Jornal Leitura Indispensável - 3ª edição

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Leitura Indispensável Joaçaba • SC • UNOESC • 2 Semestre

O VÍCIO MOTIVANDO O PRAZER Como o álcool pode influenciar e ajudar garotas de programas a infrentar sua batalha diária

AUTOMEDICAÇÃO TRAZ RISCOS A SAÚDE

O consumo de medicamentos sem prescrição, tem sido favorecido pela multiplicidade de produtos farmacêuticos lançados no mercado pg. 12 O SILÊNCIO DAS PALAVRAS

A integralização social e aprendizado dos deficientes auditivos em Joaçaba pg. 05 EX-PRESIDIÁRIO: REALIDADES E PRECONCEITOS

“Sou ex-presidiário e posso afirmar que não sofro nenhum tipo de preconceito”. pg. 15

SEXO NÃO TEM IDADE Sexo na terceira idade: a prática e desejo do sexo não dispõe de uma idade

INFORMAÇÕES IMPORTANTES TRAZEM A TONA NOVAS DISCUSSÕES SOBRE OS HOMOSSEXUAIS.

ADOTAR UM FILHO PODE SER A SOLUÇÃO PARA MUITOS CASAIS QUE NÃO PODEM TER FILHOS

definida.

pg. 11

TRIBOS & TRIBOS – “NERDS e CDF’s”

Essa tribo possui hábitos e preferências comuns e costumam se destacar na fase adulta.

pg. 06

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EDITORIAL

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Leitura Indispensável

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Joaçaba • SC • UNOESC 2 Semestre

A ETERNA BUSCA PELA FELICIDADE

reconceito ou pré-conceito

Em outras situações a pessoa sofre mesmo porque pertence à uma classe

significa “conceito prévio”,

preconceito devido à forma que escol- social “diferente”. Outra procura inces-

formulado sem o cuidado de

heu viver e acaba pagando um preço sante do ser humano é pela felicidade.

A

permitir que os fatos sejam investi-

alto por essa opção. Julgar e criticar

gados e que possam contrariar nos-

é muito fácil, agora, compreender e

sos julgamentos ou opiniões. Você já

buscar entender o motivo dessas es-

parou para pensar no significado des-

colhas parece ir além da capacidade

sa palavra tão utilizada atualmente?

humana. Vivemos conduzidos por re- sofrimento e até mesmo a morte. Esti-

T

lguns a encontram de uma forma que não é aceita pela sociedade, causando exclusão,

gras, mas temos como aliado o livre ma-se que no Brasil um homossexual

odos, sem exceções, num de-

arbítrio, que nos concede o direito de morre a cada 36 horas vítima de ho-

terminado momento da vida

liberdade para escolhermos o mel- mofobia. Será justo pagar tão caro por

já foram preconceituosos de

hor para nossas vidas, só não nos dá uma escolha de ser feliz? O precon-

alguma forma, seja ela, fazendo uma

o direito de desrespeitar o próximo. ceito mata, mas também faz nascer...

brincadeira, olhando com indiferença

Nascer a ignorância, a intolerância,

alguns casos, a pessoa que sofre pre-

À

conceito não tem opção de escolha,

mente por que o indivíduo decidiu se

como por exemplo, os negros e os por-

vestir de uma forma “diferente”, ter

tadores de necessidades especiais.

uma opção sexual “diferente” e até

e até mesmo tratando com desprezo as pessoas que são diferentes dos padrões considerados “normais”. Em

séculos procura-se achar a a falta de bom senso e ética e muiresposta, pela qual, o ser tas outras atitudes que colocam até humano tende a ser precon- em dúvida a racionalidade humana.

ceituoso. E isso acontece simples-

CRÔNICA

O FASCÍNIO DA ORQUESTRA É SINGULAR

Daiane Schwantes daya_hope@hotmail.com

Feche seus olhos, imagine-se confortavelmente sentado num anfiteatro enorme, contemporâneo. De repente o silêncio invade o local, os sussurros são substituídos pelo som das enormes cortinas vermelhas se abrindo, as luzes tomam como foco o palco, que esta humildemente lotado de instrumentos, uma combinação de elementos sonoros. Cada instrumento com suas características, com sua afinação, com sua importância.

instrumento fará o som semelhante a uma orquestra, é essencial um conjunto harmônico para que possamos brilhar no palco. Nenhum instrumento é intolerante com o outro, pois cada um sabe a importância que o outro tem, independente de sua diferença, alias é o diferencial do outro que torna a apresentação completa.

Observe o instrumento ao seu lado, veja como ele é magnifico, ele precisa de você e você dele, é uma troca conO maestro num movimento atrevido faz com que os músi- stante de conhecimento para se chegar a afinação correta. cos iniciem seu repertório, diferentes sons ecoam pelo espaço, gestos delicados emanam daqueles seres que As vezes o som dele ecoara mais alto, mas não tenha inverealizam uma canção dedicada aos deuses. Nenhum in- ja, seja tolerante, o seu momento também chegará, semstrumento é avaliado de forma individual, porem cada um pre haverá um espectador observando somente a você. é essencial para o conjunto, para a concretização destas ondas que deslocam as pessoas do mundo racional, que E no final, os aplausos serão para todos, independente da provocam as mais diferentes sensações. orientação sexual, da cor da pele, da profissão nas horas vagas, das dificuldades que você enfrenta, você será aplauTodo ser humano é um instrumento da orquestra chama- dido porque o que aqui realmente vale é a sua condição de da vida. Cada um possui uma diversidade única, com dife- ser humano. rentes pensamentos, crenças, posturas. Sozinho nenhum

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EDUCAÇÃO

COTAS: UMA DÍVIDA HISTÓRICA

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Segundo Marcio Giusti Trevisol, as cotas são uma tentativa de um pais resolver ou compensar um problema de exclusão racial Laura Santos

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urante anos, os negros foram escravizados no Brasil, sendo forçados a trabalhar para os senhores feudais em troca de pouco alimento e da própria vida. Alforriados, passaram a servir de mão-de-obra barata, não tendo acesso a uma vida digna, onde pudessem adquirir bens ou mesmo o necessário para sua sobrevivência. Numa tentativa de amenizar as seqüelas da escravidão – pois é impossível apagar a história – pensou-se recentemente em criar as cotas raciais. O sistema de cotas para os que se consideram negros e pardos ingressarem nas instituições públicas de ensino completa uma década de existência no Brasil. A primeira lei, a 3.708/01, foi implantada no Rio de Janeiro, e assegurou 40% das vagas aos estudantes afrodescendentes em escolas de ensino superior do Estado. Para o professor Marcio Giusti Trevisol, graduado em Filosofia e mestre em Ética

e Filosofia Política, e atualmente professor - da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), atuando nas áreas de filosofia, estética, ética, sociologia, teoria da comunicação e ciência política relata “As cotas elas são uma tentativa de um país resolver ou compensar um problema histórico da exclusão social, racial, mas a gente deve primeiramente entender que a exclusão brasileira ela se dá esse ponte de vista racial, mas fundalmentente ponto de vista econômico, social e cultural”. Desta maneira, percebe – se que as cotas para negros no fundo é essa tentativa de resolver esse problema histórico da exclusão do negro na sociedade brasileira, mas isso, também revela a incapacidade do estado brasileiro em prover educação de qualidade á todos os brasileiros sem distinção econômica e sem distinção de classe e de cor. Para o sociólogo Evandro Ricardo Guindani numa visão sociológica “As cotas raciais representam um instrumento de

É fato que as cotas afrodescendentes geram polemica e discussões, visto que o preconceito ainda ciedade, porém está na hora das pessoas reverem seus conceitos para que isto abolido assim como a escravidão já foi há muitos anos. correção bem como de pagamento de uma dívida que o Brasil tem para com os negros. Nosso país foi palco de uma escravidão extremamente violenta contra os africanos e seus descendentes até os dias de hoje, pois o racismo está muito presente na nossa sociedade.

“Estamos longe de assistirmos a uma verdadeira democracia.” É fato que as cotas afrodescendentes geram polemica e discussões, visto que o preconceito ainda é muito disseminado na sociedade, porém está na hora das pessoas reverem seus conceitos para que isto abolido assim como a escravidão já foi há muitos anos.

UM DESAFIO PARA SER VENCIDO! A persistência e esperança jamais serão suprimidos pela descriminação, pois todos querem vencer. Christian Conte christian_conte_13@hotmail.com

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ivemos em um momento histórico caracterizado por mudanças, turbulências e crises, mas também pelo surgimento de oportunidades. Esta é uma situação que pode ser constatada com as pessoas portadoras de deficiência intelectual e múltipla. Isso acontece se essa pessoa não é respeitada se for abandonada a sua deficiência, do mesmo modo que não é respeitada ao negarse a realidade da situação. Elas adquirem respeito quando sua identidade, e originalidade, forem favorecidas e provocadas, levando-as ao desenvolvimento. Nos últimos anos projetos do governo e a própria mídia vem trabalhando em prol de uma mudança de pensamento em torno do tema. Elas aparecem com mais freqüência nos noticiários, se destacam na musica, ganham as passarelas, como modelos fotográficos e também escrevem livros. No entanto elas ainda sofrem com a Exclusão. De um lado, a sociedade começa

a perceber a existência de pessoas portadoras de deficiência e a se organizar para acolhê-las e, de outro, os próprios deficientes começam a se mostrar, a reivindicar seus espaços, e exercer o papel como cidadãos. A luta pelos direitos das pessoas com deficiência, provocou a elaboração de políticas e leis na criação de programas e serviços voltados ao atendimento das necessidades especiais nos últimos 50 anos. Esses avanços legais, possibilitam abrir espaços de acessibilidade nos sistemas sociais comuns e, em caso de limitações por parte de alguns deles. Sonia Raquel Einsfeld, ex-coordenadora da Escola Especial Frei Bruno, APAE (Associação de pais e amigos dos excepcionais) de Joaçaba, comenta sobre os desafios da Inclusão. “Penso que este é um momento muito importante na nossa história, onde a sociedade começa a perceber com atenção a existência das pessoas com deficiência, e a se organizar para recebê-las. Percebo ainda que as próprias pessoas portadoras de deficiência, começam

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laurinharec@hotmail.com /

buscar e criar espaços na sociedade, seja na inclusão escolar, laboral, e social, exercendo a sua cidadania” finaliza Sonia.

Pode-se constatar que a inclusão com pessoas com deficiência na educação geral está sendo implementada no Brasil, porém ainda há um grande caminho a ser percorrido, por parte da sociedade e da próprios portadores. A inclusão social causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente as pessoas que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, profissionais da saúde, setor administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Após muito tempo, a inclusão social teve um grande avanço na sociedade, porém muitas mudanças ainda deverão ser feitas, pois as pessoas com deficiência intelectual e múltipla merecem o apoio, no avanço dessas medidas prioritárias, para ter uma vida social integralizada.

