REQUALIFICAÇÃO URBANA NAS IMEDIAÇÕES DA BERRINI LETÍCIA THIMOTEO CABRAL 1
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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO LETÍCIA THIMOTEO CABRAL ORIENTADOR: MARCELLA OCKE
REQUALIFICAÇÃO URBANA NAS IMEDIAÇÕES DA BERRINI
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário SENAC Campus Santo Amaro, como exigência parcial para a conclusão do curso de Bacharelado de Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da professora Marcella Ocke.
SÃO PAULO 2017
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4
O espaço público é de todos e de ninguém em particular, em princípio, todos o podem usar com os mesmos direitos (MATOS, 2010, p.20 apud REIS, 2014, p.35).
SÃO PAULO 2017
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Requalificação de áreas verdes e intervenção de espaços públicos visando a necessidade co-
RESUMO A ideia é propor caráteres diferenciados para
tidiana do pedestre e colocando o automóvel cada área, mas sempre considerando aspectos privado em segundo plano são as inquietações ecológicos estéticos e de lazer. A abordagem que este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ecológica, será revisada considerando problelevanta. O redesenho e a urbanização de áreas mas graves de impactos industriais e crescilivres públicas vão se integrar ao longo da mento populacional muito rápido no período de Rua Sansão Alves dos Santos, Rua Joel Carlos 20 anos, dentro deste aspecto a questão da Brges, e as praças Praça General Gentil Falsustentabilidade será proposta visando cada cão, Praça Osvaldo Mauricio Varela, Praça João uma das áreas, como captação da água da chuva Duran Alonso, Praça Professor José Lannes, para irrigação das praças. O aspecto estético Praça General Sodré e Silva e Praça General está ligado a integração dos lugares destinaEneias Martins Sogue; cada espaço foi pensado dos a circulação, versus construção. E, por e pesquisado de acordo com a necessidade de fim, o aspecto social será o redesenho das pracada entorno juntando várias atividades como, ças voltado a atividades de lazer. área de lazer, pontos de wi fi, bicicletário, Palavras chave: Requalificação, Praças, Conequipamentos urbanos diferenciados, equipavivência. mentos de ginastica e diferentes pisos.
6
ABSTRACT
Regeneration of green areas and public spaces intervention aiming daily pedestrian needs and setting private vehicles in the background are the concerns of this final paper. Public spaces redesigning and urbanizing will embed along Sansão Alves dos Santos Street, Joel Carlos Borges Street and General Gentil Falcão square, Osvaldo Mauricio Varela square, João Duran Alonso square, Professor José Lannes square, General Sodré e Silva square, General Eneias Martins Sogue square. Each space has been planned and studied according to their surroundings requirements combining several activities such as recreational areas, wifi spots, bicycle
esthetic and leisure characteristics. The environmental approach will be reviewed taking into account industrial impact and population growth in the last 20 years. Within these aspects the sustainability issue will be proposed focusing on each area such as rainwater collection for irrigation. The esthetic aspect is linked with the integration of mobility spaces against construction. Finally, the social aspect will be the redesign of public squares directed to leisure activities.
stands, distinctive urban equipments, gymnastic equipments and different kinds of flooring.
Key
environmental,
Requalification, convenience.
The idea is to suggest distinguished aspects for each area considering their
words:
7
squares,
8
AGRADECIMENTOS
À Deus, e à todos que de alguma forma colaboraram para minha formação, toda minha família e amigos próximos.por todo apoio e paciência. À prof.ª Valéria Fialho e a minha orientadora Marcella Ocke por toda ajuda e suporte para que eu chegasse até aqui
9
Lista de Figuras Figura 01 - Mapa de Intervenção. (p. 22) Fonte: Autoria própria. Figura 02 - Woonerf, Kaptensgatan, Holanda (p. 34) Fonte: https://meiaum.wordpress.com/2015/09/30/o-que-e-uma-woonerf/ Figura 03 - Woonerf, Eugene, Oregon, EUA (p. 36) Fonte: https://meiaum.wordpress.com/2015/09/30/o-que-e-uma-woonerf/ Figura 04 - Mapa de toda extensão da OUCAE (p. 42) Fonte: Fonte:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/urbanismo/sp_urbanismo/operacoes_ urbanas/agua_espraiada/index.php?p=19590 Figura 05 - Mapa com marcação da Subprefeitura de Pinheiros. (p. 44) Fonte: Geosampa + Autoria própria. Figura 06 - Mapa com marcação da área intervida. (p. 45) Fonte: Geosampa + Autoria própria. Figura 07 - Foto aérea da região da Berrini,1958. (p. 46) Fonte: GEOPORTAL (1958)
10
