Historia de Belo Horizonte

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Hist贸ria de Belo Horizonte Ca p i ta l p la n e j a da



Cristina テ」ila


Coordenação Geral

Francisco Caram

Coordenação editorial, Pesquisa histórica e Redação final

Cristina Ávila

Pesquisa histórica auxiliar

Moema Carvalho Quits

Produção Fotográfica Brenda Marques Projeto Gráfico

Sérgio Luz

Produção Executiva

Neoplan Consultoria e Marketing

Adp – Associação de Desenvolvimentos de Projetos.

ISCEBRA – Instituto Sócio Cultural e Ecológico do Brasil

Neoeditorial Equipe de Produção Francisco Caram Luiz Claudio Rodrigues José Alfredo Salgado Júnior Theo Roberti Mendonça Roberval Santos Aquino Mauro Cassilhas Luiz Claudio Cassilhas Nathália Araújo Barros Oliveira Fabiana Pinheiro Ávila, Cristina

Ricardo Judice Cardoso Lucas Camisão

A958b

História de Belo Horizonte: capital planejada. / Cristina Ávila. –Belo Horizonte: Associação de desenvolvimento de Projetos, 2011

Cintia Lopes Amaral

Ludmila Santos Deslandes

Brenda Marques Pena

Iana Patrícia Martins Vieira

ISBN:

120 p. Inclui referências.

1. Belo Horizonte (MG) – História. 2. Belo Horizonte (MG) – Arquitetura. 3. Belo Horizonte (MG) – Aspectos culturais. I. Título CDU: 981.511

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Leonardo Assumpção – CRB6 2046


Cristina Ávila

História de Belo Horizonte C a p i t al p la n e j a d a

PRODUÇAO EXECUTIVA

GRUPO DE DESENVOLVIMENTO

ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

GRUPO DE DESENVOLVIMENTO

Rua Cuiabá, 1.244 - Prado - Belo Horizonte - MG - Brasil - CEP 30411-238 Tel.: 55 31 3275-3212 - Fax: 55 31 3291-0949 - www.neoplanconsult.com.br

ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

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ADP Belo Horizonte 2011

PATROCÍNIO


Agradecimentos Juliana Duarte Affonso Ávila Amilcar Martins

Museu Abílio Barreto Bar do Godofrêdo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico - IEPHA/MG Instituto Cultural Amilcar Martins


“No continente americano só existem duas cidades feitas sob medida, estudadas, calculadas, desenhadas no papel antes de serem fixadas em cimento e tijolo: Washington e Belo Horizonte. Disso resulta que só essas duas cidades podem receber sem restrições o qualificativo de belas, da beleza integral que a harmonia de conjunto dá. [...] Uma das duas cidades belas do continente. Belo Horizonte: a pendant de Washington. Sim, Belo Horizonte, a Bela! A cidade cada vez mais certa e cada vez mais bela.” Monteiro Lobato Belo Horizonte, a bela



Sumário Origens 9 A Ideia e o Ideal da mudança da Capital

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O projeto da Nova Capital

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A cidade se desenvolve – Os primeiros anos

31

A era JK e o Conjunto da Pampulha

41

Os Anos 60 e 70

53

A história recente

61

Aspectos Geográficos

67

Clima 69 Ecologia e meio ambiente

71

A formação da Gente de BH

73

Economia 77 Setor secundário

79

Setor terciário

81

Música 85 Cinema 88 Literatura 95 Teatro e dança

99

Tradições e folclore

103

Artes visuais

105

Esportes 111 Vida noturna e culinária

113

Referências Bibliográficas

117


Capit達o Jo達o Leite da Silva Ortiz, fundador de Curral Del Rei.


Estaria aí um pedaço do pequeno paraíso – o almejado Eldorado colonial, mais tarde planejanado para uma nascente cidade e positivista república? Porém, desde o começo desta história controvertida – e por que não dizer suscetível a tantos poetas e artistas? –, haveria mais ferro no solo do que ouro, ainda que fora a busca do enriquecimento e a penetração bandeirante o mote da primeira conquista do território. Em 1894, quem escreve essa crônica visitava, com uma curiosidade grande, o povoado do Curral Del Rei onde o Congresso Mineiro decidira instalar a Nova Capital do Estado. [...] A viagem era linda, mas fatigante... as soalheiras do campo mineiro são duras. Mas o termo da jornada era encantador. O panorama era uma sedução. Uma alta montanha fechava ao fundo o cenário, e sobre a verdura fresca da vegetação alvejavam, sorrindo ao sol as casinhas do arraial. (BILAC apud ARAÚJO, 1996. p. 26). Na imensa faixa de terra ao longo dos rios Paraopeba e Das Velhas e suas encostas, em fins do século XVII, começou a se intensificar a penetração de pessoas em Minas Gerais. Por volta de 1702, o bandeirante paulista Bartolomeu Bueno da Silva (de quem era genro João Leite da Silva Ortiz) buscou explorar as riquezas auríferas da região itaunense do Rio São João, na qual viria a se estabelecer. Mas seu genro procurou uma paisagem mais aprazível à frente da Serra do Curral, estabelecendo-se no local e fundando a Fazenda do Cercado, base do núcleo do Curral Del Rei, onde se desenvolveu uma pequena plantação e criou gado, com numerosa escravatura. Ao mesmo tempo, conforme nos relata Nelson de Senna, explorou os afloramentos auríferos do Taquaril e as faisqueiras do Barro Preto.

LINHA DO TEMPO DE BELO HORIZONTE 1893 • Determinação, por lei, da transferência da capital para o Arraial de Belo Horizonte.

1898 • Implantação dos núcleos coloniais agrícolas Carlos Prates e Córrego da Mata.

1897 • Inauguração da nova capital do Estado, em 12 de dezembro, com o nome de “Cidade de Minas”.

1899 • Criação dos núcleos coloniais agrícolas Bias Fortes, Adalberto Ferraz e Afonso Pena.

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A

bela vista da natureza que cercava o local onde surgiu o primitivo arraial do Curral Del Rei foi cantada e elogiada por inúmeros visitantes que passaram pela localidade desde seus primórdios. Impressionados pelos contrastes entre as montanhas, vales, riachos verdejantes e um céu de um azul profundo, notavam sempre o horizonte com o seu pôr do sol luminoso. Além de tudo isso, ficaria também famoso o clima ameno e temperado.

HISTÓRIA DE BELO HORIZONTE Capital Planejada

Origens


O povoamento aos poucos foi se firmando de forma que, em 1707, já aparecia citado em documentos oficiais. Em 19 de janeiro de 1711, é obtida por Silva Ortiz a carta de sesmaria com “a concessão da área que começava do pé da Serra do Curral, até a Lagoinha, estrada que vai para os currais da Bahia, que será uma légua, e da dita estrada correndo para o rio das Velhas três léguas por encheu” (Cf. SENNA, 1948). Conforme trecho da carta de sesmaria, à ortografia da época, concedida por Antônio Albuquerque Coelho de Carvalho, podemos ler:

Apoiado na pequena lavoura, na criação e comercialização de gado e na fabricação de farinha, o arraial progrediu. A topografia da região favoreceu o estabelecimento de uma povoação dada à agricultura e à vida pastoril. Os habitantes deram-lhe o nome de Curral Del Rei, presumivelmente por causa do cercado ou curral ali existente, em que se reunia o gado que pagava as taxas impostas pelo rei, segundo a tradição oral corrente.

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O progresso da fazenda atraiu outros moradores, e um arraial começou a se formar, tornando-se um dos pontos de concentração dos rebanhos que transitavam pelo registro das Abóboras, vindos do sertão da Bahia e do São Francisco para o abastecimento das zonas auríferas.

Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

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Faço saber aos q’. esta minha Carta de Sesmaria virem q’, havendo resto. ao q’. por sua petição me enviou a dizer João Leite da Silva, q’. ele sete., em o ano passado de 1701 fabricou fazenda em as minas no distrito do Rio das Velhas em a paragem aonde chama o Cercada, e na dita faz Da. teve plantas e criações, de que sempre pagou dízimos e situou gado vacum, tudo em utelidade da fazenda real e conveniência dos minros. (Cf. SENNA, 1948).

1902 • Implantação do serviço de bondes da cidade. 1904 • Inauguração da Igreja São José.

• Criação da primeira Fábrica de cerveja.

1905 • Inauguração da primeira linha de bondes do bairro Floresta.

• A cidade ganha um novo serviço de táxi: os fiacres, uma espécie de charrete coberta, puxada por um cavalo.

• Lançada a pedra fundamental para construção do Grande Teatro Municipal.


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Rancho Velho da papuda. Localizado um pouco abaixo do local onde foi construída a Praça da Liberdade, entre a Avenida João Pinheiro e a Rua Sergipe. 1894. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

O arraial contava com umas 30 ou 40 cafuas cobertas de sapé e pindoba, entre as quais foi erguida uma capelinha sob a invocação de Nossa Senhora da Boa Viagem, situada à margem do córrego Acaba-Mundo (onde hoje se encontra a catedral), tendo à frente um cruzeiro e ao lado um rancho de tropas. Algumas poucas fábricas, ainda primitivas, instalaram-se na região. Produzia-se algodão e fundia-se ferro e bronze. Das pedreiras, extraíam-se granito e calcário, e frutas e madeiras eram comercializadas para outros locais. Das trinta ou quarenta famílias inicialmente existentes, a população saltou para a marca de 18 mil habitantes. De acordo com Waldemar de Almeida Barbosa(1985), historiador dos municípios de Minas Gerais, a paróquia foi criada em 1748, por provisão episcopal, e tornada colativa por alvará de 16 de janeiro de 1752. Elevado à condição de freguesia em 1780, mas ainda subordinado a Sabará, o Curral Del Rei englobava os “curados” (ou regiões) de Sete Lagoas, Contagem, Santa Quitéria (atual Esmeraldas), Buritis, Capela Nova do Betim, Piedade do Paraopeba, Brumado, Itatiaiuçu, Morro de Mateus Leme, Neves, Aranha e Rio Manso.

1906 • 18 de fevereiro - Afonso Pena, presidente da república, visita Belo Horizonte.

• Inauguração da primeira fábrica da cidade: Cia. Industrial Belo Horizonte.

• Criação da Escola Normal (hoje Instituto de Educação de Minas Gerais).

• Raimundo Azevedo cria o Presépio do Pipiripau, no Museu de História Natural da UFMG.

• 8/7 - Inaugurado o Prado Mineiro – esse local deu o nome ao bairro Prado, e nele hoje está o DI da Polícia Militar.

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No centro do arraial, no local da primitiva capelinha, os devotos ergueram a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem entre 1755 e 1793, em estilo Barroco, com altares dourados e toda aparelhada com imagens no mesmo estilo e alfaias, o que, à época da mudança da capital, viria a ser considerado de mau gosto e um impedimento ao progresso. Vai-se o monumento e fica o retrato do Largo da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem do Curral Del-Rei, em 1894, pintado pelo francês Émile Rouède (1850-1912), hoje no acervo do museu Abílio Barreto.

Porém, enquanto Vila Rica, Sabará, Serro Frio e outros núcleos mineradores se constituíam em centros populosos e ricos, Curral Del Rei e sua vocação para o comércio do gado sertanejo estacionou em seu desenvolvimento, não oferecendo lucro que fixasse ao solo uma população como a de outros lugares. O apogeu de Ouro Preto perdurou até o fim do século XVIII, quando as jazidas esgotaram-se e o ciclo do ouro deu lugar à pecuária e à agricultura, criando novos núcleos regionais e inaugurando uma nova identidade estadual.

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A Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem de Curral del Rei está situada em campos amenos na extensa planície de sua serra donde manão imensas fontes de cristalinas e saborosas águas; o clima da região he temperado; a atmosphera he salutifera; está circulada de pedras e mais materiais onde se podem fazer soberbos edifícios; a natureza criou este logar para sua formosa e linda cidade, si algum dia for auxiliada esta lembrança.

Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

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O seguinte trecho do relatório enviado à Cúria de Mariana, pelo vigário Padre Francisco de Paula Arantes, conservada a ortografia, relata a paisagem característica da região à época:

1907 • 17/3 - João Pinheiro funda a primeira escola livre de Odontologia de Belo Horizonte, localizada na Rua dos Guaicurus, 266.

• Concluído o edifício sede dos Correios, fundado pelo Dr. Prado Lopes, localizado na Avenida Afonso Pena.

• Chega o primeiro veículo automotor, trazido pelo comerciante Dixon.

• Fundado o primeiro grupo escolar, hoje Escola Estadual Afonso Pena, localizado na Avenida João Pinheiro.


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Sede da fazenda do Leitão do Arraial Belo Horizonte, antigo Curral Del Rei, atual Museu Histórico Abílio Barreto. Século XIX/XX. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

1908 • 25 de fevereiro - Nascia o Clube Atlético Mineiro.

1909 • 14 de junho - Falece o fundador da cidade, Afonso Pena.

• Inaugurado o Cine Teatro Comércio.

• Visita de Osvaldo Cruz, que se hospeda no Grande Hotel.

• Inaugurado o Grande Teatro Municipal (mais tarde, Cine Metrópole).


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Vista parcial da cidade de Ouro Preto. Coleção particlar


Essa ideia de decadência geraria o anseio político e econômico da transferência da capital para outra localidade. Com a República e a descentralização federal, as capitais tiveram maior relevo: a cada dia ganhava mais vigor a ideia de mudança da sede do governo mineiro, pois a antiga Ouro Preto era travada pela topografia. De acordo com os arquitetos Beatriz Almeida Magalhães e Rodrigo Andrade, buscava-se um espaço para a República. Mas a ideia de mudança da Capital já fora um antigo sonho de libertação de uma elite de intelectuais que tinha um projeto de nação, portanto não sendo, nova, mas secular, remontando a 1789. Ainda segundo Magalhães & Andrade, O plano original da mudança de espaço da capital de Minas Gerais, isto é, o plano dos inconfidentes para república que instalariam e que incluía uma nova localização para capital era, a esse respeito, incipiente, mas concreto considerava a necessidade de uma melhor situação geográfica, em relação ao litoral. [...] Era um plano de mudança para um lugar determinado e com objetivos claros. Não foi mencionada nenhuma intenção de criar um novo espaço com qualificações especiais. (MAGALHÃES & ANDRADE, 1989, p.45). Já a questão republicana da Nova Capital foi encaminhada pelo governador Augusto de Lima ao Congresso Mineiro, que reunido em Barbacena, em sessão datada de 17 de dezembro de 1893, indicou pela lei nº 3, adicional à Constituição Estadual, a disposição de que a mudança da capital ocorresse para o local que reunisse as condições ideais. Cinco localidades foram sugeridas: Juiz de Fora, Barbacena, Paraúna, Várzea do Marçal e Curral Del Rei.

