-se redução na suscetibilidade e resistência à proteína Cry1F (tecnologias Herculex® I e Optimum® Intrasect®) em populações de lagarta-docartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda). Por favor, entre em contato com o Representante de Vendas de produtos marca Pioneer® e informe-se sobre as Melhores Práticas no Manejo Integrado de Pragas.


Resumo

Comissões Técnicas da FAEP Representantes do Sindicato Rural de Guarapuava nas Comissões Técnicas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) participaram das reuniões realizadas nos últimos meses, na capital paranaense, com discussões importantes para a classe. Confira:

Suinocultura Data da reunião: 12 de maio. Assuntos discutidos: Considerações sobre ICMS na energia elétrica rural; Esclarecimentos sobre legislação trabalhista; Validação dos resultados obtidos em abril no Levantamento dos Custos de Produção; Definição do cronograma para reuniões comissão de suinocultura e levantamento dos custos de produção; andamento do PL nº 6459/2013 – Lei das Integrações; e a palestra Panorama do Mercado de Suinocultura, conduzida pelo diretor de Agropecuária BRF, Luiz Adalberto Stabile Benicio.

Representantes do Sindicato Rural de Guarapuava: Rainer Leh e Rafael Majowski

Ovino-caprinocultura Data da reunião: 17 de maio. Assuntos discutidos: Levantamento de Custos de Produção de Cordeiros no Paraná; cursos do Senar da área; planejamento para outras ações da comissão e assuntos gerais.

Representantes do Sindicato Rural de Guarapuava: Adriane Azevedo e Morel Lustosa

Meio Ambiente Data da reunião: 14 de junho. Assuntos discutidos: Relatório do Cadastro Ambiental Rural – 2 anos de inscrição e todas as implicações do PRA; Plantio de Araucária no Paraná; Situação das ADINS – Código Florestal; e cursos do SENAR/AR-PR para a área de solos.

Representantes do Sindicato Rural de Guarapuava: Anton Gora e Hildegard Abt

Contribuição Sindical Rural O produtor rural que não recebeu a Contribuição Sindical Rural 2016 (emitida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA) pode retirar a guia no Canal do Produtor ou no Sindicato Rural de Guarapuava. Se o produtor rural não pagou até o dia 22 de maio, data de vencimento da Contribuição Sindical, a cobrança com juros já

começou. Além dos juros, há incidência de multa de 10% nos primeiros 30 dias, mais um adicional de 2% por mês subsequente de atraso, juros de 1% ao mês e atualização monetária. O último prazo para o pagamento é o dia 15 de agosto de 2016. Caso o produtor não pague até essa data, a cobrança é encaminhada ao departamento jurídico.

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Sindicato e SEAB

Reunião do VTN reajusta só a terra mecanizada

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reunião anual para definição do Valor da Terra Nua (VTN) em Guarapuava, realizada dia 6 de maio, no anfiteatro do Sindicato Rural, determinou reajuste para apenas uma das quatro categorias de terra abrangidas por aquele critério. O valor da terra mecanizada foi elevado de R$ 30.000,00 para R$ 30.500,00 por hectare. Permaneceram os mesmos do ano passado os valores de VTN para terras mecanizáveis, não mecanizáveis e inaproveitáveis (Confira na tabela desta matéria).

Encontro foi coordenado pelo pres. do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e pelo chefe regional da SEAB, Arthur Bittencourt Filho

Ao fazer um balanço, o chefe regional da SEAB, Arthur Bittencourt, destacou o apoio do sindicato para a realização das reuniões anuais para fixar o VTN no município: “Quero agradecer pela colaboração, cedendo o espaço e convidando as pessoas”. Bittencourt considerou ainda que a decisão aprovada reflete o mercado local. “O valor que foi definido situa-se em média dentro daquilo que realmente está se praticando em nível de município”, disse. O chefe regional da SEAB lembrou também que o VTN é sempre uma média e que, dependendo do perfil específico de cada propriedade, o preço pode variar: “É lógico que tem propriedades onde o Valor da Terra Nua é muito maior do que este valor que está sendo divulgado, mas não se pode esquecer que o VTN é um valor médio, um referencial”, explicou. Também para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, que coordenou a reunião ao lado de Bittencourt, o encontro foi positivo. Ele recordou que, para chegar a um parâmetro fiel à realidade local e nacional, os participantes debatem, entre outros aspectos, a situação da agropecuária na região, valores praticados na comercialização de áreas rurais em nível local e as perspectivas econômicas no âmbito nacional. “O que foi constatado é que, embora tenhamos uma crise, e problemas políticos no país, o setor de agropecuária, principalmente a agricultura, vem sustentando o crescimento já há praticamente uma década. Em cima disso, tivemos uma pequena

Participaram da reunião representantes de setores de contabilidade e imobiliário, além de produtores rurais

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VTN e ITR O Valor da Terra Nua (VTN) é a base de cálculo do Imposto Territorial sobre a Propriedade Rural (ITR). Os preços servem como referência no município e não precisam ser utilizados como valor absoluto, tendo em vista que cada propriedade rural tem suas características próprias, quanto ao tamanho, localização, vias de acesso, topografia, hidrografia, tipo de solo, capacidade de uso, etc. Os produtores rurais que declararem no ITR valores muito abaixo da tabela do VTN estarão sujeitos à fiscalização e terão que prestar esclarecimentos adicionais quanto à base de cálculo, formas de recolhimento ou inconsistência de informações.

VTN 2016 para o município de Guarapuava Preço médio por hectare Áreas mecanizadas

R$ 30.500,00

Áreas mecanizáveis

R$ 11.800,00

Áreas não mecanizáveis

R$ 6.500,00

Áreas inaproveitáveis

R$ 3.900,00

correção do valor das áreas mecanizadas, que são as de cultura”, comentou. Botelho ponderou que a pequena elevação do único item reajustado e a manutenção dos outros em seus preços de 2015 deve-se ao cenário brasileiro. “Subimos um pouco o valor, mas também entendemos que o preço não pode ter um aumento exorbitante, em função de que não sabemos a previsão do crescimento do nosso país”, afirmou. Definido anualmente, o VTN é a base de cálculo para o Imposto Territorial Rural (ITR). Em todas as quatro categorias de terra abrangidas por aquele critério, se considera descontado o valor de eventuais benfeitorias que existam na propriedade.


Máquinas agrícolas

Dia de Negócios Tratorcase supera expectativas com lançamento da Axial-Flow Série 130

A

Tratorcase, concessionária autorizada Case IH em Guarapuava, realizou no dia 13 de maio, o seu tradicional Dia de Negócios. Além de oferecer aos clientes condições especiais na compra de peças e máquinas, a programação incluiu também palestras técnicas e o lançamento da colheitadeira Axial-Flow, Série 130. Cerca de 600 pessoas passaram pelo evento durante todo o dia. “O volume de negócios realizado foi exLuiz Henrique Chimiloski, celente, acelerou bastante as negociações gerente da concessionária que a gente já vinha fazendo anteriormente Case em Guarapuava com alguns produtores e alavancou também muitos negócios futuros. Portanto, o dia de negócios foi além da nossa expectativa”, relatou o gerente da concessionária em Guarapuava, Luiz Henrique Chimiloski. Os clientes puderam aproveitar condições especiais na compra de máquinas, peças e contratação de serviços. “Com a parceria da fábrica e nós, como revenda, pudemos baixar as margens de preços das máquinas, com descontos de 8 a 10%. As condições de parcelamento ficaram as mesmas, mas solicitamos aos nossos parceiros que os negócios fechados durante o evento fossem priorizados. Oferecemos também pacotes especiais nos serviços e peças para a manutenção preventiva dos equipamentos”, destacou Chimiloski. O grande destaque do dia foi o lançamento da colheitadeira Axial Flow, série 130. A Michelin, empresa parceira da Case IH, participou do evento com a palestra A escolha do pneu certo, melhorando a produtividade agrícola, ministrada pelo gerente de contas, Cícero Ferreira.

Opinião Johann Zuber Junior, Cliente Tratorcase Sou cliente da Case desde 2002. Hoje eu só tenho máquinas Case na propriedade, pois quando comecei a investir mais nos equipamentos da marca, a equipe me procurou para fazer o Programa Fidelidade. Com isso, eu tenho, atualmente, uma compensação de preço melhor. Além disso, eu não posso reclamar de forma nenhuma do atendimento da equipe, sempre sou pronto atendido. Nós trabalhamos até no próprio desenvolvimento de produtos em conjunto, então a gente se sente em casa. Quanto ao dia de negócios, considero uma oportunidade ímpar para compra de novas máquinas, peças e contratar serviços. A gente tem visto que muito produtor espera esse dia para fechar negócios. Eu mesmo adquiri um pulverizador hoje”.

Na foto, o produtor rural Johann Zuber Junior e seu gerente Fernando Peterlini

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Sindicato Rural de Pitanga

Simples e organizado

Produção leiteira de pequena propriedade no município de Pitanga consegue bons resultados com um manejo simples, mas organizado.

S

eu José Vieira dos Santos veio de Maringá, região noroeste do Paraná, para Pitanga, no centro-sul paranaense há mais de 30 anos. Filho de produtores rurais, procurou continuar na atividade rural. Como a propriedade que comprara era pequena, enxergou na produção leiteira uma oportunidade para gerar renda para sua família. “Comecei com cinco novilhas holandesas que foram compradas por meio da Coamo. Fomos buscá-las em Campo Mourão. Foram compradas por meio do Programa Panela Cheia, do antigo Banestado. Dessas, eu dei duas para meu filho mais velho, que hoje tem leiteria em Guarapuava e três ficaram comigo. Um tempo depois foram compradas mais 10 do Dr. Gelson Hervinger, de Guarapuava. A partir de então, nunca mais precisamos comprar novilhas, só vendemos”, comemora o produtor. Hoje, o rebanho conta com 30 vacas em lactação da raça Holandesa em uma propriedade de 10,5 alqueires. A produção diária é de, em média, 23 litros por animal, que são entregues para empre-

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sa francesa Lactalis. A média de preço é de R$ 1,28 por litro e a empresa, como é nova no Brasil, ainda está adaptando um sistema por pagamento de qualidade na região. O trabalho é realizado em família, com a ajuda de mais um casal de funcionários. O objetivo da equipe é sempre obter um leite de qualidade, imprescindível para uma boa remuneração

da atividade. A média dos últimos três meses na contagem bacteriana (CBT) foi de 23.000,00; a de células somáticas (CCS), 166.500,00; gordura, 3,22% e proteínas, 3,12%. Os índices se devem ao bom manejo com o rebanho, cuidados com a alimentação - feita com pastagem, silagem de milho e ração, e a higiene de cada animal.

Família Vieira dos Santos - Sítio Santa Luzia, da localidade Rio Cascata, em Pitanga


O filho do meio de José, Fábio Henrique dos Santos, é quem sempre está atento aos detalhes que fazem a diferença na produção do leite. Estudante de agronomia, ele afirma que a atividade não tem segredo, mas exige esforço diário. “Para a contagem bacteriana, é feita a limpeza diária na máquina de ordenha, como recomendado. Não tem segredo nenhum: é água na temperatura certa e quantidade indicada de produto. A gente treina sempre o funcionário para isso, porque a ordenha faz a limpeza sozinha, mas tem que estar sempre de olho, porque algumas vezes exige uma limpeza manual. Isso vale também para a lavagem do resfriador. Em relação à CCS, a gente sempre cuida da sanidade das vacas, em relação a doenças, principalmente a mastite. Quando dá para tratar, a gente faz de tudo, mas se precisar

Sala do resfriador descartar o animal, é feito. E um bom pré-dipping e pós-dipping”, pontua Fábio. É ele que junto com a sua mãe, Maria Alice dos Santos fazem a inseminação das vacas, buscando sempre obter a melhor genética. Todas as exigências feitas pela empresa que recebe o leite estão sendo cumpridas aos poucos. Na estrutura

Prêmio recebido em 2012, exposto na sala do resfriador

de ordenha e armazenamento do leite foram feitas reformas na sala do resfriador. O local, que antes não tinha forro, hoje possui a estrutura com forro de PVC, que é mais higiênico, e sala fechada. Os remédios são fechados em um armário, identificados e com informações sobre em quais condições o animal pode receber. O descarte do lixo também é feito de maneira correta (separando reciclável, medicamentos, orgânico, etc). Os bezerros ficam em um local separado; as vacas que estão prenhas ficam em outra estrutura e recebem a alimentação adequada para esta fase. A família também realizou outras mudanças físicas e no processo da produção do leite. Tudo é simples, mas com uma organização impecável, que no final contribui para a entrega de um bom produto. A Emater também presta assistência técnica na propriedade e José afirma que todas as recomendações são seguidas.

Reconhecimento O esforço pela qualidade do leite foi reconhecido em 2012, quando o Sítio Santa Luzia ganhou a melhor média de Contagem de Células Somáticas do Programa de Análise de Rebanhos Leiteiros

do Paraná, uma parceria da Emater com a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa. O produtor, mesmo sendo antigo na atividade, tem consciência de que é sempre preciso melhorar e evoluir. Ele ressalta que é por isso que faz questão que seus filhos se envolvam na atividade e que busquem sempre o que há de mais atualizado. “Antes a gente fazia tudo manual, a ordenha, colocando o leite no balde. Quando veio o resfriador, a gente ia despejar. Hoje, sabemos o quanto de bactéria isso trazia para o leite, mas como sempre prezamos pela qualidade, fizemos o possível para melhorar nossos índices. Hoje temos ordenha automática, transferidor e resfriador. Como eu já trabalhei bastante, deixo pra eles a responsabilidade agora. Eles têm mais disposição e condição de buscar o melhor”.

Sala de ordenha A família afirma que a atividade exige esforço, porque afinal, o trabalho é diário e nunca tem folga, já que a ordenha é feita duas vezes ao dia. Mas todos concordam que a atividade é muito prazerosa e que vale a pena, apesar das dificuldades. Tanto que a mais nova da família, de apenas 13 anos, Renata Karoline dos Santos, afirma que quer continuar tocando a propriedade. “Quando o pai fala em vender a propriedade, eu não quero. Gosto do campo”.

Convenção Coletiva de Trabalho O Sindicato Rural de Pitanga e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pitanga realizaram no dia 20 de abril, a Convenção Coletiva de Trabalho - CCT (ato jurídico pactuado entre sindicatos de empregadores e de empregados para o estabelecimento de regras nas relações de trabalho em todo o âmbito das respectivas categorias - econômica e profissional). Estiveram presentes o presidente do Sindicato Rural, Luiz Carlos Zampier, o secretario executivo Antonio Adir de Lara e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Dirceu Alves de Lima. O ajuste do salário para os trabalhadores rurais ficou em R$ 1.112,00, com um reajuste de 11,2% a mais do ano passado. O valor tem validade até o dia 1º de maio de 2017.

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Milho

Interação Nitrogênio e Molibdênio para o desempenho produtivo da cultura do milho Eng. Agr. Renê José dos Santos Eng. Agr. Dr. Claudemir Zucareli Eng. Agr. M.Sc. José Henrique Bizzarri Bazzo

O

milho (Zea mays L.) representa um dos principais e mais tradicionais cereais cultivados no mundo devido à sua importância para os diferentes elos da cadeia do agronegócio. Em função da quantidade e da natureza das reservas acumuladas nos grãos, a cultura destaca-se como fonte de energia para a alimentação humana e animal, além de ser largamente utilizada como matéria-prima pela indústria e como alternativa para a produção de bioenergia. Com o processo de domesticação, seleção e melhoramento genético da cultura do milho, obtiveram-se plantas mais produtivas. Aliados a isso, novas tecnologias e sistemas de produção foram adotadas, principalmente em relação ao arranjo espacial com maior densidade de plantas por área. Assim, com híbridos mais produtivos sendo cultivados com maior densidade populacional, há uma intensificação da extração de nutrientes, demandando maior aten-

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Revista do Produtor Rural do Paraná

ção em relação às práticas de nutrição mineral das culturas do sistema. Dentre estas, a da adubação nitrogenada destaca-se como importante aspecto a ser considerado, pois plantas não suficientemente nutridas em N comprometem o rendimento dos grãos de milho. Os ganhos de produtividade na cultura do milho vêm sendo proporcionados, entre outros fatores, pelo aumento no uso de fertilizantes nitrogenados, devido ao nitrogênio (N) ser considerado o elemento quantitativamente mais demandado pela cultura ao longo do ciclo produtivo. Diversos trabalhos afirmam que a cultura é altamente responsiva à adubação com N, apresentando respostas positivas sobre os componentes de produção, produtividade e qualidade de grãos. A adubação nitrogenada requer um manejo eficiente, pois o N apresenta grande interação com o solo e está sujeito a uma série de reações que podem reduzir a disponibilidade do nutriente às plantas. Neste contexto, propõe-se o parcelamento da adubação com N, disponibilizando parte do nutriente na semeadura e o restante em uma ou mais aplicações de cobertura, levando-se em consideração o teor de matéria orgânica do solo, o histórico da área e o rendimento esperado.


