Encarceramento em Massa é Justiça?

Page 1

JUL – SET 2018

ENCARCERAMENTO EM MASSA É JUSTIÇA?



O Sesc 24 de Maio, em seu compromisso de ampliar discussões sobre assuntos que dizem respeito a um todo da sociedade, a uma responsabilidade conjunta e coletiva, a um pensamento que fomente o debate e a discussão, apresenta o projeto Encarceramento em Massa é Justiça?, numa proposta em conjunto com a Rede Justiça Criminal. Pensar justiça é pensar em diversos fatores que interferem no meio, não sendo uma análise isolada enquanto prospecto igualitário, mas que deve inserir os imbricamentos de raça, classe e gênero para ampliar os sentidos, interseccionalizando as questões, de modo a sair da superfície e mergulhar na raiz, no radical. Neste sentido, provocar estímulos para o debate acerca do tema do encarceramento no Brasil é ativar sensibilidades múltiplas a partir da diversidade de linguagens, propondo uma programação que envolva bate-papos, oficinas, exibições de vídeos, espetáculo de dança, espetáculo teatral e shows musicais. Aqui, entendemos o assunto não somente no debate falado, mas sim enquanto permear de outras estéticas, gerando reflexões e apreensões afetadas pela transversalidade que compete ao tema. O projeto, habitando a área de Direitos Humanos, estimula em nós a pergunta: encarceramento em massa é justiça?


ENCARCERAMENTO EM MASSA É JUSTIÇA?

O Brasil não para de subir no ranking de países com maior número de pessoas presas no mundo. Hoje ocupamos a terceira posição. Os dados mais recentes apresentados pelo Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias do Ministério da Justiça (Infopen) são de 2016 e mostram que o encarceramento em massa, atrelado à política de guerra às drogas, tem cumprido bem sua função no Brasil: prender muito uma camada específica da população, mesmo que não haja lugar para colocar essas pessoas. Em junho de 2016 existiam mais de 700 mil pessoas privadas de liberdade. O número é ainda mais chocante quando analisamos a taxa de presos provisórios: cerca de 40%. O que esse dado diz é que quase a metade da população carcerária do Brasil ainda não foi condenada e aguarda, na prisão, o seu julgamento.

QUEM SÃO ESSAS PESSOAS?

O perfil é antigo conhecido das pesquisas: a maioria da população carcerária é negra, pobre, jovem e com baixa escolaridade (a maior parte não terminou o ensino fundamental), ou seja, são pessoas em situação de vulnerabilidade. Os crimes que as mandam para a prisão são em sua maioria sem violência: contra o patrimônio ou relacionados à drogas.

GÊNERO E SISTEMA PRISIONAL

Quando falamos especificamente de mulheres, a situação fica ainda mais complicada. De acordo com o Infopen, 62% das mulheres estão presas por crimes relacionados à drogas e 72% têm filhos. A maioria dessas mulheres é responsável pelo sustento dos seus lares no momento de sua prisão, e muitas delas não tinham com quem dividir o cuidado deles. Ainda falando sobre as mulheres mães que estão no sistema, vale pontuar que existem mecanismos legais vigentes, como o Marco Legal da Primeira Infância, que garantem que mulheres grávidas ou mães de crianças de até 12 anos possam cumprir prisão domiciliar até seu julgamento.


PERSPECTIVAS FUTURAS PARA A JUSTIÇA CRIMINAL

Quem acompanha os dados da justiça criminal no país se preocupa com esse cenário de encarceramento em massa. O que vivemos atualmente é um contrasenso. Ao mesmo tempo em que o número de pessoas presas não para de crescer, não se observa melhora nos índices de violência. Diante dos dados, precisamos de alternativas ao encarceramento e promover políticas públicas efetivas para lidar com as demandas de segurança pública de maneira responsável e não imediatista. Ou será que ainda acreditamos que haja solução mágica para problemas tão complexos? Rede Justiça Criminal