Figura 08 - Foto aérea da região da Berrini,1960. (p. 46) Fonte: www.brooklin.com.br Figura 09 - Foto aérea da região da Berrini, década de 70. (p. 47) Fonte: www.brooklin.com.br Figura 10 - Av. Eng. Luis Carlos Berrini,1990-2011. (p. 48) Fonte: www.brooklin.com.br Figura 11 - Foto aérea da Berrini,2013. (p. 49) Fonte: GEOPORTAL Figura 12 - Mapa distrito Itaim Bibi - Subprefeitura Regional de Pinheiros. (p. 50) Fonte: www.pinheiros.prefeitura.sp.gov.br Figura 13 - Beel Street Park. (p. 54) Fonte: https://www.seattle.gov/parks/find/parks/bell-street-park Figura 14 - Antes da construção. (p. 55) Fonte: http://www.svrdesign.com/bellstreetpark/
11
Figura 15 - Bell Street Park finalizado. (p. 55) Fonte: http://www.svrdesign.com/bellstreetpark/ Figura 16 - Praça da Balsa Vieja. (p. 56) Figura 17 - Praça da Balsa Vieja. (p. 57) Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-21116/praca-da-balsa-vieja-enrique-minguez-martinez Figura 18 - Área de descanso da Praça da Balsa Vieja. (p. 58) Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-21116/praca-da-balsa-vieja-enrique-minguez-martinez Figura 19 - Área de Wi fi da Praça da Balsa Vieja. (p. 58) Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-21116/praca-da-balsa-vieja-enrique-minguez-martinez Figura 20 - Planta baixa da Praça Balsa Vieja. (p. 59) Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-21116/praca-da-balsa-vieja-enrique-minguez-martinez Figura 21 - Foto da Praça Haruo Uoya depois da revitalização. (p. 60) Fonte: https://catracalivre.com.br/geral/rede/indicacao/em-apenas-um-mes-moradores-revitalizam-praca-na-chacara-santo-antonio/ Figura 22 - Foto da Praça Haruo Uoya antes da revitalização. (p. 61) Fonte: https://catracalivre.com.br/geral/rede/indicacao/em-apenas-um-mes-moradores-revitalizam-praca-na-chacara-santo-antonio/
12
Figura 23 - Planta da Praça Haruo Uoya (p. 62) Fonte: https://catracalivre.com.br/geral/rede/indicacao/em-apenas-um-mes-moradores-revitalizam-praca-na-chacara-santo-antonio/ Figura 24 - 3D da praça Victor Civita (p. 63) Fonte: http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/levisky-arquitetos-estrategia-urbana_/praca-victor-civita/508 Figura 25 - Foto antes da revitalização da Praça Victor Civita. (p. 64) Fonte: http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/levisky-arquitetos-estrategia-urbana_/praca-victor-civita/508 Figura 26 - 3D da praça Victor Civita. (p. 65) Fonte: http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/levisky-arquitetos-estrategia-urbana_/praca-victor-civita/508 Figura 27 - Planta da praça Victor Civita. (p. 66) Fonte: http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/levisky-arquitetos-estrategia-urbana_/praca-victor-civita/508 Figura 28 - Mapa de uso e ocupação do solo. (p. 68) Fonte: Autoria própria Figura 29 - Mapa de áreas verdes. (p. 69) Fonte: Autoria própria
13
Figura 30 - Mapa de gabarito. (p. 70) Fonte: Autoria própria Figura 31 - Mapa de sistema viário. (p. 71) Fonte: Autoria própria Figura 32 - Mapa de Intervenção. (p. 72) Fonte: Autoria própria Figura 33 - 3D da área de intervenção. (p. 74) Fonte: Autoria própria Figura 34 - 3D da área de Intervenção. (p. 75) Fonte: Autoria própria Figura 35 - Implantação geral da área. (p. 76) Fonte: Autoria própria Figura 36 - Implantação da praça General Gentil Falcão. (p. 77) Fonte: Autoria própria Figura 37 - Implantação Praça Osvaldo Mauricio Varela. (p. 78) Fonte: Autoria própria
14
Figura 38 - Implantação da Praça João Duran Alonso. (p. 79) Fonte: Autoria própria Figura 39 - Implantação Praça Professor Jose Lannes. (p. 80) Fonte: Autoria própria Figura 40 - Implantação Praça General Sodré e Silva. (p. 81) Fonte: Autoria própria Figura 41 - Implantação Praça General Eneias Martins Sogue. (p. 82) Fonte: Autoria própria Figura 42 - Implantação Rua Joel Carlos Borges. (p. 83) Fonte: Autoria própria Figura 43 - Implantação Rua Sansão Alves dos Santos. (p. 84) Fonte: Autoria própria Figura 44 - Placa de cimento permeável. (p. 87) Fonte: http://www.rhinopisos.com.br/site/produtos/18/placa_drenante_piso_drenante_ Figura 45 - Placa de drenagem. (p. 88) Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/drenagem-na-construcao-civil Figura 46 - 3D Proposta de deck. (p. 89) Fonte:Autoria própria
15
Figura 47 - Detalhe de captação de água. (p. 89) Fonte: http://wwwo.metalica.com.br/drenagem-na-construcao-civil Figura 48 - Projeto 3D, detalhe 01. (p. 90) Fonte: Autoria própria Figura 49 - Projeto 3D, detalhe 02 (p. 91) Fonte: Autoria própria Figura 50 - Projeto 3D, detalhe 03 (p. 92) Fonte: Autoria própria Figura 51 - Projeto 3D, detalhe 04 (p. 93) Fonte: Autoria própria Figura 52 - Projeto 3D, detalhe 05 (p. 94) Fonte: Autoria própria Figura 53 - Projeto 3D, detalhe 06. (p. 95) Fonte: Autoria própria Figura 54 - Projeto 3D, detalhe 07. (p. 96) Fonte: Autoria própria Figura 55 - Projeto 3D, detalhe 08. (p. 97)
16 Fonte: Autoria própria
SUMÁRIO 5.1 Operação Urbana Água Espraiada 1. Introdução 5.2 Av. Engenheiro Luis Carlos 2.
Espaços livres públicos Berrini
3.
Conceito de Requalificação
4.
Woonerf
5.
Área de estudo
6.
Estudos de caso
7.
Dados gerais da área de intervenção
8.
Projeto
9.
Considerações Finais
10.
