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ÍNDICE Pags.
Apresentação
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Às suas ordens Sindicalismo
4
Leis e Jurisprudência
4
Relações Humanas
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A palavra do Empregador
5
Colônia de Férias Rui Fonseca
6
Confraternização
7
25 de janeiro!
'
Coisas que não podemos ignorar
7
Considerações
'
Até onde chegam os seus conhecimentos
7
A Paz em Smirna
°
Letras
8 9
'
Cine Comerciário
'0
Campos e Quadras
' 1
Teatro
] 2
A Comerciaria no Lar
13
Atividades do SESC
14
Fatos, Coisas e Idéias de Nosso Brasil
15
Humorismo
1°
SERVIÇO
SOCIAL
Administração JANEIRO
Dir.
DO
COMÉRCIO
Regional
DE
de
1956 - ANO
S.
Paulo
I
- N.°l
Apresentando
responsável
Luiz Tavares
T) EVISTA DO COMERCIÁRIO, pretende ser a publicação que falta em nossos meios Destina-se a você, comerciário amigo, e à sua família, com a grandiosa pretensão de não servir, tão somente, à sua leitura, mas também de estampar a sua colaboração, e principalmente as suas críticas, sempre que ela deixar de ser a revista que você esperava. Não é uma revista feita ao acaso. Todas as suas páginas foram pensadas, longamente estudadas. Não têm finalidade comercial. Não pretende ser "mais uma revista..." Não pretende ser somente educativa, ser apenas a Revista feita pelo Serviço Social do Comércio, por seus redatores, mas deseja, principalmente, estampar, fazer compor no linotipo aquilo que seus leitores enviarem, aquilo que desejarem. Pretende ser, de fato, a Revista do Comerciário aberta a todos, servindo à classe, renovando-se sempre. Arejada e agradável para poder ser lida, após dias de estafante serviço. Variada em seu conteúdo para constituir-se em leitura amena de nossas comerciadas. Útil como órgão representativo da cultura de uma classe, servindo-a e oferecendo aos nossos comerciados uma leitura
Redatores: Mathilde dos Santos Dias Renato Requixa
* Colaboradores: Aldo Ennos de Moraes Antônio Alonso Aquiles Fontana Benedicto Gassen
Caprioglio
de Haidar Jorge
Heitor Oliva íris
Geny
Feitosa
Marcondes
Jácomo José Orselli José
Albino
Pereira
José Guy Siegl José Tavares de Mello Lais Assis Ribeiro Ligia Mauro Arantes Lourdes Luz Moraes Mello Milton Lupinacci Pinto Muzaiel Feres Muzaiel Renato
Bello
* Serviço Fotográfico: Federação do Comércio
* Desenhos: Almir
Bortolassi
Hércio
Bérgamo
* Impressão: Linográfica Tiragem:
Editora
10.000
exemplares
agradável, mas nunca vazia de conteúdo. Redação Rua
Florêncio
de
Abreu,
305
—
11.° and.
Setor de Cultura e Arte Chefe: Lourdes Luz Moraes Mello
&{08SA CAPA Vista
da
FONSECA
Colônia
em
de
Bertioga
Férias
RUI
A esta altura, o leitor amigo, meditando, lembrará que "pretensão_e água benta cada um toma quanto quer. . " REVISTA DO COMERCIÁRIO, porém, não é pretenciosa. Para tornar-se, o que deseja, necessita da PRESENÇA do leitor em todos os seus números.
em Artística
Fotografia do Foto Cine CLUBE BANDEIRANTE
Revista do Comerciário
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COMO VIVEM, O QUE PENSAM
As suas ordens ... Reportagem de Mathilde dos Santos Dias e Muzaiel F. Muzaiel. Em São Paulo, uma das maiores capitais do mundo existe uma classe de trabalhadores que é um dos mais importantes fatores de sua pujança e progresso: a classe comerciaria. Contudo, pouco se tem divulgado das atividades que esses elementos exercem. Nada mais justo portanto, que, uma revista como a nossa, dedicada à classe comerciaria procurasse entrar em contácto com eles. Desse contácto muita coisa adviria: saber como vive o comerciário no local de trabalho, quais suas ocupações fora dele, quais seus problemas, e além disso se desfruta dos serviços que o SESC mantém em seu favor.
Depois de um "bate-papo" constatamos que estas moças sentem-se orgulhosas em pertencerem à classe comerciaria e que geralmente as suas relações fora do serviço são também com comerciários. Algumas delas são funcionárias de alguns anos de casa, e outras embora trabalhem lá há pouco tempo já eram comerciárias anteriormente. Umas e outras porém, sentem-se perfeitamente integradas dentro da firma e desempenham suas funções com entusiasmo. Quanto ao SESC todas já o conhecem, e o têm em ótimo conceito. A conversação orientou-se no sentido da colônia Rui Fonseca. Tivemos a oportunidade de saber que uma das moças lá já estivera gozando suas férias. As demais embora não conheçam a colônia fizeram referências elogiosas à mesma, pelo que dela têm escutado. Aproveitamos o ensejo e exibimos algu-
Carlos Puchenik, presidente do Grêmio da Firma, e seus colegas sempre recebem solicitamente o "SESC"
Para tanto nos dirigimos a uma das maiores firmas comerciais de São Paulo, a Galeria Paulista de Modas, à rua Direita, 470. Lá chegados conversamos com o Dr. Bruno, um de seus diretores que gentilmente nos deixou à vontade, a fim de entrevistarmos alguns dos comerciários que lá trabalham. ÀS SUAS ORDENS. . . Aproximamo-nos de um dos balcões e prontamente uma mocinha veio nos atender. Desculpámonos; nada queremos comprar, dissemos, somos do SESC e pretendemos uma entrevista; ligeiramente confusa ela se preparou para nos ouvir. Nisso outras balconistas se aproximaram dos "repórteres", Anete, Diva, Izabel do Carmo e Nelika.
mas fotografias da Colônia, que tínhamos conosco, e que foram recebidas com entusiasmo geral. HÁ TRINTA ANOS COMERCIÁRIOS. . . Em seguida nos dirigimos a uma das secções da casa para agora conversarmos com os "balconistas". Novas apresentações. Novo grupo formado. Novo "bate-papo". Entre os presentes achava-se o Sr. Carlos Puchenick esforçado presidente do grêmio da firma além dos senhores Antônio C. Araújo, Antônio Munhoz e Gabriel Moura. Estes funcionários nos surpreenderam quando nos informaram que são comerciários há mais de trinta anos. E sempre na Galeria Paulista de Modas. Aproveitando-se de uma brecha na conversação o Sr. Carlos, nos declarou que o Grêmio tem
Revista do Comerciário
participado das competições organizadas pelo setor de esportes do SESC, aliás, com grande sucesso, porquanto conquistaram
inúmeras taças e medalhas.
Adiantou-nos, ainda, que, há não muito tempo, organizou um convescote realizado em Bertioga na Colônia de Férias, tendo comparecido ao mesmo cerca de quatrocentas pessoas, sendo voz geral, após o convescote que a iniciativa do SESC em Bertioga traduz-se, realmente, em benefício dos comerciários de São Paulo.
DE COMERCIÁRIO A COMERCIANTE... Antes de finalizarmos as entrevistas fomos levados pelo senhor Carlos à presença do Sr. Augusto de Barros Freire, administrador Geral da firma que
Bate-papo na sala do Administrador Geral, ex-comerciário, hoje sócio da firma
amavèlmente nos recebeu. Como nosso objetivo era entrevistar comerciários, muito nos agradou saber que o Sr. Barros fora comerciário durante trinta anos. Há dezesseis anos porém, êle faz parte da firma como sócio.
Segundo suas próprias palavras iniciou
em modesto cargo tendo, graças à compreensão dos seus empregadores, visto recompensados os seus esforços e dedicação.
Foi gradativamente subindo de
posto durante os trinta anos em que foi comerciário e por fim tornou-se sócio da firma.
