Manual de noivos

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Manual de Noivos

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Sumário FICHA 1

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Quem, e para quê se instituiu o Matrimônio?

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Por que o Matrimônio é um Sacramento?

FICHA 3

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Que benefícios traz aos esposos o fato do Matrimônio ser um Sacramento?

FICHA 4

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Por que a Igreja intervém nos Matrimônios?

FICHA 5

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Então pode-se casar sem receber o Sacramento?

FICHA 6

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Que características essenciais tem o Matrimônio?

FICHA 7

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Então, se não tenho intenção de cumprir algumas dessas propriedades, não há Matrimônio?

FICHA 8

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Como se estabelece o Matrimônio?

FICHA 9

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Na procriação dos filhos, como Deus intervém?

FICHA 10

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Por que a Igreja não permite nem os preservativos nem os anticoncepcionais para os que não querem ter muitos filhos?

FICHA 11

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Então, como saber quantos filhos deve ter um casal?

FICHA 12

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Parece que a Igreja está contra o sexo, não?

FICHA 13

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Os homens e as mulheres entendem de maneira igual a sexualidade?

FICHA 14

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O que é necessário para que um Matrimônio funcione?

FICHA 15

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É diferente o amor dos noivos do amor dos esposos?

ANEXO 1

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Perguntas e respostas sobre o Sacramento do Matrimônio.

ANEXO 2

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Exame sobre o Sacramento do Matrimônio.

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CARLOS SANTA Maria

Quem, e para quê se instituiu o Matrimônio? N O P R I N C Í P I O da humanidade, quando deu Eva a Adão como companheira, Deus estabeleceu a instituição matrimonial. Ao ser Deus quem estabeleceu a instituição matrimonial, foi Ele mesmo quem fixou suas leis. Assegurava assim, em primeiro lugar, a propagação da espécie humana, tal como ensina a Bíblia: “Deus os abençoou dizendo: Sede fecundos e multiplicai-vos e povoai a terra. (Gen 1,28) Mas Deus, ao instituir o Matrimônio, não teve como fim exclusivo povoar a terra. “Não é bom que o homem esteja só, disse Deus antes 2

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de Adão adormecer. Far-lhe-ei uma companheira semelhante a ele”. (Gen2, 18). Ao criar dois sexos distintos Deus, quis que o homem e a mulher se completassem um ao outro, que se apoiassem um no outro, que se amassem e contribuíssem para seu mútuo crescimento espiritual. A instituição matrimonial dá origem à família, e sua estabilidade é evidente, pois não só se trata de que nasçam filhos, mas de que os pais que os trouxeram ao mundo lhes dêem cuidado e carinho. Essa união de pessoas, a família, é o lugar propício para o aperfeiçoamento do indivíduo, já que dela se origina e cresce no terreno do amor (amor dos esposos entre si, dos pais aos filhos, dos filhos aos pais, dos irmãos e dos parentes em geral). Nessa união para a vida toda de um homem e uma mulher, o Deus de toda bondade determinou que tanto suas mentes como seus corações e seus corpos se fundissem numa unidade nova e mais rica, unidade que deveria ser para eles caminho de santidade.

A instituição matrimonial dá origem à família, e sua estabilidade é evidente.

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MONIKA WISNIEWSKA

Por que o Matrimônio é um Sacramento? A I N S T I T U I Ç Ã O matrimonial é de caráter natural, e para a maioria dos povos pagãos tinha também um caráter marcadamente religioso. Mas, Jesus tomou esse contrato civil entre um homem e uma mulher e o fez canal de sua graça, quer dizer, o transformou em Sacramento para os cristãos. O motivo pelo qual Jesus elevou a Sacramento, a instituição natural do Matrimônio não é difícil de entender. Desde o começo da humanidade, o Matrimônio era algo muito especial. Era o instrumento divino para gerar, criar e educar cada geração de seres humanos. 4

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MONIKA WISNIEWSKA

FIC HA 2

para o contínuo crescimento do seu Corpo Místico, que é a Igreja, dessa união pela graça através da qual todos os batizados somos um em Cristo. E, ainda mais, não seria suficiente que os pais católicos gerassem, criassem, educassem e exercitassem a prole para a vida natural: Jesus lhes confiava esta tarefa também para a vida sobrenatural; havia de contar com eles para encher o Céu! É muito razoável, pois, que Jesus Cristo elevasse o Matrimônio à categoria de Sacramento. No instante em que os noivos prometem diante do sacerdote a entrega mútua de suas pessoas e de suas vidas, aí está Cristo, no meio deles, fazendo passar por suas palavras e seus gestos a graça sobrenatural que transfigurará seu amor humano em amor divino. Esses cristãos casados terão a sorte de poder amar-se não só com seu amor humano, senão com seu amor em Cristo.

