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PROFISSÃO
QUEM SÃO NOSSOS CORRETORES? POR FABÍOLA LAGO / ROSE GUANAES
PESQUISA EXCLUSIVA DO SISTEMA COFECI-CRECI TRAÇA UM PERFIL COMPLETO DOS CORRETORES BRASILEIROS.
C
om o mercado imobiliário superaquecido em todo o país, a profissão de corretor de imóveis passou a ser uma opção atrativa para milhares e milhares de profissionais. Inscritas formalmente no Sistema Cofeci-Creci, são atualmente mais de 280 mil pessoas no exercício da profissão em todo o Brasil. Em sua maioria homens, 67,3%, contra 32,7% de presença feminina no mercado, segundo pesquisa atual realizada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (IBDES), sob encomenda do sistema em todas as regiões do país.Um mercado que amadurece e se renova década após década. Para se ter uma ideia de quem são os corretores do Brasil, basta uma olhada apurada nos números que se seguem. A faixa etária média dos corretores no momento de sua inscrição no Sistema Cofeci-Creci, dos anos 60 para cá, manteve-se entre os 33 e 41 anos. Ao se inscrever, apenas 9% declararam ter entre 18 e 29 anos.
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Outros 19% tinham entre 30 e 39 e a maioria, 53%, estava situada na faixa etária que vai dos 40 aos 59 anos. Presença significativa também dos integrantes da terceira idade: os inscritos acima de 60 anos representavam 19% do total.
53%
tinham entre 40 e 59 anos no momento de inscrição no conselho.
“Os números indicam a maturidade do contexto de nossos corretores. Estamos indubitavelmente diante de quadro profissional de peso, que escolheu com a racionalidade típica da maioridade o caminho profissional a seguir”, analisa o presidente do Cofeci, João Teodoro. Esta maturidade, segundo demonstra a pesquisa, também é sentida quando se pergunta o estado civil de seus integrantes: 56,8%, maioria absoluta, são casados. Destes, quase 80% indicaram ter famílias com até quatro membros. Considerando a localização geográfica, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam uma média de filhos maior que a nacional, 4,3 filhos, contra 1,6 do conjunto de todas as regiões pesquisadas.
OS NÚMEROS INDICAM A MATURIDADE DO CONTEXTO DE NOSSOS CORRETORES. João Teodoro, presidente do Cofeci.
No quesito formação, os pós-graduados (com especialização, mestrado e doutorado) e com nível superior somam 63,6%. Outro dado que configura o nível intelectual e de capacitação dos corretores brasileiros é o conhecimento de língua estrangeira. Cerca de 60% dos pesquisados afirmaram conhecer uma língua além do português. Este índice é maior nas regiões Sudeste e Nordeste, com 70% dos entrevistados conhecedores de mais de uma língua. O inglês está entre as mais faladas: 59% declararam falar o idioma. Domínio ainda do francês e do espanhol. Outras línguas indicadas pelos corretores foram o alemão, o italiano, o árabe, o japonês e o latim.
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60 % dos corretores afirmam conhecer ao menos uma língua estrangeira.
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CADA VEZ MAIS QUALIFICADOS Quanto maiores são as oportunidades e possibilidades de crescimento, maiores são as exigências do mercado. Por isso mesmo, os corretores estão cada vez mais qualificados. Segundo Tânia Sanches, gerente de RH de uma das maiores imobiliárias da cidade de São Paulo, a Coelho da Fonseca, o perfil do corretor atual é bastante diversificado. “Existem pessoas jovens, mais maduras, com ou sem nível universitário, homens e mulheres. Mas uma coisa eles devem ter em comum: a ambição, o tino comercial, o bom atendimento e a vontade de ir além”, explica a executiva que também já exerceu a profissão na empresa. Apesar de corretores de imóveis serem profissionais autônomos, a Coelho da Fonseca abre processos seletivos e faz um intenso treinamento para potencializar sua equipe, hoje composta por mais de 1.500 pessoas só na capital paulista. Além do certificado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP), que proporciona o Curso Técnico de Transações Imobiliárias, obrigatório para o credenciamento junto à entidade, a imobiliária dá seus próprios treinamentos. Compreensão do mercado atual de imóveis, sobre a rotina do corretor, atendimento ao cliente e matemática financeira, este último, segundo Tânia, uma vantagem competitiva na hora de atender o cliente e discutir valores. Atualmente, os valores médios dos imóveis vendidos pela corretora estão entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. “Na área de vendas, corretores de imóveis certamente estão entre os mais bem remunerados”, opina Rosana Martinuci, ex-administradora da área financeira, corretora no Escritório Brasília de Imóveis (EBI), região norte de São Paulo. Para ela, corretores estão cada vez mais qualificados e isso é bom para o cliente. A maioria das 64
pessoas desconhece que o profissional é corresponsável por todo o processo documental de compra e venda. “Em caso de qualquer irregularidade, ele pode ser responsabilizado legalmente”, explica Rosana. A remuneração e a flexibilidade foram algumas das vantagens que a administradora viu na corretagem. Ela cita como características imprescindíveis para o exercício da profissão a transparência, o tino comercial e o perfil comunicativo. “Também é preciso ser perseverante e planejar-se, porque às vezes uma venda pode demorar a acontecer, o que não quer dizer que não acontecerá”, diz Rosana. Há 30 km de São Paulo, na Granja Viana, um dos metros quadrados mais caros de São Paulo, a corretora Adriana Stase Penna tem como “mantra” no seu dia a dia que “o próximo é você”. “Quando as pessoas procuram um corretor, estão em um momento crucial de suas vidas. Um momento pelo qual eu mesma poderia estar passando. Estão casando ou separando-se, vão ter um bebê, ou os filhos cresceram e foram embora e é hora de morar em um espaço menor”, exemplifica.
