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HMC

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A VIDA DEPOIS DA PRÓTESE

CARLINHOS NEVES, O HOMEM DO JOGO

Bate

FORTE

coração Saiba como manter o músculo mais incansável do corpo humano batendo por mais tempo


EDITORIAL

Nova revista, novos caminhos É com grande prazer que apresentamos a vocês, caros leitores, a nova Revista do Hospital Marcelino Champagnat, que chamamos agora de Revista HMC. Este novo projeto editorial e gráfico tornou nossa publicação mais arrojada e informativa, com o objetivo de compartilhar conhecimento e promover a troca de experiências. A matéria de Capa é um alerta sobre a importância da prevenção quando o assunto são as doenças do coração, principal causa de morte no Brasil. Conversamos com especialistas e com pessoas que passaram pela experiência do infarto e apresentamos para vocês os melhores caminhos a trilhar para fazer seu coração bater mais forte e por mais tempo. Na editoria Em Dia, trazemos os relatos de pessoas que transformaram suas vidas após cirurgias de colocação de próteses e que hoje têm disposição e qualidade de vida. No Perfil, entrevistamos o curitibano Carlinhos Neves, preparador físico do Atlético Mineiro, que nos contou sua experiência na educação física de jogadores de diversos clubes brasileiros e da Seleção Brasileira, além de suas expectativas para a Copa do Mundo no Brasil e em nossa cidade. Ainda nesta edição, abordamos a segurança dos pacientes e uma nova técnica de neurocirurgia. A estreia destas páginas em outubro coincide com uma comemoração importante para nós: a do Dia do Médico. Aproveitamos para agradecer e homenagear estes profissionais que fazem jus à missão de cuidar de pessoas. Desejamos que esta revista seja mais do que um veículo de comunicação, mas um instrumento de promoção à saúde e ao bem-estar. Boa leitura! Claudio Enrique Lubascher Diretor-geral do Hospital Marcelino Champagnat

EXPEDIENTE A REVISTA HMC é uma publicação do Hospital Marcelino Champagnat, produzida pela Assessoria de Comunicação do Grupo Marista. Tiragem: 10 mil exemplares Edição nº 3, Ano 2, 2013 GRUPO MARISTA DIRETOR DA ÁREA DE SAÚDE Álvaro Luis Lopes Quintas

2 Revista HMC

HOSPITAL MARCELINO CHAMPAGNAT

GERENTE ADMINISTRATIVO Cris Adriano Carvalho

DIRETOR-GERAL Claudio Enrique Lubascher

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Leandro Frederico de Bastos Martins

CHEFE DO CORPO CLÍNICO Ademir Antonio Schuroff GERENTE MÉDICA E RESPONSÁVEL TÉCNICA Ivana Roseira Gomes GERENTE DE QUALIDADE Bianca Piasecki GERENTE DE ENFERMAGEM Mariana Richter Reis

JORNALISTA RESPONSÁVEL Ir. Franki Kleberson Kucher (MTB 8607) EDIÇÃO Fabiana Ferreira e Karen Fukushima

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Estúdio Sem Dublê – Flávio Vieira e Thais Scaglione ILUSTRAÇÃO DE CAPA Caco Neves FOTOS João Borges Júlio Covello REVISÃO ORTOGRÁFICA João Guilherme Castelli da Silva

COMENTÁRIOS, SUGESTÕES E CRÍTICAS Av. Pres. Affonso Camargo, 1399, Cristo Rei, Curitiba – PR Telefone: (41) 3087-7600 E-mail: contato@hospitalmarcelino. com.br Site: www.hospitalmarcelino. com.br


ÍNDICE

Saiba como manter o mais incansável dos músculos pulsando firme

6 Capa

4 Você sabia?

11 Em Dia

14 Perfil

18 Qualidade

20 Tecnologia

22 Curtas Revista HMC

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VOCÊ SAB I A?

PAUSA NO FILTRO SOLAR Raquitismo, osteoporose, problemas cardíacos e até mesmo câncer. Todas essas doenças podem estar associadas à deficiência de vitamina D no organismo. A boa notícia é que 90% da produção desta vitamina é feita pelo próprio corpo em resposta à exposição à radiação ultravioleta da luz solar. A dica é tomar um banho de sol, no mínimo três vezes por semana, com duração de 15 a 20 minutos. Mas é preciso que a exposição ao sol seja direta, nos braços e pernas e sem o uso de protetor. Isso porque os raios solares que geram a produção de vitamina D não atravessam vidros e são bloqueados pelos filtros solares, mesmo os mais leves.

OBESIDADE MATA MAIS QUE FOME Maior estudo já realizado sobre a saúde da humanidade, o Global Burden of Disease apresentou dados alarmantes em relação à obesidade nos dias de hoje. O sobrepeso foi responsável por três milhões de mortes ao redor do mundo em 2010, número três vezes maior do que os óbitos por desnutrição. Em 1990, a subnutrição estava em 1º lugar no ranking das doenças que mais tiravam anos de vida saudável da humanidade. Agora está em 8º lugar. Em compensação, a obesidade subiu da 10º para a 6º colocação, e a má alimentação, com uma dieta pobre em nutrientes, aparece em 5º lugar.

QUE TAL UM CAFEZINHO? Estudos sobre os efeitos do café no organismo cada vez mais comprovam os benefícios da bebida quando consumida em doses diárias e moderadas. Pesquisa recente da Universidade de São Paulo (USP) comprova que o cafezinho puro ajuda a prevenir doenças degenerativas, como o câncer, Alzheimer, Parkinson e diabetes. A dose recomendada é de quatro xícaras por dia.

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO À SAÚDE lugar 1990

2010

1º Baixo peso infantil

Pressão alta

2º Poluição dentro de casa

Alcoolismo

3º Tabagismo

Tabagismo

4º Pressão alta

Poluição dentro de casa

5º Deficiência de amamentação

Baixa ingestão de frutas

6º Alcoolismo

Obesidade

7º Poluição ambiental

Altos níveis de açúcar no sangue

8º Baixa ingestão de frutas

Baixo peso infantil

9º Altos níveis de açúcar no sangue

Poluição ambiental

10º Obesidade

Sedentarismo

Fonte: Global Burden of Disease. Trabalho produzido por 500 cientistas, de 300 instituições, analisando 187 países ao longo das últimas duas décadas.

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CÉLULAS-TRONCO NO COMBATE À ARTROSE NO JOELHO Está em fase de testes clínicos o uso de células-tronco para o tratamento da artrose no joelho. A técnica consiste na aplicação de injeções de células-tronco retiradas do próprio paciente e cultivadas em laboratório. Segundo os pesquisadores, pode postergar ou até evitar o uso de próteses no joelho. A pesquisa está sendo desenvolvida no Núcleo de Tecnologia Celular da PUCPR em parceria com o Hospital Marcelino Champagnat.


MAGREZA CONTAGIOSA?

FUTURO DO GESSO Um projeto desenvolvido na Victoria University of Wellington, criado pelo designer Jake Evill, promete revolucionar a forma de a Ortopedia engessar fraturas. O modelo é possível graças à tecnologia das impressoras 3D, que geram o molde com base na radiografia do paciente. Além do design elegante, o molde é ventilado, leve, higiênico, ecológico, pode ser molhado durante o banho e é facilmente escondido, se necessário, pela manga de uma camisa.