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EDUCAÇÃO

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KIT GAY GERA POLÊMICA NAS ESCOLAS

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Ana Maria Andreis anamariaandreis@gmail.com

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le ainda não foi lançado oficialmente, mas este conjunto de material didático, destinado a combater a homofobia nas escolas publicas promete longa polemica. Produzido através de um convenio firmado entre o Ministério da Educação (MEC), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a ONG Comunicação em Sexualidade (Ecos), ainda não se sabe bem ao certo o que ira compor o “Kit Gay”, porém, a mídia publicou que ele será composto por um DVD , boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais, que se aprovada a lei, será distribuído para aproximadamente 6 mil escolas da rede publica em todo pais, através do programa “Mais Educação”. Um oficio enviado à Associação Brasileira de gays, lésbicas e transgênicos (ABGLT), informou que concebeu o material como uma ferramenta para “incentivar, desencadear e alimentar processos de formação continuada de profissionais de educação.” Há algumas semanas o Conselho Federal de Psicologia, enviou um parecer técnico a ABGLT mostrando-se favorável, alegando que o kit tem importância no enfrenta-

mento do bullying homofóbico. O oficio da UNESCO, também afirma que os materiais do projeto Escola sem homofobia estão adequados ás faixas etárias (7 a 10 anos) e de que o desenvolvimento afetivocognitivo a que se destinam. Porém, o projeto não esta agradando a todos, o mesmo provocou e vem provocando a ira dos evangélicos. A Frente Evangélica se mobilizou para cancelar a distribuição do material. Os evangélicos, lançaram ainda uma petição chamada “Somos contra o maior escândalo no pais, o kit gay”, que circula para impedir a distribuição do material nas escolas. O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, João Campos (PSDB), disse que a intenção dos evangélicos “é para evitar a distribuição do material considerado ofensivo”. O deputado federal Eduardo Cunha também expressou suas preocupações, dizendo que isso seria uma “suposta apologia a homossexualidade por parte do governo. Todos têm direito a livre opção sexual e ao livre exercício dessa opção. O que não pode é confundir essa livre opção com o estímulo a opção sex-

ual, ou seja, o de criar condições mentais, através da educação, de que é normal a homossexualidade”, disse o deputado. O projeto também causa polêmica na região Meio Oeste Catarinense. O Secretário de Educação de Catanduvas, Sr. Clóvis José De Lucca, é contra a faixa etária que será distribuído o kit, “a partir do momento que o individuo atinge uma maturidade racional e emocional, pode-se passar qualquer tipo de informação, agora, enquanto o individuo, ainda esta em formação, acho perigoso passar certas informações que levem a uma escala de valores, que não condiz com aquilo que é imposto pela própria genética ou até mesmo a religião de cada um”, finaliza De Lucca. A diretora da Escola Estadual Irmã Wienfrida da cidade de Catanduvas, acha preocupante a maneira que o assunto será trabalhado com os alunos, “o objetivo pode ser um, mas a repercussão pode ser outra. Vejo que crianças de 7 ou 8 anos, ainda são muito imaturas para receber tais informações, as atitudes podem ser diversas, tudo depende da maneira de como será trabalhado, o preconceito não irá acabar, pode

A implantação do projeto nas escolas, refletirá diretamente no ensino fundamental. talvez, amenizar. Mas acredito, que a educação teria muitas outras prioridades, como a erradicação do analfabetismo, entre tantos outros problemas graves que acontecem na sociedade e acabam repercutindo dentro da escola, a própria questão de segurança, é um canal muito forte para se trabalhar dentro da educação” declara a diretora. O projeto continua sendo analisado , mas a presidente Dilma suspendeu temporariamente a sua distribuição nas escolas.

“PARECIA UMA SACANAGEM INOFENSIVA” Ted William Lino ted.william@hotmail.com

Letra da música Jeremy, da banda Pearl Jam. A canção foi inspirada no caso de Jeremy Wade Delle, que se matou em 8 de janeiro de 1991, em Dallas, no Texas. O garoto sofria constantes perseguições no colégio. Ao fim do vídeo clipe, Jeremy se mata em frente a 30 colegas e a professora de inglês. Fim perfeito para a obra artística, não fosse o caso real. Julia (nome fictício), tem 15 anos e desde criança sofre de sobrepeso. Nascida e criada em Concórdia, a menina, sonha um dia ser Contadora. Viver rodeada de números, contas, fórmulas e cálculos, para ela é desafiador. “É legal, porque a matemática é exata. Se fizer tudo certo não tem como errar”.

Mas essa empolgação, nem sempre fez parte da vida da jovem. Aos 12 anos, Julia passou por uma crise existencial. Os motivos, foram os apelidos e brincadeiras de mau-gosto feitas pelos colegas da escola. Situações parecidas sempre existiram, embora o termo bulliyng só tenha sido criado em 1996. A popularização do nome, levou a palavra para várias instâncias da sociedade. Na televisão, os casos viram temas de discussões entre os adultos; no trabalho, o bullying é considerado motivo suficiente para desligamento de colaboradores da empresa; já nas escolas, principal palco das agressões, campanhas alertam os alunos de suas conseqüências, além de ter virado tema de reuniões pedagógicas. Cada vez mais, o termo está in-

O palco das agressões geralmente são as escolas. E os colegas, o próprios agressores.

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serido na vida das pessoas, mas ainda assim, somente quem sofre esse tipo de agressão, consegue realmente entender o assunto por completo.

contra outros, maus-tratos sofridos por eles. Ou seja, em grande parte, o bullying está na própria casa. O “agressor” em dado momento, também foi “agredido”.

O bullying está presente em todo o mundo. Vários casos internacionais da violência ganharam destaque na web. Dentre os mais comentados, está o de Casey Heyne, um jovem de 15 anos, que sofria ameaças, intimidações e violência gratuita no colégio. Não revidava, até um dia, agarrar um de seus colegas e jogá-lo no chão. A ação foi gravada e virou febre na rede e apesar da agressão, Casey tornou-se um herói.

O que preocupa os especialistas, no entanto, é que o bullying se torne fator cultural, onde a prática da violência, seja em ambiente escolar ou em casa, seja tomada como normal. Essa é uma das determinantes das campanhas antibullying, que além de lutar contra essa “normalidade” da agressão, ainda pregam a paz nas relações sociais.

Assim como no caso de Casey, muitos pais não sabem a gravidade da situação em que o filho se encontra. Muitos dos agredidos, não comentam sobre as agressões para os pais e professores, por medo, intimidação e ameaças. O que dificulta uma tomada de atitude para reversão do quadro. Por outro lado, uma vítima de bullying, geralmente tem o apoio da escola e dos colegas, dessa forma, o terror tem grandes chances de acabar de uma forma menos trágica do que o caso de Jeremy Wade Dalle, citado no início da matéria. Algumas pesquisas realizadas na área, mostram que grande parte dos bulidores (aquele que pratica o bullying) tem o comportamento agressor, principalmente, devido a necessidade de reproduzir

O mesmo acontece na Escola Básica Municipal Santa Cruz, onde desde 2007, campanhas antibulliyng vem orientando os alunos sobre o assunto. A Secretária Tainara, conta que desde que assumiu a secretaria da instituição, no início de 2009, percebeu uma movimentação do colégio para diminuir a incidência de bulliyng. “Muitos casos são amenizados, porque conseguimos identificar os agressores e agredidos, assim direcionamos o tratamento e os resultados são bem visíveis”, afirma Tainara. Quem sofre ou já sofreu bulliyng jamais esquece. As conseqüências podem acompanhar a criança até a vida adulta. Dificuldades de relacionamento são normais, preconceito e ofensas repetitivas não. Tudo gera uma ferida, que pode incomodar muito além daquilo, que um agressor, possa imaginar.


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EDUCAÇÃO

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O SILÊNCIO DAS PALAVRAS

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A integralização social e aprendizado dos deficientes auditivos em Joaçaba

Jessica Dayane Novello jeh_novello@hotmail.com

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magine um mundo aonde você não possa escutar os sons, ouvir uma música, ou até mesmo o canto dos pássaros. Esses são alguns dos obstáculos que os deficientes auditivos enfrentam durante a vida. De acordo com dados de 2009 do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) “O Brasil possuí hoje 5.750.811 indivíduos surdos, dos quais 776.884 estão em idade de escolarização. No entanto, o número de surdos na escola ainda é muito baixo: apenas 69.420, o que representa uma porcentagem de 8,94%”. Para superar suas dificuldades de comunicação, os deficientes auditivos possuem uma forma de códigos chamada Língua de Sinais, com uma gramática própria, mais conhecida no Brasil como Libras. Os sinais são formados a partir de uma combinação de movimentos, expressão facial e corporal, orientação e ponto de articulação. Para conversar em Libras, não basta apenas conhecer os sinais, é necessário conhecer a estrutura gramatical combinando – os em frases. A integralização social, e aprendizagem dos deficientes auditivos em Joaçaba são realizadas pelo Cer - APAS (Centro de Educação e Reabilitação da Associação de Pais e Amigos dos Surdos). A história da escola teve início logo após a descoberta em 1981 de que Ricardo, atual professor do APAS, era surdo. A irmã dele e também

atual coordenadora pedagógica do local Mara Regina Heberle relata que naquela época não existia libras, e os médicos apenas indicaram um fonoaudiólogo para o tratamento de Ricardo. “Mais as coisas não acontecem por acaso” diz Carmem. E graças à ajuda da prefeitura da cidade e do Colégio Cenecista (Cenec) que lhes cedeu uma sala, a entidade começou a funcionar em Joaçaba no ano de 1983, podendo ajudar não somente Ricardo, mais também diversas outras pessoas da comunidade que enfrentavam o mesmo problema. Atualmente, o Cer – APAS funciona em um prédio na Praça Adolfo Konder, no centro da cidade. A Associação de Pais e Amigos dos Surdos ganhou da Associação Gustavo Kuerten o aparelho para a realização do teste da orelhinha, sendo que este atende todos os municípios da região da AMMOC e possuí convênio com os municípios de Joaçaba, Herval D’Oeste, Erval Velho, Catanduvas, Ibicaré, Vargem Bonita e Água Doce, estas prefeituras repassam uma verba para manter a entidade. Outra forma de sobrevivência da mesma são arrecadações de recursos financeiros através de promoções. Tratando – se do preconceito sofrido pelos deficientes auditivos, a coordenadora pedagógica relata “Eu acho que aqui em Joaçaba não tem, talvez porque nós trabalhamos aqui no centro, e também porque eles têm uma vida normal, ou seja, uma inclusão

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social. Mais quando falamos em uma inclusão na escola eu já vejo que tem uma dificuldade no trabalho.” Afirma Carmem. Deficiente Auditiva desde que nasceu Milena leva uma vida normal, tanto em casa com a família quanto com os amigos. “Eu não sofro preconceitos, só às vezes no São José aonde eu estudo as pessoas me rejeitam mais

não muito. Para mim é tudo normal.” diz Milena, que frequenta a 7ª série do Ensino Fundamental. As professoras do CER-APAS aconselha que a aceitação do surdo inicíe na própria família, para que ele possa vencer as limitações impostas pela deficiência. A única diferença em um deficiente auditivo é que ele aprende no silêncio.

