Sesc Pompeia, 28 de agosto a 2 de dezembro de 2018
arte-veículo 3NÓS3; a revolução Não Será televiSioNada; aimberê céSar; alex Hamburger; álvaro de Sá; aNalívia cordeiro; aNtoNio maNuel; aretHa Sadick e explode!; artur barrio; camila valoNeS; cildo meireleS; criStiNa ribaS, giSeli vaScoNceloS e tati WellS; coNtrafilé/mico; daNiel SaNtiago; di; éder oliveira; eduardo coutiNHo; eduardo kac e mário ramiro; flávio de carvalHo; freNte 3 de fevereiro; geraldo aNHaia mello; curadoria: ana Maria Maia ASSISTÊNCIA DE CURADORIA: MARIA BEATRICE TRUjIllO
glauber rocHa; grupo maNga roSa; HudiNilSoN Jr.; Jac leirNer; Jomard muNiz de britto; Julio plaza; leNora de barroS; leoNilSoN; lia letícia; luiz paulo baravelli; márcia x.; mauricio ruiz; Neide Sá; NuNo ramoS; olHar eletrôNico; paulo bruScky; paulo HerkeNHoff; reforma gráfica e editorial do JorNal do braSil; SaNdra kogut; teatro de SaNidadeS; tv viva; tvdo; videoHackerS; vitor ceSar; Waltercio caldaS; yuri firmeza Exposição, inserções na mídia, programas públicos, canal digital youtube.com/arteveiculo #arteveiculo
TVDO, Fรกbrica do som (cartaz), 1983-1984. Design: Gisela Belluzzo de Campos. Acervo Sesc Memรณrias TVDO, Fรกbrica do som (fotogramas), 1983-1984. Arquivo TV Cultura
daS SubverSõeS da arte
As expressões artístico-culturais carregam em seu cerne os germes da liberdade, da inquietação e da criatividade. Muitas vezes, os criadores identificam brechas e oportunidades para driblar controles e imposições oficiais e subliminares. Outras vezes, seu papel é transformar obstáculos e interdições em territórios de disputa, colocando em circulação ideias de interesse coletivo. Investigar, redescobrir e repensar procedimentos dessa natureza, nesses tempos onde a cultura do ódio e das fake news vicejam como ervas daninhas, parece imperativo. Trata-se de operar em tática de guerrilha, captando os sinais hegemônicos para usufruir de suas potências e possibilidades. Nessa perspectiva, é oportuno retomar a tradição de criadores – marginais, clandestinos ou inclassificáveis – que se posicionaram ativamente pelo direito de subverter normas, convenções e parâmetros limitantes à disseminação de suas produções.
A exposição Arte-veículo, com curadoria da pesquisadora Ana Maria Maia, se insere nesse contexto, reunindo iniciativas de época que formam uma retrospectiva histórica por meio de cerca de 200 trabalhos de artistas e grupos de diferentes gerações. A ideia é promover uma aproximação mediada com tais obras, complementada por encontros formativos, mesas de debate e a reprodução de algumas intervenções nas mídias atuais. Ao conceder nova visibilidade a tais propostas artístico-culturais e às suas manobras de desestabilização e insurgência, o Sesc contribui com o processo socioeducativo em bases críticas, repercutindo posturas capazes de funcionar como precedentes inspiradores para alimentar esferas públicas de discussão diante da condição de alienação e conformismo que busca nos entorpecer no mundo contemporâneo. danilo SantoS de Miranda DIRETOR DO SESC SãO PAUlO
CIlDO MEIRElES, Inserções em jornal: classificados (Clareira), 1970. Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil
FlÁVIO DE CARVAlHO, Roupas para partida de futebol em TV em cores: O jogador, O goleiro, O juíz e O bandeirinha. Foto: Alexandre Santos Silva
Sumário
27 núcleo 1 perder-Se
15 iNtrodução
31 núcleo 2 Sair àS ruaS 35 núcleo 3 duelar 39 núcleo 4 Hackear 43 núcleo 5 ouviver 47 núcleo 6 ficcioNalizar 51 núcleo 7 experimeNtar a liNguagem
21 a peSquiSa e o livro 23 a expoSição
55 iNSerçõeS Na mídia
70 liSta de obraS
58 programaS públicoS
90 “o mimético, a iNterferêNcia e o iNStaNte NoS mm (maSS media)”, Julio plaza
59 PerforManceS e açõeS 60 converSaS 64 laboratórioS
67 caNal digital
Enquanto esfera pública, os meios de comunicação são espaço para a arte, assim como as ruas. Entre o advento da televisão, inaugurada no Brasil em 1950, e a internet, difundida desde o início dos anos 2000, diferentes artistas e grupos apareceram no agendamento da imprensa para experimentar simultâneos pertencimentos e desvios. Baseada em um livro homônimo, Arteveículo reúne algumas dessas intervenções reais, bem como trabalhos que discutem o imaginário midiático no país. Além de ser uma exposição na área de convivência do Sesc Pompeia, em São Paulo, o projeto também envolve um programa de performances, conversas, oficinas, inserções na imprensa atual e o início de um arquivo na internet.
AlEx HAMBURgER E MÁRCIA x., Anthenas da raça, 1985. Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
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ANAlíVIA CORDEIRO, M3x3 (fotogramas), 1973
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ÁlVARO DE SÁ, Sem título (tríptico), Série Poemics, 1977
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a peSquiSa e o livro
Arte-veículo usa diferentes um arquivo que segue em curso. plataformas para investigar as De partida, isso acarretou aprorelações de artistas com os meios ximar documentos das histórias de comunicação no Brasil. O pro- da imprensa e da arte, e realizar jeto não se debruça sobre a crítica entrevistas, de modo a abarcar a e o jornalismo cultural, nem transdisciplinaridade e o caráter tampouco sobre as publicações contextual do assunto. Em 2015, foi publicado o livro alternativas e autogeridas. Seu foco são os modos de questio- Arte-veículo: intervenções na nar os discursos e aparecer na mídia de massa brasileira (Ediimprensa hegemônica, a despeito toras Aplicação e Circuito), que de acordos e, muitas vezes, tam- apresenta o resultado parcial bém de convites. desse levantamento, a partir de Interessa saber quando, e uma narrativa cronológica. Um sobretudo como, artistas, grupos conjunto de intervenções foi e ativistas conseguiram intervir analisado à luz de fatores da nos jornais e revistas, nas rádios, conjuntura histórica, social e emissoras de televisão e por- midiática em que surgiram e a tais de internet. Vale, para tanto, que respondiam, entre as décaobservar sua habilidade tática das de 1950 e 2000. para pegar carona em circuitos de amplo alcance e parasitá-los com outros enunciados. Iniciada de forma independente, a pesquisa teve parte considerável de seu desenvolvimento custeado pela Bolsa Funarte de Estímulo às Artes Visuais de 2014. O prêmio possibilitou organizar as bases de
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a expoSição
No Sesc Pompeia, Arte-veículo supostamente horizontais, tornou-se uma exposição que mas cada vez mais pautadas reúne cerca de 200 trabalhos por mecanismos ocultos de filde 47 artistas e grupos na Área tragem. Nelas, os jornalismos de Convivência. Nesse espaço, concorrem com as fake news documentos impressos e regis- (notícias falsas) e as escutas tros em vídeo das intervenções esbarram em uma cacofonia de são articulados com obras vozes, propícia para a polarizaque comentam as mídias em ção e o ódio, nem sempre para outras linguagens, como ins- as interlocuções e o debate. Os limites impostos pelas talações, objetos e esculturas. Um programa de performan- estruturas do passado ou do ces, conversas e laboratórios presente levam a crer que é dá presença, memória e caráter preciso identificar brechas e dialógico para o assunto. Fora ocupá-las, no intuito de disputar do Sesc Pompeia, quatro tra- as narrativas de um imaginário balhos históricos e um inédito público. Em diferentes épocas, são veiculados na mídia atual, mudam fatores dos contextos de modo a experimentar suas e das instituições, mas persisinterfaces e públicos. tem as estratégias de desvio. Grande parte desse repertó- Como estes e outros trabalhos rio carrega o anacronismo dos ensinam, parte da função social modelos de comunicação verti- da arte deve-se à sua capacicais, a partir dos quais poucos dade de perder-se, sair às ruas, emissores alcançavam públi- duelar, hackear, “ouviver”, cos massivos. Hoje, a imprensa ficcionalizar e experimentar institucional encontra-se em a linguagem. Esses verbos estado de falência financeira e orientam os sete núcleos de simbólica. As redes sociais, por Arte-veículo no Sesc Pompeia. sua vez, constituem dinâmicas
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ANTONIO MANUEl, Clandestinas, 1975. Fotos: Mario Caillaux
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[ núclEo 1 ]
álvaro de Sá, aNtoNio maNuel, cildo meireleS, daNiel SaNtiago, flávio de carvalHo, HudiNilSoN Jr., Jomard muNiz de britto, leNora de barroS, Neide Sá, paulo bruScky
perder-Se
DANIEl SANTIAgO, Eu como poesia nhoc, nhoc, nhoc, 1977
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[ pErdEr-sE ]
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7 3
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Nas galerias e museus, o branco da parede, as luzes e os pedestais existem como estruturas para chamar atenção. Funcionam para tentar convencer de que, se algo está em seu alvo, deve ser relevante. Na imprensa, assim como nas ruas, apesar de a arte supostamente alcançar mais pessoas, ela concorre com uma gama de assuntos e vozes. Essa perda de visibilidade, contudo, foi usada como estratégia por alguns artistas, principalmente nos anos de ditadura militar.
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Sem assinar suas propostas, não correriam o risco de serem perseguidos. Atuando de maneira clandestina e pontual em meios de grande circulação, conseguiriam disseminar um pensamento crítico, pelas vias da denúncia e da poesia, aceita muitas vezes só porque incompreendida. A autoria indvidual, também ela mecanismo para atribuir destaque, terminou dando lugar, em alguns casos, a criações anônimas ou coletivas.
“eu tratava da eScala, do coNtrole de iNformação e do lugar da obra de arte. […] tiNHa uma iNviSibilidade quaSe que Natural, meSmo que foSSe público e iNcluSive aSSiNado por mim. […] algumaS queStõeS que me iNtereSSavam: camuflagem, autoria, deSaparição, poiS eu Já Sabia que Se perderiam. o que eu goStava, portaNto, era eSSa diNâmica em que um iNdivíduo, Na Solidão da Sua iNdividualidade, pode de alguma maNeira afetar uma macroeStrutura. No eNtaNto, eu Não tiNHa NeNHuma eSperaNça de que eu pudeSSe reverter iSSo e, portaNto, coNStatar a eficácia da miNHa ação como artiSta.”
cildo MeireleS, Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, 2015
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[ núclEo 2 ]
aimberê céSar e márcia x., artur barrio, flávio de carvalHo, grupo maNga roSa, leoNilSoN, SaNdra kogut, tv viva, Waltercio caldaS, yuri firmeza
Sair àS ruaS
TV VIVA, Gravação do programa Lambe-lambe e exibição pública, déc. 1980. Fotos: Xirumba
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[ sair às ruas ]
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Contrários ao confinamento da também se tornou interessante arte em instituições e mostras de investigar. Os deslocamentos ativaram tradicionais, artistas de diferentes gerações experimenta- um estado de busca que, não ram meios para atuar na esfera raro, levou os artistas a refletipública. Fizeram intervenção rem sobre o próprio contexto de urbana e perceberam que, a trabalho. “Que lugar é esse?”, depender da radicalidade, perguntou-se Yuri Firmeza ao seriam ignorados pela crítica inaugurar uma coluna no Estado cultural, mas ganhariam a de Minas, em 2013. “Aquilo como cobertura das editorias de coti- aqui”, estampou Waltercio Caldas diano. O que importava era em luminoso no centro de São testar possibilidades de exis- Paulo e em uma página inteira do tir enquanto fato social e, por Jornal da Tarde, tornando-se um isso, o espaço da imprensa elo possível entre realidades.
