o mundo mรกgico de escher de 28 de setembro a 30 de dezembro de 2014
nasceu em Leeuwarden na Holanda, em 1898, e faleceu em 1972. Embora tenha iniciado o curso de arquitetura, escolheu estudar artes gráficas orientado por seu professor Samuel Jessurun de Mesquita. A partir daí, fez gravuras e selos, ilustrou livros, desenhou tapeçarias.
Escher viajou em sua imaginação produzindo paisagens fantásticas, brincando com as possibilidades matemáticas do desenho... metamorfoses, sólidos platônicos, espelhamentos. E há outra viagem vivida por ele: aquela para dentro de si mesmo. Como resultado, vários autorretratos muito particulares. Vamos observá-los?
Escher gostava de viajar, ver novas paisagens. Podemos observar algumas delas em suas obras. Da Holanda foi para a Itália, e depois para Suíça e Bélgica, até retornar para sua terra natal. A mudança de paisagem também foi mudando seu trabalho. Além do deslocamento no espaço,
Escher produziu muito, durante muitos anos, até que seu trabalho fosse reconhecido. Hoje, todo mundo conhece suas belas produções. Você já viu alguma dessas gravuras antes? Apostamos que sim!
mauritus cornelis escher
a viagem para dentro de si: escher vê escher
NA CAPA: O U T R O M U N D O , 194 7 ENTALHE EM MADEIRA E XILOGRAVURA 31,6 X 25,8 C M ( D E T A L H E ) ABAIXO: ESFERAS LITOGRAFIA 26 X 4 6,3 C M
TRÊS
II, 194 6
caderno de artista caderno de matemรกtica -
programa
educativo
-
AUTORRETRATO NO ESPELHO ESFร RICO
195 0, XILOGRAVURA
35 X
47 C M
BALCÃO,
194 5,
LITOGRAFIA,
30
X
2 3,5 C M
as viagens de escher: vendo a paisagem vendo a paisagem com um truque “... O
ABAULAMENTO QUE SE PROJETA NO CENTRO É UMA ILUSÃO: O P A P E L P E R M A N E C E L I S O .” — M . C . E S C H E R Você já teve ilusão de ótica? Escher brincava com isso em muitos dos seus trabalhos. A ilusão de ótica, aqui, acontece quando percebemos volume irregular sobre a superfície regular do papel. Há algumas maneiras de produzir isso em trabalhos de arte. Você já ouviu falar sobre arte ótica? Faça uma pesquisa! Observe as imagens. O que o artista fez para ampliar a sensação de ilusão de ótica? Você conseguiria fazer algo assim? Vamos tentar? NATUREZA-MORTA E RUA,
1937,
XILOGRAVURA,
4 8,7
X
56,5 C M
1 9 4 3, LITOGRAFIA,
33,4 X
38,5 C M
Metamorfose é uma mudança de forma ou de estrutura que acontece em alguns animais. É um princípio de transformação. De que maneira Escher transformou as formas nesses trabalhos? Será que o desenho consegue enganar nosso olho? E, quando o desenho consegue enganar nosso olho, o que acontece? O que é que enxergamos?
RÉPTEIS,
Alhambra é um extraordinário conjunto arquitetônico de tradição muçulmana, na cidade de Granada, na Espanha. Lá existem mosaicos incríveis! Os mosaicos são construídos com a junção de pedaços de pedras ou pastilhas azulejadas sobre uma argamassa fresca, compondo padrões figurativos ou abstratos. Escher utilizou esse mesmo padrão de composição em muitos dos seus trabalhos. Você consegue perceber onde ele fez isto?
“EM
MEIO A VÁRIOS OBJETOS ESTÁ ABERTO UM CADERNO DE DESENHO EM UMA PÁGINA O N D E S E PO D E V E R O D E S E N H O D E U M M O S A I C O , C O M PO S T O D E F I G U R A S E M F O R M A DE RÉPTEIS, COLORIDOS EM TRÊS TONS QUE C O N T R A S T A M E N T R E S I .” — M . C . E S C H E R
C I C L O , 1 938 , L I T O G R A F I A , 4 7, 5
X
27,9 C M
Em muitos dos trabalhos de Escher, encontramos o princípio de transformação. Veja como é que o artista consegue fazer a passagem das coisas que têm volume para as coisas que não têm. De quais maneiras as formas ou as cores estão manipuladas? E o que o mosaico tem a ver com isso?
“...
