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EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE EVENTOS PÁG. 4
ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018 | EDIÇÃO Nº 6
Drone pulverizador é uma solução em demonstração na Expointer
EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA SE APROXIMAM DA REALIDADE DO CAMPO E CRIAM SOLUÇÕES INOVADORAS PARA DIVERSAS ATIVIDADES EM BUSCA DE MAIOR EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE.
PÁGS. 8 e 9
DANI BARCELLOS/PALÁCIO PIRATINI
Animais O sucesso do bezerrário Pág. 3
Soja O grão mais importante enfrenta problemas Pág. 7
PIXABAY
Energia Geração própria nas propriedades Pág. 10
MARCOS NAGELSTEIN/ AGÊNCIA PREVIEW
O MUNDO DAS STARTUPS PEDE LICENÇA
JULGAMENTOS, LEILÕES E PROVAS KARINE VIANA/PALÁCIO PIRATINI
08h
Fase Final - Final Nacional de Paleteada 3 corridas Local: Pista dos Cavalos Crioulos
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SERVIÇO - 41ª EXPOINTER
ONDE:
Parque Estadual de Exposições Assis Brasil BR 116 – Km 13 - Esteio - RS
Freio Jovem- And./ Figura/ Vsp- Esb- Inf/Juv/Asp Local: Pista dos Cavalos Crioulos
Dia de Desfile dos Grandes Campeões
09h
Venda nas argolas da Raça Jersey Local: Estande Raça Jersey Provas de Appaloosa Local: Pistas 14 e 15 Congresso do Quarto de Milha Todo o dia Local: Pista de Provas 1
10h
Desfile dos grandes campeões Solenidade e desfile dos grandes campeões da 41ª Expointer 2018 Local: Pista Central Exposição de cães da raça Ovelheiro Gaúcho *Cães da raça Ovelheiro Gaúcho padrão Associação Criadores Ovelheiro Gaúcho (ACOG) Local: Pista de Julgamento de Cães
13h
Freio Jovem - And./ Figura/ VSP-Esb - Inf A/Inf B Local: Pista dos Cavalos Crioulos
14h
16h30
Avaliação de cães Registro Base de Ovelheiro Gaúcho *Registro Base da raça Ovelheiro Gaúcho Local: Pista de Julgamento de Cães Concurso Jurado Jovem Devon Local: Pista 5
De 25 de agosto a 02 de setembro de 2018 Horário de Funcionamento do Parque – entrada de público pedestre: das 8h às 20h30. – entrada de veículos visitantes: das 8h às 20h.
18h
Curso de Selecao e Julgamento Angus Local: Pista 6
Premiação melhor apresentação no corredor Entrega de prêmio para o expositor da Raça Jersey com melhor apresentação no corredor Local: Estande Raça Jersey
Prova Cavalo Árabe 3 Tambores Local: Pistas 14 e 15
COMO:
Ingressos na bilheteria - Pedestre: R$ 13,00 – Estudante: R$ 6,00 com apresentação de carteira oficial de estudante da UNE (ensino superior), UBES (ensino médio ou fundamental), UGES. Carteira expedida por estabelecimentos de ensino médio ou associação, ou agremiação de estudante a que pertencem (ensino médio e superior). Carteira de passagem escolar – Idosos: R$ 6,00 a partir de 60 anos com a apresentação da Carteira de Identidade. Maior de 65 anos terá gratuidade na entrada (Lei nº 10.741 de 01/10/2003). – Crianças com até 6 anos têm acesso livre se acompanhadas. Entrada de pedestres pelos portões 02, 03 e 06
19h
14h30min
Jantar dos Cabanheiros de Hereford e Braford Local: Estande da Raça
Prova Syntec - Tecnologia Farmacêutica Aplicada à Medicina Veterinária 3 Tambores Local: Pistas 14 e 15
15h
QUANDO:
Vitrine da Carne Apresentação Técnica da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) / Associação Brasileira de Angus (ABA) Local: Espaço Vitrine da Carne
20h
Entrega dos Prêmios Circuito Exceleite - Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando) Local: Pista Leiteiros
Apresentações de Cavalo Campeiro Local: Pista Areia Equinos
DIVULGAÇÃO/FEBRAC
ESTACIONAMENTO:
UMA HOMENAGEM A Federação Brasileira das Associações de Criadores de Raça (Febrac) prestou homenagem ao agrônomo Fernando Adauto Loureiro de Souza, na noite de quarta-feira (29/08). Adauto foi líder rural, diretor da Farsul, além de ter atuação como poeta e escritor. Nascido na Estância do Sobrado em 21 de fevereiro de 1947, na área rural de Lavras do Sul, criou bovinos da raça Hereford e equinos Crioulos. Faleceu em fevereiro de 2016. Os filhos Alessandra e Adauto Loureiro de Souza estiveram presentes no encontro, ao lado de diversas autoridades do agronegócio gaúcho. “Com certeza, ele deixou a sua marca em cada um que passou pela sua vida”, disse Alessandra.
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AGOSTO
Estacionamento de Veículos: o valor é de R$ 32,00 por veículo (com direito ao ingresso do motorista). Entrada dos veículos visitantes pelo portão 15. Motos: não são permitidas nos estacionamentos.
EXCURSÕES:
Excursões de estudantes e agricultores previamente cadastradas: – Estudantes de Escolas do Ensino Fundamental (a partir da quinta série), Ensino Médio e Ensino Técnico, acompanhados por seus professores. Gratuidade de 29 a 31 de agosto (4ª, 5ª e 6ª feira) e portão de acesso previsto pelo Portão 6 (podendo haver alteração). Horário de ingresso: das 8 às 15 horas.
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, QUINTA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2018
EXPEDIENTE:
Expresso Expointer Uma publicação do Armazém da Mídia
Publisher: Nenê Zimmermann (51) 98235-0022
Produção e Edição: Milim Comunicação www.milim.com.br (51) 3311-8850
Jornalistas Responsáveis: Sheila Meyer (Registro Profissional: 8190 DRT/RS) Tatiana Csordas (Registro Profissional 3480 DRT/PR)
Redação: Caroline Silveira Ferrari e Maíra Bernardo Projeto gráfico: Rafael Medeiros
Direção de arte e Diagramação: Carolina Fillmann Design de Maria designdemaria.com.br
Impresso na gráfica do jornal Zero Hora Tiragem: 20 mil exemplares
ANIMAIS
BEZERRÁRIO E FILHOTES ENCANTAM CRIANÇAS E ADULTOS Área reservada para abrigar os “bebês” está junto à raça Gir Leiteiro, no pavilhão do gado leiteiro.