1910 • 3 de maio - Fundada a Escola de Medicina na Rua Mantiqueira, hoje Avenida Alfredo Balena.

• A cidade tem 33.000 habitantes.

• Fundada a Guarda Civil.

• A residência do secretário de Finanças de Minas, localizada na Avenida João Pinheiro, foi transformada em sede da prefeitura de Belo Horizonte.

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O

uro Preto, a capital que fora tão próspera e habitada no século XVIII, local da aventura do ouro, dos templos barrocos e palco da derrama e da Inconfidência Mineira, após a Proclamação da República sugeria um cenário velho e decadente que não projetava as expectativas políticas positivistas. Parecia, com suas ruas toscas e casario colonial, inviável ao desenvolvimento físico urbano, ao progresso, ao senso de organização cívica.

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A Ideia e o Ideal da mudança da Capital


A comissão técnica, chefiada pelo engenheiro Aarão Reis, julgou em igualdade de condições Curral Del Rei e Várzea do Marçal, decidindo-se ao final pela última localidade. Voltou o Congresso a se pronunciar, e depois de novos e extensivos debates, decidiu-se então que a capital fosse construída no arraial de Belo Horizonte. Havia boas razões para o local ter sido escolhido, pois estava no centro da unidade federativa, a 100 km de Ouro Preto. Além disso, era acessível por todos os lados, ainda que circundado de montanhas, sendo rico em cursos d’água e possuidor de um clima ameno, numa altitude de 800 metros.

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Em maio de 1895, Aarão Reis foi substituído pelo engenheiro Francisco de Paula Bicalho. Aos 12 de dezembro de 1897, em ato público solene, o então presidente de Minas, Crispim Jacques Bias Fortes, inaugurou a nova capital. A cidade, que já contava com 10 mil habitantes em sua inauguração, custou aos cofres estaduais a importância de 36 mil contos de réis. Em 1901, a Cidade de Minas teve seu nome modificado para o atual em virtude da duplicidade de nomes, pois o distrito e a comarca se chamavam Belo Horizonte.

Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

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Em 1893, o arraial foi elevado à categoria de município e capital de Minas Gerais, sob a denominação de Cidade de Minas. Em 1894, foi desmembrado do município de Sabará. No mesmo ano, os trabalhos de construção foram iniciados pela Comissão Construtora da Nova Capital, chefiada por Aarão Reis, com o prazo de cinco anos para o término dos trabalhos.

1911 • 21/5 - Passa funcionar a Escola Livre de Engenharia, em um prédio na esquina da Rua da Bahia com a Avenida Santos Dumont, onde se encontra atualmente o 2º Batalhão de Polícia.

• 31/8 - Fundação do Corpo de Bombeiros.

1912 • 21/4 - Ocorre o primeiro voo de avião na capital, em um aeroplano pertencente ao Senhor Dariole.

• 3/9 - Lançada a pedra fundamental da Igreja da Boa Viagem.

• Nascia a América Futebol Clube.


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Major Antônio Lopes de Oliveira, primeiro delegado da Nova Capital. 1897. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

Avenida Liberdade, hoje João Pinheiro. 1911. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

1913 • A Serraria Souza Pinto chega ao seu auge.

• 20/7 - Inaugurado o Orfanato Santo Antônio, localizado na esquina da Avenida Amazonas com a Rua dos Tamoios.

• Morre Carlos Prates, engenheiro e destaque no governo de João Pinheiro.

1914 • BH tem 42 mil habitantes e quatro escolas superiores - Medicina, Odontologia, Direito e Engenharia.

• 21/4 - Inauguração da primeira linha de transporte coletivo (bonde) e do Grupo Escolar Silviano Brandão.

• Venceslau Brás, antigo prefeito de BH e presidente de Minas, foi eleito presidente da república.


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Vista parcial de BH tomada a partir do Bairro da Floresta, vendo-se à esquerda o Parque Municipal e Rua da Bahia. 1897. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.


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Comissão Construtora da Nova Capital, vendo-se, ao centro, Aarão Reis, então engenheiro-chefe da Comissão, segurando em suas mãos a planta da Cidade de Minas. 1984. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto


P

rojetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades brasileiras planejadas. Elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, a Avenida do Contorno. O trecho abaixo, pertencente ao relatório escrito por Aarão Reis sobre a planta definitiva de Belo Horizonte, aprovada pelo Decreto nº 817 de 15 de abril de 1895, demonstra o caráter idealizado e cartesiano que a ela é dada pelo seu criador:

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Foi organizada, a planta geral da futura cidade dispondo-se na parte central, no local do atual arraial, a área urbana, de 8.815.382 m², dividida em quarteirões de 120 m x 120 m pelas ruas, largas e bem orientadas, que se cruza em ângulos retos, e por algumas avenidas que as cortam em ângulos de 45º. Às ruas fiz dar a largura de 20 metros, necessária para a conveniente arborização, a livre circulação dos veículos, o tráfego dos carros e trabalhos da colocação e reparações das canalizações subterrâneas. Às avenidas fixei a largura de 35 metros, suficiente para dar-lhes a beleza e o conforto que deverão, de futuro, proporcionar à população. (Planta geral da Cidade de Minas organisada [sic] sobre a Planta Geodésia, Topográfica e Cadastral do Bello Horizonte pela Comissão Constructora [sic] da Nova Capital sob a direção do Engenheiro Civil Aarão Reis e approvada pelo Decreto n.817 de abril de 1895. Escala 1:10.000. Rio de Janeiro, Companhia de Artes Gráphicas do Brasil

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O projeto da Nova Capital

[Museu Abílio Barreto].

1915 • 6/2 - Inaugurado o Cinema Floresta.

• Clube Atlético Mineiro torna-se o primeiro campeão mineiro de futebol.

1916 • Apesar da não participação do Brasil na Primeira Guerra, Belo Horizonte envia uma embaixada médica à França.

• 3/05 - Lançada a pedra fundamental da Basílica de Lourdes, no terreno onde funcionara o Colégio Santa Maria.


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Planta geral da Cidade de Minas (1895). Acervo Museu Histórico Abílio Barreto

1917 • 14/5 - O América Futebol Clube conquista a Taça de Prata, oferecida pela Prefeitura, tendo como adversário o “Scratch”. 1918 • Fundado o Colégio Batista.

• Sr. Arcângelo Maletta assume a direção do Grande Hotel.

• A guerra traz a “gripe espanhola”. Por causa da epidemia, o governo decreta a aprovação nas escolas sem prova final. Surge na cidade a carroça desinfectória. O poeta Mendes de Oliveira é uma das vítimas da epidemia.


Corroborando o que o projeto previa, os pesquisadores Rodrigo Andrade e Beatriz Almeida Magalhães reforçam que o engenheiro Aarão Reis considerava como função primordial da cidade a circulação, isto é, o controle do espaço. Ainda, segundo os arquitetos: “Toda a infra/ superestrutura urbana foi projetada dentro da mais avançada tecnologia da época, para realmente integrar as funções urbanas.” (MAGALHÃES & ANDRADE, op.cit. p.79)

Em síntese, podemos dizer que os planos da Nova Capital demonstram algumas preocupações básicas, como as condições de higiene e circulação humana. A cidade foi dividida em três principais zonas: a área central urbana, a área suburbana e a área rural.

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Belo Horizonte surgia como uma tentativa de síntese urbana no final do século XIX. O objetivo de se criar uma das maiores cidades brasileiras do século XX seria atingido. Porém, o plano de Belo Horizonte pertencia à sua época, mas seu conceito estava embasado em fundamentos de séculos anteriores. O projeto da cidade foi inspirado no modelo das mais modernas cidades do mundo, como Paris e Washington. Segundo os estudiosos do tema, o plano de Aarão Reis seguia uma projeção racional barroca: “Em suma, a planta barroca era de uma concepção baseada em quarteirões. Tinha que ser traçada de um só golpe, fixa e congelada para sempre”. (MUNFORT apud por ANDRADE & MAGALHÃES, p. 91).

1919 • 18/11 - Morre Francisco Bicalho, sucessor de Aarão Reis na construção da cidade.

1920 • BH recebe a visita dos reis da Bélgica – Rei Alberto e Rainha Elizabeth.

• Histórias de fantasmas como a “Loira do Bonfim” já circulam na cidade.

• Reforma da Praça da Liberdade, ocasião na qual casais de pardais - até então inexistentes em BH - e outros tipos de pássaros são trazidos e soltos na natureza.

Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

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Avenida Liberdade. 1902. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

A área central urbana receberia toda a estrutura urbana de transportes, educação, saneamento e assistência médica, e abrigaria os edifícios públicos dos funcionários estaduais. Ali também deveriam se instalar os estabelecimentos comerciais. Seu limite era a Avenida 17 de Dezembro (atual Avenida do Contorno). A região suburbana, formada por ruas irregulares, deveria ser ocupada mais tarde e não recebeu de imediato a infra-estrutura urbana. A área rural seria composta por cinco colônias agrícolas, com inúmeras chácaras, e deveria funcionar como um cinturão verde, abastecendo a cidade com produtos hortigranjeiros. Para a concretização do projeto, o arraial de Curral Del Rei foi completamente destruído, com a transferência de seus habitantes para outro local. Sem condições de adquirir os terrenos valorizados da área central, os antigos moradores foram empurrados para fora da cidade, principalmente para Venda Nova.

1921 • 19/1 - Visita do Conde D’Eu e D. Pedro de Alcântara.

1922 • O presidente de Minas, Artur Bernardes, foi eleito presidente da República.

• 30/4 - Chegada do primeiro Bispo da Capital, Dom Antônio dos Santos Cabral.

• O presidente da República, Epitácio Pessoa, visita a cidade.

• 2/7 - É fundado o Cruzeiro Esporte Clube, sob o nome de Yale, posteriormente mudado para Palestra Itália.


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Foto: Brenda Marques

• 25/6 - Inaugurada a Igreja Presbiteriana.

• 8/9 - Flávio dos Santos é nomeado prefeito.

• Prefeito assina contrato para a instalação da primeira bomba de gasolina.

• 19/9 - Inaugurada a primeira linha de ônibus da capital.

• Raul Soares e Olegário Maciel tomam posse como presidente e vice, respectivamente, no governo de Minas.

• Falece o diretor do Instituto Osvaldo Cruz, Ezequiel Dias.

• 25/12 - Inaugurada a Basílica de Lourdes.

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Ponte rústica do Parque Municipal Américo René Gianneti. 1910. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.


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Avenida João Pinheiro, antiga Avenida Liberdade. 1911. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

1923 • 10/1 - Catulo da Paixão Cearense visita BH e se apresenta no Teatro Municipal.

• 29/4 - A aviadora Anésia Pinheiro Machado sobrevoa BH, tornando-se a primeira mulher a realizar este feito.

1924 • 8/4 - Fundação da primeira siderúrgica, localizada na Rua dos Tamoios, próximo ao Ribeirão Arrudas.

• 7/9 - Inauguração do obelisco da Praça Sete.


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27 Rua dos Guajajaras, esquina da Av. Afonso Pena, vendo-se o córrego Acaba Mundo. 1910. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

A cidade foi inaugurada às pressas, ainda inacabada, mas festejada pela república e pela propaganda que dela se fez:

Propagandeada em todos os jornais da época, adorada por uns e criticada por outros, hoje Belo Horizonte é uma realidade cheia de contradições impostas desde seu planejamento, fechado e determinado para um crescimento muito inferior ao que ocorreu. Cantada por poetas, berço de músicos e de escritores, a cidade está viva, pulsando no coração de seus habitantes e admiradores.

1925 • 9/4 – O presidente Melo Viana inaugura o Conservatório Mineiro de Música, na Avenida Afonso Pena, entidade fundada pelo Maestro Francisco Nunes.

1926 • Na esplanada do Horto, pousam dois aviões da Marinha, para analisar a possibilidade de se criar a linha aérea BH-Rio. Primeiro pouso de avião em BH.

• 21/7 – Antônio Carlos Ribeiro de Andrada toma posse como presidente do Estado.

• 16/10 – Cristiano Monteiro Machado é empossado prefeito da capital.

• 12/10 – Comemorado, pela primeira vez, o Dia das Crianças.

Era necessária uma Capital Nova para Minas Gerais, e foi assim que nasceu, num local pré-determinado, no centro geográfico e demográfico do Estado, a cidade de Belo Horizonte. Tem seus encantos esta cidade recém fundada, com avenidas sombreadas por grandes árvores. Parque, chio de canto de pássaros, lago artificial para passeios de barco. Mais para que Belo Horizonte fosse digna da antiga civilização do ouro. (BASTIDE apud ARAÚJO, p.59).


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Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

Francisco dos Santos Souza e três senhoras em um automóvel ornamentado para o Carnaval de 1919. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

• Alunos de escolas da cidade fazem enterro da palmatória, que passa a ser proibida como forma de correção disciplinar.

1927 • Primeira comemoração do Dia das Mães, ideia trazida pela professora do Jardim de Infância Bueno Brandão, senhora Rosália Branca de Vasconcelos.

• Criação do primeiro regulamento de trânsito. A cidade tem 138 automóveis e 653 veículos de tração animal.


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Foto: Brenda Marques

Apresentação de marionetes no Cine Avenida. 1916. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

• Inaugurada a Cia. de Fiação e Tecelagem Cachoeirinha.

• 7/9 – Inaugurada a UFMG.

• 28/3 – Juscelino Barbosa, Mendes Pimentel e Pedro Aleixo fundaram o Jornal Estado de Minas, localizado na esquina da Avenida João Pinheiro com Rua dos Timbiras. A publicação tinha, então, apenas 4 páginas

• 25/10 – Inaugurado o Serviço Telegráfico da Capital.

1928 • Criada a SET – Serviço Estadual de Trânsito.