Sobre a Rede Justiça Criminal

Criada em 2010 com o objetivo de combater o uso abusivo da prisão provisória, a Rede Justiça Criminal (RJC) é um coletivo formado por oito organizações da sociedade civil brasileira, que trabalha para tornar o sistema de justiça criminal mais justo e atento aos direitos e garantias fundamentais. A atuação da RJC faz uma crítica ao uso predominante da prisão como resposta do Estado ao crime, denunciando a escolha de uma política criminal punitivista, que leva ao encarceramento em massa. A RJC acredita que a política criminal deve embasar-se em informações qualificadas para a construção de um diagnóstico mais preciso que permita implantar soluções adaptadas, identificar gargalos e propor ações corretivas. Para isso, a Rede desenvolve um intenso trabalho de incidência política, buscando diversificar e inovar em sua atuação. As estratégias buscam mobilizar a opinião pública, a imprensa, a academia, a sociedade civil e outros atores para incidir de maneira mais eficaz sobre o poder público, último responsável pela efetivação das garantias fundamentais e por promover mudanças positivas no sistema de justiça criminal brasileiro. Compõem a Rede Justiça Criminal as seguintes organizações: Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), Conectas Direitos Humanos, Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP), Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Instituto Sou da Paz, Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) e Justiça Global. Saiba mais: redejusticacriminal.org e prisaonaoejustica.org


instalação

REALIDADE VISCERAL A instalação propõe uma experiência de realidade virtual na qual os espectadores(as) são convidados(as) a entrar em contato com a encenação da realidade de uma prisão superlotada e com o tema do encarceramento no Brasil. Com o auxílio de um óculos de realidade virtual, o público é convidado a assistir a um filme feito em 360º, no qual Emerson Ferreira, egresso do sistema carcerário, narra sua história e a de outros companheiros.

divulgação

De 11/7 a 9/9, terças a sábados, das 9h às 21h domingos e feriados, das 9h às 18h Praça, Térreo Grátis A partir de 14 anos


ESCAMBO POÉTICO: CORPO, GÊNERO E ENCARCERAMENTO Mulheres são convidadas para uma troca de correspondências com outras que estão na Penitenciária Feminina da Capital (PFC). A partir de dinâmicas, produzem materiais - como cartas, ilustrações, pequenos cadernos etc. - para intercambiar experiências, ideias e desejos com aquelas em situação de cárcere.

Dias 21/7,18/8, 15/9 e 6/10, sábados, das 15h às 18h Praça, Térreo Grátis A partir de 16 anos Inscrições na Central de Atendimento

FACILITADORAS

encontro

Sandra Ximenez ou Sandra-X é cantora, compositora, trabalha com a palavra escrita e pronunciada e com produção de música eletrônica. Faz performances e intervenções urbanas. É professora de técnica vocal. Integrou os grupos A Barca e Axial, e, depois de Turbulência, lança agora seu trabalho solo p e r e g r i n a. Beatriz Cruz é performer, artista-educadora e produtora cultural. O corpo, a cidade e o gênero estão no centro da sua pesquisa artística. É especialista em Técnica Klauss Vianna (PUC-SP) e dedica-se a projetos interlinguagem. Faz parte do Coletivo Teatro Dodecafônico, com quem investiga o caminhar como prática estética e política. Realiza o Projeto Desandar, composto por uma série de programas de performance que propõe atravessamentos entre arte e vida. Leticia Olivares é mestre em Artes Cênicas (USP), atriz, diretora e uma das criadoras do Coletivo Rubro Obsceno, que realiza projetos artísticos sociais sob a perspectiva de um teatro voltado ao empoderamento de diferentes grupos de mulheres: mulheres soropositivas, mulheres em situação de violência, mulheres com mais de 60 anos e mulheres encarceradas. Vânia Medeiros é artista visual, desenvolve uma pesquisa ligada à cartografia e a processos de criação em colaboração com o público. Seu trabalho se materializa em diversos formatos, especialmente em livros, instalações e intervenções urbanas. Criou a Conspire Edições, uma plataforma de desenvolvimento de projetos de publicações.


conversarau

O ENCARCERAMENTO EM MASSA, PRESOS PROVISÓRIOS E ALTERNATIVAS PENAIS Atualmente, o Brasil ocupa o 3º lugar na lista de países que mais encarceram no mundo. Desse total, quase a metade da população carcerária é composta por pessoas presas que ainda não foram julgadas, ou seja, presos provisórios. A partir desse cenário, o primeiro ConverSarau propõe um debate para entender as alternativas existentes ao encarceramento e quais as perspectivas e ações que o país pode adotar para lidar com o tema.