Parece difícil de acreditar, mas um estudo realizado com camundongos na Escola de Medicina da Universidade Washington, nos EUA, sugere que é possível “transmitir a magreza” de um indivíduo para outro. Isso acontece por meio de uma relação entre bactérias e a absorção ou não de gorduras pelo organismo. A hipótese de certas bactérias colaborarem com o acúmulo de gordura já havia sido comprovada por um estudo chinês no início deste ano. Agora os pesquisadores americanos conseguiram revelar o contrário. Que outros gêneros de micróbios podem auxiliar a manter o organismo magro.

MHEALTH Estima-se que 50% dos usuários de tablets e smartphones devem baixar aplicativos de mHealth (mobile health) nos próximos cinco anos, o que deve movimentar cerca de R$ 26 bilhões no mercado de aplicativos móveis e dispositivos para o setor de saúde. Os dados foram apresentados pela consultoria americana Research and Markets.

SUCO X FRUTA Consumir suco de fruta diariamente aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em até 21%.

Trocar o consumo de suco pela fruta inteira diminui em até 7% o risco de desenvolver este tipo de diabetes.

Os apontamentos são de um estudo desenvolvido pela Escola Médica de Harvard (EUA) e publicado na British Medical Journal, que analisou dados de mais de 187 mil homens e mulheres durante 24 anos. Neste período, 12 mil participantes (6,5%) receberam diagnóstico da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a diabetes tipo 2 afeta 347 milhões de pessoas no mundo e já está sendo considerada uma epidemia mundial. O problema do suco é estar sem as fibras originais. Tomá-lo dessa forma eleva as taxas de açúcar no sangue porque é absorvido de forma mais rápida pelo organismo. Se for beber suco, a dica é acrescentar fibras a ele, como a chia ou a linhaça, ou ainda bater com a casca, sem ser coado.

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CAPA

O

pulso

ainda

pulsa A Doença Arterial Coronariana é a principal causa de morte no Brasil e deve liderar o ranking das principais doenças do mundo em 2020. Conheça os fatores de risco e saiba como manter o músculo mais incansável do corpo humano batendo por mais tempo por Karen Fukushima

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islipidemia, hipertensão, obesidade, diabetes, tabagismo, sedentarismo, estresse e hereditariedade genética. O emaranhado de palavras parece uma estrofe retirada da canção O Pulso, da banda Titãs. Na música, uma série de doenças aliadas a outra série de sentimentos negativos e distúrbios são falados em sequência. E no refrão, a frase que se repete: “O pulso ainda pulsa...”. Mas este conjunto de fatores de risco à saúde citados na primeira sentença deste parágrafo, sozinhos ou combinados, podem pausar o músculo mais incansável e ritmado do corpo humano, o coração. A realidade para este órgão capaz de bombear cerca de nove mil litros de sangue por dia pelo corpo de um adulto é alarmante. Os dados mais recentes do DATASUS (órgão ligado ao Sistema Único de Saúde responsável por coletar, processar e disseminar informações sobre saúde no País) apontam que a Doença Arterial Coronariana (DAC) já é a principal causa de morte no Brasil. A DAC, ou Aterosclerose Coronariana, acontece quando alguns materiais, como a gordura, se depositam nas paredes das artérias, restringindo o fluxo sanguíneo. Quando o fluxo de sangue fica muito diminuído ou há obstrução total da artéria, impossibilitando que o sangue com oxigênio chegue até o coração, esta parte do músculo cardíaco é danificada e o resultado é o infarto. Apesar do alto índice de mortalidade da doença, muitas pessoas superam o episódio. Os relatos, assim como as causas da doença, são variados. Alguns facilmente identificáveis, outros difíceis até de acreditar.

©ilustração: Caco Neves, foto: João Borges

HERANÇA GENÉTICA “Meu avô morreu de um infarto fulminante, meu pai morreu no segundo infarto. Da genética, ouvi dizer que é muito difícil da pessoa escapar”. E de fato, o publicitário que hoje se dedica às artes plásticas e a aulas de criatividade, Marcos Lozza, não conseguiu driblar as estatísticas. Aos 63 anos, deu entrada no hospital com três artérias obstruídas, duas com 90% de obstrução. Seu quadro exigiu uma revascularização, tipo de cirurgia cardíaca. Foram duas pontes de safena e uma mamária. Um ano após sofrer o infarto, Lozza é disciplinado. Frequenta uma clínica especializada em exercícios monitorados três vezes por semana e alerta: “é preciso ter foco, disciplina e vontade de recuperar a saúde após o infarto. Seguir todas as orientações médicas e de fisioterapia, tomar os remédios na hora certa e praticar os exercícios respiratórios indicados”. MANIA DE LIMPEZA Uma sucessão de fatores levou a advogada Eliane Torres Pundek, de 64 anos, a um infarto agudo do miocárdio em 2012. A diabetes que havia descoberto sete anos antes, a interrupção da prática de exercícios físicos regulares por causa de uma contusão no joelho, a rotina

1ª colocada

De acordo com projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 o ranking das principais causas de morte no mundo terá a Doença Arterial Coronariana como 1ª colocada.

A

cirurgia usa parte da veia safena da perna para

desviar sangue da aorta (principal artéria do corpo que sai do coração) para as artérias coronárias, que irrigam o coração. São utilizadas também as artérias radial (braço) e mamária (tórax).

Marcos Lozza

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CAPA

Eliane T. Pundek

O stent é semelhante a

uma molinha, que

é colocado dentro de uma artéria quando há certa obstrução do fluxo sanguíneo normal.

Moisés Skroch

puxada das audiências, a mudança da casa onde viveu por 30 anos e uma mania quase obsessiva por limpeza. “Naquele dia pela manhã, próximo ao horário do almoço, estava extremamente nervosa para limpar toda a casa e terminar logo. Meu filho havia ficado sozinho no apartamento uns dias e quando cheguei estava tudo uma bagunça. Comecei a limpar tudo de forma apressada e estava muito irritada, brava mesmo pela bagunça. Então comecei a sentir um mal-estar, um suador, enfraquecimento. Resolvi tomar um banho para ver se aliviava. Mas sabia que não estava normal e pensei: se for pra morrer, quero morrer limpinha (risos). Liguei para um casal de amigos que me levou ao hospital”, relatou Eliane. Para o cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, André Bernardi, o momento de estresse elevado acrescido da atividade física intensa funcionaram como estopim da crise cardíaca. Além disso, Eliane tinha um dos fatores de risco clássicos, a diabetes. “O diabético é um cardiopata até que se prove o contrário”, afirma. Neste caso, a paciente passou pelo procedimento de colocação de um stent em uma das artérias do coração. POR QUE EU? “Não fumo, não bebo, não tenho colesterol alto, não tenho diabetes ou pressão alta. Como peixe quatro vezes por semana e faço caminhadas periódicas. Nunca achei que pudesse ter um infarto”. Foi dessa forma que o professor universitário Moisés Skroch, de 59 anos, descreveu sua saúde e sua rotina antes de sofrer um infarto grave e se ver diante de uma cirurgia complexa e invasiva, com uma recuperação dolorosa. Hoje, um ano após o infarto, a saúde requer cuidados mais apurados, mas seus hábitos continuam muito parecidos. “Desde que descobrimos que minha filha tinha diabetes, há 22 anos, a família toda se adaptou para uma vida saudável”, conta Skroch. O caso de Skroch é curioso por ser uma exceção à regra. Ele não apresentava os fatores de risco clássicos, mantinha uma alimentação saudável e praticava exercícios físicos. Estava em um fim de semana de descanso em Coroados, no litoral, quando teve a crise no coração. Por estas e outras que o professor questiona: “Como descobrir os fatores de risco não conhecidos?”. A dúvida de Skroch também é a da Medicina e suscita outros questionamentos. É possível evitar um infarto? A cirurgia resolve o problema? Como descobrir que tenho um problema cardíaco? Bernardi explica que não é possível evitar um infarto ou dar garantias que ele não venha a acontecer, “mas podemos cuidar dos fatores de

