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sala de estar 2021

ARTISTA S DO ACERVO SESC DE ARTE BRASILEIRA


convivências afetivas As manifestações culturais propiciam experiências subjetivas

que mobilizam distintos processos. A partir da fruição e das relações que elas possibilitam, são agregadas camadas constituti-

vas de significados e sentidos, potencializadas com a circulação e exibição de obras artísticas.

Nessa perspectiva, o Acervo Sesc de Arte, circula, oportuna-

mente, pelos centros culturais e desportivos do Sesc no estado de São Paulo, no território nacional e em instituições internacionais, configurando-se como suporte basilar para ações educativas. Com a intenção de promover diálogos e construir distintos conjuntos de relações estéticas, temáticas e afetivas, o projeto

Sala de Estar – Artistas do Acervo Sesc de Arte Brasileira nasce de uma curadoria compartilhada com o público participante

de atividades realizadas no Sesc São Caetano. Trata-se de cursos que possibilitam a imersão sobre os critérios que movem a seleção de obras artísticas para a produção de uma exposição,

derivando de três recortes temáticos: Pessoas/Corpo, Paisagens/ Lugares e Paisagens/Objetos.

Ao propor tal iniciativa, a instituição viabiliza o acesso a seus

bens culturais no contexto de suas ações socioeducativas, cum-

prindo assim, sua missão. A exposição insere-se em um espaço propício a estimular imaginários que evocam intimidade e pertencimento. Um convite para descobrir, por meio da convivência,

as possibilidades de troca, encantamento ou de singular estranheza diante da arte.

Sesc São Paulo

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sala de estar: uma seleção compartilhada de obras do Acer vo Sesc de Arte Brasileira O costume de receber ou visitar pessoas em suas salas de estar

reforça no imaginário coletivo o caráter deste espaço como o mais público de uma residência. Esta ideia, amplamente explorada por

artistas, escritores e dramaturgos, em pinturas, textos literários,

peças teatrais ou novelas, ganhou em 2020 novos contornose densidades com o peso da pandemia de Covid 19 que segue atravessando todo o planeta. Pelas telas de nossos dispositivos

tecnológicos, descobrimos outros modos de conviver: podemos

simultaneamente receber pessoas em nossas salas e adentrar as

casas dos que se conectam conosco, multiplicando modos de habitar nossos espaços de intimidade e fazer sentido em grupo.

Ainda é na sala de estar que, desde o século XVI, são desfruta-

dos de maneira coletiva muitos dos prazeres estéticos e senso-

riais, das conversas, na partilha e degustação de comes e bebes, de atividades artísticas variadas, dos jogos de tabuleiro e salão,

das narrativas de viagem e apreciação de imagens objetos, das leituras em voz alta e dos saraus com música, poesias e literatura.

Assim, Sala de Estar é uma exposição de arte que se propõe

como um espaço para o convívio com obras selecionadas do Acervo Sesc de Arte Brasileira.

Ao tomar como ponto de partida a vocação de hospitalidade da

unidade Sesc São Caetano, a mostra nos convida a pensar sobre

o que fazemos quando acolhemos ou quando somos acolhidos em

salas de estar, onde praticamos o convívio e o cultivo do tempo livre.

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A seleção de obras do Acervo Sesc de Arte Brasileira para

a realização de três mostras de arte acontece por meio de uma

série de encontros de curadoria compartilhada, cuja intenção principal é a atenção a processos de escutas e diálogos em torno de obras do Acervo Sesc, cujas coleções abrangem obras de

arte moderna, contemporânea e popular, emprestadas temporariamente de diferentes unidades do Sesc São Paulo.

A segunda edição da mostra envolveu profissionais do Sesc São

Paulo e artistas de São Caetano em processo compartilhado de

curadoria, com discussões sobre a paisagem (como gênero da pintura

e como forma conceituada de ver o mundo), tensões e negociações que envolvem o tema dos territórios e mapas, as enciclo-

pédias e cartografias como forma de tornar visíveis as narrativas

e experiências artísticas de exploração e investigação do espaço (no papel, na tela, na imagem, em objetos, na natureza) e a necessidade de registrar e recriar aquilo que foi visto no mundo.