CINQÜENTENÁRIO No decorrer das entrevistas várias pessoas se referiram carinhosamente a um funcionário, Sr. Antônio Payato que contando hoje oitenta anos de idade, há cincoenta trabalha na Galeria Paulista dei Modas. Este fato, se outros não houvesse, bastaria para mostrar a grandeza da classe comerciaria de São Paulo, que conta com antigos colaboradores, que, anonimamente, trabalham para a grandeza de | São Paulo.
...m Os orientadores repórteres exibem fotos da Colônia "Ruy Fonseca" a um grupo de ccmerciárias
Revista do Comerciário
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SINDICALISMO tf/fe</wsmxMi Entrevista com o sr. Renato Moreira, presidente do
ORIENTAÇÃO TRABALHISTA
Sindicato de Zeladores de Edifícios de S. Paulo Dando início à nossa série de entrevistas para a Revista do Comerciário procuramos ouvir a palavra do sr. Renato Moreira, presidente do Sindicato de Zeladores de Edifícios de São Paulo, com quem mantivemos agradável palestra sobre assuntos de interesses gerais. Congratulou-se este incansável lider sindical com o serviço ora em andamento no SESC visando a maior aproximação entre esta entidade e todos os sindicatos que em seus quadros congreguem contribuintes do IAPC. "Foi por este serviço que melhor vim a conhecer o SESC e todas as suas realizações e bene fícios que presta ao comerciário, no geral tão sem recursos e necessitado de maior amparo", disse-nos o sr. Renato Moreira. Foi, ainda, através de nosso setor especializado em assuntos sindicais que o sindicato entrou em entendimentos com a Federação do Comércio de São Paulo, para que fosse ministrado um Curso de "Relações no Trabalho" a cargo do Instituto de Sociologia e Política da Federação. Esses entendimentos foram coroados de pleno êxito, devendo o curso iniciar-se em fins de janeiro do corrente ano. Disse-nos, ainda, da importância que acha desse entrosamento entre os Sindicatos e o SESC ou outra qualquer
DR. JOSé ALBINO PEREIRA
Resposta à consulta formulada pelo SR. JOSÉ' G. DE ANDRADE — Franca
Antes de responder à consulta formulada pelo comerciário José G. de Andrade quero congratular-me com o mesmo por ter sido êle o primeiro a nos endereçar consulta sobre Orientação Trabalhista e por esse fato ser também o primeiro a quem damos as informações solicitadas. Outrossim nos pomos à disposição dos prezados leitores que, interessados em consultas jurídicas, as deverão dirigir à ASSISTÊNCIA JURÍDICA DO SESC — sob a direção do DR. JOSÉ' ALBINO PEREIRA. RESPOSTA: — Diz o artigo 134 da C. L. T.: — Não serão descontados do período aquisitivo do direito a férias: a)
a ausência do empregado por motivo de acidente do trabalho;
b)
a ausência do empregado por motivo de doença atestada por instituição de previdência social, excetuada a hipótese da alínea "d" do artigo anterior;
c)
a ausência do empregado, devidamente justificada, a critério da administração da empresa;
d)
o tempo de suspensão por motivo de inquérito administrativo, quando o mesmo fôr julgado improcedente;
e)
ausência na hipótese do artigo 473 e seus parágrafos;
f)
os dias em que, por conveniência da empresa, não tenha havido trabalho, excetuada a hipótese da alínea "c" do artigo 133.
sSKj,
Renato Moreira e João husvarãi em conversa cora Renato Requixa, encarregado do intercâmbio com sindicatos
entidade que possa oferecer algo que venha a cobrir e completar a assistência oferecida pelos sindicatos aos seus associados. Foi assim que, com satisfação, recebeu a colaboração do SESC no curso já referido e receberá toda e qualquer outra que traga algum benefício para a classe que representa. Tivemos, em seguida, o prazer de visitar a sede do Sindicato, e todas as suas dependências: salão de reuniões, secretaria, consultório médico com farmácia, barbearia, assistência jurídica. De nada esqueceu o sr. Renato Moreira, grande batalhador que tudo faz em defesa dos interesses de todos aqueles que unidos em torno do sindicato, que representa a sua categoria profissional, fazem-lhe a força. Os nossos agradecimentos ao sr. Renato Moreira pela simpatia com que nos recebeu e pela palestra na qual demonstrou, como sabe encarar com sabedoria tempo.
os problemas sociais de nosso
São Paulo
Enumera, portanto, a C.L.T. as faltas que são consideradas justificadas por lei, que diferem daquelas que o empregador justifica. O direito a 20 (vinte) dias úteis de férias, aos empregados que não tenham dado mais de 6 (seis) faltas, justificadas ou não, é regulamentado pelo que estipula o artigo 132. Vejamos: — artigo 132 (C.L.T.) — Os empregados terão direito a férias, depois de cada período de doze meses, a que alude o artigo 130,... Eis, então, formulado o problema. O empregado com mais de 6 (seis) faltas, justificadas por lei, tem direito a vinte dias. Alguns estudiosos apoiados no que estipula o artigo 134, entendem que as jaltas legais não existem. Logo, não afetam o direito a 20 dias de férias. Entretanto, o Tribunal Superior, outra orientação vem dando, no sentido de que o empregado perde o direito aos 20 (vinte) dias de férias, se der mais de seis faltas, qualquer que seja o tipo de faltas. (TST 6.256-51 - DJU 26-11-54).
RR.
*
* No
apoio.
Sindicato
está
a
força
de
sua
classe.
Dê-lhe
o
seu
Comerciário! associe-se e congregue-se aos classe procurando o sindicato que represente profissional.
seus colegas de a sua categoria
Revista do Comerciário
^Z?ZfZ7d° y/PAUVHA^tMPHf6AD0H RELAÇÕES HUMANAS I - OS CONFLITOS Qualquer pessoa que trabalha tem conhe cimento do que seja o problema de Relações Humanas, ou percebe o que venha a ser. Um local de serviços seja Firma Comercial, Indústria, Loja, Oficina, Laboratório, Escritório é formado, sob o aspecto do elemento humano, de uma infinidade de indiV| dualidades, ou melhor dizendo de personalidades. Um mundo de atitudes, de condutas diversificadas, de temperamentos, de mteresses, apresentam-se nitidamente, simul'aneamente, lado a lado. Pessoas mais e menos ambiciosas, de distintas concepções °e vida convivem horas seguidas, durante Um mesmo dia, dias e dias, semanas, meses, O conhecimento recíproco aprofunda-s Empregados conhecem os colegas e melhor ainda os chefes, alvo da atenção generalizada. A freqüência ao mesmo ambiente, a comunhão de problemas e de interesses tacilita o conhecimento recíproco. Os favores e as punições dirigidas a qualquer dos colegas será considerada por todos com es Pinto crítico, favorável ou não ao ato. Desse lulgamento resultará inúmeras condutas possíveis, positivas ou negativas com relação ao ambiente de trabalho. O empregador o dono da firma, o chefe Máximo terá maior dificuldade ern conhecer °s subordinados. Dificílimo ser-lhe-á entrar nâ familiaridade do funcionário, que, normalmente, manterá atitudes extremas perante o empregador. Deste depende continuar ou não no emprego, que lhe vem ando o ganho diário; dele dependerá semPre o aumento do salário; dele dependerá ^eu "avançamento" ou não na firma, dele ^pendendo em síntese, sua melhor ou pior ^"uação no local em que passa oito horas 0 dia, a melhor ou pior situação de sua amilia, no que possa depender de seu ir3-
"O QUE DISSE A "REVISTA DO COMERCIÁRIO" O SR. JORGE ASSUMPÇÃO DIRETOR ADMINISTRATIVO DA CASA ANGLO-BRASILEIRA" Na grande loja que é a Casa Anglo-Brasileira fomos encontrar o sr. Jorge Assumpção, um de seus diretores para que nos dissesse algo para a "Revista do Comerciário" e iniciando assim as entrevistas com os empregadores. O sr. Jorge Assumpção sempre solicito e amável, suspendeu por alguns instantes as suas mil e uma atribuições como diretor administrativo do Mappin para "bater um papo" sobre o SESC e seus serviços. Sua palavra é abalizada, porquanto é êle um dos grandes empregadores de São Paulo. Disse-nos que conhece o SESC desde a sua instituição, mas que apenas, agora, como diretor administrativo — o setor da administração que mais de perto trata com o setor de pessoal — é que está se enfronhando mais nos assuntos assistenciais. Como chefia este setor há pouco tempo disse-nos, modestamente, que não está bem informado sobre o SESC e seus serviços. Porém, com o decorrer da palestra vimos que está êle bastante a par das realizações do SESC e mesmo tem idéias formadas a respeito de diversos problemas correlatas. Acha que o SESC está atingindo suas finalidades e isso tem êle oportunidade de aferir no constante contacto com seus auxiliares, que e??i grande maioria usam dos serviços que o SESC oferece aos comerciários. Nota também a simpatia com que os comerciários recebem os serviços do SESC. O sr. Jorge Assumpção já teve oportunidade de visitar a Colônia de Férias Ruy Fonseca que acha, realmente, uma grande realização. Disse-nos, ainda, da necessidade de todos os empregadores se interessarem, efetivamente, pelo SESC, procurando conhecer seus empreendimentos, pois só assim, com conhecimento de causa, poderão contribuir, ainda mais, para o engrandecimento dessa entidade, que luta pela paz social no Brasil. Finalizando a entrevista sugeriu o sr. Assumpção que o SESC enviasse aos empregadores um relatório anual de todas as suas atividades, o que viria contribuir para o maior conhecimento da.entidade por parte dos empregadores. E' de se notar nesta grande firma o interesse na realização de um clima amigável e cordial entre todos os funcionários, não se descurando de uma perfeita assistência. Ainda, por ocasião das festividades de Natal, teve a diretoria a satisfação de congregar todos os funcionários — perto de mil e quinhentos — numa festa no salão de refeições e assistida por todos com a maior satisfação. RR.
