LETÍCIA ORTEGA CHISTE
HABITAÇÃO UNIFAMILIAR DE BAIXO CUSTO EM MAUÁ/SP Casa Denise e Dirce
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac. Orientação: Prof. Dra. Valeria Cássia dos Santos Fialho.
SÃO PAULO 2017
a meu pai, meus bons amigos, meu bem e Ă Denise, que me proporcionou uma nova visĂŁo projetual
RESUMO Este trabalho final de graduação é uma amostra de virtudes projetuais de duas propostas para uma habitação unifamiliar de baixo custo no município Mauá/SP, constituindo especulações do trabalho prospectivo no campo arquitetônico, explorando novas estratégias, sistemas construtivos, organização de espaços e sistemas projetuais para viabilizar as novas necessidades de programas e funções de uma habitação. Palavras-chave: Habitação; Residência; Unifamiliar; Habitação social; Baixo custo; Grande ABC;
ABSTRACT This final graduation paper is a sample of design virtues of two proposals for a low cost single family housing in the county of Mauá/SP, constituing speculations of the prospective work in the architetural field, exploring new strategies, constructive systems, space organization and design systems to make feasible new requirements and roles of a household. Keywords; Houding, Residence, Single family, Social dwelling, low cost, Grande ABC
SUMÁRIO INTRODUÇÃO....................................................10 LEVANTAMENTO...............................................17 VISITA AS CASAS DE DENISE E DIRCE REFERÊNCIAS PROJETUAIS............................31 PROPOSTA 1......................................................45 REFORMA E AMPLIAÇÃO CASA 1 + DIRCE PROPOSTA 2.....................................................57 DEMOLIÇÃO CASA 1 E CASA 2 + CONSTRUÇÃO DE RESIDÊNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS................................71 BIBLIOGRAFIA...................................................73 LISTA DE IMAGENS..........................................74
INTRODUÇÃO
O início da especulação temática do trabalho de conclusão de curso acredito ser parecido com o de muitos estudantes de arquitetura e urbanismo: estar familiarizado com problemáticas de determinados bairros centrais da capital e acreditar que a potência projetual da arquitetura para mudar realidades venha de grandes escalas como grandes equipamentos de infraestrutura, culturais, complexos de habitação social ou capacitação de um bairro inteiro. Porém, quase que no fim do curso me deparei com estudos da região do grande ABC, incluindo meu próprio município Mauá. Até então, tinha mais conhecimento das características dos bairros do centro de São Paulo do que do próprio município que estou inserida. Foi preciso estar em São Paulo cotidianamente para voltar meu olhar para Mauá, compreendendo um pouco mais sobre os processos de ocupação, as realidades da população e os porquês de tais problemáticas 10
Figura 01. Como o Brasileiro Constrói Fonte: CAU/BR, 2015
municipais. Buscando reverter a negação do próprio local de origem e me reconectar com o espaço urbano que de fato habito, o local a ser trabalhado é Mauá, com propostas de habitação social e reurbanização em bairros, ainda presa a ideia de grande escala projetual. Partindo da análise da pesquisa realizada em Julho de 2015 pelo CAU/BR para o Instituto Datafolha, cresce um questionamento de quão de fato a escala projetual grandiosa seria mais relevante apenas por sua dimensão. Dentre os 2.419 entrevistados economicamente ativos, 54% já realizaram construções ou reformas, destes, apenas 15% já utilizaram o serviço de um arquiteto ou engenheiro. A maioria dos brasileiros não pensa em contratar um arquiteto por ser caro, porém, a pesquisa demonstra que existe uma visão
distorcida do custo de trabalho de um arquiteto. Segundo dados do CAU/BR, o projeto de um arquiteto custa em torno de 10% do valor da obra, a maioria dos entrevistados acreditavam custar entre 20% a 30% do valor da obra. Haroldo Pinheiro, presidente do CAU/BR defende que é necessário olharmos para a pesquisa visando um novo entendimento e para uma nova postura futura. Esse tipo de argumento vem se repetindo em diversas fontes de pesquisa sobre o tema, principalmente nos discursos de arquitetos e urbanistas que buscam trabalhar com projetos de menor escala, orçamentos apertados e realidades precárias. Como o caso do arquiteto e urbanista da equipe Peabiru Alexandre Hodopp graduado pela Universidade de São Paulo.