Em 2002, foi promulgada uma lei que reconhecia a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização das comunidades surdas no Brasil. Fonte: Brasil Escola


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HOMOSSEXUALIDADE

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SER GAY É UMA OPÇÃO OU DOENÇA? Daiane Schwantes daia_hope@hotmail.com

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ceitar as diferenças e entender as variações da se xualidade são traços comuns das sociedades contemporâneas civilizadas. Porém isso não se estende a toda a sociedade e sim a pequenos grupos, ou até mesmo pessoas isoladas que sofrem preconceito por não serem preconceituosas. Elas são excluídas do grupo de amigos por defenderem homossexuais, por exemplo. Os homossexuais são alvo de preconceito rotineiro, eles enfrentam barreiras impostas pela própria sociedade, rejeição da família e dos amigos, incompreensão, e até mesmo violência tanto moral como física. Não são raros os casos de suicídios ou assassinatos envolvendo este grupo. O tema até tornou-se fonte de renda para pessoas que fazem uso do preconceito enraizado nas pessoas. Eles vendem piadas, sátiras, usando o lado engraçado e divertido dos homossexuais, estereotipado por aspectos culturais e históricos. Uma possível explicação para a homofobia é o fato de estarmos inseridos em uma dinâmica machista, que impõe sua dominação com o objetivo de considerar o outro um ser inferior, como afirma Fabricio Vianna, autor do livro O Armário, “Hoje eu entendo este jogo psicológico machista. Sei que quando um grupo de jovens ou homens se reúne para inferiorizar o outro, fazem isso para se sentirem superiores. Demonstrando o quanto são fracos internamente pela necessidade que têm de fazer isso. Para mim é bom conhecer esta dinâmica, pois não preciso mais me preocupar em como devo ou não me comportar perante os outros.”

mental de um indivíduo heterossexual e a saúde mental de um homossexual. Porém, anda prevalece o estigma social que liga a homossexualidade à doença. A homossexualidade é definida como a “preferência sexual por indivíduos do mesmo sexo”. Este conceito é um tanto vago, já que o termo “preferência” pode conotar a tendência a escolher, optar, e hoje se reconhece que a homossexualidade não é mais vista como opção, mas como uma orientação sexual normal. Nenhum indivíduo, em sã consciência, optaria por ser excluído, agredido, rejeitado. Sem esquecer os homossexuais que não se assumem, se eles tivessem “optado” por isso certamente iriam assumir seus ideais, sem se preocupar com as consequências e nem temer as reações. O preconceito existe por falta de conhecimento das pessoas. Eu mesma sou prova disso, toda vez que encontrava um casal do mesmo sexo instintivamente reagia de forma desprezível, nunca pronunciei nada contra, mas minha mente desejava que “aquela situação” se mantivesse distante de mim. Com a realização desta matéria, baseada em muitas entrevistas, pesquisas, conhecimento de realidade, aprendi que não devemos julgar as pessoas simplesmente pela sua orientação sexual, pois na essência de todos existe um ser humano, com sonhos, desejos, realizações, frustrações, com sede de vida e principalmente desejando ser respeitado e amado. 1coming out significa sair do armário, ou seja, a revelação da orientação homossexual.

Um preconceito comum a toda sociedade é a ideia de que os padrões de comportamento adotados correspondem as leis naturais. Aldo Pereira VOCÊ SABIA....? Na Pré-história os Marind, uma das tribos localizadas na Melanésia (atual nordeste da Austrália), os meninos, quando atingiam certa idade, eram separados da mãe e retirados da casa das mulheres para dormir com o pai na casa dos homens. Quando ele entrava na puberdade, era entregue a um tio materno para que este pudesse iniciá-lo como homem. E esta iniciação envolvia o sexo oral e a penetração.Eles acreditavam que somente com a penetração e com o sexo oral o jovem poderia receber a semente (esperma) e assim tornar-se um adulto, tão vigoroso quanto quem o estava iniciando. Esta relação durava de 3 a 4 anos aproximadamente. Após este período, o jovem passava a ser visto como adulto e poderia formar sua família. Infelizmente na África do Sul são comuns casos de lésbicas que sofrem “estupros corretivos”. Os homens acreditam que as mulheres homossexuais devem ser estupradas para aprender a gostar do sexo oposto. De acordo com um relatório elaborado por uma associação internacional de defesa dos gays (Ilga), cinco países ainda condenam à morte por homossexualidade: Mauritânia, Arábia Saudita, Irã, Sudão e Iemen. Além destes, regiões de Nigéria e Somália também aplicam a pena capital para casos como este. O Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2010. Essa foi a primeira edição do recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a contabilizar a população residente com cônjuges do mesmo sexo.

A concordiense A.F.L., 23 anos, revela a dificuldade que enfrentou com medo de sofrer preconceito. “Inicialmente, senti o meu “coming out1” como um confronto emocional: por um lado, desejava muito estar com mulheres, no entanto, por outro lado, pensava que aqueles sentimentos eram errados e maus, tanto para mim como para a sociedade”. Sob influência da família ela chegou a procurar ajuda psicológica, com intuito de “se curar”. A resposta que recebeu foi que não existe “cura” para a homossexualidade, pois ela não é uma doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade de sua lista de doenças mentais, somente em 1993, uma grande vitória contra as ideias pré-concebidas, mas não propriamente contra o preconceito. A decisão se baseou, principalmente, no fato de que não foi provada qualquer diferença existente entre a saúde

Os homossexuais estão se unindo para combater o preconceito

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HOMOSSEXUALIDADE

Uma conquista colorida

kamy.milani@gmail.com

muns a casais heterossexuais. A decisão também deve facilitar a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo, reconhecendo então como família, gays que possuem filhos adotivos. A justiça brasileira deu um grande salto, agora mais famílias poderão ser formadas. Um grande exemplo acompanhado por todo o Brasil foi à morte de Cássia Eller. Na época a justiça carioca decidiu que Francisco, seu filho, após a sua morte poderia ficar com sua companheira Maria Eugênia Vieira Martins, que viveu com Cássia durante quatorze anos.

A conquista beneficiará diversos casais a assumirem a sua escolha

E

ste é o ano dos brasileiros quebrarem tabus, pois dia 05 de maio o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu judicialmente o casamento gay no Brasil, a esfera jurídica desenvolveu-se, pois permitiu que esse tipo de jurisprudência fosse realizado. Sendo que somente este ano o Brasil já registrou legalmente três casamentos gays. A lei 9.278 de 1996, que disciplina a união estável, dispõe em seu artigo 8º: “Os conviventes poderão, de comum acordo e a qualquer tempo, requerer a conversão da união estável em casamento, por requerimento

ao Oficial do Registro Civil da Circunscrição de seu domicílio”. Desse modo, a partir do reconhecimento da união estável homoafetiva, inúmeros casais têm ingressado com pedido judicial de conversão da união estável em casamento. Na qual garante uma vasta gama de princípios jurídicos consagrados pela constituição, os direitos fundamentais, dentre eles: a igualdade, a liberdade e a proibição de qualquer forma de discriminação que possa ocorrer. O casal pode realizar a união civil em cartório ou judicialmente comprovar união estável a fim de usufruir dos direitos co-

pado em sua cultura que é passada de geração para geração. O respeito aos gays produz um efeito imediato em suas vidas, mas causa na sociedade uma preocupação individual em respeitar as diferenças de ordem sexual. Reza a lenda que o amor verdadeiro resiste a qualquer tempestade, porém a realidade condiz com situações que tornam a pressão social mais intensa e os envolvidos não resistem. Casos assim são comuns em relacionamentos homossexuais, que não sobrevivem a rejeição familiar e social.

Para muitos homossexuais a vida já teve muitas reviravoltas por conta de sua opção sexual. A vida a dois envolve objetivos, metas e parcerias sejam em casais homossexuais ou não. O casamento geralmente é um refúgio para que as pessoas saiam da solidão, convivendo com problemas do dia-a-dia, ambos lutam para que Mas além da união e legalização a união não vire uma rotina. é preciso que a sociedade aceite, e que o próprio homossexual Mas se existe amor todas as baraceite sua condição, que admita reiras serão quebradas. Desde seus sentimentos para si mesmo muitos anos o Brasil vem cree posteriormente para os outros, scendo e melhorando sua jurisos quais geralmente reagem com dição a favor dos homossexuais. surpresa ou até sentem-se traí- Hoje eles têm mais direitos e dos, o que se configura o pre- deveres. Nada os impede de luconceito. Pois muitos brasileiros tar e exigir mais da sociedade ainda não estão preparados para muitas vezes preconceituosa. receber e aceitar estas informações, este preconceito está estamO primeiro casamento entre duas pessoas do mesmo sexo no Brasil foi realizado em São Paulo, no município de Jacareí, em 28 de junho de 2011. No mesmo dia, em Brasília, a juíza Junia de Souza Antunes, da 4ª Vara de Família converteu em casamento a união estável entre duas mulheres.

De mão atadas à orientação sexual Andressa Reina andressareina@hotmail.com

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omo você, leitor, se sentiria fechado dentro de um armário, tão preso a ponto de se esconder do mundo? Saionara, Marcia e Fabricio, são exemplos reais de como é se sentir assim, eles passaram por vários momentos de conflitos internos, para assumir sua orientação sexual, precisaram lutar contra si mesmo e contra o medo do preconceito externo para assumirem a Homossexualidade. Saionara, hoje é homossexual assumida, mas esse auto conhecimento só foi possível após Marcia entrar em sua vida. Ambas eram casadas com homens e Saionara tinha quatro filhos. Não se conheciam, mas o destino fez com que fossem morar no mesmo bairro, se tornando vizinhas na cidade de Erechim. Começaram uma nova amizade, a partir desse momento viveram sensações nunca vividas até então. “No dia em que a vi senti algo diferente” conta Saionara, que logo descobriu de uma forma inesperada sua atração por mulheres, “no começo houve uma hesitação quanto aos meus sentimentos, mas não podia esconder, pois sabia

que era amor”, diz ela. Marcia foi mais reservada, e não deixou momentaneamente que o sentimento a levasse, após um tempo percebeu que o carinho que recebia de Saionara era o que precisava para lhe fazer feliz, e separou-se do marido. Acabou com o próprio preconceito e hoje mantém um relacionamento sério com Saionara. Após a quebra de preconceito, juntas, deixaram o Rio Grande do Sul e se mudaram para Joaçaba. No entanto, mesmo com a cumplicidade e companheirismo entre as duas, Marcia, que ainda não tinha filhos, sentia a vontade de realizar o sonho de toda mulher, ter o próprio filho. Junto com a companheira planejaram uma forma de conseguir alcançar esse sonho unidas. Hoje Marcia e Saionara tem um lindo filho, que recebe muito amor de Ambas. Essa é apenas uma dentre milhares de histórias, de pessoas que assumiram a homossexualidade e quebraram a barreira do preconceito, ou o enfrentaram. Fabricio Viana também viveu

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Márcia e Saionara, casal de homossexualidade que assumiram ser homossexual, e hoje vivem felizes juntas conflitos íntimos para assumirse, ele que é psicólogo e Escritor, conta que seus conflitos internos começaram ainda na adolescência, e apenas se firmaram com 16 anos, após ter certeza do seu sentimento por homens. A psicologia foi uma forma de se encontrar na sociedade e acabar com barreiras intimas de sua vida. Para firmar sua opinião sobre o homossexualismo, Fabrício escreveu um livro, “O Armário” onde conta

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Camila Milani

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experiências próprias, e ajuda psicologicamente seus leitores.

