agosto a dezembro | 2016
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HISTÓRIA E TRANSGRESSÃO DO CINEMA: SONHADORES 6 de agosto a 17 de dezembro de 2016 Sesc Vila Mariana
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ÍNDICE Introdução Exibições sábados, 14h
6 Bertolucci e seus sonhadores 7 Cinefilia, política e transgressão 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48
Os Sonhadores Paixões que Alucinam Acossado Rainha Christina Luzes da Cidade O Homem das Novidades O Picolino O Bando à Parte Monstros A Vênus Loira Scarface: a Vergonha de uma Nação Juventude Transviada A Chinesa Jules e Jim: Uma Mulher para Dois Depois Daquele Beijo Paisà Crepúsculo dos Deuses A Sangue Frio A Noiva Estava de Preto O Anjo Azul
Exibições terças, 19h
52 Os Sonhadores e Outros Transgressores: Subversão em Contradição 53 Os Sonhadores 54 Bem-Vindos 55 Edukators 56 A Concepção
Cursos
58 Cinefilia, Política e Transgressão: Análise de Filmes da Década de 1960 até Hoje 59 Cinema e Cultura Pop: da Década de 1950 aos Dias Atuais 60 Introdução à História do Cinema e ao Cinema de Alusão 61 Programa das Aulas
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BERTOLUCCI E SEUS SONHADORES
Contestação, inconformismo e ruptura corporificaram a efervescente década de 60, imersa na falência da representatividade de determinados regimes de governo, em um modelo econômico com fissuras e em padrões de comportamento envelhecidos. O anseio por romper com o estabelecido e ir além, no sentido de novas utopias, novas experiências, ocasionou significativas contribuições aos campos da cultura, da política e dos organismos coletivos. Diretores, atores, produtores e escritores encontraram no cinema um suporte eficaz para afirmar todo o ideário das vanguardas que se gestavam naquele momento. Seja nas narrativas (voltadas às liberdades individuais, direitos das minorias, dessacralização da moral, igualdade de gênero etc.), seja na desconstrução da sintaxe clássica dos filmes, a linguagem cinematográfica catalisou esses valores contraculturais, incorporando-os à sua estrutura dialógica e discursiva. Iniciando carreira nesses ruidosos anos 60, como assistente de direção de Pasolini, o cineasta italiano Bernardo Bertolucci teve como referências os experimentos e o espírito transgressor da época. Em sua produção mais recente, dirigiu Os Sonhadores (2003), fincado nesse palco de utopias e rupturas. Partindo da exibição deste longametragem, o projeto História e Transgressão do Cinema: Sonhadores exibe dezenove clássicos do cinema, utilizados como um código de autorreferencialidade no filme, além de outros que perpassam a temática. Atividades formativas complementam a proposta, colocando em discussão temas relacionados à cinefilia, política, transgressão, metalinguagem e utopia. Para o Sesc, destacar a relevância desta filmografia e fomentar a discussão sobre os seus reflexos na produção contemporânea, reforça o seu constante compromisso com a memória audiovisual, com a produção de conhecimento e com a formação de público. Sesc
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As utopias dos anos 1960 passaram também pelo cinema. Ao mesmo tempo em que parte da produção – sobretudo a autoral – foi dedicada aos sonhos e conflitos que moveram aquele período, diretores de diversos países buscaram também um novo modo de fazer cinema, situado no campo oposto ao da indústria, capaz de conversar com novos protagonistas de sociedades em transformação e de promover novas experiências de linguagem.
Ao adotar Os Sonhadores como seu eixo, o projeto examinará a presença da cinefilia, da política e do espírito de transgressão da época em filmes dos chamados cinemas novos, como a nouvelle vague francesa. Um recorte dos filmes e diretores clássicos que foram caros a esses jovens realizadores serão também discutidos. Caberá, ainda, analisar uma parcela da produção do século 21 que estabelece alguma espécie de diálogo, temático e/ou formal, com aquele período efervescente, repleto – nas ruas e por trás das câmeras – de sonhadores. Sérgio Rizzo Jornalista e crítico de cinema
CINEFILIA, POLÍTICA E TRANSGRESSÃO
Em O Sonhadores (2003), o italiano Bernardo Bertolucci recriou, já como um cineasta maduro e consagrado, um pouco da atmosfera daquela década de que ele foi, no cenário cultural europeu, um personagem em ascensão. Tinha 21 anos quando estreou no longa-metragem, com A Morte (1962). Em Antes da Revolução (1964), diagnosticou precocemente o desconforto e a rebeldia que levariam a maio de 1968 na França, cujos ecos ouviu na Itália enquanto filmava Partner (1968). A Estratégia da Aranha e O Conformista, ambos lançados em 1970, confirmaram seu talento.
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Exibições gratuitas Sábados, 14h Retirada de ingressos com 1h de antecedência na Central de Atendimento
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OS SONHADORES
(Dir. Bernardo Bertolucci, França, Reino Unido e Itália, 2003, 116 min, Cor)
Matthew (Michael Pitt) é um jovem que, em 1968, vai estudar em Paris. Lá ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel). Os três logo se tornam amigos, dividindo experiências e relacionamentos enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil. Com Michael Pitt, Eva Green e Louis Garrel.
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Festival del film Locarno
6 | AGO
Divulgação
Bernardo Bertolucci (1940) é um cineasta e roteirista italiano. Antes de fazer cinema, estudou na Universidade de Roma e ganhou fama como poeta. Foi assistente de direção do cineasta Pier Paolo Pasolini e ajudou a escrever o roteiro de Era Uma Vez no Oeste (1968), clássico de Sergio Leone. Já nos Estados Unidos escandalizou o mundo com O Último Tango em Paris (1972), sua primeira obra-prima. Em 1987, consagrou-se com O Último Imperador, que recebeu nove Oscars, incluindo os de melhor filme e melhor diretor. Seus últimos filmes falam de relacionamentos e sentimentos, e são profundamente intimistas, como Beleza roubada (1966) e Assédio (1999). Bertolucci é um cineasta ousado, que gosta de movimentos de câmara sofisticados, roteiros inteligentes e não tem medo de experimentar, mesmo quando trabalha com grandes orçamentos.