“o que procuro é o coNtato com a realidade em Sua totalidade, do tudo que é reNegado, do tudo que é poSto de lado, maiS pelo Seu caráter coNteStador; coNteStação eSSa que eNcerra uma realidade radical, poiS que eSSa realidade exiSte, apeSar de diSSimulada atravéS de SímboloS. […] é a NoSSa realidade do dia a dia e é NeSSe poNto que abro mão de meu eNquadrameNto como ‘artiSta’, porque Não Sou maiS, Nem eSpecificameNte NeceSSito de qualquer outro rÓtulo. […] eSSeS trabalHoS, No momeNto em que São colocadoS em praçaS, ruaS, etc., automaticameNte torNam-Se iNdepeNdeNteS.”
artur barrio, “lAMA/CARNE/ESgOTO”, 1970
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[ núclEo 3 ]
aretHa Sadick e explode!, aimberê céSar, alex Hamburger, daNiel SaNtiago, geraldo aNHaia mello, Julio plaza, luiz paulo baravelli, márcia x., mauricio ruiz, olHar eletrôNico, paulo HerkeNHoff, tvdo
duelar
MÁRCIA x. (COM COlABORAçãO DE AlEx HAMBURgER, AIMBERÊ CéSAR E MAURICIO RUIz), TV Studios, 1987. Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
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[ duElar ]
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Mesmo diante de uma desproporção de forças, vários artistas propuseram duelos simbólicos com a mídia hegemônica. Ora demonstraram disponibilidade para serem afetados por seus personagens e discursos, ora recusaram seus efeitos de padronização e controle das formas de vida. Entre perdas e ganhos, adesões e críticas, negociar foi uma estratégia recorrente. Em 1987, Márcia X. e colaboradores quiseram dividir o Show
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de calouros com o apresentador Silvio Santos, e chegaram a idealizar os critérios para o convívio entre um júri do programa e outro formado por artistas e críticos. Julio Plaza, por sua vez, escreveu sobre os termos de uma relação que só poderia existir no limite do desacordo. Em 1985, ao afirmar que “a média com a mídia é a constante”, atribuiu à arte a tarefa de se aproximar da imprensa para tentar gerar “ruídos e perturbações”.
“deSeJoSoS por SeNtir NaS prÓpriaS ampolaS a SubStâNcia alumíNia daS máquiNaS fabricaNteS de veroSSimilHaNçaS, mergulHamoS de cabeça em SeuS eStraNHoS iNterioreS repletoS de HabitaNteS refrigeradoS pleNoS de felicidade motora apareNtemeNte iNabalável. adquirimoS aSSim o caráter de réplicaS bifocaiS eStilizadaS, eSpecialmeNte deSigNadaS para Se deSfazer imediatameNte apÓS coNcluído o último eStágio deSte coNtragolpe prÓ expertoS da tragédia gregária. […] aS váriaS gradaçõeS de brilHo roubam a ceNa doS perSoNageNS caramelizadoS por preparoS iNStaNtâNeoS e o Jogo coNtíNuo torNado eSquelético e límpido faz do SimpleS fato de eStar lá algo implacável como a roleta.” Márcia X., “Quanto vale o show?”, 1987
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[ núclEo 4 ]
a revolução Não Será televiSioNada, coNtrafilé, criStiNa ribaS, giSeli vaScoNceloS e tati WellS, di, lia letícia, videoHackerS
Hackear
A REVOlUçãO NãO SERÁ TElEVISIONADA, A revolução não será televisionada (fotogramas), 2002
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[ hackEar ]
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A busca por “zonas autônomas temporárias”, ou T.A.Z., tornou-se lema de movimentos anticapitalistas e antiglobalização desde os anos 1980. Conforme apontava Hakim Bey, pseudônimo do historiador Peter Lamborn Wilson, essas estruturas pressupunham a inteligência de se alojar no seio dos grandes sistemas e corporações para tentar minar sua força ou orientá-la para objetivos opostos. “Hackeá-las”, segundo o vocabulário hoje bastante empregado para designar a ação de programadores capazes de quebrar códigos de segurança, os hackers.
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A hegemonia da imprensa sobre os discursos sociais foi uma das pautas frontalmente combatidas por tais movimentos. No início dos anos 2000, a internet, longe de ser controlada como o é hoje, oferecia as ferramentas para um modelo de comunicação livre e em rede, ao alcance de qualquer pessoa ou organização independente. Nesse contexto, entre listas de e-mails, festivais, fóruns políticos, intervenções urbanas e on-line, passou a ser praticada no mundo, e também no Brasil, a ideia de “mídia tática”.
“cabe reSSaltar a operação de diSSemiNação memética, Sempre preSeNte NaS açõeS propoStaS, quaNdo, a partir de uma ideia víruS Num dado coNtexto Social, poSSibilita Sua popularização e edição NoS maiS diverSoS meioS e ceNaS culturaiS, daS ativiStaS à arte, tecNologia, etc. […] elemeNtoS correNteS como a pirataria, a atuação doS camelôS, a gambiarra, a Sampleagem eSpoNtâNea e o remix Na formação da cultura braSileira, a colaboração e a prática do mutirão eram poNtoS NormalmeNte igNoradoS.”
GiSeli vaSconceloS e ricardo roSaS, Net_cultura 1.0: Digitofagia, 2006
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[ núclEo 5 ]
3NÓS3, camila valoNeS, coNtrafilé/mico, éder oliveira, eduardo coutiNHo, freNte 3 de fevereiro, glauber rocHa, teatro de SaNidadeS, vitor ceSar
ouviver
VITOR CESAR, Heranรงa e partilha, 2010
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[ ouvivEr ]
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Dedicar-se a uma prática diária de escuta, ceder o microfone, reverberar vozes por muito tempo silenciadas, exercer autocrítica e responsabilidade diante de relações de tutela que porventura tenham se estabelecido. “Ouviver”. O neologismo do compositor Wally Correa de Oliveira pode abarcar esses e outros significados. Na década de 1980, Julio Plaza descreveu o termo na forma de pergunta (“v. está ai?”), uma espécie de teste de canal de comunicação que sugere alguém que fala e outros a quem se dirige, sem a certeza de sua presença.
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Nas narrativas sociais e midiáticas, presenças e, consequentemente, ausências, não são naturais, mas sim construídas a partir de marcadores econômicos, de raça e gênero muito definidos. Onde se situam os artistas e como eles podem interferir nesses processos simbólicos? Durante a anistia, o 3NÓS3 colocou sacos plásticos nas cabeças das estátuas de São Paulo, como se fazia com presos políticos. Éder Oliveira, por sua vez, vem pintando, em grande formato, retratos de jovens das periferias de Belém estigmatizados como criminosos pelos cadernos policiais.
“aS deSiluSõeS políticaS e peSSoaiS, eNtre outroS fatoreS, aJudaram a detoNar uma paixão imediata por uma coiSa SimpleS – olHar e eScutar peSSoaS, em geral pobreS, do campo e da cidade – o outro Social e cultural. teNtar eNteNder o paíS, o povo, a HiStÓria, a vida e a mim meSmo, maS Sempre fixado No coNcreto, No microcoSmo. […] em Nome do mito da iNformação, balaNceada e imparcial, que Sequer Se teNta cumprir [Na televiSão], reJeita-Se qualquer olHar pacieNte e reSpeitoSo.”
eduardo coutinho, “A verdade da filmagem”, 1992
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[ núclEo 6 ]
eduardo kac e mário ramiro, flávio de carvalHo, aimberê céSar e márcia x., olHar eletrôNico, yuri firmeza
ficcioNalizar
OlHAR ElETRôNICO, O mundo no ar (fotogramas), 1986
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[ ficcionalizar ]
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Diante de um único fato, uma performance realizada no Salão Paulistano, Aimberê César e Márcia X. construíram um registro em vídeo com quatro diferentes versões. Mantiveram os enquadramentos e a montagem, mas mudaram as escalas de cor das imagens. O exercício demonstra como os modos de narrar a realidade podem também criá -la, na medida em que atribuem pontos de vista e ênfases, e omitem outros aspectos da situação. Toda história, e até mesmo a
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História, como disciplina, carrega ficções, ou seja, dados relativos, divergências, imprecisões e, por que não, delírios. Ancorados na premissa de verdade imparcial, alguns gêneros e recursos jornalísticos suscitaram respostas de artistas em obras. Criaram factoides e forjaram documentos para disseminar mentiras bem contadas. Parodiaram repórteres e usaram metalinguagem para desvendar a mídia como mecanismo de persuasão.
“Não cabe à arte deScobrir verdadeS. acHo que eSSa queStão da ‘verdade’ ou ‘meNtira’ polarizou a diScuSSão Sobretudo eNtre JorNaliStaS. para eleS é importaNte deNuNciar ‘SupoStaS verdadeS’. eu teNtava abrir uma terceira liNHa que era eScapar da dicotomia. Já partia do priNcípio que Não exiSta verdade e me laNçava a criar ficçõeS, iNveNtar. iNveNtei um artiSta que Não exiStia. a iNveNção Não deixa de Ser um certo tipo de meNtira, Né?”
Yuri firMeza, Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, 2015
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[ núclEo 7 ]
3NÓS3, aNalívia cordeiro, Jomard muNiz de britto, leNora de barroS, NuNo ramoS, reforma gráfica e editorial do JorNal do braSil, SuplemeNto domiNical do JorNal do braSil, tvdo, vitor ceSar
experimeNtar a liNguagem
lENORA DE BARROS, ...Umas, 1993-1996. Fotos: Pisco del Gaiso e Penna Prearo
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[ ExpErimEntar a linguagEm ]
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Graças à disponibilidade de equipamentos inovadores e ao ambiente de troca intelectual e criativa, as redações de jornais e estúdios de TV já foram laboratórios para artistas de diferentes gerações. Enquanto elxs se favoreciam ao experimentar recursos de trabalho a que não teriam acesso em outra parte, os veículos de comunicação também ganhavam, na medida em que assimilavam essas pesquisas de linguagem
2
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em sua grade de programação. Mesmo que pontuais e quase sempre temporárias, logo sendo desmanchados os acordos que as sustentavam, tais permutas possibilitavam que os artistas atuassem não apenas nas brechas institucionais, mas nas estruturas. Levavam a acreditar que, em colaboração com equipes editoriais e gráficas, poderiam implementar projetos construtivos e conceber a utopia de um espaço social de vanguarda.
“a daNça para tv é fuNdameNtalmeNte difereNte da daNça para palco porque, eNtre o bailariNo e o eSpectador, temoS a câmera. […] No proceSSo que eu criei, aS câmeraS São programadaS para termoS oS eNfoqueS e oS tempoS de cada um. […] o bailariNo é quem deve criar a ligação eNtre uma poSição e outra, coNforme a força de expreSSão que ele SeNtir, a força de expreSSão que ele quiSer dar à daNça que ele eStiver executaNdo.”
analívia cordeiro, Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, 2015
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iNSerçõeS Na mídia Parte de Arte-veículo ocorre nos meios de comunicação. Além de contexto original de intervenções midiáticas históricas, esses espaços permitem ampliar a esfera de alcance dos artistas e os levam a negociar com outros públicos, agentes e campos de saber. Tendo em vista o experimento de circuitos na imprensa atual, o projeto agenciou a volta de trabalhos históricos para a programação de jornais, revistas, emissoras de TV, além de ter provocado a realização de uma intervenção inédita em estações de rádio.