Atualmente a mídia tem trabalhado o tema e apoiado Campanhas contra a Homofobia. No entanto, a mudança de atitude precisa estar presente dentro das famílias e da sociedade, que deve acolher e respeitar a escolha do outro, independente de opção sexual. Afinal ,o intuito de todos é o mesmo – Ser Feliz.

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Prostituição

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O PREÇO DO PRAZER

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Relatos sobre a profissão mais antiga do mundo Patrícia Serafini alokutora_pati@hotmail.com

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uitas vezes considerado um mundo fascinante, outras um lugar fútil de vida fácil, os Prostíbulos, vulgarmente conhecidos como “Zonas” são acima de tudo alvo de muito preconceito. Porém a pergunta que mais ecoa nas mentes humanas acerca da prostituição é:

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O que leva uma pessoa a se prostituir? Seria pelo dinheiro, decepções da vida ou simplesmente pela liberdade de poder estar na cama com várias pessoas diferentes todos os dias?! Para tentarmos entendermelhor o assunto procuramos a psicóloga Maurenice Noronha. Ela relata que um dos principais fatores que pode levar uma pessoa a se prostituir é a falta de afetividade ou o não desenvolvimento de laços afetivos. A carência afetiva, a desesperança, o abandono, prejudicam o desenvolvimento de auto-estima, bem como de respeito próprio e auto-valorização pessoal. Sem esses aspectos desenvolvidos o individuo se torna vulnerável a se expor a situações de auto- agressão, entre estas; a prostituição. Maurenice destaca ainda que fatores como ser portador de certos transtornos emocionais, ou comportamentais, doenças

mentais como por exemplo histeria, transtornos sexuais, casos graves de depressão (não tratados corretamente), ter sido vitima de violência, abuso sexual ou psicológica na infância ou adolescência e principalmente as condições socioeconômicas podem também contribuir para que uma pessoa se prostitua. O jovem de iniciais L.D conta que a primeira vez que freqüentou uma casa de prostituição tinha 16 anos, por influência de um amigo que conhecia as moças que trabalhavam nessa casa. Sua maior motivação para ir até lá foi a curiosidade. Ele conta que tinha a ilusão de poder realizar todas as suas fantasias com uma garota de programa. Para a psicóloga Maurenice a pessoa que procura os serviços da prostituição na maioria dos casos não possui nenhum distúrbio psicológico, salvo algumas exceções.

sam gastar muito com elas mas sem se apaixonar”. Ele afirma ainda que as mulheres são mais preconceituosas em relação a prostituição do que os homens.

Para L.D o mundo das garotas de programa é fascinante ”Elas sabem como conquistar um homem, eu não teria preconceito em assumir um relacionamento sério com uma delas, porém não existe sentimento nas casas de prostituição, lá é o trabalho delas, elas querem conquistar os homens até o ponto em que pos-

Maurenice comenta que “É possível vencer o preconceito, mas para isso precisamos conscientizar nossa sociedade para uma mudança de pensamento, precisamos nos educar. Ao falarmos em educação cultural esbarramos em vontades e desejos próprios. Então, para vencermos o preconceito precisamos mudar

A prostituição surgiu por volta de 1.600 a.c, porém nessa época as prostitutas eram vistas como deusas. o modelo de classificação existente em nossa sociedade, é preciso desenvolver uma visão de igualdade”, afirma a psicóloga. L.D ressalta que antes de criticar, as pessoas deveriam saber qual motivação levou as mulheres a estarem nessa vida. Não se pode julgar sem conhecer a história. Maurinice lembra que a família das pessoas que decidem se prostituir também sofre efeitos psicológicos, dentre eles a vergonha e a culpa. Ela comenta

Prostituta relata: ”Fui vendida por 30 gramas de crack quando tinha 13 anos!” que “Esses dois sentimentos são aflorados diante de situações de impotência. Impotência essa desencadeada; por fatores sociais. Os indivíduos que se envolvem em prostituição ou drogas, por exemplo, são classificados como “diferentes” negativamente falando, ou seja; que agem contrariamente ao que é colocado como bom e correto moralmente. Os pais geralmente se culpam por não ter dado uma

orientação adequada aos filhos que procuraram o “caminho errado”, no entanto a maioria não se encoraja á apoiá-los em virtude do que a sociedade prega. Porém sempre tem as exceções, claro que encontramos famílias que apóiam, entendem, ajudam até porque não podemos deixar de considerar, que em alguns casos é a própria família que induz os indivíduos á prostituição”. Uma jovem de 23 anos que tra-

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balha em uma casa de prostituição na cidade de Herval D’Oeste e não quis ser identificada, contou que começou a se prostituir quando tinha apenas 13 anos. Ela relata que sua mãe era usuária de drogas e à vendeu para um traficante que obrigou a jovem a se prostituir. Comenta ainda que essa foi uma experiência muito traumatizante em sua vida. Ela já tentou várias vezes trabalhar em outra profissão, mas não conseguiu ficar muito tempo longe das casas de prostituição, principalmente em virtude da remuneração, que segundo ela atuando como prostituta chega a ganhar até R$ 600,00 por noite. Ela conta que possui dois filhos, um casal de gêmeos que está com dois anos de idade, e que mesmo estando grávida continuou se prostituindo. O pai das crianças aceitava o fato dela ser prostituta, porém nos últimos meses passou a ser agressivo e pedir para ela deixar a profissão, isso fez com que eles se separassem. Presentes em todas as cidades do Mundo as pessoas que se prostituem constituem uma classe de 1 milhão e 500 mil profissionais somente no Brasil, sendo que cerca de 78% são mulheres, 15% travestis e 7% homens. Para desempenhar suas atividades 5% utilizam-se da internet, 9% das

casas noturnas e 86% das ruas.

CURIOSIDADE Simbolo às avessas Maria Madalena, famosa prostituta arrependida da Galiléia, representa que, para ser salva, a mulher precisa abandonar a profissão. Conhecida como a ex-prostituta da Galiléia, Maria Madalena foi uma das mais fiéis seguidoras de Jesus Cristo. De acordo com a Bíblia, ela estava presente em sua crucificação e em seu funeral. Foi ela quem encontrou vazio o túmulo de Jesus, ouviu de um anjo que ele havia ressuscitado e foi dar a notícia aos apóstolos. Prostituta com papel de destaque na história de Cristo - foi, inclusive, canonizada pela igreja católica -, Maria Madalena poderia ter se tornado um símbolo na luta pela aceitação da atividade. Mas o que ocorreu foi o contrário: como personificou o estereótipo de “prostituta arrependida”, acabou por disseminar uma imagem negativa sobre a prostituição, ao reforçar a ideia de que é preciso abandonar a atividade para redimir-se dos pecados e ser perdoada por Deus.


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Prostituição

PROFISSIONAIS DO SEXO TAMBÉM TEM DIREITOS! Prostituição é uma profissão que também tem direitos, advogado e contabilista esclarecem eles.

Alex Savian

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opularmente é dito que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, porém no Brasil ainda não há uma regulamentação. A profissão poderá ser praticada se o profissional for autônomo, podendo até ter direitos como a aposentadoria. E só é considerado crime quando há interesse de terceiros. Roque Savian, contabilista da cidade de Fraiburgo declarou à reportagem: “Ela é uma profissão que deve ser autônoma, caso contrário é crime, mas não tem regulamentação específica, mesmo assim, acho oportuno esclarecer que a profissional (prostituta) pode se declarar autônoma, para fins de recolhimento previdenciário de aposentadoria. Acho que a profissão poderia ser regulamentada como acontece em alguns lugares, tornando um dificultador para a exploração,” completou Savian. Porém o mundo da prostituição acaba encontrando maneiras de tornar a profissão mais aceita pela comunidade, usando como estratégias palavras me-

nos agressiva e elitizada, como acompanhantes, massagista, etc. “Não caracteriza o delito quando a boate ou bar destinado a encontros amorosos, funcionar na chamada zona do meretrício (local onde se abriga a prática da prostituição). Condenar esse delito, nesta hipótese, feriria o princípio constitucional da igualdade, sendo assim, instituir a prostituição, com rótulos como acompanhantes, casas de massagem, saunas, por exemplo, é aceitável. Tal conduta, já é tolerada e divulgada diariamente pelos meios de comunicação. Não é crime, bem assim não o serão, os locais mais simples e economicamente mais frágeis, conforme entende a lei.” Explicou o advogado trabalhista Sidnei Pontes. Prostituição criminosa na constituição brasileira não é somente a troca de prazeres sexuais por dinheiro. A prostituição pode ser por trabalho ou outros benefícios que haja interesse de um terceiro. “Prostituição não é crime previsto na Legislação Pátria, porém reza o art. 230 do Código Penal Brasileiro, que a prática

Prostituição também tem direitos como qualquer outra profissão . de Rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia visando lucro) é tipificada como crime, pena de reclusão que vai de um a quatro anos cumulada com pena de multa”. Falou Pontes. A principal dificuldade para combater a prostituição ilegal no país é que

por muitas vezes, não é possível identificar e provar que terceiros estão se favorecendo sob o trabalho dessas profissionais, porém, a polícia vem aumentando o cerco contra esses crimes, principalmente o tráfico de pessoas e a prostituição infantil e de adolescentes.

ENTRE O PRAZER E O PECADO... A opinião da religião sobre a profissão mais antiga do mundo!