As pontes de safena podem obstruir com o tempo. A cirurgia é um passo crucial, mas é só um começo – André Bernardi

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risco”. Em relação à cirurgia, o cardiologista é claro: “a cirurgia é um balde de água fria na fogueira. Após o procedimento é preciso manter o tratamento diário, para o resto da vida, porque pode acontecer de novo. A aterosclerose cardíaca é como um câncer e o remédio é o dia a dia: a comida que comemos, o exercício que fazemos”. Fisioterapeuta e educadora física há mais de 20 anos, Eloisa Hanna comanda uma clínica especializada em exercícios físicos monitorados em Curitiba que atende cerca de 400 pessoas por mês. Com experiência no tratamento de cardiopatas, ela cita duas formas de prevenção. “É possível fazer uma prevenção primária, em pessoas que têm casos na família, obesas, com diabetes. A secundária é para os que já tiveram problemas. O que não queremos é que o problema se repita. Só o exercício não vai dar certo, só fazer dieta não vai dar certo, só cuidar do emocional não vai dar certo, é uma associação de atitudes que vão fazer com que a doença não progrida”. Este conjunto de atitudes é o que Bernardi chama de Mudança de Estilo de Vida ou MEV. “Apesar de ter realizado cirurgia cardíaca, as pontes de safena podem obstruir com o tempo. A cirurgia é um passo crucial, mas é só o começo”.

©ilustração: Caco Neves, fotos: João Borges

EXEMPLAR Há 22 anos, Gisele Guimarães Brand fez duas pontes de safena quando descobriu que estava prestes a ter um ataque cardíaco. “Eu sentia dor no peito. Quando fiz os exames e foi detectado que precisava de cirurgia eu pensei: ‘mas onde foi que arranjei esse entupimento’”, conta bem-humorada. Hoje com 71 anos e uma disposição juvenil, Gisele é um exemplo de que manter um estilo de vida saudável é uma importante ferramenta para controlar a doença cardíaca. “Nestes anos que estou me exercitando, meu problema estabilizou”, conta e finaliza com uma dica: “quem tem problema não deve esperar por algo maior, já tem que cuidar. Eu me sinto mais segura assim”. FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS E NÃO MODIFICÁVEIS Existem duas categorias de fatores de risco para Doença Arterial Coronariana, os Modificáveis e os Não Modificáveis. Os Modificáveis são aqueles relacionados aos hábitos e que podem ser alterados pela mudança de estilo de vida. Estão neste grupo o Tabagismo, principal fator de risco evitável relacionado à mortalidade por doença coronariana, a pressão arterial alta, as disfunções do colesterol, a diabetes, a obesidade ou excesso de peso, o estresse e o sedentarismo. “É melhor ser um gordinho que pratica exercícios do que um magro sedentário”, explica Eloisa. Já a obesidade, considerada doença, não é nada saudável. “Às vezes a pessoa tem histórico na família de diabetes, pressão e colesterol altos, mas pode não desenvolver se fizer exercícios físicos regulares e mantiver o peso”, alerta a educadora física. É importante cuidar desta lista de fatores de risco chamamos Modificáveis para tentar combater aqueles fatores que não podem sofrer interferência, os chamados Não Modificáveis. Estão neste grupo a idade, o sexo e os antecedentes familiares. Com o aumento da idade, há mudanças anatômicas e hemodinâmicas no sistema cardiovascular. Essas alterações incluem degeneração

A DIETA DO CORAÇÃO Rica em azeite de oliva, castanhas, feijões, peixe, frutas, verduras e com uma pequena dose diária de vinho, a Dieta do Mediterrâneo ganhou o respeito dos cardiologistas. Um estudo publicado no início deste ano no New England Journal of Medicine revela que adotar a dieta reduz em até 30% o risco de infarto, derrame e mortes decorrentes de problemas cardíacos em pessoas que apresentam alto risco de desenvolver a doença. O estudo, realizado pela Universidade de Barcelona, foi o primeiro a avaliar o efeito da dieta para os riscos cardíacos por meio de um teste clínico. Os voluntários da Dieta do Mediterrâneo deixaram de ingerir alimentos industrializados e carne vermelha. Passaram a comer peixe no mínimo três vezes por semana e a consumir pelo menos duas porções de frutas e verduras por dia. As refeições foram acompanhadas de uma taça de vinho. O azeite e as castanhas também faziam parte da dieta.

Gisele G. Brand

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CAPA

O estrogênio,

um dos hormônios femininos, diminui os níveis do colesterol ruim (LDL), aumenta o colesterol bom (HDL), aumenta as substâncias vasodilatadoras e o desempenho físico, com redução da isquemia induzida pelo exercício.

do colágeno, perda de elastina, espessamento da camada média vascular e redução da complacência vascular. No caso do sexo, a doença coronariana é predominante no sexo masculino até certa idade. Isso acontece porque os hormônios femininos protegem o coração das mulheres até a menopausa. Depois deste período, a incidência de problemas no coração é igual para ambos os sexos. Outro fator de risco Não Modificável é a herança genética. Pessoas com histórico familiar de doença cardíaca têm maior probabilidade de desenvolver a doença. PRESENTE “Todos os dias eu acordo e a primeira coisa que eu penso é: estou vivo!”, conta o artista plástico Marcos Lozza, que defende: “o importante é valorizar o presente”. A advogada Elaine concorda. “A vida é maravilhosa, cada dia, cada instante. Minha vida acendeu depois do infarto. Agora estou amando mais a vida, estou mais corajosa para fazer algumas coisas”. Apaixonado pela profissão de docente, Skroch reduziu bastante a carga horária de trabalho com seus alunos e, mais do que nunca, faz questão que cada aula seja especial. “Eu sempre levo os alunos para ambientes diferentes da sala de aula. Sempre procurei conscientizar meus estudantes sobre a importância de se cuidar no presente para evitar problemas futuros. Já era doutrinador de uma vida saudável antes mesmo de ter um infarto”. “Não bebo outra cachaça, só essa”, conta rindo a septuagenária Gisele, se referindo aos exercícios físicos e ao prazer que tem de conversar, encontrar os amigos e viver a vida com alegria. Aos 71 anos, o coração de Gisele já bateu mais de 2,5 bilhão de vezes e bombeou cerca de 224 milhões de litros de sangue. E se depender da boa vontade de Gisele, deve pulsar ainda muito mais.