Jac leirner, Furos, 1989/2018 Publicação original: Jornal da Tarde,
projeto Arte em Jornal, 27/05/1989
Dentro de um projeto comissionado pelo Jornal da Tarde, em 1989, Jac Leirner agiu sobre o processo de impressão e fez com que as páginas recebessem pequenas fissuras. Praticamente em branco, essas páginas carregaram apenas as marcas como narrativa e o duplo sentido do título. Furo, no jargão jornalístico, significa notícia em primeira mão. Uma nova edição da obra será feita durante a mostra.
jAC lEIRNER, Furos, 1989. Foto: Luiz Luppi/ Estadão Conteúdo
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analívia cordeiro, Cambiantes, 1976
daniel SantiaGo, Verzuimd Braziel, 1995/2018
Exibição original: Programa S.O.S
Projeto não realizado, 1995
Utilidades, TV Cultura, 1976
Traduzido do holandês, o título Para questionar a crença na desse trabalho significa “Brasil televisão como “janela para o desamparado”. Em referência ao mundo”, Cambiantes envolveu passado colonial de Pernambuco um experimento geométrico. Com e à persistência de crises polío movimento de câmera, figurino ticas, econômicas e sociais no e cenário fundiam-se, detur- país, Daniel Santiago formulou pando o formato da tela. A obra um projeto de teleperformance. de videodança foi feita nos estú- Sem o apoio de uma emissora de dios da TV Cultura e, após quatro TV, ele o executou, na época, apedécadas, voltará para a grade de nas como ação presencial. Após televisão, acompanhada de uma mais de vinte anos, a “ovolatria entrevista com a artista. artística” finalmente será transmitida conforme o artista previu. ANAlíVIA CORDEIRO, Cambiantes (fotogramas), 1976
Yuri firMeza, Ecdise, 2012 Publicação original: Estado de Minas,
entre agosto e dezembro de 2008
Durante uma residência em Belo Horizonte, Yuri Firmeza ocupou uma página mensal no Estado de Minas para refletir sobre o lugar da arte na esfera pública, entre as ruas e a imprensa. “Que lugar é esse?”, perguntou-se na primeira edição, anunciando uma abertura para a autocrítica e para os diálogos. Entre agosto e novembro, o artista retoma a coluna e escreve quatro novas edições.
caMila valoneS, Roteiro de chocalho de cabeça para rádio. da série glossolalia, 2018 Em línguas muito antigas ou que ainda não existem, Glossolalia permite livres vocalizações. Recorrendo a essa prática, Camila Valones experimentou enunciar um poema de Gabrielle Nascimento e transmiti-lo em estações de rádio. A peça remete à vivência de um conflito ético-político em um território do centro de São Paulo. “Quem tem boca fala, quem tem ouvido ouve, quem tem poder silencia”. Os versos são repetidos entre o canto e o ruído, em busca de brechas de recepção.
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programaS públicoS Um espaço de encontros no centro da mostra recebe uma agenda de performances, conversas e laboratórios. Distribuídos ao longo de três meses, esses eventos dão acesso a episódios de uma trajetória de relações entre os artistas e os veículos de comunicação no Brasil. Um repertório histórico e iniciativas comissionadas são articulados de modo a convocar o público a refletir sobre as disputas por um imaginário midiático hoje.
ARETHA SADICk E ExPlODE!, Vera Verão, 2017-2018. Foto: Pedro Napolitano Prata.
performaNceS e açõeS Vera Verão, de aretha Sadick e eXPlode! lOCAl: Área de convivência
HORÁRIO: Terça-feira, 28/8, a partir das 21h, e sábado, 1/12, a partir das 15h
DURAçãO: 30 minutos
Para refletir sobre a representação das translesbixas na grande mídia, Aretha Sadick trouxe para o seu corpo o repertório da Vera Verão, personagem de Jorge Lafond tornado célebre na TV nos anos 1980. Primeiro de um conjunto de três atos, a performance agrega à análise crítica de imagens uma busca por formas de visibilidade e resistência. Ambas as apresentações também serão transmitidas pelo Instagram.
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performaNceS e açõeS A Corda, de neide Sá lOCAl: Área de convivência HORÁRIO: Terça-feira, 28/8,
a partir das 20h
NEIDE SÁ, A corda, 1967/2018
Na remontagem dessa obra histórica, durante o evento de abertura de Arte-veículo, os visitantes são convidados a combinar recortes de jornais e revistas sobre um varal. Os significados atribuídos coletivamente permanecerão na mostra a partir de então, misturando fontes e interpretações do passado e do presente. A obra foi criada em 1967, no evento Arte no Aterro, que aconteceu no Rio de Janeiro, e tinha o intuito de desalienar e permitir a livre expressão em tempos de ditadura.
teatro de sanidades
(ana GiSelle, bruna kurY, Melke, caMila valoneS,
Atentados poéticos, de JoMard Muniz de britto
cintia GuedeS, kite larouX,
lOCAl: Área de convivência
lua lucaS, rita fariaS, SaMantha
HORÁRIO: Quinta-feira, 11/10, às 20h DURAçãO: 1h
* Com interpretação em Libra
** Sujeito à lotação do espaço
Gabrielle naSciMento, JeSSica Mota, karen ka, leila roSa,
rodriGueS, SuzY Muniz, tatiane
caMPobello, tnS Julia, ventura Profana, victória SantoS,
vulcânica PokaroPa)
Poeta, cineasta e professor apo- lOCAl: Área de convivência sentado devido ao AI-5, Jomard HORÁRIO: Quinta-feira, 08/11, às 20h Muniz de Britto é uma das vozes * Sujeito à lotação do espaço da contracultura em Pernambuco. Para ele, os artistas devem levar teatro de sanidades é um poeà mídia “o vírus da desobediência, ma-título em que Camila Valones da negatividade, da divergência”, organiza roteiros e performa situasem deixar de cultivar circuitos ções que suspendem uma normaalternativos. Desde 1975, Britto tividade cíclica e cínica. Desta repercute o noticiário em seus vez, a obra consiste na criação Atentados poéticos. Em perfor- compartilhada entre 19 mulheres. mance, o artista distribuirá edi- O grupo se apresenta na mostra, ções mais recentes dessa série e com transmissão ao vivo para os canais de youtubers convidados. fará uma leitura dramática.
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coNverSaS 80/90 – aberturas: conversa entre sandra kogut e grupo manga rosa
60/70 – guerrilha: conversa entre analívia cordeiro e antonio manuel
lOCAl: Área de convivência
lOCAl: Área de convivência
das 19 às 21h
das 19 às 21h
HORÁRIO: Quinta-feira, 13/9, * Com intérprete de Libras
** Sujeito à lotação do espaço
A conversa tematiza intervenções que se deram entre as ruas e as mídias no contexto das aberturas político-econômicas do Brasil, a partir do início dos anos 1980. O grupo Manga Rosa falará sobre Art-door e Sinalização (de) formativa (1982), realizados em São Paulo, e Sandra Kogut relatará suas experiências em Videocabines são caixas pretas (1989) e Parabolic People (1991), realizadas entre o Rio de Janeiro e outras cidades do mundo.
HORÁRIO: Quinta-feira, 4/10, * Com intérprete de Libras
** Sujeito à lotação do espaço
Durante a ditadura militar, cresciam casos de censura e autocensura em veículos de comunicação. Mesmo assim, Analívia Cordeiro e Antonio Manuel encontraram formas para desenvolver trabalhos críticos e experimentais dentro da TV Cultura, em São Paulo, e d’O Jornal, no Rio de Janeiro. Na conversa, abordarão fatores do contexto social e midiático da época, bem como suas estratégias de guerrilha artística.
construções: conversa entre Eliane stephan, Jânio de freitas e lenora de Barros, com mediação de daniel trench lOCAl: Área de convivência
HORÁRIO: Quinta-feira, 29/11, das 19 às 21h
* Com intérprete de Libras
** Sujeito à lotação do espaço
gRUPO MANgA ROSA, Sinalização (de)formativa (projeto), 1982-1983/2018
As reformas gráficas e editoriais reuniram artistas, jornalistas, escritores e designers na concepção de novas estruturas narrativas em jornais brasileiros. Nos anos 1950, Jânio de Freitas foi um dos editores que implementou uma linguagem moderna no Jornal do Brasil, em diálogo com a utopia construtiva dos concretos e neoconcretos. A partir da segunda metade dos anos 1980, Eliane Stephan e Lenora de Barros dividiram a tarefa de redesenhar a Folha de S.Paulo. 63
laboratÓrioS Arquivos táticos, com cristina ribas, giseli vasconcelos e tati Wells e convidadas (adriana veloso, fabiane Borges, milena durante e tininha lhanos) lOCAl: Área de convivência
HORÁRIO: Quinta-feira, 30/08, e
sexta-feira, 31/08, das 19h às 22h; sábado, 1/09, das 10h às 18h
VAgAS: 25 participantes. Inscrições
até 30/08, na Central de atendimento
A partir do trabalho homônimo, em que as artistas organizaram uma memória de vinte anos de internet livre no Brasil, o laboratório permitirá acessar e discutir esse repertório. O objetivo é identificar caminhos para o pensamento tático e em rede no contexto atual. No decorrer de três dias, as artistas e suas convidadas, todas mulheres, farão relatos de experiências e conduzirão
atividades teóricas e práticas, de escrita e interpretação, para agregar novas perspectivas ao arquivo em curso.
Programa para descatracalização da própria vida – Sistematização nº 6, com o grupo contrafilé lOCAl: Área de convivência
HORÁRIO: Quinta-feira, 25/10, das 14h às 18h
Após a repercussão inesperada de um de seus trabalhos de intervenção urbana, em 2007, o Contrafilé dedicou-se a perceber como acontecem as disputas por um imaginário midiático. Suas obras, desde então, passaram a combinar arquivos e dinâmicas para organizá-lo e interpretá-lo. Parte do projeto Programa para descatracalização da própria vida – Sistematização nº 6, esta oficina visa à construção de cartografias de fatos e narrativas sociais persistentes na última década.