A pesquisa nos fez refletir também sobre outros aspectos, ligados ao ensino de Arquitetura e Urbanismo. Um deles é a tendência de glamourização da profissão a partir da escola - isto é, de ensinar aos alunos especialmente projetos de temas complexos, algo fora da realidade que o arquiteto vai encontrar após de formar. (PINHEIRO, Haraldo, CAU/BR, 2015)
11
Em palestra ao Centro Universitário Senac, ele questiona o incentivo que os estudantes recebem para trabalhar com a classe A - população brasileira com renda mensal acima de R$14.695 que totaliza menos de 2% da população brasileira. Hodopp defende que o Brasil possui uma demanda enorme para trabalhar além dessa classe social, onde a massa da população brasileira também precisa de arquitetos (HODOPP, 2017). A dificuldade de encontrar estudos e projetos sobre o tema, demonstra que o campo de atuação de um arquiteto para reformas ou construção de residências unifamiliares de baixo custo é uma visão recente. Um dos escritórios brasileiros que exerce projetos deste campo é o Terra e Tuma Arquitetos Associados. Em um de seus recentes projetos a Casa Vila Matilde, os arquitetos desmistificam as divergências entre projetos de diferentes rendas.
Figura 02. Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP Terra e Tuma Arquitetos Associados Pedro Kok 12
Figura 03. Casa Maracanã, Lapa/SP Terra e Tuma Arquitetos Associados Pedro Kok
Os mesmos conceitos e materiais que compõem a casa na Vila Matilde estão presentes na Casa Maracanã, na Lapa, ambas em São Paulo. São os mesmos blocos, mesmas lajes, mesmos fornecedores de caixilhos, de louças, de metais, de tubos e de conexões. É possível realizar projetos muito sofisticados com uma boa lógica construtiva. (TERRA, Danilo, Revista AU, e. 266, PINI, 2016) 13
A escala bairro foi substituída pela ideia de projetar uma casa, a partir da oportunidade de conhecer as irmãs Denise e Dirce. No acaso, me vi adentrando as residências das irmãs implantadas no mesmo lote. Os questionamentos anteriores de como melhorar a qualidade de vida de moradores mediante intervenções arquitetônicas estava ali naquele lote de ocupação adensada com 3 casas, representando mesmo que de maneira pontual um tipo de realidade recorrente dos habitantes de Mauá, onde a família divide o lote para a implantação de outras casas que abrigam seus membros. A partir de então, as questões a serem abordadas neste trabalho passaram a envolver dinâmicas de ordem interna ao lote e condições precárias de habitabilidade de uma determinada família e não questões socioespaciais do município em si.
Figura 04. Vista para a linha férrea Autoria própria 14
Os pais de Denise e Dirce mudaram para Mauá em um cenário muito parecido com o de muitas famílias: promessa de emprego devido à implantação de indústrias na região, terrenos mais baratos do que em outros municípios e facilidade de deslocamento pela linha férrea. A casa que hoje abriga Denise e seus dois filhos, abrigou seus pais, ela e mais dois irmãos durante muitos anos. Ou seja, Denise e sua irmã Dirce moraram nesse terreno a vida toda.
Figura 05. Perambulação pelo município de Mauá Autoria própria
Figura 06. Perambulação pelo município de Mauá Autoria própria
15
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LEVANTAMENTO
VISITA AS CASAS DE DENISE E DIRCE
O terreno está localizado na rua Egídio Gazola, na Vila Guarani em Mauá/SP. Possui 10m de largura X 20m de profundidade. Atualmente, Denise (50) mora com os filhos Rafael (22) e Vitor (20) na casa original de seus pais e existem mais duas residências implantadas no terreno: a casa de Dirce (65) e a casa da sobrinha.
Figura 07. Mapa proximidades casa de Denise com locais cotidianos Autoria própria 17
Casa 1. Casa de Denise Disposição atual: cozinha + área de serviço, banheiro, sala e dois quartos. A casa encontra-se com rachaduras na sala e no quarto de Denise, infiltração e mofo devido à instabilidade do telhado e a má iluminação e ventilação da casa. O telhado está visivelmente fraco, apoiado diretamente sobre a alvenaria da casa. Parte caiu perfurando o forro. A casa de Denise foi aprovada na prefeitura na época em que seus pais moravam ali, encontra-se regularizada.
Casa 2. Casa de Dirce Disposição atual: um cômodo com cozinha, mesa e cama. A casa de Dirce foi adaptada de uma antiga garagem. Aparentemente, o reforço estrutural de vigas e pilares de concreto foi feito sem projeto com a ajuda de pedreiros amigos. A casa é coberta por uma laje com acesso a uma escada lateral, encostada na casa de Denise. A casa de Dirce não é aprovada na prefeitura, encontra-se irregular.
Casa 3. Casa da sobrinha Sem acesso. A terceira casa no lote é a casa da sobrinha aos fundos, encostada em três muros e com medidas aproximadas de 4m X 10m - no qual não tive acesso. Esta casa também não é aprovada pela prefeitura.
