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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Priscila Santana Souza
REDESCOBRINDO O CÓRREGO CACHOEIRA:
PARQUE CHÁCARAS MARCO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientação: Prof. Ms. Marcella de Moraes Ocke Mussnich
SÃO PAULO 2017 3
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AGRADECIMENTOS A minha mãe Graça e irmã Cristina, seres iluminados e pessoas maravilhosas, que sempre estiveram presentes na minha vida e principalmente pelo apoio dado durante estes cinco anos de curso. Obrigada pela paciência, amor incondicinal e dedicação. Sempre serão essenciais na minha vida. Ao meu pai Osvaldo que desde pequena me ensinou a ter um outro olhar pela cidade e me ensinou a amar a natureza assim como ele a amava. Aos meus amigos Aline,Gabriela,Guilherme,Karen e Mônica pelo apoio durante a tragetória, pelas risadas, choros, pelo compartilhamento de experiências e por me completarem cada um com sua particularidade. Ao meu amigo Fernando pelos passeios pelo centro, magrugadas terminando maquete e por me ajudar a acreditar mais em mim e naquilo que eu faço. A minha orientadora, Marcella Ocke por me ajudar a concluir esta etapa tão importante. Obrigada pelas conversas, pela paciência e pela sensibilidade maravilhosa, sempre mostrando qual caminho seguir. Sensibilidade esta que me fez ter um outro olhar sobre a cidade. Ao professor Ricardo Dualde pelo auxilio, pela prontidão em ajudar e pela troca de experiências. Também agradeço a todos professores que compartilharam seu conhecimento e sabedoria durante todos estes anos. Gratidão por todas as pessoas que passaram pela minha vida durante este período e contribuiram direta e indiretamente para que este trabalho tenha sido possível.
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RESUMO Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo a criação de um parque no bairro do Chácaras Marco localizado no Município de Barueri, zona Oeste da capital. O perímetro escolhido está na área de várzea do córrego Cachoeira e do rio Tietê. Sendo assim, esta proposta de projeto procura contribuir tanto para reestabelecer a relação de familiaridade da população com a água como para a sustentabilidade urbana, através da recuperação ambiental e soluções sustentáveis, e como área possível de amenizar as tensões sociais como um espaço democrático de lazer. Palavras chave: Parque, Recuperação Ambiental, Chácaras Marco, Barueri, Várzea.
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ABSTRACT This final work is aimed at describing the creation of a park at Chácaras Marco's neighborhood, located in Barueri, west part of the capital.The perimeter chosen is in the floodplain of the stream Cachoeira and the river Tietê. For this reason, this project proposal seeks to contribute to restoring the relation of familiarity of the population with the water as for the urban sustainability, through environmental recovery and sustainable solutions, and minimization of social tensions.
Keywords: park, environmental recovery, Chácaras Marco, Barueri, floodplain.
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SUMÁRIO 1. Introdução....................................................................................................................................... 10 2. Conceitos........................................................................................................................................ 11 2.1 Espaço Livre e Sistema de Espaços Livres............................................................................. 11 2.2 Parque...................................................................................................................................... 11 2.3 Áreas degradadas................................................................................................................... 11 2.4 Infraestrutura verde ................................................................................................................ 13 2.4.1 Wetland......................................................................................................................... 13 3. Estudos de caso............................................................................................................................. 15 3.1 Parque da Gleba E..................................................................................................................... 15 3.2 Praça Victor Civita...................................................................................................................... 17 3.3 Parque Gabriel Chucre (Parque público da Lagoa de Carapicuíba).......................................... 19 3.4 Urbanização do Complexo Cantinho do Céu............................................................................. 21 4. Estudo preliminar........................................................................................................................... 26 4.1 Histórico do município e da área................................................................................................ 26 4.2 Levantamentos e percepções.................................................................................................... 26 5. Parque Chácaras Marco................................................................................................................ 38 5.1 Lei 12651.................................................................................................................................... 38 5.2 Visão Macro................................................................................................................................ 40 5.3 O processo de projeto................................................................................................................ 43 Considerações finais........................................................................................................................ 67 Referências Bibliográficas................................................................................................................ 69 Índice de imagens.............................................................................................................................. 72 9
1. INTRODUÇÃO Os espaços livres estão presentes na organização das cidades desde a Antiguidade e são palco de diferentes expressões da vida cotidiana. Para Macedo (1999, p.5) o principal espaço livre é a rua, elemento fundamental de conexão na cidade, por onde ocorre grande parte da vida cotidiana da sociedade urbana. Parques, praças, mirantes, calçadões, promenades, florestas urbanas, reservas municipais e estaduais, lagoas e praias se constituem nos demais elementos desse sistema de espaços livres. Sendo o parque um elemento do sistema de espaços livres de uma cidade, sua principal função é atender as necessidades de lazer e recreação da população, como também possibilitar a convivência e a interação. A cansativa rotina da vida urbana pode ser atenuada por atividades que são realizadas nos parques, como passeios e brincadeiras, caminhadas e a própria interação entre os moradores, que muitas vezes não tem a possibilidade de se encontrar e conversar justamente pela vida acelerada que se tem nas grandes cidades. Partindo desta definição, começo a observar o trajeto da minha residência até a universidade e não percebo uma conexão clara entre os espaços livres. Existem vários espaços muitas vezes residuais, derivados da implantação do sistema viário, que possuem potencial para utilização, mas que não apresentam nenhuma
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função, além da de áreas permeáveis que facilitam a drenagem urbana. O que existe não pode ser considerado um “ Sistema de Espaços Livres”, tal como sugere o termo sistema, mas sim um “ Conjunto de Espaços Livres”. A percepção da paisagem é uma atividade cotidiana e como moradora do município de Barueri, região Oeste da capital, no bairro Vila São Silvestre, ao me dar conta da paisagem existente, percebo que no entorno onde moro existe a possibilidade de conexão entre os espaços livres existentes – especificamente no bairro vizinho ao meu. Em vista disso, foi definido para esta pesquisa um trecho do bairro do Chácaras Marco, com o objetivo de criar um parque. O perímetro escolhido para o presente estudo é delimitado pela Av. Marco, Rua Tilápia e Rua Alberto José da Motta. Serão descritos os conceitos de espaço livre, parque, áreas residuais e infraestrutura verde para introduzir premissas importantes que estarão presentes na concepção do estudo preliminar deste trabalho. A metodologia de pesquisa deste trabalho foi feita através de um levantamento do histórico da região, identificando sua formação territorial e quais foram os fatores que impulsionaram sua ocupação e que levaram a formação dos espaços residuais, que serão objeto de intervenção. A partir deste histórico, foi realizada uma análise da situação atual do terreno e a identificação das dinâmicas diárias do local, principalmente a questão das áreas residuais, do córrego existente e como incorporá-los novamente à vida dos moradores, reconstituindo o espaço como um local de convívio e lazer.
Após todo o levantamento, foi proposto um projeto de parque que tem o papel de requalificar uma região de várzea já degradada por ação antrópica, visando um espaço que promova o lazer e a interação das pessoas com a própria comunidade e a água, recurso presente em quase toda a extensão da área estudada.
2. CONCEITOS
2.1 Espaço Livre e Sistema de Espaços Livres Para Magnoli (2006) o espaço livre é entendido como todo espaço (e luz) nas áreas urbanas e em seu entorno, não-coberto por edifícios.
O terreno estudado no bairro do Chácaras Marco é uma região que passou por inúmeras transformações no decorrer dos anos. Hoje é uma área degradada, com potencial de parque, onde se pode aplicar os conceitos de infraestrutura verde para posteriormente formar um sistema de espaços livres que faz a reconexão das áreas de várzea do rio Tietê. Partindo desta premissa, para melhor contextualização do tema este capitulo irá introduzir os conceitos que estarão presentes na concepção do projeto deste trabalho.
Segundo Macedo (1999) entende-se como sistema de espaços livres (SEL) urbanos os elementos e as relações que organizam e estruturam o conjunto de todos os espaços livres de um determinado recorte urbano – da escala interurbana à regional. Como um sistema aberto, o SEL urbano se relaciona ao SEL regional, e assim sucessivamente, redefinindo-se reciprocamente. Os espaços livres públicos formam um subsistema dentro do sistema de espaços livres. O principal espaço livre é a rua, elemento fundamental de conexão na cidade, por onde ocorre grande parte da vida cotidiana da sociedade urbana. Parques, praças, mirantes, calçadões, promenades, florestas urbanas, reservas municipais estaduais, lagoas, praias, etc. se constituem nos demais elementos desse sistema. O conceito de sistema de espaços livres adotado se sobrepõe, contendo e ampliando o conceito usual de áreas verdes frequentemente utilizado no país, que tem como base a necessidade de espaços livres dotados de vegetação. Esta é uma ideia reducionista que deixa de lado as características fundamentais do espaço urbano como a complexidade e diversidade das formas de apropriação e apreensão social
e o fato real da impossibilidade física e mesmo da inconveniência da existência de vegetação em determinados espaços livres. MACEDO (1999, p.5)
Partindo destas definições, o perímetro escolhido conecta-se através do viário existente, que segundo a definição de Macedo é elemento fundamental de conexão na cidade.