Tinha tal importância para o bem social e o bem universal que Deus quis santificar com sua graça e assistência específicas o que já era de inclinação natural, recíproca homemmulher para formarem um lar. Jesus sabia também o quanto é difícil para duas pessoas viverem juntas, dia após dia, ano após ano, com os inevitáveis erros e defeitos de sua personalidade chocando entre si; o difícil que é ajudar-se mutuamente a crescer em bondade e perfeição, apesar dessas faltas; o quão difícil é vencer o próprio egoismo para colocar sempre antes de si mesmo o outro cônjuge. Não, não é um caminho sem obstáculos. E, para reforçar a idéia divina de que o Matrimônio é um caminho para se chegar ao Céu, Ele o elevou à categoria de sagrado. Havia, além disso, outra razão para essa necessidade adicional de graça: Jesus dependeria dos pais

Não, não é um caminho sem obstáculos. E para reforçar a idéia divina de que o Matrimônio é um caminho para se chegar ao Céu, Ele o elevou à categoria de sagrado.

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BOJAN TEZAK

Que benefícios traz aos esposos o fato do Matrimônio ser um Sacramento? A S O C I E D A D E atual tende a menosprezar o valor do Matrimônio cristão. Mas a Igreja, guardiã do desejo de seu Senhor, vem recordarnos a verdade que nos faz livres. Os esposos cristãos estão chamados a encontrar em seu Matrimônio e em sua família o caminho do Céu e o Sacramento lhes dá um aumento de graça santificante.1 Quando os noivos saem da Igreja, suas almas se encontram mais fortes e mais belas espiritualmente que quando, uns minutos antes, entraram.É, portanto, muito conveniente que os contraentes

recebam este Sacramento livres de pecado mortal. Por isso, recomendase vivamente que antes de suas bodas aproximem-se do Sacramento da Confissão. No entanto, ainda que um ou ambos se casem sem essa limpeza da alma, o Sacramento do Matrimônio não deixaria de produzirse, com tal que se cumpram as demais condições. Junto ao aumento de graça que abre o Céu (dissemos que se chama graça santificante), o Matrimônio dá sua própria graça específica, chamada graça sacramental. 6

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BOJAN TEZAK

FIC HA 3

Esta consiste na ajuda sobrenatural de Deus para que os esposos possam se amar em Cristo sem infidelidade e para sempre, assim como receber todos os auxílios espirituais necessários para a fundação de seu lar. Essa graça sacramental acompanha os esposos durante todos os dias de sua existência na terra, até a morte. Quando acontecer de um dos esposos, num mau momento, chegar a pensar que foi um erro casar-se, em virtude das dificuldades cotidianas, esse será o momento de recordar que ambos têm a garantia de receber todas as graças necessárias nessa situação, a garantia de receber toda a ajuda divina que possa requerer para fortalecer sua fraqueza e superar a dificuldade.

A graça especial do Matrimônio outorga assim a generosidade e a responsabilidade para gerar e educar os filhos; a prudência e a discrição nos inumeráveis problemas que a vida familiar leva consigo; capacita os esposos para acomodar-se um aos defeitos do outro, para releválos. Tudo isso é o que a graça do Matrimônio pode fazer por aqueles que, com sua cooperação, dão a Deus a oportunidade para mostrar sua grandeza. O Sacramento do Matrimônio proporciona aos esposos e aos pais todas as graças de Nazaré, modelo dos lares cristãos. É, poderíamos dizer como resumo, o Sacramento da vida familiar em Cristo.

Tudo isso é o que a graça do Matrimônio pode fazer por aqueles que, com sua cooperação, dão a Deus a oportunidade para mostrar sua grandeza. 1

A graça santificante que se recebe no Batismo é aquele dom que nos faz participar da mesma vida de Deus. Se no momento de morrer temos esse dom, alcançamos a vida eterna. A graça santificante se perde pelo pecado mortal e pode recuperar-se pela Confissão.

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Por quê a Igreja intervém nos Matrimônios? POR TRATAR-SE de um Sacramento, só à Igreja corresponde julgar e determinar tudo aquilo que se refere à essência do Matrimônio cristão. A razão está em que o contrato matrimonial entre os cristãos é inseparável do Sacramento, e só a Igreja tem poder sobre os Sacramentos.1 A autoridade civil tem competência somente sobre os efeitos meramente civis do Matrimônio dos cristãos, entre os quais se encontram a comunhão ou separação de bens, sua administração e sua sucessão, a herança que corresponde aos filhos, etc.2 É preciso dizer-se também que o Matrimônio entre não batizados não está sujeito às leis eclesiásticas (quem não está batizado não pode receber Sacramentos; eles recebem o

Matrimônio somente como instituição natural), ainda que esteja às leis e impedimentos justos estabelecidos pela lei civil. Isto, entretanto, não significa que os ensinamentos da Igreja sobre o Matrimônio (por ex.: que seja de um com uma e para sempre) não sejam aplicáveis aos não cristãos, já que tudo o que se declara como pertencente à lei natural, se aplica a todos os homens.