FUJA DO INFARTO

SIGA UMA DIETA EQUILIBRADA Consuma diariamente porções de frutas, verduras e legumes. Diminua a ingestão de sal e evite alimentos industrializados, embutidos,

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carne vermelha, leite, derivados e frituras. PRATIQUE EXERCÍCIOS Pelo menos três vezes por semana, no mínimo 30 minutos por sessão, com intensidade moderada. PERSIGA O PESO IDEAL Um Índice de Massa Corporal (IMC = peso dividido pela altura ao quadrado) inferior a 25 kg/m2 e uma circunferência abdominal

inferior a 94 cm nos homens e 80 cm nas mulheres. FAÇA CHECKUPS REGULARMENTE Com exames de rotina, é possível detectar os fatores de risco da doença. MODERE AS BEBIDAS ALCOÓLICAS Em excesso, as bebidas alcoólicas prejudicam muito a saúde. Estudos comprovam que

a ingestão de uma taça de vinho tinto por dia ajuda o sistema cardiológico. COMBATA O ESTRESSE E A DEPRESSÃO Se você está estressado ou até depressivo, procure ajuda de especialistas. Estas duas situações aumentam o risco de infarto. CUIDE DOS FATORES DE RISCO Atenção redobrada pa-

ra quem apresenta colesterol alto, hipertensão, sobrepeso, diabetes ou tem casos de doença cardíaca na família. DEDIQUE TEMPO PARA VOCÊ Pessoas muito aceleradas e que trabalham demais estão suscetíveis aos infartos. Divirta-se, pois atividades prazerosas liberam a endorfina e equilibram o organismo.

©ilustração: Caco Neves, foto: João Borges

NÃO FUME Parar de fumar diminui o risco de ocorrer um infarto em até 50% em dois anos, podendo tornar-se igual ao de alguém que nunca fumou em 7 a 12 anos.


EM DI A

Seis meses após a colocação de uma prótese no quadril, Luiz Delavechia se exercita todos os dias

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vida depois da prótese

©fotos: João Borges

N

por Juliana Fontoura

ão é nenhum exagero dizer que a biografia de quem precisou reconstruir uma articulação do corpo será narrada para todo o sempre com um “antes” e um “depois” da cirurgia. Hoje, a colocação de próteses ortopédicas é um procedimento considerado um divisor de águas na vida de indivíduos que tinham perdido a esperança de realizar movimentos simples do dia a dia e até mesmo andar. O representante comercial Luiz Delavechia, de 52 anos, é um dos casos de sucesso deste tipo de procedimento cirúrgico. “Na situação em que eu estava completamente travado e com dores insuportáveis, nem imaginava que um dia eu poderia voltar a caminhar toda tarde no Parque Barigui e, principalmente, não depender mais da ajuda dos meus familiares até mesmo para me vestir”, lembra.

PRÓTESE DE QUADRIL A prótese de quadril é composta por um componente femoral, que é instalado dentro do fêmur, e um componente acetabular, que fica dentro do osso da bacia.

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©foto: Julio Covello

EM DI A

O ortopedista Alcy Vilas Boas explica a cirurgia de prótese de joelho

De acordo com o especialista em cirurgia de quadril, Ademir Schuroff, o paciente chegou ao consultório com uma limitação muito grande de movimentos. “O diagnóstico foi uma artrose grave no lado direito do quadril”, explica o médico, que constatou que a articulação estava tão desgastada que a única solução era a cirurgia para colocação de uma prótese. “Fiquei apavorado”, conta Delavechia. Mas após as explicações do médico, ele entendeu que esta era a única forma de resolver o seu problema. “TIVE QUE DESMISTIFICAR A IDEIA DE QUE A COLOCAÇÃO DE UMA PRÓTESE SIGNIFICA UMA CIRURGIA ARRISCADA E QUE É POSSÍVEL SE RECUPERAR SEIS MESES DEPOIS”, observa o ortopedista. CRITÉRIOS De acordo com o ortopedista Josiano Valério, cirurgias como a de Luiz Delavechia exigem uma reconstituição biomecânica do

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quadril e este tipo de procedimento cirúrgico deve ser feito com um cuidado que começa com a escolha do material. “Atualmente, o tipo de prótese depende da idade do paciente, da qualidade óssea e da demanda de movimentos que ele tem”, explica. Delavechia colocou uma prótese de cerâmica. De acordo com o ortopedista, ela se adequou perfeitamente à necessidade do paciente, que tinha uma alta demanda funcional. “Eu me sinto tão bem que só me lembro que tenho a prótese quando ela apita no detector de metais do aeroporto”, brinca Delavechia. JOELHOS NOVOS A cirurgia de colocação de prótese também transformou a vida da aposentada Úrsula Bass, de 77 anos, que já teve o joelho esquerdo operado, em 2012, e acaba de fazer a cirurgia do direito. No consultório, o ortopedista Alcy Vilas


Radiografia do joelho da Dona Úrsula com a prótese.

©foto: João Borges

O JOELHO É COMPOSTO POR DOIS OSSOS: O DA COXA QUE É O FÊMUR, O OSSO DA PERNA CHAMADO TÍBIA E UMA CARTILAGEM QUE LIGA UM OSSO NO OUTRO. ALGUMAS PESSOAS, EM DETERMINADO MOMENTO DA VIDA, APRESENTAM UM DESGASTE ERRADO E PREMATURO DESTA ARTICULAÇÃO.

85%

DOS PACIENTES COM ARTROSE SEVERA DE JOELHO TEM RESULTADO SATISFATÓRIO APÓS A CIRURGIA, SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE

Úrsula Bass colocou prótese nos dois joelhos

para saber + Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho www.sbcj.org.br Sociedade Brasileira de Quadril www.sbquadril.org.br

Boas mal conseguia esconder sua perplexidade pela situação na qual Úrsula se encontrava. “Quando o médico olhou a minha radiografia, identificou artrose nos meus dois joelhos e compreendeu porque eu chegava a cair no chão de tanta dor”, diz. O que restava para Úrsula era tirar no par ou ímpar para decidir qual dos dois joelhos seria operado primeiro. Ela escolheu o esquerdo e ouviu atentamente as explicações do médico sobre o pós-operatório. “O PACIENTE VOLTA A ANDAR APÓS TRÊS SEMANAS DA CIRURGIA SEM O AUXÍLIO DE MULETAS, MAS EM MÉDIA EM SEIS MESES JÁ CAMINHA SEM DIFICULDADES”, explica o ortopedista. De acordo com o médico, o joelho é composto por dois ossos: o da coxa que é o fêmur, o osso da perna chamado tíbia e uma cartilagem que liga um osso no outro. Algumas pessoas, em determinado momento da vida, apresentam um desgaste errado e prematuro desta articulação.