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ma das atrações mais procuradas pelas crianças – e também pelos adultos – nesta 41ª edição da Expointer é o bezerrário. Lá, os filhotes são os destaques. São seis pequenos bezerros e o mais novo nasceu no último sábado (25/08), filho da vaca SA Dondoca, da fazenda Santo Antônio, de Nova Alvorada. O bezerrário e todos os animais estão no espaço reservado para a raça Gir Leiteiro. O filhote nascido no Parque Assis Brasil não nega suas origens: sua mãe, a vaca Dondoca, também nasceu na exposição em 2011 e é filha do touro Diamante, campeão da raça em 2017. Conforme os proprietários Álvaro e José Luis Bombonatto, a visitação aos pequenos animais ocorre durante todo o dia. Muitas crianças, que nunca viram um
DANI BARCELLOS/PALÁCIO PIRATINI
animal como o bezerro de perto, ficam extasiadas, pedindo aos pais para tocar, tirar fotos e abraçar. Como não podem entrar nas baias, acabam se satisfazendo em fotografar e acariciar com as pontas dos dedos os pequenos e dóceis filhotes. Significa uma experiência única para quem conhece os animais apenas por meio da televisão ou outros meios de comunicação. SA Dondoca é um perfeito exemplar da raça Gir Leiteiro, originária da Índia e que vem chamando a atenção dos criadores no Brasil, especialmente por sua resistência tanto para o trabalho, quanto para a produção de leite – cerca de 25 litros por dia - e carne. Como se não bastassem essas qualidades, a raça ainda evidencia um animal rústico, com muito vigor e docilidade.
A vaca SA Dondoca e seu filhote, nascido durante a Expointer, estão entre os hóspedes do espaço
CANA
CACHAÇA VEM DO ALAMBIQUE... GAÚCHO! SHEILA MEYER
Casa da Aprodecana no Parque Assis Brasil, em Esteio, abriga nove empresas de várias partes do Rio Grande do Sul para negócios na 41a Expointer.
A
Expointer 2018 não ficou de fora da agenda da Associação dos Produtores de Cana-de-Açúcar e Seus Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Aprodecana). Pelo sétimo ano consecutivo, marcas gaúchas produtoras de cachaça estão na feira. São nove empresas expondo suas bebidas e todas elas fazem parte do grupo Alambiques Gaúchos. Por ser uma das maiores feiras que acontecem no Rio Grande do Sul, a Expointer é vista pelos produtores como uma bela oportunidade de promover suas marcas, aumentar suas vendas e, principalmente, prospectar novos negócios e projetos. Para Guilherme Carlin, presidente da Aprodecana, este momento é importante para que conexões com produtores, não só de cana-de-açúcar, mas de outros segmentos, sejam realizadas. “Promover
o produto gaúcho e a nossa qualidade é o mais importante. Esperamos buscar parcerias para a associação e também novos associados para agregar conhecimento e auxiliar na divulgação do trabalho realizado”, comenta o presidente. A novidade deste ano é que após a Expointer a Casa da Aprodecana permanecerá como sede da associação, pelo menos pelos próximos cinco anos. Carlin explica que é um grande passo para a Aprodecana. Além disso, ter a sede no Parque Assis Brasil é simbólico, já que o espaço sedia uma das maiores feiras do Estado, que objetiva propagar as inovações do meio agropecuário e agroindustrial. Além dos produtores, o associado Limana Poliserviços mostra alambiques de cobre para que os visitantes conheçam os processos de produção de uma bela cachaça artesanal.
AS MARCAS QUE ESTÃO NA CASA DA APRODECANA SÃO: Cachaça da Bel Vedere envelhecida em barril de carvalho americano recebeu medalhas em diversos concursos.
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Bento Albino (Maquiné) Cachaça da Chica (Porto Alegre) Cacharia Harmonie Schnaps (Harmonia) Alambique Bel Vedere (Augusto Pestana) Cachaçaria Bockorny Schnaps (Ivoti)
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Cachaçaria Remus - Velho Alambique (Santa Tereza) Casa Bucco Cachaça (Bento Gonçalves/ RS) Cachaçaria Weber Haus (Ivoti/ RS) Seiva Missioneira (Caibaté/ RS).
