Conjunto Habitacional João Gaspar

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JOÃO GASPAR I e JOÃO GASPAR II

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Laís Natali Silva Ribeiro


LAÍS NATALI SILVA RIBEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário SENAC – Campus Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadoraº Profº Ms. Rita Cassia Canutti

São Paulo, 2017. 2


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FOTO 1 Parte da favela JoĂŁo Gaspar I Fonte: Autor,2017.

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Este trabalho visa desenvolver um projeto de urbanismo e habitação, no distrito do Jardim São Luís, localizados na zona sul de São Paulo. Como consequência da formação territorial da região formou-se as favelas João Gaspar I e João Gaspar II, em condições precárias. Através de estudos e pesquisas em campo, procura-se estabelecer um projeto que supre as deficiências existentes na área de estudo e principalmente a integração urbana. Desenvolvendo soluções para transformação da melhoria habitacional, também à busca de soluções dos problemas práticos, concretos, buscando estabelecer mecanismos de controle dos processos urbanos. Posteriormente aos fundamentos, pesquisas e levantamentos, será apresentado um projeto final de conjuntos habitacionais e de integração urbana na área de intervenção. PALAVRAS CHAVES: Urbanização de favela, favelas, habitação, conjunto habitacional

The following work looks to develop a Project of urbanism and social habitation in the district of Jardim São Luis, located in the South zone of São Paulo. As a consequence of the territorial formation in this region, two favelas named João Gaspar I and João Gaspar II were formed in precarious conditions for living. By studies and field research, it try to reach a Project that can solve all the needs finding in the study area and mainly the urban integration. Developing solutions that can transform the housing improvement also try to answer to the pratical and concrete, looking to establish control mechanisms of the urban process. After the theoretical foundation, research and data collection, will be presented the final project of the housing complexes and urban integration in the intervention area. KEY WORDS: Urbanization of favelas, favelas, housing, housing complex. 6


FOTO 2 Parte da favela JoĂŁo Gaspar I Fonte: Autor,2017.

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INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 10 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................................. 13 Assentamentos precários: categorias e característica: ..................................................................... 15 PREFEITURA REGIONAL DO M´BOI MIRIM E DISTRITO JARDIM SÃO LUÍS ............................................ 17 Indicadores socioeconômicos, infraestrutura urbana e serviços...................................................... 17 Legislação de uso e ocupação do solo .............................................................................................. 24 JARDIM SÃO LUÍS E AS OCUPAÇÕES ..................................................................................................... 27 JOÃO GASPAR I E II ................................................................................................................................ 27 As proximidades nas áreas de intervenção ....................................................................................... 30 FAVELAS JOÃO GASPAR I E II. ................................................................................................................ 39 Restrições Legais da Legislação Ambiental ....................................................................................... 48 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO....................................................................................................... 49 ESTUDO PRELIMINAR ............................................................................................................................ 72 ESTUDO DE CASO .................................................................................................................................. 74 PROJETO ................................................................................................................................................ 86 MEMORIAL DO PROJETO................................................................................................................... 87 DESENHOS ......................................................................................................................................... 88 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................... 112 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................................................... 113

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FOTO 3 Parte da favela JoĂŁo Gaspar II Fonte: Autor,2017.

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A proposta desse trabalho de conclusão de curso é desenvolver um projeto de urbanização e habitação de duas áreas que foram ocupadas irregularmente, junto au

u so d gua, no distrito Jardim São Luís, fazendo parte da Prefeitura Regional

do M Boi Mi i , a zo a sul da idade de São Paulo. O interesse em desenvolver essa proposta partiu da compreensão dos problemas oriundos desse tipo de ocupação, que compromete tanto a qualidade de vida de seus habitantes como da ausência de uma relação saudável com o curso d gua. Essas o upações, de o i adas o o João Gaspa I e II, faze

pa te do

eu

percurso cotidiano e me provocam inquietações sobre seu contínuo adensamento em condições urbanas e ambientais profundamente precárias. A partir da identificação de um objeto de estudo iniciado através da organização de um panorama geral das formações de favelas, seus processos e, posteriormente da adoção de definições correntes sobre o que é um assentamento precário, suas categorias e características baseado em publicações de diversos autores. Em paralelo as definições conceituais sobre assentamentos precários e urbanização de favelas foram feitos levantamentos de dados informações referentes à legislação, tais como: zoneamento, plano diretor, bem como coleta de informações junto à Prefeitura Regional e Divisão de Projetos de Águas Pluviais (PROJ 4), que permitiram a construção de mapas sobre as questões que permitem uma melhor compreensão sobre esses assentamentos e sua inserção no bairro, bem como contribuem para a definição de pressupostos para o desenvolvimento do projeto de intervenção. Dessa forma, o texto está organizado a partir de uma compreensão regional do distrito Jardim São Luís

o o texto da P efeitu a Regio al de M Boi Mi i

apresentando um breve panorama histórico e de seus dados gerais. Após a análise da inserção das áreas de intervenção na sua região, começo a desenvolver um estudo mais aproximado das favelas João Gaspar I e II, identificando seu enquadramento na legislação urbanística, que a classifica como ZEIS e, utilizando 10


mapas para a melhor compreensão territorial do entorno. Com essas informações foram feitos estudos, preliminares, de quais seriam as prioridades e desvantagens em intervir nessas favelas. No processo de aproximação das ocupações foram levantados dados específicos das favelas João Gaspar I e II, contendo referências as informações disponibilizadas pela municipalidade, em seu endereço eletrônico, como os dados do Habisp um sistema de mapeamento dos assentamentos precários na cidade de são Paulo e do Geosampa que é uma plataforma de interface do cidadão com os mapas da cidade, que permitiram apontar algumas alternativas relacionadas a manutenção da população

o ado a das favelas a

uad a o de estão i se idos os te e os das

respectivas favelas, de modo que alguns estudos de caso foram utilizados como referência de intervenção em situações semelhantes. As bases digitais disponíveis não indicam a localização das edificações existentes nas favelas, de modo que apresento os estudos preliminares de compreensão das favelas a partir do redesenho dessas edificações sobre a planta base da municipalidade, buscando um melhor entendimento da topografia, as interferências das ocupações com o córrego, as restrições ambientais existentes para lidar com a situação. Foi elaborado um mapa com o trajeto realizado as visitas às favelas, ilustrado com imagens sobre as condições das ocupações para melhor compreensão do que realmente acontece nas favelas João Gaspar I e II e que permitiram indagar sobre algumas possibilidades de intervenção. E por fim, após as analises e reflexões, surge uma proposta de conjuntos habitacionais nas áreas de intervenção e melhoria urbana para o entorno.

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FOTO 4 Parte da favela JoĂŁo Gaspar II Fonte: Autor,2017. 12


Ao me aprofundar em questões relacionadas a urbanização e o processo de ocupação no Brasil e principalmente nas suas metrópoles, diversos autores escrevem sobre o crescimento da população acompanhado do agravamento dos problemas ambientais e principalmente das desigualdades sociais. Nas principais metrópoles, em média, há de 20% a 40 % da população morando em favelas (MARICATO 2001). Causas de como se formou e organizou a nossa sociedade, em que se confundem interesse público com o privado, do ponto de vista urbano, portanto a ausência do suporte público ao processo de crescimento seguinte a industrialização na segunda metade do século XX, levou ao que Ermínia Maricato chama de u a ização o

aixos sal ios .

Em princípio o sistema que era implantado tirava a possibilidade de oferecer habitações e infraestrutura e equipamentos urbanos para garantir a qualidade de vida aos trabalhadores, portanto se conformaram com a política habitacional e urbana existente, deixando as cidades brasileiras se conformarem com suas periferias informais e da auto construção como se fosse a única solução habitacional, não tinham de fato o benefício pela política habitacional a população que recebia menos que três salários mínimos. O resultado foi a explosão urbana nas grandes cidades brasileiras, que expressam hoje a calamidade social de um pais cujo desenvolvimento combina o atraso com o moderno. Se em 1940 a população urbana no Brasil era de apenas 26,34% do total, em 1980 ela já era de 68,86%, para chegar em 81,20% no ano 2000 (MARICATO,1996). Enquanto a taxa média de crescimento anual das cidades brasileiras é de 1,93%, o crescimento na periferia de São Paulo em algumas regiões chega a taxas superiores a 6% ao ano. A medida em que as áreas vão sendo ocupada, a terra como consequência se torna cada vez mais escassa, portanto tem um avanço e uma ação do mercado imobiliário que expulsa a população menos favorecida cada vez mais, para longe do centro nas bordas da cidade termo que se refere as margens ou extremo das cidades, essa população tem como a única solução se realocar de suas moradias, pois não conseguem arcar com a valorização que irá ser decorrente. Para Lúcio Kowarick essa situação é decorrente da produção capitalista, uma vez que, a terra urbana se torna mercadoria cara, ficando escassa, essa situação 13


colaborou para amplitude de problemas de moradia e obrigando assim parcelas da população a buscar alternativas em outros lugares, especialmente as áreas periféricas das cidades, pois as áreas centrais estavam submetidas a uma enorme especulação imobiliária.

A produção de habitações resulta de uma complexa rede de agentes, inclusive comerciais e financeiros, na qual o controle sobre a terra urbana constitui um fator fundamental no preço das mercadorias colocadas no mercado. Do ponto de vista da realização do capital, os interesses tendem a produzir mercadorias socialmente mais adequadas quanto ao seu padrão de habitualidade para as faixas de renda mais elevadas, vedando o acesso para a grande maioria dos trabalhadores que precisam [...], por conseguinte encontrar outras fórmulas para se reproduzir nas cidades enquanto mercadoria para o capital (KOWARICK, 1993, p.60).