ba|
ho diário.
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empregado normalmente tomará duas ' udes distintas e opostas, ou atitude de jesa ou de revolta, contra aquele em cujas a °s está praticamente sua vida econômi• Estamos considerando, logicamente, afies que embora sejam anômalas, são as ais
Requentes. De sua atitude defensiva pre que em contacto com a direção da ma, occre que esta dificilmente poderá
m
a conhecer, como realmente seja o em9ado, ou 0 qUe produza efetivamente.
e
s chefes intermediários são também suCinados, também eles possuidores de probl emas inúmeros e passíveis de observações "nilate rais e falhas, das condutas dos empre9ados em geral, empregadores, chefes máximos, merguIhadi °s na preocupação do negócio, do maior °< da administração, dos saldos e deficits, ^ ecem muitas vezes que são responsáveis, r , e'amente, pela situação de funcionários . eros que com êle colaboram na tenta-
f/P*
de concretização de seu objetivo. 'o o empregador que se permite "co todos os seus empregados, como
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^ados que não adotem sempre atidefesa ou de revolta para com os es, constituem casos excepcionais, quase 'deais. ■
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conflitos,
choques
e
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que terão que surgir, logicamente, quais Pr|ncipios qUe nos devem orientar?
Jorge
Assumpção
em
conversa
com
nosso
redator
Colônia
de
Férias
Rui Fonseca
Até as casas são brancas
Ascendeu dos postos mais baixos no comércio aos cargos mais elevados.
RUI
FONSECA,
antigo comerciário, antigo comerciante,
(á falecido, pertenceu a entidades de ambas as classes.
Em vida
dedicou sempre grande atenção aos problemas de comerciantes e comerciários ,tendo a preocupação de aproximá-los cada vez mais. O SESC, entidade patronal para servir a empregados, soube homenageá-lo como bem o mereceu. Nas belíssimas e brancas praias de Bertioga, um dos primeiros núcleos de colonização do Brasil, que se desenvolveu simultaneamente ao núcleo de Piratininga, pisada também pelos pés apostólicos de Anchieta, a Administração Regional do SESC de São Paulo fez construir, para descanso daqueles que, militando em nosso comércio, fazem a sua prosperidade, uma Colônia de Férias: a Colô-
Tudo
é
repousante
nia de Férias "RUI FONSECA".
O repouso pode não ser apenas jísico. A capeh procurada pelos que desejam paz de espírito
A
Colônia, cercada por uma bela natureza, convida ao repouso
Revista do Comerciário
COISAS QUE NÃO PODEMOS
Antônio Alonso, da. Uddeholm do Brasil, cm uma bela crônica, situa o pensamento, entre um ano conhecido, que passou, e o novo que entra, suscitando um mundo de esperanças e apreensões.
IGNORAR —- A população ativa do Brasil (economicamente) representa apenas 1/3 da população total. Isto quer dizer que em cada grupo de 3 brasileiros, apenas 1 trabalha para sustentar a si próprio e a outros dois.
Confraternização ANTÔNIO ALONSO JR.
Ano Novo, Ano Bom. Dentro de alguns minutos extinguir-se-á o ano de 1955, levando consigo todos os acontecimentos aos quais serviu de teatro. Ficarão as lembranças. Reminiscências que pontilharão os anos vindouros na existência de cada um. Só recordações ficarão. O ano passará. Vigorosa celeuma anuncia, afinal, a meia-noite. Apossa-se de todos o euforismo e trocam-se cumprimentos e votos e canta-se e exulta-se. E' a tradição. A repetição quase solene dos festejos, da contagiante alegria que m arca a passagem de ano. Automaticamente destaco a folha neutra do calendário, deixando a descoberto o vanguardeiro de 1956. O número "1" que se multiplicará pelo ano afora, mas, que tem, nesta folha a primazia de inaugurar um ano novo, e a elevada missão de anunciar em duas singelas palavras, a seu pé, a grandiosidade de um sublime sentido coletivo — Confratern ização Universal. A irmanação de ideais, dos sentimentos, de esforços, conjugados sem discrirninação de raças ou credos. A concentração intima, a auto-obrigação individual imposta no sentido de orar pelo fortalecimento das bases de uma vida sadia — a fé cristã, a bondade, o amor, a moral. A evocação de tudo ^e bom, para a família, no trabalho, e para o nosso país também. Um apelo de felicidade, de saúde, de prosperidade, de paz. De paz para um mundo <2"e ainda se ressente da agitação, do temor de uma guerra, de preságios diante do porvir. De rogos de paz às potências da éra atômica, pelos constantes senões de suas iniciativas. Um mundo de desejos para o mundo. Vamos, então, reduzindo o âmbito de nossos desejos, que se voltam, agor Q. juntamente com nossos pensamentos para a grande família brasileira, esse grande coração que está em nossos corações e estendemos os nossos votos bons pelos quatro ventos, num brado uníssono de Deus ajude, Deus que salve, viva a terra e a família brasileira. Um mundo de desejos para o mundo. Ano novo, Ano bom.
25 DE JANEIRO
CONSIDERAÇÕES
A cidade de São Paulo cresce e projeta grandeza no seio de um imenso Brasil, ias fronteiras foram alargadas pelos ane Passados bandeirantes. Os agentes de seu Pr°gresso são pessoas pertencentes a todas as classes sociais e a todas as raças. A eiac e ' é o símbolo do trabalho comum de tod 0 um povo, cujas virtudes desde há sécul, °5 são o heroísmo, a abnegação, o trabalh °, o sacrifício. Nossas casas de comércio, com seu movimento incessante, nossas fábr cas com as pontas das chaminés dirigidas Para o céu, nossa agricultura sustencu 'o de nosso país, tudo revela o povo e /\ se entusiasma por tudo aquilo que exija teni Peras de aço.