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
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AGENDA DO DIA Fórum Canal Rural: Encontro da produtividade: Semeando rentabilidade *Canal Rural e Parceria 3 Tentos, Corteva e FMC *Apresentação de Kellen Severo *Participação de Dejalma Zimmer, consultor de Agronegócio do Canal Rural. Ao vivo, a partir das 10h, pelo Canal Rural (TV e portal) Local: Arena Canal Rural Apresentação do Plano Nacional do Javali – Ações do Ministério da Agricultura *Palestrante Lia Coswig MAPA Brasília Local: Auditório da Administração do Parque Assis Brasil
10h
Desfile Oficial dos Campeões Local: Pista Central Oficinas - Touros geneticamente superiores para o melhoramento do rebanho Local: Espaço Senar Oficina de Educação Financeira *Sicredi Local: Estande do Sicredi Harmonização de queijos e azeites gaúchos Local: Leiteria Sindilat e Pub do Queijo
10h30
Oficina Ultrassonografia para avaliação de carcaça de ovinos *Associação Brasileira de Angus Local: Espaço Senar Vitrine da Carne –
Bovinos Local: Estande Vitrine da Carne Gaúcha - Salão do Empreendedor - Pavilhão Internacional
11h30
SOFIA WOLFF/PALÁCIO PIRATINI
Desfile dos Campeões é atração das 10h
Oficina - Manejo e bemestar animal Local: Espaço Senar
12h
Vitrine da Carne Ovinos *ARCO Local: Estande Vitrine da Carne Gaúcha - Salão do Empreendedor - Pavilhão Internacional Almoço com Autoridades após o Desfile dos Campeões *Rede Pampa Local: Casa da Pampa
13h
Reunião e Almoço do Conselho de Administração da Unicred Central *Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do RS (Ocergs/ Sescoop) Local: Casa do Cooperativismo Gaúcho Q.13 Transmissão ao vivo do Sala de Redação *Com Pedro Ernesto Local: Casa RBS
13h30
Oficina - Manejo do campo nativo Local: Espaço Senar
14h
Lançamento do e-book Produção de Leite *Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) Local: Casa da Emater Banda do Exército Local: Palco Principal da Expointer
Vitrine da Carne - Suínos *Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) Local: Estande Vitrine da Carne Gaúcha - Salão do Empreendedor - Pavilhão Internacional
15h
A cadeia logística no Agronegócio Câmara Brasil-Alemanha e Schumacher Industrial - No Estande da Câmara BrasilAlemanha Local: Pavilhão Internacional - Q.24
Mostra Instrumental Local: Palco Principal da Expointer
Programa BandNews Especial Local: Casa da Band
14h30
Oficina - Manejo reprodutivo de ovinos Local: Espaço Senar Painel RBS Notícias *Com Elói Zorzetto Local: Casa RBS
PIXABAY
Entrega dos Prêmios Circuito Exceleite * Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando) Local: Pista Leiteiros
Lançamento do livro “Barulho do Mar” Livro de contos, crônicas, ensaios e poemas escritos pelo jornalista Vladimir Cunha Santos. Evento com sessão de autógrafos Local: Casa da Adjori Fórum Canal Rural Local: Arena Canal Rural Pampa Grande do Sul *Rádio Pampa AM Local: Casa da Pampa Especial Expointer 2018 Transmissão das 16h às 18h Local: Casa do Correio do Povo, Rádio Guaíba e Record
Show Sergio Rojas Local: Palco Principal da Expointer
16h30
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EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
No Palco Principal, Luiz Carlos Borges às 18h
16h
Oficina - Complexo Parasitário - Tristeza Parasitária Bovina Local: Espaço Senar
Harmonização de queijos e vinhos às 18h
DIVULGAÇÃO
Vitrine da Carne Bovinos *Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) Local: Estande Vitrine da Carne Gaúcha - Salão do Empreendedor - Pavilhão Internacional
17h
Restaurante com a
churrasqueira Clarice Chwartzmann *Carnes nobres do Frigorífico Silva BestBeef Black Label Local: Espaço La Victoria Show Beto Mayer Local: Palco Principal da Expointer
17h50
Pampa Debates *TV Pampa Local: Casa da Pampa
18h
Entrega de prêmio ACGJRS *Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul (ACGJRS) Para o expositor da Raça Jersey com melhor apresentação no corredor Local: Estande Raça Jersey Harmonização de Queijos e Vinhos Local: Leiteria Sindilat e Pub do Queijo Show Luiz Carlos Borges
Local: Palco Principal da Expointer
18h50
Flashes ao vivo no Programa Band Cidade *Transmitido das 18h50 às 19h20 Local: Casa da Band 19h Jantar do Arroz Amigo *Jantar servido pela equipe de gastronomia do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Local: Casa do Irga Encontro com a Cotrijal *Liderado por Nei Manica Local: Casa da Pampa
20h
Jornal da Pecuária Boletins ao vivo Canal Rural - Ao vivo pelo Canal Rural (TV e portal) Local: Arena Canal Rural Entrega do Prêmio Farsul - Banrisul *Lounge da Farsul Local: Pista Central
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09h30
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EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
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ARTIGO
REGIÃO SUL ASSUME PROTAGONISMO
NA EXPORTAÇÃO DE LÁCTEOS CAROLINA JARDINE/SINDILAT
“AS INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS COMPREENDEM A NECESSIDADE DE ATENDER NOVAS DEMANDAS DO MERCADO, COMO A PROCURA POR ITENS FUNCIONAIS E COM ALTO TEOR DE PROTEÍNA. E O BRASIL VEM PROVANDO QUE É MUITO BOM NISSO. CENTENAS DE PRODUTOS SÃO LANÇADOS TODOS OS ANOS”.
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ALEXANDRE GUERRA Presidente do Sindilat
setor lácteo vem costurando estratégias para por fim às oscilações de mercado que tanto prejudicam a cadeia produtiva do campo à indústria. Uma das correntes que vem ganhando força é o fomento à exportação como ferramenta para escoamento de excedentes e maior equilíbrio entre oferta e demanda. Uma equação que promete maior ajuste de preços e remuneração ao setor. Recentemente, lideranças reuniram-se em Porto Alegre (RS) para tentar costurar um projeto- piloto de fomento ao embarque de leite em pó, produto que tem muito a crescer no mix das industrias gaúchas. É importante explicar porque o leite em pó é tão estratégico para o setor lácteo. Como o leite é um alimento vivo e perecível, sua secagem permite às indústrias a realização de estoques e controle da produção ofertada por ser um produto de maior validade e de logística mais competitiva. Além disso, o leite em pó é um dos principais produtos de exportação da cadeia láctea, permitindo a elaboração de diversos outros derivados tanto no Brasil quanto fora dele.