E a partir da década de 1990 quando agora o que se torna escasso são as áreas de assentamentos para a população mais pobres então o que resta a população é se instalarem nas únicas áreas que sobraram, que são desprovidas do interesse do estado e do mercado imobiliário, áreas que geralmente estão sujeitas a restrições ambientais, com declives acentuados, em beira de córrego, sujeitas a inundações ou até mesmo áreas destinadas a obras públicas não executadas ou destinadas a áreas livres ou verdes, essas áreas foram pouco a pouco sendo ocupadas, as favelas evoluíram, ao longo de várias décadas, para uma situação fundiária na qual os moradores conquistaram direito de posse e ou de uso das áreas ocupadas e hoje em decorrência dessas ações as questões ambientais são uns dos pontos mais sensíveis da questão urbana. E por esses fatores que então surge as favelas João Gaspar I e II que são os objetos de estudo desse trabalho.

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A caracterização dos assentamentos precários é de grande importância para um entendimento das ocupações existentes dirigidos a questão da urbanização e a integração urbana. O termo favela é caracterizado pela forma de acesso à terra, mediante a invasões das terras que supostamente sobraram. Segundo Rosana Denaldi o processo de ocupação espontâneo geralmente define o caráter irregular e a exiguidade do sistema viário, bem como os lotes , disti gui do as favelas dos demais assentamentos urbanos em função de apresentar morfologia especifica, constituída por espaços construídos quase contínuos, formandos por unidades residências justapostas e conectadas a estreitas vielas de pedestres. Porém as condições de moradias não são as mesmas, elas variam mesmo sendo na mesma favela, umas casas com um melhor padrão construtivo que geralmente são as casas que tem acesso ao viário de automóveis e as casas que estão nas áreas mais internas a do assentamento de acordo também as pioras das condições ao meio físico ambiental tem uma piora mais significativa em suas residências. As características físicas se dão a partir do grau de precariedade do assentamento com o objetivo principal a intervenções de urbanização e de integração urbana, para conseguir uma qualidade básica habitacional e também uma qualidade urbana. Considerando as situações existentes de risco, a implantação de infraestrutura o saneamento ambiental a mobilidade e o acesso a equipamentos urbanos, a adequação da unidade habitacional, regularização fundiária e, por fim a inclusão da social aos moradores. Segundo o ministério das cidades a tipologia predominante dos assentamentos precários João Gaspar I e II, classificam-se em terrenos considerados consolidados, aqueles que apresentam condições favoráveis de recuperação urbanística e ambiental e de reordenamento urbano como abertura ou readequação de sistema viário, implantação de infraestrutura básica, regularização urbanística do parcelamento do solo, com necessidade de remoção de parte das famílias moradoras. Esta remoção pode ser necessária para eliminar situações de risco, promover o desadensamento, executar intervenções urbanas ou, ainda, em função de restrições legais à ocupação. Em função de sua densidade e traçado, o asse ta e to João Gaspa I e II pode se

a a te izado o o aglo e ado , são os

assentamentos que apresentam 50% ou mais de suas moradias acessíveis por vielas 15


estreitas de traçado irregular, sem condições de tráfego de veículo motorizado de porte médio. Em partes as favelas João Gaspar I e II já possui uma intervenção de infraestrutura urbana que se trata de um percentual de moradias ligadas regularmente ás redes pública de água e eletricidade. Com relação ao que se diz a respeito às intervenções que serão realizadas são classificados como urbanizados, a urbanização viabiliza a consolidação do assentamento com a manutenção total da população no local, assentamentos onde é totalmente concluídos os seguintes serviços de urbanização: reparcelamento do solo (divisão em lotes, definição do sistema viário e de áreas livres e institucionais), infraestrutura básica (rede oficial de coleta de esgoto, rede de abastecimento de água com ligações domiciliares; sistema de drenagem das águas pluviais; abertura, consolidação e pavimentação do sistema viário (escadarias e vielas), com melhorias habitacionais. A secretaria nacional de habitação do ministério das cidades sugere uma classificação segundo os tipos de intervenções, as favelas João Gaspar I e II podem ser definidas como urbanização complexa que compreende a intervenção em assentamento com alto grau de densidade, em geral do tipo aglomerado, com alto índice de remoções, que não apresentam traçado regular e ou possuem a necessidade de realização de obras complexas, como canalização de córregos, o te ção de e ostas e

iação de solo , e e a eja e to ue são as relocação

que trata-se de reconstrução da unidade no mesmo perímetro da favela ou do assentamento precário que está sendo objeto de urbanização ou também quando a população é mantida no local após a substituição das moradias e do tecido urbano. Na maioria das vezes, a solução é a remoção temporária das famílias para execução de obras de infraestrutura e construção de novas moradias. A intervenção, nesse caso, também envolve a abertura de sistema viário, implantação de infraestrutura completa, parcelamento do solo, construção de equipamentos (quando necessário) e regularização fundiária. Com consciência de todos esses fatores colocados nesse capitulo e após uma analise de remoções posteriormente tratada com detalhes, a decisão foi remover todas as casas, pois não havia sentido para o projeto.

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O local de estudo, as Favelas João Gaspar I e II estão inseridas na Zona Sul de São Paulo, na Prefeitura Regional do M Boi Mi i , Mapa 1: Localização da prefeitura Regio al do M oi i i . (Fonte: map of São Paulo) sem escala.

conforme mapa de localização ao lado, no distrito do Jardim São Luís, a mesma de encontra nas bordas da cidade, passou por um processo de ocupação especifico, mas no presente momento é uma área

bastante consolidada com vantagens e desvantagens, descrevo a seguir como a prefeitura regional entende essa área na atualidade.

Os dados a seguir foram selecionados para construção de um quadro do perfil social e demográfico, desenvolvimento econômico, acessos e serviços, moradia e uso do solo, infraestrutura e meio ambiente da área objeto de intervenção e sua inserção no bairro, para isso foram utilizadas as informações disponibilizadas pela prefeitura regional de São Paulo através de um material de apoio para revisão participativa dos planos regionais, trabalhando as escalas da área de intervenção no âmbito da Prefeitura Regional e a aproximação da área de intervenção que corresponde aos núcleos João Gaspar I e II demarcados com contorno preto em todos os mapas. Referente a indicadores sociais e demográficos a população da prefeitura regional do M´boi mirim cresceu entre 1980 e 2010, aumentando em cerca 290.000 habitantes no período todo. A densidade demográfica em 2010 (137,59) foi superior à do município de São Paulo (102,02). Apresenta alta vulnerabilidade (36,9%) O IDHM de 2010 (0,716) é inferior ao do município (0,805). Apresenta percentual de jovens (25,4%) acima do município de São Paulo (20,8%). Quanto aos idosos tem participação (6,9%) abaixo ao MSP (11,9%).

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Este mapa, baseado em dados do IBGE, referente a dados demográficos do entorno da área de intervenção. O índice demográfico permite avaliar a distribuição da população em um território. Esse índice é expresso em habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²). É importante, pois auxilia no planejamento urbano, ao analisar aonde a população de concentra mais e onde se espalha, ficando melhor a investigação dessas causas e melhor organização as politicas publicas a partir de cada demanda. O homem é um grande transformador no meio ambiente, por essa causa os estudos populacionais são importantes para medir os impactos causados pela ação humana sobre a natureza. Quanto maior a quantidade de pessoas maior é a necessidade de uso dos recursos naturais. Análise do mapa demonstra o quão denso é a região e com um aumento significativo de habitantes em direção ao norte. Mapa 02- De sidade de og fi a M oi Mi i

Fonte: Prefeitura Regional M´boi Mirim e Elaboração: Autor.

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No seguinte mapa, com ampliação do entorno da área de intervenção, extraído da base de dados do GeoSampa, mostra que área da favela João Gaspar I tem 796.68 habitantes por hectare e João Gaspar II com 487.11, abas com uma altíssima densidade, sendo que a área vizinha contém uma densidade bem mais baixa com 41.14 habitantes por hectare, aonde esta inserido um estacionamento e um galpão de materiais recicláveis, os mesmos terão como proposta de projeto a remoção, não terá portanto um grande impacto quando compararmos com a densidade existente.

Mapa 03– Densidade demográfica do entorno das favelas João Gaspar I e II

Fonte: GeoSampa e Elaboração: Autor.

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O mapa a seguir apresenta a incidência de crianças e idosos na Prefeitura Regional do M´Boi Mirim, baseado em dados do IBGE 2010, demonstrando a predominância de crianças até 14 anos de idade e idosos, um percentual de população bem menor de idosos quando comparamos próximo a área de intervenção. Este levantamento foi desenvolvido para definir o tipo de equipamento e para quem desenvolver a área de lazer no projeto, que incorpore as pessoas com maior predominância na área de intervenção para que tenha um uso continuo.

Mapa 04– Porcentagem de maior incidência de crianças e idosos no território.

Fonte: Prefeitura Regional M´boi Mirim e Elaboração: Autor.

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Quando relacionado ao desenvolvimento Econômico a prefeitura regional apresenta nível baixo de atividade econômica contando com cerca de 63 mil empregos formais sendo, 1,4% do total do município, concentrados no distrito do Jardim São Luís são 80% do total da prefeitura regional. Os principais

subsetores

de

atividade

econômica

da

subprefeitura são o comércio varejista (19% dos empregos), serviços

técnico-administrativos

(16%).

Indústria

de

alimentos e bebidas (13%) e serviços de alojamento e alimentação (11%). Com mais de meio milhão de pessoas, sua população representa 5% do total do município, porém sua participação no total dos rendimentos é de apenas 2%. A e da do i ilia

pe

apita

uito aixa, po volta de u

salário mínimo. No mapa 05 podemos identificar que próximo da área de intervenção existe uma grande diversidade de usos, sendo assim, se replica no seguinte mapa 06 referente a quantidades de empregos existentes na área que aumentam ao norte do mapa. Informações que remete a decisões de projeto para não ser totalmente habitação, fazer com que o térreo tenha uso, envolvendo comércios/serviços no mesmo perímetro.

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Mapa 05 –Predominância de usos não residenciais

Mapa 06 –Emprego por habitante e escolas técnicas

Fontes: Prefeitura Regional M´boi Mirim e Elaboração: Autor.