Por isso, estabelece o Código de Direito Canônico que “as causas matrimoniais dos batizados correspondem ao juiz eclesiástico”. (c.1671) E o mesmo se pode dizer do estabelecimento e dispensa de impedimentos. 2 Ver Código de Direito Canônico, cânones 1059 e 1672. 1

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FIC HA 5

Então é possível casar sem receber o Sacramento? NÃO, SE os que desejam se casar estão batizados.1 Um batizado não pode se casar senão através do Sacramento. Em outras palavras, para que um batizado se torne casado, há que fazê-lo recebendo na Igreja o Sacramento do Matrimônio. O Matrimônio civil que recebe um batizado não o casa em realidade, ainda que deva recebê-lo para assegurar os efeitos legais do mesmo. De modo resumido, podemos dizer que para um batizado, o Matrimônio ou é Sacramento ou não é Matrimônio. Quando dois cônjuges não batizados casam civilmente, se tiverem a intenção de viver as propriedades essenciais do matrimonio, o vinculo é válido por direito natural.

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Um texto do apóstolo S. Paulo ensina que a união matrimonial só se dá, para os batizados, na recepção do Sacramento.Diz assim: “As casadas estejam sujeitas a seus maridos como ao Senhor;porque o marido é cabeça da mulher, como Cristo é Cabeça da Igreja...Vocês maridos, amem suas esposas, como Cristo amou a Igreja...Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão dois em uma só carne; Sacramento grande este, mas entendido em Cristo e na Igreja”. (Efésios 5,22-32)

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WILLIAM VOON

Que características essenciais tem o Matrimônio? A S C A R A C T E R Í S T I C A S essenciais do Matrimônio são três:1 • A unidade (de um com uma); • A indissolubilidade (para sempre) e; • A abertura à fecundidade (o Matrimônio é para procriar). A unidade indica que um homem só pode ter uma esposa, e a mulher um só marido. Desde o princípio, Deus estabeleceu a unidade da instituição matrimonial, quando disse: “Deixará o homem o seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne”.2 O fato de formar uma só carne faz desse vínculo uma realidade exclusiva: de um com uma. 10

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WILLIAM VOON

FIC HA 6

Com efeito, Deus prescreveu a unidade matrimonial desde que instituiu o Matrimônio, para assegurar melhor a paz da família e a educação e o bem estar dos filhos. Deus permite, contrariamente, contrair um novo Matrimônio, uma vez que o primeiro esteja dissolvido pela morte de um dos cônjuges. Outra característica essencial do Matrimônio é a indissolubilidade. Significa que a união é permanente, quer dizer, que há de continuar assim enquanto vivam os cônjuges. O divórcio civil não dissolve o vínculo conjugal, ainda que assim (falsamente) o estabeleça a lei civil. Uma vez que um homem e uma mulher tenham se unido em Matrimônio consumado não há poder na terra que possa dissolver esse vínculo. “O que Deus uniu, não separe o homem”, disse Jesus,3 com Sua autoridade de Supremo Legislador.

Esse vínculo matrimonial é, pois, por instituição divina, perpétuo e indissolúvel, de modo que uma vez contraído não pode romper-se a não ser com a morte de um dos cônjuges. Que os esposos tenham clara consciência da indissolubilidade de sua união, lhes ajudará a pôr todo seu empenho em evitar as causas ou motivos de desunião, fomentarão o amor e a tolerância mútua. A abertura à fecundidade é outra característica essencial do Matrimônio. Os que se casam hão de ter intenção de procriar. Se depois isso não acontecer (por exemplo, porque um dos dois é estéril), o Matrimônio é válido. Seria nulo o Matrimônio, por exemplo, se estabelecesse o vínculo matrimonial com a intenção de não procriar, evitando absolutamente a descendência.

Significa que a união é permanente, quer dizer, que há de continuar assim enquanto vivam os cônjuges. Ver Catecismo da Igreja Católica, n.1664 Gen 2,24 3 Mt 19,6 1 2

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SEAN LOCKE

Então, se não tenho intenção de cumprir algumas dessas propriedades, não há Matrimônio? É A S S I M mesmo. Qualquer tipo de união que exclua as características essenciais do Matrimônio, não pode ser considerado como tal. Por exemplo, se alguém se casa reservando-se a possibilidade de divórcio (é uma união somente temporal, ou uma união “a prova”), ou ainda se tem a intenção de ter simultaneamente outras esposas ou com a intenção de evitar absolutamente a procriação, não se casa, ainda que expresse seu consentimento.

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SEAN LOCKE

FIC HA 7

Nos três casos o Matrimônio é nulo. Não quer dizer que o Matrimônio se torne nulo se depois se divorciam, ou se no transcurso do tempo se produziu um adultério, ou se não puderam ter filhos. A nulidade se dá se, no momento de casar-se, existem qualquer dessas três intenções. Portanto, no momento de contrair Matrimônio, os noivos deverão ter a intenção de casar-se para sempre, (até que a morte os separe), de ter uma única esposa, e de unir-se com a intenção de procriar. De acordo com o que diz a Bíblia, Deus deu Eva como companheira a Adão, porque “não é bom que o homem esteja só”. Significa isso que o Matrimônio não é só para ter filhos, mas também para que os esposos sejam felizes? Com efeito. A Igreja ensina que“o Matrimônio e a família estão ordenados ao bem dos esposos e à procriação e educação dos filhos”.1 Procriar e educar por uma parte e, inseparavelmente unido a isto, o bem dos esposos, sua felicidade.