Dia 18/7, quarta, das 19h às 21h Praça, Térreo Grátis

Marina Dias é diretora executiva do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), formada em Justiça Restaurativa pelo Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo (CDHEP) e em Mediação de Conflitos, Facilitação de Diálogo e Construção de Consenso pela Palas Athena. Concluiu a pós-graduação em Transformação de Conflitos e Estudos de Paz, do Instituto Paz & Mente, em parceria com a cátedra de Paz da UNESCO, Universidade de Innsbruck e Instituto Santa Barbara (EUA). É idealizadora e produtora executiva do documentário Sem Pena. Railda Silva é ativista e coordenadora da Amparar (Associação de familiares e amigos(as) de presos(as)), que atua desde 2006 junto aos familiares de pessoas presas nos sistemas penitenciário e socioeducativo. Começou a militância ainda na década de 1990, depois que seu filho foi privado de liberdade, na então Febem, e foi uma das fundadoras na Amparar. Raquel da Cruz Lima é advogada e doutoranda em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo. Coordenou a pesquisa Mulheres Sem Prisão, que investigou o universo do encarceramento provisório feminino. É autora do livro O Direito Penal dos Direitos Humanos, publicado pela editora CEI. Beatriz Besen é psicóloga formada pela Universidade de São Paulo. Mestranda em Psicologia Social pela USP e em Estado, Governo e Políticas Públicas pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), já atuou no setor público, privado e terceiro setor como coordenadora de projetos de educação, cultura e direitos humanos. Anfitrião: Emerson Ferreira viveu mais de quatro anos na prisão. Hoje é psicólogo e mediador de conflitos. Coordenou conjuntamente a Extensão em Direito Penal e Criminologia na Faculdade de Direito da USP. Membro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), na categoria Jovens RAPS e membro da Global Shapers Community, Emerson é ativista social nas questões de Valores Humanos e Sistema Prisional e empreendedor social através do projeto Reflexões da Liberdade.


conversarau

ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI E ENCARCERAMENTO EM MASSA Quando falamos de juventude e encarceramento em massa, há muitos desafios relacionados ao desconhecimento de jovens em conflito com a lei. No atual contexto em que vários projetos de lei e movimentos pedem a redução da maioridade penal, a pergunta que fica é: a justiça criminal é realmente a única possibilidade de educar jovens e resolver conflitos?

Dia 25/7, quarta, das 19h às 21h Praça, Térreo Grátis

Danielle Tsuchida é graduada em Psicologia pela PUC-SP. Atuou por 10 anos no terceiro setor na prevenção de violência e em medidas socioeducativas em meio aberto. Trabalhou como coordenadora adjunta na Coordenação de Políticas para Crianças e Adolescentes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo. Atualmente, é coordenadora de projetos no Instituto Sou da Paz na área de medidas socioeducativas. Bruno Garibaldi é artista multimídia; seus trabalhos transitam entre produções audiovisuais e experimentações sonoras e musicais. Graduado em História da Arte pela PUC-SP se especializou em fotografia de cinema pela Academia Internacional de Cinema (AIC). Nos últimos anos participou de festivais, residências e exposições em diversos lugares do Brasil e em outros países. Mariana Chies Santiago Santos é doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua como coordenadora do Departamento de Infância do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Anfitrião: Rodrigo Ciríaco é educador e escritor, autor dos livros Te Pego Lá Fora, 100 Mágoas e Vendo Pó...esia. Há 12 anos desenvolve projetos de incentivo à leitura, produção escrita e formação de novos leitores, entre eles o Pedagogia dos Saraus, Slam Rachão Poético e Mesquiteiros.


conversarau

ENCARCERAMENTO FEMININO E GÊNERO NO SISTEMA DE JUSTIÇA A população carcerária feminina cresce hoje em um ritmo mais acelerado do que a masculina. Crimes relacionados às drogas são o que mais aprisionam mulheres, que, em sua maioria, são mães e principais provedoras de seus lares. Maternidade, questões de gênero e invisibilidade são os temas abordados nessa mesa, que possui a Justiça Criminal como fio condutor e também segregador.