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Os acessos aos serviços públicos de educação infantil e ensino médio atendiam, em 2010,

a P efeitu a Regio al do M Boi Mi i

(PR-MB),

respectivamente, a apenas 44,5% e 53,3% da população das faixas etárias correspondentes, abaixo das médias municipais (50,5% e 60,6%). M´Boi Mirim tem o segundo maior contingente do município de crianças e adolescentes inscritos no CadÚnico, são mais de 44.000 crianças, que contam com um potencial de atendimento para somente 10,7%. Com relação à saúde, há 1,1 leito hospitalar SUS por mil habitantes. Na área de atenção básica em saúde apresenta coeficientes próximos do padrão ideal de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) por 20.000 habitantes. A rede de esportes e lazer oferece ótima cobertura nos distritos da PR-MB, onde apenas 8,8% dos habitantes estão a mais de 1 km de um equipamento. Já em relação à rede de cultura a situação é pior: são 45,9%. Referente a moradia e uso do solo há predominância do uso residencial com 66% do total da área construída. Concentra 5% das unidades residenciais verticais lançadas na região sul entre 2000 e 2013, tem 21,4% do total de seus domicílios localizados em favelas, 33,6% dos moradores em situação de risco da região e quase 30% do território está demarcado como ZEIS, com a quase totalidade como ZEIS 1. A PR-MB é a primeira no ranking das regionais, isto é, e a que tem mais áreas destinadas a ZEIS 1, que corresponde 14.744.091,25m2, segundo SECOVI-SP. Com 12,5% de seus domicílios contendo mais de três moradores por dormitório, está acima da média de 7,9% do município. Há um significativo percentual de domicílios não atendidos pela rede de esgoto, sendo 21,2% no Jardim Ângela e 9,4% no Jardim São Luís. Predominam as viagens por modos coletivos (52,1%), e pelo modo a pé (33,6%), restando apenas 14,2% para os modais individuais. O índice de mobilidade total é de 1,95 pontos, valor abaixo do município de 2,07. Com relação ao meio ambiente a PR-MB tem uma grande distorção entre um distrito e outro, no jardim São Luís se caracteriza pela alta precariedade urbana, em que regiões com remanescente de vegetação e que estão sob frequente pressão da ocupação urbana precária. Já o distrito de Jardim Ângela caracteriza-se por apresentar altos valores relativos de cobertura vegetal e conservação da biodiversidade, mas também sob forte pressão de ocupação urbana, altamente precária. 23


Faço a seguir uma analise mais abrangente do uso e ocupação do solo na prefeitura regional de M´boi Mirim e seguinte uma aproximação à área de intervenção. No mapa 07 de Zo ea e to do M oi Mi i , te

u a g a de ua tidade de

ZEIS 1 (zona de interesse social), praticamente metade do território, a outra metade corresponde às margens da represa do Guarapiranga denominado como ZEPAM (Zona especial de proteção ambiental). Aproximação do mapa 08 é para identificar o tipo de zoneamento existente no entorno da área de intervenção, com maior impacto que são as seguintes zonas de uso: ZC (Zona de centralidade); ZEU (Zona eixo de estruturação da transformação urbana) e ZM (Zona mista). Segundo a PMSP-SMDU a Zona de Centralidade: São aquelas porções do território localizadas fora dos eixos de estruturação da transformação urbana destinadas à promoção de atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros regionais ou de bairros, em que se pretende promover majoritariamente os usos não residenciais, com densidades construtiva e demográfica médias e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos. (Fonte: Gestão Urbana Sp.) A favela João Gaspar I está entre dois estacionamentos que estão demarcados no mapa 08 como zona de centralidade, devido às remoções das habitações existentes, terá como proposta a remoção e utilização dos terrenos desses estacionamentos e o galpão de materiais recicláveis, para ter um espaço adequado a urbanização, porém o projeto busca envolver um empreendimento habitacional com usos comercias, para não descaracterizar a questão de zona de centralidade e da área. As Zonas Eixo de Estruturação da Transformação Urbana são: Porções do território em que pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades demográfica e construtiva altas e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo. (Fonte: Gestão Urbana Sp.) Esta zona tem por objetivo consolidar os parâmetros estabelecidos pelo PDE (plano diretor estratégico) para os eixos, complementando com algumas regras de parcelamento, uso e ocupação, especialmente as condições de instalação de usos e 24


parâmetros de incomodidade, o PDE delegou os eixos como território prioritário para o adensamento de modo articulado ao transporte público coletivo, essa zona passa a ter um papel estratégico na viabilização dos objetivos do PDE. E, por fim as Zonas Mistas: São porções do território em que se pretende promover usos residenciais e não residenciais, com predominância do uso residencial, com densidades construtiva e demográfica baixas e médias. (Fonte: Gestão Urbana Sp.) A principal característica da zona mista é viabilizar a diversificação de usos, sendo uma zona em que se pretende mais a preservação da morfologia urbana existente e acomodação de novos usos, do que a intensa transformação.

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Mapa 07–Mapa de Lei de parcelamento, uso e ocupação do solo.

Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo e Elaboração: Autor

Mapa 08–Mapa de Lei de parcelamento, uso e ocupação do solo.

Fonte: GeoSampa e Elaboração: Autor.

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No auge do processo industrial, que tomou conta de São Paulo nas décadas de 1950 e 1960, várias vilas começaram a nascer na zona sul. Eram as moradias dos operários que estavam chegando de vários estados e do interior paulista. Eles foram chegando lentamente até que a grande explosão aconteceu a partir do fim da década de 1960, quando a ocupação foi predatória e desordenada, numa explosiva mistura de vilas, favelas e um grande número de loteamentos clandestinos. Assim pode ser resumida a história do distrito do Jardim São Luís, hoje um dos mais densamente povoados da capital paulista. Seus bairros invadem mananciais e não param de crescer. Em 2003, a prefeitura contava 109 favelas no distrito. A história nos conta que a região era, nos primórdios da Vila de São Paulo, caminho natural dos padres em busca de índios para catequização nas bandas de Embu e de Itapecerica da Serra. Nos tempos seguintes, toda a região foi tomada por fazendas, sítios e chácaras, que, com o avanço da urbanização, foram transformados em loteamentos. O de e a o Mo o do Eliseu , foi i pla tado a d ada de 97 o Ce t o Empresarial de São Paulo, voltada para a Avenida Maria Coelho de Aguiar hoje com grande fluxo de pedestre e veículos, onde em frente se localiza a favela João Gaspar I e II. Na década de 1990 necessitava de manutenção o que eles chamavam de Feirão, era uma feira que vendia diversos produtos, como todo equipamento que está exposto as intempéries. O governo municipal ao invés de conservar o que era útil a toda a população, com interferências políticas derrubou o Feirão e barganhou este espaço para se implantar o batalhão da polícia militar de São Paulo e uma praça, algo que chocou muito a população mais próxima, pois era fonte de renda de muitas famílias. Neste lo al a te io

e te o ia a

i a d gua ue a aste ia u a pe ue a

lagoa na Rua 21, atual Rua Arlindo Fraga de Oliveira onde hoje passa o córrego jardim São Luís.

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Mapa 09– Localização do Distrito Jardim São Luís O distrito do Jardim São Luís faz divisa com os distritos Capão

Jardim Redondo,

Ângela, Campo

Limpo, Vila Andrade, Santo Amaro, Capela do Socorro e Cidade Dutra. (mapa 09) Como

mostra

na

tabela 02 o distrito do Jardim São Luís tem um notável

crescimento

ao

passar dos anos, fazendo a conexão

à

chegada

do

centro empresarial por volta de 1970 a população mais que dobrou num tempo de dez anos, e foi por volta dessa década que surgiu as Fonte: Geo Sampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:100.000. Fonte: GeoSampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:100.000.

favelas João Gaspar I e II. Segundo os dados do IBGE de 2014 até 2030 cresce por

ano cerca de 2.130 habitantes, portanto a media da quantidade de habitantes no ano atual 2017 que são 285.065 habitantes, sendo assim as informações mostram que o distrito tende a crescer cada vez mais e consequentemente as áreas mais precárias serão cada vez mais ocupadas de forma indevida e essas informações acabam se remetendo no projeto final, o objetivo de manter todos os habitantes das favelas João Gaspar I e II no mesmo perímetro, porém não nas condições que se encontram, a população tende a crescer e remover as moradias do local e simplesmente a deixala como uma área verde é uma indicação de novas ocupações.

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Tabela 01 – Dados Demográficos Distrito Jardim São Luís. Área

24 km ²

População

267.871 hab.

Densidade

96,83 hab/ha

Renda Média

R$ 2.500,00

IDH

0,798

Taxa crescimento anual

0,72 % Fonte: IBGE 2010.

Tabela 02 –Levantamento Demográfico Populacional. 1950 A 2030 JD. São Luís

Nº. De Habitantes

População em 1950

6.578

População em 1960

18.555

População em 1970

73.089

População em 1980

163.634

População em 1991

204.284

População em 2000

239.161

População em 2010

267.871

População em 2014

278.674

População em 2017*

285.065

População em 2030

312.761 Fonte: IBGE 2010

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Foto aérea mostrando as proximidades das áreas de intervenção, o Centro Empresarial, supermercado Extra e Açaí, hipermercado Carrefour, condomínio Panamérica Park, transamérica Expo Center, Teatro Alfa, faculdade Unítalo, estação Giovanni Gronchi, próximo a importantes vias como, Av. Maria coelho de Aguiar, Av. Guido Caloi, Av. Nações Unidas, Av. João Dias e ponte João Dias. Foto necessária para constatar a quão esta bem localizada estas favelas João Gaspa I e II e os p ivil gios que as pessoas que moram ali têm, como facilidade tanto de serviços próximos, como de deslocamento e que esse privilegio precisa ser mantido deixando a população no mesmo local, porém, com a melhoria das condições existentes. Imagem 05 - Entorno próximo a áreas de intervenção.