• Começa a ser construído a definitiva sede do Automóvel Clube de Minas Gerais


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Rua da Bahia. 1915. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto


Pelas proclamadas virtudes de seu clima, a cidade tornou-se atrativa, especialmente para o tratamento da tuberculose. Surgiram hospitais, pensões e hotéis, mas, até 1930, exerceu função quase estritamente administrativa. Mas, contrariamente ao que diria Pedro Nava, que se referiu a Belo Horizonte como “uma cidade quieta e bem pensante” (NAVA apud ARAÚJO,1996), a década de 1920 atingiu um grande surto criativo. Foi quando surgiu em Belo Horizonte a geração de escritores modernistas que iria se destacar no cenário nacional: Carlos Drummond de Andrade, Ciro dos Anjos, Pedro Nava, Alberto Campos, Emílio Moura, João Alphonsus, Milton Campos, Belmiro Braga e Abgar Renault. Esse grupo de jovens se encontrava no Bar do Ponto, na Confeitaria Estrela ou no Trianon para produzir os textos que revolucionariam a literatura brasileira, sendo A Revista um dos principais frutos desses encontros. Assim começa um diálogo saudável com os chamados futuristas de São Paulo, com especial destaque para Mário de Andrade. Este esteve em Belo Horizonte no ano de 1924, iniciando uma amizade crítico-literária com os modernistas mineiros, especialmente com Carlos Drummond de Andrade, que viria a perdurar por muitos anos. Nos anos 1930, Belo Horizonte se consolidava como capital, não isenta de críticas e de louvores. Deixava de ser uma teoria urbanística para ser uma conquista humana, algo para ser não somente visto, mas também para ser vivido. Nesta época, o município já contava com 120.000 habitantes e passava por problemas de ocupação, gerando uma crise de carência de serviços públicos.

1929 • João Pessoa, governador da Paraíba, vem a BH poucos dias antes de ser assassinado.

1930 • Em janeiro, a cidade assiste ao primeiro filme sonoro.

• 30/5 – Inaugurado o Estádio Antônio Carlos, do Clube Atlético Mineiro, no bairro de Lourdes.

• Surge o Bar Tip-Top. Seu nome tem origem em uma gíria que queria dizer “tudo bem”.

• Inaugurada, com a presença de Orlando Silva, a mais luxuosa casa de shows do país: O Montanhês. Localizada na Rua dos Guaicurus, sua proprietária era Madame Olímpia Vasques.

• Morre assassinado João Pessoa.

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Q

uando foi iniciada sua construção, os idealizadores do projeto previram que a cidade alcançaria a marca de 100 mil habitantes apenas quando completasse 100 anos. A nova capital foi o maior problema do governo do estado no início do regime: construída após vencer muitos obstáculos, ela permaneceu em relativa estagnação, devido à crise financeira. Ligações ferroviárias com o sertão e o Rio de Janeiro puseram a cidade em comunicação com o interior e a capital do país. O desenvolvimento foi mínimo até 1922.

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A cidade se desenvolve – Os primeiros anos


Entre as décadas de 1930 e 1940, houve o avanço da industrialização. A capital já espelha ares de modernidade com trânsito de bondes e automóveis na rua. Casarões ecléticos convivem com os primeiros edifícios, repartições públicas, normalistas e jovens fazem o footing na Praça da Liberdade, local de convívio público e lazer. Cria-se a Feira de Amostras – construída em local onde antes existia o Mercado Municipal – e incrementa-se a produção e venda de produtos fabricados em Minas Gerais. Instala-se oficialmente a primeira linha telefônica – Belo Horizonte/Rio de Janeiro.

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Logo explode em todo o país a chamada Revolução de 30. Mudanças à vista. A cidade nascida para a era moderna anseia por mais modernidade. A população minera comemora a vitória de Getúlio Vargas.

A feição da cidade também se modifica ainda mais com o surgimento do estilo art déco, cujo exemplo remanescente mais significativo é a fachada do edifício do Minas Tênis Clube, datado de 1937. A inauguração da sede social do clube nas esquinas das ruas da Bahia e Emboabas (atual Antônio Aleixo) transformou a capital mineira em um local privilegiado para além da prática esportiva, atingindo as manifestações de cunho socioculturais, como os bailes e as chamadas missas dançantes, tão bem retratadas pelo escritor Roberto Drummond no romance Hilda Furacão. Já o Edifício Acaiaca, foco das mudanças da capital e de sua verticalização, é um ícone da ousadia arquitetônica da década de 1940. O prédio é um marco deste processo de crescimento que iria se concretizar com a presença de Juscelino Kubitschek. Inaugurado em 1943, seus 29 andares apresentam também o estilo art déco, com destaque para as efígies de índios na fachada.

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Surgem jornais, cinemas, a Rua da Bahia é a coqueluche do momento. Nela se encontravam o comércio de luxo, as mais bonitas residências, livrarias, o lazer, culminando na Praça da Liberdade e no palácio governamental. Inicia-se a era das comunicações com a Rádio Mineira (1931) e a Rádio Inconfidência (1936).

1932 • Getúlio Vargas visita a cidade pela primeira vez como presidente da República.

• 14/06 – A cidade ganha o maior cinema do país, o Cine Teatro Brasil, na Praça Sete.

• 25/07 – Morre Alberto Santos Dumont.

• 12/11 – Linha telefônica internacional inaugurada.

• É criado o jornal O Informador, hoje Diário do Comércio.


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Avenida Afonso Pena quase esquina com Av. Brasil. década de 1930. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

Inauguração do Minas Tênis Clube. 1935. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

• 3/10 – Início das batalhas da Revolução de 30. O presidente do Estado pronuncia a célebre frase: “Façamos a revolução antes que o povo a faça”. As forças públicas se rebelaram contra as forças federais.

1931 • 6/2 – Inaugurada a primeira emissora de BH, a Rádio Mineira, na esquina da Avenida Augusto de Lima com a Rua da Bahia.

• Os jornais da cidade divulgavam crônicas de Carlos Drummond de Andrade sob o pseudônimo de Antônio Crispim.


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Prédio da Feira Permanente de Amostras, a partir da praça Rio Branco. Década de 1930. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.


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Edifício Acaiaca. Década de 1940. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.


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Minas Tênis Clube. Década de 1940. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.


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Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

Palacete Estevão Pinto, na esquina da Av. Afonso Pena com rua Espírito Santo. Década de 1930. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

1933 • Inaugurado o primeiro campo de aviação da cidade: o Aeroporto da Pampulha. 1934 • No recém-reformado Edifício Parc Royal, localizado na Rua da Bahia, é instalado o consultório do urologista Juscelino Kubitschek.

• Construída a Feira Permanente de Amostras onde existia o Mercado Municipal, hoje Estação Rodoviária.

1935 • É construído o primeiro grande prédio, o Edifício Ibaté, na Rua São Paulo contraesquina de Avenida Afonso Pena. BH passa a ser considerada cidade-metrópole.


Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

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Obras de canalização do Rio Arrudas. 1927. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

1936 • O Conselho Deliberativo é transformado em Câmara Municipal. A partir dessa transformação, passam a ser eleitos vereadores com salários predeterminados. Até então, os rumos da cidade eram discutidos por voluntários não remunerados e representantes do povo em geral.

• 3/09 – Inaugurada a Rádio Inconfidência

• Nesse mesmo dia, começa o Congresso Eucarístico (o maior de sua história). No dia do encerramento, em 7 de Setembro, 100 mil pessoas acompanham a procissão. Para o evento, a cidade havia sofrido reformas enormes.

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Juscelino Kubitschek. Coleção particular


O processo centralizador do país consolidar-se-ia no Golpe de 1937 e com a consequente instauração do Estado Novo. Processo esse que não sofreria maiores modificações no decorrer do tempo, mesmo após a “democratização” do País, consubstanciada pela Constituição de 1946. No que diz respeito ao incentivo de novas lideranças em Minas Gerais, o exemplo mais flagrante foi o de Benedito Valadares, que teve sua carreira política impulsionada a partir de 1933, quando foi nomeado interventor federal no estado por Getúlio Vargas. O nascimento político de Juscelino Kubitschek de Oliveira, jovem oficial médico da Força Pública do Estado de Minas Gerais, dar-se-ia nessa conjuntura. A participação na defesa do Governo Provisório de Vargas contra o Movimento Constitucionalista de 1932 e, simultaneamente, o início da amizade com Benedito Valadares, nas trincheiras do Setor do Túnel, impulsionaram em definitivo a sua vida política. Alçado à posição de comando da política mineira, Valadares procurou cercar-se de auxiliares de sua inteira confiança e igualmente desobrigados de maiores fidelidades às oligarquias e lideranças estaduais. Tal linha de conduta, multiplicadora da estratégia de centralização do Estado, possibilitou o ingresso de Kubitschek nos meandros dos negócios públicos como secretário da Interventoria de Minas Gerais.

• Noel Rosa chega para fazer tratamento médico para problemas pulmonares. O clima da capital mineira é considerado um dos melhores do Brasil para a cura de problemas dessa natureza.

1937 • 23/03 – A Panair do Brasil inaugurou a primeira linha aérea entre BH e Rio de Janeiro. A primeira pessoa a adquirir passagem foi o Senhor Antônio Guerra, proprietário da papelaria Rex.

• BH passa a fabricar seus próprios bondes, apelidados de “camarão” pela população. São os primeiros bondes fechados.

• A cidade já possuía 22.000 aparelhos de rádio.

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A

nos 40, novos ares. Belo Horizonte mostra uma face a cada dia mais moderna. Prefeitura de Juscelino Kubitschek, industrialização, construção do conjunto arquitetônico da Pampulha. Presença de Niemeyer, Burle Marx, Portinari e Guignard.

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A era JK e o Conjunto da Pampulha


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Foto: Brenda Marques

Vista parcial de BH. Início da década de 1940. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

• 28/11 – Inaugurado o Minas Tênis Clube, maior praça de esportes da América do Sul; idealizado por José Mendes Junior e o prefeito Otacílio Negrão de Lima.

1938 • Inaugurada, por Otacílio Negrão de Lima, a barragem da Pampulha.

1939 • Instalada, na Avenida Cristovão Colombo, a Padaria Savassi.

• Novo prédio da prefeitura é inaugurado na Avenida Afonso Pena. BH atinge a marca de 200 mil habitantes, previsão máxima de Aarão Reis.


Com a indicação ou bênção do amigo poderoso, foi, então, eleito deputado federal pelo Partido Progressista em 1934, nomeado interventor da capital mineira em 1940, novamente eleito deputado federal em 1946, pelo Partido Social Democrático (PSD), e governador de Minas Gerais, também pelo PSD em 1950.

Como governador, Juscelino Kubitschek implantou o Binômio Energia e Transporte, segundo o qual o caminho que Minas Gerais deveria seguir para alcançar o desenvolvimento econômico era o da industrialização, e o governo deveria fazer a sua parte: abrir estradas e construir usinas hidrelétricas, oferecendo as condições básicas para a instalação das indústrias, também com a participação do capital estrangeiro. A paisagem urbana belo-horizontina não seria mais a mesma após o conjunto arquitetônico da Pampulha (1942), projetado por Oscar Niemeyer, com paisagismo de Burle Marx. Será na Pampulha que o arquiteto brasileiro mostrará toda a sua capacidade inventiva e reinterpretativa da paisagem mineira, em curvas sinuosas de inspiração barroca. Pela primeira vez, vemos o concreto armado sujeitar-se plasticamente a padrões construtivos, tectonicamente organizados. Dentre o conjunto (Cassino, Casa do Baile, Igreja de São Francisco e Iate Clube), destaca-se o Cassino, atual Museu de Arte da Pampulha, cujo teor escultural brota em ousadas formas, integrando-se à paisagem, que pode ser vista como um quadro naturalista de dentro do edifício, em uma união entre espaço urbanístico, arquitetura e espectador.

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Durante o período em que governou Belo Horizonte, a cidade sofreu um surto modernizador cujo objetivo último era dotá-la da infraestrutura necessária à sua emergência enquanto polo econômico do Estado. Avenidas foram abertas ou remodeladas, córregos canalizados, bairros criados. Pela rapidez com que as obras eram iniciadas e o número de frentes de trabalho criadas, Juscelino Kubitschek ganhou o apelido de Prefeito Furacão.

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Os painéis de Cândido Portinari, tanto o de azulejos como o interno, aliam a uma releitura iconográfica tradicional – a vida de São Francisco – formas expressionistas racionalmente construídas. Além de abolirem o retábulo, possuem valores plásticos muralistas de inspiração picassiana que ferem o olhar ingênuo de uma sociedade conservadora e puritana. O ano de 1944 agita Belo Horizonte. Já em 25 de fevereiro, Niemeyer e o Professor Carlos Sprague-Smith fazem conferências sobre arquitetura antiga e moderna durante a I Exposição de Arquitetura Moderna, instalada no Edifício Mariana.

1940 • 18/04 – Juscelino toma posse como prefeito e constrói a Cidade Industrial. Realiza grandes projetos e construções que transformam radicalmente a cidade.

• BH é considerada uma cidade de pessoas cultas. Em 20 anos, havia editado 126 revistas, muitas delas de circulação nacional.

1941 • Juscelino continua suas obras para manter a salubridade da cidade. Canaliza córregos, constrói grandes e importantes avenidas. 1942 • Enquanto a Segunda Guerra aterroriza o mundo, JK continua sua brilhante administração. Cria o Museu Abílio Barreto.

O pequeno templo de São Francisco de Assis, que causou a rejeição da tradicional sociedade mineira e do próprio clero, revela o mesmo espírito de arrojo arquitetônico e a conjunção de manifestações artísticas, em uma leitura intertextual de diversas expressões plásticas.


Alguns dias mais tarde, chegariam a Belo Horizonte duas comissões compostas de artistas, críticos e escritores do Rio de Janeiro e de São Paulo para a chamada “Exposição de Arte Moderna em Minas”, sob o patrocínio de Juscelino Kubitschek. Do Rio surgem: Jorge Amado, Waldemar Cavalcanti, Milton Dacosta, Djanira e outros. Os representantes de São Paulo são: Sérgio Milliet, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Alfredo Volpi, Mário Zanini, etc. Dentre os expositores, destacam-se: Portinari, Tarsila do Amaral, Guignard, Di Cavalcanti, Goeldi, Lasar Segall e Anita Malfatti. Na abertura da exposição, JK pronuncia as seguintes palavras:

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“A arte, como emancipação sutil da mais profunda sensibilidade humana, não se pode subordinar a padrões fixos. Ela é móvel como o próprio pensamento e tem que refletir, através de expressões e coloridos próprios, a misteriosa paisagem íntima que palpita dentro de cada espírito.” (Juscelino Kubitschek. Belo Horizonte catálogo de inauguração da Exposição de

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1944).

