[ CONJUNTO HABITACIONAL ]
Projeto 2 – Shirley Fernandes
[ CONCEITO ]
Foi imposto um retangular com medidas 52m de largura e 120m de profundidade. Possui cota que vai desde a 17 na extremidade frontal até a cota 40 no limite posterior O zoneamento é ZCD4 e permite a construção de até 4 pavimentos.
[ TERRENO ]
Se há afeto despertado por uma troca, se há possibilidades de encontro, então nasce no imaginário coletivo um desejo de preservar estas memorias afetivas através da manutenção da relação com os lugares, começa assim um esforço para cultivar a continuidade da promoção de ambiências neste locais. A ambiência se configura, assim, através do elemento humano, de suas ações e sensações, cujo conjunto se expande na medida em que as narrativas de afetação são compartilhadas no ambiente urbano. Quanto mais multissensorial for a relação que a ambiência permitida pelas pessoas, maior será a atribuição de valores. Segundo Jacobs "quanto mais estranhos houver na rua, mais divertida ela será." Sendo assim foi proposto um condomínio semi-aberto. Os condôminos poderão com a vizinhança desfrutar de um espaço central entre os dois blocos, uma praça. Promovendo assim uma "arquitetura de convivência", onde em vez de isolar e se fechar em um muro, buscamos promover uma atitude simples e prazerosa da vida, com laços sociais estreitos, contribui para o bem-estar dos indivíduos. A área de uso coletivo, se comporta como um espaço híbrido entre o pátio de uma casa e uma praça pública. O primeiro pelo fato de funcionar como a extensão das casas dos moradores e o segundo por reunir um grande número de pessoas propiciando interação e recreação no mesmo espaço. Portanto, o forte vínculo afetivo, de identidade e pertencimento ao espaço, encontram raízes na transformação do local por meio dos usuários, eles sendo os co-autores da metamorfose do espaço de uso coletivo. O modo como se coloca o ambiente, conjunto à sua importância e função social integradora, fortalece seu entendimento como praça, neste caso murada, configurada como um pátio interno, ou área transitória.
O terreno é voltado para o norte, portanto, indicaria que a edificação fique voltada para o leste (na parte direita no terreno), contudo, a face norte e oeste são relativamente protegidos do excesso de insolação, considerando a densa vegetação e o morro que ali se forma, tornando possível o aproveitamento mais livre de todo o espaço.
[ PARTIDO ] O ponto de partida do projeto foi a relação en-
Vista do elevador acessível
tre o conjunto e o entorno, preocupando-se em criar uma permeabilidade constante, onde o intuito era trazer as palavras de Jane Jacobs para o
O terreno em questão possui em sua maior área, uma densa arborização nativa. A maior parte da vegetação deverá ser retirada para a construção do edifício, contudo, deve-se pensar em incorporar ao menos parte da mesma na concepção do projeto da habitação. O entorno do terreno na parte dos fundos possui muita vegetação nativa, está mesma protege o lote da insolação da tarde, porém pode abrigar animais e insetos.