Dia 8/8, quarta, às 19h Praça, Térreo Grátis

Maria Clara D’Ávila é advogada e pesquisadora do Programa Justiça Sem Muros do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC). Já atuou na área de violência de gênero, prevenção e combate à tortura, criminologia e justiça criminal. Atualmente está trabalhando na pesquisa MulhereSemPrisão, investigando o funcionamento das audiências de custódia em relação às questões de gênero. Desiree Mendes tem 40 anos, é microempreendedora individual, arte terapeuta em programa socioassistencial na região central de SP (Cracolândia) voltado ao atendimento de dependentes químicos. É também atual Chefe de Confeitaria no Bistrô Cereja Flor. Kenarik Boujikian desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, cofundadora e expresidenta da Associação Juizes para a Democracia, membro do Grupo de Estudos e Trabalho Mulheres Encarceradas, especialista em Direitos Humanos pela Escola Superior da PGE/SP, feminista e militante de direitos humanos. Anfitriãs: Mulheres Possíveis é um projeto artístico multidisciplinar desenvolvido entre as artistas Beatriz Cruz, Leticia Olivares, Sandra Ximenez e Vânia Medeiros em colaboração com mulheres em situação de cárcere na Penitenciária Feminina da Capital (PFC). As proposições se dão em diversas linguagens e o corpo é sempre o centro da experiência. O projeto é composto de ações internas à PFC e ações públicas.


conversarau

RACISMO E O SISTEMA DE JUSTIÇA O perfil é sempre o mesmo em todas as pesquisas: negros e negras, pobres e jovens. O sistema penal alcança uma população bem específica da sociedade, e esse ConverSarau se propõe a questionar e debater o porquê da justiça criminal atingir principalmente a população negra e como essa trajetória histórica é perpetuada no Brasil desde a abolição da escravatura.

Dina Alves é coordenadora do Departamento de Justiça e Segurança Pública do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). Advogada, atriz, feminista negra abolicionista, pesquisadora na área de gênero, raça e classe e doutoranda em Ciências Sociais/PUCSP. Autora da pesquisa Rés negras, juízes brancos: uma análise interseccional de raça, classe e gênero na distribuição da justiça criminal em uma penitenciária feminina de São Paulo. Membra do Coletivo Autônomo de mulheres pretas de São Paulo, Adelinas. Claudia Patrícia de Luna é advogada atuante na defesa e garantia dos direitos das mulheres em situação de violências desde 1997. Membra da Rede Feminista de Juristas (DeFEMde), é pós-graduada em Direitos Difusos e Coletivos pela Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, pós-graduada em Direito Previdenciário e em Direito Acidentário. Integrou a Executiva da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional São Paulo (biênio 2001/2003) e o Conselho Estadual da Condição Feminina de SP, na qualidade de conselheira. Sheila de Carvalho é advogada e militante de Direitos Humanos. Representante da sociedade civil no Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Constrói o Movimento Nós. Atua no terceiro setor em temas relacionados aos direitos humanos, justiça criminal, sistema prisional e seletividade penal.

Dia 15/8, quarta, às 19h Praça,Térreo Grátis

Anfitriã: Luz Ribeiro tem 30 anos, nascida no verão de São Paulo, é campeã do “Slam BR” (2016) e semifinalista da “Coupe du Monde de Slam de Poésie” (Fra-2017). É autora dos livros Eterno Contínuo (2013), Espanca e Estanca (2017)


conversarau

ESTRANGEIRAS(OS) PRESAS(OS) NO BRASIL De acordo com o último Infopen, mais de 60% dos estrangeiros presos no Brasil estão em unidades prisionais do Estado de São Paulo. Este ConverSarau propõe como debate conversar sobre quem são essas pessoas, por que elas estão presas e quais são as medidas necessárias para garantir os direitos das pessoas migrantes em conflito com a lei.

