Setor MERCADO
REDES SOCIAIS: VENDA,RELACIONAMENTO E ESTRATÉGIA O SETOR IMOBILIÁRIO ESTÁ ADERINDO ÀS REDES SOCIAIS PARA POTENCIALIZAR NEGÓCIOS E AMPLIAR RELACIONAMENTOS, MAS, PARA NÃO SER MAIS UM PERFIL NA REDE, É NECESSÁRIO CONHECER O PÚBLICO. POR THATIANA SESTREM
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adernos de classificados, anúncios em mídia impressa, placas de vende-se. Estes foram os formatos que por muitos anos perduraram quando falamos em estratégias para venda de imóveis. Mas o avanço da tecnologia fez com que os corretores de imóveis e empresários do mercado imobiliário também buscassem outras maneiras de apresentar a oferta ao cliente. Hoje, os profissionais do setor imobiliário encontramse nas redes sociais, anunciam em portais, com fotos e conteúdos que buscam impactar o consumidor e, assim, revolucionam a maneira de vender imóveis. Mas a mudança não foi à toa. Pesquisa da empresa eMarketer revelou que o número de usuários de mídias sociais atingirá este ano 1,43 bilhão no mundo, um aumento de 19,2% em relação a 2011. No Brasil, o número de usuários de internet deve alcançar 86,4 milhões em 2012. Para o diretor de Comunicação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (IBDES),
Jader Felix, não existe um fator determinante apenas, mas sim uma série de situações que levam ao sucesso do anúncio e o fazem ser encontrado na internet, onde as redes sociais têm papel estratégico nas ações. “Se o anunciante está bem articulado dentre as suas redes sociais, ele passa a ter mais visibilidade. Isso também gera buzz na web e contribui para um bom ‘ranqueamento’ nos mecanismos de busca. Certamente, esta cadeia de processos facilitará as vendas e contribuirá para que os anúncios subsequentes sejam vistos cada vez mais rápido”, pontua Felix, que também é especialista em Marketing Integrado e Aproveitamento Estratégico de Novas Mídias. Para o diretor Comercial da W Imóveis, Marcelo Ramos, as vendas de imóveis online possibilitaram ao consumidor ter mais informações sobre o imóvel desejado. “É possível integrar diversas ferramentas, com descrições detalhadas, fotos, filmes, mapas e plantas”, ressalta.
Jader Felix, diretor de Comunicação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (IBDES).
Foto Ivan Baldivieso
NAS REDES SOCIAIS, É PRECISO CRIAR CICLOS DE AFINIDADES, GANHAR A EMPATIA DOS MEMBROS DE SUA REDE DE RELACIONAMENTO, ESTAR PRESENTE TRAZENDO COISAS RELEVANTES E POR ACASO ALGUMAS BOAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS.
É POSSÍVEL INTEGRAR DIVERSAS FERRAMENTAS, COM DESCRIÇÕES DETALHADAS, FOTOS, FILMES, MAPAS E PLANTAS. Marcelo Ramos, diretor Comercial da W Imóveis.
Foto Divulgação
REDES TEMÁTICAS IMPULSIONAM O SETOR
Setor Imobiliário | JAN / FEV | 2013
Hoje, as redes sociais são canais com um alto potencial de audiência, o que possibilita ao corretor de imóveis proximidade com o cliente e com outros profissionais do setor. E, dentro deste contexto, as redes sociais temáticas podem apresentar uma audiência qualificada, na visão de Leonardo Stuepp Jr., diretor de Marketing da Redimob, rede social voltada ao setor imobiliário. 35
Setor MERCADO REDES SOCIAIS “Mais do que um canal de relacionamento, as redes sociais são excelentes canais para fortalecimento da marca, possibilitam que empresas e profissionais deste setor se relacionem, compartilhem experiências, apresentem oportunidades, criando uma reputação positiva e um alto grau de aceitação perante a sociedade e pessoas interessadas em imóveis”, afirma Stuepp Jr.
ANTES DE VENDER, PENSE NO PLANEJAMENTO
Foto Divulgação
Quando falamos em venda na web e relacionamento em redes sociais, o planejamento é fator primordial, onde notícia, relevância, novidade, utilidade e produto devem estar distribuídos de maneira equilibrada. Sem planejamento, as ações não têm um foco definido, o que
faz com que os resultados não apareçam. “Nas redes sociais, é preciso criar ciclos de afinidades, ganhar a empatia dos membros de sua rede de relacionamento, estar presente trazendo coisas relevantes e por acaso algumas boas oportunidades de negócios. Mesmo que seu objetivo seja apenas vender, não se pode entrar em uma rede e apenas fazer isso”, alerta Jader Felix. Estar nas redes para fortalecer a marca e ser reconhecido como um ícone referência no segmento passa por um fator criterioso para os internautas: conteúdo de qualidade. Mas, antes de escrever, pense para quem será direcionado o conteúdo. “É necessário entender quem é o público alvo, o que este público está buscando e com que tipo de conteúdo ele se relaciona. É o primeiro passo para o planejamento de comunicação. Antes de falar, é necessário ouvir e entender”, afirma Leonardo Stuepp Jr.