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Figura 08. Diagrama relação 3 casas no lote Sem escala 19
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planta pav. tĂŠrreo esc. 1.125
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planta cobertura esc. 1.125
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planta cobertura esc. 1.125
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LOTE
planta pav. térreo esc. 1.125
0
1
5
Figuras 09 ,10, 11, 12 Registro áreas externas Autoria própria 22
Figuras 13, 14, 15, 16 Registro รกreas externas Autoria prรณpria
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CASA DIRCE
planta pav. térreo esc. 1.125
0
1
5
Figuras 16, 17 Casa 02 - Dirce Autoria própria
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COZINHA
planta pav. térreo esc. 1.125
0
1
5
ÁREA DE SERVIÇO
planta pav. térreo esc. 1.125
0
1
5
Figuras 18, 19 Cozinha casa 01 Autoria própria
Figuras 20, 21 Área de serviço casa 01 Autoria própria
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BANHEIRO
planta pav. térreo esc. 1.125
0
1
Figuras 22, 23 Banheiro casa 01 Autoria própria
5
SALA
planta pav. térreo esc. 1.125
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Figuras 24, 25 Sala, casa 01 Autoria própria
QUARTO DENISE
planta pav. térreo esc. 1.125
0
1
Figuras 26, 27 Quarto Denise, casa 01 Autoria própria
5
QUARTO RAFAEL E VITOR
planta pav. térreo esc. 1.125
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Figuras 28, 29 Quarto Rafael e Vitor, casa 01 Autoria própria
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A intensa ocupação do lote contribui para má ventilação e iluminação do pátio e das residências, além da ausência de áreas permeáveis no terreno. Denise é secretária, tem 50 anos e sua família é composta por seus dois filhos e sua irmã. Após se questionar sobre a segurança de sua casa, depois do aparecimento de rachaduras e partes do telhado caírem sobre o forro, começaram a existir especulações sobre mudança de residência ou reforma da mesma. Ela possui baixo orçamento e após analisar a possibilidade de venda do terreno, concluímos que o mesmo não possibilitaria a compra de três habitações dignas, além da necessidade de adaptação para outros bairros mais afastados de suas rotinas de trabalho e lazer.
Figura 30 Denise em frente a fachada, casa 01 Autoria própria 28
Aceitando que a melhor opção é resistir ao deslocamento, duas propostas são apresentadas para viabilizar a permanência das irmãs no lote. A casa da sobrinha, apesar da repetição de problemas com ventilação, insolação e má distribuição dos ambientes, não entra no programa por questões pessoais entre os proprietários. Em ambas as propostas, a premissa básica é a de projetar visando o baixo custo e a salubridade das habitações. Uma atuação simples, em pequena escala, com um programa trivial, porém, real.
Figura 31 Dirce, casa 02 Autoria própria
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS Duas das referências de habitação social unifamiliar foram projetadas pela equipe do Comunidad Vivex, no México. O principal objetivo dessa ONG sem fins lucrativos é trabalhar com um modelo baseado em participação, colaboração e autoconstrução guiada, o que viabiliza projetos de boa arquitetura e baixo orçamento. O grupo trabalha com famílias de baixa renda, mas com potencial de construir sua própria casa devido ao fato de perceberam o enorme número de famílias que constroem suas próprias casas no México, mas não necessariamente casas dignas. Mais da metade dos obreiros no país vivem em habitações precárias, que nunca foram projetadas de forma adequada, com pouca iluminação, ventilação, sem privacidade entre membros da família e espaços inadequados, o que gera inúmeros problemas sociais no México.
Existem 4 etapas para serem cumpridas por projeto: análise de caso das famílias, propostas para a habitação, obtenção de materiais - onde muitos são doados por empresas e patrocinadores - e a construção da obra. Onde todo o dinheiro arrecadado é destinado aos materiais, pois é uma ONG sem fins lucrativos e preza a autoconstrução, gerando mais habilidades para as famílias e possível renda futura. Três projetos já foram entregues pela Comunidad Vivex, são eles a Casa Coberta, a Casa Caja e o Protótipo de Habitação Mínima com 12m² com possibilidade de se levantar do solo e instalar em diferentes terrenos - e três outras habitações já estão em fase de construção.
31
CASA COBERTA Comunidad Vivex Nuevo Léon/México Projeto 2009 Construção 2011-2015 R$20 mil 56m² iniciais com possibilidade de expansão de 32m² para cima
A Casa Coberta foi projetada para o melhor uso possível de um terreno de 7x15m. A ideia da equipe foi fazer a divisão do programa em 3: bloco 1 (quartos e banheiro) + pátio + bloco 2 (cozinha, copa e sala), de forma que o programa se divide em duas partes separadas por um pátio, porém, conectadas pela mesma cobertura.
