PUBLICACAO-Trocas_e_olhares-202400320-DIGITAL.pdf

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Essa arte mostra de tudo um pouco da alegria ao sufoco do silêncio da intimidade ao barulho da cidade mostra quando o trabalho alimenta a mente o coração e quando o ofício vira alvo da exploração mostra a terra como tema abrigando a árvore de pé que dá fruto e lamentando a árvore caída produto de furto essa arte mostra o dia a dia e coisas que você nem imaginaria mostra a cozinha da avó e um monte de bicho tocando forró mostra as cores do maracatu a riqueza do cordel de Caruaru chego ouvir a viola de cocho, a viola caipira histórias de saci amarrado com embira rabeca no cavalo marinho os arcos de flores como caminho cavalgada, carnaval, folias festas e festejos nos rincões sertanejos E nas periferias mostra a beleza do cotidiano e o baile entre o sagrado e o profano corpos que trabalham, dançam e rezam atitudes que destroem embelezam mostra a diversidade do que é plural imaginário de um mundo real

2 INTRODUÇÃO

Ver, pensar, sentir em conjunto

O entendimento que temos hoje do termo “arte” tem suas origens no contexto europeu, na transição da Idade Média para o Renascimento, ocorrida em torno do século XV. A partir daquele período, algumas pessoas – que desenhavam, pintavam e esculpiam, entre outras atividades assemelhadas – passaram a ser vistas segundo suas singularidades criativas. Simultaneamente, estabeleceu-se o gesto de colecionar tais objetos, os quais adquiriam valor na medida em que prestavam testemunho das qualidades específicas de quem as criou. Os espaços de guarda desses itens, contudo, não podiam ser visitados pela maior parte das pessoas, mantendo-se restritos a quem frequentasse palácios e castelos.

Somente a partir do século XVIII, gradativamente, algumas coleções se abrem aos públicos, tanto para permitir que artistas em formação acessassem o legado das gerações anteriores, quanto para reiterar estratégias de construção de identidades e imaginários coletivos. Uma perspectiva crítica quanto à conjuntura social e histórica permite que, hoje, acervos sejam constituídos tendo em vista valores como a diversidade cultural, de modo a ampliar o escopo dos objetos artísticos e as subjetividades que os produzem, multiplicando o potencial transformador que a fruição estética enseja.

Essa intenção tem orientado a composição do Acervo Sesc de Arte, que conta com produções de artistas provenientes de territórios, com repertórios e perspectivas que, em diálogo, dão a ver a pluralidade da produção nacional em artes visuais. Em celebração ao trigésimo ano da Bienal Naïfs do Brasil, esta segunda edição do projeto Trocas e olhares dá continuidade à proposta de aprofundar as colaborações do Sesc com instituições formais

de ensino, propondo um recorte de seu acervo que destaca poéticas oriundas de contextos diversos do discurso artístico hegemônico e de espaços formais de aprendizado de arte.

Nesse sentido, ainda que o termo “naïf” tenha como origem uma perspectiva que vê nas produções artísticas que fogem ao cânone estético e acadêmico uma ingenuidade (a palavra francesa “naif” significa “ingênuo” em português), nos últimos trinta anos, no Brasil, esse nome foi importante no sentido de valorizar o trabalho de muitas pessoas que, de outra maneira, provavelmente contariam com menos espaços para circular suas obras. Ainda assim, sendo próprio da linguagem a constante movimentação, vale sublinhar que mudanças de rotas e reavaliações surgem a todo momento, a fim de contemplar as mudanças sociais de seu tempo. Desse modo, obras antes compreendidas como naïfs, referem-se, hoje, a manifestações inseridas na expressão mais ampla “arte contemporânea” –o que revela também o quanto a própria ideia de arte contemporânea se metamorfoseia em diálogo com a diversidade própria de cada circunstância.

Concebido para contribuir no processo formativo de professoras e professores em artes visuais, o presente material gráfico se vale da obra de artistas como J. Borges, Carmézia Emiliano, Eliza Gonçalves de Mello, entre outras, para refletir sobre temas da atualidade, como os laços, ritos e lutas que compõem o cotidiano e o lugar que ocupamos no mundo. Ao fazê-lo, abrange o amplo panorama da relação entre o humano e a natureza — cuja separação conceitual já configura, de saída, algo a ser problematizado, sobretudo em tempos de urgências climáticas. Tais reflexões são desdobradas em textos de Ailton Krenak, Lua Cavalcante, Dione Carlos, Iguatemy da Silva Carvalho, Antonio Bispo dos Santos e Naine Terena de Jesus — pessoas cujas atuações cidadãs vêm ao encontro da ação do Sesc enquanto instituição educativa comprometida com o fomento das artes e das humanidades: esferas fundamentais para a construção de subjetividades críticas, engajadas com a elaboração de imaginários capazes de compor uma sociedade mais diversa e inclusiva.

3 INTRODUÇÃO

Sobre o

Material

Alguns convites

Francisca Caporali, Mateus Mesquita e Samantha Moreira

Coordenação JA.CA Centro de Arte e Tecnologia

Este material pedagógico é destinado a vocês, professoras e professores! Elaborado de maneira transdisciplinar, pode (e deve!) ser estendido a todos os educadores das mais diferentes áreas do conhecimento, contribuindo para a formação de alunas e alunos das mais variadas faixas etárias.

Com o intuito de possibilitar rápidas conexões com o dia a dia da escola, indicamos uma seleção de habilidades e competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para cada eixo temático apresentado. Trata-se de iniciar uma imersão em percepções expressadas por artistas em diálogo com questões da atualidade.

A partir das obras e discussões trazidas por este material, vocês poderão articular seus olhares com a experiência coletiva da sala de aula e entrelaçá-los com as habilidades e os conhecimentos trazidos por cada eixo: uma aproximação inventiva entre a vida cotidiana e a própria BNCC.

Neste projeto, optamos por estender a ideia de arte popular para o campo da cultura popular, que compreende de maneira mais ampla a construção de saberes e as produções simbólicas e imaginárias das comunidades brasileiras. A proposta foi combinar as obras selecionadas do Acervo Sesc de Arte a partir de seis eixos temáticos: corpos, cotidianos, lutas, naturezas, ritos e trabalhos. Dessa forma, convidamos vocês a comporem um repertório de reflexões que valorizem a diversidade histórico-cultural do nosso país.

Plurais e múltiplos em suas abordagens, os eixos temáticos criam conexões, aproximações e distinções que permitem investigar aspectos formais,

4
INTRODUÇÃO

estéticos, poéticos e políticos das obras e de seus artistas. Cada eixo está acompanhado de cinco obras bidimensionais escolhidas para compor um percurso formativo que estimule diálogos, reflexões e proposições sobre a cultura popular brasileira em conexão com questões contemporâneas. Reproduzidas em um formato generoso para observação, as obras são impressas em lâminas que, no verso, contêm uma pequena biografia do artista e uma proposição de mediação que chamamos de “Troca de (Outros) Olhares”. Nessa sessão, lançamos perguntas disparadoras de diferentes processos para o despertar da arte com o cotidiano da escola e da vida. Nas lâminas, há uma lista de palavras-chave sobre o tema, facilitando, assim, que vocês possam localizar assuntos de interesse para serem usados em sala de aula. Além disso, fizemos também sugestões de possíveis cruzamentos entre os eixos, criando binômios, trinômios ou polinômios que, entrelaçados, podem convocar potentes discussões e proposições, combinando áreas de saberes alinhadas aos propósitos da BNCC, em busca de uma formação humana integral e de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

As obras selecionadas nos apresentam um Brasil plural, seja na profusão de seus temas, técnicas e representações, seja na diversidade das trajetórias dos artistas que as produziram. Em diálogo com essa multiplicidade, as propostas de acessibilidade do material possibilitam um alcance amplo a públicos diversos: recursos assistivos como audiotexto, Libras e legendas são ferramentas que promovem acessibilidade estética e estão na estrutura anticapacitista dos formatos digitais que compõem este material.

Textos inéditos de seis convidados colaboram para diálogos possíveis a partir de cada um dos eixos temáticos. Ailton Krenak, Antônio Bispo dos Santos, Dione Carlos, Iguatemy da Silva Carvalho, Lua Cavalcanti e Naine Terena contribuíram de forma encantadora na sessão “Para Ecoar”, com reflexões inquietantes e urgentes sobre nossas culturas e nossas vidas.

Em cada sessão, propomos no item “Para Pensar Juntos” algumas atividades geradoras de boas conversas. Em seguida, no item “Para Criar Juntos”, sugerimos algumas proposições que podem ser realizadas em sala de aula, elaboradas de maneira a acolher alunos e alunas de diversas idades a partir de pequenas adaptações.

Preparamos ainda, uma série de links de referência para o aprofundamento dos assuntos apresentados, além de uma seleção de materiais que podem ser utilizados para complementar e ampliar as discussões propostas. Esta lista é apresentada no material impresso e pode ser acessada digitalmente por QR Code, facilitando a visualização de cada um dos conteúdos.

O material Trocas e Olhares – Acervo Sesc de Arte busca se tornar um importante contraponto às grandes narrativas modernistas e eurocêntricas na educação, além de permitir uma abordagem decolonial e antirracista que valorize a cultura visual dos professore(a)s e aluno(a)s, explore as diferenças e a pluralidade de saberes da cultura popular de nosso país, contribuindo assim para o (re)conhecimento de quem somos.

Vamos juntos!

5 INTRODUÇÃO

Eixo

Naturezas

Habilidades entrelaçadas da BNCC

Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.

Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.

Reconhecer os diferentes modos de vida de povos e comunidades tradicionais em distintos lugares, identificando as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento de atividades econômicas.

Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético a partir de experiências produzindo diferentes formas de expressão artística.

Experimentar, fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade em diferentes linguagens, contribuindo para uma visão crítica e histórica.

Áreas de conhecimento

Língua Portuguesa, Geografia, Artes, Educação Física, História, Ciências, Ensino Médio

Mais sobre

BNCC e Naturezas na página 125

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.

Saiba mais sobre a BNCC em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

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6 INTRODUÇÃO

Eixo

Corpos

Mais sobre

BNCC e Corpos na página 126

Habilidades entrelaçadas da BNCC

Identificar e analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.

Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.

Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

Identificar, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultural e econômica de grupos de diferentes origens.

Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.

Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais.

Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho.

Áreas de conhecimento

Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Artes, Educação Física, Ensino Médio

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7 ÍNDICE BNCC

Eixo

Ritos

Mais sobre

BNCC e Ritos na página 129

Habilidades entrelaçadas da BNCC

Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.”

Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos de ser e viver.

Conhecer, identificar e respeitar os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos.

Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) e os conhecimentos historicamente construídos em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliando suas possibilidades de participação na vida social e colaborando para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.

Áreas de conhecimento

Ensino Religioso, Artes, Língua Portuguesa, Geografia, História

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8 ÍNDICE BNCC

Eixo

Cotidianos

Habilidades entrelaçadas da BNCC

Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.

Produzir textos escritos (histórias em quadrinhos, cartazes, chats, blogues, agendas, fotolegendas, entre outros), sobre si mesmo, sua família, seus amigos, gostos, preferências e rotinas, sua comunidade e seu contexto escolar.

Identificar e relatar semelhanças e diferenças de usos do espaço público (praças, parques) para o lazer e diferentes manifestações.

Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético, contextualizando-os no tempo e no espaço.

Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos.

Áreas de conhecimento

Língua Portuguesa, Geografia, Artes, História, Ensino Médio

Mais sobre

BNCC e Cotidianos na página 131

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9 ÍNDICE BNCC

Habilidades entrelaçadas da BNCC

Compilar histórias da família e/ou da comunidade registradas em diferentes fontes para que possa identificar diferentes formas de trabalho existentes na comunidade em que vive, seus significados, suas especificidades e importância.

Identificar modos de vida na cidade e no campo no presente, comparando-os com os do passado para que possa relacionar aspectos das estruturas sociais da atualidade com os legados da escravidão no Brasil e discutir a importância de ações afirmativas e da importância da participação da população negra na formação econômica, política e social do Brasil.

Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). Dessa maneira, poderá apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.

Eixo

Trabalhos

Mais sobre

BNCC e Trabalhos na página 133

Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.

Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo.

Áreas de conhecimento

Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Artes, Ensino Médio

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10 ÍNDICE BNCC

Eixo

Lutas

Mais sobre

BNCC e Lutas na página 135

Habilidades entrelaçadas da BNCC

Ler, identificar, compreender e diferenciar diferentes formas de registros que organizam a vida na comunidade (escolar ou não), diferenciando a liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.

Descrever as atividades extrativas (minerais, agropecuárias e industriais) de diferentes lugares, identificando os impactos ambientais causados pelas diferentes formas de trabalho existentes na comunidade em que vive. Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.

Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.

Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.

Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Áreas de conhecimento

Artes, Língua Portuguesa, Ciências, Geografia, História, Ensino Médio

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11 ÍNDICE BNCC

NATUREZAS

A natureza é o todo

Dela não se aparte

Dela somos parte

Não é ela lá e a gente cá

Nem só um lugar pra se visitar

Com a Natureza se convive

Se harmoniza, se comunga

Sabedoria dos Krenak

E dos Kalunga

Natureza Mãe que cuida

E merece ser cuidada

Fonte de vida, força sagrada

Microcosmo, pequenezas

Gigantes-Árvores, grandezas

Não podemos deixar

Seus biomas em chamas

Nem transbordar seus rios

Com dor e lama

Atitude ingrata

Destruir nascentes e matas

Neste país bonito por natureza

Tenhamos a nobreza

De valorizar mais as florestas

Como tesouro

E menos o mau agouro

Do tolo e seu ouro

Já que perto de muita água

Tudo é feliz

Que o respeito aos povos

Indígenas e quilombolas

Seja a força motriz

Pois deles vem o ensinamento

Que o planeta é uma divindade

E que ainda há tempo

Ó, querida humanidade

14 NATUREZAS

SOBREVIVÊNCIA Acrílica sobre tela 60 × 70 cm

1986

Participação na Mostra Nacional de Arte Ingênua e Primitiva, de 1986

15 NATUREZAS
JOÃO PEREIRA DE OLIVEIRA Manaus (AM)

CARMÉZIA EMILIANO

Maloca do Japó (RR) 1960

LENDA DO MONTE RORAIMA Óleo sobre tela 70 × 70 cm

2006

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2006

16 NATUREZAS

SEM TÍTULO

Araçuaí (MG) 1946

Pigmento de terra sobre papel

48 × 33 cm / 33 × 48 cm

2004

Bienal Naïfs do Brasil, de 2004

Mostra Mistura Fina: A Arte da Necessidade

MARIA LIRA MARQUES BORGES
17 NATUREZAS

GERARDO DE SOUZA

Guaraciba do Norte (CE) 1950

FAZENDA I Acrílica sobre tela 45 × 60 cm 1992

Prêmio Aquisição na Mostra Internacional de Arte Ingênua e Primitiva, de 1992

18 NATUREZAS

J. BORGES

Bezerros (PE) 1935

O FORRÓ DOS BICHOS

Xilogravura colorida sobre papel

48 × 66 cm

1995

Bienal Naïfs do Brasil, de 2004

Mostra Mistura Fina: A Arte da Necessidade

19 NATUREZAS

Você se sente parte da natureza?

Onde você reconhece a natureza no seu cotidiano?

Como a destruição da natureza se manifesta em sua vida?

20 NATUREZAS

A forma como habitamos o mundo transforma a natureza e reconfigura as paisagens. Pensávamos na Amazônia como o nosso maior exemplo de natureza intocada, mas já se sabe que a floresta resiste até os nossos dias graças ao cuidado de diversos povos indígenas ancestrais que, em sincronia com a Mãe Terra, manipularam e cultivaram as espécies e, juntamente com os animais, produziram alimentos e medicamentos.

Enquanto a sociedade ocidental convencionou entender como mundo natural tudo o que não foi tocado pela ação humana e, como cultural, o que foi criado ou afetado pelo homem, para os povos da floresta, essa separação nunca existiu. Rios, florestas, pedras, plantas, montanhas, seres humanos e não humanos: tudo faz parte de um mesmo sistema em que todos devem viver com cumplicidade. Quando reconhecemos essa conexão, outras naturezas florescem na imaginação.

Isso nos convoca a repensar paradigmas criados desde a Revolução Industrial, quando a humanidade se afastou das outras espécies, colocando-se como superior e encarando os elementos naturais como recursos disponíveis a serem explorados.

Essa conquista descontrolada tem acarretado inúmeros problemas ambientais como o desmatamento, as queimadas, os depósitos de lixo a céu aberto e a poluição da água, do ar e do solo. A pecuária em larga escala, as monoculturas e a extração ilegal de ouro, por exemplo, são formas agressivas de exploração dos recursos naturais com consequências dramáticas para todo o meio ambiente.

Convidamos o pensador indígena Ailton Krenak para conduzir o entendimento da integração entre os seres e trazer reflexões sobre como percebemos a natureza nos dias de hoje. Krenak é um ativista, ambientalista e líderança indígena que nasceu em Minas Gerais, na região do Médio Rio Doce. Em seu texto, nos convida a pensar sobre o nosso distanciamento ao que hoje entendemos como “natureza”, palavra que parece não

fazer sentido para os povos originários. Segundo Krenak, o medo atribuído a tudo que é da selva é uma construção do ocidente propagada de muitas formas, seja por histórias infantis, pela literatura aventureira ou pelo noticiário, e justifica a forma de vida pautada pelo consumo que experimentamos na modernidade.

Dedicado a nos alertar sobre o aumento da temperatura na Terra e a crise climática – reações do nosso planeta às ações destrutivas e predatórias dos humanos –, Krenak afirma que os caminhos para evitar grandes catástrofes naturais passam, necessariamente, pela mudança na forma como enxergamos o mundo que habitamos. É importante e urgente encantarmos nossa relação com a natureza a partir dos olhares de outros povos, reposicionando-a, assim, em nosso imaginário.

Nas diversas obras deste eixo, os artistas nos mostram seu olhar para as diferentes naturezas com as quais convivem, retratando a luta pela sobrevivência entre os seres, as relações entre as espécies selvagens e as que são criadas para nosso consumo, as construções das paisagens brasileiras, as diversas lendas que contam sobre a origem de entidades populares, além de seres fantásticos e bichos inventados.

21 NATUREZAS

Para

Ecoar

Natureza monstro

A partir dos séculos XVIII e XIX o ocidente começa a separar cultura e natureza, chegando ao ponto de definir a natureza como aquilo que está fora do nosso corpo. Essa quase universalização do termo apaga o fato de que tem muitas culturas diferentes plasmando outras compreensões, outros entendimentos disso que o ocidente chama de natureza.

O preâmbulo parece complicado, mas a razão ocidental – que é um pensamento eurocêntrico – evolui na argumentação e na instituição de uma lógica na qual aceitar o termo natureza como o que está fora do nosso corpo possibilita o surgimento de uma narrativa muito bem estruturada.

Passando pelos séculos XIX, XX e chegando no XXI, essa narrativa produziu uma espécie de abismo cognitivo entre o corpo humano e tudo o que está ao seu redor: a árvore, o peixe, a borboleta, a lagarta, o pássaro... até mesmo a terra. Tanto a matéria física quanto o planeta Terra passam a ser estranhos ao nosso corpo.

Nós quase nos tornamos extraterrestres, porque olhamos a Terra de fora, mas sem a poética que inspirou o astronauta Yuri Gagarin. Quando Gagarin olhou a Terra do alto, ele disse: “Ela é linda, é uma esfera azul maravilhosa, linda”. Ora, mas aquela poesia ficou no espaço, porque o tato, o contato, o afeto foram sendo gradualmente sumidos ou consumidos.

Gosto do exemplo da mãe que diz para a criancinha: “Filho, não ponha a mão na terra. A terra é suja”. Esse “terra suja” mostra o afastamento gradual do corpo humano do que chamamos de

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NATUREZAS

Essa narrativa produziu uma espécie de abismo cognitivo entre o corpo humano e tudo o que está ao seu redor: a árvore, o peixe, a borboleta, a lagarta, o pássaro... até mesmo a terra.

natureza. O que seria essa natureza, se não a terra? Que discurso é esse que instituiu uma natureza da qual a gente tem nojo? Gerações e gerações de pessoas, em vários continentes, foram gradualmente absorvendo a ideia de que o nosso corpo é separado da natureza Terra. É uma ideia instituída para nos desligar, descolar o nosso corpo daquilo que poderia ser natural e que nos inclui, obviamente. Mas o que é essa natureza? A natureza é a fauna? A natureza é a flora? A natureza é bactéria? A natureza é micróbio? Ou a natureza não é nada?

Em uma das narrativas mais universais sobre a criação do homem, Deus o fez de barro. Se ele fez o homem de barro – uma porção de terra –, e a mesma narrativa diz que ele vai voltar ao barro, à terra e ao pó, a pergunta é: onde foi que nós nos perdemos a ponto de não sabermos que nós somos natureza? Tudo é natureza, tudo: o ar que eu respiro, o chão que eu piso, meus ossos, minha pele, meus órgãos internos, tudo em mim.

A maioria das línguas não ocidentais não tem uma palavra para natureza. Se você perguntar para um chinês o que é a natureza, ele vai te olhar com uma cara de incompreensão: “O que esse cara está falando?”. Se você perguntar para um esquimó o que é natureza, ele, de novo, não vai entender o que você está falando. Se você perguntar para um Guarani o que é a natureza, ou para um Yanomami... Podemos perguntar a todos os povos que não estão subordinados à razão do ocidente, eles irão responder: “Do que você está falando?”.

Apesar disso, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente homologou o termo “natureza” para tudo que não é nosso corpo. De certa maneira, ao fazer isso, eles também concordam com a narrativa capitalista de que nós podemos incidir sobre o corpo da Terra como se ela fosse uma plataforma extrativista. Podemos tirar gelo, água, pedra, gás natural, petróleo e ouro. Viva! Ouro,

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23 NATUREZAS

diamante! Estamos devorando tudo ao nosso redor, mutilando o corpo dessa natureza até o momento em que estaremos dentro de uma cratera.

