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ENTREVISTA COM A NOVA PRESIDENTA DO SENGE-PE: ELOISA MORAES
by Senge-PE
A engenheira civil Eloísa Moraes é a primeira mulher a assumir a presidência do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco, depois de mais de oito décadas da entidade. A seguir, ela fala um pouco sobre os desafios nesta nova tarefa e enfatiza que a gestão é coletiva e o maior objetivo do grupo atual é agregar engenheiras e engenheiros pernambucanos das mais variadas modalidades, inclusive aqueles que trabalham como autônomos e pequenos empreendedores. Sem perder de vista, claro, a luta pela soberania nacional e pela valorização da engenharia como um dos caminhos para o desenvolvimento econômico e social brasileiro.
SENGE - Eloísa, como é ser a primeira mulher a ocupar esse espaço tão importante para a categoria?
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ELOISA MORAES - Desafiador. Espero que possa contribuir para a valorização dos engenheiros e das engenheiras, sempre objetivando dar visibilidade e abrir os mais variados espaços de fala, lutas, reinvindicações e acolhimento. O Senge é um sindicato plural, que representa as mais diversas modalidades da engenharia, temos associados de diversos campos de atuação e é esta característica que pretendo explorar.
SENGE - Como foi, até o momento, sua trajetória dentro do movimento sindical da engenharia? E dentro do Sistema CONFEA/CREA/Mutua?
ELOISA MORAES - Foi um caminho natural de conquistas de espaços, na diretoria do Senge, como conselheira do Crea-PE, ,participando do coletivo de mulheres da Fisenge, fazendo parte da diretoria da Fisenge, e estando perto das diversas entidades de classe. Fui a primeira engenheira de Pernambuco a me associar à Mutua. Valorizando os espaços ocupados, buscando ter visibilidade. Participo de movimentos pela engenharia desde muito cedo, na universidade ainda, participei de diversos eventos e cursos no Clube de Engenharia de Pernambuco, que foi uma referência para meu aprendizado profissional nos debates sobre os diversos temas na engenharia pernambucana e nacional.
SENGE - Quais as maiores alegrias e dificuldades que você encontrou em sua jornada?
ELOISA MORAES - Acho que tive mais alegrias do que dificuldades. Consegui trabalhar na minha profissão recém-formada, e esta condição me fez desenvolver de forma muito gratificante minha trajetória. Sou filha de engenheiro e convivi com os desafios da profissão desde sempre. Tive o privilégio de ter um professor, meu pai, que me deixou de legado o amor à engenharia. As dificuldades encontradas são as mesmas de qualquer profissão, enfrento um meio muito competitivo, onde as remunerações são baixas, o ambiente de trabalho é hostil e um tanto inóspito.
SENGE - O que a categoria pode esperar como principal marca de sua gestão?
ELOISA MORAES - Principalmente o acolhimento nas mais diversas demandas. Em especial na valorização da Engenharia, como profissão de alta relevância para o desenvolvimento do país. Abriremos o Sindicato para uma nova realidade sindical, buscando atrair também os profissionais autônomos em suas mais diversas formas de trabalho.
SENGE - A nova diretoria do Senge-PE tem uma composição igualitária no que se refere à questão de gênero. Sabemos que esse é um fato inédito. Como você descreve o caminho percorrido até aqui para chegarmos a esse cenário?
ELOISA MORAES - O Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco, pelo menos nas três últimas décadas, teve na sua diretoria a participação de mulheres, e esta participação sempre foi de maneira ativa e propositiva. O aumento do número de engenheiras na diretoria se deu de forma natural e gradativa. Nossas gestões sempre foram democráticas com a participação efetiva das mulheres nas decisões e em particular no Senge Pernambuco, culminou na reforma do nosso estatuto com a inclusão da Diretoria da Mulher na executiva.
SENGE - De que maneira você pensa que os sindicatos podem aumentar a representatividade feminina nas suas gestões? E no sistema CONFEA/ CREA/Mutua?
ELOISA MORAES - Na minha opinião é dando visibilidade às mulheres que estão nas entidades e atraindo novas engenheiras com pautas que sejam atrativas, mostrando a importância da ocupação dos espaços.
SENGE - Como o sindicato deve atuar para garantir sua sustentabilidade financeira?
ELOISA MORAES - Manter os associados e atrair novos, com uma gestão moderna e participativa, buscando oferecer serviços tanto para os empregados formais como para os autônomos.
SENGE - Como o sindicato deve atuar para garantir sua sustentabilidade financeira?
ELOISA MORAES - Façam Engenharia! Sejam profissionais competentes e éticos, atuem coletivamente – seja em sindicatos, associações ou qualquer outro modelo de grupo organizado. Juntos conseguimos avançar e nos fortalecer. A engenharia é um dos principais motores para uma sociedade economicamente forte, soberana e igualitária, mas a luta pela valorização da nossa profissão e, consequentemente, da nossa categoria, é coletiva, então precisamos estar juntas e juntos. Há esperança de dias melhores para todas e todos, com organização e persistência nosso país volta a ser feliz e teremos muito trabalho para arregaçar as mangas e contribuir. Mãos à obra!
SENGE - Quais serão os principais desafios de sua gestão?
ELOISA MORAES - Manter o Sindicato atuante, com credibilidade e buscando atender as demandas da categoria.