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Figura 32 Casa Coberta, Nuevo Léon/México Comunidad Vivex Ana Cecilia Garza Villarreal
Figura 33 Casa Coberta, Nuevo Léon/México Comunidad Vivex Ana Cecilia Garza Villarreal
O projeto foi concebido pensando em materiais que viabilizem a obra, seja na execução, no tempo e no orçamento. Nos dois blocos foram utilizados pisos de concreto em nível mais alto que o pátio central externo, além de blocos de concreto com sobreposição de blocos de alvenaria e estrutura de quadros de viga-pilar de concreto armado. A cobertura do bloco 1, é concebida como laje de concreto armado leve, enquanto no bloco 2 é uma mistura de vigas de concreto, de madeira, base de isolamento térmico e gesso cimento. No pátio externo foi utilizado pedras e cascalhos no piso a fim de que a água da chuva seja infiltrada para o solo sem molhar as áreas internas. O nome da residência vem da cobertura que se estende por todo o projeto, melhorando o espaço interior, pois assegura o isolamento térmico, proporciona maior corrente de ar natural; recolhe água da chuva
Figura 34 Casa Coberta, Nuevo Léon/México Comunidad Vivex Ana Cecilia Garza Villarreal
dirigindo-a para um tanque de água no fim do terreno, que é utilizado para regar as plantas e árvores; além de sombrear o pátio central, necessário devido ao forte calor da região e as poucas árvores no terreno. Outro fator que viabiliza uma obra de boa qualidade e baixo orçamento são as escolhas de portas e janelas. Portas de madeira para áreas internas, portas de metal para passagem externa-interna da casa e painéis de policarbonato translúcido ou vidro para as janelas, todas apoiadas diretamente sobre a laje, eliminando a necessidade de vergas, diminuindo o tempo de instalação e o gasto desnecessário com materiais. A ideia é que a casa possa ser ampliada 32m² para cima do bloco 1, construindo a casa com o passar do tempo, caso a família ache necessário, adequando o projeto para novos usuários. 33
CASA CAJA Comunidad Vivex + S-AR Nuevo Léon/México 2013 R$25 mil 110m²
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Figura 35 Casa Caja, Nuevo Léon/México Comunidad Vivex + S-AR Alejandro Cartagena
Descrição dos arquitetos. O conceito da Casa Caja é definido por caixas dentro de outras caixas. A primeira caixa é o terreno de 7x15m, a segunda caixa é a casa implantada no meio no terreno deixando pátios laterais generosos que permitem a luz natural, ventilação e espaços livres para possíveis expansões das atividades sociais internas. No térreo é disposto pelas atividades comuns como cozinha, a sala de jantar - projetada para ser um espaço livre que pode ser adaptado para diversos usos incluindo uso comercial - e o quarto do filho mais velho. Uma outra caixa é colocada em uma extremidade no interior da casa, nela são implantadas a circulação por escadas e os serviços de instalações elétricas e hidraúlicas. O primeiro pavimento contém dois quartos e a sala de estar.
Figura 36 Casa Caja, Nuevo Léon/México Comunidad Vivex + S-AR Alejandro Cartagena
Como a execução da obra é desenvolvida a partir da metodologia de autoconstrução, o tempo da obra acaba sendo mais demorado que uma construção comum. Novamente, os materiais foram pensados de forma a viabilizar a obra, seja na execução, no tempo e no orçamento. A casa é construída com blocos de concreto colocados sem sobreposição, lajes impermeabilizadas de concreto armado e vidro.
Figura 37 Casa Caja, Nuevo Léon/México Comunidad Vivex + S-AR Alejandro Cartagena
Figura 38 Casa Caja, Nuevo Léon/México Comunidad Vivex + S-AR Alejandro Cartagena 35
CASA DOS CASEIROS 24.7 Arquitetura Design Campinas/SP 2012 R$50 mil 70m²
36
A Casa dos Caseiros é um exemplo de assessoria privada de projeto unifamiliar de baixo custo. O programa precisava atender uma família de caseiros com dois filhos em uma zona rural de Campinas, determinados pelos arquitetos uma metragem de 70m² para a residência para garantir a qualidade de vida dos moradores. O projeto é considerado pelos arquitetos uma habitação experimental muito simples, visando um sistema construtivo modular com blocos de concreto estrutural, de fácil aplicação pelos construtores brasileiros. O pátio que permite luz e ventilação nos ambientes comuns possibilita a réplica da casa ao lado sem diminuir seus aspectos salubres e ainda é proposto no projeto duas diferentes disposições internas para adaptar para diferentes famílias: 3 quartos + wc + escritório ou 1 suíte + 2 quartos + wc.