Deus criou o homem por amor e o destina também ao amor. Isso faz com que o amor seja “a vocação fundamental e inata de todo ser humano”2, de modo que aí, no amor e somente nele, encontre o homem sua felicidade. Essa felicidade no amor devem procurar os esposos entre si durante toda a extensão de suas vidas. Quando Deus disse “não é bom que o homem esteja só”3, assinalou que o homem e a mulher foram criados um para o outro, como ajuda e complemento necessário para a felicidade. Adão viu a Eva e exclamou: “esta sim é osso de meus ossos e carne de minha carne”4. É “carne de sua carne”, quer dizer, parte dele, sua outra metade. De modo que ao criar os seres humanos divididos em homens e mulheres, previa Deus que as diferenças físicas, psicológicas e espirituais de uns e de outros seriam necessárias para seu complemento e perfeição. A tal grau chegava essa idéia divina que o mesmo Deus, ao estabelecer o Matrimônio, disse que marido e mulher se fazem uma só carne.5

O Matrimônio e a família estão ordenados ao bem dos esposos e à procriação e educação dos filhos. 13

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discórdia, o espírito de domínio, a infidelidade, os ciúmes e conflitos que podem conduzir até ao ódio e a ruptura. Esta desordem pode manifestar-se de maneira mais ou menos aguda, e pode ser mais ou menos superada, segundo as culturas, as épocas, os indivíduos, mas sempre aparece como algo de caráter universal.”6 A Igreja ensina que essa desordem “não se origina na natureza do homem e da mulher, nem na natureza de suas relações, mas no pecado. O primeiro pecado, ruptura com Deus, tem como conseqüência primeira a ruptura da comunhão original entre o homem e a mulher. Suas relações ficam distorcidas por agravos recíprocos7; seu atrativo

IOFOTO

No projeto divino, a união dos esposos deveria resultar a tal grau íntima e total, que abarcasse não só a parte corpórea, mas também a psicológica e espiritual, quer dizer, a totalidade das pessoas. Por isso Deus emprega a imagem de uma só carne, quer dizer, um só ser, uma única realidade, um único coração, um só vivente. O marido deve encontrar em sua esposa um outro eu, e o mesmo a mulher: estão chamados a uma unidade tal que implique comunidade plena: um só ser, uma só meta, um único projeto e destino. No entanto, a experiência do mal se faz sentir também nas relações homem-mulher. Tais relações se encontram ameaçadas “pela

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FIC HA 7

mútuo, dom do próprio Criador8, transforma-se em relações de domínio e de concupiscência9; a formosa vocação do homem e da mulher de serem fecundos, de multiplicar-se e dominar a terra10 fica submetida às dores de parto e os esforços por ganhar o pão.”11/12 Para que se produza, através do amor, o bem dos esposos — que é sua própria felicidade — esses devem procurar cada dia o cultivo e acréscimo mútuo de amor, contando sempre com a presença e a ajuda de Deus em sua vida cotidiana. Desse modo, o amor dos esposos pode chegar a converterse em imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o homem, e supor para eles uma

constante fonte de felicidade em meio às dificuldades. O marido deve encontrar em sua esposa um outro eu, e o mesmo a mulher: estão chamados a uma unidade tal que implique comunidade plena: um só ser, uma só meta, um único projeto e destino.

Um só ser, uma só meta, um único projeto e destino.

IOFOTO

Catecismo 2201 Catecismo 1604 3 Gen 2, 18 4 Gen 2, 23 5 Gen 2, 24 6 Catecismo 1606

Cf. Gen 3, 12 Cf. Gen 2, 22 9 Cf. Gen 3, 16b 10 Cf. Gen1, 28 11 Cf. Gen 3, 16-19 12 Catecismo 1607

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Como se estabelece o Matrimônio? A Igreja ensina que o intercâmbio dos consentimentos entre os esposos é o elemento indispensável “que faz o Matrimônio”. Se o consentimento falta não há casamento. O consentimento consiste no ato livre em que expressam: Eu te recebo como minha esposa – Eu te recebo como meu esposo. É importante notar que no momento do Matrimônio não se pergunta: “Vocês estão certos de que se amam muito?”, mas perguntase: “Aceita por esposa a...?” Em outras palavras, o que estabelece o vínculo não é o amor (que se supõe implícito), mas o compromisso de se

tornar esposo (ou esposa) como algo devido. Ter aceito o contrato de ser esposo ou esposa implica que cada um tem direito ao dever conjugal do outro, e isso é precisamente o que têm acertado: a estabilidade de uma relação com direitos e deveres, cuja finalidade é a procriação. Em outras palavras, ser esposo ou esposa supõe o consentimento que é o ato da vontade, pelo qual o homem e a mulher se entregam e se aceitam mutuamente em aliança irrevogável para constituir o Matrimônio, cuja finalidade é o amor mútuo e a abertura à procriação. 16