CONTRAFIlé, Programa para descatracalização da própria vida – Sistematização nº 6 (diagrama), 2007/2018
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caNal digital
youtube.com/arteveículo
Para dar continuidade ao arquivo e à memória sobre intervenções midiáticas no Brasil, mesmo depois de encerrada a mostra do Sesc Pompeia, Arte-veículo tornase um canal no YouTube. Nessa rede digital, são indexados alguns trabalhos em suporte audiovisual provenientes de outras páginas. A partir de agosto de 2018, o canal também passa a receber depoimentos em vídeo de artistas e grupos participantes do projeto. O objetivo, com esse material, é dar acesso a narrativas sobre cada obra que possibilitem perceber o contexto, as ferramentas e as estratégias a partir dos quais vieram a existir. Nesse canal, também podem ser assistidos os registros integrais das conversas e performances de Arte-veículo no Sesc Pompeia. AIMBERÊ CéSAR E MÁRCIA x., Soap Opera (fotograma), 1990
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TVDO, Avesso circo (fotograma), 1984
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liSta de obraS
3nóS3 hudinilson Jr., mário ramiro e rafael frança (São Paulo – SP, 1979-1982) Ensacamento, 1979 Intervenção em monumentos da cidade de São Paulo em 27/04/1979 Impressão sobre jornal, colagem e fotografias em formato postal, dimensões variáveis Coleção Mário Ramiro
3nóS3 hudinilson Jr., mário ramiro e rafael frança (São Paulo – SP, 1979-1982) Conecção, 1981 Intervenção entre as avenidas Paulista, Dr. Arnaldo e Rebouças, em São Paulo, em 13/05/1981 Impressão sobre jornal, 46 x 34 cm Vídeo Duração: 1’37” Coleção Mário Ramiro
3nóS3 hudinilson Jr., mário ramiro e rafael frança (São Paulo – SP, 1979-1982) Interversão VI, 1980 Intervenção entre as avenidas Paulista, Rebouças, Consolação e Dr. Arnaldo, em São Paulo Impressão sobre jornal e fotografias, dimensões variáveis Coleção Mário Ramiro
3nóS3 hudinilson Jr., mário ramiro e rafael frança (São Paulo – SP, 1979-1982) X-Galeria, 1979 Impressão sobre jornal e fotografias, dimensões variáveis Coleção Mário Ramiro
3nóS3 hudinilson Jr., mário ramiro e rafael frança (São Paulo – SP, 1979-1982) A categoria básica da comunicação, 1979 Publicação no caderno Ilustrada do jornal Folha de S.Paulo em 18/11/1979 Impressão sobre jornal, 46 x 34 cm Coleção Mário Ramiro
a revoluçÃo nÃo Será televiSionada andré montenegro, daniel lima, daniela labra e fernando coster (São Paulo – SP, 2002-2003) A revolução não será televisionada (Episódios 7 e Extra), 2002 Programa exibido na TV USP, com 8 episódios, entre 31/08 e 03/12/2002 Duração: aprox. 1h Coleção Daniel Lima a revoluçÃo nÃo Será televiSionada andré montenegro, daniel lima, daniela labra e fernando coster (São Paulo – SP, 2002-2003) Sem título (cartaz), 2002 Sem título (cartaz), 2002 Serigrafia sobre sobras de papel de outdoor, aprox. 119 x 84 cm Coleção Daniel Lima
aiMberÊ cÉSar e Márcia X. (Aracaju – SE, 1958-2017; Rio de Janeiro – Rj, 1959-2005) Soap Opera, 1990 Videoinstalação com quatro canais, originalmente exibida na galeria Magnetoscópio, Rio de Janeiro – Rj, e no Downtown Community Television Center, em Nova Iorque – EUA Duração: 17’ Produção: Alex Hamburger Coleção Mauricio Ruiz
aleX haMburGer e Márcia X. Belgrado – Sérvia, 1950; Rio de Janeiro – Rj, 1959-2005) Anthenas da raça, 1985 Registro de performance com fotografias e textos colados em catálogo de eletrônica, dimensões variáveis Doação Therezinha de Jesus E. P. de Oliveira viabilizada por recursos do Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 – Funarte Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro álvaro de Sá (Rio de Janeiro – Rj, 1935-2001) série poemics, 1977 Sem título (tríptico), 32 x 24 cm (cada) Sem título, 32 x 24 cm Sem título, 32 x 24 cm Sem título, 32 x 24 cm Nanquim e colagem sobre papel Coleção Galeria Superfície
analívia cordeiro (São Paulo – SP, 1954) M3X3, 1973 Videodança realizada no estúdio da TV Cultura e transmitida em 18/04/1973 Duração: 9’50” Bailarinas: Analívia Cordeiro, Beatriz Maria Luiz, Cybele Cavalcanti, Eliana P. Moreira, Fabiana Cordeiro, Marina Helou, Nira Chernizon, Silvia T. Bittencourt, Solange C. Metri Luz: Antonio Cirino e Durvalino Gomes Som: Laerte Silva Vídeo: Ricardo Oelling Produção e direção de TV: Irineu de Carli Programação: Centro de Computação da Universidade de Campinas Coleção da artista
analívia cordeiro (São Paulo – SP, 1954) Gestos, 1975 Videodança realizada no estúdio da TV Cultura e transmitida no programa S.O.S Utilidade Pública Duração: 7’22” Bailarinas: Analívia Cordeiro e Fabiana Cordeiro Produção: Gregório Bacic Câmera: J. Carrari Montagem: José Luiz Sasso Sonoplastia: Marco Aurélio Direção de TV: Antônio Carlos Rebesco Coleção da artista
analívia cordeiro (São Paulo – SP, 1954) Cambiantes, 1976 Videodança realizado no estúdio da TV Cultura Duração: 4’58” Bailarinas: Analívia Cordeiro, Beatriz M. Luiz, Cybele Cavalcanti, Fabiana Cordeiro. Realização cinematográfica: Pedro Farkas Música: Raul do Valle Coleção da artista
antonio Manuel (Avelãs do Caminho – Portugal, 1947. Vive no Rio de Janeiro – Rj) Frutos do espaço, 1980 Intervenção urbana originalmente realizada na Catacumba da Lagoa, Rio de Janeiro Nove estruturas metálicas autoportantes e pedras, 220 x 120 cm (cada) Coleção do artista antonio Manuel (Avelãs do Caminho – Portugal, 1947. Vive no Rio de Janeiro – Rj) Clandestinas, 1975 Intervenção gráfica sobre nove capas do jornal O Dia, reimpressão e distribuição Participações: Lygia Pape, Helio Oiticica e Torquato Neto Impressão sobre jornal, 55,5 x 37,5 cm (cada) Coleção do artista antonio Manuel (Avelãs do Caminho – Portugal, 1947. Vive no Rio de Janeiro – Rj) Exposição Antonio Manuel – De 0 a 24 horas, 1973 Caderno especial publicado em O Jornal em 15/07/1973 Impressão sobre jornal, 6 páginas de 58 x 38 cm (cada) e quatro capas Coleção do artista
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antonio Manuel (Avelãs do Caminho – Portugal, 1947. Vive no Rio de Janeiro – Rj) série flans, 1975 Bala mata fome, 53,5 x 38,5 cm A noite dos generais, 53,5 x 38 cm Sem censura, 57 x 38 cm Marcha reúne cem mil, 52,5 x 37 cm Feitiço contra o feiticeiro, 55 x 37 cm Classificado vermelho, 55,5 x 37,5 cm Poema classificado, 55 x 38 cm Intervenção em pintura e desenho sobre matriz gráfica Coleção do artista aretha Sadick e eXPlode! (Duque de Caxias-Rj, 1989; São Paulo-SP, 2016) Vera Verão, 2017-2018 Performance em vídeo e ao vivo, em 28/8 e 1/12, com transmissão pelo Instagram Sonorização da performance da Associação Cultural Videobrasil: Dj Adalu Filmagem: Gui Larrain Edição: Sladka Jerônimo Duração do vídeo: 25’58” Duração da performance: 30’
artur barrio (Porto – Portugal, 1945. Vive no Rio de Janeiro – Rj) 1) De dentro pra fora 2) Simples..........., 1970 Tecido e televisão, aprox. 130 x 70 x 70 cm Patrocínio Petrobras Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
caMila valoneS (Recife – PE, 1988. Vive em São Paulo – SP) Roteiro de chocalho de cabeça para rádio. da série glossolalia, 2018 Intervenção em emissoras de rádio e instalação sonora. Poema: Gabrielle Nascimento Produção musical: Brisa Flow Gravação e mixagem: Caio Alarcon Masterização: Ota Duração: 1’13”
cildo MeireleS (Rio de Janeiro – Rj, 1948) Inserções em circuitos ideológicos – Projeto Coca-Cola, 1970-atual Texto transferido sobre garrafas de Coca-Cola, 24,5 x 6,1 cm Coleção do artista cildo MeireleS (Rio de Janeiro – Rj, 1948) Inserções em jornais: Classificados (Clareira), 1970 Anúncio classificado publicado no Jornal do Brasil em 13/01/1970 Impressão sobre jornal, 58 x 36 cm Coleção do artista
cildo MeireleS (Rio de Janeiro – Rj, 1948) Inserções em jornais: Classificados, 1970 Anúncio classificado publicado no Jornal do Brasil em 03/06/1970 Impressão sobre jornal, 55 x 38 cm Coleção do artista
contrafilÉ cibele lucena, Jerusa messina, Joana zatz mussi, peetssa e rafael leona (São Paulo – SP, 2000) Programa para a Descatracalização da Própria Vida - sistematização nº 6, São Paulo, 2004-2018 Intervenção urbana e registros de repercussão midiática Cartografia sobre a parede, dimensões variáveis Coleção Contrafilé contrafilÉ/Mico cibele lucena, Jerusa messina, Joana zatz mussi, peetssa e rafael leona (São Paulo – SP, 2000) Não estamos em rebelião – Sistematização realizada pelo grupo Contrafilé sobre ação do grupo Mico, 2007 Intervenção urbana e registros de repercussão midiática Reproduções de matérias de jornal e edição de narrativa, dimensões variáveis Colaboração: Rodrigo Araújo Coleção Contrafilé
criStina ribaS, GiSeli vaSconceloS e tati WellS (São Borja, 1980. Vive no Rio de Janeiro; Belém – PA, 1975. Vive em Rio de Janeiro – Rj e Worcester – EUA; Rio de Janeiro, 1973. Vive em Pipa – RN) Arquivos táticos, 2000-2018 Pesquisa, biblioteca, plataforma online (http://desarquivo. midiatatica.info e http:// midiatatica.desarquivo.org) e laboratório com pedagogia radical Programação do site: 3Ecologias (Ricardo Ruiz e Ricardo Brasileiro) Desenho da cartografia visual: Cristina Ribas e Lucas Sargentelli
Licença: Arquivos Táticos é um projeto gerado a partir de uma literatura coletiva e colaborativa. Foi realizado devido à disponibilização digital destes arquivos, por meio de licenças livres, como creative commons, copyleft e variações da licença arte livre. Convidadas do Laboratório Arquivos Táticos: Adriana Veloso, Fabiane Borges, Milena Durante e Tininha Lhanos daniel SantiaGo (Garanhuns – PE, 1939. Vive no Recife – PE) Verzuimd Braziel (projeto), 1995/2018 Projeto de teleperformance Datiloscrito sobre papel Inserção em programa de TV Coleção do artista
daniel SantiaGo (Garanhuns – PE, 1939. Vive no Recife – PE) Eu como poesia nhoc, nhoc, nhoc, 1977 Anúncio classificado publicado no jornal Diário de Pernambuco em 10/07/1977 Impressão sobre jornal, 58 x 36 cm Coleção do artista
daniel SantiaGo (Garanhuns – PE, 1939. Vive no Recife – PE) Interessa a alguém, que numa madrugada de chuva, 1977 Anúncio classificado publicado no jornal Diário de Pernambuco em 10/07/1977 Impressão sobre jornal, 58 x 36 cm Coleção do artista
daniel SantiaGo (Garanhuns – PE, 1939. Vive no Recife – PE) Se você é de Tabira, 2005 Anúncio classificado publicado no jornal Diário de Pernambuco em 10/07/2005 Fotocópia em papel jornal, 29 x 21 cm Coleção do artista