O alicerce da alta produtividade

O N pode ser absorvido pela planta tanto na forma de nitrato (NO3-) quanto na forma de amônio (NH4+). Quando a absorção ocorre pela forma de nitrato, é necessária a sua redução para nitrito (NO2-) e, posteriormente, à amônia (NH3) para sua incorporação em compostos orgânicos. Entretanto, a redução do nitrato a nitrito depende de uma enzima chamada redutase do nitrato. Na atividade dessa enzima, é essencial a presença do micronutriente molibdênio (Mo), que atua como doador de elétrons, permitindo que a enzima catalise a redução do nitrato a nitrito durante sua assimilação pela célula vegetal. Logo, o Mo interfere diretamente no crescimento e desenvolvimento do milho e, consequentemente, no rendimento dos grãos por meio do metabolismo do N. Ocorre uma relação vantajosa na interação entre o N e o Mo nos processos metabólicos da planta, ou seja, um macronutriente sendo potencializado pela ação de um micronutriente. Assim, dada a importância do N para a

cultura do milho, aliada à eficiência de uso pela planta do N dos fertilizantes nitrogenados, e considerando a atuação do Mo como cofator enzimático no processo de redução assimilatória do N pelas plantas, faz-se necessário o estudo e adoção de novos manejos ou alternativas tecnológicas que possibilitem o melhor aproveitamento da

adubação de ambos nutrientes pela cultura, visando sempre à produtividade máxima econômica. Estudos avaliando os efeitos das formas de aplicação de molibdato de potássio, como fonte de Mo, associadas à adubação nitrogenada de cobertura na cultura do milho, comprovam que a suplementação de Mo, via tratamento de sementes e via foliar, melhora o aproveitamento do N na cultura do milho, favorecendo os componentes de produção e o rendimento de grãos. Na presença do Mo, a adubação nitrogenada pode ser melhor aproveitada proporcionando plantas de milho mais eficientemente nutridas em N. Portanto, a adubação molibídica configura-se como uma ferramenta prática de manejo para o uso racional, eficiente e sustentável dos fertilizantes nitrogenados, contribuindo para o aumento de produtividade de grãos e auxiliando os agricultores a alcançarem os altos tetos produtivos das modernas cultivares de milho.

O alicerce da alta produtividade

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MANCHETE

Somando forças para alavancar a bovinocultura de corte no PR

Q

uanto custa produzir uma saca de soja? Com os preços atuais, qual a produtividade que dá lucro? Diante destas perguntas, boa parte dos produtores de grãos tem uma resposta pronta. Já na bovinocultura de corte paranaense, conforme destacam lideranças do próprio setor, uma minoria costuma anotar e analisar todo o conjunto de números envolvidos, como índices zootécnicos, custos de produção, volume de carne por hectare e a real rentabilidade do negócio ao final da venda. Mas então não haveria, já hoje, pesquisas feitas em diversas instituições para uma evolução da pecuária

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em tecnologia, manejo, qualidade, sanidade, gestão, eficiência e lucratividade? Com 0 objetivo de mostrar que existem possíveis respostas àquelas perguntas, o Sindicato Rural de Guarapuava e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), com diversos apoios, promoveram, dias 16 e 17 de junho, em Guarapuava e Pinhão, o Dia de Campo da Bovinocultura de Corte. O evento foi mais uma das ações práticas do Plano Pecuária Moderna, no sentido de divulgar tecnologias para os produtores de carne bovina. A programação começou por volta das 14h, no auditório do Centro Me-

sorregional do Campus Cedeteg da Unicentro, com apresentações de dois especialistas, do departamento de Agronomia da Unicentro. O professor Itacir Sandini (doutorado em Agronomia – Produção Vegetal) ministrou a palestra “10 anos de pastagem de inverno e nitrogênio: contribuição da Unicentro para o sucesso do produtor rural”. Em seguida, o professor Sebastião Brasil Campos Lustosa (pós-doutorado na linha de pesquisa de Produção Vegetal em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária) abordou o tema “Sistemas de produção agropecuária”. Os participantes – produtores rurais e estudantes de cursos secundá-


Dia de Campo da Bovinocultura de Corte, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava e FAEP, reuniu centenas de participantes, em junho

rios e universitários ligados ao campo –, também tiveram a oportunidade de observar experimentos no campo. A programação do dia se encerrou com outra palestra, que reuniu, às 20h, no CTG Fogo de Chão, em Guarapuava, cerca de 500 participantes – grande parte, pecuaristas: Suplementação Estratégica na Pecuária de Precisão. Numa promoção conjunta do Sindicato Rural de Guarapuava e DSM Tortuga, o médico veterinário e gerente da DSM

Abertura, no Campus Cedeteg, da Unicentro

Tortuga - RS, Luiz Francisco Biacchi Filho (Santa Maria – RS) detalhou o assunto, surpreendendo o público. Biacchi disse que em muitos sistemas produtivos, os pecuaristas acabam tendo prejuízos que passam despercebidos, ao desperdiçar recursos com alimentação ou manejo inadequados, levando o gado a perder peso. Ele chamou a atenção que o trato bruto com os bovinos (como pancadas e gritos) e até a qualidade da água podem não só atingir a sanidade, mas também reduzir o ganho diário dos animais. No dia 17, o dia de campo prosseguiu na Fazenda Rio Quadrado, da

Palestra em propriedade rural em Pinhão: na integração lavoura-pecuária, um dos caminhos para a pecuária moderna

família Dellê, no Pinhão. O professor André Brugnara Soares (Departamento de Ciências Agrárias da UTFPR-Pato Branco) apresentou o tema Manejo de pastagens e Integração Lavoura-Pecuária. Ele defendeu que as atividades são complementares. Mas para que os resultados sejam os desejados, alertou, é preciso que o pecuarista utilize as técnicas de manejo preconizadas pela pesquisa. Ao final, um dos organizadores, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, que também preside a Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da

Rodolpho Botelho, presidente do Sindicato Rural e da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da FAEP Revista do Produtor Rural do Paraná

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FAEP e o Comitê Gestor do Pecuária Moderna, resumiu a linha de trabalho do plano. Respeitando as condições específicas de cada região do Paraná, onde os bovinocultores têm de adaptar seus sistemas a solos, climas e raças diferentes, Botelho afirmou que, com a iniciativa, “ninguém quer reinventar a roda”. O mais importante, sublinhou, é o produtor se conscientizar de que é preciso evoluir em eficiência e rentabilidade. Para isso defendeu, assim como

outros participantes do Plano Pecuária Moderna, que o setor deve se espelhar na produção agrícola, que está constantemente em busca de progressos em tecnologia, gestão e rentabilidade. Em um dos índices da bovinocultura de corte, a produtividade, Botelho recordou aos participantes que o Estado já conta com pecuaristas em excelentes patamares, mas que na maioria dos casos a média ainda é muito baixa. Ainda antes do Dia de Campo da Bovi-

Professores explicaram pesquisas também no campo

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nocultura de Corte, em entrevista para divulgar o evento, ele assinalava que a produção de carne por carcaça/ano, no Paraná, se encontra atualmente num nível considerado reduzido, em 137 kg. “Se aumentar para 210 kg, está ótimo”, disse na ocasião, referindo-se a uma das metas de índices zootécnicos do Plano Pecuária Moderna. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava argumentou no entanto que, para aumentar produtividade, a solução não é simplesmente aumentar o total de animais por área. O que o Plano Pecuária Moderna busca, enfatizou, são sistemas produtivos voltados à eficiência, com ganhos em índices zootécnicos e produtividade, independente do tamanho do plantel de cada produtor (O plano identificou a necessidade de direcionar a produção de carne paranaense para mercados de carnes nobres e por isso propõe a redução da idade média de abate, dos atuais 37 meses para 30, com a taxa de desfrute passando de 21% para 25% e um aumento da taxa de natalidade, de 65% para 75%). Como presidente da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte, Botelho conclamou os pecuaristas presentes a participar do plano. “Dentro do programa, tem dois sistemas de propriedades: as de referência, que são as que querem melhorar os seus níveis, entrando dentro do programa. Essas propriedades vão ser trabalhadas dentro da comissão regional. As inscrições podem ser feitas com o pessoal lá no Sindicato Rural. E também as propriedades modelo, como esta em que estamos hoje presentes, que vão servir de modelo para as demais, em dias de campo, para divulgar tecnologia”, destacou. Ele recordou ainda que, atualmente, o Plano Pecuária


Moderna está realizando, em diversas regiões do Estado, como em Guarapuava, um curso para profissionais que prestam assistência, como veterinários, zootecnistas e agrônomos. Na sequência o Dia de Campo prosseguiu, num talhão de pecuária: o produtor Ciro Davi Brolini Dellê explicou como funciona o sistema da fazenda. (Cooperado da CooperAliança, ele vende os animais para a cooperativa, que atua no setor de carnes nobres). O momento também proporcionou espaço para que os participantes pudessem conversar com os palestrantes, tirando dúvidas sobre tipos de pasto, adubação de pastagem, taxa de lotação dos piquetes, período de pastejo (alturas mínimas das plantas), rotação entre pastos e culturas comerciais e produtividade na integração lavoura-pecuária, além

de custos de produção em geral. Membro da equipe que elaborou o Plano Pecuária Moderna, o zootecnista Guilherme Souza Dias, da FAEP, fez um balanço positivo do evento. Ele, que abriu o segundo dia frisando que o plano não visa passar uma “receita de bolo” para os pecuaristas, analisou que, por outro lado, os pesquisadores têm sido capazes de indicar várias alternativas práticas para melhorar os sistemas produtivos. “Muitas vezes o produtor acha que os resultados de pesquisa podem não estar condizendo com aquilo que a gente precisa. Não, ocorre justamente o contrário. Foi mostrado que, tendo uma fertilização expressiva, utilizando das boas práticas produtivas, se consegue resultados melhores. Inclusive com a integração lavoura-pecuária”, observou. A REVISTA DO

Guilherme Souza Dias, zootecnista da FAEP

PRODUTOR RURAL acompanhou o Dia de Campo da Bovinocultura de Corte e traz entrevistas com palestrantes e participantes.

10 anos de pastagem de inverno e nitrogênio: contribuição da Unicentro para o sucesso do produtor rural Nós iniciamos o projeto Integração Lavoura-Pecuária dentro da universidade em 2006. Como se sabe, a grande dificuldade que se tem em termos de produção forrageira é o principal nutriente, o nitrogênio. Então, tudo que foi desenvolvido ao longo desses anos foi o entendimento do nitrogênio no sistema. Quando falamos em sistema, nós falamos no sentido do efeito direto do nitrogênio na contribuição para a produção forrageira. Consequentemente, a produção animal por unidade de área e os efeitos indiretos, que são aquele benefício do uso do nitrogênio na cultura subsequente. O que foi avaliado e identificado ao longo desses anos é que o uso do nitrogênio potencializava e aumentava a produção forrageira e grande parte desse nitrogênio ficava ou tem ficado de resíduo para a cultura do feijão ou de milho, que são culturas que vêm depois da forragem. Além de propiciar a melhoria no desempenho da produção

foi constatado que, quando utilizado o nitrogênio, a capacidade de recuperação do solo é maior quando comparada a um sistema em que não se utiliza o nitrogênio. O projeto também propiciou o crescimento dos alunos. Houve o envolvimento de mestrandos e doutorandos tanto da Unicentro, como da UFPR. Também foram desenvolvidos trabalhos aqui da UTFPR Dois Vizinhos, onde cada um estudou um tema de uma forma isolada, como compactação do solo, microbiologia do solo, efeitos dos nutrientes, mas todos respeitando a questão dos sistemas de produção, ou seja, os efeitos de uma cultura em cima da outra. Nós, como universidade, temos que desenvolver conhecimento e fazer com que esse conhecimento seja reproduzido por pessoas. Todas as pesquisas geradas são aplicadas. Não temos nenhuma pesquisa básica, que vai estar gerando outras pesquisas, ou seja, elas podem ser utilizadas pelos produtores nas suas propriedades com segurança. E

Itacir Sandini

Professor do Departamento de Agronomia da Unicentro

eu não tenho dúvida que os produtores que utilizarem as informações geradas pelo projeto terão sucesso em suas unidades de produção”.

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Suplementação Estratégica na Pecuária de Precisão

O conceito pecuária de precisão surgiu à semelhança da agricultura de precisão. Notamos que havia, dentro das propriedades dedicadas à pecuária, um desperdício muito grande. Desde mão-de-obra, manejo, genética e o aproveitamento do que a propriedade produz de alimento. Outra questão importante no desperdício de recursos: a estrutura. Desde formiga, qualidade de água para os animais, até a utilização correta dos diferentes volumosos dentro da propriedade. Com um volumoso de baixa proteína, o animal precisa receber um suplemento que compense aquela falta de proteína

para um determinado ganho. Da mesma forma que a falta de um mineral ou de um nutriente causa baixo desempenho, o excesso também causa. O ruminante, por si só, é um animal de baixíssima eficiência alimentar. Um bovino, muitas vezes, tem de ingerir 50 quilos de comida para produzir um quilo de peso-vivo. Qual é nossa função, através das tecnologias de insumos, dos minerais orgânicos, de amiláse, de fósforo? Melhorar a eficiência, para que o ruminante retenha mais nutriente e tenha um ganho de peso maior. Para definir a suplementação, partimos da necessidade de cada categoria. O terneiro, para

Márcio Essert, Rodolpho L. W. Botelho, Alexandre Bombardelli, Biacchi, Fábio Jamus e Josef Pfann Filho

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Luiz Fco. Biacchi Filho

Médico Veterinário e gerente DSM Tortuga - RS

ganhar um quilo de peso por dia, tem de comer uma determinada quantidade de nutriente. Então, se estabelece esta quantidade de nutriente e, mediante o volumoso, se completa esta lacuna. Uma vaca prenha, no terço inicial de gestação, tem uma necessidade menor de nutrientes. No terço final, aumenta. Um boi, para ‘botar acabamento’, quando precisa ter 800 gramas ou acima disso de ganho diário, tem outro requerimento. Então, depende do requerimento, para que também haja um equilíbrio entre o que é gasto e a receita. Não adianta você ter eficiência alimentar a qualquer custo. Esta é a grande função da DSM Tortuga. Equalizar a necessidade fisiológica daquele momento e o investimento correto. Toda tecnologia tem de ser aplicada de forma correta e sob uma orientação técnica. Este é, acredito, o grande diferencial da DSM Tortuga”.


Sistemas de produção agropecuária Nós discutimos como trabalhar a agricultura e a pecuária juntas, para que elas sejam sinérgicas, ou seja, para que elas consigam gerar renda para o produtor e ocupar as áreas, melhorando as características de solo, de controle de plantas daninhas, de doenças e para que isso se transforme em receita. Para isso, é preciso planejar todas as atividades, por exemplo: se o produtor está pensando na cultura de verão, ele tem que estar planejando isso agora. Ele sempre deve ter uma antecipação de três a quatro meses e olhar a propriedade numa escala, determinando quais são as culturas principais, o que a gente pode utilizar em épocas que não tenha soja, milho ou feijão, o que podemos encaixar dentro desse planejamento. E associado a isso, na nossa condição, que é uma região fria no estado, colocar adubação no inverno. Se formos fa-

zer uma comparação, o produtor ganha 100% na soja, mas a pastagem está no nível de 20% ainda. Portanto, para crescer o potencial da pastagem, devemos ter alguns cuidados, como o manejo da fertilidade do solo, adubações, mantendo os nutrientes, pois eles são caros e podem ser fator de poluição, devendo ser feita a ciclagem deles. Considerar a altura da pastagem na entrada dos animais, a utilização de genótipos, as diversas variedades de forragem... São coisas já bastante conhecidas, mas que algumas vezes, o produtor ou o próprio técnico da propriedade resiste a por em prática ou não sabe recomendar. Por isso, a capacitação com os técnicos do Programa Pecuária Moderna é muito importante. Eles vão sair dessa capacitação sabendo recomendar as técnicas, tendo o olho clínico da entrada e saída de animais, de como eles vão utilizar as áreas, como escaloná-las e ou-

Sebastião Brasil

Professor do Departamento de Agronomia da Unicentro tros detalhes. O estado do Paraná tem um potencial muito grande para a integração lavoura-pecuária, basta colocar em prática algumas técnicas básicas”.

Manejo de pastagens e Integração Lavoura-Pecuária A gente já está num nível de conhecimento, entre os técnicos e os produtores, em que conseguimos enxergar a lavoura e a pecuária como duas coisas complementares. Temos de terminar definitivamente com a dicotomia entre pecuária e lavoura. Hoje, já temos tecnologia, com as quais conseguimos aumentar a produção dos cultivos, através da pastagem, e também conseguimos implantar ou renovar a pastagem através da lavoura. Isso traz um leque de vantagens, de ordem econômica e técnica, como a quebra de ciclos de doenças. A verminose nos animais é menor na integração lavoura-pecuária (ILP), há menos pragas, menos plantas invasoras, menos doenças fúngicas. A ferrugem asiática, que é um dos nossos problemas: hoje, sabemos que já conseguimos diminuir a incidência quando se tem áreas na ILP. Até porque um dos princípios da integração é a rotação de culturas. Isso é uma das coisas que faz diminuir a incidência

de doenças e pragas, com diminuição de custos de fertilizantes. O mesmo fertilizante é usado mais de uma vez. Isso aumenta a eficiência do uso de máquinas, benfeitorias, mão-de-obra. Em muitas regiões do Paraná, há um capital imobilizado em máquinas, colheitadeiras, plantadeiras, que são usadas em alguns dias do ano. Temos de aproveitar estas oportunidades para alavancar a pecuária através da lavoura e vice-versa. No conceito de ‘Pousio Zero’, fazendo misturas forrageiras, delineando épocas de plantio, com sobressemeaduras, conseguimos hoje semear forrageiras junto com o milho, numa linha intercalar. De forma que, quando colho o milho, já entro com os animais na pastagem. Num clima Cfb, como aqui em Guarapuava, eu faria sobressemadura com forrageiras de inverno. Isso são exemplos de que conseguimos fazer um uso mais contínuo do solo. A gente consegue, através do manejo de pastagens e culturas, melhorar nosso solo, tornar nossas plantas menos

André Brugnara Soares Departamento de Ciências Agrárias da UTFPR (Pato Branco – PR)

susceptíveis à estiagem, aumentar a taxa de infiltração de água. Começa uma série de coisas positivas. E uma puxa a outra, quando fazemos o manejo adequado da pastagem e da lavoura”.