É muito útil e serve muito bem ao capitalismo instituir um mundo natural sobre o qual o homem é agente de transformação. Como um senhor totalitário, arbitrário, que determina o que pode e o que não pode fazer, e assim a tal da natureza vira um bagaço em nossas mãos. É um abuso terrível e uma coisa monstruosa o que o pensamento ocidental instituiu como natureza e conseguiu imprimir nas outras culturas utilizando toda a sua carga literária, toda a sua Biblioteca de Alexandria, e se apoiando, inclusive, nos filósofos clássicos.

Os gregos, e depois os latinos, foram erigindo a ideia de uma natureza que em alguns momentos podia ser reificada para poder ser adorada. Para isso realizavam cultos pagãos, quando cantavam e dançavam para receber prosperidade e fertilidade. Esses cultos foram uma espécie de iniciação à vida moderna, à modernidade que nos iria possibilitar ver essa natureza como algo capturável. Finalmente, podemos capturá-la. Imagine uma ninfa bailando, dançando, e você vai ganhando intimidade com ela até que você descobre que pode capturá-la e prendê-la em uma gaiola.

Esse movimento insidioso do pensamento humano se perdeu de uma maneira tão absoluta que produziu o que eu chamo de abismo cognitivo. Dizem que, se uma criança nascer no chão, ela pega bactérias, ela fica sujeita a adoecer e morrer. Eu tenho a alegria de ter nascido no chão, de conviver com pessoas que nasceram em moitas de capim e que estão vivas. São pessoas lindas, com uma capacidade de afeto maravilhosa e que não conhecem a palavra natureza. Então, o que falar da mamãe natureza? É um delírio. A experiência de viver é a própria expressão daquilo que insistem em chamar de natureza. É a maior apropriação pelo humano das coisas que ele não é mais capaz de experimentar. Como não pode mais experimentar, ele se apropria dela. É a sociedade da mercadoria, como diz o nosso querido xamã Davi Yanomami.

Estamos devorando tudo ao nosso redor, mutilando o corpo dessa natureza até o momento em que estaremos dentro de uma cratera.
24 NATUREZAS
Se tem alguma poesia na palavra natureza, ela deveria ser traduzida por vida. E vida é o planeta Terra, o único lugar onde nós temos equipamentos biológicos para surgir, viver e voltar a ser terra de novo.

Nessa sociedade tudo pode ser mercadoria, inclusive o outro, a outra pessoa. A instituição da possibilidade de o outro ser mercadoria começou com a operação radical de separar o nosso corpo do corpo da Terra, instituindo uma natureza útil. A natureza é útil: ela produz, ela entrega. Entrega petróleo, floresta, ouro, rios... Nós não sabemos conviver com ela, então a gente submete a uma razão útil aquilo que deveria ser fruição da vida.

Se tem alguma poesia na palavra natureza, ela deveria ser traduzida por vida. E vida é o planeta Terra, o único lugar onde nós temos equipamentos biológicos para surgir, viver e voltar a ser terra de novo. Da mesma maneira que nós tivemos a possibilidade de nos constituir no útero das nossas mães, a mais antiga das mães se constituiu em vida no útero da mãe Terra: a natureza. É apenas uma licença, digamos assim, oportunista, chamarmos toda essa experiência da vida de natureza.

Mas o que nós vamos fazer com uma mentalidade que já está tão necrosada que, se você disser para uma criança que o corpo dela é natureza, ela vai gritar pela mãe como se estivesse virando um monstro? Porque a natureza é um monstro: ela se desmancha em montanhas, se derrama em cima de bairros, vilas e assentamentos humanos e aterra a população. A natureza monstro se racha e engole todo mundo. A natureza é tsunami, furacão, terremoto, maremoto, tudo o que não temos coragem de ser. Ela é esse maravilhamento que nos afeta até a medula. É a nossa mãe, a mãe natureza.

Outras narrativas sobre natureza estão instituídas, eu não tenho dúvida. Encontramos algumas muito articuladas, muito convencidas e capazes de mobilizar empresas, corporações, governos e instituições para manter coeso o pensamento de que existe um corpo humano frágil, indefeso e sujeito a bactérias diante de uma natureza monstruosa, capaz de produzir, inclusive, um vírus que

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25 NATUREZAS

Os terranos são aqueles que se lembram de onde vieram e os terráqueos são aqueles que aportaram aqui. Nós estamos nos associando cada vez mais aos que aportaram e não aos que tiveram origem aqui.

apaga esse corpo arrogante dos humanos. Um pensamento como esse tem a potência de nos arrancar da nossa origem terrana e nos constituir como se pudéssemos ser terráqueos, como sugere Bruno Latour: os terranos são aqueles que se lembram de onde vieram e os terráqueos são aqueles que aportaram aqui. Nós estamos nos associando cada vez mais aos que aportaram e não aos que tiveram origem aqui.

A raiz etimológica da palavra índio (apelido que os europeus deram para esses povos que eles encontraram fora da Europa) está sendo questionada, e existe hoje um apelo para que eles sejam percebidos como originários, quer dizer, os que sempre estiveram ali. Mas tudo indica que a origem mais remota do termo é “indigenato”, que tem a ver com terra, origem e raízes, e está relacionado com a ideia, inclusive, de direito. Até a modernidade, os humanos não se imaginavam com direito a nada. Disso que nós estamos chamando de natureza, os humanos se imaginavam fazendo parte de tudo. Quando eles começaram a atinar com a ideia de ter direito, era o direito de ficar separado de tudo e a possibilidade de instituir esse lugar abstrato de pessoa, sujeito, indivíduo.

Eu tenho uma dificuldade enorme com essa coisa do indivíduo. É claro que a gente sabe que esse indivíduo é, digamos, primordialmente instituído pelo ego. Tem que existir um ego, um ego saudável que pode ajudar a instituir um sujeito. A questão é: por que ele tem que virar um indivíduo? Esse indivíduo é o microcosmo separado da natureza. A natureza é o sêmen desse sujeito que depois vai querer incidir sobre o corpo da Terra como se fosse um agente externo. Só um pensamento desse poderia estabilizar a ideia de natureza, porque ela nos exclui. Se eu pensar em natureza, eu estou automaticamente fora. Se eu não imaginar a natureza, eu estou dentro. Pertencer a tudo é não cogitar natureza.

***
26 NATUREZAS

Exercitar o contato com a terra é simples. A simplicidade da experiência pode afetar muito mais nossas crianças do que as complexidades que criamos procurando ser mais didáticos, pensando em alcançar o objetivo de comunicar, com outra geração, algumas das observações que aprendemos ao longo da vida. A simplicidade também denuncia uma questão ligada à pedagogia e à própria ideia instituída de educação: quanto mais a gente elabora, mais a gente dificulta esse encontro.

Será que a gente conseguiria falar com as crianças sobre essa experiência de vida que a gente chama de natureza, pensando no que a gente gosta de comer, por exemplo? Ou naquilo que nosso corpo precisa? O meu corpo precisa respirar. Ele precisa comer. Ele precisa repousar. Podemos desdobrar, a partir de questões como essas, em conversas sobre como conseguimos obter o ar que respiramos, o alimento que nos nutre e o lugar onde repousamos. E vamos descobrir que a resposta está nisso que chamamos de natureza, e que, quando a gente não tiver mais acesso a isso, vamos ficar sem ar, sem comida e sem descanso.

É muito importante compartilhar essa memória com as crianças, porque elas vão ser assediadas pela inteligência artificial e por ideias alienígenas, como colonizar Marte. Se elas não tiverem uma memória que alimente seu conhecimento, vão acreditar nesse conto do vigário de que elas podem sair do planeta e habitar outro lugar. O que nós vamos comer em outro planeta?

O único dispositivo capaz de proteger nossas futuras gerações é o conhecimento sobre a nossa origem aqui no planeta Terra, e a impossibilidade de a gente produzir alguma coisa natural fora dele. Isso significa que ele só existe com a natureza, com a gente dentro, sem a gente fora. E falando disso, não estamos falando apenas de biologia – como disciplina do currículo escolar –, estamos falando de vida. Não se trata de dar uma aula de biologia, se trata de devolvermos aos nossos corpos um lugar de onde a gente saiu. A gente quer voltar para lá, para esse lugar que foi chamado de natureza.

Exercitar o contato com a terra é simples. A simplicidade da experiência pode afetar muito mais nossas crianças do que as complexidades que criamos procurando ser mais didáticos [...]
27 NATUREZAS

É um exercício. E agora vamos ter que pensar em como fazer esse exercício com as pessoas que nós estamos chamando de criança, de maneira sincera. Se o fizermos de uma maneira intencionalmente educativa, já estamos pervertendo a ação: é como você cumprimentar alguém não porque quer desejar-lhe bom dia, mas porque quer chamar atenção. Será que nós somos capazes de nos dirigir a algo espontaneamente, por exemplo, abraçar uma árvore, ou só vamos fazer isso como um gesto, digamos, conciliatório?

Será que nós somos capazes de nos dirigir a algo espontaneamente, por exemplo, abraçar uma árvore, ou só vamos fazer isso como um gesto, digamos, conciliatório?

28 NATUREZAS

Para Pensar

Juntos

São pequenos gestos de cuidado que podem sugerir novas formas de conexão com a natureza. A partir de diferentes percursos e travessias, observar como o tempo se impõe ao que chamamos de natureza pode nos proporcionar um estado de imersão, presença e atenção a tudo o que está no entorno. As árvores, as flores, as cores do caminho, a paisagem e sua complexidade trazem emaranhados de sensações que envolvem o corpo inteiro.

Como as mudanças do clima e das estações transformam a paisagem? Quais são as cores que se esparramam no chão da escola, dos parques e das calçadas? Que elementos encontrados em nossos caminhos podem se tornar possíveis materiais para a criação artística?

Como o contato com a natureza pode nos transformar?

Onde está a natureza? Pode ser no quintal, na praça, no canteiro, no pátio da escola, nas frutas e verduras ou em um pequeno vasinho. Procurá-la e entrar em contato com ela, perceber seus detalhes e estar atento à sua transformação é uma forma de nos levar a outra relação com o tempo.

29
NATUREZAS

Para

Criar

Juntos

Que tal começarem as proposições a seguir escolhendo locais onde podemos nos propor uma apreciação do entorno, buscando simples elementos da natureza que podem ser coletados?

Passeio na natureza

Materiais

Vocês podem adaptar os materiais e as proposições com o que tiverem ao alcance e com o local escolhido para a realização do exercício e da coleta. Os materiais podem ser: papéis diversos, riscadores (lápis, carvão, canetas, giz de cera), tesoura e cola, tinta guache e rolinho de espuma, pincéis, coletas (folhas, galhos, pedras, punhado de terra…), celulares ou câmeras fotográficas.

Registros da caminhada

O passeio é uma boa oportunidade para desenhar ao ar livre. Os desenhos podem ser feitos a partir de observação, utilizando lápis, canetas ou carvão. Além dos desenhos, vocês podem registrar a caminhada com a experimentação de tirar marcas das folhas, cascas, galhos, chão e das superfícies das pedras, explorando diferentes técnicas como: frotagem, monotipia ou fotografias feitas com máquina fotográfica ou a câmera do celular.

Composições vegetais

Na volta, todo o material coletado e de registro pode ser retrabalhado em muitas explorações e invenções como colagens, criação de painéis, textos e pinturas com tintas de pigmentos naturais.

30 NATUREZAS

Pigmentos naturais

A natureza nos oferece matéria-prima para colorir. As primeiras tintas de que temos notícias foram as das pinturas pré-históricas, feitas com terras coloridas, pó de rochas, carvão vegetal, sangue e colas vegetais. Os pigmentos naturais podem ser feitos de cascas, raízes, folhas, frutas, pétalas, legumes, temperos, verduras, terras, entre outros. Para cada pigmento, há uma forma de extraí-lo.

Materiais

Vocês podem criar as próprias tintas a partir de pigmentos simples do dia a dia e fáceis de fazer. Por exemplo: pó de café, urucum (ou colorau), açafrão (ou cúrcuma, ou curry), terra, carvão e outros. Pode ser água fria, cola branca, e potes ou copos para misturar os pigmentos na água com cola.

Preparação

Coloque o pigmento em pó num copo ou pote, acrescente um pouco de água filtrada ou fervida e misture bem. As medidas da água e da cola podem variar, de acordo com a sua necessidade. Quanto menos água, mais espessa a tinta. Não existe uma receita de quantidades, esse é um processo intuitivo. Você pode conservar suas tintas na geladeira por vários dias.

31 NATUREZAS
CORPOS

Os corpos são tão diversos

Que se assemelham ao universo

Em cada época teve um padrão

Muitas vezes, fruto de idealização

Mas cada corpo tem uma

Memória ancestral

Que vai muito além da

Imposição do corpo ideal

O corpo dança, o corpo trabalha

O corpo ama, o corpo batalha

Pode ser gordo, pode ser magro

Pode ser alto, pode ser baixo

Pode se mover em pé com os pés

Ou na cadeira de rodas, sentado

O que não pode é ser segregado

Ao excluir o corpo não padronizado

Se confronta esse absurdo

Sendo um corpo intruso

Pois contra os preconceitos

O corpo de luta cultiva seus direitos

Afinal, é o diferente que faz a diferença

Transmuta, transforma

A exclusão em presença

A negação em protagonismo

Ponte sobre o abismo

Os corpos abrigam lembranças

Saberes, afeto

Cicatrizes e esperança

Esperança de um dia

Ver o conceito de normalidade

Ser o abraço à diversidade

34 CORPOS

AUGUSTO JAPIÁ

Paulista (PE) 1972

BRASILEIRAS E BRASILEIROS Acrílica sobre caixas de fósforos 66 × 80 cm

2014

Prêmio Destaque Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2014

35 CORPOS

BRINCADEIRAS DE SACI Acrílica sobre tela 30 × 40 cm

1994

Prêmio Aquisição na Bienal Brasileira de Arte Naïf, de 1994

36 CORPOS
LENICE LOPES DA SILVA São Luiz do Paraitinga (SP) 1955

ANTÔNIO SCARELLI

São Joaquim da Barra (SP) 1924–2013

MÃE, FLOR E BORBOLETA Óleo sobre tela

50 × 70 cm

2002

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2002

37 CORPOS

João Pessoa (PB) 1964

SEMENTES, PLANTIO E COLHEITA Acrílica sobre tela 30 × 30 cm

2014

Prêmio Destaque Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2014

DENISE COSTA
38 CORPOS

MESTRE ZEQUINHA

Piracicaba (SP) 1959

CAPOEIRA DE ANGOLA Óleo sobre tela

40 × 50 cm 2004

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2006

39 CORPOS

Como você percebe o seu corpo?

O que você considera especial no seu corpo?

Quais semelhanças você percebe entre seu corpo e os dos seus pais e avós?

E o que nele é apenas seu?

Aquilo que é mais potente em você cabe no (ou corresponde ao) seu corpo?

40 CORPOS

Nossos corpos se moldam às histórias que vivem. São nossas moradas e o ponto de partida através do qual experimentamos o mundo. Os corpos estão em constante transformação, e é a partir de seus movimentos que podemos reinventar o nosso dia a dia. Ver a vida de uma perna só é dar um jeito de sorrir e fazer novas perguntas. Virar o mundo de pernas para o ar é botar a cabeça para trabalhar de outras maneiras e encontrar novas respostas.

Nossos corpos também dizem muito sobre quem somos. Investigar a ancestralidade e tentar percebê-la em nossos corpos pode nos levar ao encontro de características que informam a história e o legado dos que vieram antes de nós.

Corpos são também territórios em permanente disputa, principalmente aqueles que diferem de padrões sociais, muitas vezes irreais e inalcançáveis. Quando os corpos não são aceitos como são, aumenta-se o risco de sofrer as dores dessa construção idealizada. A superexposição em redes sociais e o excesso da utilização de filtros de imagem, por exemplo, acentuam distorções que, muitas vezes, são resultado de tais frustrações em relação à busca pelos padrões de beleza instituídos.

É preciso reconhecer os corpos como diversos, afetados por outros corpos e pelos diferentes contextos em que vivem e atuam, desnaturalizando o preconceito, a intolerância e a discriminação, e respeitando as diferenças e liberdades individuais.

Descobrir e valorizar as potencialidades do próprio corpo, valorizando suas complexidades e possibilidades, e evitar comparações com modelos estabelecidos são formas de autoconhecimento que podem contribuir para o respeito à diversidade na vida cotidiana, especialmente nas escolas, onde muitos jovens se tornam alvos de críticas e bullying pelos colegas.

Cada corpo é uma combinação de peso e forma, de tipos de cabelos e rostos, de tons de pele, e dos limites e suas superações – e é isso que nos faz únicos no mundo. Assim como os corpos são múltiplos, muitas são as formas de apresentá-los e representá-los.

Convidamos Lua Cavalcante, artista, educadora e aleijada – como se apresenta –, para amplificar, através de seu relato pessoal, a percepção que temos dos diversos corpos com os quais convivemos. Lua nasceu em São Paulo, pertence ao povo Kixelô Kariri e tem formação em fotografia e pedagogia. Em seu texto, apresenta, através de uma narrativa poética, a experiência pessoal de uma vida atravessada em todos os seus âmbitos pela deficiência: ora por meio da dor, ora por meio do encanto.

Para Lua, ter um corpo aleijado significa viver uma experiência espiritual profunda, distante da religiosidade, visto que o entendimento religioso da deficiência a coloca como castigo de vidas passadas ou mal resolvidas. Em seu texto-mandinga, a autora propõe lidar com o aleijo a partir de uma lógica capaz de encantar a humanidade.

Nos trabalhos deste eixo, vemos diferentes corpos: que se alongam, que carregam outros corpos, que se equilibram sobre si mesmos. Corpos jogando, criando gestos, projetando sementes. Trazem a multiplicidade da identidade do povo brasileiro, o corpo imaginário da terra, o corpo brincante do folclore e a reflexão sobre a (in)visibilidade do corpo feminino.

41 CORPOS

Para

Ecoar

Mandinga de aleijadu –parte 2 – ou a ginga de corpos estraçalhados por Lua Cavalcante

Embriagado pelo cheiro do tabaco, meu corpo estraçalhado busca por água. E, como se fosse rio, vai percorrendo memórias do que já foi: vai seguindo o rastro das cobras que vieram ver o desastre; no trajeto, encontra os potes vazios de mel que já comeu, encontra os cordões que deram nó nos pulsos, tenta matar sua sede, bebendo o sangue que derramou na colisão brutal com o solo, se comove com as vísceras que viu explodirem para fora, no impacto com o chão, percebe os cabelos cheios de terra, encara os olhos esbugalhados, cheios de lágrimas prestes a se derramar, e num ato de amor e assombro, se prepara para recolher cada pedaço de víscera que voou para longe.

Meu corpo, esparramado pela terra, começa a se recolher num balaio cheio de dendê e alfazema – primeiro de tudo, é preciso banhar-se.

Meu corpo estraçalhado reúne seus restos numa dança descompassada e desconsolada, e, nessa dança, encharca toda a carne, separa o que deve virar cinzas e o que deve ser retomado.

Queima, limpa, chora, berra. Depois da lavagem, meu corpo estraçalhado se cobre com palha da costa e repousa à espera de chuva.

A chuva vem como enxurrada e carrega meu corpo estraçalhado para longe dali, a água vem tanta

42
CORPOS

e com tanta intensidade, que rasga tudo o que aparece na frente e corre, corre, corre, corre até chegar ao fundo de um açude, onde finalmente há descanso.

Meu corpo estraçalhado, agora misturado com palha e lama, decanta.

Ali, naquela água turva e quieta, meu corpo estraçalhado vai se plantando no chão, depositando-se pedaço por pedaço nas profundezas, numa queda livre que, diferente da anterior, agora é lenta, macia, que em vez de estraçalhar, acolhe.

Ali, naquele ninho, confundido com barro, meu corpo estraçalhado faz preces e roga para que, num dia ensolarado, uma velha decida refrescar-se no açude, roga para que ela venha cantando alguma cantiga que aprendera quando criança, que ela tenha a voz doce, que a velha peça licença para entrar n’água, que pise devagarinho, arrastando os pés com cuidado para não pisar em nenhum animal, e vá, aos poucos, se deliciando com o frescor que recebe.

Meu corpo estraçalhado roga para que a velha tenha os cabelos compridos, que ela deite sua cabeça e sinta a água quase como que um cafuné, meu corpo roga para que a velha comece a senti-lo com os pés e fique curiosa para saber o que é. Então, que ela vá mergulhando fundo, recolhendo todos os objetos desconhecidos que nota, até que se revelem os fragmentos enlameados e a velha não se espante com tamanha monstruosidade encarnada em pedaços de corpo repartido. Ele roga que a velha seja misericordiosa da tragédia que é estar estilhaçado e embale o corpo aberração, assim como sua mãe o fazia.

Na prece desesperada, meu corpo encruzilhada clama por ser levado para a casa da velha e que, lá, ela possua agulhas e linhas de costurar, que sejam avermelhados os fios que a velha mesma colheu quando eram ainda algodão e que ela mesma os tenha tingido com tinta feita de urucum, que ela mesma pilou.

A velha, então, prepara um chá com ervas que ela mesma plantou, banha e dá de beber a esses membros desse meu corpo aberração, desenlameando cada parte, cada superfície de pele inchada, os músculos, as artérias, os tendões, os dedos, os dentes.

Então, ela inicia o ato de remendar. A velha contempla cada trajeto percorrido naquele corpo, honrando-o, com suas mãos atenciosas vai juntando tudo, como se fosse uma boneca de pano, a velha costura cada retalho e sopra vento nos ouvidos do meu corpo estraçalhado, encantando-o.

Até que a velha se dá conta de que falta algo, vasculha em todo canto, retorna ao açude procurando, quase entra em desalento, pois não acha uma das pernas, mas o corpo já pronto para voltar a si, nem se importa com o detalhe perdido no caminho, às vezes foi embora com a enxurrada, às vezes foi queimado, às vezes uma das cobras comeu – não há problema nisso, o que importa é que ainda tenha olhos de ver e boca de cantar, isso basta.