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
No primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou 9,5 mil toneladas de produtos lácteos, cabendo ao leite em pó uma fatia inferior a 1%. A tendência é que essa cifra aumente nos próximos anos de forma a dar mais fôlego às empresas que operam no setor. Por outro lado, o leite UHT segue com uma importância muito grande na produção gaúcha de lácteos, o que influencia diretamente no preço pago ao produtor por litro com uma participação de mais de 40% no mix total das industrias. Por outro lado, o leite em pó já está atingindo quase o mesmo peso na produção total do Rio Grande do Sul, que remete a outros estados 60% da produção. As operações de leite UHT ainda têm um custo maior de logística do que as de leite em pó, uma dependência que precisa diminuir para garantir maior equilíbrio. Consciente da necessidade de descentralizar a produção e aliviar a pressão no mercado interno, as indústrias vêm abrindo frentes de pesquisa para novos produtos. Além da expansão do mix de queijos, as empresas também entendem a necessidade de atender a novas demandas do mercado, como a procura por itens funcionais e com alto teor de proteína. E o Brasil vem
provando que é muito bom nisso. Centenas de produtos são lançados todos os anos oferecendo aos consumidores novas opções, seja de rótulos especiais como os zero lactose, seja o altamente nutritivo whey protein. A Região Sul deve assumir a frente nesse processo de prospecção no exterior. Dados da Aliança Láctea apontam que os três estados do Sul, unidos, totalizam 38% da produção láctea do Brasil, percentual que pode chegar a 50% até 2025. Entretanto, a região concentra menos de 15% da população brasileira, o que eleva a urgência em ganhar eficiência de escoamento. Juntando a capacidade de produção brasileira com a excelência em tecnologia que se tem instalada, não resta dúvida de que, na próxima década, o Brasil tem condições de abocanhar uma boa fatia do mercado internacional. Claro que essa porta não deve se abrir de uma hora para outra. Há muito trabalho pela frente. Com a ajuda de ações da diplomacia brasileira e com o vigor e empreendedorismo de nossos empresários, é possível tornar o setor um player importante da balança comercial de lácteos mundial. Não mais como receptor de lácteos do Prata mas como um
exportador de leite em pó e, também, de produtos de alto valor agregado. Para isso, é essencial ganharmos em competitividade e reduzir custos. Isso não quer dizer minimizar rentabilidade, o que, diga-se de passagem, já está reduzida ao extremo. O que nos referimos é à obrigatoriedade de produzirmos mais com menos e isso exige investimento em genética, nutrição de ponta dos animais e ajustes nos processos industriais. Afinal, especialistas apontam que, para conquistar o mercado internacional, é preciso comercializar o produto brasileiro com preço 7% inferior ao praticado na Oceania, por exemplo. O Sindilat acredita na potencialidade da indústria gaúcha, tanto que a pauta de exportação faz parte do planejamento da atual gestão. Sabemos que temos qualidade e tecnologia para fazer melhor. O próximo passo é apresentar às indústrias associadas um projeto-piloto de ação conjunta pela exportação que passe por ajustes técnicos e sanitários que nos habilitem a vender aos diferentes mercados. Afinal, antes de conquistar todos os clientes internacionais almejados, precisamos nos preparar para eles. E, agora, é hora de arregaçar as mangas.
COMMODITIES
O MUNDO PRECISA DA SOJA Novas perspectivas para produtores são abordadas em uma das maiores crises do grão.
O
2º Fórum de Soja Brasil Safra foi realizado dentro de uma das maiores feiras do país, a Expointer, nesta quinta-feira, 30 de agosto. O encontro ocorreu na Arena Canal Rural, um espaço exclusivo criado para abrigar diversos fóruns durante toda a exposição. O tema geral foi “O impacto da guerra comercial EUA x China e os desafios da safra 2018/2019”. Enquanto o embate entre China e Estados Unidos e as eleições no Brasil estão indefinidas, o vice-presidente da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Elmar Konrad, alerta para a necessidade de o produtor ficar atento à comercialização e aos custos de produção. “Vivemos um período de incertezas e os produtores devem ficar ligados às suas planilhas, pois não sabemos o preço que a soja terá no próximo ano. O custo já sabemos que está bem mais elevado, por conta do câmbio. Alguns produtores que tiveram acesso ao crédito agora, chegaram a pagar até 40% mais nos fertilizantes”, diz. Para o executivo, não adianta o sojicultor achar que irá acertar tudo, ele deve ponderar, fazer pré fixações com correlação de custos, para ter um melhor planejamento e não se prejudicar depois. O presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, destacou,
durante o fórum , que a nova tabela de fretes não só eleva os custos para o setor produtivo, como já gera impactos ao consumidor e isso pode mudar drasticamente a situação de quem vive no campo.“Isso tem sido uma de nossas prioridades. O consumidor também está sentindo o impacto disso, pagando mais caro pelo leite, pelo feijão e o óleo.” Braz também salienta a necessidade de o Brasil aumentar as opções de transportes, com ferrovias e hidrovias. “Um exemplo é a ferrovia NorteSul, que está pronta há bastante tempo, mas ninguém consegue usar. A cabotagem também é um gargalo, todos falam que existe, mas vai procurar uma opção para entregar com barcos, não existe”. Outro presente no fórum, Luiz Antônio Fayet, consultor de logística da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ressaltou os esforços em tentar viabilizar a cabotagem no Brasil, comentando sobre as dificuldades enfrentadas pelos interessados em investir nisso.“A logística por navegação no Brasil, apesar de todo o litoral e quantidade de rios é o maior gargalo do País. Isso porque as leis de 50 anos atrás que regem esse meio, impedem que novos investidores entrem no setor”, diz.
FRANCO RODRIGUES
Na Arena Canal Rural, foram debatidos os impactos econômicos e os desafios para a safra 2018/2019
Segundo ele, hoje a cabotagem tem um custo de 7 a 10 vezes maior que a praticada em outros países, por exemplo, além da grande insegurança jurídica que vem junto com o caso. O fórum foi finalizado com Liones Severo, diretor do SimConsult, alegando que a
soja não depende do mercado de derivativos para sobreviver, já que é o produto que paga toda a conta, desde a produção, logística até o consumidor. “Se você é o vendedor do produto, é você que deve definir o preço, e o Brasil tem vantagem nisso, porque o mundo precisa da soja.