Figura 39 Casa dos Caseiros, Campinas/SP 24.7 Arquitetura Design Pedro Kok
Figura 40 Casa dos Caseiros, Campinas/SP 24.7 Arquitetura Design Pedro Kok
Para diminuir os custos da obra, a laje foi substituĂda por forro de pvc junto com um telhado de fibrocimento e foi aplicado apenas uma textura de rolo diretamente nos blocos internos e externos, eliminando o custo de reboco.
Figura 41 Casa dos Caseiros, Campinas/ SP 24.7 Arquitetura Design Pedro Kok 37
CASA VILA MATILDE Terra e Tuma Arquitetos Associados Vila Matilde - Zona Leste São Paulo/SP 2016 R$150 mil 95m²
Como estudo de caso, escolhi o projeto da Casa Dona Dalva ou Casa Vila Matilde. Sempre que conto para as pessoas sobre meu projeto, mesmo que essa pessoa não saiba me explicar o porquê, me indicam olhar esse projeto. Acho incrível como essa casa tocou uma massa de pessoas, mesmo as não ligadas a arquitetura. Ela se tornou no meio arquitetônico a Casa Vila Matilde, projeto vencedor de prêmios, porém, fora desse universo é a casa da dona Dalva, a casa daquela empregada doméstica, aquela casa de bloco, a casa sem reboco, aquela casa no bairro ou a casa daquela senhora que guardou o dinheiro a vida toda. Também pudera, o 38
Figura 42 Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP Terra e Tuma Arquitetos Associados Pedro Kok
projeto representa uma boa arquitetura de custo acessível que trabalha com a realidade brasileira, seja na escala do projeto, no terreno padrão de 4,8x25 metros, no bairro implantado e no orçamento. A história da casa insalubre e com problemas estruturais e sua moradora que se encontra nas opções de vender a casa onde sempre morou ou deslocar-se para um bairro diferente. Em palestra no Museu da Casa Brasileira, revelam que as experiências já adquiridas em projetos anteriores com blocos de concreto estrutural aparente, como na casa de Pedro Tuma na Lapa (Casa Maracanã, 2009) e na Casa + Estúdio (2014) foi um forte apoio na decisão para trabalhar novamente com o material afim de viabilizar a agilidade de obra e garantir o orçamento (TUMA, 2017).
Figura 43 Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP Terra e Tuma Arquitetos Associados Pedro Kok
Figura 44 Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP Terra e Tuma Arquitetos Associados Pedro Kok
39
Em palestra no Museu da Casa Brasileira, revelam que as experiências já adquiridas em projetos anteriores com blocos de concreto estrutural aparente, como na casa de Pedro Tuma na Lapa (Casa Maracanã, 2009) e na Casa + Estúdio (2014) foi um forte apoio na decisão para trabalhar novamente com o material afim de viabilizar a agilidade de obra e garantir o orçamento (TUMA, 2017). 40
Figura 45 Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP Terra e Tuma Arquitetos Associados Pedro Kok
A parte térrea é composta por sala, suíte, articulação entre lavabo, cozinha, lavanderia e o pátio que funciona como extensão da área interna, além de iluminar e ventilar os ambientes. No pavimento superior encontra-se mais uma suíte e laje, que hoje funciona como horta, mas que futuramente pode abrigar uma extensão do programa caso a necessidade de ampliação da casa.
O uso dos materiais e a estrutura do projeto foram pensados para agilizar a obra e garantir o baixo custo. O principal material usado são os blocos de concreto estrutural aparente sem nenhum tipo de reboco ou acabamento extra, pois além de ser um material barato, o bloco de concreto é utilizado com frequência em construções cotidianas dos pedreiros, o que facilita a execução da obra.
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Figura 46 Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP Terra e Tuma Arquitetos Associados Pedro Kok 42
Precisamos olhar a precariedade das construções e das infraestruturas do País como uma grande oportunidade, principalmente para os arquitetos mais jovens, que já não encontram um mercado promissor como o dos últimos anos. (Tuma, Pedro, Revista AU, e. 266, PINI, 2016) 43
44
PROPOSTA 1 REFORMA E AMPLIAÇÃO CASA 1 + DIRCE
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Figura 48 Diagrama demolido e construido Sem escala
C
B
Figura 47 Planta esquemática demolido e construido Sem escala planta demolido/construído esc. 1.250
0
1
5
Pensando em uma forma de considerar as potencialidades existentes na habitação e no espaço sonhado pelos moradores, a proposta 1 atende a ideia inicial de Denise: reforma e ampliação da casa e um redesenho que possa atender as necessidades dos usuários.