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Opinião A proposta do Pecuária Moderna é excelente para nós, pecuaristas. São pessoas especializadas, trazendo conhecimento para o produtor de uma forma simples e eficiente. Acrescentando a isso, nos levando a propriedades de referência, onde vamos tentar copiar esses sistemas que estão funcionado bem. Sobre esse evento, todos os temas foram importantes, mas a importância da pastagem no inverno foi algo bem debatido. Os palestrantes explicaram a forma que se deve trabalhar a pastagem de inverno e que a gente não dá muita atenção e que podemos perder muito se não cuidamos das pastagens nesse período”.

Além de produtores rurais, também estudantes compareceram ao evento

Boi no Rolete, patrocinado pela DSM Tortuga, fez sucesso no evento

Anfitrião do evento no campo Na última fase do dia de campo, o produtor rural e pecuarista Ciro Davi BroliniDellê recepcionou os participantes em sua propriedade, a Fazenda Rio Quadrado, no município do Pinhão. A propriedade é uma das fazendas modelo no Programa Pecuária Moderna - propriedade familiar e cultiva soja e milho no verão, trigo no inverno e pecuária. Ciro Davi Dellê Apesar de ser escolhida como modelo, Dellê afirma que uma fazenda sempre tem o que melhorar. Ele comenta que a proximidade com a Unicentro, nas pesquisas de forragem, coordenadas pelo professor Sebastião Brasil, tem possibilitado uma grande melhoria na produção da propriedade. “Além disso, o programa Pecuária Moderna, da Faep, do qual estamos participando, também está nos trazendo grandes benefícios. Esse dia de campo é um exemplo. Sempre aprendemos algo com as palestras”. Para Dellê, ser uma propriedade modelo do programa também significa um desafio a mais. “A gente precisa continuar utilizando tecnologia de ponta e avaliar esse uso com o retorno econômico. Enfim, temos que buscar sempre a melhor produção, com rentabilidade e estabilidade na agricultura e na pecuária”.

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Vanderlei Ramires

Propriedade Águas do Avencal (Reserva do Iguaçu)

O dia de campo foi extremamente importante, frisando a exigência das plantas em relação à adubação nitrogenada, que é ver o pasto como uma lavoura e nutrir a planta para ela estar preparada em situações como aconteceu nesse ano, com geadas extremas, para que elas tenham condições de se recuperar, sem causar prejuízos. Também a questão de suplementação para o gado - a gente acha que um pouquinho a mais de ureia é suficiente, mas temos que ver com relação a microminerais, como isso é importante e interfere na produção. São coisas que podemos implantar na propriedade, tentando minimizar os prejuízos que já tivemos com o clima e prevenir outras situações”.

Luciane Araújo

Fazenda Paiquerê (Turvo)


As pastagens de inverno têm um aliado de peso. Fosbovi® Aveia-Azevém conquistou o Sul do país. Afinal, foi desenvolvido para atender as exigências nutricionais de animais mantidos em pastagens de inverno e em pastagens nativas. O uso deste suplemento de alta tecnologia nutricional proporciona um melhor aproveitamento da forragem pelo rebanho, elevando o desempenho e a lucratividade da propriedade. • Minerais Tortuga de alta Biodisponibilidade; • Aumenta o ganho de peso dos animais; • Contém Monensina Tortuga® Revista do Produtor Rural do Paraná

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Show Pecuário 2016

Leilão Angus Show

acontecerá no dia 28 de julho Os associados do Núcleo de Criadores de Angus do Oeste do Paraná irão oferecer touros, fêmeas e animais cruza Angus de altíssima qualidade e adaptados ao clima da região

C

omo parte da programação da segunda edição do Show Pecuário, haverá também a segunda edição do Leilão Angus Show, que acontece no dia 28 de julho, às 19h, no recinto de leilões do Parque de Exposições Celso Garcia. Animais da raça taurina da mais alta qualidade serão ofertados no evento, tanto por criadores do Núcleo de Criadores da Raça Angus do Oeste do Paraná como de um criador convidado. Mais de 30 touros serão leiloados, além de 10 a 15 fêmeas e animais cru-

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zados. O leilão terá à disposição animais dos seguintes criadores: Agassiz Linhares Neto; José Filippon; Lauro Colombo; Reno Paulo Kunz; e Rogério Stein, todos associados ao Núcleo, e Paulo Dorneles Cairolli, criador de Angus que foi convidado a participar do leilão, pois irá trazer animais de elite para o julgamento argola. Segundo Agassiz, que é presidente do Núcleo, um mês antes do evento o catálogo com todos os animais que foram selecionados exclusivamente para este leilão estará disponível aos

interessados. “Também todas as informações estarão na internet. Todos os animais são de altíssima qualidade. Somente os melhores animais de cada plantel estão neste leilão”, comentou. Para o agropecuarista Rogério Stein, “a raça Angus está consolidada como a melhor opção para gerar o cruzamento industrial com as raças zebuínas, por isso esta oferta do leilão é uma ótima oportunidade para os criadores de gado de corte do Paraná”. A organização tem as melhores expectativas possíveis sobre o leilão,


Raça Angus

Agassiz: “ O leilão Angus Show é garantia de ótimos negócios com animais de alta qualidade”

já que na primeira vez, quando da primeira edição do Show Pecuário, foi um sucesso. Espera-se mais de 300 pessoas no evento, público semelhante ao de 2015. “Aproveitamos o espaço para convidar a todos os pecuaristas

da região Oeste do Paraná e também de outras regiões para participar do 2º Leilão Angus Show. Certamente, eles terão acesso a animais de altíssima qualidade e garantimos que farão bons negócios”.

Conhecida internacionalmente pela qualidade da carne, a raça taurina Angus é a mais utilizada nos cruzamentos industriais. A raça Angus, que é de extrema precocidade e com carne conhecida por seu marmoreio (gordura entremeada na carne), traz entre outros diferenciais maciez inigualável e excelente sabor. A uniforme distribuição da gordura no tecido muscular lhe confere um aspecto atraente e sabor singular. Essa distribuição faz a diferença na preparação da carne, que hoje é um sucesso no Brasil e no mundo inteiro, conferindo a todos os produtores que criam essa raça e que fazem o cruzamento industrial uma grande rentabilidade.

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Tecnologia

Fuse Technologies V

ocê, produtor rural, enfrenta inúmeros desafios, como aumento nos custos de insumos e nos investimentos, frotas mistas e preocupações com o funcionamento das máquinas. Pensando nisso, a Massey Ferguson traz para você a Fuse Technologies, estratégia inovadora que oferece soluções de ponta para a agricultura de precisão, que transformam as propriedades agrícolas através da integração e da otimização de recursos. Com essas soluções, você terá mais produtividade e rentabilidade no campo. A Massey Ferguson apresenta ao mercado a nova Estratégia Global de Tecnologia da AGCO, o FUSE TECHNOLOGIES: o conceito de produtos e serviços totalmente conectados e integrados na fazenda, trabalhando no lugar certo e no tempo certo, em todas as etapas de produção: plantio, manejo, colheita e armazenamento de grãos que conecta

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gerenciamento, controle e tecnologia para aumentar a sua rentabilidade. A iniciativa é pioneira e demonstra que a tecnologia é fundamental para o seu sucesso junto com nossas máquinas. É sinal de um novo nível de compromisso com a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços de tecnologia. Produção inteligente: uma estratégia conectada A Fuse Technologies é uma abordagem consolidada que apóia nossos clientes durante todo o ciclo produtivo e integra cinco áreas: • A marca Massey Ferguson • Tecnologias embarcadas e não embarcadas • Suporte e treinamento • Rede de concessionárias • Prestadores de serviços; Máximo rendimento para que você possa ter o máximo rendimento de seus produtos Massey Ferguson. Nós, além de primarmos pela mais alta qualidade na fabricação, proporcionamos treinamento de ponta para os concessioná-

rios, para que eles tenham as respostas para todas as suas dúvidas. Nós vamos expandir nosso suporte e recursos de treinamento, inclusive com a inauguração de um centro de atendimento exclusivo para clientes de agricultura de precisão em 2014. A estratégia Fuse se apóia em três conceitos-chave que fazem com que as operações de cultivo ocorram com mais eficiência. • Reduza o tempo de parada: reduzir o tempo de parada enquanto melhora a produtividade agrícola através da conectividade sem fio e serviços de diagnóstico. • Gerencie sua frota: ferramentas de conectividade ajudam os produtores a gerenciarem e se comunicarem com seu equipamento – móvel ou fixo – independentemente da marca. • Tome as decisões certas: produtores permanecem em constante contato com suas concessionárias Massey Ferguson para tomar as decisões certas durante o ano todo.


Tecnologia para hoje. E para amanhã. As tecnologias embarcadas e não embarcadas da Massey Ferguson proporcionam maior visibilidade e conectividade em toda a extensão da propriedade agrícola. Isso permite a otimização de todo o equipamento – resultando em maiores rendimentos, menores custos de produção e maiores lucros. • Controles de Sementes & Aplicação • Direção & Autonomia: Auto-Guide® 3000, • Medição de Produtividade & Sensores Avançados: FieldStar® II • Visores & Aplicativos para Celular: Terminais C1000, C2100 e C3000 e o AgCommand™ • Ferramentas de Manutenção & Diagnóstico: Ferramenta de Diagnóstico Eletrônico (EDT) • Monitoramento do Armazenamento de Grãos: GSI Vision e WatchDog • Telemática & Dados: AgCommand™.

AgCommand Sistema de Telemetria da Massey Ferguson

O sistema AgCommand é pioneiro no monitoramento de máquinas agrícolas à distância e utiliza o conceito da telemetria (transmissão automática de dados via sinal GPRS – sinal de telefonia celular). O AgCommand permite que você monitore a partir do escritório todo o trabalho realizado pelo equipamento no campo. Todas as informações para acompanhar a eficiência da máquina podem ser visualizadas e acompanhadas pelo acesso online no sistema. O sistema possibilita, ainda, determinar parâmetros de operação e ajustar alertas por mensagem em celular, caso o equipamento trabalhe fora destas pré-determinações.

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Empreendedor Rural

Vencedores do Empreendedor Rural 2015 visitam propriedades e empresas do Uruguai

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Programa Empreendedor Rural do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) todo ano premia os três melhores projetos do Paraná com uma viagem internacional. No ano passado, o casal Marcio e Rossana Campello, de Guarapuava, ficaram em segundo lugar com o projeto Bovinocultura de Corte - Implantação e Reforma de Pastagem na Fazenda Lagoa Seca. A viagem realizada com todos os ganhadores ocorreu dos dias 6 a 16 de maio rumo ao Uruguai. O roteiro passou por Montevideu, Puntas de Valdez, Colonia Del Sacramento, Punta Negra e Punta Del Este. Além dos passeios turísticos, o grupo teve a possibilidade de fazer visitas técnicas relacionadas aos temas dos seus projetos. Na área de pecuária, o grupo visitou a Central de Prueba de Kyiú em Puntas Del Valdez. Trata-se de um estabelecimento onde se realizam treinos e provas de comportamento de touros e pasto, além de outras atividades relacionadas ao setor pecuário, como provas de novas variedades de fertilizantes e comportamento de terneiros. “Achei maravilhosa a visita. Lá eles usam uma tecnologia bem avançada, onde nas cabanhas, apenas um touro Hereford é selecionado para ficar na central. Assim eles concorrem entre os selecionados e apenas um é o campeão. E também é interessante a forma como eles fazem os testes de comportamento a campo, no cocho e depois com ração e silagem de várias qualidades, até chegar ao denominador comum de que um único animal é o campeão”, contou Rossana. Mas para ela, poder participar das visitas técnicas relacionadas aos outros projetos selecionados também enriqueceu muito a viagem. Aline Bonk, de União da Vitória, foi a primeira colocada com o projeto Ampliação de Viveiros para Piscicultura. Por isso, o grupo de produtores visitou a Acuicultura Punta Negra, uma granja artesanal única no seu estilo no Uruguai onde se cultiva lagosta pinças vermelhas, peixes ornamentais (kinguio e carpa koi) e alevinos de carpa capim e jundiá. Já o terceiro colocado foi o projeto Sítio Vale do Mel – Agricultura e Pecuária de Leite, elaborado pela produtora Flávia Smulek, de Prudentópolis. Nessa área, foi visitada a empresa Láctea Talar, que fabrica produtos destinados a um público com maior exigência. Portanto, os produtos possuem maior valor agregado e não sofrem desvalorização do mercado. “Nós conhecemos o Uruguai de uma maneira diferente, o interior do país. Fomos de um jeito e voltamos de outro”, finalizou Rossana.

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Tecnologia de aplicação

Como realizar a melhor aplicação fitossanitária?

C

ada vez mais, o que está pesando muito na balança do sistema produtivo agrícola tem a ver, principalmente, com o uso de máquinas e equipamentos utilizados nas aplicações de defensivos agrícolas. Pulverizadores agrícolas em mal estado de conservação; mal regulados/com pontas inadequadas ou desgastadas; somados ao uso frequente de doses excessivas ou sub-doses de defensivos, contribuem para a ineficiência das aplicações e a contaminação ambiental. Paralelamente, aportaram novas tecnologias que minimizam tais impactos: as cultivares; equipamentos modernos; defensivos com moléculas avançadas; e adjuvantes. É necessário erradicar o problema em sua fonte. Ou seja, ajustar as máquinas e a tecnologia de aplicação ao ambiente da fazenda. Pensando em reduzir ou, eliminar os gargalos surgidos no campo na área de tecnologia de aplicação, a Cooperativa Agrária Agroindustrial, em parceria com a INQUIMA Tecnologia em Aplicações (formuladora de aditivos agrícolas),criou um projeto-programa de Avaliação de Pulverizadores, denominado “ACERTE NO ALVO”. Os trabalhos iniciaram em 2015, em dois grupos de produtores. Ao total foram vistoriados 32 itens em 46 equipamentos de aplicação de defensivos. O intuito foi identificar os problemas em ordem de

grandeza que estão reduzindo a eficiência de controle das principais pragas e doenças nas culturas de cereais. A partir deste projeto-piloto, foi possível identificar inconformidades importantes, todas elas de fácil solução, que interferem de maneira impactante no resultado final das aplicações de defensivos e, consequentemente, na produtividade final. Esta ação, fruto da parceria entre as duas empresas, também mostrou que mesmo máquinas relativamente novas estão sujeitas a problemas técnico-operacionais, seja por falta de informação dos responsáveis ou pelo simples entendimento de que as pulverizações funcionam a contento de qualquer modo. Aplicar bem e com o resultado esperado depende basicamente de poucos fatores, porém importantíssimos. Entre eles, destacamos: a escolha das pontas de acordo com o trato desejado (taxa de aplicação/pressão/velocidade); o uso de velocidade de aplicação moderada (no máximo 15 km/h); e o uso regular de um bom adjuvante sintético (que reduzirá as perdas por vento/evaporação/escorrimento). Com este “tripé” definido e ajustado, o trabalho ocorrerá dentro da melhor performance, e isso, certamente, influenciará na sua eficácia. É relevante o fato de que na região centro-sul do Paraná a presença de ventos mais intensos é uma constante e isso deve

Jeferson Luís Rezende, RTV ser levado em consideração pelo operador. É um limitador natural de algumas práticas agronômicas. De outro lado, a presença de orvalho nas manhãs pode ser um fator benéfico desde que seja adequada a taxa de aplicação. Geralmente, pela manhã os ventos estão mais moderados, assim como à noite e estes horários podem ser explorados pelo empresário rural. Atualmente existem moléculas interessantes e eficazes para praticamente todos os tratos culturais. Atingir o alvo de maneira certeira é a grande missão do operador, a fim de que estes defensivos não tenham a sua vida útil interrompida precocemente. É sabido que uma aplicação mal feita, além do prejuízo econômico imediato, causa outros mais, ao longo do tempo. Todas as culturas tiveram um ótimo desempenho de renda nestes últimos anos, particularmente, neste último. Porém, há que se ressaltar que o empresário rural só detém força sobre o que está dentro da porteira. Então, fazer o melhor com o devido custo/benefício é o caminho para o sucesso do seu negócio. Ajuste seus equipamentos agrícolas em conformidade com aquilo que você pode e deseja realizar. Não copie do vizinho sem avaliar as suas necessidades e particularidades. Todos podem e devem realizar a melhor aplicação fitossanitária. É uma questão de personalização e não de padronização.

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Solo

Microgeo: melhor condições para o solo Confira o que os produtores rurais acham do Microgeo:

Marcelo Kluska ATV Microgeo da região de Guarapuava “Quando eu assumi a regional de Guarapuava como ATV da Microgeo em 2014, a área em que o produto era aplicado era de 3000 hectares. Com trabalho e dedicação, a gente conseguiu comprovar os resultados que ele expressa no campo. Atualmente, a área é de 9000 hectares com Microgeo. Temos produtores utilizando o produto nos municípios de Pitanga, Candói, Goioxim, além de Guarapuava”.

Usamos o Microgeo desde 2012 na propriedade, em uma área teste de 120 hectares, onde foi feita análise de compactação de solo e fertilidade. Durante 2012, 2013 e 2014 esta área foi monitorada e devido à melhoria das condições do solo e produtividade nós aumentamos a aplicação do Microgeo. Atualmente, o produto atende uma área de 1250 hectares. Dentro dessas áreas, a gente mantém uma sob monitoramento, onde é verificada a compactação de solo e se o produto trouxe benefícios para estruturação do solo. Sempre comprovamos benefícios. Os índices de compactação estão bem baixos e não precisando fazer nenhum tipo de operação. Só esse beneficio já paga o produto. Mas além disso, com o Microgeo também notamos um solo melhor estruturado, melhor absorção de água, bons índices de fertilidade e a partir do terceiro ano, aumento de produtividade”.