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PAIXÕES QUE ALUCINAM
Reprodução
(Dir. Samuel Fuller, EUA, 1963, 101 min, P&B)
O presunçoso e respeitado jornalista Johnny Barrett (Peter Breck) compromete-se a resolver um assassinato cometido num hospício. Para tanto, ele se interna como louco na própria instituição, mesmo sob protestos da namorada, a stripper Cathy (Constance Towers). A princípio, o jornalista sente prazer em simular sua loucura, mas, aos poucos, perde sua lucidez em contatos com os outros internos, principalmente com os que testemunharam o assassinato. Com Gene Evans, Constance Towers e Peter Breck.
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Divulgação
13 | AGO
Samuel Fuller (1912 – 1997) iniciou sua carreira como repórter policial e foi soldado na Segunda Guerra, experiência que marcou sua vida e seu cinema. Quando se tornou cineasta, em 1940, levou uma linguagem de tabloide sangrento para as telas. Influenciou a Nouvelle Vague – Godard o escalou para uma ponta em Pierrot Le Fou (1965) –, Scorsese – os closes das lutas de boxe em Touro Indomável (1980) são inspirados no cinema de Fuller – e Wim Wenders – Fuller fez um papel em O Amigo Americano (1977). No Brasil, influenciou Rogério Sganzerla em O Bandido da Luz Vermelha (1968)
EM OS SONHADORES Matthew está assistindo este filme quando diz que gosta de sentar na frente da sala de cinema para ser o primeiro a receber as imagens.
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ACOSSADO
Reprodução
(Dir. Jean-Luc Godard, França, 1960, 87 min, P&B)
Após roubar um carro em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) ruma para Paris. No caminho mata um policial, que tentou prendê-lo por excesso de velocidade, e em Paris persuade a relutante Patricia Franchisi (Jean Seberg), uma estudante americana com quem se envolveu, a escondê-lo até receber o dinheiro que lhe devem. Ele fica escondido no apartamento de Patricia, onde conversam e namoram. Ele perde a consciência da situação na qual se encontra e anda pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informante começa o final da sua trágica perseguição. Com Jean Seberg, Jean-Paul Belmondo e Daniel Boulanger.
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20 | AGO
Reprodução
Divulgação
Jean-Luc Godard (1930) é um cineasta franco-suíço reconhecido por um cinema vanguardista e polêmico, que tomou como temas e assumiu como forma os dilemas e perplexidades do século XX. Além disso, é também um dos principais nomes da Nouvelle Vague. Entre seus principais filmes estão Alphaville (1965), Masculino Feminino (1966) e A Chinesa (1967).
EM OS SONHADORES Isabelle fala para Theo quais foram as suas primeiras palavras quando bebê: New York Herald Tribune, reproduzindo a cena do filme.
NEW YORK HERALD TRIBUNE 15
RAINHA CHRISTINA
Reprodução
(Dir. Rouben Mamoulian, EUA, 1933, 99 min, P&B)
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27 | AGO
Reprodução
W.W. Norton & Company
Christina (Greta Garbo) é uma mulher determinada, que busca sua liberdade. O problema é que ela vive na corte sueca do século XVII e tem de obedecer à vontade dos outros, muito por causa das restrições à mulher na época. Quando seus conselheiros pedem que ela se case com Carlos de França, ela resolve fugir da corte, vestida como homem. É assim que ela encontra o embaixador espanhol Antonio (John Gilbert), que no início a confunde com um rapaz, e por quem ela se apaixona intensamente. O problema central é que ele é católico e ela, protestante. Com Greta Garbo, John Gilbert e Ian Keith.
EM OS SONHADORES Isabelle atua imitando a personagem de Greta Garbo, dizendo “I’ve been memorizing this room” (Eu estava memorizando este quarto) na primeira noite que Mattew dorme em sua casa.
Rouben Mamoulian (1897 – 1987) é original da Armênia e iniciou sua carreira dirigindo óperas. Em 1929 dirigiu uma das primeiras produções faladas do cinema mundial, Aplausos, e, em 1932, realizou seu filme de maior sucesso, O Médico e o Monstro, considerado pelos críticos de cinema como uma das melhores adaptações cinematográficas do conto de Robert Louis Stevenson.
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LUZES DA CIDADE
Reprodução
(Dir. Charles Chaplin, EUA, 1931, 87 min, P&B)
Um vagabundo (Charles Chaplin) impede um homem rico (Harry Myers), que está bêbado, de se matar. Grato, este o convida até sua casa e se torna seu amigo. Só que ele esquece completamente o que aconteceu quando está sóbrio, o que faz com que o vagabundo seja tratado de forma bem diferente. Paralelamente, o vagabundo se interessa por uma florista cega (Virginia Cherrill), a quem tenta ajudar a pagar o aluguel atrasado e a restaurar a visão. Só que ela pensa que seu benfeitor é, na verdade, um milionário. Com Charles Chaplin, Harry Myers e Virginia Cherrill.
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3 | SET
EM OS SONHADORES Matthew e Theo discutem quem era o melhor humorista, Chaplin ou Keaton. Theo cita uma cena de Luzes da Cidade enquanto explica o porquê dele gostar de Chaplin.
Charles Chaplin (1889-1977) foi um dos diretores e atores mais famosos da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia pastelão. É bastante conhecido pelos seus filmes Luzes da Cidade (1931), Tempos Modernos (1936), O Grande Ditador (1940) e Luzes da Ribalta (1952).