6.1
Bell Street Park
6.2 Praça da Balsa Vieja 6.3 Praça Haruo Uoya 6.4 Praça Victor Civita
Referências bibliográficas
17
1. INTRODUÇÃO
18
Algumas áreas livres públicas em
“Áreas verdes, sendo elas consideradas
cidades grandes como São Paulo, se configuram
como espaços residuais ou não, segundo Nucci
como espaços residuais que sobraram no recorte
(2008, p. 120), para ser identificado como tal,
do tecido urbano. Normalmente, são apenas
devem apresentar pelo menos uma das três funções
o que sobrou de uma imensidão de lotes,
(estética, ecológica e de lazer), além de ser
viários
destinado
e
áreas
institucionais,
ocupados
por residência, comércio e serviços. Essas pequenas áreas, muitas vezes, são locais não projetados para serem áreas verdes, ou seja, lotes que sobraram de grandes construções, tornando-se
espaços
residuais
pelo
rápido
crescimento e desenvolvimento de uma região/ bairro/ cidade. Com isso, essas áreas acabam servindo apenas como passagem para população, por, na maioria das vezes, não ter estrutura necessária
para
atender
as
necessidades,
resultando no tema, que é objeto de estudo deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
19
70%
da
área
para
uso
permeável.”
As três qualificações, que devriam nortear a destinação de áreas verdes, muitas vezes são desconsideradas ou duram pouco tempo depois da sua inauguração; A qualidade de um espaço livre está diretamente atrelada ao seu uso, sendo assim, o uso é o responsável por qualificar o espaço como um lugar, ou seja,
onde
acolherá
as
pessoas
para
que
permaneçam nele. Os espaços que não possuem “O espaço urbano pode ser abordado sob
essa função, não são considerados lugares.
diversos ângulos, tais como o do urbanismo (planejamento e “paisagismo” do espaço), da percepção (sentimentos, valores e atitudes dos habitantes em relação ao espaço vivenciado), ou por meio do estudo das conexões entre a forma espacial e a estrutura social, as funções urbanas e
20
seus
processos
de
realização”
(CORRÊA,
1981).
“Esses ambientes devem ser
Com a proposta de criar espaços de
agradáveis e visualmente convidativos, com
convivência, e não apenas de passagem; esse
acomodações e instalações variadas de modo
trabalho faz uma análise de diferentes praças,
a facilitar a escolha individual. Devem ser
situadas no mesmo bairro (ao longo da Av.
livres de monotonia e isentos das dificuldades
Engenheiro Luís Carlos Berrini) que serão
de espaço e da angústia das aglomerações
objetos de proposta de projeto.
urbanas. Principalmente para as crianças é fundamental que o espaço livre forneça a possibilidade de experimentar sons, odores, texturas, paladar da natureza; andar descalço pela areia, gramado; ter contato com animais como pássaros, pequenos mamíferos e insetos, etc.” (NUCCI, 2008, p. 109)
21
A Avenida Engenheiro Luis Carlos
A
circulação
de
pedestre
em
Berrini, inaugurada em 1965, com o nome em
determinados horários, é visivelmente grande,
homenagem a um dos mais influentes engenheiros
principalmente,
do país em meados do século 20, três arquitetos,
empresas. Por esse motivo, foi estudado o
Carlos Bratke, Roberto Bratke e Francisco
entorno das praças selecionadas para essa
Collet como responsáveis pela revolução da área
pesquisa; mobiliário e atividades que tornem
que ficou conhecida como “Dreno do Brooklin”,
espaços de permanecer, e não apenas de passagem.
pois naquela época era muito comum as enchentes
Além das três praças citadas, será proposto o
pela região. Em 1975, os primeiros escritórios
fechamento da Rua Joel Carlos Borges, onde
começaram a se transferir da Av. Paulista para
circulam quase duas mil pessoas somente na
Rua Funchal, com isso foi construído o primeiro
parte da manhã; pelo fato de estar entre a
edifício comercial da avenida; em 1985, dez
estação Berrini da CPTM, linha 9 Esmeralda,
anos depois, já tinham 20 prédios inaugurados
e a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini.
e 10 em projeto; foi em 1990, o preço do metro quadrado saltou de 50 para 2 mil dólares, com isso a Berrini expandia seu desenvolvimento.
22
no
horário
de
almoço
das
Rua Joel Carlos Borges Praça General Gentil Falcão Praça Mauricio Osvaldo Varela Praça João Duran Alonso Praça Professor Jose Lannes Praça General Sodré e Silva Praça General Eneias Martins Sogue Figura 01 - Pontos de Intervenção
23
2. ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS
24
“O espaço livre é aqui entendido como
Dentre diversas definições de parque
todo espaço (e luz) nas áreas urbanas e em seu
urbano, praças e jardins públicos para esta
entorno, não-coberto por edifícios. A amplitude que
pesquisa considera-se que a função principal
se pretende diz respeito ao espaço e não somente ao
de um parque é ecológica, estética e de lazer.
solo e a água, não-cobertos por edifícios; também
De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução
diz respeito aos espaços que estão ao redor, na
CONAMA Nº 369/2006, é considerada área verde,
auréola da urbanização, e não somente internos,
toda área de domínio público, e que proporcione
entre
MIRANDA.O
a melhoria da qualidade estética, funcional e
parque no desenho urbano. Ensaios n 21, Pag. 202
ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação
tecidos
urbanos.”
Magnoli,
e
espaços
25
livres
de
impermeabilização.
As Urbanos,
funções
classificados
dos de
Espaços acordo
Livres com
as
Espaços Livres, sanitários e sociais (Zona
de
proteção
de
água
subterrânea,
normas californianas são: Espaços Livres em
zonas de lazer, parques urbanos, estradas
função da produção de recursos (Florestas
turísticas, rios e canais navegáveis, parques
explorativas,
regionais);
terras
agrícolas,
zonas
de
Espaços
Livres
para
segurança
extração de minérios); Espaços Livres para
pública (Zonas de solo instável, barragens
proteção de recursos naturais e culturais
de controle de inundação); Espaços Livres
(Bosques e florestas de reservas naturais,
corredores (Linhas de alta tensão, canais e
penhascos, locais de monumentos históricos
canalizações, vias rodoviárias e ferroviárias)
ou
culturais,
locais
parte
da
memória);
Espaço que podemos chamar de livre é todo aquele que não é ocupado por um volume edificado, e que as pessoas tenham acesso a tal.