2.2 Parque Segundo Macedo e Sakata (2010) um parque urbano é um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana, que atende a uma grande diversidade de solicitações de lazer, tanto esportivas quanto culturais, não possuindo, muitas vezes, a antiga destinação voltada basicamente para o lazer contemplativo. Os parques públicos são, inicialmente (1789), propostos em Munich como espaços de recreação pública. Tira-se partido, na maior parte dos espaços, de fortificações em desuso. Com a acepção atual de áreas especificamente reservadas para utilização pela população, são desenvolvidos, no século XIX, por desenhos em áreas da Coroa Britânica (St. James Park e Regent’s Park/1828). O primeiro sistema de parques desenhado para Paris não teve como critério fundamental a utilização pela população. É em Nova York, com o Central Park, que se implanta o maior parque público que seria desenhado com critério,
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na época, julgado de necessidade da população urbana. MAGNOLI (2006, p.202)
O município de Barueri possui três parques: o Parque Municipal Dom José, o Parque Ecológico de Barueri (Núcleo Ilha do Tamboré) e o Parque Ambiental Flor Vermelha. Os dois primeiros parques atendem necessidades da população, possuindo área vegetada e infraestrutura de lazer e recreação. Somente o Parque Ambiental Flor Vermelha que, por estar em área de preservação, é destinado somente à educação ambiental.
IMAGEM 1 Mapa de localização dos parques em Barueri IMAGEM 2 Parque Ecológico de Barueri IMAGEM 3 Parque Municipal Dom José
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2.3 Áreas degradadas O conceito de degradação é bem amplo e genérico. De acordo com o contexto que é aplicado e o campo profissional, podemos encontrar diversas definições para o tema. Segundo Sanches (2011, p.25) no contexto do ambiente natural, o termo degradação está muito relacionado a perturbações e desequilíbrios de um ecossistema. Segundo o Guia de recuperação de áreas degradadas da Sabesp (2013 apud SANCHES, 2011, p.25), o termo degradação é definido como “as modificações impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais, alterando as suas características físicas, químicas e biológicas, e comprometendo, assim, a qualidade de vida dos seres humanos. ”. Já no contexto urbano, área degradada é entendida como um espaço abandonado ou subutilizado, que perdeu sua função do ponto de vista ambiental e até social. Em termos sociais são áreas mais vulneráveis a atividades ilícitas, favorecendo a violência, o crime e ocupações irregulares. Já em termos ambientais, há ausência de flora e da fauna local, poluição, contaminação, erosão e assoreamento. Partindo desta definição, podemos entender o perímetro escolhido no bairro do Chácaras Marco como uma área degradada. Tanto em termos ambientais, pois a fauna, a flora e os cursos d’agua foram afetados por ação antrópica, como
sociais pois como o local não possui uma identidade e não foi apropriado pelos moradores da região, torna-se um “não lugar” que serve apenas como local de passagem, não criando qualquer tipo de relação com as pessoas e transmitindo a sensação de insegurança aos transeuntes.
2.4 Infraestrutura verde Será introduzido o conceito de infraestrutura verde pois a solução apresentada a seguir tem potencial paisagístico e pode contribuir para a solução de problemas que ocorrem na área estudada, relacionados à drenagem e à qualidade da água, aumentando assim a relevância ambiental e social do projeto. Segundo Cormier e Pellegrino (2008, p.127) na região denominada Noroeste Pacífico, que compreende os estados de Washington e Oregon, nos Estados Unidos, e a Província da Colúmbia Britânica, no Canadá, pode ser identificado um movimento de criação de paisagens urbanas que mimetizam funções ecológicas e hidrológicas dos ambientes naturais. Isso é percebido como parte de uma estratégia de implantação de espaços abertos urbanos, paisagisticamente tratados para serem muito mais do que meras ações de embelezamento urbano, mas também para desempenharem funções infra estruturais relacionadas ao manejo das águas urbanas, conforto ambiental, biodiversidade, alternativas
de circulação, acessibilidades e imagem local. Podemos definir “infraestrutura verde” como um conjunto de áreas naturais e outros tipos de espaços abertos que conservam os valores dos ecossistemas naturais e suas funções como controle ambiental, regulação climática, mananciais, concedendo uma série de benefícios para a sociedade. No âmbito do projeto, essa infraestrutura verde pode ser integrada aos projetos de arquitetura paisagística de modo a aumentar sua relevância social e ambiental. A seguir será listada uma tipologia que foi aplicada na região estudada neste projeto de pesquisa.
2.4.1 Wetland Segundo SALATI (2001) o termo “wetland” é utilizado para caracterizar vários ecossistemas naturais que ficam parcial ou totalmente inundados durante o ano. As “wetlands” naturais são facilmente reconhecidas como várzeas dos rios, os igapós na Amazôia, os banhados, os pântanos, as formações lacustres e freático muito alto porém nem sempre com afloramento superficial, os manguezais entre outros. Sendo assim, os sistemas de “wetlands” construidos são ecossistemas artificiais com diferentes tecologias, utilizando os principios básicos de modificação da qualidade da água das “wetlands’’ natuais.
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Há alguns projetos nacionais e internacionais que consideram a instalação de WetlandsConstruídas na paisagem e no desenvolvimento de projetos e sistemas de parques. Temos um exemplo na cidade de São Paulo que é a Praça Victor Civita onde através de canaletas o esgoto e a água da chuva são levados para as Wetlands, que tem como objetivo o tratamento do esgoto e da água da chuva do prédio do museu.
IMAGEM 4 ( acima ) Wetland do parque Wakodahatchee Wetlands na Flórida. IMAGEM 5 ( abaixo do texto ) Wetlands no entorno do lago do Parque Cidade de Toronto IMAGEM 6 Alagado construído ( Wetland ) - Praça Victor Civita.
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3. ESTUDOS DE CASO
3.1 Parque da Gleba E A “gleba E”, anteriormente conhecida como Fazenda da Restinga, está localizada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, encravada entre a Avenida das Américas e a Avenida Ayrton Senna. É uma área que se encontra às margens da Lagoa da Tijuca e possui privilegiado enquadramento paisagístico pois é cercada pelos monumentos geológicos naturais: a Pedra do Itanhangá, a Pedra da Panela e o Maciço da Tijuca. Já no início dos anos de 1980, em decorrência de ações antrópicas, a área já apresentava um quadro de quase completa degradação, com destruição do ecossistema local, ocupações irregulares e aterros. Segundo Curado (2007) o Parque da Gleba E foi uma iniciativa da Construtora Carvalho Hosken para adequar a área a uma nova concepção de empreendimento imobiliário. Apresenta, assim como a Gleba E, a ecogênese como conceito de intervenção na paisagem, no sentido da recuperação ambiental do ecossistema degradado.
Os estudos de caso que serão apresentados a seguir foram escolhidos pensando nas características que se quis incorporar à proposta de projeto e por possuírem aspectos semelhantes aos do perímetro escolhido no bairro do Chácaras Marco. São projetos que pensam na recuperação ambiental de determinada região, em soluções sustentáveis como reuso de água e captação de energia solar, educação ambiental, melhoria da qualidade urbana e em despertar a familiaridade da população com os cursos d’água através da interação com a água.
Em uma área de 900 mil m² foi proposto para este empreendimento cerca de oitenta edifícios, onde a área total edificada seria menor que a área livre compreendendo ruas, passeios e áreas verdes. Foi exigido pela Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente a recuperação da faixa marginal de proteção da lagoa, que apresentava apenas pequenos trechos de manguezais isolados e já condenados a desaparecer. A autoria do projeto de paisagismo é dos arquitetos Fernando Magalhães Chacel e Sidney Schiwindt Linhares. Concluído em 1990, os arquitetos propõem a criação de um parque de uso extensivo e também de cunho ecológico, onde as situações paisagísticas estão integradas e combinadas. A ideia foi criar um parque que atenda tanto qualidades estéticas e de conforto climático, como a recuperação do ecossistema.
IMAGEM 7 Vista aérea, antes da implantação do Parque da Gleba “E”, atual Península, mostrando a degradação da estrutura superficial.
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Sendo assim, o projeto prevê três modelos de intervenção da paisagem: o modelo mangue, o modelo restinga e o modelo parque. O modelo mangue constitui a recuperação e ampliação do manguezal que existia anteriormente e passou a ocupar toda a margem da lagoa. O processo de regeneração foi rápido pois foram utilizadas mudas do próprio local. O modelo restinga foi recriado, pois a vegetação estava extinta no local. Foram plantadas espécies vegetais desse ecossistema, como bromélias e cactáceas, formando um grande jardim natural estabelecendo uma área de transição com o mangue.
IMAGEM 8 Planta baixa, onde se vê a área destinada ao mangue e a área de transição do parque. IMAGEM 9 Corte esquemático que mostra da direita para a esquerda: a lagoa, o manguezal, a restinga, a área de transição paisagística com tratamento de parque e o edifício. IMAGEM 10 Início da implantação do Parque da Gleba “E” IMAGEM 11 Área de transição paisagística com tratamento de parque.