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FIC HA 8

IMPEDIMENTOS Cabe ressaltar que uma vez que é o “consentimento entre partes legítimas manifestado entre pessoas juridicamente hábeis” que faz o matrimônio, há algumas situações que são caracterizadas como IMPEDIMENTOS para que se dê esse consentimento, o que tornaria nulo o Matrimônio. Os mais frequentes são:

O consentimento deve ser um ato da vontade de cada um dos contraentes, livre de violência ou de temor grave externo. Nenhum poder humano pode substituir este consentimento. Se esta liberdade falta, o casamento é nulo. O sacerdote (ou o diácono) que assiste à celebração do Matrimônio recebe o consentimento dos esposos em nome da Igreja e dá a benção da Igreja. A comunidade cristã é testemunha desse consentimento mútuo.

• Casar com parte protestante; impedimento de mista religião, dispensável pelo Bispo com as garantias previstas. • Casar com parte não batizada; impedimento de disparidade de cultos, dispensável pelo Bispo com as garantias previstas. • Casar com parte anteriormente casada; impedimento de vínculo, NÃO dispensável.

O consentimento consiste no ato livre, em que expressam: “ Eu te recebo como minha esposa” – “Eu te recebo como meu esposo”. Código de Direito Canônico, cânon 1057, 1 Código de Direito Canônico, cânon 1103 Código de Direito Canônico, cânon 1057 & 1 17

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BILL WILL

Na procriação dos filhos, como Deus intervém? D E U S F E Z os seres humanos divididos em homens e mulheres, e lhes deu o poder de originar novas vidas humanas em colaboração com Ele. Pela mesma união que chamamos ato sexual, o homem e a mulher produzem uma imagem física deles mesmos, e a este novo corpo tão maravilhosamente começado, Deus lhe infunde uma alma espiritual e imortal. É Deus quem concede aos homens a faculdade de procriar, através da capacidade sexual. É Ele quem (para garantir a perpetuação do gênero humano) uniu ao uso destes órgãos um grau muito elevado 18

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BILL WILL

FIC HA 9

de prazer físico. Mas, sobretudo, é Ele quem, para cada corpo cria uma alma espiritual, que durará eternamente, e a infunde nesse minúsculo óvulo fecundado. Por isso que pela relação essencial com Deus, que participa no ato procriador ao infundir a alma, o sexo não é só uma coisa boa, mas uma realidade sagrada e santa. Quando se esquece que o sexo é uma coisa santa (dizemos que Deus intervém nele muito diretamente), se esquece também a santidade do Matrimônio, e o sexo se converte num brinquedo, num instrumento excitante de prazer, deixando de ser, como é na realidade, instrumento de Deus na sua obra criadora.

a infidelidade conjugal, a proliferação do divórcio, o chamado amor livre, a busca constante do prazer, os lares desfeitos, as crianças na rua, as doenças sexualmente transmitidas, os métodos anticoncepcionais, as perversões eróticas, a homossexualidade e as aventuras frívolas. Estes são alguns dos males que surgem quando se violenta o sexo, afastando-o da ordem divina das coisas. Inclusive pessoas retas podem sofrer por uma noção errada deste tema. A debilidade ocasionada pelo pecado original e pelos pecados pessoais, a influência de ambientes nocivos, a insuficiente formação, cria frequentemente dificuldades para manter o impulso sexual dentro da ordem que Deus estabeleceu, isto é, a ordem do Matrimônio legítimo. Porém o cristão deve lembrar que conta com a graça de Deus para cumprir sempre os seus projetos.

Quais os males que derivam de interpretar mal a sexualidade? Muitos, tanto para os cônjuges como para os filhos e a sociedade em geral. Mencionamos entre esses males

Por isso que pela relação essencial com Deus, que participa no ato procriador ao infundir a alma, o sexo não é só uma coisa boa, mas uma realidade sagrada e santa.

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MARZANNA SYNCERZ

Por que a Igreja não permite nem os preservativos nem os anticoncepcionais para os que não querem ter muitos filhos? A IGREJA ensina que vai contra a Lei de Deus o emprego de métodos artificiais de controle da natalidade, sejam físicos (como os preservativos), ou químicos (como qualquer pílula anticoncepcional, espermicidas, etc.) Também ensina que é contrário à lei de Deus o ato sexual interrompido (chamado Onanismo), que consiste em que o homem derrame fora da mulher precisamente porque não desejam conceber. 20

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MARZANNA SYNCERZ

FIC HA 10

e semelhança e destinados a viver para sempre. Isto dá ao sexo uma enorme dignidade e faz com que seja, como já dissemos, algo divino, sagrado. Quando um homem e uma mulher se unem sexualmente, Deus está aí, disposto a levar a cabo a sua maravilhosa obra criadora de novas pessoas humanas. Ao controlar artificialmente os efeitos da união sexual, manipulamos Deus, impedimos que cumpra o Seu plano. Sendo o Senhor e Dono de tudo, pretendemos excluí-lo de um âmbito fundamental: a origem da vida. E Ele, que como Dono e Senhor do mundo ditou leis, fica impedido pelo procedimento que vai contra o seu projeto. Ir contra o projeto de Deus é sempre um pecado.