Ainda em súplica, meu corpo aleijado intercede para que após a afetuosa cirurgia de remendo, depois de tempo para repouso, o corpo agora cicatrizado possa se despedir da velha e seguir sem pé nem certeza, carregando consigo as memórias do estraçalhamento, mas também as do tempo que passou com a velha, aprendendo suas benzeduras, suas histórias, seu cantar e seu encantamento.

Muitas noites após a despedida, meu corpo assentado escuta cantorias que fazem lembrar a velha que o suturou, sons de festas e batucada nos quintais.

Embriagado pelo som do toque dos instrumentos, meu corpo arrebatado se cruza com eles e, como se fosse rio, vai percorrendo a memória do que já foi: vai seguindo o rastro das cobras que dançam livres e gingam hipnotizadas pela música que ecoa das cabaças dos berimbaus; no trajeto, encontra potes cheios de mel para comer, encontra os

43 CORPOS
A única certeza do meu corpo sem pé é que, mesmo assim, ele dança.

cordões que dão nós em tambores, mata sua sede bebendo água limpa. Comove-se com as almas vibrantes em corpos orgulhosos, que, mesmo quando mutilados, andam de cabeça para baixo, põem a cabeça no chão, emparafundam-se nas coisas, conhecendo-as por dentro, e, no giro, vão dando ideias subterrâneas que servem de guias para se transformar e encarar o mundo, como disse mestre Pastinha. Percebe os cabelos cheios de suor, encara os olhos afetuosos, cheios de lágrimas prestes a se derramar, e, num ato de amor e assombro, se prepara para acolher cada pedaço de ensinamento que se amontoa nos caminhos ancestres de quem veio primeiro e aprendeu a incorporar-se, como corpo território.

Meu corpo aterrado começa a se oferecer, como um balaio cheio de dendê e alfazema. Depois de tudo isso, é preciso celebrar.

Meu corpo terreiro reúne seus gestos numa dança cadenciada e mandingada, e, nessa dança, encharca toda a carne, celebrando o que virou cinzas, o que foi banhado e o que foi costurado, ginga, canta, toca, depois do prazer, o corpo encantaria se cobre com palha e repousa à espera de chuva.

A única certeza do meu corpo sem pé é que, mesmo assim, ele dança.

Nesse instante, a prece sonhada do meu corpo estraçalhado confundido com chão de açude é interrompida pelo som da voz doce de uma velha que cantarola assim: “ô zimininu, caminha com vovô, ê zimininu, caminha com vovó, ô zimininu (...)” *

*Cantiga que a velha entoa:

https://soundcloud.com/apoena/caminha-com-vovo

44 CORPOS

Para Pensar Juntos

Como seu corpo ocupa o espaço em que está?

Como você se vê no corpo de seu colega?

Como seu corpo influencia o modo como você experimenta o mundo?

Quais diferenças e quais semelhanças constituem o nosso coletivo?

Quais atitudes podemos tomar para criar um espaço seguro de convivência para todos os tipos de corpo?

Como é enxergar o mundo sob a perspectiva do outro?

A partir dessas questões iniciais, que tal propor uma roda de conversa para que todos(as) possam se colocar de forma a compartilhar seus incômodos e sugerir formas inclusivas de convivência?

Em um segundo momento, ainda juntos(as), todos(as) podem se expressar por meio dos gestos dos corpos, explorando exercícios como alongamentos e representação corporal de sentimentos e situações, criando jogos teatrais como esculturas vivas individuais e coletivas.

45
CORPOS

Para

Criar

Juntos

A representação do corpo pode ganhar novos sentidos quando exploramos outras formas de desenho, como traçar contornos de silhuetas de sombras distorcidas, projetadas por diferentes fontes de luz, retratos com rostos planificados e corpos inventados coletivamente.

Materiais

Para essas proposições, podem ser utilizados diferentes tipos de papéis (kraft, vegetal, sulfite), riscadores (lápis grafite ou giz de lousa, lápis de cor, canetas coloridas) e fontes de luz (sol, lanterna, retroprojetor), adaptando-se aos materiais que estiverem ao alcance. Equipamentos como câmera fotográfica ou celular também podem ser utilizados.

Corpo silhueta

A diversidade dos corpos é infinita, não existe um corpo padrão. Há o corpo brincante, o corpo que dança, que desenha e é desenhado. Nessa criação de novos corpos, vamos observar e desenhar a silhueta das sombras.

Um corpo

Essa proposição pode ser realizada sobre uma grande folha de papel, no chão, em uma parede ou muro. Cada pessoa escolhe a forma de sua silhueta a partir do posicionamento de seu corpo diante do foco de luz utilizado. Outro colega desenha esse contorno. Esse momento de entreajuda pode proporcionar a proximidade, gerando um ambiente de respeito e de cooperação.

Após o desenho, cada um pode preencher seu corpo/silhueta com elementos que consideram ser definidores da sua identidade (características pessoais, desejos, memórias). Sobre essa superfície também podem ser registrados outros elementos biográficos como órgãos internos do corpo, pensamentos, medos, símbolos.

46 CORPOS

Vários corpos

Experimentem criar um desenho coletivo com os corpos de todos os participantes do exercício. As figuras dos corpos ficarão sobrepostas e justapostas numa grande composição que poderá ser registrada e depois preenchida livremente com com tinta guache, canetas, colagens ou outros materiais.

Captura de rostos

Nessa proposição, cada participante desenha o outro, de forma alternada, tendo como suporte uma folha de papel vegetal, que ficará sobre o rosto de quem será retratado. A transparência do papel permite capturar e registrar os contornos de olhos, nariz, boca, pintas e rugas, por exemplo.

O inusitado dessa experiência é que, quando retirado o papel vegetal, a superfície do rosto fica planificada, dando um tom de estranhamento divertido. Depois de capturada a imagem, cada um pode interferir de forma livre sobre seu desenho. Uma composição com vários rostos de todos os participantes também poderá ser feita.

De olhos vendados

O desenho também pode ser capturado com os olhos vendados.

Em duplas, os participantes terão papéis diferentes. Um será o desenhista, que deverá estar com olhos vendados, o outro será o modelo. O desenhista deverá perceber a imagem do rosto do parceiro a partir do tato. Depois, as duplas trocam de papéis: quem desenhou será desenhado.

No final, os desenhos poderão ser recortados e colados, ampliados, combinados com os das outras duplas participantes, formando uma grande composição.

Outro olhar sobre o corpo

Fotografia

Diferentes imagens do corpo podem ser exploradas com o auxílio de uma câmera fotográfica ou um celular. O exercício consiste em explorar enquadramento com diferentes pontos de vista, a partir de diferentes posições e gestos dos corpos. O corpo visto de baixo para cima, ou de cima para baixo, de perto, de longe, fragmentado.

Desenho

Tentem fazer o desenho de seu corpo a partir de um ângulo diferente. Tendo uma prancheta ou um caderno como apoio para a folha e um lápis grafite ou caneta, observe seu corpo em pé, de cima para baixo, abaixando levemente sua cabeça. Tente desenhar exatamente da maneira como você se percebe. Experimente também em outras posições: sentado(a) e deitado(a). Que perspectivas um novo olhar para o corpo pode revelar?

47 CORPOS

RITOS

Nesse verso falo sobre os ritos que organizam os sentimentos são refletidos nas ações direcionam os pensamentos vivem nas celebrações se reinventam no que é novo são parte da identidade de um povo e de suas tradições

Na festa dos Orixás com ritos celebramos o sagrado desde o preparo do acaçá aos orikis cantados

E na festa de São João que tem canjica e quentão os ritos estão presentes na música, na dança e em toda a alegria dessa festança

Na Cavalgada, o que foi guerra hoje é uma linda dramatização Veio de Portugal para nossa terra o ritual da batalha entre mouros e cristãos Os ritos estão mesmo em nossa vida Da Fulia de Reis ao carnaval de Olinda Ó, procê vê

Estão na missa, no culto, no xirê do bate-bola em Bangu aos bonecões João Paulino e Maria Angu

E como em um ritual tudo que começa tem final

Encerro este verso sobre esse tema tão diverso agradecendo a Jesus e Oxalá e aos mestres e mestras da cultura popular

50 RITOS

IVAN DA SILVA MORAES

Rio de Janeiro (RJ) 1936–2003

FESTA DE ORIXÁS Óleo sobre tela

45 × 65 cm 1998

Participação na Bienal Naïfs do Brasil, de 1998

51 RITOS

TÂNIA DE MAYA PEDROSA

Maceió (AL) 1933

DEVOÇÕES POPULARES

Óleo sobre tela

60 × 74 cm 1998

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 1998

52 RITOS

FESTA DE SÃO JOÃO (esq.)

Monte Azul Paulista (SP) 1910–1996

FESTA DE SANTO ANTÔNIO (dir.)

Óleo sobre eucalipto 60 × 60 cm (cada)

1986

Prêmio aquisição na Mostra Nacional de Arte Ingênua e Primitiva, de 1986

ELIZA GONÇALVES DE MELLO
53 RITOS

RODELNÉGIO GONÇALVES NETO

Alegre (ES) 1915–2009

CAVALHADA EM MATHEUS LEME Óleo sobre tela

50 × 60 cm

1996

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 1996

54 RITOS

São Luiz do Paraitinga (SP) 1954

Acrílica sobre tela

50 × 60 cm

1994

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 1994

JOÃO PAULINO E MARIA ANGU JOSÉ CARLOS MONTEIRO
55 RITOS

Para que servem os ritos?

Que emoções eles despertam em nós?

Quais ritos fazem parte da sua história de vida?

De que novos ritos nosso mundo precisa?

56 RITOS

Os ritos são importantes contribuições para a formação de diferentes celebrações, ligadas não só às tradições religiosas, mas também às características culturais de cada região em que são celebrados. Muitas religiões possuem ritos de passagem como, por exemplo, o batismo para os cristãos e a Saída de Yawo para candomblecistas, cada um deles com suas formas ritualísticas: músicas, objetos sagrados, vestimentas.

Enquanto o rito pode ser a repetição dramatizada de um acontecimento original ancestral, como o rito de passagem, o rito de cura, o rito de cuidado ou até mesmo um festejo, o ritual é o conjunto de gestos e ações que compõem os ritos. No encontro com o outro, os rituais trazem a força do coletivo.

No Brasil, a maioria das festas populares surgiu a partir do contato entre diferentes culturas. Cada um dos muitos povos negros de origem africana trazidos ao Brasil, por exemplo, carregou consigo suas práticas religiosas como forma de preservar seu universo simbólico. Essas práticas acabaram se transformando, tanto a partir do contato entre africanos em diáspora quanto de seu convívio com outros grupos que habitavam nosso território.

As festas e os ritos populares também podem trazer a marca da ancestralidade dos povos indígenas, com seus rituais ligados aos seres da natureza. Por meio de suas transformações, a natureza também inspira algumas práticas ritualísticas, como agradecimentos pela abundância de comida, pelas épocas de cheia dos rios ou de regimes de seca e de chuva. Esses rituais são contatos simbólicos entre os humanos, os animais, as plantas e os espíritos.

Independentemente da origem, os ritos podem ser tentativas de encontrar respostas para as grandes dúvidas essenciais, ou de ter contato com figuras míticas, sagradas ou até mesmo imaginárias, que possam nos ajudar a lidar com nossos questionamentos. Além disso, conformam muitas vezes oportunidades coletivas de celebração, agradecimento e união.

Convidamos Dione Carlos – dramaturga, roteirista, atriz e curadora carioca – para aprofundar nossas reflexões sobre os ritos, que, segundo ela, são práticas que atualizam as tradições e as colocam em movimento. Dione dialoga com autoras e autores negros para nos apresentar o papel dos ritos como forma de manutenção e resistência de saberes por muito tempo proibidos nas escolas, como tradições e práticas desenvolvidas em espaços de cultura e tradição de etnias diversas, bem como de matrizes religiosas distintas.

Os ritos, para a autora, são fundamentais para a manutenção da memória de povos e costumes cujas tradições, de modo geral, estão baseadas na oralidade. E, além disso, são formas importantes de refletirmos sobre as bases que constituíram nossa educação formal e de nos apresentar outros modos de entender nossa multiplicidade cultural, ou seja, de expandir nosso entendimento sobre o mundo.

Neste eixo, os artistas reunidos trazem em suas obras os ritos presentes em diversas manifestações religiosas e culturais. Elas acontecem em diferentes contextos: no campo, na cidade, ao ar livre ou em ambiente fechado. A cultura afro-brasileira, repleta de mistérios e significados, é retratada na celebração dos orixás, com personagens vestidos de branco em meio à dança, ao batuque e às oferendas. Outras celebrações como as festas juninas e o carnaval também trazem os festejos da fé cristã aliados à cultura popular. Até mesmo um rito medieval originado em outro continente é representado – a cavalhada, que segue sendo celebrada até os dias de hoje.

57 RITOS

Para

Ecoar

Onde habita a palavra viva

por Dione Carlos

O rito é o corpo de uma narrativa de criação ou algo que se convencionou chamar mito. No rito habita a palavra viva da tradição, o lugar simbólico e material de heranças ancestrais que nos ajudam a entender nossas origens, uma ponte capaz de conectar passado, presente e futuro, unindo os tempos, instituindo um lugar de reencenação de uma memória coletiva.

É ele, o corpo, o responsável por grafar, através de gestos e sonoridades, a repetição de costumes por meio de cerimônias que atualizam o passado, garantido um lugar no futuro-presente. É na realização do rito que narrativas são transmitidas de geração em geração, a partir da realização de performances. Nos ritos atuam símbolos, linguagens e comportamentos, através do corpo-território que comporta tais cartografias.

Leda Maria Martins, dramaturga, diretora, poeta e professora, em seu livro Performances do Tempo Espiralar, reflete sobre a dança como performance, por exemplo, da seguinte maneira: “O corpo dança o tempo. Dançar é como inscrever, que é como estar no tempo curvo do movimento. O evento criado no e pelo corpo inscreve o sujeito e a cultura numa espacialidade refletida, espelhando as temporalidades. Podemos assim, conceber a performance ritual não apenas como inscrição do corpo nas espacialidades, mas como projeção do espaço em uma temporalidade que o espelha”.

As manifestações culturais atuam como contranarrativas potentes em um sistema que, por muito tempo, decidiu o que era universal a partir da difusão de uma única visão de mundo, em detrimento de muitas outras formas de enxergar e interpretar

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RITOS

As manifestações culturais atuam como contranarrativas potentes em um sistema que, por muito tempo, decidiu o que era universal a partir da difusão de uma única visão de mundo [...]

as experiências humanas e o que nos cerca. Essa hegemonia do olhar, desenvolvida com nefasta eficiência pelo processo de colonização, causou uma ruptura na cultura de muitos povos, além de todas as questões existenciais envolvendo a sensação de não pertencimento vivenciadas pelos alvos desse processo de criação de um “outro inferiorizado” e de apagamento da memória. O que se convencionou chamar de universal, na verdade, traduzia e beneficiava o ponto de vista e a história de um homem branco, europeu, heterossexual, cristão.

Lélia Gonzalez, antropóloga que refletiu sobre a cultura brasileira considerando o impacto do processo de violência simbólica e material da colonização e do racismo estrutural na qual ela se baseia, expõe em uma de suas palestras/textos o seguinte: “Porque temos sido falados, infantilizados (infans, é aquele que não tem fala própria, é a criança que se fala na terceira pessoa, porque falada pelos adultos), é que neste trabalho assumimos nossa própria fala. Ou seja, o lixo vai falar, e numa boa”. Seu texto Racismo e sexismo na cultura brasileira é de extrema importância para refletirmos sobre as bases que constituíram nossa educação formal, e falo aqui dos processos de catequização extrarreligião que nos ensinaram a ser algo que não refletia em nada o que somos. Neste ponto ressalto a importância das manifestações culturais, dos ritos populares e dos dramas negros que não se submeteram a esse processo de apagamento cultural, histórico.

Enquanto a escola doutrinava através da transmissão de história e cultura eurocentradas, nos terreiros de escola de samba, nas religiões de matriz africana, nas festas de rua, nas manifestações

populares, nos terreiros de reza indígenas, nos chãos de terra batida, os saberes resistiam. Nesses lugares se escreviam, com o corpo, as histórias muitas vezes usurpadas e alvo de apropriação por parte desse sistema hegemônico incapaz de coabitar e respeitar singularidades. Resistia um modo político e cultural de manutenção de narrativas perseguidas e boicotadas.

Nesse sentido, é importante refletir sobre a expressão naïf quando empregada, sobretudo, para definir representações artísticas negras. O termo naïf vem de uma palavra francesa que significa “ingênuo, inocente”, e foi utilizado para designar trabalhos artísticos que não utilizavam técnicas elaboradas, temas e cromatismos convencionais. Ora, a ideia de convencional já prescinde de um modo de realização artística universal, dominante. O que se opõe a ela é taxado de “outro” e nomeado de acordo com o modo como essa visão hegemônica determina. É preciso problematizar, inclusive, as nomenclaturas e a forma como elas operam na manutenção de um sistema excludente. A partir disso, é possível estabelecer uma conexão direta entre as representações artísticas dentro de um campo formal – mesmo operando como “estranhas de dentro” – e as manifestações culturais populares que ocupam espaços públicos no que se costuma chamar de “festas populares”.

Com o ingresso de presenças por muito tempo ausentes dos espaços acadêmicos, percebe-se cada vez mais o aumento de pesquisas com protagonismo de pessoas que estão à frente de manifestações populares ou com escuta aberta para ampliar essas vozes. Seja por meio de textos sobre a tradição ou de reflexões a partir da

59 RITOS

própria experiência, essas visões estão mais próximas do que é o evento em questão, e se afastam da fabulação decorrente de um ponto de vista colonizador. A autonomia do olhar e sua difusão são conquistas políticas inegáveis e necessárias.

As obras que integram a sessão RITOS deste catálogo trazem representações de manifestações culturais muito importantes para a manutenção da memória de povos e costumes cujas tradições, de modo geral, estão baseadas na oralidade, ou seja, são transmitidas de forma oral. Seja através de sonoridades, gestos, música ou dança, a memória e a tradição são revividas, performadas, reinterpretadas. As obras Festa de Orixás, de Ivan da Silva de Moraes; Devoções populares, de Tânia de Maya Pedrosa; Festa de São João e Festa de Santo Antônio, ambas de Elisa Gonçalves de Mello; Cavalgada em Matheus Leme, de Rodelnégio Gonçalves Neto e João Paulino e Maria Angu, de José Carlos Monteiro, representam um caleidoscópio de diferentes ritos, registrados a partir de um recorte sensível, no qual a participação popular está sempre presente. A encenação dessas manifestações afro-indígenas, com elementos europeus, mouros, traduz uma parte significativa da capacidade do nosso país de dialogar com diferentes culturas, mesclando-as, fazendo com que sejam colocadas nesse altar também conhecido como cultura brasileira.

Nesse sentido, as artes podem e devem estimular um olhar independente, que promova autonomia e convoque o público a ampliar seu repertório de visões de mundo, com múltiplas formas de tradução do que é observado. Esse exercício, essa “fábula do olhar”, só poderá ser colocado em prática a partir da desconstrução do nosso olhar domesticado, ainda submetido a uma falsa ideia de universal – algo que exigirá, sobretudo de educadores e artistas, uma dupla tarefa, de transformação de si, bem como de ampliação do imaginário de aprendizes. Olhemos, pois, com atenção e abertura para sermos afetados por múltiplos mundos.

60 RITOS

Para Pensar

Juntos

Toda escola possui um calendário oficial – um documento que organiza o período letivo e estabelece as datas de início e final das aulas, os períodos de provas, as férias, os feriados e também os eventos específicos que serão realizados durante o ano.

Quais são os ritos que fazem parte do cotidiano de vocês?

Quais são os eventos que se transformaram em ritos em sua escola?

Vocês gostariam de propor algo novo ou ressignificar algum rito escolar?

Quais são os ritos que mais comovem e quais são os que mais alegram?

Sentem-se em roda e, em uma grande cartolina, escrevam suas reflexões sobre os ritos escolares.

61
RITOS

A partir das perguntas acima e das reflexões individuais e do grupo, vamos montar um Calendário Ritualístico?

Escolham um local adequado, de preferência espaçoso, para organizar o calendário que conterá todos os dias do ano.

Materiais

Vocês podem adaptar os materiais e o suporte do calendário de acordo com o que tiverem ao alcance e com o local escolhido para fixá-lo. Pode ser uma lousa comprida, uma parede ou um grande pedaço de papel kraft fixado diretamente em uma superfície.

Para o registro dos ritos diários, podem ser usados: diversos tipos de papéis ou post-its; prendedores de papel ou fita crepe; lápis e canetinhas coloridas.

Para

Criar Juntos

62 RITOS

Calendário Ritualístico

No local escolhido, construam uma matriz de linhas e colunas da seguinte maneira:

31 colunas numeradas representando os dias do mês, e 12 linhas identificadas com cada mês do ano.

Escolham as datas significativas que contenham um ritual que conheçam, participem ou que gostariam de ressignificar. O convite poderia ser: “Desenhem ou escrevam sobre um (ou mais) rito(s) que vocês queiram deixar registrados. Depois coloquem esses papéis nas datas correspondentes”.

Todos(as) podem utilizar pequenos papéis ou post-its para registrar desenhos, frases, relatos, sobre a data e o ritual associado a ela. O calendário será um grande painel coletivo composto de experiências individuais que podem ser compartilhadas.

Dica

A matriz do calendário pode ser construída com giz de lousa, fitas coloridas adesivas ou fita crepe, diretamente na parede ou em um grande papel kraft. A tabela-calendário pode conter um preguinho ou prendedores para papel em cada célula-dia para que sejam afixados ali os vários registros relativos àquele dia. Podem ser usados também post-its sobrepostos.

