A menina e a águia - Maria Elaine Altoe & Fran Junqueira / Semente Editorial

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A Menina

E

a Aguia

Maria Elaine Altoe

Ilustrações Fran Junqueira

Rio de Janeiro, outono de 2016 1ª edição



Dedico este livro a todas as crianças, grandes e pequenas que nos habitam.

Agradeço a Deus e ao Cósmico a oportunidade de trazer mais uma história para crianças que sabem sonhar. Gratidão, Maria Elaine Altoe

Dedico às pessoas que buscam magia nas pequenas coisas. Fran Junqueira


E

ra uma vez uma menina que morava em uma cidade grande onde aconteciam grandes festas, e as pessoas

vestiam-se de príncipes e princesas e cumpriam cada qual os seus papéis. Ela era filha de um homem muito nobre que havia se casado por interesse com sua mãe, também mulher de sangue nobre e muito rica. Com o casamento, seu pai pôde recuperar-se financeiramente. O título de nobreza da mãe da menina foi-lhe muito útil para isso. Quando estava com 5 anos, seu pai separou-se de sua mãe e mandou uma carruagem levá-las para o interior, para morarem em uma de suas propriedades mais humildes. Sua mãe era linda e muito meiga, e logo muitos candidatos apresentaram-se para ocupar o lugar que fora do pai. Mas ela — que na adolescência, antes de casar por obrigação, havia se apaixonado por um rapaz — depois da experiência daquele casamento arranjado não queria mais ninguém.



D

e quando em vez, porém, aparecia na casa da menina um velho amigo de infância de sua mãe e

trazia-lhes doces e alimentos, o que a menina adorava; mas ela não sabia que aquele homem era o antigo amor da mãe. E só soube disso no dia em que lhes comunicaram que iriam se casar. E quando eles tiveram filhos — um menino e uma menina — Mia, este era seu nome, ficou muito, muito feliz por ter irmãozinhos.

Eram cinco seres humanos alegres, amados, felizes em uma simplicidade de vida e fantasia que fizeram Mia e sua mãe esquecerem da cidade grande e seus horrores. Até o dia em que Mia completou 14 anos.



S

eu pai legítimo veio buscá-la para levá-la de volta: havia contratado um casamento para ela.

Seus irmãozinhos choraram muito, sua mãe pediu e implorou que ele mudasse de ideia mas não houve quem o fizesse voltar atrás — era o costume entre famílias de sangue nobre — e, com o coração em lágrimas, Mia foi embora com o pai. Nada foi como sonhara um dia. Seu marido era 30 anos mais velho do que ela e a levou para morar em um castelo enorme e frio, onde a deixou com os empregados. Só queria caçar e fazer festas. Dizia que ia defender suas terras do inimigo! Eram muitas terras e muitos inimigos.



M

ia era muito infeliz e passava bastante tempo nas janelas do castelo, olhando as terras e

montanhas distantes, pensando onde estava sua verdadeira família — sua mãe e irmãos.

Sentia tanta saudade, tanta dor, que mal se alimentava, definhava a cada dia. Era só tristeza, e vestia-se com qualquer coisa que alcançasse, sem nem saber se estava frio ou quente. Os empregados a banhavam e davam de comer, sofrendo também ao verem aquela enorme tristeza em uma menina tão nova.




Edição e Publicação de Livros que contribuam para o bem-estar, alegria e crescimento de todos os seres. www.sementeeditorial.com.br


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