Dia 29/8, quarta, às 19h Praça,Térreo Grátis

Agnes Dolly Ngcama é da África do Sul, ministra aulas de inglês para estudantes particulares, ensinando também sobre cultura africana. Gosta de aprender sobre cultura brasileira e atualmente vive em São Paulo. Nulvia Vanessa Pacheco Paez é venezuelana, sentenciada por tráfico em 2015, profissional da estética e trabalhadora em busca de novas oportunidades para demonstrar que muitas mulheres no sistema penitenciário foram enganadas e manipuladas, e como é possível orientações de modo a evitar tais encaminhamentos. Natália Padovani é antropóloga, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, UNICAMP - Linha de pesquisa Migrações, mobilidades territoriais e transnacionalidade -, tem trabalhado com fluxos transnacionais relacionados ao mercado de drogas, egressas(os) “estrangeiras(os)” e imigrantes egressas(os) dos sistemas prisionais de São Paulo e da Catalunha. Autora da tese “Sobre Casos e Casamentos: Afetos e amores através de penitenciárias femininas em São Paulo e Barcelona”. Anfitriã: Cátia Kim é advogada graduada pela PUC-SP, tendo trabalhado com temas de direitos humanos, ativismo LGBTQIA e feminista. Atualmente é integrante do Projeto Migrantes Egressas do ITTC – Instituto Terra, Trabalho e Cidadania.


conversarau

POLÍTICA DE DROGAS E ENCARCERAMENTO NO BRASIL Crimes relacionados às drogas são um dos maiores motivos de prisões no país. Na contramão da tendência internacional, o Brasil insiste na guerra às drogas, prendendo muito e em especial uma camada específica da população. Mas como a atual política de drogas e o encarceramento se relacionam no Brasil?

Dia 5/9, quarta, às 19h Praça,Térreo Grátis

Ana Clara Teles é pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes, doutoranda do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. Nathália Oliveira é socióloga, coordenadora da Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas e Presidenta do Conselho Municipal de Política de Drogas e Álcool de São Paulo. Também é articuladora da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. Anfitriã: Jéssica Souto tem 25 anos, é ativista de direitos humanos por meio do Movimentos - Droga, Juventude e Favela. Produtora audiovisual, cultural e compositora.


documentário

PEA (2017, 14’)

O Coletivo Rebento acompanhou a situação do Sistema Socioeducativo do Ceará marcado por rebeliões, denúncias de torturas e maus tratos contra os adolescentes internos. Entrevistamos especialistas, entidades de proteção à criança e ao adolescente, juízes e mães de internos. Entramos em algumas unidades e nos deparamos com uma situação degradante que nos obriga a repensar o modo de funcionamento do sistema.

O FILHO DOS OUTROS Websérie documental que trata da redução da maioridade penal no Brasil a partir da voz da juventude e de pesquisadores(as) que estão debruçados(as) sobre o tema e suas várias vertentes. A websérie foi indicada a melhor roteiro documental pelo Rio WebFest no Rio de Janeiro, a melhor websérie documental no Buenos Aires Web Fest (BAWF), Argentina, e premiada como melhor websérie documental na edição de julho do Roma Cinema Doc - Roma, Itália. Com Coletivo Rebento.

Dia 25/7, quarta, das 17h30 às 19h Praça, Térreo Grátis 12 anos

SALMO 121 (2017, 16’)

No segundo episódio, acompanhamos a história de mães e ex-internos que passaram pela antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), atual Fundação CASA. Através dessas narrativas, o episódio Salmo 121 se dedica a discutir os impactos sociais e psicológicos do processo de internação e institucionalização na vida de adolescente em conflito com a lei e na vida de suas famílias.