De acordo com Vilas Boas, ao longo de quarenta anos, o design básico da prótese de joelho não mudou muito. “O conceito foi mantido, o que mudou foi a qualidade dos materiais, tanto do metal quanto do polietileno”, explica. A durabilidade é diretamente proporcional à idade e à atividade do paciente. É por isso que é necessário postergar ao máximo a colocação de uma prótese de joelho. Assim, a articulação reconstruída terá uma vida útil maior. O médico considera que as próteses de joelho não têm a mesma versatilidade que as de quadril. “Enquanto nas próteses de quadril nós podemos combinar materiais como metal-polietileno, cerâmica-polietileno e cerâmica-cerâmica, na prótese de joelho só existe a possibilidade de combinar metal com polietileno”, esclarece. Mesmo com esta limitação, as reconstruções articulares de joelho são cirurgias de muito sucesso hoje em dia e que mudam completamente a vida do paciente.

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Šfoto: Julio Covello

Carlinhos Neves

o homem do jogo por Karen Fukushima

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PERFIL > COMO SE TORNOU PREPARADOR FÍSICO? Eu era estudante do primeiro ano do curso de Educação Física na Universidade Federal do Paraná (UFPR), quando fui convidado a estagiar como auxiliar técnico nas categorias de base do Coritiba. Fiquei durante todo o curso trabalhando no clube. Quando me formei, além de já ter algum conhecimento, já tinha um emprego. Do Coritiba eu fui para o Atlético Paranaense. Este foi um passo importante, um desafio profissional mesmo, porque eu era torcedor do Coritiba até então. Quando eu percebi que ia ser um profissional, entendi que não torcia para mais clube nenhum. Do Atlético Paranaense fui para o Pinheiros, depois para Grêmio de Porto Alegre, Paraná Clube, Palmeiras, São Paulo, Seleção. Quando eu olho pra trás, eu não vi passar.

onde estou ou venho pra cá. Eu gosto muito do futebol, do convívio, dos desafios. Cada temporada, cada competição. Sinto falta de estar aqui (em Curitiba), mas vou ter tempo lá na frente para aproveitar. Além disso, a carreira me faz conhecer pessoas maravilhosas.

> E A RELAÇÃO COM OS JOGADORES? Eu gosto muito da preparação física, gosto da ciência, mas eu gosto também da forma como eu me relaciono. Eu trabalho em média com 30 jogadores, são 30 personalidades distintas, diferentes, singulares, e é muito bacana conseguir atingir todos esses jogadores, passar o conhecimento e lidar com cada individualidade. Dizem que eu sou bom nisso (risos). Eu sou amigo de muitos ex-jogadores e de outros que estão atuando. Do Raí, além de amigo, sou parceiro na criação de uma metodologia de aulas para academia inspiradas no treinamento dos atletas de futebol.

> TEM ALGUÉM QUE CONHECEU QUE FOI MUITO MARCANTE? Sim, tem uma história muito boa que aconteceu aqui em Curitiba. Estava no Palmeiras e viemos jogar aqui. Quando cheguei no hotel, o Luxemburgo (treinador do Palmeiras na época) me fala: “deixa eu te apresentar o Chico”. Era o Chico Buarque, que estava com a perna quebrada, e ficamos conversando sobre a contusão. No fim da conversa ele me convidou para assistir ao show. Expliquei que adoraria, mas, como era de Curitiba, receberia visitas. Sei que estava com família e amigos e veio o pessoal da produção avisar que a van estava indo para o show. Daí eu disse: “mas eu tô com esse pessoal aqui!”. E me responderam: “não tem problema, vamos todos”. O show foi na Ópera de Arame e sentamos na primeira fila. No camarim o Chico só queria falar de futebol, ainda se enxugando. Daí teve uma hora que eu disse: “olha, Chico, eu gosto mais de música do que de futebol”. E ele rebateu: “e eu mais de futebol do que de música. Quer trocar?” Daí eu falei: “não por uma razão. Eu posso ficar fora do futebol, mas você não pode ficar fora da música”. Foi genial isso.

> COMO É A ROTINA DE TRABALHAR COM GRANDES TIMES? Eu adoro (risos). Fiquei 10 anos no São Paulo e em São Paulo, então tenho uma casa lá. Minha mulher mora aqui, em Curitiba. Até o Palmeiras, em 1994, a Camila (filha) ainda era pequena e ficava comigo. Depois não deu mais. Então nos revezamos, minha família vai para

> E JÁ QUE COMENTOU DA LESÃO DO CHICO, ACHA MAIS DIFÍCIL TRABALHAR COM JOGADORES QUE SOFRERAM LESÃO OU COM OS QUE BRIGAM COM A BALANÇA? O procedimento hoje com os atletas que sofrem alguma contusão é o seguinte: o atleta vai para o departamento médico e cuida da lesão. Depois passa por todo o processo da fisiotera-

Por todos os times que passou, o curitibano Carlinhos Neves deixou um legado de conquistas. Preparador físico há mais de 30 anos, passou pelos principais times da capital paranaense, começando pelo Coritiba, depois Atlético Paranaense, Esporte Clube Pinheiros e Paraná Clube. Fez história no Palmeiras, São Paulo e Atlético Mineiro, onde está atualmente, e também contribuiu com a Seleção Brasileira na era Mano Menezes. Apesar dos vários endereços que a carreira lhe impõe, Curitiba é seu porto seguro, onde moram a família e os amigos. Também é o endereço do Folha Seca Bar, local onde Carlinhos nos recebeu e onde externa outra grande paixão, a música. Confira a entrevista concedida pelo preparador físico para a Revista HMC.

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PERFIL

pia. Nesta etapa ele está tratando a lesão, fortalecendo os músculos e mantendo um nível adequado de condicionamento. Então passa por um assistente meu, processo que chamamos de transição. Quando ele volta pra mim, já está apto a treinar novamente. Em relação à balança, felizmente nos últimos anos não tive atletas com problemas de peso. Normalmente esses atletas com problemas de peso têm dificuldades com a alimentação e com os maus hábitos. O problema é o extra campo, o que ele come, o que ele bebe, quantas horas ele dorme. > E VOCÊ ACREDITA QUE O PREPARO FÍSICO EVITA CONTUSÕES? Hoje existe um trabalho muito grande de prevenção. O preparo não consegue eliminar 100% das lesões, mas previne. E cada vez mais o treino é individualizado, o trabalho físico evoluiu muito nos últimos anos, desde a melhora dos equipamentos de musculação, os controles de treino, a identificação do que acontece durante uma partida de futebol. Hoje quando se termina um jogo eu sei exatamente quanto cada atleta meu correu, a distância percorrida, de que forma ele percorreu essa trajetória, quantos piques de 10 metros ele deu, quantas vezes ele acelerou, a velocidade que ele atingiu acima de 20 km/h, os indicadores bioquímicos pós-partida. Analisamos tudo isso, então é possível acompanhar o nível de recuperação de cada atleta. A gente faz de tudo para melhorar a performance do jogador e também prevenir lesões.