Fonte: Google Earth | Autor

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No mapa 10 de Uso e ocupação real do solo mostra novamente a diversidades de usos existentes próximos as áreas de intervenção. A favela João Gaspar I está em uma quadra em que há predominância dos usos industriais e armazéns, como a existência de um galpão de materiais recicláveis de metais e estacionamentos, na favela João Gaspar I.I há predominância do uso residencial, comercial e de serviços, existem pequenos restaurantes para atender parte das pessoas que trabalham no centro empresarial (mesmo contendo um andar de comércio e serviços e mais um restaurante não é suficiente para atender todos os funcionários e também em virtude dos preços mais elevados, as pessoas preferem se deslocar e almoçar nas proximidades). Já na favela João Gaspar II a informação que temos pelo GeoSampa é que é uma área de residencial horizontal de médio/alto padrão, o que é uma falsa informação, o que predomina é residencial de baixo padrão e a escola ao lado. Mapa 10–Uso e Ocupação Real.

Fonte: GeoSampa e Elaboração: Autor (Escala 1:25000)

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Mapa 11 –Zona de Interesse Social Áreas vazias e ocupadas podem ser delimitadas como Zona Especiais de Interesse Social (ZEIS). Recomenda-se que os assentamentos precários do tipo favela, sejam delimitados como ZEIS para promover sua regularização fundiária. A delimitação destes assentamentos como ZEIS permite adotar padrões urbanísticos especiais e procedimentos específicos de licenciamento além de contribuir para o reconhecimento da posse de seus ocupantes. Segundo a gestão urbana de São Paulo as Zonas Especiais de Interesse Social são porções do território destinadas, predominantemente, à moradia digna para a população da baixa renda por intermédio de melhorias urbanísticas, recuperação ambiental e regularização fundiária de assentamentos precários e irregulares, bem como à provisão de novas Habitações de Interesse Social – HIS e Habitações de Mercado Popular – HMP a serem dotadas de equipamentos sociais, infraestruturas, áreas verdes e comércios e serviços locais, situadas na zona urbana. O PDE definiu tipos diferentes de Fonte: GeoSampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:100.000. ZEIS, no distrito do jardim São Luís existem três tipos a ZEIS 1 que áreas ocupadas por população de baixa renda, abrangendo favelas, loteamentos precários e empreendi mentos habitacionais de interesse social ou do mercado popular, em que haja interesse público, ou dos planos regionais ou de lei especifica, em promover a recuperação urbanística, a regularização fundiária, a produção e manutenção de Habitações de Interesse Social - HIS, incluindo equipamentos sociais e culturais, espaços públicos, serviço e comércio de caráter local, inclui também a ZEIS 2 que são áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edificados ou subtilizados, adequados á urbanização e terceira e ultima ZEIS existente é a ZEIS 5 que são lotes ou conjuntos de lotes preferencialmente vazios ou subtilizados, situados em áreas dotadas de serviços, equipamentos e infraestrutura urbana.

32


Como já citado a prefeitura regional do M´boi Mirim esta em primeiro lugar das prefeituras regionais com mais áreas de ZEIS 1, e o distrito do jardim São Luís não tem mudanças referente a esse cenário, é grande a quantidade de ZEIS 1 para poucos terrenos destinados a ZEIS 2 e 5. Para se ter uma base da localidade da área de intervenção, demarquei com um retângulo preto, observando as ZEIS 2 e 5 (mapa 11) disponíveis não estão muitos distantes, mas retirar as pessoas do local aonde moram iria afetar muito a vida diária e costumes de cada um e essa atitude teria um outro tipo de rebatimento, essas ZEIS 2 e 5 próximas a área no mesmo distrito ou nos distritos vizinhos, podem ou não ter algum tipo de projeto, porém não tem projeto destinado a população das favelas João Gaspar I e II, não adiantaria nada retirar a população da área de intervenção e deixar so e te u a

ea ve de ou vazia devido ao u so d agua que está presente, é

praticamente uma indicação que irá brevemente existir uma nova ocupação se não houver algum tipo de intervenção e tratamento naquele local, porque existem diversas favelas ao redor (mapa 12) e estão em constante evolução. A decisão foi intervir na mesma quadra das favelas João Gaspar I e II, enfrentando as dificuldades do u so d agua e realocar o máximo de pessoas no mesmo perímetro.

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Os mapas 12 ao 16, a seguir são levantamentos de um entorno mais próximo da área de intervenção João Gaspar I e II que estão demarcadas dentro de um retângulo preto. As relações das favelas com áreas ambientais, beiras de córregos, fundos de vales, entre outros, é bastante evidente nessa região. Áreas que são supostamente esquecidas pelo mercado imobiliário, acabam ocasionando diversos problemas futuros em relação à saúde e meio ambiente. Mapa 12– Favela e Drenagem.

Fonte: GeoSampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:25.000.

34


Nos mapas seguintes, são levantamentos de equipamentos para diagnosticar os privilégios e precariedades. Neste mapa de acesso ao transporte publico retrata que existem diversos meios de se locomover, principalmente pela estação Giovanni Gronchi e os diversos pontos de ônibus, uma adequada variedade, sendo assim a quantidade de estacionamento próximo à área de intervenção não é de grande importância. Os moradores da favela João Gaspar I e II utilizam diariamente esses meios de transporte e esse é um dos melhores privilégios da área. Mapa 13 –Acesso ao Transporte Público.

Fonte: GeoSampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:25.000.

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Esse mapa relata a quantidade de equipamentos relacionados à educação, próximo a área de intervenção existem dois equipamentos com impacto direto que é a escola de rede publica de educação infantil Marechal Deodoro da Fonseca, identifica-se que existe uma quantidade necessária de instituição de ensino e que atende a população mais próxima, e a associação Santa Cecilia, que é um equipamento muito importante para a área, pois é o único refugio para as crianças ficarem diariamente em qualquer período, pela falta de equipamentos de esporte, cultura e lazer, as crianças acabam usufruindo desse equipamento para passar o dia e fazer atividades enquanto os pais, por exemplo, trabalham. Pretende-se utiliza-los como forma de interligação com o projeto. Mapa 14 – Equipamentos de Educação.

Fonte: GeoSampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:25.000.

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Mapa de equipamentos relacionados a esporte é bastante precário, ficando atrás somente dos equipamentos de cultura (mapa 16). Informação valida para propor um equipamento de esporte no perímetro da intervenção juntamente com menções a faixa etária existente na área. Mapa 15 – Equipamentos de Esporte.

Fonte: Geo Sampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:25.000.

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O mapa de equipamentos relacionados a cultura mostra o quanto é escasso nessa área e quando fazemos a menção à faixa etária existente na área, adicionado a falta de equipamentos esportivos e de lazer, fica ainda mais precário os equipamentos de cultura, levantamento que será levado em consideração e como decisão de integração ao projeto. Mapa 16 – Equipamento de Cultura.

Fonte: Geo Sampa + Qgis e Elaboração: Autor. Esc.: 1:25.000.

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Após fazer as análises mais abrangentes e depois uma análise mais especifica do que de fato acontece no entorno da área de intervenção, me dirijo a seguir a dados mais específicos das favelas João Gaspar I e II. Dados informados pelo Habita Sampa na tabela 03 e 04, são importantes para propor o projeto baseado no mesmo, porém após as visitas em campo e pesquisas através de fotos aéreas e desenhos dos polígonos das edificações existentes, constei que há uma diferenciação nos números da tabela 03 e com base nesses levantamentos, decorrente também a antiga data de vistoria (2001), tiveram muitas mudanças de crescimento desse período, na tabela 05 são novos e atualizados números referente a imóveis, tudo realizado através de pesquisas em campo. Obtive a media de três casas por cada edificações, pois ocorrem vendas de lajes, os mesmos com novos registros de água e luz. Com base no IBGE e da prefeitura regional a media é de três pessoas por domicilio, após esses resultados, conclui a quantidade de pessoas existentes na favela João Gaspar I e II (tabela 05).

Tabela 03 – Dados Favelas João Gaspar I e II.

Distrito João Gaspar II João Gaspar I

Jardim são Luís Jardim são Luís

Prefeitura Regional M oi mirim M oi mirim

Regional

Propriedade

Área

Imóveis

Renda Media

5.282,96

Ano Ocupação 1976

Sul

Municipal

110

R$ 413,69

Sul

Municipal

6.198,69

1984

103

R$ 578,26

Fonte:HabitaSampa

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Tabela 04 –Informações Favelas João Gaspar I e II. Informações

João Gaspar I

João Gaspar II

Zoneamento lei nº 16.402

ZEIS 1

ZEIS 1

Data da Ultima Vistoria

01/01/1990

01/01/1990

Data da ultima atualização

18/04/2016

18/04/2016

Rede de alta tensão

Nenhum

Parcial

Oleoduto ou gasoduto

Nenhum

Parcial

Área Non Aedificandi

Parcial

Parcial

Remoção

70%

25%

Abastecimento de água

10%

100%

Rede de esgoto

0%

0%

Rede elétrica domiciliar

10%

0%

Iluminação publica

10%

30%

Drenagem pluvial

Nenhuma

Parcial

Pavimentação

100%

100%

Índice de Infraestrutura urbana

0,25%

0,51% Fonte: HabitaSampa

Tabela 05 – Dados Residenciais e Habitacionais Favelas João Gaspar I e II. NOME JOÃO GASPAR II JOÃO GASPAR I JOÃO GASPAR I.I TOTAL:

IMOVEIS 170 114 30 314

VENDAS DE LAJE (MÉDIA) 3 FAMÍLIAS 3 FAMÍLIAS 3 FAMÍLIAS

TOTAL DE DOMICILIOS 510 342 90 942

MÉDIA DE TRÊS PESSOAS POR FAMILIA 1530 1026 270 2826 Fonte: Autor

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Foto aérea para delimitar a favela João Gaspar I e João Gaspar II, a presença da linha de alta tensão que passa entre as duas favelas. Ruas próximas a esse perímetro são, a João Gaspar (1), Lazaro Rodrigues (2), Arlindo Fraga de Oliveira (3), Humberto Miranda (4) e Av. Maria Coelho de Aguiar (5). Levantamento em campo de escadarias e vielas existentes nos perímetros das áreas de intervenção.

