Catálogo da exposição "Cidades Abstratas"

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Construção Construction Pintura sobre tela Painting on canvas 100 x 100 cm 2002


Centro Cultural Sesc Glória apresenta a exposição presents the exhibition

De 10 de abril a 14 de julho de 2019 April 10 to July 14, 2019



JOÃO CÉSAR DE MELO

Centro Cultural Sesc Glória Vitória - ES 2019


“Cidades Abstratas” (“Abstract Cities”) presents drawings and paintings made by the artist over the course of 20 years. With a background in architecture, De Melo uses Vitória’s historic distric as his reference. Throughout his career, he has experimented with various ways to represent elements he comes across in the heart of the capital as part of a constant exercise in “balance and unbalance” and “order and disorder”: small and big objects, empty and dense areas, textures, large gables, connection and support elements, or just contemplative ones. The exhibit gathers several series and an exclusive panel painted in loco. Even though each series is visually unique, they all relate to one another and use the same connections, the same play on fullness and emptiness, weight and counterweight. The artist sees each work — drawing, canvas and panel — as a “structural exercise”, a recurring term to describe his work. With this exhibition, Centro Cultural Sesc Glória reinforces its commitment to giving voice to the artist and valuing local art and culture, while also celebrates five years of uninterrupted activities.


“Cidades Abstratas” apresenta desenhos e pinturas feitos pelo artista João César de Melo ao longo de mais de 20 anos. Com formação em arquitetura, De Melo tem como referência o Centro de Vitória. Em sua trajetória, experimentou formas distintas de representar elementos que percebe no coração da capital, num constante exercício de “equilíbrio e desequilíbrio”, “ordem e desordem”: objetos pequenos e grandes, áreas vazias e densas, texturas, grandes empenas, elementos de conexão, de apoio, ou apenas contemplativos. A exposição reúne diversas séries e um painel exclusivo, pintado in loco. Embora cada série se apresente visualmente diferente, todas se relacionam e utilizam as mesmas conexões, o mesmo jogo de cheios e vazios, pesos e contrapesos. Para o artista, cada trabalho — desenho, tela ou mural — configura-se como um “exercício estrutural”, termo recorrente em seu vocabulário. Com esta exposição, o Centro Cultural Sesc Glória reafirma seu compromisso de dar voz ao artista e valorizar a arte e a cultura locais, celebrando cinco anos ininterruptos de atividades.


This trajectory of twenty years included quite a few closed doors, but also many people who, one way or another, offered to help. Like the exhibition documented in this book, my journey so far can be split into two halves: the first one (1999-2008) corresponds to my years as an architecture graduate at Ufes and lived in Vila Velha; the second one (2008-now) covers my time living and working in Santos (SP). Regarding the first phase, I must thank countless friends, colleagues and teachers who encouraged me and supported my exhibitions. Special thanks go to Renatinha, Giovana and Tania for their support during hard times. Regarding the second half of my trajectory, I’d like to thank my friends who have stayed by my side, despite life’s ups and downs, Arte André Gallery, who welcomed me when I first settled in São Paulo, and the people who have been in touch to buy my paintings. I’d like to thank Sesc and Centro Cultural Sesc Glória as well for the invitation and trust, the production team and their professionalism and, of course, my mother, who gave me paper and pen to draw even before I could write my name. JOÃO CÉSAR DE MELO


Estes vinte anos de trajetória foram feitos com um grande número de portas fechadas, mas também com muitas pessoas que, de uma forma ou de outra, sempre tentaram me ajudar. Como na exposição documentada neste livro, minha caminhada até aqui pode ser dividida em duas metades: a primeira (de 1999 a 2008), enquanto estudava arquitetura na Ufes e morava em Vila Velha; a segunda (de 2008 até aqui), morando e trabalhando em Santos (SP). Da primeira, devo agradecimentos a um incontável número de amigos, colegas e professores que incentivaram meu trabalho e prestigiaram minhas exposições. Minha especial gratidão a Renatinha, Giovana e Tania, pelo apoio em momentos muito difíceis para mim. Da segunda metade de minha trajetória, agradeço aos amigos que continuaram comigo, apesar das curvas da vida, à Galeria de Arte André, que me acolheu logo no começo em São Paulo, e às pessoas que me procuram para comprar minhas pinturas. Preciso agradecer ainda ao Sesc e ao Centro Cultural Sesc Glória, pelo convite e pela confiança, à equipe de produção, pelo profissionalismo, e, claro, à minha mãe, que, muito antes de eu saber escrever o meu nome, já me dava papel e canetas para desenhar. JOÃO CÉSAR DE MELO







DA CONTEMPLAÇÃO DO PRÓPRIO ESQUELETO AO VOO MÁGICO “FROM CONTEMPLATING ONE’S OWN SKELETON TO THE MAGIC FLIGHT”