> PARA UM JOGADOR DE FUTEBOL HOJE, VALE MAIS O PREPARO OU A HABILIDADE? Temos que respeitar as duas coisas. O técnico e super-habilidoso em forma vai render muito mais. Mas temos também muitos jogadores com algumas limitações técnicas que, com o seu bom condicionamento físico, exercem funções importantes. Mas de uma maneira geral, os atletas têm hoje a conscientização de que precisam estar bem condicionados fisicamente, porque senão eles não andam em campo. O campo ficou curto em função da marcação, em função da intensidade com que se jogam as partidas hoje. > COMO FOI A EXPERIÊNCIA NA SELEÇÃO BRASILEIRA? Sinto que com a Seleção ficou essa frustração, porque o nosso projeto era para ir até a Copa. E do meu ponto de vista, a gente já tinha feito o que havia sido combinado, que era reformular, reestruturar, renovar a Seleção. Tanto que, quase 90% da Seleção do Felipão é a nossa. Mas apesar da gente não ter ido até a Copa, foi uma experiência bacana. Foram dois anos e meio que eu aproveitei muito, para viajar, conhecer outros países, fazer intercâmbio. Fui para a Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, Portugal. Visitar os clubes e conversar com os treinadores, até para medir o que se está fazendo, em que nível está em comparação aos times de fora. E uma experiência que marcou muito foi as Olimpíadas 2012, que conquistamos a meda©foto: Divulgação CBF

> QUAL A DIFERENÇA EM RELAÇÃO À PREPARAÇÃO FÍSICA DOS JOGADORES HOJE EM COMPARAÇÃO HÁ 10 ANOS? Mudou muita coisa. Hoje a distância percorrida é maior, a incidência de piques é muito maior, por isso falamos da intensidade do jogo. O jogo é muito corrido, hoje não se ca-

dencia muito mais o jogo. Antes havia mais espaço para se jogar. Hoje, quando o jogador domina a bola, já tem dois em cima dele. Quando se fala em condicionamento físico não se fala só em resistência, força, agilidade, se fala também em antever as jogadas, em tomar decisões antecipadas. Os preparadores físicos tiveram que evoluir isso também.

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©foto: Renata Jubran

©foto: Bruno Cantini

> EXISTE ALGUM TÍTULO ESPECIAL EM SUA CARREIRA? Eu me orgulho de cada título, desde o primeiro aqui na Copa Tribuna com o Coritiba, até o Mundial com o São Paulo. São muitos. Só brasileiros são cinco. O que a gente diz é o seguinte: gostamos sempre do último. Este particularmente com o Atlético Mineiro foi muito especial. Pelo clube, que há 42 anos não tinha uma conquista desse nível. Pela cidade, pela dificuldade que foi, pela forma como foi conquistada, emoção até o último segundo. Agora o desafio para mim é conquistar um bimundial, que é difícil pra caramba, mas por que não? Mas eu curti cada um dos prêmios.

> DE ONDE SURGIU A IDEIA DE TER UM BAR EM CURITIBA? A ideia surgiu do meu sobrinho, o André. Na época ele comentou que queria sair do trabalho para abrir um negócio. Aí em um período raro, em maio de 2002, resolvi dar uma parada para cuidar um pouquinho da minha vida. Propus para o André que iria investir e seríamos sócios. Desde então participo de tudo à distância, mas quem operacionaliza é ele. O nome, inclusive, foi ele quem escolheu. Folha Seca é em função de uma jogada do Didi que tem esse nome. O nome é uma homenagem ao Futebol e também por causa de uma canção do Nelson Cavaquinho que chama Folhas Secas. E o tema do bar foi uma forma de fazer um link do meu nome no futebol com a música. Sou apaixonado por música.

> COMO VOCÊ VÊ A COPA DE 2014 NO BRASIL E ESPECIFICAMENTE EM CURITIBA? Pelo lado do legado, acho que todas as cidades, em termos de infraestrutura, vão se aproveitar muito da Copa. Quando venho a Curitiba ou lá mesmo em Belo Horizonte, vejo obras em todos os sentidos para melhorar a mobilidade, o transporte, os aeroportos. Acho importante cuidarmos bem disso, como se deve cuidar da educação, da saúde. Precisamos cuidar e cobrar para que as coisas sejam feitas de forma transparente e honesta. Em relação às equipes de fora, acredito que vão ter muita dificuldade com os deslocamentos, porque o País é muito grande. E também o nosso clima. A Copa acontece em uma época que, teoricamente, não será muito calor ainda, mas lá para o Norte é sempre quente. Então as seleções vão ter dificuldade de adaptação, de aclimatação. Como amante do futebol, torço para que tudo fique muito bom, para que seja, principalmente, um nível técnico alto.

> VOCÊ TEM PLANOS DE EXPANDIR O SEU NEGÓCIO? INVESTIR EM OUTROS ESTABELECIMENTOS? Quando o bar fez 10 anos, o Nando Reis tocou aqui. Ele veio tocar aqui por amizade, não cobrou nada, fizemos um evento só para convidados. Foi um espetáculo, ninguém sabia que ele vinha. O Nando se tornou amigo porque ele era um grande torcedor do São Paulo e viajava com a gente sempre. Em outro episódio, comentei com o Zeca Baleiro, que também é meu amigo, apesar de ser torcedor do Santos (risos), e ele disse: “quero tocar no seu bar também”. Aí o Zeca veio tocar em abril deste ano, coincidentemente era meu aniversário, e também foi sensacional. Em função disso, um amigo meu de São Paulo desenvolveu um projeto com o objetivo de trazer artistas para cantar no bar dessa forma mais intimista. Já encaminhamos o projeto para uma empresa que está estudando se ela vai patrocinar ou não. Se der certo, quem sabe no futuro, invisto em uma casa para pequenos shows.

lha de prata. Participar de uma Olimpíada, encontrar atletas do mundo inteiro, é genial!

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QUA LI D A DE

Segurança do Paciente Conheça as seis metas internacionais de segurança do paciente recomendadas para prevenir acidentes dentro do ambiente hospitalar

Administração incorreta de medicamentos, falhas na identificação, erros em procedimentos cirúrgicos, quedas de pacientes, infecções.

No Brasil, a ocorrência deste tipo de evento é de

7,6%. 66% Destes,

Um estudo realizado pela Fiocruz aponta que

de cada 10 pacientes atendidos em hospitais, pelo menos um sofre algum incidente.

são considerados evitáveis.

Como forma de antever e tentar prevenir este tipo de falha dentro dos hospitais, há seis metas internacionais de segurança do paciente que devem ser seguidas pelas instituições de saúde. A partir de abril deste ano, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornaram obrigatória a implementação das metas nas redes pública e privada de Saúde.

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1

IDENTIFICAÇÃO. A identificação correta do paciente é fundamental para a realização de exames, procedimentos e tratamentos sem erros.

ATENÇÃO! A dica é sempre conferir dois ou mais dados do paciente, como, por exemplo, seu nome completo e a data de nascimento.

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COMUNICAÇÃO. A comunicação entre os profissionais de saúde deve ser aprimorada continuamente, para que as informações sejam repassadas de forma precisa, completa e sem ambiguidade, seja de forma eletrônica, verbal ou escrita. ATENÇÃO! O ideal é não receber ordens verbais ou resultados de exames por telefone. Caso seja necessário, é imprescindível anotar tudo no prontuário do paciente e confirmar com a pessoa que passou as informações.