O País pode derrubar o preço em Chicago, se quiser”, afirmou. Para ele, o produtor precisa ter a consciência de que não pode mais vender uma safra inteira em dois meses, como vinha fazendo, pois a colheita é de uma vez, mas o consumo é parcimonioso e parcelado. PIXABAY
A soja em números no RS:
17,387
milhões de toneladas
5.679
milhões de hectares
3.061 kg
Custos de produção da soja e logística preocupam os produtores
por hectare
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
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CAPA
CAMINHOS PARA UMA REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA P or muito tempo, famílias de produtores rurais cunharam expressões de incentivo aos seus filhos para que estudassem e saíssem “da roça”. Em pleno 2018, quem está mais próximo do agronegócio vê o oposto. “Hoje, muitos filhos de agricultores dizem que é preciso estudar para voltar à roça”, conta Eder Roballo, gerente adjunto de Tecnologia da Informação na Emater/RS Ascar. Ele fez esse comentário durante sua participação no bate-papo promovido pelo Badesul, no 29 de agosto, na 41ª Expointer. O contexto para tal afirmação é, justamente, porque falava-se da revolução das startups no agronegócio. O gerente concordou com os demais participantes do encontro a respeito do cenário gaúcho e nacional: “Não tem mais volta. Conectividade, internet, informação e serviços digitais estão ajudando o campo a chegar aos melhores níveis de
produtividade e eficiência da história”, afirmou. O representante da Aceleradora Wow, André Ghignatti, esclareceu sobre a atuação junto às startups. “Aceleradoras se destinam a viabilizar alguns projetos que, muitas vezes, são apenas ideias que não tem como prosseguirem sem recursos. Contudo, sabemos que a tecnologia deve estar a serviço de algo, resolver problemas reais, propor soluções de fato”, argumentou. Também explicou que uma aceleradora é como uma caixa de ferramentas. “O marceneiro deve saber usálas”, fazendo uma analogia com o que acontece no mundo das startups. No evento do Badesul, os participantes manifestaram algumas preocupações a respeito de barreiras que atrasam a chegada de algumas tecnologias. A principal delas é a falta de conexão e internet em áreas distantes dos grandes centros urbanos. “As soluções de
rastreabilidade ou controle de performance por meios digitais ficam prejudicadas”, afirmou Leonardo Martins, da startup CowMed, de Santa Maria. Roballo, da Emater relatou que em vários municípios do interior gaúcho, os próprios produtores rurais se organizam para investir em torres para conexão de internet. De acordo com ele e pelo Censo Agropecuário do IBGE, o número de propriedade com internet no Brasil é de apenas 28,1%, considerando unidades de produção ou exploração dedicadas a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas. No Estado, o percentual chega a 41,1%. Apesar de limitado, o índice deu um salto se comparado ao último censo, de 2006. Naquele ano, segundo o IBGE, apenas 2,3% dos produtores gaúchos estavam conectados. No caso do Brasil, o crescimento foi semelhante, chegando a 1.790,1%.
Por outro lado, já é possível afirmar que foi-se o tempo em que o produtor rural tinha que tomar decisões e planejar sua propriedade apenas no ‘achômetro’ ou na experiência passada de pai para filho. Atualmente, empresas de bases tecnológicas, conhecidas como startups, possuem soluções para inúmeras cadeias produtivas. E é por isso, por exemplo, que um grupo de 16 empresas startups participa do Salão do Empreendedor, na Expointer. A iniciativa é da Farsul, do SenarRS e do Sebrae RS, através do Programa Juntos para Competir, além de parceiros, como a Fecomércio/Senac-RS, a Fiergs/ Senai-RS e a Embrapa. No espaço do Pavilhão Internacional, ocorrem os pitches, que, na linguagem tecnológica, significam uma apresentação objetiva do que a empresa faz e dura de 3 a 5 minutos. Geralmente, eles são direcionados aos investidores. No
DYESSICA ABADI-PALÁCIO PIRATINI
FRANCO RODRIGUES
Encontro no Badesul reuniu diversos agentes da tecnologia
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EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
Para Pedro Martins, da Aegro, o agronegócio é um mercado gigantesco e extremamente fértil para as startups
NO CAMPO
Startups desenvolvem soluções para problemas nos diversos segmentos do agronegócio e abrem espaço para novas gerações de produtores rurais. Investidores miram nessas inovações e perspectivas são de grande impacto para o mercado. JULIANA BARATOJO-ESPECIAL PALÁCIO
Drone da PixForce
FRANCO RODRIGUES CANAL RURAL
Canal Rural promoveu Seminário Agrotech para falar sobre o incentivo às startups com o foco no agronegócio MARCOS NAGELSTEIN -AGÊNCIA PREVIEW
S CANAL RURAL
Agridados apresentou seu software na Expointer
caso do Salão do Empreendedor e da Expointer, eles foram planejados para esclarecer aos visitantes, a maioria urbanos, como se dá a integração entre tecnologia e inovação e o agronegócio. “É impossível conceber, hoje, a produção rural de modo geral sem os benefícios da tecnologia. O uso dela melhora a produtividade, gera eficiência e automatiza processos, gerando maior performance e menos desperdício”, argumenta Débora Chagas, coordenadora estadual dos Programas de TI e Startups do Sebrae RS. A organização se dedica ao apoio das startups desde 2015. Mais de 150 empreendimentos já passaram por projetos continuados e seguiram seus desenvolvimentos a partir das iniciativas do Sebrae RS e de uma série de parceiros, como as universidades e os parques tecnológicos. Também, em 2018, foi lançado um projeto específico para o agronegócio chamado StartupRS Agrotech. De acordo com Débora, as demonstrações de alguns empreendimentos desse tipo acabam esclarecendo melhor o que elas fazem ou são capazes de criar. E nem só de
softwares ou aplicativos vivem as startups. Hardwares ou equipamentos mais complexos já atuam na prática. É o caso de pulverizadores agrícolas para lavouras, sensores de umidade e silos para armazenamento de grãos. Uma das empresas que está no Salão do Empreendedor é a Agridados. O proprietário, Diego Florian Roberti, explica que o software permite controle completo da propriedade rural com foco financeiro (controle de contas a pagar, gastos em categorias, fluxo de caixa, entre outros) e Lavouras (mapeamento de áreas, controle de plantações, atividades de manejo, cargas de colheita, estoque). “O mais difícil para o produtor é criar a rotina de lançar os dados, mas essa é uma tarefa essencial para o sucesso dos resultados. É um investimento de tempo a longo prazo, mas os resultados aparecem e mudam a vida do produtor para melhor”, garante Roberti.
PULVERIZAÇÃO COM DRONES
Outra startup que está chamando a atenção no Salão do Empreendedor é a Arpac. Pioneira em pulverização agrícola para controle de pragas e doenças utilizando drones, também executa serviços em locais onde outros veículos não conseguem. A operação é mais rápida do que em métodos convencionais, eficaz em terrenos acidentados e zero amassamento e compactação do solo. “É um serviço que elimina contato com produtos químicos prejudiciais à saúde, pilotagem remota em segurança e apelo sustentável graças à utilização de energia renovável”, comenta um dos sócios da empresa, Cristiano Silveira.