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O HOMEM DAS NOVIDADES
(Dir. Buster Keaton, EUA, 1928, 67 min, P&B)
Luke Shannon (Buster Keaton) é um cinegrafista que faz trabalhos jornalísticos e se apaixona por Sally (Marceline Day), secretária de um cinejornal. Na tentativa de se aproximar da garota, Luke resolve sair pela cidade de Nova York filmando eventos interessantes para vendê-los à MGM, onde ela trabalha. Suas tentativas são uma sucessão hilária de erros e sua intenção de impressionar a moça se transforma em uma constrangedora, mas emocionante aventura. Com Buster Keaton, Harold Goodwin, Harry Gribbon, Marceline Day e Sidney Bracey.
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10 | SET
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Reprodução
Buster Keaton (1895 – 1966) é considerado o grande rival de Charlie Chaplin. Nascido nos Estados Unidos, começou sua carreira artística contracenando com seus pais no teatro de vaudeville (mistura de teatro e circo muito popular nos Estados Unidos). Em 1920 começou a dirigir seus primeiros curtas e ficou conhecido por basear sua comédia em um personagem impassível. Um dos momentos mais significativos da sua carreira de ator aconteceu em 1952, quando participou do filme Luzes da Ribalta (1952). Nele, Keaton e Chaplin fazem um número de dez minutos em dueto.
EM OS SONHADORES Na discussão sobre o melhor humorista, Matthew explica o porquê acha que Keaton é melhor que Chaplin.
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O PICOLINO
(Dir. Mark Sandrich, EUA, 1935, 101 min, P&B)
Em Londres, Jerry (Fred Astaire), um dançarino americano, está ensaiando um número de sapateado em seu quarto de hotel, pois foi contratado por um empresário (Edward Everett Horton) para fazer um show. Ele acaba incomodando a bela Dale (Ginger Rogers), a vizinha do quarto embaixo. Com Edward Everett Horton, Fred Astaire e Ginger Rogers.
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Reprodução
17 | SET
EM OS SONHADORES Cena em que Isabelle e Theo começam a discutir sobre a música alta e rapidamente Isabelle pergunta a Matthew qual o nome do filme em que uma mulher reclama do barulho da música do vizinho. Matthew responde: “Top Hat” (O Picolino).
Mark Sandrich (1900-1945) é engenheiro formado pela Universidade de Columbia e entrou para o mundo do cinema por acaso em 1922, ao visitar uma prima nos cenários onde um filme estava sendo rodado. Em 1927, começou a dirigir comédias de dois rolos. Em 1933 ganhou o Oscar com o filme So This Is Harris (1933) e dirigiu os melhores filmes da dupla Fred Astaire e Ginger Roger na década de 1930.
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O BANDO À PARTE
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(Dir. Jean-Luc Godard, França, 1964, 97 min, P&B)
Arthur (Claude Brasseur), Odile (Anna Karina) e Franz (Sami Frey) formam o triângulo do filme. Franz é um rapaz boa pinta que conhece Odile em uma aula de inglês. Ela vive em Joinville e conta para o jovem que o seu patrão guarda uma fortuna no quarto. Interessado pela grana, Franz resolve falar com seu amigo Arthur, que está devendo dinheiro para o tio. Os dois rapazes vão seduzir a moça e tentar convencê-la a auxiliar no roubo. Com Jean-Luc Godard, Anna Karina, Sami Frey e Claude Brasseur.
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24 | SET
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Jean-Luc Godard (1930) é um cineasta franco-suíço reconhecido por um cinema vanguardista e polêmico, que tomou como temas e assumiu como forma os dilemas e perplexidades do século XX. Além disso, é também um dos principais nomes da Nouvelle Vague. Entre seus principais filmes estão Alphaville (1965), Masculino Feminino (1966) e A Chinesa (1967).
EM OS SONHADORES Isabelle, Theo e Matthew decidem quebrar o recorde da corrida feita no Louvre pelos personagens do filme Bando à Parte.
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MONSTROS
(Dir. Tod Browning, Áustria, 1932, 64 min, P&B)
Em um circo de atrações bizarras, Cleópatra (Olga Baclanova) é uma bela trapezista que é cortejada por um anão. Ela não responde às suas investidas até descobrir que ele é herdeiro de uma fortuna. Ela então arquiteta um plano com o seu amante Hércules (Henry Victor): casar-se com o anão e depois desprezá-lo e envenená-lo. Só que, no dia do casamento, Cleopátra repudia os amigos do circo do seu futuro marido, chamando-os de nojentos e sujos. As aberrações se juntam para se vingar dela, transformando-a em uma pessoa metade mulher, metade galinha, sem as pernas e quase cega. Com Wallace Ford, Leila Hyams e Olga Baclanova.
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1 | OUT
EM OS SONHADORES Isabelle e Theo aceitam Matthew como um deles, dizendo: “ We accept him, one of us” (Nós te aceitamos como um de nós), mesma fala feita neste filme.
Tod Browning (1880 – 1962) fez sua estréia em Intolerância (1916). Trabalhando mais tarde como diretor, teve seu primeiro sucesso com A Trindade Maldita (1925), onde formou o seu estilo típico de uma mistura de fantasia, mistério e horror. Seu maior sucesso foi o clássico Drácula (1931), no qual ele aparece também como a voz do capitão do porto.
WE ACCEPT HIM, ONE OF US! 27
A VÊNUS LOIRA
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(Dir. Josef von Sternberg, França, 1932, 93 min, P&B)
Uma linda mulher é obrigada a voltar a cantar no cabaré, para conseguir pagar o tratamento do marido doente. Um milionário apaixona-se por ela, e lhe dá a quantia necessária para cuidar da saúde do esposo. Curioso folhetim que mistura melodrama e sensualidade, explora o tema do adultério. Esta produção apresenta cenas muito ousadas para a época, como por exemplo a sequência onde Marlene canta Hot Voodoo fantasiada de gorila. Com Marlene Dietrich, Herbert Marshall e Cary Grant.
