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EPÍSTOLAS DE PEDRO

EPÍSTOLAS GERAIS

p. 439-444. Conforme citado em Bercot, David W., Will The Real Heretics Please Stand Up, Scroll Publishing, 1989, p. 112).

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Algumas observações:

O esquema de Lutero exigia uma crença na justificação somente pela fé. As Escrituras dizem ”que uma pessoa é justificada por obras, e não por fé somente” (Tiago 2,24). Lutero diz para não prestar atenção porque Tiago é apenas “uma epístola de palha”, não tendo “nada da natureza do evangelho nela”. Então, por que nosso Senhor inspirou Tiago a escrevê-la? A quem atenderemos? Ao inspirado autor Tiago, ou ao reformador Lutero?

O Evangelho de João tem a passagem bem conhecida” Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Isto faz dele o evangelho favorito de Lutero, que ele classifica como “muito acima” dos outros. Mateus, Marcos e Lucas são demasiado dependentes de obediência (Mateus 7.12-23; Marcos 16.16 etc.). Lutero diz que eles, diferentemente de João, salientam as obras antes que a pregação de Cristo, mas isso simplesmente não é o caso.

O Evangelho de Mateus contém muito mais da pregação de Cristo do que o faz o Evangelho de João. E João disse que escreveu seu evangelho para destacar os sinais que Jesus fez (João 20.30-31). Além de tudo isso, João também mostra a necessidade de guardar os mandamentos de Jesus (João 14.15-21 etc.).

Cuidado com quem quer que seja que nos encoraje a ignorar Escrituras de sua escolha! A maioria do mundo evangélico toma o esquema de salvação pela fé somente, como Lutero ensinou, como evangelho. Para manter tal doutrina, eles removem enormes porções do evangelho que a contradizem. Mas se começamos a fazer assim, então se torna mudo se a fé somente salva ou não, porque a fé não remove nem degrada qualquer das Escrituras de Deus. Isso não seria um ato de fé, não importa quem fará tal coisa, se Lutero, ou Calvino, ou qualquer de nós.

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QUEM ERA PEDRO?

Pedro é o personagem mais contraditório da História. Oscilava como uma gangorra desde os picos mais altos da coragem até as profundezas da covardia mais vil. Com a mesma velocidade que avançava rumo à devoção mais fiel, dava marcha à ré e tropeçava em suas próprias palavras. Pedro é mais do que um homem paradoxal; é um emblema. Pedro é o nosso fiel retrato. É a síntese da nossa biografia. O sangue de Pedro corre em nossas veias e o coração de Pedro pulsa em nosso peito. Temos o DNA de Pedro. Oscilamos também entre a devoção e a apostasia. Subimos aos píncaros e caímos nas profundezas. Falamos coisas lindas para Deus e depois tropeçamos em nossa língua e blasfemamos contra Ele. Prometemos inabalável fidelidade e depois revelamos vergonhosa covardia. Revelamos uma fé robusta num momento e em seguida naufragamos nas águas revolta da incredulidade. É isso que somos, Pedro!

Quem era Pedro? Pedro era filho de Jonas e irmão de André. Nasceu em Betsaida, bucólica cidade às margens do mar da Galileia. Pedro era um pescador rude e iletrado, mas detentor de uma personalidade forte. Era notório o seu dom de liderança. Pedro era casado. Fixou residência em Cafarnaum, quartel-general de Jesus em seu ministério. Nessa cidade tinha uma empresa de pesca em sociedade com Tiago e João, os filhos de Zebedeu.

Pedro foi levado a Cristo pelo seu irmão André. Desde que foi chamado por Cristo para ser um pescador de homens, ocupou naturalmente a liderança do grupo apostólico. Seu nome figura em primeiro lugar em todas as listas neotestamentárias que apresentam os nomes dos apóstolos. Foi o líder inconteste dos apóstolos antes da morte de Cristo e o destacado líder depois da ressurreição de Cristo. Ele foi o homem que abriu as portas do evangelho tanto para os judeus como para os gentios.

Seu ministério foi direcionado especialmente aos judeus, aos da circuncisão. Foi o grande pregador da Igreja Primitiva em Jerusalém, aquele que levou a Cristo

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cerca de três mil pessoas em seu primeiro sermão depois do Pentecostes. Também foi dotado pelo Espírito Santo para operar grandes milagres. Até mesmo sua sombra era instrumento poderoso nas mãos de Deus para curar os enfermos.

