O CONTRASTE EVIDENTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA Resposta ao Artigo do CACP sobre o livro O Despertar de um Mandamento
AZENILTO G.BRITO
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“CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA— RESPONDENDO À ‘RESPOSTA’ DO CACP AO EBOOK ‘O DESPERTAR DE UM MANDAMENTO’’
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2 Título: O CONTRASTE EVIDENTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA Capa: Imagem da internet/Sérgio Eduardo Diagramação: Sérgio Eduardo Introdução: Sérgio Eduardo Autor: Azenilto G. Brito Este é um E-book free que pode ser baixado pelo site da 7Book, todos os direitos são reservados ao autor da obra. A obra pode ser citada em partes ou em todo seu conteúdo desde que cite a fonte e o autor, cada autor é responsável pelo conteúdo que produz, a 7Book faz a parte de diagramação e capa além de divulgação .
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Sumário ** CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA— RESPONDENDO À ‘RESPOSTA’ DO CACP AO E-BOOK “O DESPERTAR DE UM MANDAMENTO” ** ........................................ 5 ** ERROS E ACERTOS NA LITERATURA DA CPAD DE INSTRUÇÃO PARA A IGREJA QUANTO AO TEMA DA LEI DIVINA E DO SÁBADO ** ........... 9 * O CONSENSO DAS VÁRIAS IGREJAS REFORMADAS EM CONTRASTE COM AS TEOLOGIAS DEFORMADAS DE TEMPOS POSTERIORES * .......................... 12 * AS CITAÇÕES QUE PROVOCARAM A CONTRARIEDADE DO OBJETOR DISPENSACIONALISTA DE NOSSA FÉ * ............................................... 14 “CAPÍTULO 19 – A LEI DE DEUS” ........................................................ 16 * A ABERRAÇÃO TEOLÓGICA DO NEOANTINOMISMO DISPENSACIONALISTA * ..................................................................... 24 * PARA ENTENDER A LINGUAGEM DE “DEBAIXO DA LEI”/“DEBAIXO DA GRAÇA” EM GÁLATAS E ROMANOS * .......................................... 35 * A FALACIOSA ARGUMENTAÇÃO DA AUSÊNCIA DO PRECEITO DO SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO * .................................................. 39 A “divisão das leis”. ........................................................................... 45 * 10 PONTOS PARA UM POSSÍVEL CONSENSO NO DEBATE SOBRE A LEI DIVINA * ....................................................................................... 53
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** CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA— RESPONDENDO À ‘RESPOSTA’ DO CACP AO EBOOK “O DESPERTAR DE UM MANDAMENTO” ** No site do CACP foi feita uma longa análise, em 15 segmentos, escrita pelo seu vice-diretor, Paulo Cristiano da Silva, do livro “O Despertar de Um Mandamento” segundo sua edição em formato de e-Book. Ele tem sido promovido por um irmão adventista em site para tal tipo de divulgação. Abaixo terão o que de nossa parte, como participantes do projeto de dita obra, responderemos em réplica: A referida obra teve diferentes colaboradores, seja como compiladores ou o editor, sem ser definida a parte de cada um. Agora, é interessante que o objetor do CACP se preocupa SÓ com o que é dito sobre a temática da lei e do dia de repouso por autoridades assembleianas, indicadas no e-Book que tenta refutar. Mas ele mesmo apontou à discussão constante do mesmo, sobre os luteranos, presbiterianos, batistas, metodistas, embora não tivesse qualquer interesse em aprofundar-se no que diz a literatura, e, especialmente, no que dizem os DOCUMENTOS CONFESSIONAIS HISTÓRICOS E OFICIAIS, das diferentes Igrejas protestantes/evangélicas no trato do tema da lei divina e do sábado. Tanto que cada um dos 15 segmentos de sua longa exposição sempre traz no alto a ilustração de um templo da Igreja Assembleia de Deus. A razão “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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disso parece óbvia: se fosse aprofundar-se no ensino clássico, histórico dessas denominações, algumas coisas bem “incômodas” quanto aos ensinos de sua Igreja viriam à tona, como verão abaixo. A intenção do e-Book é apontar ao CONSENSO do pensamento cristão protestante/evangélico sobre o tema da lei e do dia de repouso, já que prevalece enorme ignorância a respeito no evangelicalismo contemporâneo, dada a tremenda “lavagem cerebral” da Teologia DEFORMADA e novidadeira do “dispensacionalismo”. Esta “escola interpretativa” prevalece ainda dominantemente no evangelicalismo desde meados do séc. XIX, no que muito se desviou da Teologia Reformada, mas é claramente a preferida do analista do nosso e-Book. Daí que tenho dito ser essa uma lavagem cerebral pior do que a da Soc. Torre de Vigia e suas “testemunhas de Jeová” pelo maior número de pessoas assim condicionadas e denominações evangélicas influenciadas. Só que o dispensacionalismo, em seu duplo viés—da mirabolante escatologia israelocêntrica e da noção de dispensações “estanques”, sendo a situação mais grave a do contraste Lei X Graça (como se AGORA prevalecesse a graça divina que teria suplantado o tempo da lei)—é objeto de condenações e mais condenações por parte de gente de proa DA PRÓPRIA GREI EVANGÉLICA. No Fórum Evangelho (interdenominacional) fizemos constar num tópico de estudo três vídeos, um do prestigiado teólogo batista Russell Shedd, e dois do bispo metodista Ildo de Melo. Eles apontam aos começos do dispensacionalismo a partir da “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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visão sobre a volta de Cristo, cheia de noções discutíveis, de uma jovem escocesa chamada Margaret MacDonald, que empolgou alguns homens que daí se puseram a especular daqui e dali nas Escrituras para tentar explicar melhor os acontecimentos finais. Isso pode ser seguido pelo link: http://forumevangelho.com.br/t3981-as-raizes-catolicas-daescola-interpretativa-dispensacionalista Após narrar a inglória história de tal “escola interpretativa”, o Dr. Shedd menciona claramente a Igreja Assembleia de Deus como a maior propagandista desses conceitos ERRADOS no Brasil! Os vídeos desses eruditos evangélicos, de fato, só tratam dos aspectos escatológicos, mas aqui trataremos do outro viés do dispensacionalismo—a sua infeliz abordagem do tema da lei divina e princípio do sábado. Lembro-me que em minha adolescência, meu pai, que era evangélico e simpatizante das ideias dispensacionalistas, me deu para ler um livro intitulado “Manejando Bem a Palavra da Verdade” cujo autor era Cyrus I. Scofield, também elaborador da “Bíblia Anotada”, que contém as bases da teologia dispensacionalista. Soube por meio de outro teólogo batista, o Pr. Ed Renê Kivitz, que Scofield, que pode ser considerado o maior teólogo do dispensacionalismo, nem sequer era formado em Teologia. Havia se convertido à fé evangélica há três anos e recebeu a designação de pastor de uma congregação sem essa necessária formação. Só que, em vez de “manejar bem a palavra da verdade”, ele produziu conceitos em linhas realmente lamentáveis, contribuindo para o fortalecimento dessa contestada “escola interpretativa” novidadeira que em muito se “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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desviou do pensamento da Reforma. Como sempre acentuo, trata-se de uma Teologia DEFORMADA que em muito se desviou da Teologia Reformada, e não seria reconhecida por Lutero, Calvino, Zuínglio, e mais tarde Wesley. Não vem ao caso aqui discutir os vários e contraditórios nuances da escatologia israelocêntrica do dispensacionalismo, o que é tratado com categoria pelo Dr. Samuele Bacchiocchi no estudo, “Desfazendo Mitos Sobre Israel Nas Profecias dos Tempos Finais”, que pode se acessado na seção de estudos do Fórum Evangelho, pelo seguinte link: http://forumevangelho.com.br/t5212-desfazendo-mitos-sobreisrael-nas-profecias-dos-tempos-finais Voltando à discussão do e-Book, o que nele se destaca são declarações de autoridades assembleianas quando CONCORDAM com o pensamento consensual dos cristãos protestantes, mas vemos que há também contradições dessas autoridades, no que pendem para essas influências dispensacionalistas posteriores que não correspondem ao consenso referido. Daí que ocorrem verdadeiros absurdos exegéticos, “tolices teológicas” gritantes, como algumas que acentuaremos no texto abaixo. Aliás, já temos até exposto uma “tabela” com erros e acertos da literatura assembleiana em que se encontrará exatamente esse conflito ideológico na comparação de tais ensinos com o ensino clássico, histórico e mesmo OFICIAL dos cristãos protestantes/evangélicos:
