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MANDATO 2019/2022 DO SENGE-PE É MARCADO POR RESISTÊNCIA E RESILIÊNCIA
by Senge-PE
Os desafios foram imensos. A diretoria do Senge-PE, que assumiu em 27 de dezembro de 2019, sempre será lembrada pela sua resiliência e capacidade de adaptação. Dois anos após a aprovação da Reforma Trabalhista que extingue a contribuição sindical, o Senge-PE precisou se ressignificar para seguir lutando pelos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, sem correr risco de fechar as portas. “Nosso primeiro desafio foi estudar possibilidades para manter o sindicato atuante e de portas abertas. Precisamos reorganizar a estrutura da entidade, adaptando-a a nova realidade financeira. Foi feito cortes, muitos, inclusive, contra a nossa vontade para garantir a continuidade das atividades”, explica o então presidente Mozart Arnaud. Mesmo diante da dificuldade financeira, a entidade fechou o mandato sem prejuízos, com a conta no azul e com expectativas de melhorias para os próximos anos.
O maior desafio, porém, passou longe das questões descritas anteriormente. A crise econômica nacional colocou as empresas de engenharia em situação de alerta e também construiu um cenário para que as mesmas escolhessem por um caminho de desvalorização profissional e retiradas de direitos já conquistados. “Pela primeira vez, nos vimos lutando contra a retirada de direitos, ao invés de lutar por avanços. Várias empresas optaram por cortar benefícios, não aprovar o aumento anual, nem mesmo pelo valor da inflação. Tivemos negociações duras e intensas, nas quais, algumas vezes, os trabalhadores optaram por retrocesso em troca da manutenção do emprego. Ainda assim, fomos vitoriosos em alguns acordos coletivos de trabalho, mantendo os direitos e garantindo avanços”.
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Outro grande desafio foi se adaptar às medidas de isolamento impostas pela pandemia da Covid-19. Foram dois anos de funcionamento apenas virtual, com reuniões online, assembleias com trabalhadores sem o contato físico e adaptação ao que foi denominado o ‘novo normal’. “A pandemia foi uma surpresa para todos. De um dia para o outro, tivemos que mudar tudo, lidar com a distanciamento físico, buscar ferramentas para adequar nosso trabalho. Manter o sindicato de portas fechadas foi muito prejudicial, mas ainda assim investimentos em outros canais de comunicação e buscamos estar presentes, mesmo que virtualmente, nas lutas da categoria. Participamos de diversas assembleias online, fizemos nossas reuniões virtuais e conseguimos manter o Senge em funcionamento”, afirma.
Além dessa questão, a categoria precisou lidar com a privatização da Eletrobras/Chesf, que aconteceu em junho de 2022, o que deixou várias engenheiras e vários engenheiros em situação de instabilidade profissional e financeira e sujeitos a ameaças. Além, claro, da forte ameaça à soberania nacional. “A privatização da Eletrobras junto com suas subsidiárias, a Chesf, por exemplo, é um enorme absurdo cometido contra a soberania do nosso país. O Senge-PE continuará lutando para reverter este processo lesivo ao povo brasileiro”.
Apesar do cenário devastador, o Senge-PE permaneceu atuante e participou ativamente de todas as lutas pela democracia, pela soberania do país e pela retomada da economia. Participou ativamente das mobilizações contra a privatização da Eletrobras, junto aos petroleiros contra a privatização da Petrobras, junto aos metroviários construiu o Fórum Permanente pela Mobilidade e Defesa do Metrô. Participou das negociações coletivas da Chesf, ONS, Compesa e demais empresas. Trabalhou pela igualdade de gênero dentro dos espaços de decisão, realizando o 1º Encontro de Mulheres Engenheiras de Pernambuco e participando ativamente da construção do Programa Mulher do Crea-PE. Realizou o Seminário do Setor Naval junto a entidades nacionais de engenheiros e metalúrgicos. E manteve, dia após dia, o sindicato em pleno funcionamento e a diretoria ativa nas lutas pela engenharia e por uma sociedade com democracia, justiça e igualdade.