3

MEDICAÇÃO. Quando se trata de administrar medicamentos de alta vigilância, potencialmente perigosos e que oferecem riscos ao paciente, é preciso ter muita atenção. Algumas soluções de remédios são altamente concentradas e necessitam de diluição correta antes da aplicação na veia.

4

CHECAGEM PRÉ-CIRÚRGICA. Antes do início de qualquer cirurgia é preciso checar se aquele é o paciente certo, confirmar qual será o procedimento realizado e identificar em qual parte do corpo será realizada a intervenção.

ATENÇÃO! Os medicamentos de alta vigilância devem conter rótulos específicos, destacado por cores. Cautela também no local de armazenagem destes medicamentos, que devem ficar em ambientes de acesso restrito.

ATENÇÃO! Envolver o paciente em todo o processo ajuda a prevenir erros. Além disso, o checklist cirúrgico é indispensável, considerando as avaliações pré-anestésicas e de pré-indução. Tudo deve ser documentado no prontuário.

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INFECÇÕES. Higienizar as mãos com frequência e de forma adequada pode evitar inúmeras infecções. Esta recomendação é para todos que transitam dentro do hospital, mas principalmente para as pessoas que têm contato com os pacientes. ATENÇÃO! Lavar as mãos utilizando a técnica correta antes e após o contato com o paciente e seus pertences, antes de realizar procedimentos e após risco de exposição a fluidos corporais afasta o risco de infecções.

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QUEDAS. Alguns pacientes internados necessitam de observação e cuidados especiais porque podem sofrer quedas dentro do hospital. Para prevenir lesões causadas por quedas, é preciso realizar uma avaliação completa e periódica dos pacientes, verificar as instalações físicas e os fatores que predispõem à queda. ATENÇÃO! Pacientes idosos e sob o efeito de medicamentos precisam de cuidados redobrados. Identificar os pacientes de risco com pulseiras coloridas e orientar seus familiares são importantes formas de prevenção.

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TECNOLOGIA

y Sem

abrir a cabeça

Ressonância magnética indicada para diagnóstico

Cirurgia através do nariz permite retirada de tumores cerebrais

por Juliana Fontoura

A

indicação da neurocirurgia para a remoção de tumores no cérebro muitas vezes é uma alternativa assustadora para o paciente. Difícil aceitar o que vem pela frente: centro cirúrgico, corte de cabelo, incisão na pele e uma grande abertura no crânio para acesso ao cérebro. Por se tratar da manipulação de um órgão vital para o funcionamento do corpo humano, o paciente temeroso logo se prepara para as possíveis sequelas decorrentes do procedimento. A imaginação destas cenas torna-se cada vez mais improvável com o avanço da medicina e de uma técnica cirúrgica dos Estados Unidos que já está disponível no Brasil. Trata-se da cirurgia endoscópica endonasal, que permite operar tumores hipofisários e outras lesões de grande volume na base do crânio utilizando um endoscópio na narina do paciente. A técnica pouco invasiva tem sido muito bem-sucedida em Curitiba com a atuação de uma equipe multidisciplinar composta pelos neurocirurgiões Carlos Mattozo e Milton Rastelli e pelo otorrinolaringologista Carlos Maeda.

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Um dos casos mais emblemáticos na realização desta técnica ocorreu em junho de 2013, com a retirada de um tumor hipofisário extremamente complexo da paciente Maria Cristina Gonçalves Macedo Fabri. Ela demorou três anos para diagnosticar a Síndrome de Cushing, um conjunto de sinais e sintomas causados por uma disfunção hormonal da glândula suprarrenal e da hipófise. Segundo Mattozo, em média o paciente que tem esta doença demora cerca de dois anos para ser diagnosticado corretamente. “O quadro clínico de obesidade, hipertensão arterial, tendência de depressão, estrias com cor de vinho e outros sintomas muitas vezes faz com que ele procure consultórios médicos das mais variadas especialidades para tratar isoladamente cada um dos múltiplos sintomas da doença”, explica. Depois de procurar diversos médicos e de inúmeras tentativas de tratamento, Maria Cristina acabou encontrando uma solução para a sua vida. De acordo com ela, foi a partir da ressonância magnética recomendada pelo neurocirurgião que foi possível


A minha maior preocupação era que eu tivesse que abrir a cabeça e que o procedimento me deixasse com sequelas, me tornasse uma pessoa impossibilitada e inválida

identificar o tamanho do tumor localizado na hipófise e a necessidade da retirada com procedimento cirúrgico. Quando soube o que teria que enfrentar, Maria Cristina ficou muito apreensiva. “A minha maior preocupação era que eu tivesse que abrir a cabeça e que o procedimento me deixasse com sequelas, me tornasse uma pessoa impossibilitada e inválida”, explica. A possibilidade de cirurgia via nasal indicada pelo médico fez com que ela se sentisse bem mais confiante em relação ao tratamento da doença. A cirurgia transcraniana ainda é indicada em muitos casos e realizada de maneira segura e eficaz. No entanto, esta técnica inovadora tem facilitado a vida de muitos pacientes. Rastelli afirma que por ser realizada através do nariz e seios paranasais, que são corredores anatômicos naturais sem a necessidade de incisões de pele, a abordagem permite atingir lesões de difícil acesso e muitas vezes consideradas inoperáveis por meio de técnicas convencionais. Na visão dos neurocirurgiões, a cirurgia

endoscópica endonasal exige a atuação de uma equipe multidisciplinar. A presença de Carlos Maeda, por exemplo, é fundamental do começo ao fim do procedimento. Rastelli afirma que ele tem conhecimentos específicos sobre a anatomia nasal que fazem toda a diferença no resultado da cirurgia. “O otorrinolaringologista tem o treinamento adequado para fazer os retalhos pediculados da mucosa nasal que permitem a abertura e o fechamento da cirurgia de maneira segura”, diz. A técnica não é inédita, porém a forma como é executada, com um grupo de médicos dedicados a ela, torna Curitiba referência no Paraná. A cirurgia realizada na paciente Maria Cristina foi um sucesso e devolveu a ela a esperança ter uma vida normal. “Estou muito satisfeita com o trabalho dos médicos, pois estou sentindo uma melhora global de todos os sintomas que eu tinha”, comenta. O resultado é muito gratificante também para os médicos, que agora podem proporcionar aos pacientes cirurgias seguras, menos invasivas e realizadas com o apoio de uma equipe multidisciplinar.

para saber + www. clinicaneurofocus. com.br www. hospitalmarcelino. com.br

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C UR TA S

PARTNERS

© Divulgação

O Hospital Marcelino Champagnat lançou em abril o Partners, programa de relacionamento com os médicos. Em outubro, uma das ações reuniu médicos para assistir ao clássico Atletiba, no bar Jacobina. O diretor do hospital, Claudio Lubascher, vestido com a camisa do Furacão, sorteou camisetas oficiais dos dois times e uma bola oficial da Copa das Confederações 2013. Os ganhadores foram os médicos Gustavo Regazzi, Maria Inês Ramira e Marlos Coelho.