Cristhian Ribas Sekula e Valdeci Luteski Fazenda Três Capões Grupo Santa Maria (Guarapuava)

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O Microgeo é um produto biológico, sendo assim os resultados obtidos com ele vêm de médio a longo prazo. Estamos trabalhando há algumas safras com o produto, em alguns talhões, e estamos acompanhando tanto na cultura de verão, como de inverno. O resultado começou a aparecer a partir do segundo ano, quando vimos a não compactação do solo, devido à atividade microbiana e biológica maior no solo. Precisamos entender melhor o sistema e o funcionamento desses produtos, mas com certeza traz beneficio para a vida microbiana do solo. Microgeo é mais uma ferramenta que o produtor pode usar em suas propriedades, para que tenha um equilíbrio melhor entre produção, custo e rentabilidade”.

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Fazenda Capão Redondo (Candói)

Fazem quase dois anos que aplico Microgeo. Já fiz quatro aplicações. Primeiro era com caixas pequenas de cinco mil litros, depois aumentei para uma caixa de 40 mil litros. A principal vantagem do Microgeo é a descompactação do solo. Até pretendo não usar mais o escarificador ou subsolador, porque nessa camada de 0 a 20 só com o produto está dando muita diferença. No ano passado, a única área que eu escarifiquei para o plantio de trigo, devido a erosões, foi uma área que produzi 1000 quilos a menos por causa do procedimento. O Microgeo além de descompactar, melhora a capacidade de infiltração de água no solo, a parte biológica do solo e reduz doenças. Como esse ano foi muito chuvoso, para a safra de verão eu comprei bastante produto para esclerotinia e não foi preciso usar muito, pois a incidência da doença foi bem pouca, devido ao uso do Microgeo. Além disso, existe um ganho de produtividade. Eu tenho uma área de testemunha com 50 hectares, onde o produto foi aplicado em 30 ha. Os outros 20 ha não receberam o produto. A diferença foi de quatro sacos por hectare a mais na área com Microgeo”.

Cícero Lacerda Faz. Capão da Lagoa (Goioxim)

Estamos usando o Microgeo há dois anos. Comecei fazendo um teste e hoje o produto é utilizado em 100% da lavoura. O principal beneficio é a reestruturação de solo. Aqui na propriedade tem lavoura-pecuária e a pecuária deixa o solo bastante compactado. Já fizemos testes nas áreas onde foi aplicado o produto e onde não foi. O resultado é muito benéfico, com maior produtividade, devido a boa qualidade do solo. Por isso, vou começar aplicar o Microgeo também nas áreas de pastagem, porque acredito que vai dar uma grande diferença no que se refere à qualidade”.

Rubens Paulo Loures Camargo Fazenda Igrejinha (Goioxim)

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Bovinocultura de leite

Reunião de comissão técnica ofereceu “aula” sobre silagem

S

ilagem de milho para bovinocultura de leite é assunto repleto de detalhes técnicos. Muitos produtores já acertaram ou erraram na elaboração desta alternativa de nutrição animal. Nesta hora, não poucos poderão sentir que estão diante de um “quebra-cabeça” de pormenores que precisam estar alinhados para se obter o resultado esperado. Por isso, com objetivo de divulgar mais informações sobre este tema, ajudando o produtor de leite, a Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava promoveu, dia 8 de junho, na sede da entidade, uma reunião diferente: o ponto principal do encontro foi

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Palestra reuniu produtores rurais e estudantes da área


palestra sobre silagem de milho com um especialista, o professor Mikael Neumann, da Unicentro. Também estudantes, do Colégio Agrícola e da faculdade de Veterinária da Unicentro, estiveram presentes ao evento. Doutorado em Zootecnia e com experiência em produção vegetal e nutrição de ruminantes, o convidado

detalhou, durante mais de duas horas, a elaboração da silagem, do início ao final do processo. No tom de uma conversa informal, apresentou os principais desafios técnicos e tirou dúvidas. Entre vários pontos que exigem atenção na confecção da silagem, enumerou a qualidade da lavoura de milho, da colheita, a presença de ar no

material, a umidade, a temperatura, a altura dos silos e mais tarde a maneira certa de retirar a silagem, para não afetar sua qualidade. O professor destacou ser necessário pensar em todos aqueles detalhes, porque na silagem o que se objetiva é “a manutenção de ambiente sem ar e de baixo pH no interior do silo”.

Um tema complexo e importante Mikael Neumann

Doutor em zootecnia, professor da Unicentro (Guarapuava) “Sempre é bom estar em contato com os produtores. Principalmente, fazer uma linguagem aberta, que possibilite fazer aqui mais uma conversa, uma trocas de experiências, do que usar da posição de palestrante para ensinar. E atender às demandas, às dificuldades, às dúvidas que se tem na região. Isso é tão bom para o produtor quanto para a gente, que trabalha com pesquisa junto à universidade. Tentar sempre verificar os principais gargalos do campo. E quem nos traz isso são os produtores. Então, é uma satisfação imensa estar aqui, num evento como este. Fizemos uma abordagem mostrando que a solução para a maioria dos erros cometidos no processo de confecção de silagem não depende de investimentos, mobilização de capital. Na verdade, a maioria dos acertos depende justamente de atitudes, de passar uma informação correta para o produtor executar o processo. Isto, para mim, é alta tecnologia – uma informação segura, que traga justamente o principal desafio de fazer uma silagem: pegar uma lavoura de alta qualidade e preservar todos os nutrientes para que cheguem à alimentação da vaca e, com isso, gere uma maior produção de leite”.

Jairo Luiz Ramos Neto

Comissão Técnica da Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava “O tema silagem é muito pertinente. Em se falando de pecuária leiteira, você não produz leite sem silagem. É um alimento que hoje faz parte da dieta das vacas o ano inteiro. Aí, você complementa com forragem, ração, concentrados. Fazer uma boa silagem, realmente, envolve conhecimento, maquinário. Toda palestra neste sentido é sempre bem-vinda. Os temas sobre silagem nunca vão ser ultrapassados. Sempre tem alguma novidade, alguma pesquisa que foi executada, algum dado que se acrescenta, é sempre um tema muito atual. Ouvir um expert, como o doutor Mikael, falar sobre silagem, só agrega conhecimento. O custo de uma silagem, a implantação de uma lavoura de milho, o corte do milho, colocar no silo, compactar, é dinheiro que você está investindo. Você não guarda silagem, nós produtores dizemos que guardamos leite estocado. Quando você faz uma silagem bem feita, o que você está guardando no silo é leite. Aquela silagem vai se transformar em leite. Se você cometer um erro, só no outro ano é que vai poder corrigir. Então, quanto menos erros se fizer durante todo o processo, melhor vai ser a qualidade final do produto”.

Anton Egles

Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava “A silagem de milho é o volumoso mais importante no mundo inteiro. Pelo custo e pela qualidade. A qualidade dela é muito importante. É o principal produto na alimentação do plantel leiteiro. Ela pode até ser complementada com outras silagens, como a de aveia, ou de azevém, mas é insubstituível, até hoje. É um processo que há décadas já existe. Mas a dificuldade sempre é a mesma, na hora do plantio, nos tratos culturais, depois na ensilagem. O produtor sempre tem os mesmos questionamentos, as mesmas dúvidas. E sempre comete normalmente os mesmos erros. Neste sentido, a palestra, hoje, foi muito boa. É mais um bate-papo, mais uma conversa sobre os mesmos assuntos de sempre, mas tentando conscientizar o produtor de que ele tem de produzir uma silagem boa. Porque os custos que ele tem, com o milho, sempre são os mesmos. Então, se fizer um erro na ensilagem, o custo dele foi lá em cima. O conjunto da obra é que faz a qualidade em silagem: desde a escolha do híbrido, dos adubos, do plantio, no feitio da silagem, compactação, cobrir, aguardar os dias necessários até que a silagem esteja boa”. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Silagem de milho: plantio e colheita estão entre as várias etapas decisivas da produção

Com a vivência de quem já conheceu a realidade de propriedades de vários tamanhos em diversas regiões brasileiras e em outros países, o especialista alertou que o produtor deve ainda planejar a logística de colheita, compactação e ensilagem. Mais do que decidir realizar o trabalho em um número determinado de dias, recomendou que cada produtor analise sua disponibilidade de pessoal e máquinas, para definir o ritmo do trabalho. Lembrando de problemas que podem acontecer na prática, neste momento, aconselhou que se considere inclusive uma altura adequada de en-

Estudantes também assistiram à palestra, na reunião da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite

Ampliando conhecimentos Maria Eli da Silva Produtora de leite (Distrito de Guairacá, Guarapuava)

“Há 12 anos fazemos silagem. Tentamos melhorar ano a ano. O professor Milkael e o Sindicato estão de parabéns, porque este tipo de palestra é que ajuda a agregar valor à propriedade do pequeno produtor”.

Laíz Nunes de França

Estudante do 1º ano do curso Técnico em Agropecuária do Colégio Agrícola (Guarapuava)

“Foi muito interessante, muito produtivo. Eu achava que a silagem era muito mais simples. A palestra foi bem interessante para a gente aprender mais e pesquisar sobre o assunto”.

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silamento – do contrário ficará difícil retirar o material quando for necessário. “A qualidade da silagem”, resumiu, “dependerá diretamente de ações antes, durante e após a abertura do silo”. Ele frisou ainda que um erro, em qualquer das fases, coloca todo o processo a perder. A palestra se encerrou com confraternização entre os participantes. As reuniões da Comissão de Bovinocultura de Leite do sindicato acontecem regularmente. Os encontros são divulgados com antecedência, no site e no facebook da entidade, e estão abertos não só aos membros da comissão, mas a todos os produtores rurais, profissionais e estudantes da área interessados no segmento leiteiro. A pauta de trabalho prioriza as dificuldades e perspectivas da produção de leite. Entre outras ações, a comissão realizou em outubro de 2015, em Guarapuava, o 1º Simpósio Regional da Bovinocultura de Leite.


Nutrição de bovinos

Volumoso de qualidade

O

volumoso é o principal ingrediente na alimentação dos herbívoros ruminantes e não-ruminantes (bovinos, ovinos e equinos), sendo fonte de fibras necessárias para digestão. Fazer um bom planejamento forrageiro significa fornecer aos animais, volumosos de qualidade durante o ano todo. Uma boa alternativa é a conservação de forragem, que mantém alta digestibilidade e palatabilidade do volumoso. O pré-secado de azevém, uma alternativa de alimento conservado, é interessante para diversas circunstâncias, principalmente por apresentar alto valor nutricional. Potencializando o consumo de matéria seca, servindo como única fonte de forragem ou complementando dietas com pastagem e silagem de milho. A utilização desse volumoso de qualidade reduz o uso de concentrados nas dietas, aumentando a produção de carne e leite. É indispensável o uso de alguma alternativa de forragem conservada nas condições da nossa região, onde as diversidades climáticas têm grande impacto na produção de pastagens e nos custos de insumos. A alimentação é a base para a produção pecuária, não somente a forragem em quantidade, mas com bom valor nutritivo, garantindo o sucesso da atividade.

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Palestra

Genética e manejo para alta produtividade de soja

A

Cooperativa Agrária promoveu no dia 7 de junho, no Sindicato Rural de Guarapuava, a palestra Soja: Genética e Manejo para alta produtividade, com o pesquisador Vitor Spader, da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA). Foram abordados os principais pontos relacionados ao posicionamento de cultivares de soja para região, focando nos cuidados para alcançar o máximo potencial produtivo, com apresentação de resultados de pesquisas e da cultivar Produza.

Pesquisador Vitor Spader

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Sobre os cuidados no manejo da soja, o palestrante falou que, “de modo geral, o produtor deve ficar atento à parte física e química do solo; ter uma distribuição bem feita na semeadura, de acordo com a exigência de cada cultivar e depois, cuidados no desenvolvimento da lavoura, com um bom manejo fitossanitário até a colheita”. Sobre a cultivar Produza, produzida pela TMG e multiplicada pela Agrária, Spader apresentou as características e o manejo correto. “A Produza é uma cultivar que tem algumas características importantes para a região, como tolerância à ferrugem, resistência a lagartas e também ao glifosato. Essa resistência à ferrugem e lagartas em um mesmo material é o diferencial dessa cultivar. Além da Produza, existe apenas mais uma cultivar adaptada à região com essas características”, destacou.


Pós Colheita

Trocador de calor na secagem de cereal

B

enefícios da secagem de grãos através de trocadores de calor (Secagem Indireta): a secagem é uma das mais importantes dentre as práticas de pós-colheita e tem como finalidade diminuir o teor de água do produto; tem como benefício permitir a armazenagem por períodos mais longos; manutenção do poder germinativo, do vigor das sementes e teor nutritivo; antecipar a colheita; impedir o crescimento de microrganismos e insetos; minimizar a perda de produto no campo, reduzir a acidez, contaminações microbianas; melhoria na qualidade de amido, proteínas e teor nutritivo. Por outro lado, a secagem mal feita pode afetar negativamente todos estes atributos. Uma alternativa é a geração de calor com sistema de caldeira mista que mescla uma fornalha aquatubular com o costado flamotubular, gerando vapor/calor e realizando a secagem do grão através de TROCADORES/RADIADORES de calor. Com a secagem através de TROCADORES DE CALOR: a secagem se torna mais limpa; não há contaminação por fumaça; minimiza os grãos ardidos, após a secagem;confere maior qualidade e visual final ao cereal seco.

Eng. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda. Kepler Weber Ind. S.A

No aspecto economia: O in-

vestimento inicial é bem mais significativo e exige um estudo aprofundado, onde o acréscimo ou não de valor de venda do cereal seco neste formato deve ser levado em consideração. E as condições de consumo energético comparadas a fornalhas de fogo direto, devem ser calculadas a cada caso. No sistema de fogo indireto, podem ser utilizados biomassa, cavaco, cascas a granel ou prensada, ou lenha em tora.

Na segurança: O trocador de calor é mais seguro contra risco de fogo em secadores, pois não passa fagulha para o secador. A caldeira tem quadro elétrico que automatiza todas as funções; fornalha fechada. Mas a exigência de manutenção periódica deve ser levada em conta. Tendência de mercado:

Para produtos alimentícios humanos temos um direcionamento a secagem com fogo indireto. Para empresas ou cooperativas com ciclo completo, desde a produção do cereal no campo até a transformação em proteína animal, ou industrialização em alimento que vai direto para o consumidor final, este equipamento é de grande valia.

À disposição para maiores esclarecimentos no e-mail marciogeraldo@ymail.com

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Evento

Show Pecuário 2016:

o grande evento da pecuária paranaense! Por ser um evento técnico e segmentado, o Show Pecuário acontece durante horário comercial e atrai aos Parque de Exposições de Cascavel pecuaristas, estudantes e profissionais do setor

além do aumento da área de estandes e do número de animais que irão ser expostos no evento, que chegará a 430, entre bovinos, equinos e ovinos.

Temas das palestras

E

stá tudo pronto para a segunda edição do Show Pecuário, o grande evento da pecuária paranaense. Em 2015, mais de 10 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições Celso Garcia Cid, em Cascavel, durante os três dias do evento. “O público superou nossas expectativas, pois era a primeira edição do evento e tudo era uma incógnita. Não sabíamos como o público iria recepcionar a nossa idéia de criar um evento técnico direcionado somente para pecuaristas, trazendo novas tecnologias e técnicas de manejo e as novidades do setor”, afirma Paulo Roberto Orso, presidente do Sindicato Rural de Cascavel, entidade que encabeça a organização do evento junto com a Sociedade Rural do Oeste do Paraná, Núcleo de Criadores das raças bovinas e Faep/Senar, além do apoio do Governo do Estado do Paraná e Prefeitura Municipal de Cascavel. As novidades para essa segunda edição, que acontece dias 26, 27, 28 e 29 de julho, no Parque de Exposições Celso Garcia Cid, em Cascavel, é a mudança de três para quatro dias de duração,

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Uma das grandes atrações do Show Pecuário são as palestras técnicas. Os organizadores estarão trazendo grandes nomes do cenário pecuário nacional para compartilhar conhecimento entre os visitantes. “Uma das grandes preocupações da comissão organizadora é a qualidade das palestras, que devem abordar temas de interesse dos pecuaristas”, afirma o coordenador dos Núcleos de Criadores, Agassiz Linhares Neto, que também faz parte da comissão organizadora. “Tivemos muito cuidado ao escolher as pessoas certas para falar sobre os temas abordados e com certeza trarão muitas informações relevantes aos pecuaristas”, afirma. Entre os temas abordados estarão a Integração Lavoura-Pecuária - Confinamento x Integração, Mercado de Proteínas, Indicadores Financeiros, Mercado de Carnes Nobres, Híbridos de milho e conversão em proteínas, Sanidade da Glândula Mamária, Manejo de Cascos, Bezerros - O Futuro da Fazenda, além de Cria, Recria e Engorda. Agassiz salienta que o evento também contará com cursos de vaqueiros, cabanheiros, capatazes, avaliação de carcaças e gestão de propriedades.

Raças presentes De acordo com Agassiz Linhares Neto, já confirmaram participação no Show Pecuário deste ano os núcleos das raças bovinas Angus, Pardo Suíço, Simental, Brahma, Canchim, Tabapuã, Brangus, Braford e Purunã, além das raças leiteiras Holandês e Jersey, totalizando cerca de 250 animais. “Mas não é só isso. O Show Pecuário vai reunir ainda cerca de 100 ovinos e 80 equinos, que, juntos com os bovinos, totalizam hoje em torno de 430 animais já confirmados para esta segunda edição do evento”, comemora.