Pedro foi como uma pedra bruta burilada pelo Espírito Santo. De um homem violento, tornou-se um homem manso. De um homem afoito e precipitado, tornou-se um homem ponderado. De um homem explosivo, tornou-se um homem controlado e paciente. De um homem covarde tornou-se um gigante, que enfrentou prisões, açoites e a própria morte com indômita coragem.

Pedro foi um homem de oração. Tinha intimidade com Deus. Porque prevalecia secretamente diante de Deus em oração, levantava-se com poder diante dos homens para pregar. Pedro foi um pescador de homens e um presbítero entre outros presbíteros. Jesus colocou em sua mão o cajado de pastor e ordenou-lhe a apascentar Seus cordeiros e a pastorear Suas ovelhas. Pedro foi um homem que encorajou a igreja a enfrentar o sofrimento da perseguição e também denunciou com inabalável coragem os falsos mestres que perturbavam a igreja. Esse foi o teor respectivo de suas duas epístolas. Pedro foi um missionário que, com sua esposa, anunciou o evangelho em muitos redutos do Império Romano. Pedro exaltou a Cristo em sua vida e glorificou a Deus por meio de sua morte. Que você e eu sigamos as pegadas desse homem de Deus e que em nossa geração Cristo seja conhecido em nós e por meio de nós!

SUA LIDERANÇA NO GRUPO APOSTÓLICO

A. Existem quatro listas de apóstolos (cf. Mateus 10.2-4; Marcos 3.16-19; Lucas 6.14-16; Atos 1.13). Pedro é sempre o primeiro a ser relacionado. Os doze são divididos em três grupos de quatro. Eu acredito que isso permitia que fizessem um rodízio para visitarem suas famílias.

B. Pedro frequentemente servia como porta-voz do grupo apostólico (cf. Mateus 16.13-20; Marcos 8.27-30; Lucas 9.18-21). Essas passagens são usadas com frequência para afirmar a autoridade de Pedro com o grupo (cf. Mateus 16.18). Contudo, nesse mesmo contexto ele é repreendido por Jesus como um instrumento de Satanás (cf. Mateus 16.23; Marcos 8.33).

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C. Pedro não era o líder da Igreja de Jerusalém. Isto coube a Tiago, o meio-irmão de Jesus (cf. Atos 12.17; 15.13;21.18; 1 Coríntios 15.7; Gálatas 1.19; 2.9,12).

SEU MINISTÉRIO DEPOIS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

A. A liderança de Pedro é claramente vista nos primeiros capítulos de Atos: 1. Ele conduziu a eleição de Judas (cf. Atos 1.15-26) 2. Pregou o primeiro sermão em Pentecoste (cf. Atos 2) 3. Curou um paralítico e pregou o segundo sermão registrado (cf. Atos 3.1-10; 3.11-26). 4. Falou ousadamente no Sinédrio em Atos 4. 5. Presidiu a igreja na disciplina de Ananias e Safira em Atos 5. 6. Falou no Concílio de Jerusalém em Atos 15.7-11. 7. Diversos outros eventos e milagres são atribuídos a ele em Atos.

B. Pedro, contudo, nem sempre incorporava todas as implicações do Evangelho: 1. Ele manteve a mentalidade do AT (cf. Gálatas 2.11-14) 2. Precisou receber uma revelação especial para incluir Cornélio (cf. Atos 10) e outros gentios.

OS ANOS DE SILÊNCIO

A. Há pouca ou nenhuma informação sobre Pedro depois do Concílio de Jerusalém de Atos 15 1. Gálatas 1.18 2. Gálatas 2.7-21 3. 1 Coríntios 1.12; 3.22; 9.5; 15.5

B. Tradição da Igreja Primitiva 1. Pedro sendo martirizado em Roma é mencionado na Carta de Clemente de

Roma para a igreja em Corinto no ano 95 d.C.

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2. Tertuliano (150-222 d.C.) também registra o martírio de Pedro em Roma sob

Nero (54-68d.C). 3. Clemente de Alexandria (200 d.C.) diz que Pedro foi morto em Roma. 4. Orígenes (252 d.C.) diz que Pedro foi martirizado pela crucificação, de cabeça para baixo, em Roma.

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