TrajetĂłrias uma breve reflexĂŁo sobre 2017
Presentes “O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.” Carlos Drummond de Andrade.
Nas culturas tradicionais cabe às gerações mais velhas preservar e transmitir códigos, valores e saberes essenciais para o bem comum. Na falta de modelos educativos formais, esses exemplos de autoridade inspiram uma conduta a ser seguida. Para esses indivíduos - e sociedades - a perda da memória coletiva poderia ser um golpe devastador, pois embotaria as referências de identidade e unidade construídas pela comunidade. No mundo contemporâneo, os lugares e papéis sociais tornaram-se mais massa, uma pluralidade de vozes alcançou representação, produzindo discursos, questionando valores, experimentando novos arranjos e possibilidades de interagir no mundo. Diante das complexidades em disputa, os mais velhos foram experiências e contribuições, denota uma atitude de convivência e cooperação entre os diversos grupos sociais. É nesse sentido que o Sesc realiza o projeto Trajetórias, com curadoria do jornalista Romualdo da Cruz Filho, que promove um espaço de compartilhamento entre idosos, protagonistas em suas áreas de atuação, e a comunidade
transformações urgentes. Envelhecer é um processo natural que começa assim que se nasce. Assim, ao promover a cultura do envelhecimento por meio da valorização de idosos atuantes na comunidade, revelam-se inusitadas pistas de presente, a servir como bússolas, nessa aventura que é viver. Sesc São Paulo
Fotos: Bolly Vieira
convidados, o cotidiano e a dimensão pública que os colocam em sintonia com as gerações atuais e as questões instigantes da contemporaneidade. A
Trajetórias Valorizar sua “gente”, que é sua identidade e a força motriz de uma cidade valores tradicionais como centro irradiador de uma cultura caipira ímpar
esses fatores somados e misturados. A proposta é promover encontros com pessoas que se dedicam ao mundo do conhecimento e da arte e participam ativamente da dinâmica cultural e social da
desse longo processo e suas implicações pessoais, pensar sobre o processo de envelhecimento e as lembranças que marcaram o tempo. Os homenageados desta segunda edição são referências em: educação, canto, escolhidos a partir dos seguintes critérios: reconhecimento público, vasta produção em suas respectivas áreas de especialidade e idade. ao vivo, complementada por esquetes e intervenções teatrais e musicais. Na conversa com o jornalista, cada convidado poderá falar sobre sua formação, os seu trabalho e a relação com o seu processo de envelhecimento. Os encontros, dinâmicos e intrigantes, realçam o protagonismo social do entrevistado e a importância do seu trabalho para se compreender a sociedade e a “Cultura Caipiracicabana”. O objetivo é provocar o convidado para que surjam histórias ainda pouco conhecidas pelo público e que merecem ser compartilhadas, permitindo assim, um olhar caleidoscópio sob as matrizes culturais de uma cidade em permanente processo de transformação no alto de seus 250 anos.
Gustavo Jacques Dias Alvim Dia 17 de maio / 19h30
Piracicabano de coração, ao iniciar os seus estudos, encanta-se com as letras e com os livros. O prazer pela leitura leva-o ao estudo contínuo, a pesquisa e a história tornam-se presentes em todas as suas atividades, visando sempre o desenvolvimento intelectual. Além da paixão pelo jornalismo, dedicou-se ao magistério e à gestão universitária, áreas em que trabalhou durante muitos anos. Paralelamente, investiu muito do seu tempo em serviços voluntários nos campos do esporte, cultura e política. Bacharelou-se em Sociologia e Política, Direito, Administração e Jornalismo. Diplomou-se pela Escola de Propaganda de São Paulo. Tem mestrado em em Gestão Universitária. Hoje, preside Academia Piracicabana de Letras, foi docente, diretor de faculdade, vice-reitor e reitor da Unimep - Universidade Metodista de Piracicaba, vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto Educacional Piracicabano (IEP) e Secretário Executivo do Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino (Cogeime).