Leilões e julgamentos Teremos também julgamentos de bovinos, equinos e ovinos, além de rodadas de negócios permanentes com expositores de vários segmentos ligados à pecuária. Os leilões serão uma atração a parte e ocorrerão sempre após as 18h. A Cabanha Boitatá, de propriedade do agropecuarista Antônio Figueiredo, realizará o 1º Top Leilão Brangus, no dia 27, a partir das 19h. No dia 28, também a partir das 19h, acontece o 2º Leilão Angus Show, promovido pelo Núcleo de Criadores de Angus do Oeste do Paraná, que oferecerá touros, matrizes e animais cruza Angus. E no dia 29, para fechar o evento, teremos o Leilão Multiraças, promovido pela Panorama Leilões, que ofertará 30 touros das raças Brangus, Braford, Tabapuã, Simental, Pardo Suíço e Nelore.


Treinamento e visita técnica CooperAliança e SESCOOP juntos pela gestão

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Organização das Cooperativas do Paraná e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), órgão do Sistema Ocepar, estão realizando treinamentos com as cooperativas de carne do Paraná. A de- Paulo Rossi Junior, manda foi da Comissão professor da UFPR Central do Programa Pecuária Moderna. A CooperAliança Carnes Nobres é uma das cooperativas que está sendo contemplada com tais treinamentos. O tema escolhido foi Gestão de Propriedades e acontece em três módulos. O primeiro módulo aconteceu no dia 9 de junho, com o professor Paulo Rossi Junior, da Universidade Federal do Paraná. “A ideia do treinamento foi discutir, com os cooperados, o gerenciamento das fazendas, que é um dos maiores gargalos. O pecuarista faz e faz, mas não consegue medir as coisas. Foca a parte técnica, mas tem dificuldade em gerenciar a parte financeira”, explicou. Ele complementou que o primeiro módulo focou no controle técnico e financeiro. “O que ele deve fazer em ambas as partes: montar fluxo de caixa, fazer orçamento etc; mostrar para o pecuarista onde ele precisa melhorar para medir bem o resultado”.

Primeiro módulo do treinamento foi sobre Controle Técnico e Financeiro na propriedade

Produtores do RS visitam CooperAliança A CooperAliança recebeu, no dia 22 de junho, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, produtores rurais do Rio Grande do Sul. Os visitantes vieram conhecer a experiência da cooperativa, que com oito anos de existência e 103 cooperados, encarou e venceu o desafio de produzir e colocar, no mercado, carnes nobres. A vice presidente da cooperativa, Adriane Thives Araújo de Azevedo, que coordena o Projeto Ovinos, saudou o grupo e detalhou as práticas adotadas neste setor. Gerente do departamento técnico do Projeto Bovinos, Marina Azevedo apresentou e respondeu perguntas sobre a produção do Novilho CooperAliança. Elas também apresentaram o projeto de construção da Unidade Industrial. “Temos recebido várias visitas, desde o início do nosso trabalho, de outros Estados. Quero salientar o sucesso do cooperativismo. Nossas visitas estão vindo em busca de ver uma organização, para terem melhores condições de produção. O sistema cooperativista é o que vai propiciar isso ao produtor, sem dúvida nenhuma”. De São Miguel das Missões, um dos participantes, o produtor Pedro Mothci do Nascimento, que também trabalha com bovinos (angus) e ovinos (Île-de-France), gostou da visita: “Eu não tinha ideia de quanto uma cooperativa é importante para o meio rural. Então a gente vê aqui este lado positivo, algo que dá certo e que ajuda os produtores. Isso que é o fundamental”.

Adriane, vice presidente da Cooperaliança

Marina, gerente do departamento técnico Projeto Bovinos

Pedro Mothci do Nascimento e a esposa Isabel

Evento aconteceu no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava

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Aconteceu Rancho 1M: um dos destaques do nelore na BeefExpo 2015

Empreendedor Rural O curso Empreendedor Rural do Senar está acontecendo todos os sábados no Sindicato Rural de Guarapuava. Nele, os participantes têm a oportunidade de desenvolver o poder pessoal como empreendedores do agronegócio, ampliando sua capacidade influenciadora nas transformações do setor e da sociedade. Ao final, ainda podem concorrer uma viagem internacional com o projeto prático que é desenvolvido ao longo do curso. O instrutor é o Luiz Augusto Burei. Interessados no curso devem entrar em contato com o Sindicato Rural (42) 3623-1115.

Guarapuava e região apresentam criadores de excelência na bovinocultura. Um dos destaques recentes foi o Rancho 1M (Foz do Jordão), do pecuarista Márcio Mendes de Araújo, que se dedica ao nelore. Em um dos mais importantes eventos desta raça no Brasil, a BeefExpo, realizada em outubro de 2015, em Foz do Iguaçu, Araújo ficou entre os cinco melhores criadores de nelore. Desta vez, o Rancho 1M foi reconhecido graças ao animal Gonango, mais um exemplar notável do plantel de Araújo. O pecuarista antecipou que já está buscando disponibilizar, a partir de agosto, sêmen do reprodutor em uma central. Ele recordou que outros dois nelores do Rancho 1M, por sua qualidade, já têm sêmen comercializado em central: Famoso NSB e Malbec.

Dia do Desafio

Dia Junino Desde o início do mês de junho, o Sindicato Rural de Guarapuava vem promovendo o Dia Junino. Semanalmente, dentro das tradições juninas, a entidade oferece a todos os associados e visitantes, que por sua sede passam neste dia, os quitutes típicos desta época, com direito a chocolate quente, para espantar o frio, além de pinhão cozido, bolo de milho, pipoca e outros. Na Extensão de Base Candói, os associados e participantes de cursos do Senar também aproveitaram o Dia Junino.

Candói

Guarapuava

Candói

SENAC e Sindicato Rural O Sindicato Rural de Guarapuava e o SENAC estreitaram ainda mais o bom relacionamento entre as duas entidades. Dia 5 de maio, Adriane Bulka e Ângela França (SENAC) realizaram visita de cortesia ao sindicato. No local, foram recepcionadas pela gerente, Luciana de Queiroga Bren. O contato reforçou a parceria entre os dois lados.

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O Sindicato Rural de Guarapuava participou, no dia 25 de maio, do Dia do Desafio 2016. Os colaboradores da sede da entidade, que já realizam às quartas-feiras ginástica laboral, aproveitaram o início do expediente para praticar atividades físicas no âmbito da campanha. Foram 30 minutos de alongamentos e movimentos para melhorar flexibilidade e respiração, sob a coordenação do professor André Loiola. Guarapuava competiu com a cidade cubana de Las Tunas (vencedora da competição).


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Feijão

Clima e quebras elevam preço no mercado

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mbora a influência do El Niño ocorrido entre 2015 e 2016 já tenha perdido sua força sobre o sul do Brasil, o fenômeno deixou no campo rastros que ainda podiam ser vistos no primeiro semestre deste ano. Várias lavouras foram afetadas em maior ou menor grau pelo excesso de chuvas. No Paraná, uma das culturas que sentiu os efeitos do clima foi a do feijão. Maior produtor do grão no Brasil, o Estado começou o ano presenciando, além disso, uma combinação de fatores que jogou para o espaço os preços do produto: concorrência de área soja-feijão, diminuição de plantio na 1ª e 2ª safras e geadas entre o final de abril e o início de maio. Levantamento de âmbito estadual da SEAB/DERAL, de 23 de maio, mostrava que, em relação a 2014/2015, a 1ª safra 2015/2016 começou com 5% de queda de área, passando de 192,7 mil para 182,5 mil hectares. A produção mostrava queda de 11%, com 289,8 mil toneladas, contra 324,3 mil toneladas da 1ª safra no mesmo período do ano anterior. Na 2ª safra deste ano, nova redução de área, de 2%, com as lavouras passando de 209,7 mil para 205,4 mil hectares. O volume produzido

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também caiu, de 385 mil toneladas na 2ª safra passada, para 318 mil toneladas em 2015/2016. Em Guarapuava, ainda em maio, a regional da Secretaria de Estado da Agricultura, através do DERAL, também seguia acompanhando o desempenho do feijão de 2ª safra nos 12 municípios de sua abrangência (Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Foz do Jordão, Goioxim, Guarapuava, Laranjal, Palmital, Pinhão, Prudentópolis, Reserva do Iguaçu e Turvo). Em 23 mil hectares, plantados entre janeiro e fevereiro para colheita entre abril e junho, as lavouras apresentaram produtividade que oscilou conforme as condições climáticas se distanciaram do normal. No dia 18 daquele mês, com percentual de colheita em mais de 90%, os 22 mil hectares colhidos até então indicavam um desempenho médio de 1.540 quilos por hectare e uma produção total de 31,9 mil toneladas – considerada uma área perdida de cerca de mil hectares. “Nessa safra 2015/2016, estimávamos uma produtividade entre 1.700 a 1.900 quilos por hectare. Foi um ano bem complicado em relação aos fatores climáticos”, comentou o agrônomo Josnei Augusto da Silva Pinto (DERAL). De acordo com ele, as perdas na região foram causadas

por excesso de chuva no plantio, veranico em março, altas temperaturas na florada do feijão ou geadas entre abril e maio. Mencionando dados da estação meteorológica situada no Campus Cedeteg da Unicentro (Guarapuava), o agrônomo recordou que na geada de 1º de maio a temperatura na relva chegou a 5,2 graus Celsius negativos. “Há lavouras em que o produtor acabou colhendo mil quilos por hectare, como tem outras acima de 2 mil quilos por hectare”, comparou, ressaltando que os números definitivos ainda seriam calculados. Segundo complementou,

Agrônomo Josnei Augusto da Silva Pinto, da SEAB (Guarapuava): contrastes de produtividade


Foto: Sindicato Rural/Arquivo

melhores resultados foram verificados em plantações semeadas mais cedo: “Quem conseguiu plantar logo nos primeiros meses do ano, em janeiro ou início de fevereiro, está tendo uma produtividade boa”. Ele lembrou que o feijão, em comparação com a soja, tem ciclo muito mais rápido, o que acaba tornando a cultura mais sensível: “É uma lavoura que sente muito mais as intempéries climáticas, porque tem muito menos tempo para se recuperar. Ela precisa que todo o clima corra bem, temperaturas moderadas e uma boa distribuição de chuva”. Precipitações na colheita, acrescentou, também afetam mais o feijão do que a soja. No mercado, porém, o agrônomo do DERAL informou que a redução de oferta aqueceu os preços do produto. “O produtor, mesmo não tendo uma produtividade cheia, de forma geral vemos que está sendo bem remunerado”, acrescentou. Ao rever o histórico de preços nos municípios abrangidos pela SEAB em Guarapuava, Silva Pinto relatou aumentos significativos na saca de 60 quilos: em maio de 2015, no centro-sul paranaense, o feijão preto situava-se a R$ 92,50 e o carioca registrava média de R$ 103,25. No mesmo mês deste ano, o preto alcançou R$ 156,67 e o carioca R$ 220,00. Mas a explosão das cotações não pararia por aí: no dia 9 de junho se verificava elevações ainda maiores, em Guarapuava, no Paraná e em São Paulo. Em nível local, onde as lavouras do tipo preto predominam com 75% das áreas, a SEAB reportava cotação de R$ 220,00 para o produto, com o carioca já em R$ 360,00. No Estado, o preto situava-se em torno de R$ 177,00 e o carioca em R$ 345,00 (em ambos os casos, observou a SEAB, com variações de preço, para mais ou para menos, de acordo com a região paranaense). No campo, restou a cada produtor de feijão analisar se as cotações altas na venda foram suficientes para compensar prejuízos com eventuais perdas de produtividade devido ao clima. Tradicional no cultivo do feijão (grão e semente), o produtor e diretor do Sindicato Rural de Guarapuava, Roberto Cunha, que trabalha em sua área no município de Pinhão, conversou com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL dia 9 de junho – quando o calor dos preços do feijão contrastava com as geadas na região. O agricultor, que em 2015/2016

De ciclo mais curto do que a soja, feijão sofre mais com variação climática e apresenta diferentes produtividades no país

O produtor Roberto Cunha: clima e concorrência com outras culturas desestabilizaram oferta e demanda no feijão plantou apenas a 1ª safra, falou sobre suas impressões em relação aos efeitos do clima e suas expectativas para o mercado neste ano. Tanto quanto o consumidor, que via o produto custar cerca de R$ 10,00 o quilo, Cunha se disse surpreso com a elevação de preços. Para ele, a atual conjuntura foi ocasionada por fatores como a concorrência entre feijão e soja, com a oleaginosa, de cultivo menos arriscado e liquidez certa, ganhando mais terreno; os danos causados pelo clima; e, no Paraná, a redução na oferta, em especial na 2ª safra. “A área plantada no Estado teve uma redução de início. Uma vez que o preço de soja estava mais alto, o produtor optou por plantar soja em vez de feijão. A produção está menor, da primeira safra. Na segunda, o produtor teve uma ex-

pectativa de produzir para abastecer o mercado, que já estava num preço bom, só que continuou havendo frustração de produção”, rememorou. Destacando que costuma manter área independentemente dos altos e baixos do mercado, ele contou que, em suas lavouras, o contraste marcou o período. “Tive um pouco de tudo. Nunca perdi uma área por completo. Mas este ano, aconteceu. Tive uma perda total numa área, mas, em outra, 3 toneladas por hectare”. Em sua opinião, para muitos agricultores, o resultado da safra foi “do normal para menos e não para mais – a maioria, para menos”. No momento da entrevista, Cunha avaliou que o mercado vivia uma situação atípica: os preços se modificavam a cada dia. Em São Paulo, disse, o feijão preto era vendido em torno de R$ 280,00 a R$ 300,00 e o carioca a R$ 600,00. O produtor avaliou ainda que o feijão é, para o brasileiro de norte a sul, um item indispensável da alimentação do dia a dia e, por isso, mesmo diante de preços altos, o consumidor, antes de abandonar o alimento, buscaria todas as alternativas: desde os tipos menos caros até reduzir a quantidade comprada. O quadro, prosseguiu, estaria levando as pessoas a migrar entre os feijões, numa tentativa de amenizar o impacto no bolso. “Vamos pegar como exemplo o feijão caupi. Não era consumido no Brasil. A maior parte era exportada. Era pago ao produtor, no Mato Grosso, ou na Bahia, na faixa de R$ 30,00, R$ 40,00, no máximo por saca. Hoje, está a R$ 150,00”, apontou. Revista do Produtor Rural do Paraná

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Cooperativa de crédito

Sicredi lança campanha para fortalecer poupança Campanha “Quando vê poupou, quando vê ganhou” incentiva resgate da cultura de guardar dinheiro

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m maio deste ano, o Sicredi, instituição financeira cooperativa, registrou mais de R$ 52 milhões de depósitos na poupança. O crescimento vem acontecendo de forma sucessiva e registra um aumento de 7% ao ano, em média. Enquanto isso, o sistema financeiro brasileiro registrou a saída de R$ 6,5 bilhões da poupança no mesmo período, pior resultado desde 1995. Em 2015, o Banco Central já havia anunciado a retirada de R$ 53 bilhões das contas reservadas àquele dinheiro que fica guardado. Os resultados do Sicredi seguem uma premissa simples: “para crescer é preciso poupar”. A atitude, tida

como um hábito no cooperativismo, é incentivada por campanhas como a que acaba de ser lançada: “Quando vê poupou, quando vê ganhou”. Na opinião de Adilson Felix de Sá, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Central Sicredi PR/SP/RJ, a antiga fórmula, seguida por muitos brasileiros que preferem a aplicação mais tradicional, é o que impulsiona o crescimento da cooperativa de crédito. “Nós focamos muito em responsabilidade financeira e sustentabilidade, tanto como recomendação para os associados como para a gestão dos recursos do Sicredi. Não lidamos com especulação e a poupança é o nosso lastro

para oferecer melhores condições para os associados”, explica Adilson. Ele lembra que essa é uma das aplicações mais confiáveis e simples do sistema financeiro e, por isso, fácil de programar o aporte, gerir o fundo e retirar quando necessário. Para Adilson Primo Fiorentin, presidente da Sicredi Planalto das Águas PR/SP é necessário incentivar cada vez mais os associados do Sicredi a criarem o hábito de poupar indiferente do valor mensal. “A poupança, além de confiável é extremamente simples. Com um pequeno valor mensal as pessoas criam uma reserva financeira que poderá ser utilizada a qualquer momento. Sem falar que a poupança também é uma grande alavanca do agronegócio na nossa região, tudo aquilo que captamos em poupança disponibilizamos em crédito rural”, destacou.

Querendo investir seu dinheiro? É só procurar uma das agências do Sicredi mais próxima de você. Agência Guarapuava/PR

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Quem poupa cresce

Se a poupança é a base do cooperativismo de crédito, o Sicredi incentiva a ação e premia quem adere à modalidade. A promoção “Quando vê poupou, quando vê ganhou” tem duração de cinco meses e abrange todas as cooperativas do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Os participantes – associados e não associados – têm a chance de concorrer a meio milhão de reais e 80 chances de ganhar R$ 2.000. Na campanha, a cada R$ 100 aplicados, o poupador recebe um número da sorte para concorrer a 20 sorteios mensais de R$ 2.000, que acontecem de junho a setembro. Se a aplicação for programada as chances dobram. Em outubro será sorteado um prêmio de R$ 500 mil para todos os participantes. O site www.quandoveganhou.com.br divulgará os resultados dos sorteios, dos quais podem participar pessoas físicas e jurídicas (não é preciso ser associado à cooperativa).