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COTIDIANOS

O que constrói o dia a dia

Pode ir do desalento à alegria

No despertar, na correria

Ou lentamente na preguiça

Há o que nos para e nos atiça

O cotidiano é feito do comum

Singular e plural pra cada um

Batente na periferia

Rotina na zona sul

Mas tudo tem seu valor

Alguns têm lustre, outros, candeia

Como disse o escritor

“Queres ser universal, começa por pintar tua aldeia”

Se achamos Felicidade em horinhas de descuido no tempo lento ou fluido

É no tropeço da banalidade

Que encontramos a novidade

Os sentidos atentos

Fazem brotar, da mesmice, o inusitado

O costumeiro momento

Outra vez é reinventado

E assim a vida acontece o tempo todo

Às vezes, até parece, tá parada no banal

Sempre a mesma coisa, tudo igual

Pois o ritmo da mudança é variado

Quietação ou torrente

Repetir, repetir, repetir até ficar diferente

66 COTIDIANOS

CASAMENTO II

São José do Rio Preto (SP) 1970

Acrílica sobre tela 25 × 40 cm

2006

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2006

JOÃO ALEXANDRE SARTI
67 COTIDIANOS

TONINHO GUIMARÃES Cuiabá (MT) 1964

A BANANA COMENDO O MACACO / ONÇA AVANÇA NO PESCADOR Acrílica sobre tela 150 × 260 cm (díptico)

2018

Prêmio Destaque Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2018

68 COTIDIANOS

DERALDO CLEMENTE

Neves Paulista (SP) 1958

FOME ZERO

Acrílica sobre tela

60 × 90 cm

2004

Prêmio Destaque na Bienal Naïfs do Brasil, de 2004

69 COTIDIANOS

CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA (CARLÃO)

Novo Hamburgo (RS) 1951-2013

CENTRO DA CIDADE Acrílica sobre tela

45 × 45 cm

2002

Prêmio Destaque na Bienal Naïfs do Brasil, de 2002

70 COTIDIANOS

MANOEL ALVES NETO Fortaleza (CE) 1963

NA MINHA TERRA DE TUDO TEM Acrílica sobre tela

50 × 70 cm

1994

Prêmio Aquisição na Bienal Brasileira de Arte Naïf, de 1994

71 COTIDIANOS

Que hábitos e costumes compartilhamos?

Quais dos seus hábitos vieram da sua comunidade?

O que você faz para sair da rotina?

72 COTIDIANOS

Quando paramos para pensar, parece que, todos os dias, fazemos as mesmas coisas: acordamos, tomamos café, nos arrumamos para ir à escola ou ao trabalho, nos deslocamos pela cidade e realizamos uma sequência de atividades que ocupam a maior parte do nosso ano. Repetindo constantemente esses gestos, acabamos nos esquecendo da riqueza que eles podem representar.

A rua e a cidade, assim como nossa casa, são lugares de histórias, memórias e relações. É no cotidiano que estabelecemos uma rede de significados para nossa vida que contribuem para a construção de nossas identidades como indivíduos e como grupo. Afinal, uma comunidade compartilha uma série de hábitos e costumes, traduzidos na fala, no vestuário, nas comidas, nos sons, nos modos de agir e pensar.

Por muito tempo, as plantações e a natureza regiam o dia a dia das pessoas. Os afazeres, os cuidados com a família, os animais e o plantio não se encaixariam no que hoje entendemos por trabalho profissional. As estações, a incidência e intensidade da luz ou a falta dela, a chuva, a seca, a temperatura: tudo isso pontuava o que seria feito a cada momento. A estruturação do nosso cotidiano em horas dedicadas ao trabalho, ao lazer e ao descanso decorre de mudanças profundas na maneira de a nossa sociedade se organizar.

A própria ideia de descanso surge dentro da estrutura política capitalista, na medida em que o trabalho passa a ocupar a maior parte das horas do dia da população. Para que pudessem ter renda suficiente, essas pessoas passavam longas jornadas trabalhando incessantemente nas fábricas, contexto de onde veio a reivindicação por certo controle do processo de trabalho e do período de repouso. Muitos confrontos e negociações resultaram na estrutura de dias de trabalho e dias de descanso, além de período de férias e feriados. Entender que algo tão natural, como dormir ininterruptamente por 8 horas por dia, pode ter sido uma construção social mostra quão pouco controle podemos ter do nosso cotidiano.

Em uma tentativa de observar esse cotidiano imposto, podemos buscar as coisas mais simples do nosso dia a dia e entender como podem conter novidades se aguçarmos nosso olhar para os pequenos detalhes. As rotinas podem ser recheadas de surpresas: percorrer outros caminhos, se abrir às pequenas sutilezas diárias ou até inventar novas receitas com os mesmos ingredientes podem fazer uma faísca iluminar a imaginação.

Uma reflexão sobre o cotidiano foi proposta por Iguatemy da Silva Carvalho, artesão maranhense, graduado em filosofia e agente social do Bumba Meu Boi do Maranhão. A partir de seu trabalho na cultura, Iguatemy compartilha conosco a experiência de constantemente expandir seu entendimento sobre si mesmo e de ressignificar seu cotidiano através do contato com diversas manifestações da cultura “popular”. Dessa maneira, o autor nos convoca a aguçar os sentidos para a complexidade das experiências pelas quais todos nós passamos em nosso dia a dia.

Os artistas deste eixo nos trazem situações de seus cotidianos repletas de inventividade: desde uma cena comum em um ambiente doméstico até o centro urbano, que, de tão cheio, nem conseguimos observar as pessoas, com seus destinos e seus trajetos, individualmente.Além disso, compartilham também seus hábitos traduzidos em rituais e até mesmo situações inusitadas, invertendo expectativas. Tudo isso com muita cor, em composições cheias de detalhes para serem descobertos.

73 COTIDIANOS

Para

Ecoar

Vida viva

por Iguatemy da Silva Carvalho

Em um mundo de inegáveis avanços urbanísticos, invenções e criações tecnológicas que garantem certas facilidades à nossa vida, fica cada vez mais perceptível o distanciamento de nossas relações com a realidade, sejam elas pessoais, interpessoais, profissionais, ou espirituais. Existimos em uma espécie de dia a dia mecanizado, dominado por uma racionalidade extrema, alheia ou aversa a considerar as singularidades e afetividades construídas na diversidade cultural como experiências válidas à construção do que somos e fazemos no mundo.

Somos levados a desconsiderar, demonizar, anular e até criminalizar levantes e críticas que coloquem em xeque a hegemônica força interpretativa, organizativa, cognitiva e valoral do mundo social como está posto. A racionalidade extrema determina a ética e a moral a serem seguidas, com suas exigentes diretrizes que esvaziam o homem de humanidades e o distanciam do cotidiano da vida.

Você já parou para pensar em como nosso dia a dia se condiciona a ser literalmente cronometrado, tecnicamente planejado e metodicamente organizado, sempre por outrem, se mantendo preso às regras estabelecidas?

Nestes termos, pergunto: com que frequência você tira um tempo para si, para os outros e para a natureza? Quando se debruça sobre o que está sentindo, refletindo, pensando e ponderando em relação ao vivido?

Essas questões podem, em um primeiro momento, parecer demasiado simples, mas, se bem analisadas, também podem nos suscitar muitas refle-

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COTIDIANOS

Com que frequência você tira um tempo para si, para os outros e para a natureza? Quando se debruça sobre o que está sentindo, refletindo, pensando e ponderando em relação ao vivido?

xões e problematizações acerca da profundidade de significados presentes no cotidiano. Refletir sobre essas simples questões fornece aprendizados e compreensões para nossa vida dinâmica e cheia de devires. Ativa saberes e práticas propiciadores de um necessário autoconhecimento que nos reconduz ao exercício de virtudes como a empatia, o altruísmo e o amor, habilitando-nos à sociabilidade e à ação política. Isso nos move no sentido de uma vivência coletiva, de uma vida que não busca meramente saciar interesses pessoais e individualistas.

Chego a essas constatações tomando como recorte o estar diretor de um território de intensas experiências de ressignificação do cotidiano com a cultura “popular”: a Casa do Maranhão. Nesse espaço, estamos sempre efetivando na prática a presença do passado, muito significativa para a afirmação de sua principal função social: difundir a cultura do Estado do Maranhão, em especial o Bumba meu Boi, para o Brasil e o mundo. Dessa forma, nosso trabalho está centrado na viva perspectiva de pensar o museu envolvido com a educação e interage hoje com a cultura de outros povos do mundo.

As intensas ocupações artísticas experienciadas em seu seio –sagrado em particular para mim – ofertam-me cotidianamente uma espécie de cartografia viva do que sou e me fazem “[...] enxergar coisas boas onde não via antes”, como fala Dona Nice Machado Aires, quebradeira de coco babaçu. Dona Nice integrou, junto a outros protagonistas, a exposição Saberes Tradicionais e Etnografia, organizada pelo Programa da Nova Cartografia Social e Políticas da Amazônia.

Essa ocupação proporcionou intensa reflexão sobre a representatividade da Casa do Maranhão: uma instituição sociomuseológica regida por princípios e sujeita a hierarquias, com a árdua tarefa de trabalhar para o público e que segue a filosofia dos grandes

***
75 COTIDIANOS

mestres da Cultura do Bumba meu Boi. Portanto, procuramos reafirmar que “Cultura é uma brincadeira levada muito a sério, sendo uma coisa perigosa” – reflexão que me permite acessar a magia presente em meu dia a dia nesse território. Surpreendendo-me a todo instante com um novo olhar sobre o mesmo, transcendendo a minha atuação para um campo lúdico de “criartividade”, pelejando diariamente pela defesa da cultura socialmente construída e de seus reais atores e protagonistas, seu “povo”. Eu me oriento através de todas as vivacidades, diversidades, idas e vindas que compõem distintos campos de conhecimentos, tradicionais e acadêmicos. Equiparados em uma realidade de valorações e ponderações nada consensual, hegemônica ou homogênea, esses conhecimentos transbordam o cotidiano de vida, trazendo-me a compreensão das entrelinhas da cultura e de suas relações de força e poder.

Narrativas como essa me fazem querer discorrer muito mais sobre o diversificado campo de ressignificações do cotidiano; corroborar a reflexão sobre o atual mundo social, regenerando suas pontes destruídas entre ética e moral, seus tecidos vivos que nos vestem de humanidade – restituindo, nutrindo e cultivando um ambiente de conhecimentos pautados na diversidade cultural. Isso nos permite compreender que a identidade, o pertencimento, a sociabilidade e todo o fazer cultural que construímos baseiam-se muito mais num ambiente de diferenciações, que de semelhanças, em relação ao outro.

Esse é um campo propício para possíveis aprendizados, novas interpretações e compreensões, que orientam mudanças em nossos modos de perceber, intuir e raciocinar sobre o dia a dia; que também nos reaproxima de uma “vida viva”, e nos devolve a capacidade de sonhar, projetar, criar, resistir e reexistir, tomando o amor como um ato revolucionário.

76 COTIDIANOS

Para Pensar

Juntos

Nossa rotina pode nos trazer segurança e, às vezes, tédio, mas revela muito sobre nós mesmos. Perceber os pequenos acontecimentos cotidianos pode trazer à nossa vida mais cor e vibração, ritmo e pulsação. Para acordar nossos sentidos, é preciso sair do modo automático.

Que lugares incomuns vocês frequentam durante a semana?

Onde vocês se divertem?

Onde vocês aprendem, além da escola?

Vocês costumam tomar caminhos diferentes para ir aos mesmos lugares?

Para onde vocês olham enquanto andam?

Pensem nos trajetos que vocês costumam fazer no seu cotidiano. Tentem se lembrar de tudo o que vocês veem enquanto se deslocam: os lugares, os pontos mais bonitos e os mais estranhos. Lembrem-se também das pessoas que costumam frequentar esses lugares: pais com seus bebês em carrinhos, pessoas aposentadas, jovens distraídos no celular, crianças brincando, vizinhos conversando no portão.

Como é a sua rua?

Que sons e aromas existem ali?

Onde as pessoas se encontram?

Quais acontecimentos sociais são frequentes?

77
COTIDIANOS

Para

Criar

Juntos

Desdobramos a reflexão proposta em algumas práticas que podem ser realizadas em sala de aula, usando materiais de uso cotidiano: papéis diversos, riscadores (lápis, lápis de cor, canetinhas coloridas), revistas, cola e tesoura.

Proposição cartográfica:

Mapa afetivo

Revisitem em suas memórias o caminho que vocês costumam fazer entre sua moradia e a escola e depois as registrem por meio de desenho. Façam isso de três maneiras diferentes:

• Em 1 minuto

• Em 5 minutos

• Em 15 minutos

Observem as semelhanças e diferenças entre os desenhos. Identifiquem o mais detalhado, o mais preciso, o mais espontâneo.

Agora escolham um dos desenhos e façam um mapa a partir dele. Coloquem tudo o que vocês se lembram desse percurso! Nossos caminhos podem ser compostos de afetos, memórias, plantas, corpos, casas, placas, veículos, barulhos, cheiros, cores. Se quiserem, utilizem várias cores e acrescentem legendas e escalas. Registrem nesse mapa afetivo tudo o que lembrarem e for importante para vocês.

78 COTIDIANOS

Cena inusitada

Neste jogo vamos criar uma cena absurda e divertida a partir do acaso. Peguem uma folha sulfite e a dividam em 12 retângulos.

Em quatro deles, escrevam o nome de quatro lugares que fazem parte do seu cotidiano (quarto, cozinha, escola, praia, praça, clube, supermercado…).

Em outros cinco, escrevam o nome de objetos e coisas desses lugares (guarda-sol, cadeira, mesa de pingue-pongue, bola, sofá, TV, carrinho de compras…).

Preencham os outros três papéis com pessoas da sua convivência (avós, médica, professor, crianças, casal…).

Recortem os retângulos e coloquem os papéis organizados em três pilhas: uma de lugares, uma de coisas e uma de pessoas.

Sorteiem um papel de cada tipo e, a partir das indicações, criem uma cena inusitada!

Vocês podem representar a cena por meio de colagem, desenho ou pintura. Se forem trabalhar com o celular, podem usar diversos aplicativos gratuitos de edição de imagens disponíveis na internet, ou até mesmo o PowerPoint, para juntar as imagens.

Alteração poética do cotidiano

Olhem em volta e investiguem os cenários banais do seu dia a dia. Provoquem a dúvida! Experimentem uma maneira de alterar sua configuração ou incluir algo inusitado, causando surpresa nas pessoas que frequentam esse espaço.

Dicas

Vocês podem alterar e/ou inverter o mobiliário da sua casa ou da sala de aula; fazer interferências em elementos arquitetônicos como janelas, portas e armários; trocar algum objeto de lugar; alterar fontes de iluminação, criar filtros coloridos para a luz. Se a ideia é muito complicada para ser realizada no espaço físico, vocês podem fazê-la existir em outros suportes, como uma colagem ou um desenho, transformando a ideia em um projeto.

79 COTIDIANOS
lugar coisa coisa lugar coisa pessoa lugar coisa pessoa lugar coisa pessoa

TRABALHOS

Labuta, ofício, ganha-pão

Batente, profissão

Registrado ou quebra-galho

Tem muitos nomes o trabalho

Seja na roça de algodão ou no engenho

Tem que ser feito com amor e empenho

O que não pode é ser forçado

Pois no fazer tem um saber sagrado

Tem grande conhecimento

Quem faz um carro

Ou uma colcha de retalho

E não esqueça: “criança não trabalha

Criança dá trabalho”

E é merecedora do abraço como agasalho

82 TRABALHOS

NERI ANDRADE

Florianópolis (SC) 1954

ENGENHOS

Acrílica sobre tela 50 × 70 cm 2006

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2006

83 TRABALHOS

ANÉSIO CARDOSO

Piracicaba (SP) 1940–2000

CORTE DE CANA

Acrílica sobre placa de eucalipto

32 × 50 cm

1994

Prêmio Aquisição na Bienal Brasileira de Arte Naïf, de 1994

84 TRABALHOS

NEVES TORRES

Conselheiro Pena (MG) 1932

ENGENHO

Óleo sobre tela

50 × 70 cm

2010

Prêmio Destaque Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2010

85 TRABALHOS

J. MIGUEL

Bezerros (PE) 1961

OS ARTESÃOS

Xilogravura sobre papel

66 × 48 cm

2004

Bienal Naïfs do Brasil, de 2004

Mostra Mistura Fina: A Arte da Necessidade

86 TRABALHOS

J. BORGES

Bezerros (PE) 1935

A PSICANALISTA Xilogravura colorida sobre papel

48 × 66 cm

2004

Bienal Naïfs do Brasil, de 2004

Mostra Mistura Fina: A Arte da Necessidade

87 TRABALHOS

Como transformamos o mundo por meio do trabalho?

Quais trabalhos não remunerados fazem parte do seu cotidiano? Como as tecnologias transformam os processos de trabalho?

88 TRABALHOS

Os trabalhos são formas de interação entre nós e o mundo, em relações que podem nos transformar e mudar o nosso entorno. A história do trabalho no Brasil, marcada pela escravidão, mostra que ele pode ser fonte de acumulação de riquezas e também de opressão. O ciclo econômico da cana-de-açúcar, dentre outros, é marcado pela presença dos povos africanos que foram escravizados e que trouxeram consigo, de suas terras de origem, saberes e conhecimentos sobre as diversas técnicas que compõem a tecnologia do trabalho no Brasil. Essa história afeta toda a formação dos meios de produção.

O fruto do trabalho, além da subsistência, pode deixar um legado, contar uma história, transmitir experiências e permitir que nossa passagem pelo mundo fique registrada.

A palavra trabalho é utilizada para dar nome a várias atividades, que podem ou não ser remuneradas. Podemos fazer um trabalho da escola, voluntário, social ou até mesmo doméstico. Assim, o trabalho pode ser realizado visando não somente ao retorno financeiro, mas também ao prazer de produzir, contribuir socialmente ou realizar um sonho.

As pessoas podem aprender diferentes profissões e até se especializarem, por meio de cursos formais, pela transferência de conhecimentos através da tradição oral ou por meio de uma experiência prática. Nascem assim os ofícios: ensinar é o ofício do professor, pintar é o ofício do pintor, produzir objetos manualmente é o ofício do artesão, cuidar da saúde das pessoas é o ofício do médico.

Você sabia que o trabalho é um direito? Segundo o artigo 23° da Declaração dos Direitos Humanos: “Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma

existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social. Toda pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses”.

Convidamos o pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos, nascido no Estado do Piauí e autor de diversos livros e artigos, a compartilhar suas ideias contracoloniais sobre as diferentes implicações do trabalho em nossas vidas.

Nêgo Bispo, como é conhecido, propõe em seu texto uma reflexão sobre o verdadeiro papel do trabalho na sociedade capitalista, guiado pelo ponto de vista dos povos que habitam os territórios tradicionais. De acordo com ele, na sua experiência quilombola é importante não confundir o trabalho feito em função do ter e da propriedade com as atividades realizadas em prol do ser. Ao retornar às tarefas dos seres não humanos (como as abelhas que fabricam mel) e aquelas inferiorizadas no mundo do trabalho (como o brincar e o cuidar da casa), Bispo nos mostra a importância das atividades voltadas para o viver que, assim como nas comunidades tradicionais, deveriam estar em primeiro plano.

Nas obras deste eixo, diferentes tipos de trabalhos são representados – sejam em contextos urbanos ou rurais, com atuações de forma autônoma ou empregatícia, muitas vezes em grandes jornadas e com condições de trabalho que podem ser extenuantes. As trabalhadoras e os trabalhadores retratados desenvolvem suas atividades em detalhados cenários e suas tecnologias como: os engenhos com suas moendas e rodas; os campos com plantações, animais e equipamentos; em um consultório durante uma sessão de atendimento e em diferentes tipos de artesania.

89 TRABALHOS

Para

Ecoar

Besouro mamangava ou maracujá sintético por Antônio Bispo dos Santos

Todos os dias, em praticamente todos os lugares do mundo, em todas as línguas e linguagens, se faz referência ao trabalho. Quem de nós já não ouviu, por exemplo, dizer que o trabalho é honra, que o trabalho dignifica? Também já se ouviu dizer que quem não trabalha não come, ou que quem não trabalha rouba. Enfim, o trabalho está sempre presente em nossos gestos, nossas ações, nossas referências. Ainda assim, existe uma pergunta que, a cada vez que perguntamos, as pessoas tropeçam ou mordem a língua para responder. O que é o trabalho? O que é trabalhar?

Eu moro na Caatinga. Cada vez que o dia amanhece aqui às 5h, 5h30 da manhã, há uma grande movimentação. Há pássaros em revoadas, cantarolando. Outros ficam pousados na copa das árvores, cantando intensamente para os que estão nas outras copas. Alguns fingem voar e voltam para a copa da árvore como se estivessem simplesmente cumprimentando a natureza como um todo, cumprimentando a vida. É uma cena muito bonita. Em seguida, esses pássaros se mandam pelas matas, pelos ares. A cada estação do ano, eles repetem as mesmas cantigas e voam quase sempre nas mesmas direções. Para cada estação, cantigas diferenciadas e voos diferenciados. E aí, vem a pergunta: os pássaros trabalham? Os animais silvestres trabalham? Os peixes trabalham? As abelhas trabalham?

Quando perguntamos aos seres humanos se os outros seres trabalham, eles dizem que não. Só eles trabalham, os outros seres são irracionais e, por isso, não têm um domínio sequente e consequente das suas atividades de forma repetitiva para que possam ser chamadas de trabalho. Ou seja, os ou-

90
TRABALHOS
O trabalho é tudo o que é sintético, tudo que acontece em prol do ter, da propriedade, ainda que esse ter não contribua de forma significante com o ser.

tros seres não têm a organização do trabalho. Engraçado é que as abelhas fazem um produto muito sofisticado e os seres humanos, que se consideram os únicos que trabalham, dizem que as abelhas e as formigas têm uma organização “muito próxima do trabalho”.