Éder oliveira (Timboteua – PA, 1983. Vive em Belém – PA) Sem título, 2018 Pintura mural a partir de retratos de cadernos policiais Tinta acrílica sobre parede, dimensões variáveis
daniel SantiaGo (Garanhuns – PE, 1939. Vive no Recife – PE) Vendo meu voto, 1985 Anúncio classificado e chamada de capa publicados no jornal Diário de Pernambuco em 06/10/1985 Impressão sobre jornal, 10 x 35,5 cm (cada) Coleção do artista
eduardo kac e Mário raMiro (Rio de Janeiro – Rj, 1962. Vive em Chicago – EUA; Taubaté – SP, 1957. Vive em São Paulo – SP.) Retrato suposto, rosto roto, 1988 Teleperformance exibida no Programa Eureka, da TV Cultura em 08/10/1988 Documentação e fotografias, dimensões variáveis Coleção Mário Ramiro
daniel SantiaGo (Garanhuns – PE, 1939. Vive no Recife – PE) Se você tem mais de 60 anos, 2008 Recorte de anúncio classificado publicado no jornal A Tarde em 20/06/2008 Impressão sobre jornal, 15,5 x 28,5 cm Coleção do artista
di (Osasco – SP, 1976-1997) Pixo no Conjunto Nacional, 1997 Documentação de pixação e cobertura jornalística Álbum, carta e matéria no jornal Folha de S.Paulo Dimensões variáveis Coleções Rafael Augustaitiz e Dino
eduardo coutinho (São Paulo – SP, 1933-2014) Seis dias em Ouricuri, 1976 Reportagem para o programa Globo Repórter de 01/01/1976 Duração: 48’20” Fotografia: Edson Santos Montagem: Mário Murakami e Valdir Barreto Produção: Hélio Cardoso Apresentação: Cid Moreira Arquivo Centro de Documentação TV Globo
flávio de carvalho (Barra Mansa – Rj, 1899; Valinhos – SP, 1973) “flávio de carvalho veste os jogadores de futebol para a tv em cores”, 1972 Impressão sobre jornal, 58 x 72 cm Arquivo Folhapress
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flávio de carvalho (Barra Mansa – Rj, 1899; Valinhos – SP, 1973) O jogador, 1972 O juiz, 1972 O bandeirinha, 1972 O goleiro, 1972 Guache sobre papel, 67 x 48 cm (cada) Coleção Marta e Paulo Kuczynski
flávio de carvalho (Barra Mansa – Rj, 1899; Valinhos – SP, 1973) casa, homem, paisagem, 1955-1956 Coluna de 19 textos e ilustrações publicada no jornal Diário de S.Paulo entre 22/12/1955 e 26/02/1956 Impressão sobre jornal, 55 x 38 cm (cada) Acervo Hemeroteca Mário de Andrade flávio de carvalho (Barra Mansa – Rj, 1899 – Valinhos – SP, 1973) a moda e o novo homem, 1956 Coluna de 39 textos e ilustrações publicada no Diário de S.Paulo entre 04/03/1955 e 14/10/1956 Impressão sobre jornal, 55 x 38 cm (cada) Acervo Hemeroteca Mário de Andrade
flávio de carvalho (Barra Mansa – Rj, 1899; Valinhos – SP, 1973) “a casa do homem do século XX”, 1938 Artigo publicado no jornal Diário de S.Paulo em 27/02/1938 Impressão sobre jornal, 55 x 38 cm (cada) Acervo Hemeroteca Mário de Andrade
flávio de carvalho (Barra Barra Mansa – Rj, 1899; Valinhos – SP, 1973) Experiência nº3, 1956 Traje e demonstração nas ruas e para a imprensa Fotografia, 50 x 70 cm Acervo Museu de Arte Brasileira – Fundação Armando Álvares Penteado flávio de carvalho (Barra Mansa – Rj, 1899 – Valinhos – SP, 1973) Experiência nº4: Filmagem nas selvas amazônicas!, 1958 Anúncio publicado em jornal não identificado Impressão sobre jornal, 10 x 15 cm Acervo Centro de Documentação Alexandre Eulálio – Universidade Estadual de Campinas
frente 3 de fevereiro achiles luciano, andré montenegro, cássio martins, cibele lucena, daniel lima, daniel oliva, Eugênio lima, felipe teixeira, felipe Brait, fernando alabê, fernando coster, João nascimento, Julio dojcsar, maia gongora, majoi gongora, marina novaes, maurinete lima, pedro guimarães e roberta Estrela d’alva, sato do Brasil, Will robson (São Paulo – SP, 2004) Bandeiras, 2005 Intervenções Brasil negro salve e Onde estão os negros? em transmissão ao vivo de jogos de futebol pela Rede Globo e pelo SporTV Vídeo Duração: 6’56” Coleção Daniel Lima
frente 3 de fevereiro achiles luciano, andré montenegro, cássio martins, cibele lucena, daniel lima, daniel oliva, Eugênio lima, felipe teixeira, felipe Brait, fernando alabê, fernando coster, João nascimento, Julio dojcsar, maia gongora, majoi gongora, marina novaes, maurinete lima, pedro guimarães e roberta Estrela d’alva, sato do Brasil, Will robson (São Paulo – SP, 2004) Periafricania, 2007 (excerto) Intervenção no edifício Prestes Maia (São Paulo – SP), com cobertura ao vivo pela TV Cultura; Excerto em vídeo do documentário Zumbi somos nós, de 2007 Duração do excerto: 8’01” Coprodução: Frente 3 de Fevereiro e Gullane Filmes, Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec) Coleção Daniel Lima
Geraldo anhaia Mello (São Paulo – SP, 1955-2010) A situação, 1978 Videoperformance Duração: 8’44” Coleção Fernanda Anhaia Mello
Geraldo anhaia Mello (São Paulo – SP, 1955-2010) Lavagem às ostras, 1994 Livro a partir de compilação das colunas do jornalista no Jornal da Tarde (Editora Sniper, 1994) Geraldo anhaia Mello (São Paulo – SP, 1955-2010) Muito além do cidadão Kane, 1994 Livro (Scritta Editoral, 1994)
Glauber rocha (Vitória da Conquista – BA, 1939 Rio de Janeiro – Rj, 1981) Máscaras com Severino e Super-Homem, 1979 Quadro de entrevistas no Programa Abertura, da TV Tupi, entre fevereiro e junho de 1979 Duração: 5’14” Acervo Cinemateca Brasileira
hudinilSon Jr. (São Paulo – SP, 1953-2017) Sem título (políptico), s.d. (décadas de 1980 e 1990) Caneta e offset sobre papel, dimensões variáveis Coleção Maria Apparecida e Hudinilson Urbano Cortesia Galeria Jaqueline Martins
Jac leirner (São Paulo – SP, 1961) Furos, 1989/2018 Intervenção no processo de impressão no Jornal da Tarde de 27/05/1989 Impressão e intervenção sobre jornal, 2 páginas, 55 x 76 cm e 55 x 38 cm Coleção da artista JoMard Muniz de britto (Recife – PE, 1937) Atentados poéticos, 1975-atual Produção e distribuição de textos, leitura dramática Coleção do artista
JoMard Muniz de britto (Recife – PE, 1937) Ex-intelectual, 1977 Anúncio classificado publicado no jornal Diário de Pernambuco em 10/07/1977 Impressão sobre jornal, 58 x 36 cm Coleção Daniel Santiago
Julio Plaza (Madri – Espanha, 1938; São Paulo – SP, 2003) Ícones são redondos, s.d. (déc. 1980) Serigrafia, 59 x 65 cm Coleção Ines Raphaelian Cortesia Galeria Marilia Razuk lenora de barroS (São Paulo – SP, 1953) Procuro-me, 2001/2018 Capa do caderno Mais!, publicada no jornal Folha de S.Paulo em 07/10/2001 Impressão sobre jornal e lambe-lambe, dimensões variáveis Coleção da artista
lenora de barroS (São Paulo – SP, 1953) ...Umas, 1993-1996 Coluna publicada aos sábados no caderno São Paulo do Jornal da Tarde Impressão sobre jornal, 55 x 15 cm (cada) Coleção da artista
leonilSon (Fortaleza – CE, 1957; São Paulo – SP, 1993) Brasil vai a Miami em busca de “década perdida” em 20 de abril de 1991, 18,1 x 14,5 cm Palavrão não é exclusividade de Magri, 1992, 18 x 12,5 cm Jamais toque em um membro da família real, 27 de abril de 1991, 18,1 x 16,1 cm Moda bizarra aterrissa nas bocas e nas TVs, 13 de abril de 1991, 23,2 x 17,8 cm “Motoqueiros do chiclete” aceleram corações, 4 de maio de 1991, 18,3 x 16,3 cm Os chatos unidos foram enfim vencidos, 4 de setembro de 1991, 18 x 13 cm Quando Brasil e Itália têm algo em comum, 1992, 19 x 11,6 cm
Paulo Maluf, um perfeito injustiçado, 12 de março de 1993, 14,6 x 10,4 cm Saddam vai à luta e Bush veste pijama, 1992, 15,5 x 10,4 cm Vice é vício desde os tempos de Sarney, 1992, 17,9 x 12,5 cm Tinta de caneta permanente e recorte de papel colado sobre papel Coleção Projeto Leonilson
leonilSon (Fortaleza – CE, 1957; São Paulo – SP, 1993) Talk of the town, 1991-1993 Ilustrações para a coluna “Talk of the town”, de Barbara Gancia, no jornal Folha de S.Paulo Impressão sobre jornal, aprox. 28 x 36 cm (cada) Arquivo Folhapress
lia letícia (Porto Alegre – RS, 1975. Vive no Recife – PE) Golpista desde sempre, 2016 Vídeo Duração: 11’22” Coleção da artista
luiz Paulo baravelli (Carapicuíba – SP, 1942. Vive em São Paulo – SP) L.P. Baravelli, 1985-1986 Coluna semanal ilustrada na Folha de S.Paulo, entre 26/04/1985 e 10/02/1986 Impressão sobre jornal, dimensões variáveis Arquivo Folhapress
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GruPo ManGa roSa carlos dias, francisco zorzette e Jorge Bassani (São Paulo – SP, 1979-1982) Art-door “Primeiro passo, conquistar espaços…”, 1981-1982/2018 Reedição de outdoor originalmente instalado na avenida Consolação (São Paulo – SP), para o projeto Arte ao ar livre Estrutura de madeira e lâminas de zinco, folhas de papel impressas, perfis de zinco pintados, 3 x 9 m
GruPo ManGa roSa carlos dias, francisco zorzette e Jorge Bassani (São Paulo – SP, 1979-1982) Sinalização (de)formativa, 1982-1983/2018 Reedição de ação originalmente realizada sobre as placas de trânsito de São Paulo – SP Intervenção sobre comunicação visual do Sesc Pompeia, dimensões variáveis
Márcia X. (Rio de Janeiro – Rj, 1959-2005) Bufê Bugiganga, 1982-1992 Bonecos de plástico, objetos de consumo, livreto impresso e figurinhas sobre papel artesanal fechado à vácuo Documentação, dimensões variáveis Fotografia: Aimberê César Doação Therezinha de Jesus E. P. de Oliveira viabilizada por recursos do Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 – Funarte Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
aiMberÊ cÉSar e Márcia X. (Aracaju – SE, 1958-2017; Rio de Janeiro – Rj, 1959-2005) Bufê Bugiganga, 1982-1992 Vídeo de performance, originalmente apresentada no Solar de Gradjean de Montigny, Rio de Janeiro – Rj Duração: 5’20” Doação Therezinha de Jesus E. P. de Oliveira viabilizada por recursos do Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 – Funarte Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Márcia X. (Rio de Janeiro – Rj, 1959-2005) Soap Opera, 1990/2018 Barras de sabão laranja sobre parede rosa Remontagem de instalação originalmente apresentada no IV Salão Paulista de Arte Contemporânea, dimensões variáveis
Márcia X. (coM colaboraçÃo de aiMberÊ cÉSar, aleX haMburGer e Mauricio ruiz) (Rio de Janeiro – Rj, 1959-2005; Aracaju – SE, 1958; Rio de Janeiro – Rj, 2017; Belgrado – Sérvia, 1950; Rio de Janeiro-Rj, 1956) TV Studios, 1987 Documentação de projeto não realizado para o Show de calouros, do canal SBT, dimensões variáveis Doação Therezinha de Jesus E. P. de Oliveira viabilizada por recursos do Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 – Funarte Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
