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4. FATOS RELEVANTES SOBRE ARQUEOLOGIA E A BÍBLIA

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

ARQUEOLOGIA BÍBLICA

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FATOS RELEVANTES SOBRE ARQUEOLOGIA E A BÍBLIA

Pessoas que eram céticas com relação à Bíblia, mas que tinham um ceticismo sadio, livre de preconceitos pôde de alguma forma ser ajudadas pela arqueologia. Viram que não apenas as descobertas não contradiziam a Bíblia, mas que ela mesma poderia ser utilizada como um guia para descobertas.

É interessante conhecermos algumas declarações dos especialistas envolvendo arqueologia e Bíblia. São homens eruditos que reconheceram quão fundamentadas estão as Escritura Sagrada nessa área:

Frederic Kenyon diz: “Portanto, é legítimo afirmar que, em relação àquela parte do Antigo Testamento contra a qual diretamente se voltou a crítica destruidora da segunda metade do século dezenove, as provas arqueológicas têm restabelecido a autoridade do Antigo Testamento e, mais, têm aumentado o seu valor ao torná-lo mais inteligível através de um conhecimento mais completo de seu contexto e ambiente. A arqueologia ainda não se pronunciou definitivamente a respeito, mas os resultados já alcançados confirmam aquilo que a fé sugere, que a Bíblia só tem a ganhar com o aprofundar do conhecimento”.

Nelson Glueck, renomado arqueólogo judeu, escreveu: “Pode-se afirmar categoricamente que até hoje nenhuma descoberta arqueológica contradisse qualquer informação dada pela Bíblia”. E prossegue comentando a “incrível fidelidade da memória histórica da Bíblia, especialmente quando corroborada pelas descobertas arqueológicas”.

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William F. Albright, conhecido por sua reputação como um dos grandes arqueólogos, afirma: “Não pode haver dúvida alguma de que a arqueologia tem confirmado a historicidade substancial da tradição do Antigo Testamento”. Albright acrescenta: “Progressivamente o exagerado ceticismo para com a Bíblia foi sendo desacreditado, por parte de importantes sistemas históricos, sendo que alguns aspectos de tais sistemas ainda se manifestam periodicamente. Uma descoberta após a outra tem confirmado a exatidão de incontáveis detalhes e tem feito com que a Bíblia receba um reconhecimento cada vez maior como fonte histórica”.

Quando as escavações começaram nas terras bíblicas, o texto das Escrituras sofria toda sorte de ataque. Cidades, nomes e eventos eram classificados como lendas, sem qualquer conexão com a realidade. À medida que cidades, reis e povos citados na Bíblia iam sendo descobertos, certo respeito era atribuído ao texto sacro. Havia inclusive uma frase irônica, que dizia que “cada buraco no oriente enterrava um ateu no ocidente”. As alegações da imprecisão da narrativa bíblica não tinham qualquer fundamento.

Há quase dois séculos, estudiosos americanos, ingleses, franceses e alemães vêm fazendo escavações no Oriente Próximo, na Mesopotâmia, na Palestina e no Egito. As grandes nações fundaram institutos e escolas especializadas nesses trabalhos de pesquisa. Em 1869, foi criado o Palestine-Exploration Fund; em 1892, a École Biblique dos Dominicanos de Saint-Étienne; seguindo-se, em 1898, a Deutsche Orientgesellschaft; em 1900, a American School of Oriental Research; e em 1901, o Deutscher Evangelischer Instituí für Altertumskunde.

Na Palestina, foram descobertos lugares e cidades muitas vezes mencionados na Bíblia. Apresentam-se exatamente como a Bíblia os descreve e no lugar exato em que ela os situa. Em inscrições e monumentos arquitetônicos primitivos, os pesquisadores encontram cada vez mais personagens do Antigo e do Novo Testamento. Relevos contemporâneos mostram imagens de povos, que só conhecíamos pelo nome. Seus traços fisionômicos, seus trajes, suas armas adquirem forma para a posteridade.

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Esculturas e imagens gigantescas mostram os hititas de grosso nariz, os altos e esbeltos filisteus, os elegantes príncipes cananeus, com seus “carros de ferro”, tão temidos por Israel, os pacíficos e sorridentes reis de Mari — contemporâneos de Abraão. Como fizeram com Nínive e Nemrod — a antiga Cale —, como fizeram com Assur e Tebas, que os profetas chamavam No-Amon, os pesquisadores despertaram do sono do passado a famosa Babel da Bíblia, com sua torre fabulosa. Os arqueólogos encontraram no delta do Nilo as cidades de Pitom e Ramsés, onde Israel sofreu odiosa escravidão, descobriram as camadas de fogo e destruição que acompanharam a marcha dos filhos de Israel na conquista de Canaã, e em Gibeon a fortaleza de Saul, sobre cujos muros o jovem Davi cantou para ele ao som da harpa; em Megido descobriram uma cavalariça gigantesca do Rei Salomão, que tinha doze mil soldados a cavalo.

Do mundo do Novo Testamento ressurgiram as magníficas construções do Rei Herodes; no coração da antiga Jerusalém foi descoberta a plataforma (litostrotos), citada por João, onde Jesus esteve diante de Pilatos; os assiriólogos decifraram em tábuas astronômicas da Babilônia.

Assombrosos e incalculáveis por sua profusão, esses dados e descobertas modificaram a maneira de considerar a Bíblia. Episódios que até agora muitos consideravam simples “histórias piedosas” adquirem de repente estatura histórica. Por vezes, os resultados da pesquisa coincidem com as narrativas bíblicas nos mínimos detalhes. Eles não só “confirmam”, mas esclarecem igualmente os acontecimentos históricos registrados nas Escrituras. As experiências e o destino do povo de Israel são assim apresentados, não só num cenário vivo e variado, como num colorido painel da vida diária, mas também nas circunstâncias e lutas políticas, culturais e econômicas dos Estados e impérios da Mesopotâmia e do Nilo, das quais nunca puderam libertar-se inteiramente, durante mais de dois mil anos, os habitantes de estreita região intermédia da Palestina.

Na opinião geral, a Bíblia é exclusivamente história sagrada, testemunho de crença para os cristãos de todo o mundo. Na verdade, ela é ao mesmo tempo um Livro de acontecimentos reais. Eles são historicamente genuínos e têm se revelado

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de uma exatidão verdadeiramente espantosa.

Para compreender claramente a situação, devemos distinguir entre dois tipos de confirmação: a geral e a específica. A confirmação geral é uma questão de compatibilidade, sem que haja uma clara confirmação de pontos específicos. Pode-se também considerar como confirmação geral boa parte do que já tem sido discutido como explicação e ilustração. O quadro se encaixa na moldura e a melodia e o acompanhamento são harmônicos. A força desse tipo de provas é cumulativa. Quanto mais descobrimos que os detalhes do quadro histórico descrito pela Bíblia são compatíveis com aquilo que conhecemos pela arqueologia, embora esta não confirme diretamente aqueles detalhes, maior é a impressão que temos da autenticidade geral da Bíblia. Simples lendas ou ficções inevitavelmente se revelariam por si mesmas devido a anacronismos e incongruências.

É claro que ainda existem problemas para uma completa harmonização do material arqueológico com a Bíblia, mas nenhum é tão sério a ponto de anular uma perspectiva concreta de solução iminente mediante investigação mais profunda. Deve ser extremamente significativo que, diante do grande volume de provas corroboradoras da história bíblica desses períodos, hoje não exista um único achado arqueológico inquestionável que comprove que a Bíblia está errada em algum ponto.

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