CANAL RURAL PROMOVEU O AGROTECH
Para discutir a relevância das startups, o impacto no campo e a forma que as novas gerações usam a tecnologia para potencializar suas atividades no agronegócio, o Canal Rural
promoveu no dia 28 de agosto o Seminário Agrotech. O evento reuniu o diretor executivo da Aegro, Pedro Martins Dusso, o presidente da Harvard Angels, Magnus Arantes, e o secretário de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, George Hiraiwa sob mediação do conselheiro do Canal Rural, Donário Lopes de Almeida. O consenso entre os participantes é que o principal entrave para o desenvolvimento das tecnologias no campo é a conectividade. “Não dá para desenvolver aplicativos geniais se as redes de telefonia, internet e radares no interior do Brasil não colaboram para execussão e aplicabilidade dos softwares e dispositivos”, ressalta Magnus. O presidente da Harvard Angels, projeto que une investidores dispostos a incentivar financeiramente startups, afirma que a infraestrutura viária brasileira também precisa ser reavaliada. “A conectividade está para a tecnologia assim como a rodovia – e a ferrovia – está para a logística”. Embora, Pedro Martins, da Aegro, também elenque os mesmos elementos para as dificuldades da penetração da tecnologia no campo, o diretor afirma que as dimensões continentais os País não ajudam muito. “Quando a conectividade é ruim a gente precisa acessar diretamente o cliente. Entretanto, os valores pagos em deslocamento para sair do Rio Grande do Sul e ir até Luis Eduardo, no interior da Bahia, por exemplo, são proibitívos para grande parte das startups”, exemplifica. Ao avaliar o ecossistema para a emplementação de uma rede de apoio às startups, George Hiraiwa, declara que a mudança no agronegócio está acontecendo em várias partes do mundo e o que as pessoas se dão conta é apenas a ponta do iceberg. “Aqui no RS já está tudo pronto. Já existe o ambiente de suporte, de captação de recursos e a parte de crescimento dos empreendimentos. Só precisa organizar a estrutura e os agentes”, declara o secretário de Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
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ENERGIA PIXABAY
Integração de tecnologias pode beneficiar produtores
SOL E VENTO: CASAMENTO COM DESENVOLVIMENTO A combinação entre os tipos de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, como eólicas e fotovoltaicas, pode ser uma grande oportunidade para produtores rurais gaúchos.
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chamado mercado livre de geração de energia dá sinais de amadurecimento no Brasil. De forma bastante simplicada, pode-se dizer que se trata do uso mais disseminado, por exemplo, de sistemas de geração a partir de placas fotovoltaicas ou torres de captação eólica em pequenas estruturas montadas junto da propriedade e que gera o suficiente de energia para o consumo local. A expressão “livre” é porque essa propriedade pode não utilizar a energia das concessionárias públicas. Mais do que isso: elas podem ceder o excedente e ganhar créditos na conta, fazendo economia. O gerente de Planejamento e Programas da Secretaria de Minas e Energia do Estado do Rio Grande do Sul, Eberson Silveira, explica que fora dos grandes parques eólicos, existem equipamentos de menor porte para serem usados no campo. “Eu diria que um produtor rural só tem a ganhar se puder planejar um investimento assim. A estrutura precisa ser montada, mas a viabilidade é enorme”, afirma. Ele foi convidado pelo Badesul para falar sobre o tema em evento na Expointer, na tarde do dia 30 de agosto. Silveira ressaltou mais benefícios. “No caso da energia eólica, as torrer ocupam muito pouco espaço. Lavouras não perdem em nada”, ensinou, lembrando técnicos que argumentam se tratar da “energia de dois andares: em baixo
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
a plantação e em cima o vento faz o seu trabalho”, pontuou. E tem mais: como as torres eólicas possuem uma certa ociosidade na falta de ventos, a mesma estrutura, e por sua vez investimento, pode estar integrada às placas fotovoltaicas. “Assim, o produtor rural pode conseguir total aproveitamento de seus projetos”, disparou. O gerente da Secretaria de Minas e Energia reforçou informações sobre o potencial eólico do Rio Grande do Sul. “É muito alto. Chama a atenção que a energia eólica colocou o Rio Grande do Sul como 4º maior produtor nacional desse tipo, mas pelo sistema interligado nacional, não no modelo livre individual”, contou. Apenas para ilustrar: os parques eólicos localizados em Osório formam o maior complexo gerador de energia a partir do vento da América Latina, com 150 MW de energia instalada. A energia fotovoltaica dispõe de 996 instalações no RS, com a potência instalada de 8.418,8 KW. As instalações são distribuídas de forma setorial, comercial, residencial, industrial, rural e público. De acordo com Silveira, o governo incentiva a população na produção da própria eletricidade, através de isenção de ICMS sobre a mini e microgeração. “Temos muitas pessoas querendo entrar nesse mercado de energia, que gera muita mão de obra, com busca em profissionais
qualificados e pode ser desenvolvimento em indeterminado tamanho”, concluiu. Em outra ponta, na área de financiamentos, o consultor de desenvolvimento de crédito do Sicredi, Leandro Wallau, observa que uma das áreas que vem se destacando na procura por financiamento na Expointer é a de energia fotovoltáica. “Em 2018, já liberamos R$ 150 milhões para esse tipo de aplicação, que pode servir tanto a área rural, quanto urbana”, revela. A perspectiva é que esse número aumente, já que, durante a feira, o banco anunciou parceria com a Associação Brasileira de Geração Distribuída para a criação de uma linha específica para energia sustentável.
INTEGRAÇÃO PARA AJUDAR A IRRIGAÇÃO
O biólogo e jornalista Liceo Piovesan, professor de educação ambiental da Faculdades Integradas de Taquara (Faccat) apresentou na Expointer um sistema que ele desenvolveu para integrar a energia fotovoltáica à irrigação. Ele pesquisa soluções para o melhor aproveitamento energético para pequenas instalações. Em 2014, criou o sistema independente de segurança para sua residência com energia. Depois desenvolveu, na própria faculdade, uma solução para irrigação, que já foi aplicada por um criador de ovelhas de Bagé.