A Igreja ensina também que é um pecado muito grave qualquer método abortivo (por exemplo, a chamada “pílula do dia seguinte” ou o dispositivo intra-uterino DIU) porque eles não só impedem uma nova concepção, mas matam um ser humano recém-concebido. Ensina também que é um pecado a esterilização voluntária, isto é, a vasectomia no homem e a ligadura de trompas na mulher, métodos ambos que procuram evitar definitivamente a procriação. Por que todos esses métodos são contrários à lei de Deus? Porque a união sexual é o instrumento que Deus previu para fazer com que o homem realize o que há de maior: trazer novas criaturas ao mundo, novos seres humanos, criados à sua imagem

Quando um homem e uma mulher se unem sexualmente, Deus está aí, disposto a levar a cabo a sua maravilhosa obra criadora de novas pessoas humanas.

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ARJAN DE Jager

Então, como saber quantos filhos deve ter um casal? O S E S P O S O S têm que valorizar a situação em que se encontram para saber quando e quantos filhos são capazes de criar e educar. É uma decisão que corresponde especificamente a eles (não aos parentes, nem às instituições de saúde pública ou a outras pessoas). Essa situação global que os esposos devem valorizar inclui a sua saúde física e psicológica, a situação econômica, social, habitacional, etc.; fatores que devem ponderar na sua decisão. Mas, além das razões humanas, os esposos deverão, sobretudo, escutar a voz de Deus nas suas 22

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ARJAN DE Jager

FIC HA 11

consciências, pois a decisão de originar ou não uma nova vida (que, por ser espiritual, permanecerá para sempre), é alguma coisa que vai mais além deste mundo e deste tempo. Deus tem muito interesse em que os esposos saibam quando deseja ou não uma nova criatura humana sobre a terra. No entanto, quando os esposos estabelecem que não podem, no momento, (talvez depois, quando muda alguma situação) ter mais filhos, têm de o fazer observando as normas morais. Em outras palavras, ainda que tenham razões importantes para evitar, naquela circunstância, a procriação, o método que escolham para isso há de ser conforme ao plano de Deus. Deus criou a mulher de forma que pudesse engravidar só uns quantos dias no mês, de forma

que a união sexual não implicará necessariamente num novo filho. Além disso, fez que a mulher pudesse saber, por certos sinais externos, quais são esses dias. Os métodos que respeitam o plano de Deus são os que se baseiam na observação dos períodos férteis da mulher. O corpo da mulher proporciona sinais claros de sua fertilidade, como o aumento de temperatura corporal e a quantidade de viscosidade do muco cervical. Um casal que não esteja em condições de enfrentar um novo filho (por motivos econômicos, de saúde ou outros suficientemente proporcionais: não é suficiente “qualquer” razão) pode atrasar a gravidez mediante a abstenção do ato sexual nos dias férteis da mulher sem violentar o projeto de Deus.

Mas, além das razões humanas, os esposos deverão, sobretudo, escutar a voz de Deus nas suas consciências. (pois a decisão de originar ou não uma nova vida, ao ser espiritual, permanecerá para sempre).

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DIANE DIEDERICH

Parece que a Igreja está contra o sexo, não? P A R A A Igreja a compreensão do sexo é e sempre foi muito positiva. Entende o sexo como algo maravilhoso. Sim, maravilhoso, porque Deus o pensou como FONTE DE AMOR E DE VIDA. Deus inventou o sexo, poderíamos dizer, e dEle procede e tem ante Ele uma enorme importância, já que Deus é também Amor e Vida. Por isso, o sexo não pode ser mal em absoluto. Se Deus quis acrescentar à união corporal entre homem e mulher um intenso prazer físico não é para colocar pedras de tropeço, mas para acender e aumentar o amor dos

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DIANE DIEDERICH

esposos e, como fruto desse amor, originar novas vidas. O problema vem quando se dissociam voluntariamente esses dois componentes, o amor e a vida. Então o sexo se converte em algo enormemente destrutivo. Ocorre algo parecido com o fogo: o fogo é maravilhoso, basta ver o seu cintilar em mil tons de amarelo e vermelho numa chaminé enquanto escutamos o crepitar dos troncos. Porém se em seguida vemos esse fogo no chão, nas paredes e teto da casa, já não nos parecerá maravilhoso. Converte-se em algo terrível. Assim acontece também com o sexo. Integrado no amor mútuo e definitivo de um homem e uma mulher que respeitam o plano divino, é algo grandioso. Fora dele, apesar da sua aparência atrativa e fascinante, como o fogo nas paredes e teto da casa (para Nero era fascinante o incêndio de Roma), a destruição que pode ocasionar é terrível. Tanto, que acaba com a felicidade presente e possivelmente também com a futura felicidade do casal.