DE SUA CASA, SAI UM MOÇO COM AR ALEGRE E DESPREOCUPADO. CONFORME DESCE A E S C A D A , VA I P E R D E N D O S E U C A R Á T E R D E OBJETO TRIDIMENSIONAL ATÉ INSERIR-SE, AO F I N A L , E M U M D E S E N H O P L A N O ...” — M. C. ESCHER
os mosaicos de alhambra e a descoberta das metamorfoses
quando as formigas seguem seu caminho: topologia Olhe bem esta imagem. Por onde andam as formigas? Olhe de novo! Agora responda: em qual dos lados da fita elas estão andando? Vamos falar um pouco da paixão de Escher pela geometria. Vamos pensar sobre a Fita de Moebius. Você já ouviu esse nome alguma vez?
você pode fazer a sua fita de moebius! vamos experimentar? Corte duas tiras iguais de papel. Pegue a primeira e cole as duas pontas. Temos aí um anel, não é mesmo? Agora, com uma caneta, faça uma linha paralela à tira sem retirá-la do papel, até que encontre o início do traço. Agora, com a tesoura, abra o anel e veja o resultado de seu traço! Com a segunda você fará outra operação: torça uma das pontas em meia-volta e cole. Temos uma forma diferente, parecida com o oito! Agora, tome a caneta e faça a mesma operação até encontrar o início do traço. Recorte o anel e observe! Qual a diferença entre as duas tiras? Mais uma vez, responda: em qual dos lados da fita as formigas andam?
F I T A D E M O E B I U S II ( F O R M I G A S ), 1963, 45,3 X 20,5 C M
XILOGRAVURA,
“DOIS
E você sabia que só existem 5 poliedros? Para ser um poliedro, é necessário que o polígono tenha todas as suas faces iguais, compostas de lados iguais. Você sabe quais são esses polígonos? O triângulo equilátero, o quadrado e o pentágono regular. Com os triângulos podemos obter três dos sólidos. Veja ao lado quais são eles. Com os outros polígonos, podemos fazer os outros dois poliedros. No seu Planetóide, Escher desenhou uma intersecção entre dois tetraedros. Vamos tentar identificá-los e desenhá-los?
um mundo e outros mundos: os poliedros ou sólidos platônicos
GRAVURA EM MADEIRA,
Você sabe o que é um poliedro? Também chamados de sólidos platônicos, eles foram descobertos pelo filósofo grego Platão, em 400 a.C. Muito mais tarde, no século 17, o grande físico e astrônomo Johanes Kepler descobriu a possibilidade de criar poliedros convexos ou estrelados: o pequeno e o grande dodecaedros estrelados. Mais tarde, o físico Louis Poinsot descobriu outros dois poliedros estrelados. Escher lançou mão desses sólidos em seu trabalho!
D U P L O P L A N E T Ó I D E , 1 9 4 9, 37,7 4 X 37 37,7,55 C M
TETRAEDROS REGULARES QUE SE INTERPENETRAM FLUTUAM COMO UUMM PPLA LANETÓIDE NO ESPAÇO . O TETRAEDRO E DRR O ESCURO É HABITADO POR SERES R ES HUMANOS QUE CONVERTERAM O LUGAR EM UM COMPLEXO DEE C A S A S , PO N T E S E R U A S . N O TETRAEDRO CLARO , CONSERVOU SE O ESTADO NATURAL COMM PENHASCOS , SOBRE OS QUAISIS CRESCEM PLANTAS E ONDE VIVEM VEM ANIMAIS ANTIDILUVIANOS . AMBOS OOSS CORPOS FORMAM UM TODO , MAS SSEE DDES ES CONHECEM MUTUAMENTE .” — M C EESCHER SCHERR
A) TETRAEDRO
B) CUBO
C) OCTAEDRO
D) DODECAEDRO
E) ICOSAEDRO
a lógica do espaço ou como acreditar no que os olhos veem Tudo o que os olhos veem é possível? Como acontece o engano do olho? Se o olho é enganado pela imagem, o que acontece na composição? Escher invertia a lógica do espaço em alguns de seus trabalhos. Vejamos como isso acontece!
o curso da água
labirintos E, então, percebeu o absurdo nesta imagem? Será que um personagem pode se relacionar com o outro enquanto sobem ou descem as escadas?
CM
“ TRÊS
C A S C A T A , 1961,
LITOGRAFIA,
38,1
X
30
PLANOS GRAVITACIONAIS DISTINTOS SE INFLUENCIAM RESPECTIVAMENTE ... DOIS HABITANTES DE UM MUNDO DISTINTO NÃO PODEM ANDAR SOBRE O MESMO CHÃO , ESTAR SENTADOS OU EM PÉ , JÁ QUE AS IDEIAS QUE TÊM DO QUE É HORIZONTAL OU VERTICAL NÃO COINCIDEM .”— M . C . ESCHER
Acompanhe com os olhos o curso da água nessa gravura. Você percebe alguma coisa estranha? Há alguma coisa errada com ela?
“...