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A
2,0
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C
C
s
B
B
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A 5
planta pav. tĂŠrreo esc. 1.125
0
1
5
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+ 3.70 nível pav. superior | quarto+banho 2
+ 2.00 nível casa sobrinha
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banho 1
0.00 nível rua | acesso lote
0
corte AA esc. 1.125
Como pedido pelas moradoras, serão demolidos a antiga garagem, atualmente adaptada para casa de Dirce e a escada externa de acesso a cobertura. A demolição da casa de Dirce, ameniza a intensa ocupação existente no terreno, melhorando a ventilação e a iluminação do pátio e das residências 1 e 3. Dirce então seria agregada ao programa de reforma da residência de Denise. A ideia é expandir a casa para onde hoje encontra-se + 3.70 nível pav. superior | quarto+banho 2 um corredor externo e uma antiga varanda, ambos não utilizados pelos moradores, demolindo as + 2.00 paredes mais frágeis da sala e do quarto de Denise, nível casa sobrinha que apresentam rachaduras. Internamente, seria + 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. demolido o banheiro localizado na cozinha, +quartos+banho 1 48
corte CC esc. 1.125
1
5
realocando-o para a sala. Com a expansão da casa, o quarto que hoje Vitor e Rafael dividem pode ser subdividido em dois, um para cada filho. O quarto de Denise continua no mesmo local, porém, ganha um pequeno banheiro. Todas as paredes construídas serão de bloco de concreto estrutural, além do reforço estrutural de pilares e vigas de concreto necessário para substituir o telhado por laje pré moldada de concreto. A nova escada interna proporciona o acesso ao pavimento superior, onde estão o quarto e o banheiro de Dirce. A substituição do telhado por laje de concreto, visa a possibilidade de ampliação futura para um dos filhos. 0
1
5
0
A
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C
C
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planta pav. superior esc. 1.125
0
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5
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A proposta 1 identifica uma composição já existente de um edi+ 3.70 fício e implementa diferentes sistenível pav. superior | quarto+banho 2 mas que conformam uma habitação. Alguns pontos positivos viriam com a proposta de+nível2.00 reforma, a demolição casa sobrinha da casa de Dirce + 1.00 amenizaria a ocupav. térreo | +sala+cozinha+a.s. pação intensanível do lote, melhorando a +quartos+banho 1 0.00 ventilação e iluminação existente no nível rua | acesso lote local, além da implantação de áreas corte AA permeáveis destinadas para jardins. esc. 1.125 A ampliação no pavimento térreo e superior, gera maior área total da residência, além da possibilidade de expansão da casa para cima. Porém, a casa continua implantada com insolação desfavorecida, onde grande parte das fachadas está voltada para oeste e os ambientes continuam com pouca integração entre eles. Mesmo que amenizados, o acesso e as janelas da casa 3 continuam enclausurado. Por isso, senti a necessidade de pensar em uma nova proposta: a de projetar uma nova residência.
+ 3.70 nível pav. superior | quarto+banho 2
+ 2.00 nível casa sobrinha
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banho 1
0 0
corte BB esc. 1.125
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+ 3.70 nível pav. superior | quarto+banho
+ 3.70 nível pav. superior | quarto+banho 2
+ 2.00 nível casa sobrinha
+ 2.00 nível casa sobrinha
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banhos
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banho 1
corte CC esc. 1.125
50
0 corte CC esc. 1.125
1
5 0
1
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A
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A planta pav. cobertura esc. 1.125
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esc. 1.125
fachada frontal esc. 1.125
fachada lateral esc. 1.125
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ÁREA PERMEÁVEL
CONSTRUÍDO
CASA SOBRINHA
EXISTENTE
Figura 49 Vista proposta 01 Sem escala
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Figura 50 Vista proposta 01 Sem escala 55
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PROPOSTA 2 DEMOLIÇÃO CASA 1 E CASA 2 + CONSTRUÇÃO DE RESIDÊNCIA
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A proposta 2 surge da exploração de novas estratégias projetuais com capacidade de responder às necessidades para a habitação da família. Tanto a casa de Dirce como a de Denise são demolidas para a construção de uma nova habitação que abrigue as irmãs e os filhos de Denise. O acesso ao lote muda para o lado esquerdo, demarcando o mesmo fluxo de entrada para a nova habitação como para a casa 3, tornando o pátio um elemento comum entre as casas, gerando espaço aberto compartilhado dinâmico de convivência, atividades multifuncionais e encontro entre a família. Figura 51 Diagrama implantação proposta 02 Sem escala 58
B
4,7
2,0
s
s
C
C