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8 | OUT
Josef von Sternberg (1894 – 1969) foi um cineasta austríaco. Depois de trabalhar com o premiado ator alemão Emil Jannings, ele foi convidado para Berlim, em 1930, para fazer um dos primeiros filmes falados da Europa, O Anjo Azul (1930), com Jannings e Marlene Dietrich. Sua técnica de foco suave ajudou a criar a lendária atriz Dietrich nos seis filmes que fizeram juntos em Hollywood.
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EM OS SONHADORES Cena em que isabelle entra no quarto de Theo cantando com seus óculos escuros e um espanador. Isabelle pergunta ao irmão qual o nome do filme.
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SCARFACE: A VERGONHA DE UMA NAÇÃO
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(Dir. Howard Hawks, EUA, 1932, 95 min, Cor)
Na Chicago dos anos 20, um gângster (Paul Muni) mata um rival do seu chefe e rapidamente ganha destaque dentro da quadrilha. Ele espera o momento exato para assassinar seu chefe e se tornar o novo líder do bando, mas o fato de sua irmã (Ann Dvorak), por quem ele sente uma paixão incestuosa, estar envolvida com seu homem de confiança (George Raft) o deixa totalmente abalado. Este fato gerará trágicas consequências. Com Paul Muni, Ann Dvorak e Karen Morley.
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15 | OUT
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EM OS SONHADORES Theo reinterpreta a cena da morte de Tony Carmonte e pergunta pra Matthew e Isabelle qual filme ele está imitando.
Howard Hawks (1896-1977) foi um cineasta da era clássica do cinema de Hollywood. Embora sua obra não seja tão conhecida, Hawks é conhecido como um dos maiores diretores do cinema mundial e seu filme mais reconhecido é Ter ou Não Ter ou Uma Aventura na Martinica (1944).
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JUVENTUDE TRANSVIADA
(Dir. Nicholas Ray, EUA, 1955, 111min, Cor)
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Jim Stark (James Dean) é um encrenqueiro, que fez os pais se mudarem de uma cidade para outra até se fixarem em Los Angeles, onde é preso de madrugada por embriaguez e desordem. No distrito policial está Judy (Natalie Wood), uma jovem que está revoltada com o pai, que a chamou de vagabunda imunda por ter se maquiado. Lá está também um rapaz, John Crawford (Sal Mineo), mais conhecido como Platão, que atirou em alguns cães. Um compreensivo policial entende que Jim recebe em casa apenas um amor superficial dos seus pais, e que Jim nunca aceitou que seu pai seja totalmente submisso à sua mãe. Após ser libertado parecia que tudo estava resolvido, mas os problemas continuam a levarão a trágicas consequências. Com James Dean, Natalie Wood e Sal Mineo.
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Nicholas Ray (1911 – 1979) foi um cineasta norte-americano que dirigiu vários clássicos de Hollywood, como Johnny Guitar (1954), Juventude Transviada (1955), e Jornada Tétrica (1958).
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EM OS SONHADORES Matthew se veste como Jim (com a jaqueta vermelha, camiseta branca e calça jeans), na cena em que corre com Theo e Isabelle no Louvre.
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A CHINESA
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(Dir. Jean-Luc Godard, França, 1967, 96 min, Cor)
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29 | OUT Veronique (Anne Wiazemsky) é uma estudante francesa de filosofia que forma um grupo com mais quatro amigos da universidade para debater temas políticos e sociais. Adeptos do maoísmo, os jovens se cansam de teorizar e decidem partir para medidas mais extremas contra o que eles consideram injusto. Com Anne Wiazemsky, Juliet Berto e Jean-Pierre Léaud.
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Jean-Luc Godard (1930) é um cineasta franco-suíço reconhecido por um cinema vanguardista e polêmico, que tomou como temas e assumiu como forma os dilemas e perplexidades do século XX. Além disso, é também um dos principais nomes da Nouvelle Vague.
EM OS SONHADORES Theo tem um poster do filme na parede do quarto.
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JULES E JIM: UMA MULHER PARA DOIS
(Dir. François Truffaut, França, 1962, 107 min, P&B)
Paris, início do Século XX. Jules (Oskar Werner), um judeu-alemão tímido, e Jim (Henri Serre), um francês extrovertido, se tornam grandes amigos. Eles têm muitos dos mesmos interesses, entretanto procuram alcançá-los de forma bastante diferenciada. Juntos conhecem Catherine (Jeanne Moreau) e logo os três boêmios se tornam um trio inseparável. Enquanto o cenário político mundial estremece com a possibilidade da Primeira Grande Guerra, eles estão determinados em aproveitar a vida ao máximo e viver para o momento. Com Jeanne Moreau, Oskar Werner e Henri Serrecer.
EM OS SONHADORES O suposto triângulo amoroso entre Matthew, Isabelle e Theo faz referencia ao trio do filme: Jules, Catherine e Jim.
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Kroon, Ron/Anefo
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François Truffaut (1935-1984) foi um dos fundadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX. Em quase 25 anos de carreira como diretor, dirigiu 26 filmes, conseguindo conciliar um grande sucesso de público e de crítica na maior parte deles, como Os Incompreendidos (1959), Beijos Proibidos (1968) e A Seria do Mississipi (1969).