OVELHA NEGRA (2017, 18’)

Neste episódio, investigamos os motivos que levam alguns jovens a enveredar pelo crime, ao mesmo tempo em que analisamos a relação entre as políticas de segurança pública do Estado de São Paulo dos últimos 30 anos e o surgimento e consolidação da maior facção criminosa do Brasil - o PCC.

RODA GIGANTE

(2017, 18’) O quarto e último episódio se debruça sobre a relação entre temas contemporâneos como o rolezinho, o funk ostentação, a internet, o processo de formação físico e psíquico de adolescentes e o conceito de criminalização da pobreza.


documentário

SEM PENA (Bra, 2014, 90’)

Direção Eugenio Puppo Nenhuma população carcerária cresce na velocidade da brasileira, que já é a terceira maior do mundo. O filme Sem Pena desce ao inferno da vida nas prisões brasileiras para expor as entranhas do sistema de justiça do país, demonstrando como a morosidade, o preconceito e a cultura do medo só ampliam a violência e o abismo social existente.

Dia 1/8, quarta, às 19h Varanda da Convivência, 3º andar Grátis 12 anos


documentário

MULHERESEMPRISÃO (Bra, 2018, 8’)

MulhereSemPrisão é uma campanha realizada pelo ITTC, contendo os vídeos “Por que é melhor não prender”, contando as vivências de Desiree e Raquel, que têm histórias parecidas com a imensa maioria das mulheres presas hoje no Brasil: jovens, mães, provedoras de seus lares e acusadas de delitos sem violência. O acesso a uma alternativa à prisão foi fundamental na vida delas.

C(ELAS) (Bra, 2018, 18’)

Dia 8/8, quarta, às 18h30 Praça, Térreo Grátis Livre

divulgação

Direção: Gabriela Santos Alves Os meses finais da gravidez e os primeiros após o nascimento de um bebê são experiências únicas na vida de uma mulher. E quando esse cotidiano é vivido dentro de uma penitenciária?


documentário

TRILOGIA DO CÁRCERE O PÁTIO Direção: Aly Muritiba. Distribuição: Grafo Audiovisual/Olhar Distribuição.

(Bra, 2013, 17’)

No pátio joga-se bola, capoeira e fala-se de liberdade.

A FÁBRICA A GENTE (Bra, 2011, 15’)

Um presidiário convence sua mãe a arriscar a própria segurança ao levar um aparelho celular para ele dentro da penitenciária.

(Bra, 2013, 90’)

O diretor Aly Muritiba trabalhou por sete anos em uma prisão como integrante da Equipe Alfa. Ele retorna, como cineasta, ao seu antigo local de trabalho para documentar a rotina dos 28 homens e mulheres que integram a Equipe Alfa, responsável pela custódia de mais de mil pessoas em uma penitenciária brasileira.

Dia 31/8, sexta, às 19h Área de Convivência, 3º andar Grátis Livre


dança

RÉS

Cia Corpórea de Corpos O espetáculo tem como temática principal o universo do encarceramento feminino e a vulnerabilidade desse corpo no Brasil. Diante deste contexto, o espetáculo propõe uma análise artística e poética, por meio de uma produção em dança sobre as estatísticas que envolvem o sistema de encarceramento em massa.

Ficha Técnica Concepção e Direção: Verônica Santos Intérpretes Criadoras: Débora Marçal, Malu Avelar e Verônica Santos Direção Musical: Melvin Santhana Trilha Sonora: Melvin Santhana e Manassés Nóbrega Preparação e Provocação de corpo cênico: William Simplício Iluminação: Danielle Meireles Criação de Figurino: Debora Marçal / Wellington Adélia Vídeo-Performance: Noelia Nájera Fotografia: Gal Oppido Projeto Gráfico: Noelia Nájera Dramaturgia Coletiva Orientação: Rés Negras, Judiciário Branco: uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe da artista e pesquisadora Dina Alves Produção Artística: Corpórea Companhia de Corpos Produção Executiva: UTPA


Gal Oppido

Dia 22/8, quarta, às 21h Teatro, Subsolo Grátis A partir de 12 anos R$20,00 (inteira) R$10,00 (meia) e R$6,00 (Credencial Plena)