Adriana Magro


In “Truth and Lies in a Nonmoral Sense”, Nietzsche shows that truth and lie stem from “herd life”. He calls truth what lives in and preserves the herd while lie is what differs from the herd and, therefore, threatens it. But it’s not the concept of truth that gives meaning to things; it is the experience. One does not search for “truth” or even a classic narrative in the exhibition Cidades Abstratas (‘Abstract Cities’). What it gives us is an experience. In this case, one must discuss the very nature of experience, since we are guided by “truths” or “lies”. Experience itself imparts meaning. What is experience? And which sense do we refer to? These questions are not casual, they move towards a moment of discursive instability in which different concepts can be easily interchanged and used at no cost. More than using fashionable words suggesting social and cultural changes, immersing oneself in the experience would be, according to Larrosa, what touches us, and not that which passes and crosses us, what hits us with an invitation to shift our gaze, posture and our condition in the world. The experience would be a diversion, a change of course from what had been established, pointing to different pathways. The education program for the show is inspired by that way of looking at things. It acknowledges that while we write, we think and practice educational actions, we transform what we already know and explore other ways of existing. If something between knowing and learning moves us, it is because there is the possibility of this act to break us free from certain truths and lies and to lead us towards being others to become subjects of experience. With all these questionings in mind, we contemplate our skeleton and take magical flights in the experience, fully aware that it is singular and intermittent. Therefore, what we learn about the experience is when it is linked to the experience of the individual who lived through it. The fact that comes from experience may be an ordinary one. However, the experience itself is not. 14


No texto “Verdade e mentira no sentido extramoral”, Nietzsche elucida que a verdade e a mentira advêm da “vida no rebanho”. Chamaria então de verdade aquilo que habita e conserva o rebanho, e mentira aquilo que seria diverso do rebanho e, logo, o ameaçaria. Mas não é a ideia de verdade que dá sentido às coisas, e sim a experiência. Não se busca uma “verdade” ou até mesmo uma narrativa clássica na exposição Cidades Abstratas. O que ela nos dá é a experiência. Nesse caso, há que se discutir também o caráter da experiência, já que não nos baseamos “nas verdades”, tampouco “nas mentiras”. A experiência então atribui sentido. O que é a experiência? E a qual sentido nos referimos? As perguntas não são casuais, elas caminham ao encontro de um momento de instabilidade discursiva, no qual diferentes conceitos podem ser facilmente intercambiáveis e utilizados sem ônus nenhum. Mais do que utilizar palavras “da moda”, que sugerem mudanças sociais e culturais, mergulhar na experiência seria, segundo Larrosa, o que nos toca, e não aquilo que passa ou atravessa, e sim aquilo que fica como proposição para um deslocamento do olhar, da postura e da sua própria condição no mundo. A experiência seria então um desvio, uma mudança de curso do que já estava estabelecido, indicando outros caminhos. Nessa vertente, nasce o programa educativo da exposição, para o qual, ao mesmo tempo em que escrevemos, pensamos e praticamos ações educativas, transformamos o que já sabemos e nos desviamos para outros modos de existência. Se alguma coisa entre saber e aprender nos movimenta, é porque há a possibilidade de esse ato nos libertar de certas verdades ou mentiras e nos conduzir a fim de sermos outros, agora, sujeitos da experiência. Com essas inquietações, contemplamos nosso esqueleto e alçamos voos mágicos na experiência, sabendo que ela é singular e descontínua. Portanto, o que se sabe pela experiência só se sabe quando ela está interligada com o indivíduo que a vivenciou. O acontecimento que advém da experiência pode ser comum; no entanto, a experiência não o é.


I.

Is there a right moment to have the teacher/learner experience? After all, how do we learn? Ranciére digs out the “third term” in which “[...] Within the scope of the emancipation logic there is always, between the ignorant master and the emancipated learner, a third thing – a book or any other writing, something that is alien to both and which they can address to check what the student has already seen, says of what he or she has seen and thinks of what he or she has seen” (p.24). The ‘third thing’, presented in the quote above as something that causes surprise in the parts involved, who will pore over the emancipation of the knowledge, in this case the exhibition Cidades Abstratas (‘Abstract Cities’), by João César de Melo. De Melo’s retrospective exhibit shows 80 pieces, including paintings, drawings, studies and a mural, which were developed specifically for the show. The exhibit gathers 20 years of his artistic output, and it aims at provoking and questioning the viewer about the elements that make up the show, raising themes that unite it into a cohesive whole. Regarding Cidades Abstratas (‘Abstract Cities’), various meanings can be given to it. The viewer’s experience can range from the relationship with Calvino’s Invisible Cities, imagined, invented, subjective, prescriptive, directive, projected, inhabited, finished or harassment cities to other meanings from other spheres, such as memory, history, feelings, differences, trajectories, dynamics, dreams and loneliness. It will not be possible to foresee which pathway will be chosen at the junction of senses between all agents who enter the experienced scene. Some of these are: the viewer, the work, the educational cultural mediation, the deliverer of the educational curatorship and the space itself. But it is possible to foresee that the cities here presented, depicted or invented are, then, our object of education, and to educate in difference implies accepting non format and thus, avoiding regulating thought, language and sensitivity during the educational act. Along these lines, looking at this whole impregnated with meanings would also be akin to looking at oneself and recognizing one’s own skeleton, its structure, culture, point of view and previous knowledge. This way, we can establish the commitment of its moments of synthesis as learner/ 16


I.