É NECESSÁRIO ENTENDER QUEM É O PÚBLICO ALVO, O QUE ESTE PÚBLICO ESTÁ BUSCANDO E COM QUE TIPO DE CONTEÚDO ELE SE RELACIONA. Leonardo Stuepp Jr., diretor de Marketing da Redimob.
QUAL FERRAMENTA UTILIZAR? Com a grande quantidade de plataformas e ferramentas online para divulgação de conteúdos e imóveis, a dúvida por onde começar a se comunicar com o público é frequente. Afinal, qual a melhor ferramenta? O especialista em Marketing Digital e Mídias Online Gustavo Zanotto recomenda a ferramenta que os profissionais do mercado imobiliário estejam mais acostumados e consigam conduzir bem o seu trabalho. “Cada ferramenta tem uma particularidade específica. Por exemplo, o Pinterest é uma rede social de conteúdo e imagens. O Facebook possui álbuns, chat, possibilidade de fazer upload de vídeos e interação de mensagens. Seja qual rede social ou ferramenta utilizar, é importante que esteja de acordo com seus objetivos e com estratégias bem definidas,” destaca Zanotto.
ONLINE X OFFLINE Segundo pesquisa do Google, cerca de 56% da decisão de compra do imóvel ocorrem no ambiente online. Mas estratégias que se iniciam no ambiente online devem ter continuidade no ambiente offline, levando o comprador ao stand de vendas, comenta Gustavo Zanotto. “Se o corretor de imóveis trabalhar bem seu canal digital, com as melhores estratégias de captação e retenção de clientes, diminuindo o esforço do
comprador em encontrar respostas a todas as dúvidas, certamente o primeiro contato já caminha para o segundo e terceiro, dentro do stand de vendas e o fechamento do negócio,” afirma. Marcelo Ramos enfatiza como é importante promover a integração de ações. Atualmente, o portal W Imóveis oferece 60 mil imóveis e é um dos raros casos de empresas que nasceram online e depois passaram a integrar produtos offline. Mas as estratégias com divulgação nas redes sociais auxiliam a potencializar o negócio e oferecer um serviço de qualidade. “Em nossa estrutura, contamos com computadores para que os consumidores possam pesquisar os imóveis ofertados e depois acessem o Salão de Imóveis online. A revista impressa é um resumo do mês, assim como as notícias do cotidiano estão constantemente no site”, explica.
AÇÕES RECOMENDADAS
AÇÕES INADEQUADAS
Explore os sites. É preciso
Desconhecer o compra-
acessar sites, conhecer as redes, criar um perfil, mesmo que pessoal e não o profissional. Esse é um processo que se aprende de forma intuitiva.
Busque consultoria. É
importante obter orientações iniciais com empresas especializadas para orientações iniciais sobre ações específicas e direcionadas. Máquina fotográfica sempre à mão. Tenha uma
boa máquina fotográfica para não pôr fotos que comprometam os imóveis a serem anunciados, um tablet ou notebook fácil de carregar para acompanhar constantemente o movimento nos e-mails, caixas de mensagens ou até mesmo no Twitter e passar a utilizar as redes sociais.
dor. Hoje, o cliente é dinâmico e sabe mais sobre o produto que deseja comprar do que os próprios corretores. Falta de informação. É preciso ser transparente nas redes sociais. Esconder possíveis defeitos, com fotos mal tiradas, textos mal escritos, pode ocasionar desconfiança e insucesso na negociação. Ser desonesto.
Comunicar um imóvel nas redes sociais é, antes de mais nada, vender não mais para um único interessado e sim para uma legião de interessados. Tudo que se fala e se comenta nas redes sociais tem uma força muito maior, pois um grupo de pessoas unidas consegue transmitir uma mensagem com muito mais força.
Imobiliárias precisam de identidade visual. As
empresas, quando estão nas redes sociais, não são vistas como "pessoas", mas são cobradas de forma pessoal e individual, esperando serem respondidas da mesma forma.
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