A CA SCA T A P Õ E EM M OV I ME N T O U M A R O D A DE M OIN HO ; A Á G U A C O R R E P ARA B A IXO POR UM CA N A L EN T R E DUA S TORRES , L E N T A M EN T E E EM ZIGUEZA GUE , A T É C H EG A R D E NOVO A O PON TO O N D E CO M EÇA A C A SCA TA ...” — M . C . ES CH ER
RELATIVIDADE,
1953,
LITOGRAFIA,
29,4
X
29,4
CM
EXPOSIÇÃO DE GRAVURAS,
o que está dentro e o que está fora
1956 ,
Você já esteve entre dois espelhos? O que acontece? A imagem vai se repetindo, como se fosse até o infinito. Aqui, o rapaz se vê vendo a gravura da paisagem onde está! Isso dá para você alguma idéia de infinito? Será que podemos dizer que o infinito é visível?
LITOGRAFIA,
31,5 X
31,8 C M
“A B A I X O ,
À D I R E I T A , E N T R A M O S E M U M A G A L E R I A (...) E N C O N T R A M O S C O M U M V I S I T A N T E (...) V E M O S U M J O V E M Q U E É Q U A T R O V E Z E S M A I O R Q U E O VISITANTE. SUA CABEÇA ESTÁ AUMENTADA EM RELAÇÃO À MÃO. ESTÁ OBSERVA N D O A Ú L T I M A G R A V U R A D A S É R I E P E N D U R A D A N A P A R E D E E S E G U E , C O M A T E N Ç Ã O , O S S E U S D E T A L H E S (...). D A L I , D I R I G E S U A A T E N Ç Ã O P A R A A D I R E I T A (...) O L H A N D O T O D A S E S S A S C O I S A S C O M O S E F O S S E M D E T A L H E S B I D I M E N S I O N A I S D A G R A V U R A . S E O L H A U M PO U C O E M T O R N O D E S I D E S C O B R I R Á Q U E É P A R T E D A G R A V U R A .” — M. C. E S C H E R
Por que esse triângulo é impossível? Na gravura de Escher, você percebe a utilização desse triângulo? Quantas vezes?
O TRIÂNGULO IMPOSSÍVEL DE
PENROSE
4 4,7 C M X
4 9,8 XILOGRAVURA,
196 9, COBRAS,
Veja como era um dos esquemas para o artista trabalhar! Em um desenho esquemático feito com grafite, Escher manipula a linha, a forma, o direcionamento, a quantidade e o tom das figuras, criando nuances variadas do tecido de círculos. Assim, ele faz exercícios antes de iniciar a construção do trabalho final. Quantas cobras você vê aqui? Elas são a mesma cobra? Elas têm volume ou não? Como o volume é conseguido?
ESTUDO PARA
“ C O B R A S ”, 1969,
LÁPIS COLORIDO,
30
X
48 C M
o trabalho em construção
metamorfose e o que a matemática tem a ver com isso?
“P A R A
MIM PERMANECE EM ABERTO UMA QUESTÃO, SE [ESTE TRABALHO] PERTENCE AO REINO DA MATEMÁTICA OU À Q U E L E D A A R T E .” — M.C. E S C H E R Fizemos um percurso pelas obras de M. C. Escher! E veja o que há em comum entre elas. Pensemos na estrutura do seu desenho. Vamos descobrir que elas se compõem de formas geométricas E veja só: a geometria é um importante campo da matemática! É a matemática existente nos objetos e nas formas da natureza. E você sabia que entre os maiores admiradores de Escher estão, justamente, os matemáticos? E também que nosso artista era grande admirador do matemático Sir Roger Penrose - especialista em teoria da relatividade e física quântica e fascinado pela geometria dos mosaicos - que, com seu pai, criou como brincadeira uma porção de figuras impossíveis, como experiências lúdicas? Essas formas foram muito utilizadas por Escher. METAMORFOSE II,
1 9 39 - 40,
XILOGRAVURA,
19,2
X
389,5 C M
exercício Observe esta obra. Nela, o desenho surge dele mesmo. Esse é um princípio da obra de Escher: as imagens vão surgindo de outras já existentes, ou se voltam sobre si mesmas. Veja se você reconhece isso na mostra.
MÃOS DESENHANDO,
1948,
LITOGRAFIA,
2 8,2
X
33,2
CM
no espaço abaixo, vamos tentar fazer um desenho com a mesma caracterĂstica?
escher foi um excelente desenhista e grande gravador. você sabe o que é gravura? o que é gravura?
e o que é gravura em metal?