Haveria um momento certo ou adequado para viver a experiência do aprendente/ensinante? Afinal, como aprendemos? Ranciére suscita o “terceiro termo” em que “[...] No âmbito da lógica da emancipação existe sempre, entre o mestre ignorante e o aprendiz emancipado, uma terceira coisa – um livro ou qualquer outro texto escrito -, algo que é estranho tanto a um como a outro e a que ambos podem remeter-se para verificarem em comum aquilo que o aluno viu, aquilo que diz do que viu e o que pensa do que viu” (p. 24). A “terceira coisa”, apresentada na citação como algo que provoca estranheza aos envolvidos, sobre a qual vão se debruçar na busca da emancipação do/no/com o conhecimento, neste caso, é a exposição Cidades Abstratas, de João César de Melo. Numa mostra retrospectiva, De Melo apresenta 80 trabalhos, entre pinturas, desenhos, estudos e um mural, desenvolvido especificamente para a exposição. A expografia reúne uma amostra de seus 20 anos de produção artística, propondo-se a provocar e questionar o espectador sobre os elementos constituidores da exposição, traçando temas que a unem num todo de sentido. No que tange às Cidades Abstratas, muitos podem ser os seus sentidos atribuídos. As experiências dos espectadores podem atravessar desde a relação com Cidades Invisíveis, de Calvino, a cidades imaginadas, inventadas, subjetivadas, prescritivas, diretivas, projetadas, povoadas, acabadas ou hostilizada, entre tantos outros, até os sentidos advindos de demais esferas, como da memória, história, afetos, diferenças, trajetos, dinâmicas, sonhos, solidão etc. Não é possível prever qual caminho será percorrido no imbricamento de sentidos entre todos os actantes que entram na cena experienciada, sendo alguns deles: o espectador, a obra, a mediação cultural educativa, o sujeito disparador da curadoria educativa e a espacialidade. Mas é possível antever que as cidades ora apresentadas, figuradas ou inventadas, são, então, nosso objeto de educação, e educar na diferença implica aceitar o não formato e, assim, não regular o pensamento, a linguagem e a sensibilidade no ato educativo. Nessa esteira, olhar para esse todo repleto de sentidos seria também olhar para si mesmo e reconhecer seu próprio esqueleto, sua estrutura,


teacher. Synthesis comes from the Greek word synthesis, suggesting a unification, a search for organization of a meaningful whole. Not the truth, but one meaning. Not just any meaning, but the one that touches. Departing from this point of view and going beyond, learning the meaning of experiences can establish knowledge types in the perspective of an education conceived as a constitution of social, cultural, political and sensitive subjects. The educational process in exhibition spaces takes place as an act, that is, it starts the moment when the viewer takes themselves to that space and makes themselves available to dialogue with what is on display. Therefore, according to Santos, the notion of intentionality in this context allows a critical re-reading of the relationship between subject and action, which then transforms the differentiation, the segregation and the diversion into an unconquerable tension between object and subject. “[...] But the notion of intentionality is not only valid to review the production of knowledge. This notion is equally capable of the contemplation of production and the production of things, which are considered to be the result of the relationship between man and the world, man and their surroundings. [...]” (p. 90). For the production of education in exhibition spaces, both the notion of intentionality aiming at revising the production of knowledge and the notion of the result of the relationship between men and the world, as Santos states, is relevant that it reveals to us as educational processes related to the exhibition Cidades Abstratas (‘Abstract Cities’). The first pitches a place of sensitive hearing so that different cultures converging there can juxtapose and not oppose. The production of knowledge types allow a range of sensorial crisscrossing which, when coupled with the knowledge of the very nature of knowing, allow for a shift of state. The second may stem from this change of state and place the different subjects of the educational action in a new mode of being in the world, establishing new consonances and dissonances with themselves and with their surrounds. 18


cultura, ponto de vista e saberes e, assim, estabelecer o compromisso de seus momentos de síntese como aprendente/ensinante. Síntese proveniente do grego synthesis, que nos indica uma composição, uma unificação, uma busca de organização de um todo de sentido. Não uma verdade, mas um sentido. Não qualquer sentido, mas aquele que o toca. A partir desse ponto de vista, e para além dele, apreender o sentido das experiências pode estabelecer conhecimentos na perspectiva de uma educação compreendida como constituição de sujeitos sociais, culturais, políticos, subjetivos e sensíveis. O processo educativo em espaços expositivos acontece em ato, ou seja, se dá a partir do momento em que o espectador se desloca até o espaço e se propõe a dialogar com os atravessamentos ali expostos. Assim, a noção de intencionalidade, nesse contexto, segundo Santos, permite uma releitura crítica da “relação entre sujeito e ação”, que então transforma a diferenciação, a segregação e a divergência em uma insuperável tensão entre o objeto e o sujeito. “[...] Mas a noção de intencionalidade não é apenas válida para rever a produção do conhecimento. Essa noção é igualmente eficaz na contemplação de produção e de produção das coisas, considerados como um resultado da relação entre o homem e o mundo, entre o homem e o seu entorno. [...]” (p. 90). Para a produção da educação em espaços expositivos, tanto a noção de intencionalidade com objetivos de rever a produção de conhecimento quanto aquela sobre o resultado da relação entre os homens e o mundo, como afirma Santos, interessam ao que nos revela como processos educativos pertinentes à exposição Cidades Abstratas. A primeira, no sentido de estabelecer um lugar de escuta sensível para que as diferentes culturas que habitam as relações ali estabelecidas possam se justapor, e não se contrapor ou sobrepor. A produção de conhecimentos permite uma gama de atravessamentos de sentidos que, aliados aos saberes da própria natureza do acontecimento, proporcionam uma mudança de estado. A segunda pode advir dessa mudança de estado e colocar os diferentes sujeitos da ação educativa num novo modo de estar no mundo, estabelecendo novas consonâncias e dissonâncias consigo mesmo e com seu entorno.