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s
B planta pav. tĂŠrreo esc. 1.125
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planta pav. superior esc. 1.125
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+ 3.70 nível pav. superior | quarto+banho 2
+ 2.00 nível casa sobrinha
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banho 1
0.00 nível rua | acesso lote
corte AA esc. 1.125
Os desníveis do terreno são vencidos por rampa e por escadas. A casa está implantada ao lado direito do lote, para receber melhor insolação leste e norte nas faces principais e mantida no limite da cota existente de 1m do nível da rua, para evitar ao máximo movimentação de terra. A casa em si é pequena, então a proposta é criar aberturas para áreas externas que sirvam de extensão dos ambientes e que integrem as atividades da casa. Essas aberturas estão voltadas para a sala, a área de serviço e o quarto de Denise. A entrada da residência ocorre pela sala, no pavimento térreo. Buscando uma melhor iluminação e ventilação dos ambientes internos, a proposta é um portão corte BB esc. 1.125
60
0
1
5
metálico manual com grande abertura que corre para dentro da casa, de forma que proporcione aproveitar a relação dos espaços internos e externos, gerando extensão da sala e da cozinha, onde seria possível reunir a família e os amigos em uma mesa externa. Outras aberturas estratégicas + 3.70 ocorrem na área de serviço com acesso área 2 níveldireto pav. superior a | quarto+banho externa e no quarto de Denise, com abertura a um pequeno jardim, seguindo a lógica de possibilidade + 2.00 níveltérreo casa sobrinha estão de extensão do ambiente. O pavimento + 1.00 a sala, a cozinha, um banheiro, dois quartos, área de nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. 1 serviço e circulação por escadas para+quartos+banho o pavimento 0.00 superior, contendo o quarto de Dirce com nível rua | acesso lote um banheiro, além do acesso a cobertura. 0 1 5
B
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1
5
planta pav. superior esc. 1.125
0
1
5
61
0
corte AA esc. 1.125
1
5
+ 3.70 nível pav. superior | quarto+banho 2
+ 2.00
+ 3.70
nível casa sobrinha
nível pav. superior | quarto+banho 2
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banho 1
0
corte CC esc. 1.125
1
5
+ 2.00 nível casa sobrinha
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banho 1
0.00 nível rua | acesso lote
corte BB esc. 1.125
A materialidade da casa veio como consequência para simplificar a construção, agilizar e baratear. São blocos de concreto estrutural, vãos mínimos para eliminar a necessidade de vigas e lajes de concreto reforçado leve, excluindo a necessidade de revestimento. As janelas com caixilhos metálicos - painéis de policarbonato nos banheiros e vidro nas comuns - e as portas de madeira estão abaixo diretamente da laje, eliminando a necessidade de vergas. O piso interno é de concreto e se estende para a parte externa nos pátios demarcados como expansão dos ambientes. São destinadas áreas para jardins visando a permeabilidade do solo, ponto que até então não existe na atual casa. 62
0
1
5
+ 3.70 nível pav. superior | quarto+banho 2
+ 2.00 nível casa sobrinha
+ 1.00 nível pav. térreo | +sala+cozinha+a.s. +quartos+banho 1
corte CC esc. 1.125
0
1
5
B
4,7
C
C
3,7
B planta cobertura esc. 1.125
0
1
5
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fachada lateral esc. 1.125
0
fachada frontal esc. 1.125
fachada lateral esc. 1.125
64
0
0
1
1
5
5
Figura 52 Vista proposta 02 Sem escala 65
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Figura 53 Vista proposta 02 Sem escala
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Figura 54 Vista proposta 02 Sem escala 69
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CONSIDERAÇÕES FINAIS Após me desprender da grande escala projetual que me inseri durante anos no processo de graduação, as duas propostas apresentadas possuem atuação simples, com desenhos que possam ser adaptáveis para as necessidades dos usuários e que suporte o cotidiano de uma habitação. A partir do momento que a arquitetura afeta a vivência de um grupo, seja ele uma pequena família, a relevância do projeto independe da escala projetual trabalhada. Em ambas as propostas, a premissa é melhorar a qualidade de vida dos moradores mediante intervenções arquitetônicas, gerando soluções de uma habitação salubre, que aconchegue e reinterprete as necessidades de habitar dos usuários. Outro fator inicial, foi desenvolver os projetos visando o baixo custo, mas de forma que a materialidade seja consequência de um dos objetivos principais. Entre a necessidade técnica de levantar questões básicas de metragens espaciais existentes no lote e visitas corriqueiras, perambulei para lá e pra cá, voltando meu olhar para meu próprio município e diferentemente de todos os projetos desenvolvidos ao longo do período acadêmico, um pequeno lote com programa trivial tornou-se um grande desafio a partir do envolvimento com pessoas reais, torno-me sensível às limitações, questões cotidianas e necessidades futuras de uma família.