neide Sá (Rio de Janeiro – Rj, 1940) A corda, 1967/2010 Recortes de revistas e jornais em suporte rígido, corda, caixas e grampos, dimensões variáveis Coleção Galeria Superfície
nuno raMoS (São Paulo – SP, 1960) Lígia, 2017 Montagem de cenas do Jornal Nacional, da Rede Globo, das edições de 16/03/2016 e 31/08/2016. Intervenção diária no site de arte www.aarea.co durante setembro de 2017 Duração: 11’ Realização: aarea.co (Lívia Benedetti e Marcela Vieira) Execução de vídeo/áudio: Luis Felipe Labaki e Sérgio Abdalla Implementação do site: Caio Polesi Concessão do uso da canção: Jobim Music Ltda Comissionado por aarea.co
olhar eletrÔnico Beto salatini, dario vizeu, fernando meireles, marcelo machado, marcelo tas, paulo morelli, renato Barbieri, toniko melo (São Paulo – SP,1981-1989) Ernesto Varela em busca da notícia, 1983 Reportagens para o programa 23ª Hora, veiculado na TV Gazeta entre outubro de 1982 e março de 1983 Vídeo | Duração: 9’45” Direção geral: Goulart de Andrade Colaboradorxs: Adriano Goldman, Carlos Zalasiki, Clovis Aidar, Davilson Brasileiro, Dona Ana, Fernando Rozo, Flávio de Carvalho, Hugo Prata, Ione Sassa, Márcia Meirelles, Marina Abs André, Rinaldo Martinucci Acervo Olhar Eletrônico
olhar eletrÔnico Beto salatini, dario vizeu, fernando meireles, marcelo machado, marcelo tas, paulo morelli, renato Barbieri, toniko melo (São Paulo – SP,1981-1989) Ernesto Varela em “Santos Urgente”, 1983 Reportagem para o programa 23ª Hora, veiculado na TV Gazeta entre outubro de 1982 e março de 1983 Vídeo Duração: 1’10” Direção, criação, produção, fotografia e vinheta: Toniko Melo Atuação: Marcelo Tas Colaboradorxs: Adriano Goldman, Carlos Zalasiki, Clovis Aidar, Davilson Brasileiro, Dona Ana, Fernando Rozo, Flávio de Carvalho, Hugo Prata, Ione Sassa, Márcia Meirelles, Marina Abs André, Rinaldo Martinucci Acervo Olhar Eletrônico
olhar eletrÔnico Beto salatini, dario vizeu, fernando meireles, marcelo machado, marcelo tas, paulo morelli, renato Barbieri, toniko melo (São Paulo – SP,1981-1989) Crig-Rá, 1984 Programa exibido na TV Gazeta Vídeo Duração: aprox. 1h (programa inteiro) “4’04” (blocos 2 e 4)” Produção: Abril Vídeo Colaboradorxs: Adriano Goldman, Carlos Zalasiki, Clovis Aidar, Davilson Brasileiro, Dona Ana, Fernando Rozo, Flávio de Carvalho, Hugo Prata, Ione Sassa, Márcia Meirelles, Marina Abs André, Rinaldo Martinucci Acervo Olhar Eletrônico
olhar eletrÔnico Beto salatini, dario vizeu, fernando meireles, marcelo machado, marcelo tas, paulo morelli, renato Barbieri, toniko melo (São Paulo – SP,1981-1989) O mundo no ar, 1986 Episódio de estreia do programa, exibido na TV Manchete Duração: 13’35 Colaboradorxs: Adriano Goldman, Carlos Zalasiki, Clovis Aidar, Davilson Brasileiro, Dona Ana, Fernando Rozo, Flávio de Carvalho, Hugo Prata, Ione Sassa, Márcia Meirelles, Marina Abs André, Rinaldo Martinucci Acervo Olhar Eletrônico
olhar eletrÔnico Beto salatini, dario vizeu, fernando meireles, marcelo machado, marcelo tas, paulo morelli, renato Barbieri, toniko melo (São Paulo – SP,1981-1989) Antenas (Invente um nome para o programa), 1985 Primeiro episódio do programa, transmitido na TV Gazeta Vídeo Duração: aprox. 22’20” Colaboradorxs: Adriano Goldman, Carlos Zalasiki, Clovis Aidar, Davilson Brasileiro, Dona Ana, Fernando Rozo, Flávio de Carvalho, Hugo Prata, Ione Sassa, Márcia Meirelles, Marina Abs André, Rinaldo Martinucci Acervo Olhar Eletrônico
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) (com colaborações de Jomard muniz de Britto, Jota medeiros, luiz guardia neto e ulises carrión) Ra(ú)dio Arte Show, 1978 Quadro de poesia sonora no Programa Paulo Marques, na Rádio Clube de Pernambuco aos sábados, a partir das 10h30 Participações: Art Players e Orson, Daniel Santiago, Leonardo Duch, Luiz Guardia Neto, Roberto Sandoval, Robin Crozier, Rod Summers, Ulisses Carrió, entre outros. Obras selecionadas: Jota Medeiros, Dorothy; Paulo Bruscky, Poema de repetição; Ulises Carrión, Hamlet For Two Voices; Luiz Guardia Neto, Posição(ões) Interpretação(ões) Linguagem; e Jomard Muniz de Britto, MiXturações Instalação sonora Duração: aprox. 1h Coleção do artista Paulo bruSckY Recife – PE, 1949 Informação, déc. 1980 Arte-correio Envelope, anotações, selo, carimbo, 24 x 33 cm Coleção Galeria Nara Roesler Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Quadro de força, déc. 1980 Arte-correio Envelope, anotações, selo, carimbo, 24 x 33 cm Coleção Galeria Nara Roesler
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Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) AAAA! BABA! CACA! TATA! DADA, 1977 Anúncio classificado publicado no jornal Diário de Pernambuco, 1977 Impressão sobre jornal, 57,8 x 37,5 cm Coleção do artista
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Arte classificada (Vervendo), 2010 Anúncio classificado publicado no jornal Diário de Pernambuco, 2010 Impressão sobre jornal, 57,8 x 31,8 cm
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Eletroencefalógrafo musicado, 1986 Anúncio classificado publicado no Jornal do Commercio em 31/08/1986 Impressão sobre jornal, 30 x 38 cm Arquivo Público de Pernambuco
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Hago lo que no existe y veo lo que vosotros no veis, 2017 Anúncio classificado publicado no jornal La Voz de la Galícia, Espanha, em 2017 Impressão sobre jornal, 38,5 x 28 cm Coleção do artista Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Homenagem a Joseph Beuys, 2013 Anúncios publicados no jornal O Estado de S.Paulo em 2013 Impressão sobre jornal, 23 x 31 cm Coleção do artista
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Máquina de filmar sonhos, 1977 Anúncio publicado no Diário de Pernambuco em 3/7/1977 Impressão sobre jornal, 29 x 38 cm Coleção do artista
PAUlO BRUSCkY (Recife – PE, 1949) Marcel Duchamp, 2013 Anúncio publicado em jornal não identificado Impressão sobre jornal, 55 x 32 cm Coleção Galeria Nara Roesler
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) O Brasil abre novas estradas de “ferro” para os trens de “petróleo”, 2014 Anúncio classificado publicado no jornal Correio Braziliense em 11/12/2014 Impressão sobre jornal, 23 x 21 cm Coleção do artista
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Poema de repetição e remédio brusckiano, 1977 Anúncio classificado publicado no Jornal do Commercio em 24/07/1977 Impressão sobre jornal, aprox. 29 x 36 cm Arquivo Público de Pernambuco Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Ruídos adventícios da ausculta pulmonar (gabarito), 1987 Gabarito de anúncio classificado publicado no Jornal do Commercio em 21/01/1987 Impressão sobre jornal, 19 x 18,5 cm Coleção do artista
Paulo bruSckY (Recife – PE, 1949) Ruídos adventícios da ausculta pulmonar, 1987 Anúncio classificado publicado no Jornal do Commercio em 01/02/1987 Impressão sobre jornal, 52 x 21 cm Arquivo Público de Pernambuco
Paulo herkenhoff (Cachoeiro do Itapemirim – ES, 1949. Vive no Rio de Janeiro – Rj) Estômago embrulhado – jejum, 1975 Vídeo Duração: 7’31” Acervo Associação Cultural Videobrasil aMilcar de caStro, ferreira Gullar, odYlo coSta filho, Jânio de freitaS e colaboradorXS (Paraisópolis – Mg, 1920; Belo Horizonte – Mg, 2002; São Luís – MA, 1914; Rio de Janeiro – Rj, 1979; Niterói– Rj, 1932) reforma gráfica e editorial do Jornal do Brasil, 1957-1961 Redação e diagramação de capas das edições de 02/01/1956, 14/07/1957, 01/07/1958, 01/05/1959, 12/06/1959 e 04/06/1960 Impressão sobre papel, 58 x 36 cm (cada) Colaborações: Carlos Castello Branco, Carlos Lemos, Gustavo Porté, José Ramos Tinhorão, entre outrxs Arquivo Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil
reYnaldo JardiM e colaboradorXS (São Paulo – SP, 1926; Brasília – DF, 2011) Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, 1956-1960 Caderno cultural editado entre junho de 1956 e junho de 1960. Fac-símile a partir de SDJB – uma antologia, organizada por Renato Rezende, Roberto Corrêa dos Santos e Sergio Cohn (Editora Azougue, 2016) Colaboradores regulares: Ferreira Gullar, Mário Faustino e Oliveira Bastos Colaboradores eventuais: Augusto e Haroldo de Campos, Antônio Houaiss, Clarice Lispector, Mário Pedrosa Impressão sobre jornal, 58 x 36 cm Arquivo Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil Sandra koGut (Rio de Janeiro – Rj, 1965) Videocabines são caixas pretas, 1989 Vídeo Duração: 9’41” Coleção da artista
Sandra koGut (Rio de Janeiro – Rj, 1965) Parabolic people, 1991 Inserções nos intervalos da programação da MTV Vídeo Duração: 41’ Coleção da artista
teatro de SanidadeS (Ana Giselle, Bruna Kury, Melke, Camila Valones, Cintia Guedes, Kite Laroux, Gabrielle Nascimento, Jessica Mota, Karen Ka, Leila Rosa, Lua Lucas, Rita Farias, Samantha Rodrigues, Suzy Muniz, Tatiane Campobello, Tns Julia, Ventura Profana, Victória Santos, Vulcânica Pokaropa) teatro de sanidades, 2018 Performance e transmissão por youtubers convidados Duração: 2h tv viva – centro luiz freire (Olinda – PE, 1984) Bom dia Déo: Você trabalhou e o Brasil mudou?, 1984 Quadro de entrevistas para televisão de rua Vídeo | Duração: 7’20” Apresentação: Cláudio Ferrário (Brivaldo) | Acervo Centro de Cultura Luiz Freire
tv viva – centro luiz freire (Olinda – PE, 1984) Bom dia Déo: Quem tem medo?, 1984 Quadro de entrevistas para televisão de rua Vídeo Duração: 7’15” Apresentação: Cláudio Ferrário (Brivaldo) Acervo Centro de Cultura Luiz Freire
tv viva centro luiz freire (Olinda – PE, 1984) Jornal Olho Vivo: Manifestação contra aumento de passagem, 1986 Quadro jornalístico para televisão de rua Vídeo Duração: 4’26” Reportagem: Eduardo Homem Acervo Centro de Cultura Luiz Freire
tv viva centro luiz freire (Olinda – PE, 1984) Lambe-lambe, 1986 Quadro jornalístico para televisão de rua Vídeo Duração: 6’06” Acervo Centro de Cultura Luiz Freire
tvdo ney marcondes, paulo priolli, pedro vieira, tadeu Jungle, Walter silveira (São Paulo – SP, 1980-1989) Mocidade independente, 1981 Programa semanal na TV Bandeirantes, entre julho e agosto de 1981 Vídeo | Duração: 21’ Direção: Nelson Motta Participações: Arrigo Barnabé, Asdrúbal Trouxe o Trombone, Caetano Veloso, Itamar Assunção, José Roberto Aguilar, Wally Salomão, entre outrxs Coleção Tadeu Jungle