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DEPOIS DAQUELE BEIJO
(Dir. Michelangelo Antonioni, Itália/Reino Unido, 1966, 111min, Cor)
Thomas (David Hemmings) é um fotógrafo de moda que não suporta mais o mundo em que vive, no qual jovens mulheres o perseguem para serem fotografadas na esperança de se tornarem grandes modelos. Um dia, ao passar por um parque de Londres, ele vê um casal à distância e resolve fotografá-los. Ao vê-lo, Jane (Vanessa Redgrave) corre ao seu encontro, pedindo que lhe entregue os negativos das fotos. Ele se recusa e vai embora, mas ela descobre o endereço de seu estúdio e vai visitá-lo. Lá Jane tenta seduzi-lo e Thomas a engana, entregando outro rolo fotográfico. Ao revelar as fotos, Thomas percebe que pode ter documentado, sem querer, um assassinato. Com Vanessa Redgrave, David Hemmings e Sarah Miles.
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Reprodução
Reprodução
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12 | NOV
Michelangelo Antonioni (1912 – 2007), um dos diretores da idade de ouro do cinema italiano, era o cineasta da introspecção. Seus temas prediletos eram as relações humanas, a dificuldade de viver e o amor impossível. Seus filmes mais conhecidos são A Aventura (1960), A Noite (1961) e O Eclipse (1962).
EM OS SONHADORES Theo tem um desenho do personagem Thomas, na parede do seu quarto.
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PAISÀ
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(Dir. Roberto Rossellini, Itália, 1946, 134 min, P&B)
No segmento inicial um soldado americano, Joe (Robert Van Loon), tem a tarefa de proteger uma jovem siciliana, Carmela (Carmela Sazio), em um castelo velho abandonado. Ela nada diz ou demonstra, enquanto Joe tenta suplantar a barreira do idioma. O segundo segmento se passa em Nápoles, onde um soldado americano negro tem seus sapatos roubados por um menino que mora na rua. Ele procura pelo garoto e descobre que o menino vive com napolitanos sem-teto. O terceiro segmento se passa em Roma, quando um soldado americano, Fred (Gar Moore), chega na cidade com seu tanque e lhe é oferecida água por uma jovem, Francesca (Maria Michi), por quem ele rapidamente se sente atraído. O quarto episódio acontece em Florença, quando uma enfermeira americana, Harriet (Harriet Medin), e um guerrilheiro italiano tentam atravessar as linhas alemãs. No quinto segmento há três capelães americanos: um católico, um protestante e um judeu, que pedem para monges franciscanos autorização para passar a noite no monastério deles. No sexto capítulo há um forte tiroteio entre forças britânicas e alemãs, em que há grandes perdas para ambos os lados.
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Roberto Rossellini (1906 – 1977) foi um dos mais importantes cineastas do neo-realismo italiano, com contribuições ao movimento, com filmes como Roma, Cidade Aberta (1945) e Alemanha Ano Zero (1948).
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19 | NOV
EM OS SONHADORES Theo tem uma foto do filme na porta de seu armário.
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CREPÚSCULO DOS DEUSES
(Dir. Billy Wilder, EUA, 1950, 110 min, P&B)
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26 | NOV
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Para fugir dos representantes de uma financeira, Joe Gillis (William Holden) se refugia na decadente mansão de Norma Desmond (Gloria Swanson), antiga estrela do cinema mudo. Quando Norma descobre que Joe é roteirista, contrata-o para revisar o roteiro de Salomé, que marcará seu retorno às telas. O filme é insuportável, mas o pagamento é bom e como ele não tem muito o que fazer, aceita. Mas o destino lhe reserva surpresas. Com William Holden, Gloria Swanson e Erich Von Stroheim.
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Billy Wilder (1906 – 2002) foi um realizador de cinema norte-americano. Sua carreira de roteirista, cineasta e produtor estendeu-se por mais de 50 anos em mais de 60 filmes. Ele é lembrado como um dos mais brilhantes cineastas de sua época em Hollywood e vários de seus filmes foram aclamados tanto pelo público quanto pela crítica, como O Pecado Mora ao Lado (1955), Quanto mais quente melhor (1959) e Se meu apartamento falasse (1960).
EM OS SONHADORES O filme se inspira na obra de Billy Wilder, principalmente pelo recurso da metalinguagem.
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A SANGUE FRIO
(Dir. Richard Brooks, EUA, 1968, 134 min, P&B)
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Baseado no livro de Truman Capote, o filme conta a história de dois ex-condenados, Perry Edward Smith (Robert Blake) e Richard “Dick” Eugene Hickock (Scott Wilson), que invadem a casa dos Clutter, pois Herbert Clutter (John McLiam), um rico fazendeiro, teria um cofre com 10 mil dólares. Mas Perry e Dick não
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acham o cofre, roubam apenas 43 dólares e matam Herbert, a esposa e um casal de filhos, pois não queriam deixar testemunhas. Alvin Dewey (John Forsythe) comanda as investigações e tenta encontrar alguma pista que leve aos assassinos. Com Robert Blake, Scott Wilson e John Forsythe.
3 | DEZ
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Richard Brooks (1912 –1992) foi um cineasta americano. Entre seus filmes estão A última vez que vi Paris (1954), Lord Jim (1965) e Os Irmãos Karamazov (1969).
EM OS SONHADORES A mesma cena do filme é reproduzida quando a chuva desliza na janela e se vê através do vidro um rosto.
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A NOIVA ESTAVA DE PRETO
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(Dir. François Truffaut, França, 1968, 107 min, Cor)
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10 | DEZ
Kroon, Ron/Anefo
O marido de Julie Kohler (Jeanne Moreau) é assassinado em seus braços, nos degraus da igreja, logo após o casamento. A viúva sai à procura dos responsáveis pelo disparo, com um desejo de vingança. Ao encontrar os cinco culpados pelo crime, ela começa um jogo de sedução e perseguição para matá-los. Com Jeanne Moreau, Michel Bouquet e Jean-Claude Brialy.
EM OS SONHADORES Uma foto da personagem de Julie Kohler está na parede do quarto de Theo.