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No modelo parque se enquadra a área de transição paisagística, onde segundo Chacel (apud CURADO, 2007, p.98) tinha a intenção de ter uma “arborização provida de floração rica, alternada e colorida, permeada de palmeiras estabelecidas sobre áreas gramadas e relvadas. Um espaço aberto e colorido” emoldurando as áreas de caminhar e estar. Haveria rica arborização, com espécies frutíferas e sombreamento alternado com clareiras que permitissem visuais abertos e iluminados. As espécies de pós-mangue seriam as mais utilizadas no modelo parque. Este conjunto constituído pelo manguezal, associações de pós-mangue, restinga e o mosaico de transição paisagística do modelo parque estariam em sintonia formal com as praças, arborização das vias de circulação e dos jardins de pré-arquitetura, e esta mesma conceituação deveria integrar os jardins sobre lajes, quando da consolidação da estrutura edificada. (CURADO,2007, p.98)
O principal motivo da escolha deste projeto
IMAGEM 12 Proposta para um dos parques internos da Gleba E, com equipamentos de lazer entremeados de densa arborização de restinga.
como estudo de caso foi o processo de recriação da paisagem natural e a utilização de vegetação nativa da região, o que possibilitou a volta progressiva da fauna. É de interesse da pesquisa aplicar conceitos semelhantes à proposta de projeto, adequando-os a realidade da área no bairro do Chácaras Marco.
3.2 Praça Victor Civita Inaugurada em 2008, a praça Victor Civita está situada em um terreno, no bairro de Pinheiros em São Paulo, que antes abrigava um antigo incinerador de resíduos domiciliares, hospitalares e industriais, que funcionou de 1949 a 1989. Posteriormente a área passou a ser ocupada por cooperativas de reciclagem que permaneceram no terreno até o final de 2006, o que agravou ainda mais a contaminação do solo. Através de uma parceria entre o Instituto Abril, cuja sede se localiza ao lado do terreno, e a Prefeitura de São Paulo foi viabilizado o projeto de recuperação e revitalização do local. Iniciado em 2006, o projeto de arquitetura é de autoria do escritório Levisky Arquitetos Associados e o projeto de paisagismo do arquiteto Benedito Abbud.A equipe tinha o desafio de transformar um espaço degradado por anos de acumulo de resíduos tóxicos em um espaço de lazer, reflexão, inspiração e informação sobre as questões ambientais e urbanas.
Com base nisso, como é citado no portal Vitruvius (2009) foi criado um projeto com soluções que se apropriam da temática de modo positivo, focando o problema e ao mesmo tempo mostrando como superá-lo. As arquitetas, Adriana Levinsky e Anna Dietzsch, buscaram utilizar, tanto quanto possível, alternativas ecológicas e sustentáveis para a praça Victor Civita. O projeto foi elaborado a partir de premissas sustentáveis visando redução de entulho, baixo consumo de energia, utilização de materiais reciclados, legalizados e certificados, reuso de água, aquecimento solar e manutenção da permeabilidade do solo.Para solucionar o problema da contaminação, houve o acréscimo de uma camada de 50 cm de solo para controlar os processos de contaminação, isolar alguns pontos perigosos e construir superfícies de proteção para impermeabilizar esses locais. Neste caso, foi construído um grande deque de madeira certificada que “pousa” sobre o terreno, sustentado por uma estrutura metálica, de modo a impedir o contato direto com o solo contaminado. Este deque fica suspenso aproximadamente 1,00 m do nível do piso existente, funciona como um sistema de captação de aguas pluviais para reuso e se estende na diagonal do terreno, propondo um percurso que convida o usuário a percorrer os caminhos da praça.
IMAGEM 13 Maquete eletrônica da praça.
IMAGEM 14 Antigo incinerador antes da construção da praça Victor Civita,São Paulo.
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O sistema de alagados construídos promove o tratamento das águas cinzas do prédio do antigo incinerador e a irrigação das plantas do bosque.Através do sistema, que não utiliza bombas, a água da chuva e os dejetos líquidos do edifício do Museu são transportados até um filtro de cascalho e plantas, onde passam por tratamentos físicos, químicos e biológicos. Após filtragem, ela segue para o espelho d’água, onde vivem peixes e plantas. De lá, a água tratada é transportada por uma calha até o bosque, ‘garantindo a irrigação das árvores. Este projeto foi escolhido como estudo de caso por apresentar soluções sustentáveis como baixo consumo de energia, utilização de materiais reciclados, reuso de água e também de interação com a comunidade e educação ambiental que são relevantes para servir de inspiração no projeto do Parque Chácaras Marco. Entretanto, deve-se adequar tais soluções à realidade da área de estudo.
IMAGEM 15 e 16 Perspectiva e corte do deque de madeira.
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IMAGEM 17 Espelho d’água.
3.3 Parque Gabriel Chucre (Parque público da Lagoa de Carapicuíba) Localizada no município de Carapicuíba, zona oeste da capital, a Lagoa de Carapicuíba é fruto de uma escavação feita para extração de areia na década de 1970 onde outrora era uma alça do rio Tietê antes da retificação. Devido a esse passado, muitos moradores na cidade chamam a lagoa de cava. O projeto do parque público surgiu a partir de exigências ambientais impostas pelo Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) ao DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para compensar os impactos causados pela utilização da lagoa como depósito do material escavado na obra de ampliação da calha do Rio Tietê, concluída em março de 2006, e das obras para construção da linha amarela do metrô. Estes materiais serão utilizados para a implantação do aterro que dará suporte ao parque. O material que será utilizado no aterro, foi classificado como não inerte, ou seja, não sofre nenhuma alteração física ou química quando disposto no solo ou na água. A elaboração do projeto de arquitetura e paisagismo se deu pelo escritório Barbieri & Gorski Arquitetos Associados. Com área de 164 mil m² e localização privilegiada ao lado da estação de trem da Companhia Paulista de Trens Metropoli-
tanos (CPTM), de um terminal de ônibus, de uma Faculdade de Tecnologia (Fatec) e de uma unidade do Sesi, o objetivo do projeto foi de atender as demandas da comunidade local, vincular um programa de educação ambiental e posteriormente com o parque pronto, o saneamento ambiental das águas da lagoa. O parque dispõe de um centro comunitário, um pavilhão de eventos e outro de educação ambiental que está anexo a um viveiro de plantas. Todas as edificações são de blocos estruturais de concreto e cobertura de telha metálica, com um sistema tipo lanternim, com venezianas de PVC translucido, que permite a saída do ar quente e impedindo que a entrada da chuva. O parque possui áreas lúdicas que remetem a questões ecológicas e de interação com a água. Uma dessas áreas é o Circuito dos Pneus, onde os pneus retirados do rio Tietê foram reaproveitados para compor o espaço.
IMAGEM 18 Evolução da lagoa de Carapicuíba de 1964 a 2012. IMAGEM 19 Localização do Parque da Lagoa.
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Já o Circuito Tietê é uma área com diversos patamares onde estão dispostos 12 blocos de concreto que jorram água, cada bloco representa uma cidade que é banhada pelo rio. O terreno foi selado por argila, que foi retirada das obras de rebaixamento da calha do Tietê, como já citado anteriormente. Isso resultou em sérios problemas de drenagem, pois todo o terreno tornou-se impermeável. Para solução deste problema, foi programado um plano de drenagem que previu o uso de uma peça única e contínua de grelha no entorno das edificações para a entrada da água de chuva nas galerias. Também foram feitas canaletas gramadas, que conduzem a água até o sistema nas áreas verdes do parque. Por este motivo, a vegetação que havia sido pensada para o parque teve que ser revista, conforme cita a Maria Cecília (2012) para a revista aU Pini: Pela questão da drenagem, houve substituição de parte das árvores nativas que havíamos selecionado por vegetação de mata ciliar, que suporta o encharcamento duradouro e depois longos períodos de seca. Dentro desse perfil, tentamos manter a maioria de árvores nativas da região. Para cada árvore, foi cavada uma cova cúbica de 1 m. Para as áreas de forração, há 20 cm de solo sobre a argila. São mais de 600 árvores de 28 diferentes espécies nativas, grande variação de arbustos e forrações, e um gramado de mais de 40 mil m².
IMAGEM 20 Implantação. IMAGEM 21 Vista geral do parque.
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Este projeto é interessante para este trabalho primeiramente pela proximidade com a área de estudo, pois Carapicuíba é município vizinho de Barueri, então é possível ir visita-lo e verificar como está a dinâmica do parque pós implantação. Se todas as intenções foram atendidas e se a comunidade se apropriou do local como previsto. Também é interessante observar a preocupação em aplicar espécies nativas da região no projeto, principalmente mata ciliar como também é o caso da área no bairro do Chácara marcos que está na área de várzea do rio tietê e do córrego cachoeira, e a criação de estruturas onde o visitante pode interagir com a água. Soluções estas que servirão de exemplo para o projeto em questão.