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** ERROS E ACERTOS NA LITERATURA DA CPAD DE INSTRUÇÃO PARA A IGREJA QUANTO AO TEMA DA LEI DIVINA E DO SÁBADO ** - Eis abaixo o que de CERTO e ERRADO é ensinado na literatura da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus): + CERTO: Que os mandamentos normativos para a Igreja são 10 (não 9), sendo o Decálogo “a expressão do caráter de Deus”, prosseguindo válido para a Igreja em TODOS os seus preceitos. Isso é claramente dito nas págs. 237, 1224 e 1637 da “Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal”. - ERRADO: Que o domingo tomou o lugar do sábado devido à Ressurreição de Cristo. Nenhum dos textos bíblicos apontados confirma tal alegação. O engraçado é que diz, não uma, mas DUAS vezes, que esse “dia do Senhor” (que seria o domingo, só que não é. . .) é MANDAMENTO para ser INTEIRAMENTE DEDICADO AO CULTO. Quem dentre os assembleianos segue essa recomendação (ver BEAP, pág. 112)? + CERTO: Que o sábado é originário da criação do mundo, tendo sido estabelecido PARA TODA A HUMANIDADE, NÃO SÓ PARA OS JUDEUS, como consta da “Biblia de Estudo Pentecostal”. E acentua acertadamente também que Jesus não aboliu o sábado, e não condenou a sua prática, e sim as distorções do preceito pelos fariseus, pois é benéfico para todos os homens (ver BEP, comentário de rodapé sobre Mat. 12:1). “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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- ERRADO: Citar Col. 2:16 para tentar derrubar o sábado deixando um domingo frouxo, irrelevante, não obrigatório no lugar, sendo que a rigor tal texto, da forma como utilizado, iria ELIMINAR qualquer dia a dedicar-se a Deus, INCLUINDO O DOMINGO! + CERTO: Que as leis divinas devem ser entendidas como MORAL (o Decálogo), Cerimonial e Civil, sendo as duas últimas não mais aplicáveis à Igreja, a não ser em princípios éticos também inseridos em tais preceitos, ensino que corresponde plenamente à posição dos adventistas e demais cristãos protestantes/evangélicos. E isso é dito, não em UMA, mas em DUAS páginas da “Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal”—pp. 1224 e 1637. E até acentua que esses Dez Mandamentos (da Lei Moral) “ainda se aplicam a nós hoje”. - ERRADO: Tentar criar um sábado “híbrido”, meio moral, meio cerimonial, coisa sem nexo algum. Só que a parte do “dia fixo”—o 7º. dia—é o que mais claramente aponta ao preceito como MORAL, pois nesse dia é que honramos especialmente a Deus como Criador. Nenhum outro dia cumpriria tal papel pela falta de correspondência histórica, assim como não faria sentido um brasileiro celebrar a Independência do Brasil em 8 de outubro, 9 de novembro ou 10 de dezembro. Por que só serve o 7 de setembro?! E, finalmente, eis uma lamentável citação da BEAP refletindo um equivocado entendimento dispensacionalista que os assembleianos favorecem e promovem: “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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“De duas maneiras Cristo tornou realidade todo o propósito da lei: Ele cumpriu o objetivo dela (Mt 5.17), ao realizar toda a vontade de Deus na terra, mas também foi o fim da lei como base de justificação, porque ela era impotente para salvar-nos” (“Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal”. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003, p. 1569). O erro está em deixar implícito que a lei COMO BASE DE JUSTIFICAÇÃO cessou em Cristo. Mas a lei NUNCA serviu como base de justificação! Se Paulo aponta ao tropeço de Israel justamente por buscar justiça na lei (ver Rom. 9:30-32), isso se aplicará a todos os demais povos e seres humanos. Não funcionou para os filhos de Israel, então não funcionará para homem nenhum de qualquer etnia ou época! A justificação SEMPRE foi pela fé, nunca pelas obras em tempo algum da história humana. É como entendem a questão os adventistas, bem como todos os demais crentes protestantes/evangélicos. Aliás, temos um estudo em que provamos que os adventistas são os que preservam em, pelo menos, cinco pontos, a mais legítima tradição interpretativa protestante/evangélica e desafiamos qualquer um a provar-nos que não é tal qual abaixo enumerado:
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* O CONSENSO DAS VÁRIAS IGREJAS REFORMADAS EM CONTRASTE COM AS TEOLOGIAS DEFORMADAS DE TEMPOS POSTERIORES * Se os seus conceitos teológicos não se enquadram nestes pontos do CONSENSO do pensamento cristão protestante/evangélico, então está na CONTRAMÃO do ensino bíblico, acatando teologias de origens discutíveis e perigosas. Eis tal consenso: a) Os Dez Mandamentos seguem sendo normativos aos cristãos em todos os seus preceitos, como Lei Moral de Deus; b) O Decálogo se contrasta com as leis Cerimonial e Civil, as duas últimas não mais aplicáveis à Igreja. c) O princípio do dia de repouso foi estabelecido na criação do mundo. d) Faz parte da mais legítima tradição cristã que os 4 primeiros mandamentos tratam de nossos deveres para com Deus, e os 6 últimos, idem para com o próximo. É como consta HÁ SÉCULOS dos documentos confessionais dos luteranos, batistas, presbiterianos e anglicanos. Antes da Reforma Protestante isso já era basicamente assim definido por católicos e ortodoxos. e) O Anticristo é um poder já em operação no seio da sociedade humana, e não um estranho e misterioso indivíduo que surgirá no tempo do fim. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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No vídeo abaixo é mostrada qual é a Igreja que mantém a tradição interpretativa protestante mais legítima, segundo esses CINCO PONTOS (o vídeo apresenta pequenos problemas de som nos primeiros minutos, mas permite perfeitamente que se acompanhe a questão até o fim): https://www.youtube.com/watch?v=r6DWtQstt2g
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* AS CITAÇÕES QUE PROVOCARAM A CONTRARIEDADE DO OBJETOR DISPENSACIONALISTA DE NOSSA FÉ * Eu próprio tenho citado a seguinte declaração da “Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal”, pág. 237: “Será que as leis de Deus observadas pelos israelitas servem para os cristãos? As leis foram designadas para guiar todas as pessoas a um estilo de vida saudável, justo e voltado para Deus. Seu propósito é apontar o pecado e mostrar a maneira correta de lidar com ele. OS DEZ MANDAMENTOS SE APLICAM HOJE ASSIM COMO SE APLICAVAM HÁ TRÊS MIL ANOS, POIS PROCLAMAM UM ESTILO DE VIDA ESTABELECIDO POR DEUS. SÃO A PERFEITA EXPRESSÃO DA PESSOA DE DEUS E COMO ELE DESEJA COMO O POVO VIVA. – “Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal” (CPAD—Casa Publicadora das Assembleias de Deus), pág. 237 (destaque meu). Ao lançar isto pela primeira vez num debate do Facebook, houve um assembleiano que abriu até um tópico insinuando que eu estaria TORCENDO o que tal obra declarava. Mas será que isso ocorreu? Só que fiz, então, questão de citar A CONTINUIDADE deste parágrafo citado, e vejam no que deu: “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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“Mas Deus deu outras leis além dos Dez Mandamentos. Elas também são de igual importância para o cristão? Deus nunca estabeleceu sem um propósito. Entretanto, muitas leis que lemos no Pentateuco foram dirigidas especificamente ao povo daquele tempo e cultura. Embora uma LEI CERIMONIAL não se aplique diretamente a nós, a verdade, o principio nela contido sim. Por exemplo, os cristãos não utilizam o sacrifício animal como parte da adoração. No entanto, o principio por trás deste ritual, o perdão dos pecados e a gratidão a Deus, ainda é buscado, mas pelos méritos de Cristo, o sacrifício definitivo e perfeito. Os sacrifícios apontavam para a morte expiatória do Messias em prol do perdão da humanidade. “No NT, é mostrado como a morte e a ressurreição de Jesus Cristo se deram em cumprimento das leis e das profecias do AT. Isto significa que enquanto as leis nos ajudam a reconhecer e a corrigir nossos erros, Jesus nos garante o perdão e a purificação dos nossos pecados. Cristo é o modelo a ser seguido, pois somente ele obedeceu à lei de forma perfeita e revelou os verdadeiros princípios nela contido”. – “Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal” (CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus), pág. 237 (destaques em maiúsculos meus). Por favor, me mostrem onde exatamente estou torcendo o teor da declaração acima. . . Está por demais claro que o livro exalta os 10 Mandamentos TODOS (não somente nove) como sendo normativos aos cristãos, expressão do caráter de Deus, exatamente dentro do padrão de entendimento protestante/evangélico. Isso é o que encontramos em documentos confessionais dos presbiterianos, batistas, metodistas. . . Aliás, eis a transcrição de um capítulo-chave para esta discussão, da “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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“Confissão de Fé de Westminster”, de 1647, que nos seus capítulos 19 a 22 tem texto que corresponde exatamente ao que consta da Confissão de Fé Batista de 1689:
“CAPÍTULO 19 – A LEI DE DEUS” “1. Deus outorgou a Adão uma lei de obediência, que lhe inscreveu no coração; e também um preceito particular, o de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Dessa maneira, Adão e toda sua posteridade ficaram compelidos a uma obediência pessoal, total, exata e perpétua, à lei. Deus prometeu vida como recompensa do cumprimento, e morte como castigo da quebra da lei, tendo dado ao homem o poder e a habilidade para guardá-la. “2. A mesma lei que uma vez foi inscrita no coração humano continuou a ser uma regra perfeita de justiça após a queda. E essa lei foi dada por Deus sobre o monte Sinai e inscrita em duas tábuas de pedra, na forma de dez mandamentos. Os quatro primeiros mandamentos contêm nossos deveres para com Deus, e, os outros seis mandamentos, nossos deveres para com os homens. “3. Além desta lei, comumente chamada de lei moral, Deus houve por bem dar leis cerimoniais ao povo de Israel, contendo diversas ordenanças simbólicas: em parte, de adoração, prefigurando Cristo, as suas graças, suas ações, seus sofrimentos, e os benefícios que conferiu; e, em parte, estabelecendo várias instruções de deveres morais. As leis cerimoniais foram instituídas com vigência temporária, pois mais tarde seriam ab-rogadas por Jesus, o Messias e único “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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Legislador, que, vindo no poder do Pai, cumpriu e revogou essas leis”. – [Referências bíblicas não adicionadas para poupar espaço] Portanto, quando as autoridades assembleianas destacam OS MESMOS PENSAMENTOS, só temos que elogiá-las e reproduzir os seus pensamentos para ESCLARECIMENTO da comunidade assembleiana, porque, lamentavelmente, sendo a maior denominação evangélica no Brasil, contraria tais ensinos corretos noutras partes, fugindo ao CONSENSO do pensamento protestante/evangélico de séculos, como já ficou evidente pelo exposto até aqui. Vejam, por exemplo, como os assembleianos na “Bíblia de Estudo Pentecostal” confirmam a questão das origens edênicas do sábado: “1) O principio de um dia sagrado de repouso, foi instituído antes da lei judaica. ‘E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou’ (Gn 2.3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de bênção para toda a humanidade, e não apenas para a nação judaica. “2) O propósito espiritual de um dia de descanso, em sete, é benéfico ao cristão. No AT esse dia era visto como uma cessação do labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus, e adorá-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus. (Nm 28.9; Lv 24:8). “3) Assim como o sábado era um sinal do concerto de Israel como povo de Deus (Êx. 31.16-17), o dia de adoração do “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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cristão, (o domingo) é um sinal de que este pertence a Cristo. Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de bênção para toda a humanidade, e não apenas para a nação judaica. “4) Jesus nunca ab-rogou o principio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado (vv1-8; Lc 13.10-17; 14.16). “5) Jesus indica que o dia de descanso semanal foi dado por Deus para o bem-estar espiritual e físico do homem (Mc 2.27).– “Bíblia de Estudo Pentecostal” (CPAD), comentário de Mat. 12:1 (rodapé)—págs. 1409, 1410. Interessante como dita obra no parágrafo 3 até confirma que o princípio do dia de repouso é o SINAL entre Deus e seus filhos. Embora equivocadamente os redatores da BEP queiram aplicar o princípio de origem edênica do sábado ao injustificável domingo da tradição católica-romana, o fato é que estão certíssimos nesse ponto, e confirmam o que lemos em Êxo. 31:17 e Eze. 20:12, 20. Afinal, ateus, materialistas e crentes relapsos e comodistas (que deturpam o sábado/domingo com relaxo total da noção de “dia do Senhor”, como os fariseus deturpavam no sentido contrário, com extremismo de proibir até as curas de Cristo no sábado) não se caracterizam como aqueles que se propõem a dedicar todo um dia semanal ao Senhor. Se depois entram em contradição com uma exposição até ridícula de que o sábado foi transformado num domingo “opcional”, que tanto faz ser dedicado “inteiramente ao culto”, como declara, não “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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em um, mas em DOIS lugares, a BEAP, pág. 112, porém podendo ser usado para trabalhar, se necessário, o que podemos fazer?! Vejam nossa análise sobre uma Lição da Esc. Dominical que creio que foi estudada depois do material da obra em discussão ter sido preparada:
* AFINAL, 10 – 1 = 9 [NOVE] OU 10 – 1 = 10 [CONTINUA DEZ]? MUITO EVANGÉLICO SE ATRAPALHA NESSA CONTINHA *
Há uma conta que muuuito evangélico não consegue acertar: 10 - 1 = 9. Pois vejam que tantas vezes apresentam a questão como 10 - 1 = 10 (continua dez). NÃO PODE! Vejam o que o próprio autor de lições bíblicas sobre a lei divina da Igreja Assembleia de Deus diz: “A estrutura dos Dez Mandamentos se resume no amor a Deus e ao próximo, diz respeito a Deus e à sociedade, que envolve pensamento, palavras e obras. . . A ordem natural dos Dez Mandamentos é a seguinte: Deus, família e sociedade. . . A função da lei não é salvar, mas mostrar o pecado humano, restringir o perverso e nos conduzir a Cristo, lembrando que o Decálogo é parte da lei. Esta é santa porque é de origem divina, mas a sua função deve ser compreendida por todos os cristãos” (Esequias Soares, “Os Dez Mandamentos — Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança”. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp. 9,11). Interessante como ele CONFIRMA que os mandamentos da lei divina são 10 (dez) e todos firmados no AMOR, sendo parte da santa lei de Deus. Que pena que depois entre em total “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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contradição, pois diz que o sábado não vale mais, com um domingo frouxo tomando o seu lugar, quando os crentes, se necessário, PODEM TRABALHAR! Alega ele que se uma família precisa de sustento, é errado proibir um pai ou mãe de trabalhar no “dia do Senhor”, caso o patrão exija que então trabalhem. Ou seja, o “dia do Senhor” num passe de mágica se transforma num “dia do meu patrão”! Faz sentido isso?! Lembrando ainda que Jesus destacou uma parte da “regra áurea” como sendo “amar a Deus de todo o coração”, o que fica esquisitamente alterada, pois no “dia do Senhor” se poderia dividir o coração com “amor ao patrão”. . . Logo, já não é amar a Deus DE TODO O CORAÇÃO (ver Mat. 22:36-40). Como fica isso, Pr. Esequias Soares?! Por esse raciocínio de “fazer o bem no sábado”, podendo-se trabalhar nesse dia (ou domingo, que seja), uma mãe de família que se veja em apuros financeiros pode PROSTITUIR-SE, pois se está “fazendo o bem” para sustentar a família. . . Um pai de família pode NEGOCIAR DROGAS, pois está “fazendo o bem” para a sua família. . . Gente, é mesmo uma CONFUSÃO BABILÔNICA o que se nota entre os que abandonam o “assim diz o Senhor” para seguir doutrinas humanas, uma atitude FARISAICA, pois em Mat.15:3-9 vemos como os fariseus CONTORNAVAM UM PRECEITO BÍBLICO quando conveniente—o de respeito dos filhos aos pais. Só que Jesus os condenou severamente, chamando-os sem hesitação de HIPÓCRITAS! O que muitos crentes querem é CONTORNAR A EXIGÊNCIA de um dia a dedicar ao Senhor para, no final de contas, se livrarem “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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desse “inconveniente” mandamento. . . Essa é a verdade dos fatos. Noutro ponto, o Pr. Soares, tido por um bem preparado teólogo de tal denominação, ensina a confusa tese do “sábado institucional”, mero “princípio” de um dia de repouso dado no Éden, mas que ficou como que hibernando até o Sinai sem ser aplicado, daí em diante tornando-se o “sábado legal” (linguagem inexistente nas Escrituras, diga-se de pronto). Recordemos o que diz a “Bíblia de Estudo Pentecostal” a respeito: “O principio de um dia sagrado de repouso, foi instituído antes da lei judaica. ‘E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou’ (Gn 2.3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de bênção para toda a humanidade, e não apenas para a nação judaica”. Agora, como uma “fonte de bênção para toda a humanidade”, sendo um princípio reconhecido em documentos confessionais de diferentes igrejas como da LEI NATURAL, desnaturalmente não serviu a “toda a humanidade” por milênios ou séculos desde a criação até o Sinai, ele não soube explicar. E o pastor e autor assembleiano Orlando S. Boyer declara na sua “Pequena Enciclopédia Bíblica”, verb. “Dez Mandamentos” (pág. 198), também da CPAD, que “Não se deve pensar que não existia nada destes [dez] mandamentos, antes de Moisés. Foram escritos nas mentes e nas consciências dos homens desde o princípio. Não há pecado que não é condenado por um dos Dez Mandamentos”. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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Embora o nosso contestador venha com a pouco convincente alegação de que estamos corrompendo o sentido da declaração dessa autoridade assembleiana, dizendo que a afirmação dele, “não se deve pensar que não exista nada destes [dez] mandamentos”, excluiria algum dos 10 Mandamentos (adivinhem qual é o ‘visado’), o contexto do que o próprio autor citado diz não bate com qualquer sugestão na linha do que é insinuado. Pois em seguida ele arremata: “Não há pecado que não é condenado por um dos Dez Mandamentos”. Sem dúvida o que este conceituado mestre assembleiano que dizer se harmoniza com o que João Wesley, tido por alguns como “o queridinho dos pentecostais”, declarou sobre os 10 Mandamentos: “Deus falou estas palavras – a lei dos dez mandamentos é uma lei de divina composição; uma lei de Seu próprio proferimento. Deus tem muitas maneiras de falar aos filhos dos homens, através do Seu espírito, consciência, providências; Sua voz em tudo quanto devemos cuidadosamente atentar: mas Ele nunca falou em qualquer ocasião da forma como o fez ao pronunciar os dez mandamentos, aos quais, portanto, devemos dedicar a mais zelosa atenção. Essa lei Deus tinha dado ao homem antes, estava escrita em seu coração pela natureza; mas o pecado tinha de tal modo descaracterizado essa escrita, que foi necessário reativar o seu conhecimento”. – John Wesley, sobre Êxodo 20, cf. site de antologia de comentaristas bíblicos clássicos -www.e-sword.net Pois bem, já vimos como há erros e acertos nos ensinos encontrados na literatura assembleiana, e a razão dos desacertos “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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é a influência recebida por esta “escola teológica” novidadeira do dispensacionalismo, cujo principal problema é a falsa noção de que AGORA vivemos na “dispensação da graça”, que teria suplantado a “dispensação da lei”. Eis um breve estudo onde mostramos o erro de tal ensino, que não corresponde ao ensino clássico, histórico da Reforma Protestante. Portanto, não é uma Teologia Reformada, e sim DEFORMADA!:
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* A ABERRAÇÃO TEOLÓGICA DO NEOANTINOMISMO DISPENSACIONALISTA * O erro básico da visão neoantinomista dispensacionalista, que se instalou no evangelicalismo desde fins do séc. XIX e início do XX, é a impressão de que no VT prevalecia a “lei”, e a “graça” é só de Cristo para cá. Equívoco total! A graça divina foi manifestada por primeira vez logo após a Queda, quando Deus pregou a primeira mensagem do evangelho ao casal original, falando do Libertador futuro que feriria a cabeça da serpente até ser finalmente esmagada (Gên. 3:15; Rom. 16:20). Ele podia com justiça eliminar aqueles pioneiros pecadores, pois “o salário do pecado é a morte” (Rom. 6:23), daí recomeçar tudo com novo casal. Mas Deus não é só JUSTIÇA, Ele também é AMOR. Os que ensinam essa teologia furada do neoantinomismo dispensacionalista, que nenhum teólogo de real gabarito leva a sério, NÃO SABEM RESOLVER a questão: se agora vivemos na dispensação da graça, que teria suplantado a da lei, COMO SE SALVAVAM OS PECADORES AO TEMPO DO ANTIGO TESTAMENTO? Vejam o dilema: se disserem que eram salvos pela lei, proferem uma ABERRAÇÃO TEOLÓGICA. Como se pode alegar que algum homem jamais pôde reunir méritos suficientes para salvar-se pelos próprios esforços em cumprir “a lei do Senhor” que é “perfeita” (Sal. 19:7)?! “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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Se admitem que eram salvos “pela graça”, isso destrói a divisão estanque e artificial de dispensações da lei OU graça. LEI e GRAÇA sempre vieram juntas, cada qual cumprindo o seu papel. Essa questão pode ser ilustrada tanto no Velho quanto no Novo Testamento. * No VT: Ao proferir a LEI MORAL dos 10 Mandamentos no Sinai, Deus começa dizendo: “Eu sou o Senhor que te tirou da terra do Egito, da casa da escravidão”. Esta é uma declaração de GRAÇA divina. Segue-se o enunciado da LEI nos versos seguintes. * No NT: Quando Cristo foi confrontado com a mulher adúltera, conhecendo-lhe o coração Ele lhe disse: “Tampouco Eu te condeno”. Esta é uma expressão de GRAÇA. Mas em seguida disse-lhe: “Vai e não peques mais”. Isso é LEI. Conseguem perceber como não existe essa de um “tempo da lei” suplantado por um “tempo de graça”? Os heróis de Hebreus 11 foram todos salvos pela fé (parte humana da “transação salvífica”), nenhum por seus méritos próprios em cumprir a lei. Isso é doutrina de homens, ensino dos instrutores do neoantinomismo dispensacionalista que se acham por aí proclamando essas doutrinas de homens sem fundamento nas Escrituras. Paulo, que tanto exalta a graça divina, fala que com a sua mente serve a “lei de Deus” (Rom. 7:25) que é aquela que traz o preceito “não cobiçarás”, e acentua que tal lei É (verbo no tempo presente; não diz ‘era’) santa, justa, boa, espiritual, prazenteira (vs. 7, 8, 12, 14, 22). E ainda recomenda naturalmente dessa lei divina os seus 5o., 6o., 7o., 8o., 9o. e 10o. preceitos aos GENTIOS de Éfeso e Roma (Efé. 6:1-3; “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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4:25-31; Rom. 13:8-10). Eis como o pastor batista Franklin Ferreira, num estudo sobre a Lei e o Evangelho, comenta isso de modo bem claro no tempo de 30’ 45”, até 32’ 05”: https://www.youtube.com/watch?v=zl2JEScTnPQ&t=2123s/
* ARENGAS ANTIADVENTISTAS ANALISADAS * Vejamos agora algumas alegações totalmente sem nexo e mesmo teologicamente aberrantes de nosso pretenso refutador: A certa altura diz que os autores do e-Book em discussão seriam “verdadeiros paladinos da lei mosaica”. Interessante esse recorrente rótulo à lei e ao sábado como “mosaicos”, numa sutil manipulação de termos para induzir os seus leitores a crerem que quem defende a vigência do Decálogo como “lei moral” de Deus (que já vimos ser a posição clara de peças da literatura assembleiana, no que CONCORDAM com o pensamento consensual dos cristãos protestantes/evangélicos históricos) está recorrendo a uma legislação ultrapassada, da era de Moisés. Mas isso é efeito da “lavagem cerebral” que condiciona esse pessoal dispensacionalista, pois o que nos interessa hoje não é “lei mosaica” nenhuma. Como já tenho bemhumoradamente dito em debates por aí, Moisés já veio, cumpriu sua missão entre os homens e se foi—“bye, bye, Moisés!” O que importa agora é a LEI DE DEUS, não de Moisés, aquela que Paulo diz servir com a sua mente, disposto a cumpri-la (Rom. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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7:25), conquanto reconhecendo uma “lei” concorrente—a do pecado (que é uma forma retórica em que se refere ao próprio pecado). E ele próprio trata dessa LEI DE DEUS (não de Moisés) como a que traz o preceito “não cobiçarás” (vs. 7 e 8), acentuando que É (não diz ‘era’) “santa, justa, boa, espiritual, prazenteira”— vs. 12, 14, 22. Então, vir com as surradas e desmoralizadas teses de “lei abolida” e conceitos assemelhados mostra o descompasso total desses “apologetas” ceacepeanos com o que ensinam autores da Igreja Assembleia de Deus quando, com plena felicidade, CONCORDAM com o pensamento confessional histórico dos cristãos protestantes/evangélicos, ao superarem “pontualmente” a triste influência da Teologia DEFORMADA e novidadeira do dispensacionalismo, no que tange à ilógica tese de CONFLITO IRREPARÁVEL entre Lei e Graça. Faria muito bem a esses cavalheiros do CACP, que até pretendem em seu lema serem “defensores da fé uma vez por todas dada aos santos” que definissem melhor a que “santos” se referem, pois os pregadores da “lei abolida” simplesmente não têm uma fé concorde com os documentos confessionais mais “sagrados” da ideologia evangélica. Por sinal, alguns pastores evangélicos até se expressaram claramente em condenação a tal visão: “Ouso afirmar que—muitíssimo infelizmente—a maioria dos cristãos nunca foi ensinado acerca do quarto mandamento (eu fui um deles), pois creem que hoje estamos na graça e não mais na lei, mas conforme já temos visto domingo após domingo, a lei de Deus é boa e continua válida para o crente atual –não como meio de salvação (pois somos salvos por Cristo) nem de condenação “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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(pois não é por obras que somos salvos, mas pela fé operada pelo Espírito Santo em nós), mas como o único meio de se expressar nossa devoção ao Senhor”. - Filipe Luiz Machado – Igreja Cristã Reformada - Fonte: http://2timoteo316.blogspot.com.br/2011/12/sexto-elementoconstitutivo-do-culto_19.html Outro pastor alinhado, com os princípios da Teologia Reformada, rejeita a Teologia DEFORMADA desses paladinos do neoantinomismo, ao deplorar: “Admito que, durante muito tempo, como eu achava que Cristo havia abolido a Lei de Deus–creio que este pensamento é aceito por muita gente–eu me valia de argumentos dos quais hoje me envergonho. Eu era um blasfemador da Lei de Deus, e muito me arrependo. “Não estranhe, contudo, que boa parte dos escritos contra os sabatistas que encontramos na Net, e mesmo em livros, comecem, invariavelmente, com palavras contra a Lei de Deus. Se não tomarmos cuidado, podemos ser convencidos que não há meio de aceitar a Lei de Deus, e continuar adorando a Deus no ‘Dia do Senhor’, ou seja, no Domingo. Assim, que jeito mais fácil de refutar os sabatistas que destruindo a autoridade da Lei de Deus para os nossos dias? Mas, além de não ser fácil argumentar contra a Lei de Deus, trata-se de uma atitude pecaminosa. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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“. . . qualquer documento da Igreja Reformada irá confirmar que nós nunca abrimos mão de guardar o Quarto Mandamento.” - Pr. Marcelo Lemos – Presbiteriano - Fonte: http://www.olharreformado.com/2011/02/o-dever-deguardarmos-o-sabado-do.html E um autor de longa série de estudos sobre o tema da lei divina e do seu 4º. mandamento, num blog intitulado “Eleitos de Deus” (parece que atualmente desativado), chamado Gunnar Vingren Lima Ferreira, chega a dizer sem hesitação que os pregadores dessas teses dispensacionalistas sobre “lei abolida” são simplesmente HERÉTICOS! O Pr. Marcelo Lemos, citado acima, diz ser uma “atitude pecaminosa” essa prédica que se vê tão demoradamente promovida pelo nosso opositor. Temos que orar por ele. . . Aliás, ao utilizar também o rótulo de “semi-antinomistas”, eu particularmente não estou tratando de gente que negue haver alguma lei a cumprir, e sim que chega bem perto da negação da mesma, pois tentam até “provar” que o Decálogo é inferior, nada tendo a ver com “amor a Deus” e “amor ao próximo”, já que as declarações MOSAICAS sobre isso—mas válidas para a Igreja (interessante! . . .) –estão fora do Decálogo, em Deu. 6:5 e Lev. 19:18). Por sinal, quando Cristo proferiu Sua “regra áurea”, não havia NENHUM GENTIO presente, só judeus! Seria esta, então, uma “lei mosaica”, não aplicável à Igreja?! Bem, de fato nem uso mais essa linguagem de ‘semiantinomista’. Creio que a postura desse pessoal dispensacionalista dianenhumista/diaqualquerista está mais na “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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conta de um neoantinomismo, e esse é o termo que tenho empregado ultimamente. Creio que qualquer um sabe que ‘neo’ é um prefixo que indica um elemento novo, sendo aplicado a algo já existente. Pois bem, nas notas de rodapé ao final do clássico “Tratado Contra os Antinomistas”, emitido pelo Reformador Martinho Lutero em 1539, o compilador explica (nota 4): “Contrário a isso, Towne, o antinomiano, dizia que ‘estamos livres da lei moral ou Decálogo, com toda a sua autoridade, domínio, funções e efeitos’”. Aí temos uma definição do que seria um ‘antinomiano’, palavra que é sinônima de ‘antinomista’—a negação da validade do Decálogo como normativo à Igreja. Então, o que vem a ser um neoantinomista? Quem também nega em tempos modernos a mesma coisa com uma argumentação sofística, alegando que a lei a ser cumprida pelo cristão agora é a “lei de Cristo”, segundo Paulo acentua em 1 Cor. 9:21. Logo, é, para todos os efeitos um ‘neoantinomista’. Ou, se preferirem, um ‘neoantinomiano’. Mas, em 1 Cor. 9:21 Paulo não explica a que “lei de Cristo” está se referindo. Então, temos que buscar mais em seus escritos para ter essa informação. Daí chegamos a Gál. 6:2: “Levai as cargas uns dos outros, que assim cumprireis a LEI DE CRISTO”. Pronto, está resolvido: A lei de Cristo é a da solidariedade humana, a do “amor ao próximo como a nós mesmos”. Ora, Cristo disse isso EM CONJUNTO com “o outro mandamento semelhante a este”—do amor a Deus “de todo o coração”. Observem que o outro mandamento é “semelhante”, mas não igual, porque o mandamento de amor a Deus é PRIORITÁRIO. . . Como sabemos disso? Porque Cristo mesmo deixou claro que quem amar mais o próximo do que a Ele (pai, mãe, filho, filha) não é digno Dele (Mat. 10:37). E João declara que para se “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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amar legitimamente o próximo tem-se que primeiro amar a Deus (1 João 5:2). O problema parece ser a ignorância de que sempre fez parte da mais legítima tradição cristã que os primeiros quatro mandamentos tratam de nossos deveres para com Deus, e os seis últimos, idem para com o próximo. Luteranos, presbiterianos, batistas, anglicanos têm isso registrado em suas confissões de fé oficiais. Católicos e ortodoxos já diziam basicamente o mesmo antes da Reforma Protestante. E não é o que também deixa implícito o assembleiano Orlando S. Boyer?! Vejamos novamente a sua declaração: “Os Dez Mandamentos foram pronunciados por Deus e escritos por Ele em duas tábuas de pedra, Êx 31.18. Foram escritos de ambas as bandas, Êx 32.15. Não se deve pensar que não existia nada destes mandamentos, antes de Moisés. Foram escritos nas mentes e nas consciências dos homens desde o princípio. Não há pecado que não é condenado por um dos Dez Mandamentos. A súmula do Decálogo é o dever para com Deus e o dever para com o próximo; melhor, é o amor para com Deus e o amor para com o próximo”. – Orlando S. Boyer, “Pequena Enciclopédia Bíblica”, 1.