© Fernando Barbosa

Em abril, médicos brasileiros e especialistas estrangeiros trocaram experiências sobre os avanços no tratamento da obesidade com redução de estômago por meio da gastrectomia vertical, no Sleeve Brazil 2013, realizado em Florianópolis (SC). O cirurgião do aparelho digestivo, Alcides Branco Filho, foi o presidente do congresso e fez parte da equipe médica que realizou cirurgias transmitidas ao vivo para os participantes.

STADIUM MARATHON Os médicos do Hospital Marcelino Champagnat marcaram presença na primeira corrida temática de rua de Curitiba, a Stadium Marathon. Os corredores percorreram trajeto que passou pelos três principais estádios de futebol da cidade. O hospital foi um dos apoiadores da corrida e deu suporte aos atletas com um Posto Médico e Ambulância no local, além de uma tenda de quick massage para os participantes da corrida. Na foto, a equipe de corredores formada pelos médicos Edimar Toderke, Maria Inês Ramina, Ivana Roseira, Tiago Gayer de Alencar, Susiane do Rocio Brichta e João Alberto Martins Rodrigues.

© Fernando Barbosa

© Júlio Covello

SLEEVE BRAZIL 2013

ARTE NO HOSPITAL

CONHECIMENTO TIPO EXPORTAÇÃO O médico neurocirurgião Luis Alencar Borba é responsável pelo curso que ensina técnicas cirúrgicas para lesões localizadas na base do crânio no Instituto Midas Rex, em Fort Worth, no Texas. De dois em dois meses, Borba vai aos Estados Unidos para ministrar aulas a neurocirurgiões de vários países, tais como Espanha, México, Venezuela, Colômbia e Chile. Para o médico, “cursos como estes são fundamentais para a formação dos neurocirurgiões, pois simulam procedimentos cirúrgicos com a melhor tecnologia disponível no mundo”. Na foto, Borba ladeado por alunos durante o curso.

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Em agosto, as cores e simbolismos do artista plástico Osmar Carboni tomaram conta do Hospital Marcelino Champagnat. Dando continuidade à parceria com o Solar do Rosário, foi inaugurada a exposição “Devaneios”, que fica aberta ao público até 18 de outubro, no 6º andar do prédio. A parceria que leva arte e cultura aos pacientes e acompanhantes do HMC, transformando o ambiente hospitalar em um espaço de promoção cultural, já expôs obras dos artistas Poty Lazzarotto e Rogério Dias. Na foto, Osmar Carboni com o gerente administrativo do Hospital Marcelino Champagnat, Adriano Carvalho.


Desde 2011, o cirurgião-geral João Caetano Marchesini ministra cursos de formação em cirurgia bariátrica para cirurgiões do Brasil e da América Latina. A partir de 2014, as aulas serão estendidas para outros profissionais, como nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e fisioterapeutas. Este ano foram quatro turmas e há uma quinta prevista para novembro, entre os dias 18 e 21. O objetivo principal é formar centros de excelência em cirurgia bariátrica.

HOSPITAIS PRIVADOS NO PARANÁ O diretor do Hospital Marcelino Champagnat e vice-presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Paraná (FEHOSPAR), Claudio Enrique Lubascher, foi o convidado especial e palestrante da 2ª Edição da Parlons Santé: Falando sobre Gestão da Saúde, evento promovido pela FAE em parceria com a Câmara de Comércio França-Brasil, realizado no dia 28 de maio. Lubascher discorreu sobre os cenários e perspectivas para os hospitais privados do Estado e apontou algumas soluções, como focar maior esforço na prevenção de doenças e o investimento das instituições privadas de saúde em novos modelos de remuneração.

© Vinícius Grosbelli

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO

TRABALHO INÉDITO INAUGURAÇÃO UCN A inauguração da nova unidade de tratamento intensivo especializada em cardiologia e neurologia do Hospital Marcelino Champagnat reuniu comunidade médica e autoridades no dia 23 de agosto, em um coquetel no hospital. Os presentes puderam conhecer os 10 novos leitos da Unidade Coronariana e Neurovascular (UCN), altamente tecnológica e alinhada aos mais modernos conceitos de arquitetura hospitalar. Na foto (esq. para dir.), o responsável pela equipe de cardiologia da UCN, José Carlos Moura Jorge, o presidente institucional da Área de Saúde do Grupo Marista, Ir. Frederico Unterberger, o vice-presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo, a gerente médica do HMC, Ivana Roseira, o presidente do Conselho Regional de Medicina, Alexandre Gustavo Bley e a responsável pela equipe de neurologia da UCN, Viviane Zétola.

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© Vinicius Grosbelli

II SIMPÓSIO DE CARDIOLOGIA Com o tema Valvopatias Aórticas, o II Simpósio de Cardiologia do Hospital Marcelino Champagnat reuniu, no dia 23 de agosto, especialistas de destaque no cenário nacional para discutir sobre novas tecnologias e procedimentos utilizados no diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. O evento foi coordenado pelo cardiologista José Carlos Moura Jorge e pelo cirurgião cardíaco Francisco Costa.

© Studio

A técnica inédita desenvolvida pelo cirurgião vascular e endovascular Célio Teixeira Mendonça para o tratamento de aneurismas pararrenais complexos da aorta foi tema de artigo publicado na revista científica European Journal of Vascular and Endovascular Surgery. A publicação é considerada uma das melhores do mundo dentro da área de cirurgia vascular e endovascular, considerada nível A+ pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Mendonça operou de forma experimental um paciente de alto risco, com dois aneurismas, e teve sucesso no procedimento, conquistando o título de trabalho inédito pela revista.

OBRA INÉDITA Há mais de 15 anos realizando cirurgias em hemofílicos com problemas ortopédicos e acompanhando a evolução desses pacientes, o médico ortopedista Luciano Pacheco e o fisioterapeuta Alvaro Wolff decidiram compartilhar a experiência com seus colegas de profissão por meio do livro Ortopedia e Fisioterapia em Hemofilia, obra inédita sobre o assunto no Brasil. Um coquetel para dezenas de profissionais da saúde realizado no dia 23 de julho, na Associação Médica do Paraná, marcou o lançamento do livro. Publicado pela Editora Manole, a publicação está à venda pelo site www.manole.com.br. Na foto, os autores da obra Alvaro Wolff e Luciano Pacheco.

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29.10

DIA MUNDIAL DE COMBATE AO AVC

Saiba como prevenir o Acidente Vascular Cerebral.

• O sal precisa ser usado com moderação (adultos devem ingerir menos de 5 gramas por dia), pois aumenta a pressão sanguínea e, quanto mais elevada, maior o risco.

• Tenha uma dieta balanceada, controlando o consumo de carboidratos e gorduras, que podem elevar seu nível de colesterol.

• Exercícios físicos regulares e moderados são importantes, pois ajudam o organismo a eliminar a gordura, mantendo o colesterol a um nível saudável.

• Guarde para si momentos de lazer e tranquilidade e procure ter uma rotina saudável.

www.hospitalmarcelino.com.br Av. Presidente Affonso Camargo, 1399 – Cristo Rei – Curitiba-PR


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