3.4 Urbanização do Complexo Cantinho do Céu O complexo Cantinho do Céu localiza-se no distrito do Grajaú, subprefeitura Capela do Socorro, e compreende os loteamentos Residencial dos Lagos, Cantinho do Céu e Gaivotas. Situado as margens da represa Billings, área ambientalmente protegida e estratégica para a cidade de São Paulo, abriga cerca de 30.000 moradores e grande parte da população vive em condições precárias de acessibilidade e infraestrutura. Segundo Alvim (2011) até a década de 1950, a área do Cantinho do Céu era totalmente coberta pela Mata Atlântica. Em 1987, um empreendedor particular, juntamente com a empresa imobiliária Cipramar, subdividiram ilegalmente a
IMAGEM 22 Imagem do circuito do Tietê evidenciando os equipamentos de interação com a água.
península, derrubando as árvores e vendendo lotes de 125 m² para a população de baixa renda. O loteamento foi construído sobre um terreno acidentado e muitas casas foram erguidas precariamente em encostas íngremes, algumas das quais propensas a erosão, em “áreas de risco geotécnico. ” Não havia ruas pavimentadas, água potável, sistema de esgoto nem eletricidade. Após grandes protestos, a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) instalou, em 1994, na comunidade, três caixas d’água, cuja captação por parte da população dependia da distribuição por caminhões, causando inúmeros conflitos. Em 1995, a SABESP instalou rede de água, embora com fornecimento intermitente. Em 1992, foi parcialmente instalado o sistema de esgoto, as moradias foram ligadas à rede elétrica e foi implantada alguma iluminação pública. Em 1995, os domicílios foram ligados às linhas telefônicas e, em 1998, os moradores adquiriram o direito do estabelecimento formal dos nomes das ruas. Em meados de 2006, em função de uma ação civil pública requerida pelo Ministério Público, era previsto o remanejamento de todas as famílias da área, por esta se encontrar em Área de Preservação Permanente – APP. Diante da impossibilidade de atender tal prerrogativa, foi contratado através do Programa de Saneamento Ambiental dos Mananciais do Alto Tietê, uma parceria entre a Prefeitura do Município de São Paulo, com o Governo do Estado, o projeto de Urba-
nização do Complexo Cantinho do Céu que prevê a requalificação ambiental e social da região por meio de uma série de ações como:
• Instalação da rede de coleta de esgotos e abastecimento de agua.
• Drenagem de aguas pluviais. • Realização de obras de contenção de encostas. • Remoção de moradores em áreas de risco geotécnico ou áreas com impossibilidades de conexão com a rede de infraestrutura de saneamento. • Melhoria do sistema viário para pedestres e veículos. • Iluminação pública. • Incremento do acesso dos moradores aos serviços de saúde, educação e emprego. • Implantação de áreas de lazer, espaços públicos e equipamentos sociais A elaboração do projeto de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo ficou a cargo do escritório Boldarini Arquitetos Associados com a colaboração de um extenso grupo de arquitetos e a consultoria da arquiteta paisagista Suzel Maciel. Segundo dados do Sehab (apud ALVIM, 2011), inicialmente foi previsto a remoção de 2.483 domicílios, porém, com o andamento das obras e resistência de muitas famílias, a remoção prevista reduziu-se para algo em torno de 1.700 domicílios, localizados em sua grande
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maioria na margem da represa. Para Boldarini (apud ALVIM, 2011) o projeto teve como conceito principal a melhoria ambiental e a preservação do reservatório a partir da implementação da infraestrutura de saneamento ambiental e viária aliada à criação de um sistema de espaços públicos de uso coletivo ou de preservação ambiental sem a remoção significativa da população. Para a equipe foi um grande desafio intervir em uma área objeto de ação civil pública, já consolidada, densamente ocupada e ambientalmente frágil devido à proximidade da represa Billings. Nas etapas de desenvolvimento do projeto de urbanização foram formuladas hipóteses de intervenção que visaram suprir o conjunto de déficits de infraestrutura, qualificar e integrar o assentamento à cidade, criando condições socioespaciais que reforcem o direito à cidade e a inclusão social.
as situações de risco que forem identificadas visando a preservação da vida. • Complementação e adequação da Infraestrutura urbana existente, com melhorias sanitárias, ambientais e de mobilidade em todo o assentamento. • Integração urbanística entre as novas intervenções e o tecido existente, respeitada a autonomia tipológica decorrente as diferentes condições em que se produziram as unidades existentes. • Adequação urbana e ambiental do assentamento e das novas intervenções ao bairro. • Acesso à infraestrutura e aos serviços urbanos e provisão adequada de equipamentos comunitários e áreas de lazer e esportes. • Geração de condições ne-
cessárias para a regularização fundiária do parcelamento do solo. As primeiras ideias da equipe tiveram como foco prover infraestrutura de saneamento ambiental à população residente visando reverter o impacto que a ausência de saneamento representa para o manancial e para a qualidade de abastecimento de agua da população. Além de melhorar as condições de mobilidade e acesso da região. A área destinada ao parque foi demarcada a partir do reconhecimento das construções em situação de risco ou com impossibilidade de conexão aos sistemas de saneamento básico. A área demarcada possui 7km de extensão, as margens
A premissa inicial do projeto foi a valorização do espaço público – ruas, vielas, praças, parques - que é entendido como um conjunto de elementos que dá suporte a diversas manifestações cotidianas e resgata o sentimento de pertencimento à cidade. O projeto de urbanização para os loteamentos irregulares Residencial dos Lagos, Cantinho do Céu e Gaivotas contemplou um conjunto de estratégias relacionadas a: •
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Redução e correção de todas
IMAGEM 23 Moradias removidas, conexões propostas e sistema de áreas verdes.
da represa Billings. A remoção das construções localizadas às margens da represa possibilitou reaproximar a população da agua. Alvim (2011) salienta essa reaproximação com clareza na passagem a seguir: Dentro do espírito da nova política ambiental para as áreas de mananciais da RMSP, este projeto, além de contribuir para recuperar a água para abastecimento público, investe na capacidade da represa em abrigar atividades de lazer e cidadania, reinserindo a água como elemento indispensável à qualidade de vida dos habitantes. (ALVIM, 2011)
O parque possui 6 trechos de intervenção, classificados em dois grupos, um voltado à conservação e preservação, outro ao lazer e recreação. Os trechos de lazer e recreação receberão equipamentos diversos, de acordo com a predominância da faixa etária e com a demanda da população local, permitindo assim maior participação da comunidade no projeto. É importante salientar que a área do parque possui características muito peculiares, de modo que a equipe só iniciou a elaboração do projeto na medida que as remoções eram concluídas. Quanto à questão do acesso e da mobilidade, primeiramente foi necessário estudar e compreender as estruturas
viárias existentes. A partir daí foram trabalhadas um conjunto de propostas que procuraram integrar os três loteamentos entre si com a malha viária do entorno. Novas ruas, vielas e escadarias foram propostas para garantir o acesso aos mais diversos pontos dentro do Cantinho do Céu. A configuração das ruas foi determinada de acordo com o tipo de tráfego. Vias onde o tráfego era mais intenso, o pavimento foi feito em asfalto padrão tradicional. Vias com declividade acima de 15% foram pavimentadas em concreto armado. Vias com menor tráfego foram pavimentadas com intertravado de concreto, com sistema de drenagem no centro da via, distanciando a drenagem dos lotes. Entretanto, o escritório optou por substituir, nos próximos passos da obra, o piso intertravado por blocos de concreto permeável, que permite a infiltração de até 90% da água que passa por ele. Os pontos de encontro das vias com o parque foram pintados da cor vermelha, sinalizando a mudança de uso e possibilitando uma integração ao parque. Segundo Pita (2011) para a circulação no parque, o escritório definiu pontos articuladores de fluxo e distribuidores das atividades. Em termos de conexões na parte urbana, foram criadas vias ligando as três grandes áreas do Cantinho do Céu, e estas ao bairro lindeiro. Com o asfaltamento das vias principais em cada um deles, o Cantinho do Céu poderá ser acessado por micro- -ônibus, carros de apoio da
IMAGEM 24 Área antes e depois com a criação do deque que promove a interação com a água.
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empresa de água e esgoto, caminhão de lixo, vans escolares e bombeiros. Na região do Residencial dos Lagos, foram construídas pistas de skate, quadra de bocha, mesa de pingue-pongue, academia da terceira idade, pista de caminhada, ciclovia e arquibancadas gramadas para realização de pequenas atividades, além de um espaço para cinema ao ar livre e deques flutuantes.
apropriada pela comunidade local, é de interesse da pesquisa utilizar o projeto de Urbanização do Complexo Cantinho do Céu como inspiração para a concepção do projeto de intervenção proposto neste trabalho.
A maioria das residências estão voltadas para a rua e muitas tinham vista para a empena cega de outras residências. Pensando nisso, o escritório propôs um estudo cromático das empenas voltadas para o Parque, denominado Cores na Billings, onde de longe as empenas formam um grande mural e permitem controlar os avanços da ocupação para as margens da represa. Este projeto foi escolhido como estudo de caso pois, além de ser um projeto que visa assegurar a qualidade da água e evitar o assoreamento do reservatório, promove de forma integrada a recuperação ambiental e a melhoria da qualidade urbana para a população moradora. É um projeto que busca despertar a familiaridade da população com a água, visto que, até então, predominava somente uma relação de abandono. Como a área de estudo escolhida apresenta características semelhantes à do estudo de caso, principalmente pela presença do curso d’agua, por estar em APP [Área de Preservação Permanente] e por não ser
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IMAGEM 25 Escadarias, patamares e passeios criados. IMAGEM 26 Implantação do projeto.