Odinei Gonçalves odineigoncalves@hotmail.com

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rostituição. Uma profissão? Uma fantasia? Uma heresia? Uma necessidade?São muitas as respostas que definem essas perguntas. Muitos pontos de vista, muitas opiniões conflitantes. A única coisa que sabemos é que o preconceito existe, e está presente na realidade de milhares de pessoas que optaram, por motivos desconhecidos, a seguir essa vida. As pessoas preferem nem discutir esse tema e quando o comentam, há forte resistência ou discriminação. Em nossa região esse assunto é pouco abordado, até mesmo porque ele é acobertado, mascarado, feito “às escuras”. Ao contrário dos grandes centros onde a prostituição acontece de forma mais nítida e a luz do dia. Para cada área de estudo, seja ela sociologia, filosofia, psicologia, dentre outras, existe uma opinião formada e uma explicação até mesmo teórica diferenciada quanto ao assunto, mas quando se trata de uma religião, a polêmica ainda é maior. Há os prós e

NO BRASIL CERCA DE 86% DAS PROFISSIONAIS DO SEXO UTILIZAM AS RUAS PARA SE PROSTITUIR.

contras, mas para o cristianismo como é abordado esse tema? O que diz a bíblia e a própria Igreja desse assunto tão polêmico? A resposta nos é revelada pelo padre Davi Lenor da Paróquia São Bom Jesus de Herval d’Oeste que explica melhor qual é a posição da Igreja Católica diante desse tema. Ele comenta que possui um livro chamado “Catecismo da Igreja Católica”, sendo que esse livro aborda a prostituição, dentre outras questões, como um pecado grave. Conforme o livro, a prostituição é um flagelo social que vai contra a dignidade humana. A própria bíblia no livro de 1Cor. 6,18, nos mostra que se prostituir é pecado... “fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.” A visão do catolicismo é rígida e não se difere da religião evangélica. É o que relata Pastor Davi Picolli da Segunda Igreja do Evangelho Quadrangular de Joaçaba. Indagado quanto ao motivo que leva uma pessoa a se prostituir e

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savian.alex@gmail.com

a regulamentação da prostituição como profissão ele nos revela... “O motivo para levar uma pessoa para esse caminho é a falta de Deus. Existem muitas outras profissões dignas para serem seguidas e as condições socioeconômicas não justificam tal maneira”. Segundo ele a bíblia é uma só, portanto o que pensa a Igreja Católica, também pensa a Igreja Evangélica. Pastor Davi diz ainda... “O corpo do homem é o templo do Espírito Santo, por isso deve ser cuidado com toda cautela”. Ele também comenta que no livro de Gênesis, há uma passagem que relata que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, portanto, não se pode ferir a imagem de Deus. As duas instituições religiosas apresentam praticamente o mesmo ponto de vista diante desse assunto tão polêmico. Elas consideram um pecado grave, ao qual, viola a castidade. O preconceito é muito grande em relação a essas pessoas que por motivos particulares decidiram seguir essa vida. E entender o real motivo que leva alguém a se prostituir, certamente, não cabe a nós.

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PROSTITUIÇÃO

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PROSTITUIÇÃO E DROGAS: PRAZER MOMENTÂNEO

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O prazer motivando o vício Ângelo Junior Radavelli jornalismoherval@hotmail.com

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prática do sexo como forma de sobrevivência é comum em todo o mundo. Em alguns países já é considerada profissão e gera muitos empregos. Porém a prática do sexo aliado ao consumo de bebidas pode acarretar em problemas para ambas as partes. O resultado desta combinação é o aumento no número de viciados, a prática da violência e o consumo de drogas.

O Ministério da Saúde realizou uma pesquisa e relatou um aumento de 2% no consumo de bebidas alcóolicas por mulheres nos últimos quatro anos. E a maior faixa está entre 24 e 36 anos. A ingestão de álcool no organismo feminino difere do masculino, pois o álcool é absorvido 30% mais rápido e o consumo excessivo varia entre brigas, desilusões amorosas, perda de emprego, crises familiares ou até mesmo para relaxar. De acordo com a Psicóloga Marilda Saccol, alguns fatores

podem influenciar na busca pela prostituição. “A prostituição pode ser definida como a troca consciente de favores sexuais por interesses não sentimentais, afetivos ou prazerosos. Apesar da prostituição consistir numa relação de troca entre sexo e dinheiro, esta não pode ser considerada uma regra única. Pode-se também trocar relações por favorecimento profissional, por bens materiais ou por informação. A prostituição é praticada mais comumente por mulheres, mas há um grande número de casos de homens também se prostituindo”. A prostituição aliada ao consumo de drogas e, neste caso o álcool, conduz o organismo a um estado prazeroso de tranquilidade e alegria momentânea. Nossa equipe de reportagem visitou alguns estabelecimentos localizados na cidade de Herval d’Oeste- SC e comprovou o fato. De acordo com E.A., 24 anos, gerente de uma boate em Herval d’Oeste, o consumo de bebidas alcoólicas é um atrativo a mais para o cliente se interessar na mulher. “Quando o cliente chega, uma de nossas meninas o recebe e logo convida para tomar um drink ou uma cervejinha. O papo começa

O consumo de bebidas alcoólicas por mulheres aumentou 2% nos últimos quatros anos. A maior faixa etária está entre 24 e 36 anos

“FAÇO COISAS QUE SE NÃO ESTIVESSE DROGADA, NÃO TERIA CORAGEM DE PRATICAR”. “Já fumei de tudo. Quase sempre é um pedido do meu cliente e eu acabo colaborando para que ele possa perceber que meu trabalho é de qualidade. Se não satisfazer o cliente, ele não volta,”

a ficar bom, então a relação acaba de forma natural”. Ressalta também que esse contexto faz parte do lucro da boate.

fazer tudo, menos fumar maconha. Assim não consigo né”. Este comentário retrata a realidade de grande parte das garotas de programa do Brasil.

“Todos sabem que a bebida em uma boate não é barata, então o consumo é baixo. Mas se uma garota está com você, esquentando o clima, os dois acabam tomando e o consumo aumenta”.

A bulimia também é considerada uma doença presente na vida das garotas do programa consumidoras de álcool. O culto ao corpo, que neste caso é considerado importante, e o fato de ingerir álcool com facilidade aumenta as possibilidades da constância de vômitos e o organismo, com o passar do tempo, acaba ficando frágil e perceptível a outras doenças.

Argumenta: “Eu fumo, porque comecei e gostei. É bom, e as drogas nos conduzem a um estado extremo de adrenalina. Faço coisas que se não estivesse drogada, não teria coragem de praticar”.

O consumo de drogas também é evidente. Segundo a prostituta, que não quis ter o seu nome identificado, as drogas estão presentes no cotidiano. Na maioria das vezes, o consumo se torna obrigatório. Segundo ela o cliente se sente melhor e a relação acaba de forma natural com o consumo de drogas.

No mundo da informação, algumas profissionais do sexo aderiram a esta nova fase e encontraram conforto, comodidade e uma rentabilidade maior. Porém, a maioria das prostitutas ainda convivem em prostíbulos sem a mínima qualidade de vida. Acabam ingerindo álcool excessivamente, se drogam e se tornam vulneráveis e em alguns casos são espancadas pelos clientes.

O consumo de álcool e drogas pôde ser percebido durante entrevista com uma “garota de programa. Os sentidos estavam aguçados e ela não conseguia se acalmar. Enquanto preparávamos os equipamentos para a gravação, ela comentou que era casada e tinha dois filhos. “Sou casada e tenho dois filhos. Todo o dinheiro que eu ganho aqui é para eles. Meu “marido” saiu agora daqui, estávamos brigando. Poxa! Ele me deixa

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SAÚDE

USE CAMISINHA E VENÇA O PRECONCEITO

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Camisinha é o método anticoncepcional mais barato que existe e o único que previne contra doenças sexualmente transmissíveis.

Marivânia Carvalho da Silva Marivania.c.s@Hotmail.com

O contágio do vírus HIV se dá, principalmente, por relações sexuais desprotegidas. Infelizmente ainda há certo preconceito e desconhecimento do uso da camisinha, mesmo ela sendo o método anticoncepcional mais barato que existe e o único que previne contra doenças sexualmente transmissíveis. Infelizmente a medicina não encontrou a cura para a Aids, apenas há tratamentos eficazes que diminuem a proliferação do vírus. As pesquisas para descoberta da cura em todos os cantos do mundo, a Folha se São Paulo publicou em setembro de 2011 que uma equipe de pesquisadores espanhóis criou um pro-

tótipo de vacina contra o HIV “muito mais potente” que os desenvolvidos até agora. Os testes conseguiram uma resposta imune para 90% das pessoas sadias que foram expostas ao vírus. A próxima etapa é fazer o teste com pessoas infectadas pelo vírus. No entanto nenhum resultado concreto foi divulgado e a melhor maneira de prevenir a Aids é se protegendo. O ginecologista, Dr. Paulo confirma que a camisinha é o único método que previne uma gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. ”A pílula anticoncepcional, por exemplo, pode ser tão eficiente quanto à camisinha para prevenir uma gravidez indesejada, mas não evita a transmissão de doenças como AIDS ou sífilis, mas infelizmente ainda há pessoas que não aderem ao método por preconceito, ou como na maioria dos casos por não gostarem de usar, pois acham que incomoda” A negociação para uso de preservativo durante relações sexuais pode ser complicada, principalmente em casais estáveis,

Transar com preservativo é como chupar bala com papel! Essa é uma velha conhecida frase. situação em que seu uso pode ser interpretado como desconfiança quanto à fidelidade do (a) parceiro (a). Outra dificuldade reside no fato do uso da camisinha masculina, método mais conhecido, estar nas mãos dos homens, diminuindo a autonomia das mulheres no momento de se protegerem. Um jovem de 20 anos, declara não aderir o uso de preservativo, afirma que o sexo é bem mais prazeroso sem a camisinha” Quando comecei minha vida sexual sempre usava cami-

sinha, mas após assumir um relacionamento mais sério, deixei de lado, pois a camisinha é desconfortável, além do sexo ser bem melhor sem ela, mas para uma pessoa tomar essa atitude deve haver confiança no relacionamento” Transar com preservativo é como chupar bala com papel! Essa velha e conhecida frase definitivamente não serve mais como desculpa para deixar de usar o preservativo nas relações sexuais. As vantagens da camisinha superam o preconceito e qualquer ‘incômodo’ que possa provocar.

SEXO NÃO TEM IDADE A prática e desejo do sexo não dispõe de uma idade definida tir mais mulher”, enfatiza Iris.