Imagem 06 - Identificação:

Fonte: Google Earth | Autor

41


Imagem de satélite utilizada para desenhos das edificações dos polígonos das áreas de intervenção. Imagem 07 - Edificações:

Fonte: Google Earth | Autor

42


Implantação feita com base do mapa digital da cidade, inserindo os polígonos das edificações, em relação ao córrego, o mantive o desenho apenas no trecho da favela João Gaspar II, pois as informações sobre o córrego no trecho João Gaspar I se contradizem, informações esclarecidas nas imagens 10,11 e 12. Imagem 08 - Implantação:

Fonte: GeoSampa|Autor

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As ocupações nas favelas João Gaspar I e II ocorrem em terrenos com diferenças de relevo. Na favela João Gaspar I há uma parte do terreno em que a topografia é mais suave, menos acentuada (1) possuindo relação com curso d͛Ągua, já outra parte das ocupações a João Gaspar I.I sem relação ao curso d͛Ągua, estão sobre um terreno de topografia com maior aclive (2). A favela João Gaspar II está sobre um terreno de topografia acidentada (3) também com relação ao curso d͛Ągua. Sendo assim as áreas de intervenção são completamente diferentes quando comparados aos desníveis, portanto cada uma terá um tipo de complexidade de intervenção. Outra característica que podemos perceber nessa perspectiva é o quanto são densas, mas cada uma com a sua característica, a primeira estreita e cumprida, a segunda compacta e terceira volumosa e ampla. Imagem 09: Perspectiva

Fonte: Google Earth|Autor

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Como citado anteriormente essa é a base que o GeoSampa fornece, a imagem está desatualizada e o córrego na quadra da favela João Gaspar I está no lugar que não é o real. Imagem 10: Marcação das favelas João Gaspar I e II

Fonte: Geo Sampa

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Essa montagem feita atravĂŠs de plantas cadastrais das quadras, que o GeoSampa fornece, utilizada para descobrir o parcelamento real do lote e o desenho real do cĂłrrego. Imagem 11: Planta Cadastral

Sem Escala Fonte: Geo Sampa|Autor

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A sobreposição da implantação inserida na planta cadastral, o córrego passa exatamente em baixo das casas da favela João Gaspar I e a outra parte da favela João Gaspar II, áreas que eram destinadas a áreas verdes, ou áreas publicas, pouco adequada a urbanização supostamente abandonada pelo mercado, foram totalmente ocupadas por esses assentamentos irregulares. Imagem 12: Planta Cadastral e Edificação das Favelas JG I e II.

Sem Escala Fonte: Geo sampa|Autor

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As favelas João Gaspar I e II como citado nas análises acima têm um envolvimento com curso d agua, um conflito muito preocupante, pois as casas se instalaram exatamente em cima do córrego, existem algumas restrições quando falamos de habitação e curso d agua, restrições essas que não são de caráter urbano, com referência no artigo: O novo Código Florestal e sua aplicação em áreas urbanas, o trabalho apresenta um panorama geral sobre o marco regulatório das Áreas de Preservação Permanente e considerações sobre as mudanças do novo Código Florestal de 2012. Discute os conflitos existentes na cidade de São Paulo quanto a aplicação do Código Florestal e da legislação urbanística artigo diz que não foram suficiente para superar os conflitos já existentes quanto a sua aplicação na área urbana, fala-se, sobre possibilidades de superação de conflitos entendendo como a solução do problema um projeto de cidade possível de construir, distintas realidades intra-urbanas das cidades, alinhadas com analise conceituais quanto às funcionalidades das áreas de preservação permanente, mesmo em áreas intensamente modificadas pela ação antrópica, estas que podem contribuir para o esclarecimento da questão e para atingir uma normatização específica para áreas urbanas. As características do meio físico configuradas com um tripé formado pela geomorfologia, hidrologia e pedologia, associadas as diretrizes de desenvolvimento urbano e ambiental no Plano Diretor da cidade se constituem no palco para as diretivas e o regramento da proteção aos rios e nascentes. Conclui que o enfrentamento da necessidade de elaborar uma legislação de proteção da vegetação e das áreas de preservação permanente específica para as áreas urbanas é o caminho para a superação dos conflitos. Considerando, portanto que as áreas de preservação permanente em áreas urbanas não poderiam ter as mesmas restrições num todo. No caso das áreas de intervenções se tivesse a restrição especifica que é o que o código florestal exige um distanciamento não edificante de 30 metros de distância de ual ue

u so d agua cuja largura seja menor que dez metros, seria um grande

impacto considerando a realidade do local, a falta de terreno e o adensamento cada vez maior. A proposta é manter a população no mesmo local, porém em conjuntos habitacionais, o foco é propor uma qualidade de vida descente para as pessoas que ali moram, fazendo uso daquele local, porem com condições que sejam o suficiente para que nem o ambiental e o habitacional saiam em desvantagem. 48


Imagem 13 utilizada para identificar as visadas através de fotos ao longo do percurso percorrido nas áreas de intervenções, João Gaspar I e II. Ao todo são quarenta e uma fotos para demarcar brevemente esse percurso, fotos que mostram o conjunto das ocupações em sua realidade, casas que se encontram em cima do córrego, o gabarito existente que são em média três andares por edificações e através de entrevistas com moradores, geralmente cada andar são de um proprietário diferente, pois é muito comum nas duas favelas ocorrer a venda de laje, que nada mais é que uma pessoa comprar um terreno construir o primeiro andar e vender a sua própria laje colocando a escada do lado exterior para não comprometer os espaços das casas, porém acabam comprometendo as vielas, que ficam cada vez mais estreitas, essas vielas muita vezes servem como passagem ou garagem de moto, no trajeto tinham muitos objetos como fogão, armário no meio da passagem, deparei com senhoras com andador andando com muita dificuldade na viela, crianças usam como um quintal, uma área de lazer, muitas crianças correndo, brincando, jogando bola, a falta de área de lazer para as crianças nesse perímetro é gritante, as escadarias maiores são como pontos de encontro aos finais de semana, as pessoas sentam para conversar, as menores e mais íngremes são como vielas com degraus. As ruas em dia de semana ficam completamente lotadas por carros e motos, em virtude do centro empresarial, a favela João Gaspar I o trecho que esta em cima do córrego, esta espremida por dois estacionamento, eu compreendo que a demanda de estacionamento no local é grande, mas a demanda por moradia digna e área de lazer é bem maior, infelizmente o carro naquele cenário é mais importante do que as moradias das pessoas.

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Imagem 13: Visadas

Fonte: Google Earth|Autor

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A seguir fotos do trecho inicial da favela JoĂŁo Gaspar I

Visada : ua Hu se a a.

e to Mi a da de fi ais de Visada : ua Hu e to Mi a da, de segu da a sexta, devido a ua tidade de pessoas ue t a alha pa a o e t o e p esa ial. 51


Visada 2: Rua Humberto Miranda, entrada para a viela da favela João Gaspar I, restaurante ao lado esquerdo (fazendo parte da favela) e estacionamento ao lado direito.

Visada 3: Viela da favela João Gaspar I mostrando o gradil que separa o córrego da viela e as escadas para a entrada das casas, pois elas estão elevadas devido ao córrego.

Visada 4: Inicio do córrego em baixo das casas na Visada 5: Como é feita a solução para ocorrer a favela João Gaspar I. venda de lajes, sem comprometer as casas já construídas, com escadas caracol.

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Trecho intermediário favela João Gaspar I

Visada 6: O gabarito das casas mesmo as que Visada 7: Mostrando o quanto é estreita e estão a cima do córrego a media são três andares cumprida a viela. por edificação.

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Visada 8: Na maioria dos casos, quando se Visada 9: Objetos que são deixados ao longo do constrói em cima, constrói mais a frente, com percurso da viela, fogão, móveis, madeira entre isso fica praticamente a centímetros de distancia outros. da janela do vizinho.

Visada 10: Casos de vendas de laje, porém com Visada 11: A densidade continua de casas escada dentro da edificação e quantidade de justapostas, formando quase uma unidade. relógios de eletricidade.

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Trecho final favela João Gaspar I e inicio João Gaspar II

Visada 12: Escada de acesso para a parte superior Visada 13: a densidade de casas justapostas e o da favela João Gaspar I. gabarito existente.

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Visada 14: Tamanho da viela é muito variável, Visada 16: O quanto as casas são próximas uma pois algumas pessoas se apropriam para ganhar das outras, com isso iluminação e ventilação mais espaço, na parte superior é comum ser insuficiente. maior que na parte inferior da casa.

Visada 15: A situação real das casas nesse local, as edificações param nesse limite do córrego porque é exatamente onde passa a linha de alta tensão, nesse trecho eles utilizam como quintal. 56


Trecho favela João Gaspar II

Visada 17: Algumas casas já começam a mostrar Visada 18: Na favela João Gaspar II tem uma um revestimento mesmo no meio da favela, pelo topografia mais acentuada, então a solução das fato do tempo de consolidação. vielas é com alguns degraus no meio no percurso. 57


Visada 19: Mostra uma espécie de ͚condomínio Visada 20: Na favela João Gaspar II as varandas fechado͛, só tem acesso às pessoas que possuem das casas são praticamente coladas na casa da a chave do portão e existem casas neste local frente. que estão em cima do córrego, não tive acesso.

Visada 21: As vielas com degraus, dificultando Visada 22: A escadaria olhando para a rua ainda mais o percurso. Arlindo Fraga de Oliveira, dividindo a favela do muro da escola.

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Visada 23: A escadaria olhando para a rua de Visada 24: Inicio da Rua João Gaspar, algumas cima, João Gaspar, dividindo a favela do muro da casas começam apresentar um melhor escola Marechal Deodoro da Fonseca. revestimento, por ter acesso ao viário.