Reina hoje no Brasil unia espécie de ansiedade pelo conhecimento de nossa própria gente. Os estudos se ampliam e se especializam e com o conhecer vem a objetividade ao encararmos os nossos problemas. E os encaramos com a vontade firme de resolvêlos, ainda que pelo ar perdure um certo derrotismo, que não mais tem razão de ser. Tão depressa começamos a aceitar a terrível e misteriosa realidade brasileira, entramos a projetar-nos para fora com vigor jamais atingido. Foi da sensibilidade e da extranheza de nosso próprio ritmo que nasceu toda a pujança da música de Villa-Lobos; foi da apreciação nervosa do trabalho insano do nosso homem rude, porém, cheio de poesia, que Portinari extraiu todo o vigor de sua pintura; Ntemeyer descobre formas novas em arquitetura; Gilberto Freire desperta o gosto pelo estudo de nossas cousas com seus magníficos trabalhos de sociologia; e em literatura surgem José Lins do Rego, Érico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos e outros; na poesia Manuel Bandeira, Drummond de Andrade, Mario de Andrade, Cassiano Ricardo e outros.
sua
cu
povo da cidade não quer, porém, um °9resso apenas material. E entre os arn a-céus se completa a majestosa catedral e falará aos turistas, e aos brisi'eiro3 de r °s estados da fé religiosa do paulista, e 3er ão, por certo, os visitantes alienígenas, que 3 pequena capela do Colégio veio a ser Cr a p magnífica catedral e a povoação de _, '""linga dos padres jesuítas catequistas, e dos índios catequizados é a São Paulo de 1956
—#— A vida é curta demais para a gen*e
perder,
uma
hora
que
seja
intrigas. LEBRET
Reevista do Cometciátio
em
Sim, hoje, como que desperta nosso povo com extraordinário vigor. E a ajuda de todos os brasileiros conscientes é fazer com que todos os nossos irmãos conheçam a realidade, que nos rodeia, e, assim, consigam, com autêntico conhecimento de causa, extirpar os males, que por acaso sejam ainda condicionantes de nosso subdesenvolvimento.
—- Isso porque o Brasil é demogràficamente um país jovem; isto é, a maioria de sua população é constituída de indivíduos hipossuficientes. —- A Usina de Refinação de petróleo "Presidente Bernardes" da Petrobrás em Cubatão, cobrirá o consumo total de asfalto do mercado brasileiro.
ATÉ
ONDE
CHEGAM
OS
SEUS
CONHECIMENTOS 1
— Que é o panteismo?
2 — Qual o grande pensador indú, hoje identificado com a divindade? 3 — Que significa "maquiavelismo"? 4 — Quem fundou a religião dos Árabes? 5 — Em que consistia a pedra filosofal? 6 — Que forma de poesia se caracteriza por contar com 14 versos? 7 — Que é o Decameron? 8 — Qual a maior glândula do corpo? 9 — Por onde o som caminha com maior velocidade, pela água ou pelo ar? 10 — Por que os poços artesianos são assim chamados? 1 1 — De que país os E. E. U. U., adquiriram o território do Alaska? 12 — Com que finalidade foram construídas as pirâmides do Egito? 13 — Quem eram os huguenotes? 14 — Em que idade se inicia a maioridade civil em nossa legislação? 15 — Em que idade se inicia a maioridade política? (Respostas à pág. 15)
— 7
A PAZ EM SMIRNA Conto de Humberto de Campos Não tinha ainda o grande sultão Bajazet galgado os mais altos degraus do seu trono, e chegavam já a Bizâncio as caravanas de Smirna conduzindo embaixadas do seu povo ali oprimido pela prepotência do bei Mustaphá-ben-Mohamed, tão famoso, em todo o Império, pela sua selvajaria nos tempos de paz, quanto pela sua moderação nos tempos de guerra. E todos os emissários, procurando o soberano ou o seu Vizir, eram unânimes na queixa: — Senhor, o teu povo geme e se extingue debaixo do mais infame dos cativeiros. Mustaphá-ben-Mohamed trata de tal maneira os teus servos, roubando-lhes a fortuna, a liberdade e a vida, que eles têm saudade do tempo em que eram escravizados e mortos pelos cristãos. Aos mercadores são confiscadas as fazendas, às famílias as dignidades, aos ulemas a liberdade de anunciar a oração, aos ricos o seu dinheiro e aos pobres <p direito de viver. Smirna chora e sangra pelos olhos e pela garganta de seus habitantes. Mal pudemos nós chegar até aqui, evitando os caminhos do mar ou do deserto, para pendurar nos teus ouvidos estas noticias de sofrimento, pois que o sangue e a lágrima são ali agora os únicos rubis e diamantes do teu povo. Pede a Alá que
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MÚSICA
Das macumbas, mafuás e candomblés — os ritmos quentes, que nos mandou a África negra — misturado ao espírito adaptante das gentes primeiras, que povoaram nossas terras — surgiu a música brasileira. Música, samba, música marcha, música choro, música frevo, música maxixe. Assim veio de há muito esse ritmo que ora se alastra por todo o mundo — o samba, levando, sonoro, alegre, vivo, a cultura popular de nossa gente. E' o povo que canta seu ritmo sentido, é o povo que chora por um amor perdido, é o povo alegre com a alegria pura de viver. Samba, samba, samba-canção. Assim é nossa música — bem popular, bem brasileira, contagiante. E deve assim se conservar — sempre pura, alheia a todos os outros ritmos extranhos, — sem nunca se misturar a eles — conservando-se como é: — pura no que possue de mais singelo e mais brasileiro. E' o povo sentindo a canção vibrando em sua alma, sonhando com o poeta, cantando as belezas da terra brasileira... a lua, nossos mares. . . a brancura de nossas areias, ... o amor em nossa gente... Enfim, a canção transbordando Brasil popular em todos seus versos. Eis nossa música a conservar...
linm> ITTüI IIIIIIIIITM
E começou a inspeção, tal como o sultão, na sua sabedoria, a recomendara. À porta de cada célula, de cada subterrâneo erguia o xeique sua voz poderosa e indagava: . . ■ — Algum de vós que padece neste cárcere, tem alguma queixa contra o bei de Smirna, Mustaphá-ben-Mohamed? Aquele que a tiver, proclame-a sem temor, em nome de Alá e do Sultão, meu senhor! E o silêncio era a única resposta que vinha dos subterrâneos onde, entretanto, os seus olhos viam passar e repassar as figuras dos condenados: — Gritai mais alto! — pedia risonhamente o bei. E gritava êle mesmo: — Meus queridos presos, há algum de vós que desejí a liberdade em lugar do tratamento que aqui tem, Aquele que estiver satisfeito, permaneça calado. Se há, porém algum que deseja acusar-me, que esse levante a sua voz, i se queixe, em nome do Profeta! E o silêncio continuava, apesar de haver milhares df homens, de mulheres e de crianças, nas prisões visitadas.
NOSSA
— Louvado seja Alá, que tudo é falsidade! — exclamou o xeique, terminada a visita, e tomando de novo o caminho de Bizâncio. — E eu próprio direi ao sultão, meu senhor e teu, que o povo de Smirna está contente com o seu De i. e que, em toda a cidade, não ouvi articular contra êle a menor queixa. Em caminho, porém, numa noite de insônia, meditava 0 xeique Abu-Barakat sobre quanto vira, quando, de repente, franziu a larga testa, já franzida em parte pelo tempo. As vozes do silêncio, no meio da noite, são as vozes da sabedoria. Despertando os companheiros, mandou aprestar de novo os camelos e ordenou: — Voltemos a Smirna! Na manhã seguinte entrava novamente na cidade. Descendo do seu camelo, o xeique encaminhou-se para o Primeiro soldado que viu. E depois para o primeiro mercador que encontrou. E aproximando-se de cada pessoa, ia'ne abrindo a boca, e recuando horrorizado. Mustaphá-ben-Mohamed havia mandado arrancar a "rigua a todos os habitantes de Smirna!