François Truffaut (1935-1984) foi um dos fundadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX. Em quase 25 anos de carreira como diretor, dirigiu 26 filmes, conseguindo conciliar um grande sucesso de público e de crítica na maior parte deles, como Os Incompreendidos (1959), Beijos Proibidos (1968) e A Seria do Mississipi (1969).
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O ANJO AZUL
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(Dir. Josef von Sternberg, Alemanha,1930, 100 min., P&B)
Enfeitiçado pelos encantos de uma cantora de cabaré (Marlene Dietrich), um proeminente burgues (Emil Jannings) vai degradando-se crescentemente entregue a sua atração por ela. Um drama sensível, em que Dietrich interpreta o papel que a projetou em Hollywood. Com Marlene Dietrich e Emil Jannings.
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17 | DEZ
EM OS SONHADORES Uma foto da personagem Lola está na parede do quarto de Theo.
Josef von Sternberg (1894 – 1969) foi um cineasta austríaco. Depois de trabalhar com o premiado ator alemão Emil Jannings, ele foi convidado para Berlim, em 1930, para fazer um dos primeiros filmes falados da Europa, O Anjo Azul (1930), com Jannings e Marlene Dietrich. Sua técnica de foco suave ajudou a criar a lendária atriz Dietrich nos seis filmes que fizeram juntos em Hollywood.
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OUTROS FILMES USADOS COMO REFERÊNCIA EM OS SONHADORES: As Damas do Bois de Boulogne (Dir. Raoul Ploquin, França, 1945, 86 min., P&B) Amarga Esperança (Dir. Nicholas Ray, EUA, 1948, 95 min., P&B) Nasce uma Estrela (Dir. George Cukor, EUA, 1954, 110 min., P&B) Johny Guitar (Dir. Nicholas Ray, EUA, 1954, 110 min., P&B) Sabes o que eu Quero (Dir. Frank Tashlin, EUA, 1956, 99 min., Cor) A Marca da Maldade (Dir. Orson Welles, EUA, 1958, 95 min., P&B) Os Incompreendidos (Dir. François Truffaut, França, 1959, 100min., P&B) O Demônio das Onze Horas (Dir. Jean-Luc Godard, França, 1965, 115 min., Cor) Persona (Dir. Ingmar Bergman, Suécia, 1966, 85 min.,P&B) Mouchette, A Virgem Possuída (Dir. Robert Bresson, França, 1967, 90 min., P&B) Butch Cassidy (Dir. George Roy Hill, EUA, 1969, 114 min, P&B) Tenho Fome, Tenho Frio (Dir. Chantal Akerman, França, 1984, 13 min., P&B)
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Exibição de filmes sobre jovens transgressores com mediação de Liene Saddi Terças, 19h Retirada de ingressos com 1h de antecedência na Central de Atendimento 51
OS SONHADORES E OUTROS TRANSGRESSORES: SUBVERSÃO EM CONTRADIÇÃO 52
Os temas da subversão e do questionamento às ordens morais, religiosas e econômicas institucionalizadas são recorrentes ao longo dos séculos, em especial através dos afetos e do potencial transformador das juventudes em diferentes sociedades. Desde o século XVIII, com a aceleração do processo de urbanização, localizamos experiências de formação de organizações coletivas e comunidades urbanas e rurais em pequena escala, que irão se desdobrar em múltiplos movimentos comunitaristas. Em vertentes distintas, os movimentos de transgressão ao status quo passam por buscas como a autonomia dos corpos em sua existência, por ideais de transformação da sociedade e pelas revoluções pessoais em que essas experiências implicam e das quais emergem. No cinema, estes movimentos foram amplamente retratados, muitas vezes assumindo como ponto de partida narrativo a romantização destas cargas revolucionárias, deixando à margem a discussão de que na busca por filosofias em comum, coletivos constituídos de seres heterogêneos podem eventualmente esbarrar em suas próprias contradições internas. O ciclo de longas-metragens aqui apresentado, composto por Bem-Vindos (Lukas Moodysson, 2000), Os Sonhadores (Bernardo Bertolucci, 2003), Edukators – Os Educadores (Hans Weingartner, 2004) e A Concepção (José Eduardo Belmonte, 2006), coloca como possibilidade um outro caminho para pensar a construção de enunciados, na complexificação das cargas ideológicas. Através de propostas estéticas particulares com personagens em flutuação e conflito, seus realizadores propõem exercícios reflexivos que nos devolvem a importância da autocrítica no interior dos movimentos transgressivos, necessária para que identidade e alteridade não sejam dissociadas. Liene Saddi Doutora em Artes Visuais (Multimeios e Arte) pela Unicamp, Mestre em Artes (2010) e graduada em Comunicação Social - Midialogia (2007)
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Bernardo Bertolucci (1940) é um cineasta e roteirista italiano. Antes de fazer cinema, estudou na Universidade de Roma e ganhou fama como poeta. Foi assistente de direção do cineasta Pier Paolo Pasolini e ajudou a escrever o roteiro de Era Uma Vez no Oeste (1968), clássico de Sergio Leone. Já nos Estados Unidos escandalizou o mundo com O Último Tango em Paris (1972), sua primeira obra-prima.
OS SONHADORES (Dir. Bernardo Bertolucci, França, Reino Unido e Itália, 2003, 116 min, Cor) 8 | NOV
Matthew (Michael Pitt) é um jovem que, em 1968, vai estudar em Paris. Lá ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel). Os três logo se tornam amigos, dividindo experiências e relacionamentos enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil. Com Michael Pitt, Eva Green e Louis Garrel.