Jessica Dayane Novello jeh_novello@hotmail

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s estereótipos de que a velhice não permite uma vida sexual ativa ainda é muito disseminado, mas para aqueles que acham que sexo tem idade estimada está muito enganado. O sexo, assim como as atividades físicas, devem se tornar mais frequentes e necessários à medida que as pessoas envelhecem. Muitos são os preconceitos que sofrem os idosos, e por esta razão muitos deixam de viver esta fase de suas vidas por medo de julgamento. A prática e o desejo do sexo não dispõem de uma idade definida, pelo contrário, para ela existir depende apenas de disposição e atitude das pessoas. Estudos científicos realizados nas últimas décadas comprovaram que a vida sexual ativa pode aumentar sua longevidade em cerca de cinco ou até dez anos. Manter – se sexualmente ativo faz bem a saúde, sendo que a energia sexual é capaz de melhorar o sistema imunológico, reduzir a concentração de

gordura corporal, aumentar a produção de endorfinas, o estresse e seus efeitos negativos sobre o corpo. A acadêmica de psicologia, Mirella Casagrande, aplicou uma pesquisa com sete jovens, na faixa etária de 17 anos, com a temática “sexo a partir dos sessenta anos de idade”. Desses, seis, acreditam que quando forem idosos não vão vivenciar o sexo com a mesma intensidade de hoje. A resposta mais curiosa foi de um dos jovens, que diz não imaginar a prática do sexo a partir da velhice. Para Iris, de 64 anos, hoje o sexo é coisa normal. “Bom, eu sempre achei que teria uma vida sexual ativa até certa idade. Mas realmente, me enganei. Perdi meu marido cedo, e achei que a partir daí jamais me sentiria viva como antigamente. Depois que conheci alguém especial, mudei de opinião e pude perceber que sexo não tem idade, e com 64 anos pratico sexo sim, e isso faz eu me sen-

Fato é, que não somente os jovens, mas a maioria da sociedade considera o sexo na terceira idade como inadequado, e qualquer manifestação de idosos sobre a prática sexual frequentemente gera discriminação por ambos. É preciso lembrar, que velhice não significa doença, pois muitas vezes os idosos sofrem tal preconceito, pois são tachados como

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esmo que muitas coisas já tenham sido ditas sobre o uso do preservativo, as pessoas ainda são resistentes a fazerem deste um hábito. Alguns afirmam que a camisinha torna a relação sexual desconfortável, ou não aderem por falta de hábito ou esquecimento mesmo.

doentes e impossibilitados da prática sexual. A ideia de que a atividade sexual não acontece com pessoas de mais idade devem ser reexaminadas, pois além de comum em qualquer idade, é uma das atividades que mais contribui para a saúde e qualquer pessoa com idade avançada é capaz de sentir prazer e ter relações assim como um jovem.

Mesmo na Terceira idade o amor ,a união e o desejo sexual entre o casal permanece.

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SAÚDE

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AUTOMEDICAÇÃO TRAZ RISCOS A SAÚDE

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Christian Conte christian_conte_13@hotmail.com

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uem costuma ir à farmácia comprar um remédio para aliviar o mal-estar ou qualquer dor rotineira deve tomar cuidado para não ficar pior e prejudicar a saúde. Muito comum entre os idosos, o hábito de se automedicar representa um risco iminente à saúde. Em geral, eles já apresentam doenças crônicas e fazem o uso de medicamentos recomendados pelos médicos. Ao usar outros remédios, eles podem desestabilizar os tratamentos a que vêm sendo submetidos, assim como provocar uma intoxicação. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), todo ano cerca de 20 mil pessoas morrem no país, vítimas da automedicação. A maior incidência de problemas relacionados à prática está ligada à intoxicação e às reações de hipersensibilidade ou alergia. A alta freqüência de propagandas de medicamentos através da mídia eletrônica é muitas vezes um fator contribuinte para a automedicação de pessoas leigas no assunto. Por trás deste ato aparentemente tolo e sem conseqüências está um problema em potencial para a saúde. Um medicamento mal admin-

Marivânia Carvalho

istrado pode trazer conseqüências muitas vezes inimagináveis. Um inofensivo comprimido para febre pode ser uma substância perigosa, quando ingerido com outro, em dosagem errada ou por uma pessoa alérgica. Dr. Wilmar Wilson Wilttgen, médico do Posto de Saúde do município de Erval Velho, comenta sobre automedicação, “Em primeiro lugar na minha concepção, todos sabem alguma coisa sobre doença. Porém a autome-dicação é perigosa quando não se tem o conhecimento especifico, da doença. Um profissional apto é responsável em fazer o diagnóstico, e prescrever o medicamento certo, afirmou Dr. Wilmar. O médico também fala do perigo da automedicação “Todos os medicamentos são considerados drogas e pode trazer efeitos maléficos a saúde. Algumas pessoas podem apresentar algumas sensibilidades com alguns medicamentos, sendo que se os mesmos não forem ingeridos de maneira correta podem, causar transtornos ocasionando a morte” finaliza Dr. Wilmar. O acompanhamento médico é fundamental na hora de usar um

Destaca-se que o consumo de medicamentos sem prescrição, tem sido favorecido pela multiplicidade de produtos farmacêuticos lançados no mercado e pela publicidade que os cerca medicamento, mesmo este sendo vendido sem obrigatoriedade de uma prescrição médica. O médico é a única pessoa com as condições adequadas para avaliar as necessidades de um

paciente, seu histórico de saúde, possíveis interações medicamentosas e possibilidades de alergias, prescrevendo de forma adequada um tratamento. Por isso, tome cuidado, é melhor prevenir do que remediar.

AIDS NA GESTAÇÃO

marivania.c.s@hotmail.com

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egundo o Ministério da Saúde cerca de doze mil casos de gestantes infectadas por ano tem sido identificados e notificados no Brasil nos últimos anos. Como apenas cerca de metade das gestantes estão sendo testadas, apesar da disponibilidade dos recursos para cobrir 100% dos casos, pode-se presumir que pelo menos três mil casos evitáveis de AIDS pediátrica estejam ocorrendo por ano. Enquanto no adolescente e no adulto as vias principais de transmissão são por contato sexual sem proteção ou por compartilhamento de agu lhas contaminadas, nas crianças com menos de treze anos, quase todos os casos são por transmissão vertical (mãe-filho). O programa de pré-natal do Ministério da Saúde prevê seis consultas de pré-natal e o teste de HIV deve, obrigatoriamente, ser oferecido na primeira consulta e, se negativo, repetido em uma consulta do último trimestre. O ginecologista e obstetra Dr. Paulo Nascimento comenta a importância do teste de HIV “Nos casos em que a gestante

chega a hospital para o parto sem o registro da sorologia HIV, um teste rápido deve ser feito imediatamente, pois o médico deve ter conhecimento do estado da paciente, para evitar uma possível contaminação no bebê” afirma Dr. Paulo. De acordo com a Enfermeira Eliane Rettie, os casos positivos devem ser tratados durante a gestação e o parto. “A medicação é feita com dois comprimidos três vezes ao dia, deve ser iniciada em qualquer momento após a 14º semana, preferencialmente antes das 28 º semana e mantida até fim da gestação, mas se caso a paciente chegar na hora do parto sem a sorologia HIV, ainda há possibilidade de evitar uma possível contaminação no recém nascido através da medicação AZT por via venosa” Afirma Eliane. A enfermeira Cristiane Bonetti cita os cuidados iniciais com os recém-nascidos que devem ser tomados além da medicação e são de suma importância no tratamento. “Não permitir a amamentação ao seio e iniciar alimentação com fórmula infantil; aspiração e manipulações devem ser cuidadosas, evitando lesar

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Segundo o Ministério da Saúde cerca de doze mil casos de gestantes infectadas por ano tem sido notificados no Brasil. peles e mucosas; limpar com compressa macia todo o sangue e secreções; dar banho com água corrente morna logo após o nascimento, se possível, ainda na sala de parto”. Afirma Cristiane. Com os novos tratamentos e com a profilaxia da transmissão

vertical durante a gestação e o parto, o perfil prognóstico tem melhorado muito, e com a disponibilidade de recursos gratuitos na rede pública de saúde reduziu a mortalidade e melhorou a qualidade de vida.


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GERAL

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A BUSCA PELA PERFEIÇÃO

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O preço pago pela padronização da beleza

Daiane Schwantes

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daia_hope@hotmail.com

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ada vez mais pessoas concordam que vivemos a “era da visibilidade”, na qual a forma física e a imagem são os valores sociais mais importantes. “Somos uma sociedade obcecada pela beleza, disposta a persegui-la a qualquer custo”, afirma Nancy Etcoff, psicóloga autora do livro A lei do mais belo. Os jovens e adolescentes estão tomados pelo ideal da perfeição física, ideal pré-estabelecido por uma sociedade consumista, que viu na oferta/procura dos produtos cosméticos e nas cirurgias plásticas um meio extremamente lucrativo, fazendo as pessoas acreditarem que sempre há um problema a ser solucionado. Nas mídias, as mensagens são veiculadas associadas a imagens quase sempre selecionadas e transformadas, criam-se traços físicos através dos programas de manipulação de imagens, expondo uma realidade inexistente para a maioria das pessoas. Criam-se estereótipos que padronizam a beleza.Na última década,

um novo tipo de distúrbio vem sendo estudado: o transtorno dismórfico corporal (TDC). Quem sofre deste distúrbio psicológico constrói uma autoimagem que não corresponde à realidade, vendo defeitos que não existem ou aumentando os existentes. Como consequência coloca-se aquela “imperfeição” no centro de sua vida e preocupase, em tempo integral, na possibilidade de superá-la. Michael Jackson, que passou a vida refazendo sua imagem, foi provavelmente uma das vítimas deste transtorno. No Brasil, as pessoas tendem a sofrer muito com a autoimagem por causa da diversidade e das misturas raciais, que produzem biotipos diferentes do padrão europeu dominante no planeta, apresentando pele branca, cabelo louro e liso, olhos claros e traços finos, tão valorizados na moda, na televisão e no cinema global. Esta preocupação excessiva com a própria aparência fez surgir

consumidores vorazes de produtos e serviços para o corpo, as pessoas estão investindo mais na estética do que em aquisição de conhecimento cultural. Estão se esquivando do contato social por não se considerarem belos. Estão deixando de viver por associarem a própria aparência à busca pela felicidade. Que felicidade é esta que faz as pessoas arriscarem a própria vida em uma mesa cirúrgica buscando a adequação aos padrões estéticos? Alguns procedimentos cirúrgicos estão relacionados a problemas saúde, exemplo, a redução de seios faz-se necessária por problemas de coluna. Mas até que ponto copiar a boca da Angelina Jolie tornará a nossa essência melhor. Sair na rua e encontrar dez mulheres com a boca semelhante a dela extinguirá a diversidade e ocultará a individualidade destas mulheres. Cada ser humano é único e é isso que nos diferencia e nos aproxima do outro.

TRIBOS & TRIBOS – “NERDS e CDF’s” Essa tribo possui hábitos e preferências comuns e costumam se destacar na fase adulta.