O LEITOR, O LIVRO E O BRASIL
E D E j| W E I S RUFIRO
Ambiente de calma de espírito, de intelectualidade, de beleza nos proporciona um livro. Não existe nele o atropelo das aglomerações, nem o angustiante desperdício de tempo. E' a placidez da atmosfera própria da leitura, da meditação, da concentração. Com a leitura viajamos, acompanhamos nossos mestres pelos caminhos e espaços geográficos que nos queiram transportar ao sabor de suas prodigiosas imaginações. E não são apenas os romances e as aventuras, que nos devem atrair e prender, mas, sobretudo, o conhecimento exato das cousas que nos rodeiam, o conhecimento dos problemas que nos desafiam, enfim o conhecimento da realidade brasileira em toda a sua complexidade. E isto somente conseguiremos com leituras bem orientadas, lendo algo que nos abra os olhos, para que possamos ver com objetividade, sem posições previamente tomadas, e para que tenhamos bem certo o autêntico conhecimento das cousas. Saber do Brasil. Acompanhar os governantes em seus atos. Ler as soluções apresentadas pelos técnicos. Ler, empolgar-se com a grandeza (já lugar comum) de nossa terra e saber como solucionar as dificuldades que surjam. A leitura nos trará certeza em nossas convicções, segurança em nossas idéias, firmeza aos pontos de vista adotados, sólida base para defendê-los. E não serão mais as afirmações de afogadilho: "O mal do Brasil é isto, é aquilo, etc", as fáceis soluções, claras, felizes na sua simplicidade, para os mais complexos e transcendentes problemas nos quais homens de saber meditam por muitos anos e temem soluções que apresentam e que para os "salvadores" do Brasil são resolvidos numa porta de taberna entre dois goles ou duas baforadas. Leiamos, estudemos nossos problemas, conheçamos nosso País em suas grandezas e misérias, saibamos meditar sobre seus graves momentos. E a leitura, esta que seja certa, bem orientada, correta, objetiva, científica, para que a formação da consciência brasileira seja una, comum a todos e para que cheguemos finalmente a uma idêntica solução, também certa, também correta, também objetiva e científica.
TAVARES
Passou bem perto. E eu ' ^e a original feitura De palmeira, ondulando à"}lr&ção, de leve. Assomavam-lhe ao rosto, Ir Vagos tons de neve, Em requintes de excelsa ' estranha formosura. No seu perfil, algo de lewl^> se descreve, Flor de gelo, encimando (lrnúcula brancura. Loira e etérea visão, que f a'%a, a sonhar, procura, Passou junto de mim, naqtf e instante breve. nos mande a chuva de gafanhotos ou os piratas cristãos, ou outra calamidade maior; mas afasta de Smirna o bei Mustaphá-ben-Mohamed. Como sempre sucede com os príncipes crédulos, e com os seus validos, o grande Bajazet não abriu os ouvidos, obturados pela lisonja, às palavras dos embaixadores que primeiro chegaram. Tão insistentes se tornaram, porém, as queixas e os lamentos que, tempos depois, partia rumo de Smirna um grupo de notáveis, sob a chefia do xeique AbuBarakat, e que ia apurar a verdade de tão graves acusações. Em viagem ainda, foi a caravana recebida pelo bei, que se fazia acompanhar por uma centena de janízaros, que guardavam o mais rigoroso silêncio. Ao se encontrarem no caminho, a impressão que teve a embaixada foi que as acusações constituíam o mais repugnante dos embustes, tão grande era o ar de modéstia que cercava a bondosa figura do acusado. O seu séquito era luxuoso, de acordo com a significação do seu cargo; mas a sua pessoa toda ela, transpirava simpatia, doçura e humildade. As suas sandálias de couro, o seu manto de pano de algodão grosseiro, o seu turbante de lã, tudo revelava uma dessas almas eleitas de Deus para espalharem o bem sobre a terra. Em chegando a caravana a Smirna, pediu o xeique emissário do sultão, que lhe fossem mostradas as famosas prisões da cidade, a fim de ouvir, ai! mesmo, as queixas dos prisioneiros. — Eu vos acompanharei, eu próprio, ■— ofereceu-se, humildemente, o bei.
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Ao vê-la, a gente evoca as^ar^gens mais frias, Num céu de chumbo, onde* ^Uar, froixo e dormente, Se insinua, através ds néf 8 fugidias. E invade-me não sei que, Contido desgosto, Quando ela passa, assim, ' 'ia7"mórea e indefcrente, Sem que lhe paire a maü eriUe emoção, no rosto-' A
FUNDO E FORMA Após a Escola Parnasiana na poesia, em que pontificaram o* nomes de Olavo Bilac, Raimundo Corrêa, Alberto de Oliveira/ Vicente de Carvalho e outros, com a correspondente escola realista no romance, em que era grande a preocupação pela forma, í após o período do transição, chegamos às modernas correntes literárias em que é maior a preocupação pelo fundo, pela rnensagerf do escritor, do poeta. Estas escolas afastam a idéia de um modêl" formal, aproximando-se mais do pensamento de que, para a Ira tuição do escritor, não pode haver forma pré-determinada, maí fundo e forma nascem espontânea e simultaneamente, não podendo ser consideradas separadamente.
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NOVELA E O ROMANCE
Existe diferença entre novela e romance? Embora em os países designe-se por novela o que denominamos roar ice, em nossa língua podemos dar distintos conceitos a Jna e outro. A novela seria a história tratada em seu epi°dio único, com alguma profundidade e larguesa. Desde ^Ue o episódio seja curto, e apresentado sem profundidade, .^es como um flagrante, estaríamos diante de um conto. 0 romance, pelo contrário, o autor acompanharia os per0r| agens, por espaço cronológico longo e com alguma proütr
R.R.
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CINE COMERCIÁRIO
A IMPORTÂNCIA DO CINEMA A vida diária é inconcebível sem a recreação. Na época em que vivemos a forma recreativa que atinge ao maior número de pessoas é o Cinema. Pessoas de todas as classes sociais, ricos e pobres, homens e mulheres, qualquer pessoa que perceba a necessidade de recreação assiste com alguma freqüência à sua sessão cinematográfica. Alguns se dão ao luxo, já, de exibições de filmes de longa metragem em suas residências; outros fazem o "seu" ei nema, o filme dos filhos, dos familiares, dos passeios; outros, ainda, fazem filmes para seminários, para Clubes de Cinema, arte moderna elaborada através da imagem e da luz. O filme que atrai grandes aficionados, que desperta grandes interesses e entusiasmos genéricos, é, em geral, o filme que traz em si uma história, com personagens bem vivos, tanto mais vivos, quanto mais identificados possam ser ao espectador. Em nossos dias despertam tanto maior interesse, quanto mais vivo seja o roteiro, quanto mais próximo esteja da realidade. E' certo que muitos preferem a fuga à realidade, sob o pretexto de que "a vida já é por si triste". Os filmes que focalizam problemas cotidianos são olhados, então, com menor interesse. A realidade, é que constituem esses filmes, os que podem atingir o índice mais elevado de arte, não sendo necessariamente "tristes", nem a vida deve ser olhada sob aquele aspecto cinzento. Através desses filmes fazem o bom cinema os seus diretores, que o compreendem como arte que não deve ser divorciada da vida, mas deve servir ao homem, possibilitando-lhe uma maior consciência de si mesmo, de sua dignidade, de seu projetar-se dentro de um determinado grupo social.