Mas e se as abelhas trabalharem? São as abelhas que fazem o mel. Elas não dependem do ser humano para nada, mas, a partir do momento em que os humanos se relacionam com outras vidas, eles modificam seus modos de existência e criam certa dependência, porque os humanos são colonizadores. Os humanos colonizam tudo: as árvores, os animais silvestres, os pássaros, os peixes, o vento. Colonizam sintetizando: uma das mais fantásticas essências do colonialismo é transformar o que é orgânico em sintético. O orgânico é tudo aquilo em prol do ser, do viver, aquilo que não é considerado trabalho. O trabalho é tudo o que é sintético, tudo que acontece em prol do ter, da propriedade, ainda que esse ter não contribua de forma significante com o ser. Mesmo assim, muitas vezes esse ter se torna mais valioso do que a própria vida. Quantas pessoas já perderam a vida por um celular?

Uma das maneiras mais fáceis para se compreender a diferença entre o trabalho e o não trabalho são as próprias atividades praticadas pelos humanos. Historicamente, as atividades mais essenciais na vida, como fazer comida, amamentar, acarinhar e carregar no colo, nunca foram consideradas trabalho. Tanto é que essas atividades não remuneradas financeiramente, não mercantilizadas, sempre aconteceram de forma subjugada ou subjugadora de quem as pratica. As atividades ditas domésticas nunca trouxeram essa dignidade que o trabalho diz trazer. Então, como é que o trabalho dignifica? Ou por que as atividades domésticas não são consideradas trabalho ou não foram durante muito tempo? Ou quantas são, ainda hoje, inferiorizadas, subjugadas, hierarquizadas brutal e violentamente?

Lavar o banheiro, por exemplo, é uma atividade essencial em prol da vida e da saúde. A questão não é quem lava o banheiro, mas como se trata quem lava o banheiro. Essa pessoa deveria ser

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tratada como uma pessoa necessária. E por que não é? Porque o trabalho é atividade mercantilizada, e as atividades que não são mercantilizadas ou que possuem menor valor mercantil são inferiorizadas no mundo do trabalho. Dito isso, volto a repetir: os pássaros não trabalham, os pássaros vivem e praticam ações, atividades de vivência. Os pássaros colhem, catam ou coletam sua alimentação na natureza, assim como os demais animais silvestres e não silvestres. Só os humanos precisam modificar a natureza para continuarem vivos.

O trabalho é também chamado de desenvolvimento. O desenvolvimento sintetiza a natureza e dificulta a vida orgânica. Tanto é que muitas plantas deixam de existir, porque muitas abelhas, que são as únicas que as polinizam, também deixam de polinizar. Por exemplo, quem poliniza a flor do maracujá é o besouro mamangava. Se o besouro mamangava for extinto, é o fim do maracujá nativo, deixando apenas o maracujá sintético, polinizado pelo dedo dos humanos. Nesse momento, para que a vida continue, é preciso diminuir o trabalho e aumentar a prática dos fazeres orgânicos, as movimentações em prol do viver. A cada vez que o mundo do trabalho se intensifica, diminui o mundo do ser. E aí, nesse momento, entramos no apocalipse.

Eu nasci em um lugar que a academia chama de zona de transição, mas eu chamo de encruzilhada, lugar de saberes diversos. Esse lugar tem os saberes compostos na interação com a Caatinga, com o Cerrado e também com os Cocais. Na biointeração, na relação com cada bioma e cada ecossistema, vamos compondo um saber diferente, que é o saber adequado para aquele lugar. Eu já era levado para a roça quando ainda nem andava. Lá, nós éramos colocado em uma rede debaixo de uma casinha e ficávamos ouvindo os pássaros, ouvindo o vento, ouvindo a vida – mas nunca vendo, porque não saíamos daquela rede. Era o momento de exercitar a audição, conhecer as sonoridades. Quando come-

Historicamente, as atividades mais essenciais na vida, como fazer comida, amamentar, acarinhar e carregar no colo, nunca foram consideradas trabalho

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TRABALHOS 92

çávamos a andar, era o momento de exercitar os demais sentidos: o tato, a visão e também o paladar.

Chega um momento em que a gente se comunica através dos diversos sentidos e não só através da fala, não só através da oralidade. O cheiro é uma linguagem, o paladar é uma linguagem… Primeiro, a gente aprende a comunicação e, depois, vai aprender os relacionamentos. Dominando a comunicação, a gente vai se comunicando com as demais vidas e vai gestando os relacionamentos. No exercício do relacionamento, vamos criando de uma forma cada vez mais autônoma. Quando chegamos à fase adulta, dominamos todos os sentidos, a comunicação e os relacionamentos. Nós já sabemos com quem devemos nos relacionar na natureza – como nos relacionar com as cobras, como nos relacionar com os pássaros, como nos relacionar com as demais vidas, com as árvores, enfim. Então, nossa criação é nessa linha: primeiro, a parte da comunicação, depois a parte dos relacionamentos, e, depois, a parte do compartilhamento. Com o domínio da comunicação e o domínio do relacionamento, podemos compartilhar tudo isso de forma equilibrada, para garantir as condições de vida para nós e para os demais ao nosso redor.

Para nós, as brincadeiras são exercícios de relacionamento. Existe uma empatia entre as crianças, os animais e as plantas. A criança mexe com o animal e o animal corre atrás dela. Criança corre atrás de cachorro, cachorro corre atrás de criança, criança corre atrás de vários animais. Então, a brincadeira faz parte do exercício dos relacionamentos. Na vida em que o trabalho não está em primeiro plano, em que as relações, a organicidade e o viver estão em primeiro plano, nesses lugares, a brincadeira é para a vida inteira. Passamos a vida inteira brincando e adoramos brincar depois de adultos. As brincadeiras são o jeito de viver sério sem muito esforço. A gente ia para o rio com os mais velhos. Eles pescavam com o compromisso de pegar peixes, porque dependiam daquilo para a alimentação. Enquanto isso, a gente pescava de brincadeira, com o compromisso de ver o peixe comendo, de pegar ou não. Era um exercício de relacionamento.

Quando estou pescando, não digo que estou trabalhando, digo que estou pescando. Quando vou para o mato colher frutos, digo que vou colher frutos. Quando vou para o mato caçar, digo que vou caçar. Dificilmente, digo que vou trabalhar, porque, para nós, o trabalho ainda está muito relacionado ao emprego. O meu tra-

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balho – se é que eu posso chamar de trabalho – é a lavoura. Eu sou lavrador, eu continuo na roça.

Às vezes, eu faço algumas coisas que as pessoas chamam de artesanato. Para nós, o artesanato é aquilo que não tem funcionalidade, que serve para ornamentação. O que não ornamenta não é artesanato, é um objeto do fazer. Já a arte é o alimento da alma. A arte é vivência, lazer, entretenimento, satisfação. Ela existe para satisfazer a vida. O pássaro não canta por pagamento, ele canta para ouvir o outro pássaro cantando ou para ouvir o próprio cantar. O pássaro canta para si mesmo e canta para os outros, que cantam para si e que cantam para ele também. As poesias que eu declamo de maneira orgânica alimentam minha alma. Elas são para minha satisfação e me nutrem.

Quando você faz uma poesia para satisfazer a sua vida, ela é arte. Quando você faz uma poesia pra vender, é trabalho. O trabalho violenta a arte: mercantiliza, privatiza, priva. A arte é orgânica. A arte é satisfação e o artesanato é mercadoria. O sistema colonialista precisa sempre segmentar as coisas, porque o pensamento colonialista parte do integrado para o segmentado. Quando pensamos do segmentado para integrado, é diferente. Por exemplo, uma pessoa nos quilombos que dá conta de ensinar é chamada de mestre. Apenas mestre. Não é mestre de capoeira? Não, é mestre. Um mestre pode ser mestre de muitas coisas. Então, arte é apenas arte. “Conheci fulano, é um artista”. Ele pode tocar, cantar, dançar, bordar, pode fazer o que ele bem entender, ele é um artista. Artista, ponto. Sem adjetivos.

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Para Pensar

Juntos

Algumas profissões se transformaram muito com o passar do tempo. Muitas deixaram de existir, como telefonista, lanterninha de cinema, cobrador de ônibus, engraxate, tipógrafo, datilógrafo. Outras, provavelmente, terão que ser inventadas.

Pensem nas profissões e nos trabalhos das pessoas de suas famílias.

O que faziam seus avós? E bisavós?

Esses trabalhos ainda existem?

Como são esses trabalhos hoje em dia?

Quais foram e quais são os instrumentos, ferramentas e tecnologias desses trabalhos?

Que gestos os corpos dos trabalhadores realizam nessas atividades?

Que memórias esses gestos deixam em seus corpos?

Como se movimentam cotidianamente?

Façam juntos(as) uma lista e, utilizando post-its ou pedaços de papel, organizem um mural de trabalhos e profissões. A partir disso, conversem sobre suas técnicas e tecnologias, pesquisem mais sobre elas e percebam as mudanças que ocorreram ao longo do tempo.

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TRABALHOS

Invenção de engenhocas

Que tal experimentar um jogo de inventar engenhocas? As brincadeiras do acaso podem nos ajudar na criação de máquinas que ainda não existem.

Esse jogo poderá ser jogado individualmente ou em grupo. Se vocês escolherem jogar em grupo, cada jogador(a) pode usar um papel separado ou todos(as) podem usar um mesmo papel para fazer um desenho coletivo.

Materiais

Vocês vão precisar de um dado, papel sulfite, canetas pretas, canetas coloridas, giz de cera ou lápis de cor.

Para Criar Juntos

96 TRABALHOS

Como jogar

O jogo se divide em quatro rodadas, ao longo das quais os(as) jogadores(as) vão se revezando e criando seus desenhos, adicionando, a cada novo turno, a característica relacionada ao número sorteado. Após lançar o dado, cada jogador(a) verifica na cartela abaixo a informação correspondente ao número sorteado, considerando a coluna referente à rodada.

Sorteio: na primeira rodada, sorteamos o número que indicará qual tipo de máquina será criada por cada participante. Na segunda, o novo número sorteado indica a função da máquina. Na terceira, o material de que ela é feita. E na quarta, uma característica associada a ela. O jogo continua até que todos(as) completem suas imagens, passando por todas as características indicadas na cartela.

Quem poderia usar esta máquina?

Exemplo: (4) uma máquina movida a vento para (2) furar, feita de (1) madeira e (3) colorida para ser usada por um vendedor de coco na praia.

Dicas

Depois de feito o desenho do projeto, que tal construir uma máquina assim, utilizando materiais recicláveis?

Criem juntos(as) novas cartelas, estabelecendo outros tipos de máquinas, funções, materiais e características para sorteio e invenção de mais engenhocas.

tipos de máquina função material atributo 1 movida à água cochilar madeira grande 2 com teclado furar plástico pequeno 3 tração animal descansar papel colorido 4 movida a vento balançar borracha pesado 5 movida a motor montar tecido brilhante 6 movida a pilha despertar metal transparente 97 TRABALHOS

LUTAS

E essa gente obstinada

Um povo que não foge

Da raia a troco de nada

Mesmo tendo mais espinhos

Que flores em sua jornada

Se esquiva dos mesquinhos

E segue a caminhada

Tá cedo no ônibus lotado

Condição precária

Sem glamour pra ser postado

Parece ficção literária

Mas é a realidade do povo

E sua luta diária

E a gente da roça

Com sua luta agrária

Planta coragem

Num pedaço de chão

E colhe liberdade

De grão em grão

Na saúde mental

Contra os maus tratos

Luta antimanicomial

Além da reforma psiquiátrica

O afeto como prática

As opressões se apresentam

De forma estrutural

Por isto, a luta tem de ser Interseccional

Ou seja, é uma luta de todos

Contra atitudes racistas,

Capacitistas, machistas

Sem retrocessos

Para nossas conquistas

Uma vez ouvi a frase

‘’Ousar lutar, ousar vencer”

Que a vitória não se atrase

E que dias melhores

Possam florescer

100 LUTAS

ADÃO DOMICIANO

Ecoporanga (ES) 1969

AMAZÔNIA TRÁFICO I

Aquarela sobre papel

42 × 62 cm

2006

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2006

101 LUTAS

LOURDES DE DEUS Custódia (PE) 1959

URUBUS NA PREFEITURA Acrílica sobre tela 50 × 70 cm

2000

Prêmio Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2000

102 LUTAS

SHILA JOAQUIM

Ribeirão Preto (SP) 1965

O MARTÍRIO DE NOSSA

SENHORA DO BRASIL Acrílica sobre tela 50 × 70 cm

2019

Prêmio Destaque Aquisição na Bienal Naïfs do Brasil, de 2020

103 LUTAS

WALDOMIRO DE DEUS Itagibá (BA) 1944

LAGOA RODRIGO DE FREITAS Acrílica sobre tela 100 × 100 cm

2000

Participação na Bienal Naïfs do Brasil, de 2000 Sala especial Waldomiro de Deus

104 LUTAS

Salvador (BA) 1933–2000

INVASÃO Óleo sobre tela

60 × 52 cm

1988

Prêmio Aquisição na Mostra Nacional de Arte Ingênua e Primitiva, de 1991

EMMA VALE
105 LUTAS

Você é comprometido com alguma causa social?

Quais injustiças o motivam a lutar?

Como você expressa os seus desejos de mudança?

106 LUTAS

Exploração, desigualdade, morte e injustiça são alguns desequilíbrios que clamam por lutas e podem se traduzir em denúncias e manifestações que convocam formas de resistência. Quando as lutas por direitos passam a ser organizadas por uma coletividade, elas ganham o caráter de movimentos sociais, assumindo uma dimensão política que se relaciona com o exercício da cidadania.

No Brasil, vários movimentos foram reconhecidos como importantes e necessárias lutas históricas. Dentre eles, há o movimento feminista, que reivindica equidade entre homens e mulheres; o movimento dos trabalhadores sem-terra e sem-teto, por moradia rural e urbana; movimentos identitários como o movimento negro e o LGBTQIA+; além de movimentos estudantis e ambientais, entre muitos outros.

Dentro dessas lutas que buscam principalmente a diminuição das desigualdades e o exercício dos direitos, conversar sobre a cidadania, propor debates, identificar assimetrias, organizar publicações, ocupar as ruas e promover mudanças são formas de mobilização em prol de uma causa na qual acreditamos.

Essas e outras maneiras de projetar outros mundos, de traduzir desejos e sentimentos, e de clamar por justiça configuram gestos essenciais da coletividade por mudanças concretas.

Como forma de elaboração de acontecimentos e situações da realidade social, uma obra de arte pode também ser uma denúncia. A partir delas, artistas se colocam por meio de diferentes linguagens para transmitir seus pensamentos e sua atitude, para protestar contra algo que consideram errado, ou ainda mostrar seu engajamento em determinadas causas. Artistas engajados podem se comportar como atores sociais ativos, contribuindo para a identificação dos problemas que afligem a humanidade de forma geral.

Convidamos Naine Terena, mulher do povo Terena nascida em Cuiabá (MT), comunicóloga, mestra

em artes, doutora em educação, docente, curadora e artista-educadora, para contribuir com algumas reflexões acerca de como as lutas históricas nos ajudam a entender nossas lutas cotidianas.

Ao chamar atenção para a importância de buscarmos suportes capazes de instaurar um pensamento crítico dentro das escolas, Naine reivindica o valor da memória das lutas sociais, tão apagada pela história oficial. Se a memória é um direito de todos e base para a construção de um futuro comum, como escreve a autora, o gesto de inspirar debates e aprendizados que aproximem episódios envolvendo as lutas históricas ao cotidiano da sala de aula é algo essencial para moldar valores mais coletivos entre os alunos.

Nesse contexto, as obras de arte são também um potente meio de registrar eventos e histórias em versões diferentes das contadas pelos discursos oficiais, promovendo, para aqueles e aquelas que as estudam, o alargamento de suas perspectivas. As obras deste eixo trazem questões que incomodam seus autores e autoras – como o desmatamento desenfreado das florestas e a poluição do meio ambiente – e as diferentes formas de organização e participação coletiva em lutas sociais no Brasil.

107 LUTAS

Para

Ecoar

Quem está na sala de aula?

Pensar o valor da memória é algo que precisamos colocar em prática. Enfatizo essa informação com base na célebre frase “um povo sem memória é um povo sem futuro”, inscrita em uma das arquibancadas do Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, em Santiago, no Chile. A memória e o futuro devem ser direito de todos e, para isso, precisamos perseverar nos processos de equidade. Por isso, o seguinte trecho do livro de Ondjaki, poeta e escritor nascido em Luanda, chama a atenção para algumas incertezas que precisamos “abraçar” em nosso cotidiano escolar. Observe: “enquanto Miguel dizia que quem viver é para contar [algo], a avó Catarina sabiamente ressaltava que quem lembra é que vai contar. Não se trata de ter um corpo em vida, mas uma vida em movimento e em constante construção de conhecimento para viver neste mundo das diferenças com memória!”.

Esse trecho de O livro do deslembramento nos permite atravessar diversos contextos em sala de aula, especialmente quando quisermos pensar criticamente que temos que ser aqueles que estão vivos, com lembranças de algo para contar. Se a história oficial não apresenta a memória das lutas sociais abrangendo suas múltiplas faces, cabe ao educador buscar suportes para que o pensamento crítico se instaure nos debates e aprendizados e aproxime episódios à sala de aula – porque todos nós fazemos em alguma medida, parte delas. E cabe então perguntar: como você, educador/educadora, tem confrontado as questões que envolvem classes sociais em sua sala de aula? A partir de qual perspectiva esse tema tem sido sugerido enquanto elemento de debate para suas aulas e o que se pode apren-

108
LUTAS

Como as lutas históricas nos ajudam a entender as nossas lutas diárias?

der com ele? Como os processos de fomento à equidade estão sendo desenvolvidos em sua comunidade escolar? Como vocês trabalham, com os alunos, a compreensão de que todos devem ter oportunidades de maneira justa? Como as lutas históricas nos ajudam a entender as nossas lutas diárias? Este texto se volta mais às práticas cotidianas no núcleo escolar do que aos conteúdos didáticos em si.

Em seu livro Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade (2017), a professora, autora e ativista antirracista americana bell hooks (a autora adota iniciais minúsculas para apresentar seu nome) observa que desde o ensino fundamental somos incentivados a adentrar a sala de aula porque esse é um lugar democrático, onde o desejo de estudar e aprender nos torna semelhantes. Porém, hooks afirma que, com o tempo, percebeu que classe social não era apenas uma questão de dinheiro e, sim, algo que moldava valores, atitudes, relações sociais e preconceitos, que inclusive definiam como o conhecimento é distribuído e recebido. Segundo a autora, aqueles alunos oriundos de grupos étnicos e de classes trabalhadoras desprivilegiadas sentiam que deveriam manter condutas como omitir hábitos e valores associados à sua origem para se integrarem a um contexto escolar no qual as classes sociais eram nitidamente marcadas e valorizadas.

Como traduzir ou atravessar esse tema através das artes? Diria que existem muitas possibilidades, mas o educador e a educadora precisam, primeiro, ser atravessado/atravessada pelas múltiplas realidades que os cercam. Que o diga Adão Domiciano Pinto, artista plástico que vive na Região Centro-Oeste brasileira, e que tem uma trajetória que nos ajuda a percorrer caminhos que avançam tanto na análise de hooks como na história de Ondjaki. Adão diz quem ele é, de onde veio e inspira para onde ir. A sugestão aqui baseia-se na leitura do artista como um todo, em relação com a realidade da sala de aula, seu entorno e os processos de equidade.

***
109 LUTAS

A observação da história desse artista (e de diversos outros) é um ótimo tema para debate em sala de aula:

Adão se apresenta como um homem que até os doze anos não sabia o significado da palavra ‘arte’. Enquanto vendia salgados, um colega o convidou para conhecer o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso, lugar onde começou a adentrar nesse universo. Quantas pessoas têm histórias semelhantes à de Adão em nosso entorno? Será que nossos alunos têm histórias parecidas, ouviram falar ou entendem as diferentes questões sociais que envolvem a infância/adolescência? Na narrativa, Adão diz que não era apenas adentrar o espaço gratuito para aula de artes. Esse espaço oferecia o material [como pensar processo de equidade nesse método de capacitação dos alunos?].

Adão nos conta que viveu processo migratório procurando “melhores condições de vida”, mas gostaria que a arte fosse sua primeira profissão. Quais lutas individuais representam melhores condições de vida? Quais processos levaram às diferenças sociais no nosso país? Será que as famílias dos alunos também estão em processo migratório para melhorar as condições de vida? Por que muitos artistas não conseguem atuar somente como artistas? Qual é o lugar da arte na nossa sociedade? O que nossos alunos pensam sobre arte?

Em algumas de suas obras, o artista representa sua percepção da condição de extrema pobreza na qual muitas pessoas, habitantes da floresta, se encontram atualmente. Essas pessoas acabam por encontrar sustento realizando trabalhos precarizados que exploram outros seres não humanos - animais e árvores. Quem são essas pessoas? Elas “cabem” em nossa sala de aula? Como nos relacionar com elas?

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Para Pensar

Juntos

Algumas obras nos fazem pensar e outras conseguem nos mobilizar. A conexão com a vida cotidiana e suas dificuldades, bem como a forma acessível de comunicação, são características importantes da arte popular, seja por meio de músicas, pinturas, gravuras ou poesias.

Na literatura de cordel, por exemplo, são comuns a crítica e a descrição de acontecimentos sociais – o que faz dessa arte uma importante fonte de acesso à informação para o povo do sertão nordestino. Da mesma forma, muitos artistas ampliam o acesso a essas questões por meio da Arte Urbana, levando seus trabalhos às ruas, usando, por exemplo, o grafite ou o lambe-lambe.

Investiguem de que formas a arte pode contribuir na mobilização para soluções de problemas da vida cotidiana ou provocar reflexões sobre causas importantes, como, por exemplo: as mudanças e as transformações necessárias na busca por justiça ou a preservação dos direitos humanos e da natureza.

Pensem sobre os problemas e/ou questões que vocês enfrentam e para os quais gostariam de sugerir soluções. Como seria possível representá-los de forma poética e simplificada, de maneira que todas as pessoas que compartilham dessas questões pudessem acessá-las? Quais são as possíveis estratégias de comunicação para engajar essas pessoas?