Visada 25: Rua João Gaspar, as casas começam Visada 26: Rua João Gaspar, as casas que tem aparecer, revestimentos, garagem, porém com a acesso ao viário, à maioria já começam escada para o lado de fora, um indicio de vendas apresentar garagem. de lajes, mesmo com acesso ao viário.

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Trecho intermediário favela João Gaspar I e as proximidades

Visada 27: Situação de um trecho da favela João Visada 28: Trecho final da Rua João Gaspar, notaGaspar I.I, numa área que a topografia é se um maior fluxo de pessoas nesse trecho aos extremamente acentuada, e se encontra ao lado finais de semana. da linha de alta tensão.

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Visada 29: Uma das entradas do trecho mais Visada 30: A escadaria tem a mesma função das íngreme da João Gaspar I.I. vielas, sendo assim o acesso das casas são em níveis diferente.

Visada 31: A associação Santa Cecilia, muito Visada 32: Rua Humberto Miranda, com portas movimentado de crianças e adolescentes de de comercio, que geralmente são restaurantes segunda a sexta, não abre aos finais de semana. para atender funcionários do centro empresarial em dia de semana.

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Trecho favela João Gaspar I e as proximidades.

Visada 33: Foto tirada dentro do estacionamento, mostrando o gabarito e casas completamente justapostas, parecendo formar uma só unidade, todas essas casas estão à cima do córrego.

Visada 34: Rua Humberto Miranda, portas de comércio de restaurantes e a quantidade de motos estacionadas de pessoas que prestam serviços ao centro empresarial.

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Visada 35: Esquina entre a Rua Humberto Visada 36: Av. Maria coelho de Aguiar e o Miranda e a Av. Maria Coelho de Aguiar, a estacionamento. esquina em que se encontra um dos estacionamentos.

Visada 37: Av. Maria coelho de Aguiar, o galpão Visada 38: Av. Maria Coelho de Aguiar, de reciclagem de metais e foto tirada sem mostrando o galpão de reciclagens de metais e horário de trânsito, pois é intenso nessa avenida. seu enorme muro.

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Visada 39: Inicio da Rua Arlindo Fraga de oliveira, Visada 40: Rua Arlindo Fraga de Oliveira. esse muro de cor vermelha ao lado esta a linha de alta tensão e as pessoas usam como acesso e chamam de travessa operária.

Visada 41: Um trecho do córrego da Rua Arlindo Fraga de Oliveira, no inicio como mostra na foto não existe edificações mas um pouco adiante as edificações começam aparecer, não tenho levantamento fotográfico porque não tive acesso, o levantamento foi feito através de foto aérea.

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O conjunto de fotos a seguir representa os diversos fatores existentes nas favelas João Gaspar I e II. Fatores como identificação de densidade, nas fotos mostram uns dos sinais mais visiveis para essa rapida identificação, como na imagem 14, o espaço entre duas casas existem seis relogios de energia elétrica, indica-se que existem seis familias morando nesse espaço, a densidade do gabarito existente como se identifica na imagem 15 e na imagem 16, como que é feita a maioria das circulações verticais que são através de escada caracol.

Imagem 14

Imagem 15

Imagem 16

As escadas de alvenaria para fora da residência também são fatores com uma presença muito significativa, na imagem 17 mostra como é feita a entrada de uma casa e o acesso à porta no ultimo degrau da escada, na imagem 18 representa as dezenas de escadas nas vielas, por sua vez, na imagem 19 acabam sendo cada vez mais estreita.

Imagem 17

Imagem 18

Imagem 19

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As imagens 20 e 21 são para mostrar que as casas das favelas não param de se ampliar e a cada dia que passa a tendência é ficar cada vez mais populosa e mais verticalizada.

Imagem 20

Imagem 21

Essas Imagens são de uma residência que esta vazia para se alugar, na primeira imagem 22 é a cozinha, quarto e banheiro, na imagem 23 como é feita a escada num pequeno espaço, acabam por sua vez fazendo espelhos enormes e pisadas pequenas e tem a necessidade de se baixar para conseguir subir no segundo andar que se encontra o outro quatro, na imagem 24 é a área da varanda que é colada no muro da casa da frente, moravam ali 5 pessoas e mais uma família na casa de baixo.

Imagem 22

Imagem 23

Imagem 24

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Nas Imagens 25 e 26 são para mostrar que acontece também o fato de ter residência com cota negativa juntamente com problemas relacionados a inundações, isolação e ventilação.

Imagem 25

Imagem 26

A situação real do córrego nas imagens 27,28 e 29 junto à ele problemas relacionados a inundações e salubridade.

Imagem 27

Imagem 28

Imagem 29

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Na Imagem 30 e 31 mostra um restaurante/bar que é um grande ponto de encontro de todos os moradores, toda hora do dia tem pessoas ali conversando, é um lugar de referência que carteiros, por exemplo, deixam as correspondências que são destinadas à moradores das favelas, apesar das casas conter algum tipo de numeração, é bem confusa.

Imagem 30

Imagem 31

As Imagens 32, 33, 34 e 35 são para mostrar que as casas tem uma melhora significativas quando tem o acesso ao viário, começam aparecer revestimentos e pinturas, mesmo ainda ocorrendo as vendas de lajes com escadas para a fora da casa como mostra na imagem 32, e até mesmo portões de garagem como mostra nas imagens 34 e 35.

Imagem 32

Imagem 33

Imagem 34

Imagem 35

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As imagens 36, 37 e 38 são alguns exemplos de uma característica presente da favela João Gaspar II, que apesar da melhora significativa em consequência do viário, nesses portões são entradas para diversas casas, a mesma que não consegui o acesso por que é restrito só para moradores.

Imagem 36

Imagem 37

Imagem 38

Pode não parecer, mas a Rua João Gaspar e a Humberto Miranda são ruas muito utilizadas para ͞cortar͟ caminho, em dia de trânsito em São Paulo elas ficam assim, como na imagem 39 e 40, outra característica que esta presente na imagem 40 é o novo prédio empresarial Brookfield construído na marginal pinheiros, para ter uma noção da a proximidade a polos empresariais.

Imagem 39

Imagem 40

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Elegi as imagens 41 e 42 para mostrar um pouco dos espaços que as crianças têm para se divertir, elas fazem as vielas como área de lazer, onde acontecem todas as brincadeiras, nas ruas dividem o espaço com carros estacionados, veículos passando, crianças que querem ser crianças, que necessitam de um espaço para brincar livremente e somente se divertir. O que se pretende como projeto é destinar áreas verdes e de lazer para as crianças.

Imagem 41

Imagem 42

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Existe falta de espaço sim, mas isso não impede a população a fazer eventos na rua, esse tipo de evento acontece com frequência, geralmente são eventos de musicas, fecham o começo da Rua João Gaspar e se entende até o final da Rua Humberto Miranda, eventos conhecidos e para a própria população do entorno mais próximo. Em conjunto com o projeto Habitacional será destinada uma área para que esses eventos continuem acontecendo.

Imagem 43

Imagem 44

Imagem 45

Conversei com uma integrante desse time de futebol, é um time que se chama Raízes f.f Jd. São Luís, um time bem conhecido por todos que moram nessa região, para saber dificuldades encontradas pra elas que fazem parte desse time a um bom tempo. O relato que tive é que com muito esforço depois de se cadastrarem no programa Club Escola elas conseguiram treinar numa quadra relativamente perto, mas quando a escola resolve fechar, não avisam e assim, não tem aonde elas treinarem, fora os problemas de mão de obra e manutenção da quadra da escola. As maiorias das integrantes desse time moram nas favelas João Gaspar I e II e relataram diversos problemas existentes da área.

Imagem 46

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Após todas as analises, iniciou-se os levantamentos de remoções, primeiramente todas as casas que estavam em cima do córrego obviamente que deveriam ser retiradas e todas que estivessem próximas também, pois o mínimo de distância quando se trata de urbanização é duas vezes e meia o tamanho do córrego, fui até o PROJ 4 (Divisão de Projetos de Águas Pluviais) me informei sobre o tamanho máximo da la gu a do u so d agua, que são dois metros e quarenta centímetros, portanto a distância seria de seis metros sem edificações, o segundo passo foi a remoção das casas que tinham cotas negativas, presente na favela João Gaspar I,

o terceiro passo foi retirar algumas

casas para abrir novas vielas para que todas as casas tivessem acesso direto, o quarto passo foi pensar como iria passar a rede de esgoto para atender as casas que restaram, o que sobrou foram algumas ilhas de casas , que não fazia mais sentido para o projeto, a decisão foi a remoção de todas as casas das favelas João Gaspar I e II demarcado com cor vermelha na implantação ao lado e de algumas casas que não faziam parte da favela na cor rosa, ao todo 22 casas, os Imagem 47- Sem escala

dois estacionamentos marcado com a cor cinza e na cor marrom o galpão de

materiais recicláveis, a quadra após as remoções ficou bem demarcada o que era o perímetro da intervenção e como escolha projetual, foi decidido trabalhar com a uad a ue estivesse elação o

o u so d agua, po ta to a decisão foi tomada para

não mexer na favela João Gaspar I.I que esta ao outro lado da rua. Demarcado em roxo a escola e a associação. O objetivo era atender todas as casas das que seriam retiradas, ao todo 852 contando com que cada edificação tivesse três casas, um numero já calculado no máximo, um equipamento institucional que fosse voltado à cultura e um equipamento esportivo ambos, fazendo ligação com a escola e um 72


espaço para os eventos que hoje acontece na rua. Após a análise do entorno, seria como forma de interação com a população, principalmente as pessoas que trabalham no centro empresarial que utilizam muito os restaurantes das redondezas e para repor os restaurantes das casas que foram removidas, se houvesse restaurantes no térreo de alguns conjuntos habitacionais voltados para a Avenida Maria Coelho de Aguiar a mesma com maior fluxo de pessoas e veículos, junto à praças de permanência e arborizada. Ma te o u so d gua linear e claro preserva-lo com vegetação, transformando em um espaço livre e de convivência fazendo uso digno da quadra inteira.