OS KINEMINS mais parecem seres humanos que bonecos
QUE SÃO OS KINEMINS? Em "Floresta Mágica", produção da R. K. O. aparecem pela primeira vez no cinema os bonecos eletrônicos "Kinemins". A encantadora história de João e Maria, agora baseada na ópera de Humperdinck "Hansel e Gretel", terá por personagens, os modelares artistas criados por Miehael Myerberg. Essas fabulosas criaturinhas, com um terço do tamanho humano, foram fabricadas por meio de complicada armadura de aço e alumínio, numa composição especial para imitar suas carnes, cabelos humanos e, enfim, tudo o mais que dá idéia de uma perfeita personalidade humana. A palavra Kinemin é derivada do grego, e quer dizer, movimento e boneco. Um Kinemin é portanto uma perfeita representação nas dimensões proporcionais da figura humana capaz de mover-se sem a necessidade de cordas, varetas ou controle de mais de uma pessoa. Os Kinemins nasceram na prancheta de desenho de um jovem artista norte-americano, James Russel Summers, que depois lhes deu forma de escultura. Esta figura está dividida em duas partes, e dentro microscòpicamente encaixada para tamanho e movimento, vai uma armação individual de complicadas almofadinhas e tentáculos que duplicam, exatamente, as uniões naturais e os músculos principais do corpo. Um modelo da figura, incluindo um crâneo, se compõe de precisas proporções humanas, sendo coberta de "carne", para completá-la. Com a adição de bases de metais nas solas dos sapatos dos Kinemins as figuras podem ser colocadas em posição de qualquer movimento, ou seqüências de movimento, que é mantida em ação nos tablados magnéticos.
'FLORESTA MÁGICA'
Helena de Tróia é personagem de destaque na mitologia grega. Raptada em Esparta por Paris, filho de Príamo, rei de Tróia, o incidente deu margem à célebre guerra, durante a qual ocorreu o conhecido episódio do (Iavalo de Tróia. No cinema a estrela italiana Rossana Podestá viverá "Helena de Tróia", filme baseado nas lendas gregas
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Como a maioria dos famosos contos de fadas de Grimm, baseados em lendas populares e que letiham sobrevivido a um longo passado, "Hansel e (iretelH (A Floresta Mágica) conta com a sua simbólica figura propositadamente traçada para assustar as crianças. A feiticeira é essa figura. Mas na moderna versão cinematográfica em tecnicolor, produzida por Miehael Meyerberg com base na ópera de Humperdink, "Hansel e Gretel", a voz da feiticeira é a de Anna Russel, atriz cômica de fama mundial. O "Kinemin" dessa mágica figura eletrônica, personificando a velha feiticeira, tem todas as características físicas e faciais da horrenda amazona de vassouras, mas sua feitiçaria tagarela e suas demoníacas intenções refletem um ligeiro tom humorístico. Com a superior atuação "clownesca" de Anna Russel neste filme, distribuído pela RKO, em que "Hansel e Gretel" vencerão as vilanias da Feiticeira, não haverá ocasião para que criança alguma que assista o filme venha a temer qualquer feiticeira de qualquer espécie. E os adultos, por certo, conservarão da assombrosa figura da feiticeira uma agradável recordação. Em "Floresta Mágica" aparecem mais de cinqüenta Kinemins. Paia cada personagem principal, os meninos, os pais, a feiticeira, o pateta, são três Kinemins, além dos correspondentes principais para as filmagens de primeiro plano, e ainda um coro de anjos e alguns animais com muita vida.
Revista do Comerciário
CflmpOS^ OURDRRS' ANCELIM — "O GRANDE CAPITÃO" — PATRIMÔNIO DO CESTOBOL PAULISTA E BRASILEIRO ALDO ENNOS DE MORAES Todos conhecemos a figura viril de Obdúlio Varela, cognominado mui justamente pelos amantes do futebol de "El Gran Capitan". Obdúlio com seu temperamento introspectivo, inimigo de reportagens e de entrevistas é inegavelmente um marco na história do futebol. O cestobol também tem seu "grande Capitão", por ém, diametralmente oposto em atitudes ao desportista paraguaio. Não só a diferença no contácto com a bola, um com os pés, e outro com as mãos, mas, e, principalmente a diferença no comportamento com as pessoas que, amantes do esporte, acompanham interessadas as carreiras dos grandes "astros". Angelim, com toda sua bagagem de campeão, com toda sua técnica de campeão, com toda sua fibra de campeão é uma figura simples, que se impõe pela modéstia e naturalidade de suas ações. De temperamento afável e controlado, firma-se cada vez mais como exemplo de esportista-cavalheiro, ganhando a simpatia de todos aqueles que têm o privilégio de conhecê-lo. A HISTÓRIA DE UMA ENTREVISTA Fomos encontrar Angelim numa quadra. Pudera!!! Cercado Por um grupo de rapazes ensinava a maneira de se aproveitar ao máximo os movimento de arremesso. Turma de principiantes começando a se identificar com o esporte da cesta. A atenção que Angelim dedicava a todos era facilmente notada. Corrigindo o passe de um, acertando os passos de outro, ensinando o rebote a este outro, um por um, isoladamente, apontando defeitos percebidos na "íovimentação de Conjunto. Na primeira oportunidade surgida dirigimo-nos a êle e entusiasmados falamos de nosso propósito: uma entrevista. Fomos atendidos com a peculiar gentileza de Angelim que nos solicitou esperar o fim do treinamento dos rapazes. Con-
"O grande capitão" numa pose especial partr "Revista do Comerciário". Angelim é realmente um patrimônio do esporte paulista e brasileiro
versamos dois minutos nessa ocasião, e de entrevistadores que éramos depois de cinco minutos
encontrávamo-nos
equipados
na
quadra, integrados no grupo de rapazes, sob as ordens de Angelim, experimentando as emoções de um bola
ao cesto orientado.
Angelim, discretamente, nos tinha convencido a participar do treino.
A reportagem não
foi feita; éramos um pupilo de Angelim. E' essa a história de uma entrevista que não foi feita . . .
Transmitir aos outros o que sabe, Além de explêndido jogador, Aiigelim é explêndido técnico. Qualquer que seja a idade, suas instruções são proveitosas e ministradas com o maior zelo
*'viista do Comerciário
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"BONITO COMO UM DEUS" E "DO TAMANHO DE UM DEFUNTO" DE VAO GOGÓ O público comerciado de São Paulo teve oportunidade de assistir a estas duas peças de Vão Gogó em espetáculo promovido pelo Serviço Social do Comércio. pido comentário.
E' delas que agora faremos rá-
"Bonito como um deus" — Como se tratasse de obra escrita por autor de notório humorismo, pensávamos se tratasse de uma peça alegre, cômica. Não. A peça é antes de tudo uma tragédia, dessas pequenas tragédias passionais da predileção de jornais sensacionalistas. Tragédia vivida e revivida nos ambientes noturnos das grandes cidades. E' a tragédia crua da gente sem mais nada que a própria vida sensorial. E' o drama dos sentidos. E' a angústia da sensualidade. E' o vício e o despudor tornados hábitos e, portanto, sem o sentimento próprio que engendre um problema de consciência. E' o submundo dos bares em penumbra esconder, do corpos cansados do vazio de existência sem nexo. Ludi Veloso, de sempre agradável presença no palco desempenha com Armando Couto e Renato Consorte papel não muito adaptado à sua personalidade. Renato Consorte nos pareceu um tanto contraído não podendo, devido ao papel, apresentar-se com mais expansão. Armando Couto demonstra mais uma vez sua versatilidade no cômico nestas duas peças. A peça não trás subterfúgios; a realidade é posta cruamente a nossos olhos. Não há poesia no sentido mais simples da singeleza dos fatos. Lembra-nos os artigos de Nelson Rodrigues. "Do tamanho de um defunto" — Os mesmos atores da primeira peça aparecem nesta com a diferença de estarem mais adaptados aos papéis que representam. Todos sentem-se mais à vontade, pois a primeira parte da peça é de espírito bastante cômico explorando a ironia das pequenas cousas da vida que atrapalham e emperram toda uma circunstância importante. Renato Consorte é um modesto médico de bairro ingênuo e humano. Ludy Veloso é sua mulher, histérica e nervosa. Armando Couto é o ladrão meliante safado e cheio de artimanhas. Os três personagens conservam-se em excelente nível conseguindo falar mais ao público, tocar
Espetáculos
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do
SESC
Armando Couto, Ludy Veloso e Renato Consorte em mais uma das vitoriosas apresentações para o Serviço Social do Comércio mais em nossa sensibilidade do que a tragédia que envolve a primeira peça. Não esqueçamos o profundo sentido humano que enreda os personagens e a amargura da recomendação que no final faz o ladrão: "AAadame, nunca peça socorro, gritando ladrão, assim ninguém atende. Grite: Fogo! Fogo!" R. R. TEATRO EM SÃO PAULO E' com prazer que se pode observar, nos últimos tempos a abertura de novas casas de teatro em São Paulo, bem como o surgimento de novas e vitoriosas companhias. A "Revista do Comerciário" espera realmente que a arte teatral, fruto das diversas camadas çociais e do povo em geral, possa chegar ao povo.