“Se a água estiver a 300 metros de distância do local a ser irrigado, por exemplo, só em fiação para levar a energia seriam necessários cerca de R$ 1.200,00. Com o mesmo custo, eu instalo uma placa fotovoltáica e não tenho mais gasto na conta de luz”, compara. Outra vantagem é que, com a irrigação, o ganho é automático. “Na irrigação, toda a energia gerada é utilizada. Quando há mais sol, gera-se mais energia e é justamente quando se precisa mais dela”, explica Piovesan. LICEO PIOVESAN
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EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
FINANCIAMENTO TATIANA CSORDAS
Placas de bancos dividem espaço com as máquinas na Expointer
ALIANÇA QUE IMPULSIONA O CAMPO
Instituições financeiras e fabricantes de máquinas e equipamentos se unem para facilitar o acesso ao crédito e gerar mais negócios
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uem anda pela área de máquinas e implementos agrícolas no Parque de Exposição Assis Brasil, em Esteio, durante a 41ª Expointer, percebe que além da grandiosidade dos equipamentos uma imagem se repete no cenário. São as placas e sinalizações de instituições como Sicredi, Bradesco, Banco do Brasil e Sicoob, oferecendo facilidades de financiamento. A parceria entre fabricantes e bancos facilita o acesso ao crédito e deve impulsionar as vendas na feira. O Sicredi, por exemplo, reservou R$ 300 milhões em recursos para financiar os negócios na Expointer. “Estamos recebendo uma grande demanda por silos de armazenamento de grãos, que têm valores mais expressivos, máquinas e equipamentos e também por instalações de energia fotovoltáica”, informa o consultor de desenvolvimento de crédito do Sicredi, Leandro Wallau. Uma novidade nesta edição é a procura por linhas para aquisição de veículos em exposição pelas concessionárias, especialmente caminhonetes. Os bancos das próprias fábricas também projetam bons negócios na Expointer. Uma das apostas para a feira é a renovação de maquinário nas propriedades familiares. O Banco DLL, que faz as operações para fabricantes como Jacto, Jan, Kepler Weber,
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
Mahindra e Agritech, é o único que está operando com financiamento via Pronaf de 100% do valor do bem, com taxa de juros fixa de 4,6% ao ano e prazo de pagamento de até oito anos. A modalidade, que passou a ser disponibilizada em maio deste ano, colocou o instituição na liderança na operacionalização do Pronaf junto ao BNDES considerando demais bancos de fábrica. A Expointer é a primeira grande feira agropecuária do setor de máquinas agrícolas após o anúncio das novas condições do Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 pelo governo federal com taxas de juros reduzidas. “No geral, o produtor investe quando a colheita é boa e vende bem sua safra. É o que aconteceu este ano e isso fomenta nosso otimismo”, pondera o superintendente comercial do Banco DLL, José Luís Campos. A Caixa Econônica Federal está disponibilizando na Expointer as linhas de custeio agrícola e pecuário, para as quais direcionou mais de R$ 500 milhões somente para do Rio Grande do Sul. Durante a feira, também foram realizados encontros com empresas de assistência técnica, produtores rurais, cooperativas e entidades representativas do setor,
KATIA DESESSARDS
Um dos espaços do Sicredi está localizado junto à área de máquinas com o objetivo de estreitar ainda mais o relacionamento com clientes e parceiros. Depois da estreia na Expointer no ano passado, o Sicoob, um sistema de cooperativa de crédito, amplia sua presença no Parque. O Sicoob está na feira com taxas exclusivas em dois espaços: ao lado do Badesul, na entrada principal, e na quadra 5, no setor de máquinas agrícolas, das 9 às 20 horas. “Estamos desenvolvendo parcerias com o expositor e com o produtor rural e todas as propostas são acolhidas e analisadas, sem limite de crédito”, avisa o sub-gerente de agronegócio da Central Santa Catarina e Rio Grande do Sul da Sicoob, Rodinei Munaretto.
ONDE ESTÃO OS BANCOS: • Badesul – Quadra C.4 e Quadra 12 • Banco do Brasil (agência) – Quadra 26 e Quadra BC6 • Banrisul – Quadra D.4 • BNDES – Quadra 24 – Pavilhão Internacional • Bradesco – Quadra 33 e Quadra B.5 • BRDE – Quadra B.3 e 12 • Caixa Econômica Federal – Quadra D.6 • Santander – Quadra 59 • Sicoob – Quadra 12 e BC lote 5 • Sicredi – Quadra 26/28
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CANAL RURAL
ÚLTIMO GRANDE EVENTO NA ARENA CANAL RURAL NA SEXTA-FEIRA
Encontro gratuito sobre rentabilidade na lavoura será a partir das 9h30 com transmissão ao vivo pela TV e portal.
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Arena Canal Rural terá uma grande atração na sexta-feira, 31 de agosto. O “Encontro: Semeando ideias, colhendo rentabilidade”, evento com entrada gratuita será realizado a partir das 9h30, com transmissão ao vivo pela emissora e pelo portal. A apresentação é da jornalista Kellen Severo, com mediação do consultor de Agronegócio do Canal Rural, Dejalma Zimmer. A ação é uma realização do Canal Rural em parceria com a 3 Tentos, Corteva Agriscience e FMC. O encontro irá reunir especialistas e agricultores para debater questões como o impacto das decisões do produtor na rentabilidade da lavoura. Com isso, a proposta é explicar quanto pode custar o erro na decisão tomada durante a semeadura. O evento irá contar com a participação do diretor Administrativo e Financeiro da 3 Tentos, Luiz Osório Dumoncel, do diretor Comercial da 3 Tentos, João Marcelo Dumoncel, do sócioproprietário da Agropecuária Corticeira, Tales Pezzini, do produtor rural na Agropecuária Brasitália, Mauro Costa Beber, do consultor agrícola na Porteira Adentro, Eduardo Muñoz, e do agrônomo, consultor, professor e pesquisador, Marcelo Gripa Madalosso.