material. Fizemos o uso do vidro como forma de
tável em âmbito social, ecológico e sobre tudo
segregação entre o publico e o privado. A Praça
ambiental. Dessa forma buscamos o aproveita-
também foi usada como forma planejada onde
mento da topografia de 23 metros de desnível,
torna-se uma transição e uma relação harmônica com a vizinhança. Os princípios da Teoria de Herman Hertzberger, sempre prezando a valorização de áreas sociais, a igualdade entre os usuários;
entes em ocorra da maneira mais convidativa pos-
Maquete 3D do terreno sem alteração
sível, como espaços de interação, com vários possíveis usos. E assim como nossa proposta, a integração do individuo que habitem espaços tão próximos deve ser incentivada, pois o compartilha-
que Edificações que aproveitam a topografia do se adaptar em terrenos de diferentes características topográficas, incluindo os mais acidentados. Todas as edificações são acessíveis por duas cotas de nível. (máximo de 1,5 metros). A implantação também foi fortemente trabalhada. Buscamos assim como as Casas Escalonadas, pá-
ra aproximar os membros da família e inte-
de e do planeta. Os muros foram substituídos
gram os ambientes da residência. A nossa pro-
por vegetação e fundido com o desnível, criou-se uma separação suave, pouco perceptível. Segundo Jane Jacobs, “o principal atributo de um distrito
posta possui pátios entre os pavimentos e no térreo, onde proporciona uma integração maior entre os moradores. Ajuda também no conforto am-
urbano prospero é que as pessoas sintam seguras e protegidas. Portanto, os edifícios que oferecem a possibilidade de contato visual entre o interior
biental uma vez que, facilita a passagem de vento. A implantação possui uma disposição impar das áreas comuns. A ideia era trazer o encontro dos
e o espaço publico é denominado “vigilância natu-
moradores em diferentes escalas, surgindo assim
ral das ruas”. Em suma, trouxemos esse principio para o projeto. Foi utilizado áreas verdes por todo o condomínio, em todos os pavimentos. A intenção é trazer o máximo de natureza para dentro dele, promovendo a sustentabilidade preservação
a analogia com níveis de relação na organização estrutural dos seres vivos. O telhado funcional foi uma outra ideia acrescentada através desta referencia. Possui portanto, uma captação de agua pluvial usada na moradia. Há coleta de lixo recicláveis e uma horta comunitária. Esta ultima
mação e o fortalecimento de vínculos entre vizi-
FOI PROPOSTO UMA HORTA COMUNITÁRIA . PROMOVE O ENCONTRO DOS MORADORES DURANTE O ENVOLVIMENTO NA MESMA, E ASSIM PROPORCIONA A FORMAÇÃO E O FORTALECIMENTO DE VINCULO ENTRE VIZINHOS
HÁ UM GRANDE VÃO EM CADA PAVIMENTO, RESULTANDO EM UMA PERMEABILIDADE MAIOR. CRIA-SE PORTANDO AREAS DE VIVENCIA ONDE POTENCIALIZA A ESCALA INTIMA DA FAMILIA FORMANDO UM ESPAÇO SOCIAL CONTINUO E INTEGRADO.
FOI UTILIZADO AREAS VERDES POR TODO O CONDOMINIO, EM TODOS OS PAVIMENTOS, ENTRADAS. A IDEIA É TRAZER O MAXIMO DE NATUREZA PARA DENTRO DELE, PROMOVENDO A SUSTENTABILIDADE, PRESERVAÇÃO E SOBRE TUDO, EXTRAINDO OS BENEFICIOS DA VASTA ARBORIZAÇÃO.
Vista da praça
promove o encontro dos moradores durante o envolvimento na mesma, e proporciona assim a for-
Perspectiva do conjunto habitacional
Vista da praça e da escada principal
ente tipo vizinhança. pátios internos servem pa-
podem se torna positivo sustentáveis da socieda-
borização.
pilotis. Assim como a nossa segunda referencia
tios coletivos que servem para resgatar o ambi-
mento de experiência e de seus valores pessoais
e sobretudo extraindo os benefícios da vasta ar-
adaptando a edificação ao terreno com o uso de
existente, sem haver grandes alterações. Poden-
Hertzberger defende que podemos propor ambi-
O terreno situa-se em um município de clima subtropical com média anual de temperatura acima de 19º e alta umidade durante maior parte do ano. Os ventos predominantes são do quadrante leste e nordeste.
O Conjunto habitacional projetado por nos tem a como essência a sustentabilidade. Susten-
escadas e desníveis – as “irregularidades”, etc.
A PRAÇA FOI PENSADO COMO ESPAÇO DE TRANSIÇÃO ENTRE O PUBLICO E O PRIVADO, CRIANDO UM AMBIENTE ACOLHEDOR PARA OS MORADORES DA REGIÃO COM O ESPELHO DAGUA E A ARBORIZAÇÃO. COMO FOI FEITO UM MURO DE ARRIIMO DE DOIS METROS, FOI INTENCIONAMENTE COLOCADO NA PRAÇA, PARA QUE O DESNIVEL RESULTADO DO MESMO CRIASSE UMA PERMEABILIDADE MAIS SUTIL.
Vista da escada principal
nhos.