26
“Praças, ruas, jardins e parques constituem “Espaço não contido entre as paredes e tetos dos edifícios construídos pela sociedade para
sua
moradia
e
trabalho”
(MAGNOLI,1996)
Desde a metade do século XX tem sido visto e abordado por diferentes formas de se requalificar algumas dessas áreas cada uma dessas áreas que se deve o interesse principalmente ao crescimento e valorização do entorno, infraestrutura e lazer para tal área; consequentemente muda o ambiente, a região, os frequentadores, e etc. Essas transformações de áreas urbanas, são muito variáveis pelas diversas possibilidades de mudanças e formas como apenas projeto paisagístico ou estrutural.
o cerne do Sistema de espaços abertos na cidade. Nem sempre verdes, os espaços livres são o reflexo um ideal da vida urbana em determinado momento histórico. Os espaços livres acompanham a evolução das cidades, e suas delimitações, funções e aparência são muitas vezes indefinidas ou sobrepostas; os arquétipos tradicionais de suas configurações, como adros religiosos, praçasmercados e praças vivas, não mais articulam a arquitetura à vida pública urbana nem sempre atendem às novas necessidades de uso. A socialização do espaço público tem sido relegada a um plano secundário, ofuscada pela questão de como deve ser a vegetação no ambiente urbano, tema que tem dominado as discussões sobre as praças e as cidades”. ALEX SUN. Projeto da Praça: Convívio e exclusão no espaço público. 2ª edição, Pag.61
27
“Os espaços públicos funcionam como elementos estruturantes da malha urbana e têm função primordial na integração e continuidade territorial, permitindo a circulação de pessoas e
automóveis.A
rua
em
especial,
tem
papel
estruturador na constituição da forma urbana, pois reflete as formas de mobilidade, acessibilidade e
circulação,
terra
28
urbana”
parcelamento (MACEDO
et
e al,
propriedade 2013,
da
p.09).
3. CONCEITO DE REQUALIFICAÇÃO
29
A revitalização, requalificação e a
“A requalificação urbana é, sobretudo,
renovação são processos que promovem mudança em
um instrumento para a melhoria da qualidade de
áreas específicas, a qual ações da sociedade em
vida da população, promovendo a construção e
muitos casos, não são atendidas na medida em que
recuperação
as formas possuem poder de atuação, nestes casos
e a valorização do espaço público com medidas
são propostos os processos de revitalização
de
dinamização
da área, ou seja, visa captar a verdadeira
de
melhorias
essência de um território, como as cidades,
ou
por exemplo, que hoje são industrializadas.
30
de
equipamentos
social
e
urbanas,
centralidade”
(MOURA,
e
infraestruturas
econômica, de
através
acessibilidade et.
al.,
2006).
Todas as praças possuem um papel importante para a cidade/ população da região, porém nem todas as praças são utilizadas de “forma correta”, muitas vezes pela falta de manutenção e atividades que elas oferecem. “A revitalização é um processo de planejamento estratégico, capaz de reconhecer, manter e introduzir valores de forma cumulativa. Dessa maneira, ela intervém a médio e longo prazo, de forma relacional, assumindo e promovendo vínculos entre territórios, atividades e pessoas, e, por conseguinte influencia na melhoria da qualidade do ambiente urbano e nas condições socioeconômicas” (MOURA, et. al., 2006). Resumindo, considera-se
31 revitalizar é dar vida, renovar um lugar. que
O principal procedimento, e mais
o
local
onde
será
implantado
usual, para o cálculo da área a ser revitalizada
o projeto; se a área for aprovada, será
deve considerar o solo em estado natural. O
entregue um roteiro para elaboração do PRAV.
cálculo deve ser feito pela área do polígono
Se a área a ser revitalizada for particular,
que delimita o trecho a ser revitalizado; o
ou
solo impermeabilizado (asfalto, revestimento,
será necessário que seja apresentada pelo
etc.) o cálculo deve ser feito pela proporção
requerente na autorização dos mesmos para
da
vegetação
de
órgão
público,
que o PRAV possa ser aprovado; no final, será
passos
de
emitida pela Secretaria de Meio Ambiente e
tramitação é dividido em três fases, sendo
Sustentabilidade uma declaração informando a
aprovação
de
aprovação ou não do procedimento em questão.
conjunta
entre
cada
área,
plantada,
domínio
a
de
ser
sob
conforme
arborização
a
estar
caso;
ou
os
seja,
interessados
a e
definição Secretaria
de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS),
32
4. WOONERF
33
Termo de origem holandesa que significa algo como rua de convívio. A ideia é de uma rua compartilhada entre pedestres, bicicletas, crianças brincando e até mesmo carros. A ideia de rua sem divisão de espaços pode ser segura, com determinados elementos
Figura 02 - Woonerf, Kaptensgatan, Holandda
como, mudanç de piso, elevação do leito da via A ideia principal é que o motorista para o mesmo nível da calçada e com a retirada se veja na obrigação indireta de diminuir de sinalizações viárias, inclusive das que a velocidade e a prestar atenção a tudo e limitam
velocidade – sim,
é
isso
mesmo. todos a sua volta. Os motoristas voltam a se portar como pessoas tendo contato visual e preocupados em respeitar o espaço do outro.
34
.