Ao visitar ou ocupar a mostra, o visitante pode encontrar mais

que um conjunto de trabalhos de diferentes épocas, linguagens, gêneros e estilos. As associações de trabalhos enfatizam tam-

bém as motivações e questões sobre arte e as visões de mundo que deram origem aos critérios para definir, sempre em estado

de negociação de pontos de vista, as estratégias para responder à questão: o que precisa ser visto agora?

Sem consenso imediato, mas com muito bom humor e preci-

são, ficou aos poucos evidente que era preciso mostrar a pintura de mais de cem anos feita por Giovanni Castagneto, com

o olhar generoso do artista que gostava de pintar em contato direto com o mar aquilo que não era a paisagem monumental, mas

sua experiência de “estar na paisagem”, interesse comum percep4


tível no vídeo de Rodrigo Braga, em embate de corpo com o mar. A escultura de Silvia Mecozzi propõe o embate com as formas orgânicas e materialidades, do micro ao macro com os espaços

que ocupam e geram novos organismos – como o mar, em evolução e revolução constante.

O espaço é o grande desafio de Mira Schendel: ocupar o es-

paço do papel, criar vazios delimitando suas formas, mostrar que precisa ser visto: desafio comum do artista Ranchinho, que mostrou em suas pinturas aquilo que gostava de ver – pessoas

vivendo. Espaço que remete a paisagens que conhecemos, como

as montanhas de Georgia Kyriakakis, ou os mapas de cidades das quais ouvimos falar, como no trabalho de Gisela Motta e Leandro Lima.

Atravessar espaços de cada trabalho, moldá-los, inventá-los,

criar narrativas neles ou a partir deles: como as histórias de enfrentamentos dos nordestinos na Amazônia, de Amaro Francisco Borges, ou o interior dos livros-lugares de Claudia Jaguaribe.

Valquíria Prates Educadora, curadora e escritora. Realiza programas públicos em educação, mediação, exposições e publicações

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ARTISTA S DO ACERVO SESC DE ARTE BRA SILEIRA 1_Giovanni Castagneto Gênova, Itália [1851] - Rio de Janeiro, RJ [1900]

sem título, 1897 29 x 19 cm 2_Mira Schendel Zurique, Suíça [1919] - São Paulo, SP [1988]

sem título,1982 25,5 x 36 cm 3_Gisela Motta e Leandro Lima São Paulo, SP [1976-]

série circuito impresso (Jerusalém, Cairo, Bogotá, Berlim, Moscou, Shenzhen), 2008 52 x 52 cm (cada) 4_Silvia Mecozzi São Paulo, SP [1956-]

Anemona, 2004 100 x 200 cm 5_Amaro Francisco Borges Bezerros, PE [1939-]

Nordestinos no Amazona, s/d 48 x 66 cm 6_Ranchinho Oscar Bressane, SP [1923] - Assis, SP [2006]

Passando a carpideira, 1998 70 x 50 cm 7_Claudia Jaguaribe Rio de Janeiro, RJ [1955-]

Biblioteca XVIII, 2004-2007 120 x 120 cm 8_Georgia Kyriakakis Ilhéus, BA [1961-]

Longe daqui, 2014 83,5 x 44,5 cm 9_Rodrigo Braga Manaus, AM [1976-]

Venoso e Arterial, 2013 4’45’’ 6


visitação

Segunda à Sexta, das 15h às 19h Agendamentos a cada 30min Máximo 5 pessoas

Agendamento e retirada de ingresso online através do site: sescsp.org.br/saocaetano

Sesc São Caetano Rua Piauí, 554 Santa Paula 11 4223 8800 /sescsaocaetano sescsp.org.br/saocaetano


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