FRANCO RODRIGUES / CANAL RURAL
Público pode acompanhar gratuitamente as palestras na Expointer
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, QUINTA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2018
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GASTRONOMIA FERNANDO KLUWE DIAS/SEAPI
Delícia produzida pela Família Heldt, de Santo Antônio da Patrulha
AGENDA 2018
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8E9 SET
ALCIONE
Auditório Araújo Vianna
CIRCO TURMA DA MÔNICA Teatro do Bourbon Country
23 SET
ANDREA BOCELLI Estádio Beira-Rio
Doce de abóbora 28 SET
28 SET
FAFÁ DE BELÉM Teatro do Bourbon Country
PAULA TOLLER Teatro Feevale
28 SET
28 NOV
CANAIS DE VENDAS OFICIAIS PORTO ALEGRE Bilheteria do Teatro do Bourbon Countr y
MILTON NASCIMENTO Auditório Araújo Vianna
MARIA BETHÂNIA E ZECA PAGODINHO Auditório Araújo Vianna
MAIS INFORMAÇÕES OPUSPROMOCOES.COM.BR
NOVO HAMBURGO Bilheteria do Teatro Feevale
/OPUSPROMOCOES /OPUSPROMOCOES
TEATRO DO BOURBON COUNTRY - ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO Nº 49110802 VALIDADE 21/02/2019 CAPACIDADE MÁXIMA: 1.144 PESSOAS
Ingredientes: • 3,5 kg de abóbora • 2,5 kg de açúcar • 250 ml de água • 60 g de cal Modo de preparo: 1. Lavar e cortar a abórbora em formato desejado. 2. Em uma bacia, colocar três colheres de cal, os pedaços de abóbora e cobri-los de água. 3. Deixar de molho durante duas horas, mexendo a cada 30 minutos. 4. Após, lavar bem para retirar a cal. 5. Furar cada pedaço com um garfo (quatro vezes). 6. Misturar a água, o açúcar e a abóbora e levar ao fogo. 7. Quando começar a ferver, aguardar 45 minutos e desligar. 8. Deixar descansando na panela por 12 horas. 9. Levar novamente ao fogo para dar ponto na calda como desejar (fina ou grossa). Rendimento: Esta receita rende cinco quilos de doce de abóbora.
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA - ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO Nº 48640204. VALIDADE: INDETERMINADA. APPCI Nº 656 REFERENTE PPCI Nº 25452/1. EM PROCESSO DE RENOVAÇÃO. CAPACIDADE: 3.628 PESSOAS TEATRO FEEVALE - ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO INSCRIÇÃO MUNICIPAL Nº 100554. VALIDADE: INDETERMINADA. CERTIFICADO DE CONFORMIDADE DE PPCI Nº 5266/1. VALIDADE 19/10/2019
ACESSE O QRCODE E BAIXE O PDF DO LIVRO GRATUITAMENTE:
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EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
RECEITAS DE FAMÍLIA Livro “A Produção Artesanal na Agroindústria Familiar” é lançado na Expointer e pode ser acessado gratuitamente pela internet.
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agricultura familiar do Rio Grande do Sul e seus sabores, aromas e texturas foram revelados e estão disponíveis para quem quiser reproduzir as delícias da colônia em casa. O livro “A Produção Artesanal na Agroinúdstria Familiar” foi lançado nesta quinta-feira (30/08), no espaço da Emater/RS-Ascar na Expointer, no Parque Assis Brasil, em Esteio. O livro pode ser acessado gratuitamente a partir do código QRCode disponível nesta matéria. A obra foi produzida pelas organizadoras do setor de agroindústria da Emater/ RS-Ascar, Mila Noronha e Bruna Bresolin Roldan. Elas decidiram abrir porteiras e resgatar com as famílias que possuem agroindústria no Estado as receitas típicas passadas de geração em geração, para publicá-las em um livro. São 27 receitas que foram registradas, juntamente com seus produtores, pelo fotógrafo Fernando Kluwe Dias, da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecúaria e Irrigação (SEAPI). O agricultor Acélio Malmann, de Santa Clara do Sul, participou da solenidade, pois sua receita de chimia colonial está no livro. “Já fazíamos (o doce) na família e estamos
vendendo em nossa agroindústria. Esse livro vai ajudar a divulgar nosso produto”, conta o produtor que, junto com a esposa, administra a agroindústria Acedi Alimentos há mais de três anos. Além de Malmann, outros agricultores familiares e autoridades participaram do lançamento, dentre eles o presidente da Emater/RS, Iberê Orsi, o secretário Estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto, o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, o gerente regional de Porto Alegre, Ademir Santin, e o representante do Sicredi, Ivan Novelo. Durante o lançamento, Luciana Justin, da agroindústria Cantinho da Natureza, disse que sente muito orgulho de estar no livro da Emater e de poder ficar na propriedade, ajudando a família e aumentando a renda.
O LIVRO
A publicação reúne um conjunto de receitas elaboradas por agricultores proprietários de agroindústrias familiares participantes do Programa Estadual de
Agroindústria Familiar. Segundo Bruna, da Emater, a tradição presente nessas receitas, originadas nessas agroindústrias, tem como particularidade a produção artesanal e familiar. “As receitas caseiras são a essência desses produtos, que resgatam e remetem aos consumidores as suas lembranças do tempo em que moravam na colônia, da comida feita pela vovó e dos tempos de infância”, ressalta a engenheira de alimentos. Mila, que também é organizadora do livro, conta que toda vez que abriam uma porteira encontravam um sorriso estampado no rosto. “Esse resgate de produtos típicos nos apresentou a riqueza cultural que nosso Estado possui e cumpriu com seu papel de apresentar à população a diversidade alimentar a partir de imagens e produtos”, completa. Quem quiser conhecer e degustar os produtos das agroindústrias que estão no livro pode se dirigir até o Pavilhão da Agricultura Familiar, onde muitas delas estão comercializando as mercadorias até o dia 2 de setembro.
A produção arte sanal da
REGIONAL BAGÉ
MANTEIGA DE SORO 8
FERNANDO KLUWE DIAS/SEAPI
O livro e os produtos da agroindústria familiar
EXPRESSO EXPOINTER, ESTEIO, SEXTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2018
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