Em
tese
as
ruas
antigas
já
A rua tem se tornando um lugar
funcionavam como as Woonerfs, pois os lugares
definitivamente
de encontro e extensão das salas de estar
os paralelepípedos
de suas residências, porem com o passar do
lindos”, tornavam a tarefa de limpar as
tempo foram ficando cada vez menos amigáveis,
ruas para não dizer impossíve. Os números
inclusive
da
de acidentes por atropelamentos fez com que
tipologia das Townhouses de Nova York era o
as calçadas se popularizassem como solução
fato de sua configuração elevada em relação a
para um deslocamento, com um espaço mais
rua permitir um mínimo afastamento da rua,
limpo e seguro, aliado à popularização do
corriqueiramente inundada por fezes de cavalo.
asfalto
um
dos
motivos
de
sucesso
fez
não
muito que
os carros,
agradável, hoje
então
pos
“achamos
carruagens
motorizadas, se sentirem cada vez mais a vontade para desenvolver maiores velocidades.
35
Figura 03 - Woonerf, Eugene, Oregon, EUA
“Quando
você
trata
as
pessoas
como idiotas, eles vão se comportar como idiotas…”
“As
pessoas
aqui
têm
que
encontrar seu próprio caminho, negociar para si, utilizar os seus próprios cérebros.” Uma lição de respeito e civilidade .
36
5. ÁREA DE ESTUDO
37
5.1 Operação Urbana Água Espraiada
38
A
Operação
Urbana
Consorciada
Todas
as
intervenções
serão
Água Espraiada, visa urbanizar e qualificar
acompanhadas para dar suporte a todas as
urbanisticamente toda a extensão dentro do
famílias
limite do projeto proposto, que está incluso
precárias, como por exemplo em beiras de
a
córrego,
Av.
Água
Jornalista Espraiada,
Roberto onde
será
Marinho,
antiga
construído
um
irregular,
que
e
vivem
em com
em
condições
terrenos habitações
de
muito
assentamento de
interesse
caminho via túnel até a Rodovia Imigrantes,
social.Muitas familias serão removidas para
e reurbanizar as áreas próximos ao Jabaquara,
implantação, e serão atendidas com habitação
construindo
de Interesse Social (HIS) e estão previstos
um
extenso
parque
Linear,
acompanhamentos social para dar suporte a elas.
39
A
construção
das
duas
Pontes
Próximo a Av. Washington Luis, está
Estaiadas, interligou a Marginal Pinheiros
prevista um terminal de ônibus, do lado oposto
com a Av. Roberto Marinho, como descrito no
ao piscinão Água Espraiada, que auxiliará na
projeto original de 2001, com isso a Avenida
manutenção do monotrilho. O parque Chuvisco,
será revitalizada em toda sua extensão, visando
também proposto para região, irá atender a
as moradias existentes com população de baixa
população com espaços para esporte e descanso
renda, tornando-se expressa, ou seja, serão
da população; Está previsto, o prolongamento
construídos vias elevadas para cruzamento,
da Avenida Jornalista Roberto Marinho até a
deixando-a livre para seu tráfego, onde todo
Rodovia dos Imigrantes, através de um túnel
o modo de travessia e cruzamento não serão no
com 2.400m metros de extensão, com viadutos e
nível da Avenida. Em paralelo, será construído a
rampas, para saída de ambos os lados da avenida.
linha ouro, do metro, que auxiliará na locomoção de
quem
necessita
do
transporte
público.
40
Logo após a Av. Pedro Bueno, terá início
o
parque
propiciará
o
metros de extensão, e 90 metros de largura,
intervenção, em condições precárias; trazendo
incluindo
será
a toda extensão do projeto uma valorização
canalizado e saneado preservando seu percurso
de região e crescimento de empreendimentos,
natural. Com base nas condições topográficas,
com projeto de abrangência social, ambiental,
serão
econômica,
distribuídos
as
Jabaquara
diversas
de
urbana
assentamento de dez mil famílias que vivem em
córrego
certa
Operação
3.400
o
linear,
A
que
atividades
propostas ao longo do parque, como áreas de
esportes,
lazer,
convívios,
eventos
e
urbanista
e
paisagística.
A Av. Eng. Luis Carlos Berrini, objeto
descanso. O parque será contornado por uma via
no
contínua, chamada Via Parque, controlada por
Urbana
velocidade máxima, e separada dos pedestres e utilizadores do parque por faixas ajardinadas.
41
deste
setor
estudo,
incluido Consorciada
da
esta
loclizada
OUCAE
(Operação
Água
Espraiada)
42
Figura 04 - Mapa de toda extensĂŁo da OUCAE
5.2 Av. Engenheiro Luis Carlos Berrini
43
Pertence à Prefeitura Regional de Pinheiros, a Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini hoje uma importante via arterial da cidade de São Paulo, local que antigamente, possuía grandes fazendas e linhas de bondes, da Tramway da Light and Power Company. Fomentouse um desenvolvimento imobiliário e industrial na região, com isso as fazenda foram loteadas e vendidas no fim dos anos 1920; Já na década de 50 o bairro ganhou construções de casas e fábricas, e mesmo estando às margens de
Subprefeitura de Pinheiros
dois córregos (Água Espraiada e o Dreno do
Figura
05
-
Mapa
com
Brooklin) não impediu a evolução do distrito.
Subprefeitura de Pinheiros 44
marcação
da
A Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, inaugurada em 1965, homenageando a um dos mais influentes engenheiros do país em meados do século 20, foi projetada por três arquitetos, Carlos Bratke, Roberto Bratke e Francisco Collet responsáveis pela revolução da área que ficou conhecida como “Dreno do Brooklin”, pois naquela época era muito comum as enchentes pela região. Em 1975, os primeiros escritórios começaram a se transferir da Av. Paulista para Rua Funchal, com isso foi construído o primeiro edifício comercial da avenida; em 1985, dez anos depois, já tinham 20 prédios inaugurados e 10 em projeto; foi em 1990, o preço
Figura 06 - Mapa com marcação da
do metro quadrado saltou de 50 para 2 mil dólares,
área intervida
com isso a Berrini expandia seu desenvolvimento.