Para quem tem dúvidas sobre o poder da poupança ou de como poupar, Felipe Azevedo, gerente de Produtos de Investimento do Sicredi, dá algumas dicas: “O controle do fluxo de caixa mensal é uma questão de hábito e desta forma é possível passar rapidamente do papel de devedor para o papel de poupador”, explicou. - Faça um Raio X das sua vida financeira para entender para onde está indo o dinheiro. - Faça um levantamento completo das dívidas e juros. Geralmente é possível renegociar o saldo devedor em um único empréstimo a juros menores. - Programe seu orçamento para que o fluxo seja sempre positivo. Seguir a regra dos 50-15-35 é uma ótima ideia. Até 50% da renda líquida deve ser direcionada ao pagamento das despesas essenciais (moradia, saúde, alimentação, educação, transporte, etc.). No mínimo 15% da renda deve ser destinada a for-

mação de uma reserva financeira, que pode ser uma poupança ou uma previdência. Os 35% restantes serão destinados a despesas pessoais e voluntárias, como academia, lazer, restaurantes, ou mesmo aquela nova smart TV de última geração, diluída em suaves prestações ao longo do ano.

Sobre o Sicredi O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 3,2 milhões de associados e 1.400 agências, em 11 estados do País*. Organizado em um sistema com padrão operacional único, conta com 95 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais, acionistas da Sicredi Participações S.A., uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. *Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.

*Título da modalidade incentivo emitido pela Icatu Capitalização S/A, CNPJ/MF nº 74.267.170/0001-73, Processo SUSEP nº 15414.900208/2016-10 e 15414.900130/2013-82. A aprovação deste título pela SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua aquisição, representando, exclusivamente, sua adequação às normas em vigor. Serviço de Informação ao Cidadão SUSEP: 0800 021 84 84 (dias úteis, das 9h30 às 17h) ou www.susep.gov.br. Ouvidoria Icatu Seguros: 0800 286 0047. Promoção válida durante o período de 1º/06 a 29/10/2016, para os associados da cooperativa Central Sicredi PR/SP/RJ. Consulte cooperativas participantes, regulamento completo da promoção e condições de contratação nas unidades de atendimento participantes e através do site www.quandoveg

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Poupar para chegar lá

No local, tanque de peixes foi esgotado Revista do Produtor Rural do Paraná

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Olericultura

Nas hortaliças, o reecontro com a esperança de crescer

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uma propriedade situada nas imediações do Rio das Pedras, em Guarapuava, uma família decidiu unir a perseverança, que sempre caracterizou o homem do campo, a tecnologia, que se moderniza dia a dia, e a visão de mercado, que exige criatividade. A receita, adotada para superar dificuldades e gerar renda, inclui ainda acreditar em si mesmo e trabalhar duro. O pai, Roberto Pereira Mendes, com mãos moldadas pela terra e rosto marcado pelo sol, e o filho Raul, que cursa o segundo ano de Agronomia, seguindo a carreira do irmão mais velho, vêm buscando uma transformação: consolidar o perfil da área como espaço de cultivo comercial de hortaliças. O objetivo é ganhar mais e mais espaço nos mercados de bairros e nas grandes redes, e até mesmo aproveitar a proximidade da cidade para construir uma ponte direta com o consumidor. Ao receber a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, na propriedade, Roberto contou como foi o início de tudo. E as ideias para um futuro que eles dese-

jam que seja bem próximo. O produtor relatou que o incentivo veio dos filhos, como uma alternativa à produção de leite – atividade em que a família viveu dias difíceis e acabou deixando de lado. Com o crescimento da horta, rebrotou também a esperança. Atualmente numa área de dois hectares, pai e filho produzem quatro tipos de alface (crespa, roxa, lisa e americana), rúcula, almeirão, escarola, repolho, brócolis, couve-flor, além de salsa e cebolinha, entre outros produtos. A informação técnica para o cultivo no sistema convencional vem dos mais jovens. Mas

com sua experiência no campo é Roberto quem se ocupa de por em prática a atenção que, nas hortaliças, é palavra de ordem. Além de todos os cuidados conhecidos para aquele segmento, a proteção contra o frio é um capítulo à parte. Sobretudo numa região do Paraná em que a geada faz parte do inverno. Roberto comentou que a solução foi cobrir as leiras com longas faixas de tecido tipo TNT. O resultado, ele aprovou: “Guardamos no galpão. Quando veio a geada, estendemos e grampeamos ali na horta. Não está sapecado, nada”.

Cuidados com a lavoura: irrigação e cobertura para proteger da geada

Depois de dificuldades com gado de leite, produtores de Guarapuava se voltam à produção de hortaliças e reencontram a alegria de trabalhar com a terra

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A comercialização na cidade, por outro lado, correspondeu às expectativas – apesar da família ter começado a lidar com as hortaliças há pouco mais de um ano, em maio de 2015. “Vendemos para supermercado, restaurante e na Feira do Produtor”, disse o agricultor. Nesse meio tempo, acrescentou, surgiu em paralelo uma nova linha de trabalho: levar o produto direto à casa do consumidor. O serviço já teve início e está funcionando. Para alguns clientes que conhecem esta opção, Roberto e Raul fazem uma seleção das hortaliças encomendadas, sobem a Serra da Guabiroba, nas imediações da propriedade, e se deslocam até o endereço indicado, onde entregam produtos frescos como só podem ser os que são colhidos minutos antes. Tão animado quanto o pai, Raul confirma: o negócio já nasceu voltado para este tempo de comunicação digital, marcado pela internet, pelas redes sociais e pelos aplicativos de mensagens para telefones móveis. “Essas ferramentas, hoje em dia são usadas para lazer, para conversas, amizade, mas também servem para trabalho”. Neste tipo de contato ultramoderno e descontraído com o cliente, ele ressalta que a seriedade profissional é tudo. Compromisso, por exemplo: “Procuramos fazer as entregas sempre pontuais”, afirmou. E diversificação também, no meios utilizados: Raul contou que já criou até página eletrônica para as entregas a

Roberto: alegria de ter a família unida na olericultura domicílio. “Se eu entregar nas casas, consigo agregar um valor em cima da verdura”, completou, observando que entrega é realizada como uma “cesta” de hortaliças de no mínimo R$ 15,00, para cobrir os custos. Proximidade

com o consumidor, ponderou, traz no entanto ainda mais responsabilidade: “Quando você entrega direto para uma família, tem que ter qualidade. É essencial no produto”, enfatizou. Nesta modalidade, especificou, o carro-chefe são alface e repolho, mas também batata-salsa e brócolis são encomendados. No momento, esta carteira de clientes “digitais” ainda é pequena: “Hoje, devo ter umas 10 famílias que atendo levando o produto em suas casas”, disse. Porém, o jovem produtor confia que cada um acabe divulgando o serviço entre seus conhecidos, aumentando a clientela. Raul enfatizou, entretanto, que sabe que a comunicação é apenas uma parte do negócio. Segundo analisou, na atual fase, a família já sente necessidade urgente de avançar em gestão. Colocar na ponta do lápis não só o custo-benefício, mas as principais atividades: “Se você levar tudo ‘empurrado’, chega um ponto em que você não sabe onde investiu o dinheiro”, argumentou. Por isso começou a buscar informação sobre cursos na área de gestão. Se este deverá ser

Raul: qualidade da lavoura para a internet

um passo num breve futuro, ele admite que, decorrido um ano, a produção de hortaliças está no empate entre investimento e retorno – mas acredita que “em meio ano” os números serão melhores. Para isso, segue na lavoura o trabalho de plantar, cuidar e colher. Planejar os canteiros, as rotações entre as culturas, para que a propriedade possa cobrir-se de verde o ano todo. Afinal, verde é a cor da esperança.

Alface

Almeirão

Batata salsa

Beterraba

Brócolis

Cenoura

Couve-Flor

Couve

Escarola

Mostarda

Repolho roxo

Rúcula

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Genética bovina

Alta Genetics contrata touro da Rio da Paz

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cabanha Angus Rio da Paz, de propriedade da família Zancanaro comemorou neste mês de maio a incorporação de um de seus touros ao catálogo nacional da Alta Genetics, empresa que seleciona os melhores animais para fornecer material para inseminação para criadores de todo o Brasil. O CamaroDensity da Rio da Paz foi destaque do último leilão da cabanha realizado em 2015, quando foi comercializado 50% pelo valor de R$ 40.500,00. “A média de comercialização dos nossos leilões fica em R$ 13.500,00. Mas não foi surpresa para nós, pois sabiamos da qualidade genética do animal, assim como de outros touros de nosso plantel”, afirma Renato Zancanaro, da cabanha Angus Rio da Paz. Segundo a equipe da Alta Genetics, é importante ressaltar que o touro da Angus Rio da Paz, assim como outros touros incorporados ao catálogo, são DECA 1 para Índice Final, pois ele in-

tegram o grupo dos melhores machos da geração 2013 da raça na avaliação genética, os Touros Jovens S.A. Ele faz parte do grupo de 6 touros selecionados para o Teste de Progênie Angus 2015 que já estavam em coleta na central Progen (Dom Pedrito, RS) desde setembro de 2015. Em função da grande demanda do mercado por sêmen de Angus ele permaneceu em coleta e foi contratado para comercialização pela Alta Genetics. Conforme Fábio Barreto (PROGEN), a contratação do CamaroDensity da Rio da Paz, confirma a alta qualidade dos animais selecionados para o Teste de Progênie Angus em 2015 e também a valorização da genética nacional pelas empresas Alta e Progen. O Gerente de Corte Taurino da Alta, Miguel Abdalla, comenta que “a demanda crescente do mercado fez com que nós selecionássemos esses animais de imediato, agregando qualidade e tornando nossa bateria ainda mais forte”. Para Renato Zancanaro, a incorpo-

ração do CamaroDensity é uma consequência natural do trabalho realizado na cabanha Angus Rio da Paz há muitos anos. “Utilizamos as principais tecnologias disponíveis para seleção de bovinos, como Avaliação Genética - DEPs, Ultrassonografia de Carcaça, Marcadores Moleculares e outros”, salienta o agropecuarista. “Além de criadores, somos selecionadores da raça”, afirma Renato, que acrescenta que a Angus Rio da Paz teve ainda 12 de seus animais na relação de Touros Jovens S.A. no Sumário Promebo 2015, que reúne os 100 melhores touros jovens da raça em todo o Brasil. E essa alta qualidade genética vai ser oferecida no 8º Leilão Angus Rio da Paz, com data marcada para 10 de setembro de 2016, no pavilhão de leilões do Parque de Exposições Celso Garcia Cid, em Cascavel. “Estaremos oferecendo 60 touros, 15 fêmeas e animais cruza angus”, informa Renato, que convida todos os agropecuaristas a participarem do leilão.

Além de criar os animais, a Angus Rio da Paz também faz um criterioso trabalho de seleção genética na propriedade

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Pecuária Moderna

Em curso do Plano Pecuária, especialistas defenderam mais atenção a um manejo nutricional e de sanidade, para assegurar vacas produtivas e bezerros bem desenvolvidos

Cursos destacam nutrição e sanidade

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odernidade em bovinocultura de corte significa, entre outros tópicos, pensar em todos os fatores da atividade a partir da tecnologia, do bem-estar animal e da viabilidade econômica. Os itens nutrição e sanidade ganham importância redobrada. Esta foi a mensagem que os cursos do Plano Pecuária Moderna levaram, em maio e junho, no Sindicato Rural de Guarapuava, aos seus participantes: profissionais da assistência técnica à bovinocultura de corte, como veterinários, zootecnistas e agrônomos. Os professores enfatizaram: tanto quanto a seleção genética, o cuidado com a sanidade do rebanho de corte e uma alimentação definida segundo critérios técnicos é fundamental para que os animais expressem de fato o seu potencial. O assunto, pontuaram, é

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Guarapuava: um dos pólos do Plano Pecuária Moderna para cursos voltados à assistência técnica em bovinocultura de corte

complexo, exigindo da assistência técnica conhecimento amplo. Iniciadas em março, as aulas no sindicato deverão prosseguir até julho, com dois encontros a cada duas

semanas. A entidade é um dos pólos regionais do Plano Pecuária Moderna para difusão de informações técnicas no interior paranaense. O plano, lançado em agosto de 2015, é uma


iniciativa que reuniu governo estadual e entidades, como a FAEP e os sindicatos rurais, para modernizar a bovinocultura de corte no Paraná. Uma das ações práticas é o curso de capacitação. O objetivo é padronizar o conhecimento das alternativas

tecnológicas e fazer com que os participantes atuem, em seu dia a dia, como difusores nas propriedades. Está prevista ainda para os próximos 10 anos a criação de fazendas-modelo em bovinocultura de corte em diversas regiões paranaenses. Mais uma

vez, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com os professores do curso do Plano Pecuária Moderna e traz um resumo de tópicos importantes para profissionais de assistência técnica e para os próprios pecuaristas do setor.

Módulo Alimentação e Nutrição para Bovinos de Corte

João Batista Barbi Zootecnista/Emater do Noroeste do Paraná

“Este módulo visa dar conhecimento sobre o processo de digestão, a anatomia e a fisiologia do ruminante. Nesta pecuária moderna, o quesito alimentação é muito importante. O custo-benefício desta alimentação tem de ser muito bem estudado. O custo para se produzir carne aqui na região de Guarapuava se torna menor do que lá na região Norte do Estado. No norte, no inverno, o pecuarista tem de se valer de silagens, feno, capineiras. Aqui, tem a pastagem de inverno, que é muito rica. O produtor hoje, de pecuária, está precisando intensificar a produção, melhorar os índices de produtividade. Para que ele faça isso, precisa lançar mão de tecnologias. Os profissionais da área têm estas tecnologias para repassar aos pecuaristas. O que se precisa é ter boa vontade para produzir mais e modernizar esta pecuária que temos no Estado do Paraná hoje. Melhorar índices de natalidade, através de uma melhor nutrição de rebanho e manejo, e os índices de ganho de peso até atingir o abate. Com isso, vai diminuir esta idade de abate, vai favorecer o produtor ter mais animais por área e consequentemente uma maior produtividade por área”.

Módulo Manejo Alimentar do Rebanho

Prof. Antônio Ferriani Branco

Universidade Estadual de Maringá, Phd em Nutrição e Produção de Bovinos

“O tema que viemos abordar é o Manejo Alimentar do Rebanho, considerando os diferentes sistemas de produção: desde aqueles produtores que só fazem a terminação até os que fazem o ciclo completo. Costumamos dizer que existe um tripé na produção animal: genética, nutrição e sanidade. Se os animais têm genética, aplicamos uma sanidade respeitando todos os protocolos de prevenção de doenças e os alimentamos adequadamente, com certeza eles vão poder responder da melhor forma possível. Sabemos que existe uma correlação muito alta entre o score de condição corporal dos animais e os índices de reprodução. Se nós investirmos na seleção e na genética e depois não praticarmos uma sanidade adequada, principalmente uma nutrição adequada – que é o componente mais caro dentro da propriedade –, obviamente, estamos melhorando de um lado e piorando de outro. Então, o manejo alimentar, o uso de alimentos de qualidade, sempre, com certeza, vai permitir aos animais explorar todo o seu potencial. Com isso, melhoramos a eficiência de todo o sistema”.

Módulo Gestão Sanitária dos Rebanhos

Emanuel da Silveira Faleiros

Mestre em Reprodução Animal pela PUC-PR, prof. do Instituto Qualittas

“Temos abordado temas referentes às principais enfermidades dos bovinos: as que têm notificação obrigatória pelo Estado, os ectoparasitas e as endoparasitoses, que afetam os bovinos de corte. Num segundo momento, tentamos juntar todas essas informações das enfermidades com um calendário sanitário. O manejo vai ser fundamental para uma boa taxa de fertilidade, para que possamos reduzir o índice zootécnico mortalidade e para a qualidade final dos produtos no abate. Falamos em manejo sanitário, mas junto com isso vem a gestão desta sanidade. Seria então termos um controle financeiro. Quais as alternativas que tenho, dentro do manejo, de produtos, para determinadas categorias animais, e quanto que isso me impacta no custo final do processo? Há manejos obrigatórios e manejos, na sua maioria, profiláticos. A ideia, nos bovinos de corte, é que a gente consiga usar no calendário sanitário a prevenção. A prevenção é sempre muito mais barata do que o tratamento depois do problema instalado. Dentro disso, buscamos as melhores alternativas de preço, de custo, mas com manejos que devem ser feitos”.

Módulo Manejo Reprodutivo

Veterinário Márcio Saporski Segui Prof. PUC PR / Curitiba

“A reprodução é o início de tudo. Então, se iniciarmos errado, fica muito difícil consertar. Apresentamos primeiro o problema reprodutivo para depois pensarmos as diversas soluções. A gente enfoca as soluções como ferramentas. Muitas vezes, as ferramentas são usadas indiscriminadamente, colhem-se maus resultados e as pessoas acabam culpando as ferramentas. O grande problema é nutricional. É não nos prepararmos de acordo com o aporte maior de nutrição das fêmeas. Embora a vaca possa parir o ano inteiro, as épocas mais favoráveis são primavera e verão – salvo quem trabalha com lavoura-pecuária, que tem oferta de azevém e aveia no inverno. A vaca aumenta a necessidade nutricional por causa do bezerro. Esse aporte, na maioria das vezes, não é atendido e aí ela acaba não dando um novo cio para a próxima gestação. Uma das soluções seria uma estação de monta bem pensada. O principal é lembrar o objetivo de uma estação de monta: a vaca encontrar com a pastagem quando ela mais precisa de energia. Não é uma coisa muito simples pegar a vaca, quando ela mais precisa de energia, e fazê-la encontrar com o pasto quando ele está dando o maior aporte energético?” Revista do Produtor Rural do Paraná

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Geada

Temperatura abaixo de zero!