EXISTEM PESSOAS JOVENS, MAIS MADURAS, COM OU SEM NÍVEL UNIVERSITÁRIO, HOMENS E MULHERES. MAS UMA COISA ELES DEVEM TER EM COMUM: A AMBIÇÃO, O TINO COMERCIAL, O BOM ATENDIMENTO E A VONTADE DE IR ALÉM. Tânia Sanches, gerente de RH da Coelho da Fonseca Setor Imobiliário | SET / OUT | 2012
Negócio fechado: corretor da Fator Realty, Roberto Ramos, apresenta decorado para clientes em empreendimento em Salvador.
Gerente de RH, Tânia Sanches destaca capacitação como vantagem competitiva na hora de atender o cliente.
Adriana trabalhava no ambiente corporativo em São Paulo, mas decidiu ter mais qualidade de vida e foi para a Granja Viana. Era preciso também mudar de profissão e ser corretora tornou-se uma ótima opção. Para ela, não importa a remuneração imediata. Já se empenhou para locação de imóveis e mais tarde o cliente a indicou para transações comerciais de grande porte. Na Granja Viva, imobiliária onde atua, são nove mulheres corretoras, todas mães, com família e muito bem -sucedidas na área. Para garantir a qualidade de vida e a reposição de energia, a imobiliária não abre aos domingos. Um equilíbrio que só trouxe bons resultados. O corretor é corresponsável por toda a documentação no processo de compra e venda ou locação. Mostre seu conhecimento para seu cliente, seja transparente, pois ele perceberá como você é indispensável para fechar o negócio. Proporcione segurança. Vista-se de acordo com os imóveis que serão apresentados. Pessoas mais modestas podem ficar
A TRANSPARÊNCIA E O PERFIL COMUNICATIVO SÃO CARACTERÍSTICAS IMPRESCINDÍVEIS PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO. Setor Imobiliário | SET / OUT | 2012
intimidadas se você estiver excessivamente “arrumado” e vice-versa. Sobriedade, simplicidade na medida certa são sempre elegantes para qualquer situação de atendimento. Matemática financeira pode ajudá-lo a simular cálculos de financiamento, dando agilidade para que seus clientes conheçam as reais possibilidades de fechar o negócio. Invista no curso.
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DISTRIBUIÇÃO DOS CORRETORES DE IMÓVEIS INSCRITOS NO SISTEMA COFECI-CRECI:
segundo sexo.
segundo estado civil.
67,3% 32,7%
56,8%
Casado
14,3%
Divorciado
masculino
24,8%
Solteiro
3,8%
Viúvo
0,3%
Não informou
feminino
Casado
Divorciado
60%
N Ne Se S
Solteiro
Não informou
20%
45,9%
11,2%
57,1%
10%
32,4%
10,8%
57,8%
CO
Viúvo
8,1% 2,8% 27,3%
22,1% 13,3%
63,4%
segundo escolaridade.
Ensino fundamental
3,7%
19,5%
1,3%
20%
3,3%
segundo estado civil por região.
segundo sexo e escolaridade.
1,6%
Sexo Escolaridade
34,6%
Ensino médio
48,6%
Ensino superior Pós-graduação
14,9%
(especialização, mestrado, doutorado)
Não informou
10%
0,3%
Feminino
Masculino
Total
Ensino fundamental Ensino médio Ensino superior Pós-graduação Não informou
1,0% 35% 52,4% 11,1% 0,5%
1,9% 34,4% 46,7% 16,5% 0,5%
1,6% 34,8% 48,7% 14,9%
Total
100%
100%
100%
DADOS RETIRADOS DO PERFIL DOS CORRETORES DE IMÓVEIS REALIZADO PELO SISTEMA COFECI-CRECI.
segundo quantidade de filhos em idade escolar.
segundo quantidade de filhos.
20%
1
6%
4 5 6 7 8 Não informou
3 filhos
0,6% 0,3% 0,3% 0,3% 2,6%
Não informou
18,7% 22,9% 26,3%
4
4,1%
9
0,3%
12
0,3%
Não informou
58,1% 41,9%
12,4%
5
8
sim
Média de pessoas => 3,4 Desvio padrão => 1,5
2,9%
segundo quantidade de membros na família.
não
segundo grau de conhecimento de línguas estrangeiras.
Inglês Espanhol Francês Escreve
Lê
11,5%
14,2%
36,1%
43,7%
40,4%
48,1% 65%
Compreende
8,3%
segundo conhecimento de línguas estrangeiras.
3
1,6% 0,3%
1,8%
Desvio padrão => 1,1
2
7
5,7%
Média de filhos => 2,2
10,2%
1
6
2 filhos
12,4%
3
26,9%
1 filho
32,1%
2
57,3%
Nenhum
25,4%
0
56,8%
14,8%
59%
Fala
14,2%
44,3%