ª ed., editora CPAD, verbete: “Dez Mandamentos”, pág. 198. “Súmula do Decálogo”. . . que bom que ele admite acertadamente isso na sua “Enciclopédia Bíblica”. Se ele fala em “decálogo”, necessariamente isso inclui o “inconveniente” preceito do sábado que o analista do e-Book claramente detesta e de que quer se ver livre por todos os meios na sua atrapalhada argumentação. E embora tenha até tentado refazer o escrito do líder assembleiano para negar o sentido que lhe atribuímos, dessa ele não escapa: Boyer coloca AMOR em todo o Decálogo, “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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com o que neutraliza sua pobre argumentação que implica que os conceitos da “lei de Cristo” de amor a Deus/amor ao próximo NADA TÊM A VER COM O DECÁLOGO. Agora vejam o absurdo da longa prosopopeia de nosso analista na busca de descartar o Decálogo como regra cristã. A certa altura de sua “refutação” ele apresenta a seguinte justificativa para “provar” que um líder assembleiano não ensinaria nada de validade do Decálogo: “Após referir-se aos mandamentos como a ‘expressão décupla da vontade de Jeová e a norma pela qual governa os Seus súditos.’, ele [Myer Pearlman] faz a seguinte pergunta elucidadora; ‘Sob qual lei está o cristão?’ e cita Gl. 6.2 ‘Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.’ e Jo 15.12, ‘O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.’. Isso não parece nem um pouco com o decálogo!” Engraçado que o referido autor Pentecostal utiliza O TEMPO VERBAL PRESENTE—essa “expressão décupla da vontade de Jeová” é [não diz “era”] “norma pela qual governa [não diz “governava”] os Seus súditos”. Se depois incorre em tão grande contradição, o que podemos fazer? Aproveitamos o “trigo” e desprezamos o “joio” de sua teologia. Foi o que o e-Book fez em muitos casos, como temos demonstrado tantas vezes aqui com a literatura dos assembleianos. E vejam onde está uma “tolice teológica” palpável—querer separar o Decálogo do princípio de amor. Será mesmo que o “levar as cargas uns dos outros” e o “amar o próximo como a si mesmo” não parecem nem um pouco com o Decálogo?! Raciocinemos um pouco quanto a isso: “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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Por tal linha de pensamento, Deus ordena que os filhos honrem a seus pais, mas isso não tem NADA A VER com a necessidade de que os amem. Nada de “sentimento de amor filial”, só a LETRA DA LEI para ser cumprida, no seu 5º. mandamento, e pronto. Deus também quer que os cônjuges sejam fiéis entre si, mas “não está nem aí” se isso inclui o amor mútuo. Isso pouco importaria ao Supremo Legislador, pois o que marido e mulher têm que fazer é somente CUMPRIR A LETRA DA LEI em seu 7º. mandamento. . . Conclusão desastrada—Amor e Decálogo não têm nada em comum! Sinceramente, se eu fosse católico-romano exclamaria um forte CRUZ CREDO! E me aplicaria três sinais da cruz. . . + ++ Pois, sem exageros, um certo membro da diretoria do CACP chegou a escrever um artigo dizendo que o Decálogo não era uma lei perfeita, pois nem proíbe o fumar! É esse é o tipo de “erudição” que prevalece no evangelicalismo moderno?! O pobre analista de nosso e-Book perde totalmente a noção desses fatos, tentando por todos os meios encontrar uma “lei de Cristo” que seja inteiramente alheia ao Decálogo. Só que, no fim de contas, termina sendo a MESMA “lei de Deus”, com somente a eliminação do sábado que não lhe convém. Ou seja, confunde a “lei de Cristo” como se fosse SUBSTITUTA da Lei de Deus, quando é meramente a sua SÍNTESE. E ele insiste em citar Mr. Pearlman:
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“E mais, ‘Salvação é ser liberto da lei e estar morto para a lei; não é ter prazer na lei ou obedecer à lei.’ (p. 152). . . . Da mesma maneira, a lei de Moisés, muitas vezes violada pelo convertido, não o pode ‘prender’, pois, em virtude de sua experiência com Cristo, ele está ‘morto’.” (p.166) “No livro ‘Conhecendo as doutrinas da Bíblia’ (1999), traduzido por Lawrence Olson, Pearlman, como fazem todos os estudiosos sérios, não menospreza, nem exalta a lei, antes a coloca em seu devido lugar. Ela é santa, justa e boa e continuará tendo uma função pedagógica para o incrédulo. Quanto ao crente, Pearlman é da opinião de que ‘Quando a pessoa [crente] está sob a lei, não pode estar sob a graça’ (p. 152)”. Pois a Bíblia ensina diferente. O salmista Davi declara, “Agrada-me fazer a Tua vontade, ó Deus meu; sim, dentro do meu coração está a Tua lei” (Sal. 40:8). Paulo, que tanta ressalta a graça sobre a busca de justificação pela lei, diz: “A circuncisão nada é, e também a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus”. – 1 Cor. 7:19. Que pena que Mr. Pearlman, que declarou coisas tão acertadas que o e-Book apresenta, se revele tão incompetente em interpretar as Escrituras noutros pontos. Ele usa o surradíssimo chavão do dispensacionalismo dianenhumista/diaqualquerista do “debaixo da lei” pelo qual a coisa funciona assim—se você obedece NOVE dos preceitos do Decálogo, menos o sábado, não há problema nenhum quanto a estar “debaixo da lei”. Mas se guarda o sábado, aí estará “debaixo da lei”. Notem que notória DISCRIMINAÇÃO contra esse preceito bíblico. Mas eis como discutimos essa frase “debaixo da lei” num breve estudo que lança tremenda luz a respeito, com uma exegese de “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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minha parte, e a seguir a participação de nada menos do que Martinho Lutero, o grande Reformador protestante e defensor da justiça somente pela fé, falando do significando de tão corrompida frase paulina:
* PARA ENTENDER A LINGUAGEM DE “DEBAIXO DA LEI”/“DEBAIXO DA GRAÇA” EM GÁLATAS E ROMANOS * Em Gál. 5:16-23 Paulo coteja dois grupos—os que são “guiados pelo Espírito”, por um lado, e os que estão “debaixo da lei”, por outro. Só que enquanto os primeiros produzem o “fruto do espírito”, os últimos NÃO SÃO os que respeitam a lei, e sim, ao contrário, os que cometem todos aqueles pecados enumerados nos vs. 19-21. Só isso já mostra como tantos no evangelicalismo não entendem a linguagem retórica paulina. Não percebem que Paulo não condena a lei (pois cita naturalmente da mesma os 5o., 6o., 7o., 8o, 9o. e 10o. mandamentos—Efé. 6:1-3; 4:25-31; Rom. 13:810), e sim o seu uso ilegítimo (1 Tim. 1:8). A chave para entender toda a discussão paulina sobre a lei é Rom. 9:30-32—Israel tropeçou porque buscou JUSTIÇA na lei, quando não é esse o seu objetivo. Não cometamos o mesmo erro. Antes, sejamos aqueles que têm a Lei de Deus escrita nos corações, pelo próprio Deus, como é a promessa do Novo Concerto [Novo Testamento] em Heb. 8:610. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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E eis como nada menos do que Martinho Lutero nos interpreta a linguagem de “debaixo da lei” em Rom. 6:14: “[Nós] nos encontramos na graça e não na lei, o que ele mesmo interpreta no seguinte sentido: ‘Ser sem lei’ não é o mesmo que não ter lei alguma e que se possa fazer o que apraz a cada um, senão que ESTAR ‘DEBAIXO DA LEI’ É QUANDO, SEM A GRAÇA, LIDAMOS COM AS OBRAS DA LEI. Então, com certeza, o pecado impera através da lei, uma vez que ninguém por natureza é afeito à lei, e isto é um grande pecado. A graça, porém, nos torna a lei agradável de sorte que NÃO HÁ MAIS PECADO E A LEI NÃO ESTÁ CONTRA NÓS, MAS EM HARMONIA CONOSCO. “Esta é a verdadeira liberdade do pecado e da lei, da qual fala até o final deste capítulo. É uma liberdade de fazer apenas o bem com vontade e de viver corretamente sem a coação da lei. Por isso tal liberdade é uma liberdade espiritual, que QUE NÃO ANULA A LEI, e sim oferece aquilo que é exigido pela lei: vontade e amor, com o que a lei é aplacada e não mais fica a incitar e exigir”.--Martinho Lutero, “Prefácio à Epístola de Paulo aos Romanos” – Destaques meus. E vale a penar conferir o comentário do erudito batista Fausset, a respeito do mesmo tema: “Destarte os crentes, na medida em que estão sob a lei do evangelho de Cristo (Gál. 6:2), que é a lei do amor no coração, não mais estão sob a lei, como uma ordenança exterior da letra. Mediante a morte de Cristo estão mortos para a lei, como uma lei de condenação, e têm o Espírito capacitando-os a ‘servir em novidade de espírito, e não na caducidade da letra’ (Rom. 2:29; 7:1-6; 2 Cor. 3:6). ‘Cristo é o fim da lei para a justificação (tanto justificação quanto santificação) a todo o que crê’ (Rom. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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10:4; 8:1-3). Ele não deu exatamente novas leis de moralidade, quanto novos motivos para a observância da velha lei. Como um concerto de obras, e um modo provisional de disciplina, e uma representação típica da expiação, a lei não mais existe. Como a revelação da justiça de Deus, é eterna. Livre da letra, o crente cumpre o espírito e o fim da lei, em conformidade com a vontade de Deus”. – “Fausset's Bible Dictionary”, Verb. “Law”. Contudo, o analista opositor do adventismo prossegue, querendo demonstrar que a visão adventista (que corresponde ao entendimento protestante/evangélico histórico, não nos esqueçamos disso) é algo como o animal “terrível e espantoso” visto por Daniel naquela tremenda visão descrita em Daniel 7: “O sistema argumentativo frankensteiniano criado pelos adventistas, feito às pressas, por meio de juntar pedaços aqui e acolá de pequenas citações descontextualizadas, carece de uma alma para dar vida à criatura e é justamente esse o maior problema deste monstrengo: ele já surgiu natimorto, pois a alma do monstro, o cerne da questão, que no caso seria uma citação clara, direta e inequívoca destes autores admitindo a validade do sábado na Nova Aliança, simplesmente não existe. Definitivamente a teologia equilibrada dos estudiosos pentecostais sobre a lei não comporta a visão adventista”. O articulista neste ponto se “esqueceu” do seu próprio artigo no site do CACP onde comenta como um argumento do silêncio é não só FALACIOSO, mas mesmo PERIGOSO: “. . . quando tais historiadores dizem que o Êxodo não foi real, porque ‘Moisés nunca existiu’, ou como afirma a revista ‘Época’: “Não há nenhuma prova concreta da existência de Moisés”[12], estão baseando suas conclusões no falacioso “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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argumento do silêncio. Este também parece ser, infelizmente, a opinião do entrevistado, Luciano José de Lima, teólogo da Universidade Metodista, quando confessa: ‘Eu diria que Moisés pode ser considerado como uma figura arquetípica[13] de grande líder’.[14] Contudo, diz Price: ‘O problema aqui não é o que não é visto, mas o que ainda não é visto’.[15] “O perigo do argumento do silêncio “O ditado que afirma que ‘ausência de evidência não é evidência de ausência’ não é só verdadeiro como indispensável neste contexto. Não é porque um personagem ou habitação bíblica não foi encontrado ainda que significa que nunca existiu. Os críticos da Bíblia há muito vem sendo corrigidos por esta dura realidade!” - Fonte: http://www.cacp.org.br/o-que-esta-por-tras-do-atualcriticismo-cientifico/ Bem, são dois pesos, duas medidas. Quando não convém, condena-se o “argumento do silêncio”. Quando convém, está bem à mão para ser o recurso apologético apropriado. Também parece que já não se fazem teólogos metodistas como antigamente. . . Seja como for, o fato é que alegar que não há mandamento do sábado no Novo Concerto nos leva a apresentar uma série de indagações de a) até f) que submetemos a oponentes em debates internéticos, solicitando que deem respostas objetivas, específicas, claras, concisas, ao ponto. Até hoje não apareceu UM SÓ com tal disposição. E sempre peço que respondam as “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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perguntas sem deixarem de considerar seriamente o aviso de ATENÇÃO do último parágrafo:
* A FALACIOSA ARGUMENTAÇÃO DA AUSÊNCIA DO PRECEITO DO SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO * Nem Jesus nem os Seus apóstolos repetiram o preceito do sábado “ipsis literis”, é verdade. Mas sabem por quê? É que NÃO PRECISAVA, já que todos os Seus seguidores o acatavam. Sabiam da afirmativa de Cristo de que “o sábado foi feito por causa do homem-‘anthropós’” (o homem universal, não o mero homem judaico). Eu diria que não repetem PELA MESMA RAZÃO de outras repetições desnecessárias de preceitos e ordens, mandamentos, regras, leis, como verão no texto abaixo. Essa conversa de que não há mandamento para guardar o sábado no NT é mais um sofisma tolo e sem lógica. Se os mandamentos da lei divina para valerem para os cristãos têm que ser “revalidados” no Novo Testamento, após a abolição total do Decálogo, (menos o 4º. preceito) vejam só o que poderia ter acontecido: O 5º. mandamento foi de embrulho com todos os demais regulamentos morais e cerimoniais quando Jesus exalou o último suspiro e declarou, “Está consumado”. Daí, no minuto seguinte qualquer filho de um seguidor de Cristo poderia chutar a canela de seu pai ou mãe, xingá-los, desobedecê-los e desrespeitá-los livremente, eis que o 5o. mandamento só foi “restaurado” quando Paulo se lembrou de referi-lo, escrevendo aos efésios, e isso no ano 58 AD (ver Efés. 6:1-3)! E, pior ainda, os termos do mandamento “não matarás” só foram reiterados “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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por Paulo em Romanos 13:9, no ano 56 ou 58 AD (bem como “não adulterarás”, “não furtarás”, “não cobiçarás”. . .). Ou seja, por quase 30 anos os filhos dos cristãos não tinham que respeitar os pais, pois o 5º. mandamento só é restaurado após umas três décadas, e mesmo assim só para os efésios. Muitas décadas mais se passaram até atingir toda a comunidade cristã para cientificar-se da necessidade de os filhos respeitarem seus pais! Além de os cristãos poderem matar uns aos outros, roubar uns dos outros, mentir uns para os outros, etc., nesse mesmo período sem a lei ser revalidada. . . Faz sentido isso?! Por aí se vê a enrascada em que se mete quem contraria o “assim diz o Senhor” das Escrituras. E onde aparece no Novo Testamento reprodução ‘ipsis literis’ de qualquer preceito contra falar o nome de Deus em vão em todas as situações (só há referências indiretas e só ligadas a juramento), ou confeccionar imagens de escultura, ou utilizar tais imagens como ‘santos’ da Igreja (“ídolos” são reproduções de Deus ou divindades pagãs) ou contra consultar os mortos ou sobre casamento entre irmãos ou prática de bestialidade? Se é para seguir o tortuoso raciocínio desse chavão dispensacionalista, à base de “argumentos do silêncio”— de não haver repetição de mandamento do sábado no NT—pergunto: * Pode o cristão: a) Falar o nome de Deus em vão em todas as circunstâncias (no NT não há nenhuma repetição do preceito sobre isso do VT, só referências indiretas e SÓ ligadas a juramento)? “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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b) Confeccionar imagens de escultura (este aspecto do 2o. Mandamento jamais é repetido no NT. Nesse caso, se poderia imaginar até um evangélico sendo “santeiro”—fabricante de imagens de santos, sem ser condenado por isso na tal “dispensação da graça”)? c) Empregar imagens de SANTOS da Igreja em atos de culto (no NT só há condenação a ÍDOLOS, e isso SÓ se aplica a Deus ou divindades pagãs)? d) Consultar os mortos (no NT não aparece repetição clara do preceito contra isso, como consta de Deu. 18:9-12 e Isa. 8:19, 20)? e) Permitir casamento entre irmãos (jamais no NT há repetição dessa regra do VT)? f) Permitir a prática de bestialidade (sexo com animais), jamais repetido no Novo Testamento? - ATENÇÃO!: Não valem declarações INDIRETAS desses preceitos. Têm que ser transcrições ‘ipsis literis’, palavra por palavra do que constava no Velho Testamento, pois se para o sábado exigem isso, então por que o mesmo não se aplicaria a todos esses preceitos indicados? Dois pesos, duas medidas não pode ter lugar aqui, entendido? Uma coisa leva a outra e daí chegamos ao fato de essa “lei de Deus” ter sido conhecida ou não (ou como conhecida) pelo primeiro homem, pois isso é negado ainda dentro do lamentável recurso ao argumento do silêncio. Temos esta declaração do analista do e-Book, “essa besteira de que os dez mandamentos foram dados a Adão é coisa de Ellen “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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White. Ela acreditava que a guarda do sábado era desde o Éden, para isso os dez mandamentos precisaria de ter sido revelado a Adão”. Com isso ele revela que não realizou o seu “dever de casa” antes de empreender sua longa e preconceituosa análise. Já vimos acima como batistas, presbiterianos e ASSEMBLEIANOS indicam as origens edênicas do sábado, o que mostra que “besteira”, e das grossas, quem apresenta é o crítico do adventismo sob consideração. Se a Sra. White disse que os 10 Mandamentos foram transmitidos ao par original, é óbvio que ela não se refere a duas tábuas de pedra, ou algum rolo de livro, que Deus lhes tivesse entregado. O que ela quer dizer é que OS PRINCÍPIOS contidos no Decálogo eram do conhecimento dos seres santos nos primórdios da história humana. Deus Se comunicava com Adão na “virada do dia”, diz a Bíblia. Será que o Criador não transmitiu ao homem esses princípios, não os colocou em seu coração? Se até se admite que os povos todos, fora de Israel, já tinham a lei divina no coração, de modo incompleto (tanto que não parece que sabiam muito sobre regras contra idolatria. . .) por que Adão não a teria de forma completa, o que incluiria o sábado? Afinal, há evidências, sim Senhor, de que já se conhecia a semana nos tempos mais remotos, como se faz notar pela divisão hebdomadária do tempo por Noé (Gên. 7:4, 10 e 8:10, 12) e no diálogo de Labão e Jacó sobre cumprir “a semana” de SETE anos pela mão de Raquel (Gên. 29:27, 28). Sem falar em como o próprio Deus instruiu o povo de Israel antes da outorga da lei falando do 6º. dia, a ser seguido pelo sábado, logicamente o 7º. (Êxo. 16:4, 5 e 22, 23). Ah sim, e sem falar que o trecho do documento confessional que já postamos, de presbiterianos e batistas, confirma isso plenamente, refletindo conceitos da Teologia Reformada gostem disso ou não os adeptos da Teologia DEFORMADA da “lei abolida” (oh, “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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na verdade seria “cumprida”. . .). E o assembleiano Orlando. S. Boyer não diz nada diferente, para desconsolo do esforçado, mas equivocado, analista de nosso e-Book. E vejam mais este trecho de aberração teológica flagrante: “Embora Paulo mostre em seus escritos que a lei possui diversas finalidades tais como: mostrar o pecado, mostrar a santidade de Deus, fazer o pecado aumentar e dar uma base legal para sua condenação, entretanto, ela nunca foi dada ao crente, pelo menos é isso que o apóstolo afirma, ‘reconhecendo que a lei não é feita para o justo, mas para os transgressores e insubordinados, os irreverentes e pecadores, os ímpios e profanos…’ (I Tm 1.9). De certo modo, ela continua sendo um útil pedagogo, levando pecadores