IMAGEM 27 Deque flutuante. IMAGEM 28 Painéis “ Cores na Billings”
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4. ESTUDO PRELIMINAR 4.1 Histórico do município e da área Localizado na zona Oeste da região metropolitana de São Paulo, Barueri tem origem a partir de um aldeamento jesuítico fundado em 11 de novembro de 1560 pelo padre José de Anchieta na margem direita do rio Tietê. No ano de 1870 iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Sorocabana e em 1875, foi inaugurada a estação ferroviária. Barueri é elevado à categoria de município em 24 de dezembro de 1948. No fim da década de 1960 foi inaugurada a rodovia Presidente Castelo Branco que foi um expressivo indutor da urbanização do município, pois após sua inauguração a região de chácaras, como o bairro do Jardim Califórnia e Engenho novo, passou a ter grande crescimento populacional pois muitos dos trabalhadores da rodovia decidiram residir na cidade devido a facilidade de acesso a São Paulo e ao interior. O crescimento econômico do município foi impulsionado a partir de 1973, quando foi aprovada pela Câmara Municipal a Lei de Zoneamento Industrial que permitiu o surgimento de polos empresariais como os de Alphaville, Tamboré, Jardim Califórnia e o Distrito Industrial do Votupóca.
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A região do Chácaras Marco está inserida no bairro da Cruz Preta segundo a Lei Municipal nº 1.709 (Lei de Abairramento) de 17 de abril 2008. Foram realizadas visitas aos órgãos responsáveis do município como a Secretaria de Obras, Secretaria de Planejamento e Urbanismo e o arquivo histórico do município a fim de localizar fotos ou fatos antigos sobre o desenvolvimento da região, mas sem sucesso. A única informação que foi passada oralmente é de que a região se desenvolveu a partir da Lei de Zoneamento Industrial, como já citado acima. Portanto, parte das informações que serão apresentadas a seguir nesta pesquisa são fruto de levantamentos em campo e análise de imagens do Google Maps e Google Earth.
4.2 Levantamentos e percepções O Chácaras Marco é um bairro de uso predominantemente residencial e industrial, com alguns pequenos comércios de bairro, uma escola municipal de ensino fundamental e uma maternal. Segundo mostra o mapa da evolução urbana da região, o bairro começou a se desenvolver entre os anos de 1964 a 1973.
IMAGEM 29 Estação de trem de Barueri - sem data. IMAGEM 30 Vista panorâmica de Barueri.
IMAGEM 31 ( SEM ESCALA ) Evolução urbana de 1948 até 2014 – demarcado o bairro do Chácaras Marco.
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IMAGEM 32 Mapa de uso real do solo. IMAGEM 33 Trecho final da Estrada da Balsa evidenciando o uso industrial da região. IMAGEM 34 Foto tirada da rua Tatuapé evidenciando o uso residencial da região.
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IMAGEM 35 Perímetro da área de estudo.
Localização da Imagem 36.
Localização da Imagem 37.
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A área que foi demarcada para o desenvolvimento deste trabalho pertence ao DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) que a partir do Decreto Estadual nº 60043/14 de 9 de janeiro de 2014 fica autorizado que o município promova alterações físicas na região desde que seja para o desenvolvimento de atividades voltadas à preservação do meio ambiente, bem como esportivas, culturais e de lazer. Com área de aproximadamente 181.180 m², o terreno é cortado pelo córrego cachoeira, que nasce na rua Nina no bairro do Engenho Novo e desagua no Rio Tietê. Segundo informações cedidas pela CETESB, não há informações sobre nível de contaminação ou vazão do córrego, pois só é monitorado no município o córrego São João do Barueri. Sobre a região foi localizado o Relatório Técnico nº 131.405-205 - 63/122 (Mapeamento de áreas de alto e muito alto risco a deslizamentos e inundações) realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em janeiro de 2013 que demonstra que há uma área neste terreno que sofre inundações em períodos de chuvas prolongadas, com o refluxo das aguas vindas do rio Tietê. Esta área foi demarcada como R3 – que pelo estudo é considerado risco alto de inundação. ( conforme imagem 39 ) Segundo informações do site da Defesa Civil do Estado de São Paulo, as enxurradas são um escoamento superficial concentrado e com alta energia de transporte. Os alagamentos são um acumulo momentâneo de águas em determinados locais por deficiência no sistema de drenagem. Já as inundações representam o transbordamento das águas de um curso d’água, tingindo a planície de inundação ou área de várzea. Foi realizado contato com a Defesa Civil do município e foram passadas as informações que constam na tabela acima (Imagem 40). Os trechos que sofreram inundação em 2009 correspondem ao local demarcado como R-3 de inundação no estudo do IPT.
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IMAGEM 36 Área demarcada no estudo onde ocorre risco de alagamento.
IMAGEM 40 Tabela com o histórico de inundações, alagamentos e enxurradas na região.
Mesmo localizado na área de várzea do rio Tietê e sendo área de proteção permanente (APP), o terreno hoje encontra-se degradado devido a ação antrópica. Segundo informações do portal da prefeitura de Barueri, em comemoração aos sessenta anos do município, em março de 2009 foi organizado o plantio de 285 mudas de plantas nativas com participação dos estudantes das escolas de Barueri. O plantio aconteceu no perímetro delimitado para este estudo, no bairro do Chácaras Marco. Entretanto, mesmo após esse plantio a área não foi incorporada pela população e hoje serve como depósito de entulho e lixo (conforme imagens 45 e 46). Parte do terreno foi ocupado por algumas famílias em 2015, segundo informações da secretaria de obras, mas ainda não foi feito o cadastramento para se ter ideia da quantidade de pessoas que residem na área.
IMAGEM 37 Córrego Cachoeira visto da Avenida Marco. IMAGEM 38 Córrego Cachoeira. IMAGEM 39 Curso d’água assoreado que faz ligação com o córrego Cachoeira.
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IMAGEM 40 Margem do córrego Cachoeira e ocupação.
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IMAGEM 41 Ponte improvisada para atravessar o cรณrrego.
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IMAGEM 42 Ocupação existente e vista para o córrego.
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IMAGEM 43 Ocupação existente e vista para o córrego.
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IMAGEM 44 Vista para o terreno a partir da Avenida Marco (trecho que serรก fechado, conforme descrito no capitulo posterior).
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IMAGEM 45 Margens do cรณrrego Cachoeira. Regiรฃo norte do terrreno.
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5. PARQUE CHÁCARAS MARCO
IMAGEM 46 Foto evidenciando as edificações muito proximas ao curso d’água. IMAGEM 47 Foto evidenciando a edificação muito proxima a margem do córrego Cachoeira. IMAGEM 48 Mapa demarcando a faixa de 30 metros e os primeiros estudos sobre caminhos e entradas do parque.
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Lei 12.651 Conforme analisado no capítulo anterior, o local de intervenção está localizado na área de várzea do rio Tietê e é considerado área de proteção permanente (APP). Portanto, o projeto de intervenção deve obedecer aos parâmetros da lei 12.651, de 25 de janeiro de 2012 que estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação nativa. De acordo com esta lei, lindeiro a cada curso d’água deve ser deixada uma faixa de 30 metros, desde a borda da calha do leito regular, a fim de proteger a mata ciliar e preservar os recursos hídricos. Portanto, para poder dar inicio ao processo de projeto, primeiramente foi delimitada a área de proteção que deveria ser respeitada, conforme a imagem 48. A partir desta delimitação foi possivel determinar qual seria a real área de intervenção do parque. Algumas industrias vizinhas ao terreno também estão em desacordo com a lei. Não foi respeitada a faixa de 30 metros e há um “estrangulamento” dos cursos d’água, conforme demonstrado nas imagens 46 e 47.
Por este motivo, conforme a imagem 49, foi realizada a remoção das edificações da porção sul do terreno utilizando como justificativa a lei 12.651. Também foi pensado o fechamento de alguns trechos de ruas que cortavam o terreno na porção norte, como o trecho da Avenida Marco e o trecho da e da Avenida Antônio Furlam, pois estas ruas funcionavam como uma barreira física no desenvolvimento do projeto do parque. Como alternativa para o trecho fechado da Avenida Antônio Furlam, foi planejada a abertura de uma nova via, ainda conforme a imagem 49, que contorna o terreno. Também serão realizadas remoções de algumas edificações para abertura desta nova via. Para uma análise mais aprofundada sobre o processo de compensação das remoções realizadas, este projeto necessitaria de um Estudo de Impacto Ambiental e um Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA),entretanto,o plano diretor do município possui diretrizes genéricas em relação à este assunto e para formulação do EIA/RIMA seria necessário uma equipe interdisciplinar e por este motivo não será desenvolvido neste trabalho.
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Visão Macro Através de uma análise macro da região, foi possível perceber a proximidade da área de intervenção com os parques existentes. A área está a aproximadamente 3,2 km do Parque Municipal Dom José e a 11,3 km do Parque Ecológico de Barueri. Ambos os percursos são possíveis de serem feitos a pé, demorando em média 40 minutos para chegar ao Parque Dom José e 2 horas e 22 minutos para chegar ao Parque Ecológico, segundo dados retirados do Google Maps. De bicicleta o tempo de percurso diminui para 22 minutos até o Parque Dom José e 33 minutos até o Parque Ecológico, entretanto, Barueri só possui uma ciclofaixa em Alphaville e a mesma não faz conexão com nenhum ponto importante do município.