G

uarapuava se confirmou mais uma vez como um dos locais mais frios do Paraná. E confirmou também a previsão de geada, feita pelo SIMEPAR. Às 6h30 do dia 08 de junho, no município, os termômetros caíram para -2,5ºC. A informação é do escritório regional da SEAB, que abrange 12 municípios do centro-sul paranaense. Com isso, houve geada forte. Mas o técnico do DERAL, Dirlei Manfio, comentou que, no caso de Guarapuava e seu entorno, o frio até que foi benéfico. Isso porque, por aqui as culturas de verão, como milho e soja, já haviam encerrado a colheita e as de inverno ainda iriam ser plantadas em sua maioria. Manfio lembrou que o frio ajuda a matar restos de soja, nas beiras de estrada, e o que possa ter restado das pragas da cultura, no campo. Mas que o frio foi forte, não há dúvida. Até municípios em latitudes mais ao norte de Guarapuava, como Palmital, segundo técnico do Deral, registraram geada. Prudentópolis também. A geada continuou nos dias seguintes, alcançando -5ºC. Confira algumas fotos enviadas pelos associados do Sindicato Rural de Guarapuava.

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Mercado

Foto Sindicato Rural/Arquivo

Depois de cair em fevereiro e março, preços internos de soja sobem forte em abril e maio

Flávio Roberto de França Junior Economista e Consultor em Agronegócios da França Jr Consultoria

O

s preços domésticos da soja oscilaram de forma homogênea pelo país durante os últimos meses. Primeiro com desvalorização geral nos meses de fevereiro e março, e depois com elevação também geral durante abril e maio. Considerando que as variações da taxa de câmbio oscilaram para baixo nesses últimos dois meses, o suporte aos preços internos veio da combinação de elevação das cotações no mercado de futuros da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT na sigla em inglês), juntamente com a firmeza dos prêmios de exportação. Tomando algumas das principais praças de negociação do país, durante abril tivemos altas nos preços oscilando entre 2 e 6% sobre as bases de março. Já em maio, os preços avançaram de 11 a 18% sobre abril. No comparativo com igual período do ano passado tivemos variações amplamente positivas, oscilando entre impressionantes +26 e 35% nas cotações em reais. Já em dólares temos recuo variando entre 1 e 3%. Para chegar a esse melhor desempenho médio durante abril, tivemos como responsável direto a elevação das

cotações nos contratos futuros da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT na sigla em inglês). Somado também ao aumento nos prêmios de exportação. Porém o movimento foi limitado pelo recuo na taxa de câmbio: *Na CBOT a média parcial de maio ficou em US$ 1057.18 cents/bushel, subindo 10% sobre os US$ 962.89 cents do mês anterior. Depois de mais de 6 meses com os preços travados entre US$ 850.00 e US$ 900.00 cents, tivemos finalmente a ruptura da forte resistência dos US$ 900 cents, a barreira psicológica dos US$ 1000 cents, e neste início de junho superando também a resistência dos US$ 1100 cents. E as razões principais foram: perdas que vão sendo contabilizadas no Brasil; perdas que vão sendo contabilizadas na Argentina; manutenção de firme demanda global em todo o complexo soja; queda do câmbio e elevados valores de prêmios no Brasil, favorecendo o aumento da demanda por produto dos EUA; provável decréscimo na área nos EUA na safra cujo plantio está iniciando, e, em condições de clima regular, trazendo a tendência de retração nos estoques; possível retração da área a ser plantada na Argentina no final do ano; e no lado financeiro, pelo retorno gradativo dos investidores na ponta com-

pradora. E para junho, em cima desse conjunto de fatores acreditamos que as chances maiores apontam para valorização das cotações sobre as bases atuais. *Em relação ao câmbio, a taxa recentemente perdeu parte de seu patamar depois de ter atingindo o pico de quase R$ 4,20, passando agora para a faixa de R$ 3,40 a R$ 3,60. Em maio a média ficou em R$ 3,5392, com recuo de 0,3% sobre mês anterior. A pressão aconteceu basicamente pela combinação das seguintes variáveis externas e internas: Externas - queda do dólar no mercado internacional; Internas - pelo avanço do processo de impeachment da presidente Dilma. Mas acreditamos que as dificuldades políticas que o país ainda irá enfrentar e o estado lastimável da economia devem impedir um recuo muito mais pronunciado do que o já ocorrido. Inclusive com a possibilidade de novos repiques. *Em relação aos prêmios de exportação, tivemos de abril para maio a alta de +US$ 52 cents para +US$ 57 cents/bushel, incorporando ágio sobre a valorização na CBOT. O suporte ficou por conta do firme interesse comprador combinado com a baixa disponibilidade da oferta por conta das perdas registradas na produção brasileira e argentina. E a tendência continua sendo a de trabalhar com valores próximos ou superiores a igual período do ano passado durante toda a temporada.

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Equitação

Aprenda a cavalgar

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Parque de Exposições Lacerda Werneck, em Guarapuava-PR, está sediando aulas de equitação desde março deste ano, com o instrutor Juliano Silva, que também é instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Qualquer pessoa a partir de quatro anos pode participar. “O objetivo das aulas é mostrar ao aluno que ele precisa ter confiança no animal e vice-versa. As aulas visam postura, equilíbrio e controle do animal. Em seguida, os alunos aprendem os comandos, que são passo, trote e galope”, explica Silva. O instrutor destaca que existem tipos diferentes de equitação e que o aluno pode escolher qual modalidade quer praticar: se é apenas para lazer ou para o esporte, como hipismo e laço comprido, por exemplo. “Mas isso o aluno opta depois de um tempo de aula. Primeiro ele precisa ter uma base”, observa. O instrutor explica também que mesmo que a pessoa já ande a cavalo, é interessante fazer as aulas, já que a intenção do curso é que a pessoa monte o animal de forma mais técnica. “Montar o cavalo é diferente de andar. Porque às vezes a pessoa anda,

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Crianças maiores de quatro anos já podem fazer aula equitação

mas não tem postura e não sabe como conduzir o animal”. Além das aulas práticas montadas, o instrutor também ensina a manejar o cavalo, incluindo selar o animal; manejo alimentar - o que e quanto o cavalo come; higiene e escovação do animal, além de cuidados gerais com o cavalo. “Se a pessoa quer ter um cavalo e montar nele, é interessante que ela saiba cuidar dele também”. O horário das aulas é escolhido pelo próprio aluno. O ideal é que sejam feitas duas vezes por semana. Além disso, o instrutor oferece a locação de cavalos para passeios no parque. Inscrições, valor da mensalidade e outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (42) 9947-5053 (Juliano). Sócios do Sindicato Rural de Guarapuava têm desconto de 5%.


Agronomia Aeagro premia melhores TCC´s

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elo oitavo ano consecutivo, a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro) realizou a premiação para os melhores Trabalhos de Conclusão de Curso da turma de 2015 de Agronomia, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). O evento foi realizado no dia 30 de abril, no Sindicato Rural de Guarapuava. O vice-presidente da entidade sindical, Anton Gora, participou da solenidade. “No total, 39 trabalhos foram assistidos e analisados por profissionais associados. Cinco trabalhos foram escolhidos, segundo os critérios da Aeagro, que leva em consideração a participação efetiva e o comprometimento do aluno no estágio”, destacou o presidente da associação e organizador da premiação, José Roberto Papi.

- Desenvolvimento da Agricultura no Estado de Rondônia Autora: Sofia Stoski - Melhoramento Genético do Algodoeiro (Gossypiumhirsutum L.): Gestão por Processos Organizacionais Autor: Evandro Góes - Avaliação da Infiltração de Água no Solo de duas Lavouras Comerciais na Região Centro Oeste do Paraná e sua Relação com Atributos Físicos do Solo Autor: Eloi Bareta Junior - Biologia Comparada e Preferência Alimentar de Dichelopsfurcatus L. (Hemiptera: Pentatomidae) em Cereais de Inverno Autora: Tatiane Cristina Zabot Anderle - Acompanhamento de Diferentes Esquemas de Rotação de Culturas e das Culturas de Verão Milho (Zeamays L.) e Soja (Glycinimax L.) Autora: Enelise Osco Helvig

Bolsa Iniciação Científica Durante o evento também houve a apresentação dos trabalhos científicos realizados com o apoio da Bolsa Aeagro de Iniciação Científica. “Trata-se de uma iniciativa única entre as Entidades de Classe do Paraná, que incentiva o desenvolvimento de trabalhos científicos por acadêmicos do curso de Agronomia em Guarapuava. Os trabalhos selecionados foram desenvolvidos durante seis meses por acadêmicos, com a orientação dos professores e auxílio financeiro da Aeagro”, explicou Papi. Os trabalhos selecionados e apresentados na ocasião foram: - Uso de Indutores de Resistência no Controle de Meloidogyne javanica na Cultura da Soja Acadêmico Clodoaldo Verza (Faculdade Campo Real) - Determinação de grau de compactação máxima de um Latossolo Bruno de Guarapuava Acadêmico: Vinicius Martins Biscaia (in memorian - Unicentro)

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Guarapuava

Feira de Bezerros 2016:

priorizando qualidade Grande parte das vendas foi para pecuaristas voltados ao mercado de carnes nobres

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Cláudio Azevedo (Núcleo de Criadores de Bezerros) e Max Ted (Gralha Azul)

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m sua 42ª edição, no último dia 1º de maio, no Parque Lacerda Werneck, a Feira de Bezerros de Guarapuava mostrou mais uma vez que segue sintonizada com as demandas dos compradores, mantendo-se, por isso, como um dos espaços importantes para a aquisição de animais no Paraná. Para o Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava, que promoveu o evento com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e remates a cargo da Gralha Azul, a palavra de ordem foi de novo qualidade, mais do que quantidade. O presidente do Núcleo, Cláudio Marques de Azevedo, considerou que o mais importante da feira deste ano foi reafirmar o evento como um encontro entre criadores que oferecem

Realizada há mais de quatro décadas, feira de Guarapuava é uma das mais tradicionais do Paraná

bezerros de padrão moderno e terminadores que buscam estes animais para uma bovinocultura tecnificada. Para isso, explicou, a organização começou priorizando os associados para formar os lotes. “O foco é que os animais fossem de membros do Núcleo. Isso já seria um sinônimo de qualidade. Demos mais importância à qualidade do que à quantidade”, disse. Azevedo explicou ainda que este posicionamento começou antes mesmo do evento, na seleção dos animais. Participando daquela etapa, o médico veterinário Jefferson José Martins especificou que entre os parâmetros para formar os lotes, foram considerados raça, peso e tamanho. “Esses animais são identificados na propriedade, quando já são vermifugados, com um produto que tem ação tanto em endo como ectoparasitas, e também recebem vacina contra as


Veterinário Jefferson José Martins

Josef Pfann Filho, produtor rural e vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Hamilton Moss Filho, produtor rural

clostridioses”, completou. Com isso, ressaltou, foram formados lotes de qualidade em todas as raças abrangidas pelo evento, visando em paralelo a maior homogeneidade possível entre os animais de um mesmo lote. Para evidenciar este enfoque, a feira mais uma vez promoveu, no início dos trabalhos, a entrega de troféus aos criadores de destaque. A classificação ficou a cargo da Comissão de Julgamento, que atribuiu a distinção a várias categorias, como melhor lote de Novilho Precoce, Cruzamento Industrial, Bezerros, entre outros. Aos compradores, os integrantes do Núcleo apresentaram bezerros cerca de mil animais (aproximadamente 750 machos e 250 fêmeas), com idade entre seis e 12 meses, de cruzas angus, charolês, braford e canchim. Na pista, o nível do gado levou a um leilão que o presidente do Núcleo classificou como “fácil e rápido”. A movimentação ultrapassou a marca de R$ 1,3 milhão.

Nos lotes de bezerros, o preço médio situou-se em R$ 7,27 kg, com preço médio por cabeça em R$ 1.690,23 e peso médio por cabeça de 232 kg. Nos lotes de novilhas, o preço médio alcançou R$ 6,07 kg, com preço médio por cabeça de R$ 1.283,23 e peso médio por cabeça em 211 kg. Um dos produtores que compareceu à feira, Josef Pfann Filho, de Guarapuava, enalteceu o evento: “A feira de Guarapuava sempre foi se não a melhor, uma das melhores do Para-

ná. Tem animais de excepcional qualidade. Os criadores que vendem os bezerros estão se profissionalizando, fazendo os cruzamentos principalmente com os animais que a gente quer comprar”. O pecuarista completou que “há uma demanda bastante acentuada de carnes nobres e alguns cruzamentos são importantes para que o terminador consiga oferecer uma carne de qualidade, com preço mais baixo, com animais que tenham bastante conversão”.

Compareceram mais uma vez pecuaristas de Guarapuava e de outras regiões do Paraná Revista do Produtor Rural do Paraná

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Outro tradicional produtor da região, José Hamilton Moss Filho, também de Guarapuava, fez uma avaliação igualmente positiva. “Acho que o gado que foi exposto e vendido na feira, com liquidez de cem por cento, é o que o pecuarista e principalmente o terminador procura: são animais de qualidade, bem selecionados, numa

quantidade expressiva. Os lotes foram muito bem apartados. O preço acabou ficando bom para ambos, tanto vendedor quanto comprador”, analisou. O pecuarista observou ainda que, em seu caso, costuma aguardar a Feira de Bezerros de Guarapuava para realizar as últimas compras do ano. “O que a gente espera são estes animais, cruza-

dos europeus, que dão resposta dentro do confinamento e vêm de encontro ao que o produtor quer”, concluiu. Participaram também do evento criadores de outros municípios, como Altônia, Campina do Simão, Candói, Espigão Alto do Iguaçu, Goioxim, Irati, Luziania, Pinhão, Prudentópolis e Turvo.

Troféus para lotes de destaque BEZERROS Lote Novilho Precoce

Oswaldo Barbosa

Lote Padrão Bezerros

Oswaldo Barbosa

Cruzamento Industrial

Gilda Campello

Melhor Lote de Machos

Família Caldas

(Entregaram os troféus, respectivamente: Denilson Baitala [Pres. SRG]; Marina Araújo Azevedo [CooperAliança]; Josef Pfann Filho [Vice Presidente Sindicato Rural de Guarapuava]; e Edio Sander [Pres. CooperAliança])

BEZERRAS Lote Top Matrizes

João Amazonas Brito

Lote Padrão de Bezerras

Márcio Pacheco Marques

Cruzamento Industrial

Herculano Abreu Alves

Melhor Lote de Fêmeas

Família Caldas

(Entregaram os troféus, respectivamente: Denilson Baitala [Pres. SRG]; Edio Sander [Pres. CooperAliança]; Cláudio Azevedo [Pres. Núcleo Criadores de Bezerros] e Josef Pfann Filho [Vice Presidente Sindicato Rural de Guarapuava])

Comissão de Julgamento Jefferson José Martins – Veterinário Johann Zuber Junior – Pecuarista Kleyton Kremer – Veterinário Marina Araújo Azevedo – Veterinária

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Educação rural Programa Agrinho promove seminário para formação de professores

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Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) promoveram no dia 16 de junho, no Sindicato Rural de Guarapuava, o Seminário Agrinho 2016. O evento teve como objetivo a formação de pedagogos e professores da rede estadual de ensino que pertencem ao Núcleo Regional de Educação de Guarapuava. O seminário acontece todos os anos em todas as regionais que o Senar atende no Paraná, mas nesta edição apresentou um diferencial, como explica a coordenadora do Programa Agrinho, Josimeri Grein: “o Agrinho já está com 21 anos a campo e percebemos que os professores da rede municipal sempre foram muito ativos no programa. Já

os professores da rede estadual sempre tiveram receio em trabalhar com o material, porque eles não sabiam como encaixá-lo em suas aulas. Por isso, a programação deste ano foi focada para os professores da rede estadual”. Ela explica que a ideia é que os pedagogos presentes disseminem as informações passadas durante os seminários para os professores dos colégios estaduais. “Eles poderão mostrar o eixo norteador do programa, que é a pedagogia da pesquisa. E essa pedagogia da pesquisa, embora muitos professores não saibam, já é utilizada na sua prática diária. Então, a gente quer mostrar a esse professor que não tínhamos acesso, por não participarem do programa, que o Agrinho pode sim ser implementado no seu dia a dia, porque não será algo a mais, mas

Organizadores e parceiros do Programa Agrinho do Sistema Faep/Senar

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sim um complemento do que ele já faz”. A programação envolveu a palestra Adolescência, metodologias de ensino e desenvolvimento humano, com a doutora em educação e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Araci Assinelli da Luz e Aprendizagem Colaborativa, com Suzete Terezinha Orzechowaki, além de orientações e debates sobre os programas e apresentações culturais. “A ideia foi falar de um tema mais técnico, ligado aos temas transversais, ministrado pela professora Araci, que falou sobre os adolescentes. E um tema metodológico, que foi a aprendizagem colaborativa, com a professora Suzete. Porque como o eixo do programa é a pedagogia da pesquisa, ele envolve tanto a parte técnica, como a metodológica”, destacou Josimeri.

Josimeri Grein, coordenadora do Agrinho A coordenadora encerrou afirmando que os professores devem se conscientizar que aderindo ao Agrinho, os benefícios para as crianças e adolescentes são inúmeros. “O Agrinho adota a pedagogia da pesquisa, ou seja, uma pesquisa direcionada, onde o aluno vai construindo esse conhecimento. E esse conhecimento construído internaliza no aluno, porque ele participou de fato do processo. Diferente da educação tradicional, onde o professor apenas expõe a matéria, mas não faz nenhuma atividade que faça com que o aluno se sinta autor também desse processo”, explica.


Meio ambiente

Prorrogação do CAR agora é para todos

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Lei nº 13.295, de 14 de junho de 2016, estendeu a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), obrigatória para todas as propriedades e posses rurais, para 31 de dezembro de 2017. O prazo é prorrogável

por mais um ano por ato do chefe do Poder Executivo. A Lei prorrogou também para 31 de dezembro de 2017 a

exigência da apresentação do CAR para concessão de crédito agrícola em qualquer de suas modalidades para proprietários de imóveis rurais. A nova legislação é resultado da Medida Provisória 707/2015, que foi aprovada pelo Congresso Nacional.