111
LUTAS

Que tal propor uma prática coletiva experimentando o Lambe-Lambe, técnica artesanal de criação e afixação de folhetos e cartazes? Os lambe-lambes podem ser confeccionados de diversas maneiras. Uma delas é utilizar folhas de papel sulfite no formato A4 ou A3. Depois de confeccionados, eles são colados diretamente em paredes ou em uma superfície plana, como uma placa de compensado, ou um tapume, por exemplo.

Materiais

Para essa proposição vocês precisarão providenciar: papel sulfite A3 ou A4, cola branca, rolinho de pintura, garrafa PET vazia e celular (caso necessário).

Para

Criar Juntos

112 LUTAS

Criação dos cartazes

Essa proposição pode ser feita individualmente ou em grupo. Cada um(a) será responsável por identificar e representar uma reivindicação ou sugestão por meio de palavras e/ou imagens em uma composição que se encaixe no papel sulfite, formato A3 ou A4. Essas composições podem ser multiplicadas por meio de sua digitalização ou do xerox. Assim, é possível criar várias composições. Dicas

Explorem a forma de “desenhar” as palavras, construindo frases curtas e diretas, que podem também ser perguntas. Pesquisem fontes interessantes e ocupem de forma criativa o suporte da folha. Se for possível, usem o celular na criação dos cartazes: existem muitos aplicativos para a composição com imagens e palavras, como o Canva, por exemplo.

Instalação dos lambe-lambes

Investiguem juntos(as) qual seria o local ideal para instalar os lambe-lambes. Uma das receitas de cola para sua instalação é:

1 ) Faça uma mistura de uma parte de cola branca com duas partes de água.

2) Aplique a cola diluída direto na parede com a ajuda do rolo de pintura e, na sequência, cole os cartazes em cima.

3) Você pode passar uma nova camada de cola diretamente no cartaz, com cuidado para não rasgar.

4) Após a secagem, você pode interferir com canetas permanentes, colorindo os lambe-lambes.

Após a instalação, é interessante observar como as pessoas reagem a essa intervenção. Que diálogos ela provocou?

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COMPLEMENTARES
INFORMAÇÕES

Referências

NATUREZAS

TEXTOS DO EIXO

BERMOND, Jhon. Instagram. Disponível em: https://www. instagram.com/jhonbermond/. Acesso em: 04 abr. 2023.

GAVIÑA , Estefania. Instagram. Série Gestos Barreira: ht tps://z-p42.www.instagram.com/p/B-vj5juH_Ma/?utm_sour ce=ig_web_copy_link. Acesso em: 07 abr. 2023

JARDIM DO MUNDO. Arte da Terra – As ilustrações orgânicas de Jhon Bermond. Disponível em: https://jardim domundo.com/arte-da-terra-as-ilustracoes-organicas-de -jhon-bermond/. Acesso em: 04 abr. 2023.

KOPENAWA, Davi. Conversa sobre o Livro “A Queda do Céu: palavras de um xamã yanomami”. Davi Kopenawa fala sobre seu livro em co-autoria com Bruce Albert. Faculdade de Educação UFMG, Youtube, 2015. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=pAmIGIzGj2Q. Acesso em: 04 abr. 2023.

ORTEGA, Anna. Ailton Krenak: “A Terra pode nos deixar para trás e seguir o seu caminho”. Entrevista concedida por Ailton Krenak ao Jornal da Universidade da UFRS, 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/ailton-krenak-a -terra-pode-nos-deixar-para-tras-e-seguir-o-seu-caminho/ Acesso em: 04 abr. 2023.

POÉTICA DO HABITAR.

Instagram. Infância, Natureza, Cozinha e Produção de Tintas Naturais por Denise Valarini. Disponível em: https://www.instagram.com/poeticadoha bitar/. Acesso em: 04 abr. 2023.

TEXTOS DAS FICHAS

Carmézia Emiliano

BURITI, Sansara. Carmézia Emiliano. Youtube, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GaajJ5gKp6A Acesso em: 18 mar. 2023.

EMILIANO, Carmézia. A árvore da vida. Vídeo registro Masp. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RfJL WechSn4 Acesso em: 10 ago. 2023.

EMILIANO, Carmézia. Facebook. Disponível em: https://www. facebook.com/carmezia.emiliano/. Acesso em: 18 mar. 2023.

EMILIANO, Carmézia. Instagram. Disponível em: https://www. instagram.com/carmeziaemiliano/. Acesso em: 18 mar. 2023.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EMILIANO, Carmézia. Semana da Arte Indígena Contemporânea: 3 minutos de história da voz de Carmézia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oITdTsteLmY Acesso em: 10 ago. 2023.

INSTITUTO CULTURAL VALE. Arte Indígena Contemporânea – Ep. 1: Carmézia Emiliano. Youtube, 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sZOWGdX-2nc Acesso em: 18 mar. 2023.

MUSEU DE ARTE MODERNA . Carmézia Emiliano – Moquém Surarî: arte indígena contemporânea. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GoW42jiGbXs Acesso em: 18 mar. 2023.

PORTAL EBC. Arte Demarcada: o levante indígena nas artes. Disponível em: https://tvbrasil.ebc.com.br/caminhos-da-re portagem/2023/06/arte-demarcada-o-levante-indigena -nas-artes Acesso em: 10 ago. 2023.

SESC-SP. Verbetes | Bienal Naïfs do Brasil 2020 (15. ed.). Arte Indígena Contemporânea: verbete elaborado no contexto da ação educativa da 15a edição Bienal Naïfs do Brasil (2020). Disponível em: https://sesc.digital/conteudo/artes -visuais/naifs-2020-verbetes/naifs-2020-verbete-yupuri Acesso em: 10 ago. 2023.

SESC-SP. Carmézia Emiliano. Frestas – Trienal de Artes 2020/2021. Disponível em: https://frestas.sescsp.org.br/ artistas/carmezia-emiliano/ Acesso em: 18 mar. 2023.

WIKIPEDIA . Carmézia Emiliano. Disponível em: https://pt. wikipedia.org/wiki/Carm%C3%A9zia_Emiliano Acesso em: 18 mar. 2023.

Maria Lira

AM GALERIA. Filme Exposição “Meus bichos do sertão” da artista Maria Lira Marques na AM Galeria. Youtube, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=G_Pc ClsKCtQ Acesso em: 19 mar. 2023.

CIRANDA DE FILMES. Lira Marques, artesã de Araçuaí, MG - ciranda de memórias da infância. Youtube, 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=n8hci8Z36dc Acesso em: 19 mar. 2023.

CORRÊA, Joana. Maria Lira Marques: a arte lírica de um sertão afro-indígena. Revista BDMG Cultural, n.7, 2022. Disponível em: https://bdmgcultural.mg.gov.br/artigos/ma ria-lira-marques-a-arte-lirica-de-um-sertao-afro-indigena/ Acesso em: 19 mar. 2023.

FROTA, Lélia Coelho. A lira do Vale – Ceramista e musa do Jequitinhonha. AM Galeria, 1994. Disponível em: https:// amgaleria.com.br/artista/maria-lira-marques/ Acesso em: 19 mar. 2023.

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LIRA , Maria. Instagram. Disponível em: https://www.insta gram.com/marialiramarques/ Acesso em: 19 mar. 2023.

MOURA, Rodrigo. Exposição Meus bichos do sertão, Maria Lira Marques. AM Galeria, 2021. Disponível em: https:// amgaleria.com.br/maria-lira/ Acesso em: 19 mar. 2023.

MOURA, Rodrigo. Maria Lira Marques: Obras recentes. Gomide&Co, 2021. Disponível em: http://gomide.co/exhi bitions/17-maria-lira-marques-obras-recentes/overview/ Acesso em: 19 mar. 2023.

PERASSOLO, João. Quem é Maria Lira, que saiu do Vale do Jequitinhonha e ganhou o circuito das artes. Folha de São Paulo, 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com. br/ilustrada/2021/09/quem-e-maria-lira-que-saiu-do-va le-do-jequitinhonha-e-ganhou-o-circuito-das-artes.shtml Acesso em: 19 mar. 2023.

UFMG. Saberes Plurais – Lira Marques. Disponível em: https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/saberesplurais/artista/ mestra-lira-marques/ Acesso em: 19 mar. 2023.

RUPESTRE IMAGENS. Maria Lira Marques (2021). Youtube, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=O XSYQNmzgK4 Acesso em: 19 mar. 2023.

TERRITÓRIO DO BRINCAR. Cinco Canções de Lira Marques. Youtube, 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=Lm_vEUjyaXE Acesso em: 19 mar. 2023.

117 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

CATÁLOGO DAS ARTES. Gerardo de Souza. Disponível em: https://www.catalogodasartes.com.br/artista/Gerardo%20 de%20Souza%20-%20Gerardo%20de%20Sousa/ Acesso em: 19 mar. 2023.

J. Borges

AIDAR, Laura. História do Forró. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/historia-do-forro/ Acesso em: 19 mar. 2023.

ARTE DO BRASIL . J. Borges. Disponível em: http://artedo brasil.com.br/jose_francisco.html Acesso em: 19 mar. 2023.

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL. Material educativo da exposição ARMORIAL 50 – CCBB Educativo.

LEMOS, Danielle Almeida. J. Borges - Xilogravura e Literatura de cordel (Reportagem do Jornal Nacional de 2014). Youtube, 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=f1XrCCiqyhc Acesso em: 19 mar. 2023.

SESC-SP. Material educativo da exposição GRAVADO, 2016

WIKIPEDIA . J. Borges. Disponível em: https://pt.wikipedia. org/wiki/J._Borges Acesso em: 19 mar. 2023.

CORPOS

TEXTOS DO EIXO

ASSIS, M. de; GOMES, E. X.; PEREIRA , J. S.; PIRES, A. L. (Ed.). 10x10: Ensaios entre arte e educação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017. Disponível em: https://content.gulbenkian.pt/wp-content/uploads/si tes/16/2017/09/29120319/10x10_EnsaiosentreArteeEdu cacao-1.pdf. Acesso em: 04 abr. 2023.

CARDOSO, Fernando. Jogos teatrais na escola: aprendizagem em cena. Site da Escola Viva. Disponível em: ht tps://www.escolaviva.com.br/blog/jogos-teatrais-na-escola -aprendizagem-em-cena. Acesso em: 07 abr. 20233.

GROISMAN, Michel. Site do artista. Disponível em: https://car gocollective.com/michelgroisman. Acesso em: 04 abr. 2023.

UFSC - Faculdade de Ed. Física. Padrões Corporais, Violência Física e Simbólica. Disponível em: https://sgmd.nute.ufsc. br/content/especializacao-cultura-digital/educacao-fisica/ pagina-32.html. Acesso em: 06 abr. 2023.

WIKIPEDIA . Cadáver Esquisito. Disponível em: https://pt. wikipedia.org/wiki/Cad%C3%A1ver_esquisito. Acesso em: 04 abr. 2023.

WIKIPEDIA. Surrealismo. Disponível em: https://pt.wikipedia. org/wiki/Surrealismo. Acesso em: 04 abr. 2023.

TEXTOS DAS FICHAS

Augusto Japiá

JAPIÁ, Augusto. Instagram. Disponível em: https://www. instagram.com/augustojapia/ Acesso em: 18 mar. 2023.

JOAQUIM, Luiz. Everaldo, o candidato - Artista plástico anarquista lança o candidato a vereador imaginário. Cinema Escrito, 2017. Disponível em: https://www.cinemaescrito.com/2017/04/ everaldo-o-candidato/ Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC CAMPINAS. Acervo Aberto - Augusto Japiá. Youtube, 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v= wFY-eAFGibQ Acesso em: 18 mar. 2023

SESC-SP. Catálogo Digital da Bienal Naïfs do Brasil, 2014 (12a edição). Disponível em: https://sesc.digital/conteudo/artes -visuais/catalogo-12-bienal-naifs Acesso em: 18 mar. 2023.

Lenice Lopes da Silva

BLOMSKI, Míriam Stella. Saci, de Monteiro Lobato: Um Mito Nacionalista. Em Tese, v. 28, n.3. Disponível em: http:// www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/emtese/article/ view/3614/3594 Acesso em: 18 mar. 2023.

CALENDARR BRASIL . Dia do Saci, 2023. Disponível em: https://www.calendarr.com/brasil/dia-do-saci/ Acesso em: 18 mar. 2023.

CHIES, Arnaldo. Coletânea de textos do jornalista e crítico de artes Luiz Ernesto Kawall. Site Blogspot de Arnaldo Chies. Disponível em: http://arnaldochieus.blogspot.com/2015/07/ os-14-do-vale.html Acesso em: 18 mar. 2023.

FUNDART. Confira como foi a abertura do 13a Salão Ubatuba de Belas Artes. Fundart Prefeitura de Ubatuba, 2016. Disponível em: https://fundart.com.br/confira-como-foi -abertura-13o-salao-ubatuba-de-belas-artes/ Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. Catálogo digital da Bienal Brasileira de Arte Naïf, 1994. Disponível em: https://sesc.digital/conteudo/artes-vi suais/catalogo-02-bienal-naifs Acesso em: 18 mar. 2023.

118 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

WIKIPEDIA. Dia do Saci. Disponível em: https://pt.wikipedia. org/wiki/Dia_do_Saci Acesso em: 18 mar. 2023.

WIKIPEDIA . São Luiz do Paraitinga. Disponível em: https:// pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Luiz_do_Paraitinga Acesso em: 18 mar. 2023.

VOLPATO, Leonardo. Dia do Saci: Entenda a festividade que se contrapõe ao Halloween. Folha de São Paulo, 2021. Disponível em: https://f5.folha.uol.com.br/viva-bem/2021/10/ dia-do-saci-entenda-a-festividade-que-se-contrapoe-ao -halloween.shtml Acesso em: 18 mar. 2023.

Antônio Scarelli

BLOG TONICO E ZEQUINHA. Disponível em: http://toni coezequinhascarelli-artenaif.blogspot.com/ Acesso em: 18 mar. 2023.

NASCIMENTO, Nanno. Filme Pintores Primitivistas, de Sales Oliveira/SP, por Nanno Nascimento - Orlândia/SP!. Youtube, 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v= VEq0qL79Hk0&ab_channel=NannoNascimento Acesso em: 18 mar. 2023.

NASCIMENTO, Nanno. “Pintores primitivistas de Sales Oliveira mostram suas obras em quadros”. Coluna Social Nanno Nascimento, 2009. Disponível em: https://colunasocialnan nonascimento.wordpress.com/2009/10/29/pintores-primi tivistas-de-sales-oliveira-mostram-suas-obras-em-quadros/ Acesso em: 18 mar. 2023.

ROSEATELIE1972. Irmãos Scarelli. Youtube, 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zbzhuWyBASk&ab_ channel=roseatelie1972 Acesso em: 18 mar. 2023.

SALES OLIVEIRA . Celeiro de artistas primitivistas do Estado. Portal Turismo do Município de Sales, 2015. Disponível em: https://www.salesoliveira.sp.gov.br/portal/turismo/0/9/2125/ celeiro-de-artistas-primitivistas-do-estado Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC SOROCABA . Facebook, 2020. Disponível em: https:// www.facebook.com/sescsorocaba/photos/a.188643444489 797/3759297017424404/?type=3 Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. Catálogo Digital da Bienal Naïfs do Brasil 2002 (6a edição). Disponível em: https://sesc.digital/conteudo/artes -visuais/catalogo-06-bienal-naifs Acesso em: 18 mar. 2023.

TV BRASIL. Canabraba - A Necessidade de Expressão. Canal Curta, 1987. Disponível em: https://canalcurta.tv.br/ filme/?name=canabraba---a-necessidade-de-express% C3%A3o1 Acesso em: 18 mar. 2023.

WIKIPEDIA . Pacha Mama. Disponível em: https://pt.wikipe dia.org/wiki/Pacha_Mama Acesso em: 18 mar. 2023.

Denise Costa

COSTA , Denise. Site da artista. Disponível em: https://www. denisecosta.com.br/sobre-a-artista Acesso em: 18 mar. 2023.

HADICH, Ceres. As Mulheres e Agroecologia. Site do MST, 2021 https://mst.org.br/2021/10/08/as-mulheres-e-a-a groecologia/ Acesso em: 20 jun. 2023.

SESC-SP. Catálogo Digital Bienal Naïfs do Brasil 2014 (12a edição). Disponível em: https://sesc.digital/conteudo/artes -visuais/catalogo-12-bienal-naifs Acesso em: 18 mar. 2023.

VITURI, Gabriel. A mulher do campo e a tradição do invisível. Portal Sesc, 2014. Disponível em: https://portal.sescsp.org. br/online/artigo/8616_A+MULHER+DO+CAMPO+E+A+ TRADICAO+DO+INVISIVEL Acesso em: 18 mar. 2023.

Mestre Zequinha

ALMEIDA , Mestre Zequinha. Facebook. Disponível em: ht tps://www.facebook.com/Zequinharaizdeangola Acesso em: 18 mar. 2023.

ALMEIDA , Mestre Zequinha. Instagram. Disponível em: https://www.instagram.com/mestrezequinha/ Acesso em: 18 mar. 2023.

ESCOLA DE CAPOEIRA RAIZ DE ANGOLA. Mestre Zequinha, Piracicaba/SP. Site da Escola. Disponível em: https://capoei raraizdeangola.wixsite.com/manhas-e-mandinga-/artista -plastico-?action_object_map=%7B%2273104305699407 1%22%3A925720847452743%7D&action_ref_map=[]&ac tion_type_map=%7B%22731043056994071%22%3A% 22og.likes%22%7D&fb_action_ids=731043056994071& fb_action_types=og.likes&fb_source=feed_opengraph& fbclid=IwAR3a2RBXWNZC7M5Js5q43kUANnI9YG2Paru wIq9XGqMXbClzGSiBwQUb9dE Acesso em: 18 mar. 2023.

FESTIVAL CURAU. Curau e Prosa 2014 - Mestre Zequinha. Youtube, 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=0Yap0lXqjHM& Acesso em: 18 mar. 2023.

119 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

IBECA - Instituto Brasileiro de Esporte e Cultura. Angola e Regional - Capoeira de Angola. Site Capoeira Ibeca. Disponível em: https://capoeiraibeca.com/familia-ibeca/a-ca poeira/angola-e-regional/ Acesso em: 18 mar. 2023.

INSTITUTO CURAU. Mestre Zequinha. Site Instituto Curau, 2021. Disponível em: https://www.institutocurau.com. br/2021/10/12/mestre-zequinha/ Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. Agenda da Bienal Naïfs do Brasil 2014. Edições Naif, Sesc Piracicaba, 2014. Disponível em: https://edicoesnaifs. sescsp.org.br/2014/agenda.html Acesso em: 18 mar. 2023.

RITOS

TEXTOS DO EIXO

NOVAES, Bruno. Diário 366 - Ação Educativa: Quantas Histórias cabem em um ano?. Site do artista. Disponível em: https://www.brunonovaes.com/diario366 Acesso em: 04 abr. 2023.

POVOS INDÍGENAS DO BRASIL. Yãkwa, o Banquete dos Espíritos (Virgínia Valadão 1995) - Documentário. Youtube, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=rqNdu9a8BYM Acesso em: 04 abr. 2023.

TEXTOS DAS FICHAS

Ivan da Silva Moraes

CATÁLOGO DAS ARTES. Ivan Moraes. Disponível em: https:// www.catalogodasartes.com.br/artista/Ivan%20Morais%20 -%20Ivan%20da%20Silva%20Morais/ Acesso em: 20 mar. 2023.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL . Ivan Moraes. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa216914/ ivan-da-silva-moraes Acesso em: 20 mar. 2023.

GALERIA JACQUES ARDIES. Ivan Moraes. Disponível em: https://ardies.com/ivan-moraes/ Acesso em: 20 mar. 2023.

GUIA DAS ARTES. Ivan Moraes. Disponivel em: https://www. guiadasartes.com.br/ivan-moraes/artista Acesso em: 20 mar. 2023.

Tânia de Maya Pedrosa

ARTE CONTEMPORÂNEA DAS ALAGOAS. Tania Pedrosa. Disponível em: https://contemporaneadasalagoas.art.br/ artista/tania-pedrosa/ Acesso em: 20 mar. 2023.

ARTE CONTEMPORÂNEA DAS ALAGOAS. Tânia Pedrosa. Youtube, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=eSz9lCH3M6M Acesso em: 20 mar. 2023.

DIÁRIO DO VALE. Artista alagoana Tania Pedrosa celebra seus 90 anos com exposição em Paraty. 13 jul. 2023. Disponível em: https://diariodovale.com.br.lazer/artista-alagoa na-tania-pedrosa-celebra-seus-90-anos-com -exposiçao -em-paraty/ Acesso em: 2 fev. 2024.

PEDROSA, Tania de Maya. Facebook. Disponível em: https:// www.facebook.com/tania.demayapedrosa/ Acesso em: 20 mar. 2023.

PEDROSA , Tania Maya. Site da artista. Disponível em: https://www.taniademayapedrosa.com.br/ Acesso em: 20 mar. 2023.

Eliza Gonçalves de Mello

WIKIPEDIA . Eliza Mello. Disponível em: https://pt.wikipedia. org/wiki/Eliza_Mello Acesso em: 20 mar. 2023.

CATÁLOGO DAS ARTES. Eliza Mello. Disponível em: https:// www.catalogodasartes.com.br/artista/ELIZA%20MELLO/ Acesso em: 20 mar. 2023.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL . Eliza Mello. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa277215/ eliza-m Acesso em: 20 mar. 2023.

EVERYBODYWIKI. Eliza Gonçalves de Mello. Disponível em: https://pt.everybodywiki.com/Eliza_Gon%C3%A7al ves_de_Mello Acesso em: 20 mar. 2023.

Rodelnégio Gonçalves Neto

BAHIA, José Aloise. Rodelnégio Gonçalves. Catálogo das Artes, 2007. Disponível em: https://www.catalogodasartes. com.br/artista/Rodelnegio%20Gon%E7alves%20Netto/ Acesso em: 20 mar. 2023.

BAHIA, José Aloise. Rodelnégio Gonçalves. Germina - Revista de Literatura e Arte, 2002. Disponível em: https://www. germinaliteratura.com.br/arsnova_josealoisebahia_jun07. html Acesso em: 20 mar. 2023.

SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS. Mateus Leme recebe a tradicional cavalhada de Santo Antônio. 2016. Disponível em: https://www.secult.mg.gov.br/ noticias-artigos/3615-mateus-leme-recebe-a-tradicional -cavalhada-de-santo-antonio Acesso em: 20 mar. 2023.

120 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

BOMBLÔ. José Carlos Monteiro. Disponível em: https:// blombo.com/artistas/jose-carlos-monteiro/ Acesso em: 20 mar. 2023.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL . José Carlos Monteiro. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pes soa7813/jose-carlos-monteiro Acesso em: 20 mar. 2023.

MAGNUM STUDIO. Mapa Cultural no Vale. Disponível em: https://magnostudio.com.br/mapaculturanovale/sao-luiz -do-paraitinga.html Acesso em: 20 mar. 2023.

RAMOS, Agostinha. José Carlos Monteiro.Pintor,escritor,visionário e contador de causos. Youtube, 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FMD1Cz_2WqE Acesso em: 20 mar. 2023.

COTIDIANOS

TEXTOS DO EIXO

BRASIL ESCOLA . Cultura, Cotidiano Escolar e Espaços Sociais. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com. br/pedagogia/cultura-cotidiano-escolar-e-espacos-sociais. htm. Acesso em: 04 abr. 2023.

JA.CA. Leandro Erlich: a tensão. Convite à ativação digital, outubro de 2021. CCBB Educativo / Arte & Educação . Disponível em: http://www.jaca.center/wp-content/ uploads/2022/04/CA_Erlich_Aditivo-20220 119.pdf. Acesso em: 04 abr. 2023.

PAYNO, Mariana. Uma breve linha do tempo sobre a invenção do descanso. Revista Gama, 2020. Disponível em: https://gamarevista.uol.com.br/semana/como-descansar/ linha-do-tempo-a-invencao-do-descanso/. Acesso em: 27 mai. 2023.

TEXTOS DAS FICHAS

João Alexandre Sarti

D’AMBROSIO, Oscar Alejandro Fabian. Um mergulho no Brasil Naif. Tese (Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2013. Disponível em: https://dspace.mackenzie.br/bitstream/han dle/10899/24583/Oscar%20Alejandro%20Fabian%20 DAmbrosio.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 18 mar. 2013.

Toninho Guimarães

ANIMAL SOÑADO. Na beira da cor - Video Feito para Bienal de Arte Naiff do SESC, Brasil. Youtube, 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9AIQf4bYJHQ Acesso em: 18 mar. 2023.

GUIMARÃES, Toninho. Obras de Toninho Guimarães selecionadas na Bienal Naif. Youtube, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iInHmpZbQ38 Acesso em: 18 mar. 2023.

GUISASOLA, Thaís. Sem Título - Fabulações e Cosmologia - Personalidades de diversas áreas de atuação foram convidadas para lançar seus olhares sobre as obras do Acervo Sesc de Arte. Sesc Digital, 2022. Disponível em: https://sesc. digital/conteudo/artes-visuais/semtitulo/semtitulocosmologia Acesso em: 18 mar. 2023.

LEMES, Geiseane. Obra do artista Toninho Guimarães é selecionada na bienal de SP. Youtube, 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AtIxl1H2SW8 Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. As 4 obras que são destaque na Bienal e os artistas por trás delas. Ponto digital, Bienal Naifs do Brasil Sesc São Paulo, 2018. Disponível em: https://bienalnaifs2018.sescsp. org.br/pt/ponto-digital/as-quatro-obras-que-sao-destaque -na-bienal Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. No rastro naïf de Toninho Guimarães. Revista E online Sesc São Paulo, 24/08/2016. Disponível em: https:// portal.sescsp.org.br/online/artigo/10253_NO+RASTRO+NAI F+DE+TONINHO+GUIMARAES Acesso em: 18 mar. 2023.

Deraldo Clemente

D’AMBROSIO, Oscar. Deraldo Clemente. Disponível em: ht tps://oscardambrosio.com.br/artistas/425/deraldo-clemente Acesso em: 18 mar. 2023.

NAIF A CÉU ABERTO. Depoimento - Deraldo Clemente | Exposição “Naif a Céu Aberto”. Youtube, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iPpI1yRLux0 Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. Bienal Naïfs do Brasil 2012. Edições Naifs Sesc Piracicaba, 2012. Disponível em: https://edicoesnaifs.sescsp. org.br/2012/es/8_052/autor.html Acesso em: 18 mar. 2023.

121 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Carlos Alberto de Oliveira

ARTE POPULAR NO BRASIL . Carlos Alberto de Oliveira. Blogspot, 2012. Disponível em: http://artepopularbrasil.blogs pot.com/2012/05/carlos-alberto-de-oliveira.html Acesso em: 18 mar. 2023.

DREHMER, Vanessa. Abertura de exposição em Novo Hamburgo. Site Vanessa Drehmer Fotografia, 2016. Disponível em: https://www.vanessadrehmer.com.br/portfolio/eventos/ 80857-novo-hamburgopor-carlos-alberto-de-oliveiracarlao Acesso em: 18 mar. 2023.

ESCOLA MUNICIPAL DE ARTE CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA . Carlos Alberto de Oliveira. 2013. Disponível em: https://escolamunicipaldeartenh.weebly.com/carlos-alber to-de-oliveira.html Acesso em: 18 mar. 2023.

SPERB, Magna K. A morte do pintor Carlos Alberto Oliveira em Novo Hamburgo! Guion Arte Galeria. Facebook, 2013. Disponível em: https://www.facebook.com/GuionCenter Cinemas/posts/a-morte-do-pintor-carlos-alberto-olivei ra-em-novo-hamburgo/624946987526397/ Acesso em: 18 mar. 2023.

WEINREB, Mara E.. Arte e Cultura: Africanidades no Ensaio da Obra de Carlos Alberto de Oliveira. Revista Prâksis, vol. 1, enero-junio, 2015, pp. 87-94. Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo - RS. Disponível em: https://www.redalyc. org/pdf/5255/525552632012.pdf Acesso em: 18 mar. 2023.

Manoel Alves Neto

CULTURA FRANCA. Manuel Neto, um pintor autodidata. Blogspot Cultura Franca, 2013. Disponível em: http://cul turafranca.blogspot.com/2013/11/manuel-neto-um-pintor -autodidata.html Acesso em: 18 mar. 2023.

MANUEL NETO. Manuel Neto Artista Plástico. Blogspot Manuel Neto Pintor, 2013. Disponível em: http://manuelne topintor.blogspot.com/ Acesso em: 18 mar. 2023.

MAPA CULTURAL - MARACANAU. Manuel Alves Neto, 2019. Disponível em: https://mapacultural.maracanau.ce.gov.br/ agente/35781/ Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC SOROCABA. Manoel Alves Neto é desenhista e pintor autodidata…. Facebook, 2020. Disponível em: https://www. facebook.com/sescsorocaba/photos/a.188643444489797 /3610126452341462/?type=3 Acesso em: 18 mar. 2023.

TRABALHOS

TEXTOS DO EIXO

FARIAS, Iuri. O Engenho de Açúcar. Youtube, 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Rvw5rHB5bL0. Acesso em: 04 abr. 2023.

LUZ, Andrea da. Engenhos de farinha: o resgate de um patrimônio cultural da Ilha de Santa Catarina. ND+, 2019. Disponível em: https://ndmais.com.br/noticias/engenhos -de-farinha-o-resgate-de-um-patrimonio-cultural-da-ilha -de-santa-catarina/. Acesso em: 04 abr. 2023.

MARTINS, Anita. Crianças vão ao Engenho dos Andrade aprender a fazer farinha em SC. Rede Catarinense de Engenhos de Farinha, 2011. https://engenhosdefarinha.wor dpress.com/2012/01/03/criancas-vao-ao-engenho-dos -andrade-e-aprendem-a-fazer-farinha-fazendo/ Acesso em: 04 abr. 2023.

MUSEU AFRO BRASIL. Apresentação. Disponível em: http:// www.museuafrobrasil.org.br/o-museu/apresentacao Acesso em: 04 abr. 2023.

TEXTOS DAS FICHAS

Nari Andrade

ANDRADE, Neri. Facebook. Disponível em: https://m.face book.com/profile.php?id=100047710808368 Acesso em: 21 mar. 2023.

ANDRADE, Neri. Instagram. Disponível em: https://www. instagram.com/andradeneri2019/ Acesso em: 21 mar. 2023.

HISTÓRIAS DA ILHA KIDS. Conversas Da Ilha - Episódio 15 - Neri Andrade, Artista Plástico Autodidata | Com Fausto De Andrade. Youtube, 2021. Disponível em: https://www.you tube.com/watch?v=82jMyFIFLis Acesso em: 21 mar. 2023.

SESC-SP. Bienal Naïfs do Brasil 2006 (8a edição). Sesc Digital, 2006. Disponível em: https://sesc.digital/conteudo/artes -visuais/catalogo-08-bienal-naifs Acesso em: 21 mar. 2023.

Anésio Cardoso

SANTANA, Ana Lúcia. Cana-de-açúcar. InfoeEscola. Disponível em: https://www.infoescola.com/plantas/cana-de -acucar/ Acesso em: 21 mar. 2023.

122 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

SESC SOROCABA. Anésio Cardoso. Facebook, 2020. Disponível em: https://www.facebook.com/sescsorocaba/photos/ a.188643444489797/3776070249080414/?type=3 Acesso em: 21 mar. 2023.

SILVA, Bruno Isaías da. Ciclo da cana-de-açúcar. InfoEscola, 2008. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/ ciclo-da-cana-de-acucar/ Acesso em: 21 mar. 2023.

Neves Torres

GALERIA ESTAÇÃO. Conversa em torno da exposição Manuel Graciano e Neves Torres. Youtube, 2017. https://www.youtu be.com/watch?v=wcOfNN4OVXg Acesso em: 21 mar. 2023.

GALERIA ESTAÇÃO. Neves Torres. Disponível em: http:// www.galeriaestacao.com.br/pt-br/artista/59/neves-torres Acesso em: 21 mar. 2023.

TORRES, Neves. Neves Torres Pinturas. Curadoria Tiago Mesquita. Doc Player. Disponível em: https://docplayer. com.br/58144917-Neves-torres-pinturas-curadoria-tiago -mesquita.html Acesso em: 21 mar. 2023.

TRIBUNA ONLINE. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Youtube, 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=YfVkPb3RBko Acesso em: 21 mar. 2023.

J. Miguel

ATELIÊ J. MIGUEL . Facebook. Disponível em: https://face book.com/ateliejmiguelxilogravuras Acesso em: 21 mar. 2023.

ATELIÊ J. MIGUEL . J. Miguel Xilogravuras. Instagram. Disponível em: https://www.instagram.com/ateliejmiguel/ Acesso em: 21 mar. 2023.

GALERIA ESTAÇÃO. Aproximações, xilogravuras de Fabricio Lopez e J.Miguel. Catálogo da Exposição, 2010. Disponível em: http://www.galeriaestacao.com.br/imagens/expo_pdf/ catalogo_xilogravuras.pdf Acesso em: 21 mar. 2023.

PÉ VERMÊI. A arte de J. Miguel. Youtube, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KJ_uAt5RKcQ Acesso em: 21 mar. 2023.

SERRADELA, Larissa Isidoro. J. Miguel. Aia Oro Iara. Youtube, 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/wat ch?v=L5wehKzKX0U Acesso em: 21 mar. 2023.

TONUS, Leonardo. Um dedo de prosa com J Miguel. Etudes Lusophones. Youtube, 2013. Disponível em: https://www.you tube.com/watch?v=RnlaWAAxXXE Acesso em: 21 mar. 2023.

J. Borges

ARTE DO BRASIL . J. Borges. Disponível em: http://artedo brasil.com.br/jose_francisco.html Acesso em: 19 mar. 2023.

GALERIA ESTAÇÃO. Documentário - J. Borges. Youtube, 2011. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bY Q9qcokiDo&t=195s Acesso em: 23 mar. 2023.

LEMOS, Danielle Almeida. J. Borges - Xilogravura e Literatura de cordel. Reportagem do Jornal Nacional de 2014. Youtube, 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=f1XrCCiqyhc Acesso em: 19 mar. 2023.

SANTANA, Ana Lúcia. Artesão. InfoEscola. Disponível em: https://www.infoescola.com/profissoes/artesao/ Acesso em: 23 mar. 2023.

WIKIPEDIA . J. Borges. Disponível em: https://pt.wikipedia. org/wiki/J._Borges Acesso em: 19 mar. 2023.

LUTAS

TEXTOS DO EIXO

JA.CA. Convite à Brasilidade - Convite à Ativação / Brasilidade Pós Modernismo. CCBB educativo, 2021. Disponível em: http://www.jaca.center/wp-content/uploads/2021/10/ Convite_Ativacao_Brasilidade_20210927.pdf Acesso em: 04 abr. 2023.

LOJA DO MECÂNICO. Decoração: aprenda o passo a passo para colar lambe-lambe na parede. G1, 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/ especial-publicitario/loja-do-mecanico/noticia/2016/12/ decoracao-aprenda-o-passo-passo-para-colar-lambe-lam be-na-parede.html Acesso em: 04 abr. 2023.

OLIVEIRA, Diogo. Lambe-Lambe: Resistência à verticalização do Baixo Augusta. 2015. Disponível em: http://celacc. eca.usp.br/sites/default/files/media/tcc/lambe-lambe_-_fi nal_corrigido.pdf Acesso em: 07 mai. 2023.

PEREIRA, Alberto. Três tipos de grude para colar os seus lambes. Lambes Brasil, 2020. Disponível em: https://www. lambesbrasil.com.br/post/quem-cola-sai-da-escola Acesso em: 04 abr. 2023.

123 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

TEXTOS DAS FICHAS

Adão Domiciano

LAURA, Ariane. A arte ingênua de MT. Diário de Cuiabá, 2012. Disponível em: https://www.diariodecuiaba.com.br/ ilustrado/a-arte-ingenua-de-mt/406757 Acesso em: 18 mar. 2023.

LEAL, Victor. SEC apresenta exposição Naif - Olhar primitivo. Site da Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer de Mato Grosso, 2010. Disponível em: https://www.secel.mt.gov. br/-/sec-apresenta-exposicao-naif-olhar-primitivo Acesso em: 18 mar. 2023.

Lourdes de Deus

DAMBROSIO, Oscar. Lourdes de Deus, a lição das flores. Catálogo das Artes. Disponível em: https://www.catalogo dasartes.com.br/artista/Lourdes%20de%20Deus/ Acesso em: 18 mar. 2023.

MEMORIAL DA DEMOCRACIA . Protesto Marca 500 Anos do Descobrimento. 2000. Disponível em: http://memorial dademocracia.com.br/card/protesto-marca-500-anos-do-descobrimento Acesso em: 18 mar. 2023.

Shila Joaquim

MASP. Victor Meirelles - Moema, 1866. Disponível em: ht tps://masp.org.br/acervo/obra/moema Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. O martírio de Nossa Senhora do Brasil. Sesc Digital, 2019. Disponível em: https://sesc.digital/conteudo/ artes-visuais/naifs-2020-audiodescricao-17 Acesso em: 18 mar. 2023.

SESC-SP. Shila Joaquim. Edições Naifs. Bienal Naifs do Brasil, 2012, Sesc Piracicaba. Disponível em: https://edi coesnaifs.sescsp.org.br/2012/en/8_154/autor.html Acesso em: 18 mar. 2023.

Waldomiro de Deus

BRASIL ESCOLA . Quilombolas. Disponível em: https://bra silescola.uol.com.br/sociologia/quilombolas.htm Acesso em: 18 mar. 2023.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL . Waldomiro de Deus. 2022. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org. br/pessoa8628/waldomiro-de-deus Acesso em: 18 de maro de 2023.

MAGALHÃES, Mário. Manifestação reuniu ambientalistas e vizinhos de lagoa - Rio vive dia de protesto e mais peixe morto na lagoa. Folha de São Paulo, 2000. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1303200027. htm Acesso em: 18 mar. 2023.

MUSEU AFRO BRASIL . Waldomiro de Deus.. Disponível em: http://www.museuafrobrasil.org.br/pesquisa/indice-biogra fico/lista-de-biografias/biografia/2016/10/17/waldomiro-de -deus Acesso em: 18 mar. 2023.

Emma Vale

BRITO, Reynivaldo. O Curioso Mundo de Emma Valle. Jornal A Tarde, Salvador, 1977. Blogspot de Reynivaldo Brito, 2013. Disponível em: http://reynivaldobritoartesvisuais.blogspot. com/2013/05/o-curioso-mundo-de-emma-valle-05-de. html Acesso em: 18 mar. 2023.

GANZELEVITCH, Dimitri. Emma Valle. Novo Blog do Dimitri BlogSpot, 31 jul. 2019. Disponível em: http://novoblogdo dimitri.blogspot.com/2019/07/emma-valle.html Acesso em: 18 mar. 2023.

124 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Segmentos e Habilidades da BNCC

NATUREZAS

ENSINO FUNDAMENTAL

Geografia

EF03GE01 Identificar e comparar aspectos culturais dos grupos sociais de seus lugares de vivência, seja na cidade, seja no campo.

EF03GE03 Reconhecer os diferentes modos de vida de povos e comunidades tradicionais em distintos lugares.

EF03GE04 Explicar como os processos naturais e históricos atuam na produção e na mudança das paisagens naturais e antrópicas nos seus lugares de vivência, comparando-os a outros lugares.

EF03GE05 Identificar alimentos, minerais e outros produtos cultivados e extraídos da natureza, comparando as atividades de trabalho em diferentes lugares.

EF04GE11 Identificar as características das paisagens naturais e antrópicas (relevo, cobertura vegetal, rios etc.) no ambiente em que vive, bem como a ação humana na conservação ou na degradação dessas áreas.

EF06GE06 Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

Artes

EF15AR01 Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

EF15AR03 Reconhecer e analisar a influência de distintas matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais e nacionais.

EF15AR04 Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.

125 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF15AR23 Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

EF15AR26 Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística.

EF69AR01 Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

EF69AR34 Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Educação Física

EF12EF01 Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

História

EF03HI10 Identificar as diferenças entre o espaço doméstico, os espaços públicos e as áreas de conservação ambiental, compreendendo a importância dessa distinção.

EF12EF01 Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

EF35EF01 Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.

Ciências

EF01CI01 Comparar características de diferentes materiais presentes em objetos de uso cotidiano, discutindo sua origem, os modos como são descartados e como podem ser usados de forma mais consciente.

ENSINO MÉDIO

EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.

EM13LGG602 Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.

EM13LGG301 Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos.

CORPOS

ENSINO FUNDAMENTAL

Língua Portuguesa

EF15LP01 Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.

Matemática

EF01MA09 Organizar e ordenar objetos familiares ou representações por figuras, por meio de atributos, tais como cor, forma e medida.

EF01MA10 Descrever, após o reconhecimento e a explicitação de um padrão (ou regularidade), os elementos ausentes em sequências recursivas de números naturais, objetos ou figuras.

126 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF01MA11 Descrever a localização de pessoas e de objetos no espaço em relação à sua própria posição, utilizando termos como à direita, à esquerda, em frente, atrás.

EF01MA12 Descrever a localização de pessoas e de objetos no espaço segundo um dado ponto de referência, compreendendo que, para a utilização de termos que se referem à posição, como direita, esquerda, em cima, em baixo, é necessário explicitar-se o referencial.

EF01MA16 Relatar em linguagem verbal ou não verbal sequência de acontecimentos relativos a um dia, utilizando, quando possível, os horários dos eventos.

EF01MA22 Realizar pesquisa, envolvendo até duas variáveis categóricas de seu interesse e universo de até 30 elementos, e organizar dados por meio de representações pessoais.

EF02MA12 Identificar e registrar, em linguagem verbal ou não verbal, a localização e os deslocamentos de pessoas e de objetos no espaço, considerando mais de um ponto de referência, e indicar as mudanças de direção e de sentido.

EF03MA12 Descrever e representar, por meio de esboços de trajetos ou utilizando croquis e maquetes, a movimentação de pessoas ou de objetos no espaço, incluindo mudanças de direção e sentido, com base em diferentes pontos de referência.

EF04MA08 Resolver, com o suporte de imagem e/ou material manipulável, problemas simples de contagem, como a determinação do número de agrupamentos possíveis ao se combinar cada elemento de uma coleção com todos os elementos de outra, utilizando estratégias e formas de registro pessoais.

EF05MA25 Realizar pesquisa envolvendo variáveis categóricas e numéricas, organizar dados coletados por meio de tabelas, gráficos de colunas, pictóricos e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a finalidade da pesquisa e a síntese dos resultados.

EF06MA33 Planejar e coletar dados de pesquisa referente a práticas sociais escolhidas pelos alunos e fazer uso de planilhas eletrônicas para registro, representação e interpretação das informações, em tabelas, vários tipos de gráficos e texto.

Geografia

EF01GE02 Identificar semelhanças e diferenças entre jogos e brincadeiras de diferentes épocas e lugares.

EF01GE04 Discutir e elaborar, coletivamente, regras de convívio em diferentes espaços (sala de aula, escola etc.).

EF02GE01 Descrever a história das migrações no bairro ou comunidade em que vive.

EF02GE02 Comparar costumes e tradições de diferentes populações inseridas no bairro ou comunidade em que vive, reconhecendo a importância do respeito às diferenças.

EF03GE01 Identificar e comparar aspectos culturais dos grupos sociais de seus lugares de vivência, seja na cidade, seja no campo.

EF03GE02 Identificar, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultural e econômica de grupos de diferentes origens.

EF03GE03 Reconhecer os diferentes modos de vida de povos e comunidades tradicionais em distintos lugares.

EF04GE01 Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

Artes

EF15AR03 Reconhecer e analisar a influência de distintas matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais e nacionais.

EF15AR01 Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

EF15AR09 Estabelecer relações entre as partes do corpo e dessas com o todo corporal na construção do movimento dançado.

127 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF15AR10 Experimentar diferentes formas de orientação no espaço (deslocamentos, planos, direções, caminhos etc.) e ritmos de movimento (lento, moderado e rápido) na construção do movimento dançado.

