Teatro | O Gigante Adamastor - Cia O Grito

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A d a e m t n a


Há mais de dois mil e quinhentos anos - talvez muito mais, quem sabe? que as pessoas se reúnem para contar histórias umas às outras, não apenas narrando os feitos de grandes heróis e heroínas, ou pessoas comuns, mas assumindo esses papéis, vivendo na pele aventuras e desventuras reinventadas com muita imaginação. O teatro, essa forma antiga que a humanidade encontrou para passar adiante o conhecimento, foi se transformando durante todos esses anos e chegou aos dias de hoje mais vivo do que nunca. A aventura de

O Gigante Adamastor, que será vivida hoje por vocês, o público, e pelos atores como se estivesse acontecendo aqui e agora, é uma dessas histórias que o teatro recria para dar vida aos perigos e fatos extraordinários que a humanidade pode conhecer quando se lança à uma nova travessia. O Sesc, ao realizar O Gigante Adamastor, acredita cumprir o papel de apresentar ao público o conhecimento vivo e fomentar a imaginação como forma de reinventar a realidade. Tenham todos e todas uma ótima travessia!


Zito é irmão caçula de Pedro e o segue pela cidade toda; essa parceria fica em risco com a chegada de um circo misterioso na cidade e o sumiço do irmão mais velho. Para reencontrar Pedro, Zito terá que desvendar grandes mistérios e enfrentar seres mitológicos nesse circo mágico.


Mania de gigante

Nós, da Cia O Grito, estávamos lendo poesias e de repente: Pimba! Encontramos um Gigante! No livro de um autor português: Luís Vaz de Camões! Ele viveu há muitos anos atrás, numa época de piratas, batalhas no mar e de namoros proibidos! Ficamos tão apaixonados pela história do Gigante que começamos a imaginar que pegaríamos uma caravela, atravessaríamos o mar e iríamos lá para Portugal. Mas o Camões já não vive mais! Será que não? Mas o gigante foi crescendo dentro da gente, crescendo, mais e mais, foi ficando GIGANTESCO!


Então resolvemos atravessar o Cabo das Tormentas, lá na África, e enfrentarmos juntos o Gigante que virou montanha! Construímos nossa caravela imaginária, compramos outra de brinquedo e resolvemos fazer esta peça de teatro que você vai assistir. Acredita que demoramos mais de dois anos para deixar esta peça pronta? É, fazer teatro também é uma aventura! Esperamos que você se divirta tanto quanto a gente e que deixe as caravelas navegarem em sua cabeça para criar

novas ideias, novas peças, novas poesias! A gente espera que o Gigante caminhe com você, continue junto a ti e que ele te conduza até a poesia d’Os Lusíadas. E que, ao chegar no canto número V da poesia, você possa também criar uma nova história para o Adamastor! Bom espetáculo!


O que x ĂŠ uma poesia?

Poesia ĂŠ a arte de compor ou escrever versos. Quem faz poesia ĂŠ chamado de poeta ou poetisa e, geralmente, essas pessoas escrevem ou declamam versos rimados, procurando sonoridades, ritmos e construindo imagens com as palavras como se fossem brinquedos. A poesia brinca com o que significam as palavras, por exemplo:


“Zito tem uma saúde de ferro”. Que quer dizer que Zito tem uma saúde forte, como o ferro. Mas aí você pergunta: pra que serve a poesia? A poesia é uma das sete linguagens das Artes. Ela serve pra olhar com sentimento para as palavras, para brincar, fazer rir, chorar, o limite da poesia é a imaginação de quem escreve e de quem lê.

E uma epopeia? A epopeia é um poema extenso, que conta a história de um povo por meio de vários fatos, de diversos heróis. São muitos acontecimentos dentro de uma grande história. Mistura mitos, deuses, heróis e pessoas que participaram da construção da história desse povo. Dizem que Homero, um poeta grego que nasceu há mais de dois mil anos, foi o fundador da Epopeia com suas obrasprimas Ilíada e Odisseia.