É preciso entender o sexo como algo maravilhoso, porque Deus o pensou como fonte de amor e de vida.

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Os homens e as mulheres entendem de maneira igual a sexualidade? HOMEM E mulher são iguais em dignidade. Porém a diferença de sexos os torna diferentes não só fisicamente, mas também sentimentalmente, funcionalmente, intelectualmente e espiritualmente. Porque homem e mulher são complementares. O que é específico de cada sexo faz o equilíbrio, a balança do outro. Portanto, o amor do casal, o amor conjugal, só pode florescer nos dois seres, por sua vez diferentes e complementares, cujas características se reforcem e se perpetuem num novo ser, diferente deles, porém com caracteres e funções de um e de outro. 26

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Dentro de uma relação, o homem será sempre mais impulsivo. Dada a natureza ativa, tenderá à relação imediata. A mulher, por suas características, será sempre mais receptiva, esperará que seja considerada e valorizada em tudo o que ela vale. O homem será sempre mais impulsivo e arrojado; a mulher desenvolverá a capacidade de atrair, passiva. Desde as células germinais aparece esta característica: o espermatozóide é lutador, combativo, ativo, empreendedor. Ansioso, vai em busca do seu complemento. O óvulo, pelo contrário, espera; caracteriza-se por sua tranqüilidade receptora, se deixa querer. Sabe que o esperma o necessita para alcançar o seu fim, e parece que não tem nenhuma pressa. O impulso sexual entre homem e mulher é, pois, diferente, e terá que tê-lo em conta para que a relação conjugal seja harmônica e não uma fonte de conflitos. Na mulher predomina a afetividade sobre a sensualidade, pelo que para ela será mais importante a segurança de se saber amada que a união corporal. Daí que a união entre os esposos deva começar pela união de seus corações; deste modo, a união de seus corpos virá a ser a culminação daquilo que começou no interior de cada um.

O impulso sexual entre homem e mulher é, pois, diferente, e tê-lo em conta permitirá que a relação conjugal seja harmônica e não uma fonte de conflitos.

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GREMLIN

O que é necessário para que um Matrimônio funcione? DELICADEZA, TERNURA, reconhecer e valorizar o outro, comunicação e sexualidade vivida de acordo com a lei de Deus. Dizem os especialistas que há “amores horizontais”, isto é, amores que se mantêm com pouco esforço. Nestes amores haverá que incluir o amor que uma mãe tem por seus filhos; o que todos temos ao lugar onde nascemos e crescemos; o amor ao time de futebol, etc. Há outros amores que não são como os anteriores. Denominam-se “amores verticais”. Entre eles temos que incluir o amor a Deus, assim como o amor ao próprio cônjuge 28

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e também o amor ao trabalho. A característica dos amores verticais é que, se não se cultivam cada dia, começam a declinar. Se aquilo continua sem se pôr remédio, desaparece o interesse e se buscam substitutos: não é difícil então que se comece a olhar para alguém diferente do próprio cônjuge. O amor entre esposos se cuida à base de pequenos detalhes. Como vimos dizendo, tratando ao outro como pessoa, e não como mero corpo para ser utilizado. Interessando-se pelo seu verdadeiro bem, adiantandose aos seus gostos e necessidades, sabendo servir-se mutuamente. O melhor sinal de que o amor entre os esposos se consolida é que eles cresçam juntos no amor de Cristo. Rezar cada dia em comum, assistir à Missa dominical, abençoar os alimentos, reservar momentos para a oração, ter no lar um crucifixo e uma imagem da Santíssima Virgem lhes fará compreender que Deus está em sua casa, em seu amor e protegendo a sua família.

O melhor sinal de que o amor entre os esposos se consolida é que eles cresçam juntos no amor de Cristo.

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JOSEPH J. R. Dubé

É diferente o amor de noivos do amor dos esposos? À S V E Z E S se comparam as mudanças do amor entre o noivado e o Matrimônio àquilo que Jesus realizou um dia em que foi convidado a uma festa de casamento, na cidade de Caná. O que fez Jesus nas bodas de Caná foi converter a água em vinho. Outro tanto ocorre cada vez que se celebra um casamento na presença de Jesus: o amor humano se converte em amor sobrenatural. Convém que os noivos saibam duas coisas a respeito do seu futuro amor matrimonial, as duas muito importantes. A primeira, que o Sacramento do Matrimônio não cria o amor, simplesmente transforma 30

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JOSEPH J. R. Dubé

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inalteráveis todos os atrativos, graças e ajudas que fazem desejável o amor humano. Exatamente o mesmo que acontece com o pão e o vinho na Missa. Quando se consagra o pão e o vinho, permanece a aparência de vinho e pão. Assim sucede com o novo amor (amor sobrenatural) que começa no Sacramento: conserva íntegra e sublima a atração física. Poderá dizer a Jesus, depois de experimentar a sua presença no seu novo lar, que “reservou o melhor vinho para o final”, isto é, que o amor humano compartilhado com Jesus é incomparavelmente melhor que só o amor humano. E você não terá senão motivos de agradecimento porque Ele quis um dia, em Caná, abençoar com o seu Amor divino o amor humano dos esposos.

