A Galinha que nao era pintadinha
E pensava que era Gente!!! Mirian Cavalcanti & Fran Junqueira Contadoras: Bisa Leonor & Bisa Maura
Rio de Janeiro / Outono - 2016 1“ edição
AS DONAS DESTA HISToRIA Como filha da Leonor e vizinha de Maura, acompanhei a história da galinhazinha garnizé desde seu início. E num fim de ano, no Natal coletivo da vila, enquanto as duas desencavavam as lembranças para as novas crianças da vila, e eu me encantava com aquela história delas e de tantos, me veio a ideia: por que não fazer chegar a outras crianças aquele sonho da Maura que tanta confusão trouxe aos acomodados moradores da vila? E assim foi feito. E as peripécias de Maura e Leonor para protegerem a galinhazinha quase que ganhou um prêmio — pois com o título de Os Sonhos Atrapalhados de Maura o texto ficou em 2º lugar no Edital de Literatura Infantojuvenil da Secult-ES, em 2013! E aqui estão elas, felizes da vida, pela alegria de ver valorizada uma história vivida e que, talvez, acabaria se perdendo nas lembranças daqueles que a ouviram.
A todos aqueles que amam e respeitam os animais.
E não é que a história da galinha garnizé começa com...
— UM GALO ? ! ? ! ?!
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— Nada disso, meninos! — rebateu Hannah. — Não estão vendo que bisa Maura é menina? Pois é claro que ela sonhava com uma fantasia de bailarina… 7
— … ou entao um notebook — concluiu Sofia.
— Uma bicicleta! — gritou Gabriel.
— Uma cartola de mágico! — gritou Bernardo.
Mas a Júlia e o Miguel, que por enquanto pouco falam, continuaram ligados na contação daquela história... “Será que existe mesmo outra galinha no mundo, além da nossa pintadinha?” E a Helena, ah, essa até parou de chorar! Pela cara dos outros, dava pra perceber que alguma revelação MUuUITO importante
estava acontecendo...
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O sonho da Maura, disse bisa Leonor, era acordar com um galo cantando. EntĂŁo ela comprou um galo ainda novinho, que logo logo cresceu, engrossou a voz e... Isso mesmo! CANTOU!!!!! Foi uma alegria, uma festa naquela casa. Agora, todo dia, bisa Maura acordava feliz.
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Mas nem todos estavam felizes com o galinho Santelmo...
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A Carmen Lúcia, que morava na casa ao lado da bisa Maura, ahhh... essa enterrava a cabeça debaixo do travesseiro, com vontade de chorar. Ela trabalhava no computador até de madrugada, e quando estava no bem-bom do sono...
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Pobre Carmen!
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Mas o canto do Santelmo não perturbava só a Carmen Lúcia, não...
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Havia reclamações também de morador do edifício vizinho. Aí, reclama daqui, reclama dali, e bisa Maura já não sabia o que fazer. Então, sua filha Luísa tomou a decisão: — Mãe, vou levar o Santelmo pra minha casa! — Mas como, Luísa? Você mora em apartamento.... — Deixa comigo! 11
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E certa noite, com o Santelmo quietinho dentro de uma sacola de supermercado, a LuĂsa chegou em casa pelo elevador de serviço, depois de recomendar muito ao galinho para ele se comportar, e ficar de boca fechada... quer dizer: de bico fechado!
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No dia seguinte, de volta do trabalho, a Luísa veio meio disfarçada com uns óculos escuros beeem
grandes, escondendo quase que o rosto todo. 13 15
E seu José, o porteiro, que prestava muita atenção às coisas, foi logo dizendo: — Já sei, dona Luísa! Está de óculos escuros pra esconder as olheiras, não é? Aposto que não dormiu nem um tico de nada com aquele galo cantando! Luísa sentiu um frio na espinha. Mas fez um ar de distraída...
— Galo?... Que galo?... — Pois dizem que tem um galo pelas redondezas. Ele cantou cedinho cedinho, o dia nem era nascido... A Luísa nem piscou: entrou rapidinho no elevador, enquanto dizia para o porteiro: — Vai ver é algum galo que voou de algum quintal de longe e passou por aqui... Vila Isabel ainda tem quintal, sabe? — É... Pode ser, dona Luísa... Pode ser... 14 16
CANTAM!!! Bem, não teve jeito mesmo, e Luísa acabou levando o Santelmo para o sítio de uns amigos. E lá ficou o Santelmo, feliz da vida, ciscando em terreiro de verdade e cantando que só... Mas bisa Maura, ah, essa passou a ficar triste triste triste, cada vez mais triste. Não era só por saudade do canto do Santelmo, não. Era também porque ela já tinha se acostumado com um bichinho dentro de casa.
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© 2016 by Mirian Cavalcanti 1ª edição junho 2016 Direitos desta edição reservados à Semente Editorial ltda. Av. José Maria Gonçalves, 38 – Patrimônio da Penha 29.590-000 Divino de São Lourenço-ES Tel.: (28) 9.9999.8289 Rua Soriano de Souza, 55 casa 1 – Tijuca 20.511-180 Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 9.8207.8535 contato@sementeeditorial.com.br www.sementeeditorial.com.br Produção Editorial: Estúdio Tangerina Organização e Preparação de Texto: Mirian Cavalcanti Revisão: Mirian Cavalcanti, Constantino Kouzmin-Korovaeff Projeto Gráfico, Diagramação e Capa: Lara Kouzmin-Korovaeff Ilustração: Fran Junqueira Editora Responsável: Lara Kouzmin-Korovaeff
Cavalcanti, Mirian A galinha que não era pintadinha e pensava que era gente / Mirian Cavalcanti; ilustração de Fran Junqueira. Rio de Janeiro : Semente Editorial, 2016. 36 p. : il. ; 22 cm ISBN 978-85-63546-29-6 1. Literatura infantojuvenil brasileira. I. Junqueira, Fran. II. Título.
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