II.

A lot has been said about the viewer and the work of art. It wouldn’t be advantageous to refer to the different debates about the way an object of art establishes itself as such through the possibility of its fruition or the autonomy of art when exposed to the public, among many others. The same can be said about the processes of cultural educational mediation as strategies of access and related activities of the exhibition for the visiting public as well as the curatorial concept in which the curators work autonomously on the exhibition in question as well as others. All the issues about the theme, the ones mentioned above as well as the absent ones, are of interest. However, unlike the aforementioned elements, which have already been amply discussed, spatiality as an educational cultural element is a more recent discussion. This way, expressions that often appear vague, such as living and feeling, correspond to the relationship between the subject and the space or the ways that space is used. We cannot say such statements are conscious or not, but certainly are significant. Therefore, every space where people act cannot be defined only by the qualities that it produces and expresses, but also as a special language, in units that constitute both space of sensitive experiences and a process of precious production of objects and the constructed systems, which force and observe the “establishment of sensorial isotopies”. Classically, space articulates itself around pre-fixed categories such as interiority vs. exteriority, closing versus opening, fixity versus mobility. All of these categories and many others are constructed from a point which, in our view, is the subject itself in an individual action or from the collectivity proposed by the mediation plan and its strategies. The understanding of space goes from mythology to geometry, with the discovery of perspective and proportion. This way, concepts such as the straight line, angles, points, volumes and other measurements are created. However, the focal point here is the issue of “lived space” because the relative autonomy of verbal, visual and spatial languages does not mean the formation of independent knowledge types that would be “lived” separately in the special relationships within the environment of the art show. It would be necessary to understand this spatiality as a language and present it as more than an element of cultural intervention where 20


II.

Muito já se discutiu sobre o espectador e a obra de arte. Não seria profícuo recuperar aqui os diferentes debates sobre o modo como o objeto de arte se estabelece como tal pela possibilidade de sua fruição ou sobre a autonomia da arte quando exposta ao público, entre tantos outros. O mesmo se pode dizer em relação aos processos de mediação cultural educativa como estratégias de acesso e desdobramentos da exposição ao público visitante, e também como recorte de pesquisa curatorial, na qual o núcleo de sujeitos que desfere tal curadoria educativa atua autonomamente sobre e com a exposição em questão e as demais. Todas as questões acima e aquelas aqui ausentes sobre o tema interessam. No entanto, diferentemente dos elementos já citados, sobre os quais já se avolumam muitos debates, a espacialidade como elemento cultural educativo começa a surgir recentemente. Desse modo, expressões muitas vezes parecendo vagas, como viver e sentir, correspondem à relação do sujeito com o espaço ou aos modos de uso do espaço. Não se pode dizer que tais afirmações são conscientes ou inconscientes, mas sim que são significantes. Assim, todo espaço onde há ação de pessoas não pode ser definido somente pelas qualidades que produz e expressa, mas também como linguagem espacial, em unidades que se constituem tanto como espaço de experiências sensíveis como processo de produção prévia dos objetos e dos sistemas construídos, que abrigam e observam o “estabelecimento das isotopias sensoriais”. O espaço, de modo clássico, se articula em torno de algumas categorias já determinadas, como: interioridade vs. exterioridade, fechamento vs. abertura e fixidez vs. mobilidade. Todas essas categorias, e tantas outras, são construídas a partir de um ponto, que, a nosso ver, é o próprio sujeito numa atitude individual ou a partir da coletividade proposta na mediação e suas estratégias. A compreensão do espaço vai da mitologia à geometria, com a descoberta da perspectiva e da proporção, desse modo os conceitos vão sendo criados, como a reta, os ângulos, o ponto, os volumes e demais grandezas. No entanto, o interesse aqui assenta na questão do “espaço vivido”, pois a relativa autonomia entre as linguagens, verbal, visual e espacial, não significa a formação de conhecimentos independentes que seriam “vividos” separadamente nas relações espaciais nos ambientes de exposição artística.