Quando o artista faz uma pintura ou um desenho eles são únicos. Já a gravura pode ser reproduzida muitas vezes. A gravura é um método de impressão de uma imagem sobre uma determinada superfície, com uma matriz que pode ser de madeira (xilogravura), pedra (litografia) e metal (calcogravura). Para que a imagem seja impressa, a matriz sobre a qual se gravou recebe tinta. Sobre ela coloca-se um papel. A pressão de um contra o outro, feita por uma prensa, possibilita o aparecimento da imagem invertida sobre o papel. É quase como o processo de reprodução de um carimbo.
Esse tipo de gravura surgiu no século 15 em ateliês de ourives e de artífices. No início do século 16, as técnicas de gravura passaram a ser utilizadas por artistas para reproduzir pinturas e desenhos com a máxima fidelidade possível, tornando-se um meio de divulgação das obras de grandes mestres. Rembrandt destacou-se, junto com Dürer e Goya, no aprimoramento da técnica, favorecendo a gravura como linguagem artística autônoma. São três as técnicas de gravura em metal mais conhecidas: Ponta-seca, Água-tinta e Água-forte. A maneira negra ou mezzo-tinta, muito utilizada por Escher, é feita com o berceau [ferramenta em forma de meia-lua com pontas minúsculas que servem para produzir os furos na placa] para criar um fundo geral de preto aveludado, sobre o qual, com o auxílio do raspador e do brunidor, se criam imagens em branco.
o que é xilogravura?
o que é litografia?
Quando a matriz é de madeira, escavada por instrumentos cortantes (como a goiva), damos o nome de xilogravura ou xilografia (grafia na madeira). A xilogravura teve um papel importante nos diversos momentos da história. Foi a primeira forma de repetir imagens em série; por exemplo, para ilustrar textos ou produzir baralhos. Foi matriz para estampar tecidos e para reproduzir documentos oficiais. E até era usada para ilustrar as notícias de jornal, como a fotografia, nos dias de hoje, ou para fazer rótulos. Foi utilizada também para divulgar o trabalho dos grandes pintores. Só mais tarde é que foi considerada uma forma autônoma de arte.
Quando a matriz é de pedra, damos o nome de litografia. Desenha-se sobre a superfície com um lápis especial, muito oleoso. A seguir, cobre-se a pedra com goma (à base de água), que não recobrirá o desenho, pois a água não se mistura com óleo. Essa é a técnica que mais se aproxima do offset, utilizado hoje em dia para a reprodução de imagens em jornais, revistas, rótulos etc., permitindo a reprodução em larga escala.
PROFUNDIDADE, 1955,
ENTALHE EM MADEIRA E XILOGRAVURA,
32
X
23 C M ( D E T A L H E )
o mundo mágico de escher de 28 de setembro a 30 de dezembro de 2014 Realização Centro Cultural Sesc Glória 3ª a 6ª das 9 às 20h Sáb. e dom. das 10 às 19h Centro Cultural Sesc Glória Av. Jerônimo Monteiro, 428 - Centro Vitória - ES 29010-001 tel. (27) 3324-1168 sesc-es.com.br twitter.com/sesc_es facebook.com/sesces culturasesc-es.blogspot.com.br Informações e agendamentos de grupos: (27) 3223-0720 As visitas mediadas à exposição podem ser agendadas pelo: sesc-es.com.br/agendamento As obras de M. C. Escher nesta exposição pertencem ao Acervo M. C. Escher FoundationBaarn-Holanda As obras de M. C. Escher © M. C. Escher Foundation-Baarn-Holanda
Coordenador Técnico de Cultura para o ES Marco Aurélio Lopes Fialho Assessoria Técnica em Artes Visuais Lucia Mattos Caroline Souza Leidiane Carvalho
sesc departamento regional no espírito santo Presidente do Conselho Regional José Lino Sepulcri Diretor do Departamento Regional Gutman Uchôa de Mendonça Gerente de Cultura Beatriz de Oliveira Santos Coordenadora de Cultura Colette Dantas Gerente de Unidade Paulo Neves Cruz Assessora Técnica em Artes Visuais Elaine Pinheiro Assistentes Técnicos em Artes Visuais Renan Andrade Thiago Arruda Capacitação para Professores José Carlos Cifuentes Fernando Gómez Alvarez
exposição
ficha técnica
Coordenação geral Art Unlimited Pieter Tjabbes / Tânia Mills
sesc departamento nacional
Curadoria Pieter Tjabbes
Presidente do Conselho Nacional Antônio Oliveira Santos Diretor Geral Maron Emile Abi-Abib Diretor da Coordenadoria de Educação e Cultura Nivaldo da Costa Pereira Gerente de Cultura Márcia Costa Rodrigues
Concepção do Material Didático Carlos Silva e Marília Panitz Projeto Gráfico Clara do Prado e Estêvão Vieira
Este material didático foi concebido originalmente para a mostra “O Mundo Mágico de Escher” realizada no Centro Cultural Banco do Brasil- Brasília, em 2010
Concepção Conception
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