O Gigante Adamastor

O Gigante que você vai ver agora nasceu há muito tempo, muito tempo mesmo. Tem tantos anos quanto a chegada dos portugueses na Ilha de Vera Cruz (Brasil). Um poeta português escreveu uma história bem comprida, a qual ele deu o nome de Os Lusíadas, pra contar as grandes aventuras das navegações naquela época. E, no meio dessa aventura, está a história do Gigante Adamastor, uma brincadeira do poeta, para mostrar os grandes desafios e perigos enfrentados pelas embarcações portuguesas, quando passavam com seus barcos perto de uma montanha lá no mar da África chamada de Cabo das Tormentas.


Mas a história que você vai ver agora não é essa. E sim nossa versão da história do Gigante Adamastor e de três crianças: Zito, Mariana e Pedro. Essas crianças também vão enfrentar grandes desafios e mistérios quando um circo, o Circo das Tormentas, levanta acampamento em sua cidade. Você verá, nessa peça, deuses e heróis que brincam com os destinos dessas crianças pra contar uma história cheia de paixões e amores impossíveis. Nós, artistas desse espetáculo, vamos brincar de trocar de personagem, de contar a história, vamos jogar com bonecos e construir cenários o tempo todo pra te levar nessa aventura cheia de poesias e imagens.


Palavras da autora

A idéia de criar uma peça a partir do personagem do Gigante Adamastor, da obra de Luís de Camões, originalmente apareceu na cabeça do Beto Morettho e dos artistas da Companhia O Grito. Há anos eu, Heloísa, e o Beto, temos uma amizade criativa que rendeu ótimos frutos, como a adaptação teatral de dois livros meus: Mil e Um fantasmas pela Companhia O Grito e Esconderijo pela Companhia Para.Fuso. Dessa vez, o desafio era diferente: Beto estava apaixonado pelos versos que contavam a história de um enorme e poderoso gigante que se perde de amores por uma pequena e delicada ninfa que o rejeita. Seu sofrimento faz com


que ele sopre sobre o mar, gerando ondas enormes no cabo das tormentas onde navios sempre naufragam. Como transformar essa história em texto para teatro? Em dramaturgia?

E o Gigante se escondeu no circo: Tantas eram as opções: contar a história de modo dramático e solene, resumir toda a emocionante saga dos navegantes dos Lusíadas. Era difícil escolher o melhor caminho. Acontece que, quando reli os versos, senti um enorme carinho e até mesmo identificação com o gigante sofrido, excluído devido à sua condição fora do comum. Adamastor foi crescendo dentro de mim, alargandose todas as vezes em que

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O que é dramaturgia?

Dramaturgia é um texto criado para que os atores o falem sobre um palco, ao vivo, para um público que os assiste e escuta. Então, diferente de um conto, de um romance, onde você lê sozinho em sua cama, o texto de teatro é feito pensando que os atores estarão em um palco se movimentando, se relacionando com o espaço, com os objetos que existirão sobre o palco, com a música e os sons que poderão aparecer. Por isso, as palavras de uma dramaturgia precisam ser bem diferentes das palavras de um conto ou romance. Porque são palavras que ganham vida e movimento no palco.


Beto e eu trocávamos ideias. Nesse momento, uma série de perguntas me assaltaram: E se o gigante ainda estivesse pelo mundo? Como seria possível encontrá-lo? Onde ele viveria? Teria um esconderijo? E a resposta veio naturalmente: O único lugar em que um gigante poderia ser visto como algo “normal” seria dentro de um circo. Afinal, ao longo dos séculos, circos continuam sendo espaços onde o extraordinário se revela, onde até mesmo deuses poderiam se disfarçar de seres humanos... Afinal, circos são espaços do eterno imaginar.


Os mitos também habitam o circo: Mitos gregos frequentam os sonhos do mundo desde tantos séculos e, na obra de Camões, especificamente, deuses reinam. Naturalmente concluí que eles deveriam também ser habitantes do Circo no qual se abriga nosso querido gigante. Em torno dessa ilha de aventuras a deslocar-se pelo mundo, os jovens e crianças contemporâneos. Será possível ingressar num circo encantado e sair dele da mesma maneira como se entrou? Creio que não. Toda obra de arte é uma ponte para a descoberta de segredos!