significam
casa
cheia
Revista do Comerciário
I
CONSELHOS
ETIQUETA
Em qualquer realização a que se dispõe o homem o trato pessoal é fator importante para a concretização de seu empreendimento. A luta pela vida nos obriga a uma série de relações sociais que irão muitas vezes representar fator de sucesso ou fracasso.
gilodas
Assim a simpatia pessoal deve merecer a devida atenção. Não podemos obrigar ninguém a mudar a constituição de sua natureza para ser mais ou menos sociável, mas podemos ajustar nosso comportamento às normas °,ue nos mostrarão aos olhos de nossos semelhantes mais simpáticos e merecedores de maior atenção. Em qualquer posição que se encontre Uma pessoa na escala social é-lhe agradável sentir-se apreciada e considerada.
CURIOSIDADES Segundo o sociólogo inglês Dr. Jamson, as mulheres de olhos castanhos ou escuros possuem quatro vezes mais possibilidades de casar mais depressa do que as que possuem olhos claros. Só resta agora que os cientistas descubram uma maneira de tingilos a fim de aumentar as possibilidades daquelas pertencentes à última categoria.
ALEGRIA NA FAMÍLIA A quem devemos dar a esmola de nossa alegria? A todos, mas particularmente aos membros de nossa família. Mantenhamos pois alegre o nosso iar, contribuindo generosamente para a felicidade comum. Às vezes, a alegria será discreta corno uma luz velada. Outras vezes, o riso será exuberante como um samba. Sempre procuraremos, com delicadeza e tato, tornar mais feliz o pessoal de casa. Principais responsáveis pela alegria no |ar, o pai e a mãe procurarão organizar Jogos para seus filhinhos, ou tomar parte nos deles. Pe. Desmarais
Dupla caridade pratica quem dá aos Pobres de tal maneira que êle próprio chegue a dar-se também. À bondade do ^Ue dá associe-se a humildade do que pe de. Não sei porquê, mas parece que s ° quando a mão do que dá se coloca na mão do que pede é que se torna COn scienre a solidariedade humana. Sto.
Agostinho
Revista do Comerciário
BELEZA
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Pode-se observar facilmente como é distoante, em um grupo, a pessoa que não cumpre com certas regras que a Urbanidade ou a cortesia exigem.
Dar com amor, nunca significa perder. Dar é lucro. Não se perde o que se dá, mas possui-se ainda mais intensamente. E assim como não se pode dar amor quando se não tem, assim só se tem amor quando se dá. Cresce todas as vezes que se dá, e tanto mais amor Se adquire quantos mais homens com êle se tornarem felizes. Assim é o amor: só êle conhece o segredo de, dando aos °utros, mais se enriquecer a si próprio. Sto. Agostinho
DE
A beleza não é atributo da juventude que desaparece com o passar dos anos até se extinguir aos primeiros sinais de velhice. Ela é, antes, o resultado de um perfeito equilíbrio da saúde, conjugada com certos cuidados para sua conservação. Assim, a mulher em primeiro lugar deve zelar pelos mínimos detalhes da sua saúde, para depois cuidar de sua beleza em suas mãos. O cultivo da beleza feminina impõe | certos sacrifícios e muita força de vontade, altamente compensados quando o | espelho nos revela quão mais novas parecemos do que realmente o somos!
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Há pouco tempo assistimos a um filme baseado na vida de uma cantora australiana (Melodia Interrompida) , que depois de ter sido atacada por poliomielite apresentou-se em audições sentada no seu carrinho de rodas. O exemplo de sua força de vontade e de seu valor foi seguido pela jovem Betty Lister de 18 anos de idade que apareceu na sala de concertos de Oldham, na Inglaterra, nas mesmas condições e com o mesmo mal de M. Lawrence. A jovem cantora tem a seu favor o fato de ter aprendido a cantar durante a doença. O seu concerto foi televisionado tendo depois recebido grande demonstração de carinho, pela numerosa correspondência que seguiu à sua primeira audição.
PENSAMENTOS O
Para a moca que trabalha e à noite precisa ir a teatro ou reunião qualquer nada mais aprcscntável que este elegante "tailler". Poderá ser confeccionado em setim de algodão liso ou mesmo em fazenda estampada. O chapéu pequeno sobre a cabeça poderá ser excluído deixando ver cabelos curtos bem lavados e escovados. As luvas acompanharão a tonalidade do costume ou a dos sapatos e bolsa.
A felicidade é qualquer cousa que depende mais de nós mesmos do que das continências o das eventualidades da vida. JÚLIO DANTAS °
Ditosos os filhos a quem o pai conduz à perfeição, não tanta paio caminho extenso e difícil dos conselhos, mas pelo caminho mais curto e mais fácil dos exemplos. D'AGUESSKAU O
Os filhos convertem-se para os pais consoante a educação que recebem numa recompensa ou num castigo. J. PETIT-SENN
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/ir/y//f/iâ£s DO
SESC
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Natal
do SESC, a roda girava meninada se divertia
e
representantes de funcionários de firmas confraternizaram num agradável jantar
se
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E havia também
brinquedos.
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Não é só no Natal que a petizada se põe em contado com o SESC; também nos Centros Infantis
Satisfeitos
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Bandeirantes e Pioneiros — Paralelos de Duas Cult uras RENATO REQUIXA Sempre com o intuito de divulgar conhecimentos sobre a vida
B — Fator Hidrográfico — (sistema de rios) — Em todo o ter- I
brasileira e sua realidade procuramos neste artigo, sintetizar o pen-
ritório dos Estados Unidos há magníficos rios navegáveis e portos
samento do Sr. Vianna Moog autor de um importante livro sobre
fluviais excelentes, alguns até com navios de guerra.
o Brasil e que se intitula: "Bandeirantes e Pioneiros".
possuem a
lítico da obra:
O título ana-
"Paralelo de duas culturas" dá-nos já a idéia do
melhor rede hidrográfica do mundo.
Os EE.UU.
E o Brasil?
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Possuímos o rio São Francisco mas é interrompido a 250 quilôme- I
autor, que procurou fazer uma comparação entre a cultura brasileira
tros do Atlântico pela cachoeira de Paulo Afonso; temos o rio Pa-
e a cultura estadunidense.
raná de navegabilidade comprometida pelo Salto das Sete Quedas;
E' mister entender-se aqui o termo "cul-
tura" não como urn menor ou maior conhecimento das cousas, mas
temos o maior rio do mundo, o Amazonas, mas é indômito e mons-
no seu sentido propriamente sociológico;
truoso, saltando do leito, no tempo das cheias, engolindo terras e I
isto é, modo
de vida,
concepção de vida, filosofia de vida, folclore, religião, influências
levando de roldão tudo o que se lhe antepõe.
raciais recebidas, influências de meio e todos os seus condicionan-
hidrográfica dos EE. UU. com relação ao Brasil.
tes,
estágio
de conhecimentos, civilização,
enfim.
C — Clima — Existem nos Estados Unidos todas as tempera-
Dada a proximidade dos dois países, Estados Unidos e Brasil dada a nossa fraternidade e no que tange ao nascimento das nações ambas pertencendo ao mesmo Novo Mundo, paira sempre entre nós a pergunta: porque nós brasileiros não formamos uma nação tão grande, tão rica e tão poderosa quanto a nação americana? Quais os fatores que conseguiram condicionar tão distante intensidade no progresso de ambas?