IMAGEM 49 Mapa de remoções, fechamento e abertura de nova via.
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Pelo mapa da imagem 50 podemos perceber a proximidade entre o Parque Chácaras Marco e o Parque Ecológico, entretanto, ambos estão separados por uma barreira natural, o Rio Tietê. Se existisse uma ponte na região próxima ao Parque Chácaras Marco que transpusesse o rio, o tempo de percurso diminuiria para aproximadamente 7 minutos, equiparando as distancias encontradas no Google Maps.
IMAGEM 50 Tempo de percurso a pé aos parques Dom José e Ecológico.
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Sendo assim, conforme a imagem 51, foi proposta uma ciclofaixa que faz a conexão entre os três parques e percorre toda a margem do rio Tietê, propiciando uma paisagem agradável durante o percurso. Também é proposta uma ponte de pedestres e ciclistas que faz a transposição do rio Tietê e faz conexão com o Parque Ecológico de Barueri. Conexão esta que ocorre com a população, que agora possui acesso facilitado ao parque e também conexão entre os espaços livres e as áreas de várzea do Rio Tietê, compondo assim um sistema de espaços livres.
IMAGEM 51 Ciclofaixa e transposição do rio Tietê (Imagem sem escala). IMAGEM 52 Croqui da ponte de pedestres com ciclofaixa. Transposição do rio tietê e conexão Entre os parques.
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O processo de projeto Devido à grande extensão do projeto e para melhor compreensão, a área de estudo é dividida em dois setores com características distintas: um setor “urbano” que é voltado a atividades de lazer, esporte e culturais e outro ecológico, que é voltado à preservação e atividades educação ambiental, contemplação e estar devido a presença de vegetação pré-existente mais densa que em outros locais da área e maior proximidade com os cursos d’água. O partido arquitetônico deste projeto são os recursos hídricos. O desenho de piso foi inspirado nos meandros do córrego Cachoeira e toda a setorização do parque foi pensada visando reestabelecer a relação de familiaridade da população com a água. Os caminhos principais com 5 metros de largura representam o córrego cachoeira e as ramificações do desenho de piso com 1 metro de largura, que orientam toda a vegetação e setorização, representam os afluentes do córrego. No decorrer do semestre o projeto passou por algumas modificações, tanto em relação ao desenho de piso quanto a definição dos fluxos e caminhos. A seguir temos algumas imagens que evidenciam a evolução do projeto.
IMAGEM 53 Setorização do parque.
IMAGEM 54 Foto evidenciando o setor “urbano” na porção norte do terreno e ao fundo as edificações que serão removidas para abertura da via.
IMAGEM 55 Foto evidenciando o setor “ecológico” na porção sul do terreno, com vegetação mais densa.
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IMAGEM 56 Primeira proposta de implantação IMAGEM 57 Imagens sem escala.
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IMAGEM 58 Implantação final. Ver anexo do caderno.
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Como evidenciado na imagem 58, o parque possui cinco entradas que foram definidas considerando o entorno do terreno e as ruas que fazem ligação com o parque. Quase todas as entradas ficam próximas à pontos de ônibus, facilitando assim o deslocamento dos visitantes mais distantes e que dependem de transporte público até o parque. Foram previstas também barreiras vegetais no entorno do parque, devido à empena cega das edificações vizinhas e para minimizar o ruído produzido pelas ruas lindeiras, principalmente nas áreas destinadas ao descanso e contemplação. O estacionamento foi proposto próximo à entrada 7 , que dispõe de espaço para eventos e feira livre, e possui vagas tanto para carros como para ônibus, para facilitar a visita de escolas e instituições vizinhas ao parque. É importante salientar que foram aplicados conceitos de Traffic Calming ao projeto, onde a intenção é a de gerar algumas barreiras físicas para moderação do tráfego e segurança do pedestre. Podemos visualizar, conforme imagem 60, que em cada entrada do parque foram projetados platôs em cores diferenciadas, seguindo o nível da calçada, que destacam a travessia do pedestre e servem como um alerta para os motoristas. Também foi implantada uma via parque que, pensando em um sistema de espaços livres, funciona como uma espécie de costura entre os espaços, conectando o parque ao tecido urbano e convidando as pessoas a entrar e usar o local. Foi dado um tratamento de piso com diferentes tons de cinza para que o motorista, ao entrar nas dependências do parque perceba a mudança de local e reduza a velocidade, trazendo mais segurança para os pedestres. Por estar em área de várzea, o terreno possuía alguns cursos d’água intermitentes, que alagavam conforme o volume de chuvas. Onde estavam localizados estes cursos d’água foram projetadas Wetlands que irão captar a água da chuva que será tratada e posteriormente utilizada para irrigação e atividades do parque. Os caminhos criados cruzam as Wetlands e o córrego cachoeira em diversos trechos através de passarelas e criam espaços de estar, contemplação e contato com a água através de decks. A pavimentação do parque é uma combinação de pisos cimentícios e pisos intertravados, que auxiliam na drenagem e evitam possíveis alagamentos. Os tipo de piso e as cores foram pensadas visando minimizar o custo do projeto.
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VIA PARQUE
PLATÔ ELEVADO
IMAGEM 59 Platô - interseção elevada construída de blocos de concreto avermelhado, destacando a rampa de acesso e os balizadores que delimitam a calçada. (Foto: HassKlau et Al). IMAGEM 60 Detalhe via parque e platô elevado. Sem ecala.
Recuperação Ambiental O município de Barueri está inserido no bioma de Mata Atlântica, segundo informações do Plano Diretor, e a área é classificada como região de Floresta Ombrófila Densa, apresentando aspectos de transição entre a vegetação do litoral e do interior. Um dos objetivos do projeto do Parque Chácaras Marco é a recuperação ambiental da área e por este motivo, além de espécies ornamentais como a palmeira imperial, forrações como a grama batatais, xanadu e as árvores frutíferas como a jaqueira, mangueira, jabuticabeira, goiabeira, etc serão inseridas espécies da Mata Atlântica além da vegetação pré-existente. Serão inseridas espécies bioatrativas, ou seja, árvores que atraem a fauna acelerando o processo de regeneração natural do ecossistema e espécies indicadas para fertilização do solo.
IMAGEM 61 Pau-Pombo - Espécie Bioatrativa
IMAGEM 62 Cambará - Espécie Bioatrativa
As espécies serão plantadas de acordo com a caractéristica do local, por exemplo, próximo as áreas molhadas e de interação com a água do parque, será feito o plantio do Ipê Rosa, pois é uma espécie que prefere solos úmidos e profundos.
IMAGEM 63 Vassourão Branco - Bioatrativa.
IMAGEM 64 Ipê-Rosa - Bioatrativa.
IMAGEM 65 Palmeira-juçara - Bioatrativa.
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A Estrada dos Romeiros é uma rodovia, também conhecida como SP-312, que recebe esta denominação a partir do município de Barueri e segue até o município de Itu. Na região do Chácaras Marcos e Jd. São Silvestre é comum encontrar diversas industrias lindeiras a rodovia. Por este motivo, a Entrada 1 do parque é uma grande praça aberta com bancos e canteiros, para que os visitantes , muitos deles funcionários das industrias no horário de almoço, possam utilizar o local como um lugar de descanso e contemplação. Localizada na cota 720, esta entrada também possui uma área de vegetação menos adensada, onde o visitante pode ter contato com o Córrego Cachoeira e utilizar o gramado para fazer um piquenique ou realizar demais atividades de lazer. Possui acesso à pista de corrida do parque e através dos caminhos principais que invadem a calçada oposta, o pedestre é convidado a entrar e conhecer o parque.
IMAGEM 66 Ampliação - Entrada 1 Romeiros
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O parque Chácaras Marco tem como premissa a recuperação ambiental da área e o contato com a natureza. Sendo assim, pela proximidade com instituições de ensino vizinhas e a preocupação em difundir conhecimentos de preservação ambiental e integrar os moradores, foi criado um Centro Comunitário e de Educação Ambiental. Próximo ao parque existe a escola de ensino fundamental EMEF Professora Elisabeth Parminondi Romero. Para que a travessia dos alunos seja segura, tanto para se dirigir ao parque como para retornar as suas residências, foi pensado um platô, como os demais que aparecem nas entradas do parque, para alertar o motorista e destacar a travessia dos pedestres.
IMAGEM 67 Implantação - Ligação entre a Escola e o Centro Comunitário e de Educação Ambiental. IMAGEM 68 EMEF Professora Elisabeth Parminondi Romero. IMAGEM 69 Rotatória - Foto tirada do Google Maps.