subjects interact, as possible social practice that can be communicated and interpreted and which often is a unit of global and coherent meaning understood through its complexity that produces and expresses meaning. The space, as we see it, presents itself as a determining element of the Cidades Abstratas (‘Abstract Cities’) exhibition. We can see it and feel it in different ways, through the curatorial practice itself to the whole set of the exhibition, the spatial element present in each work being attributed to the dialogues therein established. The artist curated the show himself. During the last 20 years of João Cesar de Melo’s production, one or more examples of various series he made are on display, thus marking it temporally and aesthetically. The selected works are shown to the viewer from the current year of 2019 back to the year 1999, when the artist started his career. In keeping up with the curatorial thinking, the exhibition design offers viewers a pathway of aesthetic experience which goes through more recent pieces created exclusively for the show housed at Carlo Crepaz gallery at Sesc Glória, in the historic district of Vitória (ES). It is presented as mural of around 322 by 171 centimeters. It greets the viewer even before he or she enters the exhibition space, before they move to the period when he was an architecture graduate. The mural piece (‘Untitled’), is shown alongside the exhibition’s general titles and its production credits. With great emphasis on white blocks, the mural allows the viewer to retain, dislocate and exonerate; it allows us to see the other elements that share the viewer’s attention and leads them to the main room. It received a different color treatment. Unlike the color presented here, it imposes itself and makes the scene denser. It also makes us deny the muralist face of the artist and experiment with his artistic output on the screen. The dimensions found in this set are 30 x 40 cm and 200 x 100 cm. This space includes pieces made between 2018 and 2010. Altogether, there are 24 pieces from a growth period with evidence of aesthetic maturing as well as research in colors and shapes. We see that the works complete each other and form a unity of established senses through the organization of its elements and spatial distribution. 22


Seria necessário compreender a espacialidade também como linguagem e assumi-la como mais que um elemento de intervenção cultural em que interagem alguns sujeitos, como prática social passível de comunicação e interpretação que, muitas vezes, sozinha, já é uma unidade de sentido global e coerente entendido na e pela sua complexidade produzindo e manifestando sentido. O espaço, agora como o vemos, apresenta-se como elemento determinante na exposição Cidades Abstratas. Podemos vivê-lo e senti-lo de diferentes modos, perpassando da própria prática curatorial, no conjunto da exposição, o elemento espacial presente em cada obra ao sentido atribuído nos diálogos ali estabelecidos. A curadoria foi realizada pelo próprio artista. Durante os últimos 20 anos de trabalho de João Cesar de Melo, um ou dois exemplares das diversas séries por ele realizadas apresenta-se na exposição marcando temporalmente e esteticamente um período. As obras designadas apresentam-se ao espectador a partir do ano corrente, 2019, até o ano de 1999, início de sua carreira como artista. Em concordância com a curadoria, a expografia postula ao visitante um percurso de apreensão estética que perpassa da obra mais recente, criada exclusivamente para a exposição sediada no Espaço Expositivo Carlo Crepaz do Sesc Glória, no Centro de Vitória (ES), apresentada como um mural de aproximadamente 322 por 171 centímetros, que recebe o espectador antes mesmo de adentrar ao espaço expositivo, até sua primeira obra, quando ainda cursava arquitetura. A obra/mural, sem título, apresenta-se ao lado do título geral da exposição e dos créditos de sua realização. Privilegiando grandes áreas brancas, o mural permite que o olhar do espectador trabalhe com retenção, deslocamento e exoneração; o que nos dá a ver os demais elementos que dividem a atenção do espectador e o conduz ao salão principal. Nele, outro tratamento cromático foi dado. Diferentemente da cor ora apresentada, agora ela se impõe, densificando a cena. Também nos faz abnegar a face muralista do artista e experimentar sua produção artística sobre tela. As dimensões presentes nesse conjunto variam de 30 x 40 centímetros até algumas de 200 x 100 centímetros, sendo destinadas a esse espaço as obras que competem ao interstício de 2018 ao ano de 2010.


However, the space is more fluid along the production years here presented. The viewers can move their bodies in various directions and create relations of contrast and similarities between the set of works on display as well as adjust new senses to the experiences already lived in art, the city, architecture and all the knowledge acquired there. The distancing/approaching factor that the viewer can establish with the works allows for the learning of senses. Still in the exhibition room, we find yet another room that suggest another way of enjoyment, both for its structural qualities and the set of works it houses. From the large and spacious room, we undergo a spatial experience of proximity and its surrounding. Narrow and long, this space dilates the works as it shows them very close to each other and with very little distance between those immediately opposite and, consequently, behind the viewer. The 2015-1999 bracket comprises 55 pieces. In this period, one can notice a very unusual support João Cesar de Melo uses, namely cardboard boxes used to carry everyday objects. As we advance spatially, we get closer to the artist’s early career, consolidating the retrospective aspect of the show. At the end of this space, we find a rectangular table of 136 x 86 centimeters, whose content is protected with an acrylic piece. Sketchbooks, brushes, ink jars, books and catalogues rest on the table. The view must lower the gaze in a reverential attitude to look at them. There, one can install a deific, similarly to the poetic roots of the artist, highlighting the importance of colors, straight drawing lines from which his work seeks inspiration and filled-in shapes. When raising the eyes, it is possible to see the first works by the artist, still figuratively inclined. Now they give the viewer, when he or she turns their back to the set, a panorama of the artist’s artistic output and the way his poetics has changed over the last 20 years. During the visit, the viewer goes through a tapering space that leads them to the ephemeral, that is, the drawing in various studies and pigment color. When the visitor makes their way back, they will find in the more recent production of the artist those same elements, now organized into large-scale compositions, which invite the viewer to enjoy them. The city is an inspiration, but abstraction is a magical flight that allows experience and feeling. So, where do Cidades Abstratas (‘Abstract Cities’) take us now? 24