tvdo ney marcondes, paulo priolli, pedro vieira, tadeu Jungle, Walter silveira (São Paulo – SP, 1980-1989) Fábrica do som (compilação), 1983-1984 Programa de auditório filmado no Sesc Pompeia e no Campo de Marte e exibido na TV Cultura entre março de 1983 a junho de 1984 Vídeo Duração: 16’45 Direção: Pedro Vieira Apresentação: Tadeu Jungle Coleção Tadeu Jungle
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tvdo ney marcondes, paulo priolli, pedro vieira, tadeu Jungle, Walter silveira (São Paulo – SP, 1980-1989) Avesso futebol, 1984 Piloto de programa para a TV Cultura Vídeo Duração: 44’57” Produção: Videoverso Coleção Tadeu Jungle
tvdo ney marcondes, paulo priolli, pedro vieira, tadeu Jungle, Walter silveira (São Paulo – SP, 1980-1989) Avesso circo, 1984 Piloto de programa para a TV Cultura Vídeo Duração: 46’27” Produção: Videoverso Coleção Tadeu Jungle
videohackers Barraco da Grobo, 2003 Vídeo Duração: 6’13” Licença Copyleft* Centro de Mídia Independente *Copyleft é a livre a reprodução para fins não comerciais, desde que autor e a fonte sejam citadas e esta nota seja incluída. vitor ceSar (Fortaleza – CE, 1978. Vive em São Paulo) 100%, 2018 Cilindros de concreto com gravação de dados estatísticos de jornais e livros Instalação, dimensões variáveis
vitor ceSar (Fortaleza – CE, 1978. Vive em São Paulo) Herança e partilha, 2010/2018 Instalação Rádios, temporizadores e prateleiras, dimensões variáveis Coleção do artista
Waltercio caldaS (Rio de Janeiro – Rj, 1946) Software, 1989 Intervenção urbana e midiática publicada na série Arte em Jornal, do Jornal da Tarde em 29/04/1989 Impressão sobre jornal, 56 x 72 cm Coleção do artista
Yuri firMeza (São Paulo – SP, 1982. Vive em Fortaleza – CE) Ecdise, 2012 Coluna mensal no caderno Pensar, do jornal Estado de Minas, entre agosto e dezembro de 2008 Colaboradores: Amanda Melo, Fabrício Melo, Miguel Bezerra, Pablo Lobato, Patrícia Greber e Uirá dos Reis Impressão sobre jornal, 55 x 38 cm (cada) Arquivo Jornal Estado de Minas/ Belo Horizonte – Mg
Yuri firMeza (São Paulo – SP, 1982. Vive em Fortaleza – CE) Souzousareta Geijutsuka, 2006 Registros de intervenção midiática Impressão sobre sulfite e jornal; fotografias, dimensões variáveis Acervo Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil
docuMentoS aSSociadoS a revoluçÃo nÃo Será televiSionada andré montenegro, daniel lima, daniela labra e fernando coster (São Paulo – SP, 2002-2003) Email de divulgação do segundo episódio do programa, de 02/09/2002 Documento, dimensões variáveis Tradução livre: Daniel Lima Coleção Daniel Lima
ariStideS GuiMarÃeS, celSo Marconi e JoMard Muniz de britto (Recife – PE, 1945, 1939 e 1937) “manifesto tropicalista: porque somos e não somos tropicalistas”, 1968 Texto originalmente publicado no Jornal do Commercio em 20/04/1968 Impressão sobre jornal, 58 x 36 cm Arquivo Público de Pernambuco fernando barboSa liMa (Rio de Janeiro-Rj, 1933-2008) abertura (vinheta), 1979-1980 Programa semanal na TV Tupi Apresentação: Luiz Jatobá Participações: Antonio Callado, Caetano Veloso, Darcy Ribeiro, Fausto Wolff, Fernando Sabino, Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, Miguel Arraes, Norma Bengell, Oliveira Bastos, Roberto D’Avila, Sargentelli, Tancredo Neves, Vivi Nabuco, Walter Clark, Ziraldo, entre outrxs. Duração: 30” Acervo Cinemateca Brasileira
frederico MoraiS (Rio de Janeiro – Rj, 1948) A nova crítica, 1970 Instalação com 15 mil garrafas de Coca-Cola no chão da Petite Galerie, Rio de Janeiro – Rj Fotografia, 30 x 20 cm (cada) Fotografia: autoria desconhecida Acervo Frederico Morais
GruPo ManGa roSa carlos dias, francisco zorzette e Jorge Bassani (São Paulo – SP, 1979-1982) Projeto Arte ao ar livre, 19811982 Fotografias de outdoors de Alex Vallauri, Grupo Manga Rosa, Hudinilson Jr. e Viajou sem passaporte Fotografias, 22,97 x 35 cm (cada) Coleção de Jorge Bassani
JoÃo Wainer e roberto t. oliveira (São Paulo – SP, 1976; São Paulo – SP, 1972) Pixo (excerto), 2010 Documentário Duração do excerto: 1’13” Acervo Tx Filmes
o Globo “apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro”, 2013 Matéria publicada no site do jornal O Globo em 31/10/2013
rená tardin (Itaperuna-Rj 1983. Vive no Rio de Janeiro-Rj) Coutinho repórter (excerto), 2010 Vídeo Duração do excerto: 8’01” Produção: João Noé, Rená Tardin e Rodrigo Séllos Fotografia: Pablo de Moura Montagem: J.C. Oliveira e Rená Tardin Acervo Caos e Cinema Produções
roGÉrio SGanzerla (Joaçaba – SC, 1946; São Paulo – SP, 2004) Anônimo e incomum (excerto), 1990 Documentário sobre Antonio Manuel para o projeto RioArte Vídeo Vídeo Duração do excerto: 00’40” Apoio: TVE Elenco: Antonio Manuel, Helena Ignez e Nonatho Freire Fotografia: Marcos Bonisson Arquivo Mercúrio Produções
tv folha “vou transferir a cracolândia pra lá” Videorreportagem Duração: 9’36” Acervo TV Folha* *Este vídeo está sendo exibido a partir da página da TV Folha no Youtube. tv viva centro luiz freire – cláudio Barroso, Eduardo homem, nilton pereira (Olinda – PE, 1984) tv viva – 5 anos, 1986 Vinheta Duração: 1’43” Acervo Centro de Cultura Luiz Freire
tvdo ney marcondes, paulo priolli, tadeu Jungle e Walter silveira (São Paulo – SP, 1980-1989) Fábrica do som (cartaz), 1983 Impressão em offset, 40 x 25 cm Design: Gisela B. Campos Acervo Sesc Memórias
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gRUPO MANgA ROSA, Art-door “Primeiro passo, conquistar espaços...”, 1981-1982. Foto: Jorge Bassani
SeSc – Serviço Social do coMÉrcio Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional abraM SzaJMan Diretor do Departamento Regional danilo SantoS de Miranda
Superintendentes Técnico-Social Joel naiMaYer Padula Comunicação Social ivan Giannini Administração luiz deoclÉcio M. Galina Assessoria Técnica e de Planejamento SÉrGio JoSÉ battiStelli Gerentes Artes Visuais e Tecnologia Juliana braGa de MattoS Estudos e Desenvolvimento Marta colabone Artes Gráficas hÉlcio MaGalhÃeS Difusão e Promoção MarcoS ribeiro de carvalho Sesc Pompeia Monica carnieto
Equipe Sesc alciMar frazÃo, barbara rodriGueS, iGor cruz, ian herMan, JoÃo victor Guerrero, JoSÉ renato aleGreti diaS, Juliana okuda caMPanelli, kellY teiXeira, Paulo delGado, rafael della Gatta, raquel loPeS PY, roGÉrio ianelli, Silvio baSilio, Suellen barboSa, ubiratan nuneS, victor buck
arte-veículo Curadoria ana Maria Maia
Assistência de curadoria Maria beatrice truJillo
Desenvolvimento laura MarinGoni, Marcela aMaral e MÔnica novaeS eSManhotto
Coordenação e produção executiva helena raMoS e MÔnica novaeS eSManhotto
Assistência de produção caMMila ferreira e deborah Moreira
Arquitetura eStúdio riSco (huMberto Pio Juliana aMaral, Marcelo dacoSta e tiaGo GuiMarÃeS) Identidade visual e projeto gráfico thoMaz rezende e Yana Parente Desenho de luz anna turra
Educativo Curadoria Pinà cultura (daniela avelar e dÉbora raMoS cavaleri) Supervisão lucaS coMinado, luciane tobiaS, natália vinhal Mediação aManda de Sordi, andrÉ PrateS Maluf, caio Gracco, caMilla abdallah,
daniel GaboriM, eliS Marchi, erica arnaldo, iSabella baSaGlia, JÉSSica Maria neveS lúcio, Juliano da cunha toGnini, kaique canalle teiXeira, luiz netto, luna lucaS Souto ferreira, Marina doS anJoS, Marina rebuzzi, nina linS, rafael de Souza canuto, rafael leMoS de caStro, rafael Pereira vieira, raPhael Wruck, rebeca MarqueS da Silva, vaneSSa naGaYoShi Montagem inStall Produtora de arte Museologia Paula criStina curado doS SantoS (rJ) rebecka borGeS (Pe) rita torquete (SP) roberto chaveS (ce) Revisão de textos Marcela vieira
Coordenação de conteúdo digital clariSSa aMoriM
Produção de conteúdo audiovisual Direção haroldo Saboia Fotografia aline belfort e iSadora brant Edição raPhael villar Projeto audiovisual Mit arte
Projeto de estabilidade estrutural eduardo raMirez
Projeto elétrico Murilo Jarreta
Projeto de segurança david berG
Assessoria de imprensa Sofia carvalhoSa coMunicaçÃo Assessoria jurídica olivieri aSSociadoS
Assessoria Contábil SuPreMa contadoreS aSSociadoS Execução do Projeto Expográfico vetor conSultt
Transporte tranSPorteS SÃo MiGuel
aGradeciMentoS
inStituiçõeS Arquivo Público de Pernambuco, Associação Cultural Videobrasil, Banco do Nordeste do Brasil, BBC Online, Caos e Cinema Produções, Capacete, Centro de Cultura Luiz Freire, Centro de Documentação Alexandre Eulálio – Universidade Estadual de Campinas, Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Cinemateca Brasileira, Conteúdo Globo, Folhapress – Folha de S.Paulo, Funarte, Galeria Janete Costa – Parque Dona Lindu, Galeria Jaqueline Martins, Galeria Marilia Razuk, Galeria Nara Roesler, Galeria Superfície, Hemeroteca Mário
de Andrade, Jornal Estado de Minas, Jornal O Estado de São Paulo, Maumau Galeria, Mercúrio Produções, Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado – MAB FAAP, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Projeto Aarea.co (Lívia Benedetti e Marcela Vieira), Projeto Leonilson, Secult / Fundarpe, Sesc Memórias, TV Cultura, Tx Filmes, Ypê
PeSSoaS Anabela Plaza, Arion Medeiros, Aline Mylius, Beatriz Lemos, Carlos Bitu Cassundé, Celso Marconi, Diego Matos, Daniel Trench, Felipe Souza, Frederico Morais, Gisela Belluzzo de Campos, Guidi Vieira, Gustavo Nóbrega, Helmut Batista, Hugo França, Ileana Pradilla, Ines Raphaelian, Isabela Amatucci, Isabelle Rufino, Josué Mattos, Júlia Rebouças, Lays Adde, Leno Veras, Lorena Vicini, Maria Adelaide Pontes, Maria Carolina de Souza Anhaia Mello, Maria da Luz, Mariana Nunes da Silva, Marta e Paulo Kuczynski, Mirtes Marins de Oliveira, Nathalia Ungarelli, Pablo Pires, Pedro Celso, Pedro Coutinho, Priscila Gonzaga, Raquel Nunes, Regina Silveira, Ricardo Iannuzzi, Ricardo de Sá, Roberta Mahfuz, Renato Rezende, Stephania Paiva, Waldyr Beira Junior Todos os esforços foram realizados para a identificação, obtenção das autorizações e concessão dos créditos de autoria e titularidade para reprodução das imagens nessa exposição. Na hipótese de eventual omissão, os direitos encontram-se reservados aos seus titulares.
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SANDRA kOgUT, Videocabines sĂŁo caixas pretas (fotogramas), 1989
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gERAlDO ANHAIA MEllO, A situação (fotogramas), 1978
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o mimético, a iNterferêNcia e o iNStaNte NoS mm (maSS media), Julio plaza Texto escrito em 1986 e originalmente publicado na coletânea A virada do século (Ed. Paz e terra, 1987), organizada por Ana Carboncini.