EF15AR20 Experimentar o trabalho colaborativo, coletivo e autoral em improvisações teatrais e processos narrativos criativos em teatro, explorando desde a teatralidade dos gestos e das ações do cotidiano até elementos de diferentes matrizes estéticas e culturais.

EF15AR23 Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

EF15AR26 Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística.

EF69AR01 Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

EF69AR02 Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

EF69AR31 Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

EF69AR33 Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

EF69AR34 Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

EF69AR12 Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

Educação Física

EF12EF01 Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

História

EF01HI01 Identificar aspectos do seu crescimento por meio do registro das lembranças particulares ou de lembranças dos membros de sua família e/ou de sua comunidade.

EF01HI02 Identificar a relação entre as suas histórias e as histórias de sua família e de sua comunidade.

EF12EF01 Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

EF12EF02 Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.

EF35EF01 Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.

ENSINO MÉDIO

EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.

EM13LGG602 Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.

EM13LGG301 Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos.

128 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EM13LGG501 Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas corporais, de modo a estabelecer relações construtivas, empáticas, éticas e de respeito às diferenças.

EM13LGG503 Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento.

EM13CHS502 Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.

EM13CHS601 Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo, considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país.

RITOS

ENSINO FUNDAMENTAL

Ensino Religioso

EF04ER04 Identificar as diversas formas de expressão da espiritualidade (orações, cultos, gestos, cantos, dança, meditação) nas diferentes tradições religiosas.

EF04ER05 Identificar representações religiosas em diferentes expressões artísticas (pinturas, arquitetura, esculturas, ícones, símbolos, imagens), reconhecendo-as como parte da identidade de diferentes culturas e tradições religiosas.

EF04ER06 Identificar nomes, significados e representações de divindades nos contextos familiar e comunitário.

EF04ER07 Reconhecer e respeitar as ideias de divindades de diferentes manifestações e tradições religiosas.

EF05ER01 Identificar e respeitar acontecimentos sagrados de diferentes culturas e tradições religiosas como recurso para preservar a memória.

EF05ER02 Identificar mitos de criação em diferentes culturas e tradições religiosas.

EF05ER03 Reconhecer funções e mensagens religiosas contidas nos mitos de criação (concepções de mundo, natureza, ser humano, divindades, vida e morte).

EF05ER04 Reconhecer a importância da tradição oral para preservar memórias e acontecimentos religiosos.

EF05ER05 Identificar elementos da tradição oral nas culturas e religiosidades indígenas, afro-brasileiras, ciganas, entre outras.

EF05ER06 Identificar o papel dos sábios e anciãos na comunicação e na preservação da tradição oral.

EF06ER06 Reconhecer a importância dos mitos, ritos, símbolos e textos na estruturação das diferentes crenças, tradições e movimentos religiosos.

EF06ER07 Exemplificar a relação entre mito, rito e símbolo nas práticas celebrativas de diferentes tradições religiosas.

EF07ER01 Reconhecer e respeitar as práticas de comunicação com as divindades em distintas manifestações e tradições religiosas.

EF07ER02 Identificar práticas de espiritualidade utilizadas pelas pessoas em determinadas situações (acidentes, doenças, fenômenos climáticos).

EF07ER03 Reconhecer os papéis atribuídos às lideranças de diferentes tradições religiosas.

EF07ER04 Exemplificar líderes religiosos que se destacaram por suas contribuições à sociedade.

EF07ER05 Discutir estratégias que promovam a convivência ética e respeitosa entre as religiões.

EF07ER06 Identificar princípios éticos em diferentes tradições religiosas e filosofias de vida, discutindo como podem influenciar condutas pessoais e práticas sociais.

EF07ER07 Identificar e discutir o papel das lideranças religiosas e seculares na defesa e na promoção dos direitos humanos.

129 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF07ER08 Reconhecer o direito à liberdade de consciência, crença ou convicção, questionando concepções e práticas sociais que a violam.

EF08ER01 Discutir como as crenças e convicções podem influenciar escolhas e atitudes pessoais e coletivas.

EF08ER02 Analisar filosofias de vida, manifestações e tradições religiosas destacando seus princípios éticos.

Língua Portuguesa

EF67LP11 Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos e vídeos de apresentação e apreciação próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), dentre outros, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para analisar – livro, filme, série, game, canção, videoclipe, fanclipe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre a produção ou evento escolhido, da síntese de informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, elementos ou recursos que possam ser destacados positiva ou negativamente ou da roteirização do passo a passo do game para posterior gravação dos vídeos.

EF69LP06 Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc.– e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.

EF69LP44 Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

EF69LP49 Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

EF07LP02 Comparar notícias e reportagens sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes mídias, analisando as especificidades das mídias, os processos de (re)elaboração dos textos e a convergência das mídias em notícias ou reportagens multissemióticas.

EF08LP01 Identificar e comparar as várias editorias de jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados e comentados, as escolhas sobre o que noticiar e o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a fidedignidade da informação.

EF89LP01 Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos.

História

EF01HI08 Reconhecer o significado das comemorações e festas escolares, diferenciando-as das datas festivas comemoradas no âmbito familiar ou da comunidade.

EF05HI05 Associar o conceito de cidadania à conquista de direitos dos povos e das sociedades, compreendendo-o como conquista histórica.

EF09HI36 Identificar e discutir as diversidades identitárias e seus significados históricos no início do século XXI, combatendo qualquer forma de preconceito e violência.

130 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Geografia

EF04GE01 Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

EF09GE03 Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.

Educação Física

EF35EF01 Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.

EF35EF03 Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as brincadeiras e os jogos populares do Brasil e de matriz indígena e africana, explicando suas características e a importância desse patrimônio histórico cultural na preservação das diferentes culturas.

EF15AR08 Experimentar e apreciar formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes contextos, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório corporal.

EF15AR24 Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferentes matrizes estéticas e culturais.

COTIDIANOS

ENSINO FUNDAMENTAL

Língua Portuguesa

EF15LP01 Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.

EF15LP14 Construir o sentido de histórias em quadrinhos e tirinhas, relacionando imagens e palavras e interpretando recursos gráficos (tipos de balões, de letras, onomatopeias).

Geografia

EF01GE01 Descrever características observadas de seus lugares de vivência (moradia, escola etc.) e identificar semelhanças e diferenças entre esses lugares.

EF01GE02 Identificar semelhanças e diferenças entre jogos e brincadeiras de diferentes épocas e lugares.

EF01GE03 Identificar e relatar semelhanças e diferenças de usos do espaço público (praças, parques) para o lazer e diferentes manifestações.

EF01GE04 Discutir e elaborar, coletivamente, regras de convívio em diferentes espaços (sala de aula, escola etc.).

EF01GE06 Descrever e comparar diferentes tipos de moradia ou objetos de uso cotidiano (brinquedos, roupas, mobiliários), considerando técnicas e materiais utilizados em sua produção.

EF01GE07 Descrever atividades de trabalho relacionadas com o dia a dia da sua comunidade.

EF01GE08 Criar mapas mentais e desenhos com base em itinerários, contos literários, histórias inventadas e brincadeiras.

EF01GE09 Elaborar e utilizar mapas simples para localizar elementos do local de vivência, considerando referenciais espaciais (frente e atrás, esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e fora) e tendo o corpo como referência.

EF02GE01 Descrever a história das migrações no bairro ou comunidade em que vive.

EF02GE02 Comparar costumes e tradições de diferentes populações inseridas no bairro ou comunidade em que vive, reconhecendo a importância do respeito às diferenças.

EF03GE01 Identificar e comparar aspectos culturais dos grupos sociais de seus lugares de vivência, seja na cidade, seja no campo.

131 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF03GE02 Identificar, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultural e econômica de grupos de diferentes origens.

EF03GE03 Reconhecer os diferentes modos de vida de povos e comunidades tradicionais em distintos lugares.

EF04GE01 Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares e/ou da comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país, latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira.

Artes

EF15AR03 Reconhecer e analisar a influência de distintas matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais e nacionais.

EF15AR01 Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

EF69AR01 Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

EF69AR02 Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

EF69AR31 Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

EF69AR33 Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

EF69AR34 Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

História

EF01HI01 Identificar aspectos do seu crescimento por meio do registro das lembranças particulares ou de lembranças dos membros de sua família e/ou de sua comunidade.

EF01HI02 Identificar a relação entre as suas histórias e as histórias de sua família e de sua comunidade.

EF12EF01 Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

EF12EF02 Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem.

EF35EF01 Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultural.

EF06LI15 Produzir textos escritos em língua inglesa (histórias em quadrinhos, cartazes, chats, blogues, agendas, fotolegendas, entre outros), sobre si mesmo, sua família, seus amigos, gostos, preferências e rotinas, sua comunidade e seu contexto escolar.

ENSINO MÉDIO

EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.

132 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EM13CHS102 Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos.

TRABALHOS

ENSINO FUNDAMENTAL

História

EF01HI02 Identificar a relação entre as suas histórias e as histórias de sua família e de sua comunidade.

EF02HI08 Compilar histórias da família e/ou da comunidade registradas em diferentes fontes.

EF02HI10 Identificar diferentes formas de trabalho existentes na comunidade em que vive, seus significados, suas especificidades e importância.

EF02HI11 Identificar impactos no ambiente causados pelas diferentes formas de trabalho existentes na comunidade em que vive.

EF03HI08 Identificar modos de vida na cidade e no campo no presente, comparando-os com os do passado.

EF03HI11 Identificar diferenças entre formas de trabalho realizadas na cidade e no campo, considerando também o uso da tecnologia nesses diferentes contextos.

EF04HI03 Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente.

EF05HI03 Analisar o papel das culturas e das religiões na composição identitária dos povos antigos.

EF07HI15 Discutir o conceito de escravidão moderna e suas distinções em relação ao escravismo antigo e à servidão medieval.

EF08HI20 Identificar e relacionar aspectos das estruturas sociais da atualidade com os legados da escravidão no Brasil e discutir a importância de ações afirmativas.

EF09HI04 Discutir a importância da participação da população negra na formação econômica, política e social do Brasil.

Língua portuguesa

EF01LP16 Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, quadras, quadrinhas, parlendas, trava-línguas, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto e relacionando sua forma de organização à sua finalidade.

EF01LP18 Registrar, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, cantigas, quadras, quadrinhas, parlendas, trava-línguas, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.

EF15LP01 Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.

EF15LP02 Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.

EF15LP04 Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos.

EF15LP09 Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.

EF15LP10 Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.

133 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF15LP18 Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.

EF02LP14 Planejar e produzir pequenos relatos de observação de processos, de fatos, de experiências pessoais, mantendo as características do gênero, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.

EF35LP17 Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais.

EF35LP20 Expor trabalhos ou pesquisas escolares, em sala de aula, com apoio de recursos multissemióticos (imagens, diagrama, tabelas etc.), orientando-se por roteiro escrito, planejando o tempo de fala e adequando a linguagem à situação comunicativa.

EF05LP10 Ler e compreender, com autonomia, anedotas, piadas e cartuns, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e a finalidade do texto.

EF67LP28 Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

EF69LP05 Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.

EF69LP52 Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.

Matemática

EF01MA11 Descrever a localização de pessoas e de objetos no espaço em relação à sua própria posição, utilizando termos como à direita, à esquerda, em frente, atrás.

EF01MA12 Descrever a localização de pessoas e de objetos no espaço segundo um dado ponto de referência, compreendendo que, para a utilização de termos que se referem à posição, como direita, esquerda, em cima, em baixo, é necessário explicitar-se o referencial.

EF01MA16 Relatar em linguagem verbal ou não verbal sequência de acontecimentos relativos a um dia, utilizando, quando possível, os horários dos eventos.

EF01MA20 Classificar eventos envolvendo o acaso, tais como “acontecerá com certeza”, “talvez aconteça” e “é impossível acontecer”, em situações do cotidiano.

Geografia

EF01GE07 Descrever atividades de trabalho relacionadas com o dia a dia da sua comunidade.

EF03GE01 Identificar e comparar aspectos culturais dos grupos sociais de seus lugares de vivência, seja na cidade, seja no campo.

EF03GE02 Identificar, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultural e econômica de grupos de diferentes origens.

EF03GE03 Reconhecer os diferentes modos de vida de povos e comunidades tradicionais em distintos lugares.

EF03GE05 Identificar alimentos, minerais e outros produtos cultivados e extraídos da natureza, comparando as atividades de trabalho em diferentes lugares.

EF04GE07 Comparar as características do trabalho no campo e na cidade.

EF05GE05 Identificar e comparar as mudanças dos tipos de trabalho e desenvolvimento tecnológico na agropecuária, na indústria, no comércio e nos serviços.

EF05GE07 Identificar os diferentes tipos de energia utilizados na produção industrial, agrícola e extrativa e no cotidiano das populações.

134 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF06GE06 Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

EF07GE08 Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do território brasileiro.

EF08GE13 Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África.

EF09GE12 Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel crescente do capital.

Artes

EF15AR03 Reconhecer e analisar a influência de distintas matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais e nacionais.

EF15AR23 Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

EF69AR08 Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.

EF69AR33 Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

ENSINO MÉDIO

Ciências humanas e sociais aplicadas

EM13CHS104 Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

EM13CHS402 Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.

Linguagens e suas tecnologias

EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.

LUTAS

ENSINO FUNDAMENTAL

Artes

EF69AR01 Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

Língua Portuguesa

EF12LP10 Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, cartazes, avisos, folhetos, regras e regulamentos que organizam a vida na comunidade escolar, dentre outros gêneros do campo da atuação cidadã, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.

EF69LP01 Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.

135 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF69LP02 Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e ao estilo dos gêneros em questão, como forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

EF69LP06 Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc.– e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.

EF69LP21 Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, expor uma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para a construção de sentidos.

EF69LP22 Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade, justificando pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos, ações previstas etc.), levando em conta seu contexto de produção e as características dos gêneros em questão.

EF67LP16 Explorar e analisar espaços de reclamação de direitos e de envio de solicitações (tais como ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos públicos, plataformas do consumidor, plataformas de reclamação), bem como de textos pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços, reclamação ou carta de reclamação, solicitação ou carta de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de produção desses textos em casos que remetam a reivindicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum de seus membros como forma de se engajar na busca de solução de problemas pessoais, dos outros e coletivos.

Ciências

EF02CI01 Identificar de que materiais (metais, madeira, vidro etc.) são feitos os objetos que fazem parte da vida cotidiana, como esses objetos são utilizados e com quais materiais eram produzidos no passado.

EF02CI08 Comparar o efeito da radiação solar (aquecimento e reflexão) em diferentes tipos de superfície (água, areia, solo, superfícies escura, clara e metálica etc.).

EF03CI06 Comparar alguns animais e organizar grupos com base em características externas comuns (presença de penas, pelos, escamas, bico, garras, antenas, patas etc.).

EF03CI10 Identificar os diferentes usos do solo (plantação e extração de materiais, dentre outras possibilidades), reconhecendo a importância do solo para a agricultura e para a vida.

EF05CI05 Construir propostas coletivas para um consumo mais consciente e criar soluções tecnológicas para o descarte adequado e a reutilização ou reciclagem de materiais consumidos na escola e/ou na vida cotidiana.

EF08CI16 Discutir iniciativas que contribuam para restabelecer o equilíbrio ambiental a partir da identificação de alterações climáticas regionais e globais provocadas pela intervenção humana.

EF09CI13 Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.

136 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Geografia

EF01GE07 Descrever atividades de trabalho relacionadas com o dia a dia da sua comunidade.

EF01GE09 Elaborar e utilizar mapas simples para localizar elementos do local de vivência, considerando referenciais espaciais (frente e atrás, esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e fora) e tendo o corpo como referência.

EF02GE04 Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares.

EF02GE07 Descrever as atividades extrativas (minerais, agropecuárias e industriais) de diferentes lugares, identificando os impactos ambientais.

EF02GE11 Reconhecer a importância do solo e da água para a vida, identificando seus diferentes usos (plantação e extração de materiais, entre outras possibilidades) e os impactos desses usos no cotidiano da cidade e do campo.

EF03GE02 Identificar, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultural e econômica de grupos de diferentes origens.

EF03GE05 Identificar alimentos, minerais e outros produtos cultivados e extraídos da natureza, comparando as atividades de trabalho em diferentes lugares.

EF03GE11 Comparar impactos das atividades econômicas urbanas e rurais sobre o ambiente físico natural, assim como os riscos provenientes do uso de ferramentas e máquinas.

EF04GE05 Distinguir unidades político-administrativas oficiais nacionais (Distrito, Município, Unidade da Federação e grande região), suas fronteiras e sua hierarquia, localizando seus lugares de vivência.

EF04GE06 Identificar e descrever territórios étnico-culturais existentes no Brasil, tais como terras indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos, reconhecendo a legitimidade da demarcação desses territórios.

EF04GE11 Identificar as características das paisagens naturais e antrópicas (relevo, cobertura vegetal, rios etc.) no ambiente em que vive, bem como a ação humana na conservação ou degradação dessas áreas.

EF05GE05 Identificar e comparar as mudanças dos tipos de trabalho e desenvolvimento tecnológico na agropecuária, na indústria, no comércio e nos serviços.

EF05GE11 Identificar e descrever problemas ambientais que ocorrem no entorno da escola e da residência (lixões, indústrias poluentes, destruição do patrimônio histórico etc.), propondo soluções (inclusive tecnológicas) para esses problemas.

EF06GE07 Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

EF07GE03 Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais dessas comunidades.

EF09GE12 Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.

História

EF02HI01 Reconhecer espaços de sociabilidade e identificar os motivos que aproximam e separam as pessoas em diferentes grupos sociais ou de parentesco.

EF02HI03 Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória.

EF02HI11 Identificar impactos no ambiente causados pelas diferentes formas de trabalho existentes na comunidade em que vive.

EF03HI03 Identificar e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes.

EF03HI08 Identificar modos de vida na cidade e no campo no presente, comparando-os com os do passado.

EF03HI11 Identificar diferenças entre formas de trabalho realizadas na cidade e no campo, considerando também o uso da tecnologia nesses diferentes contextos.

137 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

EF04HI02 Identificar mudanças e permanências ao longo do tempo, discutindo os sentidos dos grandes marcos da história da humanidade (nomadismo, desenvolvimento da agricultura e do pastoreio, criação da indústria etc.).

EF05HI01 Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

EF06HI05 Descrever modificações da natureza e da paisagem realizadas por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos indígenas originários e povos africanos, e discutir a natureza e a lógica das transformações ocorridas.

EF08HI14 Discutir a noção da tutela dos grupos indígenas e a participação dos negros na sociedade brasileira do final do período colonial, identificando permanências na forma de preconceitos, estereótipos e violências sobre as populações indígenas e negras no Brasil e nas Américas.

ENSINO MÉDIO

Língua Portuguesa

EM13LP27 Engajar-se na busca de solução para problemas que envolvam a coletividade, denunciando o desrespeito a direitos, organizando e/ou participando de discussões, campanhas e debates, produzindo textos reivindicatórios, normativos, entre outras possibilidades, como forma de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade, pelo consumo consciente e pela consciência socioambiental.

EM13LP45 Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou global, notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens multimidiáticas, documentários, infográficos, podcasts noticiosos, artigos de opinião, críticas da mídia, vlogs de opinião, textos de apresentação e apreciação de produções culturais (resenhas, ensaios etc.) e outros gêneros próprios das formas de expressão das culturas juvenis (vlogs e podcasts culturais, gameplay etc.), em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista, crítico, editorialista ou articulista, leitor, vlogueiro e booktuber, entre outros.

EM13LGG105 Analisar e experimentar diversos processos de remidiação de produções multissemióticas, multimídia e transmídia, desenvolvendo diferentes modos de participação e intervenção social.

EM13CHS501 Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade.

Ciências Humanas

EM13CHS502 Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.

EM13CHS503 Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.

EM13CHS504 Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.

138 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO

Presidente do Conselho Regional

Abram Szajman

Diretor do Departamento Regional

Luiz Deoclecio Massaro Galina

SUPERINTENDENTES

Técnico-social

Rosana Paulo da Cunha

Comunicação Social

Aurea Leszczynski Vieira Gonçalves Administração

Jackson Andrade de Matos

Assessoria Técnica e de Planejamento

Marta Raquel Colabone

GERENTES

Artes Visuais e Tecnologia Juliana Braga de Mattos

Estudos e Desenvolvimento João Paulo Guadanucci

Artes Gráficas Rogerio Ianelli Sesc Digital Fernando

Tuacek Sesc Piracicaba Fábio José Rodrigues Lopes

TROCAS E OLHARES

Coordenação Geral e Artística

Francisca Caporali e Samantha Moreira

Equipe Sesc

Érica Dias, Fabiana Delboni, Francisco Galvão de Franca, Gabriela Macedo dos Reis Correa, Juliana Okuda Campaneli, Karina Camargo Leal, Laís Silveira de Jesus, Lizandra Magalhães, Luciane Tosin Garcia Motta, Lourdes

Teixeira Benedan, Mariana Lins Prado, Regina Gambini, Renato F. Oliani, Silvia Hirao, Suellen de Sousa Barbosa Desenvolvimento e Conteúdo JA.CA Centro de Arte e Tecnologia (Francisca Caporali, Mateus Mesquita e Samantha Moreira) e Ana Helena Grimaldi Coordenação Institucional Samantha Moreira Produção Executiva Mateus Mesquita Coordenação Editorial Francisca Caporali Editores Felipe Carnevali e Paula Lobato Design Gabriel Figueiredo Pesquisa e Produção de Textos Ana Helena Grimaldi, Ana Letícia Penedo, Francisca Caporali, Mateus Mesquita e Samantha Moreira Consultoria BNCC Marissol Prezotto Poemas Eixos Milton Lira Convidados Ailton Krenak, Antonio Bispo dos Santos, Dione Carlos, Iguatemy da Silva Carvalho, Lua Cavalcante e Naine Terena de Jesus Revisão de Texto (português) Rachel Murta (Trema Textos) Fotos das obras Everton Ballardin, Isabella Matheus (pg. 105)

Agradecimento

Margarete Regina Chiarella

Tiragem 1.000 exemplares Março | 2024

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