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Residencial Parque Novo Santo Amaro V / Vigliecca&Associados •

O projeto localiza-se na zona sul do município de São Paulo, na região dos mananciais da represa Guarapiranga. A área caracteriza-se como uma região de fundo de vale com u so d gua e t al e e ostas laterais de grande declividade totalmente ocupadas por construções precárias.

O córrego recebia, ao longo de seu percurso, os esgotos das casas que o circundam e as águas pluviais das vias que limitam suas encostas. Devido a esta ocupação irregular, a mata ativa de vegetação ao lo go do u so d gua foi exti ta.

A di et iz ge al

ia ao lo go do u so d gua existente um eixo central verde,

resgatando o valor da água como principal elemento paisagístico. Para que este local tenha vida e animação é imprescindível que existam pontos de atração em todo seu percurso, induzindo as pessoas a circular, portanto serve também de acesso à maioria das habitações. Eixo caracterizado como um parque linear é o elemento que estrutura todo o conjunto das intervenções, estimulando o sentimento de identidade dos moradores com o lugar. Este eixo está concebido como uma centralidade na escala da região, promovendo encontros e o lazer das pessoas. Um dos pontos de atração deste eixo foi concebido no extremo onde se localizam o campo de futebol, o clube, a associação de moradores e a Escola Estadual; ou seja, este ponto já consistia em um local de encontro e de referência, que foi consolidado no projeto e nas obras. No outro extremo da área de projeto, patamares, degraus e bancos se acomodam no terreno reafirmando, de maneira lúdica, o grande desnível topográfico existente. •

O p ojeto o st ói v ios po tais au e ta do o ú e o de a essos ao pa ue li ea . O intuito é diminuir as barreiras do entorno, com isso utiliza duas passarelas metálicas que conectam os dois lados da encosta passando acima do parque.

As famílias removidas do local serão relocadas para as unidades habitacionais criadas na mesma área, contendo ainda uma quantidade maior de apartamentos ao todo 201, que atenderá a demanda de outros setores da região, que também se encontram em áreas de risco.

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Imagem 48. Fonte: Vigliecca

Imagem 49. Fonte: Vigliecca

Imagem 50. Fonte: Vigliecca

Imagem 51. Fonte: Vigliecca

Imagem 52. Fonte: Vigliecca

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O projeto de urbanização do bairro Jardim Colombo. Levisky Arquitetos - Estratégia Urbana. •

Áreas de grande densidade populacional, ocupadas sem diretrizes prévias de planejamento, conformam conglomerados urbanos de difícil intervenção. O projeto de urbanização do bairro Jardim Colombo, que faz parte do complexo de Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, é um exemplo dessa condição. Unidades habitacionais debruçadas sobre o Córrego Colombo, de saneamento precário e com frequentes inundações. O bairro sofre com a ausência de vias de acesso ao transporte público, falta de equipamentos de esporte e lazer, e carece de edificações adequadas para uso institucional pelo poder público.

Parque linear foi projetado para o perímetro do entorno do córrego, numa solução que, ao proteger o curso d´água e fazer de suas margens uma região de lazer e convivência, integra soluções de urbanismo, meio ambiente, transportes, saneamento e engenharia hidráulica, com mobiliário urbano, iluminação pública, playground, equipamentos esportivos e de lazer, serviços públicos e novas unidades de uso misto;

149 novas unidades habitacionais e 25 novas unidades comerciais garantindo a oferta de emprego junto ao espaço de moradia e ainda tem o objetivo de estreitar a relação entre os moradores e a rua.

A solução foi a acomodação do projeto das edificações na topografia, criando acessos condizentes com as vielas já existentes; Estruturas para contenção do desnível no entorno do córrego servirão como arquibancadas com canteiros verdes para convivência e lazer.

A densidade habitacional nos novos conjuntos foi compatível com o entorno; "Não criamos recuo no terreno. Se formos trabalhar com os parâmetros construtivos olhando apenas para o lote, a gente vai atender a uma determinada taxa de ocupação, recuo e afastamentos. Mas esses seriam muito distantes da linguagem do bairro", defende Levisky.

As edificações do projeto pretendem inserir nas novas intervenções a mesma realidade de cheios e vazios que o pedestre já tem hoje no bairro. "Ele está acostumado a andar em uma paisagem construída compacta. Então ela deve se manter compacta", pontua. A arquiteta também entendeu que seria um contrassenso a criação de qualquer área de lazer condominial, uma vez que todo o bairro carece desses espaços.

A escolha pelo uso comercial no pavimento térreo das edificações, voltados para o córrego, garante a oferta de emprego junto ao espaço de moradia e ainda tem o objetivo 76


de estreitar a relação entre os moradores e a rua. Esse comércio estimula a movimentação no entorno, nas calçadas. O comércio também deve funcionar como "zeladores" do calçadão que acompanha o Córrego Colombo, evitando novas ocupações. •

O traçado da canalização aberta do córrego convida os moradores a manterem contato com a lâmina de água limpa e corrente. A ideia é que essa seja a principal contribuição do córrego Colombo: uma proposta de passeio e oferta de lazer junto à cota inferior da praça. Os acessos são escalonados por canteiros verdes e arquibancadas para contenção do desnível, que também funcionam como áreas de convivência e lazer.

"Esse é um bairro sem recuo, em que uma casa está apoiada na outra, em que o quintal de um é quase a sala de estar do outro. Então, não tem cabimento não seguir essa linguagem, criar um gradio, recuo, área de lazer fechada e um prédio pirulito, descolado do mundo que está ali fora. A tentativa foi tratar esses lotes e essas implantações de forma que estivessem integrados nesse tecido urbano", explica Levisky.

Imagem 53. Fonte: Pini

Imagem 54. Fonte: Pini

Imagem 55. Fonte: Pini

Imagem 56. Fonte: Pini

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Morro do s4 Arquiteto Hector Vigliecca e Outros - RENOVA SP •

Rupturas: O córrego se configura como uma barreira que divide o tecido urbano física e socialmente;

Áreas verdes: as áreas publicas existentes na área de estudo, excluindo as áreas invadidas são apenas 1,5% da área total da intervenção;

Construções informais: em áreas de risco e ausência de infraestrutura de drenagem e saneamento em geral.

Aumento de alternativas nos percursos;

Pela remoção das áreas de risco e a canalização do córrego propõe bolsões verdes junto ás pontes urbanas com equipamentos de lazer, reforçando a intersecção da cidade com o córrego;

Remoções das habitações estabelecidas nas áreas de risco e por razões explicitas de qualificação física urbana;

Realocação das populações desalojadas, locação de novos edifícios de adensamento dentro do perímetro de intervenção;

Novas conexões por pontes e passarelas equipadas.

Projeta uma praça condominial com a laje do estacionamento.

Imagem 57. Fonte: Vigliecca

Imagem 58. Fonte: Vigliecca

Imagem 59. Fonte: Vigliecca

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Reurbanização do Sapé / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. 

Atende 2500 famílias em condições precárias de moradia no Bairro do Rio Pequeno. O conceito que estrutura o partido geral da urbanização da favela do Sapé é a costura urbana entre as duas margens do córrego a partir do desenho de espaços públicos. A leitura das condições físicas e sociais da comunidade denota uma descontinuidade urbana em vários níveis de precariedade.

Assim o projeto constitui-se como ferramenta de inclusão na medida em que suas ações desenham oportunidades de conexão, encontro social, vivência e troca no espaço público urbanizado. Ao unir em desenho urbano, infraestrutura e habitação, o projeto cria espaços para melhorar a mobilidade urbana, a qualidade ambiental, a moradia, o lazer, o trabalho, possibilitando uma consciência de pertencimento que colabora para a manutenção e a melhoria da vida na cidade.

Os principais objetivos da urbanização são a remoção das famílias em situação de risco; a implantação de infra estrutura urbana para todas as moradias, e a construção de novas residências na própria área. Desta forma, foi a partir das áreas remanescentes das remoções obrigatórias que estudou-se as possíveis áreas de assentamento vinculadas ao caminho verde junto ao córrego do Sapé. A reurbanização criou três áreas para novos edifícios estruturando também os pontos de conexão da comunidade com o bairro, como junto às escolas potencializando o espaço público.

O projeto proporciona uma relação de permeabilidade entre as áreas públicas, coletivas e privadas.

A circulação horizontal avarandada coletiva transpôs para o pavimento um espaço de convivência existente nas vielas da favela, criando a oportunidade de troca entre as famílias de um mesmo andar.

Ao incorporarmos a paisagem do caminho verde com sua vegetação nos vazios entre os volumes integramos estes espaços modulando a passagem das áreas públicas para as privadas, neste sentido procuramos sempre proporcionar uma entrada pela rua e outra pelo caminho verde para todos os condomínios. Neste exercício de acomodação topográfica, o edifício pousa no terreno originando unidades no subsolo mais ligadas espacialmente ao caminho verde.

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Imagem 60. Fonte: Archdaily

Imagem 61. Fonte: Archdaily

Imagem 62. Fonte: Archdaily

Imagem 63. Fonte: Archdaily

Imagem 64. Fonte: Archdaily

Imagem 65. Fonte: Archdaily

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Conjunto Habitacional Jardim Lidiane 

Na zona norte de São Paulo, o conjunto habitacional do Jd. Lidiane encontra-se em meio a uma zona industrial, de difícil acesso e frequentes alagamentos.

Levando alguns aspectos urbanísticos em conta e ainda considerando a rica dinâmica social da favela na qual o conjunto se insere, o projeto assume como ponto capital a criação de espaços públicos de qualidade, que extrapolam os limites do edifício e geram em seu entorno melhorias para toda a comunidade.

Optou-se por criar uma grande praça central no miolo da gleba destinada ao empreendimento, equipada com quadra , bancos e equipamentos de ginástica, que organiza os edifícios em seu entorno e amplia as opções de lazer da região.