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BEM-VINDOS (Lukas Moodysson, Suécia, Dinamarca e Itália, 2000,106 min, Cor) 15 | NOV 54
Em 1975, Elisabeth (Lisa Lindgren) decide abandonar o marido alcoólatra e abusivo e vai morar, levando os filhos, com seu irmão Göran (Gustaf Hammarsten), que vive em uma comunidade hippie. Lá, ela encontra um grupo que tenta unir seus ideais anarquistas com os burgueses. Mas, apesar da difícil convivência e choque de culturas, ali todos são bem-vindos. Com Lisa Lindgren, Gustaf Hammarsten, MIchael Nyqvist e Ola Rapace. Lukas Moodysson (1969) é um cineasta sueco, um dos novos expoentes do cinema escandinavo, realizando produções que criticam duramente e satirizam, ainda que de maneira bastante negativa e violenta, a sociedade e o comportamento humanos.
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EDUKATORS (Dir. Hans Weingartner, Alemanha, 2004, 127 min, Cor) 22 | NOV
Três jovens idealistas realizam protestos pacíficos, invadindo a casa de pessoas ricas para trocar os móveis de lugar e deixar mensagens de protesto. Numa de suas ações, um deles esquece um celular, o que faz com que tenham que retornar ao local no dia seguinte. Porém o que eles não contavam era encontrar o dono da casa por lá. Com Daniel Brühl, Julia Jentsch e Stipe Erceg. Hans Weingartner (1977) é um autor, diretor e produtor austríaco. Com o filme Edukators ele foi nomeado para a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2004.
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A CONCEPÇÃO (Dir. José Eduardo Belmonte, Brasil, 2005, 96 min, Cor) 29 | NOV
Alex (Juliano Cazarré), Lino (Milhem Cortaz) e Liz (Rosanne Mulholland) são filhos de diplomatas, que vivem juntos em Brasília. Eles moram em uma casa repleta de quinquilharias obtidas nos mais variados cantos do mundo e levam uma vida entediada. Até que surge em suas vidas uma pessoa sem nome e sem passado, que se chama X (Matheus Nachtergaele) e propõe viver um dia sem qualquer impedimento. X propõe um movimento chamado Concepcionismo, que consiste na morte ao ego e em seguir o caminho do excesso, que é encampado pelo trio de amigos. Com Matheus Nachtergaele, Milhem Cortaz, Rosanne Mulholland e Juliano Cazarré. José Eduardo Belmonte (1970) é um cineasta brasileiro formado em cinema na Universidade de Brasília (UnB). Seus principais filmes são Se nada mais der certo (2008), Gorila (2012) e Alemão (2014).
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Inscrições na Central de Atendimento
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CINEFILIA, POLÍTICA E TRANSGRESSÃO: ANÁLISE DE FILMES DA DÉCADA DE 1960 ATÉ HOJE Com Sérgio Rizzo
O cinema dos anos 1960 esteve muitas vezes em sintonia com as transformações sociopolíticas e comportamentais que ocorreram naquele período em diversos países. O italiano Bernardo Bertolucci foi um dos diretores representativos desse diálogo entre cinema e sociedade, em filmes como Antes da Revolução (1964) e Partner (1968). Mais de três décadas depois, ele recriou, em Os Sonhadores (2003), os eventos de maio de 1968, em Paris, e estabeleceu conexões entre a cinefilia, a política e o espírito de transgressão da época. A partir dos filmes vistos e mencionados em Os Sonhadores, este curso examinará não apenas a efervescente produção cinematográfica dos anos 1960, mas também o repertório clássico que a cinefilia francesa da época revisitou. Além disso, serão analisados filmes do século 21 que, cada um a seu modo, retomaram alguns dos temas-chave daquela década. Sérgio Rizzo é formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo e, em 1994, concluiu o mestrado em Artes/Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde fez também o doutorado em Meios e Processos Audiovisuais, com tese defendida em 2011. Como jornalista, sua carreira inclui experiências em editoras de revistas e livros, redações de jornais diários, emissoras de rádio, TV e portais de Internet. Como professor universitário desde 1991, teve passagens pelos cursos de Comunicação da Metodista, da Universidade de Mogi das Cruzes, da Faculdade Cásper Líbero e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O curso é direcionado a pessoas interessadas em ampliar seus conhecimentos na linguagem de cinema, principalmente na perspectiva histórica. Dias 9, 16, 23 e 30/8 e 6/9, terças, 19h30 às 21h30 Sala 3, 6º andar - Torre A
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CINEMA E CULTURA POP: DA DÉCADA DE 1950 AOS DIAS ATUAIS Com Celso Sabadin
Em 2003, o premiado cineasta italiano Bernardo Bertolucci lançou seu filme Os Sonhadores, um retrato poético-histórico do inconformismo da Geração de Maio de 1968. Muito mais que um filme sobre um inquieto grupo de jovens, Os Sonhadores expõe uma vasta gama de filmes-referência que formam um riquíssimo painel cinematográfico-comportamental daquela geração que mudou o mundo para sempre. Este curso teórico propõe a realização, através do filme e de suas referências, de quatro encontros que discutirão os acontecimentos que levaram a sociedade mundial a quebrar todos os paradigmas vigentes até então, transformando definitivamente as relações de arte e consumo, e culminando com a criação do que se convencionou chamar de Cultura Pop. Celso Sabadin é graduado em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero e em propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Realizou a produção e a Curadoria da Mostra Cine Santander España, na Cinemateca Brasileira, e dos Festivais Alatur de Cinema e Turismo. Seu trabalho mais recente foi a curadoria da Mostra Eduardo Coutinho, dentro do Festival de Cinema de Anápolis, em maio de 2014. Como cineasta, roteirizou e dirigiu o longa metragem Mazzaropi, lançado em 2013, e roteirizou o curta Nem Isso, a partir da obra de Luís Fernando Veríssimo. É sócio-fundador da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema. O curso é direcionado para pessoas que querem ampliar o conhecimento em cinema e que têm interesse na cultura pop. Dias 22 e 29/9, 6 e 13/10, quintas, 19h30 às 21h30 Sala 2, 5º andar - Torre A