Laura Santos laurinharec@hotmail.com

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uem nunca ouviu falar em um deles? Muitas vezes, um estereótipo é criado e ao ouvir essa palavra, as pessoas imaginam alguém gordo ou excessivamente magro, brega, com aparelhos nos dentes e óculos fundo de garrafa. No entanto, essas características físicas não devem servir como base, afinal, essa tribo possui hábitos e preferências comuns e costumam se destacar na fase adulta. De acordo com Gabriela Cabral, que faz parte da equipe do Brasil Escola, o termo é usado de maneira pejorativa. “Os nerds são classificados como pessoas anti-sociais e sau-

dosistas que são atraídas por cinema, literatura, RPG, tecnologia, coleções, ficção científica, história em quadrinhos, jogos de xadrez, estudos e outros”, afirma Gabriela. Um perfil é criado e o conceito acaba ganhando força. Segundo a Psicóloga Karina Oliveira de Vargas é difícil chegar ao um perfil único de um nerd, podese entender que existe alguma característica comum. “É aquele tipo de pessoa que possui uma dificuldade de interação social. Tem um enigma em verbalizar e expressar seus aspectos emocionais. O pensamento prefere a emoção,

como se fosse um mecanismo de defesa racional e intelectual. E cada vez mais isolado e preso ao aspecto racional. Acaba tendo certa compulsão em ler, e ficar horas e horas na internet, porque realmente é o que acontece, principalmente na adolescência, período pelo qual precisa muito da afirmação e aceitação dos grupos sociais. E por esse motivo surgem aquelas piadinhas: Aí quatro olhos! Ah você sempre tira dez, seu CDF”, afirma Karina. Quando sofre algum tipo de preconceito a ação se volta para atividades em que ele consiga se destacar e se auto-afirmar como alguém melhor do que os outros. Uma maneira de comemorar suas vitórias e lidar com a falta de aceitação. “Algumas dessas alternativas para esse grupo são jogos de computador em geral, leituras, algo de conhecimento que ela consegue dominar. Onde não traz desconforto e sentimentos negativos. Alguma coisa que ela consegue ir bem, algo que tem um bom desempenho, já o aspecto social então ela compensa através da razão”, finaliza Karina.

Os Nerds tem um enigma em verbalizar e expressar seus aspectos emocionais.

Curso de Comunicação Social habilitação em Jornalismo- 2011

O auge do preconceito em relação a essas pessoas ocorre na fase escolar. Na universidade os nerds podem até se tornar alvo de admiração. Se reúnem em grupos e têm suas próprias pia-

das como qualquer outro grupo social. O senso de humor, desse grupo é de difícil entendimento para as outras tribos. Algumas pessoas chegam na fase adulta e levam esse vício inclusive para o casamento. Nesse momento a tendência é que a relação não se sustente. Afinal o individualismo é uma das características desse público. As pessoas se identificam por uma atividade ou outra, o importante é encontrar o equilíbrio, e não deixar que essas preferências afetem as relações com a coletividade. Existem aqueles que são viciados em academia ou em compras. Qualquer vício e compulsão acarretam problemas ao ser humano. Desde o início da humanidade o homem convive em tribos, com as quais se identificou. O importante é saber conviver com as diferenças e respeitá-las. Muitas personalidades famosas se destacaram na história da comunicação no mundo. Bill Gates: Sócio da maior e mais conhecida empresa de software do mundo, a Microsoft. Steven Spielberg: Grande cineasta que participou da fundação da DreamWorks, um dos principais estúdios de Hollywood. Outro bem conhecido é os Fundadores do Google Sergey Brin e Larry Page e ainda Mark Zuckerberg fundador da rede de relacionamentos Facebook.


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GERAL

Joaçaba • SC • UNOESC 2 Semestre

FILHOS DO CORAÇÃO

!

Andressa Reina

T

andressareina@hotmail.com

Leitura Indispensável

odo mundo nasce, cresce com carinho e amor, sonha em ter um namorado ou uma namorada dos sonhos, casar de véu e grinalda ou terno e gravata, e gerar um filho do próprio sangue. Mas e quando o homem ou a mulher é impossibilitado deste dom divino de gerar um filho? Mas eles têm amor, carinho e vontade de ter uma criança para cuidar e alegrar sua vida? Surge então uma opção: a Adoção. Com a noticia de não poder ter um filho de seu próprio sangue, muitos casais optam por adotar, foi o que aconteceu com Sandra e Gilnei ,que após cinco anos de casamento, e muitas tentativas, sem nenhum sucesso, descobriram não poder gerar um filho. Decepcionados com a noticia, não desistiram, optaram pela adoção, se inscreveram então na lista de espera para adoção no fórum. Após alguns meses de espera, em fevereiro de 1991, o casal recebeu uma ligação do hospital, com a noticia de que havia uma criança disponível para adoção. No mesmo momento, Sandra e Gilnei seguiram para o fórum para dar andamento ao processo, antes mesmo de conhecer a criança. “Nossa vontade era de ter um filho, não estávamos preocupados com as carac-

Camila Milani

terísticas físicas, queríamos sim dar todo o carinho e amor para essa criança”, enfatizou Sandra. No fim do dia, Sandra e Gilnei, vão para casa com seu filho, Douglas, que ganhou uma mãe e um pai, que iriam lhe amar, dar carinho, atenção, e tudo o que ele precisasse. Um mês se passou e Sandra percebia que Douglas não tinha a visão correta, após ir a muitos oftalmologistas, mais uma vez eles receberam uma noticia ruim dos médicos, de que Douglas não podia ver nitidamente, apenas via vultos, mas sua vida seguiu normalmente com o apoio dos familiares. Douglas tinha 4 anos de idade, quando recebeu uma noticia, que iria ganhar um irmãozinho, Sandra havia descoberto que estava grávida. Graças a dieta que havia sido prescrevida a ela, seus hormônios aumentaram muito, possibilitando a gravidez. Naquele momento percebeu que iria sentir a sensação de gerar um filho durante nove meses em sua barriga. Suas experiências foram diferentes e únicas, cada uma da sua maneira, e com seus sentimentos específicos, mas Sandra assegura que seu amor pelos dois meninos é igual, e que a educação dado

A adoção é um ato muito importante para as crianças, que ganham uma família. a ambos é exatamente a mesma. Segundo Amanda Bicca, psicóloga das áreas sociais do fórum da comarca de Concórdia, que faz o acompanhamento com os casais interessados em adoção, no município a procura de casais para adoção supera o número de crianças esperando por pais adotivos. “Do inicio de 2011 até agora, já tivemos a preparação de 16 casais, que participaram dos cursos e esperam apenas a disponibilidade de uma criança para adoção”, conta Amanda.

Douglas hoje tem 20 anos de idade, conseguiu recuperar uma parte de sua visão, e enxerga 20%, e isso nunca prejudicou sua vida, hoje ele trabalha, e também ajuda na igreja na qual frequenta. A adoção é um ato muito importante para as crianças, que ganham uma família após a rejeição, e para os pais que tem a possibilidade de dar educação e amor para um filho.

MAIS TAPAS DO QUE BEIJOS

kamy.milani@gmail.com

O

s casamentos geralmente são constituídos de amor e respeito, mas quando o amor acaba, a crise conjugal começa a surgir, como consequência o divórcio, uma questão única para cada dupla que se separa. Os motivos para separação são inúmeros e praticamente incontáveis, podem acontecer por razões objetivas e práticas, podem ser atribuídas a perda de amor, brigas, falta de dedicação e o principal motivo, a relação extraconjugal, algo que hoje provoca mais separações no Brasil, aproximadamente 60% dos homens e 40% das mulheres já tiveram pelo menos um encontro às escondidas. O divórcio é uma das piores crises da vida do adulto, diante de um casamento não satisfatório começam a surgir problemas de convívio, alguns psicólogos atribuem a separação a problemas psicológicos. Ou simplesmente podem ver a necessidade de se separar após anos de rotina com o marido, que ao passar do tempo se tornou deprimido. Um momento de crise, na qual os envolvidos relatam sentimentos de angústia intensa e depressão, relacionada a dúvidas e constantes mudanças de humor. Estudos psicológicos compro-

vam que o processo da crise do divórcio demora dois anos para passar, quando se torna possível que o outro seja visto de modo neutro, sem raiva e rancor. Para os filhos as consequências implicam em vários fatores, como por exemplo, seu grau de desenvolvimento. As crianças mais novas de 3 a 5 anos, podem apresentar uma regressão em seu desenvolvimento, após os pais deixarem o lar, algumas voltam a urinar na cama, demonstram ter medo e começam a ter alterações no sono.

outro violou gravemente os deveres do casamento tornando a vida em comum insuportável. Para tentar melhorar o processo de separação o Congresso Nacional promulgou a PEC– Proposta de Emenda à Constituição, do divórcio direto, que agiliza a separação de casais. O pedido de divórcio se tornou imediato. Esta nova lei já beneficiou 153 mil pessoas que se divorciam por ano no Brasil, segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro

de

Geografia

e

Estatísticas.

Muitos motivos estão envolvidos em uma separação, independente de qual seja, precisam ser aceitos pela família e sociedade, pois o casal pode estar se separando, mas a vida continua. É necessário olhar para o horizonte e buscar um futuro próspero e uma vida feliz, assim sendo todos tem direito a uma segunda chance, pois nem sempre é “até que a morte os separe”.

Podemos entender a separação e o divórcio como causas para o término do casamento. Separação é quando o casal apenas deixa de viver junto como marido e mulher sem recorrer ao judiciário. Os separados não podem casar outra vez enquanto não obterem o divórcio. A separação judicial (divórcio) é estabelecida por leis civis. Existem dois tipos de separação judicial, a consensual e a litigiosa. A Separação Consensual acontece quando o casal apresenta o acordo ao juiz para ele proceder à homologação. A Separação Contenciosa – litigiosa, acontece quando um dos cônjuges precisa provar que o

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O divórcio é uma das piores crises da vida do adulto, mas que precisa ser enfrentada com maturidade


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Joaçaba • SC • UNOESC

GERAL EX-PRESIDIÁRIO: REALIDADES E PRECONCEITOS 2 Semestre

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uem passa pelo Sistema Penitenciário, mesmo após ter cumprido a pena estabelecida, será sempre marcado pelo estigma de ser um ex-presidiário. Com esse peso nas costas, fica difícil conseguir emprego e a tão almejada “aceitação da sociedade”. Há dificuldade em arranjar emprego, é justificável, tendo em vista que 42% de ex-presidiários voltam a praticar crimes e acabam na prisão mais uma vez.

Ana Maria Andreis anamariaandreis@gmail.com

Felizmente, nem tudo gira em torno do preconceito. Na cidade de Catanduvas, encontramos um ex-detento, que não sofre nenhum tipo de preconceito. Valmor Nelson Minatti, popular Minatão. Chefe de família, pai de dois meninos adolescentes. Condenado á um ano e oito meses por porte ilegal de armas, onde cumpriu sua pena no Presídio Regional de Joaçaba.

Liberdade de volta! Ex-presidiário precisa do apoio da sociedade.

