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4. ELEMENTOS DA SALVAÇÃO

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SOTERIOLOGIA

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ELEMENTOS DA SALVAÇÃO

O homem é primária e essencialmente um pecador, não devido ao que faz, mas em razão do que é. Sendo assim, por mais alto que seja seu padrão de moralidade jamais conseguiria obter o favor de Deus. O homem por natureza está alienado à vida de Deus e sua primeira necessidade é ser reconciliado com Ele. Para que isso ocorresse somente Deus por meio de elementos constitutivos de seu Ser poderia realizar tal feito. E foi o que aconteceu! Faremos menção de apenas alguns desses elementos característicos que nos garante a certeza e a segurança de nossa salvação.

4.1 O AMOR DE DEUS

Uma das principais causas da nossa salvação é o amor de Deus como disse João: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

Esse amor exclusivo de Deus faz com que os pecadores aceitem seu plano de salvação.

O salvo, deve sempre combater os desejos da carne e mortificar seu corpo, buscando sempre a perfeição como ensinou Jesus: “sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5.48). Não é nada fácil, pois o pecado que habita na carne, cobiça contra o novo homem, aquele homem espiritual que tem prazer na Lei de Deus, que nasceu de novo por meio do Espírito Santo.

Foi por meio desse amor incondicional que Deus planejou a salvação, dessa

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forma, seu amor é instrumental na preservação dos salvos até o fim, pois não há possibilidade de existir nada mais poderoso do que seu amor. Somos vencedores por Aquele que nos amou!

Devemos lembrar que o amor de Deus é eterno e invariável, como é todo seu Ser. Sendo eterno, não tem começo, nem tem fim! Nessa verdade podemos entender que o amor de Deus é um meio que Deus usa para garantir e efetuar a preservação dos Seus. O amor de Deus pode ser manifesto em um grau menor por um determinado período e que ele é revelado em outras ocasiões, mas isso não quer dizer que a natureza do próprio amor ou a sua perpetuidade são diminuídas. Este amor continua eterno apesar das fraquezas dos salvos. Nisso entendemos que o amor de Deus é um meio pelo qual o cristão é provocado a perseverar até o fim e pelo qual ele é preservado na fé.

4.2 A GRAÇA DE DEUS

Graça é uma palavra usada no Novo Testamento para traduzir a palavra grega “ cariv ” (Charis), que significa “favor” sem recompensa. O dicionário Webster amplia este conceito e diz que “graça” é: “Favor, boa vontade, misericórdia, tolerância dada para o pagamento de um débito; amor e favor de Deus para com o homem”. O mesmo dicionário também dá o significado do termo “misericórdia”: “deixar de fazer mal a um ofensor, a um inimigo,... a disposição de perdoar uma ofensa, ser gentil”.

Assim sendo, a graça é o favor divino manifestado a quem não merece. Com esta palavra os escritores inspirados demonstram que ninguém é merecedor do favor divino, que pelo pecado herdado de Adão, todos sem exceção, são merecedores de condenação. Porém Deus não nos retribuiu conforme nossos merecimentos, mas nos trata de forma oposta, conforme disse o apóstolo Paulo: “havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz” (Colossenses 2.14).

O apóstolo Paulo ao escrever à Igreja que se encontrava em Roma disse: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). Esse

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é o resultado do pecado que entrou na humanidade por intermédio de Adão. O versículo 24, porém, revela que somos livrados dessa situação mediante a graça: “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus a fim de manifestarmos Sua glória, mas, por causa do pecado, tornamo-nos carentes dessa glória e incapazes de manifestarmos Deus.

Mas Deus não muda Sua vontade. Em seu desígnio eterno, Ele havia determinado que a redenção do homem fosse realizada por meio do Cordeiro de Deus. O homem que se encontra sob a graça de Deus é um homem que tem sido absolvido da pena e do poder do pecado, um vencedor do mal em todas as suas formas. É um homem cujo presente e cujo futuro se acha sob o poder e a direção do Espírito Santo de Deus. É um homem que tem passado da morte para a vida, da potestade das trevas para o reino do Filho do seu amor, deste século para o século vindouro.