a Cristo, mas depois que o pecador encontra Cristo, a função da lei termina”. Notem a ambiguidade típica do dispensacionalismo dianenhumista: O comentarista parece que não se apercebe da contradição de estar USANDO O TEMPO VERBAL PRESENTE para falar de uma lei ‘do passado’. Ora, se a lei “continua sendo um útil pedagogo, levando pecadores a Cristo”, então ela NÃO FOI ABOLIDA, já que CONTINUA SENDO. . . E se a lei (de Deus, não de Moisés) é para descrentes, não para crentes, como é que serviu para indicar o pecado ao crente Paulo em Rom. 7:7, 8? Vejam que interessante como a lei LHE SERVIU DE AIO apropriadamente. Aliás, temos nosso questionário “Pequenas Perguntas, Grandes Lições” sobre o tema da lei onde oferecemos já respostas com o oferecimento de que quem não concorde com tais respostas, que apresente MELHORES que iremos considerá-las cuidadosamente. Só que já tenho exposto tal questionário em “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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muitos debates e até agora ninguém me ofereceu alguma RESPOSTA MELHOR que quaisquer das que temos proposto (também há questionário semelhante sobre o tema do sábado). Eis a pergunta referente a esta questão e nossa resposta proposta: * Gál. 3:24 alude à lei como um aio que nos conduz a Cristo, daí ficando livres do aio. Mas como tal aio serviu depois a Paulo em Rom. 7:7,8? RESPOSTA: Em Gálatas Paulo trata da lei como um sistema global para a nação de Israel. Em Rom. 9:30-32 mostra que a falha daquele povo foi buscar justiça na lei, o que nunca representou a sua função. Em Rom. 7:7, 8 (escrito DEPOIS de Gálatas) ele fala da lei em termos individuais—que aponta ao pecado (Rom. 3:20) para levar o pecador a reconhecê-lo e buscar solução em Cristo. Destarte, ela lhe serviu individualmente de “aio”, apontando ao pecado, definido biblicamente como “transgressão da lei” (1 João 3:4), o que se aplicará a qualquer cristão ao longo do tempo (ver 1 João 1:8-10 e 2:1). Quem desejar ver TODAS as perguntas (e respostas propostas), tanto sobre o tema da lei, quanto do tema do sábado pode acessar o Fórum Evangelho pelo seguinte link. http://www.forumevangelho.com.br/t7026-pequenas-perguntasgrandes-licoes E se alguém topar oferecer respostas melhores às propostas, sinta-se livre para no-las dirigir que a elas daremos detida “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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consideração. Podem fazê-lo pelo e-mail <profazenilto@hotmail.com> Haveria muitos outros detalhes da longa exposição em que o dispensacionalismo, em seu viéis, dianenhumista, se ressalta. Mas só destacaremos alguns poucos:
A “divisão das leis”. É afirmado: “NUNCA houve duas leis: uma moral e outra cerimonial, como se fossem leis opostas, ou como fazem os adventistas em chamá-las de Lei de Deus e Lei de Moisés, tentando com isso reforçar tal distinção. Então é errado distinguir leis, morais, cerimoniais e civis? Claro que não. Mas que fique claro que isto é apenas conveniência didática, pois para a teologia judaica não existe tal distinção. A lei para o judeu era uma só”. Primeiro, que NÃO SÃO SÓ os adventistas que apresentam essa “divisão das leis” exatamente nos termos de serem tipos de leis que se distinguem quanto aos seus objetivos. Já mostramos como presbiterianos, batistas, metodistas, anglicanos e ASSEMBLEIANOS o fazem. E vejam o constante acusador dos autores, editores, compiladores do e-Book de serem praticantes de “omissão” nas declarações compiladas da literatura assembleiana dizendo que “alguns autores evangélicos” definem as leis como o fazemos, quando isso é uma tremenda distorção dos fatos. Não são só “alguns autores evangélicos”, mas praticamente TODOS os documentos confessionais clássicos, históricos, e OFICIAIS de luteranos, presbiterianos, batistas, metodistas, anglicanos, confirmado pelos ASSEMBLEIANOS, como já indicado. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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Segundo, que essa conversa de que os adventistas colocam essas leis “como se fossem leis opostas” é pura invenção. Nunca aprendi como adventista que são “leis opostas”, pois na economia judaica eram de vigência concomitante, cada qual cumprindo a sua função. Terceiro, novamente vemos como o analista em questão não fez o seu “dever de casa”, pois os judeus dividiam, sim, as leis em seu entendimento do tema. E isso de muito tempo antes de sequer as Igrejas terem definido a questão desse modo. Eis o depoimento a respeito de autoridades do judaísmo: Diz a “Encyclopaedia Judaica” de 1906, no artigo "Law, Codification of", escrito por Louis Ginzberg, Professor de Talmud da Universidade Judaica de Nova York e Solomon Schechter, Presidente da mesma faculdade, à época: “O termo judaico ‘lei’ inclui muito mais do que geralmente é abrangido sob este nome. Portanto, o material que é encontrado nos códices judaicos é de vários tipos, e diferentes porções têm sido frequentemente tratadas em várias obras legais. Os originadores das leis bíblicas estavam bem cientes das diferenças entre LEI JURÍDICA, CERIMONIAL E MORAL, como se comprova pelo número de sinônimos para ‘lei’ encontrados nas Escrituras. Pois, ainda que estes sinônimos fossem, com o passar do tempo, utilizados sem distinção, contudo não resta dúvida de que originalmente indicavam diferentes classes de leis, sendo que a diferenciação original se perde quando as leis eram remontadas a uma origem divina”. [Destaque em maiúsculo meu]. - Fonte: http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=107&letter=L&se “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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arch=Moral%20Law#ixzz0jcOStLxF Claro que em termos práticos os judeus não têm a percepção como a dos cristãos sobre o papel da “lei cerimonial”, como prefigurativa de Cristo em Seu sacrifício expiatório porque simplesmente não creem que Cristo cumpriu tal papel. Aliás, nem creem na messianidade de Cristo. Agora, há uma alegação sobre que esse cavalheiro NÃO TEM DESCULPAS: É a de, desonestamente, deixar a impressão de que os adventistas pensam que nada há de caráter moral nas demais leis, sendo que SÓ o Decálogo teria regras desse teor. A razão de não terem desculpas é que o Pr. Arnaldo B. Christianini, autor de “Subtilezas do Erro”, explica clarissimamente a questão e ELES POSSUEM O SEU LIVRO, pois o citam muitas vezes, quando lhes parece conveniente. Então, vejamos como Christianini explica este ponto: “. . . em outras partes da Bíblia se encontram preceitos morais. Mas, devidamente analisadas, não são novos preceitos nem suplementação ou complementação do padrão máximo. São meras derivações do decálogo—repetição de enunciados nele contidos implícita ou explicitamente. É a lei que se esparrama em quase todos os livros das Escrituras, que poreja aqui e ali, ora na advertência inflamada de um profeta, ora no suspiro sentimental do salmista, ora para profligar atos ímpios de um rei, ora para contrastar a impiedade de Jerusalém, ora na admoestação apostólica a irmãos carnais. São citações oportunas. É a aplicação do padrão divino. Mas em tudo isso o decálogo está imanente, é o núcleo em torno do qual gravitam estas enunciações. O sermão da montanha é uma lente sobre o “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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decálogo. Pelo menos três dos seus preceitos são nele comentados por Jesus, com amplitude de sentido: o ‘não matarás’, o ‘não adulterarás’ e o ‘não perjurarás’. Se devessem ser abolidos na cruz, não teriam sido base para um tema do Mestre dos mestres ainda no início de Seu ministério. “O decálogo é a ‘matriz’ da lei moral preceituada. ‘Matriz’ fabricada pelo próprio Deus. Não o foi por Moisés. E é pena que os que nos combatem prefiram inutilizar a ‘matriz’ e ficar com citações esparsas da lei moral, aqui e ali. É uma incongruência dizerem que a ‘matriz’ é imperfeita, falha, superada etc. É incrível! “Há ainda outra ideia cavilosa a respeito da lei. É a dos que querem que Deus formule um mandamento específico para cada tipo de pecado e que havendo pecados que não estão nominalmente citados no decálogo, isto indica que o mesmo é falho. Os que assim pensam querem perverter a revelação divina. O preceito é o resumo de toda uma classe de pecados. E estes— segundo o critério divino—se classificam em dez grupos: quatro classes enunciadas para com Deus e seis de natureza ética para com os homens. Só muita obtusidade poderia exigir preceitos diretivos, individualizados, feitos sob medida, como—à guisa de exemplo—‘não fumarás’, ‘não te suicidarás’, ‘não sejas ingrato, avarento, orgulhoso, invejoso, irado etc.’ “No entanto, com um pouco de percepção que o Espírito nos dá, ver-se-á que tudo isso se enquadra em preceitos do decálogo. João declarou que quem aborrece a seu irmão, é transgressor do “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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sexto mandamento, (I S. João 3:15). Jesus enquadrou no sétimo mandamento a impureza de pensamento em relação a mulher. (S. Mat. 5:28.) Por isso Paulo averbou a lei divina de ‘espiritual’ (Rom. 7:14), porque penetra nos meandros mais íntimos da personalidade”. — Op. Cit., 1ª. edição, pág. 76 e 77. Pois bem, creio que o que discutimos acima cobre (e refuta) praticamente toda a longa dissertação de nosso opositor. Vimos como ele se precipita em julgamentos falsos, insinuando desonestidade de nossa parte. Mas será que alguém ligado a um “ministério apologético” que lança vídeos falando de uma “segunda profetisa adventista” que NÃO EXISTE (e tinham informações precisas sobre o assunto), que mantém publicado o “testemunho” de uma tal Juliana Ribeiro—que foi adventista e passou a se reunir com os presbiterianos—como um “trunfo” em favor da causa de tal ministério, mesmo quando a mesma por fim SE TORNOU CATÓLICA-ROMANA (e não uma católica comum, mas uma ativa militante do catolicismo); que apresenta falsamente os adventistas como ensinadores de Miguel ser Cristo igual as “testemunhas de Jeová”, quando há imensa diferença, sendo que os adventistas não negam a Divindade de Cristo e igualdade com o Pai; que parte para a mera difamação contra um cidadão, ao arrepio da recomendação bíblica clara em Tito 3:2— “Não difameis homem nenhum”— por falta de meios de contestá-lo no campo das ideias, com insinuações pessoais maldosas, provocando a necessidade de que o mesmo buscasse proteger-se na justiça, com ganho de causa por ser vítima do crime de DIFAMAÇÃO, enfim, alguém com tal vínculo pessoal pode ter autoridade moral de vir falar que os produtores do eBook “O Despertar de Um Mandamento” agiram com desonestidade?! “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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E vejam como bem pelo meio de sua discussão, cita dois parágrafos do Dr. Samuele Bacchiocchi, alegando que ele admitia que os “sábados” em Col. 2:16 seriam os semanais. A interpretação alternativa de que o texto trataria dos sábados semanais, como acentuado pelo Dr. Samuele Bacchiocchi, infantilmente “festejada” pelos adeptos da Teologia DEFORMADA, não complica nada nossa posição, pois no campo teológico há margem para interpretações diferentes para um mesmo texto. Isso é até salutar, pois se buscam novas soluções para problemas exegéticos. Ademais, a intenção do Dr. Bacchiocchi é demonstrar que mesmo considerando-se os “sábados” como os semanais, o texto não prova sua anulação, nem que Paulo estaria ensinando que o preceito do sábado não se aplica à Igreja. E aí é onde vemos o nosso constante acusador, que a todo momento aponta à suposta “desonestidade intelectual” na formulação do texto de “O Despertar de Um Mandamento”, reparando no cisco de nosso olho enquanto negligencia remover o poste que traz no seu. Pois OMITE DESCARADAMENTE o fato de que Bacchiocchi sempre, sempre, sempre defende a validade do sábado, e nunca o contrário disso. O nosso crítico nunca se preocupa em falar da CONCLUSÃO a que chega Bacchiocchi ao admitir essa questão, que é muito diferente da tentativa desonesta de deixar a impressão de que o autor adventista de algum modo voltou atrás, deu razão aos antissabatistas ou coisa semelhante. Isso é tremendamente enganoso, mas já vi muita gente em debates por aí enganada por tal falsa impressão transmitida por essas insinuações desorientadoras do real sentido do que o Dr. Bacchiocchi quis dizer. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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Tanto que em meio a sua doença terminal, que por fim lhe ceifou a vida, ele teve um período de considerável melhora e ele mesmo disse crer que fosse uma concessão divina de maior tempo de vida para que pudesse concluir o projeto do seu derradeiro livro, “Crenças Populares”. Nele JAMAIS negou qualquer mudança de posição quanto à irrestrita defesa do preceito do sábado, como tinha sido o grande destaque de sua monumental pesquisa de cinco anos na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma (ligada ao próprio catolicismo), que desembocou no lançamento do seu livro “Do Sábado Para o Domingo”, altamente elogiado por eruditos tanto do campo católico quanto protestante, pelo caráter verdadeiramente científico de sua pesquisa. Nela, valendo-se das bibliotecas riquíssimas em informação e documentos históricos do cristianismo, levantou as verdadeiras origens pagãs da tradição dominical e a continuidade do sábado para a Igreja dos fieis servos de Deus ao longo da história. Aliás, tal livro completo pode ser obtido gratuitamente, em formato virtual, a quem confirmar interesse pelo nosso e-mail profazenilto@hotmail.com Essa gente que não se iluda. Jesus declarou que “de toda palavra vã” que homens proferirem, terão que prestar contas naquele dia (Mat. 12:36). E tais contas a prestar haverão de ser bem elevadas, especialmente quando tais “palavras vãs” tiveram intenção de negar verdades bíblicas tão claras como demonstramos acima. Por fim, talvez fosse mais construtivo se nossos objetores tentassem ver os nossos ensinos sob um ângulo diferente, aceitando um diálogo mutuamente proveitoso. E para tanto temos proposto um texto em que em 10 tópicos indicamos como se poderia chegar até a um CONSENSO de pensamento. Vejam “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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o que propomos. Certo batista num fórum chegou a dizer que não teria nada para tirar ou acrescentar do nosso texto-proposta. Que bom!:
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* 10 PONTOS PARA UM POSSÍVEL CONSENSO NO DEBATE SOBRE A LEI DIVINA * * Seria uma bênção se pelo menos nestes pontos pudéssemos ter um consenso. Ou pode-se trabalhar as diferenças sobre cada item que impediria dito consenso, com apresentação, se necessário, de novas redações para os itens aqui propostos, visando a esse possível acordo ideológico: 1) A questão da obediência à lei divina, ou a tudo que Deus ordena, não visará à salvação em qualquer medida. Entra no campo da SANTIFICAÇÃO (ou a “perseverança dos santos”), e não no da JUSTIFICAÇÃO, pois a lei em si não transmite justiça. Entender o seu papel como meio de salvação seria um uso “ilegítimo” da mesma (1 Tim. 1:8). 2) O fracasso espiritual de Israel, que motivou sua rejeição como “nação teocrática”, não estava na lei, que é “perfeita”, “santa, justa, boa, espiritual, prazerosa” (Sal. 19:7; Rom. 7:12, 14, 22) mas na atitude de auto-confiança do povo (“tudo que o Senhor falou, nós faremos”) quanto às suas possibilidades de obedecêla plenamente. 3) Cristo ressaltou os princípios básicos da lei divina como “amor a Deus de todo o coração” e “amor ao próximo como a si mesmo” (Mat. 22:36-40). Paulo o confirma em Rom. 13:8-10 e ambos estes princípios sempre foram reconhecidos pelos cristãos como a síntese da lei divina tanto na perspectiva “horizontal” [criatura-criatura] quanto “vertical” [Criadorcriatura] de relacionamento. “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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4) Há preceitos de caráter cerimonial, civil e moral na lei divina independentemente de ocorrer tal linguagem “técnica” nas Escrituras. Tal fato é reconhecido por documentos confessionais e autoridades cristãs de diferentes confissões do passado e do presente. 5) No Sermão do Monte (Mateus 5 a 7), bem como no diálogo com o jovem rico (Mat. 19:16ss), ao Cristo tratar do verdadeiro espírito da lei lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu texto, mas as reais e íntimas intenções quanto a tal obediência. 6) Nenhum dos mandamentos do Decálogo tem aplicação limitada a Israel. O próprio princípio do sábado foi estendido aos “estrangeiros” (Isa. 56:2-8), e todas as pessoas de todas as nacionalidades têm necessidade de um dia regular de repouso. “O sábado foi feito por causa do homem” (Mar. 2:27). As mais representativas Confissões de Fé históricas da cristandade protestante remontam o princípio do dia de repouso à criação no Éden. 7) No novo concerto os princípios básicos da lei divina são escritos por Deus nos corações e mentes dos Seus filhos, judeus ou gentios, nos moldes do que havia sido prometido ao antigo Israel em Eze. 36:26, 27 e Jer. 31:31-33 (cf. Heb. 8:6-10 e 10:16). 8) Nos debates de Cristo com os escribas e fariseus sobre o sábado Ele está corrigindo a prática extremada e insensível deles do mandamento, e não combatendo ou desqualificando uma norma estabelecida por Ele próprio como Criador e Legislador (ver Mat. 12:1-12; Heb. 1:2). Se na mínima medida Ele diminuísse a importância do mínimo mandamento, teria que ser “CONTRASTE ENTRE UMA TEOLOGIA DEFORMADA E A TEOLOGIA REFORMADA
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considerado, Ele próprio, “o mínimo no reino dos céus” à luz de Suas palavras em Mat. 5:17-19. 9) João na introdução do Apocalipse (1:10) refere-se ao “dia do Senhor” como um dia que dedicava a Deus, pois fala sobre isso na introdução de seu livro, ao situar-se no espaço (“ilha de Patmos”--vs. 9) e no tempo (“no dia do Senhor”). Logo, mantinha um dia especial de observância, como estabelecido no 4o. mandamento da lei divina e é fato reconhecido pelas mais representativas “Confissões de Fé” históricas da cristandade protestante, reiterado por importantes próceres, autores e mestres desse meio. 10) A igreja primitiva sofreu influências negativas e acatou práticas e ensinos condenáveis após a passagem dos apóstolos, como profetizado por Paulo (Atos 20:29, 30, 2 Tes. 2:7), Pedro (2a. Ped. 2:1-3), fato que já se percebia quando João descreve algumas das sete igrejas às quais se dirige em Apocalipse, capítulos 2 e 3.
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O Professor Azenilto G. Brito juntamente com mais dois escritores lançaram um livro intitulado “O Despertar de Um Mandamento”, logo em seguida o site CACP saiu em defesa das assembleias de Deus dizendo que o livro não continha o pensamento da denominação. Esqueceu o site CACP de informar que todos os textos foram retirados de fontes da própria grei evangélica, não só das assembleias mais de várias denominações. Nesse E-book o leitor será informado de todo o contexto desse debate, e apresentado as fontes que foram citadas tanto no livro quanto na resposta do CACP. Desejo a todos uma ótima leitura e diferente do autor da postagem do CACP, que todos possam conhecer o que foi escrito nos credos das mais importantes religiões cristãs ao longo dos séculos.O Professor Azenilto G. Brito juntamente com mais dois escritores lançaram um livro intitulado “O Despertar de Um Mandamento”, logo em seguida o site CACP saiu em defesa das assembleias de Deus dizendo que o livro não continha o pensamento da denominação. Esqueceu o site CACP de informar que todos os textos foram retirados de fontes da própria grei evangélica, não só das assembleias mais de várias denominações. Nesse E-book o leitor será informado de todo o contexto desse debate, e apresentado as fontes que foram citadas tanto no livro quanto na resposta do CACP.
AZENILTO G.BRITO