o que já existia. Jesus em Caná não criou vinho, mas se limitou a converter em vinho a água dentro das talhas. Em segundo lugar, o seu noivo(a) não há de temer nada dessa transformação. Longe de desvirtuar o seu mútuo amor humano ou de fazê-lo murchar, o amor sobrenatural vem enriquecê-lo. Assim é que ambos adquirirão novas energias para continuar se amando, para superar a rotina ou o tédio, para poderem se perdoar setenta vezes sete. Afinal, todo pecado humano é uma forma de egoísmo e o egoísmo é um impedimento para o amor mútuo. E quanto mais perto de Cristo estão aqueles que se amam, mais próximos se acham um do outro, da mesma maneira que dois raios se aproximam entre si à medida que se aproximam ao centro da circunferência. Depois da recepção do Sacramento, permanecerão

Assim sucede com o novo amor (amor sobrenatural) que começa no Sacramento: conserva íntegra e sublima a atração física.

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Perguntas e respostas sobre o Sacramento do Matrimônio. 4. Em que se funda o Matrimônio? O Matrimônio se funda no consentimento dos contraentes, isto é na vontade de se dar mútua e definitivamente com o fim de viver uma aliança de amor fiel e fecundo. (1662)

1. Quem é o autor do Matrimônio? O mesmo Deus é o autor do Matrimônio. (1603) 2. Não é então uma instituição puramente humana? A íntima comunidade de vida e amor conjugal, que é o Matrimônio, foi fundada pelo Criador e provida de leis próprias. Não depende por isso do arbítrio humano. (1603)

5. Que qualidades são essenciais no Matrimônio? A unidade, a indissolubilidade e a abertura à fecundidade são essenciais ao Matrimônio. (1664)

3. Qual é o fim da aliança conjugal? Pela sua natureza a aliança conjugal está ordenada ao bem dos cônjuges assim como à geração e educação dos filhos. (1660)

6. Quais são as maneiras de não cumprir com cada uma dessas qualidades? 32

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ANEXO 1

A poligamia é incompatível com a unidade do Matrimônio, o divórcio separa o que Deus uniu; a rejeição da fecundidade para a vida conjugal de seu “dom mais excelente”, o filho. (GS 50, 1), (1664)

faz ordinariamente de modo público, como uma celebração litúrgica, ante o sacerdote (ou o testemunho qualificado da Igreja), as testemunhas e a assembléia de fiéis. (1663) 11. É contrário ao plano de Deus contrair Matrimônio depois de se ter divorciado? Contrair um novo Matrimônio por parte de divorciados, enquanto vivem seus cônjuges legítimos, contradiz o plano e a lei de Deus ensinados por Cristo. (1665)

7. Que dignidade própria reveste o Matrimônio entre batizados? Entre batizados o Matrimônio foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de Sacramento. (cf, Gs.48, 1; CIC com 1055,1), (1660) 8. Que significação especial tem o Sacramento do Matrimônio? O Sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a Igreja. (1661)

12. Ficam separados da Igreja os que vivem nesta situação? Os que vivem nesta situação não estão separados da Igreja, porém não podem receber a comunhão eucarística. Podem viver a sua vida cristã sobretudo educando seus filhos na fé. (1665)

9. O que resulta dessa significação? Dessa significação resulta que o Sacramento dá aos esposos a graça de se amarem com o amor com que Cristo amou a sua Igreja. Assim, a graça do Sacramento aperfeiçoa o amor humano dos esposos, reafirma a sua unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna. (cf. Cc. de Trento, DS 1799), (1661)

13. Que importância tem o lar cristão na educação da fé? O lar cristão é o lugar onde os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso a casa familiar é chamada justamente “Igreja doméstica”, comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e de caridade cristã. (1666)

10. Por que se celebra de modo público o Sacramento do Matrimônio? Posto que o Matrimônio estabelece aos cônjuges num estado público de vida na Igreja, a celebração do mesmo se

*O Número entre parêntesis faz referência ao Catecismo da Igreja Católica. 33

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MARKETA UHLIROVA

Exame sobre o Sacramento do Matrimônio. Nome: Noivo (a) de:

1. Quem é o autor do Matrimônio?

2. Não é então uma instituição puramente humana?

3. Qual é o fim da aliança conjugal?

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ANEXO 2

MARKETA UHLIROVA

4. Em que se funda o Matrimônio?

5. Que qualidades são essenciais ao Matrimônio?

6. Quais são os modos de não cumprir com uma dessas qualidades?

7. Que dignidade própria reveste o Matrimônio entre batizados?

8. Que significação especial tem o Sacramento do Matrimônio?

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9. O que resulta dessa significação?

10. Por que se celebra de modo público o Sacramento do Matrimônio?

11. É contrário ao plano de Deus contrair Matrimônio depois de se ter divorciado?

12. Ficam separados da Igreja os que vivem nessa situação?

13. Que importância tem o lar cristão na educação da fé?

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