E as respostas a estas perguntas
são um aglomerado de falsas noções,
Daí a superioridade
idéias sem base científica,
mais produtos de uma total ignorância das cousas que realmente
turas imagináveis para as mais variadas transplantações tanto humanas quanto vegetais ou animais.
No Brasil, apesar de hoje se I
chegar a conclusão de que o clima foi muito caluniado, este realmente nos desfavoreceu bastante principalmente por não possuirmos um inverno tão rigoroso que viesse influir como influiu nos Estados Unidos no advento da era industrial.
No Brasil, sem o frio intenso
não se cogitou nem se pensou em termos de aquecimento e carvão. Assim a primeira impressão de Caminha sobre a terra brasileira: — "dar-se-á nela tudo" foi evidentemente exagerada!
acontecem do que propriamente uma honesta resposta que expli que com autenticidade e objetividade o porquê das situações.
E
as respostas são as mais destituidas de base, as mais díspares, as mais absurdas possíveis. Foi em vista, disso, dessa situação que resolvemos fazer maior divulgação das principais idéias do autor em uma espécie de súmula e despertar assim a curiosidade daqueles que se interessem em melhor conhecer o assunto para que procurem ler este livro ou pelo menos levar a todos aqueles ainda não afeitos ao raciocínio positivo um pouco de objetividade ao encarar questões de tão grande importância como a de que se trata.
"Não
há, pois, como diz o autor, atribuir aos anglo-saxões,
como raça, os triunfos da civilização norte-americana e menos ainda aos portugueses, ou aos negros, ou aos índios e mestiços, a responsabilidade de nossos malogros.
Por este lado, o haver o Bra-
sil realizado a civilização que realizou, a única civilização tropical realmente mencionável, vencendo, reduzindo, ou contornando obstáculos de clima, orografia, hidrografia, pobreza de solo e até certo ponto de subsolo, credencia-nos não só a não descrer do Brasil, mas também a não renegar ou maldizer de nossas origens". Convém não esquecer que somente os portugueses consegui-
Passemos agora à explicação do porquê do prodigioso desen-
ram realizar uma obra civilizadora em pleno clima tropical; mais
volvimento dos Estados Unidos que é realizado em razão geomé-
nenhum outro país o conseguiu — e essa obra de civilização foi o Brasil.
trica comparado com o Brasil razão aritmética.
cujo
progresso se desenvolve em
(continua)
RAÇA E SOCIEDADE
CONFIRA
Dava-se como causa do progresso maior dos Estados Unidos a superioridade racial do anglo-saxão sobre o português. s
axões seriam tipos étnicos puros ao passo que os
Os angloportugueses
seriam produto de grande miscegenação, (mistura de raças).
E o
SUAS
RESPOSTAS
1 — Adoração da Natureza. 2 — Iíuda.
anglo-saxão além de puro, conservava essa pureza sem se misturar
.1 — Falta de escrúpulos em política. O nome vem de Maquiavel, autor de "O Príncipe" e estadista florentino.
anquanto que o português imediatamente se cruzou com o índio
4 — Maomé.
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posteriormente com o preto.
Essa causa porém é falsa, falha,
cientificamente refutada e totalmente ultrapassada. Vejamos as reais diferenças geográficas entre os dois países: A — Fator orográfico — (sistema de montanhas) — Nos Estados Unidos, de um lado a outro do país, do Atlântico ao Pacífico, exis,e
quase que uma só planura com pouquíssimos, e assim mesmo
tiuito suaves, altos e baixos, ao passo que no Brasil a planura é a
exceção — a regra são as montanhas e os desfiladeiros.
5e
E' de
notar aqui a dificuldade a vencer no Brasil; a grande dificulda-
5 — Pedra procurada pelos alquimistus para transformar os metais básicos em ouro. 6 — O soneto. 7 — Coletânea de contos de Bocaccio. 8 — Fígado. 9 — Anua.
10 — Porque o primeiro poço dessa espécie foi aberto em Artois, na França. 11 — Da V. K. S. S.
de na construção de estradas de ferro e de rodagem o que não
12 — Para servir de túmulo aos faraós.
aconteceu nos Estados Unidos.
13 — Denominação que se dava aos protestantes da século XVI.
Se esta dificuldade ainda hoje se
Ve
rifica com muito mais razão foi ela importantíssima, constituindo
Ve
rdadeiro obstáculo para os nossos antepassados.
Assim a con-
quista da terra nos E.. U. foi muito mais branda que no Brasil.
Revista do Comerciado
França no
14 — 21 anos. 15 — 18 anos.
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SEM MAQU1LLAGE EINÜ!
UMA SURPRESA PARA VOCÊ.
Conto de Nacionalidade Ignorada B. DO HYNNO Bonifácio é sempre muitíssimo atento. Quando se preocupa com uma coisa esquece a resto. Um dia destes fui à sua casa e convidei-o para sair, a fim de realizarmos uns negócios. Esporeado pela ambição vestiu-se rapidamente com a roupa pelo avesso, calçou os dois sapatos no mesmo pé e colocou o maço de cigarros na cabeça tendo antes tentado fumar o chapéu. Só não conseguiu riscar um cordão de sapatos no pente de bolso. A saída consultou-rne sobre o tempo: chove ou não? — Chove, disse eu. Então é bom eu levar o lápis, respondeu-me êle. Eu disse não ser necessário tanto, bastava a borracha de máquina.
QUE SUSTO!. . . GENTE VIVA 16
Saimos. Na rua tomou nota de alguns endereços no forro de meu paletó. Em meio ao caminho o Bonifácio suspeitou de que havia algo errado, com êle. Todos o observavam. Cochichavam e olhavam para seu lado. Incomodado com tantos olhares e cochichos resolveu voltar para casa a fim de corrigir o que estava errado. Mas o que seria? Nós dois fomos matutando o tempo todo. Quase ern casa ocorreu-me perguntar-lhe se havia escovado os dentes. Não! Não havia. Era isso, sim senhor. Era a maldita distração. Não escovara os dentes e todos o observavam. Já dentro de casa despiu-se todo e se dirigiu ao banheiro a fim de escovar os dentes. Fiquei esperando-o sentado em cima do rádio ouvindo uma deliciosa poltrona. Minutos depois volta o Bonifácio com a cara mais desolada do mundo! não poderemos sair. Por quê? perguntei eu. — Ora, essa distração um dia me mata; pois esquecí-me de comprar uma panela de pressão para escovar os dentes.
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Atividades O Serviço Social do para os comerciários:
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SESC
Comércio mantém os seguintes serviços
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Clínicas pediátricas e obstétricas P Cl ínica dentária Assistência Jurídica Restaurante Laboratório de Análises Clínicas e Services de Raio X
B.C.G. Enfermagem e Fisioterapia Colônia de Férias Excursões Departamento de Esportes Restaurante Alcântara Machado Bibliotecas Clubes Juvenis Clubes Femininos Centros Infantis Espetáculos Teatrais Discoteca Circulante Sessões Cinematográficas
CURSOS
DE:
Corte e Costura Bordado Modelagem de Bolos Salgadinhos Noivas Noivos Noções de Enfermagem do Lar para Moças e Rapazes Nutrição Mãezinhas Artes Domésticas
Violão Harmônica e Conjunto de Gaitas Coral do Comerciário
Cicades do interior
= „.,„« <;„,;*]* com <Centros iociais.
ASSIS A55I3, CAMPINAS, i_«i»\riii<->*>i
CATANDUVA,
BAURU,
LINS,
MARÍLIA,
Sousa
Nazareth,
TAUBATÉ, RIBEIRÃO PRETO, SANTOS. CENTROS Av.
SOCiAIS
DA
CAPITAL:
Francisco Matarazzo,
Pires de
Campos, Av.
271,
Horácio Mário
Celso Garcia,
de
Mello,
França 2424.
de
Av.
Paulista,
Azevedo,
Rua
967,
Carlos
Conselheiro
de
Saraiva,
48
e
Bento