A MARQUISE TEM COMO PARTIDO PRINCIPAL UMA AMPLA UTILIZAÇÃO. PODENDO SER USADO COMO AREA PARA AS CRIANÇAS BRINCAREM (EM DIAS DE INTEMPÉRIES) OU ATÉ MESMO PELOS ADULTOS. POSSUI UMA BARREIRA DE VIDRO, ONDE FACILMENTE PODERA ABRIGA UM GRANDE NUMERO DE PESSOAS EM UM EVENTUAL DIA.
[ PROPOSTA]
AS AREAS COMUNS RESULTOU EM ESPAÇOS DE ENCONTRO DIARIO E DEVIDO A SUAS DIMENSÕES , PODEM INCLUSIVE SER APROPRIADAS COM DIFERENTES FORMAS DE USO. A INTEGRAÇÃO DO INDIVIDUO QUE HABITEM ESPAÇOS TÃO PROXIMOS DAVE SER INCENTIVADA, POIS COM O COMPARTILHAMENTO DE EXPERIENCIAS SEUS VALORES PESSOAIS PODEM SE TORNA POSITIVO SUSTENTABILIDADE DA SOCIEDADE E DO PLANETA.
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[ CONJUNTO HABITACIONAL ]
Projeto 2 – Shirley Fernandes
[ PLANTAS ]
[ ESTRUTURA ] Por se tratar de um Conjunto Habitacional desse porte foi proposta a inserção de estacas hélices contínua. A escolha desse sistema foi dada após um estudo realizado em um raio de 50m e foi constatado que a região possui escolas, comércios e residências, sendo assim há restrições sonoras. Foi utilizada a laje cogumelo para a realização do projeto. Adequada para vãos de até 12m, essa estrutura sofre esforços, principalmente cortantes, nos apoios, que tendem a perfurar o pano de laje. Para que pudéssemos transforma o subsolo em garagem foi utilizado o menor numero de pilares possíveis para a edificação, tornando assim, o mesmo mais flexível. A Laje possui uma espessura de 20cm. Por permitir a ausência de vigas, torna o sistema mais flexível, com isso a circulação vertical (escada e elevado) foi transformada em um núcleo rígido adquirindo maior estabilidade horizontal. Possui inúmeras vantagens, dentre elas a facilidade de execução da forma e da armação, redução de pé direito, facilita a passagem de tubulações de instalações prediais, flexibiliza o arranjo de alvenarias e/ou divisórias (forro liso), etc. Os pilares que possuíram dimensão abaixo de 20cmx20cm após os cálculos, foram mantidos os 20cmx20cm, portanto essa é a dimensão mínima estabelecida.
[ Apartamento 2 quartos / 80m² ]
[ Apartamento 1 quartos / 55m² ]
[ Apartamento 3 quartos / 100m² ]
[ SUSTENTABILIDADE ] Vista do pavimento térreo
Vista do 3º pavimento COLETA SELETIVA
REUSO DA AGUA PLUVIAL
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
ORIENTAÇÃO NA EDIFICAÇÃO
FORAM USADOS PAINEIS DE MADEIRA NAS CORES TABACO, CEREJA E MARFIM. UMA SOLUÇÃO ESTÉTICA PARA A INTEGRAÇÃO DO EDIFICIO COM A NATUREZA
O TERREO É COMPOSTO APENAS POR PILOTIS, CRIANDO UMA AMPLA AREA DE LAZER COM MARQUISE , PLAYGROUND, UM EXTENSO GRAMADO E UMA HORTA COMUNITARIA
UMA DAS CIRCULAÇÕES VERTICAIS FORAM PENSADAS DE FORMA QUE ATENDA A ACESSIBILIDADE. NA CIRCULAÇÃO VERTICAL DO SEGUNDO BLOCO CONSEGUE -SE ACESSAR A CALÇADA, O PATIO (PLAYGROUND, O ESPAÇO DE LAZER, A MARQUISE), OS APARTAMENTOS ACESSIVEIS E OS TERRAÇO-JARDINS
OS PILOTIS FORMAM UMA SOLUÇÃO ESTRUTURAL PRATICA. COM UM TERRENO CONSIDERAVELMENTE ACIDENTADO, ADAPTANDO POR COMPLETO A EDIFICAÇÃO NA TOPOGRAFIA RESULTANDO EM UM PROJETO COM POUCA MOVIMENTAÇÃO DE TERRA.
[ CORTE ]
Corte transversal
[ 2/2 ]