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BIBLIOGRAFIA CAU/BR - Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Como o Brasil constrói. Disponível em <http://www.caubr.gov.br/pesquisa2015/>. Acesso em: 17 de Novembro de 2017. DUARTE, Ferreira. Como trabalhar com projeto de baixa renda. Disponível em <http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/266/como-trabalhar-com-projetode-baixa-renda-370749-1.aspx>. Acesso em: 17 de Novembro de 2017. GARZA, Ana Cecilia. Casa Cubierta. Disponível em <http://comunidadvivex.org/obras/casa-cubierta/>. Acesso em: 15 de Novembro de 2017. GARZA, Ana Cecilia. Casa Caja. Disponível em <http://comunidadvivex.org/obras/casa-caja/>. Acesso em: 15 de Novembro de 2017. 24.7 Arquitetura e Design. Casa dos Caseiros. Disponível em <http://www.247arquitetura.com.br/casa-dos-caseiros/>. Acesso em: 15 de Novembro de 2017. ArchDaily Brasil. Casa Vila Matilde / Terra e Tuma Arquitetos Associados. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/776950/casa-vila-matilde-terra-e-tuma-arquitetos>. Acesso em: 08 de Agosto de 2017. Terra e Tuma. Casa Vila Matilde. Disponível em <http://terraetuma.com/archives/portfolio/items/vmatilde>. Acesso em: 08 de Agosto de 2017.
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LISTA DE IMAGENS Figura 01. Como o Brasileiro Constrói. Fonte: CAU/BR, 2015. Figura 02. Casa de Dona Dalva, Vila Matilde/SP. Terra e Tuma Arquitetos Associados.Pedro Kok. Figura 03. Casa Maracanã, Lapa/SP. Terra e Tuma Arquitetos Associados. Pedro Kok Figura 04. Vista para a linha férrea. Autoria Própria. Figura 05. Perambulação pelo município de Mauá. Autoria Própria. Figura 06. Perambulação pelo município de Mauá. Autoria Própria. Figura 07. Mapa proximidades casa de Denise com locais cotidianos. Autoria Própria. Figura 08. Diagrama relação 3 casas no lote. Sem escala. Figuras 09, 10, 11 e 12. Registro áreas externas. Autoria Própria. Figuras 13, 14, 15 e 16. Registro áreas externas. Autoria Própria. Figuras 16 e 17. Casa 2 - Dirce. Autoria Própria. Figuras 18 e 19. Cozinha casa 1. Autoria Própria. Figuras 20 e 21. Área de serviço casa 1. Autoria Própria. Figuras 22 e 23. Banheiro casa 1. Autoria Própria. Figuras 24 e 25. Sala casa 1. Autoria Própria. Figuras 26 e 27. Quarto Denise casa 1. Autoria Própria. Figuras 28 e 29. Quarto Rafael e Vitor, casa 1. Autoria Própria. Figura 30. Denise em frente a fachada casa 1. Autoria Própria. Figura 31. Dirce casa 2. Autoria Própria. Figura 32. Casa Coberta, Nuevo Léon/México. Comunidad Vivex. Ana Cecilia Garza Villarreal. Figura 33. Casa Coberta, Nuevo Léon/México. Comunidad Vivex.Ana Cecilia Garza Villarreal.
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Figura 34. Casa Coberta, Nuevo Léon/México. Comunidad Vivex. Ana Cecilia Garza Villarreal. Figura 35. Casa Caja, Nuevo León/México.Comunidad Vivex + S-AR. Alejandro Cartagena. Figura 36. Casa Caja, Nuevo León/México. Comunidad Vivex + S-AR. Alejandro Cartagena. Figura 37. Casa Caja, Nuevo León/México. Comunidad Vivex + S-AR. Alejandro Cartagena. Figura 38. Casa Caja, Nuevo León/México. Comunidad Vivex + S-AR. Alejandro Cartagena. Figura 39. Casa dos Caseiros, Campinas/SP. 24.7 Arquitetura Design. Pedro Kok. Figura 40. Casa dos Caseiros, Campinas/SP. 24.7 Arquitetura Design. Pedro Kok. Figura 41. Casa dos Caseiros, Campinas/SP. 24.7 Arquitetura Design. Pedro Kok. Figura 42. Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP. Terra e Tuma Arquitetos Associados. Pedro Kok. Figura 43. Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP.Terra e Tuma Arquitetos Associados. Pedro Kok. Figura 44. Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP. Terra e Tuma Arquitetos Associados. Pedro Kok. Figura 45.Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP.Terra e Tuma Arquitetos Associados. Pedro Kok. Figura 46. Casa da Dona Dalva, Vila Matilde/SP.Terra e Tuma Arquitetos Associados.Pedro Kok. Figura 47. Planta esquemática demolido e construído. Sem escala. Figura 48. Diagrama demolido e construído. Sem escala. Figura 49. Vista proposta 1. Sem escala. Figura 50. Vista proposta 1. Sem escala. Figura 51. Diagrama implantação proposta 2. Sem escala. Figura 52. Vista proposta 2. Sem escala. Figura 53. Vista proposta 2. Sem escala. Figura 54. Vista proposta 2. Sem escala.
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