Revista Estampagem & Conformação - Stamping and Forming Magazine - Agosto/ 2020

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SIMULAÇÃO

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TRABALHANDO O SPRINGBACK POR ÁREAS DE INFLUÊNCIA

O

s desvios geométricos causados

desenvolvimento de um veículo, levando

são, atualmente, os fenômenos

críticos, podem resultar em um efeito cascata

pelo retorno elástico (springback)

mais desafiadores relacionados ao processo de estampagem. Com o aumento da utilização de aços complexos de alta

resistência o problema se agrava, pois a previsão exata do springback torna-se mais difícil e a solução dos problemas

dimensionais em try-out torna-se menos eficiente.

Muitas vezes, os desvios geométricos

apresentados por um determinado

produto são inviáveis de se compensar nas ferramentas e/ou, quando compensados,

não garantem boa repetibilidade em linha de produção. Nesses casos, conclui-se que

o problema é uma questão de factibilidade de produto. Ou seja, este produto com seu

design, espessura e material, não apresenta a estabilidade mínima que permita a sua

compensação. Para solucionar o problema é

necessário, então, alterar o produto – e não o

a retrabalhos e atrasos. Em casos mais

melhor posição e geometria desses “reforços”. Tendo em mente esta tendência do

nos produtos adjacentes, que devem ser

mercado de utilizar cada vez mais os aços

a montagem e a integridade do conjunto

de se realizar um trabalho de factibilidade

também modificados para que se preserve final. Diante disso, a melhor prática a ser adotada é a realização de um trabalho minucioso de factibilidade durante o

desenvolvimento do produto, que levará em conta também a magnitude e a estabilidade do seu springback, o que, frequentemente, é desconsiderado nesta etapa. Porém,

quando se percebe que o produto apresenta tal instabilidade, há ainda o desafio de se

saber o que fazer e onde fazer para melhorar esta condição. Por exemplo, é comum a

prática de se adicionar nervuras – ou as mais conhecidas “bunhas” – no produto afim de

lhe conferir melhor estrutura e estabilidade

em pontos específicos, como exemplificado na Fig. 1.

Mas essa prática, que tem o objetivo de

processo.

reduzir o springback, é baseada atualmente

no produto causam grande impacto no

erro, o que pode ser ineficiente ou demandar

É sabido que modificações tardias

vários loops (ciclos) de simulação, buscando a

somente na experiência ou na tentativa e

complexos de alta resistência e a necessidade completo, rápido e eficiente, uma nova

aplicação chamada “Influencing areas in springback” (IAS) foi desenvolvida pela

ESI-Group e implementada no software PAM-STAMP. Esta aplicação pode ser

utilizada após a simulação convencional do processo de estampagem – seja para uma

operação específica ou do processo completo – no produto final. Após a simulação

do processo, tendo as tensões residuais

resultantes da conformação, esta aplicação realiza uma divisão da peça em pequenos

quadrantes, tão pequenos quanto se deseja. Então, automaticamente, o software irá calcular o springback várias vezes. Em

cada cálculo as tensões de um determinado

quadrante são desconsideradas. Ao final dos cálculos, é apresentado um mapeamento em forma de gradiente de cores identificando

qual ou quais foram os quadrantes que, ao terem suas tensões eliminadas, levaram a peça a um menor desvio geométrico em relação à referência, em milímetros. Ou

seja, será possível identificar quais são as

áreas com maior influência no springback e, assim, trabalhar especificamente nestes pontos, a fim de mudar o seu estado de

tensões, adicionando as nervuras e “bunhas”. No exemplo mostrado na Fig. 2, a

análise IAS foi realizada em uma coluna Fig. 1. Técnicas de intervenção no produto para redução do springback [Hickey, K. Managing springback. WorldAutoSteel, AHSS Insights, 2018] 6 AGOSTO 2020

ESTAMPAGEM

B. De acordo com o gradiente de cores,

que representa a distância em milímetros


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