45
Em meados de 1960 foram construídos os primeiros loteamentos irregulares à margem do córrego Água Espraiada, conhecido como favela o
Jardim
Conjunto
Edite,
onde
Habitacional
foi
construído
Jardim
Edite
Figura 08 - Foto aérea da Região da Berrini, 1960.
Figura 07 - Foto aérea da Região da Berrini, 1958.
46
A partir da década de 60, quando começou a ser planejada e construída por três arquitetos, sendo Carlos Bratke, Roberto Bratke e Francisco Collet, a fim de formar um
novo
“centro
econômico”
na
cidade,
estabeleceram que tornariam como partida a Rua Funchal, pela sua localização e potencialidade da
região
onde
está
localizada.
A
Zona
Figura 09 - Foto aérea da Região da Berrini,década de 70.
Sudoeste de São Paulo, no bairro Brooklin Novo, próximo aos Shoppings Morumbi e Market Place, paralela a Marginal Pinheiros onde tem acesso rápido à pontos importantes da cidade, próximo também ao Aeroporto de Congonhas, e servida pela Linha 9, Esmeralda, da CPTM.
47
Figura 10 - Av. Eng. Luis Carlos Berrini, 1990 - 2011 O planejamento urbano, foi estudado pelos três arquitetos com a intensão de expandir e trazer importantes empresas que só tinham interesse na Avenida Paulista; Com isso a avenida acabou construída para cobrir o dreno e não para solucionar problemas viários, como diz o Bratke “no início a Berrini era uma avenida ligando nada a lugar nenhum” Ainda na década de 70, foi construído o primeiro edifício na avenida, comercial; em paralelo ao processo de revitalização da avenida, foram surgindo favelas no seu entorno.
48
A proposta é exatamente trazer o que a região não tem; a movimentação nos finais de semana e na parte da noite, horários que os escritórios não funcionam e acaba ficando vazio toda a extensão da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini. As onze praças ao longo da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, foram estudas e analisadas para que possa ser feito um sistema e uma identidade para essa região. Com a iniciativa de seis, das onze praças presentes no local. A proposta de revitalização será um “plano piloto” para posteriormente unificar as demais áreas verdes.
Figura 11 - Foto aérea 2013
49
50
Figura 12 - Mapa Distrito Itaim Bibi - Prefeitura Regional de Pinheiros
A região da Avenida Engenheiro Luís Carlos
Berrini,
novo
centro
econômico
da
apenas com redesenho e reformas, com
pontos
de
e desenvolvida, atraindo a população para
O objetivo é dar uma identidade nova para
circular pela região. Com os milhares de
esses
nas ruas próximas, a circulação de pessoas, principalmente em determinados horários (horário da manhã, hora do almoço, e entre 17h -19h) tem sido cada dia mais intensa e sem local para descanso antes ou após o almoço; com base nisto, a proposta da intervenção urbana deste trabalho é propor um projeto de um sistema de espaços livres aproveitando espaços já existentes,
51
através
e
para
eventos,
espaços
descansos
locais
capital; vem sendo cada dia mais valorizada
prédios comerciais instalados na Avenida, ou
feiras,
parada,
deste
encontros.
redesenho.
52
6. ESTUDOS DE CASO
53
Local:
6.1 Bell Street Park
Área:
Seattle,
Estados 5.382
Unidos m²
Criado em 2014, com 1,33 acress, o
com isso, foi redesenvolvido como
Bell Street Park é um parque localizao em
uma área de transporte de pedestres / veiculos
Washigton, em Seattle, no bairro de Belltown.
de uso misto. Uma inovação, e comisso surgiu o
O bairro no qual ele está situado, é
woonerf, o parque é descrito como um “grande
descrito como “hot-spot’, para crimes,tráfico
experimento” em Seattle, e quase único no
de drogas e desordem civil” e destinado em parte
Estado de Washington. Ganhou um prêmio de
a reduzir as taxas de criminalidade na rua a
design da Seattle Design Commission em 2014.
propriedade era Transferido do departamento de transporte da cidade para Parques e Recreação,
Figura 13 - Bell Street Park, EUA
54
Figura 14 - Antes da construção
Figura 15 - Bell Street Park pronto Referência para Rua Joel Carlos Borges: - Fechamento da rua para passagem de carros - Total acessibilidade - Acesso apenas para pedestres e ciclistas - Canteiros e vegetação
55
6.2 A
Praça da Balsa Vieja
Praça
Balsa
Vieja,
localizada
Local:
Totana,
Espanha
na Área:
2.795
m²
Espanha, em Totana, com uma área de 2.795m², foi reformada com a intenção de revitalizar e fortalecer o uso do espaço, conferindo-lhe caráter próprio e sempre que possível acomodando usos múltiplos, para que mais pessoas frequentassem a mesma.Com isso,
público, de descanso e as
relações sociais, até os espaços mais íntimos onde reunir-se para relaxar, ler ou conversar. A praça foi zoneada em dois grandes ambientes, um com vegetação e mobiliário de lazer e outro mais amplo que favorece o uso dos edifícios vizinhos. A presença de desníveis dentro da área de intervenção
56
foi criado um sistema próprio de pavimentação, além
de
mobiliários
e
equipamentos
diversos.