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Esta entrada fica localizada próxima a um ponto de ônibus da Avenida Marco. Primeiramente, procurou-se transformar o terreno adjacente ao ponto de ônibus, pois era um local degradado, com a presença de lixo e entulho. Para tornar o local mais agradável durante a espera do ônibus e possibilitar um nicho de lazer para a comunidade, o espaço foi transformado em uma praça, mantendo a mesma linguagem de piso do parque Chácaras Marco. Esta entrada, localizada no nível 720, possui acesso mais rápido ao Centro Comunitário e de Educação Ambiental. Como ja descrito anteriormente, neste local foi projetada uma Wetland com a função de captar a água da chuva que será tratada e posteriormente utilizada para irrigação e atividades do parque. A mesma possui um deck sinuoso, criando um espaço de estar e interação entre as pessoas. A Wetland foi projetada neste local pois anteriormente havia um curso d’água intermitente. Seguindo pelos caminhos principais do parque, o visitante chega a um deck.Local de contemplação,interação com a água e a natureza. Conforme demonstrado no croqui (Imagem 71) os bancos do parque se elevam do piso como se fossem uma continuação do desenho. Procurou-se manter a mesma linguagem do piso no mobiliário criado. Assim como na Entrada 1, é criado um gramado com vegetação mais esparsa e que tem potencial para ser utilizado em diversas atividades de lazer.
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IMAGEM 70 Ampliação 3 - Entrada Ecológica e Praça do Ponto de ônibus. IMAGEM 71 Croqui do caminho atravessando o córrego Cachoeira e o deck. IMAGEM 72 Foto do trecho do córrego Cachoeira onde foi feito o croqui.
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Este local anteriormente era um espaço residual da comunidade próxima ao parque e que não foi ocupado devido à declividade do terreno. Tinha apenas a função de local de passagem para as pessoas. Entretanto, foi observado que, além de criar um espaço de estar e cultivo para população, seria possível criar também um mirante para o parque. Sendo assim, como proposta de requalificação do local, foi proposta uma escadaria, que se inicia na cota da rua, nível 721 e termina no nível 738, onde os patamares se estendem para as laterais criando locais propícios para implantação de uma horta urbana (pratica já aplicada anteriormente pela população, conforme imagem 78 ). Os patamares da escadaria também criam espaços de lazer e contemplação, além de todo o espaço se tornar um mirante para o Parque Chácaras Marco.
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IMAGEM 73 Ampliação Mirante do Parque. IMAGEM 74 Croqui da escadaria,horta e do mirante para o parque.
IMAGEM 75, 76, 77 e 78. Imagens mostrando o mirante
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IMAGEM 79 Ampliação - Área de interação com a água / Deck. IMAGEM 80 Croqui da área, evidenciando as crianças brincando em meio as fontes interativas.
Esta área esta no nível 726, ou seja, 6 metros acima do restante do parque que esta em sua maioria no nível 720. É uma área privilegiada por possuir uma vista de todo o parque e aliado a isso, busca a integração dos visitantes com os recursos hídricos por meio de uma área molhada com fontes interativas e chafarizes/duchas de água que através de seus caminhos com cores diversas, conduzem o visitante à um deck que promove a contemplação, as relações sociais e a interação com a água.
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IMAGEM 81 Ampliação - Área de interação com a água/deck. IMAGEM 82 Croqui da área evidenciando os equipamentos de interação com a água, áreas de estar e vegetação IMAGEM 83 Croqui deck. IMAGEM 84 Foto da área onde será implantada a Wetland e onde ficará o deck.
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Distribuído em diversas zonas de brincar, o playground criado é um espaço dedicado a crianças de diversas faixas etárias. Localizaod no nível 720, é composto por pequenos morrotes de escalada, com até 1,60 de altura, ou grandes “montanhas” de escalada com escorregadores, com até 2,3 de altura. Além de pequenas “camas-elásticas” em formatos quadrados e circulares, bancos que viram escorregador ( área com diversas faixas coloridas, conforme imagem 85 e 86) e os demais brinquedos tradicionais de um playground como balanços, gangorras, etc. Os tons terrosos vivos são sempre utilizados para dar identidade ao espaço dedicado às crianças, que é sempre um espaço de brincar, de alegria.
IMAGEM 85 Ampliação - Área de interação com a água/deck. IMAGEM 86 Croqui da área evidenciando os equipamentos de interação com a água, áreas de estar e vegetação
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IMAGEM 87 Ampliação - Área Esportiva.
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A área esportiva deste parque foi planejada onde anteriormente já existia um campo de futebol de várzea (conforme imagem 89) que estava muito degradado. O mesmo foi substituído por um novo campo e foram inclusas quadras de vôlei, vôlei de praia, basquete, tênis e uma pista de skate. Para manter este tipo de memória local, a área esportiva foi implantada exatamente onde anteriormente ficava o campo de futebol. Também foi incluso um complexo de restaurantes e banheiros com vestiários, para atender aos frequentadores do local. Como já foi citado anteriormente, a área está no nível 726, ou seja, 6 metros acima do restante do parque que está em sua maioria no nível 720. Por este motivo, esta é uma área privilegiada por possuir uma vista de todo o parque, funcionando também como um mirante.
IMAGEM 88 Croqui Área Esportiva. IMAGEM 89 Foto do campo de futebol pré-existente na área que foi implantado o parque.
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Esta Entrada Cultural ou Entrada da feira/anfiteatro é um espaço que busca difundir a cultura em todas as suas formas de expressão. Toda a área é organizada no nível 720, onde foi possível projetar uma área de piso livre e plana, que pode receber desde feiras-livres até intervenções culturais de qualquer espécie. Os caminhos menores de piso intertravado delimitam o espaço em pequenos nichos, facilitando a organização de eventos e feiras, por exemplo e também organizam a vegetação, como ocorre nas demais áreas e praças do parque. Também foi criado um anfiteatro para apresentações, shows, eventos da comunidade, cinema a céu aberto, entre outros. Este espaço é um espaço de aprendizado que busca promover as interações sociais.
IMAGEM 90 Ampliação : Entrada da feira/anfiteatro. IMAGEM 91 Croqui da área: Entrada da feira e anfiteatro.
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IMAGEM 92 Cortes ( ver anexo do caderno ).
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Vide imagem 43.
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1.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o início do desenvolvimento deste trabalho surgiram muitas dúvidas se a área escolhida seria pertinente para a criação de um parque. Realizando uma análise das potencialidades do local, percebeu-se que mesmo com alguns empecilhos, estas potencialidades se destacavam e acabavam por nortear o desenvolvimento do projeto. Começando pelos recursos hídricos, que para muitas pessoas significam uma coisa ruim, neste projeto foi o partido para definição dos programas e do desenho de piso. A partir deles foi possível desenvolver um projeto que se preocupasse com a recuperação ambiental, ressignificação dos recursos hídricos e o resgate da familiaridade da população com a água e principalmente o incentivo a interação social através dos espaços de lazer, convívio e educação. Com um local de lazer próximo, a população não precisa percorrer longas distancias para desenvolver suas atividades recreativas. O projeto procurou atender a todos estes requisitos, entretanto, não pretende esgotar o assunto no presente trabalho. Mesmo que este seja um breve estudo, trata-se de um ponto de partida para pensarmos sobre as potencialidades que um local possui e como a mudança de olhar e a apropriação, podem transforma-lo, melhorando assim a relação do espaço com as pessoas.
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Vide imagem 71.
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ÍNDICE DE IMAGENS IMAGEM 01: Mapa de localização dos parques em Barueri Fonte: Base do Google Maps editada pela autora. IMAGEM 02: Parque Ecológico de Barueri Fonte:http://www.areasverdesdascidades.com.br/2014/10/ parque-ecologico-de-barueri-ex-parque.html Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 03: Parque Municipal Dom José Fonte:http://www.barueri.sp.gov.br/sistemas/informativos/informativo.asp?id=8441 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 04: Wetland do parque Wakodahatchee Wetlands na Flórida. Fonte:https://www.outdoorproject.com/adventures/florida/ parks-wilderness/wakodahatchee-wetlands Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 05: Wetlands no entorno do lago do Parque Cidade de Toronto Fonte:http://www.areasverdesdascidades.com.br/2012/05/ parque-cidade-de-toronto.html Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 06: Alagado construído ( Wetland ) - Praça Victor Civita. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor72
-civita-levisky-arquitetos-e-anna-julia-dietzsch/10294_10320 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 7: Vista aérea, antes da implantação do Parque da Gleba “E”, atual Península, mostrando a degradação da estrutura superficial. Fonte:http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.017/3333?page=2 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 8: Planta baixa, onde se vê a área destinada ao mangue e a área de transição do parque. Fonte: Mirian Curado Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 9: Corte esquemático que mostra da direita para a esquerda: a lagoa, o manguezal, a restinga, a área de transição paisagística com tratamento de parque e o edifício. Fonte: Mirian Curado Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 10: Início da implantação do Parque da Gleba “E” Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/ read/entrevista/05.017/3333?page=6 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 11 Área de transição paisagística com tratamento de parque. Fonte: Mirian Curado Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 12: Proposta para um dos parques internos da Gleba E, com equipamentos de lazer entremeados de densa arborização de restinga.