Essa exposição causa grande impacto na ainda provinciana Belo Horizonte: oito telas expostas são cortadas a gilete. JK, numa atitude de coragem e apoio aos artistas modernos, recebe a tela Mendigos de Santa Rosa e a mantém em família, ostentando o rasgo significativo. Para consolidar a implantação do modernismo e com vistas à formação de uma nova mentalidade artística, Portinari aconselha Juscelino Kubitschek a convidar o artista plástico Alberto da Veiga Guignard a dirigir um Instituto de Artes em Belo Horizonte, numa atitude francamente libertadora, acima das contingências locais. Surge, assim, a Escolinha do Parque, que agruparia em torno do artista a juventude mineira interessada na “arte moderna”. A presença de Guignard em Belo Horizonte inspira a subversão da ordem. Jovens – rapazes e moças – são instigados a pintar e desenhar com liberdade. Abandonam-se as cópias de quadros clássicos, os locais fechados, a luz artificial, o impressionismo. O parque municipal é pátio de discussões livres e de criação fora do isolamento, onde o mestre transmite a simplicidade do lápis duro, que se transforma em um dos ícones da formação artística mineira, marcada pelo desenho, o retrato e a paisagem. O final dos anos 40 e o início dos anos 50 impõem novidades, outras linguagens, outras influências. Em 1947, Mary Vieira (ex-aluna de Guignard) cria seu primeiro polivolume, uma escultura dinâmica realizada em madeira para a feira de Araxá, indicando o rumo construtivista que iria consolidar o seu trabalho posterior na Suíça. Algum tempo depois, Nelly Frade e Marília Gianetti colaboram com Di Cavalcanti no Fórum de Belo Horizonte. Portinari também teve a colaboração de vários dos alunos de Guignard na realização de seus trabalhos na Pampulha.

• Chega a BH o Padre Eustáquio, famoso no Brasil inteiro por seus milagres.

1943 • 30/08 – Morre Padre Eustáquio de tifo exantemático.

• Soldados do 12 RI são enviados para lutarem na Segunda Guerra Mundial.

• 01/09 – Inaugurados o Clube Mackenzie e o Colégio Loyola.

• Inauguração do conjunto arquitetônico da Pampulha.


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Juscelino Kubitschek Belo Horizonte catalogo de inauguração da Exposição de 1944. Coleção particular

• É assinado por advogados, empresários, intelectuais e políticos o “Manifesto dos Mineiros” contra a ditadura do Estado Novo.

1944 • JK vende o Teatro Municipal e autoriza a construção de outro teatro mais moderno no Parque Municipal, projetado por Niemeyer. Esta obra não seria concluída devido à sua localização.

• Chega a BH, por convite de JK, o pintor Alberto da Veiga Guignard.


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Retrato de JK, Alberto da Veiga Guignard. 1944. Coleção Levinho da Cunha Castilho.

1945 • Começa na Rádio Inconfidência um programa de enorme audiência, o “Bentinho do Sertão”.

1946 • 21/1 – Escola Normal é transformada em Instituto de Educação. A Escola revoluciona os costumes da cidade. A diretora Lúcia Casasanta, que nunca cursou o nível superior, criou o método global de ensino.


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Igreja de São Francisco de Assis, Pampulha. Década de 1940. Postal acervo Hélio Gravatá. Coleção Juliana Duarte.

No governo de Minas,embora a atuação de Juscelino Kubitschek tenha privilegiado o binômio energia e transporte, as artes continuaram a se abrir a novos horizontes. A presença de Niemeyer ainda se faz importante. São dessa fase o conjunto JK, o edifício Niemeyer, o Colégio Estadual de Belo Horizonte, o prédio da Biblioteca Pública Estadual Luís de Bessa, o Grande Hotel de Diamantina, etc. Juscelino, neste período, se aproxima da intelectualidade mineira. Trabalha para ele o famoso ensaísta e tradutor de Dante, Camões, Goethe e Rilke, Cristiano Martins, como secretário particular e coordenador de toda a área de redação política do Palácio da Liberdade. Também atuou como chefe de gabinete o contista Murilo Rubião. JK contou ainda com o auxílio de Affonso Ávila, Autran Dourado, Rui Mourão, Fábio Lucas, Nilo Aparecida Pinto, Otávio Alvarenga, Wilson Castelo Branco, Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros.

• Fernando Pieruccetti, conhecido como Mangabeira, cria símbolos para os times de futebol da capital. Para o Cruzeiro, a raposa; para o Atlético, o galo; para o América, o coelho. • A Rádio Guarani tem como primeiro grande animador Rômulo Paes, apresentando o programa “Gurilândia”.

1947 • Cinquentenário de BH.

• Inaugurado o Hotel Financial, que passou a ser o maior prédio da cidade, com 26 andares.

• Em frente à Igreja São José, é inaugurado o Edifício Acaiaca; sua arquitetura recebe a influência marajoara.


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Viatudo da Floresta. Década de 1950. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto

A opção pelas amizades intelectuais levaria JK a receber Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre no seu período como presidente. No Palácio do Catete, se aproxima de Augusto Frederico Schmidt, o articulador da fala desenvolvimentista do presidente. No ano de 1959, premia Franz Weissmann, colaborador de Alberto da Veiga Guignard na Escolinha do Parque, na IV Bienal de São Paulo, e comparece à exposição do pintor francês Georges Matthieu no MAM, museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Mas será Brasília, a sonhada capital do centro do país, que irá determinar toda a ousadia da prática artística brasileira nos anos JK. A concepção formal e a ideia de uma nova Capital para o Brasil se inserem dentro do panorama dos anos 50/60, quando as discussões plásticas coexistem ao lado de debates teóricos de caráter socialista. A formação da capital brasileira é, na verdade, fruto deste momento histórico em que, passado o surto modernista, as reflexões teóricas, a crítica da arte e a própria arte refletem sobre os novos movimentos artísticos e ganha espaço um novo pensamento sobre o nacional. JK, sempre à frente de seu tempo, não se esquece de sua infância festeira em Diamantina; tem sempre junto de si Dilermando Reis e inúmeros artistas populares da época. O presidente Bossa Nova ganha a crítica bem humorada de Juca Chaves e, para comemorar a inauguração de Brasília, convida Tom Jobim e Vinícius de Moraes para a criação da Sinfonia da Alvorada. “Se no começo era o ermo”, como disse Vinícius, a inauguração de Brasília abre espaço ao novo homem, candango do urbanismo, da arquitetura e das artes.

• O Clube Atlético Mineiro recebe o título de “Campeão do Cinquentenário” em um torneio realizado para sua comemoração.

• Em comemoração ao cinquentenário, a ópera Cavaleria Rusticana é trazida à capital, inteiramente produzida na cidade, nos dias 27 e 28 de agosto, no Cine Teatro Brasil.

• 01/12 – Inaugurado o Cine Odeon, na Avenida do Contorno, 1328, na Floresta.


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Foto: Brenda Marques

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Edifício JK. 2011

1948 • BH recebe um transporte de luxo: o trem Vera Cruz, que liga a capital ao Rio de Janeiro.

• O prefeito Negrão de Lima manda construir um teatro de emergência - hoje Teatro Francisco Nunes - para substituir o vendido Teatro Municipal.

• Criado o Mercado Popular, na Avenida Antônio Carlos.


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Avenida Amazonas esquina com Rua São Paulo. 1950. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto

Aeroporto da Pampulha. 1954. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto

1949 • A Universidade de Minas Gerais é federalizada.

1950 • Fundada a Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

• Construído o Estádio Municipal - hoje Independência - para os jogos da Copa do Mundo.

• 23/10 – Inaugurado o Cine Art na Avenida Afonso Pena, 381.

• Com a peça A morte do caixeiro viajante, é inaugurado o Teatro de Emergência.


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Lagoa da Pampulha, ao fundo o Cassino, hoje Museu de Arte da Pampulha . Década de 1950. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto

Ancouradoro do Iate Tênis Clube. Década de 1950. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto

• 07/12 – O Clube Atlético Mineiro ganha o título de “Campeão do Gelo”, contra o Stade Français, sob 5 graus abaixo de zero. O gelo cobria todo o campo e a vitória foi de 2X0.

1951 • BH ganha um grande clube, o Sparta Volei Clube, no Bairro Caiçara.

• Os bares Camponesa e Trianon eram os mais frequentados.


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Aeroporto da Pampulha. 1954. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto


A preocupação passa a ser desafogar o trânsito, e as avenidas surgem, cada vez mais, invadindo a cidade, sem consideração estética. Uma das alterações radicais envolveu a Praça Sete, um dos pontos mais movimentados da cidade. Essa praça tem em seu centro um obelisco – desenhado pelo arquiteto Antônio Rego e construído pelo engenheiro Antônio Gonçalves Gravatá – doado pelo povo da vizinha Capela Nova do Betim – hoje município de Betim – aos habitantes da capital mineira, por ocasião da comemoração do Centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922. O “Pirulito”, como é conhecido, é feito de granito e formado por uma agulha de 7 metros, apoiada sobre um pedestal quadrangular, adornado por um poste em cada uma de suas arestas. Em 1963, no intuito de resolver os problemas de tráfego do local, o Pirulito da Praça Sete foi transferido para a Praça Diogo de Vasconcellos, a chamada Praça da Savassi. A descaracterização da cidade fez-se sem remorsos. Os espaços verdes iam desaparecendo e a beleza das antigas construções era transformada em arranha-céus. Os anos 60 foram marcados pelo crescimento das indústrias e das instituições financeiras. Nessa época, Belo Horizonte começou a irradiar seu crescimento, e suas cidades vizinhas também receberam muitos investimentos e fábricas.

1952 • BH ganha sua primeira linha de trólebus, veículos grandes nas cores laranja e creme, movidos a eletricidade.

• O Colégio Municipal é inaugurado no bairro São Cristóvão.

• São construídos restaurantes populares.

1953 • O Jornal O Informador Comercial passa a se chamar Diário do Comércio.

• O rádio de BH ganha seu primeiro programa diário diurno, com duração de duas horas e criação de I. da Silva Vidal.

• Grande incêndio no Instituto de Educação. Uma das melhores bibliotecas da cidade é queimada.

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O

crescimento econômico transformou o perfil de Belo Horizonte na década de 60. O progresso sem planejamento urbano arrasou a imagem do passado idealizado. Demoliu casas, ergueu arranha-céus, derrubou árvores, destruiu os antigos pés de moleque, cobrindo tudo de asfalto. O apelido de “Cidade Jardim” tornava-se cada vez mais impróprio, e a cidade eclética, nos dizeres de Silvio de Vasconcellos, dá lugar a uma arquitetura pobre, pastiches, qualquer coisa que não se pode definir.

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Os Anos 60 e 70


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Vista aérea de Belo Horizonte. 1970. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.

• Fundada a Construtora Mendes Junior.

• Lançada a pedra fundamental da Mannesmann.

1954 • Iniciada a construção da Biblioteca Pública na Praça da Liberdade.

• Inaugurado por JK, como governador do Estado, o terminal de passageiros do Aeroporto da Pampulha e o Colégio Estadual no bairro de Lourdes.

• É construído, no Parque Municipal, o Instituto Municipal de Administração e Ciência Contábeis – IMACO.


(ÁVILA, 1989, p. 95).

Há que se destacar na mesma época o surgimento do Suplemento Literário do Minas Gerais, em 1966, concebido pelo escritor Murilo Rubião, com organização da escritora Laís Corrêa de Araújo, que assinava assiduamente a coluna “Roda Gigante”, e legislação redigida por Affonso Ávila, que também se incumbiu dos contatos com maiores intelectuais nacionais e internacionais da época, que colaboraram com o jornal. Só para citar alguns nomes que participaram assiduamente: Laís Corrêa de Araújo, o poeta da Geração de 45 Bueno de Rivera, Alceu Amoroso Lima – o “Tristão de Athayde” –, Abgar Renault, Emílio Moura, Pedro Nava, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Oswaldo França Junior, Henriqueta Lisboa, Affonso Ávila, Silviano Santiago, Fábio Lucas, Márcio Sampaio, Jota D’Ângelo e Flávio Márcio (que escreviam respectivamente sobre artes plásticas, teatro e cinema). Observa-se também o namoro da literatura com o jornalismo, em seções de depoimentos e reportagens literárias assinadas por Zilah Corrêa de Araújo e Neil Ribeiro da Silva (sob a influência de Tom Wolfe e do movimento do Novo Jornalismo). O sucesso foi tão grande que, no primeiro aniversário (1967), circulou uma publicação especial com Carlos Drummond de Andrade, Dalton Trevisan, Haroldo de Campos e Benedito Nunes. As edições especiais eram de capa dura e plastificadas. Outro destaque foi à edição dupla no segundo aniversário, com trabalhos de jovens escritores e artistas plásticos. Este número marcou época e deu nome a este grupo de escritores, que ficou conhecido como a “Geração Suplemento”, cuja verve contista e poética era formada por Luiz Vilela, Ivan Ângelo, Sérgio Sant´Anna, Jaime Prado Gouvêa, Sebastião Nunes, Márcio Sampaio, dentre inúmeros outros.

• 16/04 – Ocorre um vazamento na barragem da Lagoa da Pampulha que, mais tarde, levaria ao seu rompimento, ocorrido no dia 20 de abril. Causando uma enorme tragédia na região, o acidente destruiu todas as residências ao redor da barragem, o hangar da Panair, 20 olarias e causou estragos no aeroporto.

• O Café Palhares, na Rua dos Tupinambás, contra-esquina de Afonso Pena, funciona dia e noite.

1955 • 8/2 – Nasce a primeira emissora de televisão de BH e a terceira do país, a TV Itacolomi, ligada aos Diários Associados.