Agora é possível cancelar o CAR Finalmente é possível cancelar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Um dos questionamentos mais solicitados à FAEP agora tem resposta. Em 17 de junho o IAP regulamentou pela portaria nº 119 procedimentos administrativos para o cancelamento administrativo do Cadastro Ambiental Rural visando correções junto ao Sistema SICAR. Abaixo a engenheira-agrônoma Carla Beck, da FAEP, esclarece as principais dúvidas sobre como fazer o cancelamento.

Quais os casos que posso cancelar o CAR? Serão considerados motivos para análise de solicitação de cancelamento no CAR: • Duplicidade de envio do mesmo arquivo”.car”; • Sobreposição com mesmo CPF ou CNPJ; • Unificação de áreas do CPF ou CNPJ; • Cadastramento realizado em desacordo com o conceito de imóvel rural (áreas contínuas declaradas separadamente); • Imóveis urbanos cadastrados no CAR; • Decisão judicial.

Qual o procedimento que o proprietário deve seguir para requerer o cancelamento? • Preencher o REQUERIMENTO DE CANCELAMENTO DO CAR – RC_CAR - disponível no site do IAP. • Protocolar nos Escritórios Regionais do IAP junto com os documentos.

Quais os documentos o proprietário deve apresentar no IAP? • Requerimento de Cancelamento do CAR - RC_CAR devidamente assinado por todos proprietário(s) / posseiro(s) ou representante legalmente constituído; • Recibo(s) de Inscrição do Cadastro Ambiental Rural - CAR objeto do pedido de cancelamento; • Cópia do CPF do(s) proprietário(s) / posseiro(s); • Cópia do Contrato Social (no caso de empresa); • Documento(s) de comprovação de propriedade/posse do imóvel cadastrado; • Justificativa da motivação do cancelamento; • Para o caso de cancelamento motivado por Decisão Judicial, deverá ser anexada a sentença judicial.

Qual o encaminhamento desse processo? • Os pedidos de cancelamento do CAR, depois de protocolados, serão encaminhados para a Diretoria de Restauração e Monitoramento Florestal - DIREF/IAP para análise e deliberação. • No caso de deferimento, a DIREF/IAP efetuará o cancelamento do CAR no Sistema SICAR, comunicando o requerente da decisão administrativa, exceto nos casos de Decisão Judicial.

Após receber a resposta do órgão ambiental ao cancelamento, especificamente nos casos de unificação de áreas com mesmo CPF ou cadastro em desacordo com o conceito de imóvel rural,o que o proprietário deverá fazer para regularizar sua situação? • O proprietário/ possuidor deverá retificar ou recadastrar o imóvel objeto do cancelamento no SICAR, num prazo máximo de 30 dias após o recebimento da decisão administrativa do IAP. O procedimento administrativo será arquivado somente após a apresentação da comprovação da regularização junto ao IAP.

Se o produtor já solicitou o cancelamento antes da publicação dessa portaria, o que deve fazer? Os pedidos já protocolados deverão ser readequados e complementados conforme a normativa em vigor. No site do IAP (www.iap.pr.gov.br) é possível acessar o formulário de cancelamento e obter maiores informações. Com informações da Assessoria de Comunicação da Faep Revista do Produtor Rural do Paraná

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Aconteceu Homenagem da ACIG para Sindicato

A Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig) reuniu empresas, entidades e parceiros da imprensa no dia 15 de junho para um momento especial. O presidente Eloi Laércio Mamcasz, que deixa o comando da Acig em meados de julho, prestou uma justa homenagem àqueles que contribuíram para que inúmeras ações fossem realizadas com sucesso durante o período. O Sindicato Rural de Guarapuava foi uma das entidades homenageadas. A gerente da entidade sindical, Luciana de Q. Bren esteve presente na solenidade e recebeu um quadro, em agradecimento pela parceria.

Campanha Produtor Solidário

R$ 3,4 mil para Hospital Santa Tereza O Sindicato Rural de Guarapuava entregou, dia 3 de junho, a representantes do Instituto Virmond (Hospital Santa Tereza) doação de recursos arrecadados na Campanha Produtor Solidário. Na ocasião, o presidente do sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, lembrou que o setor de saúde, no Brasil, passa por dificuldades e que o setor privado também pode colaborar. A gestora de Filantropia do instituto, Inelvis de Oliveira Caldas, agradeceu a doação e antecipou que os cerca de R$ 3,4 mil serão utilizados para aquisição de roupas de cama. Após a entrega, foi realizado sorteio de uma cesta de produtos importados entre as pessoas que participaram da Campanha Produtor Solidário. O sorteado foi o produtor rural e sócio Mário Luiz Marcondes Cordeiro.

TV e som para Escola Municipal do Campo Mais um momento de integração entre o Sindicato Rural de Guarapuava e a comunidade: no dia 10 de junho, a entidade realizou a doação de um televisor e de um aparelho de som a Escola Municipal do Campo Lidia Scheidt Curi (Rio das Pedras). O diretor do estabelecimento, Gilmar Luiz Santin, recebeu os equipamentos das mãos do presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho.

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TV O Sindicato Rural de Guarapuava tam-

bém doou, no dia 23 de maio, um televisor para o Hospital Santa Tereza. Inelvis de Oliveira Caldas, Gestora em Filantropia da instituição de saúde, recebeu a doação das mãos de Rafael Almeida, do departamento financeiro do sindicato.

Na foto: Cleber Antunes, gestor de Filantropia; Inelvis de Oliveira Caldas, gestora de Filantropia; Luciana Q. Bren, gerente do Sindicato Rural; Rodolpho L. W. Botelho, pres. Sindicato Rural; Ivone Zuber Virmond, diretora executiva; Marielly Mendes de Morais, gestora de Filantropia.

Leite na Expogua Representantes de várias entidades estão se reunindo desde o início de junho para organização da programação de bovinocultura de leite que ocorrerá durante a Expogua, em agosto deste ano, em Guarapuava. O evento terá avaliação de novilhas, leilão e o tradicional Encontro de Produtores de Leite, sob a coordenação da Coamig.


Projeto Identidade Sindical 2016 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo: (*Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo)

GUARAPUAVA BetoAgro AGRONEGÓCIOS

3% em toda linha de insumos agrícolas

3% na linha de produtos Forquímica

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores, renovador de pastagens e grade de pente hidráulica espalhador de palha

Descontos para sócios

5% nas compras à vista

Descontos em todos os ramos de seguros

5% nas prestações de serviços

Benefícios diversos

5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos e 10% em exames de diagnóstico laboratorial (Torreforte Clin)

5% em serviços ou equipamentos

5% nas compras de produtos, lanches em geral, porções e bebidas

10% em todos os serviços prestados

3% sobre o preço de lista no ato da compra

Newdeal Agroscience Descontos em exames

Descontos diversos

10% à vista ou parcelamento em 10 vezes s/ juros nos cartões

10% em serviços

10% na prestação de serviços

Desconto de 3% na linha de produtos New Deal

15% nos exames radiográficos

5% sobre valor final da negociação

3% para compras à vista

5% nas compras realizadas na loja

10% análise de solos e de tecido vegetal

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

CANDÓI

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes

10% na elaboração do CAR e 5% na execução de serviços de topografia

6% em materiais de construção, móveis e casa pronta

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Profissionais em destaque

João Leonardo ZEAGRO e Marco Antônio Zanette ARYSTA

Paulo Henrique Dias Fialho (RHAL Ciência e Tecnologia)

Antônio Carlos Cunico Junior, Marilena Bastos Cunico e Luiz Homero Bastos Cunico (Tico) - (Moinho São Luiz)

Emerson Mendes (Bellman/Trouw Nutrition)

Jair da Cruz e Paulo Godoi (Biogenésis Bagó)

Luiz Paulo M. Ferreira (Médico Veterinário)

Representantes da Monsanto com diretores do Sindicato Rural: Cayo Felisbino, Alexandre Seitz, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, Luciano Centeno, Alexandre Almeida, Cícero Lacerda e Renato Carvalho

Equipe DSM Tortuga com diretores do Sindicato Rural de Guarapuava e repres. FAEP

Marcio Alexandre Rockenbach (Banco do Brasil), Luciana Bren (Sindicato Rural) e Osvaldo de Paula (Banco do Brasil)

Projeto Identidade Sindical

Nilson José Royer

ZK Assessoria Contábil Decisorial

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Revista do Produtor Rural do Paraná

Cesar Augusto Silva

Solum Brasilis Consultoria Agrícola e Ambiental

A linda Helena, aos 4 meses, filha de Deonísia Martinichen e Jaques Baratto

ail: ra o e-m a foto pa m.br Envie su puava.co g sr @ o ca a ic n u com


Produtores em destaque

Márcio Araújo

Luciane Maciel Almeida

Adilson Karam Junior

Daniel Peruzzo

Gilson Zacarias Cordeiro e Thompson Faria

Nossos leitores

Rodolpho Luiz Werneck Botelho, Helmuth Seitz e Marcos Antonio Seitz

Luiz Arthur Mendes Ferreira

Rosemeri Althaus, Maria de Lourdes Keller e Rudolf Keller

SALA DO PRODUTOR: um espaço para os sócios do Sindicato Rural

Lecio Kaneko

Gerente de Desenvolvimento da empresa Ballagro - São Paulo

Há tempos o Sindicato Rural disponibiliza para os produtores rurais associados um espaço apropriado para aqueles que, de passagem pela entidade, precisam de um lugar para utilizar seu notebook ou algum dispositivo pessoal de acesso à internet. É a Sala do Produtor, na sede do sindicato. Dia 1º de junho, quem aproveitava o local era o associado Fábio Roberto Lustosa, do distrito de Guairacá, em Guarapuava. Tendo comparecido para resolver alguns assuntos, ele precisou de uma mesa para trabalhar com dados de seu computador e acessar o wi-fi. Foi encaminhado para a sala, onde pode realizar as atividades com tranquilidade.

Novos Sócios Cleuza de Moura Babiuk

Marcos Antonio Seitz

Revista do Produtor Rural do Paraná

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Aniversariantes/2016

AGOSTO

JULHO

01/07 Camila Illich 01/07 Carlos E. dos Santos Luhm 01/07 Edilson Araújo Martins 01/07 Seiti Tikamori 02/07 Ester Terezinha Abicalaffe 02/07 Osires Kaminski 03/07 José Ernani Lustosa 03/07 Roland Paul Gumpl 04/07 Eduardo Gelinski 04/07 Paulo Rodolfo Schulz 05/07 Guinter Stefan Duch 05/07 Luiz Pulga 06/07 Gilberto Souza Gonçalves 07/07 Mayron Eduardo F. Kreuscher 07/07 Osmar Kloster Oliveira 07/07 Teruyoshi Robson Udagawa 08/07 Luiz Artur Mendes Ferreira 08/07 Rodolpho Manoel da Silva 08/07 Vera Virmond 09/07 Carlos Armando Abreu Alves 10/07 Reinhold Buhali 11/07 Andreas Milla II

01/08 Cezar Augusto C. Silvestri 01/08 Josef Winkler 01/08 Sebastião G. da Fonseca 01/08 Sérgio Roberto Veit 01/08 Walter Peter Weckl 01/08 Wilfried Georg Spieler 02/08 Edla Woelfer Lustosa 02/08 Jorge Karl 03/08 Luciana Aparecida Camargo 03/08 Wilson Zschornak da Silva 04/08 Anderson Muzzolon 04/08 Anna Luisa Jungert 04/08 Lauro Manhaes de Souza 05/08 Helmut Milla 05/08 Rene Martins Bandeira Filho 06/08 Geni Blasquievis Sartori 06/08 Johana Karl Taschelmayer 06/08 Roberto Cleider Lustoza 06/08 Thiago Lustosa Araújo 07/08 Adauto Brandelero

11/07 Ernst Leh 13/07 Juliana Martins de O. Scherer 13/07 Salvador Ivatiuk 13/07 Severino Genuíno Dourado 13/07 Silvino Caus 14/07 Jair Clemente Zart 14/07 Quintilho Aparecido Pine 15/07 Aldir Antonio Goldoni 15/07 Alexander Ritter 15/07 Anton Gora 15/07 Ari Schwans 15/07 Laura Isabel F. Loures Buch 15/07 Leonidas Ferreira Chaves 15/07 Rosenei de Fátima C. Kunz 16/07 Hugo Silvestrin Filho 16/07 Rodrigo Júnior Scalabrin 17/07 Herculano Augusto A. Alves 18/07 Angelo Muzzolon 18/07 Raphael de Camargo 19/07 Francisco Geraldo Marcondes 19/07 Viktor Leh

20/07 Angela Ribas Cleve Costa 20/07 Aridreia Antunes de M. Spieler 20/07 Cláudia Mugnol Frites 20/07 Marlene Gaertner Korpasch 21/07 Edson Adriano de Vargas 21/07 Ernesto Stock 21/07 Gunter Duhatschek 21/07 Mateus Julik 22/07 Enio Mendes Dangui 22/07 José Vilmar Sopchuk 23/07 Airton Ribeiro de Campos 23/07 Alaor Pedro da Luz 23/07 Eros Lustosa Araújo 23/07 Ozires José Vais Fernandes 23/07 Paul Illich 24/07 Adam Gartner 24/07 Anton Kreuscher 24/07 Fellipe Lustosa Ribas Jaerger 24/07 Leonides Antunes Deschk 25/07 Frank Nohel 25/07 Valdomiro Ivatiuk Júnior

26/07 Alexandre Marath 26/07 Annemarie Pfann 26/07 Emerson Milla 26/07 Humberto Mano Sá 26/07 Roberto E. Araújo Marcondes 26/07 Vinícius Virmond Abreu 27/07 Sergio Alves Teixeira 27/07 Sieghardt Johann Kleinfelder 27/07 Vanderley Kuachinhak 28/07 Arismari Rocha Camargo 28/07 Gibran Thives Araújo 28/07 Márcio Antonio P. Marcondes 28/07 Paulo César Fonseca 28/07 Walter Wilk 29/07 Eros Lange 29/07 Geraldo Elias Limberger 29/07 Patrícia Diana Schwarz 29/07 Zeni Aparecida P. Muzzolon 30/07 Kleyton Romualdo Kramer 31/07 Cândido Pacheco Bastos 31/07 Mariane Werneck Botelho

07/08 Ivo João Vargas 07/08 João Huber 08/08 Katherine G. Alves Duhatschek 09/08 Alfredo Wolbert 10/08 Vanderlei Gomes de Assis 11/08 Leni Losso Kluber 12/08 Marli de Araújo Ribas 12/08 Vera Lucia Bovolini Wild 13/08 Carlos Leopoldo Durski Silva 13/08 Celson Luiz Brandalise 13/08 Gerhard Marx 14/08 Gilson Zacarias Cordeiro Júnior 14/08 Ponciano Rocha de Abreu 16/08 Christoph Zehr 16/08 Renato Goes Penteado Filho 16/08 Wilson Barbieri 17/08 Boles Nilcharz 17/08 Gilberto Marcondes Leineker 17/08 Tadeu Dreviski 18/08 Darci Carraro

18/08 Joel Domingues da Silva 18/08 Josef Hildenbrandt Júnior 18/08 Luiz Carlos Rodrigues 18/08 Nelson Bremm 19/08 João Konjunski 19/08 Murilo Lustosa Ribas Júnior 19/08 Neusa Silveira Vier 20/08 Amarildo Ribeiro dos Santos 20/08 Antônio Mayer 20/08 João Maria Mendes Siqueira 20/08 Osmar Gelinski 21/08 Carlos Alberto Abreu Alves 21/08 Nelson Adelar Gehlen 22/08 Egon Mayer 22/08 Marcos Antônio Seitz 22/08 Roberto Eduardo N. de Cunha 23/08 Afranio Leodanil Nardelli 23/08 Edmund Johann Abt 23/08 Ilse Klein 23/08 Luis Carlos Vatrin

23/08 Maico Mendes de Araújo 24/08 Armando França de Araújo 24/08 Bruno Grismayer 24/08 Gabriela Abt Tratz 24/08 Izolina Denise Taques da Cruz 24/08 Jaime Enrique Vargas Arbulu 24/08 Murilo Lustosa Ribas 24/08 Saulo Lustosa Schneider 24/08 Sirineu Luiz Denardi 25/08 Elton Luis Mucinelli Caldas 25/08 Robert Reinhofer 27/08 Edgard Georg Szabo 29/08 João Vasconcelos Schimidt 30/08 Antonio Carlos Lacerda Loures 30/08 Gerson João Mendes de Abreu 30/08 Sérgio José Lubacheski 31/08 Aramis Lineo Mendes Siqueira 31/08 Elison Bueno Araújo 31/08 Neuraci Lustoza Dangui 31/08 Rui Carlos Mendes de Araújo

Confira a agenda de eventos agropecuários: Show Pecuário  2º Cascavel (PR)

26 a 29 de julho Parque de Exposições Celso Garcia www.showpecuario.com.br

alusivo ao Dia do Agricultor  Evento Guarapuava (PR) 29 de julho Sindicato Rural - (42) 3623-1115

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Revista do Produtor Rural do Paraná

sobre  Palestra Mercado com Flavio França Júnior Guarapuava (PR) 28 de julho Sindicato Rural (42) 3623-1115

JUL/AGO

2016

Expogua  41ª Guarapuava (PR)

05 a 14 de agosto Sociedade Rural de Guarapuava (42) 3623 - 3896

2016  Expointer Esteio (RS)

27 de agosto a 4 de setembro Parque Est. de Exposições Assis Brasil www.expointer.rs.gov.br/inicial


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