Ao todo, são 24 obras que se apresentam como período profícuo de produção entre o seu amadurecimento estético e sua pesquisa em cores e formas. Nota-se que aqui que as obras dialogam entre si constituindo uma unicidade de sentidos estabelecidos pela organização de seus elementos e distribuição espacial. No entanto, o espaço é mais fluido nesses anos de produção ora apresentados. Os espectadores podem movimentar seus corpos em várias direções e criar relações de contrastes e semelhanças entre o conjunto exposto, bem como ajustar novos sentidos aliados às suas experiências já vividas em torno da arte, da cidade, da arquitetura e de todo saber advindo daí. O fator distanciamento/aproximação que o visitante pode estabelecer com as obras permite também que se apreendam sentidos a partir disso. Ainda na sala de exposições, temos mais um espaço que propõe outra natureza de fruição, tanto pelas suas qualidades estruturais quanto pelo conjunto de obras que abriga. Da sala grande e espaçosa, passamos a um momento de vivência estabelecido espacialmente de proximidade e o ajuste circunvizinho. Estreito e longo, esse espaço dilata as obras à medida que as expõe bem próximas umas das outras e com pouco espaço de distanciamento entre aquelas que se apresentam imediatamente à sua frente e, por consequência, atrás do espectador. São, ao todo, 55 obras que competem aos anos de 2015 a 1999. Notase nesse intervalo de produção a presença de um suporte pouco usual na carreira de João Cesar de Melo, as caixas de papelão, oriundas de usos cotidianos. À medida que avançamos espacialmente, mais nos aproximamos do início da carreira do artista, consolidando sua opção expográfica como mostra retrospectiva. Ao fim desse espaço, encontra-se uma mesa retangular de 136 x 86 centímetros, cujo conteúdo está protegido por um suporte acrílico. Sobre a mesa repousam cadernos de desenhos, pincéis, potes de tintas, livros e catálogos, e o espectador, para apreciá-los, deve baixar os olhos numa atitude de quase reverência. Ali, pode se instaurar um deífico, como de onde advém a origem da poética do artista trazendo a importância daquelas cores, das linhas retas do desenho, de que descende seu trabalho, e as formas preenchidas. Ao levantar os olhos, apresentam-se as primeiras obras do artista, ainda com apego figurativo e que dão agora ao espectador, ao se colocar de


GREIMAS, Algirdas Julien. Sobre o sentido: ensaios semióticos. Translated by Ana Cristina Cruz Cesar: Petrópolis:Vozes, 1975. LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Coleção: Experiência e Sentido. NIETZSCHE, Friedrich. Oeuvres Philosophiques Complètes, I, 2, Écrits Posthumes: 1870-1873. Paris: Ed. Gallimard, 1975. RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007 SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica, Razão e Emoção. 4ª Edição. São Paulo: Edusp (Editora da USP), 2008. 26


costas a esse conjunto, um panorama da produção do artista e o modo como sua poética se transformou ao longo desses 20 anos. Durante o percurso do visitante/espectador, há um afunilamento espacial que o leva até o efêmero, ou seja, o desenho da linha em múltiplos estudos e a cor pigmento; fazendo o caminho de volta, o visitante encontra na produção recente do artista esses mesmos elementos, agora organizados em grandes composições – e são elas que agora convidam à fruição. A cidade é inspiração; mas a abstração é o voo mágico que permite a experiência e o sentido. Então, para onde as Cidades Abstratas nos levam agora? ***

GREIMAS, Algirdas Julien. Sobre o sentido: ensaios semióticos. Tradução de Ana Cristina Cruz Cesar: Petrópolis:Vozes, 1975. LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Coleção: Experiência e Sentido. NIETZSCHE, Friedrich. Oeuvres Philosophiques Complètes, I, 2, Écrits Posthumes: 1870-1873. Paris: Ed. Gallimard, 1975. RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007 SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica, Razão e Emoção. 4ª Edição. São Paulo: Edusp (Editora da USP), 2008.