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Ainda vivendo sob o clima de euforia desenvolvimentista, advindo do interregno democrático representado pelo governo de Juscelino Kubitschek, mas pressentindo já as ‘sombras’ autoritárias que viriam se abater sobre o país com o golpe militar de 64, os intelectuais se reuniram na ‘Semana’ de Belo Horizonte com uma perspectiva utópica: formar uma frente que congregasse diferentes grupos e tendências compromissados com a ‘criação de uma linguagem nova e de autenticidade brasileira para a nossa poesia’, mas sem abdicar da ‘preocupação comum de atribuir-lhe função participante no contexto da realidade nacional’. Datado de 19 de agosto de 1963, o comunicado conclusivo da ‘Semana Nacional de Poesia de Vanguarda’ propunha um ‘jogo sério’ formal e, conteudisticamente, e trazia a assinatura dos participantes; entre outros, Augusto e Haroldo de Campos, Benedito Nunes, Affonso Ávila, Décio Pignatari, Luiz Costa Lima, Roberto Pontual, Frederico Moraes etc. Entre os poetas jovens que também assinaram o documento aparecia: Paulo Leminski.

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Em agosto de 1963, acontecia em Belo Horizonte, com o apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a “Semana Nacional de Poesia de Vanguarda”, que reuniu algumas das melhores cabeças pensantes do Brasil naquele momento, incluindo poetas, críticos e tradutores. Segundo Affonso Ávila,


Murilo Rubião foi o editor até 1969, quando assume a direção da Imprensa Oficial do Estado. No mesmo momento, deixou o cargo a escritora Laís Corrêa de Araujo, que parou de publicar “Roda Gigante”. Em seguida, foi convidado para assumir o cargo Rui Mourão, que, perseguido pela Ditadura, foi deposto do cargo em poucos dias. Assumem o jornal, a partir de então, nomes da chamada “Geração Suplemento”.

A política de crescimento econômico acelerado, porém, não resolvia os problemas sociais. A crise prolongada e os baixos salários levaram a população mais uma vez às ruas, já no final da década. Professores da rede pública e operários da construção civil protestaram, na greve de 1979, contra os problemas sociais e o regime militar.

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Durante a década de 70, a cidade era o próprio retrato do caos. Com um milhão de habitantes, Belo Horizonte continuava crescendo desordenadamente. Nas regiões norte e oeste e nos municípios vizinhos, com a criação de distritos industriais e a instalação de empresas multinacionais, a população tornou-se cada vez mais densa. Na tentativa de resolver os problemas causados pela falta de planejamento, foram tomadas várias medidas: criou-se o Plambel e instituiu-se a Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Acervo Museu Histórico Abílio Barreto

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A instauração da ditadura militar, após o Golpe de 64, também levou a população às ruas. Primeiro foram as mulheres católicas – que, com seus terços em punho, apoiaram o movimento que visava acabar com o comunismo. A manifestação foi denominada “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. Mais tarde, os estudantes surgiram, protestando contra a falta de liberdade, o desrespeito aos direitos humanos e constitucionais. Inúmeras vezes, a Praça Sete assistiu à multidão ser dispersada com bombas e à prisão de manifestantes. Em 1978, seria a vez da campanha pela anistia dos presos políticos mobilizar os belo-horizontinos.

1956 • Fica pronto o maior prédio de hospital do Brasil. A Santa Casa de Misericórdia, com capacidade para 1.200 leitos. 1957 • É demolido o Grande Hotel e, no local, será mais tarde construído o Edifício Arcângelo Maletta (nome de seu proprietário).

• No prédio do Cassino, passa a funcionar o Museu de Arte da Pampulha.

• Ficam prontas as obras da reconstrução da represa da Pampulha.


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• 28/01 – É inaugurado o novo Zoológico na Pampulha.

• Construída a concha acústica do Parque Municipal, considerada tecnicamente a mais perfeita da América Latina.

• 12/12 – Universidade Católica é reconhecida oficialmente por decreto assinado por JK.

1959 • 12/04 – Igreja de São Francisco pode ser aberta ao público.

Foto: Brenda Marques

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Palácio da Liberdade. Inícios do século XX. Coleção particular


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A Praรงa do Papa. 2011 Foto: Brenda Marques


Um deles foi a degradação da Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais da cidade, que se tornara uma lagoa praticamente morta devido à poluição de suas águas.

Foto: Brenda Marques

A cidade foi palco ainda de grandes manifestações, visando a queda da ditadura militar no Brasil, sob a liderança de Tancredo Neves, na época governador do estado. A fisionomia urbana foi novamente alterada com a proliferação de prédios em estilo pós-moderno, especialmente na afluente Zona Sul da cidade, graças à influência de um grupo de arquitetos liderado por Éolo Maia. Na mesma década, a cidade também passou a ser servida pelo Aeroporto Internacional de Confins, localizado no município de Confins, a 38 km do centro da capital.

1960 • Iniciadas as obras do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão. 1961 • Inauguração da Biblioteca Pública.

• Fundado o Coral Ars Nova.

1962 • Morre o historiador Abílio Barreto. Em sua homenagem, o Museu Belo Horizonte recebe seu nome.

• É instalada a estátua de Tiradentes no cruzamento das Avenidas Afonso Pena e Brasil, na Praça 21 de Abril (hoje Praça Tiradentes).

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A

década de 1980 foi marcada pela valorização da memória da cidade, com a alteração na orientação do crescimento. Vários edifícios de importância histórica foram tombados. Foi iniciada a implantação do metrô de superfície. Iniciada em 1984 e concluída em 1997, a canalização do Ribeirão Arrudas pôs fim ao problema das enchentes no centro da capital. Contudo, vários problemas surgiram e alguns permaneceram.

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A história recente


Foto: Fabiana Pinheiro

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Rainha da Sucata. 2011

1963 • O abrigo de bondes da Avenida Afonso Pena é transformado em galeria de artes e exposições.

• É construído do Teatro Marília.

• Um Dodge preto, ano 1934, com controle remoto instalado pelo mecânico José Maria, assombra e assusta a população.

1964 • Começa a ser construído, na Pampulha, o primeiro cinema drive-in do Brasil.

• Desativada a Feira de Amostras para dar lugar à nova estação rodoviária.

• Eclode a Revolução de 31 de março.


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Foto: Brenda Marques Foto: Brenda Marques

Praça Raul Soares. 2011

1965 • 5/09 – Inaugurado o Mineirão. 1966 • Roberto Carlos vem a BH, causando enorme comoção.

• BH ganha sua primeira gravadora musical: a Bemol. Com escritório na Rua dos Tupis e estúdio no Bairro Caiçara.

1967 • Clube Atlético Mineiro iniciou a construção de sua Vila Olímpica na Vila Clóris. 1968 • O trânsito da cidade torna-se um caos.

• O prefeito Souza Lima pretende construir o metrô, ligando o Horto ao Eldorado.

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Em 1980, aproximadamente 850.000 pessoas tomaram a então Praça Israel Pinheiro (conhecida como Praça do Papa) para receber o próprio Papa João Paulo II. Diante da multidão de fiéis e da vista privilegiada da cidade, o papa ali exclamou: “Pode-se olhar as montanhas e Belo Horizonte, mas, sobretudo quando se olha para vocês, é que se deve dizer: que belo horizonte!”, o que provavelmente colaborou para que a praça ficasse conhecida hoje por este nome.

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A década de 1990 foi marcada pela valorização dos espaços urbanos e pelo reforço da estrutura administrativa do município, com a aprovação, em 1990, da Lei Orgânica do Município e do Plano Diretor da cidade, em 1996.

Neste início do século XXI, Belo Horizonte tem se destacado pelo desenvolvimento do setor terciário da economia: o comércio, a prestação de serviços e setores de tecnologia de ponta (destaque para as áreas de biotecnologia e informática). Alguns dos investimentos recentes nesses setores são a implantação do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Google para a América Latina e do moderno centro de convenções Expominas. O turismo de eventos, com a realização de congressos, convenções, feiras, eventos técnico-científicos e exposições, tem fomentado o crescimento dos níveis de ocupação da rede hoteleira e do consumo dos serviços de bares, restaurantes e transportes. A cidade também vem experimentando sucesso no setor artístico-cultural, principalmente pelas políticas públicas e privadas de estímulo desse setor, como a realização de eventos fixos em nível internacional e o crescimento do número de salas de espetáculos, cinemas e galerias de arte. Por tudo isso, a cada ano, a cidade se consolida como um novo polo nacional de cultura.

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A gestão municipal se democratizou com a realização anual do Orçamento participativo. O desafio ainda em curso diz respeito ao fortalecimento da gestão integrada da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que reúne 34 municípios que devem cooperar entre si para a resolução de seus problemas comuns. Espaços públicos como a Praça da Liberdade, a Praça da Assembleia e o Parque Municipal, que se encontravam abandonados e desvalorizados, foram recuperados, e a população voltou a frequentá-los e a cuidar de sua preservação.

1969 • Dá-se início à Feira de Artesanato da Praça da Liberdade, a “Feira Hippie”.

• A Serra do Curral foi parcialmente destruída com a retirada de toneladas de minério, tornando-se terrivelmente deformada sua forma original. A retirada foi interrompida pela população com o apoio dos ecologistas.

1970 • Ocorre uma terrível tragédia com o desabamento do Pavilhão de Exposições da Gameleira, que estava em construção.

• Fundação do Grupo de Teatro de Bonecos Giramundo.

• Construído o Cemitério da Colina, de linhas modernas.


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Foto: Brenda Marques Foto: Brenda Marques

Pra;a da Estação. 2011

1971 • Inaugurado, em frente ao Mineirão, o CEU – Centro Esportivo Universitário.

• 9/03 – Inauguração da Estação Rodoviária, a mais moderna da América Latina.

• A dança do momento é o belisquete.

• 13/03 – Inaugurado o Túnel da LagoinhaConcórdia, hoje Túnel Souza Lima.

• Inaugurado o Palácio das Artes.

• BH ganha um cemitério para cachorros.

• O Hotel Globo, onde, no andar térreo, fora instalado o Bar do Ponto, começa a ser demolido.

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Foto: Brenda Marques

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Serra do Curral vista da Praça do Papa

Vista parcial da cidade


Aspectos Geográficos

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elo Horizonte é a capital do segundo estado mais populoso do Brasil, Minas Gerais, situando-se próximo ao paralelo 19º49’01’’ sul e do meridiano 43º57’21’’ oeste. A área real do município é controversa e varia conforme a fonte de dados. A própria prefeitura oferece 330,23 km², e o Itamaraty indica 335 km². Já o IBGE refere uma área de 330,95 km². Suas cidades limítrofes são Nova Lima e Brumadinho a sul; Sabará e Santa Luzia a leste; Santa Luzia e Vespasiano a norte; e Ribeirão das Neves, Contagem e Ibirité a oeste.

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Foto: Brenda Marques

O intenso processo de crescimento da chamada Grande BH vem criando uma metrópole cujo centro está em Belo Horizonte, e atinge os municípios vizinhos.

1972 • 31/03 – Pela primeira vez, a cidade assiste a um programa de TV em cores.

• O diretor do DET proíbe as corridas de automóveis que circulavam o Mineirão.

• Um grande incêndio destrói totalmente o Cine Paladium.

• O Bairro dos Funcionários se transforma e ganha o apelido de “Ipanema de Belô”; mais tarde, passa a ser chamado de Savassi.

1974 • Construídos três mercados distritais: da Barroca, do Cruzeiro e de Santa Tereza.

• 8/10 – Inaugurado o primeiro Hipermercado de BH, o Jumbo, do grupo Pão de Açúcar.


Foto: Brenda Marques

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clima de Belo Horizonte é classificado como tropical de altitude (Cwa, de acordo com a classificação Köppen-Geiger), característica advinda de sua altitude média de cerca de 900 metros acima do nível do mar. O inverno é predominantemente ameno e seco, e o verão, quente e chuvoso. A cidade conta com a proteção da Serra do Curral, que barra a chegada dos ventos mais fortes. A umidade relativa do ar gira em torno de 65%, e a média anual de chuvas é de aproximadamente 1.500mm, sendo mais frequentes de outubro a março.

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Foto: Brenda Marques

A temperatura é amena durante o ano, variando em média de 15°C a 28°C, sendo a média anual de 21,8°C. Porém, estudos realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostram que a temperatura média da cidade subiu 1,5°C em cem anos e que a umidade do ar diminuiu 9,56%. O mês mais frio geralmente é julho, com uma temperatura média de 18,9°C. Já o mês mais quente é fevereiro, com média de 23,9°C.

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Clima

• Um bando de ladrões mirins começa a atacar o centro da cidade.

• Lixo passa a ser acondicionado em sacos plásticos, não mais em latas de lixo, por determinação da Prefeitura.

• BH ganha a mais moderna estação de telefones do Brasil.

• O prédio da Rua da Bahia construído para a sede do Conselho Deliberativo é transformado em Museu de Mineralogia.

• Haroldo Mauro e Paulo Joel montam, na Rua dos Aimorés, o estúdio HP, voltado principalmente para gravação de publicidade.


Foto: Brenda Marques

Foto: Brenda Marques

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Ipê.2011

Parque Municipal


A

tualmente, Belo Horizonte preserva pouco de sua vegetação original e, como ocorre em toda a região metropolitana, grande parte dos ambientes naturais foram extensamente modificados.

Com o desenvolvimento industrial, também houve uma grande piora na qualidade do ar nos últimos anos; entretanto, há bastantes parques, áreas preservadas e reservas naturais. A capital mineira possui o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de áreas verdes. Belo Horizonte é uma das capitais mais arborizadas do país, sendo este um dos motivos de ter recebido o título de “Cidade Jardim”. São aproximadamente 560 mil árvores – número que sobe para 2 milhões, quando considerados os parques e áreas de preservação. Aos 27 parques, acrescentam-se cerca de 500 praças e diversas áreas verdes. O percentual de áreas verdes por habitante também está acima do recomendado pela OMS.

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Ecologia e meio ambiente

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O Parque das Mangabeiras, na Serra do Curral, é a maior área verde de cidade e um dos maiores parques urbanos da América Latina, possuindo 2,3 milhões de metros quadrados. O Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego, ou Parque Ecológico da Pampulha, está localizado na Ilha da Ressaca, na Lagoa da Pampulha. Ocupa uma área de 300 mil metros quadrados, sendo umas das maiores áreas verdes da capital. O Parque do Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais foi criado em 1968. Ocupa uma área de 600 mil metros quadrados e possui vários exemplares da flora – pau-brasil, sapucaia, barriguda – e fauna – mico-estrela, macaco-prego, saracura, jacu – nacionais, originais da Mata Atlântica regional. 1975 • 12/03 – Arquivo Público Mineiro ganha nova sede: um prédio construído atrás do antigo Arquivo.