Dia 14 de junho / 19h30 Padre emérito, rebelde, autor de artigos e posturas polêmicas, detentor do “Júbilo 50 anos” pelo tempo de ordenação e vocação sacerdotal, natural de Doutor Pedrinho, povoado de Santa Catarina, constituído em sua maioria de imigrantes italianos (trentinos), alemães e poloneses. Chegou a São Paulo para um internato de japoneses, uma espécie de préseminário para futuros missionários no Japão. Trabalhou na pastoral na Favela do Vergueiro onde manteve contato com a Juventude Universitária Católica (JUC), a Juventude Estudantil Católica (JEC), a Juventude Operária Católica (JOC), a UNE, UBES e AP. Toda aquela efervescência política, cultural e religiosa dos anos 60, invadiu também a clausura do seminário. A Teologia da Libertação abriu uma nova fronteira para o seu sacerdócio. “Da teologia das realidades celestes para uma Teologia das Realidades Terrestres”, nas palavras do padre Otto, uma igreja que já não se contenta em contemplar o mundo, mas, em contribuir para transformá-lo. Por conta de sua postura, enfrentou perseguição política no golpe de 1964, fazendo com que seus sermões na Catedral fossem gravados e assistidos por elementos do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).
Sonia Carmela Falci Dechen Dia 9 de agosto / 19h30
Cantora, regente do Coral Reverendo James William Koger é engenheira do Instituto Agronômico e gerente técnica do Laboratório de Física do Solo. Na música inicia-se cedo nas aulas de piano e canto, mas no momento da formação acadêmica descobre a Engenharia Agrônoma e um novo mundo de conhecimentos e encantos, tornando-se mestre e doutora em solos e nutrição de plantas. É conhecida como uma das maiores autoridades na pesquisa em Ciência do Solo no Brasil, conciliando duas áreas tão distintas: arte e vida acadêmica.
Dia 18 de outubro / 19h30 Mais de 5 décadas dedicadas ao rádio. Foi a voz mais aguardada no amanhecer de cada novo dia na cidade, à frente do programa semanal “Bom Dia Cidade”, nos últimos 15 anos, pelos microfones da Rádio Municipal Educativa FM. referência da Rádio Nacional do Rio de Janeiro e da Rádio Tupi. Ingressou em 1963, na antiga Rádio Voz Agrícola, onde foi operador de áudio, redator, comentarista, locutor de estúdio e repórter de campo na área esportiva Antenado e observador das transformações do seu tempo, transcendeu e ampliou seus conhecimentos com a chegada da era digital. Mantem vivos na repertório cultural. Acompanhou ativamente os acontecimentos, a dinâmica e a gente da cidade. Da parte alta do Rio Piracicaba viu as pontes e o crescimento das vilas; a piracema e seus mandis e bagres enfrentando as pedras do imponente salto. Recorda fatos como a entrevista com o “Rei Pelé” e o fatídico dia em que os caminhado pela rua quando... São histórias, muitas histórias...
Ruschel
Dia 6 de dezembro / 19h30 Engenheira agrônoma de formação descobriu aos 60 anos, que além de ser imprescindível à lavoura, a argila também poderia ganhar uma nova perspectiva
escala de relação com o que a retém. Seu ateliê, situado no Lar dos Velhinhos de Piracicaba, é uma amostra viva de sua produção, fruto de mais de vinte anos de pesquisa artística, que reúne a preocupação com o meio ambiente e a exploração de formas orgânicas na escultura, utilizando materiais como: terracota, metal e resina, que dialogam com os elementos vegetais. Lançou em 1998 o livro “Ecologia, Cozinha e Arte”, ilustrado com suas esculturas. Ativa na vida cultural em Piracicaba, já expôs seus trabalhos em mostras nacionais e internacionais, conquistando importantes prêmios como o 1º lugar na Categoria Escultura na Bienal de Arte Contemporânea de Roma. de uma artista da terra, em seu sentido mais amplo.
Foto: Gustavo Vitti
Romualdo Filho Jornalista e mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba, foi editor de cultura do Jornal de Piracicaba e repórter de A Tribuna Piracicabana. Na dissertação de mestrado, analisou o quadro O Derrubador Brasileiro, de Almeida Júnior, com destaque à cultura regional,
Fotos: Bolly Vieira
Atualmente é assessor de imprensa da Prefeitura de Piracicaba.
Sesc Piracicaba
R. Ipiranga, 155 CEP 13400-480 Tel.: +55 19 3437 9292 /sescpiracicaba
sescsp.org.br/piracicaba
Apoio
Realização