Roberto Lajolo

música

COMUNIDADE CARCERÁRIA No extinto presídio do Carandiru, Casa de Detenção de São Paulo, que foi a maior penitenciária da América Latina até ser desativada em 2002, o Pavilhão 8 era destinado aos presos mais respeitados, reincidentes e habituados às regras da cadeia. Foi lá que, há duas décadas, Claudio Cruz (Kric MC), Flavio Sousa (FW) e Washington Paz (WO) se uniram para formar o grupo de rap Comunidade Carcerária. Integram ainda o grupo Emylin e DJ Wsul e neste momento, divulgam seu novo trabalho, Guerreiro da Paz. Dia 24/8, sexta, às 20h Área de Convivência, 3º andar Grátis Livre


música

NDUDUZO SIBA Nduduzo Siba é artista sul-africana de raízes Zulu, cantora do espetáculo Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos e integrante do CoralUSP por meio do projeto Voz Própria, coordenado pela professora Carmina Juarez. Desde 2017 tem realizado shows e apresentações artístico-culturais em São Paulo. A artista neste momento luta pelo direito de permanecer no Brasil.

Jussara Carneiro

Dia 1/9, sábado, às 20h Varanda da Convivência, 3º andar Grátis Livre


teatro

INÚTIL CANTO E INÚTIL PRANTO PELOS ANJOS CAÍDOS A peça é um ato-espetáculo-musical sobre o encarceramento no Brasil a partir da obra de Plínio Marcos. Inútil Canto e Inútil Pranto Pelos Anjos Caídos é um conto escrito pelo autor em 1977 sobre a morte de detentos que se rebelaram em uma cadeia de Osasco. Na montagem, o conto foi inteiramente transformado em música e é cantado em coro por 19 atores e atrizes em cena, acompanhados por quatro músicos violonistas. Os textos “Barrela”, escrito em 1959 e Mancha Roxa de 1989, também de Plínio, entraram na dramaturgia ajudando a debater temas específicos dos cárceres masculino e feminino, respectivamente. A encenação narra através do coro, cenas, depoimentos, solos de dança e personagens, trajetórias de homens e mulheres que vivem ou viveram no cárcere. Dia 4/9, terça, às 21h Teatro, Subsolo A partir de 14 anos R$20,00 (inteira) R$10,00 (meia) e R$6,00 (Credencial Plena)


Sergio Silva

Ficha Técnica Texto original: Plínio Marcos Dramaturgia: Jonathan Silva, Raquel Parras, Rogério Tarifa e Elenco Direção: Rogério Tarifa Elenco: André Cézar Mendes, Binho Cidral, Camila Cohen, Danilo Martins, Darília Lilbé, Evandro Cavalcante, Hélio Toste, Inayara Iná Samuel, Julio Silvério, Lilian Regina, Luiz Felipe Bianchini, Luiza Romão, Maria Eduarda Machado, Mirella Façanha, Raquel Parras, Romário Oliveira, Walmick Campos Direção Musical e Preparação Vocal: William Guedes Composição Geral: Jonathan Silva Música “Nascedouro” de Raquel Parras Música “Samba Contra a Redução da Maioridade Penal”de Mumu de Oliveira Ley Cantora Convidada: Nduduzo Siba Músicos: Evandro Cavalcante, Giorgio Arthur Passerino, Jonathan Silva, Rafael Heffer Cavaletti, Victor Mendes, William Guedes e Yuri Carvalho Direção de Movimento: Marilda Alface Parceria Poética: Isabel Setti Desenho de Luz: Rafael Souza Lopes Operação de luz: Nara Zocher e Vinícius Bogas Direção de Arte: Andreas Guimarães, Mirella Façanha e Rogério Tarifa Figurino: Andreas Guimarães, Mirella Façanha, Rogério Tarifa e Elenco


Sesc 24 de Maio

Rua 24 de Maio, 109 TEL.: (11) 3350-6300 República | Anhangabaú /sesc24demaio

sescsp.org.br/24demaio


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.