Figura conhecida no município de Catanduvas tem seu próprio negócio, caminhão que faz frete, e segundo ele, desde que terminou de cumprir sua pena, no fim do ano de 2010, não sofreu absolutamente nenhuma mudança no seu trabalho. “ Continuei fazendo meu trabalho, sem que ninguém me julgasse

pelo meu erro”, conta Minatão. Fala ainda, que no dia em que seu filho mais velho, foi visitá-lo no Presídio, pediu para que não mentisse sobre onde ele estava, e sim assumisse que seu pai estava preso. “Meu filho falou que ia dizer para as pessoas que eu estava viajando, então eu disse para ele, não filho, fale a verdade, diga que seu pai está preso”. Minatão, não se orgulha de ter passado este tempo na prisão, mas sim de ter pagado o preço pelo erro cometido, e diz em alto e bom tom “Não sofro nenhum tipo de preconceito, a sociedade, deve aprender que errar é humano, e graças a Deus, sempre estamos há tempo de consertar esses erros, e pagar estando preso, é bom, para aprendermos certas coisas que a vida se encarrega de ensinar”. E ainda completa “Deixo aqui, minha mensagem para todos os ex-presidiários, paguem aquilo que é devido pagar, e se sintam limpos depois.” Fala Minatão emocionado. O Preconceito está embutido em nossa sociedade. A prisão deveria funcionar como uma instituição de reabilitação onde ofereceria ao preso uma oportunidade, não só de voltar à sociedade, mas de chegar com algo novo, o aprendizado.

MACONHA: LEGALIDADE OU CRIME? Especialista da saúde fala sobre a legalização da maconha que contraria opinião de usuário.

Alex Savian savian.alex@gmail.com

C

annabis, maconha, breu, marijuana, ganja, suruma, ou seja, qualquer outro nome que ela venha a ter, esta causando grande polêmica entorno de sua legalização no Brasil. O consumo de cannabis é

usado desde o terceiro milênio a.C, para os mais diversos fins seja ele, medicinal, religioso ou recreativo. Segundo a ONU cerca de 4% da população usam maconha ao menos uma vez por ano, e 0,6% usam-na diariamente.

Usuários dizem que deveria ser legalizado, especialista da saúde fala sobre seus maleficios para a saúde.

Conversamos com o farmacêutico Horácio Pires que diz que é contrario a legalização da maconha, pois ela é uma droga psicoativa depressora. “Eu sou totalmente contra a legalização, pois a maconha é uma droga, que infelizmente está muito presente na sociedade, principalmente jovem. A maconha é uma droga que não trás nenhum bem para a pessoa que a utiliza, muito pelo contrario, tem efeitos nocivos como o prejuízo do desenvolvimento cognitivo, perda da capacidade de memória curta, perda da coordenação motora, problemas respiratórios (bronquite aguda, câncer boca, faringe, laringe e pulmões) disfunção erétil e até mesmo Mal de Alzheimer”. Falou Pires. “Além dos males que faz para o corpo do usuário também tem o mal social em que a pessoa comete delitos, furtos e roubos, para conseguir a droga” Concluiu. O usuário de maconha que será identificado apenas por Fábio Dias, explica o motivo pelo qual ele é favorável a legalização da maconha “Eu comecei a fumar por curiosidade mesmo, tenho uns amigos que fumam e pedi para eles me botarem um

baseado, isso foi com 14 anos. A sensação é muito boa você se sente leve e fica com mente aberta para todas as coisas” Contou Fábio. “Sou a favor porque a maconha é uma erva natural e não causa mal ao organismo. A legalização deve ser feita como na Holanda, ser vendido em uma certa quantidade, em lugares específicos como cafés, tabacarias e outras lojas do gênero. Outro fator é a extinção do trafico de drogas, sendo legalizada a compra em lugares legais os traficantes não terão espaço, diminuindo a violência nas cidades.” Concluiu Dias. Desde as décadas de 1980 e 1990 ganhou força no Brasil a campanha pela legalização da maconha, muitos artistas e políticos apoiaram a causa. Fernando Gabeira tentou colocar em pratica um projeto de lei, para a legalização da erva, porém ainda em 2008, ele disse que no momento não daria para liberar, em 2010 ele voltou a dizer que para liberar a maconha deveria ter uma policia avançada, pois não seria “liberou geral”, vendida em qualquer lugar e consumida em qualquer lugar.

! Leitura Indispensável

“Sou ex-presidiário e posso afirmar que não sofro nenhum tipo de preconceito”.

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NARRATIVA

Joaçaba • SC • UNOESC 2 Semestre

UM VERÃO INESGOTÁVEL DENTRO DE MIM...

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Uma história que nos leva a refletir sobre a leveza e a importância de uma vida! Odinei Gonçalves

S

odineigoncalves@hotmail.com

Leitura Indispensável

eus pais sonhavam com um futuro brilhante para Pedro. - “Ele será um jogador de futebol, talvez um piloto de corridas, um cientista ou quem sabe simplesmente seguiria carreira de um corretor de seguros como nós!” Pedro nasceu durante um inverno muito rigoroso na cidade de Fraiburgo, interior de Santa Catarina e sempre foi uma criança desejada pela família Grando. Em seu primeiro ano de vida não foi nada fácil, pois ele era muito desorganizado. Isso resultou em um isolamento social. Não era porque as pessoas não gostavam da família, mas sim, porque Pedro se incomodava muito com barulhos. Foi aí que começou a se perceber que ele gostava da tranquilidade e do silêncio. A partir do segundo ano de vida é que as coisas pioraram. Pedro começou a andar e corria risco de vida constantemente, pois ele não tinha nenhuma noção de perigo. Seus pais pediam seu nome e ele não respondia, desviava olhares. Os brinquedos dados à ele eram os mais atrativos possíveis, mas ele preferia brincar com panelas. A DESCOBERTA...

volvimento vida (CDV), se iniciou com o menino Pedro, uma carteira e uma professora. E as crianças começaram a chegar e a dificuldade aumentou, pois, foi preciso alugar uma casa para transformá-la em escola. A partir desse momento as contas aumentavam mais e mais. O CDV já estava com 15 crianças, mas as condições financeiras não eram das melhores. Até uma janta foi desenvolvida, com o objetivo de vender 400 cartões, mas apenas 30 foram vendidos, e o prejuízo ainda piorou a situação. Com a situação apertada é que Marlete Grando teve a brilhante ideia de fazer quatro mil camisetas com a seguinte frase:

NO MAIS PROFUNDO INVERNO DA MINHA VIDA DESCOBRI UM VERÃO INESGOTÁVEL DENTRO DE MIM” No mais profundo inverno da minha vida descobri um verão inesgotável dentro de mim” (mãe de um autista). E não é que deu certo, eram quatro mil pessoas usando a mesma camiseta em uma cidade com vinte e cinco mil habitantes. Mas o resultado foi magnífico.

UMA INICIATIVA QUE MUDOU A VIDA DE MUITOS...

Pedro teve e tem muitas habilidades. Andava de bicicleta, jogava bola, nadava sozinho. Mas como Pedro não tinha noção do perigo, chegou até a fazer coisas arriscadas como sair de ônibus pela cidade e desaparecer. Chegou até mesmo a jogar bola no telhado, quanto susto ele deu à família. Nesse período crítico ele também acabou quebrando televisores e eletrodomésticos e depredou a casa. Entre 13 e 15 anos, o adolescente Pedro sofreu uma depressão muito forte que fez com que ele fechasse as mãos e não abrisse por nada. As atividades já não o bastavam mais, ele estava cansado, foi quando surgiu a ideia de criar um espaço para ele e quem gostava de cavalos, a Equoterapia. Desse momento em diante Pedro vinha se sentindo bem, até que no dia 31 de Abril de 2008, mais uma surpresa. Ele teve uma convulsão que quase o levou à morte. E se não bastasse, a doença veio acompanhada de um quadro de epilepsia e hipertensão. Os três meses seguintes foram novamente difíceis, pois ele acabou adquirindo 30 kilos devido à medicação. Ele batia a cabeça na parede e em seus pais e o pior, a família não conseguia contê-lo, pois ele tem 1,94 metros de altura.

Foi nesse momento de dor que surgiu a ideia de fazer uma clínica na cidade de Fraiburgo que tratasse essas crianças com Autismo. O centro de desen-

O garoto meigo e doce havia se transformado em alguém que a própria família já não reconhecia mais. Ele ficou muito machucado. Cabeça, braços

“Ele é surdo, é cego, é desajeitado, sem educação”. As palavras mais absurdas e horrendas foram ouvidas por Marlete e Fiorindo Grando. Muitos profissionais da área da saúde como médicos, psicólogos e fonoaudiólogos foram procurados para encontrar a resposta para uma pergunta até então indecifrável. A questão só foi realmente respondida por um médico de Curitiba, Paraná. - Seu filho é autista, exclamou o neurologista Sérgio Antuniuk. Foi aí que o mundo desabou e a desconhecida palavra autismo passou a ser constante na vida da família Grando. E a notícia não acabava aí não. Pedro possuía um grau severo de autismo, onde seria necessário passar o resto da vida em uma clínica específica para tratamento. No momento de desespero, todos acreditavam que o médico estava louco, mas, infelizmente ele não estava. Doutor Sérgio indicou uma clínica em Curitiba e foi lá na Self Center que a família conheceu outros casos dessa doença rara, até então desconhecida, e a família notou que todas as crianças tratadas lá, eram iguais a Pedro.

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Pedro gosta muito da tranquilidade e da natureza.

A lgumas cr ianças e adultos com aut i smo, q ua ndo a bor dados com i n spi ração, apr eciação e ent usia smo, t êm se desenvolv ido mu it o além dos níveis ditados pelas a bor dagens convenciona is do aut i smo. Sent i r -se i nspi rado por u ma pessoa com aut ismo é o pr i mei r o passo para ajudá-la a desenvolver a mot ivação para aprender e para i n t e r a g i r s o c i a l m e n t e .”

mordidos, enfim, ele arrancava pedaços de si próprio. E foi a partir desse momento que uma atitude drástica teve que ser tomada, interná-lo em uma clínica psiquiátrica em Curitiba, afinal, era preciso retirar a medicação, caso contrário, seu fígado e seu coração poderiam não suportar mais. E lá na clínica Pedro ficou internado em ala de segurança máxima, onde havia apenas um colchão no chão, uma janela para entregar a comida e um banheiro comunitário. A cada 15 minutos aplicavam uma injeção de tranquilizante e para segurá-lo chamavam três enfermeiros. Na terceira noite os enfermeiros quiseram colocar até camisa de força nele, mas a família não autorizou. Pedro fi-

cou apenas três dias na clínica. A mãe relatou que a clínica usava métodos pré-históricos e que não tratavam bem os autistas, que precisavam de amor, atenção, carinho e de solidariedade. Na volta para casa, traçaram objetivos, como fazê-lo perder peso e ganhar preparo físico. Hoje, Pedro está com 20 anos, perdeu 15 kilos e recebe medicação homeopática. Já o Centro de Desenvolvimento vida (CDV) passou a se chamar Associação Atitude e Vida e atualmente cuida de 40 crianças com autismo, síndrome de Down e outros distúrbios de aprendizado e é referência nesse tipo de atendimento na cidade de Fraiburgo, onde também atende crianças de outras cidades.


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