Exercício Estrutural n° 08 04 Structural Exercise n° 08 04 Pintura sobre tela Painting on canvas 150 x 100 cm 2014


Exercício Estrutural n° 08 15 Structural Exercise n° 08 15 Pintura sobre tela Painting on canvas 100 x 100 cm 2014


Exercício Estrutural n° 07 09 Structural drawing n° 07 09 Pintura sobre tela Painting on canvas 70 x 70 cm 2010 Corpo Descorpo 04 Body Dis-body 04 Pintura sobre tela Painting on canvas 60 x 60 cm 2011 30



Corpo Descorpo 06 Body Dis-body 06 Pintura sobre tela Painting on canvas 120 x 80 cm 2017 32



Exercício Estrutural n° 07 15 Structural Exercise n° 07 15 Pintura sobre tela Painting on canvas 130 x 80 cm 2010 34



Densidade 16 Density 16 Pintura sobre tela Painting on canvas 80 x 80 cm 2011


Densidade 12 Density 12 Pintura sobre tela Painting on canvas 130 x 80 cm 2011


Exercício Estrutural n° 09 04 Structural exercise n° 09 04 Pintura sobre tela Painting on canvas 80 x 100 cm 2018


Exercício Estrutural n° 09 07 Structural exercise n° 09 07 Pintura sobre tela Painting on canvas 80 x 100 cm 2018


Exercício Estrutural n° 09 P01 e P02 Structural exercise n° 09 P01 and P02 Pintura sobre tela Painting on canvas 30 x 40 cm 2018 40



Exercício Estrutural n° 09 09 Structural exercise n° 09 09 Pintura sobre tela Painting on canvas 100 x 100 cm 2018 42





Desquadrado 08 Un-squared 08 Pintura sobre tela Painting on canvas DĂ­ptico Diptych 200 x 100 cm 2012



Beleza 26 Beauty 26 Pintura sobre tela Painting on canvas 100 x 100 cm 2016


Beleza 28 Beauty 28 Pintura sobre tela Painting on canvas 100 x 100 cm 2016


Beleza 31 Beauty 31 Pintura sobre tela Painting on canvas 120 x 80 cm 2016 50



Encontro 01 A Meeting 01 A Pintura sobre tela Painting on canvas 80 x 80 cm 2015


Encontro 01 B Meeting 01 B Pintura sobre tela Painting on canvas 80 x 80 cm 2015




Corpo Descorpo 12 Body Dis-body 12 Pintura sobre tela Painting on canvas 150 x 100 cm 2012 56



Corpo Descorpo 27 Body Dis-body 27 Pintura sobre tela Painting on canvas 150 x 100 cm 2012 58





Beleza 38 Beauty 38 Pintura sobre tela Painting on canvas 80 x 100 cm 2017 62



Arvoracidades n° 02 04 Treeties n° 02 04 Pintura sobre tela Painting on canvas 130 x 80 cm 2008 64



Série DESdobra UNfold series Pinturas sobre versos de caixas de papelão Paintings on the backside of cardboard paper boxes Dimensões variadas Various dimensions 2015



Série DESdobra UNfold series Pinturas sobre versos de caixas de papelão Paintings on the backside of cardboard paper boxes Dimensões variadas Various dimensions 2015 68



Arvoracidades intervindo em Desconstruçþes Treeties interfering with Deconstructions Pintura sobre tela Painting on canvas 130 x 80 cm Parte inferior pintada em 2004, preservando branca a parte superior, que só veio a ser pintada em 2009. Lower part painted in 2004. The white section was preserved and painted later in 2009. 70









Arvoracidades sem nĂşmero Treeties without a number Pintura sobre tela Painting on canvas 50 x 50 cm 2007


Arvoracidades sem nĂşmero Treeties without a number Pintura sobre tela Painting on canvas 70 x 50 cm 2007


Arvoracidades MaruĂ­pe Treeties MaruĂ­pe Pintura sobre tela Painting on canvas 110 x 70 cm 2006


Arvoracidade Amarela 02 Yellow Treety 02 Pintura sobre tela Painting on canvas 110 x 70 cm 2007


Desconstrução Deconstruction Pintura sobre tela Painting on canvas 110 x 80 cm 2005 82



Desconstrução PG Deconstruction PG Pintura sobre tela Painting on canvas 110 x 80 cm 2005 84



Estudo Desconstrução 03 Deconstruction study 03 Pintura sobre eucatex Painting on eucatex 35 x 35 cm 2004 Estudo Desconstrução 14

Estudo Desconstrução 10

Deconstruction study 14

Deconstruction study 14

Pintura sobre tela

Pintura sobre eucatex

Painting on canvas

Painting on eucatex

35 x 35 cm 2004

35 x 35 cm 2004



Construção Construction Pintura sobre tela Painting on canvas 110 x 80 cm 2003 88



Arvoracidades sem nĂşmero Treeties without a number Pintura sobre tela Painting on canvas 50 x 50 cm 2007 90



Construção Construction Pintura sobre tela Painting on canvas 82 x 56 cm 2002 92



Construção Construction Pintura sobre tela Painting on canvas 100 x 100 cm 2002 94



Quadrado 05 Square 05 Pintura sobre tela Painting on canvas 110 x 70 cm 2001 96



Realidade e Possibilidade Urbana 03 Urban Reality and Possibility 03 Pintura sobre tela Painting on canvas 60 x 60 cm 2000