Figura 16 - Praça da Balsa Vieja
Figura 17 - Praça da Balsa Vieja Totana, um município da região de Múrcia,
local cercado por uma pequena praça
e vários edifícios residenciais, o projeto a Plaza de la Vieja Balsa que está localizada próximo da Prefeitura e da Igreja de Santiago, no centro da cidade. Apesar de sua localização privilegiada, este local de reunião, de 2795 m2 de superfície, apresenta algumas dificuldades
57
Referência
para
Figura 19 - Área de Figura 18 - Área de descando da Praça da
projeto
das
praças:
Wifi da Praça da Balsa
Vieja
Balsa Vieja
Pontos de Wi- Fi em todas as praças, para Áreas de descanso, com mesas e cadeiras
reunir amigos, moradores e trabalhadores do local
58
Proposta de desenho de piso corresponde com todos os setores da praça, desde posição do mobiliário, até canteiros com flores
Figura 20 - Planta baixa da Praça da Balsa Vieja
59
6.3
Praça Haruo Uoya
Local: São Paulo, Brasil Área: 3.225 m²
A praça Haruo Uoya, uma das praças escolhidas como referência e estudo de caso; localizada na Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, estava completamente abandonada pela comunidade, era pouco frequentada e servia apenas como passagem para muitos. O grande problema que os moradores tinham que enfrentar era a presença de dependentes químicos que Figura 21 - Foto da Praça Haruo Uoya depois da revitalização se aproveitavam do abandono da praça para se
instalarem
e
usarem
drogas
no
local.
60
Com iniciativa do Instituto Elos, uma organização que cria soluções inovadoras e
coletivas
para
problemas
na
cidade,
em
parceria com a GVT, foi atrás dos moradores do bairro para revitalizar a praça; apesar de muita desconfiança dos moradores, quase todos colaboraram para iniciativa e mudança da praça.
Figura 22 - Foto da Praça Haruo Uoya antes da revitalização
61
Figura 23 - Planta da Praça Haruo Uoya Referência para projeto das praças: Mobiliário diferenciado para população local
Foram instalados, com ajuda de toda população local, parquinhos com novos brinquedos, como
parede
de
escalada,
bicicletário,
Acessibilidade
mesas de xadrez, brancos de madeira, horta
Atividade para todas as idades
vertical e até espaço para projeção de vídeos.
Árvores existentes permaneceram no local. Plantação de novas árvores
62
6.4
Local: São Paulo, Brasil
Praça Victor Civita
Área: 13.000 m² A Praça Victor Civita, grande exemplo de projeto de sustentabilidade, localizada em Pinheiros, com área total de 13.648m², é decretado um espaço público de gestão privado, onde foi criada por uma iniciativa do Instituto Abril, com a intenção de devolver para comunidade de
Pinheiros,
um
espaço
de
convivência.
Se trata de um espaço que foi tomado
em
1949,
onde
foi
construído
um Figura 24 - 3D Praça Victor Civita
incinerador de lixo hospitalar e residencial. Isso
acabou
reciclagem
tornando e
local
completamente
um
ponto
de
contaminado.
63
O processo foi iniciado pela Editora Abril, depois de ter tomado conhecimento de toda história do local, foi feita uma pesquisa da
comunidade,
onde
realizaram
reuniões
para decidir o que ia ser feito no local; a resposta, já esperada, foi um espaço que englobasse lazer, cultura, e de convivência. Em parceria com a Cetesp, e com a GTZ, foi realizado uma pesquisa e estudo profundo, para ver o grau de contaminação de toda área; Figura 25 - Foto antes da revitalização Praça consequentemente foi assinado com a prefeitura Victor Civita regional de Pinheiros um acordo de cooperação.
64
Figura 26 - 3D Praça Victor Civita Com a abertura da estação Pinheiros,
ou
com
utilidade
muito
precária
o público da praça teve um aumento muito
(como nesse caso que funcionava o incinerador
significativo, e a cada dia é surpreendido
da
com
população,
seja
intervenção foi provado e visto por muitos
até
mesmo
das
a
de
longe
para
a
diversidade
grande
de
público.
potencialidade
que
Com
existe
essa
em
transformar um local totalmente sem utilidade,
cidade),
em
local da
para
uso
população
pessoas
que
participarem/
de
local, se
toda ou
deslocam realizarem
atividades cotidianas que ocorrem na praça.
65
Referência para projeto das praças: Deck de madeira com captação de água pluvial Atividade para todas as idades Árvores existentes permaneceram no local. Plantação de novas árvores Figura 27 - Planta da
Praça Victor Civita
66
7. DADOS GERAIS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
67
MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DE SOLO
Figura 28 - Mapa de uso e ocupação do solo
68
MAPA DE ร REAS VERDES
Figura 29 - Mapa de รกreas verdes
69
MAPA DE GABARITO
Figura 30 - Mapa de gabarito
70
MAPA DE SISTEMA VIร RIO
Figura 31 - Mapa de sistema viรกrio
71
MAPA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
Figura 32 - Mapa de intervenção
72
8. PROJETO
73
MAPA DE PROBLEMAS DA ÁREA
Calçada pequena para quantidade de pedestre
Grandes praças sem uso
Rua usada para estacionamento de carros
74
Figura 33 - 3D área de intervenção
MAPA DE POTENCIALIDADES DA ÁREA Estação de trem (fácil acesso para pedestre)
Área bem arborizada
Valorização da Marginal Tiete (fácil
região
acesso para automóveis) Figura 34 - 3D área de intervenção
75
IMPLANTAÇÃO GERAL
04 05 03 06 02 07
01 08
Figura 35 - Implantação geral da área
76
PRAÇA GENERAL GENTIL FALCÃO DETALHE 01
Figura 36 - Implantação praça General Gentil Falcão
77
PRAÇA OSVALDO MAURICIO VARELA DETALHE 02
Figura 37 - Implantação Praça Osvaldo Maurucio Varela
78
PRAÇA JOÃO DURAN ALONSO DETALHE 03
Figura 38 - Implantação Praça João Duran Alonso
79
PRAÇA PROFESSOR JOSE LANNES DETALHE 04
Figura 39 - Implantação Praça Professor Jose Lannes
80
PRAÇA GENERAL SODRÉ E SILVA DETALHE 05
Figura 40 - Implantação Praça General Sodré e Silva
81
PRAÇA GENERAL ENEIAS MARTINS SOGUE DETALHE 06
Figura 41 - Implantação Praça General Eneias Martins Sogue
82
RUA JOEL CARLOS BORGES DETALHE 07
Figura 42 - Implantação Rua Joel Carlos Borges
83
RUA SANSÃO ALVES DOS SANTOS DETALHE 08
Figura 43 - Implantação Rua Sansão Alves dos Santos
84
Em todas as praças e áreas estudadas
As perguntas e os
neste projeto, localizadas no entorno da
percentuais das alternativas mais
Berrini, foram usadas a mesma linguagem, para
escolhidas estão apresentadas a
que, percebam que a cidade precisa e deve ser
seguir
tratada como um todo, e não, ser “reformada” através de partes e pedaços. O projeto mostra que para fazer qualquer intervenção significativa em uma região que é preciso fazer um estudo muito profundo de todas as exigência, problemas e potencialidades daquele local, e de maneira nenhuma deixar de consultar a população do bairro, tanto a população fixa, como a população temporária. Por este motivo, foi feito um questionário, respondido por cerca de 70 pessoas, em dois dias diferentes.