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO CINEMA E AO CINEMA DE ALUSÃO Com Sérgio Alpendre
Neste curso, passearemos pela História do Cinema por meio das alusões feitas pelo filme Os sonhadores, de Bertolucci, contextualizando as obras em seus períodos específicos (anos 30, 40, 50, 60) e nas devidas filmografias (americana, italiana, francesa). Durante os anos 1960, com o crescimento das escolas de cinema pelo mundo, tornou-se comum a prática da alusão a filmes que fizeram a História do Cinema, considerando que o público também conhecia essa história. Diretores como Truffaut, Godard, Scorsese, Lynch e Tarantino, entre muitos outros, tornaram-se mestres na prática de aludir a outros filmes como piscadelas para agradar plateias cinéfilas. Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci, é explicitamente um cinema da alusão. Nele, passeamos pela História do Cinema de maneira lúdica, as alusões aparecendo de diferentes maneiras (imitações de gestos, trechos inseridos dos filmes originais, menções verbais etc.). Sérgio Alpendre é crítico de cinema, professor, pesquisador e jornalista. Entre seus trabalhos, destacam-se a colaboração com a Folha de S. Paulo desde 2008, a coordenação do Núcleo de História e Crítica da Escola Inspiratorium, a curadoria do Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba e das mostras Retrospectiva do Cinema Paulista e Tarkovski e seus Herdeiros. O curso é direcionado a pessoas interessadas em ampliar seus conhecimentos na linguagem de cinema, principalmente na perspectiva histórica. Dias 9, 16, 23 e 30/11 e 7/12, quartas, 19h30 às 21h30 Sala 2, 5º andar - Torre A
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PROGRAMA DAS AULAS: Cinefilia, Política e Transgressão: análise de filmes da década de 1960 até hoje AULA 1 A cinefilia venera a tradição clássica: de O Homem das Novidades (1928) a O Picolino (1935). | AULA 2 O engajamento político no cinema do pós-guerra: Paisá (1946) e a escola neorrealista italiana. | AULA 3 Hollywood, nós te amamos: Crepúsculo dos Deuses (1950), Johnny Guitar (1954), Juventude Transviada (1955), A Marca da Maldade (1958). | AULA 4 Os cinemas novos dos anos 1960: a nouvelle vague francesa e Bernardo Bertolucci. | AULA 5 Os herdeiros contemporâneos: Bem-Vindos (2000), Edukators (2004), A Concepção (2005).
Cinema e cultura pop: da década de 1950 aos dias atuais AULA 1 As origens da Cultura Pop no pós-2ª Guerra. Fronteiras geográficas se transformam em fronteiras mercadológicas. Crises e desilusões direcionam atitudes para a produção e para a venda. | AULA 2 Anos 60, o ponto da virada. Ao contrário do que acontecia até então, o Imaginário passa ser o produtor da Realidade. Os movimentos estudantis de 68 e o Festival Woodstock de 69 alteram os rumos do comportamento. Movimento Hippie e Contracultura. | AULA 3 Fim das utopias e morte da autenticidade. Fragmentação das representatividades humanas e culturais. O Pop se reinventa com a velocidade da mídia. Era de Madonna e Michael Jackson como os maiores ícones do Pop globalizado. | AULA 4 Fim das noções simbólicas de Passado e Futuro. Esvaziamento dos sentidos históricos da cultura. Tudo disponível num mesmo tempo e momento. A era da Espetacularização, Individualidade, Superexposição e Midiatização da Cultura.
Introdução à História do Cinema e ao Cinema de Alusão AULA 1 O cinema da alusão - considerações a partir do texto de Noel Carrol (The Future of Allusion). - a cinefilia como motor da alusão. - algumas das alusões mais interessantes do cinema. | AULA 2 O cinema americano clássico - contextualização dos filmes que são citados em Os Sonhadores: Monstros, Rainha Christina, Top Hat, City Lights, The Cameraman, entre outros. | AULA 3 O cinema americano: do clássico ao moderno - do mudo ao sonoro, a evolução do cinema clássico americano. Contextualização dos filmes americanos dos anos 50 e 60 citados em Os Sonhadores: Shock Corridor, Juventude Transviada, À Sangue Frio, Butch Cassidy, entre outros. | AULA 4 O cinema moderno ao redor do mundo - o cinema americano como principal influência das carreiras de Bertolucci e dos diretores da Nouvelle Vague. Contextualização dos filmes não americanos citados em Os Sonhadores: Jules et Jim, Paisà, As Damas do Bosque de Bolonha, Acossado, Mouchette, entre outros. | AULA 5 O cinema de Bertolucci - contextualização das fases da carreira de Bernardo Bertolucci e sua inserção no cinema moderno.
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SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDENTES Técnico-Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli GERENTES Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Adjunta Kelly Adriano de Oliveira Estudos e Desenvolvimento Marta Colabone Adjunto Iã Paulo Ribeiro Artes Gráficas Hélcio Magalhães Adjunta Karina C. L. Musumeci Sesc Vila Mariana Mariângela Abbatepaulo Adjunta Patrícia Dini HISTÓRIA E TRANSGRESSÃO DO CINEMA: SONHADORES Equipe Sesc Idealização e Curadoria Natalie Ferraz Kaminski Programação Mara Rita Oriolo de Almeida (coordenação), Lucia Helena do Nascimento, Rodrigo Gerace e Talita Rebizzi Comunicação Natália Reis, Tatiane Vieira Assessoria de Imprensa Renato Perez Artes Gráficas Rogério Ianelli e Thais Franco Projeto Gráfico Marina Burity Administrativo Manoel Expedito de Freitas Alimentação Célia Tucunduva Fonseca Serviços Adilson de Abreu Infraestrutura Camila Paes de Castro e Souza
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Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141, CEP 04012-000 TEL.: +55 11 5080 3000
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