• Inaugurada a Usina de Beneficiamento da capital.

• Os ex-integrantes do Grupo Leões da Lagoinha fundam a Banda Mole.

• Surge novo serviço de limpeza: as varredoras de rua, que ficaram conhecidas como “formiguinhas”

O Parque Municipal Américo Renné Giannetti é o mais antigo jardim público da cidade. Foi inspirado nos parques franceses construídos durante a Belle Époque. Inaugurado em 1897, no terreno da antiga Chácara do Sapo, que pertencia a Aarão Reis, engenheiro responsável pelo planejamento de Belo Horizonte, possui 50 espécies de árvores. Situado em pleno centro da cidade, na Avenida Afonso, pena abriga ainda o orquidário municipal.


Foto: Brenda Marques

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Trenzinho do Parque Municipal. 2011

Índios Puris, Rugendas. Acervo INstituto Cultural Amilcar Martins


Segundo o censo de 2000 do IBGE, em pesquisa de autodeclaração, a população de Belo Horizonte é composta por brancos (53,57%), pardos (37,24%), pretos (8,04%), indígenas (0,34%) e amarelos (0,19%). Um estudo genético realizado com pessoas de Belo Horizonte revelou que a ancestralidade dos belo-horizontinos é 66% europeia, 32% africana e apenas 2% indígena. O estudou condiz com o passado de ocupação do estado de Minas Gerais e de sua capital. O estado foi povoado, sobretudo no século XVIII, quando houve uma grande imigração portuguesa para a região. No período colonial, em busca do ouro e das pedras preciosas, chegaram ao Brasil aproximadamente 600 mil portugueses – ou descendentes desses – através das famosas entradas e bandeiras. No mesmo período, houve um enorme fluxo de escravos de origem africana para as minas, advindos de Angola ou trazidos da Bahia, estes sendo originários de outra região africana, a denominada Costa da Mina. Os indígenas de Minas Gerais foram praticamente massacrados durante a colonização, e isso explica porque atualmente os belo-horizontinos possuem tão baixa ancestralidade indígena. No século XIX, houve também movimentos migratórios de alemães para Minas Gerais. Em síntese, podemos então afirmar que a população de Belo Horizonte é bastante miscigenada, havendo um predomínio de ancestralidade europeia, Em seguida, vem a contribuição africana, sobretudo do século XVIII, quando Minas Gerais tinha a maior população escrava de todo o Brasil. Por último uma mínima contribuição indígena.

1976 • Surge o Jornal de Casa, de distribuição gratuita.

1977 • A Igreja São José e a Praça de Liberdade são tombadas pelo IEPHA.

• Morre JK.

• BH ganha uma discoteca revolucionária, a Jambalaia, localizada na Avenida Álvares Cabral, 962.

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elo Horizonte é uma cidade multirracial, fruto de intensa migração. O seu povoamento foi efetuado de forma gradual, principalmente por migrantes vindos do interior mineiro, além de outras regiões de outros estados, e imigrantes oriundos de várias partes da Europa, especialmente italianos que ajudaram na construção da nova capital.

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A formação da Gente de BH


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1978 • A prefeitura coloca ônibus à disposição da população para passeios por pontos turísticos da cidade.

• Iniciadas as obras do maior shopping center de Minas, o BH Shopping, no trevo de BR – 040.

1979 • Palácio da Liberdade abre as portas para a visitação pública.

• Inaugurado o Estrela Night Club, na Rua Curitiba, especializado em dança de salão.


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Foto: Brenda Marques

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1980 • Vários cinemas da cidade são fechados.

• 1/6 – Visita de João Paulo II à cidade.

• 15/03 – Inaugurado o Ginásio do Mineirinho, o maior da América Latina.

• O Governo cassa a concessão da TV Itacolomi sem nenhuma explicação.

• Durante um show no Teatro Francisco Nunes, onde se apresentava a cantora Alcione, o palco desaba, sendo interditado em seguida.


Foto: Brenda Marques

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Igreja sâo José. 2011

Vista do centro de Belo Hrizonte. 2011


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elo Horizonte é a quarta cidade mais rica do Brasil, com 1,38% do PIB nacional, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A capital possui 77.454 sedes de empresas legalizadas, que abarcam 1.025.205 pessoas ocupadas.

Sua região metropolitana possui um PIB de aproximadamente R$ 74,16 bilhões, o que corresponde a 34,5% de todo o PIB mineiro em 2006. Segundo dados do IBGE, a rede urbana de influência exercida pela cidade no resto do país abrange 9,1% da população e 7,5% do PIB brasileiro. A influência é percebida em 698 cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O município também está entre os sete municípios com a melhor infraestrutura do país. A cidade é servida por uma malha viária e ferroviária que a liga aos principais centros e portos do país. Recebe voos nacionais e internacionais pelo Aeroporto de Confins e voos nacionais e regionais pelo Aeroporto da Pampulha.

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Um dos maiores centros financeiros do Brasil, Belo Horizonte é caracterizada pela predominância do setor terciário em sua economia. Mais de 80% da economia do município se concentra nos serviços, com destaque para o comércio, serviços financeiros, atividades imobiliárias e administração pública.

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Economia

• Início das obras do Aeroporto Internacional de Confins.

• A Companhia de Cigarros Souza Cruz, localizada na Avenida Augusto de Lima, é fechada, e sua produção é transferida para a unidade de Uberlândia.

1981 • Lançada a pedra fundamental para a construção do complexo turístico Parque das Mangabeiras.

• Criado o Gem Center, primeiro centro de comercialização de pedras preciosas da América Latina. Prefeito Maurício Campos reinaugura o Teatro Francisco Nunes, totalmente reformado.


Foto: Brenda Marques

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Vista do centro de Belo Hrizonte. 2011


Desde os anos 1970, ocorreu a chegada de grandes empresas multinacionais de bens de capital e a migração de indústrias para a área mineira da SUDENE, devido aos incentivos fiscais. A instalação da Refinaria Gabriel Passos, em 1968, aliada à instalação da FIAT Automóveis em 1973 – a primeira montadora fora do eixo Rio-São Paulo –, estabeleceu um grande polo industrial em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Fiat hoje lidera a produção e as vendas no mercado do país, tornando-se a mais importante unidade produtora fora da Itália. Sua planta de Betim é a maior produtora de veículos da empresa no mundo. O início das operações da montadora de veículos e seu gradativo aumento de produção foram extremamente importantes para a consolidação do segmento de bens de capital e de bens de consumo duráveis em Minas Gerais. As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por um longo período de recessão e estagnação econômica. A cidade passou a desenvolver e abrigar um parque industrial baseado nas indústrias não-poluentes e de alta tecnologia, tornando-se um dos mais importantes polos industriais do país, com empresas de ponta nas áreas de confecção, calçados, informática, alimentação, aparelhos elétricos e eletrônicos, perfumaria e turismo de negócios, com estruturas produtivas leves, ampla terceirização de atividades e grandes investimentos em marketing e publicidade.

• O Governo do Estado adquire o Palacete Dantas para instalar a Coordenadoria de Cultura de Minas Gerais.

• O Bairro da Lagoinha é demolido para construção da Estação do Metrô. Nesta grande demolição, ocorre a primeira implosão de uma construção em BH.

• É inaugurada a Avenida Cristiano Machado e a Feira dos Produtores é transferida para essa avenida.

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A

s primeiras atividades produtivas que surgiram antecedem a fundação do município. O Arraial do Curral Del Rei produzia gêneros para o abastecimento da região mineradora, especialmente gado e produtos agrícolas. As primeiras atividades industriais surgiram no século XIX, em Nova Lima, com a instalação da Saint John del Rey Mining Co., em 1834, e da Cia. Mineira de Fiação e Tecidos, em 1879, em Marzagão, distrito de Sabará. Outros empreendimentos surgiram, como um estabelecimento de fiação e tecelagem em 1838, no distrito de Venda Nova; uma fundição de ferro e bronze em 1845, próximo à Lagoa Maria Dias, onde hoje é o cruzamento da avenida Paraná com a Rua Carijós, no centro de Belo Horizonte; uma fundição, no lugar denominado Cardoso, em 1885; e uma pequena manufatura de velas de sebo, para fornecimento à Cia. de Morro Velho.

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Setor secundário


Foto: Brenda Marques

Foto: Brenda Marques

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Praça da Estação. 2011

Minas Centro. 2011


No início do século XX, a cidade se destacou como centro de comércio de gado e de redistribuição de mercadorias, beneficiada pela localização estratégica, por ser passagem dos caminhos do comércio viajante e pelo posicionamento equidistante dos grandes polos consumidores do país e principais capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e, a partir de 1960, Brasília. O diferencial de posicionamento permite que diversos tipos de eventos sejam captados para a capital mineira. Belo Horizonte é também o portão de entrada para cidades históricas mineiras como Ouro Preto, Mariana, Sabará, Caeté, Santa Luzia, Congonhas, Diamantina, São João del-Rei e Tiradentes. Outro fator importante deve-se à presença de um setor de serviços bastante significativo e com infraestrutura capaz de atender aos seus habitantes e aos visitantes. A rede hoteleira tem observado um crescimento considerável. No ano de 2003, ainda em meio a uma crise, a ocupação média dos hotéis obteve índices de 40%. Como exemplo, o parque hoteleiro apresentou crescimento de 40,15% no número total de unidades habitacionais, entre 1998 e 2005, e um aumento no número de apart-hotéis. Operam em Belo Horizonte cerca de 150 estabelecimentos, incluindo grandes redes internacionais, como o Grupo Accor.

1982 • 13/5 – O prefeito Maurício Campos inaugura o Parque das Mangabeiras.

• A Polícia Militar ganha a primeira turma de Polícia Feminina.

1983 • Em março, é inaugurada a Transitolândia, uma miniatura de cidade com seus problemas comuns de trânsito. O objetivo de sua criação é ensinar regras de trânsito às crianças de Primeiro Grau.

• 8/9 – Cine Metrópole começa ser demolido, em seu lugar, é construído um prédio do Bradesco.

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C

om um diversificado setor de comércio e de prestação de serviços, e contando com uma desenvolvida rede de hotéis, restaurantes e agências bancárias, Belo Horizonte é um dos principais polos de turismo de negócios do país, sediando importantes eventos nacionais e internacionais, como o III Encontro das Américas, em 1997; o 26° Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em 1999; a 47ª Reunião Anual do BID, em 2006; e a Ecolatina em 2007.

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Setor terciário


Foto: Brenda Marques

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Foto: Brenda Marques

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

• O “Motocando” comemorava seu décimo encontro. Seria o maior encontro de motos da América Latina.

• Com a assinatura de decreto pelo governador Tancredo Neves, a Pampulha foi tombada pelo IEPHA.

• Aeroporto de Confins funciona, pela primeira vez, para voo doméstico, devido à forte chuva que interdita o Aeroporto da Pampulha.

• No alto da Avenida Afonso Pena, é inaugurada a Praça do Papa.


Recentemente, o município tem se destacado por sua capacidade de desenvolver duas modalidades de turismo: o turismo de eventos e o turismo cultural. Essa delineação do desenvolvimento do setor terciário da economia, com o incremento do setor turístico, integra a política de estímulo desse setor, que ganha reforços também no sucesso que a cidade vem experimentando na área artístico-cultural.

No Estudo de competitividade dos destinos indutores do turismo nacional, realizado em 2008 pelo Ministério do Turismo, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Sebrae, Belo Horizonte se destacou nos aspectos de infraestrutura geral, marketing e capacidade empresarial. No estudo, a cidade alcançou médias superiores a 70% em oito das 13 dimensões analisadas. A maior pontuação do município foi no aspecto capacidade empresarial, que teve no estudo 86,1% de aproveitamento. A média das capitais brasileiras ficou em 72,1%, e a média Brasil, no mesmo item, foi de 51%. A avaliação neste aspecto verificou as variáveis de qualificação profissional, presença de grupos nacionais e internacionais do setor turístico, número de empresas de grande porte, filiais e/ou subsidiárias. Na dimensão infraestrutura geral, Belo Horizonte obteve 80,5% de aproveitamento, enquanto a média das capitais brasileiras foi 70,5%, e a média Brasil foi de 63,3%. O estudo analisou a saúde pública, energia, comunicação e facilidades financeiras, além de segurança e urbanização. Na dimensão marketing, a cidade se destacou no estudo, obtendo 84,5% do aproveitamento, frente à média de 46,3% das outras capitais e a média nacional de 37,7%. Nesse aspecto, foram avaliados planejamento, participação em feiras e eventos, material promocional e website.

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Muito do sucesso alcançado pela capital deve-se ao Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau, organização cooperativa de marketing com finalidade de captar congressos, feiras, convenções e eventos nacionais para Belo Horizonte e atrair grupos organizadores de turistas para a capital. A utilização desse potencial, porém, tem esbarrado nas deficiências na malha viária. A malha rodoviária que liga Belo Horizonte às cidades do estado de Minas Gerais e aos demais estados foi classificada recentemente como uma das piores do país quanto ao seu estado de conservação, segundo o SGP/DNER.

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A cidade tem realizado congressos, convenções, feiras, eventos técnico-científicos e exposições, causando uma grande movimentação na economia, aumentando os níveis de ocupação da rede hoteleira e do consumo dos serviços de bares, restaurantes e transportes.

• É fundado, em setembro, o Movimento das Donas de Casa, por Dona Lúcia Pacífico Homem.

1984 • 2/01 – Inaugurado o Aeroporto Internacional de Confins.

• O governador Tancredo instala a SELT – Secretaria de esportes, Lazer e Turismo.

• Construído o Teatro de Arena Ceschiatti, no Complexo da Fundação Clóvis Salgado.

• O governador Tancredo inaugura o Minascentro no antigo prédio da Secretaria de Saúde.