Quando a primeira versão da peça foi entregue ao Beto, a alegria foi intensa. Uma felicidade compartilhada que contagiou a toda companhia O Grito como uma espécie de energia criativa. Ideias surgiram, novas cenas foram sendo inventadas, de modo que o espetáculo foi crescendo ao longo dos ensaios até chegar ao formato atual. Conheça o incrível Gigante Adamastor e abra o coração! Alargue os olhos da mente! Navegue nessa grande aventura! Nada é mais encantador do que a poesia, nada é mais emocionante do que o teatro, nada é mais inesperado do que a chegada de um circo extraordinário! Heloisa Prieto Escritora e autora de O Gigante Adamastor


x O que são mitos?

São histórias bem antigas que as pessoas inventam para explicar coisas que elas não compreendiam como o som e a luz do trovão na hora da chuva. Antigamente, ninguém sabia porque um raio, um trovão acontecia. Aí, eles criaram uma história sobre um Deus, ou um herói que habitava os céus e, quando estava nervoso, jogava raios e trovões sobre a Terra. E que tal se você tentar criar uma história assim?


Tem algum mistério, alguma coisa que ainda ninguém sabe explicar? Crie sua história e depois, se quiser, tire uma foto e envie para nós! É só entrar na nossa página do Facebook e contar o que você criou. Facebook: Companhia O Grito

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Quem éa Companhia O Grito?

A Companhia O Grito, da Cooperativa Paulista de Teatro, tem 15 anos de história! Ela nasceu em 2003, aqui em São Paulo, e o primeiro espetáculo de teatro da Cia, O Caso da Casa, estreou neste teatro do Sesc


Foto: Divulgação

Ipiranga. Este local é uma espécie de porto seguro do Grito porque outros dois espetáculos nossos, A Terra onde nunca se morre e Filhote de Cruz Credo, também estrearam aqui, além, é claro, do Gigante Adamastor, que você vai assistir daqui a pouquinho!

Nesses 15 anos de vida, O Grito já estreou 11 espetáculos; ganhou vários prêmios; morou em três casas diferentes, uma aqui no Ipiranga, outra no Bixiga e agora estamos lá no bairro do Brás; viajou até pra Grécia e esteve no palco mais de mil vezes com mais de 450 mil espectadores.


Ficha Técnica Direção e Encenação Roberto Morettho

Versão Musicada do poema Adamastor Manoela Amaral

Dramaturgia Cia O Grito inspirada no original de Heloisa Prieto

Coordenação de Cenário, Figurinos e Adereços Telumi Hellen

Assistência de Direção Wilson Saraiva

Assistentes de Cenografia Angeli Cristie Gabriela Gatti So Ra Lee

Elenco Junia Magi Samira Pissinatto Wilson Saraiva Direção Musical e Trilha Sonora Maurício Maas Participação Especial nas Trilhas Manoela Amaral Operação de Som Rebeka Teixeira Vozes dos Poemas Julia Irajá Matheus Manfrim Iluminação Robson Lima Operação de luz Sylvie Laila

Confecção de Livro Clau Carmo (Cenógrafo/ Figurinista Convidado) Confecção de Bonecos das Personagens Camila Olivetti Paula Rosa Assistente de adereços Larissa Santos Costura Salete André Silva Oficina de jogos e brincadeiras populares Tião Carvalho Produção Geral Wilson Saraiva Produção Artística Companhia O Grito



De 22 de abril a 3 de junho de 2018 Domingos, às 11h Dia 31 de maio de 2018 Quinta, às 11h A partir de 6 anos

Sesc Ipiranga  Rua Bom Pastor, 822  CEP 04203-000 | São Paulo/SP Tel.: +55 11 3340.2000  /sescipiranga sescsp.org.br/ipiranga


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