85
1. Hoje em dia, você costuma frequentar as praças ao longo da Av. Eng. Luis Carlos Berrini? a. Sempre b. As Vezes c. Raramente
87%
d. Nunca 2. Com a presença de food trucks, você almoçaria na praça, ao invés de ir ao restuarante? a. Sempre b. As Vezes
91%
c. Raramente d. Nunca 3. Voê utilizaria a praça como “área de descanso no meio de um dia intenso de trabalho? a. Sempre
79%
b. As Vezes c. Raramente d. Nunca
86
MATERIAIS UTILIZADOS EM TODAS AS PRAÇAS: O Piso permeável e drenante,ou as placas
drenantes de
para pavimentos
concreto
intertravados feitas
com concreto poroso,e com isso a água é drenada, o que torna o uso em praças e espaços públicos, principalmente, muito indicado. O piso de concreto permeável e drenante , estão sendo considerados os pisos mais ecológicos atualmente no mercado,além de
atérmicos
e
que
contribui
para
sustentável,
antiderrapantes, um ambiente
permitindo
um
o
Figura 44 - Placa de cimento permeável
mais melhor
escoamento das águas das chuvas e ajudando
87 a combater as enchentes e inundações.
O deck de madeira, serĂĄ elevado 20cm onde serĂĄ composto por: Barreira contra raĂzes Placa de drenagem
Figura 45 - Placa de drenagem
Deck de madeira
88
Figura 46 - 3D Proposta de deck
Figura 47 - Detalhe de captação de aguá
89
90
Figura 48 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 01)
91
Figura 49 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 02)
92
Figura 50 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 03)
Figura 51 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 04)
93
94
Figura 52 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 05)
95
Figura 53 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 06)
96
Figura 54 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 07)
97
Figura 55 - Projeto 3D, praรงa (detalhe 08)
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
98
Foi abordado um aspecto muito comum,
As praças que estão situadas ao longo
não apenas na cidade de São Paulo, mas em
da Avenida Luís Carlos Berrini, na região do
muitas outras: a questão das áreas verdes
Brooklin, tem uma potencialidade enorme em ser
decretadas como praças que não possuem uso,
o ponto de refúgio da população que trabalha
ou possuem algum uso inadequado para tal.
na região; porém pela falta de manutenção e
Hoje em dia, a preocupação por uma
serviços adequados acaba sendo usada apenas como
vida mais saudável, local “diferenciado”
passagem, pelo fato de não tem nada que convide
para
o indivíduo a entrar, sentar e usufruir o local.
descanso
procurado
pela
e
lazer, população
tem de
sido
muito
Foram
diferentes
verdes públicas que funcionam, tem sido muito
como exemplo e estudo de revitalização de
utilizada
de
espaço público, e intervenção em duas ruas
shopping center e locais muito aglomerados.
das imediações da Berrini, ou seja, locais
que
“foge”
que
99
antigamente
não
praças
que
trabalho,
seis,
população
diversas
neste
idades. Visando esse pensamento, as áreas
para
das
ilustrados
tinham
serviram
utilidade,
à
O fechamento da Rua Joel Carlos
população local, a não ser medo; Através
Borges, onde possui saída da Estação Berrini
de
seja
da CPTM, visando um calçadão para pedestres,
com apoio de verba, ou apenas com mutirões
no mesmo nível em toda sua extensão que vai
realizados pela própria população, os locais
da
tornaram-se completamente diferentes, sendo
Alves
frequentado
mão única, com a ideia de ruas completas.
e
não
diversos
acrescentavam
tipos
não
de
só
nada
revitalização,
pela
população
local,
Marginal dos
Através propostas
algumas
desses
estudos
Santos,
A
como por pessoas que se deslocam até a praça para participação de atividades e eventos.
Pinheiros, onde
até
proposta,
será
visa
a
Rua uma
Sansão via
trazer
de
para
população atividades e movimentação para o local
foram
também fora dos dias e horários comerciais,
área,
ou
intervenções
na
existem
longo
seja,
torna
possível
a
realização
de
da
eventos e atividades que sejam convidativos
Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini com
para a população se deslocar até a região.
seis
praças
que
ao
intenção de revitaliza-las e requalifica-las
100
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
101
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