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Foto: Sylvio Coutinho

Clube da Esquina. Acervo Museu Clube da Esquina/Bar Godofrêdo Guedes

Uakti


Outros artistas importantes surgidos no cenário da cidade são Paulinho Pedra Azul, Vander Lee, Skank, Pato Fu (banda selecionada pela revista Time como uma das 10 melhores bandas do mundo), Sepultura, Jota Quest, Tianastácia, a dupla César Menotti e Fabiano e os corais Ars Nova e Madrigal Renascentista. Há também os que apostam em criatividade, como o grupo Uakti. Eles criam seus próprios instrumentos musicais, usando materiais como PVC, madeira, metais e vidro. Seu nome é baseado num mito dos índios Tukano e reflete o sentimento índigena presente em seus trabalhos. A cidade ainda sedia anualmente grandes festivais populares que levam milhares de pessoas ao Mineirão, como o Axé Brasil, de música baiana, e o Pop Rock Brasil, de música pop. Belo Horizonte também tem se consagrado como um dos grandes polos da música eletrônica mundial, realizando diversos festivais do gênero, com bandas e DJs de renome internacional, atraindo turistas de todas as partes do país. Destaque para o Festival Creamfields Brasil, sediado na cidade e realizado em 12 países além do Brasil. Ainda, na música eletrônica, destaca-se o funk, que está presente em Belo Horizonte desde a década de 1970, mas só começou a popularizar-se na década de 90. Hoje o estilo musical está presente no circuito cultural formal, em grandes danceterias, nas rádios ou, ainda, em bailes promovidos nas comunidades mais carentes, especialmente nas quadras de escolas.

1985 • Criado o sistema bancário Banco 24 horas.

• Inaugurada uma casa de espetáculo diferente, o “Cabaré Mineiro”.

• O metrô realiza uma viagem experimental entre a Lagoinha e o Eldorado.

• Lançado o projeto “Menino de Rua”, para solucionar o problema dos menores de rua.

• Aeroporto de Confins passa a se chamar Aeroporto Internacional Tancredo Neves.

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M

uitos artistas reconhecidos no país e no exterior surgiram em Belo Horizonte. O Clube da Esquina é um movimento musical originado em meados da década de 1960 e, desde então, seus membros influenciam a cultura da cidade e do estado, tendo artistas importantes no cenário regional ou nacional, como Tavinho Moura, Wagner Tiso, Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Toninho Horta, Márcio Borges, Fernando Brant.

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Música


Quanto à música erudita, desde a década de 1940, há grupos de pessoas que cantavam e promoviam eventos orquestrais. Atualmente, o erudito vem sendo divulgado em parques e teatros, com repertórios cada vez mais prestigiados pela população. Na cidade, destacam-se as apresentações da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), criada em 1976. Esta foi, até 21 de fevereiro de 2008 (quando da criação da nova Orquestra Filarmônica do Estado de Minas Gerais), a orquestra oficial do Estado de Minas Gerais.

Foto: Brenda Marques

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Não podemos deixar de mencionar, ainda, o trabalho pedagógico e de divulgação da música erudita contemporânea da Fundação de Educação Artística, criada nos anos 60 pela pianista Berenice Menegale. Seguindo a mesma tradição de divulgação musical de nível internacional, é relevante o trabalho de Celina Szrvinsk, diretora artística dos Concertos Didáticos da UFMG. Essas são duas das maiores contribuições fundamentais para qualificar o cenário musical clássico de Belo Horizonte.

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Conservatório de Música da UFMG na Avenida Afonso Pena

1986 • Criado oo Clube do Samba de Minas Gerais, tendo como primeiro presidente o radialista Acir Antão.

1987 • Galpão da Serraria Souza Pinto seria transformado, em breve, em espaço cultural.

• Lançado o Projeto Pré-Favela, que visaria dar infraestrutura às favelas.

• Em homenagem aos 90 anos de BH, o Aeroporto de Confins recebe sua primeira linha aérea internacional: um voo semanal para a Bolívia.


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Foto: Nino Andrés

Pato Fu

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Sepultura. Acervo Jairo Guedz

1988 • BH é reconhecida como a cidade da América Latina com o maior número de bares por habitante.

• Mineirão é considerado, pela FIFA, o melhor estádio do país.

• BH ganha novo cemitério, o Bosque da Esperança, em Venda Nova.

• Em fevereiro, surge o jornal Hoje em Dia com um sistema diferente de diagramação, contendo fotos coloridas.


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Setting de filmagens “Canção da Primavera”. Belo Horizonte, 1923. Foto de Bonfiolli. Coleção particular.


A

partir da chegada da primeira companhia cinematográfica a Belo Horizonte, em 1905, a Companhia Barrucci, o contato do público com o cinematógrafo tornou-se mais constante. Pouco tempo mais tarde, o cinematógrafo deixou de ser exibido nos espaços privados, domésticos, para ser exibido no teatro, naquelas circunstâncias, no teatro Soucasseaux, o maior teatro belo-horizontino da época. E, com a instalação do primeiro cinematógrafo permanente da capital, em 1906, a sede do Teatro Paris tornou-se um espaço efetivo de exibição de cinema. Mais tarde, em 1912, o Teatro Paris assumiria o nome de Cine Odeon, importante referência para a vida cinematográfica da cidade - sobre o qual o poeta Carlos Drummond de Andrade lamentara o fechamento no poema O Fim das Coisas, de 1928. A partir da década de 1920, cidade e cinema passaram a desenvolver uma relação mais complexa, com mais influências na vida cultural local. Apenas na década de 1970 é que ocorreu o início do processo de sucateamento de salas, que passam a exibir filmes de qualidade duvidosa.

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Cinema

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Ao longo das décadas de 1980 e 1990, a decadência das grandes salas de cinema em Belo Horizonte atinge patamar semelhante ao de outras capitais do Brasil. Várias grandes salas foram fechadas e, se não demolidas, deram lugar a outros prédios e construções. Não podemos deixar de citar o caso polêmico do Cine Metrópole, que chegou a ser tombado pelo IEPHA e, em seguida, destruído, dando lugar a outro prédio. Assim Belo Horizonte perdeu um dos melhores exemplares da arquitetura art decó. A maioria das salas de cinema passou a situar-se nos shopping centers.

1989 • 22/04 – É instalado o primeiro centro cultural da cidade no prédio onde havia a Brigada Policial, no início do século XX. Neste mesmo edifício funcionaram, outrora, um Hotel e a Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.

• O Casarão do Conde de Santa Marinha é transformado, pela Rede Ferroviária Federal, em Núcleo Histórico Ferroviário.

• 26/06 – Fundado o Jornal do Barreiro.

• BH sedia o Festival de Inverno da UFMG.

• BH ganha uma das maiores casas noturnas do país, o Olympia, na Avenida Olegário Maciel.

Um dos primeiros filmes rodados em Belo Horizonte foi Canção da Primavera, em 1923, peça de Anibal Mattos adaptada para o cinema juntamente com H. Bonfiolli, que viria a ser o primeiro filme de ficção totalmente produzido, interpretado e dirigido em Minas Gerais.


Foto divulgação

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Cena do filme “Vinho de Rosas” da diretora Elza Cataldo.

1990 • Museus passam a fechar aos sábados e domingos.

• Inaugurada a casa de shows Hippodromo, no bairro Santa Efigênia, com iluminação e equipamentos comparados aos das cidades europeias. • O trem Vera Cruz é desativado, sob alegação de falta de passageiros.

• 19/11 – BH recebe do Population Crisis Committee, de Washington, o título de melhor cidade da América Latina para se viver.

• A Feira Hippie é transferida para a Avenida Afonso Pena.


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Foto divulgação

Cena do filme “Menino Maluquinho - O Filme”, com direção de Helvécio Ratton.

Os poucos filmes produzidos na cidade são, muitas vezes, curtas-metragens, sendo comuns filmes que expressam cenas do dia a dia, o chamado cinema popular. Dentre os cineastas de destaque, que realizam filmes de longa metragem, cabe destacar os nomes de Helvécio Ratton, responsável pelo sucesso do filme O Menino Maluquinho, e Elza Cataldo, diretora do filme Vinho de Rosa, que mescla história e ficção sobre as mulheres que participaram da Inconfidência Mineira. No plano dos filmes documentais, há que se referir a Aluísio Salles Jr., que se dedica atualmente a um projeto sobre o Presépio do Pipiripau.

1991 • Segundo o IBGE, BH possui uma população feminina maior do que a masculina. São 1.084.737 mulheres e 964.164 homens.

1992 • BH é a primeira cidade brasileira a implantar, no setor de informática, programa e sistemas de geoprocessamento.

• Feira de comida típica da Praça da Liberdade é transferida para a Avenida Bernardo Monteiro.

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Foto: Fabiana Pinheiro


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Primeiro número do Suplemento Literário. Acervo ICAM


Ao longo dos anos, sucederam-se muitos outros intelectuais e poetas, como Fernando Sabino, Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende, Ziraldo e Paulo Mendes Campos. Na geração seguinte, o crítico Fábio Lucas, o romancista Rui Mourão e o poeta e ensaísta Affonso Ávila lançam, em 1951, a revista Vocação, semente da revista Tendência. De filiação nacionalista e concretista, Tendência circulou a partir de agosto de 1957 e manteve um contato de vanguarda com o concretismo paulista. Para se contrapor à hegemonia de Tendência, os romancistas Ivan Ângelo e Silviano Santiago – o último, também poeta e ensaísta - lançaram a revista Complemento. A revista durou quatro números, entre 1956 e 1958, e contava com a colaboração de críticos de cinema (Maurício Gomes Leite e Flávio Pinto Vieira), artes plásticas (Frederico Morais), teatro (João Marschner) e música (Ezequiel Neves), e este grupo ficou conhecido como a “Geração Complemento”.

1993 • 27/09 – Inaugurada a linha de trem BH-Vitória, com vagões especiais para transportes de carros, bicicletas, animais, etc. 1994 • Prefeitura lança Projeto da Rua da Bahia, que pretende revitalizar uma das ruas mais tradicionais de BH.

• Prefeito Patrus Ananias cria o orçamento participativo, uma forma nova e revolucionária de governar.

• Cine Art Palácio, na Rua Curitiba, é desativado e transformado em um shopping.

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esde as suas primeiras décadas, a cidade já demonstrava sua vocação cultural na área da literatura. Jovens idealistas e poetas, na década de 1920, incorporavam-se à Rua da Bahia, a principal via da cidade na época. Foi nessa década que surgiu, em Belo Horizonte, a geração de escritores de raro brilho, que iria se destacar no cenário nacional, dentre eles Carlos Drummond de Andrade, Ciro dos Anjos, Pedro Nava, Alberto Campos, Emílio Moura, João Alphonsus, Milton Campos, Belmiro Braga e Abgar Renault, que se encontravam no Bar do Ponto, na Confeitaria Estrela ou no Trianon para produzir os textos que revolucionaram a literatura brasileira. Em 1925, Carlos Drummond de Andrade e seus companheiros lançaram A Revista que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Mais tarde a figura feminina da poeta Henriqueta Lisboa manterá longa correspondência com Mario de Andrade.

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Literatura


Foto: Brenda Marques

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96 Grupo de esculturas “Encontro Marcado”, de Leo Santana, bronze, 2009. Sentados: Fernando Sabino e Otto Lara Rezende, de pé: Paulo Mende Campos e Hélio Pellegrino. Em frente a Biblioteca Pública do Estado.

Cabe destacar Roberto Drummond, que se iniciou no jornalismo na extinta Folha de Minas. Seu maior sucesso foi o romance Hilda Furacão, publicado em 1991 e adaptado para a televisão em 1998 numa minissérie da Rede Globo. Lançado em 3 de setembro de 1966, e em circulação até hoje, o Suplemento Literário do Minas Gerais faria época. Todos os grandes escritores e críticos literários, vindos de antes ou recém-revelados, passaram pelas páginas daquele caderno cultural, que circulava aos sábados, sob a orientação, direta ou indireta, do grande contista Murilo Rubião (19161991). Os jovens escritores, reunidos nos anos iniciais em torno de Rubião, receberam o epíteto de “Geração Suplemento”: Márcio Sampaio, José Márcio Penido, Vladimir Diniz, Jaime Prado Gouvêa, Adão Ventura, Henry Corrêa de Araújo, Paulinho Assunção, Luiz Vilela e Sérgio Sant’Anna, entre outros. Neste período, final dos anos 1960 e princípio dos anos 1970, circularam várias revistas em Belo Horizonte, a maioria de curta duração, como Ptyx, Vereda, Texto, Pró-Textos e Porta.

1995 • 31/03 – A Serra do Curral é escolhida em concurso como símbolo de BH.

• BH perde mais dois cinemas: o Royal, na Avenida Afonso Pena, e o Odeon, na Avenida do Contorno, 1328.

• As casas de Bingo proliferam. A nova mania ameaça o fechamento de cinemas importantes, como o Brasil e o Pathé.

1996 • A Prefeitura tomba 300 imóveis no Bairro Floresta. A idéia seria preservar as características históricas do bairro.

• A Prefeitura prepara projeto para transformar a Praça da Estação em Centro Cultural.

• 27/08 – Conjunto da Pampulha passa a ser considerado Patrimônio Artístico Nacional pelo IPHAN.


Fernando Sabino. Coleção Particular.

Henriqueta Lisboa Coleção Particular.

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Carlos Drummond de Andrade. Coleção Particular.

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Affonso Ávila. Coleção Particular.

Roberto Drummond Coleção Particular.

1997 • Prestes a ter suas obras de reforma finalizadas, ocorre um incêndio no Palácio das Artes, destruindo grande parte do Grande Teatro. São angariados fundos de diversas entidades, empresas e artistas em apoio à Fundação Clóvis Salgado.

• Após finalizadas as reformas, é inaugurado novo espaço cultural no prédio da Serraria Souza Pinto.

Laís Correa de Araújo Coleção Particular.

• BH sedia o Encontro das Américas. Os assuntos aqui discutidos ficam registrados como “Carta de Belo Horizonte”.

• BH passa a ser considerada o terceiro polo nacional de teatro.


Foto: Brenda Marques

Foto: Brenda Marques

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Palรกcio das Artes

Teatro Francisco Nunes


Há outros grupos artísticos brasileiros notáveis que têm sua origem em Belo Horizonte, como o Grupo Primeiro Ato e o Grupo Corpo, que é talvez o mais famoso grupo de dança contemporânea do país; foi criado na cidade em 1975, excursionando e sendo aclamado por plateias em todo o mundo. Grandes atores da televisão e do teatro são oriundos de Belo Horizonte, como Débora Falabella, Ísis Valverde e Gustavo Winter.