O apóstolo Paulo caracteriza a condição do homem que se encontra “sob a graça” com as seguintes palavras: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Romanos 8.1). Depois de liberto do poder do pecado, Deus nos concede a oportunidade de sermos repletos de dons da graça, porém nos adverte para que não recebamos em vão a graça vinda dEle: “E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão” (2 Coríntios 6.1).

4.3 A IMUTABILIDADE DE DEUS

A imutabilidade de Deus é intimamente ligada aos seus outros atributos pessoais. A sua perfeição e eternidade faz com que a imutabilidade seja tanto uma necessidade quanto uma realidade. Se Deus é perfeito, ele não pode mudar para melhor. Se Deus é eternamente perfeito, é certo que não pode mudar para o pior. Não somente o Ser de Deus não muda como também não muda o Seu decreto como disse o Senhor Jesus: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24.35).

Aplicando essa perfeição de Deus à salvação, faz a doutrina da salvação ter

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valor e conforto. Deus não só planejou em salvar o pecador arrependido, mas também é firme e constante neste propósito. Este plano é reforçado pelo fato que nem o desejo nem o poder de Deus podem mudar. Deus sempre terá o Seu amor para com os Seus e o Seu poder será sempre exercitado para o eterno bem deles. O homem muda os seus valores, o seu amor enfraquece, a sua fidelidade falha, todavia, Deus não muda. Por causa da Sua imutabilidade, Deus não muda o Seu amor e plano para com os Seus, mesmo que os objetos do Seu amor falhem.

4.4 AS PROMESSAS DE DEUS

As promessas de Deus são asseguradas pela verdade e firmeza de seu caráter. A verdade e a firmeza andam juntos nas Escrituras como disse o profeta Isaías: “Ó SENHOR, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei e louvarei o teu nome, porque fizeste maravilhas; os teus conselhos antigos são verdade e firmeza” (Isaías 25.1). Quando Deus promete algo, sua verdade gera a confiança de que essa promessa será cumprida, portanto “retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu” (Romanos 4.20-21).

As promessas de Deus são reveladas a nós pela Palavra de Deus para que todo cristão saiba das suas responsabilidades para com a sua perseverança. Também elas são o meio que saibamos que a preservação divina não falhará. Essas promessas são tidas como “grandíssimas e preciosas” pelos quais somos feitos participantes da natureza divina (2 Pedro 1.4).

A Bíblia além de ser um Livro profético por natureza é também o Livro dos livros em questão de promessas. Nela encontramos Deus prometendo, o homem prometendo, portanto poderíamos dizer que promessas nas Escrituras, é o que não falta, desde o livro de Gênesis até o Apocalipse.

Dessa forma, o importante não é a promessa, mas sim quem prometeu. Conhecer a Deus é a necessidade de todo obreiro, pois aquele que prometeu é fiel para cumprir seu desígnio, como escreveu o autor aos hebreus: “retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu” (Hebreus 10.23).

O cristianismo só existe hoje porque Deus cumpriu suas promessas, na vida de

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seus servos que creram nelas. Da mesma forma, elas nos animam a obedecer a Ele, sabendo de antemão dos efeitos que as mesmas geram na vida espiritual, dando segurança e paz no presente, como esperança em relação ao futuro, pois aquele que prometeu disse: “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Isaías 55.10-11).

As Escrituras Sagradas é nosso porto seguro, pois constantemente nos relembra que Deus sustentou e continua sustentando seu povo com muitas promessas encorajadoras, em meio às situações mais difíceis, por meio de sua graça.

A observância das promessas de Deus, encherá nosso coração com o vigor renovado pelas maravilhas do Deus que promete e cumpre, aquecendo-o com a determinação de refletir a glória de Deus, expandir seu Reino e consolar todos os que se encontram necessitados de uma palavra de ânimo, coragem e consolo.

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