Realidade e Possibilidade Urbana Urban Reality and Possibility Pintura sobre tela Painting on canvas 110 x 70 cm 2000


Sem tĂ­tulo Untitled Pintura sobre tela Painting on canvas 80 x 60 cm 1999 100



Sem tĂ­tulo Untitled Pintura sobre tela Painting on canvas 130 x 80 cm 1999 102







Convento da Penha 01 e 02 Penha convent 01 and 02 Pintura sobre tela Painting on canvas 40 x 40 cm 2013



Capuaba Capuaba Pintura sobre tela Painting on canvas 60 x 60 cm 2013 110



Porto de Vitรณria Vitรณria harbour Pintura sobre eucatex Painting on eucatex 35 x 35 cm 2003



Desconstrução Deconstruction Pintura sobre tela Painting on canvas 50 x 70 cm 2006 114





SESC | SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO PRESIDÊNCIA DO CONSELHO NACIONAL

DEPARTAMENTO REGIONAL

President of the National Council

NO ESPÍRITO SANTO

José Roberto Tadros Presidente do Conselho Regional DEPARTAMENTO NACIONAL

Regional Council President

NATIONAL DEPARTMENT

José Lino Sepulcri

Direção-Geral

Diretor do Departamento Regional

General Director

Regional Department Director

Carlos Artexes Simões

Gutman Uchôa de Mendonça

Diretoria de Programas Sociais

Gerente do Centro Cultural Sesc Glória

Social Outreach Diretor

Sesc Glória Cultural Center Manager

Lucia Prado

Carlos Bermudes

Diretoria de Desenvolvimento

Coordenadora de Cultura

Institucional

Culture Coordinator

Institutional Development Director

Rita de Cássia Sarmento Costa

Luiza Saraiva Assessora em Artes Visuais Gerência de Cultura Culture Manager

Visual Arts Officer

Elaine Pinheiro

Marcos Henrique da Silva Rego Assistente em Artes Visuais Equipe de Artes Visuais

Visual Arts Assistant

Visual Arts Team

Thiago Arruda

Caroline Soares de Souza Jocelino Pessoa

Assessora de Imprensa Press Officer

Museologia Museologist

Pamela de Oliveira Comunicação em Cultura Culture Communication Officer

Juliana Alberico Gutierre Assistente de Produção Cultural Cultural Production Assistant

Nathan Yuri Gomes

118

Gabriela Galvão


EXPOSIÇÃO CIDADES ABSTRATAS Coordenação e produção executiva

Revisão de textos

Coordination and executive production

Text revision

Elaine Pinheiro Thiago Arruda

Tiago Zanoli Versão para o inglês

Expografia

English version

Exhibition design

Lobo Pasolini

João César de Melo Comunicação visual Design gráfico

Visual communication

Graphic design

Fábio Souto

Jarbas Gomes PROGRAMA EDUCATIVO Assistente em Design

EDUCATIONAL PROGRAMME

Design Assistant

Thiago Gomes

Arte-educadora convidada Guest art educator

Preparação técnica do espaço

Adriana Magro

Exhibition room technical staff

Almir de Souza Batista Dione Miranda Francisco Adilio de Oliveira Jonilson Alves Raimundo Higino Feitosa

Mediadores Mediators

Ana de Almeida João Victor Coser Lindomberto Alves Maria Corrêa Marcilene Bravim

Montagem Installation

Mediação em Libras

Tuca Sarmento e equipe (and team)

(Língua Brasileira de Sinais) Sign language mediation in Libras

Iluminação

(Brazilian sign language)

Lighting

Marcilene Bravim

Antonio dos Anjos Carlos Henrique Felberg Jeferson Spagnol Fotografia Photography

Felipe Amarelo/ Claraboia Imagem


Impresso no outono de 2019 por ocasião da exposição Cidades Abstratas, no Centro Cultural Sesc Glória Printed in the Autumn 2019 to coincide with the exhibition Cidades Abstratas (Abstract Cities) at Sesc Glória Cultural Center. Vitória, Espírito Santo, Brasil 2019


Dados Internacionais de catalogação na Fonte – CIP Centro Cultural Sesc Glória (Danubia Florindo – CRB 862/ES) Melo, João César de, 1972Cidades Abstratas = Abstratic Cities / João César de Melo ; texto de Adriana Magro ; [tradução para o inglês Lobo Pasolini ; revisão em português Tiago Zanoli]. – Vitória, ES : Centro Cultural Sesc Glória, 2019. 118 p. : il. ISBN 978-85-69009-06-1 Edição bilíngue: português / inglês. Catálogo da exposição realizada no Centro Cultural Sesc Glória, em Vitória/ ES, de 10 de abril a 14 de julho de 2019. 1. Artes plásticas – Espírito Santo (Estado) – Exposição. 2. Pintura – Espírito Santo (Estado). 3. Desenho – Espírito Santo (Estado). I. Título. 69009

CDD: 709.8152


CENTRO CULTURAL SESC GLÓRIA Av. Jerônimo Monteiro, 428 – Centro Vitória/ES – 29010-002 sesc-es.com.br issuu.com/sescgloria


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