Fonte: Mirian Curado Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 13: Antigo incinerador antes da construção da praça Victor Civita, em São Paulo. Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/galeria-de-foto/ albumFotos_237104.shtml?foto=5 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 14: Maquete eletrônica da praça. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-levisky-arquitetos-e-anna-julia-dietzsch Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 15: Perspectiva do deque de madeira. Fonte:http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/09.106/2983 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 16: Corte do deque de madeira. Fonte:http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/09.106/2983 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 17: Espelho d’água. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-levisky-arquitetos-e-anna-julia-dietzsch/10294_10320 Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 18: Evolução da lagoa de Carapicuíba de 1964 a 2012. Fonte:http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanis mo/223/antigo-aterro-em-carapicuiba-e-revitalizado-por-barbieri-and-gorski-e-se-271189-1.aspx Acesso em 30 de maio de 2017
IMAGEM 19: Localização do Parque da Lagoa. Fonte: Maria Cecília Barbieri Gorski Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 20: Implantação. Fonte:http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/223/ antigo-aterro-em-carapicuiba-e-revitalizado-por-barbieri-and-gorski-e-se-271189-1.aspx Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 21: Vista geral do parque. Fonte:http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/223/ antigo-aterro-em-carapicuiba-e-revitalizado-por-barbieri-and-gorski-e-se-271189-1.aspx Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 22: Imagem do circuito do Tietê evidenciando os equipamentos de interação com a água. Fonte: http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/223/ antigo-aterro-em-carapicuiba-e-revitalizado-por-barbieri-and-gorski-e-se-271189-1.aspx Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 23: Moradias removidas, conexões propostas e sistema de áreas verdes. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-157760/urbanizacao-do-complexo-cantinho-do-ceu-slash-boldarini-arquitetura-e-urbanismo Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 24: Área antes e depois com a criação do deque que promove a interação com a água. Fonte: http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/217/ olhar-para-dentro-boldarini-arquitetura-e-urbanismo-sao73
-paulo-255697-1.aspx Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 25: Escadarias, patamares e passeios criados. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-157760/urbanizacao-do-complexo-cantinho-do-ceu-slash-boldarini-arquitetura-e-urbanismo Acesso em 30 de maio de 2017 IMAGEM 26: Implantação do projeto. Acesso em 30 de maio de 2017 Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-157760/urbanizacao-do-complexo-cantinho-do-ceu-slash-boldarini-arquitetura-e-urbanis IMAGEM 27: Deque flutuante. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-157760/urbanizacao-do-complexo-cantinho-do-ceu-slash-boldarini-arquitetura-e-urbanismo Acesso em 30 de maio de 2017
IMAGEM 31: Evolução urbana de 1948 até 2014 –demarcado o bairro do Chácaras Marco. Fonte: Plano diretor de Barueri (https://servicos.barueri.sp. gov.br/audienciaplanodiretor) Acesso em 31 de maio de 2017 IMAGEM 32: Mapa de uso real do solo. Fonte: Base do Google Maps editada pela autora. IMAGEM 33: Trecho final da Estrada da Balsa evidenciando o uso industrial da região. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 34: Foto tirada da rua Tatuapé evidenciando o uso residencial da região. Fonte: Foto da autora.
IMAGEM 28: Painéis “ Cores na Billings” Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-157760/ urbanizacao-do-complexo-cantinho-do-ceu-slash-boldarini-arquitetura-e-urbanismo Acesso em 30 de maio de 2017
IMAGEM 35: Perímetro da área de estudo. Fonte: Base do Google Maps editada pela autora. IMAGEM 39: Área demarcada no estudo onde ocorre risco de alagamento. Fonte: IPT - Relatório Técnico No 131.405-205 - 63/122
IMAGEM 29: Estação de trem de Barueri - sem data. Fonte: http://cidades.ibge.gov.br/painel/fotos.php?lang=&codmun=350570&search=sao-paulo|barueri|infograficos:-fotos Acesso em 31 de maio de 2017
IMAGEM 36: Tabela com o histórico de inundações, alagamentos e enxurradas na região. Fonte: Defesa Civil de Barueri.
IMAGEM 30: Vista panorâmica de Barueri. Fonte: http://cidades.ibge.gov.br/painel/fotos.php?lan74
g=&codmun=350570&search=sao-paulo|barueri|infograficos:-fotos Acesso em 31 de maio de 2017
IMAGEM 37: Córrego Cachoeira visto da Avenida Marco. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 38: Córrego Cachoeira.
Fonte: Foto da autora. IMAGEM 39: Curso d’água assoreado que faz ligação com o córrego Cachoeira. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 40: Margem do córrego Cachoeira e ocupação. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 41: Ponte improvisada para atravessar o córrego. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 42: Ocupação existente e vista para o córrego. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 43: Ocupação existente e vista para o córrego. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 45: Margens do córrego Cachoeira. Região Norte do terreno. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 46: Foto evidenciando as edificações muito próximas ao curdo d´água. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 48: Mapa demarcando a faixa de 30 metros e os primeiros estudos sobre caminhos e estradas do parque. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 49: Mapa de remoções, fechamento e abertura de nova via. Fonte: Base do Autocad editada pela autora. IMAGEM 50: Tempo de percurso a pé aos parques Dom José
e Ecológico. Fonte: Base do Google Maps editada pela autora. IMAGEM 51: Ciclofaixa e transposição do rio Tietê (Imagem sem escala). Fonte: Base do Google Maps editada pela autora. IMAGEM 52: Croqui da ponte de pedestres com ciclofaixa. Transposição do rio tietê e conexão Entre os parques. Fonte da autora. IMAGEM 53: Setorização do parque. Fonte: Base do Google Maps editada pela autora. IMAGEM 54: Foto evidenciando o setor “urbano” na porção norte do terreno e ao fundo as edificações que serão removidas para abertura da via. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 55: Foto evidenciando o setor “ecológico” na porção sul do terreno, com vegetação mais densa. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 56: Primeira proposta de implantação Fonte da autora. IMAGEM 57: Segunda proposta de implantação já com alterações do desenho de piso. Fonte da autora. IMAGEM 58: Implantação final. Fonte da autora. 75
IMAGEM 59: Platô - interseção elevada construída de blocos de concreto avermelhado, destacando a rampa de acesso e os balizadores que delimitam a calçada. (Foto: HassKlau et Al). Fonte: ttp://www.bhtrans.pbh.gov.br/portal/page/portal/portalpublicodl/Temas/BHTRANS/manual-traffic-calming-2013/ manual_traffic_calming.pdf Acesso em 21/11/2017. IMAGEM 60: Detalhe via parque e platô elevado. Fonte da autora. IMAGEM 61: Pau-Pombo - Espécie Bioatrativa Fonte: Google imagens Acesso em 21/11/2017. IMAGEM 62: Cambará - Espécie Bioatrativa Fonte: Google imagens Acesso em 21/11/2017. IMAGEM 63: Vassourão Branco - Bioatrativa.Fonte: Google imagens Acesso em 21/11/2017.
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IMAGEM 66: Ampliação - Entrada 1 Romeiros Fonte da autora. IMAGEM 67: Implantação - Ligação entre a Escola e o Centro Comunitário e de Educação Ambiental. Fonte da autora. IMAGEM 68: EMEF Professora Elisabeth Parminondi Romero. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 69: Rotatória - Foto tirada do Google Maps. Fonte: Google Maps Acesso em 21/11/2017. IMAGEM 70: Ampliação 3 - Entrada Ecológica e Praça do Ponto de ônibus.Fonte da autora. IMAGEM 71: Croqui do caminho atravessando o córrego Cachoeira e o deck. Fonte da autora. IMAGEM 72: Foto do trecho do córrego Cachoeira onde foi feito o croqui. Fonte: Foto da autora.
IMAGEM 64: Ipê-Rosa - Bioatrativa. Fonte: Google imagens Acesso em 21/11/2017.
IMAGEM 73: Ampliação Mirante do Parque. Fonte da autora.
IMAGEM 65: Palmeira-juçara - Bioatrativa. Fonte: Google imagens Acesso em 21/11/2017.
IMAGEM 74: Croqui da escadaria, horta e do mirante para o parque. Fonte da autora.
IMAGEM 75,76,77,78: Imagens mostrando o mirante Fonte: Foto da autora.
IMAGEM 87: Ampliação - Área Esportiva. Fonte da autora.
IMAGEM 79: Ampliação - Área de interação com a água / Deck. Fonte da autora.
IMAGEM 88: Croqui Área Esportiva. Fonte da autora.
IMAGEM 80: Croqui da área, evidenciando as crianças brincando em meio as fontes interativas. Fonte da autora. IMAGEM 81: Ampliação - Área de interação com a água/ deck. Fonte da autora. IMAGEM 82: Croqui da área evidenciando os equipamentos de interação com a água, áreas de estar e vegetação. Fonte da autora. IMAGEM 83: Croqui deck. Fonte da autora.
IMAGEM 89: Foto do campo de futebol pré-existente na área que foi implantado o parque. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 90: Ampliação: Entrada da feira/anfiteatro. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 91: Croqui da área: Entrada da feira e anfiteatro. Fonte: Foto da autora. IMAGEM 92 : Cortes. Fonte da autora.
IMAGEM 84: Foto da área onde será implantada a Wetland e onde ficará o deck Fonte: Foto da autora. IMAGEM 85: Ampliação - Área de interação com a água/ deck. Fonte da autora. IMAGEM 86: Croqui da área evidenciando os equipamentos de interação com a água, áreas de estar e vegetação. Fonte da autora. 77
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