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O DESAFIO DO CORTE DE AÇOS DE ALTA RESISTÊNCIA
O
grupo de estudos PHS Task force do IPEN [1] tem
necessária para suportar as condições de corte do produto,
problema de corte de aços de alta resistência, visto
trabalho. O trabalho iniciou-se com um grupo do sul do Brasil
um desafio em avançar na resolução de um grande
que estes materiais atualmente são cortados por processos a
laser em uma etapa posterior a estampagem a frio ou a quente
para formação do produto final automotivo. O fato de efetuar esta operação fora do processo contínuo de estampagem tem acarretado uma série de acréscimos de custos nos processos,
como manuseio, espaço físico de operações de corte e mão de
obra qualificada em máquinas a laser, sem contar o custo destes equipamentos de alta tecnologia.
A demanda global para emprego destes aços de alta
resistência, como os graus martensíticos e os estampados
a quente-PHS acima de 1000 MPa tem sido alavancadas
continuamente para perseguir elevadas pontuações nos testes de crash veiculares, como as estrelas de qualidade fornecidas
pela NCAP , onde a maior resistência mecânica e rigidez da [2]
carroceria advinda destes aços avançados têm mostrados ótimos resultados nos testes de crash frontais e ou lateriais.
A maior dificuldade de cortar os aços com resistência
mecânica acima de 1000 MPa está na degradação da facas e
punções, impossibilitando ter uma produtividade fabril contínua,
como por exemplo: as deformações, impactos e severidades de
no estado de Santa Catarina que tem o know how de trabalhar
com facas de cortes de alto desempenho, quando na formulação
de materiais existe a presença de elementos químicos específicos adicionados como parte da tecnologia desenvolvida, como por exemplo, específicas terras raras. Estas cerâmicas poderão ser desenvolvidas no formato que precisa através das técnicas de sinterização por meio de fornos e atmosferas controladas. O
foco desta coluna é despertar para soluções locais no sentido
de solucionar problemas globais e para isto, o time PHS Task Force tem uma participação muito grande e um know how
já desenvolvidos nos últimos anos nas áreas de aços de alta
resistência. Espera-se que ainda durante o vigor do Programa Brasileiro Rota 2030 esta tecnologia já esteja disponível no
mercado. Um abraço e até a próxima coluna de Estampagem.
Referências [1] https://materials-series.com.br/2018/03/06/workshop-phs-task-force/ [2] https://www.latinncap.com/po/
levando as diversas etapas de troca de ferramentas de corte e
sem contar do custo elevadíssimo de se manter esta operação
produtiva. Para os casos dos aços PHS, estudos de obter um corte a quente ou a morno já no processo produtivo é uma das opções em estudo, porém requerem muitos avanços para viabilizar
estas etapas dentro dos ferramentais desenvolvidos; certamente não é impossível, mas ainda estão sendo acompanhados nas
comunidades de pesquisas de ferramentas. No caso dos aços estampados a frio, não existe a possibilidade de emprego de
temperatura para melhorar o corte do material, tornando mais
Grupo formado dentro do IPEN no ínicio de 2010 e intitulado
difícil acharem soluções que atendam a demanda industrial.
como PHS Work Force Team em 2015, sem fins lucrativos,
uma tecnologia local em desenvolvimento que permitirá
na área de aços de alto desempenho, com foco em agregar
desempenho, isto é, cerâmicas que além de terem uma resistência
habitam estas comunidades.
A razão desta coluna e introduzir aos leitores que já existe
obter este tipo de corte com o uso de facas cerâmicas de alto mecânica elevadíssimas, também dispões de tenacidade 6 DEZEMBRO 2020
ESTAMPAGEM
formado por pesquisadores e especialistas internos e externos valor ao setor da mobilidade e solucionar os problemas que