Na sociedade pós-industrial A média com a mídia É a constante
Os MM (meios de massa) na era risonha Nos acostumaram a homologar os seus “jogos de linguagem” E a riqueza retórica das imagens Na pobreza de suas mensagens Que se consubstanciam como representações No sistema da indústria cultural E no “fluxo indiferenciado e descodificado” do capitalismo Que “destrói as coisas belas” Os mercados estão atentos a toda diferença Suscetível de uma recodificação Que a tornará indiferente e esgotará seu sentido O ruído transmutado em mensagem e vice-versa Ruídos e perturbações são interferências semânticas
Que são a reserva de signos potenciais Esperando seu turno numa sociedade Que renova lógica e vertiginosamente o material sígnico Uma sociedade semiorrágica Metáforas de anarquia Em função do espetáculo ideológicocultural E artístico-mercantil Os MM ejaculam conforme o modo da moda O-novo-como-novidade-como-novo … “O que há de novo pinta na tela da Globo”
Na ubiquidade dos MM Não se aspira a um contra-sentido Mas à exacerbação ad nauseam Da mesma natureza simulatória E às interferências retóricas Deglutidas no fluxo das representações massivas Onde o homem vira suco Se o excremento o sexo a comilança a bebedeira a risada São práticas da semiorragia carnavalizante Oposta ao estilo da cultura oficial medieval A tática produtiva do humor difuso Da alegria teleguiada dos risos programados em off Serve a fluidez das operações de comunicação e consumo E a identificação “entre nós” do gruparismo imaginário Como forma de gregarismo cultural “O que há de quente pinta na tela da gente” Na face risonha do pós-moderno A sociedade middle class mediúnica Espelha-se na mesmice da tela risonha
Festa da mídia eletrônica Este irracionalismo do racional promove o ritual Que se apropria do desejo coletivo e individual Enlatando as paixões pré-fabricadas No mimetismo cultural E na ética do útil-agradável À menor realidade erótica Mais formas sexualizadas no espetáculo
No funcionalismo da produção de sentido Onde se objetiva a ordem sócioeconômica-cultural E no utilitarismo do progressismo mercantil teleonômico do lucro “Os fins justificam os meios” Ocidental-mente Tudo mais Entra como conteúdo dos MM em instantaneidade inclusiva Mimetiza-se e se trasveste Na roupagem dos mídia como processo-produto-de-representação E sobrevivência Onde a obrigação de produzir aliena a paixão de criar E logo o volátil O tudo-nada da lógica dos produtos ideológicos Da sociedade “pós-ideológica” Que busca a identidade no jogo ilusionista da catarse As artes artesanais também entram nessa Como conteúdo das artes pós industriais O que dá status “cultural” aos MM E produz orgasmo nos artistas
Em troca Os MM criam o célebre
Mas os MM não são unidimensionais Repensando seus suportes Eles nos dizem das suas múltiplas faces na sua performance: A função referencial Pois os MM nos religam aos produtos de forma instantânea E insistente De tal modo a prolongar a mirada sobre o mesmo Eles nos falam também da exacerbação da função de contato A procura do “ouviver”: v. está aí? Também da meta linguagem soft Através do fechamento dos discursos sobre si mesmos Que se desliza para a performatividade do consumo E sobretudo no repúdio à exigência De representar mimeticamente o real Pois é a vida que imita o videoclip Também falam de suas memórias Que como arquivo de semelhanças E suportes de “museus imaginários” Organizam a cultura do disponível como o sonho: Londres Paris New York etc. etc. estão nos chips de silício E formam a “aldeia global” “A mudança de ilusão a ritmo acelerado dissolve Pouco a pouco A ilusão de mudança” a interferÊncia
O universo reprodutivo dos MM Transforma nosso mundo “natural” em ambientes-mensagens Os MM são lugar e motor de processos
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de hibridização Tradução e conflito Como colagem ambiental de suportes e signos Assim o sentido da “arte” e “cultura” Não procede mais na natureza Mas dos MM e seus programas As noções de “criação” “arte” “artista” Resultam da herança secular E do monopólio do único metafísico
Mas a “espontaneidade” da criação Traduzida nos diversos MM Sofre adaptação e transformação Pela capacidade de absorção dos diferentes códigos Que emigram de uns meios para outros Quebrando a noção de “arte” (Como objeto-informação individualizado) Aparecem os fenômenos de complementação Relatividade e disponibilidade Produção e programação
A hibridização nos dá a multiplicidade De universos paralelos e simultâneos Que tendem a perder seus contornos e fronteiras fixas Tornado obsoletas as fronteiras territoriais E os partidos políticos
Hoje a arte não está mais na “arte” Nem no “museu” Nem no “artista” Ela emigrou para os conglomerados sígnicos (Incluindo-se aí o homem – que é signo –) Os multimeios E também o “real” Que é linguagem
Dança de réplicas simulacros e substitutos Os multimeios constroem multirrealidades Conflitantes e dialéticas Sob o signo do amálgama
É a multicomunicação que descentra a autoridade E não tributa ao código central da escrita alfabética O fluxo da corrente lógica da consciência É estilhaçado Abrindo-se a fenda pelo folhear e a mixagem
Com a ruptura da lógica linear e discursiva Surgem a bricolagem e os intercódigos Como prolongamento infinito das reproduções O universo da comunicação vira mistura e amálgama Mas a causalidade conflitiva Entre representações de massa É um fato O resultado é um mosaico de eventos Que muda a noção da história
Folhear-explorar a mistura interferente Torna-se praxe no mundo atual Por isso a eletrônica comanda o mundo pós-moderno O folhear os MM com a visão descontínua Em trajetos aleatórios Nos leva à mistura cinética dos sinais Que criam configurações probabilísticas Como “ruídos coloridos” de
cultura mosaica Os instantes insólitos articulam-se Como em Lautreamont: “O reencontro casual do guarda-chuva E a máquina de costura na mesa de operações” Performance de sentido Mas a presença dos MM Contrai-dilata E nos bombardeia em múltiplos espaço-tempos Criando a ubiquidade Que se desloca deslouca-mente ao gosto da máquina E estilhaça o único em telepresença Ou heteropresença Que se opõe ao ideológico “voltar às raízes” Dos saudosos “bons velhos tempos”
Subvertido o conjunto de nossas instalações culturais Os multimeios esterilizam e estilizam Os modelos culturais de outros espaço-tempos: Reescritura da história A cultura fixa da tradição É animada através dos meios tecnológicos O centro é deslocado no passado para o futuro: Transculturação
Surge a “sociedade do espetáculo” ou “pós-industrial” Que se dissolve entre o verdadeiro e o falso A ficção e o real O passado e o futuro História e espetáculo Virtualidades Simulacros
Nessa Os MM engolem em instantes Todos os procedimentos estéticos Das vanguardas históricas (A própria TV é a síntese da história da pintura) E os vomitam e performatizam em “jogos de linguagem” No seu sistema reprodutivo Que visa a objetivação da indústria cultural o inStante
Ao lado do reprodutivo e continuístico Há o produtivo e criativo (o inútil) Ou princípio do prazer Que não homologa a utilidade dos aparelhos Que simulam um tipo de pensamento Na contemporaneidade pós-industrial E a contrapelo da autoridade da tradição das artes Dá-se lugar à investigação e à tradução Do certo ao provável Não se criam obras novas E sim novas artes
Desautomatiza-se a percepção Haja consciência!
Contra as ciladas do consumo e da vivência O “PRODUSSUMO” e a experiência Contra a mimética da novidade ou eterno-efêmero A poética do NOVO ou efêmero-eterno O instante Com prazer Macluham pergunta: “Que tipos de arte poderiam servir
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hoje para sondar E revelar as dimensões ocultas da eletrônica?”
Na arte pós-mídia como posto de ação e observação Todo pensamento articulado implica num mínimo de meios: Identificar os signos já é qualificá-los Semear mensagens artísticas e poéticas Em meio a mensagens publicitárias É uma tentativa de estender a consciência Criando um contexto também consciente Porque inserta um anti-ambiente Dentro de contextos anteriores É que as ciências e tecnologias programam nossos ambientes Na forma de “museu sem muros” De tal modo Que se faz necessário o concurso do artista (Como sensibilidade viva) Como criador de consciência dos novos meios E contextos criados pela tecnologia Pois a arte está deixando de ser Um tipo essencial de objeto Para programar um tipo especial de espaço E isto é “tornar o planeta uma obra de arte”
Programar artes nos MM Representa dialogar em ritmo “intervisual” e “intertextual” Com os vários códigos da propaganda E é nesses intervalos entre os códigos Que se instaura uma fronteira fluida Entre propaganda e arte
Uma margem de criação É nesses intervalos Que os meios adquirem a sua real dimensão As suas qualidades
Mas as coisas não são tão simples A inocência está excluída das linguagens e meios A questão além de ser poética é também política O que implica na consciência De operações de transmutação sígnica no instante Implicando na percepção do átimo de tempo Entre passado e futuro: o presente Consciência de linguagem
Assim 3 alternativas se apresentam: A estrutural Ou criação de novos meios interativos em redes É o jogo com as estruturas e não com os eventos
A política: como federação de instantes Pois ceder uma polegada do qualitativo É ceder a totalidade do qualitativo A poética: a informação corrigida No sentido da poesia
Mas é a própria tecnologia Que dá conta da primeira alternativa Possibilitando a criação de novos meios Mediante a associação de vários deles como produto Que sintetiza qualidades nunca antes existentes Isto pode ser visto nas redes de comunicação
Que utilizam cablagem telefônica Criando meios interativos que dialogam com o usuário E rompem os fluxos unidirecionais dos MM E o lado democrático dos meios Que em rede network ou TV a cabo ou videotexto (entre outros) Tende a implodir a sociedade de massas E a comunicação centralizada nos seus aparelhos De transmissão hertziana broadcasting de informações Lado autoritário da sociedade industrial Prenunciando no dizer de W. Flusser A sociedade fascista do porvir Enquanto as redes network Anunciam a sociedade democrática do futuro Assim A organização da espontaneidade Correrá a cargo da própria espontaneidade Coordenação vs. hierarquia A política: Revisitando as simetrias benjaminianas “Ler o que nunca foi escrito É a leitura mais antiga…” “Leitura das vísceras” dos MM Assim como a leitura das constelações dos processos estelares Que nos revelam as “semelhanças imateriais” nos seus suportes O semelhante dá-se na transparência dos MM Em apenas um instante Com a “velocidade relâmpago” O único possível causador de ruptura Como o demônio da analogia que instaura a ironia
Na teleonomia dos MM
Deter o tempo Federar os instantes Pois tudo se constrói no presente
Interromper o fluxo (Ou criar novos fluxos-piratas) Parar o relógio “Tal como se vislumbra num instante de perigo” O sistema não está construído Pelo “tempo homogêneo e vazio” Mas está saturado de presentes De tempo-pleno tempo-agora
Na comuna de Paris (e no primeiro dia de luta) Disparou-se simultaneamente sobre os relógios das torres: “… pour arrêter le jour” [“… para parar o dia”] Também na FEBEM (revoltas de 1986)
Elvis Presley disparou contra sua TV Talvez por não suportar o fluir do tempo E o relógio parado de Hiroshima denuncia O assassinato em massa Num dia e hora de 1945
Os principais suportes logísticos De encantamento da comunicação Não enfrentam esta parada: DETER o movimento progressivo centrífugo Da comunicação simbólica Para substituí-Io pelo movimento centrípeto Princípio do prazer
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O inútil A “contra-comunicação” O registro do tempo-pleno
Cabe ao sujeito histórico Resgatar esses instantes plenos de similaridade Em configuração com os outros Em federação de instantes (Pois cada instante desmorona Em restos de passado e futuro)
É no tempo da duração do fluxo Que se arraigam os momentos virtuais Os possíveis Instantes poéticos e políticos Que podem interromper o fluxo da comunicação A maneira zen (“Ou caminho que não leva a lugar nenhum”) E que configuram a nossa sensibilidade Entre o dito e o entendido Entre o dizível e o dizer Assim: O semelhante O jogo lúdico com as regras (A busca do prazer é a melhor garantia do lúdico) O caráter espontâneo dos meios (Só a criatividade é espontaneamente rica) Como contemporaneidade Entre pensamento-ação acaso e imprevisibilidade A sobriedade dos meios Vazio simplicidade ausência A naturalidade a serenidade o essencial O inacabado o imperfeito a realização prática A ressonância e sincronia dos tempos A atitude de interrogação e surpresa
Diante da coisa tecnológica Como algo enigmático remoto efêmero misterioso Que configura o nosso imaginário
É por isso que as formas tecnológicas Quando obsoletas no tempo e função Tornam-se também arte O que interessa são os meios e não os fins Política Poética Oriental-mente