Em complemento a praça, foram previstas áreas comerciais no térreo e uma marquise desenhada para abrigar os pedestres que passarem por esta calçada.

Do ponto de vista da circulação viária e do acesso ao transporte públicos propôs-se a abertura de uma nova rua que se conecta à uma rua já existente.

Buscando melhorias das condições de habitabilidade e reforçando a estratégia de inclusão desta comunidade à chamada cidade formal.

A busca pelo convívio em comunidade guiou a proposta até mesmo nos desenhos dos edifícios em si. Toda a circulação se faz por escadas abertas e passarelas elevadas.

Imagem 66. Fonte: Andrade Morettin

Imagem 67. Fonte: Andrade Morettin

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Conjunto habitacional do Real Parque

O Setor Habitacional, com 1252 novas unidades, será constituído por quatro quadras e dividido em 11 condomínios executados sobre a área hoje ocupada pela da favela e mais dois terrenos integrados ao Plano Urbanístico, todos destinados ao uso predominantemente habitacional com ocorrência de módulos comerciais no pavimento térreo em alguns locais.

Todas as edificações da favela Real Parque serão removidas para a implantação das novas habitações.

As questões de acessibilidade reguladas pela NBR-9050 serão contempladas e 3% das unidades habitacionais adaptadas para portadores de necessidades especiais. Os condomínios serão constituídos, no máximo, por 150 unidades. As áreas livres serão projetadas com critérios paisagísticos e, além das áreas verdes, dotadas de equipamentos de lazer cobertos e descobertos. A solução arquitetônica é a da habitação coletiva verticalizada, resolvida através edifícios entre 7 e 9 pavimentos, conforme as particularidades topográficas da implantação. O pavimento térreo de acesso estará sempre em nível intermediário, com 4 pavimentos superiores e, conforme a situação, de 2 a 4 pavimentos inferiores, dispensando da obrigatoriedade da solução mecânica para a circulação vertical. Nos pavimentos, a circulação horizontal está resolvida através de varandas abertas e voltadas para as áreas coletivas de lazer, que configuram praças internas dos condomínios. O programa dos apartamentos prevê dois dormitórios, banheiro, sala e cozinha, integradas, e área de serviço, além de varandas nos dormitórios.

O Centro Socio-Cultural e Educacional está implantado neste contexto, numa posição estratégica em relação ao complexo construído de forma a ter fácil acesso e privilegiada visibilidade e domínio da paisagem. O conjunto será objeto de proposta de regularização, recuperação e qualificação das suas construções, instalações e espaços livres.

Imagem 68. Fonte: Epaulistano

Imagem 69. Fonte: Pini

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Urbanização de Heliópolis Gleba A 

Na maior favela de São Paulo, o objetivo essencial desse projeto é propor o entendimento de que habitação de interesse social não é um problema de quantidade, de custo ou tecnologia. O objetivo essencial é a construção da cidade.

Isso implica inserir esses empreendimentos na trama ativa da cidade de maneira que o indivíduo que se estabelece nesta área se insira na rede estrutural da cidade. O projeto propõe uma inter-relação hierárquica de ruas locais ligadas às estruturadoras.

A metodologia para obter as diretrizes de arquitetura é a de definir uma hipótese de cidade para uma área especifica que não se baseia na imposição de um modelo préestabelecido e sim na geração de modelo próprio gerado sobre a observação e cultura que o próprio local nos ensina.

A proposta das novas construções interpreta ponderadamente este legado cultural, estabelecendo novos parâmetros básicos que definimos como arquitetura solidária e urbanamente ativa. Solidária porque respeita os vizinhos dos setores de construções já consolidados; urbanamente ativa porque tende a qualificar e dar identidade apropriada e clara a cada setor de intervenção.

Imagem 70. Fonte: Vigliecca

Imagem 71. Fonte: Vigliecca

Imagem 72. Fonte: Vigliecca

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O Residencial Corruíras   

Foi planejado para viabilizar o reassentamento dos moradores da Favela Minas Gerais, ocupação irregular lindeira à obra. O conjunto está implantado em um terreno com declividade acentuada próximo ao córrego Água Espraiada. O projeto se desenvolveu tirando partido das condições topográficas condicionantes ao dispor os dois blocos que compõem o conjunto de forma escalonada, com acessos pelas vias superior e inferior, explorando o desnível tanto para o melhor aproveitamento do terreno. A opção em valorizar a circulação horizontal com passarelas como elemento estruturador e articulador do conjunto reforça a ideia do espaço coletivo como luga da t o a, u a efe ia va a da p ese te a asa asilei a ue olha ao pátio interno. Espaços complementares a moradia compõem uma rede de possibilidades de usos e atividades como o lazer, a recreação, a leitura e o estudo.

Imagem 73. Fonte: Boldarini

Imagem 74. Fonte: Boldarini

Imagem 75. Fonte: Boldarini

Imagem 76. Fonte: Boldarini

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Residencial Diogo Pires 

Insere-se nas ações de urbanização da Favela Nova Jaguaré em São Paulo com o objetivo de realizar parte do reassentamento das famílias moradoras nas áreas de risco ou afetadas por obras de infraestrutura.

É composto por 240 unidades habitacionais, 14 unidades comerciais e um conjunto de espaços destinados ao lazer, recreação e estudo.

O projeto explora as relações entre público e privado ao propor espaços e usos variados, especialmente os estabelecidos no térreo.

Uma praça principal que articula os espaços coletivos, de domínio público e privado, e os diversos usos como comércios, serviços e atividades comunitárias. Espaços que darão suporte para atividades que qualificam a morada. Junto à praça foi proposto u

espaço o u it io

ue faz a t a sição e t e o de t o e fo a , o espaço

destinado ao estudo e concentração estabelece uma relação direta do conjunto com a cidade.

Imagem 77. Fonte: Boldarini

Imagem 78. Fonte: Boldarini

Imagem 79. Fonte: Boldarini

Imagem 80. Fonte: Boldarini

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Após todos os levantamentos, desenvolvi um simples plano de massa para apoiar-me em alternativas espaciais de edificações, principais áreas livres e verdes, passagens transversais e caminhos, fazendo uso ao existente e ao entorno. Imagem 81: Plano de massas

Fonte: autor – sem escala

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Localizado no bairro do Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo, tem como objetivo de projeto além de criar moradias para as famílias da favela João Gaspar I e II que viviam precariamente. O projeto busca melhorar uma parcela urbana, valorizando alguns recursos já existentes. Próximo à escola existente foram destinado um quadra de futebol com arquibancadas e um equipamento cultural. Em virtude da ocupação irregular a vegetação e áreas verdes foram totalmente extinta. O córrego foi canalizado e mantido como um eixo linear, junto a ele, os conjuntos habitacionais, uma significativa área verde, alguns pontos atrativos como, áreas de permanência, playground, praças arborizadas, restaurantes além de um espaço para eventos de música que antes acontecia na rua, sem nenhuma área de lazer condominial, pois o entorno é carente de lugares de lazer. Para ter acesso de um lado da rua a outro, foram criadas novas escadarias e passagem, os eixos de passagem que existiam foram mantidos com a intensão de maior identidade do lugar, para o córrego não ser uma barreira, foram criadas passarelas de conexão. Os prédios são de cinco a dez andares com a acomodação das edificações a topografia, não necessitando de elevadores, sem fazer uso a recuos ficando condizentes as linguagens do entorno, as edificações comportam 864 unidades habitacionais, atendendo assim toda a população que habitavam nas casas das favelas que era ao todo 852 casas, com dois tipos de tipologia e opções acessíveis. Toda a circulação se faz por caixas de escadas. As distribuições dos conjuntos habitacionais foram designadas conforme o entorno existente, o equipamento institucional se localiza no térreo de quatro torres de prédios ao lado da escola Marechal Deodoro como ligação de aprendizado, os restaurantes são no térreo de dois prédios com abertura para o miolo da quadra e também voltados para a Avenida Maria Coelho de Aguiar com um maior fluxo de pessoas e veículos diariamente, localizado em frente ao centro empresarial de São Paulo, junto à uma praça arborizada e uma praça de permanência, os outros dois conjuntos habitacionais são destinados à moradia. Optou-se por criar um eixo principal ligando a Rua Guimarães Tavares com a Rua Humberto Miranda, aonde o ocorre o alargamento do córrego.

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A compreensão dos levantamentos apresentados no presente trabalho foram de extrema importância para o entendimento da área de estudo, a partir das analises aprofundada do entorno até as analises mais especificas da área de intervenção que foram apresentadas por um levantamento fotográfico, auxiliaram em decisões de projeto. O projeto tinha como premissa inicial tratar-se de urbanização de favelas, com intervenções pontuais, porém após analises tomou-se para outro rumo, o que eu acredito que de maneira alguma tenha mudado o meu foco principal que sempre foi propor um projeto que melhorasse a vida das famílias que moravam nas favelas João Gaspar I e II, formou-se como projeto final o conjunto habitacional João Gaspar, dentro do possível foi explorado ao máximo tudo que foi levantado e percebido para que o projeto fosse o mais ideal para a realidade real. O resultado do conjunto habitacional João Gaspar, atendeu de uma forma geral todos os objetivos proposto em projeto e o mais importante que era atender toda população que seria removida. Fazer um trabalho de conclusão de curso tratando com urbanização de favelas, eu diria que é algo bem complexo, cada caso é um caso, não é simplesmente copiar algo que deu certo em algum lugar e aplica-lo na área que está intervindo, são diversos fatores diferentes, esse trabalho me ajudou na compreensão de muitos fatores, foi um real desafio e de muito aprendizado, mas confesso que se tivesse mais um ano, iria ter mais um ano de desenvolvimento de trabalho, poderia aprofundar-me mais especificamente com cada caso existente na área de intervenção, além de poder detalhar ainda mais o projeto arquitetônico. Este trabalho contribui para a comunidade acadêmica por se tratar de um tema, complexo, não muito presente nas matérias apresentadas pelo curso e que é uma realidade existente na grande São Paulo.

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