Já se tornou uma tradição na cidade a realização de encontros, mostras e festivais artísticos. Anualmente, são realizados o Festival Internacional de Teatro de Bonecos, o Festival Internacional de Dança (FID), o Festival Internacional de Corais (FIC), o Festival de Arte Negra (FAN), o Festival Internacional de Curtas e a Mostra de Cinema Mundial - Indie Brasil. Bienalmente, são realizados o Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua (FIT-BH), o Encontro Mundial de Artes Cênicas (ECUM), o Encontro Internacional de Literaturas em Língua Portuguesa, o Festival Mundial de Circo do Brasil (FMCB) e o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ). Além desses, a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança acontece nos meses de janeiro a março, quando dezenas de peças teatrais são oferecidas a preços populares ao público, levando um grande número de pessoas aos teatros da capital mineira.

• Uma rádio clandestina é instalada: a Rádio Favela.

• Em julho, o Café Pérola fecha as portas e, em seu lugar, é instalada uma loja do McDonald’s.

1998 • A BHTRANS é a pioneira no Brasil ao promover a licitação de concessões para táxi (1995) e de todo o sistema de transporte coletivo municipal (1998), e ao criar uma Unidade Integrada de Trânsito (UIT) em parceria com a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais - PMMG.

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o teatro, o maior expoente é o Grupo Galpão que se especializou principalmente em teatro de rua, tendo participado de inúmeros festivais internacionais. Destaca-se também, o Giramundo - teatro de bonecos. Criado em 1970, por Álvaro Apocalipse.

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Teatro e dança


Foto: Bianca Aun

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Grupo Galpão. Espetáculo “Coletivo Público”


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Fotos: José Luiz Pederneiras

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Grupo Corpo em “Maria Maria”, “Breu”, “Paralelo”, “Bach”, “CR3”, “Lecuona”, “Nazareth”


Foto: Brenda Marques

Foto: Brenda Marques

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II Arraial do Boi Rosado. 2011

Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena. 2011


Durante períodos festivos também há diversas atividades e eventos realizados, como as apresentações do Carnaval de Belo Horizonte, quando são realizadas diversas oficinas, concursos de fantasias, desfiles e outras atividades. Também há apresentações especiais nos teatros da cidade dedicadas às crianças no mês de outubro. São realizadas exibições de vídeos, oficinas, exposições, circo e teatro que compõem a programação especial dedicada exclusivamente a elas, em comemoração ao dia 12 de outubro. Há, em novembro, o Festival de Arte Negra (FAN), promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Fundação Municipal de Cultura. O projeto integra um conjunto de ações no plano das políticas públicas com o fim de discutir, combater e superar os problemas que historicamente excluem a população negra de Belo Horizonte e de todo o país da pauta básica de direitos conferidos pela condição de cidadania, reunindo ainda artistas, grupos e estudiosos brasileiros e de outros países da diáspora negra. Outra comemoração de destaque é a do aniversário de Belo Horizonte, que, mesmo sendo em 12 de dezembro, conta com eventos durante vários dias.

• Criado pelo Grupo Galpão, em 1998, o Galpão Cine Horto torna-se um centro cultural especializado em teatro, cujas atividades fundamentam-se no modelo de atuação do teatro de grupo.

• A Copa Centenário de Futebol Amador Wadson Lima é criada pela Prefeitura de Belo Horizonte, na sequência das comemorações do centenário, e se consolida como o maior campeonato de futebol amador do Brasil.

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a área folclórica de Belo Horizonte destaca-se a realização de exposições e eventos abertos ao público. Vários grupos, como o Grupo Aruanda, conhecido internacionalmente como Voluntários da Cultura, fazem trabalhos árduos de pesquisa, preservação e divulgação do folclore nacional. São mais de 100 danças pesquisadas em todas as regiões do país e mais de 3 000 espetáculos realizados no Brasil e no exterior pelo Aruanda, o que qualifica o grupo como referência nacional em manifestações populares. Em várias dessas apresentações pelo Brasil e pelo mundo, são divulgadas as belezas da capital mineira.

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Tradições e folclore


Foto: Brenda Marques

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Escultura em ferro de Amilcar de Castro na praรงa da Assembleia. 2011


A Escola Guignard, dirigida pelo artista Alberto da Veiga Guignard, formou artistas importantes no circuito mineiro, nacional e internacional das artes plásticas. Destacam-se Amílcar de Castro, Farnese de Andrade, Leda Gontijo, Franz Weissmann, Mary Vieira, Maria Helena Andrés, Mário Silésio, Yara Tupynambá e Inimá de Paula. Hoje a cidade possui grande quantidade de museus e galerias de arte, que exibem uma parte da história da arte moderna brasileira. Destacam-se o Museu de Arte da Pampulha, que é integrante do Conjunto Arquitetônico da Pampulha e enfoca tendências artísticas variadas em mostras, pesquisa e conceituação, sendo seu acervo composto por obras da arte contemporânea brasileira; o Museu Histórico Abílio Barreto, cujo acervo é um conjunto de itens que constitui um texto múltiplo e revelador dos vários sentidos e trajetórias da cidade, expondo documentos textuais, iconográficos, bidimensionais e tridimensionais, referentes às origens, formação e desenvolvimento de Belo Horizonte; e o Museu de Artes e Ofícios, que é o primeiro empreendimento museológico brasileiro dedicado integralmente ao tema do trabalho, das artes e ofícios no país. Destacamos também o Museu Mineiro com importante acervo de arte colonial, e o Espaço Inhotim, o maior museu a céu aberto de arte contemporânea brasileiro, localizado nas imediações de Belo Horizonte, na cidade de Brumadinho.

No Museu de Arte da Pampulha, ainda destaca-se a realização do Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, que é um evento voltado para artistas emergentes ou em início de carreira. A intenção do projeto é criar maior engajamento do Museu com a produção emergente, propiciando, por sua vez, o contato do artista jovem com um amplo leque de leituras sobre sua obra. O processo de seleção, de âmbito nacional, resulta na escolha de dez artistas, entre os inscritos, para receber uma bolsa mensal durante um ano. 1999 • O projeto Internet Cidadã é criado pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com a Prodabel (Processamento de Dados de Belo Horizonte), com o objetivo de garantir à população acesso público e gratuito à Internet.

• É criado o Projeto Guernica, que visa abrir o debate sobre a pichação com os próprios pichadores/grafiteiros, de modo sistemático e contínuo, de maneira que não só eles explicitem suas razões, mas também possam examiná-las à luz dos conceitos fundamentais que regem o trato com a cidade, tais como os de ecologia e urbanismo.

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o princípio, as artes visuais eram bastante acanhadas em Belo Horizonte. Em 1917, fixou-se na nova capital o artista fluminense Aníbal Matos, que foi o grande fomentador de cultura até a vinda de Guignard.

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Artes visuais


Foto: Brenda Marques

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Aníbal Mattos. Coleção particular

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Nu, escultura de Zamoiski, 1943. Museu de Arte da Pampulha

2000 • Comemorado os quinhentos anos do descobrimento do Brasil com a exposição Bravas Gentes no Palácio das Artes. 2002 • Aécio Neves, neto de Tancredo Neves, é eleito governador do Estado de Minas Gerais.

2005 • O Galpão Cine Horto implanta o Centro de Pesquisa e Memória do Teatro CPMT, que reúne biblioteca e videoteca especializadas, com acervo de mais de 4 mil títulos à disposição do público. Além disso, desenvolve ações de tratamento e disseminação de informações e preservação da memória do Grupo Galpão e do Centro Cultural.


Belo Horizonte conta com uma instituição onde é lecionado o curso de artes visuais. A Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG) foi criada em 5 de abril de 1957, inicialmente sob a forma de curso de arte na Escola de Arquitetura. Foi transformada em escola e aprovada pelo Decreto-Lei nº. 62.317 de 28 de fevereiro de 1968, quando passou a constituir uma unidade do sistema básico da UFMG.

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Foto: Brenda Marques

Hoje o complexo da Praça da Liberdade abriga grandes centros culturais, como o Espaço do Conhecimento, patrocinado pela TIM e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); o Museu das Minas e do Metal, pela EBX Investimentos; o Memorial de Minas Gerais, pela Vale; o Centro de Arte Popular, pela Cemig; e o Centro Cultural Banco do Brasil. Ainda integram o circuito o Palácio da Liberdade, o Arquivo Público Mineiro, o Museu Mineiro e a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa.

O Abraço, escultura de Ceschiatti, 1943. Museu de Arte da Pampulha

• Início das obras da Linha Verde, um dos maiores conjuntos de obras da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

2006 • Aécio Neves é reeleito governador de Minas Gerais.

2007 • lançamento do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura pelo conjunto da obra, o autor distinguido é o professor e ensaísta Antonio Candido.


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Paisagem Imaginária de Minas - óleo s/ madeira, 1947 - Alberto da Veiga Guignard. Acervo Museu Casa Guignard


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Mineirão, Estádio Governador Magalhães Pinto. Acervo ADEMG


A cidade conta ainda com dois grandes estádios: o Estádio Governador Magalhães Pinto (o Mineirão), que é o maior estádio de futebol de Minas Gerais, e o Independência. Além dos estádios, Belo Horizonte possui três grandes ginásios: o Jornalista Felipe Drummond (o Mineirinho), a Arena Vivo (uma arena multiuso do Minas Tênis Clube) e o Chevrolet Hall, que atualmente é utilizado para shows e eventos culturais e artísticos. A cidade ainda é sede de vários eventos desportivos de outras modalidades, como a Volta Internacional da Pampulha, prova de disputa pedestre, com um percurso de 17.800 m., em comemoração ao aniversário de capital. Ainda no atletismo, é realizada também, desde 2008, a Meia Maratona Linha Verde, com percurso de 21 km, entre a rodovia MG-010 e a Praça Rui Barbosa. No turfe, o Hipódromo Serra Verde foi o principal hipódromo que existiu em Belo Horizonte, funcionando regularmente de 1964 a 2006 no bairro Serra Verde. O Minas Tênis Clube é uma agremiação com sede na capital mineira, fundado em 15 de novembro de 1935, e que possui destaque nacional e internacional em diversas modalidades de esportes olímpicos, sendo responsável por vários clubes de diferentes esportes. O Minas – como é chamado pela maioria dos belo-horizontinos – conta com uma equipe de voleibol masculino e feminino, além das equipes de basquetebol, de futebol de salão (futsal), de judô, de ginástica artística, de natação e de tênis. Belo Horizonte é ainda uma das 12 cidades brasileiras que serão sede dos jogos da Copa do Mundo da FIFA - Brasil 2014, e uma das subsedes dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.

2008 • Lançado em março de 2009 em parceria com a Editora Argvmentvm, o selo Edições CPMT, uma iniciativa para preservação da memória do teatro e difusão do conhecimento no campo das artes cênicas.

• Sérgio Santana ganha o Prêmio Governo de Minas Gerais de literatura pelo conjunto de sua obra.

2009 • Em agosto, é lançado o projeto “No domingo, a rua é nossa”, que tem por objetivo criar condições para que os moradores de Belo Horizonte pratiquem caminhadas, corridas e se divirtam como quiserem nas manhãs de domingo.

• Luiz Carlos Veríssimo ganha o Prêmio Governo de Minas Gerais de literatura pelo conjunto de sua obra.

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elo Horizonte é sede de dois clubes de futebol reconhecidos nacionalmente: o Cruzeiro Esporte Clube e o Clube Atlético Mineiro. Há também o América Futebol Clube, que ultimamente vem conquistando significativo destaque. O futebol feminino também vem ganhando evidência no estado.

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Esportes


Foto: Brenda Marques

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Vista noturna da praรงa Sete. 2011


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elo Horizonte é reconhecida como a capital mundial do boteco. Existem na cidade cerca de 14.000 estabelecimentos desta natureza, mais bares per capita do que qualquer outra grande cidade do Brasil. O lazer da cidade ocorre em seus milhares de restaurantes, bares e botecos. A culinária mineira é uma atração concomitante, que acompanha bem a cerveja, o chope, o vinho ou a famosa cachaça mineira. Todos os anos, no mês de abril, é realizado o festival Comida di Buteco, competição anual de bares que serve de pretexto para visitar diversos bares e botecos de BH, todas as noite, durante um mês, em busca dos melhores petiscos ou tira-gostos, como dizem os mineiros. Alguns dos 40 melhores bares disputam em categorias como higiene, temperatura da cerveja, serviço e, principalmente, o melhor tira-gosto. Os vencedores são decididos não só pelos jurados, mas também por votação popular.

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A chamada zona boêmia se concentra no centro da capital. Outros bairros que se destacam pelo lazer noturno são Savassi, Funcionários, São Pedro, Santa Tereza, Mangabeiras, São Bento, Santo Antônio, Lourdes e Serra. Há diversos restaurantes e bares temáticos que invadem as esquinas dos lugares mais badalados. Há casas noturnas, bares, pubs, cafés, casas de espetáculo e danceterias que atendem aos mais diversos públicos, dos mais conservadores aos mais vanguardistas e irreverentes. Pode-se encontrar desde um ambiente erudito e sofisticado até uma noite agitada, com muito som, ou algo rústico e popular.

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Vida noturna e culinária

2010 • É eleito o novo governador do Estado de Minas Gerais, Antônio Anastasia.

2011 • É inaugurado o circuito cultural da Praça da Liberdade.

• Silviano Santiago ganha o Prêmio Governo de Minas Gerais de literatura pelo conjunto de sua obra.

• É inaugurado o prédio próprio do Instituto Cultural Amilcar Martins com mais de 7.000 obras raras sobre Minas Gerais e biblioteca Mineiriana contemporânea.

• Affonso Ávila ganha o Prêmio Governo de Minas Gerais de literatura pelo conjunto de sua obra.


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Museu Histórico Abílio Barreto. 2011 Foto: Brenda Marques


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Foto: Brenda Marques

Cartão Postal. F. Soucassaux, 1904. Coleção particular

Coreto do Parque Municipal. 2011


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Símbolo do Automóvel Clube. de Minas Gerais Foto: Brenda Marques

Este livro foi impresso na Gráfica Formato, no formato 21x28cm, em papel couchê fosco 150g, 2 cores, com fonte PT Sans. Belo Horizonte, setembro de 2011




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